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Universidade Estadual de Goiás

Arquitetura e Urbanismo – Projeto Urbano

Aluna: Ana Gabriela Felipe Araújo

Prof: Angélica de Amorim Romacheli

Fichamento: Que cidades queremos para as gerações futuras?

As cidades brasileiras são, historicamente, regidas por desigualdade. A forte


segregação socioespacial expressa nos centros urbanos acarreta diversos problemas, para
todas as camadas da sociedade. A ocupação de áreas de risco, infraestrutura seletiva que
privilegia o automóvel individual, diminuição dos espaços públicos de qualidade e
aumento da violência urbana são todos problemas que refletem a condição insustentável
das cidades brasileiras da atualidade. A popularização da verticalização e dos
condomínios fechados ajuda na manutenção de uma sociedade que preza o “status” acima
da qualidade de vida e, com essas pessoas se fechando cada vez mais em seus
condomínios, a vida urbana vai aos poucos deixando de existir. As ruas deixam de ser
espaços de convivência, os enormes bairros residenciais acabam com a pluralidade de
usos e se tornam cada vez mais afastados, aumentando a incidência de violência urbana.

Atualmente, a maior parte da população brasileira vive nas cidades sob um


crescimento urbano prejudicial que não preza pela qualidade de vida. Essa expansão
urbana vem acompanhada de uma dificuldade de acesso às partes da cidade que possuem
infraestrutura o que leva a maioria das pessoas a buscar moradia em favelas, cortiços e
loteamentos informais, dada a situação econômica da maior parte da população brasileira.
Até por volta de 2006, as políticas públicas de moradia atendiam efetivamente apenas a
classe média da sociedade. A partir de 2008, com a implementação do programa Minha
Casa Minha Vida, o governo voltou sua produção e assistência para as classes mais
baixas, no entanto, com uma qualidade questionável.

O Estado e o mercado desempenham um papel central na manutenção desse


sistema urbano insustentável. Mesmo com a existência de um planejamento urbano,
notável pela presença de planos diretores e legislações urbanas, esse é feito de forma a
privilegiar certos grupos de maior poder aquisitivo, reforçando desigualdades
socioeconômicas. Além disso, o mercado imobiliário e a construção civil também são
responsáveis, visto que prezam o retorno financeiro acima da boa urbanidade. A
arquitetura também se mostra como um grande agente da manutenção dessa situação,
replicando modelos que proporcionam cada vez mais “status” e menos qualidade de vida.

Dessa forma, percebe-se que a expansão urbana brasileira tem produzido cidades
cada vez mais insustentáveis. Suas metrópoles projetam um exemplo cada vez mais
prejudicial que se espalha por municípios em todo o território, reforçando um sistema
urbano injusto, cheio de problemas que podem ser evitados. A sustentabilidade urbana
deve ser buscada dentro do território e seu ponto de partida está na análise das cidades já
existentes, pensando em como elas podem ser melhores para a geração atual e gerações
futuras. É necessário que a população compreenda o conceito de uma “cidade justa” para
evitar que a valorização do “status” não seja maior do que a preocupação com qualidade
de vida.

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