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ARQUITETURA VERNACULAR NAS REGIÕES DO ALTO E MÉDIO

JEQUITINHONHA

MARTINS, RÉGIS E. (1); DANGELO, ANDRÉ GUILHERME DORNELLES.

1. UFMG. NPGAU - Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo


Rua Paraíba, 697 – sala 300 | Funcionários | 30130-140 | Belo Horizonte – MG
E-mail: regisemartins@gmail.com

2. UFMG. Departamento de Análise Crítica e Histórica da Escola de Arquitetura da UFMG


Rua Paraíba, 697 – sala 300 | Funcionários | 30130-140 | Belo Horizonte – MG
E-mail: andregddangelo@gmail.com

RESUMO
A arquitetura colonial mineira tem sido objeto de diversos estudos ao longo do tempo; no entanto, ao
se buscar um aprofundamento sobre essa temática percebe-se a escassez de estudos, que tratem da
arquitetura vernacular, produzida no período colonial brasileiro, no sentido de compreender suas
particularidades e ir além da bibliografia tradicional construída sobre o assunto. Mesmo com os
estudos elaborados por Sylvio de Vasconcellos, Güinter Weimer e as Revistas do SPHAN, entre
outros, ainda falta lançar luz sobre o tema a fim de trata-lo além da forma generalista como foram
trabalhados. Faltam estudos mais abrangentes, que possam explorar as particularidades e
características de soluções estéticas e construtivas de cada região. Isso permitiria apontar relações
entre tipologias arquitetônicas e construtivas específicas de cada povoado e cidade e, até mesmo,
tratar das relações das edificações com o meio urbano das quais faziam parte. No caso brasileiro falta
avançar mais sobre a arquitetura difundida fora das cidades tombadas. Esse contexto de investigação
precisa ser estendido aos locais onde não há o mesmo tratamento do ponto de vista patrimonial,
como em Couto de Magalhães, São Gonçalo do Rio Preto, Minas Novas, Chapada do Norte, por
exemplo. Alguns elementos são comuns na arquitetura na região citada, como a adoção preferencial
do adobe em conjunto das estruturas de madeira como recurso para as paredes externas, enquanto
as internas foram produzidas com pau-a-pique. Do mesmo modo, as fachadas acabaram por
incorporar os recursos para acabamento adotados na arquitetura de Diamantina e Serro, às vezes,
substituindo os cunhais emoldurados com madeira por argamassa de cal e areia e os frisos pintados
abaixo das cimalhas por peças de madeira talhada com elementos repetitivos. Isso se soma ao
contexto de urbanização, que seguindo linhas menos limitadoras que dos núcleos mineradores,
permitem soluções com fachadas menos estreitas e, até mesmo, com gabaritos incomuns como o
“sobradão” de Minas Novas. A investigação em curso, para o doutorado em Programa de Pós-
Graduação em Arquitetura e Urbanismo da UFMG (NPGAU), propõe identificar, catalogar e analisar a
arquitetura vernácula ainda possível de se encontrar em cidades citadas. Nela tentar-se-á uma
investigação fundamentada além da simples descrição e documentação imagética, mas baseada na
compreensão da arquitetura como meio de apropriação do espaço e dos meios que lhe circunda. tão
genérico como convencionalmente tem se entendido por meio do estado da arte atual.

Palavras-chave: Arquitetura Vernacular; Vale do Jequitinhonha; História da Arquitetura.


V SEMINÁRIO IBERO-AMAERICANO ARQUITETURA E DOCUMENTAÇÃO
BELO HORIZONTE – DE 24 A 26 DE Outubro de 2017
ARQUITETURA VERNACULAR NAS REGIÕES DO ALTO E MÉDIO
JEQUITINHONHA – Primeiros aspectos para a constituição de uma
pesquisa

Ensaio sobre o Estado da Arte Relacionado à Arquitetura Vernacular Colonial

A arquitetura colonial tem sido fruto de diversos estudos ao longo do tempo, sendo, até hoje,
um universo rico para os pesquisadores nos campos da história da arquitetura e do
patrimônio cultural. Desde a incursões de estudo patrocinadas por José Mariano Filho e
Ricardo Severo, na consolidação do estilo colonial no início do século XX (Pinheiro, 2014),
diversos trabalhos vêm lendo e relendo as principais características das obras produzidas
durante o apogeu da exploração do ouro e diamantes nas terras mineiras. Nesse percurso,
podem-se destacar diversos autores que exploraram esse tema, José Wasth Rodrigues
(Documentário Arquitetônico), Lucio Costa (em textos diversos), Sylvio de Vasconcellos (Vila
Rica, Sistemas Construtivos, etc.), Germain Bazin (A Arquitetura Religiosa Barroca no
Brasil, Barroco e Rococó, etc.), John Bury (Arquitetura e Arte no Período Colonial), além de
boa parte a ação inicial do IPHAN nas Revistas do Serviço do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional, que tinha as investigações locais como corriqueiras.

Mais recentemente, alguns pesquisadores como Günter Weimer (Arquitetura Popular


Brasileira) e Francisco R. Mendes, Francisco Veríssimo e William Bittar (Arquitetura no
Brasil vol. 1 e 2), mesmo não sendo obras específicas sobre a arquitetura mineira,
percorrem por seus textos uma abordagem generalista sobre o tema e, sem mencionar,
teses e dissertações que se destinam a analisar outros aspectos desse acervo tão amplo de
obras que se formou em toda as Minas Gerais. Entretanto, parte dessa nova leva de
produção do conhecimento tem se desdobrado em apontar uma leitura mais direcionada
para as produções de maior vulto, muitas vezes, direcionando as pesquisas para preencher
lacunas como a classificação da arquitetura religiosa, a partir dos movimentos difundidos em
Portugal e no restante da Europa. Percebe-se nesse percurso um interessante
desdobramento ampliando a compreensão inicial de uma presença predominante do
barroco para uma de que esse estilo, embora bastante presente na produção arquitetônica
de Vila Rica e região, conviveu com manifestações anteriores como a arquitetura chã e, o
classificado por Lucio Costa, estilo jesuítico. Essa releitura permite uma rediscussão da
presença de uma manifestação local não como cópia portuguesa, mas fértil como produção
e adaptada à convulsão de riquezas proporcionadas pelo ouro e por uma sociedade ávida
por demonstrar cultura e poder.

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No entanto, ainda se percebe uma escassez de estudos específicos quando se trata da
arquitetura vernacular produzida no período colonial brasileiro. Os estudos elaborados por
Vasconcellos (1977 e 1979), Weimer (2005) e as Revistas do SPHAN lançaram luz sobre o
tema de uma forma interessante para tratar do tema de forma generalista, mas em relação a
um estudo amplo da arte, o Brasil ainda está distante do que foi feito em Portugal, por
exemplo. Nesse país podem-se destacar obras como os livros “A Arquitectura Popular
Portuguesa” de Mário Moutinho, “Arquitectura Tradicional Portuguesa” de Ernesto V. de
Oliveira e Fernando Galhano, “Portugal – Arquitectura e sociedade” de Carlos de Almeida,
“Arquitectura Portuguesa – uma síntese” de José Manuel Fernandes, para citar trabalhos
feitos até 1990. Mais recentemente, após um relativo abandono durante o modernismo, o
tema tem retornado às pesquisas de mestrado e doutorados, redundando numa nova safra
de publicações, como o “A Arquitectura Popular dos Povoados do Alentejo” de José
Baganha e o “Casas e Montes da Serra Entre as Estremas do Alentejo e Algarve” de Miguel
Reimão Costa.

Diferentemente dos autores portugueses anteriores à década de 90, que abordavam a


arquitetura vernacular com recortes mais amplos, visando oferecer uma contextualização
macro da produção arquitetônica, as obras de Costa (2014) e Baganha (2016) tendem a
uma análise mais aprofundada a partir de determinadas regiões do país. Desse modo,
esses pesquisadores conseguiram demonstrar características e soluções que os trabalhos
anteriores não poderiam apontar devido ao recorte amplo adotado. Isso permitiu apontar
relações entre tipologias arquitetônicas e construtivas específicas de cada povoado e cidade
e, até mesmo, tratar das relações das edificações com o meio urbano das quais faziam
parte.

De acordo com os autores listados, que estudaram o período colonial brasileiro, a


arquitetura vernacular é resultado de um processo lento de sedimentação sociocultural,
determinado por valores que moldaram anteriormente o povo português durante gerações.
O contexto criador da nossa arquitetura foi derivado do desenvolvimento humano de
sociedades primitivas assentadas na Península Ibérica e da miscigenação de habitantes
autóctones com outros povos, decorrentes das sucessivas invasões ocorridas naquela
região. O contato com diversas culturas deixou, no cotidiano dos indivíduos, traços da
tradição árabe, visigótica ou romana, que se somaram às influências recebidas através do
comércio marítimo. Herança firmada ao longo da formação de Portugal, que, em maior ou
em menor grau, acabaram transportadas para o Brasil. Essas peculiaridades, vistas tanto na
construção civil quanto nos costumes, foram retransmitidas ao longo dos anos e definiram
características importantes na constituição dos conjuntos urbanos de todo o período
colonial, encontradas nas cidades mineiras e em todo o país. (Weimer, 2005)
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De certo modo, a arquitetura residencial no Brasil Colônia destaca-se, sobretudo, pela
simplicidade e uniformidade na sua constituição. Diferentemente dos países europeus onde,
após a revolução renascentista, as edificações receberam decorações requintadas e
espaços específicos para as novas funções contidas em seu interior, na América
Portuguesa predominou a singeleza nos elementos decorativos. Essa condição, em parte,
foi configurada na condição de excessiva dependência perante Portugal e na relativa
distância entre a colônia e a metrópole. Fato que implicou em um modo de vida mais
simples, pautado em relações sociais menos complexas do que na Corte e definidas, na
maioria das vezes, através das obrigações religiosas.

O estabelecimento dos núcleos humanos em Minas Gerais, apesar da riqueza


proporcionada pelo ouro, não provocou uma inovação na arquitetura residencial da Colônia.
Inclusive, transportou para as novas terras a tipologias comumente reproduzidas nas vilas e
cidades litorâneas, diferenciando-se, quando muito, na utilização dos materiais de
construção. Essa reprodução constante de um estilo comum em todo o país contribuiu de
forma determinante no advento de uma casa típica tida como “colonial”. Rodrigues (1977)
afirma que:

Interessante sob muitos aspectos, sobretudo como um dos principais entre


os elementos auxiliares para melhor compreensão de nossa história, é sem
dúvida, o estudo da casa antiga no Brasil. Interessante, pelas
características permanentes dessa casa principalmente pela unidade do seu
aspecto em todo o território, e pela imutabilidade, através do tempo, dos
princípios que presidiram à sua construção, fenômeno esse comparável,
pela semelhança (tendo em vista a extensão territorial) ao da língua e ao da
religião. (Rodrigues, 1977, p. 285)

A uniformidade observada definiu-se, sobretudo, na força das tradições presentes no


cotidiano do colonizador e é derivada de valores culturais fundados na Metrópole, que
singraram os mares instituindo-se como “códices” dentro da sociedade formada no Brasil.
Esses valores determinaram as relações sociais, o modo de viver, a maneira de habitar a
casa, entre outros hábitos. Dentro dessas condições, não havia espaço para se criarem
modelos arquitetônicos diversificados para os edifícios, o que com o passar do tempo
conduzia, principalmente, às camadas mais pobres da população a repetirem um padrão
estabelecido. Sem contestação até a abertura do país a novas culturas em 1808, após a
vinda da Família Real, do séc. XVI ao início do XIX o modo de vida e forma de ocupar a
edificação era a mesma, estabelecidos na dependência do trabalho escravo desde os
serviços mais básicos1, nas imposições patriarcais sobre as famílias, e na exploração

1 “Vemos, portanto, que fundada no regime escravista, quer para a construção, quer para o uso, a habitação
urbana tradicional correspondeu a um tipo de lote padronizado e este tipo de arquitetura bastante padronizada,
tanto em suas plantas, quanto nas suas técnicas construtivas. [...]” (REIS FILHO, 2006, p. 32)
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exaustiva das riquezas da terra. Ainda assim, a renovação propiciada alcançou de imediato
somente o Rio de Janeiro. A maioria das cidades e vilas do interior recebeu essas
influências mais tarde, praticamente no alvorecer do séc. XX.

Além das condições materiais, existiam cartas régias e posturas públicas, que versavam
sobre a uniformização da arquitetura, definiam a tipologia das fachadas principais, para que
as casas fossem “sempre fabricadas na mesma figura de uniformidade, pela parte exterior
[...]” (Vasconcellos, 1977, p.88). Entretanto, as determinações não recaíram sobre as
demais partes da edificação, mas ainda assim, houve a repetição do tipo de planta, mesmo
que se permitisse a liberdade de criação do partido arquitetônico. A divisão da casa seguia
uma organização bastante semelhante entre si: sala ou loja na frente, permanência das
mulheres e serviços no fundo, alcovas no centro e o corredor interligando-as, da rua para o
quintal (Reis Filho, 2006). A arquitetura vernacular, ao longo do período colonial e,
consequentemente, nos séculos XVIII e XIX, período de constituição dos núcleos urbanos
na região de estudo, foi moldada pela observância indissolúvel da força das tradições, pelo
respeito inquestionável à autoridade Real ou da Igreja, pelas características da economia
colonial e pela existência da escravidão como força motriz da sociedade. Esta amálgama de
influências culturais adaptou seus fundamentos em uma terra inóspita como a da região
mineradora, dividida por serras e vales. Por mais que a tipologia arquitetônica das
edificações populares fosse simplória muitas vezes, em geral havia o desejo de produzir
riquezas e ostentá-las. Desse modo, derivada de uma pobreza geral que assolava a
população, a arquitetura só ganhou proporção quando criada em função da religião e do
poder do Estado. De fato, as residências propagaram-se como moradas simples,
condicionadas pelos costumes, crenças, posição social, situação financeira do indivíduo e
emprego de cativos na construção civil. De acordo com Vasconcellos (1977):

Não podia, assim, esta economia [baseada na exploração exaustiva do ouro


a fim de sustentar Portugal], proporcionar uma arquitetura residencial senão
pobre, fazendo de Vila Rica humilde povoado, aonde os grandes moram em
casas de madeira a pique, só a riqueza coletiva, concentrada pelo comércio,
pela Coroa ou pelas sociedades religiosas, possibilitando a nobreza de
alguns solares, a solidez de edifícios públicos ou a riqueza dos templos
católicos. (Vasconcellos, 1977, p. 57)

Fruto desse ambiente de penúria geral, o homem que viveu no séc. XVIII não teve
condições de romper com a teia cultural trazida de Portugal, mas, sempre, que possível
aproximou como podia sua produção arquitetônica daquela existente na terra natal. A
constituição da habitação retornava em inspiração à origem portuguesa, provocando
divisões físicas que refletiam costumes lá instituídos, derivados de condições como a
necessidade de proteção familiar do meio externo ou a restrição tecnológica determinada
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pelos materiais utilizados na época. O desenvolvimento dos núcleos urbanos encaminhava
para reprodução de partidos arquitetônicos semelhantes aos existentes nas cidades
portuguesas; nesse sentido, Rodrigues (1975) descreve que:

A casa portuguesa é produto de longa experiência e dos ensinamentos


trazidos ao solo pelas raças que o palmilharam, ou nele assentaram, e que,
cristalizando-se através dos séculos em lenta maceração, formaram, com o
povo existente, de remota e incógnita origem, um misto com o latino, o
visigodo, o árabe. Dos elementos que entraram nessa amálgama, fundidos
e refinados pelo tempo, fincaram construções esparsas no pequeno solo
portucalense, formando um cenário perene, para testamento de fatos e
ensinamentos constantes. (Rodrigues, 1975, p. 287)

O desejo de reproduzir o modelo de edificação existente em Portugal, provavelmente,


assumia uma tentativa de transformar a realidade, de uma terra rude e inóspita, em um
ambiente mais confortável às pessoas da época. Isolada das tendências culturais que
repercutiam na Europa, muitas das quais, até mesmo Portugal se manteve distante, na
arquitetura da Colônia não se objetivava a criação de novos modelos. Lima Júnior (1965, p.
183) observou que “as cidades e povoados que nos ficaram do século XVIII, [com] seus
largos cheios de casarões assobradados e extensas e tortuosas ruas de modas
[reproduzem], integralmente, aspectos das portuguesas, na estreiteza, na tortuosidade e no
estilo das construções”. Essa aproximação contrasta, por exemplo, com as cidades
fundadas nas espanholas que prezavam pela adoção de padrões urbanos renascentistas,
incomuns nas urbes mais antigas do país de origem. (Holanda, 1995)

Por outro lado, a formação de uma sociedade mineira, definida por um caráter
exclusivamente urbano, influenciou de maneira particular a produção arquitetônica local, já
que a obrigação de permanecer naquela terra implicou na necessidade de se construírem
casas, a fim de abrigar os que se deslocaram para a região. Logo após o início da atividade
mineradora, estabelecidos os primeiros povoados, desenvolveu-se um viver regulado em
relações citadinas, difundidas, na época, por indivíduos de procedências e índoles diversas.
As vilas coloniais mineiras comportaram contatos sociais forçados, ocorrentes entre
costumes preservadores da intimidade familiar e em um universo comum, no qual, somente
homens brancos possuíam direitos comuns como cidadãos. As relações humanas nas
Minas, como em toda a Colônia, forçavam as famílias à proteção, culminando em
edificações encerradas em si mesmas. Estas ocorrências foram descritas por diversos
viajantes, como o arquiteto francês Louis L. Vauthier em meados dos oitocentos, que
descreveu em Pernambuco a existência de residências que se assemelhavam a prisões,
isoladas do exterior por “treliças e urupemas” e internamente defendidas por alcovas e
camarinhas. Gilberto Freire relata, ao introduzir a obra de Vauthier (1975), a existência, no

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nordeste brasileiro do séc. XIX, da necessidade de preservar a mulher (moça) do contato
externo:

[...] Vauthier nas suas inovações de plano de casas de residências deve ter
tido que vencer no espírito das famílias mais conservadoras o apego à
verdadeira instituição – a instituição sagrada – que era nas habitações
daqueles dias a alcova ou a camarinha sem luz nem ventilação, é certo,
mas ao abrigo de olhos indiscretos e segura contra o perigo dos raptos. [...]
a alcova para as sinhás-moças [...] era quase sempre sem janelas. Donde
devemos considerar as moças dos sobrados e das casas-grandes antigas
prisioneiras mais bem guardadas do que presos na Cadeia do Brejo [em
Pernambuco] construída ou planejada por Vauthier com tanta atenção pelos
detalhes de segurança. (Freire, 1975, p. 18-19)

O desejo de proteção no seio familiar era consequência da presença árabe na Península


Ibérica. Historicamente, a permanência de povos muçulmanos em Portugal, divididos entre
uma maioria berbere, migrada do norte da África, e uma parcela menor derivada do Oriente
Médio, que detinha o poder na região, deixou influências marcantes no gênio português. A
cultura árabe foi sem dúvida uma das influências mais significativas na constituição da
habitação no Brasil Colônia. Interessantemente, as edificações produzidas na América
Portuguesa empregavam uma tecnologia construtiva desenvolvida por várias vertentes,
encontradas tanto nas primeiras cidades da Babilônia, quanto nas que foram difundidas
pelos romanos em todo o seu Império. Entretanto, quando se concebiam os espaços
internos raramente se fugia à regra comum, estabelecida por costumes como a proteção
familiar, por exemplo, hábito frequente no mundo islâmico. As barreiras criadas para isolar a
família tinham, normalmente, a intenção de preservar a mulher do contato externo. Aos
homens estava permitida uma vida social mais abrangente, conformadas entre atividades
comerciais, religiosas, políticas ou militares. (Weimer, 2005)

Se internamente a casa se adaptava aos costumes e conservava rigorosamente uma


doutrina, do ponto de vista construtivo a necessidade de se adaptar aos materiais,
disponíveis em cada sítio, implicou na adoção de sistemas construtivos variados em toda a
Colônia2. Na maior parte das vilas mineiras, a abundância de uma matéria-prima
determinava qual tipologia de construção se empregar. Isso conduzia normalmente à
produção de paredes com fechamento em pau-a-pique ou adobes, embasadas por alicerces
produzidos com material pétreo ou estruturadas por “gaiolas” de madeira com telhados de
duas ou quatro águas. A ocupação do terreno natural influenciou de maneira decisiva a

2 Naturalmente, no início, se experimentou de tudo e, com o tempo, as técnicas, segundo as conveniências


locais, foram se depurando e selecionadas de acordo com os materiais disponíveis. No começo, cada um fazia o
que sabia, depois, fazia-se o que convinha. A madeira estrutural, para citarmos um caso, ficou só nos telhados,
porque sempre foi presa fácil dos insetos xilófagos, especialmente as brancas. As chaminés logo
desapareceram, por terem surgido modos mais facilitados de cozer nas varandas, ou nos quintais. Os programas
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forma de edificar. Produzir edifícios em ladeiras íngremes acabou por definir a necessidade
destes se complementarem na função estrutural, ainda que as estruturas pudessem
comportar-se autonomamente, o que é considerada por diversos autores como uma das
condições para a constituição de edificações geminadas, conhecidas na região como “casas
de parede-meia”. Apesar da topografia existente nas vilas mineiras contribuir para este tipo
de ocupação, diversas vilas brasileiras tinham esse formato de implantação onde o terreno
era plano e permitiria outra solução, demonstrando que a tipologia urbana era, muitas vezes,
a definidora dessa solução. (Vasconcellos, 1977)

Por fim, pode-se considerar que a arquitetura vernacular, conforme Javier Cenicacelaya 3
observa, é fruto de um contexto de adaptação à natureza, aos materiais e ofícios
disponíveis, bem como, ao meio sociocultural presentes na formação de cada núcleo
urbano. Os fatores determinantes por trás desses condicionantes são fundamentais para a
definição de traçados urbanos, plantas, fachadas, ornamentos e coberturas. Com isso, nas
diversas regiões ocupadas durante o período colonial ter-se-á soluções específicas, que
darão características às edificações erguidas naquela situação. Tal fato permite, como
destaca o autor citado, que se desenvolvam estudos que busquem elucidar a existência de
aproximações tipológicas, arquitetônicas e urbanas, bem como, a de ofícios e corporações
que possam influenciar na qualidade dos bens produzidos. Ainda, além de tratar somente de
questões físicas ou culturais, existe a possibilidade de compreender uma identidade em
comum, capaz de permitir regionalizações na produção arquitetônica de um determinado
espaço.

Características Comuns na Arquitetura Vernácula do Alto e Médio


Jequitinhonha e seus Desdobramentos no Norte de Minas

Ainda que abordada em alguns aspectos no caso brasileiro, falta produzir mais
conhecimento sobre a arquitetura vernacular colonial difundida fora das cidades tombadas e
nacionalmente reconhecidas como patrimônio histórico. É importante que esse contexto seja
estendido aos locais onde não há o mesmo tratamento do ponto de vista patrimonial ou que
tenham manifestações associados ao auge das atividades mineradoras, o que exige novos
estudos que permitam o levantamento de informações além daquelas produzidas para o
tombamento de imóveis. Desse modo, o que se busca investigar, no projeto de tese em
curso no NPGAU da Escola de Arquitetura da UFMG, visa lançar luz sobre manifestações

de necessidades domésticas também acomodaram às condições tropicais e à presença escrava intramuros.


(Lemos, Carlos, 1979, p. 42)
3 CENICACELAYA, Javier. Prefácio. In: BAGANHA, José. A Arquitectura Popular dos Povoados do Alentejo.

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arquitetônicas ocorridas em cidades situadas no que era chamado de Distrito Diamantino e,
consequentemente, em suas proximidades.

Essa região, que é compreendida entre o alto e médio Jequitinhonha, contém uma
arquitetura vernácula bastante singular, distribuída pela rede urbana formada a partir do
século XVIII, que se encontra distribuída em cidades como Diamantina, Datas, Gouveia,
Serro, Couto de Magalhães, São Gonçalo do Rio Preto, Felício do Santos, Congonhas do
Norte, Conceição do Mato Dentro, Itacambira e Minas Novas, por exemplo; além de diversos
distritos e povoados espalhados por essa região. Interessantemente, as características
arquitetônicas que serão ressaltadas também podem ser identificadas no norte do Estado,
em Grão Mogol, Januária, Porteirinha, Montes Claros e Coração de Jesus, que, de acordo
com relatos e documentos históricos, receberam construtores provindo das áreas
mineradoras após o fracasso das atividades de extração.

O desenvolvimento de uma arquitetura vernácula colonial nessa região, com traços


diferenciados da do restante de Minas Gerais, deriva, até certo ponto, da ocupação da
região setentrional do estado, que se formou em função de três eixos principais. O primeiro
e mais antigo relacionado com a exploração da pecuária ao longo do Rio São Francisco,
que dá origem as primeiras povoações em Matias Cardoso, Brejo do Amparo (Januária) e
imediações. Nesse momento, a comunicação desses núcleos urbanos era voltada para o
Nordeste, a fim de abastecer os engenhos canavieiros (Gomes, 2007) e somente com a
descoberta do ouro e a posterior expansão dos limites da mineração, na porção centro-sul
de Minas, é que os eixos de deslocamento da produção pecuária seriam redefinidos para o
abastecimento das novas vilas e arraiais. Com o advento da mineração em torno das
comarcas do Rio das Mortes, de Sabará e de Vila Rica, num momento posterior de
ocupação do espaço, no segundo eixo, surgem novos núcleos urbanos em torno da Serra
do Espinhaço, seguindo o curso do Rio Jequitinhonha e afluentes no segundo quartel do
século XVIII. Interessantemente, ainda que o surgimento de uma rede urbana no norte do
estado tenha sido um pouco mais antigo que os demais e houvesse uma relação maior de
proximidade com o distrito dos diamantes, não houve, necessariamente a transposição de
conhecimento construtivo da primeira região para a última, mas o contrário aconteceu após
o final da exploração dos minérios preciosos, no século XIX.

Nas localidades onde vem a ser os diamantes o carro chefe da atividade mineradora,
ocorreu um maior controle da exploração por parte da Coroa Portuguesa e um
desenvolvimento mais contido dos núcleos urbanos formados. Materialmente, tal fato deu
origem a uma tipologia arquitetônica vernácula que se consolidou a partir da segunda
metade do século XVIII e nas primeiras décadas do XIX (Lemos, Celina, 2008). Nesse

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sentido, se tem origem meios que exploram elementos em madeira aparentes como
soluções estéticas a parti de formas que não são comuns nas demais cidades formadas na
região centro-sul do estado, como o emolduramento dos cunhais, a adoção de cimalhas
com cachorradas e frisos decorados executados com pinturas ou padrões repetidos em
talha, como pode-se observar nas imagens abaixo.

Fig. 01 – Elementos construtivos – Arquitetura vernacular de Diamantina, MG.

Fig. 02 – Elementos construtivos – Arquitetura vernacular de Conceição do Mato Dentro, MG.

Os elementos mostrados fazem parte de um universo específico de obras, que já começam


a incorporam certos ecletismos não usuais nas obras existentes nas demais cidades do
período colonial em Minas Gerais. Além desses, podem-se destacar o uso comum de frisos
entalhados de madeira em alto relevo com formas fitomórficas ou geométricas, a presença
de embasamento e capiteis nas pilastras, a preferência pela horizontalidade, além de
algumas soluções particulares e menos usuais. Do ponto de vista construtivo existe a
predominância do uso do adobe associado às estruturas de madeira nas paredes externas
e, nas internas, de divisórias em pau-a-pique, que possivelmente se devem às condições
climáticas locais. A esse cenário poderia se somar ao da arquitetura religiosa local que
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aponta para soluções particulares, como as igrejas com torres revestidas com tábuas de
madeira, encontradas em Couto de Magalhães e São Gonçalo do Rio Preto, que, por
ventura, foi uma solução comum em Montes Claros.

Por fim, retomando a discussão anterior, com a escassez dos minerais preciosos após as
primeiras décadas do séc. XIX, se dá início a uma migração dessas regiões para localidades
que experimentaram um desenvolvimento baseado na exploração da atividade
agropecuária, até então limitada pelo empreendimento mercantilista português. Esse fato
permitiu, um terceiro eixo de formação, o crescimento de arraiais que estavam à margem da
ocupação inicial em Minas Gerais e, no norte do estado, acabou dando origem a cidades
como Montes Claros (antigo Arraial das Formigas), Coração de Jesus (arraial de Sagrado
Coração de Jesus) e ao distrito de São José do Gorutuba (arraial de Gorutuba), entre
outras. Essas localidades acabaram por absorver, em parte, oficiais e escravos que
migraram das vilas mineradoras do Vale do Jequitinhonha para os novos núcleos urbanos
que se formavam em torno da exploração do salitre e do algodão. Como resultado, pode-se
perceber uma tendência semelhante na construção das edificações, adotando igualmente as
soluções citadas nas fachadas, arremate dos telhados e materiais construtivos.

Considerações Finais

Apesar de algumas obras, que são fruto desse percurso de formação de núcleos urbanos na
região, estarem tombadas a nível estadual ou municipal, existem poucos estudos sobre a
tipologia dessa arquitetura vernácula, sendo a maioria do que se tem, presente nos dossiês
criado para instituir a proteção desses bens. Faltam estudos mais abrangentes, que possam
explorar as particularidades e características de soluções estéticas e construtivas aplicados
às edificações. Algumas investigações, feitas pelo autor dessa proposta, apontaram para
elementos comuns como a adoção preferencial do adobe em conjunto das estruturas de
madeira como recurso para as paredes externas, enquanto as internas foram produzidas
com pau-a-pique. Isso possivelmente indica a predileção por um sistema que oferecesse
melhores respostas às condições climáticas da região. Excetua-se a essa condição a
arquitetura de Grão Mogol, no qual a pedra seca era adotada no lugar das vedações de
terra; ainda assim, se trata de um contexto diferente do de Ouro Preto, por exemplo, que a
pedra era recurso construtivo destinado aos pavimentos térreo nas construções civis
(Vasconcellos, 1979).

Do mesmo modo, as fachadas acabaram por incorporar os recursos para acabamento


adotado na arquitetura de Diamantina e Serro, às vezes, substituindo os cunhais
emoldurados com madeira por argamassa de cal e areia e os frisos pintados abaixo das
cimalhas por peças de madeira talhada com elementos repetitivos. Isso se soma ao
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contexto de urbanização, que seguindo linhas menos limitadoras que dos núcleos
mineradores, permitem soluções com fachadas menos estreitas e, até mesmo, com
gabaritos incomuns como o “sobradão” de Minas Novas, a única em Minas Gerais com
quatro pavimentos.

As características apresentadas nesse texto são um fragmento pequeno de um contexto


bem mais amplo que será aprofundado ao longo da pesquisa para elaboração da tese. Esse
universo ainda será explorado de modo mais amplo e certamente desdobrará em novas
publicações, que poderão oferecer respostas mais contundentes ao problema de
investigação da arquitetura vernácula. Nesse sentido, entende-se como primordial expandir
essas fronteiras, ainda que o tema esteja relativamente fora de destaque no universo
acadêmico. Entretanto, a preservação do patrimônio e a história da arquitetura brasileira
precisam ser realimentados com novos estudos, oferecendo assim um frescor a esses
campos e definindo-se, assim, novas fronteiras às estabelecidas por Lucio Costa, Sylvio de
Vasconcellos e Günter Weimer, principalmente.

Referências

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