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Campo Grande, MS
2023
O bairro Santa Mônica fica localizado entre a Indubrasil e ao bairro popular, na periferia
da região do Imbirussu do município de Campo Grande – MS.
Sua criação nos remete como um fruto da segregação sócioespacial pois segundo Côrrea
(1989) ela é um fenômeno que está intrinsecamente ligado à dinâmica das cidades
contemporâneas, especialmente nas grandes áreas urbanas.
Inicialmente o Santa Mônica I surgiu como uma forma de escoamento da população que
vivia em condições precárias com o projeto de Cohab, á cerca de três décadas atrás. Logo após
a prefeitura conduzir essa população que viviam em Favelas até ás Cohab que se formou o Santa
Mônica II que surgiu após a venda de uma grande fazenda nos entornos urbanos de Campo
Grande.
Esse loteamento de cunho privado acabou acarretando a expansão do bairro, que teve
seu crescimento econômico promovido por ações de cunho exógeno. Pois nesse mesmo período
se instalavam as grandes indústrias na Indubrasil que acabava utilizando dessa mão de obra que
acabava residindo nos entornos do mesmo, isso vale igualmente para os residentes do Núcleo
Industrial e Vila Romana.
Após o estado promover essa locomoção dessa população suas medidas soam como um
esquecimento absoluto, sendo evidente a forma de “organização” urbana que acaba apenas
transportando seus problemas para as distantes regiões periféricas.
O acesso a educação também sempre foi uma luta dos seus moradores pois o bairro em
si não possuí uma escola em seu território até os dias de hoje, então todos os jovens da região
buscavam seu ensino nos bairros mais pertos possíveis, porém esses entornos também são
regiões de extrema fragilidade socioeconômica.
Tudo isso acaba acarretando em uma drástica queda na qualidade do ensino absorvido
por esses alunos, tanto em defasagem de ensino como em problemas socioeconômicos dessas
mesmas famílias fragilizadas pela falta de amparo estatal.
Podendo se citado como parte disso também o racismo ambiental presente ali de forma
bem ampla onde as indústrias descartam de forma extremamente irregular seus dejetos. Um
fator extremamente preocupante que nunca é pautado pelo poder hegemônico também é a
questão da atmosfera local.
Esse cheiro é tão forte que causa enjoo em uma parcela considerável da população que
convive com isso no seu dia a dia, fora a fumaça com outras substância que causam diversos
problemas respiratórios para a população ao entorno dessas indústrias.
A segurança da região também sempre foi uma situação complicada, pois a presença
policial (quando tinha) agia apenas com cunho de opressão e repressão aos seus residentes.
Fomentando que “violência” do bairro seja controlada por forças ilegais de forma brutal e sem
o devido raciocínio imparcial da situação, emborra essa parte também seja um traço do sistema
judiciário Brasileiro.
Outra questão muito importante naquele território são os espaços vazios que foram
invadidos pelos indígenas e pela população local, invasão indígena essa que se impõe como
símbolo de resistência ao desamparo estatal que ocorre diariamente naquele espaço onde
instauraram uma aldeia urbana na periferia de Campo Grande-MS.
Essa aldeia acaba dando uma outra dinâmica ao uso da propriedade residencial ao oeste
do bairro que acaba apresentando características culturais distintas como a cultura paraguaia
sendo extremamente presente na produção desse espaço.
Mesmo estando em território urbanístico sua cultura e forma de sociedade acaba sendo
aplicado ali ao seu meio social, desde relacionamentos, organização social e atividades
econômicas.
Essa cultura acaba sendo integrada á setores como econômico, um belo exemplo disso
são as comidas e atividades de serviços que serviriam a região, como a forte presença de casas
de venda de erva mate a granel.
Por fim é possível concluir que toda estrutura do bairro é adjacente do sistema
urbanístico capitalista unido a industrialização e do poder hegemônico que acaba formando esse
espaço urbano segregado e estigmatizado como uma “quebrada”, como um lugar de violência,
droga, ilegalidade e a pobreza.
Entretanto, este é um espaço de luta! Um espaço que liga diversas lutas e evidência de
forma ampla a luta de classes que vivenciamos no dia a dia onde o poder estatal e a classe
dominante se articulam e organizam-se em prol do lucro.
BIBLIOGRAFIA