ISSN:
2448-0959
O trabalho tem uma estrutura condizente com seu objetivo, ou seja, primeiramente trata-
se dos RCNEI (Referencial curricular nacional para a educação infantil). Logo em seguida
apontou as fases de desenvolvimento das crianças (crianças de zero a três anos e crianças de
quatro a seis anos). Será discorrido também o papel dos professores na Educação Infantil e por
fim, explorar a relação professor-aluno e o reflexo no desenvolvimento e aprendizagem das
crianças.
2.1 Os rcnei’s
(filho mais velho, caçula etc.), ao papel que completa, às suas características físicas, ao seu
caráter, às relações específicas com pai, mãe e outros membros etc (MINICUCCI, 1968).
A criança confirma sua convivência através de outros meios sociais, entre eles, as festas
da própria cidade ou bairro, igreja, feira ou algum clube recreativo, ou seja, a convivência
ocorre através de inúmeras situações e ocasiões, das quais começam a ser construídos uma
diversidade de valores, crenças e conhecimentos. Além disso, é válido destacar que uma das
principais características da sociedade brasileira é a diversidade étnica e cultural (MAHONEY;
ALMEIDA, 2003).
Para Aquino (1996, p. 75) “na diversidade, a instituição pode auxiliar as crianças a
apreciarem suas características étnicas e culturais, ou pelo contrário, favorecer a discriminação
quando é cúmplice com preconceitos”.
Vale levar em consideração que, nesse caso, a atitude de aceitação se torna
extremamente válida para todas as crianças, pois vários deles estão em processo de
aprendizagem a respeito da diferença e a diversidade que fazem parte do ser humano e a
sociedade (MAHONEY; ALMEIDA, 2003).
As crianças vão, gradativamente, percebendo-se e percebendo os outros como
diferentes, permitindo que possam acionar seus próprios recursos, o que representa uma
condição essencial para o desenvolvimento da autonomia (AQUINO, 1996, p. 79).
Proporcionar uma educação que diz respeito a autonomia é o mesmo que fazer a análise
das crianças como seres com vontade própria, capazes e competentes para produzir saberes, e,
dentro de suas potencialidades, ter posicionamento no meio em que se encontram (AQUINO,
1996).
De acordo com o Referencial curricular nacional para a educação infantil (1998, p. 27),
a instituição tem o dever de proporcionar um ambiente agradável e seguro, garantindo
oportunidades para que essas consigam:
• experimentar e utilizar os recursos de que dispõem para a satisfação de suas
necessidades essenciais, espalhando seus desejos, sentimentos, vontades e desagrados, e agindo
com progressiva autonomia;
• familiarizar-se com a imagem do próprio corpo, conhecendo progressivamente seus
limites, sua unidade e as sensações que ele produz;
• interessar-se progressivamente pelo cuidado com o próprio corpo, executando ações
simples relacionadas à saúde e higiene;
• brincar;
• relacionar-se progressivamente com mais crianças, com seus professores e com
demais profissionais da instituição, provando suas necessidades e interesses.
Conforme descrito pelo Referencial curricular nacional para a educação infantil (1998,
p. 27), para esta fase, é essencial que as crianças sejam expostas a determinadas situações, para
que sejam capazes de:
Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 10, Vol. 11, pp. 79-89. Out. de 2019. ISSN:
2448-0959
• ter uma imagem positiva de si, ampliando sua autoconfiança, identificando cada vez
mais suas limitações e possibilidades, e agindo de acordo com elas;
• identificar e enfrentar situações de conflitos, utilizando seus recursos pessoais,
respeitando as outras crianças e adultos e exigindo reciprocidade;
• valorizar ações de cooperação e solidariedade, desenvolvendo atitudes de ajuda e
colaboração e compartilhando suas vivências;
• brincar;
• adotar hábitos de autocuidado, valorizando as atitudes relacionadas com a higiene,
alimentação, conforto, segurança, proteção do corpo e cuidados com a aparência;
• identificar e compreender a sua pertinência aos diversos grupos dos quais participam,
respeitando suas regras básicas de convívio social e a diversidade que os compõe.
Portanto, a relação que deve existir entre professor e aluno no ambiente escolar deve ser
profissional, mas não esquecendo o lado humano, pois pode do contrário ser sentida pela
criança rejeição, e não venha reprimir a autoestima do aluno (COLCHESQUI, 2015).
A eficácia na área pedagógica exige amorosidade, criatividade, respeito, ética, justiça,
diálogo e solidariedade nas relações da comunidade escolar demonstrada por meio da prática
educativa. Pois, a visão de cuidar e educar precisa ser separada, uma vez que compartilhem de
igual importância para o desenvolvimento da criança, num trabalho cooperativo em um
ambiente da descoberta. A fim de propiciar melhor interação com o conhecimento do aluno e
professores (MORALES, 2006).
Uma imagem da posição do educador seria daquele que encoraja a criança a dizer o que
pensa, propiciando, espaço e tempo para que eles tenham ponto de vista diferente. Deixando a
criança relacionar novos conhecimentos com os que já possuem, aceitando erros com as
Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 10, Vol. 11, pp. 79-89. Out. de 2019. ISSN:
2448-0959
hipóteses, e ser testado para conseguir descentrar do seu ponto de vista, podendo imaginar o
que se passa na cabeça de seus alunos, essa postura do professor implicaria no processo de
aprendizagem da criança.
Para Tardif (2002, p. 62) “O professor deve ser antes de tudo, um estudante, pois a visão
de quem aprende é mais ampla e deve saber que a criança nos primeiros cinco, seis anos de
idade constrói as bases da sua personalidade”.
O professor é o referencial, o líder, o que orienta e auxilia o aluno em suas atividades,
seus sonhos e projetos. Por outro lado, o professor também cresce e se realiza quando percebe
que conseguindo passar todo ensinamento para o aluno de forma tranquila, com amizade e
serenidade, sem castigos e sem punições. O professor tem que estar apto para construir, se
dedicar aos alunos, vibrando com suas conquistas (COLCHESQUI, 2015).
Para Freire (1996, p. 87):
Sabe-se que o êxito de todo trabalho docente exige do professor uma abertura a
compreensão e a reconstrução contínua da sua própria identidade, só assim os educadores
estarão instrumentalizados para saber qual a melhor decisão a ser tomada no cotidiano da sala
de aula. Utilizando novas metodologias, e certa preocupação em parte do conhecimento prévio,
bem como atender as necessidades apresentada pelos alunos (COLCHESQUI, 2015).
Como disse Piaget e Vygotsky, “a criança é sujeito do meio e aprende por meio da
relação e interação com o outro, é necessário que o professor promova atividades que
favoreçam as relações de aprendizagem entre ele e as crianças” (PIAGET, 1975, p. 51). A
relação que ocorre entre professor e aluno fica cada vez mais transparente, dando liberdade a
cada um dos envolvidos expor claramente aquilo que conhecem sobre os temas abordados,
transformando assim, a sala de aula em um ambiente diferenciado de conhecimento mútuo.
Hoje a educação mudou bastante, o professor não precisa mais se desgastar gritando em
sala de aula, clamando pelo silêncio daqueles alunos mais indisciplinados, tudo pode ser
diferente, dependendo da forma como é conduzido, ou seja, o professor pode exercer as
práticas dos bons valores, primando pela moral, respeito ao próximo, direitos e deveres, enfim,
princípios que norteiam uma boa educação (BRASIL, 2013).
Diante disso, quando se concede a liberdade consciente para os alunos, as chances de se
obter bons resultados são cada vez maiores, pois é clara que esta tem sido a melhor forma de
atingir objetivos definidos. As práticas severas e autoritárias, que acabam ferindo os
sentimentos dos alunos praticamente já não existem mais, principalmente no âmbito das
instituições de ensino (MORALES, 2006).
Todavia, a educação democrática, juntamente com outras conquistas da educação
fizeram com que a escola ganhasse um novo rumo. O autoritarismo já não tem mais espaço nas
salas de aula, e acabou sendo positivamente substituída pelo diálogo, também pelas práticas
Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 10, Vol. 11, pp. 79-89. Out. de 2019. ISSN:
2448-0959
docentes com o objetivo da boa formação do sujeito, adquirindo valores éticos e morais para a
construção da cidadania (COLCHESQUI, 2015).
pensamento independente, a força de duvidar e, com isso, ganhem convicções pessoais e meios
de ação aprendizado nos processos de participação democrática na sociedade. (LIBÂNEO,
1994, p. 100).
No entanto, entende-se que o ensino funciona de forma social, pois contem em seu bojo
a necessidade de se relacionar com outras pessoas, e por isso, o educador não deve atentar-se
tão somente a transmissão do conhecimento, adquirindo-o apenas por meio da conquista de
dados, mas principalmente pela construção da cidadania (MORALES, 2006).
4 Considerações finais
O professor de educação infantil deve confiar nele mesmo, por isso deve estar sempre
disposto para ser um pesquisador apropriado e avaliar várias formas de aprendizagem que
excite sua prática cotidiana, como as interações constituídas a criança e a família em
circunstâncias específicas. É preciso ter comprometimento, ser criador e reflexivo
proporcionando às crianças o bem-estar físico e emocional, tanto na edificação de
conhecimentos, como nos sentimentos.
Portanto, levando em consideração as peculiaridades marcantes da relação professor-
aluno, procurou-se focalizar e enfatizar um aspecto fundamental, a relação afetiva, por entender
também que o presente trabalho possa permitir o diálogo tão necessário entre o ser que
intermédia a aprendizagem – o professor – e o ser que no momento é o aprendiz – o aluno –
uma vez que tal exercício, apesar de imprescindível para o amadurecimento de ambos, ainda é
tão pouco discutido em nossas escolas.
Referências