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Acadêmicas: Letícia Goll

Raquel Cabreli
Carolina Vilela
Helena Loyola
Fonte: ndonline.com.br
Imóvel

Fontes: Laudo Pericial e Google Maps


Zoneamento: SE1
(Setor Especial)

Usos Admitidos:

• Residência Unifamiliar
• Comércio/Serviço ou Indústria de
Âmbito Local e ou
Comércio/Serviço de Materiais

Fontes: Ippuj Joinville


de Pequeno Porte
• Serviço/Comércio ou Indústria de
Âmbito Local , Geral ou
Associados a Diversão Pública
• Institucional/Econômica de
Âmbito Local e Geral
Art. 21. Setores Especiais (SE) são as áreas que, em função
de programas e/ou projetos de interesse público previsto,
existência de características ambientais ou da sua posição
na estrutura urbana, requeiram um tratamento de uso e
ocupação específico, caso a caso, de maneira diferenciada
das demais zonas de uso e classificam-se em:

I - Setor Especial do Patrimônio Ambiental Urbano


(SE1) - compreende as áreas que apresentam conjuntos
arquitetônicos ou elementos naturais de interesse histórico,
paisagístico ou cultural que devem ser preservados;
Fonte: Jenifer Cruz
Estilo: Teuto-Brasileira, século XX
Número de pavimentos: Um pavimento, pavimento térreo e sótão;
Cobertura: Em Madeira duas Águas (Não mais existente no Momento);
Técnica construtiva: A lvenaria autoportante rebocada sobre porão baixo (rebocado e
pintado);
Esquadrias: Em madeira e vidro (Parcialmente destruídas)
Área construída: Aproximadamente 161,91m²

Fontes: Laudo Pericial


1- Autenticidade e Identidade
A autenticidade de cada região deve ser observada em função das heranças e do tempo em que foram construídas.
As obras formam um conjunto e faz parte de um contexto, não se pode analisar uma obra isoladamente, elas não serão únicas e
legítimas nem podem excluir as outras do contexto, enriquecendo a gama de valores e respeitarão a diversidade cultural de cada
local.
2- Autenticidade e Mensagem
Autêntico é o que é verdadeiro. Podemos encontrar algo autêntico quando há correspondência do objeto material e seu
significado.
É importante para uma construção que deve ser preservado a memória e suas referências culturais, a tangível não deve ser o único
a ser preservado, os dois devem estar em conjunto.
A mensagem original do bem deve ser conservada. Isso significa assumir um processo dinâmico e evolutivo, sendo assim preservar
a memória histórica, os testemunhos e a cultura.
3-Autenticidade e Contexto
Para que haja um equilíbrio entre edificação e seu entorno de inserção, devemos garantir a autenticidade dos conjuntos urbanos,
sendo assim, se assegurar que as edificações não se tornem uma agressão a paisagem, mais sim, que ambos se harmonizem entre si,
para a preservação da cultura local.
Para assegurar que estas agressões não sejam implantadas, devemos garantir que a paisagem do entorno não se sobreponham ou
descaracterizem essas edificações, devendo assim, ser implantados normas que assegurem essa caraterística e que proponham sua
manutenção.
4-Autenticidade e Materialidade
Parte do nosso patrimônio é fortemente ligado à arquitetura vernácular e tradicional, que é uma arquitetura pura, que emprega
materiais e recursos próprios de seu ambiente (terreno) onde a edificação é inserida, tornando-a uma edificação de caráter local ou
regional. Destaca-se por seus materiais efêmeros, os quais foram de grande importância para sua época, sendo eles a terra,
elementos vegetais e a madeira. As transformações que os anos acarretam a essas edificações as tornam autenticas, pois sabemos
que ao decorrer do tempo às técnicas e matérias sofrem alterações também no sentido aperfeiçoamento das técnicas construtivas e
mão de obra, não a deixando assim, se tornar algo sobressaliente ou desprovido de seu entorno.
BEM – um local, uma zona, um edifício ou outra obra construída, ou um conjunto de
edificações ou outras obras que possuam uma significação cultural, compreendidos, em cada caso, o conteúdo e o entorno a
que pertence.
SIGNIFICAÇÃO CULTURAL – valor estético, histórico, científico ou social de um bem para as gerações passadas, presentes
ou futuras.
SUBSTÂNCIA – conjunto de materiais que fisicamente constituem o bem.
CONSERVAÇÃO – cuidados a serem dispensados a um bem para preservar-lhe as características que apresentem uma
significação cultural. De acordo com as circunstâncias, a conservação implicará ou não a preservação ou a restauração, além da
manutenção; ela poderá, igualmente, compreender obras mínimas de reconstrução ou adaptação que atendam às necessidades
e exigências práticas.
MANUTENÇÃO – proteção contínua da substância, do conteúdo e do entorno de um bem.
PRESERVAÇÃO – manutenção do estado da substância de um bem e a desaceleração do processo pelo qual ele se degrada.
RESTAURAÇÃO – restabelecimento da substância de um bem em um estado anterior conhecido.
RECONSTRUÇÃO – restabelecimento, com o máximo de exatidão, de um estado anterior conhecido; ela se distingue pela
introdução na substância existente de materiais diferentes, sejam novos ou antigos. A reconstrução não deve ser confundida,
nem com a recriação, nem com a reconstituição hipotética, ambas excluídas do domínio regulamentado pelas presentes
orientações.
ADAPTAÇÃO – agenciamento de um bem a uma nova destinação sem a destruição de sua significação cultural.
USO COMPATÍVEL – utilização que não implique mudança na significação cultural da substância, modificações que sejam
substancialmente reversíveis ou que requeiram um impacto mínimo.
Esta carta vem ampliar a noção de patrimônio arquitetônico e assinalar a importância da
conservação de áreas e estruturas edificadas, quer urbanas, quer rurais. Os pontos mais
importantes que refere são os seguintes:

1. Ampliação do conceito de monumento, que além de criações arquitetônicas isoladas históricas,


devem ser também os conjuntos urbanos e rurais com significado especial e obras modestas com
valor cultural. O conceito de monumento histórico deve envolver também o espaço envolvente e o
local onde este se encontra implantado;
2. Quando for necessário, o restauro deve respeitar os materiais utilizados e todas as partes de
diferentes épocas, que não devem ser adulteradas ou destruídas;
3. Estudo acompanhado de investigação arqueológica e histórica do monumento, utilizando meios
interdisciplinares avançados: levantamentos arqueológicos, sondagens estratigráficas, técnicas
estáticas, procedimentos magnéticos, técnicas informáticas, fotogrametria e outros, que precedam os
trabalhos de restauro;
4. As intervenções de restauro devem abranger trabalhos que, em qualquer momento, o objeto sobre o
qual se atuou se possa despojar da atuação e voltar ao momento anterior à sua realização, ou seja
defende a necessidade de reversibilidade nas intervenções estruturais e construtivas;
5. Refere a necessidade de uma manutenção periódica dos edifícios e uma atribuição funcional
socialmente útil.
Análises que serão tomadas como diretrizes para a presente
Obra de Restauro
25 de Agosto de 1988
Incêndio que tomou conta do Centro Histórico de Chiado/Lisboa, obras do
século de XVIII
Edifícios Pombalinos: simular um terremoto.
• Para a prevenção e combate aos
incêndios, todos os quarteirões tinham
• A baixa de Lisboa, também poços de água nos saguões e as paredes
chamada Baixa Pombalina ou Lisboa entre os edifícios eram mais altas que o
Pombalina por ter sido edificada por telhado para prevenir a progressão do
ordem do Marques de Pombal, na fogo (paredes corta-fogo).
sequência do terremoto de 1755,• A Baixa dispôs da primeira verdadeira
cobrindo uma área de cerca de 23,5 rede de esgotos domésticos, dando para
hectares. coletores subterrâneos sob as ruas.
• É um dos primeiros exemplos de
construção antissísmica. Os modelos
arquitetônicos foram testados com a
utilização de tropas em marcha para

Vista geral da Baixa Pombalina.


Fonte: Wipedia/Acesso 09/08/14
Projeto: 1998
Obra: 2001 Fundado em 1389 por iniciativa do condestável D.
Nuno Álvares Pereira, o Convento do Carmo
Estrutura: Engo Manuel Dias das Neves localizasse no cimo do Monte do Carmo, com
Arquitetos: Afonso Gonçalo e Rodrigo Eanes cabeceira destacada, sobranceira ao Rossio e
fronteira ao Castelo de São Jorge.
Em 1755, o terremoto de 1 de Novembro danificou
gravemente o convento, desaparecendo a biblioteca
e ficando a igreja em ruínas. Em 1834 ocorre a
extinção das ordens religiosas.
As Ruínas do Carmo são uma das principais marcas
deixadas pelo terremoto de 1755 ainda visíveis na
cidade, tendo esta última intervenção colocado em
evidência a história do monumento. No entanto, é
o fato de serem, hoje em dia, palco para espetáculos
e outros acontecimentos mais mundanos, como
casamentos e festas de Natal, que diversificou e
atualizou o seu uso, fazendo agora parte do presente,
muito para além de uma visita ao passado.

Localização e Vista Aérea


(Fonte: www.monumentos.pt/Monumentos/forms/002_B1.aspx)
(Fonte: www.monumentos.pt/Monumentos/forms/002_B1.aspx)
Possidónio da Silva, arquiteto responsável pelas
obras da igreja (de 1864 a 1896 à frente dos
destinos do Convento do Carmo) opta por uma
reconstrução não integral, mas apenas do essencial
que permitia a sua leitura como templo gótico.
Assim, as primeiras obras de restauro das Ruínas
do Carmo consistiram na reconstituição das
colunas, arcos e janelas góticas, utilizando pedra
semelhante à pré-existente, mantendo a ruína mas
recompondo-a.
No entanto, em termos técnicos, esta
reconstituição apresenta fragilidades, como o
simples encosto dos novos arcos de janelas aos
originais, muito deteriorados pelo sismo e pelo
fogo.
A estabilidade dos novos elementos estava assim
comprometida, apresentando elevado risco de
deslizamento em caso de sismos, vibrações
excessivas ou cumulativas provenientes de tráfego
Fonte: www.monumentos.pt/Monumentos/forms/002_B1.aspx
ou assentamentos diferenciais dos terrenos.
Ao instalar-se o Museu Arqueológico na igreja conventual não houve intenção de alterar a aparência do
monumento. No entanto, foram introduzidas alterações, que apesar de resultarem da intervenção
estrutural, desfiguraram o espaço religioso, como é o caso do encerramento da cabeceira. O Museu
acabou por se transformar num depósito de materiais, e com o decorrer do tempo entrou em
decadência, apesar do valioso espólio que albergava.
Encerrado desde 1995, os problemas do Convento do Carmo agudizaram-se, em 1996, com as obras de
abertura do túnel do Metro que liga o Rossio ao Chiado, as trepidações provocadas no subsolo
afetaram as fundações do monumento e até a estabilidade da colina. Os trabalhos de consolidação dos
alicerces, que se prolongaram por mais de um ano, exigiram o levantamento do pavimento do
convento. A consolidação da colina foi feita através da injeção de estacas e betão nas profundezas da
escarpa, a partir da nave da igreja e do corredor lateral de acesso ao elevador.

Interior e Entrada
(Fonte: Ana Brandão Matos eaeiou.escape.expresso.pt/artigo_checkin.php?artigo=275)
As obras, com projeto da autoria do Arq. Victor Mestre, na exteriores, não são visíveis;
altura da Direção Geral dos Edifícios e Monumentos
 A integração do revestimento das
Nacionais, tiveram como principal objetivo o
abóbadas, platibandas, gárgulas e outros
acompanhamento e integração destes trabalhos de
estabilização do monumento e da escarpa com o próprio terraços em cobre;
projeto de conservação e restauro do conjunto, mantendo  A colocação de uma nova cobertura em
a memória da intervenção do Arq. Possidónio da Silva. cobre camarinha, após a remoção de telas
A proposta incluía: de alumínio e outras malfeitorias;
 A remoção de 60 cm de aterro que cobria  Novo lajedo no transepto;
toda a nave e transepto da igreja,  O restauro do túmulo de D’ Nuno Álvares
restituindo o monumento à sua cota inicial, Pereira a introdução de infraestruturas
deixando a memória da altura do entulho ocultas de apoio a atividades culturais,
do terramoto nas colunas e paredes; como concertos ou desfiles;
 O redimensionamento da área arrelvada,  A impermeabilização dos solos a céu
reduzindo-a; aberto, de modo a evitar infiltrações no
 A consolidação estrutural de fundações, subsolo instável, e a criação de sistemas de
paredes, arcos e abóbadas, estes três últimos drenagem das águas pluviais;
pela integração de elementos em aço inox,  A limpeza geral da galeria do alçado sul;
que apesar de nalguns casos serem
O edifício Castro & Mello ocupa os lotes 8 e
Projeto: 1992 9. O projeto do Arq. Álvaro Siza Vieira não
consistia obviamente de um caso de
Obra: 2004
recuperação de um edifício com estrutura
Estrutura: STA Segadães Tavares & pombalina, uma vez que esta foi destruída no
Associados incêndio. Apenas a fachada permanecia de
Arquitetos: Álvaro Siza Vieira pé, tendo sido mantida e restaurada. A
estrutura do edifício passou a ser em betão.

Interior do Quarteirão e Localização


Fonte:www.portugalrestaurants.com/restaurantes/Mezzogiorno
-Pizzeria.html
 O piso do rés-do-chão é constituído pelo átrio
de comunicações verticais de acessos aos
escritórios e aos apartamentos e por lojas.
 O piso 2, a sobreloja, possui comércio e a
entrada pelo pátio.
 Os pisos 3 e 4 são ocupados por escritórios,
subdivididos em parcelas com entradas
independentes.
 Os pisos 5, 6 e 7 destinam-se a habitação,
enquanto que o piso 8 é completamente
Alçados
ocupado por equipamentos de ar (Fonte: ECO, Umberto – Álvaro Siza, A reconstrução do Chiado. 1982)
condicionado e outros.

Pisos 4 e 5 /6 e 7 (Fonte: ECO, Umberto – Álvaro Siza, A reconstrução do Chiado. 1982)


 Os materiais e cores exteriores estavam definidos
no Regulamento do Plano da Zona Sinistrada do
Chiado.
 Os saguões laterais e as escadas voltam a
construir-se no mesmo local onde estavam antes
do incêndio, embora estes espaços de iluminação
tenham agora uma dimensão superior e as
escadas se encontrem complementadas com a
instalação de elevadores.
 No que diz respeito à distribuição, os
compartimentos têm todos acesso separado
através dos espaços de circulação, o que nem
sempre acontecia nas plantas pombalinas. No
entanto, optou-se por se fazer uma segunda
circulação feita diretamente entre as divisões,
deixando a memória do conceito da época. Entrada e
 A utilização de características da habitação Escadas
pombalina e sua atualização aos padrões de
(Fonte: ECO, Umberto –
habitação atuais, revela um cuidado na Álvaro Siza, A
intervenção que a torna única, porque reconstrução do Chiado.
1982)
indissociável da memória do lugar.
O plano de recuperação em geral, e a intervenção
neste edifício em particular, são caracterizados por
uma grande contenção. Em vez da substituição dos
edifícios, o arquiteto preferiu uma intervenção
discreta, desprovida de marca autoral.

A opção adotada foi o da modificação dos usos do


interior dos quarteirões, onde se tinham acumulado
situações desreguladas e insalubres, transformando-
os em espaços públicos − praças e acessos destinados
a vencer as alturas. Procedeu à unificação estrutural
de edifícios contíguos, mantendo a expressão formal
exterior, ao reequilíbrio funcional entre habitação,
comércio e serviços e à correção de algumas
fachadas, que foram repostas na métrica da
arquitetura pombalina.

Fachada
(Fonte: ECO, Umberto – Álvaro Siza, A reconstrução do Chiado. 1982)
Esta intervenção constitui uma lição de
rigor ao recusar qualquer vedetismo e
ao afirmar o papel do arquiteto como
operador simbólico, que conduz a
memória do lugar às exigências sociais
e funcionais do presente.

Fachada
(Fonte: ECO, Umberto – Álvaro Siza, A reconstrução do
Chiado. 1982)
Através das obras analisadas, podemos retirar como partido dois conceitos de
grande importância:

Ruinas do Carmo
- Consolidação de Ruínas: Importância de manter as marcas do tempo,
conservando a história (edifício)

Edifício Castro e Mello


- Utilização de materiais atuais (industriais) contrastando NOVO / ANTIGO, e
planta com divisões flexíveis.
Plano Nacional de Cultura

http://www.museus.gov.br/wp-content/uploads/2013/07/acessibilidade_a_museu_miolo.pdf

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