Você está na página 1de 2

UFMT - FAET

TEORIA DA ARQUITETURA E URBANISMO II


ALUNA: LEANDRA CMAILA CARDOSO PUNTEL

PAVILHÃO PHILIPS

O Pavilhão foi encomendado a Le Corbusier pela empresa Philips. O


arquiteto convidou o músico Xenakis para trabalhar com ele no pavilhão,
buscando relacionar a música com a arquitetura.
Le Corbusier apresentou uma ideia diferente: a composição de um evento
multimídia denominado “poema eletrônico e [a construção de] uma garrafa
contendo o poema”. O evento seria realizado, então, pela fusão entre cores,
imagens, ritmos e sons, mostrando assim os recursos dos produtos tecnológicos
da Philips.
Xenakis compôs uma música com ondas sonoras que se traduzem no
desenho da estrutura arquitetônica. Ou seja, as curvas sonoras da música
determinam o desenho do pavilhão. Buscava-se uma integração da arquitetura
com a música executada no interior. Uma sintonia entre o corpo humano, a
música tocada ali e a construção.
Quanto à estrutura, o pavilhão possui um formato de tenda, com 3 pontas
que se destacam verticalmente. Essas pontas criam as formas hiperbólicas
vindas de uma equação matemática. O revestimento da estrutura é composto
por uma fina casca feita de painéis de concreto pendurados por cabos de aço,
criando uma textura que enfatiza o movimento das formas de ondas, com as
diferentes direções em cada plano.
O projeto mostra-se como uma arquitetura autônoma, que pressupõe que
cada parte do edifício tenha como principal referência a lógica interna do projeto,
dentro da qual as formas são definidas. No caso, a forma baseou-se nas ondas
sonoras da música, e o modelo foi pensado a partir de cálculos matemáticos.
A arte moderna seria essencialmente oposta ao Classicismo, porque este
estaria baseado na manutenção de valores pré-estabelecidos de “eterna beleza
universal”, enquanto aquela teria um sentido fundamentalmente anti-naturalista
e progressista, assentado no “processo de contínua determinação e superação
de valores”.
Para Le Corbusier, o que caracterizava sua época não era a aceleração
que desestruturava cada vez mais as certezas estabelecidas; a atualidade seria,
ao contrário, uma nova era de equilíbrio em que o homem, munido das recentes
conquistas tecnológicas, disporia dos meios adequados às suas aspirações
artísticas, estando por fim apto a devolver à arte o sentido de harmonia
fundamental. No raciocínio de Le Corbusier, a técnica moderna, racionalista por
essência, não era um fim em si mesma, mas deveria pôr-se a serviço de um
particular idealismo estético, mais exatamente, aquele que voltava a identificar o
belo ideal com a forma bem proporcionada.
Visando a restabelecer o mesmo sentido de harmonia presente nas obras
da Antiguidade, Le Corbusier não hesitou em recorrer, em plena efervescência
das vanguardas históricas dos anos 1920, ao tradicional sistema de proporções
matemáticas em alguns de seus projetos. Assim, embora a forma do pavilhão
seja oposta às referências clássicas, Le Corbusier e Xenakis contaram com
modelos matemáticos para representar as ondas sonoras.

Você também pode gostar