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Disponibilizamos a carta de intenções do segundo semestre às famílias dos Minis Grupos 1 e

2. Segue abaixo:

CEI MENINA MELISSA.


Carta de Intenção Segundo Semestre.
Mini- grupo I e II.
Há praticamente 4 meses fechamos as nossas salas de aula, foi uma sexta-feira triste
(20/03/2020). Naquele momento, não podíamos imaginar que estávamos fechando as portas e
teríamos que abrir forçadamente várias janelas. Nem de longe passou pelas nossas cabeças
que nós nos sentiríamos tão inseguras, que o medo bateria de frente ameaçando o nosso ego
de educadores. De repente, as aulas mudaram de estilo, já não ouvimos mais o carinhoso tia, e
os nossos dias perderam os olhares esperançosos de cada criança que chegava a nossa sala.
Partindo deste vínculo, no início do semestre fomos mundialmente surpreendidos por uma
pandemia, cujo a medida necessária para se conter o vírus sendo primordialmente ficar isolado
em suas casas, o ensino presencial foi suspendido, porém nos reorganizamos e adaptamos ao
novo cenário lecionando através do ensino a distância. Esse tipo de situação pode causar
instabilidade emocional, causando estresse e ansiedade. Portanto, é importante que todos
estejam engajados para superar o momento vivido e que agora surge com novas perspectivas.
Porém é hora de pensar em um futuro retorno, no qual o acolhimento e o planejamento, após
este período de isolamento e afastamento social, são fundamentais para a construção dos
novos elos, laços e parcerias. Receber com afetividade e atenção bebês, crianças,
famílias/responsáveis é um fator determinante para a segurança e bem-estar dos envolvidos
nesse processo e superação do isolamento, para um recomeço de todos.
Nossas ações como educadoras do CEI Menina Melissa devem considerar os quatro
elementos que compõem a relação pedagógica: os bebês, as crianças, os contextos e a cultura
(saberes, linguagens e conhecimentos).Como nos ensina Gaspar (2020), começar sabendo
que nossas ações podem, em algum momento, ser equivocadas nos retira a obrigação de
acertar em tudo e nos abre um campo humano seguro para fazer o melhor que podemos
exatamente onde estamos, com o que somos, com o que temos e com o que podemos. Vamos
em frente.
Neste momento, temos a intenção de fortalecer a observação dos bebês e crianças, em suas
interações, suas narrativas e envolvimento nos projetos, atividades, brincadeiras e vivências,
para a retomada de decisões, a partir de planejamentos cotidianos qualificados. Não podemos
desconsiderar, na organização do planejamento das atividades, brincadeiras e vivências, os
arranjos feitos em casa e as diferentes plataformas (o Google Classroom e outra ferramenta
como o Facebook do CEI) e material (Trilhas de Aprendizagens, que as crianças e os bebês
receberam em suas casas) que foram utilizadas pelas famílias e responsáveis para a
manutenção dos vínculos e comunicação. Por meio de estratégias que foram desenvolvidas
pelas professoras para que os bebês e as crianças não se distanciassem das aprendizagens.
No início muitos desafios, como dúvidas, questionamentos, já era de se esperar pois o novo
assusta ainda mais se tratando da vida. O novo cenário exigiu ações drástica para sobreviver, a
princípio fomos direcionando, nossas ações, flexibilizando o trabalho e entendendo melhor com
o novo momento de aprendizagem .Como todo trabalho pedagógico é flexível ,de fato
vivenciamos todos os dias tal flexibilidade, pois flexibilizando nosso horário ,nossos receios,
medos, planejamento, ações e contudo o olhar, olhar as famílias ,as crianças e suas realidades
que sabemos que muitas são precárias.
No entanto repensamos nossa prática de modo, que as proposta de vivência chegue nos lares
de forma,leve,educativa e dinâmica ,e não de maneira imposta mais como um convite, para
que os familiares façam essa ponte garantindo aos pequenos as vivências ,notamos no
decorrer do trabalho as participações dos mesmo, as vezes de forma oculta mais interessados,
dessa maneira consideramos que toda intencionalidade frente a prática ao convívio, foi
transferida pelo mundo virtual, sendo encarada como um novo desafio, pois estamos
aprendendo com o novo mundo imposto pelas circunstâncias, reorganizando uma nova prática
de ensino ,que nos direciona a um olhar e pratica humanizado sem perder o conceito de
educação ,no qual todos estão sendo desafiados diariamente.
Cabe a nós Educadores escutar as crianças e bebês como ponto de partida, assim, devemos
continuar a garantir a organização de rotinas com propostas significativas, em ambientes
acolhedores, seguros e estimulantes para e com as crianças e bebês, a partir de conversas e
decisões, a fim de construir combinados para este momento de retorno em meio à pandemia.
Nossa intenção para com o CEI é que seja um espaço de Desenvolvimento e troca de
experiências, onde as crianças possam ser estimuladas a trabalharem individualmente e
coletivamente, afirmando que as crianças possuem uma natureza singular, que as caracteriza
como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio. Este conhecimento
constituído pelas crianças são frutos de um intenso trabalho de organização de ambientes que
oportunizam a curiosidade, as teorias provisórias, as dúvidas e as hipóteses das crianças são
fundamentais para que se construam novas aprendizagens. As salas de aulas, são lugar onde
as crianças se encontram, aprendem, compartilham brinquedos, experimentam, se
movimentam. Lugares de interação, comunicação, um lugar de possibilidades. Mas este
espaço físico precisa ser planejado para ser, antes de tudo, acolhedor. Na prática, é importante
ampliar e qualificar o momento de brincar para que ele seja fonte de pesquisa para crianças e
bebês, e, para o professor, momento de observação para o replanejamento e relançamento de
propostas.
O Currículo da Cidade de São Paulo – Educação Infantil (2019, p. 50), nos diz que
é preciso ampliar a concepção de acolhimento no sentido de abraçar a criança na
condição que está, acolher não só a criança, mas sua história de vida, seu contexto,
seu modo de ser e estar no mundo.
Para tanto, este documento contempla a intenção de explorar uma diversidade de elementos
para a construção da identidade, da autonomia e do sentido de pertencimento social e cultural
das crianças, visando inclusive potencializar todas as dimensões humanas (o imaginário, o
lúdico, o artístico, o afetivo, o cognitivo, o perceptivo-motor), na tentativa de provocar e ampliar
o repertório de saberes já construído por cada sujeito-criança do CEI.
Tal objetivo fundamenta-se na concepção de que as experiências propostas na Educação
Infantil devem “(...) provocar o encontro da criança com a cultura, de modo a favorecer a
apropriação pelas crianças da herança cultural da humanidade e, por meio desta, a reprodução
pelas crianças das máximas qualidades humanas criadas ao longo da história” (Mello, p.58,
2010).
Face a tal consideração, e ainda apoiada nas considerações teóricas apresentadas pela autora
em destaque, não cabe nesta perspectiva uma educação passiva e contemplativa apenas, mas
uma educação que favoreça uma aprendizagem ativa na qual a criança (e, vale ressaltar,
desde bebê) possa, no contexto escolar, protagonizar experiências que estão para além
daquelas vivenciadas no cotidiano, articulando-as com a cultura elaborada e, assim,
sentindo-se provocada/impulsionada a fazer deslocamentos em sua aprendizagem e,
consequentemente, impulsionar e possibilitar seu desenvolvimento, conforme pressupõe a
concepção materialista de Vygotsky.
Além disso, é meta também deste trabalho priorizar o respeito pelas diferenças (social, gênero,
etnia, religião) e especialmente, as especificidades infantis, concebendo a infância como uma
fase em si. Sob tal perspectiva, pretende-se ao longo desse Segundo Semestre, organizar
tempos e espaços para que as múltiplas linguagens sejam acessadas pelas crianças e,
efetivamente, vivenciadas com sentido no cotidiano do CEI.
Em síntese, portanto, tais ações pedagógicas pretendem partir dos saberes já construídos
pelo grupo, buscando avançar na construção de conhecimentos outros por meio de estratégias
e práticas que desafiem e instiguem a curiosidade infantil, respeitando, porém, o tempo e as
especificidades de cada criança sem ocupar-se de atividades meramente antecipatórias que
relegam à criança o posto de apenas expectadora de seu processo de aprendizagem.
Tal trabalho objetiva ainda estabelecer parcerias com as famílias (através de diálogos, oficinas,
orientações individuais e reuniões coletivas) na tentativa de potencializar os resultados
qualitativos a serem alcançados junto aos pequenos e pequenas da turma. Segundo o RCNEI
(1998):
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens
orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das
capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude
básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais
amplos da realidade social e cultural. Neste processo, a educação poderá auxiliar o
desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades
corporais, afetivas, emocionais, estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação
de crianças felizes e saudáveis (p. 23).

Atenciosamente Professoras;
Amanda Muriel.
Camila Oliveira.
Denize Nunes.
Mariana de Sá.
Marilza Borges.
Roberta Silva.

Textos Utilizados para a Construção da Carta de Intenção. Referências Bibliográficas;


- Minuta do Protocolo de Volta as Aulas. Secretária Municipal de Educação de São Paulo.
- Para um Retorno à escola e a creche que respeite os direitos fundamentais de crianças,
famílias e educadores. Maria Malta Campos e Aidê Almeida, Ângela Barreto, Érica Dumont,
Lívia Fraga Vieira, Mônica Correia Baptista, Paulo Sergio Fochi, Rita Coelho, Silvia Helena
Vieira Cruz e Sonia Larrubia Valverde Brasil, 5/2020.
-MELLO, Suely Amaral. Algumas implicações pedagógicas da Escola de Vygotsky para a
educação infantil. Revista Pro-Posições, v. 10, n. 1 (28), março 1999.
-MELLO, Suely Amaral; FARIAS, Maria Auxiliadora. A escola como lugar da cultura mais
elaborada. Educação, Santa Maria, v. 35, n. 1, p. 53-68, jan./abr. 2010.
REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL, Brasília:
MEC/SEF, Introdução, Vol. I, 1998.
-Currículo da Cidade (2019, p.50,p.121-123, Capitulo 3).

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