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RESUMO | MASTERCLASS ARQUITETURA BRASILEIRA | REALIZADA NO DIA 19/02/2023

CONTEÚDO GRATUITO SEM DIREITOS AUTORAIS


PROF. BRUNO PERENHA

ARQUITETURA VERNACULAR INDÍGENA

Figura 1 - Construção de maloca de homens da comunidade xinguano Kuikuro. Fonte: Wikimedia Commons.

A arquitetura vernacular indígena no Brasil é profundamente influenciada pelo ambiente natural e


pelas tradições culturais das diversas etnias indígenas que habitam o território brasileiro. Embora
haja uma grande diversidade de estilos arquitetônicos entre os povos indígenas, algumas
características comuns podem ser observadas em suas construções, especialmente nas malocas, que
são estruturas tradicionais de moradia.

Materiais Naturais: As construções indígenas são geralmente feitas com materiais disponíveis
localmente, como madeira, palha, bambu, barro e folhas de palmeiras. Esses materiais são
escolhidos por sua abundância na região e por suas propriedades naturais de isolamento térmico e
resistência.

Flexibilidade e Adaptabilidade: A arquitetura indígena muitas vezes é flexível e adaptável às


condições climáticas e às necessidades da comunidade. Por exemplo, algumas malocas são
construídas de forma temporária e podem ser desmontadas e reconstruídas em outro local
conforme a comunidade se desloca.

Formato Circular ou Oval: As malocas, estruturas de moradia comuns entre várias tribos indígenas,
frequentemente apresentam um formato circular ou oval. Esse design pode facilitar a circulação de
ar e promover uma distribuição equitativa da luz natural dentro da estrutura.
Cobertura de Palha ou Folhas: O telhado das malocas é tipicamente feito de palha, folhas de
palmeiras ou outros materiais vegetais. Essa cobertura ajuda a proteger o interior da estrutura da
chuva e do sol, além de proporcionar isolamento térmico.

Espaço Comunal: Muitas malocas são projetadas para abrigar várias famílias ou mesmo toda uma
comunidade. Elas frequentemente incluem um espaço central compartilhado para atividades
comunitárias, como cerimônias, rituais e reuniões.

Integração com o Ambiente: A arquitetura indígena valoriza a integração harmoniosa com o


ambiente natural. As construções são concebidas de forma a minimizar o impacto ambiental e a
preservar a paisagem circundante.

As malocas são símbolos importantes da identidade cultural e da tradição das comunidades


indígenas no Brasil. Elas representam não apenas um espaço físico de moradia, mas também um
centro de vida comunitária e espiritualidade, refletindo a profunda conexão entre os povos indígenas
e a terra.

ARQUITETURA COLONIAL

Figura 2 - Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo em São Miguel das Missões, RS. Fonte: Wikimedia Commons.

A história da arquitetura brasileira remonta à chegada dos colonizadores portugueses no século XVI,
que trouxeram consigo influências arquitetônicas europeias, principalmente do estilo renascentista e
barroco. As primeiras estruturas construídas foram as feitorias, estabelecimentos comerciais e
defensivos erguidos ao longo da costa para proteger e facilitar o comércio com o Novo Mundo.

As Capitanias Hereditárias foram importantes para o povoamento e urbanismo no Brasil colonial,


incentivando a fundação de vilas e cidades, distribuindo terras para agricultura e promovendo o
crescimento demográfico e miscigenação. Já as reduções jesuíticas foram aldeamentos criados pelos
jesuítas para catequizar os povos indígenas, introduzindo princípios de planejamento urbano e
arquitetura europeia nas comunidades nativas. Ambas contribuíram para a formação do ambiente
construído e da sociedade colonial brasileira.
Os fortes, como o Forte Orange, foram construídos para proteger as terras recém-descobertas dos
invasores estrangeiros e de povos nativos hostis. Essas estruturas combinavam elementos defensivos
com a arquitetura militar típica da época, caracterizada por muralhas, torres, baluartes e fosso.

Com o estabelecimento das primeiras cidades, como Salvador, Rio de Janeiro, Olinda e Recife, a
arquitetura colonial brasileira começou a florescer. As ruas estreitas, os sobrados, as igrejas e os
conventos tornaram-se características marcantes dessas cidades. A influência barroca também se fez
presente na arquitetura religiosa, com igrejas ricamente ornamentadas, como a Igreja de São
Francisco de Assis em Ouro Preto e a Igreja e Convento de São Francisco em João Pessoa.

ARQUITETURA DO IMPÉRIO

Figura 3 - Pinacoteca do Estado de São Paulo. Fonte: Wikimedia Commons.

Durante o período do Brasil Império (1822-1889), houve uma série de transformações na arquitetura
brasileira, influenciadas por eventos históricos, movimentos artísticos e pela chegada de profissionais
estrangeiros, como a Missão Francesa.

A chegada da Missão Francesa em 1816, liderada pelo arquiteto Grandjean de Montigny, teve um
impacto significativo na arquitetura brasileira. Montigny e sua equipe introduziram princípios
neoclássicos na construção civil brasileira, promovendo um estilo arquitetônico mais sóbrio e
simétrico, inspirado na arquitetura clássica greco-romana. Esse estilo foi adotado em edifícios
governamentais, palácios, igrejas e residências particulares.

O neoclassicismo tornou-se dominante na arquitetura do Brasil Imperial, refletindo a busca por uma
identidade nacional associada aos valores da civilização clássica. Exemplos notáveis desse período
incluem o Palácio Imperial do Rio de Janeiro, o Teatro Amazonas em Manaus e o Palácio da Alvorada
em Brasília.

Além do neoclassicismo, também surgiram movimentos revivalistas que buscavam resgatar estilos
arquitetônicos do passado. O ecletismo, por exemplo, foi uma tendência que ganhou força no final
do século XIX, caracterizada pela mistura de elementos de diferentes estilos históricos em uma única
estrutura. Isso levou a uma grande diversidade na arquitetura brasileira, com edifícios que
combinavam elementos neoclássicos, góticos, renascentistas e barrocos.

Um exemplo marcante da arquitetura do ferro no Brasil é a Estação da Luz em São Paulo, projetada
pelo arquiteto inglês Charles Henry Driver e inaugurada em 1867. Esta estação ferroviária é um
excelente exemplo de como o ferro foi utilizado na construção de estruturas arquitetônicas durante o
século XIX, permitindo grandes vãos e uma estética industrial.

Já o arquiteto Ramos de Azevedo foi um dos principais representantes do ecletismo em São Paulo,
deixando um legado significativo na cidade. Suas obras incluem o Teatro Municipal de São Paulo, o
Palácio das Indústrias e o Palácio das Escolas Artísticas, entre outros. Ramos de Azevedo foi
responsável por projetar muitos dos edifícios emblemáticos que definiram a paisagem urbana da São
Paulo do final do século XIX e início do século XX, contribuindo para a consolidação da cidade como
um importante centro cultural e econômico do Brasil.

ARQUITETURA DO PERÍODO REPUBLICANO

Figura 4 - Casa Modernista (Rua Santa Cruz). Fonte: Wikimedia Commons.

O modernismo na arquitetura teve sua gênese na Europa no início do século XX, com movimentos
como a Bauhaus na Alemanha e arquitetos visionários como Le Corbusier e Ludwig Mies van der
Rohe. A Bauhaus, fundada por Walter Gropius em 1919, foi uma escola que revolucionou a forma
como se pensava o design e a arquitetura, buscando uma integração entre arte, tecnologia e
funcionalidade, fazendo tabula rasa de anos de tradição arquitetônica. Le Corbusier e Mies van der
Rohe foram pioneiros do movimento moderno, defendendo ideias como a funcionalidade, a
simplicidade e a valorização do espaço sem interferências estruturais.

Le Corbusier teve uma influência significativa na arquitetura brasileira, especialmente durante a


concepção do Ministério da Educação e Saúde, conhecido como Gustavo Capanema, no Rio de
Janeiro. Esse edifício é considerado um marco do modernismo no Brasil, incorporando as ideias de Le
Corbusier sobre os cinco pontos da arquitetura moderna.
O arquiteto que vai ser um dos responsáveis pela chegada do modernismo no Brasil é Gregori
Gregori Warchavchik. Warchavchik nasceu em 1896, na Ucrânia, e emigrou para o Brasil em 1923. Ele
trouxe consigo as influências do construtivismo russo e do movimento moderno europeu. Em 1927,
ele projetou e construiu sua própria casa, conhecida como Casa Modernista, em São Paulo. Este
projeto é considerado o primeiro exemplo de arquitetura modernista no Brasil.

O arquiteto brasileiro mais associado ao modernismo é Oscar Niemeyer, cujo trabalho mais
emblemático é o Conjunto Arquitetônico da Pampulha em Belo Horizonte, concluído na década de
1940. Este complexo inclui uma igreja, um cassino, uma casa de baile e um clube, todos
caracterizados por formas curvilíneas e inovadoras que desafiavam as convenções da época.

Com a ascensão de Juscelino Kubitschek à presidência do Brasil em 1956, surgiu a ideia de construir
uma nova capital para o país, longe do litoral e com o objetivo de promover o desenvolvimento do
interior. Brasília foi idealizada como um projeto modernista, com o urbanista Lúcio Costa responsável
pelo plano piloto e Niemeyer encarregado dos principais edifícios públicos.

No entanto, muitas das ideias por trás do planejamento de Brasília, incluindo a separação funcional
das áreas urbanas e a predominância do automóvel, refletiam os princípios do Congresso
Internacional de Arquitetura Moderna (CIAM) e da Carta de Atenas, que foram posteriormente
criticados por urbanistas como Jane Jacobs e Jan Gehl. Esses críticos argumentavam que o
planejamento modernista negligenciava a vitalidade das comunidades locais e favorecia uma
abordagem top-down que não levava em conta as necessidades reais das pessoas.

Apesar das críticas ao seu planejamento inicial, Brasília continua sendo um marco arquitetônico e
urbanístico, reconhecido internacionalmente por sua audácia e originalidade. A cidade foi
inaugurada em 1960 e, desde então, tem sido um símbolo do modernismo brasileiro e um
testemunho da visão e do talento de seus criadores.

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