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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

PEDAGOGIA

FELIX, Dilene; RA 1707601

SCARCELLI, João; RA 170303

HENRIQUE, Bruno; RA 1808996

A PEDAGOGIA DO AFETO

São Paulo
2021
A PEDAGOGIA DO AFETO

Trabalho de Conclusão de Curso para o curso de


Licenciatura em Pedagogia da Fundação
Universidade Virtual do Estado de São Paulo
(UNIVESP), sob a orientação da Tutora Ana
Carolina do Santos

Vídeo de apresentação: https://youtu.be/SbQPt0qAiVo

São Paulo
2021
SUMÁRIO

1 Sumário executivo 1

2 - Conceito do Negócio 4

2 - 1 História 5

2 - 2 Conceito Pedagógico 7

3 - Mercado e competidores 10

4 - Análise do setor 11

5 - Mercado-alvo 12

6 - Análise da concorrência 12

7 - Estrutura e operações 12

8 - Marketing e vendas 14

9 - Estratégia de crescimento 15

10 - Finanças 16

11 - Considerações finais 17

12 - Referências Bibliográficas 17
4

1 - Sumário executivo

Nosso negócio é cuidar de crianças, jovens e adultos com qualidade, e oportunizar os


idosos para que sejam incluídos no universo dos letrados. Oferecemos também a possibilidade
de aprender uma nova língua, a nativa tupi guarani, falada pelos indígenas da região de
Parelheiros. Nosso projeto de arte em tela cria a oportunidade de conhecer esse vasto universo
da arte e aprender a expressá-la de forma abstrata e figurativa. As crianças aprendem a ler e
escrever com auxílio de tecnologias da Informação e comunicação, além de focar a
afetuosidade com os outros alunos, tutores e animais domésticos presentes na instituição. A
empresa já atua no mercado há 5 anos, oferecendo serviço de cuidadora de crianças e tem
como diferencial contar com excelentes profissionais com formação superior. Nossa estratégia
é a de procurar parcerias e patrocínio, seja de órgãos governamentais ou recursos privados
para remunerar adequadamente nossos professores que hoje atuam de forma voluntária. Entre
eles um professor de educação física, artistas plásticos, professor de história e pedagogos. O
projeto já conta com certa infraestrutura: cadeiras e mesas na altura adequada para as crianças,
lousa e cantinhos temáticos, espaço de brincar, jardim, refeitório e quarto de descanso. Os
custos com água e luz são cobertos com as contribuições voluntárias e o imóvel é propriedade
de um dos fundadores. Objetivamos ampliar nosso negócio com a ampliação de nossas
instalações e parcerias estratégicas privadas ou governamentais.

2 - Conceito do negócio

O conceito de negócio aplicado aqui se refere à utilização da mobilização das pessoas


para fazer frente às ausências do estado ao disponibilizar vagas de creches, atuar na
alfabetização de adultos e na inclusão da cultura indígena. A tendência do neoliberalismo que
vivemos é a exclusão das minorias, minorias que aqui são nosso foco principal, negros,
indígenas, estrangeiros, pobres e iletrados. Aqueles que podem colaborar com mais costumam
cobrir os custos de quem pode pagar pouco, mas não deixamos de ter o suficiente para
alimentar a todos que chegam, seja de alimentos em nossa cozinha comunitária, seja em
cultura e educação.

2.1 - História
O faturamento atual coloca os professores voluntários numa situação de educar por
sentir nessa atividade uma missão. Nos últimos 2 anos passamos a observar um aumento nas
solicitações de reforço escolar, bem como de complemento de período escolar até que um dos
pais chegue no trabalho.
Atualmente temos 5 alunos presenciais e 1 que recebe aulas online. Temos no corpo
de funcionários a Professora pedagoga Eliade e na limpeza a colaboradora Edna. Os ofícios e
todas as iniciativas educacionais passam pelos cuidados do nosso secretário Paulo Eduardo e
da nossa vice-presidente Patrícia Carolina sempre estruturados e pensados pelo nosso
tesoureiro Jean. As decisões são tomadas em conjunto, de forma democrática, guiadas pelo
presidente João Scarceli, na atualidade percebemos que a manifestação do afeto entre
professores e alunos se torna mais difícil, mas não impossível.
Amor à profissão, amor às crianças, amor pelos animais, amor pelas plantas, amor
pelo coleguinha independente de sua origem. Esse é o objetivo do projeto Escolinha da Nova
Era do Instituto Universalista Xamânico Castelo Azul, instituição sem fins lucrativos fundada
em 05/06/2019 no Extremo Sul de São Paulo, em Parelheiros. A instituição tem entre seus
objetivos atuar na área da educação com diversas frentes além de aulas para crianças de 0 a 6
anos, escola de tupi-guarani, escola de Belas Artes e Educação de Jovens e adultos. Todos
esses projetos pensados sob essa ótica, do amor e respeito como princípio fundamental nas
relações de ensino aprendizagem, ou seja, usando o que chamamos de Pedagogia do Afeto.
Na escolinha da Nova Era, nosso projeto educacional, conseguimos uma voluntária
pedagoga que aceitou trabalhar conosco e montamos cantinhos temáticos em toda a sala além
de uma lousa bem grande e equipamentos de informática qual seja, computador de mesa com
câmera e microfone, além de internet via cabos de fibra ótica. Tendo em vista que “na
sociedade em rede, a virtualidade é a refundação da realidade através de novas formas de
comunicação socializável” (CASTELLS, 2006, p. 24.), escolhemos uma conexão de
qualidade e uso de vídeos do YouTube nas aulas bem como recursos de wi-fi disponíveis para
conexão via celular por toda a instituição. A interação com computador de mesa, câmera e
celular pode ser entendida como algo que não pode mais ser separado da realidade
educacional. Percebendo a necessidade de maior compreensão da língua tupi guarani,
criamos um curso de Guarani com integrantes das tribos locais que se dispuseram a ensinar a
nós, os não indígenas, a sua língua de forma oral e com tradução simultânea.
Outro projeto, ligado a escolinha da Nova Era, que começou a ser ativado
recentemente é a escola para alfabetização de adultos, adultos esses que posteriormente são
encaminhados para as provas do Encceja, quando desejam dar continuidade aos estudos,
porém a maioria deles deseja apenas adquirir a capacidade de leitura e escrita, que é nosso
foco.
Percebendo que várias pessoas mais idosas se constrangiam com situação de
analfabetismo, oferecemos essa alternativa não oficial, com foco na leitura e escrita, para
atenuar a dificuldade inicial e quiçá abrir caminhos para a continuidade dos estudos
futuramente. A escolinha de belas artes objetiva abrir o mundo das telas e tintas tendo como
público alvo pré-adolescentes e 3ª idade, dois grupos nos quais percebemos uma carência
grande de atividades culturais e lazer. Em parceria com a instituição Bike do Polo, na pessoa
de sua presidenta Roberta Batista, nossa vizinha, temos tentado mobilizar os jovens para o
lazer saudável e conscientização ecológica.
Nossa empresa presta seus serviços para os moradores do extremo sul em sua maioria
trabalham no centro da cidade e às vezes até do outro lado da cidade, passando boa parte de
seu dia dentro de ônibus migrando. Faz-se necessário muitas vagas em creches e o setor
público não supre a demanda. As opções disponíveis não contam com profissionais formados,
mas quando muito, alguém que tem segundo grau. Outro diferencial da empresa é o registro
bem como impostos em dia, além de atuar na área cultural e social, os princípios éticos que
direcionam todas as atividades são irradiados do conceito de amor fraternal, num contexto
amplo onde podem se inserir o mundo das plantas e flores, dos animais e outras culturas que
não a nossa, quer sejam nativos ou pessoas de outros países. É possível ser idealista e se
mover por idéias que acreditamos, e não só por dinheiro.
Nossa meta atual é a remuneração adequada de nossos colaboradores e buscar apoio
financeiro para as ações sociais e culturais. A expansão do nosso trabalho depende de uma
conscientização das pessoas de que podemos nos mobilizar e auxiliar independente de apoios
externos, mas com boa vontade e voluntariado já fizemos muito e pretendemos fazer mais
com patrocínio.

2.2 - Conceito Pedagógico

Na convivência plural, pessoas diferentes, idades diferentes, experiências diferentes,


todos serão beneficiados. Como se estivéssemos em uma cidade do interior onde um
velho contador de histórias senta ao lado de uma criança. A criança ouve com
entusiasmo, e o velho fica muito sério na sua nobilíssima missão de encantar o
pequeno. Imaginemos então que aquela criança é a mesma que está dentro de cada
um de nós, por ela nos damos conta da beleza invisível de atos e situações
aparentemente insignificantes. (CHALITA, 2001 p. 46/47)
Vários teóricos ajudaram a compor essa malha de conceitos que apontam para o amor e
a afetuosidade nas relações como o melhor caminho de ensino aprendizagem, entre eles Brasil
(1996), Castells (2006) , Chalita (2001) , Damásio (2004), Fino (2001), Freire (2014), Kenski
(2008), Marques (1992), Poppovic (1981), Rocha (1999), Rudolf Steiner (2000), Saviani
(2005) e Vigotski (2005). O formato pedagógico abarca as aulas de reforço e prestação de
serviço de creche, aulas de guarani, alfabetização de adultos e escola de belas artes.
Os resultados práticos dessa cultura de amor impactam principalmente na disposição e
bem estar das crianças. Damásio (2004), define sentimento como um comportamento
“invisível” aos outros, exceto ao proprietário, enquanto as emoções “são ações ou
movimentos muitos deles públicos, que ocorrem no rosto, na voz ou em comportamentos
específicos” (Damásio, 2004, p.35). Permitir a convivência de crianças com animais e plantas
auxilia na construção de uma consciência ecológica e de respeito com tudo que é vivo. O
artigo 29 da LDB (1996) apresenta que a finalidade da Educação Infantil é o desenvolvimento
integral da criança até 6 anos de idade em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e
social, complementando a ação da família e da comunidade.
Para Chalita (2001, pág. 244), “o amor é um dom especial que todos têm, porque todos
têm a capacidade de se emocionar, a capacidade da entrega, da solidariedade”.
Trazer a cultura indígena dos nossos vizinhos do extremo sul nos lembra o que Paulo
Freire diz: “estar no mundo necessariamente significa estar com o mundo e com os outros”
(FREIRE, 2014, p. 57).
Trabalhar na alfabetização de adultos especificamente acima dos 50 anos resgata o
amor próprio, inclui socialmente e instrumentaliza. Sobre isso, Chalita diz que a dignidade do
idoso é um aprendizado (CHALITA, 2001 p.43). Todos que participam desse projeto
possuem mais de 60 anos, inclusive o professor.
A arte oferecida nos aponta para o conceito de que ”trata-se da produção do saber, seja
do saber sobre a natureza, seja do saber sobre a cultura, isto é, o conjunto da produção
humana” (SAVIANI, 2005, p. 12), que pode ser oferecido a todos.
Recebemos uma doação de vinte cavaletes de pintura e uma caixa de telas, atualmente
a pandemia impede de fazer funcionar a escolinha de artes, mas os materiais já foram
amorosamente doados. Seguindo os teóricos da educação “reconstruir uma educação que
responda às exigências dos tempos atuais não significa o abandono do passado, o
esquecimento da tradição (Marques, 1992, p. 549), trazemos as tradições de brincadeiras de
rodas e canto coral, bonecas Waldorf e incentivamos a leitura de livros impressos.
Acreditamos que tudo isso se traduz em afeto e amor, respeito pelo ser humano como propõe
o Grande influenciador da pedagogia Waldorf e cofundador da antroposofia e Teosofia,
Rudolf Steiner, cujas obras inspiram nossa prática pedagógica e filosófica.
Nosso voluntário como professor de artes acadêmicas, Sr. Salmeirão, além de artista
plástico, trabalhou como instrutor no Mobral, e no EJA, suas aulas permitem contribuições
voluntárias para os professores, tendo em conta que a instituição não tem fins lucrativos,
temos buscado patrocínio junto aos órgãos públicos sem muito sucesso até agora, mas sem
que com isso deixemos de agir dentro de nossas possibilidades. Adolescentes e terceira idade
são nosso público alvo para os cursos de arte e EJA, crianças do fundamental 1 para
complementação de período de escola como creche e reforço escolar. Professores são nosso
público alvo para aprender a língua Tupi Guarani.
Em relação ao investimento necessário, além do imóvel próprio, que economiza
aluguel, foi confeccionado uma lousa de três metros e meio de comprimento por dois metros e
meio de altura e instalado um computador de mesa com boa conexão e repetidor de sinal para
uso de wi fi nos celulares de professores e alunos, a maior necessidade é melhorar a
remuneração dos professores. A vantagem competitiva da empresa, é trabalhar a relação de
respeito à natureza e aos animais é uma forma de sensibilizar para a vida, agregar alma ao
conhecimento, amor pelos estudos, fazendo com que as crianças desenvolvam aptidões e
autonomia. Acreditamos que sim, o desenvolvimento da coordenação motora, fala e até a
alfabetização são possíveis se os tutores forem devidamente instrumentalizados para atuar
nessa direção.
A necessidade de novas parcerias em editais considerando a possibilidade de apoio
governamental ou privado para nossos projetos, visando sempre assistir a comunidade naquilo
que necessita e busca na educação um ponto de apoio, uma alavanca de Arquimedes para
levantar-se de cabeça erguida na vida e integrar-se ao mundo atual. “Se uma decisão racional
se impuser igual à fome e à sede, ou seja, sem a minha participação ativa, então só me resta
segui-la coagidamente, e a minha liberdade é uma ilusão” (STEINER, 2000, p.19)
A Escolinha da Nova Era está localizada no Jardim Novo Parelheiros, próxima à Escola
Estadual Senador Alexandre, a algumas quadras do CEU e está próxima também do terminal
de ônibus da região.

2 - O que é a Pedagogia Afetiva

Busca desenvolver as habilidades socioemocionais através do afeto, incentivando e


despertando o aprendizado dos alunos, através das interações homem-animais, outras culturas,
além da contemplação artística através da pintura, esse despertar das emoções prepara o
intelecto e o lado cognitivo da criança, e é cada vez mais nítido e prazeroso para nós
educadores que transmitimos esse tipo de interação, perceber sua eficiência, pois entendemos
que só o amor ensina e pancada não educa ninguém, seja física ou verbal. O conceito de
trabalho educativo é o ato de produzir, direta ou indiretamente e intencionalmente, em cada
indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos
homens” (SAVIANI, 2005, p.13).
Vejamos o que nos sugere a esse respeito o teórico Poppovic em relação às
necessidades de crianças culturalmente marginalizadas com o intuito de desenvolver um
currículo que as atenda: O caminho que escolhemos foi o do desenvolvimento de materiais
curriculares para os anos iniciais do primeiro grau, destinado às crianças originárias das
camadas de baixa renda e a seus professores (POPPOVIC, 1981, p.20).
Focar nas dificuldades e limitações trazendo benefícios para tais grupos, transformar
desejos, anseios e necessidades é um objetivo claro. A mobilização social nesse momento de
pandemia é a solução para que a relação entre educação e as tecnologias de comunicação se
concluam e gerem frutos. As tecnologias sempre "devem ser utilizadas para integrar a escola e
a comunidade, de tal sorte que a educação mobilize a sociedade e a clivagem entre o formal e
o informal seja vencida" (KENSKI, 2008 p. 13).
Segundo Damásio (2004, p.16), “compreender a neurobiologia das emoções e
sentimentos é necessário para que se possam formular princípios, métodos e leis capazes de
reduzir o sofrimento humano e engrandecer o [seu] florescimento”.
O ato de educar não pode ser visto apenas como depositar informações nem transmitir
conhecimentos. Rocha (1999, p.11), questiona: “será possível pensar alternativas para a
educação da criança de zero a seis anos [...] rompendo com os parâmetros pedagógicos
estabelecidos a partir de ‘infância em situação escolar’ delimitada pela pedagogia?”.
Como Chalita, acreditamos que “o ato de educar só se dá com afeto, só se completa
com amor.” (CHALITA, 2001 p.1). Sobre a sociabilidade e a ação do professor sobre o aluno
nosso grande teórico da educação nos diz que “se, do ponto de vista científico, negamos que
o professor tenha a capacidade mística de ‘modelar a alma alheia’, é precisamente porque
reconhecemos que sua importância é incomensuravelmente maior” (VIGOTSKI, 2003, p. 76).
A assistência do professor em relação ao aluno “implica assistir o aluno proporcionando-
lhe apoio e recursos, de modo que ele seja capaz de aplicar um nível de desenvolvimento mais
elevado do que seria possível sem ajuda” (FINO, 2001, p. 82). Em relação aos povos
indígenas, nosso projeto “Romper fronteiras”, pretende promover o aprendizado da língua
falada por indígenas da região e interagir com a rica cultura guarani. Os voluntários recebem
contribuição voluntária de cada aluno participante durante cada aula ministrada e os nativos se
sentem orgulhosos de expor sua cultura, motivo de grande autoestima para eles ao serem
admirados e reconhecidos.

3 - Mercado e competidores

Segundo a edição do site do jornal El País de 13 de dezembro de 2020 em São Paulo,


sem ter onde deixar as crianças desde março, muitas famílias recorrem a ‘mães crecheiras’,
que às vezes cuidam de 25 crianças em suas casas.
Já o site de noticias da globo.com através de seus jornalistas Deslange Paiva, Glauco
Araújo e Patrícia Figueiredo em sua edição de 27/09/2020 afirmam que com a retomada
gradual da economia durante a quarentena imposta para controle do coronavírus, pais e mães
encontram dificuldades para encontrar quem cuide das crianças enquanto trabalham. Esse
dado é extremamente importante para nortear nosso projeto educacional.
Dentro desse entendimento, a instituição percebe que pode oferecer mais que simples
cuidados maternos e proporcionar educação de qualidade para crianças e jovens. Destaca-se a
formação específica em pedagogia de nossos profissionais e a estrutura disponível contando
com áreas livres e espaços amplos além de foco naquilo que chamamos de pedagogia do
afeto, dando ênfase na afetividade, compreensão, e interação social com diversas faixas
etárias.
A instituição tem estabelecido em seu estatuto a preocupação com a educação,
proporcionando oportunidade de desenvolver vários projetos com adultos, jovens e crianças.
O desenvolvimento do indivíduo se dá pela interação social e sociabilização. Nosso foco na
doçura funciona para o professor e influencia os alunos que no geral choram para não ir
embora, percebendo a atenção integral como sinônimo de amor e afetuosidade. Isso implica
em despertar o amor e prazer pelos estudos, o que não acontece debaixo de chicote ( verbal).
Como qualquer instituição escolar, mesmo atuando de forma mais afetuosa, o que na
verdade traduziria por atenção integral, porém sem a rigidez quase militar existente, buscamos
dialogismo e compreensão maior respeitando a criança como indivíduo e cidadão.

4 - Análise do setor

A tendência de crescimento nesse setor é imensa. A necessidade de deixar os filhos


com cuidadoras para poder trabalhar é cada vez maior. O lazer também não possui muitas
opções no extremo sul. A pandemia, juntamente com o fechamento das escolas aumentou a
procura por creches. Esse mercado se mostra promissor mesmo com o retorno das aulas
presenciais, a complementação do horário da escola se fará necessário no formato de creche,
dada às necessidades dos pais de se ausentar por períodos longos de casa. Nosso curso de
Guarani tende a ganhar importância junto aos grupos acadêmicos. As opções de curso de artes
também se destacam entre os jovens e pré-adolescentes.
A média de preços de cuidadoras da região, por mês chega 1 salário mínimo, e nossa
escolinha consegue subsidiar esse valor de forma notável com contribuições voluntárias,
mesmo que os pagamentos não ultrapassem 100 reais por criança, os professores se
consideram realizados com a oportunidade de ajudar uma comunidade tão carente de cultura e
educação. O mercado está segmentado da seguinte maneira, as pessoas que conseguem creche
pública estão muito satisfeitas, mas a grande maioria precisa complementar o horário mesmo
com vagas em creches que, em sua maioria não funcionam em período integral.
Em cada rua possui uma cuidadora, geralmente mãe ou adolescente que cuida de
crianças, em todas elas nenhuma cuidadora tinha curso de pedagogia. Outra atividade que tem
se destacado é auxiliar nas lições de casa, agora online. muitos pais analfabetos digitais
preferem contratar os serviços especializados para seus filhos. Nossas aulas online são
transmitidas por videochamada na rede social mais simples e conhecida, no Whatsapp.
Nossos riscos inexistem, apesar de restringirmos o número de alunos a 6 desde o início
da pandemia não temos despesas de aluguel e aceitamos as limitações do momento, a lotação
da sala de aula é de 20 crianças confortavelmente em dias normais, fora das restrições de
isolamento impostas.

5 - Mercado-alvo

Nosso perfil do comprador são mulheres que trabalham e precisam de quem cuide de
seus filhos, adolescentes que despertem curiosidade pelas artes, professores e simpatizantes da
cultura indigenista que está comprando os serviços de cuidadora atualmente mesmo sem
qualidade ou nenhum vínculo com a educação. A necessidade de substituir o vácuo das
escolas faz com que recorram às opções disponíveis.
Os fatores que influenciam a compra são a distância da residência e da escola
frequentada pela criança, além do custo. As aulas de reforço são contratadas mediante a
dificuldade dos pais em ajudar as crianças com as aulas online e as lições de casa. O Serviço
de creche pela necessidade dos pais de trabalhar fora. Há procura de adolescentes pela pintura
em tela, alguns pensando em se tornar grandes artistas. A contratação de aulas pode ser avulsa
ou mensal, o que facilita evitar a burocracia vigente na área educacional.

6 - Análise da concorrência

Para realizar nosso intento inserimos atividades com gravação de vídeos e gravação de
voz utilizando microfone e câmera no computador de mesa, ou mesmo no celular, com isso
combatemos outro fator limitante nos dias de hoje, o analfabetismo digital. Estamos
preparados para a Era digital e disponibilizamos amplos espaços para as crianças brincarem,
jardim com animais domésticos, aquário com carpas, sala de descanso e lotação máxima de
20 crianças, quando a nossa pedagoga conta com a ajuda de estagiários e voluntários sempre
sob sua coordenação, as necessidades de cuidado sendo atingidas parece que é o que satisfaz
os pais, no Castelo Azul as crianças têm os alimentos preparados na cozinha comunitária e
suas dependências possuem banheiro separado dentro da sala de aula com chuveiro quente.
No Castelo Azul, o número de alunos é sinônimo de qualidade nessa área, respeitamos
o exigido pela Lei, portanto, definimos que o espaço existente comporta no máximo 20
crianças, sendo que o espaço possui 100 metros quadrados de construção.
Consideramos parte do nosso sucesso advindo da boa formação da professora,
pedagoga, pois a mesma é graduada e sempre procura estar se reciclando através de cursos
profissionalizantes para se aprimorar perante sua classe profissional, outro dado importante
são as instalações e a tecnologia não explorada pelos concorrentes.
A parceria com o Bike do Polo permite-nos oferecer uma alternativa de esporte
saudável através do ciclismo ecológico. Juntos à prefeitura temos conseguido estabelecer
parcerias na área social, mas ainda temos esperança na possibilidade de obtermos patrocínio
para nossos professores de arte abstrata e figurativa, Sr Silvio e Sr Salmerão, que ensinam por
puro amor, a arte abstrata e acadêmica respectivamente, nos faz esperançosos. Ofícios serão
enviados novamente, confiantes que alguém há de olhar por nossa região, mas o trabalho de
formiguinha continua.
Muito nos orgulha a parceria com a ONG Pilares, na figura do presidente, Sr. Ivan e
Vera na relação com os indígenas da região. Foi possível auxiliá-los na obtenção de um barco
e no resgate das atividades de pesca, além de agricultura familiar. Junto ao Bike polo,
focamos na conscientização ecológica, através dos passeios de bicicleta desde o Castelo até a
Aldeia da Rainha, nossa filial localizada em meio às três tribos citadas.
Nosso Técnico de informática Rodrigo cuida da rede computadores que conta com 3
computadores de mesa em rede distribuídos pelos andares do Castelo. Nosso tesoureiro Jean
cuida de priorizar as necessidades mais prementes, temos uma pessoa formada em Educação
física, nosso segundo secretário Gustavo, cujo projeto é auxiliar o grupo de terceira idade,
todos voluntários, nossa pedagoga Eliade coordena as atividades educacionais.
A importância da formação afetuosa pesa enormemente no resultado final. O aluno
desperta o prazer e o amor pelo estudo. O mesmo pode-se dizer da atividade do Ensino de
Jovens e Adultos, onde o Professor Salmeirão, antigo professor do MOVA e do MOBRAL,
hoje aposentado, conta com a facilidade das práticas exercidas por anos a fio e sua
experiência de vida acima de tudo. Quiçá possamos comemorar outras parcerias e ver os
projetos educacionais de nossa instituição também aceitos no rol de projetos apoiados
oficialmente. Em relação à tecnologia, mesmo apostando no novo, mantemos uma lousa bem
grande , giz colorido e cadernos para desenhar com lápis de cor de verdade. A fusão do novo
e do velho se fará, do social com o empresarial, do branco e do índio e acima de tudo do
agente transformador consciente. Todas as iniciativas nasceram espontaneamente na
discussão dos problemas da região.

7 - Estrutura e operações

Nosso estatuto permite-nos o trabalho social ecumênico e cuidado com a educação,


devidamente registrado com número de CNPJ 38.379.166/0001-82 relativo à atividade
exercida.
A Escolinha da Nova Era conta com três pavimentos, onde no primeiro andar localiza-
se uma sala 8x4 com mezanino onde se realizam as aulas de arte e ações sociais, e conta com
um computador de mesa com internet de fibra óptica e câmera.
No segundo pavimento temos a sala de aula 8 x 4 mais banheiro com chuveiro com
lousa e computador de mesa com câmera e microfone além de outra área de 8 x 3 onde são
disponibilizados brinquedos e carrinhos, sendo essa área aberta.
No terceiro nível temos 10 cômodos onde estão localizados a cozinha comunitária e
quarto de descanso, quatro câmeras distribuídas na entrada, e demais pavimentos monitorados
da sala de escritório no terceiro piso.
Atividades que não se encaixam exatamente na área educacional são exercidas no
Castelo Azul na área social ( distribuição de roupas usadas, doação de cadeira de rodas, cestas
básicas) as iniciativas holísticas e terapias alternativas ( fitoterapia, reiki, massoterapia) cursos
profissionalizantes ( tarologia, quiromancia, litoterapia e cristalterapia) e exposição e vendas
de chapéus em parceria com Silvio Design de chapéu.
As vendas destinam 30% do valor para a casa, seja dos chapéus, seja das artes
indígenas (maracás, colares) artesanatos com cristais (japamalas, pêndulo) e cursos.
Contamos também com uma biblioteca com livros de temática educacional e holística
para empréstimo. Os tratamentos fisioterapêuticos e fitoterápicos têm contribuição voluntária,
o que contribui para o pagamento de água e luz, além de materiais de limpeza para a escola.

8 - Marketing e vendas

Quando chegamos em Parelheiros tínhamos um programa na rádio Mundial de São


Paulo onde fazíamos nossa divulgação. Mantivemos essa divulgação de 30 minutos semanais
por 5 anos. Nossos projetos são divulgados em redes sociais como Facebook, grupos de
WhatsApp, Instagram, LinkedIn e Twitter e YouTube onde constam mais de cem vídeos.
Também utilizamos a MKK Web Rádio e Web tv além de cartões e panfletos, placa na
entrada e a boa e velha divulgação de boca..
Atualmente, temos o programa na Rádio MKK onde divulgamos nossos cursos e
atividades por uma hora a cada 15 dias. Já estamos no ar na MKK há 6 anos. Pensamos que os
preços devem ser compatíveis com o alcance financeiro das pessoas moradoras da região, por
isso estabelecemos que as contribuições serão voluntárias até que tenhamos apoio dos órgãos
governamentais e/ou privados, a partir daí estaremos alinhados com o propósito de instituição
sem fins lucrativos e oferecemos todas as atividades educacionais gratuitamente.
Ainda temos uma forma inusitada de troca em forma de escambo em relação aos
indígenas, o que tem enchido nossas prateleiras de produtos indígenas que depois são
repassados às pessoas para adquirirem o artesanato e com isso divulgar a cultura e artesanato
indígenas.

9 - Estratégia de crescimento

Após uma pesquisa qualitativa com os alunos e pais para obter uma mostra do grau de
satisfação das crianças e principalmente de seus pais em relação a escolinha, que funciona
como creche e reforço escolar e avaliar seu “modus operandi”, recebemos um áudio da Mãe
de aluno “X”. Foi solicitado um depoimento de forma online usando a rede social atualmente
mais comum, o Whatsapp, para recolher o áudio que será transcrito na íntegra.
A mãe de aluno “X” comenta sobre o seu grau de satisfação e aquilo que mais se
destacou no seu ponto de vista:

“Bom dia, eu sou a “X”, mãe do do aluno “Y” que tem 10 anos, sou mãe do aluno “K” que
tem 2 aninhos. eles ficaram com a Professora Eliade (Pedagoga voluntária atuando na linha
pedagógica norteadora Waldorf) eles foram muito bem cuidados, aprenderam bastante, o
aluno “Y” não sabia ler e escrever e a professora Eliade ensinou...o aluno “K” aprendeu
andar, aprendeu falar...então eu só tenho a dizer que é uma profissional que tem uma
capacidade enorme de lidar com as crianças, eles amam a professora Eliade.”

Isso comprova o valor das práticas pedagógicas onde o afeto têm o papel principal,
como instrumento de ensino-aprendizagem. Nosso ponto forte de nossos profissionais, é a
linha educacional que privilegia a amorosidade e o afeto.
Outro fator de destaque é o limite de alunos, o que gera maior qualidade através da
atenção do professor se tornar mais integral, podendo se dedicar melhor a cada aluno.
Justamente nosso ponto fraco é o limite no número de vagas para manter essa qualidade. Tal
fator será corrigido futuramente com a construção de um quarto pavimento.
Por motivo da pandemia atividades de Artes ficam impossibilitadas devido ao
afastamento social, pois trata-se de algo bem concreto, pincéis, telas e tintas, bem como o
Curso de guarani, que exige a presença de tradutores e nesse caso os nativos possuem
dificuldades com a tecnologia quer seja por falta de aparelho celular ou dificuldade em
utilizá-lo, o mesmo ocorre com os senhores e senhoras da terceira idade, que não fizeram a
transição para o digital e por isso podem ser considerados analfabetos digitais em diferentes
graus.
Já a habilidade emocional conta muito e tem se mostrado uma virtude rara. É
perceptível nas escolas, tanto na EMEI como na EMEF, o nível de estresse com as condições
atuais do ensino. Como dizia Buddha, uma palavra dura fere mais de mil espadas. As marcas
da violência na alma dessas crianças podem perdurar por toda uma vida. Pensando nisso
resolvemos registrar nossa instituição e colocar no estatuto a preocupação com a educação
norteados pelo que chamamos pedagogia do afeto. Tendo condições de pagar os professores
poderemos voltar nossos investimentos para a ampliação da estrutura, objetivando atender um
número maior de pessoas, com custo mínimo para elas ou gratuito.
10 - Finanças

Reforçando que nossa instituição não tem fins lucrativos e a doação voluntária é o
critério para a maioria das atividades.

As despesas são cobertas por essas colaborações e nosso objetivo futuro é oferecer
nossos serviços de forma gratuita, tendo garantido o salário dos professores através de
parcerias. Nosso objetivo é oferecer gratuitamente todos os serviços educacionais que
prestamos.

11 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

É possível o empreendedorismo expressar a materialização de ideais sem exatamente


servir aos preceitos do capitalismo selvagem neoliberal que vivemos? Sim, é possível.
Nesse período Pandêmico, aprendemos aos poucos a cuidar uns dos outros e a
entender que juntos somos fortes. Todos podem colaborar e dar algo de si de forma altruísta e
desinteressada.
Num mundo onde é apregoado que cada um pensa só em si, encontramos um
movimento, e não acreditamos que seja o único, que pensa o Ser Humano como bom e que
cada um pode doar uma aula, um tempo, um dom, compartilhar um estudo.
Se pudéssemos definir o Castelo azul com uma palavra chamaria de altruísmo o que
fazemos, pensando numa riqueza muito maior que o dinheiro, ver as futuras gerações, nossos
filhos e netos tendo contato com as cachoeiras e matas que abrilhantam a região, área de
mananciais das represas Billings e Guarapiranga, somos Guardiões das águas e florestas, do
amor ao próximo, mas também do amor às plantas e animais, Ser humano não basta nascer
humano, tem que se tornar humano, para isso trabalhamos, para semear mais humanidade nas
pessoas, respeito e hombridade.
Que essa fase de maior escassez de emprego, de dificuldade de tratamentos adequados
para várias doenças, de extremos egoísmos, possa nos mostrar o caminho certo, o caminho do
altruísmo. Só assim viveremos o significado da palavra humanidade: uma unidade.

11 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996


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Links Acessados:
(https://brasil.elpais.com/brasil/2020-12-13/maes-recorrem-a-creches-informais-e-vivem-
pesadelo-logistico-para-cuidar-dos-filhos-na-pandemia-em-sao-paulo.html) acessado em 10
de junho ás 15:56.
(https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/09/27/pais-buscam-creches-informais-
cuidadoras-e-professores-particulares-para-volta-ao-trabalho-antes-das-aulas-em-sp.ghtml)
acessado em 10 de junho ás 16:02

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