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HISTÓRIA DAS

IDEIAS SOCIAIS
E POLÍTICAS
Itinerário Formativo 2023
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Profª. Ms. Thaíslla Cavalcanti
ITINERÁRIO
FORMATIVO HISTÓRIA DAS IDÉIAS
SOCIAIS E POLÍTICAS

O Itinerário Formativo em questão


tem por objetivo estabelecer uma
relação reflexiva da história com a
tradição ocidental do pensamento
político moderno e contemporâneo..
OBJETIVOS:
A disciplina busca fomentar a reflexão a
respeito das Ideias Sociais e Políticas
levando em conta a necessidade de uma
dupla ancoragem: a inserção histórica das
diferentes matrizes que informam a tradição
(matrizes liberal, republicana, marxista, Para tanto, pretendemos abordar o estudo
teorias da modernidade, por exemplo), bem sumário dos principais conceitos que
sustentam a vida política: ação política,
como sua dimensão essencialmente poder, liberdade, cidadania, esfera
contemporânea. pública e privada, entre outros.
PROPOSTA 1° Trimestre - O projeto político
da modernidade e suas
DIDÁTICA implicações na vida dos homens e
mulheres (séc. XVI - XVII);

2° Trimestre - O Estado Moderno,


o contratualismo e a Revolução
(séc. XVII - XVIII);

3° Trimestre - Pensando o Estado


Contemporâneo (séc. XIX);
TEMAS
NORTEADORES
I TRIMESTRE
➔ O que é modernidade?
➔ A origem da ciência política moderna;
➔ 'O Príncipe' e o Maquiavel Absolutista;
➔ Maquiavelismo e Republicanismo;
➔ O estado real e o estado ideal: correntes
do utopismo na modernidade;
BIBLIOGRAFIA
INDICADA
I TRIMESTRE
➔ Sonho de uma noite de Verão. William
Shakespeare.
➔ O Príncipe. Nicolau Maquiavel.
➔ A Utopia. Thomas Moore.
➔ Nova Atlantis. Francis Bacon.
➔ Tommaso Campanella. A Cidade do Sol.

+ Material Bernoulli Filosofia


TÓPICO 1 - MODERNIDADE
AÇÃO 1 -
Localizar-se no tempo e
no espaço
Em equipe, montar um mural de
referências visuais, alocado nesse
tempo histórico (autores, obras
literárias, artes plásticas, grandes
inventos e tecnologias, novas
formas de interação social e entre
outros), para apresentação na
próxima aula;
TÓPICO 1 - A INVENÇÃO DA MODERNIDADE
O ENFOQUE A CIÊNCIA E A OBSERVAÇÃO:
Principais avanços no período renascentista

ATLAS DA ANATOMIA (1543) - Criado


por Andreas Vesalius, médico belga,
considerado o Pai da Anatomia
Moderna.Na obra, o escritor descreveu o
corpo humano em detalhes.
GLOBO TERRESTRE (1492) - Martim Behaim
publicou o primeiro modelo da Terra em escala
tridimensional, chamado de Globo Terrestre de
Nürnberg. É importante ressaltar, no entanto,
que a estrutura era bastante simplória, visto que
nem mesmo a América havia sido explorada.

LUNETA (1609) - Galileu Galilei, inspirado


pelo fabricante de lentes, Hans Lippershey,
criou a luneta. O instrumento foi usado
para identificar e estudar vários corpos
celestes, como as trajetórias de Vênus e
Júpiter, as crateras lunares e as manchas
solares.
‐ HELIOCENTRISMO (1543) - Teoria
do cientista Nicolau Copérnico que
determinou a mudança da visão
geocêntrica do mundo. Copérnico
postulou que a Terra gira em torno do
Sol e não é o centro do universo, que
existem movimentos de rotação e
translação planetários e que a Terra
está mais próxima do Sol do que das
estrelas.

‐LEIS DA GRAVITAÇÃO UNIVERSAL


(1687) - Isaac Newton, físico inglês,
descreveu a força fundamental de
atração que age entre todos os
objetos por causa de suas massas;
‐ESTUDOS DE PROBABILIDADE -
Blaise Pascal foi um grande
matemático da Renascença. Em
1654, ao lado do cientista Pierre
Fermat, desenvolveu a Teoria das
Probabilidades.

‐ESTUDOS DE ANATOMIA -
Leonardo Da Vinci, mais célebre dos
inventores da Renascença, prestou
inúmeras contribuições à Ciência em
vários campos do conhecimento. Uma
das áreas mais exploradas pelo
cientista foi a Anatomia. Da Vinci foi o
primeiro a descrever alguns detalhes
do corpo humano, como a posição do
feto no ventre materno.
‐ ELETRICIDADE (1750) - Os
egípcios antigos já conheciam a
eletricidade — eles estudaram
peixes elétricos. Mas foi o inventor
norte-americano Benjamin Franklin
quem começou a controlar essa
força da natureza. Ele criou um
método para atrair a eletricidade
dos raios: o para-raios.

‐ AUTOMÓVEL (1769) - O
engenheiro francês Nicolas-Joseph
Cugnot cria a carruagem movida a
vapor. Bem depois, em 1886, o
alemão Karl Benz inventaria o
primeiro carro com motor à
explosão (usava gás ou petróleo).
O HOMEM (E A MULHER)
DO RENASCIMENTO
“Junto com essa nova imagem de mundo,
nasceu uma concepção de ser humano. Ao
retirar a Terra do centro do universo,
Copérnico colocou em cheque crenças
infundadas e de cunho exclusivamente
autoritário.”
UM GRANDE ESCOPO
DE INSPIRAÇÕES

Píramo e Tisbe na Antiguidade Clássica.


Romeu e Julieta na Idade Moderna.
https://www.google.com/search?q=cena+sonho+de+uma+noite+de+ver%C3
DE OLHO NO TEXTO: %A3o&source=lnms&tbm=vid&sa=X&ved=2ahUKEwjGnq-p_Yj9AhUAGrkG
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Exercitando leitura e interpretação n#fpstate=ive&vld=cid:52d20020,vid:AwcFdFjeQBk
Nesse período
histórico nota-se
uma subversão da
política clássica (das
obras de pensadores
como Aristóteles),
documentado na
antiguidade e
mantido no medievo,
segundo a qual a
política era vista
como elemento
vocacional,
normativo e
idealizado.

NOVOS OLHARES, Os pensadores da política moderna defendem


um caráter autônomo para a política (separada

NOVAS PERSPECTIVAS, da moral religiosa), entendendo-a como campo


de estudos que fomenta a criação de regras
sólidas para a manutenção do poder e do

NOVAS CIÊNCIAS ordenamento social.


O PAI DA CIÊNCIA
POLÍTICA MODERNA
Nicolau Maquiavel (1469 - 1527) é
identificado como o inaugurador do
pensamento político moderno. Sua ênfase
sobre os fatos e as circunstâncias resultou
em uma visão menos idealizada da ação
“Todos veem o que você parece ser, mas
política. Criticou, principalmente, a poucos sabem o que você realmente é.”
relevância da noção de virtude para que
um governante tivesse êxito em suas O Príncipe, 1532.
ações.
Para compreender o peso da obra de
Maquiavel é importante saber que, durante
a segunda metade do século XV, os estados
italianos presenciaram um confronto entre
ideias antagônicas, no qual, de um lado
estava a Igreja Católica e, do outro, o
pensamento renascentista. O
Renascentismo recupera as influências
clássicas antropocêntricas, isto é, colocava o
homem no centro do mundo, com isso,
questionava-se o poder da Igreja sobre os
indivíduos. É neste contexto conflituoso em
que os escritos de Maquiavel provocam
choque, visto que afrontam a moral vigente
e dominante.
MAQUIAVEL,
um intelectual do Renascimento
Apesar de ser uma república, Florença não era
exatamente democrática. Os cargos políticos,
sobretudo o Executivo, eram dados a uma
classe de pessoas ligada à burguesia e à
nobreza. Os Médici, por exemplo, eram uma
família de duques, nobres donos de terras
originários da Toscana. A teoria política de
Maquiavel reflete o que ele vivenciou: uma
política não democrática em uma cidade cheia
de conflitos internos e externos pelo poder,
além de sofrer a forte influência da Igreja
Católica. Em sua teoria política, Maquiavel
destacou a importância de se manter o poder,
ou seja, do governante manter-se no governo,
para que o Estado e a ordem social sejam
preservados.
O pensador estabelece duas bases do Estado:
boas leis e boas armas. Utilizando da metáfora
do centauro contida no livro “O Príncipe”: a
metade homem representa as leis e a metade
animal representa a força (as armas). O príncipe
sabe empregar ambas as partes do centauro.

“Os meios serão sempre julgados honrosos e


por todos louvados, porque o vulgo sempre se
deixa levar pelas aparências e pelos resultados,
e no mundo não existe senão o vulgo; os
poucos não podem existir quando os muitos
têm onde se apoiar.”
Segundo essa óptica, para
Além disso, ‘O conquistar o poder é
necessário:
Príncipe’ analisa
como os Estados ➔ Fortuna: a qual
originam e como se proporciona a ocasião
mantém; propõe o que, aproveitada por
abandono dos um homem de virtude,
determina o êxito do
fundamentos
governo. Em outras
teleológicos do palavras, é o acaso, a
Estado; e estabelece sorte.
como o governante ➔ Virtu: é a capacidade de
deve agir para obter êxito diante de
circunstâncias
conseguir alcançar o
determinadas pela
poder e também fortuna. É a sabedoria
como preservá-lo. para agir conforme as
situações, sabendo
como utilizar sua força.
O FORTUNA
É um poema que faz parte dos
manuscritos de Carmina Burana,
criado aproximadamente entre os
anos de 1100 e 1200. Este poema é
dedicado à Fortuna, deusa romana
da sorte e da esperança. O poema
foi escrito em latim medieval sem
levar a métrica latina clássica; ao
invés disso, foi escrito com um estilo
originado do alto alemão: o
Vagantenlieder, um estilo típico dos
goliardos. Sua fama atual em todo o
mundo se deve a Carl Orff ter
composto a música para este poema
e ter colocado como parte de sua
cantata
Dentro da obra de Maquiavel, podemos destacar alguns
pontos centrais encontrados no livro em questão:
➔ Virtú e Fortuna: é melhor ter a virtu do que contar
apenas com a fortuna, isto é, é melhor ter uma
capacidade de provisão, uma força e, em alguma
tradução, até a virtude, do que contar apenas com a
sorte. Virtu é toda a característica de bom preparo
do governante. Ter a boa sorte é bom, mas aquele
que tem a boa sorte, e está preparado para a sorte
ruim, permanece no poder.
➔ Os fins justificam os meios: Maquiavel não disse
essa frase, mas ela foi atribuída à sua obra por estar
alinhada com o seu pensamento. Um bom
governante, para manter o governo e a ordem
social, precisa tomar medidas impopulares e até
cruéis às vezes. Em nome da ordem, essas medidas
são justificáveis.
➔ Ser amado é bom, mas é preferível ser
temido: o temor impede a revolta. O
amor é inconstante, e a confiança do
amor permite a revolta. Não é de todo
ruim ter algum amor do povo, mas é
melhor ser temido, pois o que teme não
se levanta contra.
➔ Ações populares e ações impopulares:
as ações populares, aquelas que
agradam ao povo, que são boas para o
povo, devem ser feitas lentamente. As
ações impopulares devem ser feitas de
uma vez. Essa tática visa a manter a
popularidade do governante. Ele sempre
será lembrado como bom, caso venha de
tempos em tempos soltando parte do
resultado de sua ação popular, e será
rechaçado por um tempo (mas logo cairá
no ostracismo), se tomar uma medida
impopular de uma vez.
INFLUÊNCIAS
de Maquiavel
Maquiavel foi claramente inspirado por um
espírito humanista renascentista que pegou
as influências do mundo clássico e as
transformou para as deixar aptas à sua
época. Munido dessas referências, aparecem Intelectualmente ele teceu influências (seja para
Tito Lívio, Tucídides, Cícero, Platão e a concordância, seja para a discordância) em
Aristóteles. Com sua engenhosa teoria, ele Thomas Hobbes, John Locke, os iluministas
acabou inaugurando uma política moderna
franceses, como Voltaire e Montesquieu,
que ecoa até hoje em nosso mundo,
inspirando estadistas, governantes e toda a Rousseau, Hegel e Marx.
classe política, que encontra nessa teoria
uma poderosa ferramenta política.
MAQUIAVÉLICO ?
Defensor do absolutismo e de
ações duras e austeras por
parte de um governante
quando necessário, Maquiavel
foi injustiçado ao entrar para a
história como o patrono da
expressão “maquiavélico”,
utilizada para designar alguém
capaz de tudo pelo poder.
AÇÃO 2 -
QUE REI SOU EU? Construir o perfil políticos dos monarcas
(Absoluto / Constitucional)
Em equipe, montar um perfil de monarca, na categoria
sorteada, buscando apresentar resolução para as
seguintes prerrogativas:
- Quem eu sou? Quais minhas preferências?
- Como me visto? Qual a minha imagem pública?
- Onde governo?
- Em que se baseia meu direito ao trono?
- Quem é minha base de apoiadores?
- Qual filósofo fundamenta a minha a forma de
governo e por que?
- Quais são minhas principais influências (literárias,
personalidades históricas e políticas)?
- Quais são meus principais feitos políticos?
- Como espero ser lembrado pela história?
"EU QUERO A UTOPIA"
1. Reflexão sobre os estados idealizados das obras utopistas;
PROCESSO 2. Produção textual de projeto de estado (com modelagem
idealizada pelo estudante - contemplando sistema político,

AVALIATIVO modelo econômico e estrutura social funcional);


3. Construção de modelos digitais ou representação em escala
reduzida da estrutura político-social idealizada;
4. Socialização das produções e pressupostos teóricos;

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