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ESCOLA DE MINAS
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO
DISCIPLINA: ARQ 102 TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO II
PROFª: Drª PATRÍCIA JUNQUEIRA
MANERISMO
Contexto
O termo “maneirismo" surgiu para designar artistas que produziam à maneira dos grandes mestres.
Giorgio Vasari afirma que maneirista é aquele que imita a arte e não a natureza.
Para a crítica contemporânea, maneirismo designa a situação da arte no século XVI. Alguns críticos
afirmam que o classicismo racionalista do Renascimento se limita à região no entorno de Florença
e ao século XV.
O objetivo da arte passa a ser uma experiência individual do mundo, uma interpretação individual
do universo, abrindo caminho para o subjetivismo barroco.
Mas nem todos os artistas da época acreditavam que havia se chegado à perfeição e que não
restava mais nada a fazer. Dessa forma, se não havia como superar os mestres no tratamento das
formas humanas, seria possível superá-los em algum outro aspecto. Vários artistas optaram por
ousar em matéria de invenção, outros investiram em obras menos naturais, menos óbvias, menos
simples e harmoniosas.
Com a descoberta de novas rotas comerciais por Portugal e Espanha, seguidos por Inglaterra e
Países Baixos, a Itália deixa de ser o mais importante centro comercial da Europa.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
ESCOLA DE MINAS
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO
DISCIPLINA: ARQ 102 TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO II
PROFª: Drª PATRÍCIA JUNQUEIRA
TRATADOS MANEIRISTAS
Os artistas consolidaram os ideais do Humanismo em sua produção prática assim como divulgaram
os ideais classicistas em tratados e obras de crítica de arte, como os escritos de Serlio, Vignola,
Palladio e Vasari.
Enquanto os tratados renascentistas, como de Alberti, se ocupavam de uma revisão teórica dos
conceitos de arquitetura, os tratados maneiristas se voltaram para os modelos formais.
O tratado de Palladio ficou muito famoso, especialmente, nos países não católicos, como a
Inglaterra. Pode ser considerado um dos mais influentes tratados da história da arquitetura.
ARQUITETOS
Andrea Palladio (1508-1580): arquiteto da região do Vêneto. Postura pragmática frente ao problema
da arquitetura. Foi o arquiteto humanista mais influente fora da Itália, principalmente nos países não
católicos.
Tinha profundo conhecimento das fontes antigas, do Tratado de Vitruvio e das ruínas romanas. O
que o diferencia dos demais arquitetos do século XVI é a busca da inspiração no caráter material
do edifício.
A primeira obra de Palladio em Vicenza foi o Palazzo della Ragione (1549), quando promoveu a
redefinição do eixo central da cidade. Justaposição à antiga estrutura medieval, uma forma moderna
composta por loggia de dois andares, com arcos enquadrados por duas ordens sobrepostas de
colunas dóricas e jônicas, solução inspirada no Coliseu.
Também possui obras também na área rural da província, onde projetou e construiu inúmeras villas.
O arranjo espacial desses edifícios segue um esquema tipológico diferente dos palácios urbanos.
A possibilidade de uma construção isolada gera composições arquitetônicas volumetricamente
complexas.
Em Veneza, Palladio produziu obra menos extensa do que em Vicenza, mas não menos
significativa. Algumas obras: fachada da Igreja de San Francesco della Vigna e dois templos, San
Giorgio Maggiore e Il Redentore.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
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DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO
DISCIPLINA: ARQ 102 TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO II
PROFª: Drª PATRÍCIA JUNQUEIRA
Giorgio Vasari (1511-1574) foi um pintor e arquiteto italiano famoso por suas biografias de artistas,
inclusive contemporâneos seus. Uma de suas obras mais importantes foi o palácio dos Uffizi,
iniciado por volta de 1560, atual Galleria degli Uffizi, construído ao lado do Palazzo Vecchio, em
Florença, para abrigar a administração da cidade. É formado por duas altas alas ao longo de um
pátio estreito e comprido.
A cúpula da Basílica de São Pedro, projetada por Michelangelo é considerada uma obra maneirista
em sua última versão. Segundo Pevsner (2002: 234), “O século XVI inspirou-se no maneirismo de
Michelangelo, o século XVII apreciou sua terribilità e dela extraiu o Barroco".
A Igreja del Gesú é uma das mais importantes obras maneiristas, influenciando muitas igrejas
construídas nos séculos posteriores. Giacomo Vignola (1507-1573), provavelmente inspirado em
Michelangelo, combinou no Gesú o esquema central da Renascença com o longitudinal da Idade
Média.
A fachada da igreja tem o andar superior menor que o térreo com aletas ou volutas ladeando o
frontão, método repetido inúmeras vezes nas igrejas barrocas italianas e em outros países católicos.
A fachada de Gesú, como se encontra hoje foi realizada por Giacomo della Porta, que modificou o
desenho de Vignola, mantendo a ideia principal. A decoração do interior da igreja não é do período
de Vignola, mas do final do século XVII, pertencendo ao Alto Barroco.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAETA, Rodrigo Espina. O Barroco, a Arquitetura e a cidade nos séculos XVII e XVIII. Salvador:
EDUFBA, 2010.
FAZIO, Michael. A história da arquitetura mundial. Porto Alegre: AMGH, 2011. (Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580550382/pageid/35)
GOMBRICH, E. H. A história da arte. 16.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009.
PEVSNER, Nikolaus. Panorama da arquitetura ocidental. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. São Paulo: Atual, 1994. (Disponível no drive da disciplina)