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REVISTA CAMINHOS DE GEOGRAFIA ISSN 1678-6343

http://www.seer.ufu.br/index.php/caminhosdegeografia/ DOI: http://dx.doi.org/xxxxxxxxxxxxxxx

QUESTÕES INDÍGENAS: UMA ANÁLISE GEOGRÁFICA

Darlan da Silva Neris


Débora Evelly de Melo Souza
Herbert Roberto de Souza Santos
Lílian Rose Fidelis dos Santos

RESUMO
O presente artigo trata de um panorama geral das questões concernentes aos povos
originários.O objetivo deste trabalho é analisar o desenvolvimento do processo
políticohistórico que afeta diretamente os direitos dos povos indígenas,evidente sobretudo
na disputa por terras desde o início do século XVI.Tal pesquisa justifica-se pela necessidade
de conhecer,discutir e promover a transformação social na luta pelas causas indígenas.A
metodologia consiste análise de artigos,consultas a dados estatísticos,e livros através dos
quais foram sistematizados no conhecimento referente a este trabalho.A intenção é
problematizar a visão importa sobre o indígena o percurso histórico de formação do país até
o atual momento,com ênfase no estado de Alagoas.Compreendemos a importância dessa
temática para o geografia pela capacidade de entender a diversidade cultural,as
populações,a história,o dinamismo social,e o território.

Palavras-chave: Povos indígenas. Problematizar. Alagoas. Geografia.

INDIGENOUS ISSUES: A GEOGRAPHIC ANALYSIS

ABSTRACT
This article deals with an overview of issues concerning indigenous peoples. Such research
is justified by the need to know, discuss and promote social transformation in the fight for
indigenous causes. The intention is to problematize the view that was imported about the
indigenous people, the historical path of formation of the country until the present moment,
with emphasis on the state of Alagoas. the social dynamism, and the territory.
Keywords: Indian people. Problematize. Alagoas. Geography.

INTRODUÇÃO
O termo povos indígenas é utilizado para designar a população existente no território antes da
chegada dos portugueses colonizadores. No Brasil a várzea do Rio Amazonas constitui um ambiente
fértil propício para a formação da população indígena crescente, contudo a baixa fertilidade do solo
causa a improdutividade agrícola, a não fixação populacional e o deslocamento contínuo pelo
território em busca de recursos naturais, levando consigo os aspectos culturais e étnico-linguísticos
para regiões distantes. O Centro-Oeste é predominantemente ocupado por povos de língua Macro-Jê,
a organização social é por parentesco, composta por grupos de caçadores-coletores, considerado um
ambiente mais improdutivo do que a Floresta Amazônica esses povos viviam como nômades,
portanto constata-se uma complexidade do desenvolvimento sociopolítico com estrutura sem
hierarquia, sem cultura e sem prática agrícola. No litoral brasileiro encontra-se a população Tupi
dispersa por toda costa e pelo interior, esses povos apresentam aspectos linguísticos e culturais
homogêneos, situados em percursos de rios pelas condições climáticas mais amenas, maior
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fertilidade e a presença de matas, praticavam a pesca e a caça, além de fazerem uso de canoas para
explorar diversos novos ecossistemas o que permite o aumento crescente desses povos divididos em
dois grupos: ao sul, os Guaranis e, ao norte os Tupinambá pelas diferenças culturais e
étnicolinguísticas.

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Figura 1: Mapa Étno-histórico Nimuendaju,2017.

Fonte: IPHAN, IBGE (2017)

Em 1500 a população indígena nacional é estimada em 2.431.000 por John Hemming, dado
considerado errôneo por outros estudiosos ao apontar o uso de dados populacionais posteriores a
chegada dos Portugueses, além de introduzir povos de diferentes localidades o que leva outros
autores a introduzirem diversas concepções quantitativas imprecisas, algumas das principais
famílias indígenas identificadas são: a Tupi-
Guaranin,Mondé,Mundurucu,Tupari,Arawak,Jê,Bororo,Karajá,Botocudo,Maxakali,Karib, entre outras
não reconhecidas. Para Fausto (2010): A paisagem humana na Amazônia em 1500 d.C. pouco diferia,
assim, daquela descrita pelos etnólogos do século XX, mais de quatrocentos anos depois do início da
colonização, a partir desse viés passa a ser aplicado um caráter qualitativo correspondente ao
sistema multiétnico e multilinguísticos presentes no território brasileiro.
O modo de vida indígena descrito pelo olhar europeu é de desumanização, como é o caso da
expressão “animais racionais” utilizado por Vespúcio na carta destinada a Lorenzo de Médici em

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1501, na qual aborda uma relação de igualdade na organização social indígena, para os franceses
trata-se de “selvagem”. Para Oliveira e Freire (2006, P.27):

Coube aos missionários religiosos, viajantes e nobres portugueses,


franceses e holandeses que circulavam pelo Brasil ou aqui se instalaram
atuarem como cronistas da vida no novo mundo. Os relatos foram ilustrados
por diversos artistas que divulgaram imagens marcantes para o imaginário
europeu.

O termo índio faz parte do ideal colonizador atribuído aos indígenas submetidos à domesticação que
ocorre de diferentes maneiras, tais como: o aldeamento que torna o nativo subversivo aos interesses
coloniais através do trabalho compulsório; o processo de etnogênese que consiste em adaptar a
cultura indígena a europeia de forma forçada; a força de trabalho indígena sobretudo no cultivo da
cana de açúcar onde era considerado “negro da terra” e o papel da ação missionária promovida
pelos jesuítas objetivando “levar a vida civilizada”. Esses aspectos contribuem para a universalização
da vida europeia como modelo padrão com impacto direto sobre os povos tradicionais.
A partir do século XIX, a questão indígena tornou-se um debate político relevante no território
brasileiro. O histórico marcado pela sobreposição da cultura europeia, conflitos, massacres, doenças,
somados ao estereótipo colonial, esses aspectos resultaram na extinção expressiva dos povos
indígenas, o que leva a população remanescente a continuarem lutando pelos seus
direitos ,sobretudo pelo direito a terra, contudo as adversidades encontradas dificultam o
reconhecimento identitário a medida que aumente a repressão sobre as populações indígenas.

OS INDÍGENAS NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DO BRASIL

A exploração do território desconhecido pelos portugueses não acontece de imediato como forma de
planejamento das ações que constituem o processo de colonização. As primeiras relações territoriais
são caracterizadas pela extração do Pau-Brasil para comércio externo utilizando a mão-de-obra dos
povos nativos que cortavam a madeira e transportavam até as feitorias que são entrepostos
comerciais instalados na costa litorânea destinados ao escoamento da madeira para a Metrópole que
se abastece da riqueza gerada por este produto de alto valor, em troca os indígenas recebiam objetos
diversos aos quais atribuía-se diferentes valores simbólicos por serem desconhecidos por esses
indivíduos através do escambo. Dessa forma, as relações coloniais são de submissão dos nativos aos
portugueses que é intensificada com o processo de evangelização pelos jesuítas trazidos ao Brasil
para satisfazer a igreja dominante consequentemente expandir a colônia, vistos como seres divinos
ou "a vontade de Deus" os quais os indígenas não apresentavam resistência o que facilita a diligência
da cultura europeia sobre os povos nativos concerne à universalização europeia civilizatória como
modelo ideal, através dessa prática os jesuítas realizavam a intermediação entre os portugueses e
indígenas que por meio dessa submissão eram empregados na procura de recursos naturais, tais
como: metais preciosos; na força militar e na construção das primeiras moradias fixas dando início ao
povoamento do território e o fim do nomadismo. A exploração da força de trabalho indígena é
intensificada na cultura da cana de açúcar implementada como forma de acelerar o processo de
colonização, o desenvolvimento territorial e econômico brasileiro diante dos solos férteis do sertão
nordestino desconcentrando os interesses da costa litorânea que contribui para a interiorização
territorial com a instalação dos engenhos de açúcar correspondentes à unidades de produção
autossuficientes que consolidam o trabalho compulsório gerando uma resistência indígena que
desencadeia o busca pela captura desses povos diante da necessidade de mão de obra, o aumento

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da mortalidade, aspectos estes que somados aos conflitos intertribais e as epidemias trazidas pelos
português no início da extinção dos povos indígenas de grande diversidade étnica. A partir de 1530
com a divisão território referente às capitanias hereditárias correspondente à divisão do território sob
regime econômica e social acontece a consolidação de conflitos intensos, a disputa pelas terras
indígenas e o movimento de combate à esses povos que perduram até o século XIX quando a
questão indígena torna-se tema de discussão relevante para a organização políticaterritorial do país
que mantém o controle sobre o comportamento social indígena, dificulta o acesso a seus direitos e
provoca a extinção de modo organizado.

PRINCIPAIS PROBLEMAS ENFRENTADOS PELOS INDÍGENAS

A chegada dos colonizadores no território brasileiro desencadeou um conjunto de problemas a serem


enfrentados pelos indígenas que contribuíram diretamente para a extinção da grande diversidade
étnica desses povos. As doenças, tais como: tuberculose, sarampo, pneumonia, viroses, gripes, além
das epidemias a exemplo cabe citar a Varíola que matou mais de 30.000 nativos no período entre
1562-1565, a mestiçagem influência na perda de identidade indígena, o trabalho escravo expresso na
extração do Pau-Brasil e na cultura açucareira, a procura para a captura desses povos intensificada
pelo decreto do Governo Geral em 1549, a política religiosa europeia concernente à unificação
cultural, tais fatos levaram a resistência indígena, sobretudo no combate à apropriação das terras
cultivadas por essa população.
Relevante citar alguns dos principais conflitos ligados à resistência dos povos nativos: A guerra
dos bárbaros no semiárido do nordeste que lutaram contra a expansão da pecuária para as terras
ocupadas; As Guerras do Recôncavo (A Guerra do Orobó, A Guerra do Aporá, As Guerras do São
Francisco) ocorridas em Salvador contra a construção da cidade, os conflitos entre povos indígenas
inimigos intermediados pelos portugueses como forma de se beneficiar dessa rivalidade. A Revolta de
Ajuricaba no século XVII, provocada pela disputa entre portugueses e indígenas na qual constata-se
alianças entre indígenas e portugueses somando-se a comercialização dos povos nativos,

Os portugueses trocavam os índios cativos dos Manao por armas,


ferramentas, e utensílios diversos, recebendo ainda apoio desses índios nas
expedições de pregação de outros povos. Hiiubene, Tuxaua manao que
mantinha esses vínculos, acabou morto pelos portugueses devido a
desentendimentos comerciais (OLIVEIRA E FREIRE, 2006, P.56).

Além disso, a redução dos indígenas provocada pelo trabalho missionário realizado pelos jesuítas
causou o aumento do número de indígenas cedidos à "vida civilizada". Ao longo do século XIX, novos
movimentos foram organizados demonstrando a força desses povos, como a Cabanada formada dos
indígenas situados entre Alagoas e Pernambuco que reivindicavam o direito à terra. A cabanagem no
Pará e Amazonas, movimento político que lutava pelo ideal de igualdade e independência no país.
No século XX começa a articulação da institucionalização de órgãos de proteção ao indígena com a
criação do Serviço de Proteção aos Índios(SPI) que mantém um caráter das ações missionárias
realizadas pelos jesuítas a fim de se beneficiar da mão de obra indígena, torna-los "civilizados",
alterar o modo de vida ,aprimorar-se das terras indígenas dentre outras finalidades, simultaneamente
promove a melhoria de vida desses povos através da saúde e educação. O Conselho Nacional de
Proteção aos Índios (CNPI) criado em 1939 estabelece decisões para questões burocráticas de
difíceis resoluções com o intermédio direto com o presidente. Em 1967 foi criada a Fundação
Nacional do Índio (FUNAI) que substitui o SPI e o CNPI.

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POVOS INDÍGENAS EM ALAGOAS

Com a chegada dos portugueses no Brasil foi imposta um relação social baseada no trabalho
escravo, mão-de-obra barata, violência e extermínio dos povos originários. Excluindo os indígenas da
acumulação primitiva de capital (Oliveira 2016). A luta dos povos indígenas se faz presente até hoje
contra o coronelismo ainda vigente nas terras alagoanas, mas que não se restringe apenas a
Alagoas, mas no Brasil como um todo. Dados mostram o quão massacrado foram, onde no início do
século XVI, havia uma estimativa populacional de 2.431.000. Trazendo para a contemporaneidade, o
número foi reduzido numa escala brutal, havendo apenas 896.917 pessoas, representando 305
diferentes etnias de acordo com os dados do Censo Demográfico do IBGE em 2010.

No estado alagoano não foi diferente, principalmente por ser um estado que sua formação estava e
ainda continua ligada ao latifúndio e ao poder oligárquico de base agrária. Um estado onde a luta
territorial dos povos originários costuma ser abafada com a violência, ameaças e assassinatos,
provocando até o desaparecimento de algumas etnias, a exemplo dos Caetés, que foram
extremamente perseguidos no século XVI. A dispersão dos povos originários para o Oeste do território
alagoano se deu de forma insegura, devido à intensa exploração e ampliação das atividades
econômicas portuguesas.

O projeto da empresa colonial foi implantado em três etapas regionais –


litoral, agreste, sertão -, articulando a invasão territorial e a espoliação
material e espiritual dos bens naturais, culturais e religiosos (VIEIRA et al,
2013, p. 183; 184).

No século XVIII, o Estado cria os aldeamentos para indígenas considerados “não hostis” e dirigidos
normalmente por religiosos e que, de acordo com Almeida (2010, p. 71):

A política de aldeamento foi essencial para o projeto de colonização. Afinal,


os índios aliados eram indispensáveis ao projeto, pois além de compor as
tropas militares, eles deviam ocupar os espaços conquistados e contribuir,
como mão de obra, para a construção das sociedades coloniais.
Desempenharam importantes funções e foram, grosso modo, estabelecidos
e administrados por missionários, principalmente por jesuítas.

Porém, os aldeamentos tiveram seu fim logo no século XIX, com a transição para o Imperialismo. Em
Alagoas os aldeamentos foram eliminados em 1872, através de um decreto, com o objetivo de
silenciar os indígenas, e também uma forma de facilitar futuramente para as oligarquias agrárias a
tomada dessas terras e o crescente aumento de forças de trabalho indígena.

A expansão capitalista foi outro grande acontecimento que ocasionou a perda de terras indígenas,
pois geraram vários outros conflitos fundiários devido aos processos de colonização do território
(SANTANA JÚNIOR, 2010, p. 210). Por causa disso, os indígenas passaram a dispersar cada vez
mais sobre o território alagoano, para sua própria proteção.

A questão indígena começa a ser trabalhada e estudada apenas no fim do século XX, com o fim da
ditadura civil-militar no Brasil. De acordo com Luciano (2006), nesse momento diversas etnias que
tinham escondido suas identidades, devido a opressão dos povos originários, voltam a expor sua
etnia e a reconquistar suas terras, ou segundo Campos (2003, p. 74) “buscar de volta aquilo que os
pertence desde sempre”.

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Como mostrado acima, os povos indígenas em Alagoas também foram usurpados de seu território,
explorados e dizimados, e devido a isso várias etnias foram extintas do estado. De acordo com os
registros históricos datados após a emancipação política de Alagoas, consta a presença de vinte
grupos no território alagoano, sendo eles: Abacariaras, Aconãs, Caetés, Cariris (Kariris), Canapotiós,
Ceococes, Moriquitos, Natu, Prakiô, Pipianos (Pipições), Prato (Pratto), Potiguaras, Romaris, Shocó
(Xocó), Shucurus, Umãs (Umans), Vouvés, Wakona (“Shucuru, Cariri”), Tingui-Botó (Tingui-
BotóWakoanã) e Wassu. Atualmente de acordo com os registros da Fundação Nacional dos Povos
Indígenas (FUNAI), esse número decaiu para onze etnias distribuídas no território alagoano, como
mostrada na tabela abaixo.

Tabela 1 – Etnias Indígenas de Alagoas e Modalidade das Terras Indígenas

Região de Planejamento Etnia Municípios

Aconã Traipu

Karapotó São Sebastião

Campo Grande,
Agreste Tingui-Botó Feira Grande

Kalangó Água Branca

Koiupanká Inhapi

Geripankó Pariconha
Alto Sertão
Karuazu Pariconha

Katokinn Pariconha

São Brás,
Baixo São Francisco Kariri-Xokó
Porto Real do Colégio

Planalto da Borborema Xucuru-Kariri Palmeiras dos Índios

Colônia Leopoldina,
Joaquim Gomes,
Matriz do
Serra dos Quilombos Wassu
Camaragibe, Novo
Lino.

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Fonte: FUNAI (2016); Governo de Alagoas (2014); Vieira (2015).


Elaboração: Débora Evelly de Melo Souza, mai., 2023

As demarcações das terras indígenas também foi algo que diminuiu extremamente através dos
longos anos de opressão, e que apesar da Constituição Federal de 1988 falar que “a demarcação das
terras tradicionalmente ocupadas pelos povos indígenas se estabelece como um dos principais
deveres do estado brasileiro”, muitas vezes esse território foi apropriado por fazendeiros, posseiros,
etc. Sendo assim, nem toda terra indígena demarcada em Alagoas é ocupada pelos povos originários,
sendo mais uma vez privados de seus direitos.

O mapa abaixo expõe as demarcações de terras indígenas com algumas terras compreendendo mais
de um município, e sua distribuição no território alagoano.

Em relação à população indígena de Alagoas, segundo o Censo Demográfico realizado pelo IBGE em
2010 é de 14.509 indígenas. Porém, por se tratar de uma pesquisa censitária, voltada ao quantitativo,
onde considera como pessoa indígena aquele que se autodeclara, independente se reside ou não em
terras indígenas, o número é de 16.291 indígenas no estado alagoano, sendo 6.268 na condição de
residente e 10.023 não residentes. Já os dados de população das terras indígenas da SESAI (2015)
revelam um total de 10.771 residentes em Alagoas, comparando-os a uma diferença de 4.503
pessoas. A população está distribuída por estado alagoano por etnia e aldeias indígenas, como
mostrado na tabela 2, já no gráfico 1 observa-se dados mais atualizados sobre a quantidade de
indígenas aldeados levando em consideração as onze etnias registradas na Fundação Nacional dos
Povos Indígenas.

Tabela 2 – População Indígena de Alagoas


Região de Aldeias População IBGE População
Etnia
Planejamento Indígenas (2010) SESAI (2015)

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Aconã Aconã terra 66 69

Fazenda
Karapotó Nova, 392 1.104
Plaki-ô
Agreste
Tingui-Botó, Olho
d’água do
Tingui-Botó Meio 143 334
Januária,
Lajedo do
Alto Sertão Kalankó Couro, - 310
Sítio Gregório

Baixa do Galo,
Roçado,
Koiupanká - 564
Baiza Fresca

Ouricuri,
Figueiredo,
Moxotó,
Geripankó Serra do 632 1.502
Engenho,
Aratikun

Tanque,
Karuazu Campinhos - 1.749*
Katokinn Katokinn -

Baixo do São
Kariri-Xocó Kariri-Xocó 1.949 1.952
Francisco
da Fazenda do
Canto,
Boqueirão,
Mata da
Cafurna,
Planalto Cafurna de
Xucuru-Kariri 1.004 1.388
Borborema Baixo,
Serra da
Capela,
Serra do Amaro,
Coité,
Riacho Fundo
Serra dos
Wassu Cocal 2.082 1.799
Quilombos

Total 11 29 6.268 10.771

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Fonte: Governo de Alagoas (2014); IBGE (2010); SESAI (2015).


Elaboração: Débora Evelly de Melo Souza, mai., 2023

*Refere-se à população residente das duas aldeias: Karuazu e Katokinn. Um único pólo base da
SESAI atende as duas comunidades, por isto no relatório encontra-se o somatório da população.

Gráfico 1: Quantidade de indígenas aldeados por etnia (2018)

Fonte: FUNAI, 2018.


Elaboração: Débora Evelly de Melo Souza, mai., 2023

A população indígena está distribuída no estado de Alagoas por aldeias como pode ser observado na
tabela 2, algumas aldeias compreendendo mais de um município como se observa no mapa de
localização das aldeias indígenas abaixo.

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O território é essencial para o indígena, pois é utilizado para produção e reprodução de suas vidas, é
mais do que cultivo, é condição para a vida dos povos indígenas, para realizarem seus rituais e
festas, reproduzirem sua cultura. Citando Luciano (2006, p.101)

Território é condição para a vida dos povos indígenas, não somente no


sentido de um bem material ou fator de produção, mas como o ambiente em
que se desenvolvem todas as formas de vida. Território, portanto, é o
conjunto de seres, espíritos, bens, valores, conhecimentos, tradições que
garantem a possibilidade e o sentido da vida individual e coletiva.

O território para os povos originários é mais do que espaço geográfico é algo que lhes cede os
recursos à vida. Porém, por estarem localizados onde uma abundancia em recursos naturais, se
tornar alvos do capitalismo um incessante processo de acumulação, e para as corporações e o
Estado, o território indígena é apenas uma terra que existem recursos naturais prontos não
explorados.

Hodiernamente, os povos indígenas alagoanos ainda sofrem com diversos conflitos, devido à
dominação das oligarquias, que comandam vida política e econômica do estado de Alagoas. Os
povos originários ainda sofrem frequentemente com a falta de reconhecimento de etnias,
regulamentação de terras, como por exemplo, os Xukuru-Kariri localizados em Palmeira dos Índios
onde suas terras são constantemente violadas por fazendeiros, por posseiros e, inclusive, pelo poder
municipal (VIEIRA 2015), (SEPLAG, 2017). Outro caso parecido encontrado foi o das aldeias
indígenas Geripankó, Kalankó, Karuazu, Katokinn e Koiupanká, que são obrigados a dividir suas
terras com posseiros da região. As terras da etnia Wassu, também são alvos da exploração mineral.

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Os Kariri-Xocó também sofrem frequentemente com a violação de suas terras, com construções de
edificações as margens do rio São Francisco, sendo elas áreas de preservação (CIMI, 2014). Essas
violações são repletas de violência e abusos, com ameaças de mortes constantes, utilizando a
intimidação como forma de repressão aos povos indígenas, e muitas vezes as ameaças se tornam
assassinatos, onde no Brasil são registrados diversos deles, onde no período de 2014 à 2017 ouve
um aumento de mais de 100 assassinatos por ano, de acordo com a CIMI (2017).

Apesar disso, as etnias indígenas resistem, não apenas a de Alagoas, mas a de todo o Brasil, lutam
frequentemente por suas terras e construção de seu território, mesmo com as contínuas ameaças e
mortes, os povos originários resistem.

ATUAL SITUAÇÃO POLÍTICA INDÍGENA NO BRASIL

Segundo dados do IBGE no último censo realizado em 2010 o país contava com 817.963 indígenas
no total. Desses, 315.180 residiam em zona urbana e 502.783 viviam em zona rural. Em 2018 houve
uma parceria entre a FUNAI e o IBGE para realização de um novo censo que finalizou a coleta de
dados em 31 de outubro de 2022, ainda não foram divulgados dados mais atualizados. No século XVI
o Brasil contava com uma população indígena estimada em de 2.431.000. No gráfico podemos
observar a situação dos povos indígenas no Brasil de 1991 até 2010.

FONTE: https://indigenas.ibge.gov.br/graficos-e-tabelas-2.html

O país conta com o estatuto do índio, detém a lei de LEI Nº 6.001, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1973,
e nesta lei asseguram a existência física, étnica e cultural das diversas comunidades indígenas que
habitam o território brasileiro. Na constituição de 1988, CAPÍTULO VIII, art. 231 e 232 reconheceu o
direito originário da terra às comunidades, no primeiro parágrafo deste artigo já os garante o direito a
terra. Internacionalmente a luta indígena foi reconhecida na Declaração Universal dos Direitos dos
Povos Indígenas, onde conta com 46 artigos legitimando a luta indígena internacionalmente. Essas
leis asseguram a integridade física, cultural e ideológica bem como as terras e posses dos povos
originários.

O conflito com latifundiários vem de épocas datadas do século XVI, entre os indígenas e portugueses
tentando tomar suas terras. Infelizmente a grande maioria desses conflitos os portugueses acabavam
sendo vitoriosos, tanto por ter melhor tática quando melhores instrumentos de defesa. E esse conflito

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se estende até os dias atuais, o agro está em constante evolução com suas tecnologias, mas é
retrógrado no que se refere a tomar terras indígenas por comando de grandes latifúndios. Cerca de
12% de todo território nacional pertence a reservas indígenas, e essa parcela vem cada dia mais
sendo ameaçada por invasão de madeireiros, garimpeiros, posseiros e latifundiários.

O caso mais gritante desta invasão e apropriação de terras aconteceu recentemente com os povos
Yanomami. Garimpeiros invadiram a sua área e de 15mil a 20mil garimpeiros desmataram, poluíram e
envenenaram rios com suas técnicas de garimpo. As terras Yanomami são uma das maiores reservas
do país, e por alguns anos pela flexibilização de leis no último governo, veio a causar esse impacto
social e ambiental.

Segundo o CIMI (Conselho Indigenista Missionário) o Brasil em 2021 registrou um aumento de 16 %


de invasões em terras indígenas em todo território. Foram 305 casos em 226 terras em 22 estados da
federação. A forma truculenta de invasão destes povos causou mortes, ainda no relatório divulgado
pelo CIMI em parceria com a Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS) houve 176
homicídios desses povos, 67% das vítimas tinham entre 20 e 59 anos e 22,2% tinham até 19 anos.
Amazônia, Roraima e Rio grande do Sul lideram no número de vítimas fatais.

Os anos que duraram de 2018-2022 foram marcados por um governo que não tinha responsabilidade
sobre esses povos, com discursos de ódio o governo deste período proporcionou um retrocesso na
luta indígena. Omissão, negligência e negação de direitos fizeram com que os povos originários
sofressem ainda mais com sua luta. A paralisação da de demarcação e incentivo a garimpeiros
fizeram com que todas as leis mencionadas anteriormente fossem completamente esquecidas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se concluir que as questões indígenas envolvem uma ampla discussão que desde o início do
século XVI com a chegada dos europeus ao território brasileiro até o presente momento, é uma
temática que precisa ser estudada por todos, sobretudo pelos povos indígenas a fim de conhecerem
seus direitos para adquirir participação popular efetiva. Pesquisar o referido tema é relevante para
entender a importância da contribuição desses povos para a formação da sociedade brasileira, para a
cultura, histórica, a preservação do meio ambiente. Por fim, é importante salientar que embora
diversas mudanças políticas-sociais tenham apresentado melhorias significativas para a população
indígena as leis não são eficientes para garantir seus direitos.

REFERÊNCIAS
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Último censo do IBGE registrou quase 900 mil indígenas no país; dados serão atualizados em
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No Pará, Funai apoia IBGE em ação de diálogo com indígenas sobre o Censo Demográfico de
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v. 00, n.
Caminhos de Geografia Uberlândia - MG 00 Mês/Ano p. 0–0 Página 0
Darlan da Silva Neris
Débora Evelly de Melo Souza
Questões Indígenas: Uma análise Geográfica Herbert Roberto de Souza
Santos
Lílian Rose Fidelis dos Santos

IBGE | Brasil: 500 anos de povoamento | território brasileiro e povoamento | história indígena |
os números da população indígena. Disponível em:
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Artigo | Terras Indígenas e produção agropecuária. Disponível em:
<https://www.brasildefators.com.br/2021/09/08/artigo-terras-indigenas-e-producao-agropecuaria>.
Acesso em: 10 maio. 2023.

Terras indígenas e agronegócio: entenda essa relação. Disponível em:


<https://summitagro.estadao.com.br/noticias-do-campo/terras-indigenas-e-agronegocio-entenda-
essarelacao/>.
Terras indígenas têm alta de 74% no desmatamento; área mais afetada protege povo isolado.
Disponível em: <https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/11/28/terras-indigenas-tem-alta-
de74percent-no-desmatamento-area-mais-afetada-protege-povo-isolado.ghtml>. Acesso em: 10 maio.
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Na contramão do agronegócio, terras indígenas lideram preservação e reflorestamentos.


Disponível em: <https://www.brasildefato.com.br/2019/08/26/na-contramao-do-agronegocio-
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