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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

IMPACTO DA EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS NO


DESENVOLVIMENTO DOS PAÍSES EMERGENTES

Nome: Fernando Nunes Francisco

Código: 708213085

Beira, Outubro de 2022


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

IMPACTO DA EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS NO


DESENVOLVIMENTO DOS PAÍSES EMERGENTES

Nome: Fernando Nunes Francisco

Código: 708213085

Curso: Gestão Ambiental

Cadeira: Desenvolvimento no
Terceiro Mundo

Ano de Frequência: 2º ano

Docente: Msc. Abibo Chiar


Motonganhica.

Beira, Outubro de 2022


Índice
1. Introdução..................................................................................................................1

1.1. Metodologia de pesquisa....................................................................................1

2. Os Recursos Naturais.................................................................................................2

2.1. Crescimento em Países Ricos em Recursos........................................................2

2.2. Impacto da exploração dos recursos naturais no desenvolvimento dos países


emergentes.....................................................................................................................3

3. Conclusão...................................................................................................................6

4. Referencias Bibliográficas.........................................................................................7
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1. Introdução
O impacto ambiental decorrente no desenvolvimento dos países emergentes tem levantado
preocupações acerca da incompatibilidade entre o sistema económico vigente e a preservação
da natureza. Portanto, a fundamentação desta temática parte do pressuposto que nas últimas
décadas têm surgido um conjunto de alterações ambientais e socioeconómicas que devem ser
vistas, por todos, com olhos mais atentos e capazes.

Percebe-se também que vários países desenvolvidos têm mais acesso aos recursos naturas em
relação aos países subdesenvolvidos e que são ricos dos recursos naturais. Sendo assim, é
evidente que nas últimas décadas houve redução da pobreza nos países em desenvolvimento,
no entanto, bilhões de pessoas ainda possuem acesso precário a serviços e bens essenciais
particularmente nos países emergentes.

Tendo em vista que o crescimento económico é uma das causas que impactam positivamente
e negativamente o desenvolvimentos dos países o presente trabalho busca analisar os
impactos da exploração do recursos naturais no desenvolvimento dos países emergente.

Ressalta-se também que para realização desta pesquisa, o autor recorreu há alguns autores que
abordam em torno destas problemáticas. E por outro lado, também salienta-se que, quanto a
estrutura, o presente trabalho compreende 3 partes, incluindo esta primeira parte introdutória,
onde faz-se uma abordagem inicial do assunto e a seguir a fundamentação teórica do assunto e
por fim a conclusão e as respectivas referências bibliográficas.

1.1. Metodologia de pesquisa


Para a concretização desta presente trabalho, foi necessário o empregue da pesquisa
Bibliográfica. Como ensina Fonseca (2002, p. 32) “a pesquisa bibliográfica é feita a partir do
levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e
electrónicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites”. Partindo deste princípio,
foi possível elaborar do quadro teórico conceptual, através de manuais, artigos científicos,
dissertações, monografias, aulas e revistas científicas referentes a conceitos geográficos.
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2. Os Recursos Naturais
Desde dos princípios que as civilizações espalhadas pelo mundo se fixaram, de forma
estratégica, em locais próximos das principais fontes de elementos essenciais à sua
sobrevivência, ou seja, de recursos naturais. O Homem viveu na natureza e com a natureza
durante milhares de anos, sem que houvesse uma interferência significativa nas diversas
espécies e elementos presentes no planeta (Peres, 2011).

Mas, das mais diferentes formas, a sociedade foi consumindo os recursos naturais. Ao longo
dos séculos e à medida que o desenvolvimento das sociedades aumentava, subia consigo, e da
mesma forma, o consumo e exploração dos recursos naturais: nós, humanos, extraímos e
colhemos quantidades cada vez maiores de recursos naturais dos ecossistemas, (Giljum et al.
2009, citado em Soares, 2017).

Contudo, nos últimos 200 anos o desenvolvimento industrial baseou-se, essencialmente, na


energia produzida pelos combustíveis fósseis, assim como nas matérias-primas. No entanto,
nos últimos anos, os preços quer das matérias-primas, quer mesmo dos combustíveis fósseis
tem sofrido variações significativas devido à própria flutuação da procura, gerando situações
de crise nos países cuja economia é muito dependente da sua comercialização.

Desta forma, alcançar os padrões adequados da utilização dos recursos é a pedra


Moçambicana para o desenvolvimento sustentável: um mundo sustentável precisa de regras,
leis, padrões, fronteiras, tratados e restrições sociais, como é lógico, mas regras para a
sustentabilidade que serão colocadas no lugar onde não se destroem liberdades, mas se criam
liberdades e protecção para todos (Meadows, Renders e Meadows 2004, como citado em
Soares, 2017).

2.1. Crescimento em Países Ricos em Recursos


É do conhecimento geral vai algum bom tempo, que a abundância de recursos naturas não
conduz inevitavelmente ao sucesso económico. Muitos países têm alcançado padrões de vida
elevados e sustentados, embora não tenham praticamente quaisquer recursos exportáveis, ao
passo que muitos países ricos em petróleo e gás, minerais e pedras preciosas, continuam a ter
baixos níveis de rendimento per capita e, em geral, um fraco desempenho económico (Biggs,
2012).

De acordo com o autor acima, esta relação entre a riqueza de recursos naturais e o
desempenho económico, muitas vezes chamado o “paradoxo da abundância” ou a “maldição
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dos recursos naturais”, é apresentado em relação a correlação entre a taxa média de


crescimento do PIB e a percentagem dos recursos naturais nas exportações dos países durante
aproximadamente quatro décadas. Em geral, a relação comprova-se ser negativa. Países como
a China e a Coreia, com baixas exportações de recursos naturais, apresentam altas taxas de
crescimento. Países com elevadas exportações de recursos naturais, como a Zâmbia, Nigéria,
Venezuela e o Gabão, apresentam baixas taxas de crescimento (Biggs, 2012).

No entanto, esta correlação negativa, como se pode observar a partir da linha que atravessa os
dados, não é muito robusta. Alguns países com abundância de recursos conseguem obter bons
resultados. O aspecto mais marcante do diagrama é que a relação global mostrada não mostra
ser positiva em todos os casos. Intuitivamente, podia esperar-se que os países com forte
exportação de recursos naturais mostrassem um desempenho espectacular (Custódio, 2021).

Segundo Biggs, (2012), Moçambique irá realizar receitas volumosas de exportação ao longo
da próxima década nas áreas de carvão, gás natural (incluindo, possivelmente, algum
petróleo) e das areias-pesadas. Outras possibilidades de exportação de minerais identificadas
são o ouro, bauxite, berílio, tantalite, cobre, chumbo e urânio. Além disso, prevê-se que as
exportações de electricidade para os países vizinhos irão crescer substancialmente, com
maiores investimentos em hidroelectricas e em novos empreendimentos conjuntos de centrais
termoeléctricas a partir de carvão e gás natural.

A jusante, a forte expansão de exportações também estimula planos de investimentos


relacionados com a produção de aço e fundição de minérios, bem como o desenvolvimento de
novas infra-estruturas (ferrovias, estradas, portos e barragens). Segundo David Smith no
jornal The Guardian, Moçambique parece ter deixado de ser um problema africano para se
tornar na nova oportunidade de África.

2.2. Impacto da exploração dos recursos naturais no desenvolvimento dos países


emergentes
De acordo com Mendonça e Abraão (2015), tem havido uma forte procura de recursos de
carvão no mercado mundial e as previsões apontam para que esta assim se mantenha, num
futuro previsível, apesar da recente desaceleração do crescimento económico na China e na
Europa, que tem levado à contracção temporária dos mercados de matérias-primas. A procura
de carvão térmico continua a ser impulsionada pelo crescimento agregado dos mercados
emergentes. Custódio (2021) acresce que, a procura de carvão metalúrgico, por outro lado,
continua a ser impulsionada por grandes investimentos infra-estruturais na Índia, China,
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Brasil e Médio Oriente, o que fez aumentar a necessidade de produção de aço, em todo o
mundo. Prevê-se um crescimento de 70 a 80 por cento na procura mundial de carvão
metalúrgico nos próximos 15 anos. E Moçambique encontra-se numa boa localização
estratégica para fornecer estes mercados.

Portanto, o crescimento destes países é impulsionado principalmente pelas exportações de


recursos naturais. Alguns países, como Angola, que produz petróleo, registam taxas de
crescimento anuais de mais de 20%. Outros só recentemente o conseguiram. Moçambique,
por exemplo, está no bom caminho para se tornar num dos maiores produtores de carvão e de
gás do mundo. África está a crescer muito, enquanto a economia mundial luta contra a
escassez de recursos.

Por outro lado, segundo Biggs, (2012) o bom dos recursos naturais torna as economias dos
países subdesenvolvidos vulneráveis. Elas dependem do mercado mundial, das flutuações de
preços e da procura. Danos ambientais, corrupção ou conflitos sobre a distribuição de recursos
são alguns dos efeitos colaterais da nova riqueza.

Segundo Biggs, (2012, p. 45):

[…] além da situação ambiental crítica que se vive actualmente em países emergentes,
somente um quarto da população mundial consegue adquirir e beneficiar do sistema
mundial de extracção e comércio dos recursos naturais. Com efeito, uma percentagem
substancial da população continua a viver abaixo do limiar de pobreza, ou seja,
’subsistem’ sem acesso aos recursos mínimos – alimentação, água potável e uma
habitação condigna. E apesar do decréscimo progressivo dos mais pobres.

Contudo, são poucos os países que conseguiram diminuir os índices de pobreza através da
exploração de matérias-primas. Em muitos casos o dinheiro da venda destas matérias-primas
não chega à população. Em muitos casos a exploração dos recursos naturais é feita de uma
forma insustentável, beneficiando apenas uma pequena elite e destruindo o meio ambiente.

Para o caso de Moçambique, em cabo delgado, zona de ataques terroristas, é rica em diversos
recursos naturais, como gás, petróleo, mármore, ouro, rubis entre outros, que mobilizaram
grandes empresas, mas também a insurgência armada. Como consequências há violações de
direitos humanos, assassinatos, raptos, detenções arbitrárias e desaparecimento de jornalistas e
cidadãos (Soares, 2017).

Quanto ao comércio internacional destes produtos, Peres, (2011) afere que, ampliou
enormemente nos dias atuais, podendo apoiar o desenvolvimento económico dos países mais
emergentes, uma vez que, sendo os países desenvolvidos os maiores consumidores, têm de
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importar produtos provenientes dos países em desenvolvimento, e contribuir para o


crescimento e desenvolvimento.

Contudo, acelera a extracção e faz com que se coloque em risco as demandas globais de
recursos, aumentando as pressões ambientais e em comparação, os ganhos adquiridos não
aumentam na mesma proporção. Salvo, claro, algumas excepções, como são o caso dos países
da OPEC, no que diz respeito ao petróleo (Giljum et al., 2009, cotado em Peres, 2011).

Infelizmente, o comércio internacional, actualmente, em vez de equilibrar, acaba por reforçar


as desigualdades no uso dos recursos. Estando a população dos países mais ricos a consumir
dez vezes mais do que as pessoas dos países mais pobres (Branco, s/d).

Em fim, a má gestão dos recursos naturais acarreta impactos negativos para toda a sociedade,
inclusive impactos económicos. Com o passar dos anos, as externalidades negativas causadas
ao meio ambiente apresentam custos económicos cada vez mais elevados para adopção de
medidas de controlo e remediação (Moura; Roma; Saccaro Júnior, 2016).

Portanto, é de suma importância a preservação do capital natural para alcançar o


desenvolvimento económico mesmo em cenários de crise, ou baixo crescimento deve-se
adoptar estratégias que aumentam e eficiência no uso destes recursos e que evitem o
desperdício.
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3. Conclusão
A preservação de recursos naturais não pode ser vista como um entrave ao desenvolvimento,
pelo contrário não preservar o capital natural acarreta grandes custos económicos e sociais.
Sendo assim, a preservação ambiental é de extrema importância para o desenvolvimento de
uma nação.

Por outra parte, embora nos países desenvolvidos não se dêem taxas de crescimento tão
espectaculares como nas economias emergentes, a procura por metais encontrou novas
aplicações, como as relacionadas com a sanidade, com o desenvolvimento de novas
tecnologias e processos mais sustentáveis ou com novas. Assim, os recursos naturais têm um
impacto relevante no mercado mundial, cabe o pais saber explorar os tais recursos de modo a
oferecem um valor tangível de presente e de futuro,

4. Referencias Bibliográficas
Peres,Saul. (2011). Atitudes Ambientais: um estudo com jovens do Segundo e terceiro ciclo do
Ensino básico da região do Planalto Mirandês. Dissertação

Soares, Dora. (2017). Impactos derivados da exploração dos recursos naturais: perspectiva
dos alunos no contexto da educação para o desenvolvimento sustentável e direitos humanos.
Universidade de Porto.

Biggs, Tyler. (2012). Explosão emergente de recursos naturais em Moçambique: Expectativa,


vulnerabilidade e políticas para uma gestão de sucesso. Maputo: USAID.

Custódio, Jeane. (2021). Crescimento económico e desenvolvimento sustentável: Análise


comparativa dos impactos ambientais entre os países que compõem o BRICS. Natal:
Universidade Federal Rio Grande Norte.

Mendonça, Marina e Abraão, Rafael. (2015). Subdesenvolvimento, desindustrialização e


exploração de recursos naturais: o petróleo da camada de pré-sal como chave ou entrave
para o desenvolvimento nacional. São Paulo: UNIFESP.

Moura, Magalhães.,Roma, César., Saccaro, Júnior (2016). Problemas Económicos, Soluções


Ambientais. Boletim Regional Urbano e Ambiental. Brasília: IPEA.
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Branco, Carlos. (2009). Recursos Naturais, Meio Ambiente e Crescimento Sustentável em


Moçambique. Maputo: IESE.

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