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Débora Cristine Guerra de Carvalho (IC)*. Fernando Antonio Oliveira Mello (PQ)
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debora.guerracarvalho@gmail.com
Resumo:
Um breve olhar pelo centro da cidade de Anápolis revela ainda a permanência de edifícios em estilo
colonial, eclético, art-déco e modernista. Edificações que mantêm grafados na paisagem da cidade
vestígios da história e da memória local. Provavelmente, os casarões coloniais são resquícios da
ocupação do território ocorrida no século XIX. Já do século XX, os edifícios ecléticos, déco e
modernistas supostamente coincidem com o período da chegada maciça de imigrantes, da
modernização vinda com a ferrovia e de possíveis influxos vindos com a construção de Goiânia e de
Brasília. Não obstante, o intenso processo de renovação de áreas centrais não somente da cidade do
interior Goiás, mas da maioria das cidades brasileiras, sobreleva a importância da catalogação de seu
patrimônio edificado como registro documental da arquitetura passadista. Diante dessa constatação o
objetivo desse trabalho é contar a história de Anápolis vista através da arquitetura. O recorte temporal
previsto vai da origem da cidade ao final da década de 1950, tido pela historiografia da arquitetura
como final do auge da produção da arquitetura modernista. Como etapas de pesquisa estão previstas
o mapeamento de edificações históricas ainda existentes – levantamento tipológico - categorizando-
as por época e estilo de construção.
Introdução
Em décadas distintas, outros dois fatos históricos repercutiram nos influxos culturais
que acarretaram em mudanças na paisagem urbana de Anápolis: a construção das
capitais Goiânia e Brasília. A primeira foi o marco do Art Déco na região e a segunda
do Modernismo Carioca.
Em Anápolis, a arquitetura de linhas geometrizadas foi aplicada em galpões
industriais; no conjunto abrigou a sede da administração pública, como em Goiânia;
em lojas e residências. No geral, o déco imprimiu suas marcas, seja em construções
novas ou em fachadas reformadas, junto a diferentes segmentos da população. De
casas burguesas a populares, é possível ver, ainda hoje, as linhas geometrizadas
especialmente os volumes, os vãos e as superfícies escalonadas.
Considerações Finais
Ainda que construídas com algum atraso quando comparado às periodizações feitas
por historiadores da arquitetura brasileira, condição que se deve a ocupação tardia
da região Centro-Oeste, foi possível verificar que estão presentes no centro de
Anápolis vestígios da grande maioria de estilos que compõem o acervo da produção
da arquitetura brasileira no período aqui investigado. Conjunto que revela, como
mostrado, o trajeto da formação da cidade ao longo do tempo e de suas
especificidades espaçotemporais.
Referências
ARGAN. Giulio Carlo. História da arte como história da cidade. São Paulo: Martins
Fontes, 1992.
COLQUHOUN, Alan. Modernidade e tradição clássica. São Paulo: Cosac & Naify,
2004.