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As competências do aprendiz do século XXI

Nosso mundo vem se transformando em grande velocidade, fruto do


desenvolvimento científico e tecnológico. Os quais possibilitaram a comunicação
instantânea entre os países, quebrando barreiras e promovendo assim, a propalada
globalização.

Desta forma, houve um aumento da competitividade nos diversos tipos de


organizações. E o perfil profissional necessário para se trabalhar nessas empresas
também mudou. Isso também se reflete na educação, gerando os desafios da escola
contemporânea.

Por conseguinte, os aprendizes deverão incorporar habilidades cada vez mais


relevantes para se adequarem as tendências do século XXI: autonomia,
protagonismo, espírito crítico e colaborativo, liderança, tolerância, responsabilidade,
criatividade, empreendedorismo, habilidades interculturais, ética, dentre outras.

Voogt e Roblin (2012):

“sintetizam as principais características das competências para o século XXI


como sendo (a) transversais, na medida em que estão associadas a
diferentes áreas disciplinares, (b) multidimensionais, dado que incluem
conhecimento, aptidões (skills) e atitudes, e (c) associadas a aptidões e
comportamentos de nível elevado, de modo a lidar com problemas
complexos e situações imprevistas.” (Voogt e Roblin, 2012, p.10).

Saliente-se ainda que, para UNESCO, a educação pode contribuir para


resolução de conflitos e desafios globais existente ou emergentes. Além disso, a
ECG (Educação para Cidadania Global) representa um novo cenário para educação,
com o propósito de construir sociedades mais pacíficas, justas, tolerantes e
inclusivas.

Dentre as competências e habilidades encontradas nos relatórios da


UNESCO encontram-se; estudos ambientais, geografia ou cultura, educação cívica,
cidadania. Tópicos e questões relacionados à ECG estão constantemente presentes
em livros didáticos abordando a paz, direitos humanos, responsabilidades,
sustentabilidade, conectividade global, e respeito mútuo as diversidades.

As escolas por sua vez, possuem autonomia para organizarem suas grades
curriculares bem como, os horários e duração das aulas. Entretanto, as
competências da ECG devem estar alinhadas ao currículo escolar, para garantir o
aprendizado efetivo.

Ademais, buscamos informações no relatório técnico do Debate Nacional sobre


Educação, cujo tema era Perfil do Aluno: Competências para o século XXI (CNE,
2007), afirmava que o aprendiz deveria ter as seguintes competências; dominar
corretamente o uso da língua portuguesa, comunicar-se em uma língua estrangeira,
mais especificamente o inglês, dominar as TIC (tecnologia da informação e
comunicação), competências sociais e cívicas, competências de expressão artística
e desportiva, competências científicas e matemáticas, cultura humanística,
aprendizagens de vida e preparação para o trabalho. Competências pessoais como
“autocontrole”, “métodos de estudo”, “habituar-se a fazer os trabalhos de casa”,
“pensar rápido”, “ter consciência do que faz”, “saber trabalhar em organização”,
“saber defender-se” e mesmo “aprender a ter medo”.

Diante tal cenário, a UNESCO afirma que preparar o aprendiz para vida vai
muito além das habilidades cognitivas. E os países que quiserem prosperar terão
que entender as transformações que estamos vivenciando e investir cada vez mais
em educação e na capacitação dos educadores. E ainda ressalta que tanto a escola
quantos os educadores devem se basear nos quatro pilares apresentados em 1998,
pelo Relatório da Comissão Internacional sobre Educação no século XXI que são:
aprender a conhecer, aprender a ser, aprender a conviver e aprender a fazer se
quiserem melhorar as estruturas dos sistemas educacionais.

Mediante o exposto, o domínio dessas competências e habilidades definirão a


empregabilidade de todos nós, assim, colocar em prática suas potencialidades
humanas: inteligência, criatividade, iniciativa e espirito crítico transformará o
aprendiz em um cidadão consciente e um trabalhador competente.
O papel do educador na formação do aluno do século XXI

A educação no século XXI busca o desenvolvimento de habilidades cognitivas,


sociais e humanas, para que o educando esteja preparado para lidar com mudanças
e diversidades tecnológicas, econômicas e culturais. Neste contexto, o educador tem
seu papel ampliado.

Assim, teremos que nos reinventar em nossa constituição teórico-


metodológica, e ao mesmo tempo conhecer e atuar na nossa realidade e na de
nossos aprendizes.

Logo, será de suma importância, nos relativizar e nos assumir como


mediadores no sentido lato, e não adotarmos mais, a postura daquele antigo
professor enraizado nos moldes da educação do século XIX. E para isso, deveremos
rever os papéis e encarar o magistério como um lugar de trocas.

O educador desse século deve estar aberto a aprender o “conhecimento


pertinente”; aprendendo a ser, se comunicar e compreender outros indivíduos. Para
tal devemos investir em treinamentos e capacitações para entender essa demanda.
Desta forma, podemos afirmar que como educadores a nossa responsabilidade é
transmitir conhecimentos significativos, contribuir para formação do ser humano,
aprimorar e valorizar os conhecimentos do educando, formar cidadãos atentos as
mudanças que vem ocorrendo.

De maneira análoga, vale salientar a importância da interação entre educador e


aprendiz, considerando-se os diferentes tipos de educandos e estilos de
aprendizagem. Nesse contexto, nós educadores devemos preparar e implantar um
plano de ensino completo, o qual fornecerá conhecimento, e ajudará o educando a
desenvolver a sua personalidade, habilidades e competências.

Numa análise geral é preciso educar para uma comunidade global e


contemplar os mais diferentes tipos de aprendizes, metodologias e ferramentas.
Dentre elas, uma merece destaque que são as ferramentas digitais, essas são
essenciais para atrair a atenção dos educandos, uma vez que, eles já estão
familiarizados com a tecnologia e se sentem envolvidos pelos múltiplos estímulos
dos meios digitais, nós educadores podemos nos valer dessa ferramenta para
proporcionar mais dinamismo a nossas aulas.

Nesse prisma, podemos citar também; a apresentação de aulas utilizando


recursos visuais e auditivos, criação de conteúdos educativos – mapas mentais,
resumos, anotações), observação da psique e do comportamento do aluno. E
também, relatar suspeitas de abusos ou negligência, promover o aprendizado
interativo, oferecer constante feedback por meio de avaliações, participar de
reuniões regularmente, nos aprimorar constantemente por meio de cursos,
palestras, seminários, conferências e rodas de conversa.

Ainda nesse contexto, podemos citar as metodologias ativas, sala de aula


invertida, resolução de problemas, aprendizagem baseada em projetos, estudos de
caso, aprendizagem entre pares e times, gamificação. Elas servem como estratégias
que incentivam o aprendiz a se tornar o protagonista, possibilitando a construção de
um novo caminho para a educação.

Conclui-se que, embora houve uma mudança na forma de ensinar e aprender,


o papel tanto do educador quanto do aprendiz é necessário para educação e para
construção de uma sociedade mais justa e igualitária, a qual respeitará as
diversidades culturais, sociais, raciais, dentre outras. E a nossa capacidade de se
adaptar a essas mudanças será o nosso grande desafio.
Referências:

ARAÚJO, Jefferson Flora Santos de; LIMA, Marilia Freires de: A utilização das
tecnologias de informação e comunicação como recurso didático-pedagógico
no processo de ensino-aprendizagem. Disponível
em:<https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/21/23/a-utilizacao-das-
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processo-de-ensino-aprendizagem>.Acesso em:17 jun. 2023.

BESSA, Letícia. Conheça a educação do século XXI e saiba como inovar no


ensino-aprendizagem. Disponível em: https://educacao.imaginie.com.br/educacao-
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BRASIL Escola. O aluno do século XXI – Desafios e perspectivas para o ensino


de ciências e biologia. Disponível em: <
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/o-aluno-seculo-
xxidesafios-pespectivas-para-ensino-.htm>.Acesso em: 13 jun. 2023.

CONSELHO Nacional de Educação. Relatório Técnico: Perfil do Aluno


Competências para o século XXI. Disponível em :<
https://www.cnedu.pt/content/edicoes/estudos_e_relatorios/relatorio_PerfilAlu
no_1.pdf>. Acesso em: 14 jun. 2023.

DEMO, Pedro. Habilidades do século XXI. Disponível


em:<https://bts.senac.br/bts/article/view/269/268>. Acesso em: 13 jun.2023.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2019.
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FRIEDMAN, Thomas L.O Mundo é Plano Uma história breve do século XXI.
Disponível em:<https://inovaconsulting.com.br/wp-content/uploads/2016/09/o-
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UNESCO. Educação para a cidadania global: preparando alunos para os


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https://unesdoc.unesco.org/in/documentViewer.xhtml?
v=2.1.196&id=p::usmarcdef_0000234311&file=/in/rest/annotationSVC/
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