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UEG – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO


HISTÓRIA DA ARQUITETURA BRASILEIRA I
DEUSA MARIA R. BOAVENTURA

A MODERNIDADE E A TRADIÇÃO NA OBRA DE LÚCIO


COSTA

ANA GABRIELA FELIPE ARAÚJO


MARCUS VINÍCIUS
MATHEUS HENRIQUE FLEURI
PEDRO HENRIQUE NOGUEIRA DOS REIS

ANÁPOLIS–GO
JANEIRO/2022
SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO
2 SUMÁRIO EXPLICATIVO
2.1 LÚCIO COSTA E O CONTEXTO DE SUA ATUAÇÃO
2.1.1 O Ecletismo e o Neocolonial
2.1.2 Surgimento de uma nova arquitetura
2.2 O PAPEL SINGULAR DA ATUAÇÃO DE LÚCIO COSTA
2.2.1 “Razões da nova arquitetura”
2.2.2 A valorização do precedente
2.2.3 Principais influências
2.3 MODERNIDADE E TRADIÇÃO NA OBRA DE LÚCIO COSTA
2.3.1 Tradição Erudita X Tradição Popular
2.3.2 Plástico Ideal X Orgânico Funcional
2.3.3 O papel do precedente na concepção arquitetônica de Lúcio Costa
2.4 OBRAS
2.4.1 Casa Barão de Saavedra (1941)
2.4.2 Casa Hungria Machado (1942)
2.4.3 Residência Pedro Paes de Carvalho (1944)
2.4.4 Park Hotel (1944)
3 CONCLUSÃO
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 APRESENTAÇÃO
Lúcio Costa foi um arquiteto de grande importância para a história da
arquitetura do Brasil, principalmente durante a Arquitetura Moderna. Suas obras,
tanto arquitetônicas quanto teóricas são de suma importância para o Movimento
Moderno e para o entendimento da arquitetura como é atualmente. O presente
trabalho tem como objetivo realizar uma análise sobre a tradição e a modernidade
na obra de Lúcio Costa, explicando o que é essa tradição, de onde ela vem e sua
aplicação dentro de um movimento que buscava romper com a ela. O trabalho foi
desenvolvido a partir da revisão bibliográfica de diversos artigos, teses e
dissertações.
Para melhor entendimento do tema, o trabalho foi dividido em quatro partes
principais. A primeira parte “Lúcio Costa e o contexto de sua atuação” traz um
panorama geral sobre quem foi esse arquiteto e como era o período no qual ele
atuou. Neste tópico, tratamos sobre a atuação de Costa em um período dominado
pelo ecletismo e neocolonial e sobre o surgimento de uma nova arquitetura. Na
segunda parte, falamos sobre o papel singular de Costa em seu período de atuação.
Desta forma, podemos entender como foi a relação do arquiteto com o movimento e
como foi sua tentativa de desenvolver uma arquitetura genuinamente brasileira.
Em um terceiro momento, tratamos sobre a modernidade e a tradição na
obra de Lúcio Costa. Com esta análise, podemos entender melhor a perspectiva do
arquiteto sobre o que é, de fato, a arquitetura. Além disso, são levantados diversos
temas essenciais para entender o cenário arquitetônico, discutindo sobre tradição,
intenções modernas e a importância do precedente na construção da arquitetura.
Por fim, são apresentadas diversas obras de Costa que mostram como sua teoria
era aplicada na prática.
2 SUMÁRIO EXPLICATIVO
2.1 LÚCIO COSTA E O CONTEXTO DE SUA ATUAÇÃO
Lúcio Costa foi um arquiteto e urbanista nascido na França, mas filho de pais
brasileiros, morou na Europa até seus 14 anos, quando veio para o Brasil. Formou-
se em 1922 na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e elaborou obras
que iam desde o ecletismo e neocolonial até o moderno.

2.1.1 O Ecletismo e o Neocolonial


Formado pela Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro, Costa teve um
ensino bastante atrelado a ideais fixos e imutáveis, com um pensamento muito
historicista. Nesse sentido, busca-se fazer uma breve análise sobre a produção
eclética e neocolonial do arquiteto.

2.1.2 Surgimento de uma nova arquitetura


Por volta da década de 1920, começa a surgir no Brasil um movimento
estético que tentou trazer vida nacional e pensamentos situados na modernidade,
criando uma expressão de arte genuinamente brasileira. Neste tópico busca-se
entender um pouco melhor do estado da arte no período e as influências dele na
arquitetura.

2.2 O PAPEL SINGULAR DA ATUAÇÃO DE LÚCIO COSTA


Lúcio Costa foi um arquiteto singular no contexto de sua atuação. Sua
relação com a arquitetura moderna foi diferente de qualquer arquiteto brasileiro da
mesma época. Nesse tópico podemos entender melhor como Lúcio Costa
desenvolve sua arquitetura única e o que o influencia nesse processo.

2.2.1 “Razões da nova arquitetura”


A partir da década de 30, Lúcio Costa fez parte de um discurso de
renovação da arquitetura. Seu texto “Razões da nova arquitetura”, de 1934, introduz
uma teoria que se baseia em novas tecnologias, mas vincula essa questão à
valorização do precedente como um material de estudo para o desenvolvimento
dessa arquitetura.

2.2.2 A valorização do precedente


O precedente, para Lúcio Costa, tem um papel essencial na construção da
nova arquitetura. Para ele, o precedente, tanto erudito quanto popular, eram
depósitos do conhecimento e as obras do passado poderiam oferecer vários
ensinamentos que ainda são válidos, reinterpretando-os para a atualidade.

2.2.3 Principais influências


Para a estruturação de seu pensamento, Lúcio Costa estudou diversos
autores. Além do ambiente acadêmico, Costa também teve muitas influências no
âmbito pessoal, advindas de suas influências e relações sociais.

2.3 MODERNIDADE E TRADIÇÃO NA OBRA DE LÚCIO COSTA


A fim de justificar a perspectiva de Lucio Costa frente aquilo que ele
caracteriza como arquitetura, são apresentados análises e argumentos frente a
diversos temas, que para ele são essenciais para entender o cenário
arquitetônico. Estes temas são apresentados em forma de polos opostos que
servem para serem comparados a fim de notar suas diferenças e semelhanças,
sendo eles a discussão entre Tradição Erudita e Popular, Razão e Funcionalidade e,
por fim, Verdadeira e Falsa Arquitetura.

2.3.1 Tradição Erudita X Tradição Popular


Neste tópico, aborda-se as reflexões de Lúcio Costa de entender a tradição
Erudita e a Tradição Popular como elementos que constituem a tradição como
precedente na arquitetura, na qual, o arquiteto possui como visão a tradição popular,
fruto de um aspecto viril de suas construções rurais a um tempo rude e acolhedora,
onde as qualidades da raça local se mostram melhor, ao contrário da erudita de
aparência rica e vaidosa. Cuja dentro desse processo o Costa se encontra em
descobertas e mudanças de pensamento em uma tentativa inicial de reatar o
espírito local brasileiro nas obras arquitetônicas.

2.3.2 Plástico Ideal X Orgânico Funcional


No tópico seguinte, aborda-se o argumento de Lúcio Costa de se entender a
trajetória histórica arquitetônica para credibilizar as intenções modernas. Para isso,
se é apresentado e discutido dois polos opostos que podem ser vistos como
norteadores de diversos estilos arquitetônicos passados, o Plástico-ideal (volumes
racionais, geometrias puras e paredes retas, presentes no movimento Clássico e
Renascentista) e o Orgânico Funcional (volumes dinâmicos, funcionalidade, emoção
e curvas, presentes no Gótico e Barroco) e como estes polos conseguiram se juntar
dentro da obra modernista

2.3.3 O papel do precedente na concepção arquitetônica de Lúcio Costa


Neste tópico, busca-se por meio de polos opostos elaborados por Lucio
Costa, a fim de montar os argumentos para elucidar as possíveis razões da tradição
como papel fundamental como precedente na sua concepção arquitetônica. Tais
pólos foram divididos em quatro partes: “verdadeira arquitetura” em oposição a uma
“falsa arquitetura”; “verdadeiros arquitetos” em oposição aos “falsos arquitetos”;
“arquitetura moderna” em oposição a “arquitetura modernista”; “verdadeiros estilos”
em oposição aos “falsos estilos”. Demonstrando a visão de Lúcio Costa, que a
verdade desses pólos ligados sempre está ligado de alguma maneira com a
tradição, enquanto os falsos pólos se distanciam dessa tradição como precedente de
sua concepção arquitetônica.

2.4 OBRAS
A partir da base teórica serão analisadas algumas obras de Lúcio Costa, nas
quais serão pontuados a aplicação e materialização de seus argumentos em
elementos construtivos de suas edificações.

2.4.1 Casa Barão de Saavedra (1941)


2.4.2 Casa Hungria Machado (1942)
2.4.3 Residência Pedro Paes de Carvalho (1944)
2.4.4 Park Hotel (1944)
3 CONCLUSÃO

Este trabalho foi construído a partir de uma revisão bibliográfica de diversos


autores. Com apoio das teses, artigos e monografias, foi possível entender a
tradição e a modernidade presentes na obra de Lúcio Costa. Passando por uma
retomada contextual da atuação desse arquiteto, entendemos como era o período
no qual ele atuou, como era sua arquitetura antes do movimento moderno e como
isso o levou à criação de uma vertente tão singular do modernismo brasileiro,
influenciando na construção da arquitetura contemporânea como conhecemos.

Em sua produção, tanto teórica, quanto arquitetônica, Costa faz menção a


importância do precedente na construção de uma arquitetura verdadeira. Durante o
desenvolvimento do trabalho, compreendemos os aspectos que levam a essa
importância e como ela se aplica em suas obras. Para Lúcio Costa, o olhar para o
passado é crucial para a construção de uma arquitetura situada no presente, no
caso, o moderno. Mesmo surgindo em um determinado período, as ideias que ele
apresenta são atemporais, visto que o pensamento de Costa não estabelece regras
ou normas, apenas um instrumento de interpretação do presente com o objetivo de
construir um futuro.

Além de análises no âmbito teórico, no trabalho também analisamos algumas


das obras construídas por Lúcio Costa para entender a aplicabilidade de todos os
conceitos discutidos. A partir dessas análises, entendemos que Costa olha para o
passado como algo que pode oferecer vários ensinamentos que ainda são válidos
para os dias de hoje. Assim, conseguimos entender um pouco melhor sobre esse
arquiteto tão importante para o desenvolvimento da arquitetura brasileira, as origens
de suas ideias e sua aplicabilidade.
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, T. M. P. Razões da tradição: o papel do precedente na concepção
arquitetônica de Lucio Costa. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) -
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2011.

BENOIT, A. TRADIÇÃO E ANTITRADIÇÃO EM LUCIO COSTA. FAU USP, 2020.


Disponível em: <https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16136/tde-31032021-
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WISNIK, G. Plástica e anonimato: modernidade e tradição em Lucio Costa e


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https://doi.org/10.1590/S0101-33002007000300009.

CARLUCCI, M. As casas de Lucio Costa. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e


Urbanismo) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo. São
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BATISTA, A. J. S. Viollet-Le-Duc e Lucio Costa: tradição e modernidade. IV


Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura e
Urbanismo. Porto Alegre, 2016. Disponível em: <http://www.anparq.org.br/dvd-
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COSTA, L. Razões da nova arquitetura. In: Registro de uma vivência. São Paulo,
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OLIVEIRA, A. S. As experiências eclético-acadêmicas de Lúcio Costa - uma


lacuna na história da arquitetura no Brasil. Cadernos PROARQ 21, no. 21, pp.
71-92. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio de
Janeiro, 2013. Disponível em:
<https://cadernos.proarq.fau.ufrj.br/public/docs/Proarq_21-070.pdf>

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