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I.

Introdução
O conhecimento da Moral e da sua aplicação na vida prática de todo e
qualquer ser humano é urgente e necessário para que tenhamos uma
sociedade sadia, capaz de se orientar o princípio fundamental da respectiva
Moral: "Bonum est faciendum et malum vitandum"(Devemos fazer o bem e
evitar sempre o mal)
Para melhor percepção, é necessário decifrar cada termo que compõe a
Educação Moral e Cívica

Educação: processo que visa o desenvolvimento harmónico do ser humano


nos seus aspectos intelectual, moral e físico e a sua inserção na sociedade.
Moral: conjunto de normas de conduta consideradas mais ou menos absolutas
e universalmente válidas. Conjunto de costumes e opiniões de um indivíduo ou
de grupo social respeitantes a comportamento
Cívica(o):relativo aos cidadãos, como membros da Nação, respeitantes ao
bem público; que diz respeito ao bem comum.

O termo cívica é um adjectivo utilizado para referir-se a várias questões


relacionadas com o civismo ou convivência social dentro de uma comunidade.
Normalmente, este termo é usado para se referir a alguns tipos de pauta
(pautas cívicas) de comportamento, assim como certos tipos de conhecimento
que estão dentro de uma disciplina escolar conhecida como educação cívica ou
instrução cívica (embora haja muitas variantes).
Neste sentido, a Educação Moral e Cívica é um tipo de educação centrado no
estudo e compreensão do que é considerado socialmente aceitado; todas
essas pautas que contribuem para a convivência social e que tem a ver com o
respeito dos diferentes direitos humanos, assim como, com o cumprimento das
obrigações sociais que cada cidadão possui.
Embora a educação cívica seja uma das disciplinas escolares mais agredidas e
menos consideradas, na realidade é a que talvez tenha ligação mais directa
com a realidade (característica que pode faltar a muitas outras disciplinas
escolares e que são criticadas). Em educação ou instrução cívica, os alunos
devem aprender e conhecer dados de grande importância, por exemplo, como
é composta uma sociedade, quais são os direitos e obrigações de quem a
compõe, o que é a família, o que é um grupo de amigos, que tipos de vínculos
existem dentro de uma sociedade, as diferentes formas de governo e as formas
que cada cidadão tem para participar ativamente não só da política,
mastambém em muitos outros aspectos relacionados à sociedade

2.O conceito de Educação Moral e Cívica

A educação é entendida, como uma busca de igualdade para todos os


indivíduos, que se alcança pela aplicação de métodos eficazes para a
aprendizagem do saber selecionado para ser ensinado, e por outra, é a
implementação de um sistema educativo de responsabilidade do estado de
qualquer pais que garante a educação para todos, sustentando a promessa de
progresso e acesso a todos os indivíduos (Vergara, 2015).

Actualmente se fala de educação intercultural como uma proposta de ação


educativa teórico-prática em que prevalece o reconhecimento da existência dos
outros como sujeitos possuidores de uma cultura diferente e o conhecimento
do que isto significa em tremos de semelhanças e diferenças com a própria
cultura escolar caraterizada por múltiplas influências.

A educação intercultural se carateriza pelo intercâmbio e a interação e favorece


o desenvolvimento humano para o qual devemos adquirir competências e
habilidades interculturais. Assim, esta educação deve buscar promover nos
alunos, o desenvolvimento de capacidades de pensamento crítico que permite
gerar uma implicância entre os sujeitos na necessidade de construir um projeto
social comum. Para tal, a rotina docente deve estar focalizada em implementar
práticas pedagógicas contextualizadas baseadas em estratégias de ensino
aprendizagem, com o diálogo, reflexão e criatividade, promovem o
desenvolvimento do pensamento crítico e a autonomia do estudante (Beltrán-
Véliz et al. 2019).

Segundo os gregos a palavra moral vem do latim moralis, que significa maneira
de viver, já os romanos associam esta origem a palavra ethos, que é entendida
como a maneira de fazer ou adquirir as coisas, costume, hábito. No entanto,
moralis diz respeito aos costumes.

Assim, a noção de moralidade é apontada como sendo complexa em sua


concepção clássica (baseada na razão e no agir corretamente) e da “afeição
natural” (predisposição interna para amar e fazer o bem). A moralidade é uma
dimensão humana estreitamente vinculada aos valores e tem um aspeto
psicológico, na medida em que o indivíduo depende de mecanismos racionais
e emotivos. Está condicionada com o desenvolvimento da personalidade
sofrendo a influência de fatores socioculturais. Porém, o estudo da moralidade
tem interessado particularmente a psicologia evolutiva desde uma perspetiva
genética que permite o seguimento graduado acerca do desenvolvimento
moral, podendo identificar-se os fatores determinantes e as relações entre eles
(Raiza & Trina (2010).

Changwoo & Hyemin (2013), consideram a "ética ou filosofia moral" como


disciplina preocupada com o que é moralmente bom e mau, certo e errado. Ele
afirmou que o termo é também aplicado a qualquer sistema ou teoria dos
valores morais ou princípios. Da mesma forma, a ética comummente é
considerada como um campo de reflexão filosófica que orienta o nosso
comportamento. A palavra cívica em muitos casos é associada a educação
para cidadania, em outros como formação cívica, todos eles procurando
compreender acerca dos valores humanos que permitem uma boa vivência em
sociedade. Assim, o objetivo da formação cívica é conseguir que o sujeito atue
de acordo com o que é o bem ou aquilo que é considerado bom. A formação
cívica deverá proporcionar ao indivíduo um conjunto de critérios para atuar de
forma autónoma e racional perante situações que apresentem conflitos de
valores.
Apesar das diferenças, a base comum em que se apoia a competência social e
cívica é fundamentada exatamente na formação e no exercício da cidadania.
Daí a necessidade de pensar sempre na responsabilidade moral da escola e
em consequência Fernández-Soria & Mayordomo Pérez (2014) enfatizam o
desejo de organizar como uma comunidade moral que reproduz um processo e
condições de vida e considera que seus procedimentos hão de estar
concebidos para insistir mais na construção e a produção que na observação é
a mera aprendizagem. E deixa claro que tanto a formação de caráter como a
preparação da vontade dos hábitos morais têm uma perspetiva ou finalidade
social importante, dado que a ação moral é uma questão não individual, mas
também social, de maneira que a responsabilidade moral da escola e dos que
conduzem, e o sistema educativo que não conhece este fato da
responsabilidade moral seria incompleta. Só podemos saber se nós somos a
maioria na verdade pela ação realizada dentro da própria responsabilidade
para os outros e com os outros na comunidade a que pertencemos.

No entanto, como argumentam Gutiérrez & Lozano (2015), a educação é tida


como um fator chave para o desenvolvimento de capacidades, competências,
habilidades e atitudes que garantem uma boa convivência e salvaguardar os
direitos e deveres dos seres humanos.

Por isso, em função da diversidade é necessário que as instituições escolares


sejam reconhecidas como espaço que contribui para ajudar os integrantes da
mesma a viverem a democracia e os valores que garantam a convivência e
respeitando a diferença.

Para Bruno, Jofré & Jover (2009), citados por Fernández & Mayordomo (2014),
pensam sempre que a responsabilidade moral da escola, antes é da sociedade
e enfatizam o desejo de organiza-la como comunidade moral, que reproduz um
processo e condições de vida. E considera que seus procedimentos devem
estar relacionados com a construção e produção em que a observação é o
meio de aprendizagem. Considera a formação de caráter como preparação da
vontade ou os hábitos, costumes e têm uma perspetiva ou finalidade social
importante. Dado que a ação moral é uma questão não só individual como
social, o sistema educativo que não reconhece este fato seria incompleto e
caduco.

Portanto, com a contribuição de Gregori & Cervantes (2012), refletiremos


acerca de educar em valores em função da importância que representa. Por
isso, incentivam a criar condições para estimar os valores que permitem o
desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes próprias para a
convivência pacífica. Assim, considera que os valores consagrados nas
sociedades plurais e democráticas são o que se denomina educação moral,
aqual pretende aproximar as crianças e jovens a pautarem por uma conduta e
hábitos coerentes com os princípios e normas ou regulamentos.

3.Necessidade do Estudo da E.M.C


Segundo o padre Soquia, em seu livro "É ainda necessário estudar Ética e
Moral..." A E.M.C é necessária pelos seguintes motivos:
Ajudar o homem ou a mulher a serem mais honestos , justos , transparentes e
responsáveis na gestão da coisa pública, permitindo que se tenha uma
sociedade mais humana, mais justa e digna de ser vivida.
Educação Moral e Cívica na na modernidade

. Muitas vezes, ou pelo menos assim tem sido feito na prática ao longo da nossa
história, a Educação Moral e Cívica tem sido associada à aprendizagem e reprodução
de valores e normas que se impõem de fora da pessoa. Essa concepção carrega
conotações negativas, pois sugere, em sua base, um conceito de imposição: a norma
pela norma, a obediência pela obediência, o respeito da criança ao adulto pelo medo...
Aspectos que respondem a um tipo de sociedade que tem que transmitir valores de
submissão. Em uma posição totalmente diferente, quis-se, ao contrário, significar que
os valores, as normas, são algo tão altamente subjetivo que dependem única e
exclusivamente da construção pessoal, para a qual praticamente não há lugar para
ensinar nada. A partir de uma posição mais condizente com nossas abordagens,
afirma-se que a Educação Moral não é uma prática que reproduz e inculca valores,
nem é individualista ou subjectiva. Ao contrário, é algo que exige uma compreensão
colectiva, é um lugar de diálogo e discussão entre pessoas e grupos, e, desse ponto
de vista, a escola pode ser o lugar certo para sua aprendizagem, englobando-a no ,
conceito universal diríamos, e perseguido por todas as escolas, que é o da "educação
integral". A Educação Moral deve ajudar a analisar criticamente a realidade cotidiana e
as normas morais vigentes, para que ajude a formar ideias mais justas e adequadas de
convivência, respeito e solidariedade. Em um mundo como o actual, em que as
sociedades são abertas e plurais, é necessário ajudar as pessoas a construir seus
próprios critérios morais, fundamentados e solidários que as ajudem, que dêem
sentido e direção às suas próprias vidas. Educação cívica. Dentro do conceito mais
amplo de Educação Moral a que nos referimos anteriormente, a Educação Cívica pode
ser definida, como faz Pagès, J. (1984) na obra referenciada na Bibliografia:

O conjunto de regras, princípios, hábitos, comportamentos, convicções, diretrizes... que


determinam e tornam possível a convivência social entre as pessoas”. (Pagès, J. et al.,
1984)
A Educação Cívica supõe, então, a regulação da vida social, mas as normas da vida
social não são inactas à pessoa. Eles são adquiridos e, por isso, em cada etapa ou
época da história da humanidade, estabelecem-se diferentes normas de convivência e,
consequentemente, a vida social e o regime da sociedade mudam. As normas da vida
em sociedade são convencionais e o resultado do acordo dos seres humanos para
resolver as questões que lhes dizem respeito. Precisamente também porque não são
inatas à pessoa, é necessário incutir essas regras, princípios e comportamentos nos
homens, e que os aprendam. Dependendo de como eles os aceitam e respeitam, a
força e o vigor da convivência social estabelecida dependerá disso. Para que essas
normas tenham força moral, devem ser aceitas pela grande maioria. Dessa forma, se
forem aceitos pela maioria, os cidadãos estarão dispostos a defendê-los e mantê-los. A
principal tarefa da Educação Cívica consiste, então, em inculcar essas normas e
doptá-las de força moral. Isso significa ajudar a todos a respeitá-los, para que o
domínio da convivência e da harmonia seja possível. Também, e como indica Pagès, J.
(1984) também indica: “Desse último ponto surge a necessidade da instrução cívica.
Ou seja, do conjunto de técnicas e instrumentos didáticos que todo educador deve
buscar para atingir o objetivo que se propõe em cada momento específico das etapas
de formação da criança, levando em consideração, além disso, os valores que devem
ser introduzidos ... de acordo com o momento histórico e social em que se vive”.

4.OBJECTIVOS DA EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA. O objectivo fundamental da


Educação Moral e Cívica não é apenas fornecer informações teóricas. Não basta que as
crianças saibam o que é democracia ou por que as instalações públicas e privadas
devem ser respeitadas. Tampouco a Educação Moral e Cívica se adquire pela
imposição de direitos e deveres, por meio de regulamentos. Deve ser assumida na vida
do indivíduo, deve fazer parte da vida, da prática e dos valores pessoais. Conforme
consta do Documento que, dedicado à Educação Moral e Cívica, publicou o Ministério
da Educação da Espanha (1992) e a que nos referimos na Bibliografia, a Educação
Moral pode ser compreendida num campo de reflexão que ajuda:
“1.- Detectar e criticar os aspectos injustos da realidade quotidiana e as normas
sociais actuais;
2.- Construir modos de vida mais justos tanto no âmbito interpessoal como no
colectivo.
3.- Elaborar de forma autônoma, racional e dialógica princípios gerais de valor que
ajudem a julgar criticamente a realidade.
4.- Fazer com que os jovens assumam esse tipo de comportamento coerente com os
princípios e regras que construíram pessoalmente.
5.- Assegurar que também adquiram as normas que a sociedade se deu de forma
democrática e buscando a justiça e o bem-estar colectivo. Em outras palavras, deve
colaborar com os alunos para facilitar o desenvolvimento e o treinamento de todas
as capacidades que intervêm no julgamento e na ação moral, para que sejam capazes
de se orientar de forma racional e autônoma nas situações que surgem para eles. .”
Um dos objectivos mais contundentes Educação Moral, e nisso concordamos com o
que Mª Rosa Buxarrais expõe em seu capítulo da obra de Martínez, M. e Puig, J.M.,
(1991) referenciado na Bibliografia, será: " A formação de pessoas autônomas,
dialogantes, dispostas a se comprometer na relação pessoal e na participação social,
atendendo ao uso crítico da razão e à abertura ao outro, respeitando os direitos
humanos”.
Supõe optar por uma personalidade moral que terá as seguintes características:
• O desenvolvimento de estruturas universais de julgamento moral que permitam a
adopção de princípios gerais de valor: respeito, justiça, solidariedade, ...
• A formação de capacidades e a aquisição de o conhecimento necessário que
permita dialogar de modo crítico e criativo com a realidade e que contribua para a
elaboração de normas e projectos contextualizados.
• A aquisição das competências necessárias para tornar coerentes o juízo moral e a
acção e, promover a formação de um modo de ser, objecto de uma decisão pessoal.
(Buxarrais, M. R. 1991)
Trata-se, portanto, de desenvolver formas cada vez melhores de pensar as questões
morais e cívicas, mas também de aplicá-las à vida pessoal e colectiva para melhorar
ambas.
6.A EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA Nas ESCOLAS
O O papel da instituição escolar. Ao lado da tarefa de ensinar em si, a escola tem a
função de integrar a criança à sociedade, tornando-a um membro responsável e
consciente de sua comunidade. A criança não deve conhecer apenas o conteúdo
científico. A escola não serve apenas para instruir (pelo professor) e aprender (pelo
aluno); significa ensinar a criança a reconhecer as normas de sua sociedade, os
deveres que tem e sua forma de colaborar com o bem social. A Educação Cívica tem
precisamente esta função na escola. Um dos grandes erros que os sistemas
educacionais anteriores ao actual vêm sofrendo foi considerar a escola como
transmissora de conhecimento e preparação para o próximo nível educacional,
esquecendo a formação dos alunos como cidadãos. É hora de quebrar os esquemas e
buscar a educação integral da pessoa combinando a aquisição de conhecimentos e
normas sociais. A escola, com os meios de que dispõe, pode colaborar na consecução
de objectivos estruturados em torno dos valores vigentes na sociedade em que vivem
os sujeitos em formação. Estes objectivos, uma vez internalizados e aceites, são os que
permitem pôr em movimento os processos internos ou externos de auto-avaliação e
auto-reforço e que controlam a auto-regulação do comportamento do indivíduo. As
estratégias de auto-regulação do comportamento visam ajudar o aluno a se comportar
de acordo com seus próprios critérios e ajudar a equilibrar possíveis falhas em seu
próprio comportamento. Também através destas técnicas de auto-regulação
tentaremos formar ou auto-treinar o indivíduo para que seja capaz de agir de acordo
com um mundo de valores sociais objetivamente válidos, e para que tenha uma
atitude crítica em relação a certas formas de vida em o mundo dos adultos graças ao
seu autocontrole
Como veremos mais adiante, na secção dedicada à metodologia, o trabalho da escola
neste campo pode ser especificado em:
+Utilização de técnicas de autorregulação por meio de modelagem. + Reforço e uso
correto das técnicas. + A redução progressiva da vigilância externa. + O treinamento do
indivíduo sem presença externa, para que o controle externo seja gradualmente
internalizado até se tornar um controle interno do mesmo comportamento. Por fim, é
importante destacar que a proposta de educação moral formulada por uma escola
deve ser coerente com o restante de suas abordagens institucionais e organizacionais:
da organização de seus espaços à de suas atividades ou dinâmicas de trabalho, elas
devem responder a algumas critérios uniformes com o que você deseja incutir em seus
alunos em um nível moral e cívico. O papel do professor. Durante os primeiros anos e
até a adolescência, a autorregulação e o autocontrole do comportamento estão em
formação, uma vez que não podem ocorrer independentemente do controle externo
do adulto. Aprofundaremos esse aspecto mais adiante, na secção dedicada à
Metodologia.
Ajudar os indivíduos a se autorregularem não é tarefa fácil, pois cada um apresenta
circunstâncias pessoais, familiares e sociais e possibilidades específicas que
determinam um tipo diferente de auto-observação, auto-avaliação e auto-reforço. De
modo geral, pode-se dizer que o papel do educador é ajudar o aluno no processo de
ensino/aprendizagem a passar progressivamente do heterocontrole para a
autorregulação de seu próprio comportamento. Os principais aspectos em que os
professores podem colaborar são:
➣ Fornecer directrizes e critérios que permitam ao aluno conhecer seu
comportamento e modificá-lo.
➣ Apresentar modelos de comportamento e competências que permitam ao aluno
atingir os objetivos definidos.
➣ Motivar e orientar a mudança comportamental fornecendo informações corretivas.
autoavaliar. Em relação à forma de actuação do professor, não é o mais adequado
expor, directamente, quais são seus próprios valores, normas ou critérios. De qualquer
forma, isso é relativo, depende sobretudo da idade dos alunos. Se, regra geral, os
princípios morais são melhor descobertos e assimilados através da análise e discussão,
nos jovens estudantes (e este é o nosso caso particular), é necessário um certo grau de
transmissão que não exclua análises e discussões posteriores. A escola e a sociedade.
Uma atuação efetiva da escola não pode se limitar apenas ao ambiente escolar. A
escola sozinha não pode criar um estilo de vida, pois a criança também vive em uma
família e em uma comunidade de cidadãos próximos a ela. É por isso que a escola, a
família, a comunidade em geral, têm que garantir que as condições necessárias sejam
criadas e vividas para atingir os objetivos pretendidos. A Educação Cívica, então, é um
projeto social e, portanto, todos os cidadãos e suas instituições devem participar dele.
.

ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO MORAL DOS ESTUDANTES


NÍVEL 1: PRÉ-CONVENCIONAL
Estágio 1: Heterônomo moral. Estágio 2: Individualismo, egoísmo ingênuo e troca.
NÍVEL 2: CONVENCIONAL
Estágio 3: Expectativas interpessoais mútuas e conformidade interpessoal
Estágio 4: Sistema social e consciência.
NÍVEL 3: PÓS-CONVENCIONAL
Etapa 5: Contrato social, utilidade e direitos individuais.
Estágio 6: Princípios éticos universais.
Vejamos a referência que Payà, M. faz ao seu trabalho no trabalho coordenado por
Martínez, M. e Puig, J.M. que referenciamos na Bibliografia: “Duas são as
características mais marcantes de sua concepção teórica. Por um lado, Kohlberg
aplicou o conceito de desenvolvimento de estágio de Piaget ao estudo do julgamento
moral. Por outro lado, considerou que o desenvolvimento cognitivo juntamente com a
configuração da perspectiva social são as condições necessárias, mas não suficientes
para o desenvolvimento moral que um determinado nível intelectual permite, embora
não determine, atingir um certo grau de empatia ou perspectiva social, e ambos os
fatores estão mais ou menos presentes em qualquer julgamento ou raciocínio moral,
mas se a pessoa não atingiu aquele certo nível de desenvolvimento, será difícil para ela
tomar suas decisões morais com base em tal raciocínio. Além disso, o status de
condição necessária, mas não suficiente, também supõe que o nível de
desenvolvimento sociocognitivo não determina inequivocamente o desenvolvimento
moral: uma pessoa pode ter um certo nível de desenvolvimento intelectual e uma
certa capacidade de perspectiva social, e elaborar suas julgamentos morais baseados
em raciocínios inferiores, falando de forma cognitivo-moral. Um julgamento moral é o
processo de reflexão realizado para dar uma resposta -dar equilíbrio- a uma situação
que suscitou um conflito de valores. No julgamento moral, devemos distinguir entre
conteúdo e forma. O conteúdo é a resposta dada pelo sujeito, o valor pelo qual ele
optou. A forma é toda a argumentação posta em jogo, as razões que ela dá para
justificar aquela resposta ou decisão, e a que essa teoria presta maior interesse.
Portanto, para tentar determinar o estado moral em que uma pessoa se encontra, é
necessário estudar mais do que a opção ou o valor escolhido, o tipo de razões pelas
quais uma ou outra decisão é preferida, do que também se deduz que , Em nível
educacional e para promover o desenvolvimento moral, a ênfase deve ser colocada na
forma, no raciocínio sobre questões morais”. (Payà, M. 1991)

Da mesma forma que qualquer disciplina escolar é avaliada, é importante que as


crianças também tenham meios para verificar seus progressos ou dificuldades em
termos de educação para a convivência. A avaliação da Educação Moral e Cívica é, no
entanto, um assunto polémico e difícil, por um lado, porque nem todos consideram
que há conteúdos seguros para avaliar, uma vez que o assunto é largamente
subjectivo, e por outro, mas talvez mais importante, porque podemos cair para avaliar
as competências morais de uma pessoa e, com isso, sua própria bondade ou maldade.
No entanto, acreditamos que aceitando algumas limitações como as anteriores,
podemos avaliar a Educação Moral e Cívica. Significa também que o critério de
avaliação que usamos aqui não tem a ver com, nota, com quantificação, mas é
avaliado para ajudar a criança a progredir. Existem vários aspectos que consideramos
importantes avaliar nesta área:
1.- Em primeiro lugar, considerar que todas as partes envolvidas na tarefa educativa
devem participar na avaliação.
2.- O próprio clima escolar deve ser avaliado, pois seria uma incoerência transmitir
uma série de valores morais ou normas de conduta que não se refletem além do
momento específico de seu tratamento em sala de aula. O método deveria ser a
discussão reflexiva entre os participantes do projecto educativo: pais, professores e
alunos, e algumas questões que poderiam ajudar na reflexão seriam:
- Que tipo de relações existem entre os alunos a nível interpessoal?
- Como são resolvidos os desacordos entre pais - alunos - professores?
- Existem canais de comunicação adequados?
Eles trabalham?
- Existe um bom ambiente coletivo? - ... 3.- As actividades específicas também devem
ser avaliadas, tanto durante o seu desenvolvimento como na sua conclusão, e entre os
aspectos a serem analisados convém destacar:
Os objectivos foram alcançados? - As actividades são adequadas para os alunos?
- Os materiais utilizados são adequados?
- As tarefas foram interessantes? - Eles foram úteis? - ...
4.- A partir do momento em que os critérios da Educação Moral e Cívica devem ser
ainda mais, se possível, que os de outras áreas internalizados e assumidos pelo aluno,
a autoavaliação deve ser fortemente enfatizada.

I V. M E T O D O L O G Y EM MO R A L E C I V I C A E D U C AÇÃO Nesta seção,


explicaremos os dois métodos nos quais nos baseamos para ensinar Educação Moral e
Cívica em nossas salas de aula: discussão de dilemas e aprendizado de habilidades
sociais. METODOLOGIA NA EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA APRENDIZAGEM DE
COMPETÊNCIAS DISCUSSÃO DE DILEMAS Ambos os métodos, como vimos na nossa
experiência, são completamente diferentes, embora consideremos que não são
exclusivos, mas sim complementares, visto que: ✒ O método de discussão de dilemas
parece mais adequado para a aprendizagem da Educação Moral, um conceito mais
amplo, como indicamos acima, do que o de Educação Cívica. ✒ O método de
aprendizagem de competências sociais parece-nos mais adequado para a
aprendizagem das normas de Educação Cívica (pelo que implicam em competências
sociais necessárias). ✒ Enquanto o método de discussão de dilemas é adequado para o
estágio de desenvolvimento superior dos alunos mais velhos, o método de
aprendizagem de habilidades sociais nos parece ser mais adequado para os alunos
jovens com quem trabalhamos principalmente, e isso ocorre porque os estágios de
desenvolvimento moral em quais os alunos se encontram, e que apresentamos a
seguir: Etapas do desenvolvimento moral do aluno. As estratégias de trabalho da
Educação Moral e Cívica mais utilizadas estão enquadradas na teoria do
desenvolvimento moral elaborada por Lawrence Kohlberg (1975). Esse psicólogo
americano - nascido em 1927 - inicialmente aderiu à teoria cognitiva de Piaget, mas se
distanciou dela no que diz respeito ao desenvolvimento do julgamento moral.

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