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UNIVERSIDADE LÚRIO

Faculdade de Ciências Agrárias


Curso de Licenciatura em Engenharia em Desenvolvimento Rural
3° Ano, II Semestre

PROMOVENDO A RESILIÊNCIA AGRÍCOLA: INTRODUÇÃO DE PRÁTICAS DA


AGRICULTURA SUSTENTÁVEL ORGÂNICA NA AGRICULTURA FAMILIAR NO
DISTRITO DE MECUBURI
Projecto da cadeira de Extensão comunitária IV

Discente:
Valdemiro Adriano
Docente:
Phd. Mateus Paulo Marassiro

Unango, dezembro de 2023.


ÍNDICE
I. CONTEXTUALIZAÇÃO................................................................................................... 3
1.1. Problema ...................................................................................................................... 3
1.2. Justificativa .................................................................................................................. 3
1.3. Público beneficiário ..................................................................................................... 3
1.4. Objectivos .................................................................................................................... 3
1.4.1. Geral ..................................................................................................................... 3
1.4.2. Específicos ........................................................................................................... 4
II. METODOLOGIA ........................................................................................................... 5
2.1. Descrição da área ......................................................................................................... 5
2.2. Recursos....................................................................................................................... 5
2.2.1. Recursos Humanos ............................................................................................... 5
2.2.2. Recursos Materiais ............................................................................................... 5
2.2.3. Recursos Financeiros............................................................................................ 5
2.3. Indicadores................................................................................................................... 5
2.3.1. Taxa de Adopção de Práticas Sustentáveis pelos Agricultores............................. 5
2.3.2. Variação na Produção Agrícola ............................................................................ 5
2.3.3. Nível de Satisfação e Participação dos Agricultores nos Treinamentos ............... 6
2.4. Equipas de trabalho ..................................................................................................... 6
2.4.1. Equipe de Capacitação ......................................................................................... 6
2.4.2. Equipe de Implementação .................................................................................... 6
2.4.3. Equipe de Monitoramento e Avaliação ................................................................ 6
2.5. Tarefas prioritárias ....................................................................................................... 6
2.5.1. Levantamento Inicial das Necessidades e Desafios Locais ................................. 6
2.5.2. Desenvolvimento e Implementação de Programas de Treinamento .................... 7
2.5.3. Estabelecimento de Áreas de Demonstração para Práticas Sustentáveis ............. 7
2.5.4. Busca de Financiamento através de Parcerias Governamentais e Não
Governamentais .................................................................................................................. 7
2.5.5. Acompanhamento Contínuo e Avaliação do Projecto .......................................... 7
2.6. Sustentabilidade do projecto ........................................................................................ 7
2.7. Benefícios da agricultura sustentável orgânica............................................................ 8
2.8. Cronograma de actividades ......................................................................................... 8
2.9. Orçamento ................................................................................................................... 9
III. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 10
I. CONTEXTUALIZAÇÃO
Segundo Marassiro et al. (2021), Moçambique, país com vastas áreas agrícolas, apresenta
aproximadamente 36 milhões de hectares de terras aráveis, sendo apenas 10% em uso. O
país dispõe de recursos hídricos abundantes e condições agroecológicas propícias para a
prática da agricultura. Contudo, notam-se disparidades de acesso a recursos e
infraestruturas básicas, particularmente nas regiões do centro e norte, acentuando-se nas
zonas rurais (Marassiro et al., 2021).
Na região do distrito de Mecuburi, a agricultura familiar desempenha um papel essencial
na subsistência e no sustento das comunidades locais, aproveitando a rica diversidade
geográfica e climática que favorece as actividades agrícolas. Entretanto, os métodos de
cultivo convencionais predominam, frequentemente resultando em práticas prejudiciais à
saúde do solo e à sustentabilidade a longo prazo.
Estevão e Bila (2018) destacam que a agricultura em Moçambique enfrenta ameaças
crescentes devido às mudanças climáticas, que geram padrões de chuva imprevisíveis e
eventos climáticos extremos. Adicionalmente, a degradação do solo, a escassez de acesso
a insumos agrícolas modernos e práticas não sustentáveis contribuem para a redução da
produtividade e resiliência dos agricultores familiares (Mabunda, 2016). Em concordância
com essas problemáticas, observa-se que Nampula, uma das províncias mais populosas de
Moçambique, enfrenta desafios suplementares relacionados à insegurança alimentar e à
pobreza (INE, 2020). Nesse contexto, a promoção de práticas agrícolas sustentáveis
emerge como estratégia essencial para fortalecer a resiliência agrícola e aprimorar as
condições de vida dos agricultores familiares no distrito de Mecuburi.
1.1.Problema
Em Nampula, a agricultura familiar enfrenta desafios como dependência de práticas
convencionais, vulnerabilidade climática e falta de diversificação de culturas. Autores
como Maposse (2017) e Nhantumbo (2018) enfatizam a urgência de promover práticas
agrícolas sustentáveis. Mataveia (2019) destaca a vulnerabilidade climática na região.
Estratégias direcionadas, conforme ressaltado por Cuna (2020), são cruciais para
fortalecer a resiliência dos agricultores e garantir segurança alimentar e estabilidade
econômica.
1.2.Justificativa
A introdução de práticas de agricultura sustentável orgânica é essencial para mitigar esses
desafios, promovendo a resiliência agrícola, conservação do solo e segurança alimentar.
Esta abordagem visa restaurar a saúde do solo, reduzir a dependência de insumos externos
e aumentar a sustentabilidade a longo prazo.
1.3.Público beneficiário
O público-alvo deste projecto são os agricultores familiares em Mecuburi,
compreendendo pequenos agricultores e suas famílias, diretamente envolvidos nas
actividades agrícolas.
1.4.Objectivos
1.4.1. Geral
Promover a resiliência agrícola e a sustentabilidade por meio da adoção de práticas de
agricultura sustentável orgânica em Mecuburi.

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1.4.2. Específicos
• Capacitar agricultores em técnicas de cultivo orgânico, rotação de culturas e
maneio integrado de pragas;
• Implementar áreas de demonstração de agricultura agroecológica;
• Facilitar o acesso a métodos de irrigação sustentáveis; e
• Fortalecer a organização comunitária para promover a cooperação entre os
agricultores.

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II. METODOLOGIA
A metodologia deste projecto visa introduzir e explicar as práticas da agricultura
sustentável orgânica à comunidade de Mecuburi. Inicialmente, uma campanha educativa
envolverá reuniões, workshops e material informativo para disseminar os princípios dessa
abordagem. Agrônomos e técnicos locais serão essenciais na transmissão de
conhecimentos adaptados à realidade local. A implementação incluirá áreas de
demonstração, permitindo a aplicação prática das técnicas junto aos agricultores. Serão
enfatizados os benefícios, como uso eficiente de recursos, preservação da biodiversidade e
melhoria da qualidade do solo, com foco especial na conservação do solo para prevenir
erosão e manter a fertilidade.
2.1.Descrição da área
A pesquisa e implementação serão direcionadas para o distrito de Mecuburi, focalizando
as características climáticas, geográficas e socioeconômicas específicas da região. Essa
abordagem permitirá uma compreensão aprofundada do contexto local, essencial para a
eficácia das intervenções propostas.
2.2.Recursos
Nesta seção, delineamos os recursos essenciais para a implementação bem-sucedida do
projecto, abrangendo aspectos humanos, materiais e financeiros.
2.2.1. Recursos Humanos
A equipe será composta por agrônomos, engenheiros agrícolas e extensionistas, que irão
compartilhar conhecimentos e capacitar os agricultores nas práticas de agricultura
sustentável orgânica.
2.2.2. Recursos Materiais
Serão fornecidos materiais essenciais, como sementes orgânicas certificadas, composto
orgânico, e equipamentos de cultivo sustentável, promovendo a transição para métodos de
agricultura mais amigáveis ao meio ambiente.
2.2.3. Recursos Financeiros
A obtenção de financiamento é crucial para a implementação eficaz. Buscaremos parcerias
com entidades governamentais e não governamentais, instituições de pesquisa e
patrocinadores privados. Os recursos financeiros serão alocados para despesas
operacionais, treinamentos, aquisição de materiais e acompanhamento contínuo do
projecto.
2.3.Indicadores
2.3.1. Taxa de Adopção de Práticas Sustentáveis pelos Agricultores
Definição: Porcentagem de agricultores que incorporaram as práticas sustentáveis após a
implementação do projecto.
Método de Medição: Pesquisas regulares e visitas de campo para avaliar a integração
efetiva das práticas sustentáveis em suas atividades diárias.
2.3.2. Variação na Produção Agrícola

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Definição: Mudanças percentuais na produção agrícola em comparação com os anos
anteriores à implementação do projecto.
Método de Medição: Comparação de dados de produção antes e depois da introdução das
práticas sustentáveis, levando em consideração fatores climáticos e sazonais.
2.3.3. Nível de Satisfação e Participação dos Agricultores nos Treinamentos
Definição: Grau de satisfação dos agricultores com os programas de treinamento e sua
participação ativa nas atividades propostas.
Método de Medição: Pesquisas de feedback, reuniões comunitárias e observações
durante os treinamentos para avaliar o envolvimento e a satisfação.
2.4.Equipas de trabalho
O sucesso do projeto dependerá da colaboração eficiente de equipes dedicadas e
especializadas em diversas áreas. As equipes serão estrategicamente organizadas para
abranger diferentes aspectos da implementação e garantir uma cobertura abrangente.
2.4.1. Equipe de Capacitação
Responsabilidades: Conduzir treinamentos e workshops interativos para os agricultores
sobre as práticas sustentáveis propostas.
Composição: Especialistas em agronomia, engenheiros agrícolas e educadores
ambientais.
2.4.2. Equipe de Implementação
Responsabilidades: Realizar a execução prática das práticas sustentáveis nas áreas
designadas, trabalhando diretamente com os agricultores para garantir a correta aplicação.
Composição: Agricultores locais capacitados, supervisores de campo e técnicos agrícolas.
2.4.3. Equipe de Monitoramento e Avaliação
Responsabilidades: Avaliar continuamente o progresso do projeto, coletar dados, analisar
indicadores e fornecer insights para ajustes necessários.
Composição: Especialistas em monitoramento e avaliação, estatísticos e pesquisadores.
Essas equipes serão interativas, colaborando de maneira integrada para garantir que as
práticas sustentáveis sejam compreendidas, adotadas e mantidas a longo prazo pelos
agricultores. A comunicação eficaz e a coordenação entre as equipes serão priorizadas
para otimizar a implementação do projecto no distrito de Mecuburi.
2.5.Tarefas prioritárias
Para assegurar uma implementação eficiente e impactante do projeto de desenvolvimento
comunitário focado em práticas agrícolas sustentáveis na cidade de Nampula, uma série de
tarefas prioritárias será realizada.
2.5.1. Levantamento Inicial das Necessidades e Desafios Locais
Objectivo: Compreender as necessidades específicas da comunidade em Mecuburi,
identificando desafios agrícolas, práticas existentes e aspirações dos agricultores.

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Responsáveis: Equipe de Monitoramento e Avaliação em colaboração com a Equipe de
Implementação.
2.5.2. Desenvolvimento e Implementação de Programas de Treinamento
Objectivo: Criar programas educativos abrangentes que abordem as práticas sustentáveis,
adaptados às características locais, promovendo a capacitação dos agricultores.
Responsáveis: Equipe de Capacitação com apoio da Equipe de Monitoramento e
Avaliação.
2.5.3. Estabelecimento de Áreas de Demonstração para Práticas Sustentáveis
Objectivo: Criar campos de demonstração visíveis para permitir que os agricultores
observem diretamente a aplicação bem-sucedida das práticas sustentáveis.
Responsáveis: Equipe de Implementação com supervisão da Equipe de Monitoramento e
Avaliação.
2.5.4. Busca de Financiamento através de Parcerias Governamentais e Não
Governamentais
Objectivo: Garantir recursos financeiros adequados para a implementação contínua do
projeto.
Responsáveis: Equipe de Implementação em colaboração com especialistas em captação
de recursos.
2.5.5. Acompanhamento Contínuo e Avaliação do Projecto
Objectivo: Realizar avaliações regulares para medir o progresso, identificar desafios e
ajustar estratégias conforme necessário.
Responsáveis: Equipe de Monitoramento e Avaliação em estreita colaboração com todas
as equipes envolvidas.
2.6.Sustentabilidade do projecto
O projecto buscará a autossustentabilidade através da capacitação dos agricultores para
replicarem as práticas por conta própria. Além disso, serão estabelecidas parcerias com
órgãos governamentais, ONGs e sector privado para garantir apoio contínuo. As
estratégias para promover a sustentabilidade incluem:
1. Transferência de Conhecimento:
• Abordagem: Capacitar agricultores, líderes comunitários e agentes locais com
habilidades e conhecimentos para que possam continuar implementando
práticas sustentáveis após a conclusão do projeto.
• Métodos: Treinamentos de treinadores, material educativo impresso e digital, e
sessões práticas de aprendizado.
2. Envolvimento da Comunidade:
• Abordagem: Incentivar a participação ativa e apropriada da comunidade em
todas as fases do projeto, promovendo uma sensação de propriedade e
responsabilidade.

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• Métodos: Reuniões regulares, grupos de discussão, e estabelecimento de
comitês locais de agricultores.
3. Diversificação Econômica:
• Abordagem: Introduzir culturas diversificadas e atividades agrícolas
complementares para mitigar riscos e criar fontes de renda adicionais.
• Métodos: Treinamento em práticas de diversificação, fornecimento de
sementes de culturas alternativas e apoio na comercialização.
4. Acesso Sustentável a Recursos:
• Abordagem: Garantir que os agricultores tenham acesso contínuo a sementes,
equipamentos e insumos por meio de práticas sustentáveis de gestão de
recursos.
• Métodos: Estabelecimento de sistemas de troca de sementes, manutenção de
equipamentos e treinamento em práticas de conservação.
5. Parcerias Duradouras:
• Abordagem: Cultivar parcerias estratégicas com organizações governamentais,
não governamentais e setor privado para apoio contínuo e colaboração.
• Métodos: Desenvolvimento de acordos de parceria de longo prazo,
compartilhamento de recursos e colaboração em iniciativas futuras.
2.7.Benefícios da agricultura sustentável orgânica
A agricultura sustentável orgânica em Mecuburi trará vantagens, como melhoria da saúde
do solo, preservação da biodiversidade, redução da contaminação ambiental e colheitas
mais resilientes, garantindo segurança alimentar. A diversificação de culturas também
promoverá a sustentabilidade econômica dos agricultores, destacando o impacto positivo
da abordagem para fortalecer a resiliência agrícola e práticas sustentáveis.
2.8.Cronograma de actividades
Tabela 1. Cronograma de actividades.
Actividade Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Levantamento de X
necessidades
Desenvolvimento X X
de treinamentos
Implementação X X
de áreas de
demonstração
Monitoramento X X X X
e Avaliação
Estabelecimento X
de parcerias
Fonte: O autor.

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2.9.Orçamento
Tabela 2. Orçamento - promovendo a resiliência agrícola no distrito de Mecuburi.
Despesa Quantidade Custo Unitário Custo Total (MT)
(MT)
Recursos
Humanos
- Engenheiros 2 50,000 100,000
Agrónomos
- Extensionistas 4 40,000 160,000
- Educadores 2 45,000 90,000
Ambientais
Recursos
Materiais
- Sementes 500 kg 10 5,000
Orgânicas
- Equipamentos - 120,000 120,000
de Irrigação
- Materiais de - 15,000 15,000
Treinamento
Recursos
Financeiros
- Financiamento - 200,000 200,000
para
Treinamentos e
Workshops
Despesas
Operacionais
- Despesas de - 25,000 25,000
Viagem
- Material de - 10,000 10,000
Escritório
Total Geral 720,000
Fonte: O autor.

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III. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Cuna, A. (2020). Desafios da Agricultura Familiar em Moçambique. Maputo: Editora
Nacional.
Estevão, J., & Bila, A. (2018). Impacto das Mudanças Climáticas na Agricultura em
Moçambique: Estudo de Caso na Província de Manica. Revista de Estudos
Moçambicanos, 42(1), 99–118.
INE - Instituto Nacional de Estatística. (2020). Inquérito de Orçamento Familiar (IOF)
2018/2019. Retrieved from https://www.ine.gov.mz/estatisticas/estatisticas-
economicas/inqueritos/iof-2018-2019/.
Mabunda, R. (2016). The Impact of Climate Change on Agriculture in Mozambique.
Journal of Sustainable Development in Africa, 18(1), 75–88.
Maposse, E. (2017). Impacto das Práticas Convencionais na Agricultura Familiar. Revista
de Desenvolvimento Agrário, 2(1), 45–58.
Marassiro, M. J., Romarco de Oliveira, M. L., & Pereira, G. da P. (2021). Agricultura
familiar em Moçambique: Características e desafios. Research, Society and Development,
10(6), e22110615682. http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i6.15682
Mataveia, F. (2019). Mudanças Climáticas e Agricultura: Estudo de Caso em Nampula.
Revista de Estudos Ambientais, 15(2), 78–92.
Nhantumbo, I. (2018). Diversificação de Culturas e Sustentabilidade na Agricultura
Familiar em Moçambique. Journal of Sustainable Agriculture, 24(3), 201–215.

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