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EducAÇÃO AntiRraCistA
EducAÇÃO AntiRraCistA
Ano 2023 - Nº 01 - maio. 2023 - Cartilha
"Educação Antirracista"
SumÁRio
© – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
ao Laboratório de Inovação e Tecnologia
Social Das Pretas. A reprodução não CapÍTulo 1 - Como
autorizada desta publicação, no todo ou
em parte, constitui violação dos direitos
cHegaMos aTé aQui -
autorais (Lei nº 9.610/1998) BrasIl Afro-BrasIleiRo e
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RaciSmo
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Social – DAS PRETAS
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CapÍTulo 2 - FundAmenTos
29010-004 – Vitória, ES dE uMa cUltuRa
www.daspretas.com.br
aNtirRaciSta
Presidente
Priscila Gama
CapÍTulo 3 - LetrAmenTo
Head de Educação rAciaL e eMpodEramEnto
Luana Loriano
Patrocínio NIVEA
Quem SomoS?
O Das Pretas é um Laboratório de Inovação e tecnologia
social que está há anos trabalhando em construções de
projetos para a resolução de problemas socioculturais. São
inúmeros os projetos já realizados pela organização desde
sua fundação em 2015 e todos, sem exceção, tem como
fundamento as dinâmicas que conectam a potencialização
da ancestralidade em conexão com a contemporaneidade
das metodologias ágeis buscando sempre, em tempo atual,
execuções de soluções sensíveis e de impacto relevante de
forma eficaz, eficiente e efetiva, desde a elaboração, passan-
do pelo monitoramento até a avaliação dos resultados.
1
Este projeto tem como base a lei nº 10.639/03 e a nº 11.645/08,
que asseguram a obrigatoriedade do ensino de história e da
cultura afro-brasileira e indígena, os Objetivos de Desenvol-
vimento Sustentável (ODS) da Organização Nações Unidas –
ONU com basilar das ODS 4, 10 e 16 bem como o Estatuto de
Igualdade Racial – 2010. Em sua primeira jornada, que acon-
teceu no ano de 2022, contemplou 20 meninas negras de
territórios periféricos com oficinas de escrita criativa, slam e
rodas de conversa, além de proporcionar que todas ganhas-
sem 7 obras literárias de forma permanente como legado
deste projeto.
www.daspretas.com.br
@das.pretas https://www.linkedin.-
@escoladeelisas com/company/daspretas/
2
PrefÁCio
BrinCar é pOder
Educação transforma! Pensando na precariedade das esco-
las que atendem a maioria da população negra no Brasil,
temos um desafio para uma transformação sócio-política
efetiva. A educação antirracista, dentro dessa escola que já
está estruturada nos territórios, é ferramenta de formação de
sujeitos que tem suas potencialidades desenvolvidas. Sem
diversidade, brinquedos, personagens, e materiais educati-
vos com uma perspectiva antirracista, a gente reduz as pos-
sibilidades de existir no futuro nesse mundo, com pouquíssi-
mas opções de resposta para a pergunta: “o que você quer
ser quando crescer?”.
ção de corpos negros, desde a infância, possibilitando um
futuro com adultos que entendem a diversidade de corpos e
existências plurais, com respeito e normalização da presen-
ça negra em todos os espaços.
Mãe do Matias.
Historiadora, Educadora, Empresária.
Sócia-fundadora e Diretora executiva da Era
Uma Vez o Mundo - Startup educacional e
de impacto social que que desenvolve
brinquedos e atividades educativas afrorre-
ferenciadas, e que valorizam a representati-
@eraumavezomundo
https://eraumavezomundo.com
IntrOduÇÃO
O racismo é uma forma de opressão que afeta negativamente
a vida de milhões de pessoas em todo o mundo. E o Brasil foi
o país que mais recebeu negros escravizados em todo
mundo, além de ter sofrido com um genocídio de seu povo
originário quando da colonizacão do território brasileiro e em
razão de toda a cultura discriminatória no qual todos nós
somos educados, acreditamos que uma educação antirracis-
ta é fundamental para combater o racismo e criar uma socie-
dade mais justa e igualitária.
que propulsionava daqui, mas que atravessava-se em si
mesmas, com vontade e intenção de entender e fazer parte
desse processo como partícipe ativo.
6
cApítUlo 1
Como cHegaMos aTé aQui
- BrasIl Afro-BrasIleiRo e
RaciSmo
7
Já o preconceito é uma opinião formada antecipadamente,
sem conhecimento ou experiência suficiente. Ele pode estar
relacionado a diversas questões, como a raça, orientação
sexual, a religião, a classe social, entre outras.
8
“Tratar pessoas negras (pardas e pretas) ou de qualquer
outro grupo específico (árabes,asiáticos, judeus, etc.) de
maneira injusta e/ou desigual por conta da sua origem
ou cor da pele caracteriza uma atitude de discrminação
racial.”Almanaque Antirracista para Adolescente - ONU
MULHERES. Página 13
9
1.2 BrasIl aFro-bRasiLeirO
e rAcisMo
"O Brasil é um país com uma rica diversidade cultural, resul-
tado da mistura de diferentes povos e tradições" (IBGE,
2021). No entanto, essa diversidade também é marcada por
histórias de discriminação e racismo, especialmente contra a
população negra.
10
Mesmo após mais de dois séculos de insurreições e revoltas,
no dia 13 de maio de 1888, a Lei Aurea, documento que decla-
rou a extinção da escravidão no país, foi assinada, entretanto
a lei não garantia nada as pessoas recém-libertas, muitos
foram deixados à própria sorte, sem acesso a educação,
emprego ou moradia digna. "Ainda hoje, as consequências
desse passado escravocrata são sentidas pela população
negra, que enfrenta altos índices de pobreza, violência e
exclusão social" (Lopes, 2020).
Muito além da princesa
Após a assinatura da Lei Isabel, 6 brasileiros que
lutaram pelo
Áurea, diversas leis foram fim da escravidão no Brasil’
criadas impossibilitando que https://www.bbc.com/portu-
guese/brasil-44091469
pessoas negras recém-liber-
tas e seus descendentes,
conseguissem ter uma vida digna. "A Lei dos Vadios e Capoei-
ras de 1890, por exemplo, incriminava todas as pessoas que
perambulavam pelas ruas, sem trabalho ou residência com-
provada, o que era comum, já que após a abolição as pessoas
negras recém-libertas foram abandonadas pelo Estado, fican
do sem casa e trabalho."
11
“UMA POPULAÇÃO
CHEGADA DOS NEGRA MAIOR DO
IMIGRANTES QUE A BRANCA
PREJUDICARIA O
EUROPEUS FUTURO DAS TERRAS
BRASILEIRAS”
MISCIGENAÇÃO:
EMBRANQUECIMENTO
DO PAÍS
O Brasil depois da
Teoria do Embran- abolição da escravatura
quecimento e o Canal Nostalgia Animado
Colorismo. ft Rael, 2021:
Soul Vaidosa, 2018: https://www.youtube.com
https://bit.ly/3G9yYQh /watch?v=kaD2kBpWuV0
12
cApítUlo 2
FundAmenTos dE uMa
cUltuRa aNtirRaciSta
Em um primeiro momento precisamos trazer aqui que CUL-
TURA É TECNOLOGIA que acumula nossas formas de perfor-
mar a vida, ou seja: de falar, de comer, de pensar e de agir.
Essa tecnologia tem uma atualização diferente em cada parte
do mundo e, de certo, cada cidade, estado e país, tem a sua
própria 'atualização de software' garantindo a identidade de
seu povo enquanto povo. A questão é que a mesma tecnolo-
gia que preserva as tradições mais bonitas de uma comunida-
de também tem uma lógica semelhante para a manutenção de
práticas como o racismo, a xenofobia, o machismo e outras
tantas violências.
13
dia-a-dia e fala o quanto "é interessante observar como repre-
sentações culturais sobre negros motivam atos que muitos
consideram racistas, embora pessoas brancas pensem que
são apenas meios de aproximação social, entendimento refe-
rendado por nosso sistema jurídico" (Página 22)
14
cia limitada" que impacta de forma muito negativa na luta
antirracista - pois a prática de validar-se como uma pessoa
não racista através da existência negra de um parente ou de
pessoas próximas em seus círculos pessoal e/ou profissio-
nal, não garante que ela seja de fado alguém não só antirra-
cista, mas alguém que não reproduza, em nenhuma de suas
camadas, o racismo. E assim, diz.
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e, a partir daí, a reflexão de como isso te impactou antes e
como isso agora te impacta, ou não.
O MIMIMI DO RACISMO
https://youtu.be/G8
REVERSO | Ana Paula
7QTe7CzW4
Xongani e Lili
Schwarcz
Vídeo com narração
de Lázaro Ramos.
https://youtube.com/
shorts/QDfewbyn6VM?
feature=share
16
3. Procure ver séries e filmes protagonizados por pesso-
as negras performando normalidades da vida e observe-se.
Se algo te incomodar ou questionar-se da possibilidade da
vida performada na tela, mergulhe fundo em responder à
pergunta: "Por quê eu estou pensando assim?" .
4. Fure a sua bolha e ofereça mais. - Raramente consegui-
mos criar estereótipos que são respaldados em nossa vida
pelo racismo estrutural sistêmico se não procurarmos olhar
para além das fronteiras do nosso círculo familiar e social.
Assim, estereótipos como que mantém pessoas negras longe
da idéia de sucesso, inteligência ou confiança serão manti-
dos porque foram normalizados através de anos de história
de racismos sobrepostos não só na idéia de discriminar, mas
na prática - tirando o acesso de pessoas negras à direitos
básicos como: alimentação, saúde, educação, moradia, sane-
amento básico e segurança.
5. O lugar de fala é quem tem a oportunidade da fala! Ou
seja, tendo uma pessoa negra na conversa: escute-a sobre o
tema, pergunte, reflita. Mantenha o lugar do aprendizado na
conversa. Não tendo uma pessoa negra na conversa: garanta
que a cultura antirracista seja promovida, conscientize outras
pessoas e nunca "passe pano" pra violência qualquer.
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cApítUlo 3
LetrAmenTo rAciaL e
eMpodEramEnto
3.1 O qUe é lEtraMentO rAciaL?
18
em comunidade. Além disso, o letramento racial também
pode ajudar a combater o racismo estrutural, que muitas
vezes é naturalizado e reproduzido no cotidiano.
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diferenças. É preciso que todos estejam engajados nesse
processo, para que possamos construir um mundo mais
harmônico e livre de preconceitos.
20
A relação entre o letramento racial e o empoderamento racial
é estreita, já que o conhecimento e a reflexão crítica sobre as
questões raciais são fundamentais para o desenvolvimento
do poder e da autonomia das pessoas negras. Como afirma a
pesquisadora Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, "a educa-
ção é uma ferramenta fundamental para a promoção do
empoderamento racial, já que ela permite que as pessoas
negras tenham acesso ao conhecimento, à cultura e ao
saber".
21
Promoção da igualdade: é preciso ensinar às crianças o valor
da igualdade e do respeito mútuo. Os pais, responsáveis e
educadores podem ajudar nesse processo, promovendo
ações que valorizem a igualdade e o respeito mútuo, como a
organização de atividades que promovam a união entre crian-
ças de diferentes raças.
Esses são alguns dos passos que podem ser tomados para
empoderar crianças negras e não negras na luta contra o
racismo e na promoção da igualdade. É importante lembrar
que esse é um processo contínuo e que exige uma reflexão
constante sobre nossas ações e atitudes em relação à ques-
tão racial.
DICA
Olhares Negros
raça e representação
Bell Hook
22
cApítUlo 4
ExprEssõeS (aNti)rracIstaS
As expressões racistas são palavras, gestos ou atitudes que
têm como objetivo ofender, discriminar ou menosprezar uma
pessoa ou grupo de pessoas em função da cor de sua pele ou
origem étnica. Essas expressões são extremamente prejudi-
ciais e contribuem para a manutenção do racismo estrutural
em nossa sociedade.
23
"Crioulo": Essa expressão é utilizada para se referir a pesso-
as negras de origem africana. Essa palavra tem uma carga
histórica muito negativa, remetendo à época da escravidão e
da violência contra pessoas negras. O termo correto é
"pessoa negra".
24
“Não sou tuas negas: Na época da escravidão, as mulheres
negras eram propriedades dos homens brancos e eles
faziam o que bem entendessem com elas. O termo remete à
questão do racismo estrutural. “Não sou tuas negas pra fazer
o que quiser”
25
“Serviço de preto”: Define atividade mal feita e desqualifica o
trabalho de pessoas negras. Substitua por: Serviço mal feito.
pAra rEfleTir
A iniciativa "Respeito Na Medida"
estimula o debate e a reflexão sobre
nomes de doces tradicionais, como
nega maluca ou espera marido:
https://www.youtube.com/watch?
v=HAQ77n4753w
https://www.youtube.com/watch?
v=E_BjYPOE3ag
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cApítUlo 5
E qUandO a cRiança
sOfre rAcisMo?
É indispensável que enquanto pessoas responsáveis e edu-
cadores de crianças, nos atentemos para os grandes e terrí-
veis impactos do racismo na infância e a necessidade de
uma postura individual e coletiva que garanta o respeito e a
igualdade étnico e racial desde a infância bem como a trans-
missão da cultura antirracista. Mas sabemos que, infelizmen-
te, ainda não podemos assegurar que nossas crianças não
sejam atravessadas pelo racismo. Assim, temos dicas sobre
o que fazer caso você presencie ou identifique um ato racista
contra alguma criança.
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No caso do racismo ter sido reproduzido por uma outra crian-
ça, vale registrar que é muito importante encontrarmos for-
mas de orientar pessoas responsáveis por essa criança, atra-
vés de conversas diretas em comunicação não-violenta ou
até mesmo em atividades de conscientização no ambiente
escolar sobre o racismo e a luta e as práticas antirracistas.
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Ao longo de toda história, a luta contra o racismo tem sido
uma batalha constante, mas ainda há muito trabalho a ser
feito. Como pais e responsáveis é nosso dever e responsabi-
lidade garantir que nossos pequenos cresçam em um mundo
onde o racismo não seja tolerado. Devemos ensinar desde
cedo que todas as pessoas merecem respeito.
29
Portanto, incentivamos a todos a leitura e compartilhamento
desta cartilha de educação antirracista e, mais importante, a
agir em prol de um futuro mais justo e igualitário. Juntos po-
demos criar o futuro que queremos e precisamos! Vamos
continuar lutando pela igualdade e justiça para todos.
Atenciosamente,
Priscila Gama
Luana Loriano
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DicaS
"Se os pais não consomem intelectualidade
preta, se não lêem ou assistem filmes com perso-
nagens negros, não há como as crianças enten-
derem isso, mesmo que você ofereça brinquedos
interraciais, por exemplo. Nós adultos, precisa-
mos ter essa consciência. E ela é um caminho".
Deh Bastos, publicitária e ativista negra.
[https://www.metropoles.com/vida-e-estilo/com-
portamento/por-george-pedro-e-miguel-5-
atitudes-para-criar-criancas-antirracistas]
Motown Magic
Motown Magic é uma série de televi-
são infantil animada produzida para a
Netflix. A série segue Ben, uma crian-
ça de oito anos e olhos arregalados
com um coração grande e uma imagi-
nação incrível que usa um pincel
mágico para dar vida à arte de rua na
Motown.
Cada Um Na Sua Casa
A Terra é invadida por uma raça alie-
nígena em busca de um novo lar.
Porém, uma esperta garota chamada
Tip consegue fugir e acaba virando
cúmplice de um alienígena exilado
chamado Oh. Os dois fugitivos em-
barcam em uma grande aventura.
Guilhermina e Calendário
A série mostra o cotidiano cheio de
descobertas e grandes aventuras de
dois irmãos, que levam uma vida sim-
ples, mas feliz, numa praia colombia-
na. A cada dia eles fazem novas des-
cobertas e vivenciam grandes aven-
turas. Exibido pela Tv Brasil.
Reunião de Família
Uma família negra que fala em nome
de milhares de outras. Em vários
momentos introduz questões sociais
e políticas pertinentes. Isso acontece
de maneira bastante inteligente, visto
que certas críticas são inseridas de
forma “natural” e a produção não per-
de a leveza e o humor.
O Mundo de Karma
Corajosa e cheia de talento, Karma
vem para mostrar que o lugar das
meninas é onde elas quiserem, inclu-
sive no Rap! Com beats e rimas muito
divertidas, Karma vai lidando com os
desafios que surgem em sua vida e
com questões que trazem para a con-
versa o racismo e o preconceito.
Bino e Fino
Bino e Fino é sobre dois irmãos que
vivem em uma cidade moderna na
África. Em cada episódio Bino e Fino,
com a ajuda de sua amiga Zeena e
sua família, descobrem e aprendem
coisas sobre a África e o mundo.
Disponível no Youtube.
Su eStõeS dE lIvoS pAra
Ò
O Mundo no Black Power de Tayó
Autora: Kiusam de OliveiraI
llustradora: Taisa Borges
São Paulo: Peirópolis, 2013.
Meninas Sonhadoras,
Mulheres Cientistas
$XWRUD)OiYLD0DUWLQVGH
&DUYDOKR
6mR3DXOR(GLWRUD
0RVWDUGD
O Pacto da Branquitude
Autora: Cida Bento
São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
PosfácIo
NossAs vOzes pOr
mEio dA eDucação
Como mulher preta brasileira, mãe de um menino, Arthur
Souza e, profissional da NIVEA, uma marca que faz parte de
uma companhia cujo Cuidado é o principal valor e está em
tudo o que fazemos, recebi com muita honra o convite para
encerrar este conteúdo que é mais do que inspirador, é
necessário.
minha luta para mantê-lo num lugar que eu julgava necessá-
rio a um futuro promissor sempre foi forte. Uma fala aqui,
outra ali, e estávamos lá lutando sempre pelo melhor e
tentando derrubar grandes barreiras.
Edinalva Souza
Finanças NIVEA e integrante do Grupo
de Afinidade Abrace Nossa Cor, da Beiersdorf NIVEA
RefeRênCias
BiblIográfIcas
IBGE. (2021). Diversidade étnico-racial. Recuperado em 20 de agosto de
2021, de https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-
-o-brasil/populacao/18319-diversidade-etnico-racial.html
NASCIMENTO, Rosane. O que é letramento racial? In: Revista
Geledés, São Paulo, 2018.
www.escoladeelisas.com