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desenvolvimento
Suely Amaral Mello
Essa nova compreensão muda tudo o que vínhamos fazendo com as nossas crianças
nas creches. Descobrimos que o trabalho do adulto que convive com a criança não se reduz
a cuidar, proteger e esperar. Cuidar sim, pois as crianças pequenininhas precisam de
cuidados (alimentação, higiene, conforto). Mas, além de cuidado, precisam muito de
estímulo, de experimentação, de companhia nas brincadeiras e em atividades livremente
escolhidas por elas num espaço rico e provocador de seu desejo de explorar e descobrir. Por
isso, deixamos de ser pajens, babás e monitoras para ser educadoras/educadores (nesse
processo, descobrimos também a importância de educadores homens nesse universo que
aos poucos se tornou exclusivo de mulheres).
Estamos descobrindo/construindo essa nova identidade de professora/professor de
crianças pequenininhas e pequenas sabendo que:
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1. Uma vez que a criança aprende desde que nasce, ela não é incapaz e bobinha
(como acreditávamos até pouco tempo atrás). Ao contrário, ela é capaz (e
desde muito pequenininha) de estabelecer relações com as pessoas que se
aproximam dela para cuidá-la, capaz de estabelecer relações com as coisas
que aproximamos dela para ver, ouvir, pegar, cheirar, levar à boca. Sendo
assim, precisamos rever a concepção de criança pequena que tínhamos, e
para isso, além de conhecer os estudos e pesquisas realizados sobre as
crianças pequenas e pequenininhas, precisamos observar as nossas crianças e
perceber nelas suas possibilidades. Se começamos a observar com o olhar
curioso de quem quer descobrir todos os dias pequenas mudanças nas
atitudes e capacidades da criança, perceberemos como ela muda ao longo de
um tempo. Com isso, vamos começar a perceber as possibilidades e não as
impossibilidades das crianças pequenininhas.
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educadora/educador, junto com outras crianças ou sozinha... em qualquer
situação, a criança é ativa. Nós, adultos, somos importantes na organização
do espaço, na proposição de atividades significativas, na coordenação das
atividades que propomos, mas, a criança precisa realizar, ela própria, as
atividades. Por exemplo, para aprender a usar a colher, é preciso que a
criança utilize a colher para comer, da forma como nós adultos a utilizamos.
A educadora/educador ensina a segurar a colher, corrige quando a criança a
segura de forma inadequada... Por isso, o processo de ensinar e de aprender é
sempre colaborativo, ou seja, resulta da nossa ação conjunta com a criança.
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acessível às crianças) é o segundo educador da turma, pois, organizado dessa forma, divide
a atenção das crianças com a educadora.
A primeira função do cérebro que se forma na criança pequenininha é a percepção.
A criança vai acumulando experiências por meio do que vê, ouve e pega. Por isso,
música agradável e objetos coloridos, sonoros e em movimento para ver, pegar, cheirar e
levar à boca devem ser apresentados aos pequenininhos, pois estimulam sua percepção.
A atividade de explorar os diferentes objetos que apresentamos a ela é o melhor
incentivo ao seu desenvolvimento até próximo dos três anos de idade.
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Junto com esse processo de formação dessas capacidades, está o movimento que
vai do sustentar a cabeça, rolar, firmar-se de bruços com apoio dos braços, ao engatinhar,
levantar-se com apoio dos objetos até o andar. Estudos têm demonstrado que quanto mais
autonomia de movimento a criança tiver, mais saudável será seu desenvolvimento físico.
Por isso, não se deve forçar a criança a assumir nenhuma postura (sentar-se, andar) antes
que ela própria seja capaz de chegar a essa postura e sair dela sozinha.
Junto com todo esse processo, a criança vai formando uma imagem de quem ela é.
Dependendo de como ela é tratada, de como se sente nas situações que vive, daquilo que
permitimos e não permitimos que ela faça, ela vai formando uma autoimagem. Em outras
palavras, ao longo da experiência vivida já no 1º ano de vida, ela começa a formar sua
inteligência e sua personalidade. Esse processo continua ao longo do segundo e do terceiro
ano de vida e vai em frente.
As pesquisas têm mostrado que as crianças aprendem por sua própria atividade ao
imitar os adultos e outras crianças, procurando fazer sozinhas aquilo que veem os outros
fazendo. Como lembra Vygotsky (um psicólogo russo que estudou o desenvolvimento
humano), o desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da memória, da atenção, da
autodisciplina na criança é impulsionado de fora para dentro. Quando a criança convive
pessoas que falam com ela, que convivem, que se respeitam, essas atitudes vão se tornando
internas ao seu comportamento.
Vale repetir que é a vida que a criança vai vivendo (aquilo que faz, as relações que
os adultos ou os parceiros mais experientes estabelecem com ela, o acesso que tem ao
conhecimento, aos objetos) que possibilita que ela aprenda a pensar, a se expressar, a
memorizar, a prestar atenção, a ser sensível, a imaginar...Daí, podemos perceber a
importância da interferência do adulto, bem como de atividades conjuntas de crianças de
idades diferentes, onde quem sabe ensina quem não sabe.
Nós, educadores, devemos, portanto, intervir para provocar avanços que de forma
espontânea não ocorreriam.
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3. quando organizarmos a sala com muitos objetos, organizados, atrativos e
acessíveis o tempo todo às crianças de modo que elas tenham sempre
algum brinquedo ou objetos para explorar;
4. quando apresentarmos regularmente objetos novos e atraentes para as
crianças.
5. quando o ambiente tem objetos firmes e apoio lateral nas paredes ( barras
de PVC) nas quais as crianças possam se apoiar, ficar em pé e caminhar
com apoio;
6. quando organizarmos uma rotina que possibilite às crianças explorar
todos os ambientes da escola: dentro (os diferentes ambientes) e fora
(areia, grama, cimentado, água, jardim, sombra de árvore, sol) respeitando
seus ritmos.
7. quando permitimos que as crianças sejam autônomas na hora de comer e
de escolher com que brincar;
8. quando conversamos com elas em grupo e também individualmente na
hora do banho, da alimentação e da troca;
9. enfim, quando criamos na creche um ambiente acolhedor e estimulante.
Para além, dos cuidados e do respeito aos ritmos da criança (essenciais ao seu
crescimento saudável), podemos sintetizar assim as principais tarefas da educação da
criança no 1o. ano de vida:
a. garantir que ela tenha sempre coisas para ver, ouvir, pegar e que possa
explorar objetos variados (pegar, jogar, morder, rolar: a cesta de tesouros;
b. garantir que ela possa se movimentar (virar-se no chão ou no berço,
sentar, engatinhar e mais tarde andar com apoio);
c. garantir momentos de atenção individual quando a educadora fala com a
criança;
d. ao fazer a passagem da mamadeira para a alimentação sólida, permitir que
a criança mantenha um papel ativo nesse processo. Vale lembrar que enquanto mama, a
criança é ativa em sua alimentação... ela define a ritmo, a quantidade... Quando passa a ser
alimentada pela educadora, é a educadora que é ativa. Então, nossa atenção ás necessidades
da criança é fundamental. Deixar que a criança pegue a comida e logo tenha uma colher
para imitar a educadora e se alimentar sozinha, é fundamental para sua saúde e bem estar.
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No primeiro ano de vida, o trabalho educativo com a criança se realiza de duas
formas principais:
- através da atividade independente da criança com brinquedos e objetos
- e sob a forma de atividade individualizada com a criança quando alimentamos,
trocamos, damos banho.
O cesto de tesouros é importante não apenas para a criança, mas também ajuda o
nosso trabalho, pois, enquanto a criança se entretém com os objetos da cesta, podemos
cuidar dos que exigem atenção e cuidado. Quando as crianças aprendem a entreter-se nos
pequenos grupos, realizando elas próprias suas experiências e tateios com os objetos, elas
estão formando as bases para a sua autonomia: isso implicará disciplina no trabalho escolar
quando ela tiver mais idade, iniciativa em relação aos seus interesses, organização e
possibilidade de aprendizagem mesmo quando a educadora não está perto.
Quando organizamos o espaço da creche devemos considerar essa necessidade de
tateio das crianças e devemos oportunizar essa experimentação rica e diversificada em
relação ao material disponível. É na hora do tateio que as crianças vão percebendo as
características e propriedades dos objetos, e, dessa forma, vão conhecendo e interpretando o
mundo, formando seu pensamento e autoestima...
O desenvolvimento intelectual das crianças acontece em todos os momentos: na
atividade de tateio, na conversa que mantemos com elas, no banho (que é uma experiência
rica de sensações para a criança), na hora da alimentação. Vale lembrar que a atividade
psíquica que se desenvolve neste período da vida da criança é simples em comparação com
as crianças mais velhas, mas é importante para toda a vida futura. Só isto já justifica todos
os esforços que tivermos que fazer para criar um ambiente acolhedor par as crianças.
A atividade motora vai se refinando: depois dos objetos de tamanhos, formas e
texturas variadas, a criança começa a pinçar objetos pequenos (pedacinhos de pão para
pegar com os dedos, pedaços de fruta, bolacha) e a desenvolver ações mais complexas com
objetos (tirar de caixa, recolocar em caixa, juntar e separar partes..), segurar a caneca, a
mamadeira, a colher.
No final do 1o ano, podemos oferecer apoio para a criança ficar em pé sozinha e
caminhar com apoio: a área externa reservada ao horário de sol dos pequenininhos pode
conter grandes tubos fixos no chão e que servem para a criança engatinhar por dentro e
apoiar-se neles para ficar em pé ou andar em volta. Outros materiais também podem ser
úteis para a criança caminhar com apoio: troncos de madeira no pátio, barras de tubo de pvc
fixadas junto às paredes.
O material das atividades deve expandir-se à medida que as crianças crescem:
revistas, livros infantis de pano ou de papel grosso para ver e manusear, caixas, vasilhas
para guardar coisas dentro, objetos para empilhar, jogos de encaixe simples e todo os tipos
de material reciclável, arrumado e organizado por tipo, por tamanho ou por cor...
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Elementos que enriquecem a experiência da criança no 1o. ano de vida são: espelho,
panos, chapéus, bolsas, além dos já mencionados (objetos para ver, pegar, cheirar, balançar,
fazer barulho) que podem ser pendurados no teto e chegar até a altura da mão das crianças
ou mesmo até o chão, musica para ouvir e dançar, caixas de papelão (para entrar dentro,
guardar coisas, empurrar, puxar), almofadas de formas, cores e tamanhos diferentes...
Ao final do 1o. ano, a criança já será bem diferente do que era nos primeiros dias de
vida: já não é tão dependente do adulto, pois é capaz de se deslocar pela sala e buscar o que
precisa, já se comunica com o adulto, já tem vontades, já percebe coisas de que gosta e não
gosta. É preciso que a educadora/educador perceba essa sua nova fase de vida e deixe de
tratá-la como um bebê: a criança se sente mais independente e quer cuidar de suas coisas.
Se o adulto continuar a tratá-la como um bebê, ela certamente viverá uma crise de
relacionamento com o adulto querendo ser tratada diferentemente. Por isso, deixá-la fazer
coisas por si é importante para sua autoestima e para seu desenvolvimento.
O desenvolvimento da autoconfiança e da autoestima (que hoje são reconhecidos
como essenciais para superar o fracasso escolar e a indisciplina) começa nos primeiros
meses de vida. Quando o adulto permite que a criança tateie, experimente e faça coisas por
si mesma, demonstra confiança na criança e isso faz nascer nela a autoconfiança. Portanto,
atenção! A ideia de que se a gente faz sozinha, vai mais rápido, não vale para o
desenvolvimento infantil!
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A criança entre um e três anos
Nesta etapa que chamamos 1a infância, a criança vai querer fazer coisas de forma
cada vez mais independente e isso é bom! Ela será mais independente que no 1º ano, pois
estará se deslocando com facilidade pelo espaço, será capaz de se fazer entendida em
relação ao que quer e entenderá muito do que a educadora fala, ou seja, começa a entender
as palavras e não apenas o tom e a emoção.
Dar pequenas tarefas que ela já possa fazer é significativo para ela (buscar o sapato,
ajudar a guardar os brinquedos... mais tarde pode pendurar sua sacola no gancho próprio,
encontrar sua escova de dentes, colocar a pasta na escova, comer sozinha, depois e servir
sozinha de água...). A iniciativa da criança em querer fazer atividades que os adultos fazem
é uma boa oportunidade de ensinar o que é de brincar e o que não (e porque não).
No segundo ano de vida, a grande aquisição é o andar... a criança quer exercitar seu
deslocamento o tempo todo e devemos estar atentas para não impedir sua movimentação.
No terceiro ano de vida, a principal aquisição é a linguagem e, novamente, as
crianças querem explorar sua nova capacidade: viram perguntadeiras e conversadeiras.
Nosso papel é manter a conversação que elas iniciam e estimular sua fala.
As tarefas da educação nesta etapa são:
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movimento (agachar-se, rolar, passar por baixo de mesa, cadeiras, por dentro de tubos,
caixas).
A conversa com as crianças é o estímulo mais importante para a linguagem oral:
contar e ler histórias com livros, fantoches, objetos, cantar, relato das experiências vividas
na escola e em casa estimulam a aquisição da fala.
Além das atividades que as crianças realizam por sua própria iniciativa num espaço
rico e diversificado, a educadora/educador pode programar pelo menos uma atividade por
dia para propor para o grupo todo.
À medida que as crianças dominam o andar, é possível começar a fazer passeios ao
redor da creche (ou no quarteirão) coletando folhas, sementes, pedrinhas ou observando os
veículos que passam... Quanto menores as crianças, mais paradas serão necessárias (sentar,
observar o que acontece, coletar coisas, comentar sobre o que vêem). Para isso, as
educadoras/educadores precisam ter um levantamento das possibilidades da comunidade e
arredores em distância caminhável com as crianças (sem subestimá-las!) e um
procedimento para aglutinar a turma... pais, mães e responsáveis e outros profissionais da
creche são bem-vindos para ajudar o grupo.
Modelagem (com areia molhada, com argila, massa de papel e massa de farinha que
se pode preparar com as crianças), preparação de tinta para pintar a dedo e com pincel,
fazer bolinha de sabão, contar e ler histórias são atividades que a educadora propõe para
o grupo, mas não precisa juntar o grupo todo para realizar a atividade. Muitas crianças
inicialmente poderão querer continuar a atividade em que estão envolvidas... se a atividade
proposta pela educadora/educador for atraente, todos acabarão por aderir, senão no mesmo
dia, em breve!
Que outras atividades coletivas você já propôs para crianças entre 1 e 3 anos e
considera que as crianças se envolveram e aproveitaram?
Mais perto dos 3 anos, a criança começa a gostar de objetos que favorecem a
imitação dos adultos (objetos de cozinha -pratos, talheres, xícaras, panela, tampas-, caixas
de todos os tamanhos -para se entrar dentro, guardar coisas, abrir e fechar, fazer garagens-,
carrinhos, bonecas, bonecos de superheróis), além de aprofundar os jogos de movimento,
jogos de encaixe, quebra cabeças, bloquinhos de madeira para construção (de torres,
cidades, estradas).
As atividades devem ser desenvolvidas em lugar que favoreça a ação das crianças:
mesinha, chão, fora da sala... Atividades diárias envolvendo água (em bacias ou torneira) e
areia são muito bem-vindas pelas crianças e saudáveis: baldinhos, vasilhas recicladas,
barcos... objetos que flutuam e afundam enriquecem tais atividades. As crianças gostam de
coisas para empurrar ou puxar por um barbante (carrinhos, caixas, etc.)
Os lápis de cor, giz de cera, tinta para pintar a dedo sobre papel e com pincel
também permitem atividades agradáveis e as primeiras experiências de expressão.
Ao observar as crianças pequenas em suas atividades, descobrimos rapidamente o
que elas gostam de fazer e como exploram os diferentes materiais... Com isso, poderemos
aperfeiçoar nossas propostas de atividades e material, lembrando sempre que cabe ao
educador diversificar a atividade da criança: ou seja, devemos conhecer suas preferências e
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gostos e permitir que se criem outros prazeres que nós podemos ensinar com as atividades
que propomos.
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inclinações e desejos coincidentes ou não com os desejos dos adultos. Cresce seu desejo e
possibilidade de independência, e aparece a palavra “eu” em seu vocabulário. É momento
de ruptura com seu comportamento anterior. Isso implica que sua relação com os adultos se
modifique: compara-se com os adultos e quer ser igual a eles, quer fazer as mesmas ações
que os adultos realizam (“eu faço”, “eu sozinha”).
Se nós adultos não percebemos essas novas possibilidades da criança e continuamos
a tratá-la como um bebê, teremos o que se conhece na Psicologia como a crise dos três
anos. Ela faz birra, bate, chora... Esta não é uma crise natural, mas criada pela circunstância
da criança querer fazer as coisas por si mesma e nós adultos continuarmos achando que ela
"não pode fazer nada por que ela ainda é muito pequena” , “é criança e criança é incapaz de
fazer ou de aprender a fazer".
Quando compreendemos a tempo as crescentes possibilidades da criança e as
satisfazemos propondo novas atividades e novas relações, ou se supera a crise ou ela nem
chega a acontecer. Nessa idade, pois, a criança já deve estar se alimentando sozinha, se
vestindo e se despindo sozinha, ajudando em pequenas tarefas, ajudando a guardar os
brinquedos, os materiais de sala..., ou seja, deve ter autonomia na vida diária.
Por ser um período de transição, a criança pensa e quer se comportar às vezes como
adulto e às vezes como criança; às vezes faz manha e às vezes quer fazer tudo sozinha.
De todo modo, o fato de que a criança comece a distinguir-se dos outros, a
comparar-se com os outros constitui um grande avanço em seu desenvolvimento. Por que
se compara aos adultos e com as outras crianças e porque se percebe como alguém
separado dos outros, nesse período surgem os sentimentos de orgulho e de vergonha.
Precisamos estar atentos a isso, pois a insatisfação emocional contribui para o
desenvolvimento de qualidades negativas da criança em relação a si mesma e aos outros.
Ao mesmo tempo, nossas palavras de afirmação, nossos elogios vão orientá-la em relação à
conduta adequada na relação com os colegas, com os materiais da escola, na relação com a
natureza e com os adultos.
Próximo aos três anos, o interesse da criança recai sobre a utilização dos objetos tal
como os adultos os utilizam. Percebemos com isso que a relação da criança com os objetos
muda ao longo do tempo que passa na creche: começa ao longo do primeiro ano com uma
atitude que lembra a pergunta: o que é isso? Mais tarde, por volta dos dois anos, a pergunta
evolui para: o que eu posso fazer com isso? E próximo aos 3 anos, ela se torna: como se
usa isso?
Nesse momento de seu desenvolvimento, a criança passa a imitar os adultos em suas
relações com as outras pessoas e com os objetos e começa a ensaiar a brincadeira de faz-de-
conta que será a atividade principal da criança até os 6 anos. O faz-de-conta vai impulsionar
a linguagem, o pensamento, a atenção, a memória, os sentimentos morais, os traços de
caráter; vai ensinar a conviver em grupo, a controlar a própria conduta. Nesse período da
vida, forma-se a imaginação e todas as capacidades formadas até aqui (fala, memória,
pensamento, imaginação) criam as bases para o autocontrole da conduta ou da vontade
(para a autodisciplina).
Por tudo isso, nossa relação com a criança precisa considerar que ela precisa se
sentir causa de alguma coisa. Como lembra Leontiev (outro psicólogo russo), o lugar que a
criança ocupa nas relações sociais das quais participa tem força de motivação no seu
desenvolvimento. Assim, se a criança é tratada como alguém importante na creche, essa
relação impulsiona seu desenvolvimento para a frente. Se, ao contrário, a criança for tratada
como alguém sem importância, essa relação retarda seu desenvolvimento.
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Nossa função como adultos/as é ser leitor/a das necessidades das crianças e
organizador/a do contexto para garantir que este responda às necessidades de conhecimento
das crianças e crie novas necessidades/vontades de conhecer e saber. Para fazer essa leitura
das situações de modo a reconhecer as crianças e suas famílias nas suas particularidades, na
sua diversidade cultural é preciso que estejamos dispostos. Cabe a nós, também, a
proposição de um projeto de educação e desenvolvimento das crianças e o
acompanhamento deste projeto. Para fazer isso, precisamos refletir sobre quem é a criança,
sobre como se dá seu processo de desenvolvimento, ter clareza sobre as forças que
impulsionam esse desenvolvimento, e, a partir daí, refletir sobre nosso papel no processo de
oportunizar o máximo crescimento e desenvolvimento da criança. Não é nosso papel vigiar,
controlar, fazer pela criança, mas propor atividades atraentes, desafiar a criança a agir, ser
companheiro das brincadeiras, estabelecer uma relação de carinho e cumplicidade com a
criança. Não é o funcionário que se curva ao peso do trabalho que é capaz de tal relação.
Entre 3 e 6 anos
A criança começa a gostar dos jogos com regras simples (do tipo vivo-morto, duro-
mole, e outros jogos cada vez mais complexos quanto às regras). Ao perceber a existência
de regras, a criança começa a criar regras. É importante prestar atenção a isto e não tratar
como se fosse mania da criança, mas como uma conquista.
A fala – que é o sistema de signos mais importante para a constituição da pessoa -
continua a deslanchar e deve continuamente ser estimulada: ouvir histórias para ampliar o
vocabulário, vivenciar experiências diferentes e sempre falar sobre elas, conhecer objetos
novos e conversar sobre eles, relatar as experiências vividas fora da escola (hora da roda),
adivinhar o conteúdo de um pacote na roda (cada criança tateando, cheirando, balançando,
ouvindo, imaginando ...e falando das características percebidas), conversar sempre sobre as
experiências vividas na escola, solucionar problemas em grupo, planejar as brincadeiras,
planejar o dia com a/o professor/a, avaliar o dia vivido na escola, enfim... ao longo do dia
as crianças encontram múltiplas situações em que a comunicação se faz necessária quando
ela vive a condição de sujeito no processo educativo
À medida que a criança vai ampliando sua experiência, ela começa a perceber as
propriedades dos objetos, começa a perceber relações simples entre eles e começa a
experimentar essas relações em suas explorações. O início de sua atividade intelectual está
relacionado às ações de percepção. Esse tipo de pensamento se chama pensamento visual
por ações, pois tem suporte nas ações externas que a criança realiza. No entanto, essas
ações externas são o ponto de partida para ações internas, intelectuais, que se realizam
mentalmente. Inicialmente esse pensamento se apoia em imagens, em modelos já vividos.
No entanto, à medida que a fala se estabiliza – o que significa que a criança percebe
a significação generalizada dos objetos e situações na palavra -, o pensamento se torna
verbal (quer dizer, começa a se realizar por meio da fala). O pensamento deslancha com a
ampliação da fala e a criança se coloca cada vez mais tarefas de conhecimento e de
explicação dos fenômenos que observa no mundo que a cerca. Conversar sobre o que elas
pensam, como explicam as coisas que acontecem, como entendem as histórias ouvidas,
argumentar sobre suas explicações colocando novos problemas que desafiam sua
explicação são formas de estimular o exercício do pensamento. Por isso, não resolvemos os
problemas, não explicamos, nem planejarmos por elas, mas as convidamos para pensarem
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juntas em voz alta quando planejamos o que fazer, como fazer, como resolver um
problema.
A imaginação da criança se relaciona com a formação da função simbólica da
consciência. Por um lado, a criança começa a ser capaz de usar uns objetos para substituir
outros, substituir objetos por sua representação, chegando ao uso de signos (palavras,
símbolos matemáticos). Por outro lado, começa a ser capaz de completar e substituir
situações, acontecimentos e coisas por representações, começa a ser capaz de construir
novas imagens a partir das representações acumuladas. No início, a imaginação se forma
dentro da brincadeira: ligada à percepção dos objetos e à execução de atividades lúdicas
com eles.
Na idade pré-escolar ( 3 a 6 anos) começa a se constituir a autorregulação da
conduta, das ações externa e das ações internas. O autocontrole da vontade ou da
conduta começa quando a criança é capaz de dirigir sua percepção, sua memória, seu
pensamento; quando é capaz de se colocar um objetivo e se lembrar da orientação dada
pelo adulto. Esse controle exige uma atitude firme da criança em relação a motivos
diferentes que se encontram em luta: terminar o que eu comecei a fazer ou ir brincar com as
outras crianças? As ações planejadas coexistem com ações impulsivas.... até que dê conta
de subordinar os diferentes motivos que o afetam. A brincadeira de faz de conta é um
exercício importante nesse processo e as escolhas que a crianças pode fazer também
ajudam a hierarquizar os motivos que movem suas ações.
E a partir dessas funções, também a memória, a atenção, o aprofundamento da
percepção acontecem de modo cada vez mais firme e nesse processo se dá a formação da
identidade. O lugar que a criança ocupa nas relações sociais de que participa (em casa - no
grupo familiar - e na escola, na relação com os adultos e as outras crianças, na prórpia
relação que a escola mantém com a família e as famílias, tudo isso constitui o pano de
fundo da formação da identidade e da personalidade da pessoa na infância.
Como lembra Zaporozhets, a melhor maneira de impulsionar esse desenvolvimento
não é abreviando a infância e tratando precocemente a criança pequena como pré-escolar
ou o pré-escolar como escolar. Devemos sim aprofundar as formas da atividade prática,
plástica e lúdica se quisermos formar crianças para serem sujeitos da atividade de estudos
que ela realizará ao longo da escola de ensino fundamental.
A partir da idade pré-escolar, portanto, ampliam-se as necessidades das crianças:
- gostam de ouvir histórias e gostam que o adulto repita histórias já conhecidas: com
isso desenvolvem preferências, a memória e a imaginação.
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- gostam de fazer coisas sozinhas (sem a ajuda do adulto), mas, ao mesmo tempo,
adoram a atenção e a cumplicidade do adulto.
É importante lembrar que a opinião do adulto tem grande importância para a criança: a
partir dessa atenção e da opinião do adulto sobre ela (o que a criança não percebe apenas
nas palavras, mas também nas atitudes do adulto para com ela), ela constrói sua auto
estima. Portanto, prestar atenção ao que falamos e fazemos em relação às crianças,
evita muitas complicações presentes e futuras.
Nesta etapa de sua vida, a criança gosta ainda:
- de pequenos animais e o convívio com eles pode ser muito bom para desenvolver seu
interesse pela vida e pela natureza: a orientação e o exemplo do adulto são fundamentais
nesse aprendizado de uma atitude respeitosa.
- de brincar com objetos (com material natural como toquinhos de madeira, folhas,
sementes, com material reciclado, com brinquedos... quanto mais coisas ela tiver
disponível, mais rica sua experiência) e com os amigos. Por isso, ao mesmo tempo que
devemos propor vivências amplas e diversificadas para a criança, também precisamos
garantir a ela um tempo livre para atuar sem a intervenção e orientação direta do
adulto e explorar o material, expor a maneira como percebe o mundo, experimentar os
papeis sociais que percebe ao seu redor.
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criança inicia a partir dos 3 anos tem uma influência fundamental no desenvolvimento
de sua inteligência e personalidade.
Da mesma forma acontece com o desenho, a modelagem, as atividades de construção
e colagem chamadas de atividades produtivas (pois resultam num produto: o desenho, a
boneca feita de massinha ou de argila, a estradinha construída de toquinhos de madeira, a
cena da história feita de colagem). Entre 3 e 6 anos, essas atividades podem também ser
registradas pelas crianças: os relatos feitas pelos amigos de sala, os passeios, as
descobertas e as experiências individuais tudo pode ser expresso através de colagens,
modelagens, construções, desenhos e pinturas. Vale observar que essas constituem um
tipo novo de atividade das crianças, pois antes se empolgavam apenas com o processo de
explorar coisas sem criar um produto.
A partir dessas atividades, o/a professor/a pode criar na sala um clima de utilização da
escrita: junto aos desenhos e às colagens, o/a professor/a pode sempre escrever a história
verbalizada pela criança sobre o que ela produziu (e que ela expressa oralmente ao ser
questionada: o que você desenhou? O que está acontecendo no seu desenho? Que parte da
história você desenhou?).
A partir dos quatro anos, as crianças podem ser estimuladas a escrever seu nome nos
trabalhos, a partir de uma plaquinha com seu nome em um tipo de letra padrão escolhido
pelo/a professor/a (a script minúscula, por ser parecida com a letra de imprensa e ao
mesmo tempo guardar alguma semelhança com o manuscrito, é recomendável).
Daí em diante, o desenho, a colagem e a modelagem como forma de registro devem
estar sempre presentes, mesmo convivendo com a escrita no 1o. grau. Nesse processo de
registrar as experiências, o/a professor/a apresenta técnicas (de desenho e pintura, de
modelagem, de colagem) e materiais diferentes (sempre de forma que o fazer tenha um
sentido para a criança, sempre como registro de alguma experiência vivida)
É importante destacar que o desenho e as outras formas de expressão da criança
correspondem à sua compreensão da realidade e à imagem mental que ela tem dos objetos.
De um modo geral, elas não correspondem ao que o adulto espera. O adulto precisa cuidar
dos os comentários que sobre o desenho da criança: nem dizer que está tudo sempre lindo
sem prestar a atenção e nem desfazer do trabalho da criança.
A atividade de construção, assim como a modelagem, constitui também um exercício
importante de desenvolvimento do pensamento e de conhecimento da realidade. Se
sugerimos para a criança construir com toquinhos de madeira uma casinha que ela vê num
desenho, colocamos para ela um desafio: aprender sobre o material com que está
trabalhando, perceber as diferentes formas e pesos das peças, transferir o que vê no
desenho para um objeto concreto. Quando a criança constrói algo, estará projetando,
experimentando, conhecendo os materiais... tomando inciativas e criando soluções... Por
isso devemos diversificar a proposição de atividades para a criança.
A escrita realizada pelo/a professor/a deve acontecer sempre como uma outra forma de
registro que se diferencia do desenho. À medida que o/a professor/a faz uso da escrita e as
crianças testemunham sua escrita, elas vão percebendo a função social da escrita e esta vai,
aos poucos, se tornando uma necessidade para elas. Desta forma, a passagem do desenho à
escrita é um processo atrativo para a criança uma vez que a nova atividade vem carregada
de sentido para ela. Quanto mais portadores de texto houver para uso na sala
(enciclopédias e folhetos, livros de história e de consulta, dicionários e gibis, jornais e
revistas) sendo utilizados pelo/a professor/a e pelas crianças, mais a criança se aproxima da
escrita e da leitura.
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A atividade de escrita começa com a compreensão do papel social e da função da
escrita em nossa sociedade... Se a criança presencia a escrita pelo/a professor/a, logo mais
vai querer, ela também, escrever. Da mesma forma se dá com a leitura. E ensinaremos a
criança a escrever o que lhe interessa... em geral serão textos e palavras e não letras ou
sílabas com as quais não se faz nada e que não têm qualquer significado para as crianças.
À medida que a criança aprende mais sobre o mundo que a cerca, vem a fase dos
por quês!!!! Quer saber o que são as coisas, como funcionam, para que servem, por que. É
uma etapa importante no processo de aprendizagem da criança: não se deve assumir uma
atitude de se livrar das perguntas ou das respostas, mas de incentivar sua curiosidade e seu
processo de investigação através do manuseio de livros, revistas, observação da natureza,
T.V., pessoas que sabem e podem contar... Esse processo de investigação, o/a professor/a
planeja junto com as crianças, executa com as crianças, registra com elas e avalia com elas.
A atividade de investigação pela criança, ao mesmo tempo que responde às suas
curiosidades, cria nela o interesse pelo conhecimento.
É importante não perder de vista que o que impulsiona o desenvolvimento da
inteligência, do raciocínio e da personalidade é a própria vida, ou seja a atividade que a
criança realiza, seja a externa (aparente), seja a interna. Nesse sentido, quanto mais
diversificada for essa atividade, mais possibilidades de desenvolvimento abrimos para ela.
Isso não deve significar, no entanto, que devemos preencher o dia da criança na escola
com um conjunto enorme de atividades programadas. Como lembra Leontiev (1988), em
cada etapa da vida, uma atividade se destaca como aquela que mais permite o contato da
criança com o mundo ao redor. Na infância, a atividade que motiva e mais desenvolve a
criança é o brincar.
Partindo das considerações acima, podemos dizer que as TAREFAS DA EDUCAÇÃO
das crianças de 3 e 6 anos envolve atividades pelas quais as crianças possam:
Com que conteúdo se trabalha? Com tudo o que faça sentido para as crianças, com
tudo o que elas queiram conhecer, com tudo o que o que trouxermos para a sala e para a
escola (livros, vídeos, objetos da natureza, brinquedos, material reciclável, música) e
situações (leitura de histórias, brincadeiras modernas e brincadeiras do tempo dos avós,
contato com a natureza, passeios pelos arredores da escola, piqueniques, idas à
biblioteca...).
Se o/a professor/a se preocupa com educar (mais do que com ensinar), vai ter inúmeras
possibilidades para promover nas crianças:
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.a educação dos sentidos (ver, ouvir, sentir..)
.a educação política e ética: (aprender a pensar também nos outros e
não apenas em seu próprio bem estar)
.a educação científica (um método para produzir conhecimentos e
para buscar a explicação dos fenômenos sociais e físicos: a observação já se faz a partir dos
3 anos de idade)
.a educação do pensamento (a criança, à medida que interpreta o
mundo, faz teorias... é preciso que os outros a escutem!)
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Com que material trabalhar? O material deve ser sempre o mais diversificado possível.
Na escola estamos acostumados a restringir o uso dos materiais a papel e lápis... é
importante ousar e experimentar todos os materiais.
Como trabalhar?
.deixar que ela execute o que deve ser feito (lembrar que é a criança quem
precisa aprender a recortar, pintar, desenhar... e não o/a professor/a e para esse argumento
de que fica mais bonito quando o adulto faz pela criança, duas questões se colocam: o
objetivo da escola é educar ou é "fazer coisas bonitas"? E se o argumento é de que os pais
querem coisas bonitas, que tal explicar para os pais que quando a criança trabalha com as
mãos, quando ela recorta, pinta, cola, desenha, modela, monta, ela desenvolve seu
pensamento.
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Para saber mais:
1. BONDIOLI, Anna e MANTOVANI, Susanna (orgs). Manual de Educação Infantil: de
0 a 3 anos - uma abordagem reflexiva. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
2. BONDIOLI,Anna (org). O tempo no cotidiano infantil. Perspectiva de pesquisa e
estudo de casos.São Paulo: Cortez, 2004
3. BONDIOLI,Anna (org.). O projeto pedagógico da creche e a sua avaliação.Campinas,
Autores Associados, 2004
4. EDWARDS, Carolyn, GANDINI, Lella e FORMAN, George (orgs). As cem linguagens
da criança. A abordagem de Reggio Emilia na educação da primeira infância. Porto
Alegre:artmed,1999.
5. ZABALZA, Miguel (org). Qualidade em Educação Infantil. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1998.
6. MUKHINA, Valéria. Psicologia da Idade Pré-escolar. São Paulo: Martins Fontes,
1998.
7. VYGOTSKY, Lev. Obras Escogidas. v. 4 . Madrid, Visor, 1995.
8. FALK, Judit (org.) Educar os três primeiros anos: a experiência de Loczy.
Araraquara: Junqueira e Marin, 2004.
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