Você está na página 1de 2

LDB: Educação de Jovens e Adultos e Educação Profissional.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) define e regulariza o planejamento educacional do


país. Baseada nos princípios presentes na constituição brasileira, e tomando como apoio os princípios de
direito universal à educação para todos e a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola, a
LDB foi criada. Sua principal finalidade é aplicar, de maneira generalizada, os princípios presentes na
constituição a situações reais. A primeira LDB foi criada em 1961, seguida por uma versão em 1971, que
vigorou até a promulgação da mais recente em 1996.

A versão mais recente da LDB - Lei nº 9.394/96, de 20/12/96 - foi publicada no Diário Oficial da
União de 23/12/1996, Seção 1. É composta de 92 artigos, estruturados em nove Títulos e cinco Capítulos.
Nosso enfoque será apenas nos artigos 37 e 38, encontrados na Seção V do Capítulo II, que diz respeito à
Educação de Jovens e Adultos, e no Capítulo III, que trata da Educação Profissional.

Educação de Jovens e Adultos (EJA)

No que diz respeito á Educação de Jovens e adultos, a LDB assegura, no artigo 37, que o direito à
educação de jovens e adultos será destinado àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no
ensino fundamental e médio na idade própria. Entendem-se como padrões de idade própria: Creche e pré-
escola: crianças de 0 a 6 anos; Ensino fundamental: 7 a 14 anos; Ensino médio: 15 a 18 anos.

Dentro desses padrões encontra-se apenas 92% da população; os 8% restante são considerados
analfabetos legítimos e/ou funcionais ou frequentadores intermitentes do sistema de ensino. Estes
indivíduos, considerados fora dos padrões, necessitam de oportunidades apropriadas que considerem as suas
condições sociais e respeitem os seus perfis culturais.

(...) Mais de um terço dos adultos do mundo não têm acesso ao conhecimento impresso, às novas
habilidades e tecnologias, que poderiam melhorar a qualidade da vida e ajudá-los a perceber e a
adaptar-se às mudanças sociais e culturais. Para que a educação básica se torne eqüitativa, é mister
oferecer a todas as crianças, jovens e adultos a oportunidade de alcançar um padrão mínimo de
qualidade de aprendizagem. (Declaração Mundial sobre Educação para Todos).

Para sanar essa necessidade, os sistemas de ensino oferecem cursos amparados na base curricular
nacional comum, sejam eles presenciais ou não, bem como ofertam os exames supletivos. Porém, somente
podem se submeter aos supletivos, maiores de 15 anos, no ensino fundamental e maiores de 18 anos,
no ensino médio.

Educação Profissional- Em relação à Educação Profissional, a LDB garante: “O aluno matriculado ou


egresso do ensino fundamental, médio e superior, bem como o trabalhador em geral, jovem ou adulto,
contará com a possibilidade de acesso à educação profissional.” (Capítulo III, Art. 39 – Parágrafo Único).

A educação profissional tem como preceitos a flexibilidade e a empregabilidade e é segregada, de


acordo com suas funções, em três níveis:

- Básico: qualifica, requalifica e reprofissionaliza o trabalhador, sem fazer menção à sua escolaridade. Logo,
está livre de regulamentação curricular;

- Técnico: habilita profissionalmente os alunos matriculados e/ou egressos do ensino médio, pautado nas
diretrizes curriculares nacionais do MEC.
- Tecnológico: são cursos de nível superior na área tecnológica, destinados aos egressos do ensino médio
e/ou técnico.

Em virtude das transformações ocorridas no mundo trabalhista, a educação profissional passou por
uma reconceitualização na LDB. Alguns fatores contribuíram para tanto; dentre eles:

- A falta de qualificação necessária, decorrente do rápido crescimento na demanda por níveis mais elevados
de qualificação;

- As desigualdades sociais impostas pelos modelos atuais de ofertas de cursos profissionalizantes;

- A deficiência proveniente do número de matrículas oferecidas em cursos de educação profissional, que


supera, em dobro, as necessidades efetivas.

Com o redimensionamento, a desintegração dos currículos fez-se necessária. As disciplinas que antes
eram oferecidas na mesma escola, ao mesmo tempo e no mesmo curso, ganharam autonomia curricular e
passaram a ser oferecidas separadas das disciplinas de formação geral. Assim, a educação profissional
passou a correr paralelamente ao sistema de ensino, associando-se a educação básica como complemento, e
podendo ser oferecida tanto em instituições escolares, quanto fora delas, contemplando os alunos desde o
ensino fundamental incompleto até o ensino médio completo.

(...) A educação profissional deve apoiar-se na educação básica, aprofundando-a nos pontos
necessários, e, além dos conhecimentos e competências especializadas, deve desenvolver atributos
relacionados à iniciativa, participação, autonomia e responsabilidade. (SILVA, 1998, p. 121)

Por conta dessa profissionalização facultativa no ensino médio, a formação profissional acabou por
se tornar restrita a instituições especializadas como SENAC, SENAI e Escolas Técnicas. Como
consequência, o aluno passa a dispor de maior flexibilidade na escolha do seu itinerário de educação
profissional, deixando de se restringir a uma habilitação vinculada ao ensino médio.

Deve-se ter em mente que o fato de levar os alunos à escola, por si só, não é suficiente; o
imprescindível é que eles permaneçam, progridam e, acima de tudo, aprendam. Vale ressaltar que uma
educação deficiente compromete a dignidade humana, a qualidade de vida e a sustentabilidade social, além
de influenciar o desenvolvimento do Estado, por conta da competitividade da economia.

É importante que o sistema educacional garanta o acesso à educação - em todos os níveis e


modalidades de ensino - de todas as crianças, jovens e adultos, e as condições necessárias para uma
trajetória escolar de sucesso. Para isso, faz-se necessário que as relações entre o Governo e a sociedade
sejam fortalecidas, as parcerias interinstitucionais sejam ampliadas, colaborando assim para assegurar um
amplo acesso à educação e a permanência na escola com dignidade.
http://secretalitterarum.blogspot.com.br/2011/03/ldb-educacao-de-jovens-e-adultos-e.html#!/2011/03/ldb-educacao-de-jovens-e-adultos-
e.htmlREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARNEIRO, Moaci A. LDB Fácil. Leitura crítico-compreensiva artigo a artigo. 7ª ed. Rio de Janeiro: Vozes,
2002.

www.educabrasil.com.br/declaracao-de-jomtien/Acessado em março de 2011.

Parecer CNE/CEB nº 17/97, de 03 de dezembro de 1997. Diretrizes operacionais para a educação profissional em
nível nacional.

SILVA, Eurides B. et alii. A educação Básica Pós-LDB. São Paulo: Pioneira, 1998.

Você também pode gostar