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EIXO TEMÁTICO 1: DOCUMENTAÇÃO, CONSERVAÇÃO E

RESTAURAÇÃO

DA ARQUEOLOGIA DA ARQUITETURA À ARQUEOLOGIA DA


PAISAGEM URBANA: propostas e estudos experimentais de campo

VILLELA, ANA TERESA CIRIGLIANO

1. Universidade de São Paulo. Doutoranda do Instituto de Arquitetura e Urbanismo/ Centro


Universitário Estácio de Ribeirão Preto. Docente do Curso de Arquitetura e Urbanismo
Rua Abrahão Issa Halach, 980 – Ribeirânia – Ribeirão Preto (SP)
anacirigliano@usp.br

RESUMO
Este artigo trata da ampliação de possibilidades de investigação da arquitetura e da cidade por meio
da aproximação com a Arqueologia. São apresentados três estudos de campo, dois finalizados –
Lagar de azeite em Ano Gatzea (Grécia) e Lidgerwood M.Co (Campinas-SP) - e um em andamento –
Quadrilátero Central (Ribeirão Preto-SP), que lançam mão de métodos de reconhecimento dos
estratos temporais presentes nas edificações e na paisagem urbana por meio da investigação direta
da matéria. Tais estudos se justificam por buscar suprir uma das principais lacunas nos estudos
retrospectivos que é a ausência parcial ou completa de documentação, tais como mapas, projetos e
fotografias que evidenciem o processo de formação e transformação do edifício e da cidade. Em
alguns casos, existem tais documentos, entendidos como fontes indiretas, e, por vezes, são os únicos
registros remanescentes de edificações outrora demolidos. Por se tratarem de objetos heterogêneos,
pesquisar edificações construídas, alteradas e demolidas sobre um mesmo território urbano exige
investigações objetivas e sistemáticas que sejam capazes de concatenar as diferentes instâncias
informativas. Nesse sentido, as experiências e metodologias aqui expostas marcam a trajetória das
pesquisas às quais a autora tem se dedicado nos últimos anos e que tem o intuito de contribuir à
documentação e preservação de edificações e paisagens históricas por meio da exploração do
potencial que a matéria edificada tem enquanto registro da dimensão temporal dos espaços
construídos e transformados pela atividade humana, sejam eles antigos ou recentes, de caráter
monumental ou modesto, agenciados por usos formais e informais, mas, acima de tudo, dotados de
significância cultural.

Palavras-chave: Arqueologia da Arquitetura; Arqueologia urbana; Quadrilátero Central; Cronologia


urbana; Paisagem Cultural.

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Arqueologia e Arquitetura: aproximações possíveis

A aproximação entre Arqueologia e Arquitetura, embora enquanto disciplina seja recente,


remonta ao século XV, quando os humanistas revisitaram o ambiente das ruínas romanas,
abandonadas e saqueadas pelos chamados povos bárbaros, momento em que Choay
(2006) situa o nascimento do monumento histórico. Um interesse por vezes controverso,
pois, ao mesmo tempo em que se espoliavam os monumentos em busca de materiais para
serem reutilizados em obras da época, sobretudo aquelas empreendidas pela Igreja
Católica, desenvolviam-se métodos de documentação, de medição e de representação que
viriam a auxiliar na conformação do conhecimento sobre a arte e a arquitetura da
Antiguidade. Rafael Sanzio foi um dos principais responsáveis por elaborar sistemas de
inventário, encaminhados ao conhecimento do Papa Leão X, em carta escrita no ano de
1519, nele fiando a preservação dos antigos edifícios (SOUZA, 2006). Mesmo sem medidas
efetivas para conter tal destruição, o documento se tornou um importante registro dos
instrumentos e métodos disponíveis na época para levantamento e representação dos
monumentos.

Nos dois séculos seguintes, as escavações arqueológicas desencadeariam uma verdadeira


“mania pelas ruínas”, como apontado por Quatremére de Quincy. Além das gravuras e
pinturas que tinham os monumentos antigos como cenário, também se disseminariam os
antiquários e as coleções de fragmentos mutilados de seus locais originais. “O contato direto
com o monumento se tornou a condição necessária para um novo discurso sobre a
Antiguidade, observada in situ dentro do contexto de sua paisagem original” (BARBANERA,
2010, p. 33).

Esse novo discurso tomaria maiores proporções quando, em meados do século XIX,
começaram a ser contrapostas as operações de intervenção sobre os edifícios e ruínas
históricas, marcadas principalmente pelo antagonismo das linhas de pensamento de John
Ruskin e de Viollet-le-Duc. Ainda que diametralmente opostas, tais teorias evidenciariam a
condição da matéria arquitetônica como documento, que, posteriormente, protagonizariam a
teoria e a prática de restauro de Camillo Boito e de Gustavo Giovannoni.

A prática do restauro no pós-guerra, contudo, solicitou novos métodos de estudo e de


intervenção sobre os edifícios, dado o estado de completa destruição das cidades
europeias. Arqueólogos e arquitetos convergiram mais uma vez seus interesses e, na
década de 1970, iniciaram o delineamento desse novo campo de pesquisa, a Arqueologia

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da Arquitetura Sua principal premissa é o edifício como um organismo dinâmico, no qual
congregam diversos estados de originalidade, agenciados em sucessivos períodos e
respondendo a programas e usuários distintos. Supera, portanto, as classificações em estilo,
já que muitas edificações guardam elementos de não um, mas vários estilos ou, mais
apropriadamente, de vários tempos. Em termos operacionais, “possibilita a correlação de
múltiplas informações acerca das características formais, materiais e estéticas dos edifícios
históricos, entrecruzando métodos de análise e interpretação arqueológicas ao campo da
Arquitetura” (VILLELA, 2015, p. 33).

Estudos experimentais de campo em Arqueologia da Arquitetura

Abarcando o percurso dos estudos histórico-arquitetônicos em perspectiva arqueológica,


dentre 2013 e 2015 a autora desenvolveu a pesquisa de Mestrado “Arqueologia da
Arquitetura” (AA): a estratificação tridimensional do tempo, sob orientação da Profa. Dra.
Regina Tirello (Fec/Unicamp). Trata-se de uma temática pouco estudada no Brasil, cuja
bibliografia é majoritariamente de autoria de grandes pesquisadores italianos e espanhóis,
como Tiziano Mannoni, Gian Pietro Brogiolo, Anna Boato, Riccardo Francovich e Luis
Caballero Zoreda, e, justamente por isso, apresenta estudos de campo realizados,
majoritariamente, em edificações muito antigas, principalmente medievais. No Brasil a
maioria das construções históricas remanescentes são de períodos mais recentes. No
entanto, a aplicabilidade dos métodos arqueológicos se mostrava promissora para romper
com tais limites cronológicos e mesmo tipológicos. A pesquisa deu então continuidade às
positivas experiências realizadas nos canteiros-escolas da Casa de Dona Yayá e Vila
Penteado, por meio do estudo experimental de campo da antiga fábrica de máquinas
agrícolas, a Lidgerwood Manufacturing Company (Figura 1).

Estudos que têm a matéria arquitetônica como principal fonte de dados buscam suprir uma
das principais lacunas nos processos de reconhecimento histórico-arquitetônico que é a
ausência parcial ou completa de documentação (fotos, projetos, croquis, certidões, mapas,
etc). Os edifícios, assim como os depósitos arqueológicos, são entendidos como uma
sequência de estratos, indicativos de um processo que vai do mais antigo ao mais recente,
ou seja, são eles a contar sua própria história. Os “estratos que formam a ‘matéria
arquitetônica’ são caracterizados por sistemas, técnicas e materiais heterogêneos, nem
sempre visualmente evidentes ou documentados” (VILLELA, 2015, p. 55).

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A leitura desses estratos, por sua vez, pressupõe o uso de métodos e sistemas de
organização e representação de dados capazes de periodizar tais modificações. Muitos
desses métodos já são amplamente conhecidos dentre os arqueólogos. Ressalta-se,
contudo a condição de ocorrência dos estratos arqueológicos, depositados em cotas
negativas, enquanto que os estratos arquitetônicos ocorrem em cotas positivas. Além disso,
estratos arqueológicos desvelam artefatos deixados no local, na maioria das vezes, ao
acaso. Ao contrário, os estratos arquitetônicos são intencionais, ou seja, resultam de ações
construtivas ou destrutivas, a exceção de desmoronamentos provocados por fenômenos
naturais.

Entender e aplicar tais métodos solicitava, antes, compreender muitas das terminologias
empregadas pelos autores e que eram próprias da Arqueologia, mais precisamente da
Estratigrafia, principal instrumento para leitura de estratos (geológicos, arqueológicos ou
arquitetônicos), às quais os arquitetos nem sempre estão habituados. Termos como
“unidade estratigráfica”, “interface”, “atividade”, “fase” e “cronologia” constituem a base para
o entendimento do principal sistema de datação relativa, que vem sendo usado desde os
primeiros estudos em Arqueologia da Arquitetura, a Matriz de Harris. Esse método, de
aplicabilidade relativa ao estudo arquitetônico, é extremamente válido para o
estabelecimento de relações de anterioridade, contemporaneidade e posterioridade entre as
diversas ações construtivas e destrutivas empreendidas nas superfícies verticais e
horizontais do edifício. Graficamente, a matriz é um diagrama, “resultado do
sequenciamento de quadrículas que representam as atividades construtivas implementadas
sobre a construção original” (VILLELA, 2015, p. 90). Além de uma sistemática, no caso da
arquitetura, o método guarda ainda uma outra vantagem por não ser destrutivo. Depende
basicamente da observação e anotação dos estratos, no caso de superfícies com materiais
aparentes.

Além da Estratigrafia, existem outros métodos de datação absoluta como o Radiocarbono, a


Termoluminescência, a Dendrocronologia e a Mensiocronologia. Por requererem exames
laboratoriais, tais métodos implicam em maiores custos e a proposta da pesquisa não era de
simplesmente sequenciar as ações e as fases construtivas da edificação selecionada, mas
sim de desenvolver um exercício de observação in situ associando o arcabouço teórico
previamente reunido pela revisão bibliográfica com o estudo direto da matéria edificada, que
poderia ser aplicado também em outros estudos de campo.

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Para estabelecer um primeiro contato com a Matriz de Harris e verificar sua pertinência ao
estudo de campo, a autora realizou um workshop internacional promovido pela organização
Diadrasis, na cidade de Ano Gatzea, na Grécia, intitulado Gatzea II: Stratigraphy seminar.
Após a introdução teórica, a atividade prática foi conduzida em um antigo lagar de azeite,
sobre o qual não se dispunha de nenhum documento (Figura 1). A matéria edificada,
portanto, era sua principal, e única, fonte de informações históricas.

Figura 1 Estudos de campo em Arqueologia da Arquitetura. Fonte: VILLELA, 2015.

As análises estratigráficas pressupunham um longo exercício de observação dos materiais e


técnicas construtivas, pois as informações estavam presentes nas dimensões das pedras,
nos tipos de corte, nas coloração e composições granulométricas das argamassas, nas

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esquadrias, etc. Tais elementos são entendidos como dados diretos e foram estes os
elementos sobre os quais a leitura estratigráfica se pautou. Entretanto, sendo tais elementos
resultantes de arranjos espaciais a leitura estratigráfica não poderia prescindir do estudo
programático da edificação, característica essa própria do artefato arquitetônico. No entanto,
a elaboração da matriz de Harris encerrou as atividades e muitas questões ficaram em
aberto. Por isso, para o segundo estudo de campo, desenvolvido no Brasil, foi delineada
uma metodologia que fosse além das leituras das superfícies parietais e que contemplasse
a tridimensionalidade das estratificações arquitetônicas.

Selecionou-se como objeto do estudo de campo um exemplar da arquitetura industrial


paulista, construído pela Lidgerwood Manufacturing Company, no final do século XIX em
Campinas (São Paulo). Trata-se de um exemplar da arquitetura industrial remanescente no
entorno do pátio ferroviário da cidade que vem sendo estudado desde 2010 no âmbito do
projeto de pesquisa “Técnicas construtivas e argamassas históricas: estudos para
preservação da arquitetura industrial paulista”. Além do notável valor histórico, sua
importância estende-se ao seu papel sobre a ascendente economia cafeeira e a
industrialização paulistas, que apresentaram à cultura construtiva regional novos materiais e
tecnologias para a constituição dessa expressiva categoria de edifícios. Ao contrário do
lagar de azeite, este edifício dispunha de alguns documentos tais como mapas, fotos e
desenhos de prefeitura que foram somados àqueles produzidos pelo grupo, com destaque
para os mosaicos fotogramétricos e desenhos vetorizados.

A antiga fábrica da empresa Lidgerwood M. Co. foi construída em 1886. Particularmente,


esse prédio respondia a soluções projetuais importadas, pois tratava-se de uma empresa
norte-americana, cuja construção havia sido adaptada à realidade construtiva brasileira e,
principalmente, ao lote na qual foi implantada, em formato triangular.

Desde o encerramento das atividades da fábrica, o prédio albergou diversos usos que o
transformaram consideravelmente. Seu reconhecimento cronológico-construtivo, no entanto,
era, até então, desconhecido. Foram encontradas apenas duas fotografias, uma de 1898 e
outra de 1907, que serviram como referência para a datação das atividades e fases
construtivas agenciadas no edifício desde o momento de sua criação. Informações mais
recentes foram obtidas a partir do álbum de fotografias da obra de restauro empreendida em
1991, quando o prédio estava bastante degradado, gentilmente cedido para reprodução pela
arquiteta responsável pelo projeto e obra, Prof. Dra. Ana Villanueva. Todas os demais dados
deveriam ser extraídos diretamente da matéria.

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Por se tratar de um edifício em alvenaria de tijolos aparentes, os indícios de atividades
construtivas – como trincas, manchas, rebocos, tijolos, etc - estavam evidentes sobre as
superfícies de pisos, paredes e coberturas. Bastava um olhar atento para identificar o
potencial desses “acidentes” enquanto documento material de pequenas ou grandes
mudanças da construção ao longo do tempo.

Para os estudos in situ foram associados levantamentos métricos, ortofografias e registros


fotográficos em escalas variadas (normal e macro), que somados à observação e registro
dos paramentos murários - mudanças de textura, coloração, tipo de aparelhamento e
acabamento de cada superfície de tijolos à vista do prédio e muros a ele associados – nos
conduziram à clara identificação de inúmeras mudanças ocorridas desde a época da
construção, em 1886, até 2015, ano de realização do estudo. O processo de estudo do
edifício Lidgerwood M.Co foi desenvolvido em cinco etapas.

A primeira delas, referente à pesquisa histórica, consistiu na consulta de pesquisas


acadêmicas, processos de tombamento, fotografias, mapas e livros de arquivos públicos e
universitários, além de entrevistas orais com profissionais que já haviam estudado o edifício
sob outras perspectivas.

A Lidgerwood M.Co. instalou no Brasil vários escritórios, oficinas e fundições no final do


século XIX para atender às demandas da economia do café impulsionada pela construção
dos primeiros trilhos da São Paulo Railway Company, que começaram a operar em 1867,
ligando o litoral ao interior. Em Campinas, o trem chegou em 1868, com a criação da
Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Até então, haviam se conformado dezoito
núcleos fabris, dentre eles a fábrica de Bierrembach, fundada em 1857, as fundições Faber
& Irmão, de 1858, a Fundição de Ferro e Bronze de Sampaio Peixoto, de 1868, e a Pedro
Anderson & Cia, de 1870. A estação ferroviária foi inaugurada em 1872 e, por ser ela
protagonista do desenvolvimento econômico perscrutado pela cidade, foi amplamente
registrada em fotos e gravuras que evidenciaram significativas mudanças em sua arquitetura
(RODRIGUES, 1996; CAMILLO, 2003).

Os prédios industriais, por sua vez, raramente eram motivo de atenção dos fotógrafos. Foi o
caso do prédio da fábrica Lidgerwood. Embora tenha provocado uma revolução na produção
agrícola brasileira com a introdução de um moderno maquinário, dentre os registros
iconográficos somente foi encontrada uma fotografia da antiga e imponente entrada no ano
de 1907. A segunda fotografia, de 1898, captura parcialmente o muro lateral, ainda assim de

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grande valor para identificação de alguns elementos removidos nos anos seguintes, como a
chaminé e o letreiro da fábrica.

A empresa continuou operando no local até 1914. Depois desta data, ela foi sucedida pela
Lidgerwood Limited, que, quatro anos depois, vendeu todas as suas firmas à sua
representante brasileira. As atividades se encerraram entre 1922 e 1923 (RODRIGUES,
1996; CAMILLO, 2003), quando as antigas oficinas Lidgerwood foram substituídas pela
Meiller & Cia (CAMILLO, 1998). O edifício foi vendido para a firma Pedro Anderson & Co.
Inc. e transformado em fábrica de tecidos. Em 1928, passou a abrigar vagões da Cia.
Paulista de Estradas de Ferro. Em 1985, tornou-se garagem dos funcionários da Fepasa
(CONDEPACC, 1989) e em 1991 foi restaurado para, no ano seguinte, receber o Museu da
Cidade.

As fontes documentais forneceram datas que auxiliaram na periodização das


transformações materiais, volumétricas e formais empreendidas no prédio ao longo de todo
século XX. Para além delas, na segunda etapa, foram realizados os levantamentos métricos
que forneceram dados por meio da observação das paredes do edifício, importantes indícios
sobre modificações físicas não documentadas. Os indícios foram anotados sobre os
desenhos técnicos - plantas e fachadas – do edifício Lidgerwood M.Co. digitalizados pela
equipe do G-COR Arquitetura, que foram, por sua vez, conferidos e compatibilizados com os
mosaicos ortofotográficos. Além das peças gráficas feitas para o projeto de restauro, foi
encontrado no arquivo do Condepacc1, um trecho de um projeto de reforma do edifício
Lidgerwood M.Co., sem data, no qual se registrava a alteração da posição do portão de
acesso lateral e a construção de uma cobertura sobre o pátio. Indícios esses visíveis a olho
nu já que durante o restauro optou-se por deixar evidentes todas as intervenções. Além
desses indícios, também os tijolos empregados na construção das várias fases do edifício
serviram como indicadores temporais.

A alvenaria de tijolos aparentes foi uma tipologia arquitetônica bastante expressiva do


patrimônio industrial paulista do final do século XIX, cujas variáveis estéticas são definidas
pelos chamados brickworks. Formatos, dimensões, técnicas de aparelhamento e sistemas
de rejuntamento dos tijolos definem diferentes categorias de sistemas de amarração de
tijolos. Todos os documentos consultados sobre o edifício afirmavam que tais tijolos haviam
sido importados da Inglaterra. No galpão principal havia tijolos marcados ora com as iniciais

1 Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas.

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“H.H.” ora com a sigla “TeC”. Além desses, foram encontrados no pátio “restos” de outros
três tipos de tijolos, de partes demolidas do edifício, cujas fotos foram enviadas à British
Brick Society, que mantém um acervo de todos os tijolos já fabricados por olarias inglesas,
escocesas, galesas e irlandesas. Após uma apurada pesquisa dentre as amostras
disponíveis, não foi encontrada nenhuma compatível com aquelas enviadas, descartando-se
a hipótese de que os tijolos eram ingleses. Provavelmente, foram fabricados em uma das
muitas olarias que havia na região, cujos estudos são escassos.

Seguindo a mesma modulação da alvenaria, havia uma estrutura de madeira que,


originalmente, era composta por um único sistema de pilares, vigas e tesouras que
sustentavam a cobertura, o forro e o piso do galpão principal. O ritmo de ambas ditava a
ocorrência de aberturas tanto para o exterior quanto para o pátio. Quando o prédio foi
reformado em meados do século XX, o forro e o piso foram removidos, juntamente com a
base dos pilares e escoras que integravam a estrutura de sustentação do telhado. Marcas
desses elementos foram registradas e recompostas virtualmente em Archicad 16 para
mapeamento e identificação das interrupções entre os módulos da alvenaria e do telhado,
indícios de modificações posteriores.

Na terceira etapa, foi realizado o levantamento fotográfico e mapeamento das atividades


construtivas. Por meio de uma câmera Nikon D90, foram realizadas fotografias em escalas
de aproximação gradativa, de modo que fossem registrados indícios de ações construtivas e
destrutivas, tais como diferenças entre argamassas, mudanças de técnicas construtivas,
tipos de ornamentos, tipos de tijolos, coloração das paredes, pinturas murais, etc (Figura 2).

Na quarta etapa, foram mapeados indícios construtivos como pequenas falhas ou grandes
indícios de remoção e adição de elementos arquitetônicos, agrupados por semelhança e
sequenciados de acordo com sua provável ocorrência.

Por fim, todos os dados foram concatenados em modelo gráficos tridimensionais, por meio
dos quais a cronologia construtiva do edifício se elucida. As imagens a seguir comunicam as
diferentes conformações físicas que o edifício Lidgerwood teve ao longo das seis fases
identificadas em sua cronologia, desde sua origem, no final do século XIX, aos dias atuais
(Figura 3).

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Figura 2 Elevação Norte (interna) do edifício Lidgerwood: mosaico ortofotográfico, mapeamento de
atividades construtivas e levantamento dos indícios construtivos. Fonte: VILLELA, 2015.

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Figura 3 Fases construtivas do edifício Lidgerwood identificadas a partir das análises arqueológicas.
Fonte: VILLELA, 2015.

Arqueologia da Paisagem Urbana

Tendo em vista os resultados desses dois estudos experimentais de campo e as


possiblidades de contribuição da Arqueologia da Arquitetura para estudos de conservação e
restauração arquitetônica, em 2019 deu-se início à tese “Arqueologia da paisagem urbana: o
processo de (trans)formação do Quadrilátero Central de Ribeirão Preto (SP)”, na qual se
propõe ampliar a escala de estudo arqueológico para a paisagem urbana. “A incorporação
da paisagem (...) resulta da convicção de que, por se tratar de um elemento da cultura
material, passível de ser analisado como um artefato, se enquadra em seu campo de
investigação” (SOUSA, 2005, p. 295).

Ao invés de um edifício, por conseguinte, abarcar-se-á um conjunto urbano de


características temporais heterogêneas. Para tanto, selecionou-se o Quadrilátero Central de
Ribeirão Preto, no qual a autora vem coordenando, desde 2016, o projeto de extensão
intitulado “Levantamento histórico-patrimonial do Quadrilátero Central de Ribeirão Preto
(SP)”, desenvolvido no âmbito do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário
Estácio de Ribeirão Preto. Neste trabalho, os alunos estão identificando e mapeando todas
as edificações de interesse histórico e arquitetônico existentes na área, independentemente
de serem tombados ou não, fazendo uso do software gratuito Q-GIS (Figura 4), sistema de
informação geográfico de código aberto, o que significa que o banco de dados pode ser
constantemente alimentado assim que disponibilizado ao público. O número bastante
expressivo, de aproximadamente 400 construções até o momento, evidencia a importância
deste conjunto urbano tanto para a história da cidade quanto para o seu cotidiano atual, já
que, além de temporalidades distintas, também se sobrepõem diversos usos, culturas,
religiões, hábitos, etc.

A área é também de especial interesse porque revela a insuficiência das medidas de


proteção pontuais, tais como os processos de tombamento das edificações monumentais e
dos palacetes burgueses, muitos em avançado estado de arruinamento. O entorno da Praça
XV, berço da cidade e tombada em nível estadual juntamente com o Quarteirão Paulista na
categoria Conjuntos e Sítios Urbanos, é uma das regiões onde mais houve demolições de
edificações do início do século XX. Dentre elas, muitos exemplares das chamadas
“arquiteturas menores”, produzidas por “anônimos” – artífices, mestres-de-obras, pedreiros e
práticos-licenciados – e de inestimável valor para a compreensão histórica do conjunto.

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Figura 4 Acima, Quadrilátero Central (QC), em Ribeirão Preto, com a delimitação das 10 áreas em
que foi dividido para efeito de levantamento, em Q-GIS. Abaixo, Edificação situada no QC com os
campos de identificação do imóvel, em Q-GIS. Fonte: Elaborado pela autora a partir de mapa do
Google Earth.

A tarefa de “decifrar” e “narrar” o passado, considerando a relação dinâmica espaço-tempo,


nas escalas da arquitetura e da cidade, é um dos desafios da tese. Para tanto, elaborou-se

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uma metodologia que conjugasse as fontes informativas diretas e indiretas da área de
estudo. Para organizar as fontes indiretas, estabeleceram-se três categorias de
documentos, divididas de acordo com as escalas a que se relacionam: a rua, a arquitetura e
os agentes.

A escala da rua diz respeito ao conjunto edificado da área de estudo (núcleo original e
primeiro ciclo de expansão). Mapas cadastrais e fotografias são essenciais aos estudos
retrospectivos arquitetônicos e urbanos. No 1º semestre de 2018, deu-se início ao
levantamento documental no acervo do Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto
(APHRP), que conta com 1606 fotos digitalizadas da cidade como um todo, além daquelas
não digitalizadas e que constituem o acervo físico do APHRP. Tais fotos dispõem de um
sistema de catalogação, elaborado em uma planilha do Excel, onde constam o número de
registro, a identificação do fundo, a legenda, a descrição do conteúdo visual, a data
(provável, quando não impressa), o nome do fotógrafo e o nome do responsável pelo
fichamento. Dentre a amostragem que diz respeito ao Quadrilátero Central foi possível
perceber que há maior quantidade de registros da Praça XV de Novembro e de seu entorno
próximo, bem como uma predileção dos fotógrafos por monumentos singulares, muitos
deles reproduzidos em cartões-postais - como os teatros Carlos Gomes e o Pedro II. Há
também séries de fotos de eventos - inauguração de esculturas públicas, registros de
catástrofes naturais, chegadas de personalidades notórias, etc. –, de vistas parciais de ruas
e, a partir da década de 1930, de fotografias aéreas. As arquiteturas menores, em geral,
constituem plano de fundo das paisagens capturadas, e, embora não fossem foco dos
fotógrafos, para esta pesquisa são de particular interesse, pois mostram as transformações
sofridas na paisagem, cuja compreensão se rebate nas informações presentes nos mapas.
Ressalta-se, contudo, a condição dos mapas, que tratam a cidade como um objeto
bidimensional por meio de convenções e códigos de representação que nem sempre
correspondem à reprodução fidedigna do real (BUENO, 2004), o que reforça a importância
da matéria arquitetônica como fonte informativa direta e complementar às fontes
documentais.

Para a segunda categoria de análise documental, a arquitetura, serão levantados os


processos dos imóveis localizados na área de estudo. Alguns deles contêm projetos ou
croquis de construção ou reforma. Mas ainda que não disponham de desenhos técnicos,
todos os imóveis do Quadrilátero Central, invariavelmente, têm Folhas de Informações, que
são documentos disponíveis para consulta pública no Departamento de Análise e Controle
de Projetos da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública da Prefeitura Municipal de

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Ribeirão Preto. Nelas, constam, minimamente, as datas em que se deu entrada no imóvel e
em que houve modificações (reformas, construção de anexos, demolições). Por exemplo, o
imóvel situado à Rua Mariana Junqueira, 831, tem dois processos: um protocolado em
29/12/1938, solicitando o alvará de construção, e outro em 27/04/1981, solicitando a
autorização de reforma. Trata-se, pois, de dados temporais que servem para a periodização
das transformações perscrutadas em cada edificação e em cada lote. Em algumas folhas
consta o nome do responsável pelo projeto: construtores, engenheiros ou arquitetos.
Mestres-de-obras, pedreiros, fachadistas e artesãos não costumam aparecer nesses
documentos.

Importante fonte documental sobre os agentes – diplomados e não-diplomados - são os


almanaques de Ribeirão Preto e da Província/Estado de São Paulo. O primeiro almanaque
da Província de São Paulo foi publicado em 1857, mas foi somente na edição de 1887 que
Ribeirão Preto, ainda na condição de Vila, foi incluída no rol de municípios caracterizados
em relação a seus aspectos físico-territoriais, agrícolas, climáticos, institucionais e urbanos,
bem como elencados os profissionais nela atuantes. Houve almanaques específicos da
cidade em 1913 e 1927, e o tom ufanista neles utilizados sugere o imaginário em torno de
tais publicações, sobretudo aquele relacionado ao desejo de modernidade das cidades
interioranas ensejado nas primeiras décadas do século XX. “Através dos almanaques somos
inteirados do que se compra e se vende no comércio e o tipo e a quantidade de serviços e
equipamentos de natureza coletiva disponíveis nas cidades à época, atendendo às
necessidades de educação, saúde, cultura, etc” (OLIVEIRA, 2001, p. 24). Tais informações
sustentam hipóteses acerca da heterogeneidade social das cidades interioranas, longe de
serem obra exclusiva da e para a elite cafeeira, aproximando a leitura da paisagem à leitura
dos cotidianos populares na transição de séculos.

Já as fontes diretas, ou seja, a própria matéria edificada, também guardam peculiaridades.


Existem muitos edifícios cuja matéria já foi demolida e para esses recorremos às fontes
indiretas. Da mesma forma, há edifícios remanescentes sem qualquer documento
disponível. Assim, no Quadrilátero Central, identificamos documentos sem construções
(edificações demolidas cujos registros se restringem a fotografias antigas, como o Teatro
Carlos Gomes), construções com documentos (matéria arquitetônica existente com
documentação acessível) e construções sem documentos (matéria arquitetônica como única
fonte informativa).

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A Arqueologia, portanto, não visa reconstruir única e isoladamente a história do edifício,
mas sim o conhecimento da sociedade por meio dos restos materiais arquitetônicos,
propondo modelos interpretativos que superem os modelos historiográficos tradicionais
(BLANCO-ROTEA, 2017, p.27). Ampliar as possiblidades de métodos de reconhecimento
histórico-construtivo a partir do estudo direto da matéria arquitetônica é imprescindível para
se formular diagnósticos precisos que fundamentem projetos de restauro e orientação
conservativa.

Considerações finais

Os edifícios são produtos da cultura humana e, por isso, obras dinâmicas, constantemente
abertas a novas alterações, de modo que não se relacionam a apenas um período ou a um
suposto estado original. Projetos de restauração devem considerar tais estratificações,
entendidas na Carta de Veneza de 1964 como contribuições de todas as épocas (ICOMOS,
1964). A Arqueologia da Arquitetura vem justamente buscando efetivar uma progressiva
colaboração interdisciplinar para leitura e análise sistemáticas de tais estratificações para
suprir as inconsistências na formação arqueológica do arquiteto e na formação projetual do
arqueólogo (BOATO, 2008).

Estudos diretos da matéria arquitetônica, além de todo potencial para o reconhecimento


histórico e cronológico dos edifícios e da paisagem urbana também reaproximam o arquiteto
dos canteiros, já que, nas últimas décadas, instaurou-se uma tendência à especialização
profissional, cujo principal sintoma é a preocupante redução dos currículos dos cursos de
graduação em Arquitetura e Urbanismo, sobretudo das universidades particulares. Os
recentes currículos vem gradativamente suprimindo disciplinas de História e mesmo as
disciplinas – ainda obrigatórias - que se propõem a discutir a preservação e a conservação
de pré-existências apresentam certo descolamento entre a teoria e a história da arquitetura
em relação aos métodos e teorias de projeto, que, não raramente, desconsideram o
levantamento histórico-arquitetônico como uma etapa projetual.

O principal sintoma, na prática, são projetos e obras de restauro desprovidos de rigor


científico, que ainda se apoiam em repertórios estilísticos muito restritos ou em hipóteses
fantasiosas. Quando direcionadas à escala da cidade, tais projetos não raramente ignoram a
historicidade e as características locais em favor de um marketing urbano que faz uso
indiscriminado de jargões como “revitalização”, “requalificação”, “reabilitação”, etc.

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Belo Horizonte/MG - de 08 a 10/05/2019
Como acumulação desigual de tempos, as rugosidades dos sucessivos
passados amalgamados na paisagem atual permitem supor cada etapa do
processo social, cumprindo-nos retomar a história que esses fragmentos (...)
representam tal como a sociedade a escreveu de momento em momento
(BUENO, 2016, p. 100-1).

A aproximação com a arqueologia é justamente uma das possibilidades metodológicas que


potencializa as instâncias de análise material, que se prestam aos exames diagnósticos e
projetos de restauro de edifícios históricos, bem como, em escala urbana, a projetos de
conservação integrada, que considerem ainda as dinâmicas sociais engendradas na
paisagem cultural urbana.

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