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A Importância da Educação para a Acidadania na Formação do Indivíduo

INTRODUÇÃO

Na sociedade em que estamos inseridos, uma sociedade da globalização, da


cientificidade e da tecnologia, que se nota um vazio dos valores morais, cívicos e culturais; as
escolas e a sociedade têm cada vez mais a exigir uma figura firme e consciente dos indivíduos
e dos seus semelhantes. Face a esses desafios, o presente trabalho efectiva-se a tratar sobre “A
importância da educação para a cidadania na formação do indivíduo”, como sendo um dos
principais elementos de integrar os indivíduos numa sociedade democrática e política. De
certeza este é um assunto que nos últimos dois séculos tem vindo a merecer a atenção de
muitos pesquisadores, sobretudo no campo das ciências da educação.

Ela, constitui um processo participativo, individual e colectivo, que apela à reflexão e


à acção sobre os problemas sentidos por cada um e pela sociedade. O exercício da cidadania
implica, por parte de cada indivíduo e daqueles com quem interage, uma tomada de
consciência, cuja evolução acompanha as dinâmicas de intervenção e transformação social.

A cidadania traduz-se numa atitude e num comportamento, num modo de estar em


sociedade que tem como referência os direitos humanos, nomeadamente os valores da
igualdade, da democracia e da justiça social. Enquanto processo educativo, a educação para a
cidadania visa contribuir para a formação de pessoas responsáveis, autónomas, solidárias, que
conheçam e exerçam os seus direitos e deveres em diálogo e no respeito pelos outros, com
espírito democrático, crítico, criativo e pluralista, para o desenvolvimento da personalidade
humana.

A escola exerce um papel importante para a aprendizagem no exercício da cidadania e


nela se reflectem preocupações transversais à sociedade, que envolvem diferentes dimensões,
tais como: educação para os direitos humanos; educação a igualdade de género; educação
rodoviária; educação financeira; educação intercultural; educação para a defesa e a segurança
pessoal, etc. É neste sentido que todos os agentes educativos devem sentir-se obrigados a

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educarem para a cidadania de forma a constituir a formação integral dos indivíduos para a sua
inserção na sociedade.
0.1 Formulação do Problema
São vários os problemas que se constatam nas instituições educacionais e que
certamente têm repercutido na sociedade em geral. Problemas como: fraca participação e/ou
acompanhamento dos pais e encarregados de educação na formação dos seus educandos e na
escola, a falta de professores especializados em educação para a cidadania, bem como falta de
escolas de especialização que possam integrar os indivíduos de acordo as suas vocações e
inclinações, a falta de motivação para cativar as crianças e adolescentes a participarem
activamente e harmonicamente na sociedade em que estão inseridos, a desigualdade entre os
indivíduos diante dos seus direito e deveres políticos e civis.

Toda esta situação tem feita com que não haja uma maior importância da educação
para cidadania na formação do indivíduo. Por este facto, levou-se a formular o seguinte
problema científico:

«Que importância tem a educação para a cidadania na formação do indivíduo»?

0.1. Objectivos
0.1.1. Objectivo Geral

Despertar o interesse aos alunos e educadores da escola Njinga Mbande nº 25 do


Bairro Centro Urbano de Malanje, “a Importância da Educação para a Cidadania na Formação
do Indivíduo.

0.1.2. Objectivos Específicos

 Identificar os factores que fazem com que os alunos da 7ª classe não saibam a
importância da educação para a cidadania na formação do indivíduo;
 Descrever os fundamentos teóricos que sustentam a importância da educação para a
cidadania na formação do indivíduo;
 Constatar a situação actual da importância da educação para a cidadania na formação
do indivíduo;

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 Propor as estratégias e vias de soluções para que se dê maior importância a educação


para a cidadania na formação do indivíduo.

0.3 Hipóteses:

Para a elaboração deste trabalho levantaram-se as seguintes hipóteses:

H 1- É provável que a Crise da Educação para Cidadania na formação do indivíduo tenha


sido um problema ou a causa que traz desequilíbrio entre professores e alunos.

H 2- Supõe-se que se houver uma orientação do objectivo e finalidade dos conteúdos que
os alunos recebem nas escolas e as suas aprendizagem, então teremos uma sociedade formada
de indivíduos que saibam responder às exigência da mesma;

H 3- É provável que a falta de diálogo seja um dos motivos com que os recém-formados e
os em formação entrem em crise.

H 4- Vê-se que a Educação para Cidadania torna os indivíduos mais responsáveis e livres
de preconceitos.

0.4 Delimitação do Campo de Estudo

Tendo em conta a extensão e a complexidade encontrada no campo da educação, o


estudo foi realizado no campo da educação formal (escolar), concretamente no Colégio
Njinga Mbande nº 25 de Malanje, com os alunos da 7ª classe. Trabalhou-se com as turmas A
e B, que funcionam no Período da Tarde. Por ser uma educação sistematizada e planificada,
possibilita a recolha de dados em fontes confiáveis e seguros. Permite também uma maior
recolha de dados bibliográficos para a constituição da bibliografia.

0.5 Justificativa do Estudo


Nos últimos anos, vários estudos têm se apresentados cada vez mais em volta da
Importância da Educação para a Cidadania na Formação do Indivíduo (IECFI). Autores
ligados ao campo da pedagogia, sociologia, teoria da educação, política, moral, ética, etc.,

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mas que se nota insuficiências nas resoluções dos problemas a cima referidos. Tem sido
muito frequente e panorâmico em escolas malanjinas, em especial no Colégio Njinga Mbande
em questão.

A preocupação de escrever este tema advém da experiência como professores estagiários


do Iº Ciclo do Ensino Primário ( Iº CEP) durante dois (2) anos e, sobretudo, estar a frequentar
o curso em ciências da educação. Vimos e notamos muitos problemas que estão na base da
pouca importância da educação para cidadania na formação do indivíduo. Ao longo da nossa
carreira estudantil vivenciamos a fraca actividade por parte dos professores a determinarem
e/ou orientarem os seus alunos a finalidade do ensino que lhes é transmitido, bem como a
aplicabilidade das suas aprendizagens.

Estes fenómenos prejudicam o êxito do processo de ensino-aprendizagem. Percebe-se a


relevância deste estudo a fim de contribuir no aumento da importância da educação para
cidadania na formação do indivíduo. Neste contexto será destacado a pessoa do educador, por
entender que a actividade do professor deverá ser feita com base no amor, na
responsabilidade, no cuidar, no brincar, no educar e no orientar a finalidade das
aprendizagens.

Deste modo, para que isso se efective adequadamente, o educador que trabalha nesta
tarefa necessita de uma boa formação profissional para proporcionar um direcionamento
específico e, ao mesmo tempo, significativo para estes alunos, principalmente nos primeiros
anos de vida como alunos.

0.6 Estrutura do Trabalho


O trabalho está estruturado em três capítulos: Iº - Fundamentação Teórica e : pretende-
se com este capítulo apresentar os conceitos de cada termo, e posteriormente tratar dos
respectivos subtemas em volta da educação para a cidadania; IIº - Fundamentação
Metodológica: aqui procura-se mostrar a caracterização do campo de estudo, modelo de
pesquisa, população, amostra e características dos participantes; IIIº - Análise e
Interpretação dos Resultados: submete-se em analisar e interpretar o problema encontrado

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por meio dos inquéritos e questionários aplicados aos alunos e professores; descrição dos
resultados das entrevistas feitas aos membros da Direcção.

CAPÍTULO I. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA SOBRE A


IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA

Com este capítulo, pretende-se definir os termos e conceitos estruturantes deste


trabalho, assim como estabelecer fundamentos que determinam a Importância da Educação
para a Cidadania, educação para cidadania: um desafio da escola actual, o papel do professor
na educação para a cidadania, o papel da educação para a cidadania no currículo, cidadania e
direitos fundamentais do cidadão e dimensões da educação para a cidadania.

1.1Definição de Termos e Conceitos


1.1.1 Educação

O termo “educação” abarca um acervo de definições por ser um processo que está
presente na vida de cada indivíduo, desde o seu nascimento até a sua morte. É de notar que
nos últimos anos, vários pedagogos, cientistas, psicólogos, sociólogos, filósofos, políticos,
etc., trazem cada vez mais contributos que clarificam o mesmo termo.

Sem pretender contar uma história sobre a educação, traremos, mais uma vez, o
conceito etimológico e também refletiremos sobre conceitos daqueles autores que, pensamos
nós ter mais pureza e clareza quanto ao mesmo termo.

Para Sánchez Buchon:

A palavra EDUCAÇÃO uns fazem-na derivar do verbo latino «educare», que, no seu
sentido mais primitivo significa “criar”, “alimentar,” outros, de um verbo mais antigo:
«educere» composto da preposição “ex”, “que indica direção para fora”, “fazer sair”.
Esses dois significados etimológicos, apesar da sua aparente falta de conciliação,
unem-se e complementam-se para nos dizer que a educação se compõe de dois
movimentos: um de dentro para fora, o desenvolvimento; outro de fora para dentro, a
ajuda, o alimento, o apoio, a orientação dos outros1.
1
BUCHON, Sánchez, apud VIEGAS, Américo, Educação Hoje, 8ª Ed. Perpetuo, Lisboa, 2012, p. 13.

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Aqui, percebe-se que a educação é um guião para um caminho recto, essencial e


indispensável na vida humana. Ela constitui-se no intercâmbio da relação que o indivíduo tem
consigo mesmo e com os outros.
Partimos então para um conceito mais claro que nos é apresentado na Lei de Base do
Sistema de Educação de Angola (LBSEA), onde a educação é entendida como um processo
que visa preparar o indivíduo para as exigências da vida política, económica e social do País e
que se desenvolve na convivência humana, no círculo familiar, nas relações de trabalho, nas
instituições de ensino e de investigação científico-técnica, nos órgãos de comunicação social,
nas organizações comunitárias, nas organizações filantrópicas e religiosas e através de
manifestações culturais e gimno-desportivas2.

Se a educação se centra em preparar a pessoa para que esta consiga servir a sociedade
e não esperar ser servida, logo, há necessidade de se afirmar que ela possui um impacto em
todas as áreas de nossa vida social.
Para uma definição social, Oliveira afirma:

A educação é uma das actividades básicas de todas as sociedades humanas, pois, a


sobrevivência de qualquer sociedade depende da transmissão da sua herança cultural
aos jovens. Assim, a educação é o processo pelo qual a sociedade procura transmitir
suas tradições, costumes e habilidades, isto é, sua cultura aos mais jovens. A criança
se torna socializada porque aprendeu as regras de comportamento do grupo em que
nasceu. A educação é uma socialização. É a acção pela qual as gerações mais adultas
transmitem a sua cultura às gerações mais jovens3.

Com essas concepções pode se concluir que a educação é o instrumento primordial da


constituição de todas as sociedades, uma vez que cada sociedade é fruto da aquisição da
cultura transmitida pela outra e que não há nenhuma sociedade que não tenha este processo
integrador e socializador dos indivíduos no meio em que vivam.

1.1.2 Cidadania

2
Cfr., LEI DE BASE DO SISTEMA DE EDUCAÇÃO DE ANGOLA, Assembleia Nacional, Lei nº 13, 01 de 31
de Dezembro de 2011 – Iº Artigo, Ponto 1.
3
OLIVEIRA, Pérsio Santos de, Introdução à Sociologia da Educação, 3ª Ed. Ática, São Paulo, 2007, p. 11.

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Este é outro termo que tem vindo a ser cada vez mais o objecto de estudo de muitos
pensadores de diferentes campos do saber, destacando-se as ciências políticas e sociais.
Apesar do seu contexto histórico, o termo é plurissignificativo e/ou polissémico, fazendo com
que a sua definição dependa fundamentalmente do espaço, tempo e/ou contexto cultural.
Vejamos então as concepções que mais se associam aos objectivos do nosso trabalho
e, evidentemente, a nossa sociedade actual: para um conceito etimológico Teresa Vasconcelos
diz:
A palavra cidadania é de origem grega polis, significa «cidade» e, decorrentemente,
a palavra politize quer dizer «participação na vida da cidade». O latim indica que a
etimologia de civitas, atis (cidade) corresponde a uma «unidade territorial e política
na Antiguidade, cujos membros se governavam a si próprios»; «cidadão» será a
pessoa em plena posse dos seus direitos civis e políticos para com um estado livre e
sujeita a todas as obrigações inerentes a essa condição4.

A autora coloca em referência a origem do termo e o seu significado, e faz ainda


referenciação entre o lugar urbano, no qual habita o indivíduo e a participação do indivíduo
para a vida desta mesma cidade. E passa a ser considerado cidadão a pessoa que tem direitos
políticos e civis para um estado livre a toda obrigação importante a essa mesma condição.

Partindo para um contexto histórico da cidadania podemos perceber a partir de


Azenath citado por Corve, que a origem da cidadania veio com o surgimento de cidade ou
pólis grega. Ser cidadão se restringia apenas a alguns homens que podiam ter participação
política, vivendo uma vida em colectividade com os direitos e deveres. Numa estrutura
democrática, as decisões eram tomadas mediante a discussão dos factos, com argumentação e
sem violência. Porém, não estavam inclusos como cidadãos os homens escravos, as mulheres,
as crianças e os estrangeiros5.
O autor põe ainda em destaque o desenvolvimento da cidadania ao longo dos séculos e
como foi ganhando estatuto nas diferentes civilizações, tal como podemos ver no que ele nos
apresenta no parágrafo a seguir:

4
VASCONCELOS, Teresa, A Importância da Educação na Construção da Cidadania, Disponível em:
http://www.repositrio.esepf.pt/bistream/20.500.11796/714/2/SeE12A_ImportanciaTeresa. Acesso dia 27 de
Abril de 2018.
5
Cf., CORVE, Manzini, apud. AZENATH Clarissa Arcoverde Gomes de Brito, O Papel Da Educação Escolar
Para o Exercício da Cidadania, Primus Vitas, nº 7 – 2º semestre de 2014, Disponível em:
http://mackenzie.br/fileadmin/Graduação/CCH/Primus_vitam/primusvitam.htm, Acesso 30 de Junho de 2018.

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As civilizações gregas e romanas, mesmo que escravistas, foram as que


promoveram os primeiros passos de cidadania. Depois do feudalismo
tipicamente rural (século V ao XIII), e a longa ascensão da burguesia e o
desenvolvimento da sociedade capitalista (início do século XV) é que se
retorna pouco a pouco ao exercício da cidadania. Entretanto, foi na
Revolução Americana e Francesa que pela primeira vez na humanidade todos
os homens foram considerados iguais perante a lei, de acordo com a
Constituição de cada respectivo país6.
É nesta linha do pensamento que Henriques et al afirmam que a cidadania é um
atributo de todos os membros de uma sociedade, dando-lhes direitos e deveres de participação
na vida pública, já que a ideia de cidadania nasce da transformação do súbdito em cidadão.
Esta transformação na modernidade permite às sociedades democráticas do nosso tempo
mostrarem aos indivíduos os seus direitos e deveres que cada um tem no meio em que está
mergulhado7.

Lendo Fernandes, pode se encontrar um conceito de Paulo Freire sobre a cidadania


como se pode ver nos escritos deste autor:

A concepção de Paulo Freire sobre o que é cidadania é o de conscientização.


Por isso, parte do pressuposto que, a partir do momento em que se tem
consciência da sua história, o sujeito também se torna consciente da sua
cidadania, dos seus direitos, dos seus deveres e da sua participação e inclusão
na vida comum em sociedade.8

Com esses conceitos apresentados pode se deduzir que o termo “cidadania” surge de
um contexto político e histórico das antigas Civilizações e que foi ganhando o seu estatuto
cultural e social nas diversas sociedades e no mundo, em especial aos países que têm como
sistema político a Democracia.

De facto, a Revolução Francesa (RF) e a Declaração Universal dos Direitos Humanos


(DUDH) se constituem em elementos essenciais para a existência de uma cidadania para
todos. Onde cada um está chamado a conhecer os seus direitos e deveres, a viver de forma
responsável e ciente do seu papel como cidadão na sociedade.

6
Ibidem, p. 2.
7
Cfr., HENRIQUES, Mendo; João Reis e Luís Loia, Educação para a Cidadania: Saber & Inovar, Plátano
Editora, Lisboa, 2006, p. 12-15.
8
FERNANDES, Jovelaine Lopes Galvão, Educação e Cidadania em Paulo Freire: Programa de Pós-Graduaçã
em Educação – PPGE curso de Mestrado, Belo Horizonte, 2011, p. 26.

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Na Grécia, o exercício de Cidadania estava reservado aos homens livres do Estado.


Deixando de fora as mulheres, as crianças, os escravos e os estrangeiros. Em Roma pelo
contrário, era cidadão todo aquele que quisesse participar da vida política. Já na França, nos
Estados Unidos e na Inglaterra, todos eram iguais perante a lei e com mesmos deveres, mas
com direitos poucos repartidos uma vez que a educação não estava reservado ao dever do
Estado, mas sim, ao das famílias e das elites.
É hoje cidadania, um acto de pertença, responsabilidade, consciência, participação e
adesão dos direitos e deveres civis, políticos e sociais. Se há necessidade de ordenar ao
cidadão a prática da virtude e proibi-lo dos vícios maus, então a lei promove a formação do
cidadão e educa-o para que possa viver em comunidade.

1.1.3 Formação de Indivíduo


Em primeiro lugar queremos dar a conhecer que estes dois termos nos remetem a
várias interpretações nas variáveis esferas do saber. Para falarmos sobre a formação de
indivíduo há necessidade de conhecermos primeiro, a definição de cada um desses termos que
a muitos tem provocado um equívoco.

Formação, de acordo com Beraza et al citados por Virgínio “é o processo de


desenvolvimento que o sujeito humano percorre até atingir a plenitude pessoal”9.

Na mesma linhagem García afirma:


A formação desde a Didáctica, diz respeito ao processo que o indivíduo percorre na
procura da sua identidade plena de acordo com alguns princípios ou realidades
socioculturais. E formar-se nada mais é senão um trabalho sobre si mesmo,
livremente imaginado, desejado, procurado e realizado através de meios que são
oferecidos ou que o próprio procura10.

O Dicionário Integral - Língua Portuguesa define indindivíduo como: adjectivo não


dividido; indiviso; s.m. qualquer ser, vegetal ou animal em relação a sua espécie; pessoa
considerada isoladamente; homem indeterminado o que não quer se nomear; sujeito,
pessoa11.
9
Cfr., VIRGÍNIO, Maria Helena da Silva, Análise dos Conceitos de Formação Docente no Contexto Educativo-
Formativo Brasileiro: Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGE, João Pessoa-pb/2009, p.79.
10
Idem, p.79-80.
11
DICIONÁRIO, Integral-Língua Portuguesa, Texto Editores, 3ª edição, Luanda, Setembro de 2014, p.865.

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Assim sendo, ao falar de formação de indivíduo, Kerschensteiner a compreende como


sendo “a facilitação por aqueles bens cuja estrutura espiritual é adequada total ou parcial ao
grau de desenvolvimento dado da forma de vida individual”12.
Já Otto Willmann, (apud Virgínio), vem definir formação como:

Conjunto de instituições, disposições e meios que auxiliem o indivíduo para que


incorpore e assimile determinados conhecimentos, pontos de vista gerais e destrezas
de carácter fundamental e universalmente válidos como elementos fecundos,
livremente disponível da vida espiritual e para que alcance com ele determinado
grau ético-espiritual.13

Rodrigues vem dizer que “formação é um processo de autodesenvolvimento que não


começa nem acaba na escola, e tem o ato de ensinar e aprender, como um auxiliar na busca do
conhecimento e de competência pedagógica”14

Ao discutir sobre a formação do indivíduo, Janet focaliza as transformações na infância e


na idade adulta, mas ressalta a importância de considerarmos os indicadores da história social
e da evolução da espécie15

A formação do indivíduo é neste sentido, o processo que visa a aquisição de


conhecimentos, competências e habilidades, bem como a assimilação de valores éticos,
políticos, sociais e culturais que permitem ao próprio indivíduo a construção e/ou constituição
da sua identidade e integridade, não apenas individualmente, mas também socialmente, ou
seja, nas suas relações com os outros.

1.2 Educação para Cidadania: Um Desafio da Escola Actual

A educação para cidadania (EC) é hoje, um desafio para as entidades educadoras, e por
este motivo, o Ministério da Educação confia esta missão às escolas, por ser um meio
democrático e de integração social; onde o seu principal objectivo é a formação integral dos
novos membros da sociedade, capazes de responderem as exigências sociais e viverem de
maneira justa e harmônica. Seguimos assim por apresentar alguns conceitos de certos autores

12
Ibidem, p.83.
13
Ibidem, p.83-84.
14
Ibidem, p. 85.
15
JANET, P. L’évolution psychologique de la personnalité, 3ª Ed. Chahine, Paris, 1929, p. 68.

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sobre “a educação para cidadania” e posteriormente analisar os mesmos dando o nosso ponto
de vista.

A educação para a cidadania é uma componente do currículo de natureza


transversal, em todos os ciclos. O seu objectivo central é o de contribuir para
construção da identidade e o desenvolvimento da consciência cívica dos alunos. Esta
componente não é da responsabilidade de um professor ou de uma disciplina
atravessando todos os saberes e passando por todas as situações vividas na escola.
Por isso, concretiza-se através de um plano que abrange o trabalho a realizar nas
diversas disciplinas e áreas do currículo. Aspectos como: a educação para a saúde, a
educação sexual, a educação rodoviária ou a educação ambiental, entre outros,
deverão ser considerados, quer no trabalho a realizar nas áreas curriculares não
disciplinares quer no âmbito das diversas disciplinas16.

Figueiredo, citado por Diana Oliveira, dá-nos um conceito mais sintético e mais claro
sobre essa realidade bastante complexa e polissémica, segundo o qual:

Educar para a cidadania é construir e/ou fortalecer a auto-estima, o auto-conhecimento


e o conhecimento dos outros, de modo a possibilitar a inserção no colectivo,
percebendo-se como alguém com direitos e deveres e como agente de transformação
social responsável e consciente dos seus próprios limites.17

Neste sentido, «a escola deve constituir-se como um modelo de prática democrática que
leve as crianças e os jovens a compreender, a partir de experiências concretas, quais são os
seus direitos e os seus deveres, e de como o exercício da autonomia e da liberdade individual
implicará o respeito pela autonomia e liberdade dos outros». O autor tráz ainda um outro
conceito segundo Fonseca:

A educação para a Cidadania pressupõe uma educação para os valores


democráticos como sendo “a liberdade, a participação responsável, a
solidariedade social, a defesa e o respeito pela vida e pela natureza, por um
lado, e a competitividade e a inclusividade, por outro lado” 18.

Lendo Araújo, ao citar Figueiredo et al., podemos compreender que “a educação para a
cidadania não é um conteúdo escolar ou um conjunto de actividades: é uma finalidade
essencial das políticas educativas. A concretização para a cidadania faz-se através de
experiências diversificadas e de práticas sociais, sendo necessário reconhecer a importância

16
Cfr., AFONSO, Maria Rosa, Educação para a Cidadania: Guião de Educação para a Cidadania em contexto
escolar. Boas Práticas, Setembro 2007- Editor, Ministério da Educação, p.13.
17
Figueredo, in Diana Filipa da Silva Oliveira, Educação para Cidadania: Um desafio da Escola Actual,
Disponível em: http://www.dge.mec.pt/educacao-para-cidadania, Acessado em 06 de Março de 2018.
18
Cf., Ibidem. p.7.

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de todas as influências educativas (formais, informais, não formais). A educação para a


cidadania está relacionada com todos os aspectos da vida dos alunos na escola, tem a ver com
as diversas disciplinas, com os espaços não disciplinares e com outros aspectos da
participação dos alunos na vida da escola. Assim, a educação para a cidadania não se
concretiza através de um discurso, de uma retórica em torno de valores e/ou virtudes, mas
sim, através de experiências de vida, sendo, por isso, mais uma prática do que discurso, é mais
uma acção/reflexão do que conteúdo e/ou informação”19.
É neste contexto que Fernando Cardoso da Silva, ao citar Costa vem nos explicar que a
construção de uma boa cidade é fundamental para o convívio social e bem-estar das pessoas,
sendo assim, construir cidadania é também construir novas relações e consciências. A
cidadania é algo que não se aprende só com os livros, mas com a convivência, na vida social e
pública. É no convívio do dia-a-dia que exercitamos a nossa cidadania, através das relações
que estabelecemos com os outros, com a coisa pública e o próprio meio ambiente.20.

Baseados nos conceitos apresentados, somos de opinião de que não é só a escola que tem
a missão de educação para cidadania, mas todas as entidades sociais. A escola como elemento
acolhedor de indivíduos de diversas culturas e crenças religiosas, tem a missão primordial de
tornar esses indivíduos democráticos e conhecedores dos seus direitos e deveres.

É neste sentido que o professor não deve apenas preocupar-se com a transferência do
conteúdo e o cumprimento da forma curricular. Porém, é necessário, que o professor oriente a
finalidade, o objectivo e o campo de aplicação do conteúdo que os alunos adquirem na escola.
A educação para cidadania pressupõe para o educando o exercício prático, a vivência pessoal
comunitária, o espírito democrático, a manifestação dos valores cívicos e morais, a
consciência crítica e reflexiva, assim como a participação política e social.

1.3 Importância da Educação para Cidadania


Falar da importância da educação para cidadania (IEC) é o mesmo que falar sobre a
importância dos valores morais e cívicos. Nota-se um vazio na maior parte dos cidadãos, uma

19
Cf., Op. Cit., p.93.
20
Cf., SILVA, Fernando Cardoso da, BIBLIOTECA ESCOLAR: instrumento essencial para formação do
cidadão, NATAL-RN, 2010, p. 11.

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vez que muitos deles desconhecem o valor de ser verdadeiramente um cidadão, tudo por causa
da alienação, falta de transmissão com frequência a respeito do mesmo, por parte das
entidades de forma mais familiar, se calhar e da escola.

A importância da cidadania é de respeitar e participar das decisões da


sociedade para melhorar suas vidas e a de outras pessoas. Ser cidadão é
nunca se esquecer das pessoas que mais necessitam. A cidadania consiste
desde o gesto de não jogar papel na rua, não pichar os muros, respeitar os
sinais e placas, respeitar os mais velhos (assim como todas às outras pessoas
respeitando seus costumes, etnias e religião), não destruir telefones públicos,
saber dizer obrigado, desculpe, por favor e bom dia quando necessário... até
saber lidar com o abandono e a exclusão das pessoas necessitadas, o direito
das crianças carentes e outros grandes problemas que enfrentamos em nosso
país21.

O FÓRUM EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA (FEC) tratou da importância em


desenvolver não apenas a educação, mas também a formação para o exercício da cidadania
global. Uma educação preocupada em formar “um ser humano livre, responsável, autónomo,
solidário, sujeito de direitos, respeitador das outras pessoas e das suas ideias, aberto ao
diálogo e à livre troca de opiniões, com um espírito crítico, democrático, pluralista, criativo e
interventivo face à sociedade”, habilitando aos educandos a terem posicionamentos
esclarecidos e críticos relativamente às questões do mundo de hoje. Educar para a cidadania
implica a educação dos cidadãos para os direitos humanos universais, tendo em conta a noção
concreta do tempo e do lugar em que se vive e um apelo eterno de consciencialização e
responsabilização relativa também aos deveres de cidadania22.

A educação para cidadania tem uma importância muito vasta porque é na


sociedade onde ela serve como estrutura intermediária e para tanto, essencial
para a promoção da dignidade da pessoa humana, para a construção da
cidadania e consolidação de um Estado Democrático de Direito. O
conhecimento adquirido nas escolas é uma ferramenta que liga a realidade do
ser humano a seu crescimento como cidadão. Assim: A educação, no entanto,
não constitui a cidadania. Ela dissemina os instrumentos básicos para o
exercício da cidadania. Para que o cidadão possa atuar no sindicato, no
partido político etc., é necessário que ele tenha acesso à formação
educacional, ao mundo das letras e domínio do saber sistematizado. Em
consequência disso a formação do cidadão passa necessariamente pela
educação escolar 23.

21
Cfr., Primeiro circuito de Palestras sobre Legislação e Saúde realizada pela Faculdade de Tecnologia de
Capão Bonito, Reflexão sobre importância da ética e da cidadania nas sociedades atuais: Disponível em:
https://prcirineu.wordpress.com/2011/08/23/reflexao-sobre-a-importancia-da-etica-e-da-cidadania-nas-
sociedades-atuais/ Acesso em: 01 de maio de2018.
22
Cfr., CORVE, Manzini, Op. Cit., p.6.

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Com base ao que foi apresentado acima é de acrescentarmos que a importância da


educação para cidadania é elemento fundamental e indispensável na vida de qualquer ser
humano/indivíduo que faz parte de um determinado território. Este porém, tem o direito e
dever de exercer devidamente as suas funções como cidadão para ajudar no crescimento do
seu território/país. O indivíduo, ao exercer a cidadania, participa das atividades do Estado, ao
buscar a melhoria da qualidade de vida da população.
1.4 O papel do Professor na Educação para a Cidadania
A educação é a ferramenta de que dispõe a sociedade para ir formando e fortificando
as consciências dos educandos, por intermédio da percepção cada vez mais pessoal que vão
tendo do que é justo e recto. Podemos dizer que é conjunto de hábitos, normas, regras,
costumes, das gerações passadas ou presentes que vão ser transmitidas as gerações novas para
edificar os indivíduos para o futuro.

Fonseca, citado por Diana, debruça:

Os professores possuem uma missão complexa, mas, simultaneamente, nobre e


grandiosa, ou seja, a formação dos “cidadãos do amanhã”. Assim, “a educação para
cidadania deve ser, antes de mais, uma condição de sucesso do trabalho de qualquer
educador em geral e, em particular, de qualquer professor.24

Nesta vertente, o professor assume um papel crucial: “o de mediador do


conhecimento, o de orientador das aprendizagens e ainda o de facilitador do desenvolvimento
de competências relacionais e pessoais.

Assim, Figueiredo e Santos apud Diana comentam o seguinte:

Os professores possuem a responsabilidade de planear e desenvolver


momentos de aprendizagem cívica, mediando assim o conhecimento e a
prática. O seu papel assume, actualmente, “novos problemas e requisitos (…)
novas competências e conhecimentos” . Paralelamente à promoção da
aprendizagem de saberes e conteúdos, devem fomentar o desenvolvimento de
atitudes e competências de saber ser e saber fazer.25

23
SANTOS, in WESTPHAL, Fernanda Prince Soter, Direitos Humanos na Educação, um Pilar para o Exercício
da Cidadania e a Concretização da Dignidade da Pessoa Humana, revistaeletronicardfd.unibrasil.com.br/ Vol. 5
(2009: 65).
24
Op. Cit., p.8.
25
Cf., ibdem.

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A Importância da Educação para a Acidadania na Formação do Indivíduo

Com base a isso, podemos entender que o professor é aquela pessoa que instrui o
indivíduo para que este por sua vez possa responder as exigências da sociedade. Uma vez que
o professor (educador formal), é o responsável pela transmissão de conhecimentos e valores,
aquele que desperta, que lapida às regras, normas, hábitos e costumes que cada indivíduo trás
do meio em que está inserido, consequentemente, este é o seu papel da educação para
cidadania.

1.5 O papel da educação para a cidadania no currículo

Se dissermos que a educação para cidadania está somente centrada na transmissão de


conteúdos sistematizados que moldam o indivíduo, para cumprir com os seus direitos e
deveres, então, estaríamos a excluir os iletrados; se buscarmos entender a realidade em que se
assenta cada indivíduo notar-se-á que direita ou indireitamente cada núcleo social tem sua
educação que está assente na condução de regras e normas, hábitos e costumes que levam este
ou aquele indivíduo a participar na educação para cidadania.

Na linha de Gonçalves e Sousa:


O papel da Educação para a Cidadania no currículo, está presente de uma
forma interdisciplinar, em todos os ciclos da Educação e também na
Educação Pré-escolar”. As orientações curriculares para a Educação Pré-
escolar preveem a necessidade de promover o desenvolvimento pessoal e
social da criança com base em experiências de vida democrática numa
perspectiva de educação para a cidadania. No Ensino Básico, pretende-se
desenvolver competências necessárias ao exercício da cidadania; desenvolver
nos alunos atitudes de auto-estima, respeito mútuo e regras de convivência
que conduzam à formação de cidadãos autónomos, participativos e
civicamente responsáveis; promover os valores da tolerância, da cooperação
e da solidariedade; estimular a participação dos alunos na vida da turma, da
escola e da comunidade em que estão inseridos26.

Corroboramos com Gonsalves quando ao citar Figueiredo e outros apresenta-nos as


seguintes ideias: “A Educação para a Cidadania no Currículo, deve adaptar-se às prioridades e
necessidades dos alunos e integrar o Projecto Educativo da Escola; concretiza-se no âmbito da
26
GONÇALVES, Susana e SOUSA Florbela, Comunidade Laboratórios de Cidadania Global, Edição Instituto
de Educação, Novembro de 2012, p. 74.

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relação da escola com a comunidade, na dinâmica da organização escolar, nas áreas


disciplinares e nas áreas curriculares não disciplinares, sobretudo na Área de Projecto e na
Formação Cívica. Estas áreas curriculares são para todos os alunos, em todas as disciplinas, e
com intenção de promover a integração e contextualização dos diversos saberes, a autonomia,
a responsabilidade, o esforço pessoal, o envolvimento dos alunos na escola, os valores de
cooperação e da solidariedade.
Para além dos diferentes conteúdos curriculares, todos os professores educam
para a cidadania: nas metodologias que escolhem, na forma como avaliam,
como se comunicam com os alunos e com os pais, como gerem direitos e
deveres na sala de aula, como exercem, eles próprios, a cidadania. Às áreas
curriculares não disciplinares compete um papel especial na concretização da
educação para a cidadania. Quase tão importante como a formação cívica é a
área de projecto: integra experiência e conhecimento, podendo ser
especialmente mobilizadora27.

O papel da educação para cidadania no currículo torna-se neste sentido, o


estabelecimento e alcance dos objectivos de educação para todos os níveis do sistema
educativo, fazendo com que os educadores não estejam apenas preocupados com a norma
formativa do currículo, mas em primeira instância, com a vivência de cada educando, sendo
este o centro e objecto da educação.

1.6 Cidadania e Direitos Fundamentais do Cidadão


É necessário que todos os cidadãos conheçam e saibam usufruir dos seus direitos para
que haja uma realização plena da sua humanidade e, desta forma, cada um poderá agir com
maior responsabilidade, justiça, equidade, temperança e harmonia, formando uma cidadania
democrática para o bem de todos.

Assim, por exemplo, a vida é um direito humano fundamental, porque sem ela a
pessoa não tem assegurada a sua existência. Entretanto, observando-se como é o modo de
vida dos seres humanos, pode-se elencar outros exemplos de direitos humanos fundamentais:
Direito à alimentação, à saúde, à moradia e à terra, à educação, à
liberdade, à igualdade de direitos e oportunidades, ao trabalho em
condições justas, ao meio ambiente sadio, de participação no
governo, de recebimento de serviços públicos, de proteção aos seus

27
Ibdem., p.75.

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direitos, dentre outros que foram conquistados, paulatinamente e


com muito esforço, ao longo da História28.

Assim sendo Welphai conclui:

Os Direitos Humanos e Fundamentais constituem o pilar para a organização


de um sistema constitucional e do próprio Estado. As normas constitucionais
elaboradas pelo Estado para a organização da sociedade têm como alguns de
seus fundamentos a cidadania e a dignidade da pessoa humana. A
consolidação de tais direitos eleva a condição do cidadão que vive em uma
sociedade e zela pelo respeito mútuo. É de grande importância o
reconhecimento, pelos cidadãos de seus direitos visto que desta maneira os
mesmos podem lutar por melhorias na qualidade de vida29.
Deste modo, conclui-se que os Direitos Fundamentais do Cidadão (DFC) são todos
aqueles bens individuais e comunitários que estão ligados à vida civil, política social,
histórica, cultural, religiosa, económica, etc. que cada um precisa para a sua realização e a da
sua comunidade: garantindo a sua liberdade e sua dignidade.

Marshall resume esses direitos em três: direitos civis, direitos políticos e direitos
sociais. O elemento civil da cidadania é constituído pelos direitos necessários à liberdade
individual; a parte política da cidadania consiste no direito de participar no exercício do poder
político; e o elemento social da cidadania é constituído pelo direito ao nível de vida
predominante e ao património social da sociedade. Estes direitos são significativamente
realizados através dos serviços sociais e do sistema educativo30.

1.7 Dimensões da Educação para Cidadania


Ramiro Marques apresenta-nos três dimensões, segundo as quais a formação de cada
indivíduo/cidadão deve alicerçar-se para a realização plena da sua cidadania:
 O eixo da aquisição de conhecimentos – segundo esta dimensão, não se pode ser
um cidadão completo sem se conhecer o modo de funcionamento das instituições
democrática e dos processos políticos e jurídicos da democracia;

28
LOPES, Marcelo Leandro Pereira, Evolução Histórica dos Conceitos de Cidadania e Direitos Humanos
Disponível em: http//www.mobilizadores.org.br/wp-content/uploads/2014/07/Evolucao Histórica-dos-conceitos-
de cidadania e Direitos-humanos, Acesso em: 16 de maio de 2018.
29
Cfr., op cit. p.10.
30
Cfr., ARAÚJO, Sónia Almeida, Contributos para uma Educação para a Cidadania: Professores e Alunos em
Contextos Intercultural, Lisboa/2008 - Editorial do Ministério da Educação, p.81.

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 O eixo de adesão aos valores da democracia - há que ter em conta os valores que
decorrem da Declaração Universal dos Direitos do Homem;
 O eixo da formação de competências - é preciso saber resolver conflitos, saber
argumentar, ser capaz de interpretar um texto, saber fazer escolhas fundamentais e
saber assumir as responsabilidades31.

Como se pode ver, portanto, as Dimensões da Educação para a Cidadania (DEC) estão
direitamente ligadas aos três domínios do educando (cognitivo, afectivo e psicomotor), sobre
os quais os objectivos da educação devem-se encaminhar para a realização plena da
humanidade.

CAPÍTULO II. FUNDAMENTAÇÃO DA METODOLOGIA DA PESQUISA DE


CAMPO

O capítulo presente aborda aspectos como: caracterização do campo de estudo, modelo


de pesquisa, população e amostra, características dos participantes, variáveis, (variável
dependente, variável independente), técnicas, procedimentos e dificuldades vencidas na
aplicação das técnicas e instrumentos de pesquisa.

2.1 Caracterização do Campo de Estudo

O estudo deste trabalho efectuou-se no Colégio Njinga Mbande, Nº 25, do Centro


Urbano da Cidade de Malanje, como sendo o campo das nossas pesquisas que nos
possibilitou a colheita de dados que constituem a solidez deste trabalho.

Por ser uma escola do Iº Ciclo do Ensino Secundário, que tem a missão social de
formar indivíduos capazes de responder, positivamente, às exigências da vida política,
económica e social do País, bem como a sua inserção na sociedade e, para o IIº Ciclo,
onde o núcleo dos alunos é fundamentalmente o de adolescentes, torna-se importante e
preponderante a educação para a cidadania, uma vez que os indivíduos nesta fase da vida
já tomam consciência das suas responsabilidade e também começam a compreender com
maior amplitude e a terem noções das coisas e da sociedade.
31
Cfr., MARQUES, Ramiro, Volores Éticos e Cidadania na Escola, Lisboa, 2003, p.121.

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2.1.1 Situação Geográfica


Geograficamente o Colégio Njinga Mbande, Nº 25, localiza-se a norte de Malanje e tem
as seguintes coordenadas:
 A Norte – localiza-se pela rua Louro da Gama e o Palácio do Governo Provincial;
 A Este – pelo Comando de Proteção Civil e Bombeiros e pela rua Vandunem;
 A Sul – rua Diogo Cão; e
 A Oeste – pela Administração Municipal de Malanje e pela rua Gago Coutinho.

2.1.2 Situação Pedagógica e Estrutural


O Colégio Njinga Mbande, Nº 25, é constituído por um (1) gabinete do Director
Geral, um da Sub-directora Pedagógica, um (1) do Sub-director Administrativo, (1) uma
Secretaria Pedagógica, uma (1) Secretaria Geral, treze (13) salas de aulas, quatro (4) casas de
banho, duas (2) para os professores e duas (2) para os alunos, três (3) corredores, um pátio,
um (1) jardim, uma (1) cantina escolar e um (1) Gabinete das actividades extraescolares e
associação dos estudantes.
O Colégio é estruturalmente feito de blocos de cimento, coberto de telhas, o chão é
pavimentado e ladrilhado e, o Colégio é pintado de cor roxo, possui energia eléctrica e água
potável. No ano presente, o colégio conta com 2304 alunos e 67 professores que funcionam
nos três turnos (manhã, tarde e noite) e distribuídos nas classes da 7ª, 8ª e 9ª.
Relativamente ao pessoal docente e não docente do Colégio NJinga Mbande, nº 25, de
Malanje apresenta-se a sua distribuição no quadro abaixo:
Tabela nº 1: Distribuição do pessoal docente e não docente do Colégio.
Designação GÉNERO
Masculino Feminino Total
Director Geral 1 0 1
Sub-Directora pedagógica 0 1 1
Sub-director Administravo 1 0 1
Coordenador das actividades extra-escolares 1 0 1
Funcionários de secretaria 1 2 3

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Pessoal administravo 0 5 5
Corpo docente 35 32 67
Pessoal de segurança 0 0 0
Total 39 40 79
Fonte: Projecto Educativo Escolar do Colégio Njinga Mbande, nº 25, de Malanje, 2018.

Do ponto de vista pedagógico registado em 2018, e anualmente actualizado em função


do cumprimento das exigências estatísticas, colheu-se a informação que permitiu dar conta
que o Colégio Njinga Mbande nº 25, matriculou no presente ano lectivo, dois mil e trezentos e
quatro (2304) alunos, no Iº Ciclo do ensino secundário, distribuídos em três (3) turnos
distintos, tal como se torna possível observar na Tabela a baixo.

Tabela nº 2: Distribuição dos alunos matriculados por classe e género.

Classes Número de alunos por género


M F Total
7ª 491 390 881
8ª 450 338 788
9ª 351 284 635
Total 1292 1012 2304

2.2 Modelo de Pesquisa


Para falarmos da pesquisa usada neste trabalho é necessário, porém, sabermos o que é
uma pesquisa e para que é utilizada?
Para Silva, “ pesquisa é o processo através do qual as pessoas adquirem um novo
conhecimento sobre si mesmas ou sobre o mundo em que vivem; modo científico para obter
conhecimento da realidade empírica; é também um processo formal e sistemático de
desenvolvimento do método científico”32.

De acordo com o mesmo autor, a pesquisa é utilizada para:


 a descoberta de novos conhecimentos;
 responder a um questionamento (explicar ou descrever);
32
SILVA, Cassandra Ribeiro, Método do Trabalho Científico: diretrizes para elaboração de projetos de
pesquisa, monografias, dissertações, teses. S.e. & S.d. p.9.

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 resolver um problema; e
 satisfazer uma necessidade de mercado33.

Assim sendo, o modelo de pesquisa utilizado neste trabalho é misto. Utilizou-se a


pesquisa mista tendo em conta a metodologia aplicada e os métodos de colecta de
informações, onde se integram aspectos qualitativos e quantitativos, permitindo deste modo,
um aprofundamento mais global e mais focalizado para dar maior clareza ao tema em estudo.

2.3 População e Amostra


A população é a totalidade dos elementos com características comuns que são
pesquisados para a recolha de dados necessários para serem analisados, comparados e
publicados como resultado de uma pesquisa de campo. Já a amostra é percebida como o
número da população inquerida para a recolha de dados, assim como o próprio resultado
estatístico da pesquisa.

De acordo com a (UNOESC, 2006), na sua obra Metodologia científica vem descrever
a população e amostra da seguinte forma:

A população é o conjunto total e não se refere apenas às pessoas, mas pode


abranger qualquer tipo de elemento: animais, objectos, valores, entidades,
cidades, locais etc. Mas, como é praticamente impossível estudar uma
população inteira, ou todo o universo dos elementos, escolhemos para
investigar, segundo critérios que garantam a sua representatividade,
determinada quantidade dos elementos de uma classe, como objecto de
estudo. Então, a amostragem não abrange a totalidade dos componentes do
universo e, sim, uma parte do universo a ser investigado, isto é, a amostra
constitui uma porção ou parcela, convenientemente selecionada do universo
(população); é o subconjunto do universo da população, representativo nas
principais áreas de interesse da pesquisa.34

A população constituída para este trabalho foi de cento e cinquenta e seis (156)
elementos, da qual fazem parte cento e quarenta e dois (142) alunos da 7ª classe pertencentes

33
Idem. p.10.
34
UNOESC, Metodologia científica : educação a distância, 2º Semestre de 2006, P.97.

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as turmas A e B que funcionam no período da tarde do Colégio Njinga Mbande do Centro


Urbano de Malanje, nº 25, sendo noventa (90) do sexo masculino e cinquenta (52) do sexo
feminino a que corresponde a 90,4%. Fazem parte também desta população doze (12)
professores, sendo oito (8) do sexo masculino e quatro (4) do sexo feminino, a que
corresponde a 7,6%, e dois (2) directores, a que corresponde a 2%; fazendo um total de 100%.

Tabela nº 3-População
Género
Nº Participantes Número M F FR(%)
1º Direcção 3 2 0 2%
2º Professores 12 8 5 7,6%
3º Alunos 142 90 52 90,4%
Total 157 100 58 100%
Fonte: Dados da Pesquisa da População adquirida em julho de 2018

A amostra recolhida para a execução deste trabalho corresponde a cento e onze (111)
participantes, sendo dois (2) directores correspondo a 3%, oito (8) professores, cinco (5) do
sexo masculino e três (3) do sexo feminino correspondendo 6%, e setenta e cem (100) alunos,
sendo sessenta (60) do sexo masculino e quarenta (40) do sexo feminino, a que corresponde a
100%.

Tabela nº 4 – Amostra
Género
Ordem Participantes Número M F FR(%)
1º Directores 2 2 0 2%
2º Professores 8 5 3 7%
3º Alunos 100 60 40 90%
Total 111 67 44 100%
Fonte: Dados da pesquisa da Amostra feita em julho de 2018.

A amostra aplicada neste trabalho é probabilística tendo em conta a selecção feita


aleatoriamente.

Para Assis, “a amostra probabilística também é chamada de aleatória ou casual. A sua


importância decorre do facto de que apenas os resultados provenientes de uma amostra
probabilística podem ser generalizados estatisticamente para a população da pesquisa” 35.
35
ASSIS, Maria Cristina, Metodologia de Trabalho Científico, São Paulo, Ática, 1996, p.98.

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2.3.1 Características dos Participantes

As características dos participantes têm a ver com todos os elementos que


caracterizam a população inquerida, sejam elas comuns ou individuais. Tais elementos podem
ser: raça, idade, peso, altura, sexo, profissão, escolaridade, religião, cultura, estado civil,
estado político, grau académico, etc.

Assim sendo, dos cem (100) alunos estudados e que representam a amostra deste
trabalho, sessenta (60) são do sexo masculino e 40 do sexo feminino. A idade destes alunos é
relativa, sendo uns com uma idade aproximada aos 14 e 15 anos, outros, porém, possuem uma
idade correspondente entre 16 aos 17 anos de idade. Quanto ao nível de escolaridade, ambos
são alunos da 7ª classe. No que concerne ao estado social e/ou civil representa também dados
relativos, uns são da classe média e outros da classe baixa, uns habitam no Centro Urbano,
outros porém, nas periferias da cidade.

Dos três (3) directores todos são linceciados; e dos oito (8) professores inqueridos,
quatro (4) são linceciados e outros quatro (4) são técnicos medio. Quatro (4) professores
exercem a função de docência num período aproximado de 12 a 15 anos. Outros cinco
exercem-na num período correspondido entre 4 a 7 anos. Todos residem dentro do município
Sede da Província de Malanje.

2.4 Variável

Podemos perceber a partir de Marconi e Lakatos que « uma variável pode ser
considerada como uma classificação ou medida; ou então uma quantidade que varia; um
conceito operacional, que contém ou apresenta valores; aspecto, propriedade ou factor,
discernível em um objecto de estudo e passível de mensuração»36.

Na mesma linhagem do pensamento, o professor Leandro da Silveira vem afirmar que


variável significa factor, aspecto ou processo passível de mensuração.37

36
MARCONI, Marina de Andrade & LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Científica, 5ª ed.
São Paulo, Atlas, 2003, p. 137.
37
Cfr. SILVEIRA, Leandro da. Metodologia da Investigação Científica.S.e, S.d. p.37.

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Podemos assim concluir de forma clara, baseados nos conceitos apresentados que uma
variável é todo factor, aspecto ou processo que interfere na pesquisa e que é submetida a uma
medição ou comparação. Os autores acima apresentam-nos duas variáveis: independente e
dependente, das quais tratar-se-ão a seguir.

2.4.1 Variável Independente

Para Silveira, “variável independente é aquela que é fator, propriedade ou aspecto que
produz um efeito ou consequência”.38

Já para Marconi e Lakatos, variável independente é conceituada como aquela que


influencia, determina ou afecta outra variável; ou ainda de modo superficial, um factor
determinante, condição ou causa para determinado resultado, efeito ou consequência; é o
factor manipulado (geralmente) pelo investigador, na sua tentativa de assegurar a relação do
factor com um fenômeno observado ou a ser descoberto, para ver que influência exerce sobre
um possível resultado.39

2.4.2 Variável Dependente

Marconi e Lakatos postulam que a variável dependente consiste naqueles valores


(fenômenos e factores) a serem explicados ou descobertos, em virtude de serem influenciados,
determinados ou afectados pela variável independente; é o factor que aparece, desaparece ou
varia à medida que o investigador introduz, tira ou modifica a variável independente; a
propriedade ou fator que é efeito, resultado, conseqüência ou resposta a algo que foi
manipulado (variável independente)40.

Tendo em conta as hipóteses levantadas no princípio deste trabalho, as variáveis


constituídas para confirmação das mesmas são as seguintes:

 Variável Independente: a importância da educação para cidadania; e


 Variável Dependente: formação do indivíduo.

38
Idem. p.38.
39
Cf. MARCONI & LAKATOS, op cit. p.38.
40
Cf. Ibidem.

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Para testar a relacção entre as duas variáveis e a influência que a variável dependente
sofre sobre a variável independente, a variável independente é denominada de variável X e a
variável dependente é denominada de variável Y.

2.5. Técnicas e Procedimentos

Técnica e procedimento, de modo geral, são a mesma coisa, que quer dizer modo ou
maneira de fazer uma determinada actividade de modo perfeito. De facto, estes termos estão
também associados ao termo método, que é compreendido por muitos autores como caminho
para se chegar a um fim. Mas a UNOESC apresenta-nos uma distinção clara entre a técnica e
o método, segundo a qual:

O método é um conjunto de etapas ordenadamente dispostas, destinadas a


realizar e antecipar uma actividade na busca de uma realidade; enquanto a
técnica está ligada ao modo de se realizar a actividade de forma mais hábil,
mais perfeita. [...] O método se refere ao atendimento de um objectivo,
enquanto a técnica operacionaliza o método.41

Desta feita, para a realização deste trabalho adoptou-se o método indutivo uma vez
que parte do particular para o geral.

Segundo Gil, O método indutivo procede inversamente ao dedutivo: parte do


particular e coloca a generalização como um produto posterior do trabalho de colecta de
dados particulares. A técnica empregue nesse tipo de método, parte da observação de factos
ou fenômenos cujas causas se deseja conhecer. A seguir, procura-se compará-los com a
finalidade de descobrir as relações existentes entre eles. Por fim, procede-se à generalização,
com base na relação verificada entre os fatos ou fenômenos.42

E, escolheu-se como técnicas de recolha de dados, a entrevista e o questionário, de


modo a tornar a pesquisa mais precisa e ágil na abordagem do que se pretende saber da parte
dos participantes. É nesta prospectiva que Gil vem afirmar o seguinte:

Pode-se definir entrevista como a técnica em que o investigador se apresenta


frente ao investigado e lhe formula perguntas, com o objetivo de obtenção
41
UNOESC. Op cit. p.21.
42
GIL, António Carlos, Métodos e Técnicas de Pesquisa Social, 6ª ed. São, Paulo Atlas, 2008, p.29.

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dos dados que interessam à investigação. A entrevista é, portanto, uma forma


de interação social. Mais especificamente, é uma forma de diálogo
assimétrico, em que uma das partes busca colectar dados e a outra se
apresenta como fonte de informação.43

O mesmo autor define ainda o questionário como “técnica de investigação composta


por um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter
informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas,
aspirações, temores, comportamento presente ou passado, etc”44.

Para o corpo directivo da escola foi aplicada a entrevista estruturada, uma vez que
essa possibilita o tratamento quantitativo dos dados, a análise estatística dos dados, é rápida e
não exige uma preparação por parte dos entrevistados, isso porque as perguntas são
padronizadas. Outra razão é que são os directores da escola que elaboram as políticas
educativas e estabelecem metas a atingir por parte dos docentes e discentes.

Relactivamente aos professores e alunos foi aplicado o questionário, tudo porque este
possibilita atingir grande número de participantes, mesmo que estejam dispersas numa área
geográfica muito extensa; garante o anonimato das respostas; permite que os participantes o
respondam no momento em que julgarem mais conveniente e não expõe os pesquisados à
influência das opiniões e do aspecto pessoal do entrevistado.

2.6 Dificuldades na Aplicação das Técnicas e Instrumentos de Pesquisa.


No que se refere a este último item, vários foram os obstáculos e dificuldades
encontrados na elaboração da pesquisa, dos quais foram vencidos tendo em conta a
persistência por nossa parte. Dificuldades estas que por um lado consistiram na carência dos
materiais, e por outro, por parte das pessoas com as quais entramos em contacto para recolha
dos dados.

Dentre as dificuldades materiais podem citar-se as seguintes:

43
Idem. p.109.
44
Idem. p.121.

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 A carência de valores monetários para a compra dos livros físicos, revistas, jornais,
artigos, e os elementos mais essências: computadores para a digitalização do trabalho
em epígrafe;
 Falta de impressora para a impressão do mesmo; e falta de papeis e material de
encadernação.
Como obstáculos e dificuldades interpessoais e de circulação destacam-se as seguintes:
 Elaboração do questionário, de forma a responder aos objetivos traçados; Dificuldades
por parte dos alunos no preenchimento do questionário e a devolução do mesmo a
tempo; Falta de motivação por parte de alguns professores e em grande parte, aos
alunos em cooperar connosco ao preenchimento do questionário; Falta de tempo por
parte do Director em ceder as entrevistas; e por último, as andanças de cima para
baixo de dia-pois-dia, muitas vezes com fome, sol ardente, com a chuva, ou qual era o
estado climático, isso para nós não interessou muito. Pois, o mais importante era
executar o que já estava programado.

CAPÍTULO III. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO


DOS RESULTADOS

Neste último capítulo, almejamos tão somente apresentar, analisar e interpretar os


resultados adquiridos na nossa pesquisa, procurando, ao máximo dar vez e voz às
contribuições dos participantes da investigação, com vista a medir a dimensão perceptivel de
cada um no que toca ao assunto da Importância da Eucação para a Cidadania na Formação do
Indivíduo.
Nele, reflectir-se-á os seguintes tópicos: apresentação e interpretação dos dados do
questeonário aplicado aos alunos, apresntação e interpretação dos dados do questeonário
aplicado aos professores, bem como, a transcrição e análise das entrevistas feitas aos
membros da direcção.

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3.1Apresentação e Interpretação dos Dados do Questionário Aplicados aos


Alunos
Tendo em vista aos objectivos preconizados no âmbito do presente trabalho de
investigação, um dos primeiros aspectos que se procurou compreender dos alunos é se já
ouviram falar da Educação para a Cidadania e da sua Importância na Formação do Indivíduo.
As respostas obtidas, noventa (90) alunos que representa uma percentagem de 90%
responderam que sim, todavia, nenhúm aluno afirma não ter ouvido falar sobre tal assunto.
Outrossim dez (10) alunos que corresponde a 10% responderam que estavam indecisos
quanto a questão proposta, como se vê no gráfico nº1:

Pergunta nº 1: Caro(o) aluno (a) já alguma vez ouviu falar da Importância da Educação para a Cidadania e da
sua Importância na Formação do Indivíduo?

Gráfico nº1: Opinião dos alunos sobre a Importância da Educação para a Cidadania e da sua Importância na
Formação do Indivíduo.
Frequência

10%

Sim 90
Não 0 90%
Indeciso 10

Fonte: Dados da pesquisa.

Em segundo lugar, procurou-se saber dos alunos, sobre que observação fazem dos seus
professores a respeito da Importância da Educação para a Cidadania. Para tal, efeitou-se a
seguinte pergunta: como aluno, dada as opções, que observação fazes dos teus professores a
respeito da Importância da Educação para a Cidadania?

Das respostas dadas, 90% dos alunos fazem uma observação boa; 4% observam de
forma insatifatória, optando pela opção má, 6% porém, não se propuzeram a nenhuma destas
opções, acabando por apontar a opção indecisa, assim como se verifica no gráfico seguinte:

Pergunta nº 2: Caro(o) aluno (a) já alguma vez ouviu falar da Importância da Educação para a Cidadania e da
sua Importância na Formação do Indivíduo?

Alberto António Graça & João Bumba


Francisco
A Importância da Educação para a Acidadania na Formação do Indivíduo

Gráfico nº2: Opinião dos alunos face a posição dos seus professores acerca da importância da educação
para a cidadania.

Frequência

6%
4%

Boa 90

Má 4 90%
Indeciso 6

Fonte: Dados da pesquisa.

Somos também da mesma opinião com os que apontam a opção má, pesembora a maioria
optou pela opção boa. Apontamos esta opção tendo em conta a observação feita por nossa
parte aos professores.

Em terceiro lugar procurou-se trabalhar com os alunos sobre a questão de uma escola
democrática. Para que os alunos dessem suas contribuições a este facto, lhes foi colocados a
seguinte questão: das alíneas abaixo, escolhe uma que pensas ser o elemento fundamental
para que uma escola seja considerada democrática e justifica a tua resposta!

As respostas a esta questão foram divergentes; uma vez que setenta (70) alunos
equivalente a 70% apontou ser alínea A, que se refere ao “conhecimento que cada indivíduo
tem dos seus direitos e deveres”. Apontam a esta opção porque a consciência dos direitos e
deveres permite com que todos estejam no mesmo patamar de direitos e deveres, almejando
um único interesse. Outros 30 alunos com uma percentagem de 30% consideram ser a línea B,
que se refere ao “diáogo entre professores e alnos”, tudo porque o diálogo permite com que
todos estejam em sintonia e que haja uma harmonia. Assim sendo a tabela abaixo nos
apresenta esses dados:

Tabela nº 3: Opinião dos alunos sobre o elemento que torna uma escola democrática.
Das alíneas abaixo, escolhe uma que pensas ser o elemento fundamental para que Fr. %
uma escola seja considerada democrática e justifica a tua resposta!

Conhecemento que cada indivíduo tem dos seus direitos e deveres 70 70%

Diálogo entre todos os membro da escola 30 30%


Alberto António Graça & João Bumba
Francisco
Total 100%
A Importância da Educação para a Acidadania na Formação do Indivíduo

Fonte: Dados da pesquisa

Dando nossa opinião sobre esta questão, corroboramos com os que apontam o
conhecemento que cada indivíduo tem dos seus direitos e deveres; não porque a maioria
vence, mas porque tendo esta consciência, cada membro na escola contribue para o bem-estar
da escola e dos seus constituentes.

Por último, procuramos saber dos alunos o que têm a dizer sobre a Educação para a
Cidadania, respondendo a seguinte pergunta que lhes foi colocada: como aluno em formação
o que tens a dizer sobre a Educação para a Cidadania?

Sendo uma pergunta aberta, várias foram as contribuições dadas, mas colocou-se em
síntese aquelas que foi o ponto comum da maioria. Segundo a qual « a educação para a
cidadania é a formação de cidadãos críticos e serve para educar os alunos a contribuir para o
país de forma positiva, desde a partilha de bens e informações, o respeito mútuo para que se
tenha um futuro melhor».

3.2 Apresentação e Interpretação dos Dados do Questeonário Aplicado aos Professores

Da parte dos professores procuramos em primeira intância saber como cada um deles
definiria a educação para a cidadania na formação do indivíduo.

Sabendo que uma pergunta aberta suiscita várias respostas, consideraram-se aquelas
que comungam na sua abordagem e que por fim, nós também corroboramos com as mesmas
sobre as quais estão sintetisadas da seguinte forma: «a educação para a cidadania na formação
do indivíduo é um processo de formação e transformação dos individuos para torna-los
íntegros na sociedade, e desenvolve-se na convinência familiar, nas instituições de ensino, nas
organiações sociais, nas manifestações culturais, no respeito mútuo e no reconhecimento dos
direitos e deveres do cidadão que são transmitidos de geração à geração».

Em segundo lugar procuramos saber por parte dos professores, que tipo de estratejas
escolheriam nas suas aulas de forma a contribuir para a cidadania na escola e na socedade,
tendo como opções as alíneas A e B.

Alberto António Graça & João Bumba


Francisco
A Importância da Educação para a Acidadania na Formação do Indivíduo

Das respostas dadas, dois (2) professores equivalente a 25% optaram pela alínea A, que
consiste em “ orientar aos alunos o objectivo e finalidade dos conteúdos adquiridos”. Outros
seis (6) professores eqivalente a 75% optaram pela alínea B, que se refere à “Abertura ao
diálogo entre os professores e alunos”, tudo porque « o verdadeiro diálogo supõe um clima de
boa vontade e compreesão recíproca. É dialogando que os seres humanos se podem endender
e colaborar para uma socedade democrática».

Tabela nº 4: Opinião dos professores sobre estrategias a utilizar na sala de aulas.


Como professor, que tipo de estratéjias escolheria nas suas aulas de forma a Fr. %
contribuir para a cidadania na escola e na sociedade?

A - Orientar aos alunos o objectivo e finalidade dos conteúdos adquiridos. 2 25%

B - Abertura ao diálogo entre os professores e alunos 6 75%

Total 8 100%

Fonte: Dados da pesquisa

Nossa concordância em relação a essa pergunta vai com os que escolheram a estratégia
de abertura ao diálogo entre os professores e alunos. Isso porque o diálogo é o elemento
principal na vida humana, porque por meio dela os indivíduos conseguem construir a
personalidade hummana. É na escola onde o aluno deve aprender a expor e discutir ideias e
torna-se um agente activo, participativo e construtor do seu próprio conhecimento.

Na tentativa de sabermos dos professores se acreditam que a Educação para a


Cidadania seja a opção de uma sociedade democrática formada de indivíduos responsávis,
todos responderam que «sim», tudo porque «a educação para a cidadania conduz os
indivíduos ao reconhecimento dos seus direitos e deveres, a participação activa nas decisões
da vida pública e porque sem a cidadania não se constroi uma sociedade democrática».

Pergunta nº 3: Caro professor, acredita que a importância da educação para acidadania seja a opção de uma
soceidade democrática formada de indivíduos responsáveis?

Gráfico nº 3: Opinião dos professores sobre a opção de se obter uma sociedade democratica.

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A Importância da Educação para a Acidadania na Formação do Indivíduo

Frequência

Sim 8
Não 0
100%

Fonte: Dados da pesquisa.

Relactivamente a esta questão, optamos também pela opção sim, tendo em conta a
importância da educação para a cidadania já referida no primeiro capítulo, que é «o elemento
fundamental e indispensável na vida de qualquer ser humano/indivíduo que faz parte de um
determinado território. Este porém, tem o direito e dever de exercer devidamente as suas
funções como cidadão para ajudar no crescimento do seu território/país. O indivíduo, ao
exercer a cidadania, participa das atividades do Estado, ao buscar a melhoria da qualidade de
vida da população».

Outrosim pretendeu-se saber dos professores acerca de quem acham que tenha a
missão de educar para a cidadania. Nesta vertente, apenas um (1) professor equivalente a
12,5% respondeu que seja o professor de Educação Moral e Cívica, uma vez que a mesma
disciplina tem o objectivo de formar a personalidade da pessoa humana. Todavia, sete (7)
equivalente a 87,5% responderam que todos os professores educam para a cidadania, pese
embora cada disciplina tenha o seu objectivo.

Tabela nº 5: Opinião dos professores sobre a missão de educar para a cidadania.

Quem o professor acha que tem a missão de Educar para a Cidadania: o professor Fr. %
de E.M.C ou professores de todas as disciplinas?

Professor de E. M. C 1 12,5%

Professores de todas as disciplinas 7 87,5%

Total 100%

Fonte: Dados da pesquisa.

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A Importância da Educação para a Acidadania na Formação do Indivíduo

Sobre a mesma, concordados que a missão de educar para a cidadania cabe a todos os
professores, porque é uma missão transversal, ou seja, algo que não se restringe a um ou outro
professor, mas, a todos os professores.

3.3 Transcrição e Análise das Entrevistas Feitas aos Membros da Direcção.

Uma das técnicas usadas para a verificação das hipóteses levantadas e o alcance dos
objectivos preconizados foi, tal como referido no capítulo precedente, a entrevista estruturada.
Desta feita, foram entrevistado o Director Geral (DG) e os Subdirectores Pedagógico e
Administrativo do Colêgio Njinga Mbande Nº 25, cita no Centro Urbano da Cidade de
Malanje. O DG, com mais de vinte (20) anos de experiência profissional e gestionária, conta
com uma idade de cinquenta e dois (52) anos de idade, é Licenciado em Ciências da
Educação, opção Educação Física. A Subdirectora Pedagógica (SP) conta com dezaseis (16)
anos de experiência docente e gestionária, tem uma idade de quarenta e oito ( 48) anos e é
Lincenciada em Pedagogia.

Já o Subdirector Administrativo (SA) tem sete (7) anos de experiência docente e


menos tempo de experiência gestionária, é Licenciado em Pedagogia.

Questionado sobre como encarava a questão da Importância da Educação para a


Cidadania no Colégio que preside, o DG disse: “Encaro como uma preocupação fundamental
na sensibilização para uma sociedade íntegra” (informação verbal)45.

Com a mesma questão, a Subdiretora Pedagógica alegou que: “”(informação verbal)46.

45
Entrevista com o Director Geral do Colégio a 4 de Outubro de 2018.
46
Entrevista com a Subdirectora Pedagógica a 17 de Outubro de 2018.

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A Importância da Educação para a Acidadania na Formação do Indivíduo

Do mesmo modo o Subdirector Administrativo respondeu que: “A Educação para a


Cidadania é muito importante para qualquer instituição, e no Colégio em que presido não é
notável de uma forma organizacional”(informação verbal)47.

Perguntado se concordava que a fase inicial de educar para cidadania fosse a do Iº


Ciclo, tendo em conta a missão social que responde o ensino naquele ciclo, o Senhoer
Director Geral respondeu o segunite: “sim, senão começarmos desde a tenra idade podemos
ter uma sociedade doentia ” (informação verbal)48.

Já para SP, “ ” (informação verbal)49

Ao passo que o Subdirector Administrativo, alega o seguinte: “ para começar com a


educação para cidadania não deve ter idade porque o ser humano começa a aprender muito
cedo que daí já não para. Concordo que seja esta e a anterior etapa” (informação verbal) 50.

Indagado sobre o que tem feito para que os proessores alunos da instituição sejam agentes de
uma educacao para cidadania, o Director Geral afirmou que: “orientando lhes a pautarem
sobre os hábitos que caracterizam um cidadao, quer na escola ou em qualquer lugar”
(informação verbal)51.

A Subdirectora Pedagógica respondeu da seguinte forma: “ ” (informação verbal .52

Na mesma questão o Subdirector Administrativo disse: “para que os professores e os alunos


da instituição se tornem ou sejam agentes essencias temos começado tudo na base de um

47
Entrevista com o Subdirector Administrativo a 2 de 0utubro de 2018.
48
Entrevista com o Director Geral do Colégio a 4 de 0utubro de 2018.
49
Entrevista Subdirectora Pedagógica a 17 de Outubro de 2018.
50
Entrevista com o Subdirector Administrativo a 2 de 0utubro de 2018.
51
Entrevista com o Director Geral do Colégio a 4 de 0utubro de 2018.
52
Entrevista com a subdirectora Pedagogica a 17 de Outubro de 2018.

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A Importância da Educação para a Acidadania na Formação do Indivíduo

simples e ordenados diálogo, com vínculo jurídico de diereitos e obrigações” (informação


verbal)53.

De outro modo, procurou-se saber aos directores se que contributos trazem para uma
educação para cidadania, onde o DG respondeu o seguinte: “ um bom cidadão deve ser
instruido desde o ponto de vista comportamental, para que seja amável e acarretar consigo
bons exemplos” (informação verbal)54.

A mesma questão foi feita a SP, que respondeu o seguinte: “ ” (informação verbal) 55.

Na mesma senda, indagou-se ao SA, que nos esclareceu que: “ a educação para cidadania é
a discilpina que trará ao aluno, professor e o individuo no Geral a diferenciar a colocação
de um individuo e um estado, onde compreenderão que são todos por uma só sociedade com
direfença de direitos e deveres” (informação verbal)56.

Interrogado se é simplesmente o professor de E.M.C que tem a missáo de educar para


cidadania, e porque, o DG afirmou: “Não, porque todos nós somos partícipes para a
educação dos indivíduos ” (informação verbal)57.

Ao ser posta diante da mesma quesstão, subdirectora pedagógica alegou que: “ ” (informação
verbal)58.

Diante da mesma questão, o Subdirector Administrativo respondeu que: “Não. Essa missão
não cabe simplismente ao professor de E.M.C, mas de todos professores e até do aluno para
com seu colega.. porque o local in stituicionaol é único para todos e a sociedade também é
única, sendo um individuo incluso, tudo cabe o seu contributo na preservação e cuidados”
(informação verbal)59.

53
Entrevista com o Subdirector Administrativo a 2 de Outubro de 2018.
54
Entrevista com o Director Geral do Colégio a 4 de Outubro de 2018.
55
Entrevista Subdirectora Pedagógica a 17 de Outubro de 2018.
56
Entrevista com o Subdirector Administrativo a 2 de Outubro de 2018.
57
Entrevista com o Subdirectora pedagógica a 17 de Outubro de 2018.
58
Entrevista Subdirectora Pedagógica a 17 de Outubro de 2018.
59
Entrevista com o Subdirector Administrativo a 2 de Outubro de 2018.

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A Importância da Educação para a Acidadania na Formação do Indivíduo

Questionado se a relação escola familia pode ajudar no aumento da educação para cidadania o
DG respondeu: “ Sim. Quando houver inteiração entre a comunidade local e a escola” ”
(informação verbal)60.

A esta quesstão, a subdirectora pedagógica respondeu que: “ ” (informação verbal)61.

Já o Subdirector Administrativo disse que: “ pode sim, é muito essencial que a amília esteja
conectada com a escola para tratar sobre assunto do seu educando tendo como iinformaçao
o outro lado do alnuno quje a ecola ou familia não sabe, tudo em prol deste citadino o uturo
manejante deste estabelecimento educacional ou a sociedade no geral ” (informação
verbal)62.

Questionado se o ministerio da Educação de Angola já Criou estratégias para educação para a


cidadania o DG declarou que: “Não, porque falta mais divulgacao no órgão de difusão
massiva, e conta sempre com as igrjas na moralização da sociedade” (informação verbal )63.

60
Entrevista com o Director Geral do Colégio a 4 de Outubro de 2018
61
Entrevista com Subdirectora Pedagógica a 17 de Outubro de 2018.
62
Entrevista com o Subdirector Administrativo a 2 de Outubro de 2018.
63
Entrevista com o Director Geral do Colégio a 4 de Outubro de 2018

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CONCLUSÃO

Ao se propor como objecto de pesquisa para o trabalho de conclusão do médio a


problemática dos factores que contribuem para o a Importancia da Educacao para acidadania,
o objectivo primacial foi o de apresentar uma investigação que se distinguisse pela sua
capacidade de responder, de forma pontual, às exigências educacionais actuais de propor
soluções viáveis aos mais variados problemas sociais com implicações educacionais.

Incidindo sobre a consciência e necessidade urgente de transformar as escolas em


espaços alegres e de pensar a interacção e comunicação pedagógicas na linha dos
relacionamentos escolares positivos, este trabalho, que agora se dá à estampa, teve como
propósito geral compreender os factores que desencadeiam o insucesso dos alunos da 8ª classe
do Complexo Escolar Nossa Senhora de Fátima da Catepa, em Malanje.

Alberto António Graça & João Bumba


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A Importância da Educação para a Acidadania na Formação do Indivíduo

Ao término de sua codificação, o trabalho traz a forte convicção de ter satisfeito o seu
objectivo primacial e apresentado propostas ideárias concretas para pensar séria e
desapaixonadamente a problemática do insucesso na escola.

Não obstante a esta sua intenção comunicativa, o trabalho impõe-se pela sua
particularidade de ser, mais do que uma prescrição, uma descrição pontual das diferentes
opções quer didácticas quer psicopedagógicas que o professor poderá abraçar a fim de
construir com os seus alunos unidades de comunicação e de relacionamentos positivos.

Com efeito, os resultados conseguidos, através do recurso aos métodos indutivo-


dedutivo, analítico-sintético, matemático-estatístico e histórico-lógico, todos eles momentos
importantes do modelo de pesquisa descritivo adoptado, foram os de que os alunos que se
sentem emocionalmente ligados à escola são mais felizes, produtivos e auto-realizados.

Este quadro, que não é exclusivo da escola em que se realizou a pesquisa, é aqui
referido como um indicador psicopedagógico e didáctico-metodológico para balancear a
incidência escolar dos casos de não realização, sucesso e rendimento escolar.

Este é um trabalho cuja originalidade assenta no facto de que a gestão de situações de


insucesso na escola passa por o professor preparar bem o seu poder de influência sobre os
alunos e mantê-las interessantes, ser o garante de que todos os alunos estejam emocional e
cognitivamente envolvidos, estabeleça regras e procedimentos, organize a sala, lide
simultaneamente com múltiplas situações e faça, caso seja a circunstância, críticas
construtivas e apreciações positivas.

Assim, importa dizer que tanto o problema quanto os objectivos definidos para este
trabalho foram, ao seu nível, alcançados, na medida em que a leitura de profundidade do
trabalho faz ver que é a capacidade que o professor tem em detectar e lidar, de imediato, com
as situações de irrealização e insucesso escolar dos aluno que define o seu olhar de lince e sua
estratégia de sobreposição a tais empecilhos ao rendimento global dos alunos.

Apesar desta sua reconhecida originalidade, impõe-se também referir que o problema
dos factores que contribuem para o insucesso na escola não é um assunto que se esgota nas
poucas páginas deste trabalho, o que implica uma continuidade de pesquisa sobre o sedutor e
também desafiador mundo do insucesso na escola.

Alberto António Graça & João Bumba


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A Importância da Educação para a Acidadania na Formação do Indivíduo

Sendo resultado de labor humano, o mais óbvio é que o trabalho revele certas
insuficiências do ponto de vista teórico e metodológico. Como primeira evidência disso é o
pouco tempo e trabalho concedido ao tratamento quantitativo da informação de campo e a
escolha, na fundamentação teórica, dos tópicos considerados fundamentais.

Mas, a atitude a ser assumida aqui é a de que a resolução de um determinado problema


se constitui na oportunidade do surgimento de outros problemas, o que impõe ver este
trabalho como uma dentre as várias formas de pensar a problemática do insucesso na escola.

Assim, para efeitos de continuidade de investigação, perspectiva-se estender o


problema dos factores que concorrem para o insucesso na escola aos demais ciclos e níveis da
escolaridade angolana.

Afinal, uma sociedade que se renova pela renovação inicial dos seus actores sociais –
crianças, adolescentes, jovens e adultos – é ao certo uma sociedade fadada ao progresso,
desenvolvimento e à abertura as mais variadas mutações sociais, antropológicas, éticas,
tecnológicas, políticas, históricas, económicas, geoestratégicas e culturais.

SUGESTÕES

Fortemente influenciados pelo contexto relacional escolar e preocupados com a


diversificação de medidas preventivas e correctivas da irrealização e insucesso na escola, as
sugestões que se têm em vista apresentar neste trabalho alcançam três grupos alvos.

Alberto António Graça & João Bumba


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A Importância da Educação para a Acidadania na Formação do Indivíduo

Primeiro, sugere-se à comunidade escolar do Complexo Escolar nº114 “Nossa Senhora


de Fátima” da Catepa:

 A necessidade de criação de um plano de acção sobre a contenção dos actos de


insucesso nos alunos daquele Complexo Escolar;
 A adopção de medidas que visam minimizar ou corrigir a gravidade dos casos de
irrealização e insucesso no Complexo Escolar “Nossa de Fátima” da Maxinde,
com vista a torná-lo num espaço de construção de relacionamentos escolares
positivos;
 Para cada acto de insucesso, a comunidade educativa do Complexo Escolar “Nossa
Senhora de Fátima” deveria adoptar medidas coercitivas e preventivas de
desencorajamento da prática de irrealização, não rendimento e insucesso na escola;
 Urge potenciar o incentivo escolar à realização académica, com vista a transformar
o insucesso escolar numa oportunidade de trabalho de valores construtores de
comportamentos estimuladores da necessidade de realização escolar dos alunos;
 Promoção e dinamização de actividades escolares de combate a comportamentos
escolares desviantes do padrão de rendimento, realização e sucesso escolares
requeridos.
Segundo, sugere-se aos órgãos do poder local à criação dos meios humanos, técnicos,
materiais e financeiros que desafiam os demais profissionais da educação a envolver-se na
luta obstinada contra o não rendimento, a irrealização e insucesso na escola.

Em terceiro lugar, sugere-se às entidades da gestão e inspecção escolar malanjina a


criarem condições de inserção curricular de medidas preventivas e correctivas eficazes contra
o insucesso escolar.

Alberto António Graça & João Bumba


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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A Importância da Educação para a Acidadania na Formação do Indivíduo

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ANEXOS
ANEXO 1: Carta de Autorização para a Realização da Pesquisa
A Importância da Educação para a Acidadania na Formação do Indivíduo

APÊNDICES
Apêndice 1: Estatística Descritiva da Idade dos Alunos

Apêndice 2: Distribuição do Tempo de Serviço dos Professores

Apêndice 3: Questionário Dirigido aos Alunos


A Importância da Educação para a Acidadania na Formação do Indivíduo

QUESTIONÁRIO DIRIGIDO AOS ALUNOS

Caro (a) aluno (a), a informação que nos vai conceder não tem nenhum carácter
avaliativo; visa, apenas, contribuir para a compreensão dos factores que desencadeiam
o insucesso escolar. Por isso, pedimos que nos ajude, através dos seus préstimos, a
concluir o nosso Trabalho de Fim de Curso Secundário Pedagógico para a obtenção do
grau académico de Técnicos Médios da Educação, vertente do Ensino da Educação
Moral e Cívica e Língua Portuguesa.

I. QUESTÕES DE IDENTIFICAÇÃO

Idade
Sexo: Masculino Feminino

II. QUESTÕES SOBRE O INSUCESSO ESCOLAR

II.1 - Já alguma vez experimentou ou vivenciou uma situação de insucesso na


escola?
Sim Não
II.2 – Se Sim, que razões te levaram a tal situação?

II. 3 - O teu pai ou encarregado de educação faz acompanhamento do teu


rendimento aqui na escola?
Sim Não
II. 4 - Se Sim, como? e Se não, porque?

II. 5 - Quais são as principais situações de insucesso vividas pelos alunos aqui na
escola?

II. 6 - Com que frequência são realizadas, na escola, actividades que visam
combater o insucesso escolar?
A Importância da Educação para a Acidadania na Formação do Indivíduo

Nunca
Poucas vezes
Algumas vezes
Muitas vezes
II. 7 - Que estratégias são utilizadas pela escola para combater o insucesso escolar?
Palestras
Sensibilização
Acompanhamento familiar
Participação escolar
Outra

II. 8 - Qual é a tua opinião sobre a gravidade das seguintes situações de insucesso
escolar?

Não é Pouco Muito


Grave
grave grave grave

Desencanto com a escola.........


……………...

Bullyng……….....................................

Falta de participação escolar.......


…………...

Professor desmotivador
……………….........

Desestruturação
familiar……………............

Pobreza familiar...............................
……….

Violência escolar.......
…………………….....

Locação da escola.
………………………......

Inexistência de relacionamentos escolares


positivos
………………………....................

Comentários excludentes.....................
…......
A Importância da Educação para a Acidadania na Formação do Indivíduo

II. 9 - Qual é a medida mais adoptada pela escola para desestimular o insucesso
dos alunos?
Conversa
Motivação escolar
Coesão escolar
Não sei
Outra

II. 10 - Como aluno, que estratégias sugeres à direcção da escola para combater o
insucesso dos alunos na escola?

Muito obrigado pela tua participação!

Apêndice 4: Questionário Dirigido aos Professores

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