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Os bebês (0 a 1 ano) na Educação Infantil

Apresentação
A educação infantil de 0 a 1 ano, especificamente de bebês, tem apresentado muitas mudanças nas
últimas décadas, colocando a criança como principal protagonista da aprendizagem e destacado o
papel fundamental do educador como promotor do crescimento, desenvolvimento e autonomia da
criança. As instituições escolares e professores devem planejar brincadeiras e interações que
estimulem a aprendizagem da criança, bem como acolhê-la da melhor forma possível, para que ela
possa se integrar às rotinas da escola.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá como as instituições escolares devem agir a partir da
nova concepção de bebê, visto como um ser capaz de aprender e estabelecer interações.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Definir as especificidades das práticas pedagógicas desenvolvidas em turmas de berçário.


• Identificar o perfil do professor de referência de uma turma de berçário.
• Reconhecer a importância do período de inserção/acolhimento dos bebês na escola.
Desafio
No berçário, o professor é uma figura de referência para a criança, pois esta acompanha seus
movimentos em busca de apoio e segurança, reagindo ao seu afastamento.

É importante pensar em formas produtivas de lidar com a questão do apego e que ajudem na
formação de vínculos entre o professor e a criança na creche.

Imagine que você é a proprietária de uma escola de educação infantil. Na sua escola, a professora
Sônia recebeu uma nova criança em sua turma de berçário, a Ana. Assim que a criança chegou, ela
percebeu que ela estava desconfortável com o novo ambiente e começou a chorar. Sônia buscou
acolhê-la, dando-lhe colo, procurando compreender suas reações de choro.

Explique:

a) Que outras ações você deve sugerir que a professora Sônia tome para acolher a pequena Ana?
Justifique a sua resposta.

No dia seguinte, a turma de berçário da professora Sônia recebeu o aluno Pedro.

b) Que ações a professora Sônia deve tomar, caso ocorra o ingresso simultâneo de mais de uma
criança em sua turma?
Infográfico
Desde cedo os bebês apreciam brincar. Os brinquedos e as brincadeiras são extremamente
importantes para propiciar o aprendizado da criança. Elinor Goldschmied criou o cesto de tesouro,
um cesto (em vime, redondo, sem alça ou mesmo uma caixa de papelão) do tesouro ou de objetos,
sendo uma coletânea de objetos de uso cotidiano usada com o objetivo de ampliar as experiências
sensoriais dos bebês. O cesto do tesouro é uma estratégia pedagógica que pretende despertar
diferentes interesses nesses bebês.

Neste Infográfico, você vai ver como é importante saber organizá-lo e usá-lo com os mais diversos
materiais, aliando os conhecimentos da comunidade em que as crianças estão inseridas.
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Conteúdo do livro
As instituições escolares e os professores devem planejar brincadeiras e interações que estimulem
a aprendizagem da criança. Além disso, devem acolhê-la da melhor forma possível para que ela
possa se integrar às rotinas da escola.

No capítulo Os bebês (0 a 1 ano) na educação infantil, da obra A educação Infantil e a garantia dos
direitos fundamentais da infância, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai ver como
as instituições escolares devem agir a partir da nova concepção de bebê, visto como um ser capaz
de aprender e estabelecer interações.

Boa leitura.
A EDUCAÇÃO
INFANTIL E
A GARANTIA
DOS DIREITOS
FUNDAMENTAIS
DA INFÂNCIA

Glaucia Silva
Bierwagen
Os bebês de 0 a 1 ano
na educação infantil
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Definir as especificidades das práticas pedagógicas desenvolvidas


em turmas de berçário.
 Identificar o perfil do professor de referência de uma turma de berçário.
 Reconhecer a importância do período de inserção/acolhimento dos
bebês na escola.

Introdução
A educação infantil de 0 a 1 ano mudou muito nas últimas décadas. A
criança se tornou a principal protagonista da aprendizagem. Por sua vez,
o educador se destaca como promotor do crescimento, do desenvolvi-
mento e da autonomia dos alunos. Assim, as instituições escolares e os
professores devem planejar brincadeiras e interações que estimulem a
aprendizagem da criança. Além disso, devem acolhê-la da melhor forma
possível para que ela possa se integrar às rotinas da escola.
Neste capítulo, você vai ver como as instituições escolares devem agir a
partir da nova concepção de bebê, visto como um ser capaz de aprender e
estabelecer interações. Como você pode imaginar, o professor de referência
de uma turma de berçário desempenha papel fundamental nesse contexto.

Práticas pedagógicas nos berçários


Um bebê é aquele que tem de 0 a 18 meses — ou um ano e meio de idade
(BRASIL, 2012). Atualmente, o bebê é compreendido como um ser social,
histórico e competente, mas nem sempre foi assim. Como você sabe, nos seus
primeiros anos de vida, as crianças necessitam dos cuidados e da atenção de
adultos para sobreviverem. Contudo, essa dependência inicial não quer dizer
2 Os bebês de 0 a 1 ano na educação infantil

que um bebê não seja capaz de expressar-se, interessar-se pelas coisas e pelo
outro. Por muito tempo, o bebê foi encarado como ser imaturo, incompleto
e incapaz, mas estudos recentes, em diversas áreas do conhecimento, têm
mostrado que os bebês são competentes (BRASIL, 2012; FOCHI, 2015).
Como o bebê aprende? Acredita-se que a criança é um ser ativo, capaz
de construir o seu próprio conhecimento. Mas, como você pode imaginar, o
educador tem papel essencial na promoção do crescimento e do desenvolvi-
mento, fomentando a autonomia da criança (FOCHI, 2015).
Dessa forma, na educação de bebês, as propostas das instituições escolares
devem privilegiar as noções listadas a seguir (BRASIL, 2010, 2017; FOCHI; 2015):

 O desenvolvimento da criança é um processo conjunto e recíproco. Ou


seja, as crianças devem ter amplas oportunidades de trocar experiências
com outras crianças, professores e educadores da instituição.
 O educar e o cuidar são dimensões inseparáveis de toda ação educacional.
Isso significa que cuidar da criança é atender às suas necessidades físicas,
mas não somente isso. Cuidar inclui acolher, garantir a segurança e alimentar
a expressividade infantil. Nesse sentido, cuidar é educar, dar condições para
as crianças descobrirem o ambiente e elaborarem significados pessoais.
 A inclusão de crianças com necessidades educativas especiais é essen-
cial. Ou seja, nessa etapa é necessário fornecer diversas experiências
que favoreçam o aprendizado e o desenvolvimento dessas crianças.
 A construção de parcerias com famílias é um ponto essencial.
 A atuação do professor mediador tem destaque. O professor deve or-
ganizar e dirigir as situações de aprendizagem da criança, interagindo
com ela e indicando caminhos para o seu aprendizado.

Você sabe que práticas pedagógicas podem ser realizadas nos berçários?
Para responder a essa pergunta, lembre-se de que cuidar e educar são dimen-
sões independentes, mas indissociáveis (KRAMER, 2005). Além disso, não se
esqueça da importância da interação e do brincar na infância (BRASIL, 2010).
Os documentos de orientações curriculares para a educação infantil indicam que
os bebês devem ter experiências voltadas ao conhecimento e ao cuidado de si,
do outro e do ambiente. Também devem ter experiências de brincar e imaginar,
explorar a linguagem corporal, explorar a linguagem verbal, explorar a natureza
e a cultura. Além disso, precisam de experiências com a expressividade das
linguagens artísticas, além de contato com recursos tecnológicos e linguagens
midiáticas (BRASIL, 1998a, 1998b, 1998c, 2010, 2012, 2017).
Os bebês de 0 a 1 ano na educação infantil 3

Como fazer isso com os bebês nas escolas? Os bebês reconhecem as pessoas
que cuidam deles e a sua localização no ambiente. Isso se dá por meio de uma
compreensão inicial das sensações (de colo, movimento, etc.), dos sons e dos
cheiros que os rodeiam. Na comunicação que iniciam com seus parceiros
enquanto interagem, aprendem a entender e responder a entonações de voz, a
expressões faciais e corporais e a falas, sorrisos e choros. Também aprendem
com as reações dos parceiros. Momentos como esses possibilitam que os bebês
lidem com seus afetos e aprendam a importância do outro (BRASIL, 1998a,
1998b, 1998c, 2010, 2017; FOCHI; 2015).
Como você pode notar, é muito importante que os bebês tenham experiências
de brincar e imaginar. Desde cedo, eles apreciam brincar de esconde-esconde
com as mães ou com pessoas com quem estabelecem um vínculo afetivo. Essa
atividade interativa permite que os bebês assumam diferentes posições em
jogos — por exemplo, a de quem procura alguém e a de quem é procurado.
Isso proporciona prazer ao bebê e ao parceiro. Sendo assim, as crianças podem
brincar com os professores de esconder e descobrir o rosto; seguir os brinquedos
com os olhos; procurar e achar objetos que foram escondidos; imitar gestos e
vocalizações (BRASIL, 1998a, 1998b, 1998c, 2010, 2012, 2017; FOCHI; 2015).
Para realizar o trabalho com os bebês, é muito importante também que
os educadores conheçam brinquedos e brincadeiras específicas, conforme as
características de cada bebê (BRASIL, 2012):

 brinquedos e materiais para bebês que ficam deitados;


 brinquedos e materiais para bebês que se sentam;
 brinquedos e materiais para bebês que engatinham;
 brinquedos e materiais para bebês que andam.

Veja estas sugestões de brinquedos e materiais para bebês que ficam dei-
tados (BRASIL, 2012):

 móbiles coloridos e sonoros que se movimentam, criam cintilações e


envolvem os bebês, que podem movimentar braços e pernas;
 morros criados por almofadas, ou seja, o bebê pode ser desafiado a
pegar um brinquedo do outro lado de uma almofada, com desníveis
criados para explorações motoras;
 estruturas de exploração em que se penduram objetos coloridos que
emitem sons quando movidos e podem encantar a criança quando ela
tenta alcançá-los com as mãos e os pés;
4 Os bebês de 0 a 1 ano na educação infantil

 chocalhos que produzem sons ao balançar (podem ser produzidos pelas


professoras) e podem ser manuseados pelas crianças;
 brinquedos musicais, que podem ser rádios, toca-discos, brinquedos
em forma de animais que emitem sons.

Na Figura 1, a seguir, você pode ver uma estrutura de exploração e um móbile.

Figura 1. Estrutura de exploração e móbile.


Fonte: Brasil (2012, documento on-line).

Outra opção interessante é balançar suavemente o bebê na rede, segurada


por duas pessoas, ou numa colcha ou cobertor (Figura 2).

Figura 2. Brincadeira na rede.


Fonte: Brasil (2012, documento on-line).
Os bebês de 0 a 1 ano na educação infantil 5

Agora, veja opções de brinquedos e materiais para bebês que se sentam


(BRASIL, 2012):

 mordedores com texturas leves e diferentes formatos e cores, que podem


oferecer algum conforto e exploração;
 experimentações mais complexas, como pegar dois objetos ao mesmo
tempo, ou interagir com dois objetos iguais (especialmente a partir do
sétimo mês);
 tapetes sensoriais contendo argolas, objetos que produzem sons, tecidos
com diferentes texturas, aberturas para fechar e abrir;
 brinquedos de encaixar que formam torres, carros e outros objetos e
que podem desafiar a lógica;
 brinquedos e materiais de por e tirar, como pregadores de roupa e
bolas de tênis;
 brinquedos de bater, tampas de panelas e pequenos instrumentos musicais;
 brincadeiras com água, como na banheira ou bacia;
 cesto do tesouro ou de objetos.

O cesto (em vime, redondo, sem alça ou mesmo uma caixa de papelão) do tesouro
ou de objetos é uma coletânea de objetos de uso cotidiano usada com o objetivo de
ampliar as experiências sensoriais dos bebês. Ele foi criado por Elinor Goldschimied.
Esses cestos oferecem a oportunidade de que o bebê explore, manipule e entre em
contato com objetos, em suas diversas formas, texturas, cores. Quando o bebê coloca
tudo na boca, está aprendendo as características do objeto (5 a 10 meses); quando
enche, esvazia e empilha, tenta descobrir o que fazer com os objetos (10 a 20 meses);
e quando começa a entender e a utilizar a linguagem oral, pode usar a imaginação
para transformar o cesto em um carro (BRASIL, 2012).
6 Os bebês de 0 a 1 ano na educação infantil

Nos Quadros 1 e 2, a seguir, você pode ver sugestões de objetos para


montar os cestos.

Quadro 1. Sugestões para o cesto com objetos da natureza e de uso do cotidiano

Objetos feitos com


materiais naturais
Objetos da natureza Objetos de madeira
ou outros materiais
de uso cotidiano

Miniabóboras secas Sacolas feitas de Apitos de bambu,


bambu, tecidos flauta pequena

Limão, maçã, laranja, Rolhas e enfeites Aros de cortina, de


pepino, cenoura, de cortiça bambu ou madeira
pimentão de várias e lápis grosso feito
cores, beterraba, com casca de árvore
tomate, abobrinha

Conchas grandes Bolas de fios de lã, Caixinha forrada


de caramujos de seda, de tecido de veludo

Cones de pinho, de Enfeites de geladeira Castanholas e chocalhos


diferentes tamanhos, feitos de madeira
sem os espinhos ou couro

Nozes e castanhas Escovas feitas de cerdas Cilindros, bobinas,


grandes naturais ou escovas carretel de linha
de dentes e de cabelo
(sempre novas)

Caroço de abacate Pequenos cestos Colher ou espátula

Esponja (bucha) Pincéis de pintura, Tambor de madeira


barba (observar o pequeno
cabo: deve ser curto,
grosso e arredondado)

Pedra-pomes Vasinho ou enfeite de Pregadores de roupa


palha dourada (capim-
dourado de Goiás)

Casca de árvore e Lixa de escamas Copos ou pratinhos


pedaços de cortiça secas de peixe

(Continua)
Os bebês de 0 a 1 ano na educação infantil 7

(Continuação)

Quadro 1. Sugestões para o cesto com objetos da natureza e de uso do cotidiano

Objetos feitos com


materiais naturais
Objetos da natureza Objetos de madeira
ou outros materiais
de uso cotidiano

Casca do coco Pulseiras e colares de Presilhas, pulseiras


materiais naturais

Pedaço de couro Cocar indígena Bichinhos de madeira


ou enfeites feitos
com penas

Pedaços de madeira Presilha ou pente de Suporte de ovo


de palmeira de meriti osso ou madeira

Cabaças pequenas Suporte para prato Suporte de copo


de comida quente e prato quente
de vime, palha, sisal

Quadro 2. Sugestões para o cesto com objetos de metal e papel de uso do cotidiano

Objetos de
Objetos de metal couro, têxteis, Papel, papelão
borracha e pele

Apito de escoteiro, Coleira para cãezinhos Rolo de toalhas de papel


campainha de bicicleta

Chaveiro e molho Bola de borracha, de Papel impermeável,


de chaves golfe, de pele, de tênis, papel-manteiga
Calçadeira de metal de couro, de tecido

Aros de cortina de metal Bonequinha de retalho, Forminhas de papel


fitas coloridas colorido para docinhos

Bijuterias, correntes Estojo de couro Pequena caixa


com aros grandes para óculos de papelão

Espremedor de Tapetinhos de tecido, Pequeno caderno


alho, forminhas ráfia, fibra de coco, cipó com espiral

(Continua)
8 Os bebês de 0 a 1 ano na educação infantil

(Continuação)

Quadro 2. Sugestões para o cesto com objetos de metal e papel de uso do cotidiano

Objetos de
Objetos de metal couro, têxteis, Papel, papelão
borracha e pele

Colheres de vários Saquinho de pano Papel-celofane


tamanhos contendo flores e ervas
secas, canela, cravo

Sinos, funis Bolsa decorada Livrinho em miniatura


com bordados

Porta-guardanapo Cinto de couro, Marcador de livro


de metal pele, tecido

Tampas de latas Chapéu de couro Cartão de Natal


e latinhas sem as com dobradura
bordas afiadas

Veja sugestões de brinquedos e materiais para bebês que engatinham:

 cadeiras, mesas, caixas de papelão com furos;


 brinquedos estruturados de espuma, que podem criar cenários desa-
fiadores e diversas explorações para as crianças;
 túnel com cadeira, mesa ou caixa para que os bebês possam atravessá-lo
engatinhando.

Agora veja sugestões de brinquedos e materiais para bebês que andam:

 brinquedos de empilhar;
 brinquedos de empurrar;
 brinquedos de puxar;
 briquedos de encaixar;
 bolas;
 brincandeiras de exploração;
 brincadeiras de imitação.

Com relação à linguagem corporal, os bebês podem ser incentivados a


explorar com relativa autonomia os espaços oferecidos para além do berço. Isso
pode ocorrer por meio de movimentos elementares e básicos, como erguer a
Os bebês de 0 a 1 ano na educação infantil 9

cabeça, rolar, sentar, rastejar e engatinhar. É possível estimulá-los a aprender


a manusear diversos objetos, empregando movimentos básicos como pegar,
largar, lançar de modos diferentes, empilhar e encaixar. Os bebês também
podem ser auxiliados a familiarizar-se com a própria imagem corporal, perce-
bendo diferentes segmentos do corpo por meio do toque e do uso do espelho.
Ainda é possível sentar-se na mesa e segurar o bebê no colo para que ele possa
apalpar a superfície ou pegar algum objeto que esteja no tampo (BRASIL,
1998a, 1998b, 1998c, 2010, 2012, 2017; FOCHI; 2015).
Na exploração da linguagem verbal, na escola, os bebês podem observar
professores comunicarem-se; podem se expressar por meio de gestos e balbucios.
Os bebês podem ser auxiliados a acompanhar a cantoria de parlendas, cantigas
ou brincadeiras cantadas, expressando-se corporalmente, emitindo sonorizações,
vocalizando com o apoio do professor, etc. Para explorar a natureza e a cultura,
os professores podem possibilitar que os bebês brinquem com água e areia,
terra ou outros materiais, explorando texturas e algumas propriedades, como
temperatura e consistência. Ainda é possível realizar atividades que estimulem
as crianças a notar variações de sons (alto, baixo) e de localizações (esquerda,
direita) (BRASIL, 1998a, 1998b, 1998c, 2010, 2012, 2017; FOCHI; 2015).
Para experiências com a expressividade das linguagens artísticas, como
a expressividade musical, os bebês podem ser apoiados a entender os sons
do ambiente e a reagir a sons e músicas. Também podem identificar músicas
preferidas, acompanhando-as por meio do movimento corporal. Pode-se
ainda cantar o nome dos bebês. No campo visual, os bebês podem ter acesso a
desenhos, pinturas, fotografias e artesanatos, demonstrando suas preferências
por meio do olhar, do sorriso, de gestos, interjeições, etc. Além disso, os bebês
podem experimentar articular visualmente as diferentes relações de claro e
escuro na natureza e em meios artificiais, como pintura, fotografia, cinema,
etc. (BRASIL, 1998a, 1998b, 1998c, 2010, 2012, 2017; FOCHI, 2015).

A atuação do professor de uma turma


de berçário
Desde o seu nascimento, a criança interage com outros, que a auxiliam a dar
significado ao mundo e a si mesma. Nas instituições de educação infantil,
um parceiro muito importante é o professor, que é um mediador especial, um
recurso de que as crianças dispõem para aprender. No berçário, o professor é
uma uma figura de referência para a criança, que acompanha seus movimentos
em busca de apoio e segurança e reage ao seu afastamento. Conforme o bebê
10 Os bebês de 0 a 1 ano na educação infantil

vai se familiarizando com o ambiente da escola, começa a lidar melhor com


a ausência das pessoas com quem mantém relação de apego e passa a atuar
com mais segurança ao entender que alguém se afasta e pode voltar depois
(FOCHI, 2015; GONZALEZ-MENA; EYER, 2014).
Goldschmied e Jackson (2006) explicam que, ao se refletir sobre a atuação
do educador de referência em uma creche, é importante pensar do ponto de vista
da criança. Para as autoras, as crianças pequenas não dispõem de linguagem
para expressar seus pensamentos e experiências. Assim, necessitam de um
educador que desenvolva uma relação com elas. Na instituição de educação
infantil, o educador de referência é compartilhado pelas crianças.
No desenvolvimento do trabalho educativo com bebês, o educador deve
(GONZALEZ-MENA; EYER, 2014):

 envolvê-los nas coisas que dizem respeito a eles, ou seja, entender que
a criança é participativa e interativa nas ações propostas;
 investir em tempo de qualidade, ou seja, dedicar genuíno tempo e envolvi-
mento na tarefa desenvolvida, como dar banho no bebê e trocar as fraldas;
 aprender as formas únicas de comunicação das crianças e ensinar as suas,
ou seja, usar o corpo, as expressões faciais e a voz para comunicar reações;
 investir tempo e energia para construir uma personalidade completa
(social, afetiva e cognitiva);
 respeitar os bebês como seres valiosos;
 ser honesto com relação aos próprios sentimentos;
 ser modelo do comportamento que deseja ensinar;
 encarar os problemas como oportunidades de aprendizado, até o ponto
em que os bebês possam resolvê-los sozinhos (Por exemplo: um bebê está
engatinhando e tenta se sentar. Quando não consegue, começa a chorar.
Em vez de salvá-lo, o professor pode guiá-lo para que saia daquela situa-
ção, oferecendo a ele segurança e o direcionando com palavras e gestos.);
 construir segurança oferecendo confiança, ou seja, agir como um adulto
do qual as crianças possam depender;
 preocupar-se com a qualidade do desenvolvimento em cada estágio, ou
seja, ter em mente que os aprendizados mais importantes ocorrem quando
o bebê está pronto e não quando os adultos decidem que está na hora.

Para auxiliar você em sua prática educativa, utilize os Referenciais Nacio-


nais Curriculares da Educação Infantil, as Diretrizes Nacionais Curriculares
e a Base Nacional Comum Curricular. Além disso, você também pode dispor
de orientações como as contidas no projeto pedagógico da instituição escolar
Os bebês de 0 a 1 ano na educação infantil 11

em que atua. O projeto pedagógico (que traz a concepção de criança, meto-


dologias e planejamento) é o plano orientador das ações da escola, elaborado
pela equipe de educadores com a participação dos pais e, ao seu modo, das
crianças. Tal projeto deve nortear a programação didática do professor, já que
inclui roteiro de atividades a serem desenvolvidas com a turma de alunos.
É bastante importante que o educador observe sistematicamente e de modo
contínuo o comportamento de cada bebê ao longo de vários momentos. Isso é
fundamental para que ele verifique como a criança se apropria dos modos de
agir, sentir e pensar culturalmente constituídos. Desse modo, a observação
não é somente um instrumento descritivo, mas um importante recurso para
o professor investigar e planejar o aprendizado da criança. O registro dessas
observações é essencial para orientar caminhos para as aprendizagens das
crianças e ainda partilhar com os pais o que elas aprenderam.
No Quadro 3, a seguir, você pode ver um exemplo de rotina de creche.
Ao analisá-lo, perceba a importância da figura do professor no acolhimento
dos bebês na escola.

Quadro 3. Exemplo de rotina de creche com crianças de até 2 anos

Horário Estrutura da rotina Exemplos de experiências

7h às 7h30 Recepção das Sentar com as crianças para


crianças e desjejum compartilhar o desjejum,
conversando e descrevendo as
ações e alimentos servidos.

7h30 às 9h  Continuação da  Servir o desjejum para as crianças que


recepção chegaram mais tarde. Possibilidade
 Atividades em de interação com pais: reconhecendo
pequenos grupos e explorando a sala; falando com os
e por vezes bebês/crianças pequenas sobre o dia
individuais que está por vir.
 Utilizar materiais como: réplicas
coloridas de animais, bolas de tecido
e plástico coloridas, bonecas e
carrinhos coloridos.

9h às 10h Lanche Compartilhar a refeição com


as crianças, dialogando com
elas, explorando as cores dos
alimentos, das roupas e sapatos.

(Continua)
12 Os bebês de 0 a 1 ano na educação infantil

(Continuação)

Quadro 3. Exemplo de rotina de creche com crianças de até 2 anos

Horário Estrutura da rotina Exemplos de experiências

10h às  Atividade calma  Utilizar bonecos de pano, fantoches


10h45  Soninho para e teatrinho para representar uma
quem deseja história, com música calma.
 Olhar os móbiles, descrevendo-os
em suas cores e ressaltando seus
movimentos.

10h45 às  Momento ativo Mexer com o corpo: rolando,


11h15 (dentro ou fora da batendo palmas, engatinhando
sala) com obstáculos, pulando ao som
 de músicas, dançando ao som de
 Grande grupo música cantada pelos educadores
(por exemplo, imitando animais de
cores marrom, branca, etc.) ou de
músicas escolhidas pelas crianças.

11h15 às Preparação para o Promover conversas coletivas


11h40 almoço e devida e individuais, fomentando
higienização interações entre pares.

11h40 às Almoço Promover conversas coletivas


12h15 e individuais, fomentando
interações entre pares. Comparar
alimentos, cores e sabores.

12h15 às  Higiene Para quem não dorme nesse horário,


14h  Sono realizar atividades com livros e
 Momento calmo revistas (cores do mundo). Quem
são as pessoas? O que elas vestem?
O que mais estamos vendo?
Educadora pode cantar
baixinho, utilizando gestos e
mímicas, além de livros.

14h às  Acordando Realizar explorações na sala:


14h15  Momento relaxado descobrindo os materiais da tarde,
explorando o que está exposto em
sala (fotografias, figuras, desenhos,
espelhos, etc.). Fazer atividades com
lápis e giz coloridos e tinta, se possível.

(Continua)
Os bebês de 0 a 1 ano na educação infantil 13

(Continuação)

Quadro 3. Exemplo de rotina de creche com crianças de até 2 anos

Horário Estrutura da rotina Exemplos de experiências

14h15 às  Momento ativo Empurrar carrinhos; juntar, empilhar


14h45  Pequenos grupos e encaixar blocos e caixas.
 Individual

14h45 às  Preparação  Preparar o lanche; conversar sobre


15h30 para o lanche os procedimentos, as cores dos
com a devida pratos, talheres, mesa e cadeiras.
higienização  Conversar sobre gostos, sobre, por
 Lanche exemplo, o que os animais comem,
 Momento da comparando seus alimentos com
conversa os dos seres humanos (é possível
aproveitar livrinhos ou ilustrar a
conversa com o que as crianças
viram e vivenciaram).

15h30 às  Higiene Falar sobre os procedimentos


16h15  Preparação para ir de higiene, cor da toalha, do
à área externa sabão, da escova de dentes, etc.;
 Momento ativo dialogar sobre a área externa.

16h Início da saída Educadora deve preparar, juntamente


das crianças com as crianças, seus pertences para a
saída, sempre dialogando, chamando
a atenção para as cores dos objetos.

16h às Atividade criativa Realizar pintura com dedo e/ou


16h30 pincel, com opção de lápis e giz de
cera. Faz de conta com bonecos,
roupinhas, panelinhas, talheres,
comida de faz de conta, etc.

16h30 Preparação Contar histórias; utilizar fantoches,


às 17h para a saída joguinhos de encaixe; cantar músicas
e fazer gestos; brincar de faz de conta
(escolher apenas três das opções).

Acolhimento dos bebês na escola


Como você já viu, as crianças, desde bebês, constroem relações afetivas com
os adultos. Essas relações são chamadas de relações de apego. É a partir delas
que as crianças discernem algumas pessoas ao seu redor e reagem de modo
14 Os bebês de 0 a 1 ano na educação infantil

diferente às conhecidas e às desconhecidas. A figura adulta tem a função de


dar segurança e auxiliar a criança na exploração do meio. Em sua ausência,
a criança pode se sentir insegura, chorar ou se isolar. Tais acontecimentos
podem prejudicar o envolvimento da criança na exploração do ambiente que
a cerca. Daí a importância de se planejar momentos de ingresso do bebê na
creche de modo que o professor represente uma figura de apego para ela
(GOLDSCHMIED; JACKSON, 2006).
Você também viu que no berçário o professor é um figura de referência para
a criança, que acompanha seus movimentos em busca de apoio e segurança
e reage ao seu afastamento. Aos poucos, o bebê vai se familiarizando com o
ambiente da escola e começa a lidar melhor com a ausência das pessoas com
quem mantém relação de apego. Assim, ele adquire mais segurança e entende que
alguém que se afasta pode voltar depois (GONZALEZ-MENA; EYER, 2014).
Portanto, é importante pensar em formas produtivas de lidar com a questão
do apego, que ajudem na formação de vínculos entre o professor e a criança na
creche. Para tanto, entrevistas com mães, pais ou responsáveis pelos bebês que
estão entrando na creche são fontes essenciais de dados iniciais. Por meio delas,
é possível conhecer os hábitos de cada criança e a sua história familiar. Além
disso, as entrevistas são momentos em que se pode tranquilizar as famílias
com relação à permanência do filho em um novo ambiente.
As instituições escolares podem ter outras iniciativas durante o período
inicial do bebê. Por exemplo (BRASIL, 2010; SÃO PAULO, 2007):

 permitir que a criança traga alguns objetos familiares de casa — seu


travesseiro, algum brinquedo, paninho, etc.;
 consentir que algum familiar permaneça na escola junto à criança durante
os primeiros dias, diminuindo o tempo de permanência gradativamente;
 introduzir a criança em atividades interessantes, incentivá-la a manusear
objetos, senti-los, observar os colegas e interagir com eles;
 organizar o ambiente (com objetos e locais mais livres para a locomoção)
para facilitar que o bebê brinque com outras crianças sem perder de
vista o professor;
 relatar diariamente para a família alguma situação da qual a criança
participou com mais interesse, com o objetivo de tranquilizar familiares;
Os bebês de 0 a 1 ano na educação infantil 15

 providenciar para que, ao ocorrer o ingresso de mais de uma criança


simultaneamente na escola, outros professores possam ajudar o professor
de referência, deixando-o mais livre para interagir com as novas crianças,
fazer-se conhecido e conhecer suas reações diante do novo ambiente.

O professor pode auxiliar a criança nesse período acolhendo-a e dando-lhe


colo quando for necessário. Ele deve buscar compreender suas reações de
choro, inapetência, sono excessivo ou falta de sono. Caso a criança adoeça,
os sintomas podem ser sinais de que ela percebeu a introdução de algo novo e
estranho em sua vida. O professor deve ficar atento a esses sinais, não apenas
no período de ingresso da criança na escola, mas também durante todo o
processo educativo na creche. É importante que o professor examine e observe
todos os comportamentos infantis, pois eles interferem na interação que as
crianças têm umas com as outras e, consequentemente, em seu aprendizado.

A seguir, você pode ver algumas dicas para organizar os brinquedos e as brincadeiras
na educação infantil (BRASIL, 2012):
 Fechar todas as tomadas; verificar se não há buracos com aberturas cortantes nos
brinquedos e nos objetos do ambiente para garantir a segurança dos bebês, que
são muito curiosos.
 Retirar brinquedos quebrados ou que ofereçam algum risco.
 Verificar o uso que a criança faz do brinquedo, oferecendo outras alternativas caso
seja necessário.
 Oferecer brinquedos e materiais de acordo com a proposta pedagógica para o
agrupamento infantil.
 Oferecer à criança a possibilidade de usar o brinquedo com outras crianças e
também de brincar sozinha.
 Armazenar os brinquedos e materiais adequadamente.
 Apresentar diferentes usos do brinquedo, de modo a ampliar o repertório da criança.
 Valorizar as escolhas das crianças, agregando novos desafios.
 Garantir materiais e brinquedos em quantidade suficiente para que todas as crianças
tenham oportunidades iguais na brincadeira.
 Modificar continuamente a forma de estruturar o espaço da brincadeira, de modo
a oferecer novas oportunidades.
16 Os bebês de 0 a 1 ano na educação infantil

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017.
Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/
bncc-20dez-site.pdf>. Acesso em: 10 out. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Brinquedos e brincadei-
ras de creche: manual de orientação pedagógica. Brasília: MEC/SEB, 2012. Disponível
em: <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao_brinquedo_e_brincadei-
ras_completa.pdf>. Acesso em: 17 out. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares
nacionais para a educação infantil. Brasília: MEC/SEB, 2010. Disponível em: <http://ndi.
ufsc.br/files/2012/02/Diretrizes-Curriculares-para-a-E-I.pdf>. Acesso em: 27 set. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação do Ensino Fundamental.
Referencial curricular para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998b. v. 2.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação do Ensino Fundamental.
Referencial curricular para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998c. v. 3.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação do Ensino Fundamental.
Referencial curricular para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998a. v. 1.
FOCHI, P. Afinal, o que os bebês fazem no berçário? Comunicação, autonomia e saber-fazer
de bebês em um contexto de vida coletiva. Porto Alegre: Penso, 2015.
GOLDSCHMIED, E.; JACKSON, S. Educação de 0 a 3 anos: o atendimento em creche.
Porto Alegre: Artmed, 2006.
GONZALEZ-MENA, J.; EYER, D. W. O cuidado com bebês e crianças pequenas na creche:
um currículo de educação e cuidados baseado em relações qualificadas. 9. ed. Porto
Alegre: AMGH, 2014.
KRAMER, S. Profissionais da educação infantil: gestão e formação. São Paulo: Ática, 2005.
RIO DE JANEIRO. Prefeitura. Secretaria Municipal de Educação. Orientações curriculares
para educação infantil. Rio de Janeiro: Gerência de Educação Infantil, 2010. Disponível
em: <http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/4246634/4104953/orientacoesCurricula-
resEdInfantil.pdf>. Acesso em: 17 out. 2018.
SÃO PAULO. Prefeitura. Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de Orientação
Técnica. Orientações curriculares: expectativas de aprendizagens e orientações didá-
ticas para educação infantil. São Paulo: SME/DOT, 2007. Disponível em: <http://www.
culturatura.com.br/docsed/12%20orientcurr%20psp-ei.pdf>. Acesso em: 17 out. 2018.
Os bebês de 0 a 1 ano na educação infantil 17

Leituras recomendadas
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 25 set. 2018.
BRASIL. Lei nº 11.274, de 06 de fevereiro de 2006. Altera a redação dos arts. 29, 30, 32 e
87 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases
da educação nacional, dispondo sobre a duração de 9 (nove) anos para o ensino
fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11274.htm>.
Acesso em: 10 out. 2018.
BRASIL. Lei nº 12.858, de 09 de setembro de 2013. Dispõe sobre a destinação para as áreas
de educação e saúde de parcela da participação no resultado ou da compensação
financeira pela exploração de petróleo e gás natural, com a finalidade de cumpri-
mento da meta prevista no inciso VI do caput do art. 214 e no art. 196 da Constituição
Federal; altera a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989; e dá outras providências.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12858.
htm>. Acesso em: 10 out. 2018.
BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adoles-
cente e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/
Leis/L8069.htm>. Acesso em: 25 set. 2018.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L9394.htm >.
Acesso em: 25 set. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de
Educação Especial. Brasília: MEC/SEESP, 1994.
BRASIL. Ministério da Educação. Política nacional de educação infantil: pelos direitos da
criança de zero a seis anos à Educação. Brasília: MEC, 2006.
GOLDSCHMIED, E.; JACKSON, S. O cesto de tesouros. In: GOLDSCHMIED, E.; JACKSON,
S. Educação de 0 a 3 anos: o atendimento em creche. Porto Alegre: Artmed, 2006.
Conteúdo:
Dica do professor
É muito importante que os bebês tenham experiências de brincar e imaginar, estabelecendo
vínculos afetivos, autoconhecendo-se e conhecendo o mundo. Para realizar o trabalho com os
bebês, é muito importante também que os educadores conheçam os brinquedos e as brincadeiras
específicas.

Nesta Dica do Professor, você vai conhecer algumas brincadeiras e brinquedos para os bebês que
engatinham e andam.

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Exercícios

1) Na educação infantil, especificamente no berçário, o professor deve se constituir como


referência da criança.

Tal afirmativa se dá pela necessidade de considerar:

A) a visão da criança que ainda não alcança pensamentos ou sentimentos.

B) o ponto de vista da criança que ainda não dispõe de linguagem para expressar seus
pensamentos e experiências.

C) a visão do professor que identifica prontamente o que o bebê sente e pensa.

D) o ponto de vista do professor que consegue compreender o que a criança sente e pensa.

E) o ponto de vista do bebê que já tem linguagem para expressar ideias e pensamentos.

2) Têm-se como sugestões de brinquedos e materiais para bebês: (1) cadeiras, mesas, caixas de
papelão com furos; (2) brinquedos estruturados de espuma podem criar cenários
desafiadores e diversas explorações para as crianças; (3) túnel com cadeira, mesa ou caixa
para que os bebês possam atravessá-los.

São brinquedos e brincadeiras específicas para bebês que:

A) engatinham.

B) ficam deitados.

C) andam.

D) ficam sentados.

E) correm.

3) Trata-se de um objeto que tem uma coletânea de objetos de uso cotidiano, usado com o
objetivo de ampliar as experiências sensoriais dos bebês. Oferece a oportunidade de que o
bebê explore, manipule e entre em contato com objetos, em suas diversas formas, texturas e
cores.
Fala-se de:

A) brinquedos de empurrar.

B) estruturas de exploração.

C) morros de almofadas.

D) cestos de tesouros.

E) móbiles coloridos e sonoros.

4) Na educação infantil, o binômio cuidar/educar são independentes mas, indissociáveis; torna-


se muito importante a interação e o brincar.

Sendo assim, os documentos de orientações curriculares para educação infantil indicam que
os bebês devem ter experiências como:

A) exploração da sociedade.

B) produção de brinquedos.

C) experimentação da linguagem científica.

D) exploração da linguagem matemática.

E) exploração da linguagem verbal.

5) Por experiências com a expressividade das linguagens artísticas, por exemplo, na


expressividade musical, os bebês podem ser:

A) incentivados a explorar com relativa autonomia os espaços oferecidos para além do berço por
meio de movimentos elementares e básicos como: erguer a cabeça, rolar, sentar, rastejar e
engatinhar.

B) incentivados a brincar com água e areia ou terra, ou outros materiais, explorar texturas e
algumas propriedades como, por exemplo, temperatura e consistência.

C) estimulados a experimentar visualmente as diferentes relações de claro e escuro na natureza


e em meios artificiais como pintura, fotografia, cinema, etc.
D) apoiados a entender os sons do ambiente e a reagir a sons e músicas; podem identificar
músicas preferidas acompanhando-as por meio do movimento corporal.

E) auxiliados a brincar com as professores de esconder e descobrir o rosto; seguir os brinquedos


com os olhos.
Na prática
O trabalho com música é uma forma de conhecimento acessível aos bebês. A linguagem musical é
uma excelente forma para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio, da autoestima e do
autoconhecimento, além de potente meio de integração social.

Veja a seguir algumas sugestões de como apoiar os bebês a entender os sons do ambiente, assim
como a reagir a sons e músicas.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!


Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Princípios, práticas e currículo


Quais são os tipos de interação que se desenvolvem nas relações, importantes nos cuidado e na
educação? Como um adulto demonstra que respeita um bebê? Qual é o papel dos adultos no
currículo de bebês? O seguinte artigo pretende responder tais questões.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

O papel do professor na educação infantil


A educação em creches dá-se dos 0 ao 3 anos. Na Educação Infantil, existe o atendimento em
creches para as crianças de 0 a 3 anos e, de 4 e 5 anos, em pré-escolas. O seguinte vídeo traz uma
discussão da relação do professor com as crianças, da relação do professor com a família; do papel
do professor em acolher/adaptar as crianças/famílias na escola e as possibilidades desses
profissionais. Veja a seguir.

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O atendimento em creche
Como se organiza o espaço em uma escola de educação infantil? Qual deve ser o papel do
educador-referência? O que acontece com os bebês nas creches? O que é o cesto de tesouros?
Essas são questões que o seguinte livro tem o objetivo de responder. Confira a seguir.

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