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Módulo 7 - A Cultura do Salão

Módulo 7 - A Cultura do Salão 1


O Salão(Séc XVIII)(OSalão_1): 2
O Rococó( 1ª metade do Séc XVIII): 4
A Arquitetura: 4

A Pintura: 5

A escultura: 6

Na Península Ibérica: 6

O Iluminismo (séc. XVIII): 7


Pensadores Iluministas: 8
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão: 9

Estética Iluminista 10

Estética Iluminista ≠ Neoclassicismo 11

O Neoclassicismo(1750-1815)(O_Neoclassicismo): 13
A Arquitetura: 13
Reconstrução da baixa de Lisboa 14

Estilo Palladiano: 15

A Pintura: 16

Jacques-Louis David 17

A Escultura 18

Matriz: 19
● Analisar o contributo cultural e artístico do ambiente de salão, ressaltando o papel

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dinamizador da mulher culta: 19
● Distinguir a importância dos filósofos iluministas enquanto influenciadores do pensamento e
da ação, bem como as repercussões políticas e educativas das suas ideias: 20

● Reconhecer o impacto de A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e os novos


valores de “liberdade”, de “igualdade” e de “fraternidade”. 21

● Explicar de que modo se impôs a estética do Iluminismo. 21

● Reconhecer o papel que o rococó, marcado pela tolerância, liberdade,irreverência e


intimidade, teve no processo de desestruturação do barroco. 21

● Avaliar o impacto da expansão do rococó na arquitetura, na escultura e na pintura, em


Portugal e em Espanha. 22

● Analisar o projeto de reconstrução da Baixa de Lisboa enquanto expoente do


racionalismo iluminista na organização do espaço urbano. 22

● Reconhecer no neoclassicismo o triunfo das concepções iluministas e um desejo de


regresso à ordem clássica, expresso em princípios de moderação, equilíbrio e idealismo, identificando
alguns contributos do neoclassicismo em Portugal. 23

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O Salão(Séc XVIII)( OSalão_1 ):
No reinado de Luís XV, a aristocracia passou a viver no Palácio (Chateau), apesar
do centro da nobreza continuar em Versalhes, Paris gradualmente tornou-se o centro
da vida social. A preocupação vem a centrar-se na decoração dos interiores, concebidos
para enaltecer a exuberância, o requinte, a sensualidade e o intimismo, originando o
Rococó.

A vida social estando centrada no Salão.

“Salões literários” consistiam em reuniões de literatos e de homens de ciência


promovidas por mulheres aristocratas em seus palacetes.

Dois nomes se destacam na França: Madame Geoffrin e Madame de Pompadour.

Através desses Salões ocorreu a divulgação das línguas vivas.

Com o surgimento do Iluminismo o salão passa a ser um dos centros intelectuais


desse movimento.

Torna-se um lugar de sociabilidade, onde nobres e burgueses ricos, letrados e


homens de ciência, se cruzam.

Local de promoção feminina, onde aristocratas cultas, modernas, desafiam as


convenções sociais e acederam aos lugares de cultura, reservados aos homens.

Nessas reuniões, a mulher culta desempenhou um papel fundamental como


dinamizadora e líder intelectual, contribuindo de forma significativa para a vida
cultural e artística da época.

A participação das mulheres nesse tipo de ambiente foi essencial para a


difusão da cultura e das artes. Elas tiveram um papel importante na promoção de
artistas, escritores e filósofos, oferecendo-lhes um espaço para divulgar suas obras e
ideias. Além disso, muitas mulheres eram patronas das artes, financiando a produção de
obras e apoiando a formação de jovens artistas.

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O ambiente de salão também foi um espaço onde as mulheres puderam
desenvolver suas próprias capacidades intelectuais e artísticas. Elas tiveram a
oportunidade de discutir, debater e expor suas próprias opiniões, algo que não era
comum na sociedade patriarcal da época. Isso contribuiu para que muitas mulheres se
destacassem como escritoras, poetas, musicistas e artistas plásticas.

No entanto, é importante destacar que as mulheres cultas dos salões ainda


eram limitadas pelas convenções sociais da época. Elas não tinham acesso à educação
formal, nem podiam exercer profissões tradicionalmente masculinas. Além disso, seu
papel era frequentemente relegado a um segundo plano em relação aos homens, que
eram os verdadeiros líderes intelectuais e artísticos da época.

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O Rococó( 1ª metade do Séc XVIII):
Apesar do Barroco persistir ao serviço das cortes católicas e sociedades
protestantes, o Iluminismo trouxe de volta o equilíbrio e serenidade da arte clássica,
agora chamada Neoclassicismo.

Com a procura francesa de intimidade em seus palacetes anuncia-se um


novo gosto que foi chamado Rococó ou Rocaille, em francês, que surgiu por volta de
1715-20.

Os artistas do Rocaille optaram pelo abrandamento das regras, onde resultam


maior disponibilidade das formas e buscas de novas sínteses, o prazer dos olhos se
tornando critério decisivo.

Os salões dos palacetes encontram-se decorados de forma requintada com


frescos sumptuosos e com ornamentação inspirada em formas vegetais, animais ou
minerais, procurando obter efeitos fantasiosos, expressivos e puramente visuais,
exaltando os prazeres dos sentidos

O nome Rocaille refere-se a um tipo de ornamentação inspirada nas fontes e


grutas artificiais dos jardins, baseada na imitação de rochas, conchas, flores e outros
elementos naturais.

A gramática decorativa do Rococó- elementos vegetalistas e a concha.

Esteticamente tem um espírito tolerante, crítico, irreverente, intimista e


individualista, que caracteriza o Homem do século das luzes. Defendia a criatividade
pessoal, a excentricidade, a improvisação e os prazeres da vida.

A Arquitetura:

Na arquitetura civil podemos observar características como: o salão sendo o


centro das dependências à volta do qual ficam algumas salas secundárias e a escadaria
para o andar superior, onde ficam os aposentos privados. As divisões são arredondadas
e com pavimento em parquet, iluminadas pelas porta-janelas, pelos vários espelhos,
candeeiros e lustres.

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A decoração é feita com diferentes tipos de mobiliário: Cómodas,
contadores, escrivaninhas, poltronas, canapés, em madeiras preciosas, envernizadas,
com incrustações de madrepérola, lacas e bronzes. Em cima eram colocados bibelôs de
prata e porcelana. As paredes são cobertas de decoração com cores claras, misturando-
se com o dourado e prateado das molduras das telas, tapeçarias, frescos e relevos. Os
cantos das paredes desaparecem sob a decoração dos sofitos, que ligam o teto às
paredes.

A Cerâmica tinha grande influência chinesa por conta de sua qualidade


plástica e riqueza decorativa. Vasos, jarras, pratos, chávenas, travessas e terrinas,
chamadas de chinoiseries.

A Pintura:

Os frescos foram substituídos pela pintura mural reduzida a peças/painel em


telas.

Surgiram temáticas como Fête Galante, que eram cenas da vida da sociedade
galante, tendo por fundo parques ou jardins. A pintura mitológica e o retrato se
tornam mais populares.

A técnica do Pastel aparece.

Nas artes decorativas se destaca o azulejo. Que é caracterizada pela


decoração de concheados e pelo regresso da policromia, Lisboa se mantém o grande
centro de produção.

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A escultura:

Algumas características essenciais sendo: Linhas curvas e fluidas em S


estilizados, leveza e graciosidade nos gestos, roupagem sumptuosa, posição elegante e
enquadramento cenográfico.

Madeira, argila, gesso e biscuit voltam a ser utilizados. O biscuit (porcelana


Francesa) sendo o verdadeiro material do rococó.

Como temática mantém-se os temas honoríficos, comemorativos, temas


mitológicos, e temas religiosos.

Um escultor português que se destaca é Machado de Castro.

Na Península Ibérica:

A expansão do Rococó teve um grande impacto na arquitetura, escultura e


pintura em Portugal e Espanha no século XVIII.

Em Portugal, o Rococó foi influenciado pelo estilo francês e se manifestou


em elementos decorativos, tais como ornamentos em estuque, estampagens em madeira
e relevos em mármore. O Palácio Nacional de Queluz, construído entre 1747 e 1780, é
um dos exemplos mais significativos da arquitetura Rococó em Portugal, com seus
jardins exuberantes, a sala do trono, e a capela real.

Já em Espanha, o Rococó teve uma influência significativa na arquitetura


religiosa, como igrejas e capelas, e nas esculturas de igrejas e catedrais. A arquitetura
Rococó espanhola apresentava uma decoração suntuosa e requintada, com detalhes em
ouro, mármore e estuque, bem como pinturas com temas religiosos. A Igreja de San
Francisco de Paula, em Sevilha, é um exemplo notável de arquitetura Rococó em
Espanha.

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A influência do Rococó também se estendeu à pintura em Portugal e
Espanha, onde artistas como Francisco de Goya e Jean-Baptiste Pillement utilizaram
técnicas delicadas e exuberantes para criar obras de arte com temas mitológicos e
religiosos.

Em Portugal, o pintor rococó mais importante foi Vieira Lusitano, que criou
obras de arte para a Igreja de São Roque em Lisboa.

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O Iluminismo :
(séc. XVIII)

O Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu na Europa no século


XVIII e que defendia a razão como meio de libertação dos dogmas e das superstições
que dominavam a época. Dentre os filósofos iluministas, destacam-se pensadores como
Voltaire, Montesquieu, Rousseau, Diderot e Kant, que influenciaram significativamente
o pensamento e a ação de sua época e também tiveram repercussões políticas e
educativas duradouras.

Um dos principais legados dos filósofos iluministas foi a defesa dos direitos
humanos e da liberdade individual. Eles acreditavam que os seres humanos são
capazes de pensar e agir de forma autônoma e que, portanto, não deveriam estar
subjugados a autoridades arbitrárias ou a dogmas religiosos. Essa ideia deu origem a
uma série de movimentos políticos que reivindicavam a democracia e a separação entre
Igreja e Estado.

Além disso, os filósofos iluministas também contribuíram para a criação de


novas concepções educacionais, que valorizavam a razão, a ciência e o pensamento
crítico. Eles acreditavam que a educação deveria ser acessível a todos os seres
humanos, independentemente de sua origem social ou econômica, e que ela deveria ter
como objetivo formar cidadãos capazes de pensar por si mesmos e de contribuir para o
bem comum.

No entanto, é importante lembrar que as ideias dos filósofos iluministas não


foram unânimes e que muitas delas foram criticadas por seus contemporâneos e por
gerações posteriores. Além disso, é preciso destacar que, apesar de suas contribuições,
os filósofos iluministas também estiveram envolvidos em práticas que contrariavam
seus próprios ideais, como a defesa da escravidão e a discriminação de gênero.

Em resumo, os filósofos iluministas foram importantes influenciadores do


pensamento e da ação de sua época, e suas ideias tiveram repercussões políticas e

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educativas duradouras. No entanto, é preciso avaliar de forma crítica suas
contribuições e reconhecer que suas ideias não foram unânimes e que eles também
estiveram envolvidos em práticas contraditórias.

Pensadores Iluministas:

- Voltaire (1694-1778): foi um escritor, filósofo e defensor da liberdade de


pensamento e expressão. Ele lutou contra a intolerância religiosa e a censura, e
defendeu a separação entre Igreja e Estado. Suas obras, como "Cândido", criticam a
intolerância, a hipocrisia e a injustiça.

- Montesquieu (1689-1755): foi um filósofo político que defendeu a


separação dos poderes do Estado em legislativo, executivo e judiciário. Em sua obra "O
Espírito das Leis", ele analisa as diferentes formas de governo e as relações entre os
poderes, e propõe um sistema de equilíbrio de poderes para evitar a tirania.

- Rousseau (1712-1778): foi um filósofo que valorizou a liberdade, a


igualdade e a natureza humana. Ele defendeu que a sociedade corrompe a natureza
humana, e que a verdadeira liberdade só pode ser alcançada em uma sociedade justa e
igualitária. Sua obra "O Contrato Social" propõe um modelo de governo baseado na
vontade geral do povo.

- Diderot (1713-1784): foi um filósofo e escritor que editou a Enciclopédia,


uma obra que reuniu todo o conhecimento da época e se tornou uma das principais
referências da cultura iluminista. Diderot defendeu a razão, a tolerância e a liberdade
de pensamento, e criticou a religião e a superstição.

- Kant (1724-1804): foi um filósofo que propôs uma nova visão sobre a
razão e a moralidade. Ele defendeu que a razão humana é limitada e que o
conhecimento é construído a partir das percepções do mundo. Sua obra "Crítica da

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Razão Pura" analisa os limites do conhecimento humano, enquanto "Fundações da
Metafísica dos Costumes" propõe um modelo de moralidade baseado na razão e na
dignidade humana.

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão:

A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi um documento


histórico que marcou o início da consolidação dos valores modernos de liberdade,
igualdade e fraternidade. Esses valores foram fundamentais para a transformação
política e social da Europa e do mundo, e ainda hoje influenciam as sociedades
democráticas.

O documento foi adotado em 1789 pela Assembleia Nacional Constituinte


francesa, após a Revolução Francesa. Ele estabeleceu uma série de direitos
fundamentais para todos os cidadãos franceses, tais como a liberdade de expressão, a
igualdade perante a lei e o direito à propriedade. A Declaração também proclamou a
soberania popular, estabelecendo que o poder emana do povo.

A adoção da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão representou


uma ruptura com o antigo regime e seus valores absolutistas. Ela abriu caminho para a
construção de uma sociedade mais justa e igualitária, baseada no respeito aos direitos
individuais e à liberdade de expressão. Além disso, o documento estabeleceu as bases
para a construção do Estado de Direito, que se tornou uma das principais conquistas
políticas da modernidade.

Os valores de liberdade, igualdade e fraternidade, proclamados pela


Declaração, tiveram um impacto profundo na história europeia e mundial. Eles se
tornaram os pilares das democracias modernas e dos direitos humanos universais. A
luta por esses valores, muitas vezes, foi marcada por conflitos e tensões, mas, ao longo

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do tempo, eles se tornaram parte integrante do imaginário social e político das
sociedades democráticas.

Estética Iluminista

A estética do Iluminismo foi uma das características mais marcantes desse


movimento cultural e intelectual que floresceu na Europa entre o século XVII e
XVIII. Ela se impôs de várias maneiras e teve um impacto profundo na cultura e nas
artes da época.

O Iluminismo valorizava a razão e o conhecimento científico, e isso se refletia


em sua estética. A arte e a cultura passaram a ser vistas como meios para educar e
instruir as pessoas, em vez de simplesmente entreter ou divertir. A estética do
Iluminismo, portanto, enfatizou a clareza, a simplicidade e a objetividade.

Na arquitetura, por exemplo, o Iluminismo foi marcado pela preferência por


linhas retas, formas geométricas simples e proporções claras. Os edifícios eram
concebidos para serem funcionais e práticos, em vez de grandiosos e ostentatórios. O
palácio de Versalhes, por exemplo, que havia sido construído no século anterior como
símbolo da ostentação real, agora era visto como uma aberração, um exemplo do mau
gosto.

Na pintura, o Iluminismo valorizava a representação objetiva da realidade,


baseada na observação cuidadosa e no conhecimento científico. As pinturas eram
frequentemente retratos, paisagens ou cenas cotidianas, e a luz e a sombra eram
usadas para criar efeitos realistas. Os artistas também usavam cores claras e
brilhantes para enfatizar a clareza e a simplicidade.

Na literatura, o Iluminismo valorizava a clareza e a simplicidade da


linguagem, em contraste com o estilo barroco anterior, que era caracterizado pela
ornamentação e pelo uso excessivo de figuras de linguagem. Os escritores iluministas

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usavam a literatura para disseminar ideias e valores, e a razão era vista como a chave
para a compreensão do mundo.

Em resumo, a estética do Iluminismo se impôs através da valorização da


razão e do conhecimento científico, que se refletiu em uma ênfase na clareza,
simplicidade e objetividade. Essa estética teve um impacto profundo na cultura e nas
artes da época, e suas influências ainda são sentidas hoje em dia.

Estética Iluminista ≠ Neoclassicismo

Tanto o Iluminismo quanto o Neoclassicismo foram movimentos culturais e


artísticos que se desenvolveram na Europa entre os séculos XVII e XVIII. Embora
compartilhem algumas características, existem diferenças significativas entre a estética
do Iluminismo e a do Neoclassicismo.

A estética do Iluminismo enfatizava a razão, a clareza e a simplicidade. Na


arquitetura, por exemplo, o Iluminismo valorizava linhas retas, formas geométricas
simples e proporções claras. Já na pintura, os artistas buscavam representar
objetivamente a realidade, usando a luz e a sombra para criar efeitos realistas. Na
literatura, a ênfase era na clareza e simplicidade da linguagem.

Por outro lado, o Neoclassicismo valorizava a antiguidade clássica, em


particular a arte e a cultura da Grécia e de Roma. Na arquitetura, por exemplo, os
edifícios neoclássicos eram inspirados na arquitetura clássica, com colunas, frontões e
proporções simétricas. Na pintura, os artistas neoclássicos buscavam representar cenas
históricas ou mitológicas, usando cores claras e linhas precisas para criar um efeito de
harmonia e equilíbrio. Na literatura, os escritores neoclássicos usavam temas e formas
inspirados na antiguidade clássica.

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Em resumo, enquanto a estética do Iluminismo enfatizava a razão, a clareza e
a simplicidade, a estética do Neoclassicismo valorizava a antiguidade clássica, com suas
formas e temas. Embora haja alguma sobreposição entre esses movimentos, as
diferenças são significativas e refletem as diferentes preocupações e valores culturais de
cada época.

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O Neoclassicismo(1750-1815)( O_Neoclassicismo ):

O neoclassicismo foi um movimento artístico e cultural que se desenvolveu


na Europa no final do século XVIII e início do século XIX. Este movimento refletiu o
triunfo das conceções iluministas, especialmente na França, onde a revolução francesa
estabeleceu novos princípios de liberdade, igualdade e fraternidade.

O neoclassicismo caracteriza-se por um desejo de regresso à ordem clássica e


por princípios de moderação, equilíbrio e idealismo. Esta estética clássica refletiu
os ideais iluministas de razão, ordem e proporcionalidade, bem como uma rejeição do
excesso e da extravagância barroca e rococó.

Em Portugal, o neoclassicismo teve um impacto significativo na arquitetura,


escultura e pintura. O Palácio Nacional de Queluz é um exemplo notável de arquitetura
neoclássica em Portugal, com suas fachadas simétricas, colunas clássicas e decoração
austera.

Na escultura, destaca-se a obra de Joaquim Machado de Castro, que


incorporou elementos neoclássicos em sua obra, como a utilização de temas
mitológicos e a representação de figuras em poses clássicas.

Na pintura, o neoclassicismo também deixou sua marca, com artistas como


Domingos Sequeira e Vieira Portuense produzindo obras com temas clássicos e uma
técnica mais precisa e equilibrada.

A Arquitetura:

A estética neoclássica baseou-se nos princípios da Antiguidade Clássica,


especialmente da Grécia e de Roma, e refletiu os ideais iluministas de razão, ordem e
proporcionalidade.

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Os edifícios neoclássicos são geralmente caracterizados por suas formas
simétricas, linhas retas e simples, e pela utilização de colunas clássicas, frontões e
relevos esculpidos. O estilo neoclássico valorizou a simplicidade e a clareza, inspirado
pela crença de que a arquitetura deveria servir à função e não ser excessivamente
decorativa.

Na Europa, a arquitetura neoclássica foi fortemente influenciada pelas


descobertas arqueológicas nas cidades antigas de Herculano e Pompéia, que
reacenderam o interesse pela arquitetura e arte clássicas. Em Paris, a construção da
igreja de Sainte-Geneviève, atualmente conhecida como Panthéon, e a reestruturação
da Praça da Concórdia, são exemplos notáveis da arquitetura neoclássica.

Em resumo, a arquitetura neoclássica foi um movimento arquitetônico que


valorizou a simplicidade, a clareza e a ordem, inspirado pelos ideais iluministas e pelos
princípios da Antiguidade Clássica. Na Europa, a arquitetura neoclássica foi
influenciada pelas descobertas arqueológicas nas cidades antigas, enquanto em Portugal
teve um papel importante na reconstrução da Baixa de Lisboa após o terremoto de
1755.

Reconstrução da baixa de Lisboa

O projeto de reconstrução da Baixa de Lisboa, após o grande terremoto de


1755, foi um exemplo marcante do racionalismo iluminista na organização do espaço
urbano. O terremoto destruiu grande parte da cidade e deixou uma oportunidade para
uma reconstrução planejada e organizada.

O projeto de reconstrução foi liderado pelo Marquês de Pombal, que trouxe


ideias de urbanismo moderno da França e da Inglaterra para o processo de
reconstrução. O plano para a Baixa de Lisboa incluiu a construção de ruas largas e
retas, praças abertas e edifícios padronizados em estilo neoclássico. O projeto

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também incluiu medidas de segurança, como a introdução de edifícios resistentes a
terremotos e a organização de uma brigada de incêndio.

O plano da Baixa de Lisboa refletia a ênfase do racionalismo iluminista na


ordem e na funcionalidade. A reconstrução da Baixa foi realizada com o objetivo de
facilitar o comércio e o transporte na cidade, bem como para melhorar a qualidade de
vida dos habitantes. A ideia de um espaço urbano organizado e racionalmente
planejado era vista como um símbolo de progresso e modernidade.

O projeto de reconstrução da Baixa de Lisboa tornou-se um modelo para


outras cidades europeias que enfrentaram situações semelhantes, sendo reconhecido
internacionalmente como uma obra-prima de urbanismo. Além disso, a reconstrução
da Baixa de Lisboa marcou uma nova era na história da cidade, que se tornou um
centro cultural, comercial e turístico importante na Europa.

Estilo Palladiano:

O estilo Palladiano é um movimento arquitetônico que surgiu na Inglaterra


do século XVIII, inspirado nas obras do arquiteto italiano Andrea Palladio
(1508-1580). O estilo é caracterizado pela utilização de elementos clássicos da
arquitetura grega e romana, como frontões, colunas, cúpulas e arcos.

O estilo Palladiano valorizava a simetria, a proporção e a ordem nas


construções, buscando uma harmonia entre os elementos arquitetônicos e o meio
ambiente. As construções eram geralmente espaçosas, com ambientes bem definidos, e
utilizavam materiais nobres, como a pedra, o mármore e o granito.

O estilo Palladiano teve grande influência na arquitetura inglesa,


especialmente na construção de palácios, residências e edifícios públicos. Algumas das
principais obras do estilo Palladiano na Inglaterra incluem o palácio de Buckingham,
em Londres, e a casa Chiswick, em Middlesex.

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O estilo também teve influência na arquitetura americana, especialmente na
construção de edifícios públicos, como o Capitólio dos Estados Unidos, em Washington
DC, e a Biblioteca Pública de Nova York.

Em resumo, o estilo Palladiano é um movimento arquitetônico que se


inspirou nas obras do arquiteto italiano Andrea Palladio e valorizou a utilização de
elementos clássicos da arquitetura grega e romana, buscando a harmonia entre os
elementos arquitetônicos e o meio ambiente. O estilo teve grande influência na
arquitetura inglesa e americana, especialmente na construção de palácios, residências e
edifícios públicos.

O estilo Palladiano teve alguma influência em Portugal. Algumas obras


arquitetónicas que podem ser identificadas como Palladianas em Portugal incluem o
Palácio de Queluz, a Capela de São Roque em Lisboa e a Igreja de São Francisco em
Évora. Além disso, a influência do estilo Palladiano pode ser vista em alguns palácios e
residências particulares construídos na época, como a Quinta da Boa Vista em Sintra.
O estilo também se refletiu em outros aspectos da cultura portuguesa, como na pintura,
escultura e decoração de interiores.

A Pintura:

Os artistas neoclássicos procuravam retratar temas históricos e mitológicos


com precisão e objetividade, em contraste com a exuberância e a ornamentação do
rococó. As pinturas neoclássicas são geralmente caracterizadas pela representação de
figuras em poses clássicas, pelos contornos precisos e pelos fundos simples.

Os artistas neoclássicos utilizavam técnicas clássicas, como o desenho a


carvão e a tinta sépia, e valorizavam a iluminação dramática, a sombra e a perspectiva.
Alguns dos principais artistas neoclássicos incluem Jacques-Louis David,
Jean-Auguste-Dominique Ingres e Angelica Kauffman.

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Em Paris, a obra de Jacques-Louis David foi um dos principais exemplos da
pintura neoclássica, com seus retratos históricos precisos e monumentais.

Em Portugal, a pintura neoclássica teve um papel significativo no


desenvolvimento da arte no século XIX. O artista português Domingos Sequeira é um
dos principais exemplos da pintura neoclássica em Portugal, com suas pinturas
históricas e retratos precisos e realistas.

Em resumo, a pintura neoclássica foi um estilo artístico que valorizou a


precisão, a objetividade e a representação de temas históricos e mitológicos com base
nos princípios da Antiguidade Clássica. Na Europa, a pintura neoclássica foi
influenciada pelas descobertas arqueológicas nas cidades antigas, enquanto em Portugal
teve um papel significativo no desenvolvimento da arte no século XIX.

Jacques-Louis David

Jacques-Louis David (1748-1825) foi um pintor francês que se destacou


como um dos principais expoentes do neoclassicismo. David foi influenciado pelas
ideias iluministas e pela Antiguidade Clássica, e sua obra reflete uma ênfase na razão,
na simplicidade, no idealismo e na precisão.

Algumas de suas obras mais conhecidas incluem "A Morte de Marat", um


retrato do líder revolucionário Jean-Paul Marat assassinado em sua banheira durante a
Revolução Francesa, e "O Juramento dos Horácios", que retrata três irmãos romanos
jurando defender sua cidade contra os albaneses em uma batalha. David também pintou
retratos de líderes da Revolução Francesa, como Robespierre e Napoleão Bonaparte.

David teve um papel importante na formação da estética neoclássica e


influenciou muitos artistas em sua época e nas gerações seguintes. Sua obra contribuiu
para a criação de uma nova linguagem visual que refletia os ideais da Revolução
Francesa e do Iluminismo, e seu legado continua a ser estudado e apreciado na história
da arte.

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A Escultura

O estilo foi marcado por uma ênfase na idealização e na representação do corpo


humano de maneira precisa e realista. Os escultores neoclássicos procuraram expressar
a beleza, a perfeição e a harmonia através da utilização de proporções matemáticas
precisas, simetria e equilíbrio.

Na escultura neoclássica em Portugal, destacam-se algumas obras importantes,


como o monumento equestre a D. José I, de Joaquim Machado de Castro, localizado na
Praça do Comércio, em Lisboa, e o grupo escultórico "A Morte de Abel", de Francisco
Xavier Machado, localizado na Igreja de São Francisco, também em Lisboa. Além disso,
muitas outras obras escultóricas neoclássicas podem ser encontradas em igrejas, museus
e outros locais públicos em Portugal. A escultura neoclássica teve um papel importante
na arte e cultura portuguesa do século XVIII e XIX, e influenciou muitos artistas e
escultores em todo o mundo.

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Matriz:
● Analisar o contributo cultural e artístico do ambiente de
salão, ressaltando o papel dinamizador da mulher culta:

O salão contribuiu para que o conhecimento fosse compartilhado. E com os


salões e o compartilhamento de ideias e conhecimentos, o iluminismo surgiu. As
mulheres aristocratas agora fazendo parte de locais de cultura, antes reservados aos
homens.

Em resumo, o ambiente de salão foi um espaço cultural e artístico muito


importante na Europa dos séculos XVII e XVIII, e as mulheres cultas desempenharam
um papel fundamental como dinamizadoras e líderes intelectuais. Elas contribuíram
significativamente para a difusão da cultura e das artes, além de terem desenvolvido
suas próprias capacidades intelectuais e artísticas. No entanto, é importante lembrar
que elas ainda eram limitadas pelas convenções sociais da época e que seu papel era
frequentemente relegado a um segundo plano em relação aos homens.

● Distinguir a importância dos filósofos iluministas enquanto


influenciadores do pensamento e da ação, bem como as
repercussões políticas e educativas das suas ideias:

Os filósofos iluministas foram importantes influenciadores do pensamento e da


ação no século XVIII. Eles enfatizavam a razão e a ciência como fontes de
conhecimento, defendiam a liberdade individual, o progresso e a igualdade social. Suas
ideias tiveram repercussões políticas e educativas significativas, influenciando a
Revolução Francesa e outros movimentos políticos e sociais ao redor do mundo. Os
ideais iluministas levaram à adoção de constituições democráticas, à separação dos
poderes, ao fim do absolutismo e à luta contra a discriminação e a desigualdade social.
Na educação, os iluministas defendiam a educação para todos, a liberdade acadêmica e
a busca do conhecimento científico. Em resumo, os filósofos iluministas foram

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importantes agentes de mudança na história da humanidade, cujas ideias influenciaram
profundamente a política, a cultura e a educação em todo o mundo.

● Reconhecer o impacto de A Declaração dos Direitos do


Homem e do Cidadão e os novos valores de “liberdade”, de
“igualdade” e de “fraternidade”.

A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi um marco histórico que


estabeleceu os valores modernos de liberdade, igualdade e fraternidade. Ela representou
uma ruptura com o antigo regime e seus valores absolutistas, abrindo caminho para a
construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Seus princípios fundamentais
tiveram um impacto profundo na história europeia e mundial, tornando-se os pilares
das democracias modernas e dos direitos humanos universais.

● Explicar de que modo se impôs a estética do Iluminismo.

A estética do Iluminismo se impôs através da valorização da razão e do


conhecimento científico, que se refletiu em uma ênfase na clareza, simplicidade e
objetividade. Essa estética teve um impacto profundo na cultura e nas artes da época, e
suas influências ainda são sentidas hoje em dia.

● Reconhecer o papel que o rococó, marcado pela tolerância,


liberdade,irreverência e intimidade, teve no processo de
desestruturação do barroco.

Uma das principais características do Rococó era a leveza e a delicadeza dos


elementos decorativos, com linhas curvas e sinuosas e cores claras e suaves. Ao
contrário do Barroco, que era grandioso e imponente, o Rococó era intimista e pessoal,

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caracterizado por um estilo elegante e refinado que buscava celebrar a beleza da vida
cotidiana.

O Rococó também foi marcado pela tolerância, liberdade e irreverência, e


expressava um senso de humor e uma atitude hedonista em relação à vida. Em vez de
enfatizar a rigidez e a ordem do Barroco, o Rococó celebrava a liberdade e a expressão
individual, encorajando a experimentação e a originalidade.

Com essas características, o Rococó contribuiu para a desestruturação do


Barroco, que se tornou associado a um estilo mais antigo e conservador. O Rococó
representou uma mudança na sensibilidade artística e cultural, oferecendo uma
alternativa mais leve e alegre ao estilo anterior. Isso não significa que o Rococó tenha
eliminado completamente o Barroco, mas sim que ele contribuiu para a diversificação
da arte e da cultura, abrindo caminho para novos estilos e tendências.

● Avaliar o impacto da expansão do rococó na arquitetura,


na escultura e na pintura, em Portugal e em Espanha.

Em geral, a expansão do Rococó na arquitetura, escultura e pintura em


Portugal e Espanha representou uma mudança significativa em relação ao Barroco
anterior, caracterizado por uma decoração mais pesada e dramática. O Rococó trouxe
uma sensibilidade mais delicada, com foco na ornamentação e na exuberância, que se
tornou popular em toda a Europa no século XVIII.

● Analisar o projeto de reconstrução da Baixa de Lisboa


enquanto expoente do racionalismo iluminista na organização
do espaço urbano.

O projeto de reconstrução da Baixa de Lisboa representa um exemplo notável


do racionalismo iluminista na organização do espaço urbano. O plano refletia a ênfase
do iluminismo na ordem e na funcionalidade, bem como a ideia de que um espaço
urbano organizado e racionalmente planejado era um símbolo de progresso e

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modernidade. A reconstrução da Baixa de Lisboa tornou-se um modelo para outras
cidades europeias e marcou uma nova era na história da cidade.

● Reconhecer no neoclassicismo o triunfo das concepções


iluministas e um desejo de regresso à ordem clássica, expresso
em princípios de moderação, equilíbrio e idealismo,
identificando alguns contributos do neoclassicismo em Portugal.

O neoclassicismo representou um triunfo das concepções iluministas e um


desejo de regresso à ordem clássica. O movimento refletiu os ideais de razão, ordem e
proporcionalidade, bem como uma rejeição do excesso e da extravagância barroca e
rococó. Em Portugal, o neoclassicismo deixou sua marca na arquitetura, escultura e
pintura, com obras notáveis como o Palácio Nacional de Queluz e a obra de Joaquim
Machado de Castro e Domingos Sequeira.

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