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Figura 1 - Construção de maloca de homens da comunidade xinguano Kuikuro. Fonte: Wikimedia Commons.
Materiais Naturais: As construções indígenas são geralmente feitas com materiais disponíveis
localmente, como madeira, palha, bambu, barro e folhas de palmeiras. Esses materiais são
escolhidos por sua abundância na região e por suas propriedades naturais de isolamento térmico e
resistência.
Formato Circular ou Oval: As malocas, estruturas de moradia comuns entre várias tribos indígenas,
frequentemente apresentam um formato circular ou oval. Esse design pode facilitar a circulação de
ar e promover uma distribuição equitativa da luz natural dentro da estrutura.
Cobertura de Palha ou Folhas: O telhado das malocas é tipicamente feito de palha, folhas de
palmeiras ou outros materiais vegetais. Essa cobertura ajuda a proteger o interior da estrutura da
chuva e do sol, além de proporcionar isolamento térmico.
Espaço Comunal: Muitas malocas são projetadas para abrigar várias famílias ou mesmo toda uma
comunidade. Elas frequentemente incluem um espaço central compartilhado para atividades
comunitárias, como cerimônias, rituais e reuniões.
ARQUITETURA COLONIAL
Figura 2 - Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo em São Miguel das Missões, RS. Fonte: Wikimedia Commons.
A história da arquitetura brasileira remonta à chegada dos colonizadores portugueses no século XVI,
que trouxeram consigo influências arquitetônicas europeias, principalmente do estilo renascentista e
barroco. As primeiras estruturas construídas foram as feitorias, estabelecimentos comerciais e
defensivos erguidos ao longo da costa para proteger e facilitar o comércio com o Novo Mundo.
Com o estabelecimento das primeiras cidades, como Salvador, Rio de Janeiro, Olinda e Recife, a
arquitetura colonial brasileira começou a florescer. As ruas estreitas, os sobrados, as igrejas e os
conventos tornaram-se características marcantes dessas cidades. A influência barroca também se fez
presente na arquitetura religiosa, com igrejas ricamente ornamentadas, como a Igreja de São
Francisco de Assis em Ouro Preto e a Igreja e Convento de São Francisco em João Pessoa.
ARQUITETURA DO IMPÉRIO
Durante o período do Brasil Império (1822-1889), houve uma série de transformações na arquitetura
brasileira, influenciadas por eventos históricos, movimentos artísticos e pela chegada de profissionais
estrangeiros, como a Missão Francesa.
A chegada da Missão Francesa em 1816, liderada pelo arquiteto Grandjean de Montigny, teve um
impacto significativo na arquitetura brasileira. Montigny e sua equipe introduziram princípios
neoclássicos na construção civil brasileira, promovendo um estilo arquitetônico mais sóbrio e
simétrico, inspirado na arquitetura clássica greco-romana. Esse estilo foi adotado em edifícios
governamentais, palácios, igrejas e residências particulares.
O neoclassicismo tornou-se dominante na arquitetura do Brasil Imperial, refletindo a busca por uma
identidade nacional associada aos valores da civilização clássica. Exemplos notáveis desse período
incluem o Palácio Imperial do Rio de Janeiro, o Teatro Amazonas em Manaus e o Palácio da Alvorada
em Brasília.
Além do neoclassicismo, também surgiram movimentos revivalistas que buscavam resgatar estilos
arquitetônicos do passado. O ecletismo, por exemplo, foi uma tendência que ganhou força no final
do século XIX, caracterizada pela mistura de elementos de diferentes estilos históricos em uma única
estrutura. Isso levou a uma grande diversidade na arquitetura brasileira, com edifícios que
combinavam elementos neoclássicos, góticos, renascentistas e barrocos.
Um exemplo marcante da arquitetura do ferro no Brasil é a Estação da Luz em São Paulo, projetada
pelo arquiteto inglês Charles Henry Driver e inaugurada em 1867. Esta estação ferroviária é um
excelente exemplo de como o ferro foi utilizado na construção de estruturas arquitetônicas durante o
século XIX, permitindo grandes vãos e uma estética industrial.
Já o arquiteto Ramos de Azevedo foi um dos principais representantes do ecletismo em São Paulo,
deixando um legado significativo na cidade. Suas obras incluem o Teatro Municipal de São Paulo, o
Palácio das Indústrias e o Palácio das Escolas Artísticas, entre outros. Ramos de Azevedo foi
responsável por projetar muitos dos edifícios emblemáticos que definiram a paisagem urbana da São
Paulo do final do século XIX e início do século XX, contribuindo para a consolidação da cidade como
um importante centro cultural e econômico do Brasil.
O modernismo na arquitetura teve sua gênese na Europa no início do século XX, com movimentos
como a Bauhaus na Alemanha e arquitetos visionários como Le Corbusier e Ludwig Mies van der
Rohe. A Bauhaus, fundada por Walter Gropius em 1919, foi uma escola que revolucionou a forma
como se pensava o design e a arquitetura, buscando uma integração entre arte, tecnologia e
funcionalidade, fazendo tabula rasa de anos de tradição arquitetônica. Le Corbusier e Mies van der
Rohe foram pioneiros do movimento moderno, defendendo ideias como a funcionalidade, a
simplicidade e a valorização do espaço sem interferências estruturais.
O arquiteto brasileiro mais associado ao modernismo é Oscar Niemeyer, cujo trabalho mais
emblemático é o Conjunto Arquitetônico da Pampulha em Belo Horizonte, concluído na década de
1940. Este complexo inclui uma igreja, um cassino, uma casa de baile e um clube, todos
caracterizados por formas curvilíneas e inovadoras que desafiavam as convenções da época.
Com a ascensão de Juscelino Kubitschek à presidência do Brasil em 1956, surgiu a ideia de construir
uma nova capital para o país, longe do litoral e com o objetivo de promover o desenvolvimento do
interior. Brasília foi idealizada como um projeto modernista, com o urbanista Lúcio Costa responsável
pelo plano piloto e Niemeyer encarregado dos principais edifícios públicos.
No entanto, muitas das ideias por trás do planejamento de Brasília, incluindo a separação funcional
das áreas urbanas e a predominância do automóvel, refletiam os princípios do Congresso
Internacional de Arquitetura Moderna (CIAM) e da Carta de Atenas, que foram posteriormente
criticados por urbanistas como Jane Jacobs e Jan Gehl. Esses críticos argumentavam que o
planejamento modernista negligenciava a vitalidade das comunidades locais e favorecia uma
abordagem top-down que não levava em conta as necessidades reais das pessoas.
Apesar das críticas ao seu planejamento inicial, Brasília continua sendo um marco arquitetônico e
urbanístico, reconhecido internacionalmente por sua audácia e originalidade. A cidade foi
inaugurada em 1960 e, desde então, tem sido um símbolo do modernismo brasileiro e um
testemunho da visão e do talento de seus criadores.
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