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Introdução

O Presente trabalho é intitulado “Relação entre a ética do professor e o regulamento interno de


uma escola pública”

As questões éticas constituem uma preocupação central da humanidade em todos os tempos e


sociedades, por dizerem respeito às relações de convivência entre os seres humanos. Por ter este
carácter amplo, “foi sempre tema de interesse de pensadores e cientistas de várias áreas de
conhecimento” (Mazula, 2015, p.5).
No campo da educação em particular, Do Valle (2001, p.175) afirma que a ética tornou-se num
dos temas privilegiados das iniciativas oficias sobre a educação, e a razão desta, está na crise
radical dos valores que a sociedade atravessa.

Atuar de forma ética exige de qualquer profissional atenção e exercício de comportamentos


justos, sobretudo quando se é responsável diretamente pela formação de outras pessoas, como é o
caso dos professores.

Objectivos

Objectivos Geral

 Compreender a ética do professor através do regulamento interno da escola pública

Objectivos Específicos

 Diferenciar a ética da moral


 Caracterizar a ética na formação de professores
 Analisar pressupostos éticos do professor no regulamento Interno da Escola Primária
completa 16 de Junho

Metodologia

Para Severino (2007), a pesquisa bibliográfica realiza-se pelo: [...] registro disponível,
decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses etc.
Utilizam-se dados de categorias teóricas já trabalhadas por outros pesquisadores e devidamente
registrados. Os textos tornam-se fontes dos temas a serem pesquisados. O pesquisador trabalha a
partir de contribuições dos autores dos estudos analíticos constantes dos textos (SEVERINO,
2007, p. 122)
Definição de conceitos
Este trabalho é norteado pro dois conceitos fundamentais éticos e moral.
Ética

A ética, de um modo geral, é conceituada com uma teoria ou ciência que versa sobre o
comportamento do homem diante da sociedade, ou seja, os interesses individuais de cada pessoa
precisam estar em consonância com os interesses da coletividade. Agir com ética supõe agir
mediante a observação de princípios que visem o bem comum. Desta forma, os atos humanos,
quando éticos, devem observar a coletividade, considerando que viver em sociedade requer a
observação de regras básicas de convivência.

Ainda segundo Chauí (2002), a ética nasce da compreensão do caráter de cada pessoa, ou seja,
do senso da consciência moral próprio de cada indivíduo. Porém, faz coro com Sócrates ao
defender que nosso sentimento, nossa conduta, nossas ações e nossos comportamentos são
modulados pelas condições que vivemos (família, classe e grupo social, escola etc.), ou seja,
afirma que somos formados pelos costumes de nossa sociedade, que nos educa para respeitarmos
e reproduzirmos valores propostos por ela como bons, logo, como obrigações e deveres.

Há determinadas ações éticas que não podem ser perdidas de vista:

 Cultivar e exercer atitudes justas entre as crianças. O professor não deve impor-se pela
força, nem permitir que algum colega mais forte se sobreponha a outro por conta de sua
condição física, por exemplo;
 Não incorrer em situações que possam caracterizar preconceito de qualquer natureza;
 Havendo necessidade de chamar a atenção de algum aluno, o professor de fazer de forma
leal e franca; Nunca fazer referência a alguma característica física (ou de outra ordem) da
criança de forma desrespeitosa. A reclamação deve ser objetivamente sobre a ação
praticada;
 Abster-se de expor na sala de aula situações da vida particular da família da criança que
possam ridicularizá-la;
 Nunca, sob nenhuma circunstância, negar assistência ao aluno em resposta a alguma
situação de conflito com a família ou a alguma contrariedade fruto da ação da criança;
 Considerar a fala e o ficar atento ao comportamento das crianças no decorrer da aula.
Muitas vezes, as crianças podem não verbalizar suas emoções por não saberem ou por
não se sentirem seguras o suficiente para falar;

Moral
Abordámos já o conceito de moral aquando da exploração do termo “ética”. São dois conceitos
que se relacionam mas que importa distinguir. A origem etimológica da palavra moral é “mos”,
“mores”, que se refere ao conjunto de normas adquiridas por hábito.
Para Baptista (2011) a moral corresponde “ao plano de realização histórica da ética, remetendo
para as dimensões normativas e imperativas da acção valorizadas pela tradição deontológica de
inspiração kantiana” (p.9)

A ética na atuação profissional do professor

Para o professor, a questão da ética ganha uma atenção especial, tendo em vista seu lugar de
excelência como formador das futuras gerações. Este profissional tem o poder de inspirar
comportamentos, pois é modelo e referência para seus alunos.

Diante da responsabilidade social no exercício da profissão, o professor necessita observar


determinadas ações no cotidiano da escola, na relação com seus pares, com seus alunos e com as
famílias, entendendo que a ética se materializa no aprendizado e no exercício constante de
práticas que perseguem a justiça social.

Além disso, para o educador de crianças pequenas estão construindo as bases de seu
desenvolvimento afetivo, motor, social e cognitivo, enquanto o mundo se descortina à sua frente.

Formação ética de professores


Seiça (2003) afirma que os domínios da ética e da deontologia docentes mostram-se pouco
conhecidos e estudados no nosso país. Contudo, salienta que são essenciais na construção da
identidade e autonomia profissional e num eficaz desempenho.
Estrela (2010) debruça-se sobre a questão do profissionalismo “enquanto ponto de encontro da
profissionalidade e das dimensões ética, axiológica e deontológica” (p. 67), possibilitando assim
fazer uma distinção entre comportamentos dignos dos profissionais, nomeadamente dos
professores, dos que não o são.
Qualquer professor é também um educador moral, não se confinando à designação de mero
transmissor de saberes. Por esta razão, é importante que na sua formação – seja inicial ou
contínua – se dedique o tempo necessário a esta componente formativa, fazendo-se a articulação
entre “princípios de carácter filosófico com princípios de carácter científico sobre a pessoa (…)”
(Estrela, 2010, p. 98).
D’orey da Cunha (1996) afirmou na sua obra que é fundamental estabelecer um equilíbrio entre a
identificação cultural e a reflexão crítica para uma boa educação moral das crianças e jovens.
Diz-nos ainda que desta forma se contribui para formar jovens que estão inseridos na sua cultura
e que conseguem compreender melhor a sua condição, a condição do outro e a condição da
sociedade. Assim, será possível que o jovem se integre conscientemente numa cidadania ativa.
O autor sublinha a ideia de que “a ética só se realiza em ação se passar pela cultura e que o
grande desafio da educação é conseguir que todos nós passemos a gostar do bem, partindo da
Ética para a Cultura”.
Terminamos com um excerto que consideramos pertinente para o contexto da temática abordada:
A profissão docente exerce-se por delegação social e assenta num conjunto articulado de saberes,
saberes-fazer e atitudes (…) e um ideal de serviço que lhe confere significado e que remete para
o conceito de profissionalismo. Esse ideal consubstancia o exercício ético da competência
profissional e os fins e valores que uma sociedade acha dignos de serem transmitidos e
exemplificados através do processo educativo (Estrela, 2010, p. 67).

Importância da Conduta Moral da formação dos professores


Segundo Chauí (2003) para que haja conduta moral é preciso que exista uma pessoa (sujeito,
agente) consciente, isto é, que conhece a diferença entre o bem e o mal, certo e errado, permitido
e proibido, virtude e vício. A consciência moral não só conhece tais diferenças, mas também se
reconhece como capaz de julgar o valor dos atos e das condutas e de agir em conformidade com
os valores morais, sendo por isso responsável por suas ações e sentimentos, bem como pelas
conseqüências do que faz e sente. Consciência e responsabilidade são condições indispensáveis
da vida ética.
A consciência moral manifesta-se, antes de tudo, na capacidadepara deliberar diante das
alternativas possíveis, decidindo e escolhendo uma delas antes de lançar-se na ação. Tem a
capacidade para avaliar e pesar as motivações pessoais, as exigências feitas pela situação, as
consequências para si e para os outros, a conformidade entre meios e fins (empregar meios
imorais para alcançar fins morais é impossível), a obrigação de respeitar o estabelecido ou de
transgredi-lo (se o estabelecido for imoral ou injusto).

O sujeito moral ou ético, isto é, a pessoa, só pode existir se preencher as seguintes condições,
conforme Chauí (2003):

 Ser consciente de si e dos outros, isto é, ser capaz de reflexão e de reconhecer a


existência dos outros como sujeitos éticos iguais a ele.
 Ser dotado de vontade, isto é, de capacidade para controlar e orientar desejos, impulsos,
tendências, sentimentos (para que estejam em conformidade com a consciência) e de
capacidade para deliberar e decidir entre as diversas alternativas possíveis. • Ser
responsável, isto é, reconhecer-se como autor da ação, avaliar os efeitos e conseqüências
dela sobre si e sobre os outros, assumi-la bem como às suas conseqüências, respondendo
por elas.
 Ser livre, isto é, ser capaz de oferecer-se como causa interna de seus sentimentos, atitudes
e ações, por não estar submetido a poderes externos que o forcem e o constranjam a
sentir, a querer e a fazer alguma coisa. A liberdade não é tanto para escolher entre
alternativas possíveis, mas o poder para autodeterminar-se, dando a si mesmo as regras
de conduta.

Analise na ética do professor no regulamento interno da escola pública: Caso da escola


primária completa 16 de Junho
Bibliografia
CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. 12ª. ed. São Paulo: Ed. Ática, 2002

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