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ARQB37-Temas Especiais em Teoria e História da Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo:

História, Historiografia e Crítica da Arquitetura e do Urbanismo Moderno.


Resenha Crítica: Considerações sobre o Ecletismo na Europa - Luciano Patetta.

Estudante: Maialy Araujo Lima.

“Considerações Finais sobre o Ecletismo na Europa”, é o primeiro capítulo do livro


Ecletismo na Arquitetura Brasileira, o qual este capítulo foi escrito por Luciano Patetta. A obra
por completo traz o estudo do estilo em diversas cidades brasileiras, mas se inicia com uma
contextualização de onde surgiu esse movimento, que foi a Europa.
O ecletismo naquele continente surge num contexto de industrialização, o qual
diferentes ideias ferviam e diversos movimentos surgiram. A burguesia da época, empolgada
com ideais de progresso e conforto, mas contra a corrente moderna, fez de sua cultura o
ecletismo, que a priori deveria ser reservado para prédios públicos, se tornou modelo para a
casa dos mais abastado.
A arquitetura eclética e a moderna se desenvolveram quase na mesma época, a qual
não apenas as cidades vinham se industrializado, mas também houve uma influência cultural e
no modo de vida quando estas empresas passaram a funcionar, modificando totalmente o local
em que estavam e as habitações que surgiam ali. Enquanto o moderno se distanciava das
ideias clássicas e de toda ornamentação, o ecletismo fazia totalmente o contrário, além de
detestar a estética de vigas e metal aparente que a outra corrente proposia.
Como o próprio nome sugere, o ecletismo tem influência de outros movimentos, dentre
as influências o autor cita o emprego de tendências neogregas, neo-egípcias e neogóticas. Ele
detalha sobre o resgate da arquitetura gótica e clássica, que foi transformada e adaptada para
aquele tempo, sendo classificadas como neogótico e neoclássico. O neogótico possuía
estruturas metálicas com paredes de pedra, essas construções eram feitas por encaixe de
​ lusão que Patetta traz para exemplificar o funcionamento dessas
peças como um ​mecanno, a
construções.
Luciano afirma que, apesar das diversas críticas que foram feitas, há de ressaltar a
contribuição do ecletismo, a qual formou um precioso patrimônio até os dias atuais. A cultura
eclética auxiliou na problemática da restauração, com soluções processuais, modernas, aberta
e dialética. Sendo essa uma questão que o urbanismo progressista moderna não dava conta,
muito pelo contrário, estava sempre condenando e derrubando construções para a criação de
novos edifícios.
Para além, o projeto de cidade eclética, a qual foi contrariado pelo movimento moderno,
hoje se faz muito mais aceitável e coerente, pois as ideias modernistas, do ponto de vista
prático, apresentava diversos problemas e não dava conta das necessidades humanas.
Em conclusão, as cidades europeias do final do século XIX e do início do século XX,
eram grandes laboratórios arquitetônicos, onde novas ideias afloraram, mas que em
contraponto havia um resgate dos antigos. Ambas as correntes tentavam dar conta das
necessidades urbanas, sendo a moderna preocupada com os problemas habitacionais e o
ecletismo tentava abarcar os gostos da burguesia, mas que também tentava solucionar
questões urbanísticas e de restauração.

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