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APRESENTAÇÃO

Nunca me sonharamtraça um panorama do ensino mé- afora, encontrou uma juventude interessada e preo-
dio nas escolas públicas do Brasil sob diferentes pontos cupada com o futuro, querendo estabelecer diálogo e
de vista, mas principalmente a partir dos estudantes. aproximação com as instituições educacionais.
Passando pelas cinco regiões do país, o longa-metra-
“Como meus pais não foram bem sucedidos na vida,
gem traz depoimentos de jovens, professores, direto-
eles também não me influenciavam, nãome davam for-
res de escolas e especialistas sobre o valor da educação
ça para estudar. Achavam que quem entrava na univer-
como um direito fundamental e revela os sonhos, as
sidade era filho de rico. Acho que eles não acreditavam
angústias sobre o futuro, os desafios e as motivações
que o pobre também pudesse ter conhecimento, que
das diversas juventudes brasileiras.
pudesse ser inteligente. Para eles, o máximo era termi-
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Do- nar o ensino médio e arrumar um emprego. Trabalha-
micílio (IBGE, 2015), 82% das crianças e jovens até 19 anos dor de roça, vendedor, alguma coisa desse tipo. Acho
que estão estudando são atendidos pela escola pública. que nunca me sonharam sendo um psicólogo, nunca
Por outro lado ainda há 1,6 milhão deadolescentes de 15 me sonharam sendo professor, nunca me sonharam
a 17 anos fora da escola; e do percentual de jovens de 15 sendo um médico, não me sonharam. Eles não sonha-
a 17 anos 9,98% não estão nem estudando e nem traba- vam e nunca me ensinaram a sonhar. Tô aprendendo a
lhando, grupo conhecidocomo geração “nem-nem”
. sonhar”, declara no filme o estudante Felipe Lima, cuja
fala dá nome ao documentário.
O diretor Cacau Rhoden, o mesmo que dirigiuTarja
Branca, em suas entrevistas para gravar o filme Brasil
“A juventude brasileira temuma potência criativa enor- no dia 25, seguida de debate com os produtores do
me, há um certo movimento de leitura conservadora filme e alguns personagens.
que os jovens não querem nada. Isto não é um retrato
Além disso, com a estratégia de distribuição está base-
do que a gente está vivendo. Os jovens estão inquietos,
ada na democratização do acesso, educadores de todo
estão querendo criar de várias formas, se organizam
o Brasil poderão assistir ao filme, em sessões individu-
por coletivos. A juventude rural e urbana, nas favelas,
ais e gratuitas, na plataforma VIDEOCAMP, de 01 a 07
nas periferias, nos centros, as populações ribeirinhas,
de junho http://www.videocamp.com/pt/movies/
enfim, as juventudes espalhadas por este território têm nuncamesonharam.
uma enorme riqueza e uma grande expectativa de se-
rem relevantes na transformação. Eles se reconhecem O documentário entra em circuito comercial em São
como um ator relevante, querem ser ouvidos, querem Paulo e Rio de Janeiro no dia 8 de junho, quando as
mudar e querem políticas públicas de qualidade” afir- sessões serão gratuitas no primeiro final de semana.
ma também no documentário Ricardo Henriques, su- A partir deste mesmo dia 8, o filme volta a estar dis-
perintendente executivo do Instituto Unibanco. ponível para exibições públicas, também gratuitas, na
plataforma VIDEOCAMP, exceto nas cidades onde o fil-
Filmado em mais de dez estados do Brasil, o longa é
me estará em cartaz no cinema.
apresentado pelo Instituto Unibanco, produzido pela
Maria Farinha Filmes (Muito Além do Peso, O Começo
da Vida, entre outros).
O documentário foi selecionado para abrir a 4ª edição
do Festival Ciranda de Filmes em São Paulo, no dia 24
de maio, em evento só para convidados, e terá uma
sessão aberta ao público na programação do festival
NOTA DO DIRETOR
Ao começar a desenvolver o filme, fui investi-
gar em que condições se dá o ensino médio nas
escolas públicas do Brasil e porque os jovens es-
tão abandonando a escola. Os obstáculos que os
estudantes enfrentam no convívio em sociedade
impactam diretamente não só suas vidas particu-
lares, mas a escola e a educação como um todo, o
que gera um ciclo vicioso. Ao dar voz aos jovens,
percebemos que, apesar de todas as adversidades
enfrentadas, eles estão se autoproclamando pro-
tagonistas de seus caminhos, da sua educação, Eu gostaria que isso fosse um incentivo para
em busca de seus sonhos. toda a sociedade repensar a escola pública, para
que a educação, efetivamente, possa formar cida-

dãos
menospreparados para as
desigual, onde fazer um país
pessoas maissonhar
possam justo,
e realmente ter oportunidades.
SINOPSE
Os desafios do presente, as expectati-
vas para o futuro e os sonhos de quem
vive a realidade do ensino médio nas
escolas públicas do Brasil. Na voz de
estudantes, gestores, professores e es-
pecialistas, Nunca me sonharam reflete
sobre o valor da educação.
FICHA TÉCNICA
Produtora:Maria Farinha Filmes Montagem:André Fino
Direção: Cacau Rhoden Música: Conrado Goys
Produzido por: Marcos Nis, Estela Renner Desenho de som:Beto Ferraz
e Luana Lobo Coordenação de pós-produção:Geisa França
Produção Execuva:Juliana Borges Produção:Renata Romeu
Roteiro:Tetê Cartaxo, André Fino e Assistência de direção:Camila Genle
Cacau Rhoden Estratégia de distribuição:Luana Lobo
Argumento: Tiago Borba, Ricardo Henriques e Marcos Nis
e Cacau Rhoden Distribuição: Maria Farinha Filmes
Direção de Fotografa:Janice D`Avila e VIDEOCAMP
e Carlos Firmino Apresentado por:Instuto Unibanco
SOBRE O INSTITUTO UNIBANCO
Criado em 1982, o Instuto Unibanco – uma das instuições responsá-
veis pelo invesmento social privado do Itaú Unibanco – é uma orga-
nização que atua para a melhoria da educação pública no Brasil. O ins-
tuto dedica-se a elaborar e implementar soluções de gestão – na rede
de ensino, na escola e na sala de aula – compromedas com a capaci-
dade efeva das escolas públicas de garanr o direito à aprendizagem
de todos os estudantes. As ações e projetos do Instuto Unibanco são
voltados ao ensino médio regular e estruturados em quatro frentes:
concepção, desenvolvimento, implementação e avaliação de soluções
aplicadas em projetos de gestão educacional; produção e difusão de
conhecimento por meio de pesquisas, estudos e debates focados em

soluções baseadas em evidências empíricas e na invesgação cienca;


e apoio e fomento de projetos e iniciavas alinhados aos desaos do
ensino médio. Mais informações:www.instutounibanco.org.br
SOBRE A MARIA
FARINHA FILMES
A Maria Farinha Filmes acredita que uma história
bem contada pode realmente fazer a diferença na
forma como as pessoas veem o mundo.Quer se trate
de um longa-metragem, televisão ou outra forma de
mídia, a produtora e distribuidora existe para contar
convincentes e emocionantes histórias que também
criam a conscientização sobre problemas reais que
moldam a vida de todos.
Responsável por longas como Tarja Branca, Muito
Além do Peso e O Começo da Vida, no ano de 2013,
a Maria Farinha foi a primeira produtora e distribui-
dora brasileira a ser contemplada com o selo interna-
cional B!Corp, oferecido a empresas que propõem, a
partir de seus recursos, soluções para os problemas
sociais e ambientais do mundo.www.mff.com.br
CACAU RHODEN
O diretor Cacau Rhoden começou a carreira
nos anos 90, trabalhando com produção
de televisão, filmes publicitários e cinema.
Dirigiu os curtas-metragens A Cega (1994),
Infinitamente Maio (2001), Meninos de
Areia (2005), Gotas (2005) e Who? Walls
and Brigdes (2015). Seu primeiro longa
metragem Tarja Branca – A Revolução que
Faltava (2014), produzido pela Maria Fari-
nha Filmes, conquistou o prêmio de melhor
documentário no Festival de Toronto.
ASSESSORIA DE IMPRENSA
Fernanda Thompson Estratégias Analíca
Maria Farinha Filmes Instuto Unibanco
(11) 3088-4252 (11) 2579-5520

Ana Claudia Luiz Cris Fernandes


anaclaudia@fernandathompson.com.br crisna-fernandes.souza@instutounibanco.org.br
Fernanda Thompson Rení Tognoni
fernanda@fernandathompson.com.br reni@analica.inf.br
Júlia Magalhães
julia.magalhaes@analica.inf.br
ANEXO I

ESPECIALISTAS
ENTREVISTADOS
Alemberg Quindins, Músico e diretor da André Luis Barroso, Diretor do C.E Prof.
Fundação Casa Grande, em Nova Olinda José de Souza Marques, Rio de janeiro

A relação que homem tem com o seu Os professores precisam perceber que
ambiente é que determina a cultura do dentro da sala de aula, existem dezenas
lugar. A escola tem que ser isso. A escola de sonhos, dezenas de frustrações, deze-
não pode ser insensível à luz do lugar, aos nas de não sonhos, a não possibilidade
relevos do lugar. de sonhar, todas elas dentro da sala de
aula. A coisa está tão mal arrumada na

educação brasileira que estamos no limi-


te de explodir.
Bernardete Ga, Pedagoga e Doutora em Felipe Silva, Redator, publicitário e ideali-
psicologia e pesquisadora sênior da Funda- zador do #eulivro
ção Carlos Chagas
O pobre, o negro, o favelado estão
Cinea Santos, Professor e produtor cultural no banco de reserva. E só o que vai te
botar no jogo é estudo e leitura. Não tem
Chrisan Dunker, Psicanalista e professor mais nada.
da Universidade de São Paulo (USP)
Gersem Baniwa, Professor da Universidade Macaé Evaristo,Professora, Mestre em Edu-
Federal do Amazonas (UFAM) e conselheiro cação e Secretária de Estado deEducação de
do Conselho Nacional de Educação (CNE) Minas Gerais

A educação, aescola é uma ferramenta As pessoas dizem que a escola é chata,


fundamental de libertação. mas mesmo a escola mais chata salva mi-
lhares de vidas no nosso país.
José Alves da Silva, Professor da Univer-
sidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e

Doutor em Educação
Marcus Fausni,Escritor e criador da Agên- Mel Duarte, Poeta, slammer, produtora
cia de Redes Para Juventude cultural e autora dos livros “Fragmentos
Dispersos” e “Negra Nua Crua”.
Tem muito sonho, muita ideia epou-
ca gente escutando. Deixem os jovens Nando Rocha, Coordenador de arte e cul-
inventarem o mundo. tura do Colégio Estadual Lyceu de Goiânia e
diretor do grupo teatral
Regina Novaes, Antropóloga na Universi- Renato Janine Ribeiro, Ex-ministro da edu-
dade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) cação, lósofo e professor de Filosoa na
Universidade de São Paulo
Temos que botar o “S” na juventude.
Então a gente vai falar sempre “juventu- Esse não é um país que valoriza o co-
des” brasileiras. Podemos dizer que todos nhecimento. Quando se fala de educa-
os jovens brasileiros têm a mesma opor- ção, normalmente é da boca para fora.
tunidade? Claro que não. E isso não é culpa da escola, não é uma
questão que a escola tem que resolver,

isso é uma questão da sociedade.


Ricardo Henriques, Superintendente exe- Ricardo Paes de Barros, Economista-chefe
cuvo do Instuto Unibanco e professor do do Instuto Ayrton Senna e professor do
Departamento de Economia da Universidade Insper (Ensino Superior em Negócios, Di-
Federal de Fluminense (UFF) reito e Engenharia)

A cada momento que a escola abre A educação tem um valor intrínseco


mão de se dedicar à aprendizagem dos pela beleza de você ver alguém pensando.
estudantes, ela está aumentando o custo Pela beleza de você ver alguém sabendo.
da sociedade. É a porta de entrada para mil outros di-
reitos. Sem educação, você não consegue
garanr seus direitos. Porque sem educa-
ção, você não entende a você mesmo e
tampouco a sociedade onde vive.
Samara Macedo, Diretora Nova Olinda-CE

Os nossos governantes deveriam conhecer a escola, deveriam compreender como faz


escola e, acima de tudo, que nãose resolve problemas tão grandes com uma simples “ca-
netada”, com uma simples assinatura. Mas que se resolve dialogando, conversando. E as
pessoas que mais precisavam ser ouvidas, não são nunca citadas, que são os alunos do
ensino médio.

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