GUIA PARA MOBILIZAÇÃO

DE ADOLESCENTES E JOVENS
REALIZAÇÃO www.unicef.org.br
Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) saopaulo@unicef.org
UNICEF – São Paulo – responsável pelos projetos em São Paulo /unicefbrasil
Avenida Professor Ascendino Reis, 830
/company/unicef-brazil
Vila Clementino
São Paulo – SP – 04027-000 @unicefbrasil
Telefone: (11) 3728-5707 @unicefbrasil

Florence Bauer
Representante do UNICEF no Brasil APRESENTAÇÃO
Paola Babos Bem-vindo, bem-vinda à aventura de
Representante Adjunta do UNICEF no Brasil
descobrir habilidades, conhecer melhor sua
comunidade e propor mudanças para melhorar
COORDENAÇÃO

© UNICEF/BRZ/Guido Bompan
a vida de crianças, adolescentes e jovens.
Adriana Alvarenga Estamos muito felizes em atuarmos juntos
Chefe do Escritório do UNICEF em São Paulo
nos municípios da Baixada Santista e do
Vale do Ribeira, no estado de São Paulo.
ELABORAÇÃO
Esta é a iniciativa Crescer com Proteção,
EQUIPE UNICEF EQUIPE INSTITUTO CAMARÁ CALUNGA
lançada pelo UNICEF em parceria com Ministério Público do
Joana Fontoura João Carlos Guilhermino da Franca
Trabalho, a Agenda Pública e o Instituto Camará Calunga. Em oito
Oficial de Desenvolvimento e Coordenador
municípios da região, estamos mobilizando famílias, comunidades
Participação de Adolescentes Cássio Vinícius Afonso Viana, e governos para prevenir, detectar e superar todas as formas
Raniere Pontes José Eduardo Gama Noronha,
de violência contra crianças e adolescentes. Mas não vamos
Gerente dos projetos de proteção às Kidauane Regina Alves
crianças e aos adolescentes em São Paulo e Marcos Vinícius Ellero conseguir chegar lá sem a participação de adolescentes e jovens.
Educadores A ideia é termos meninas e meninos mobilizados, engajando
Melanie Layert
seus pares, criando núcleos de cidadania nos seus municípios.
Oficial UNV de Comunicação
Immaculada Prieto
Este guia é justamente para apoiar essa jornada. Com
Especialista de Comunicação mais conhecimentos sobre seus direitos e dicas de atividades,
queremos fortalecer a participação de meninas e meninos na
EDIÇÃO tomada de decisões que afetam suas vidas. Eles querem falar,
Vânia Correia querem ser ouvidos. E, certamente, o município só tem a ganhar.
Junto com as crianças, adolescentes e jovens, o município
REVISÃO DE TEXTO inteiro cresce e se desenvolve.
Lívia Velasco Desde já, muito obrigada por fazer parte dessa jornada.

PROJETO GRÁFICO, EDIÇÃO DE ARTE E DIAGRAMAÇÃO

Marta Teixeira e Majoî Ainá Vogel Florence Bauer
Representante do UNICEF no Brasil
FOTOS DA CAPA
@Acervo pessoal (mosaico)

Este material foi adaptado do Guia do(a) Mobilizador(a) de Adolescentes –

para atuação na Amazônia e no Semiárido, utilizado na implementação do Selo UNICEF.
A reprodução deste conteúdo, na íntegra ou em parte, é permitida, desde que citada a fonte.

1
ÍNDICE

5 SOBRE A INICIATIVA CRESCER COM PROTEÇÃO

9 QUEM FAZ A INICIATIVA ACONTECER

10 ENTENDA ESTE GUIA

ESTRATÉGIAS PARA MOBILIZAÇÃO

12 DE ADOLESCENTES E JOVENS

COMO CRIAR UM NÚCLEO DE CIDADANIA

16 DE ADOLESCENTES E JOVENS?

20 O DIREITO DE SER ADOLESCENTE E JOVEM

DESAFIO 1
22 PREVENIR TODAS AS FORMAS DE VIOLÊNCIA
CONTRA CRIANÇAS, ADOLESCENTES E JOVENS
DESAFIO 2
30 PROMOVER O DIREITO À INCLUSÃO
DIGITAL E AO USO SEGURO DA INTERNET
DESAFIO 3
36 PROMOVER A BUSCA ATIVA ESCOLAR
E A TROCA DE SABERES

DESAFIO 4
42 ENFRENTAR O RACISMO

DESAFIO 5
46 CONHECER E DIVULGAR A LEI DA APRENDIZAGEM –
DIÁLOGOS ENTRE MUNDO DO TRABALHO E EDUCAÇÃO
DESAFIO 6
52 PROMOVER O DIREITO À ARTE, À CULTURA
E AO ESPORTE SEGURO E INCLUSIVO
© UNICEF/BRZ/Rayssa Coe

57 FORMULÁRIOS
 SOBRE A INICIATIVA
CRESCER
COM PROTEÇÃO
Crescer com Proteção é uma iniciativa do Fundo das Nações
Unidas para a Infância (UNICEF) em parceria estratégica com
o Ministério Público do Trabalho (MPT), e parceria técnica com
a Agenda Pública e Instituto Camará Calunga, que acontece
em oito municípios da Baixada Santista e do Vale do Ribeira:
Cananéia, Iguape, Ilha Comprida, Itanhaém, Mongaguá,
Peruíbe, Praia Grande e São Vicente.
A iniciativa mobiliza famílias, comunidades, governos,
adolescentes e jovens para criar mecanismos e processos
capazes de prevenir, detectar e superar todas as formas
de violência contra crianças, adolescentes e jovens.
Dessa forma, o Crescer com Proteção atua para fortalecer
o Siastema de Garantia de Direitos e a oferta de serviços
especializados para meninas e meninos vítimas de violência.
E, ainda, para a formulação e implementação de políticas
públicas, programas e protocolos em respostas às violências.

SÃO PAULO
São Vicente

Itanhaém

Peruíbe
Praia
Grande

Mongaguá

Iguape

Ilha Comprida

OCEANO

© UNICEF/BRZ/João Ripper
Cananéia ATLÂNTICO

5
 Análise de indicadores
sobre privações de direitos
e suas múltiplas dimensões,
bem como do Sistema de
Garantia de Direitos.
Ciclos de
formação
Mobilização, com gestores
formação e municipais
engajamento
de jovens e COMO e atores do
Sistema de
adolescentes.
FUNCIONA? Garantia
de Direitos.
Por meio de uma
série de ações como:

Realização Engajamento
de campanhas, de prefeitos
webinários e secretários
e eventos.

© UNICEF/BRZ/Gabriel Oliveira
municipais.

RESULTADOS
ESPERADOS
80
PROFISSIONAIS DO
128
ADOLESCENTES
240
PROFISSIONAIS
80
PROFISSIONAIS
500
MIL PESSOAS
SISTEMA DE GARANTIA E JOVENS DE ASSISTÊNCIA DE EDUCAÇÃO, sensibilizadas
© UNICEF/BRZ/Thais Nozue

8 300
DE DIREITOS E DAS ENGAJADOS, SOCIAL, EDUCAÇÃO, ASSISTÊNCIA sobre os
POLÍCIAS CIVIL E MILITAR incluindo SAÚDE, POLÍCIAS SOCIAL E SAÚDE, impactos
capacitados na implantação 32 adolescentes e CIVIL E MILITAR DO GOVERNO E DA negativos das
MUNICÍPIOS PROFISSIONAIS dos mecanismos de jovens participando com ferramentas SOCIEDADE CIVIL violências
com planos e DE EDUCAÇÃO, Escuta Especializada e de formação, aprimoradas para capacitados para a contra
mecanismos ASSISTÊNCIA Depoimento Especial para mobilizando identificar, encaminhar construção de Planos crianças e
multissetoriais de SOCIAL E SAÚDE toda criança ou adolescente outros 96 jovens e atender crianças Municipais da Primeira adolescentes.
monitoramento capacitados na testemunhas ou vítimas de e seus pares para vítimas de todas as formas Infância, como forma
e coordenação estratégia de violência, principalmente criação de Núcleos de violência de forma de enfrentamento
aperfeiçoados. Busca Ativa Escolar. a violência sexual. de Cidadania. integrada e intersetorial. às violências.

6 7
 QUEM FAZ A INICIATIVA CRESCER
COM PROTEÇÃO ACONTECER
REALIZAÇÃO

© UNICEF/BRZ/Kita Pedroza
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF)
trabalha em alguns dos lugares mais difíceis do planeta, para
alcançar as crianças mais desfavorecidas do mundo. Em 190
países e territórios, o UNICEF trabalha para cada criança, em
todos os lugares, para construir um mundo melhor para todos.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) tem como atribuição

fiscalizar o cumprimento da legislação trabalhista quando houver
interesse público, procurando regularizar e mediar as relações
entre empregados e empregadores, seja no âmbito judicial
ou administrativo. Compete também ao MPT propor as ações
necessárias à defesa dos direitos e interesses dos menores,
incapazes e índios, decorrentes de relações de trabalho.

PARCERIAS TÉCNICAS
O Instituto Camará Calunga foi fundado em 1997 na cidade
de São Vicente e tem como principal objetivo defender e
promover os direitos humanos, em especial de crianças e
adolescentes. Atua em processos de formação a partir da
realidade de seus participantes, desenvolvendo questões como
coletividade, cidadania e pensamento crítico. É apoiado por
organizações públicas e privadas, como a Fundação Itaú Social.

A Agenda Pública é uma Organização da Sociedade Civil

de Interesse Público (OSCIP) com o propósito de tornar os
serviços públicos brasileiros mais inteligentes, simples e
humanos. Para isso, combina esforços de governos, iniciativa
privada e sociedade civil para fortalecer equipes, instituições
e territórios, ampliando capacidades, oportunidades e
bem-estar para um desenvolvimento sustentável e inclusivo.

PARCERIAS LOCAIS
Prefeitura de Cananéia, Prefeitura de Ilha Comprida, Prefeitura de Iguape,
Prefeitura de Peruíbe, Prefeitura de Itanhaém, Prefeitura de Mongaguá,
Prefeitura de Praia Grande e Prefeitura de São Vicente.

9
 ENTENDA ESTE GUIA CONTEXTO
Este guia é para você, adolescente, jovem mobilizador COVID-19
e educador da iniciativa Crescer com Proteção. O início das ações da
O material traz dicas e atividades para apoiar sua iniciativa Crescer com
mobilização, formação e participação cidadã. Proteção coincidiu
A primeira parte do guia apresenta um resumo da estratégia com a emergência
que visa engajar meninas e meninos nos esforços para sanitária vivida no Brasil
superar todas as formas de violência contra crianças, e no mundo, devido à
adolescentes e jovens. Conta também com uma série de pandemia da Covid-19.
orientações para a criação de núcleos de cidadania de Nesse cenário, uma
adolescentes e jovens. Já a segunda aborda seis desafios série de reformulações
temáticos. Para cada um deles reúne informações, referências precisaram ser
e propostas de ações a serem realizadas com adolescentes realizadas, buscando
e jovens, com a comunidade e com o poder público. Por atender as medidas
fim, oferece modelos de instrumentais para ajudar no de isolamento social,
planejamento, registro e monitoramento das atividades. decretadas pelas
O guia não é um manual para ser seguido à risca! É, antes autoridades públicas para
de tudo, a proposta de um caminho que deve ser usada a conter a disseminação do
partir da realidade, repertório e necessidade de cada grupo. novo coronavírus e evitar
A ideia é proporcionar debates e experiências sobre os o adoecimento e a morte
temas essenciais para a proteção de crianças, adolescentes de milhares de pessoas.
e jovens. Além de motivar a participação de meninas e Por isso, as atividades
meninos nos processos decisórios de cada município. aqui propostas foram
Ele se apresenta como uma trilha de aprendizagem. pensadas em um
Nele você encontra um conjunto de assuntos relevantes contexto apropriado
para a formação sociopolítica de meninas e meninos apenas para encontros
e, também, propostas de ações cujos objetivos virtuais. Mas, assim que
são colocar em prática os aprendizados e gerar for seguro — de acordo
mobilização de outros(as) adolescentes e jovens. com as recomendações
sanitárias de cada
O guia será usado, na primeira fase da iniciativa,
município — as
por educadoras e educadores sociais, responsáveis
atividades podem e
pela formação de meninas e meninos. E, na segunda
devem ser realizadas
etapa, vai apoiar os próprios adolescentes e jovens
também presencialmente,
mobilizadores na criação dos núcleos de cidadania.
favorecendo a
As portas do UNICEF e dos seus parceiros locais apropriação dos
estarão sempre abertas para você, adolescente, jovem territórios e o
mobilizador e educador, para que possa tirar dúvidas, fortalecimento de
© UNICEF/BRZ/Gabriel Oliveira

comentar e sugerir maneiras de ampliar a participação vínculos entre o grupo.

cidadã de meninas e meninos em suas cidades.

10 11
 QUEM FAZ PARTE,
ESTRATÉGIAS DIRETAMENTE, DA
PARA ESTRATÉGIA
MOBILIZAÇÃO DE DE MOBILIZAÇÃO
DE ADOLESCENTES
ADOLESCENTES E JOVENS?
E JOVENS
EDUCADORES
A equipe do Instituto Camará Calunga é responsável
pela mobilização e formação de adolescentes e
jovens e pela realização de ações sobre os seis
desafios temáticos. Eles(as) apoiam meninas
e meninos dos municípios em um conjunto de
AQUI VOCÊ CONFERE atividades que promovam a participação cidadã
AS LINHAS GERAIS em torno da proteção dos seus direitos.
DA ESTRATÉGIA DE
MOBILIZAÇÃO DE
ADOLESCENTES E
JOVENS DA INICIATIVA
CRESCER COM PROTEÇÃO. ARTICULADORES MUNICIPAIS
agentes públicos indicados pelo(a) prefeito(a)
que intermediam as relações entre o UNICEF,
os parceiros(as) da iniciativa Crescer com Proteção

COMO ACONTECE?
e a prefeitura. São responsáveis por apoiar os
parceiros no engajamento dos representantes do
poder público e facilitar o diálogo de adolescentes
Estão previstas duas fases de e jovens com gestores públicos de diferentes áreas.
mobilização de adolescentes e jovens.
Na primeira delas, 32 meninas e
meninos — quatro de cada município,
vão participar de um processo de
formação e desenvolver atividades sobre
os seis desafios temáticos propostos.
ADOLESCENTES E
Na segunda etapa, esse grupo vai JOVENS MOBILIZADORES
mobilizar outros 96 adolescentes e 32 adolescentes e jovens (quatro de cada município),
jovens e criar núcleos de cidadania de mobilizados na primeira fase do projeto, vão
adolescentes e jovens para fortalecer participar de atividades de formação e realizar ações
para engajar mais 96 meninas e meninos para a
© UNICEF/BRZ/Rayssa Coe

a participação infanto-juvenil nos seus formação dos núcleos de cidadania de adolescentes

municípios. Saiba mais na página 16. e jovens, na segunda etapa das atividades.

12 13
 QUAIS SÃO OS DESAFIOS

© UNICEF/BRZ/Raoni Libório
TEMÁTICOS PROPOSTOS?
Para promover uma agenda contínua de proteção de crianças,
adolescentes e jovens, são propostos seis desafios temáticos:

DESAFIO 1 DESAFIO 4
Prevenir todas as formas Enfrentar o racismo.
de violência contra
crianças e adolescentes.

DESAFIO 2 DESAFIO 5
Promover o direito Conhecer e divulgar a Lei
à inclusão digital e ao da Aprendizagem – diálogos
uso seguro da internet. entre trabalho e educação.

DESAFIO 3 DESAFIO 6
Promover a Busca Promover o direito à arte,
Ativa Escolar e a à cultura e ao esporte
troca de saberes. seguro e inclusivo.

COMO PROMOVER A PARTICIPAÇÃO O objetivo é engajar meninas e meninos na construção de soluções para cada um
PERMANENTE EM ESPAÇOS PÚBLICOS? deles. Por isso, este material traz um conjunto de atividades nas quais adolescentes
e jovens terão a oportunidade de refletir sobre os desafios, criar propostas e engajar
VÍNCULO COM O CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA suas comunidades e o poder público em torno desses temas. Cada atividade inclui:
E DO ADOLESCENTE (CMDCA) A ideia é que os núcleos atuem em diálogo

1 2 3
regular com o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
(CMDCA) e o da Juventude, para ampliar a participação de adolescentes e jovens
nessas instâncias e garantir que os(as) representantes, tanto da sociedade
civil como do governo municipal, tomem decisões levando em consideração
a opinião e as propostas do grupo sobre questões ligadas a seus direitos. Uma ação a ser Uma ação de Uma ação junto à GESTÃO
realizada com MOBILIZAÇÃO SOCIAL MUNICIPAL para estimular que
ATIVIDADES COM GESTORES(AS) PÚBLICOS É possível organizar diferentes atividades
ADOLESCENTES em que adolescentes as secretarias de governo, a
como eventos, rodas de conversa, entrevistas, ou aproveitar uma atividade planejada da E JOVENS; e jovens mobilizadores Câmara de Vereadores e demais
iniciativa Crescer com Proteção, para que os(as) adolescentes e jovens apresentem os convidam seus pares instâncias governamentais
resultados alcançados, ou suas demandas, a representantes do setor público municipal. para atuar em relação se abram para a participação
ao desafio temático; e cidadã de adolescentes e jovens.
REPRESENTAÇÃO EM FÓRUNS, CONSELHOS E/OU REDES LOCAIS Como forma de
ampliar a sua capacidade de articulação comunitária, os núcleos podem se engajar em
espaços da sociedade civil que atuem para a promoção, defesa e garantia dos direitos É importante que os núcleos realizem todas as etapas de cada atividade,
de crianças, adolescentes e jovens, tanto aqueles formais, quanto os informais. garantindo, assim, impactos na comunidade e nas políticas públicas.

14 15
 COMO CRIAR
UM NÚCLEO DE
ADOLESCENTES
E JOVENS?
Na segunda fase da iniciativa, AQUI VOCÊ
adolescentes e jovens mobilizadores CONFERE DICAS E
vão reunir outras meninas e ORIENTAÇÕES DE
meninos em núcleos de cidadania COMO FAZER ISSO
de adolescentes e jovens. Assim,
NO SEU MUNICÍPIO!
terão a oportunidade de colocar em
prática e ampliar seus aprendizados
e, ainda, continuar mobilizando suas
cidades, por meio da realização de
ações sobre os desafios temáticos
propostos neste material.

O QUE É O NÚCLEO
DE CIDADANIA
© UNICEF/BRZ/João Ripper

DE ADOLESCENTES
E JOVENS?
É um grupo composto por meninas e meninos
de 12 a 21 anos de idade, que se organizam em ATENÇÃO PRINCIPAIS OBJETIVOS
rede, discutem questões importantes para seu
desenvolvimento e mobilizam suas comunidades
Essa proposta é inspirada na
experiência do Selo UNICEF, uma
DE UM NÚCLEO DE CIDADANIA
e o poder público em torno de seus direitos. iniciativa realizada em municípios
do Semiárido e da Amazônia
Vale destacar a importância do núcleo Legal brasileira, para fomentar a
reunir adolescentes e jovens de diferentes participação cidadã de adolescentes. Garantir a realização do Ampliar os Compreender a Apoiar
No Semiárido, os núcleos são direito à participação cidadã conhecimentos perspectiva de adolescentes
raças e etnias, gêneros, sexualidades, com chamados de NUCA (Núcleo de de meninas e meninos, que é, de adolescentes adolescentes sobre em seu processo
deficiência, moradores(as) de várias regiões Cidadania de Adolescentes) e na ao mesmo tempo, um direito e sobre os o tema do desafio de desenvolvimento
da cidade, meninas e meninos engajados em Amazônia de JUVA (Juventude um instrumento para conhecer desafios em questão, e integral, e garantir
Unida pela Vida na Amazônia). e reivindicar seus direitos, trabalhados. levá-la à gestão que participem
outras iniciativas e aqueles(as) que nunca
Para saber mais acesse: http:// enfrentar vulnerabilidades municipal para que da melhoria das
participaram. Assim, é possível representar www.selounicef.org.br/ e superar desigualdades a considerem em condições de vida
a diversidade juvenil do município. que afetam suas vidas. suas decisões. em seu município.

16 17
 Tudo começa com a mobilização de adolescentes
e jovens para compor o núcleo. Separamos aqui
algumas ideias para fazer isso:

MAPEAR OS GRUPOS JUVENIS EXISTENTES

NA CIDADE E CONVIDÁ-LOS PARA UM
ENCONTRO VIRTUAL OU PRESENCIAL
(SE FOR POSSÍVEL), PARA DISCUTIR A
PROPOSTA DE CRIAÇÃO DO NÚCLEO.

QUANDO AS AULAS PRESENCIAIS VOLTAREM,

É POSSÍVEL VISITAR ALGUMAS ESCOLAS
E CONVERSAR COM OS(AS) ESTUDANTES
SOBRE O DIREITO À PARTICIPAÇÃO,
REFORÇANDO A IMPORTÂNCIA DO NÚCLEO.
UTILIZAR AS REDES SOCIAIS E OS
APLICATIVOS DE MENSAGENS PARA DIVULGAR
A IDEIA E CRIAR UM GRUPO OU AGENDAR
UM CHAT COM OS(AS) INTERESSADOS(AS);
Na segunda fase da iniciativa, adolescentes e #FICAADICA
jovens mobilizadores vão reunir outras meninas e O núcleo de cidadania de adolescentes
meninos em núcleos de cidadania de adolescentes e jovens pode criar um manifesto, no
e jovens. Assim, terão a oportunidade de colocar qual apresenta seus ideais, desejos
e propostas. Não precisa usar uma
em prática e ampliar seus aprendizados e, ainda, linguagem formal, pelo contrário,
continuar mobilizando suas cidades, por meio o objetivo é explorar formas de
© UNICEF/BRZ/Rayssa Coe

da realização de ações sobre os desafios expressão mais lúdicas e coloquiais.

temáticos propostos neste material.

1 2 3
CRIAMOS O NÚCLEO,
E AGORA?
Cada núcleo deve ter, no mínimo, 16 integrantes. Uma
vez constituído, é hora de informar sua existência junto
CRIAR REGISTRAR O PARTICIPAR DA MOSTRA
ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente (CMDCA). Esse processo é importante não
UM PLANO PLANO DE AÇÃO CULTURAL DA INICIATIVA
só para validar a criação do núcleo, mas para estabelecer DE AÇÃO JUNTO AO CMDCA CRESCER COM PROTEÇÃO
um diálogo permanente com o Conselho, garantindo O grupo deve fazer um Nessa etapa, o núcleo também Durante o evento, os núcleos criados em
maior incidência nas decisões do órgão que afetam, planejamento de tudo vai poder discutir com o cada município serão lançados publicamente.
diretamente, a vida de meninas e meninos da cidade. que pretende realizar Conselho as medidas necessárias A mostra é também um espaço para celebrar
O grupo vai contar com o apoio de educadores e do(a) em um período próximo. para implementar o plano. e vivenciar a diversidade cultural da região.
articulador(a) municipal para isso.

18 19
 O DIREITO DE SER a perspectiva de quem está na ponta das políticas
públicas, ou seja, das pessoas que precisam de
serviços de qualidade para se desenvolver. Sem
PARA SABER MAIS
Participação Cidadã de

ADOLESCENTE E JOVEM esse debate, os responsáveis pelas políticas públicas

não teriam acesso à riqueza das informações que
Adolescentes e Jovens
– Marco de Referência
(UNICEF, 2014)
os(as) adolescentes e jovens podem transmitir. https://www.unicef.org/
brazil/media/2481/file/
MENINAS E O Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece
Além disso, ao investir em adolescentes e jovens, Participacao_Cidada_de_
que cada menina e menino tem o direito à saúde,
MENINOS TÊM O fortalecendo a capacidade de responder às suas Adolescentes_e_Jovens_
à educação, ao esporte, ao lazer e à cultura, à formação marco_de_referencia.pdf
DIREITO DE SER para o trabalho, à convivência familiar e comunitária,
demandas, o município cresce acompanhando o
Competências para a
ADOLESCENTES crescimento das novas gerações, garantindo que Vida (UNICEF, 2018)
à proteção especial. O Estatuto da Juventude, aprovado
assumam a posição de tomadores de decisão com https://www.unicef.
E JOVENS. em 2013, também garante aos jovens todos os direitos
mais conhecimentos, mais habilidades e atitudes org/brazil/relatorios/
constitucionais, levando em conta as especificidades
ISSO SIGNIFICA favoráveis ao seu próprio desenvolvimento e ao bem- competencias-para-
dessa população. vida-trilhando-caminhos-
TER DIREITOS, estar coletivo de suas famílias e suas comunidades. de-cidadania
CONHECER Apresentamos a seguir um conjunto de desafios temáticos. Campanha 30 anos do
Seu município não está sozinho! Adolescentes
Eles tratam de assuntos essenciais para que adolescentes Estatuto da Criança e do
SEUS DIREITOS, e jovens possam ter esses direitos efetivados e viver essa
e jovens de oito cidades da Baixada Santista e do Adolescente (Canal Futura,
CRIAR DIREITOS Vale do Ribeira — Cananéia, Iguape, Ilha Comprida, UNICEF, Childhood, 2020)
etapa de forma plena, com oportunidades para desenvolver
Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande e

© Acervo Pessoal (mosaico)

https://www.unicef.
E PARTICIPAR DA capacidades e de transformar positivamente a realidade.
São Vicente — fazem parte desta rede de pessoas org/brazil/campanha-
CONQUISTA DE Todos ganham com a participação de adolescentes. engajadas e potentes pela melhoria da região
estatuto-crianca-
adolescente-30-anos
SEUS DIREITOS. Afinal, ao dialogar com eles, gestores conseguem perceber e pela proteção de meninas e meninos.

20 21
 ESTÁ NA LEI!
A Lei nº 13.431, de
4 de abril 2017, criou
o Sistema de Garantia
de Direitos da Criança
e do Adolescente Vítima
DESAFIO 1 ou Testemunha de
Violência e estabeleceu
PREVENIR TODAS a implantação dos
mecanismos especiais
AS FORMAS para a escuta e
depoimento de crianças
DE VIOLÊNCIA e adolescentes

CONTRA nessa condição.

PARA SABER MAIS:
CRIANÇAS, https://www2.camara.
leg.br/legin/fed/lei/2017/
ADOLESCENTES

© UNICEF/BRZ/João Ripper
lei-13431-4-abril-2017-
784569-publicacaooriginal-
E JOVENS 152306-pl.html

CONTEXTO VIOLÊNCIAS CONTRA CRIANÇAS,

Nas últimas décadas, o Brasil registrou importantes avanços na garantia dos ADOLESCENTES E JOVENS NO BRASIL
direitos de crianças, adolescentes e jovens. Eles foram possíveis graças a um conjunto

86.837 2,4 53,3% 4

de conquistas legais, dentre as quais se destacam a própria Constituição Federal
de 1988, o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) e o Estatuto da Juventude.
O avanço na legislação garantiu a realização de políticas e programas DENÚNCIAS MILHÕES DE DOS HOMICÍDIOS MENINAS DE
DE VIOLÊNCIA CRIANÇAS E REGISTRADOS ATÉ 13 ANOS
responsáveis pela redução expressiva na taxa de mortalidade infantil; CONTRA ADOLESCENTES NO BRASIL EM 2018, foram
a retirada de seis milhões de crianças e adolescentes do trabalho CRIANÇAS E ENTRE foram de adolescentes estupradas
infantil e a universalização do acesso ao ensino fundamental. ADOLESCENTES 5 E 17 ANOS e jovens de 15 a 29 anos por hora
foram registradas trabalhavam (30.873 assassinatos), no Brasil
Porém, as desigualdades sociais do País colocam em risco essas conquistas, em 2019 pelo no Brasil, segundo o Mapa da em 2019,
sobretudo, na segunda década de vida. Ao comparar a situação de adolescentes Disque 100 em 2016, em Violência 2020. de acordo
(serviço de sua maioria Homicídios têm sido com dados
e jovens com o conjunto da população brasileira, é possível observar que denúncia e pretos e pardos, a principal causa da do Anuário
eles compõem a parcela que é mais afetada pela pobreza e violência. proteção contra de acordo morte da população Brasileiro de
violações com dados juvenil no país, e as Segurança
Além disso, fatores como a origem étnico-racial, o sexo e a identidade de gênero, de Direitos da PNAD vítimas são, em sua Pública.
a orientação sexual, ter alguma deficiência ou até o lugar onde se vive, implicam Humanos). contínua. maioria, meninos negros,
pobres, moradores das
diretamente na possibilidade de um adolescente ou jovem sofrer violência. periferias dos grandes
Portanto, reconhecer e enfrentar todos os tipos de discriminação é um passo centros urbanos.
fundamental para superar todas as formas de violência contra meninas e meninos.

22 23
 DESAFIO 1 AÇÃO COM AÇÃO DE AÇÃO COM A
SUGESTÃO DE ATIVIDADES ADOLESCENTES E JOVENS MOBILIZAÇÃO SOCIAL GESTÃO MUNICIPAL

ATIVIDADE 1
Criar autorretratos: reconhecer o
contexto e as relações que nos afetam

Já pensou como o contexto em que vivemos e as relações

humanas que mantemos afetam a formação da nossa
identidade e presença no mundo?
Pensando nisso, a ideia é que adolescentes e jovens construam um autorretrato
para refletir e expressar quem são e o que compõe suas experiências de
vida. É possível explorar diferentes linguagens artísticas como desenho,
música, vídeo, dança, literatura, manifesto, entre outras narrativas!

© UNICEF/BRZ/Danielle Pereira
Propomos aqui um roteiro de perguntas que vão ajudar nessa tarefa:

Quais influências Quais as principais Como você vê o

você identifica caraterísticas contexto em que
na sua formação físicas, emocionais vive? Quais são as
enquanto e intelectuais você vulnerabilidades? Como O grupo pode reproduzir a oficina de autorretrato com outros(as)
pessoa? identifica em você? esse contexto afeta você? adolescentes e jovens da região, convidando-os a refletir sobre o
impacto do contexto e das políticas públicas no seu desenvolvimento.
Nesse mesmo O que O que fortalece você? Depois, é possível promover uma exposição — em algum espaço cultural
contexto, quais fragiliza e dá Quem são as pessoas em quem da cidade ou mesmo nas redes socais.
são as potências? medo em você? você confia? Em quais lugares
Do que você Como lida você se sente seguro(a)? Quais
gosta? com isso? atividades você gosta de fazer? Com o apoio do(a) articulador(a) municipal, o grupo pode promover
um encontro com gestores de políticas públicas e integrantes do
Depois de fazer os autorretratos, o grupo de adolescentes e jovens deve se Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA).
reunir para compartilhar as produções e conversar sobre as seguintes questões:
Durante a atividade, adolescentes e jovens devem expor os retratos produzidos
e propor que as pessoas presentes façam um autorretrato das políticas voltadas
Quais foram As reflexões que O que é necessário para
para a infância e juventude no município: quais são as suas características?
as principais surgiram têm relação superar as violências e
Como funcionam? Qual o orçamento destinado a elas? Quais os limites?
descobertas? com a garantia ou garantir um desenvolvimento
violação de direitos na pleno para cada criança, A ideia é reconhecer as fragilidades e fortalezas dessas políticas e
região onde vivemos? adolescente e jovem? pensar em como garantir a escuta permanente e a participação de
adolescentes e jovens no processo de aprimoramento dessas políticas.

24 25
 DESAFIO 1 AÇÃO COM AÇÃO DE AÇÃO COM A
SUGESTÃO DE ATIVIDADES ADOLESCENTES E JOVENS MOBILIZAÇÃO SOCIAL GESTÃO MUNICIPAL

ATIVIDADE 2
Refletir sobre as várias formas de violência

Existem várias formas de violência: física, Com a

MAPA MENTAL
psicológica, sexual, institucional, negligência ajuda do(a)
é uma forma
e trabalho infantil. A proposta desta atividade de representar articulador(a)
é reconhecer as violências que existem em cada visualmente ideias municipal, o grupo pode
ou conceitos.
território, muitas das quais nem nos damos conta. promover um encontro
Ele pode ser criado
no papel, lousa com representantes das
Para isso, o grupo de adolescentes e
ou em alguma secretarias de Segurança
jovens deve criar um MAPA MENTAL. ferramenta digital.
Pública e Assistência
A ideia é representar no mapa as violências que meninas Basta colocar um
tema central e ir Social para apresentar o
e meninos observam e/ou vivenciam no seu território. criando linhas que mapa mental e o vídeo
A partir das categorias apresentadas acima, o grupo o conecte com
produzidos. A partir disso,
deve criar conexões com as violências identificadas dentro outros subtemas,
para expressar a meninas e meninos podem
de cada uma e até incluir novas categorias. Em seguida, relação entre eles. apontar suas reflexões e
é importante discutir sobre as descobertas realizadas:
entregar reinvindicações
Como essas violências Como Para quem Como prevenir e propostas para o
se relacionam e/ou se isso nos podemos essas violências enfrentamento das
sobrepõem em nossas vidas? afeta? pedir ajuda? no território? violências que ocorrem
nos territórios onde vivem.

O grupo pode entrevistar outros adolescentes e jovens sobre suas a entrevista não deve ser
percepções das diferentes formas de violência e, a partir disso, gravada! E a pessoa que fizer
produzir um vídeo. Sugestões de questões para as entrevistas: o relato deve ser informada
sobre a possibilidade e os
Como essas violências Como Para quem Como prevenir canais por meio dos quais
se relacionam e/ou se isso nos podemos essas violências ela pode buscar ajuda.
sobrepõem em nossas vidas? afeta? pedir ajuda? no território?
Depois de editado, o vídeo
A ideia do vídeo é promover uma reflexão geral sobre o fenômeno da violência pode ser veiculado nas
e a percepção de adolescentes e jovens sobre as diferentes formas como ela se redes sociais. Não se esqueça
manifesta no território. Mas falar sobre esse tema é algo muito sensível e devemos de pegar a autorização

© UNICEF/BRZ/Rayssa Coe
ter alguns cuidados para não expor ou revitimizar as pessoas. Caso haja relato de uso de imagem e som de
espontâneo de violência sofrida ou presenciada, durante a coleta de depoimentos, cada jovem entrevistado(a).

26 27
 DESAFIO 1 AÇÃO COM AÇÃO DE AÇÃO COM A
SUGESTÃO DE ATIVIDADES ADOLESCENTES E JOVENS MOBILIZAÇÃO SOCIAL GESTÃO MUNICIPAL

ATIVIDADE 3 DESAFIO 1 MATERIAIS

Cartografar as violências sociais DE REFERÊNCIA
PESQUISAS, PUBLICAÇÕES
E CAMPANHAS
O Atlas da Violência (https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/), Anuário Brasileiro de
desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Segurança Pública 2019
registra e analisa os índices de múltiplas violências no Brasil. (Fórum Brasileiro de
Segurança Pública).
Ele destaca a violência em todas as suas dimensões como uma expressão
https://forumseguranca.org.br/
cruel das desigualdades sociais que persistem no nosso país. wp-content/uploads/2020/10/
A proposta desta atividade é que, adolescentes e jovens acessem o portal e anuario-14-2020-v1-final.pdf

investiguem os índices de violência da sua região. Com esses dados em mãos,
o grupo pode discutir algumas questões:
Quais são as principais Podemos apontar
formas de violência contra quais causas
crianças e adolescentes possíveis para
na nossa cidade? essas violências?
A partir das informações
pesquisadas sobre os índices
de violência no território,
o grupo pode identificar políticas e
programas, serviços e equipamentos
públicos e os atores do Sistema de
Garantia de Direitos, bem como o papel de
cada um no acolhimento e encaminhado
de casos de violência contra crianças,
adolescentes e jovens. Em seguida, deve
produzir notícias e outros conteúdos para
divulgar essas informações no município.
O material pode ser postado em uma
plataforma digital ou nas redes sociais,
Trajetórias interrompidas
(UNICEF, 2017).
https://www.unicef.org/
brazil/media/1261/file/
Como superá-las? Quais Trajetorias_interrompidas.pdf
pessoas, instituições e
FILMES E SÉRIES
processos precisam ser
Série Que Corpo é Esse?,
acionados para isso? produzido pelo Canal
Futura, UNICEF e Childhood.
Classificação: Livre.
https://www.youtube.com/
Adolescentes e jovens playlist?list=PLNM2T4DN
zmq6paUItPodBI6ULJFDRWzD_
devem pedir o apoio
Documentário Frutos
do(a) articulador(a) do Brasil — Histórias de
do município para organizar um Mobilização Juvenil, produzido
encontro com representantes pela Rede Aracati Brasil.
Classificação: Livre.
da Assistência Social e da
https://www.youtube.com/
Segurança Pública, para discutir watch?v=Qi8Rwp4Sdr0
os índices de violência contra Documentário Casamento
crianças, adolescentes e jovens, Infantil, dirigido por Raphael
os processos pelos quais Erichsen. Classificação: 12 anos.
esses índices são elaborados https://www.videocamp.com/
pt/movies/casamento-infantil
e quais são as estratégias de
Quem matou Eloá?
enfrentamento dessas violências. (Who killed Eloá?), dirigido
O grupo também pode apresentar por Lívia Perez. Classificação:
sugestões e estabelecer um 14 anos. Disponível no canal

© UNICEF/BRZ/Rayssa Coe
onde seja possível mobilizar a colaboração
da produtora DocTela.
de outros(as) adolescentes e jovens para canal permanente de diálogo
https://www.youtube.com/
a construção de um documento coletivo. com essas instituições. watch?v=4IqIaDR_GoQ

28 29
 SEGURANÇA
E CIDADANIA
NA INTERNET
DESAFIO 2 A internet é um espaço

PROMOVER público, como as ruas, as

praças e as praias. Muita
O DIREITO gente navega por aí, tanto
amigos como pessoas
À INCLUSÃO desconhecidas. Por isso,
é preciso ter muito cuidado
DIGITAL E AO ao utilizá-la, para aproveitar

USO SEGURO com mais segurança as

incríveis possibilidades
DA INTERNET que ela oferece, e se
esquivar dos riscos.

© UNICEF/BRZ/Diego Rocha
Confira algumas dicas
da Safernet, organização
não governamental que
trabalha com esse tema:
Respeitar a diversidade
CONTEXTO RISCOS NA REDE de culturas, personalidades
Atualmente, a internet faz parte do cotidiano de adolescentes e jovens. e opiniões.
Conhecer gente, namorar, conversar, aprender, fazer compras... Tudo parece
estar associado ao uso das tecnologias. Sem medo das tecnologias, as novas
gerações parecem não desgrudar do celular, usado quase como uma extensão
43%
DAS CRIANÇAS E
31%
DAS MENINAS E
Não disseminar
preconceitos de cor,
DOS ADOLESCENTES, 24% DOS MENINOS, gênero, religião, orientação
do próprio corpo. Verdade? Sim e não. Segundo a pesquisa TIC Kids Online
DE 9 A 17 ANOS, DA MESMA IDADE, sexual, de origem social ou
Brasil 2019, realizada pelo Comitê Gestor da Internet, 3 milhões de crianças e viram alguém ser declararam terem sido de qualquer outro tipo.
adolescentes, de 9 a 17 anos de idade, não têm acesso à internet no Brasil. discriminado na tratados de forma
Desses, 1,4 milhão nunca acessaram a internet. Os mais desconectados vivem internet em 2018. ofensiva na internet. Buscar fontes confiáveis
na zona rural e nas regiões Norte e Nordeste, e pertencem às classes D e E. de pesquisa.
O desafio da inclusão digital torna-se preocupante quando pensamos em
quantas oportunidades adolescentes e jovens sem acesso à internet perdem. 7%
DA POPULAÇÃO
22%
DECLARARAM
Não reproduzir materiais
que não foram feitos por
Já para aqueles que têm acesso à internet, o desafio é garantir um uso NESSA TER TIDO você como se fossem
saudável, livre dos riscos presentes na rede: conhecer alguém que pode FAIXA ETÁRIA CONTATO de sua autoria. Caso
disseram ter se com conteúdo venha a usá-los, dizer
não ser exatamente quem você pensou que fosse, se comunicar de forma sentido discriminados de violência
agressiva e/ou preconceituosa, ficar mal com aquilo que passa dos limites, na internet. na internet. sempre o nome do autor.
vivenciar alguma exposição imprópria e, ainda, acreditar em notícias falsas.
Fonte: Pesquisa TIC Kids Online 2016, CGI, 2019.

30 31
 DESAFIO 2 AÇÃO COM AÇÃO DE AÇÃO COM A
SUGESTÃO DE ATIVIDADES ADOLESCENTES E JOVENS MOBILIZAÇÃO SOCIAL GESTÃO MUNICIPAL

ATIVIDADE 1
Realizar em seu município a
campanha “Internet sem vacilo”

A proposta desta atividade é promover um debate a partir dos vídeos

da campanha #InternetSemVacilo e outros materiais disponíveis nas
referências deste desafio (página 35).
Após assistir aos vídeos, adolescentes e jovens podem discutir em grupo se os temas
abordados fazem parte de seu cotidiano. Algumas perguntas vão ajudar no debate:

Você, ou alguma Já precisou lidar Já observou Quando

pessoa que com situações casos de situações
conheça, já teve desconfortáveis intolerância desagradáveis
uma foto vazada por causa de um religiosa, na internet
na rede? Ou relacionamento preconceito acontecem,
compartilhou uma amoroso ou uma e/ou o que você
foto recebida? amizade na rede? desrespeito? costuma fazer?

Depois do debate, o grupo pode produzir uma série de materiais sobre o uso
seguro e cidadão da internet, considerando o contexto no qual vive. É possível
utilizar diferentes linguagens artísticas e midiáticas como cartazes, memes,
podcast, vídeos, histórias em quadrinhos (HQs).

Uma vez concluído Junto com o(a) articulador(a),

o material, é
hora de divulgar
o conteúdo nas mídias
sociais, escolas e meios
de comunicação do seu
município. Ao compartilhar o
conteúdo nas mídias sociais,
sugere-se o uso da hashtag
#InternetSemVacilo.
o grupo de adolescentes e jovens
pode agendar uma reunião com
um representante da gestão municipal
responsável pelo acesso gratuito à internet
nas escolas, para avaliar como esse acesso
tem sido utilizado em seu município em
favor da melhoria da qualidade da educação.
Se não houver escolas com acesso gratuito à
internet em sua cidade, o grupo pode aproveitar

© UNICEF/BRZ/Rayssa Coe
O grupo pode, ainda, criar para dialogar sobre como a gestão municipal
e usar mais uma hashtag pretende buscar soluções para garantir
da própria campanha. esse direito a professores e estudantes.

32 33
 DESAFIO 2 AÇÃO COM AÇÃO DE AÇÃO COM A
SUGESTÃO DE ATIVIDADES ADOLESCENTES E JOVENS MOBILIZAÇÃO SOCIAL GESTÃO MUNICIPAL

ATIVIDADE 2 DESAFIO 2 MATERIAIS

Identificar e divulgar redes, instituições e grupos DE REFERÊNCIA
de apoio a adolescentes e crianças que sofrem PESQUISAS,
PUBLICAÇÕES
ameaças ou violação de direitos na internet E CAMPANHAS
Campanha
#InternetSemVacilo,
A proposta da atividade é identificar e listar pessoas, do UNICEF.
sites, blogs, canais do YouTube, filmes e séries, podcast, https://www.unicef.org/
influenciadores digitais que produzam conteúdos brazil/internet-sem-vacilo
interessantes sobre situações de violação de direitos na internet, Guia Bullying não é
brincadeira, da Safernet.
como discurso de ódio, vazamentos de conteúdo íntimo, ameaças
https://new.safernet.
ou outros comportamentos nocivos que ocorrem na rede. org.br/content/
Com base nas referências, adolescentes e jovens podem criar bullying-n%C3%A3o-
%C3%A9-brincadeira
uma série de cards ou memes com atitudes de autoproteção
e cidadania na rede. Cada atitude pode ter o comentário de Infográfico Bullying:
saiba como evitar,

© UNICEF/BRZ/Rayssa Coe
um jovem do grupo sobre como seria possível desenvolver denunciar e ajudar
tal postura e indicando as referências sobre o tema. quem é vítima.
https://new.safernet.
org.br/content/
infografico-bullying
Uma vez elaborado o material, o grupo pode fazer sua
CANAIS DE APOIO
ampla divulgação pelas redes sociais e aplicativos de
Canal de Denúncia
mensagens, ou em espaços públicos, se for possível. da Safernet.
É interessante também colher comentários, dúvidas e relatos http://new.safernet.
de pessoas que acessarem o conteúdo. Isso daria subsídios org.br/denuncie
para a criação de novos materiais sobre o tema. Outra ideia é Canal de Ajuda
lançar enquetes com perguntas específicas, promovendo maior da Safernet.
http://new.safernet.
interação com o público. org.br/helpline

FILMES E SÉRIES
Confiar (Trust)
O material pode ser veiculado nas redes sociais oficiais (2011), dirigido por
dos serviços de proteção à adolescência e juventude, David Schwimmer.
Classificação: 14 anos.
como escolas, Centros de Referência em Assistência Social
(CRAS), Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente Ferrugem (2018),
dirigido por Aly Muritiba.
(CMDCA), secretarias, etc. Para essa ação, contem com o apoio do(a) Classificação: 14 anos.
articulador(a) municipal para mobilizar os responsáveis pelas páginas. O Dilema das Redes
Os(as) adolescentes e jovens ficam com a tarefa de interagir (The Social Dilemma)
© UNICEF/BRZ/João Laet

(2020), dirigido
com as publicações, fazendo comentários, marcando amigos por Jeff Orlowski.
e compartilhando em seus perfis pessoais. Classificação: 12 anos.

34 35

DESAFIO 3
PROMOVER
A BUSCA
ATIVA
ESCOLAR
E A TROCA
DE SABERES
CONTEXTO
É preciso encontrar e trazer para a escola os 1,9 milhão de crianças e adolescentes que
não estão estudando. Essa é a quantidade de meninas e meninos que não têm o direito à
educação formal garantido, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)
de 2017. Encontrar crianças e adolescentes que não frequentam as aulas, retirá-los de um
contexto de exclusão e trazê-los para a escola só é possível por meio de uma ação que
envolva diferentes áreas — educação, saúde, assistência social —, diferentes instituições,
como governo, sociedade civil, e com a participação ativa de adolescentes que vivenciam
os desafios para permanecer na escola, aprender fora e dentro dela e se desenvolver.
Por que não estão na escola? Os motivos são diversos e incluem barreiras socioculturais
como discriminação racial, preconceito, bullying, homofobia e transfobia, exposição à
violência e gravidez na adolescência, entre outras questões. Algumas razões estão ligadas
a barreiras econômicas, como a pobreza, que inclui o trabalho infantil e demais privações de
direitos. Entram na lista também problemas relacionados ao abuso e à exploração sexual.
O fechamento das escolas — embora necessário para conter a Covid-19 — teve
ainda tem impactos profundos na vida de crianças e adolescentes. Considerando as
desigualdades brasileiras, as opções de continuidade das aprendizagens em casa não
se deram da mesma forma. Antes da pandemia, 4,8 milhões de estudantes viviam em
casas sem acesso à internet — o que teve forte impacto nas oportunidades de acesso
ao ensino online na pandemia. Em agosto de 2020, 4 milhões de estudantes do ensino
36
OS NÚMEROS
DA EXCLUSÃO
ESCOLAR
1,9
MILHÃO DE CRIANÇAS
E ADOLESCENTES
estão fora da escola.
16,2%
É A TAXA DE
DISTORÇÃO
IDADE/SÉRIE
no ensino
fundamental e de
26,2% no ensino médio.
© UNICEF/BRZ/Ratão Diniz
Fonte: Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (PNAD)
fundamental (14,4%) estavam sem acesso a nenhuma atividade escolar. A maioria
negros, vivendo em famílias com renda domiciliar inferior a 1/2 salário mínimo. Escolas
fechadas tiveram também outros impactos. O tempo prolongado de isolamento
prejudicou a saúde mental. Sem acesso à merenda, a alimentação dos mais vulneráveis
piorou. E, longe da rede de proteção provida pela escola, crianças e adolescentes ficaram
ainda mais suscetíveis a diversas formas de violência, entre elas o trabalho infantil.
Entre as barreiras relacionadas à oferta educacional também estão o ensino
de conteúdos desconectados da realidade de adolescentes e jovens, a falta de
valorização dos profissionais da educação, o número insuficiente de escolas, a
falta de acessibilidade para estudantes com deficiência, e condições precárias de
infraestrutura e de transporte escolar. As barreiras políticas, financeiras e técnicas
tratam da insuficiência de recursos destinados à educação pública brasileira.
Superar cada uma dessas barreiras depende de um compromisso de todas as
pessoas. Estudantes podem mobilizar suas escolas no enfrentamento da exclusão
escolar deixando claro para os responsáveis quais as situações que os fizeram
parar de estudar e quais condições permitiriam que voltassem para a sala de aula.
As escolas podem investir em um trabalho preventivo para evitar o abandono e
o fracasso escolar. Além disso, as instituições educacionais sob coordenação da
Secretaria de Educação podem abrir as portas para adolescentes que pararam de
estudar, para que construam juntos os caminhos para seu retorno à sala de aula.
37
 DESAFIO
DESAFIO 33 AÇÃO COM AÇÃO DE AÇÃO COM A
SUGESTÃODE
SUGESTÃO DEATIVIDADES
ATIVIDADES ADOLESCENTES E JOVENS MOBILIZAÇÃO SOCIAL GESTÃO MUNICIPAL

ATIVIDADE 1
Mapear os contextos de exclusão
e as oportunidades de aprendizagem

Esta atividade sugere que adolescentes e jovens olhem para

sua cidade e identifiquem os equipamentos públicos e privados,
políticas públicas, pessoas e serviços que contribuem para a
aprendizagem, o retorno e a permanência na escola e, ainda, quais os contextos
que geram a exclusão escolar. Isso pode ser realizado da seguinte forma:

PASSO 1
Educadores e/ou jovens mobilizadores devem propor um roteiro de observação
do município, com questionamentos e provocações sobre o tema.

PASSO 2
Em seguida, adolescentes e jovens devem listar as informações
levantadas e discutir sobre os dados.

© UNICEF/BRZ/Danielle Pereira
Quais são as Quais Qual é o
Na cidade,
situações que dificuldades papel da
quais são os
provocam a encontram escola na
lugares onde
exclusão escolar para vida de
adolescentes
de adolescentes permanecer adolescentes?
mais aprendem?
e jovens? estudando?
O grupo pode convidar Com a ajuda do(a)
outras(os) adolescentes articulador(a), o grupo pode
PASSO 3 e jovens do município realizar uma audiência
A etapa seguinte é localizar (georreferenciar) essas descobertas num para um cine-debate com com representantes da Secretaria
mapa virtual. O legal é que este mapa pode ir ganhando novas camadas o documentário Nunca me de Educação e das Diretorias de
ao longo dos próximos desafios. sonharam, dirigido por Cacau Ensino para discutir as informações
Rhoden — veja como acessar coletadas. Na ocasião, adolescentes
PASSO 4
nos materiais de referência deste e jovens mobilizadores devem relatar
Depois dessas discussões, adolescentes e jovens de cada cidade devem
desafio (página 41). A atividade suas impressões sobre os contextos
escolher um tema mobilizador para a realização de um ensaio fotográfico.
pode acontecer virtualmente que contribuem para meninas e
Na hora de fazer as fotos, é importante respeitar a privacidade das pessoas
ou em formato presencial, meninos deixarem a escola e discutir
e pedir autorização, por escrito, para fotografá-las. As fotos vão compor
numa escola, organização social recomendações para garantir a
uma exposição, que pode ser virtual ou presencial.
ou centro cultural. permanência e o retorno escolar.

38 39
 DESAFIO 3 AÇÃO COM AÇÃO DE AÇÃO COM A
SUGESTÃO DE ATIVIDADES ADOLESCENTES E JOVENS MOBILIZAÇÃO SOCIAL GESTÃO MUNICIPAL

ATIVIDADE 2
Contribuir para a Busca Ativa Escolar no município

Após conhecer o contexto da exclusão escolar,

em cada cidade, com dados descritos neste material
e o mapeamento realizado na atividade anterior, a
turma pode fazer uma roda de conversa sobre a realidade da
educação em seu município. Para aquecer o debate, sugerimos
algumas perguntas: DESAFIO 3 MATERIAIS
DE REFERÊNCIA
O que existe Quais os Para Quais
PESQUISAS,
em sua escola desafios para que a relações PUBLICAÇÕES
que motiva você você seguir escola você vê entre E CAMPANHAS
a permanecer firme nos prepara estudos e Publicação Cenários
estudando? estudos? você? futuro? da exclusão escolar no
Brasil (UNICEF, 2017).
https://www.unicef.org/
Em seguida, podem conhecer a iniciativa da Busca Ativa Escolar –
brazil/media/481/file/
confira nos materiais de referência deste desafio (página 41). Cenario_da_exclusao_
escolar_no_Brasil.pdf
Iniciativa Busca
Ativa Escolar.
É a prefeitura que deve aderir à Busca Ativa Escolar.
https://www.youtube.com/
Com o apoio do(a) articulador(a) municipal, o grupo pode watch?v=I0HFdFR7SLg
promover uma reunião junto à prefeitura ou à Secretaria
FILMES E SÉRIES
de Educação ou de Assistência Social, para propor a adesão
Documentário Nunca
à Busca Ativa Escolar. Se o município já fizer parte da iniciativa, me sonharam (2017),
o grupo de adolescentes e jovens pode combinar uma maneira direção de Cacau Rhoden.
de monitorar e contribuir com sua a implantação. Classificação: Livre. Clique
aqui para agendar uma
exibição do filme, na
plataforma Videocamp.
Após a reunião com gestores(as) de políticas públicas https://www.videocamp.
com/pt/movies/
sobre a Busca Ativa Escolar, adolescentes e jovens do
nuncamesonharam
município podem acompanhar as ações, divulgando a
Documentário Pro dia
iniciativa em suas comunidades, para garantir a colaboração de nascer feliz (2005),
diferentes pessoas e instituições — líderes religiosos, associações
© UNICEF/BRZ/Ratão Diniz

direção de João Jardim.

de bairro, artistas etc. Para isso, podem utilizar a comunicação Classificação: Livre.
comunitária e as mídias sociais.

40 41
 ESTÁ NA LEI!
As leis 10.639/2003
e 11.645/2008 tornam
obrigatório o ensino
da história e da cultura
afro-brasileira, africana
DESAFIO 4 e indígena em todas
as escolas, públicas e
ENFRENTAR particulares, no ensino
fundamental e no ensino
O RACISMO médio. Essas duas
legislações, que alteram
a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional
(LDBEN), regulamentam os
conteúdos sobre a cultura
e a história desses dois

© UNICEF/BRZ/João Ripper
povos com importantes
contribuições para o país.

CONTEXTO DISPARIDADES
Desde criança, aprendemos que a população brasileira tem diversas raízes culturais,
é composta por diferentes cores, línguas e sotaques, e que seus costumes têm
influência de países africanos, europeus, orientais e dos povos originários do Brasil – 32,2%
DAS CRIANÇAS
56%
DA POPULAÇÃO
os indígenas. A combinação dessas características gerou múltiplas identidades,
INDÍGENAS NA BRASILEIRA
que compõem o povo brasileiro. Essa enorme diversidade é nossa grande riqueza. AMAZÔNIA concordam
Mas, assim como a diversidade, a desigualdade também tem sido uma marca são afetadas por com a afirmação
desnutrição crônica. de que “a morte
do Brasil. De modo que, nascer branco(a), negro(a) ou indígena determina se Enquanto a violenta de
a pessoa terá mais ou menos acesso aos direitos. média do Brasil é um jovem negro
7% (Sisvan, 2016). choca menos
Os números do quadro ao lado são apenas alguns dos que evidenciam o impacto a sociedade do

4
que o racismo tem exercido sobre crianças, adolescentes e jovens negros e indígenas. que a morte de
Para enfrentar essas violações é preciso reconhecer que a diversidade — ou, em outras um jovem branco”
(Secretaria
palavras, “a diferença” — não é justificativa para a discriminação ou a prática do racismo. VEZES MAIOR É O Especial de
Bem como enxergar e superar a falta de representatividade de alguns grupos étnico- RISCO DE MORRER Políticas de
POR HOMICÍDIO Promoção
raciais nos livros infantis, na TV, nas revistas e na escola. Esse apagamento da história e para adolescentes da Igualdade
identidade negra e indígena, reforça a falsa ideia de que a cor da pele determina os papéis negros de 10 a 19 anos

© UNICEF/BRZ/Rayssa Coe
Racial –
sociais das pessoas. Enfim, é preciso entender o racismo de forma estrutural, reivindicar que para adolescentes SEPPIR –
de cor branca. e Senado
políticas públicas e ações sociais que afirmem e respeitem essas identidades diferentes, (Datasus/Sim, 2018). Federal, 2012).
promovendo assim a equidade racial. Valorizar a diferença é promover igualdades.

42 43
 DESAFIO 4 AÇÃO COM AÇÃO DE AÇÃO COM A
SUGESTÃO DE ATIVIDADES ADOLESCENTES E JOVENS MOBILIZAÇÃO SOCIAL GESTÃO MUNICIPAL

ATIVIDADE 1 ATIVIDADE 2 DESAFIO 4 MATERIAIS

Mobilização por uma infância sem racismo Produzir conteúdo sobre DE REFERÊNCIA
identidade negra e indígena PESQUISAS,
PUBLICAÇÕES
O grupo deve acessar alguns materiais que questionam o racismo E CAMPANHAS
e discutir a promoção da equidade racial no Brasil. Em seguida, O Litoral Sul de São Paulo abriga muitas Campanha “Vidas
comunidades quilombolas, caiçaras e indígenas, Negras”, da ONU.
pode promover uma roda de conversa sobre como a adolescência https://vidasnegras.
é impactada pelo racismo, e quais seriam as estratégias para fazer uma o que lhe atribui uma diversidade cultural única. nacoesunidas.org/
Nesta atividade, adolescentes e jovens podem contatar
mobilização contra o racismo em cada município. Material da campanha
figuras de referências, líderes e descendentes desses povos “Por uma infância sem
para pesquisar os principais elementos que caracterizam racismo”, do UNICEF.
Quem seriam Quais mensagens Como divulgar Como acessar as identidades negras e indígenas, assim como as figuras https://www.unicef.org/
os atores são importantes essas mensagens as crianças, brazil/comunicados-de-
históricas relevantes. Ao investigar essas histórias, imprensa/unicef-reativa-
a serem transmitir com (por vídeos, memes, adolescentes meninas e meninos podem compartilhar suas próprias campanha-de-prevencao-
mobilizados? essa mobilização? música, poesia etc.)? e jovens? trajetórias, que, certamente, estão marcadas e entrelaçadas ao-racismo-com-foco-em-
criancas-e-adolescentes
com as memórias dessas comunidades na região.
Para inspirar essas ações, confira os materiais de referência ao final deste SITES, PERFIS E
Em seguida, a sugestão para a turma seria a produção de CANAIS ONLINE
desafio (página 45). uma série de conteúdos sobre isso, em formato de textos, Canal do PH Côrtes,
vídeos, podcast, fotos e outras linguagens para compor que trata do
um acervo da memória negra e indígena no município. protagonismo negro
na história do Brasil.
A ideia é criar em Uma comissão de adolescentes O grupo de adolescentes e jovens pode mobilizar https://www.youtube.com/
seu município uma e jovens pode se reunir com parcerias para apoiar a guarda e exposição desse watch?v=FW9S8tx3gos
mobilização, inspirada o(a) Secretário(a) de Educação memorial em algum espaço cultural da cidade. Perfil no Facebook
nas campanhas Por uma e representantes das diretorias de da Rede de Juventude
Indígena (Rejuind):
infância sem o racismo e Vidas Ensino e gestores das escolas do
https://www.facebook.
Negras. Tal mobilização deve município, para discutir como estão Nessa atividade, adolescentes e jovens podem com/rejuind
ser elaborada e implementada sendo implementadas a Lei 10.639, pesquisar quais organizações, movimentos
FILMES E SÉRIES
por adolescentes e jovens, com de 2003, e a Lei 11.645, de 2008, que sociais e lideranças atuam pelo enfrentamento
Série documental
base na realidade local e com tornaram obrigatório o ensino da história do racismo na cidade. Então, convidá-los a participar Guerras do Brasil.
muita expressão artística. e da cultura afro-brasileira, africana e de uma roda de conversa na qual se discuta temas doc (2019), dirigido
indígena em todas as escolas, públicas relacionados ao enfrentamento do racismo na região por Luiz Bolognesi.
A mobilização pode incluir
diversas ações como exibição e particulares, no ensino fundamental e no país. Durante a atividade, o grupo pode fazer o LIVROS
e produção de vídeos feitos e no ensino médio. A comissão pode lançamento do memorial criado na ação anterior. O que é Racismo
propor mais acompanhamento em Estrutural?, de Silvio
com celular, podcast, esquetes Almeida, publicado pela
teatrais, webnário, caravanas, relação à implementação das leis e Pólen Livros, em 2019.
saraus, slam, performances; com entregar o material produzido a partir Com apoio do(a) articulador(a) municipal, os(as) Ideias para adiar o fim do
ampla mobilização comunitária, das discussões realizadas pelo grupo jovens podem propor uma audiência pública na mundo, de Ailton Krenak,
seja na escola, nas mídias sobre as experiências de racismo vividas Câmara de Vereadores, sobre a valorização da identidade indígena da etnia Krenak e
publicado pela Companhia
sociais ou em outros espaços. pelos adolescentes e jovens da cidade. negra e indígena e a superação do racismo estrutural. das Letras, em 2019.

44 45
 ESTÁ NA LEI!
A lei estabelece regras para o
exercício do trabalho conforme a
idade. Confira no quadro a seguir:

IDADE CONDIÇÕES
DESAFIO 5 DE TRABALHO
Menos de Proibido.
CONHECER 14 anos

E DIVULGAR Entre 14
e 16 anos
Somente na condição
de aprendiz.

A LEI DA Entre 14
e 24 anos
Possibilidade de contrato
de aprendizagem.
APRENDIZAGEM – Entre 16 Permitido qualquer
DIÁLOGOS e 18 anos trabalho, desde que
não seja noturno,

ENTRE MUNDO perigoso ou insalubre,

ou ainda, realizado em
locais prejudiciais à
DO TRABALHO formação da pessoa.

© UNICEF/BRZ/Rayssa Coe
E EDUCAÇÃO A partir de
18 anos
Permitido qualquer
trabalho, mesmo noturno,
perigoso ou insalubre,
com as ressalvas
decorrentes do contrato
de aprendizagem.

CONTEXTO DESEMPREGO A LEI DA APRENDIZAGEM

São muitas as dificuldades para que adolescentes e jovens brasileiros(as) tenham ENTRE OS JOVENS A Lei 10.097/2000, ampliada pelo
acesso a um emprego formal, com garantia de permanência e manutenção desse vínculo.
Decreto Federal 5.598/2005,
E ao que parece, tais dificuldades são similares àquelas vivenciadas em relação ao

29,7% 32%
determina que empresas de médio
acesso e à permanência na escola. Os dois aspectos parecem estar intrinsecamente
e grande porte contratem jovens
relacionados, em um vínculo de duplo esforço negativo. Ou seja, quem está fora da
É A TAXA DE DA POPULAÇÃO de 14 a 24 anos como aprendizes.
escola tem maiores dificuldades para iniciar a vida no mundo do trabalho de forma
DESEMPREGO NESSA A Lei prevê circunstâncias e jornada
adequada e, de outro lado, quem inicia a vida no mundo do trabalho de maneira informal ENTRE FAIXA ETÁRIA
de trabalho especiais, que respeitem
e inadequada acaba por ter também dificuldades e problemas para se manter na escola. JOVENS DE trabalham na
18 A 24 ANOS, informalidade, a condição de desenvolvimento
Sendo assim, os caminhos para a solução e a superação de tais dificuldades estão integrados, no segundo ou seja, não e não atrapalhe a trajetória
devendo assegurar duas esferas de direitos: a escolarização e a profissionalização. trimestre têm vínculos
de 2020, mais empregatícios
escolar de meninas e meninos.
Esses são direitos que se combinam e visam ao pleno desenvolvimento da pessoa, que o dobro ou garantias SAIBA MAIS acessando os materiais
fortalecendo o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho digno, do que a da legais.
população em disponíveis nas referências
razão pela qual deve o Estado assegurar os meios necessários à sua implementação geral (13,3%). deste desafio (página 51).
por meio de políticas públicas eficazes.
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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 DESAFIO 5 AÇÃO COM AÇÃO DE AÇÃO COM A
SUGESTÃO DE ATIVIDADES ADOLESCENTES E JOVENS MOBILIZAÇÃO SOCIAL GESTÃO MUNICIPAL

ATIVIDADE 1
Conhecer os direitos de aprendizagem

Nesta atividade, o grupo é convidado a refletir sobre as relações

entre trabalho e educação, aprofundar seu conhecimento sobre
a Lei da Aprendizagem e outras que tratam desses temas.
Além de discutir o conteúdo deste guia, os(as)adolescentes e jovens
podem acessar o site do Programa Aprendiz Legal, da Fundação Roberto
Marinho e debater sobre o material referente ao Programa Aprendiz
Legal – veja nos materiais de referência deste desafio (página 51). Vale
também assistir aos curtas-metragens “A invenção da infância”, de Liliana
Sulzbach, “Bilú e João”, de Kátia Lund e “Vida Maria”, de Marcio Ramos.
Em seguida, será proposto um debate sobre educação e trabalho. Qual a
relação entre deixar a escola e buscar um trabalho? O que é mais importante
na vida dos participantes nesse momento: estudar, trabalhar, os dois?
Com base na discussão, o grupo pode elaborar um questionário com perguntas sobre
trabalho e estudos, que será utilizado na ação seguinte. Seguem algumas sugestões:

Por que O que Você acha que se tivesse tido Você acha
você não faria a oportunidade de trabalhar que é possível
continuou você como aprendiz numa empresa, conciliar o
seus estudos voltar a ganhando um salário, você trabalho e
na escola? estudar? teria continuado a estudar? o estudo?

© UNICEF/BRZ/Rayssa Coe
Para as entrevistas, cada adolescente e jovem do núcleo pode
identificar uma pessoa conhecida em seu município que tenha entre
15 e 24 anos de idade, que esteja fora da escola e que não tenha
concluído a educação básica. Ou que concilie trabalho e estudo.
É importante entrevistar pessoas conhecidas e informar que não se trata Com a ajuda do(a) articulador(a), o núcleo pode contribuir no
de uma pesquisa formal, e sim de uma atividade educativa dos(as) jovens. agendamento de uma reunião no Conselho Municipal dos Direitos
Informe-as que não terão seus nomes divulgados. da Criança e do Adolescente (CMDCA) e no Conselho Municipal da
Depois de realizar as entrevistas, o grupo vai se reunir para discutir e Juventude. Durante o encontro, o grupo poderá apresentar suas reflexões
estruturar os resultados em um material que retrate as situações apontadas sobre a Lei de Aprendizagem, bem como, sugestões para melhorar as
pelas pessoas entrevistadas. oportunidades de educação e profissionalização no município.

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 DESAFIO 5 AÇÃO COM AÇÃO DE AÇÃO COM A
SUGESTÃO DE ATIVIDADES ADOLESCENTES E JOVENS MOBILIZAÇÃO SOCIAL GESTÃO MUNICIPAL

ATIVIDADE 2
Mapear oportunidades de aprendizagem no município

A proposta da atividade é fazer um levantamento das condições de

trabalho atuais a partir da análise de leis, índices, relatos e textos que
discutam a relação entre trabalho e juventude. O grupo pode convidar
representantes de movimentos juvenis que atuam no campo do direito do
trabalho para a conversa.
Para inspirar o debate, uma sugestão é assistir ao filme Você não estava aqui,
dirigido pelo Ken Loach.

A proposta desta ação é que adolescentes e jovens identifiquem

as oportunidades de aprendizagem profissional no seu município
e na sua região.
É importante solicitar ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente a relação de entidades, governamentais e não governamentais,
responsáveis pelo desenvolvimento de ações de educação profissional em sua cidade.
Deve-se ainda, solicitar à prefeitura que informe quantas empresas
existem no município e quantas oferecem vagas na modalidade de aprendiz,
o(a) articulador(a) pode ajudar nessa tarefa.
Por fim, o núcleo pode realizar entrevistas com jovens aprendizes do município DESAFIO 5 MATERIAIS
sobre as condições de trabalho deles, a partir de questões como essas: DE REFERÊNCIA
Site do Programa Aprendiz Legal,
Como é ser No seu trabalho, todas as Você se sente seguro(a) da Fundação Roberto Marinho.
um jovem condições legais previstas da Lei e respeitado(a) no seu http://site.aprendizlegal.org.br
aprendiz? da Aprendizagem são cumpridas? ambiente de trabalho? Manual da Aprendizagem,
desenvolvido pelo Ministério
do Trabalho e emprego.
https://www.chegadetrabalhoinfantil.
org.br/wp-content/
O grupo pode marcar uma conversa com representantes do uploads/2017/02/aprendizagem_
pub_manual_aprendiz_.pdf
Ministério Público do Trabalho para apresentar a síntese das
descobertas e reflexões sobre a garantia do direito de aprendizagem Revista Viração – Edição
Especial sobre Trabalho.

© UNICEF/BRZ/Luiz Marques
e trabalho decente, produzidas nas ações anteriores. Os(as) adolescentes
https://issuu.com/viracao/
e jovens podem preparar, previamente, uma série de recomendações para
docs/edicao_112_issuu
entregarem ao representante durante a conversa.

50 51
 SITUAÇÃO
DO DIREITO
AO ESPORTE,
LAZER E
CULTURA
NO BRASIL
DESAFIO 6
PROMOVER 43,8%
O DIREITO DA POPULAÇÃO
COM ATÉ 14 ANOS
À ARTE, À viviam em municípios
sem cinema e 35,9%

CULTURA E moravam em municípios

sem museu, em 2018.
Crianças e adolescentes
AO ESPORTE compõem o grupo
com menos acesso a
SEGURO E equipamentos culturais.

INCLUSIVO
44%
DESSA POPULAÇÃO
SÃO PRETOS

© UNICEF/BRZ/Fred Borba
E PARDOS
e têm acesso mais
restrito, morando
em municípios sem
cinema, enquanto
entre os brancos esse
e projetos culturais juvenis; bem como a possibilidade número era de 34,8%.
CONTEXTO
de participação da formulação das políticas de

25,7%
As linguagens artísticas, as manifestações culturais e as práticas arte e cultura em seus territórios e no país.
esportivas são elementos da nossa expressão no mundo. Esses
direitos estão expressos na Constituição Federal de 1988, em marcos Da mesma forma, é imprescindível que meninas
DAS ESCOLAS
legais como o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Estatuto da e meninos possam realizar atividades físicas, PÚBLICAS DE
Juventude, e são tão fundamentais quanto todos os demais direitos. desenvolver hábitos saudáveis e usufruir dos ENSINO MÉDIO
benefícios do esporte para o desenvolvimento, não têm quadra de
Para um desenvolvimento pleno e integral é fundamental que que é diferente do esporte de alto rendimento — esportes. E a situação
é ainda pior no ensino
adolescentes e jovens reconheçam e valorizem as manifestações aquela prática intensa com foco na competição fundamental. Nessa
artísticas e culturais existentes. Que tenham acesso aos bens culturais e na superação dos limites. Além de fazer bem etapa, 62,8% não tem
produzidos no país e no mundo e que sejam, eles mesmos, capazes à saúde, o esporte contribui para melhorar o equipamento.
de se expressar por meio das diferentes linguagens artísticas. a autoestima, o equilíbrio físico e psíquico, a
Fonte: Sistema de Informações
A efetivação do direito à cultura compreende o acesso a equipamentos capacidade de interação social, a afetividade, as
e Indicadores Culturais do IBGE e
culturais, como teatros, museus, cinemas; o incentivo e fomento a coletivos percepções, a expressão, o raciocínio e a criatividade. Anuário da Educação Brasileira, 2018.

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 DESAFIO 6 AÇÃO COM AÇÃO DE AÇÃO COM A
SUGESTÃO DE ATIVIDADES ADOLESCENTES E JOVENS MOBILIZAÇÃO SOCIAL GESTÃO MUNICIPAL

ATIVIDADE 1 ATIVIDADE 2
Os relicários
Reconhecer, valorizar e fruir diferentes criados Mapear os lugares utilizados
manifestações artísticas e culturais podem para a prática de esportes,
compor um relicário cultura e lazer em seu município
da cidade. Com o
A atividade propõe um resgate das memórias apoio do articulador(a),
RELICÁRIO
culturais das famílias e dos territórios onde adolescentes e jovens A proposta desta atividade é criar
é um lugar
vivem os(as) adolescentes e jovens do grupo. ou objeto podem expor suas um mapa georreferenciado dos
A ideia é produzir um RELICÁRIO de memórias. para guardar produções em um espaços de cultura, esporte e lazer,
e proteger espaço cultural público.
Para isso, cada um(a) pode conversar com familiares para coisas
disponíveis no município. A ideia é utilizar o
A ideia é que, com mesmo mapa criado no Desafio 3.
descobrir aspectos da sua história pessoal e da comunidade. preciosas.
isso, consigam dar
Algumas questões podem ajudar nesse exercício: visibilidade para outras Com um mapa da cidade em mãos — impresso ou
abordagens sobre a virtual — adolescentes e jovens do núcleo devem
Qual a história Como era, no passado, E as expressões história da cidade e indicar os locais. Para cada um desses espaços,
da sua família? o local onde você vive? culturais e dar relevância para é importante incluírem uma foto ou vídeo e um
De onde vem, como Quais as principais religiosas figuras e expressões conjunto de observações, por exemplo: se é público,
chegaram a esse transformações que esse lugar (ritos, crenças, culturais que foram comunitário ou privado, se é um espaço formal ou
local? O que faziam? passou ao longo do tempo? festejos)? invisibilizadas, por informal, se é um espaço acessível para pessoas
conta dos processos com alguma deficiência, se é seguro, se precisa
de discriminação de melhorias, quem frequenta esses espaços.
O próximo passo é criar o relicário e isso pode ser feito de variadas formas,
étnico-racial.
com fotos e outros materiais colhidos durante as conversas, desenhos, Com o resultado do mapeamento em mãos,
poemas, objetos, recortes de jornais e revistas. o grupo deve discutir algumas questões:
Depois de prontos, o grupo deve compartilhar entre si os relicários e discutir:
o que há em comum nas nossas histórias e vivências? Como esses elementos Existem espaços adequados e em número
do passado implicam nas nossas vidas hoje? suficiente destinados ao lazer, cultura e esporte?

Existem barreiras Há espaços

Essa atividade consiste na realização que impedem destinados para
SARAU é uma
de um SARAU. Os saraus têm sido uma espécie de encontro que meninas, expressão ou
modalidade importante da expressão festivo, no qual as a população valorização de
artística e cultural das juventudes. O evento pode ser pessoas apreciam
e expressam LGBTQIA+, crianças culturas, produção
realizado presencialmente, em algum espaço frequentado
diferentes ou pessoas de arte e esportes
por adolescentes e jovens da cidade, ou virtualmente. atividades
© UNICEF/BRZ/Manuela Cavadas

com deficiência dos povos e

É interessante convidar artistas locais que representem artísticas, como
recitar poemas, frequentem esses comunidades
as culturas tradicionais, presentes no município,
cantar, performar. espaços? Quais são? tradicionais da região?
em especial, aquelas descobertas na ação anterior.

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 DESAFIO 6
SUGESTÃO DE ATIVIDADES

DESAFIO 6 MATERIAIS
Depois de finalizada a primeira ação, é
DE REFERÊNCIA
hora de divulgar o mapa. Para isso, o grupo
pode propor um passeio com outros(as) Projeto Caravana
adolescentes e jovens pelos espaços destinados dos Esportes.
à cultura, esporte e lazer, no território. https://www.youtube.com/
watch?v=wzoemMHRCJ0
A atividade pode acontecer virtualmente, por meio
da navegação coletiva pelo mapa georreferenciado. Projeto Portas Abertas
para a Inclusão –
Ou, se houver condições, presencialmente, numa curso para educadores.
espécie de excursão pelo território, passando por https://www.youtube.com/
alguns dos locais referenciados. watch?v=-yn3CtFbA8g

FILMES E SÉRIES
Documentário A batalha
Com o apoio do(a) articulador(a), o grupo de São Braz (2016), dirigido
deve propor uma reunião com os(as) por Adrianna Oliveira.
Classificação: Livre.
secretários(as) de Cultura e Esporte do
Para agendar uma sessão
município para apresentar o mapa e propostas para na plataforma VídeoCamp:
assegurar o direito à arte, cultura e esporte na cidade. https://www.videocamp.
Além disso, se houver um Conselho da Juventude com/pt/movies/a-
batalha-de-sao-braz
ativo, o núcleo pode procurar os representantes
das áreas de esporte e cultura e sugerir uma Documentário Território
do Brincar, dirigido por
rodada de discussões e formulação de Renata Meirelles e David
propostas sobre os temas. Reeks. Classificação: Livre.

MODELOS DE
FORMULÁRIOS PARA
PLANEJAMENTO
© UNICEF/UN043177/Sebastian Rich

E REGISTRO DAS
ATIVIDADES
56
 1 FORMULÁRIO DE PLANEJAMENTO DE ATIVIDADES 2 FORMULÁRIO DE REGISTRO DE ATIVIDADES
GRUPO A QUE SE DESTINA DESAFIO (Número e nome do desafio)

Adolescentes e jovens Mobilização social Gestão municipal

DATA ATIVIDADE DESENVOLVIDA

DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE

MODALIDADE

Presencial Virtual Ambas

DATA OU PERÍODO DE REALIZAÇÃO MUNICÍPIO

DESAFIO ATIVIDADE

OBJETIVOS
NÚMERO DE PARTICIPANTES (Meninas/Meninos)

RELATOS DAS ATIVIDADES (Por favor incluir breve descrição e principais resultados)

METODOLOGIA (Como será abordado o tema)

RESULTADOS ESPERADOS

Provocar adolescentes e jovens a participar ativamente das ações do projeto.

Produzir sugestões e recomendações para melhoria de políticas públicas.

Preparar adolescentes e jovens para mobilizar seus pares nos municípios em defesa
dos direitos humanos.
ANEXOS (Fotos, vídeos, produtos desenvolvidos, links, outros)
Outro:

RECURSOS/EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS

58 59
© UNICEF/BRZ/Suane Melo