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DEFINIÇÃO DE UNIDADES DE PAISAGEM DA BACIA DO RIO CARANGOLA – MG A PARTIR

DA APLICAÇÃO DO GEOPROCESSAMENTO

SAPAVINI, Maria Madalena1 ; OLIVEIRA, Emiliane da Silva1 ; PANQUESTOR, Evandro Klen2

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Estudante do Curso de Geografia da UEMG – Campus de Carangola (UEMG-FAFILE)
2
Professor Msc, do Curso de Geografia da UEMG – Campus Carangola (UEMG-FAFILE)

ÁREA FAPEMIG: GEOCIÊNCIAS

1. INTRODUÇÃO
A compreensão das inter-relações que ocorrem entre os fatores naturais e as ações humanas permite
o desenvolvimento e uma análise integrada da paisagem. A partir desse estudo diagnóstico sobre o ambiente,
pode-se estabelecer critérios para sua melhor utilização, tornando-se possível a elaboração de cenários, tidos
como seqüências hipotéticas de eventos, com a finalidade de aumentar a compreensão das conseqüências dos
eventos potenciais e políticos de longo prazo (Ross, 2003:12).
A paisagem pode ser definida como uma área composta por uma associação de formas, ao mesmo
tempo físicas e culturais ou humanas, bastante abrangente (Sauer, 1998). Assim, os fatos que ocorrem no
espaço, que constituem a paisagem, devem passar por um recorte analítico, o qual dependerá do objetivo de
estudo da pesquisa e do perfil do pesquisador, não considerando todos os aspectos naturais ou humanos de
dada fração do espaço.
As unidades de paisagens naturais se diferenciam pelo relevo, clima, vegetação, solos e pela
litologia. Esses componentes são interdependentes, de forma que havendo alteração na dinâmica relacionada
a apenas um desses elementos haverá alteração de toda a paisagem. O entendimento do relevo, passa pela
compreensão da paisagem como um todo. Na realidade, existe uma estreita ligação entre tipos de forma do
relevo com elementos naturais e antrópicos na sua definição (Ross, 2003:12).
Nesse sentido, cabe o desenvolvimento de estudos quantitativos do funcionamento ambiental, que
considerem modelos estatísticos e suas variáveis espaciais, com o objetivo de sistematizar, minimizar e
padronizar a pesquisa, seu os custos e prazos. Esta tarefa será cumprida por meio do desenvolvimento de
mecanismos de análise, acompanhamento e representação da realidade espacial.
Matematicamente, a superfície da Terra consiste numa cobertura contínua representada, muitas
vezes, por suas unidades menores (Dehn et al., 2001). A fragmentação da paisagem contínua, por meio
do uso de indicadores quantitativos, permite o estudo do todo a partir de suas unidades menores. Assim,
no planejamento espacial, a fragmentação constitui-se num meio eficaz para a compreensão dos
fenômenos relativos ao uso do solo (Hidding et al., 2002).
O objetivo dessa pesquisa é o de definir as unidades de paisagem na bacia do Rio Carangola –
MG. Especificamente, busca-se analisar as unidades definidas a partir do estudo geomorfológico e
modelagem em SIG; constituir mapas-síntese das informações sistematizadas;

2. MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa adotou metodologia descritiva e explicativa procurando observar, registrar, analisar,


classificar e interpretar os fatos e fenômenos (variáveis), relacionados ao uso e ocupação do solo, procurando
identificar os fatores que contribuem para a construção dos cenários analisados.
Foram utilizadas técnicas padronizadas de coletas de dados, tais como a observação sistemática, a
pesquisa e revisão bibliográfica. Dessa forma, utilizou-se a base de dados cartográfica digital (1:50.000) dos
municípios contidos na bacia em estudo, as curvas altimétricas, pontos cotados e a rede hidrográfica
digitalizada para a elaboração do Modelo Digital de Terreno - MDT, com a finalidade de se detectar, em
laboratório, as unidades de paisagem, segundo o critério altimetria.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O Modelo Digital de Terreno – MDT elaborado revelou níveis altimétricos diferenciados segundo
classes de altimetria, mas que seguem com fidelidade as formas observadas em trabalho de campo.
Verificou-se a conformação de unidades intermediárias bastante representativas, onde são desenvolvidas
atividades socioeconômicas.
A elaboração do MDT possibilitou ainda a visualização de unidades ambientais caracterizadas
inicialmente pela forma e declividade. As localidades com maiores declividades e com maior sujeição a
movimentos de massa também forma destacadas nesse modelo.

4. CONCLUSÕES

A representação do relevo por meio de procedimentos computacionais constitui-se numa técnica


eficaz à medida que permite a definição cartográfica do modelado terrestre em terceira dimensão, sua
visualização ampla e a possibilidade de caracterização de cada unidade da paisagem segundo os critérios
altimétricos.
Nesse sentido, trata-se de um estudo diagnóstico inicial sobre o qual podem ser desenvolvidos
trabalho de campo e a aplicação de teorias gerais para a compreensão de aspectos sócio-ambientais
relacionados às dinâmicas desenvolvidas nessa porção do espaço geográfico.

5. FONTE DE FOMENTO

FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIA E LETRAS DE CARANGOLA – FUNDAÇÃO


FAFILE.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DEHN, M., Gartner, H., Richard D. (2001). Principles of semantic modeling of landform strctures.
Computers &Geosciences 27. Pp. 1005-10010.
HIDDING, M. C. , TEUNISSEN, A.T.J. (2002). Beyond fragmentation: new concepts for urban-rural
development. Landscape and Urban Planning 58. Pp. 297-308.
ROSS, J. L. S. Geomorfologia: ambiente e planejamento. São Paulo: Contexto, 2003. 84p.
SAUER, C. (1998). The morphology of landscape In: Leighly, J. A selection from the writings of Carl
Ortwin Sauer. Berkley: Univesity of California Press. Pp. 315-350.

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