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2020 - Antecedentes Indígenas - arquitetura e organização das aldeias

https://www.youtube.com/watch?v=Z2GbtYnYxVA&ab_channel=ReinaldoGuedesMachado
 Em frente a grande precariedade de dados históricos disponíveis, e a grande
diversidade de culturas indígenas brasileiras, fica quase que impossível retratar
cada uma delas em particular.

 Antes da chegada dos colonizadores portugueses, os povos indígenas já


realizavam construções impressionantes.

 A arquitetura indígena trazia técnicas consideradas avançadas para a época, além


de serem verdadeiras expressões artísticas.

 O objetivo das construções é para se proteger de fenômenos naturais, como os


ventos e as chuvas, bem como dos ataques de animais.
 As formas das casas variam segundo os costumes de cada grupo: podem ser
circulares, retangulares, pentagonais, ovais...

 O formato das aldeias também muda de acordo com o povo.

 O que diferencia também uma aldeia e outra entre as tribos indígenas brasileiras,
é a condição climática, e a disponibilidade de materiais regionais, como
elementos e detalhes construtivos.

 A maioria dos indígenas, até os dias atuais, têm o costume de passar boa parte de
dia do lado de fora das casas.

 Realizam as suas atividades ao ar livre.


 Os moradores dormem em redes que são
amarradas nas laterais da casa.

 À noite, a casa é fechada com portas feitas de


madeira e palha.

 Pequenas fogueiras são acesas abaixo das


redes, deixando o interior com uma
temperatura agradável.

 As construções indígenas variam conforme


uma série de fatores – como tribo, quantidade
de pessoas, finalidade de uso.

 Elas têm a capacidade de se adaptar as


diferentes condições do ambiente, além de ser
um exemplo de modelo de sustentabilidade.
 Em muitas aldeias de diversos povos indígenas existe uma casa especial para os
homens.

 Não é uma casa de moradia, mas um local onde eles se reúnem e também onde
realizam rituais.

 As mulheres não podem entrar na casa e nem participar dos rituais porque esta é uma
atividade masculina.

 Entre os povos indígenas, é comum existir atividades que são realizadas


exclusivamente por um dos gêneros, isto é, ou são praticadas pelas mulheres ou pelos
homens.

 A casa dos homens é um espaço onde fica clara essa diferenciação.

 "Casa de Aruanã" ou "Casa do Bicho", serviam também de aprendizado para os


rapazes solteiros.
 A forma mais comum presente nas habitações
indígenas são as aldeias, também conhecidas
por tabas.

 É formada por um conjunto de 04 a 10 ocas,


aonde residem várias famílias indígenas
(ascendentes e descendentes), podendo chegar
à 400 pessoas.

 Essas construções são distribuídas de forma


ortogonal, de modo a formar uma grande praça
central.

Aldeia Kuikuro – Alto Xingu


 Nestes espaços centrais são realizadas atividades (Mato Grosso)
cotidianas, festas, cerimônias e rituais sagrados.
 Cada uma dessas casas é denominada de
“oguassu, maioca ou maloca (casa grande)”.

 São dividida internamente pela estrutura do


telhado em espaços quadrados de 6m x 6
metros, onde reside em cada uma delas, uma
família.

O tamanho de cada casa, depende do


tamanho da tribo, podendo chegar a mais de
200 metros de comprimento.
Casa Yawalapiti: planta baixa com equipamento
Esquema de método de colocação de pilares. Estrutura da casa Yawalapiti: Cortes AB e CD
 Em algumas aldeias existem as ocas, que são moradias
menores, uma espécie de cabana.

 As famílias moram separadamente.

 Apesar de viverem em comunidade, cada grupo familiar


têm o seu próprio espaço.

 Não compartilhando o mesmo local, como acontece com


as aldeias que vivem em malocas.

 Oca circular, com a cumeeira apontada para cima, foi


muito utilizada pelas tribos Jês e Xavantes.
 A casa era o lugar preferencial das mulheres. Ali elas
exerciam suas atividades do lar, e no corredor central,
próximo aos pilares que sustentam a
cumeeira, preparavam o alimento da tribo.

 Em alguns casos havia uma entrada em cada


extremidade da maloca, e no meio da casa, no lado que
dava para o pátio, havia uma terceira.

 Esses acessos eram baixos, obrigando cada pessoa a se


abaixar em sinal de respeito.
 Produzem abrigos adaptados ao
contexto local através de soluções
sustentáveis e adaptadas às
condições ambientais.

 Nos diferentes povos indígenas há


diferenças nas técnicas de
construção de suas habitações.

 Para fazer o fechamento nas


paredes e telhados, são utilizadas
folhas, fibras e cipós.

 Uma das características das casas


indígenas é sua construção
integral com materiais vegetais.
 Geralmente, são construídas com base em estruturas de madeira, que são
conectadas umas às outras por meio de sistemas de encaixe.

 A maior parte das aldeias utilizava a amarração de cipós nas estruturas de


madeira.
Conversa com Pesquisador: José Portocarrero (Arquitetura)
https://www.youtube.com/watch?v=-yy9c3rMkOE&ab_channel=UFMTCi%C3%AAncia
“Em uma primeira aproximação pode-se dizer que
tecnologia avançada é aquela que permite, com base
em recursos humanos e materiais acessíveis, alcançar,
mediante seu aperfeiçoamento e desenvolvimento, o
mais alto grau de produtividade para conseguir um
habitat adequado para cada região e seus modos de
vida, tanto em qualidade como em quantidade”
Marina Waisman
 Constroem suas malocas fazendo referência ao corpo de um animal ou de um
homem.

 A parte frontal da habitação determina que seja o peitoral, assim como os fundos
sejam as costas.

 O chão representa os pés, a solidez da casa, aonde serão cravados os pilares de


sustentação, e toda a sua estrutura.

 A ala íntima da casa, é diagramada pelos semicírculos laterais, e são designados


como as “nádegas” da casa.
 A vedação com ripas de madeira e bambu, referem-se as costelas, e o
revestimento das paredes seriam os pelos ou cabelos.

 A cumeeira faz referência a cabeça.

 O tipo de construção dos xinguanos se assemelha muito com a tribo dos


índios Morubos, pois ambas construções são antropomórficas, associando a
construção a uma espécie de proteção xamânica.

 Um elemento vertical, destinado ao escapamento da fumaça interior produzida,


ganha o nome de “dentes”.

 A porta principal é uma “boca” da casa.

 A porta secundária, que dá saída para o exterior da aldeia, é o lugar por onde
saem os detritos e o lixo, talvez seja o “anus” da casa.
A) Planta baixa B) Corte longitudinal - Antropomorfismo da casa xinguana.
A) Fachada principal B) Fachada posterior
 Ocupam a região norte do Amazonas.

 Constroem suas aldeias em formato circular,


chamando-as de “shabonos“.

 Seu dimensionamento é feito conforme o


número de ocupantes que abriga.
 Possui um grande vão central, chegando a quase 15 metros, que é coberto por
folhas de palmeiras, sobre a estrutura de galhos e varas.

 O homem cuida da construção em si.

 A mulher fica responsável para coletar os galhos e os cipós que servirão para
amarração das estruturas, e as folhagens de bananeira para vedação.
 Antigamente não tinham uma aldeia
permanente.

 Na estação das chuvas, quando o rio


Araguaia enchia, a aldeia era construída
nos barrancos mais altos, longe das
margens.

 As casas possuíam uma estrutura de


madeira e o teto de palha se estendia até o
chão para fechar completamente as casas e
proteger os seus moradores das chuvas e
dos ventos.
 Na estação seca, a aldeia se transferia
para as margens do rio, facilitando a pesca
e a coleta de alimentos.

 As casas construídas neste período eram


casas mais simples que aquelas feitas no
período de chuvas. Em qualquer época,
porém, as casas eram dispostas em linhas
de frente para o rio.

 A única casa que ficava afastada era a casa


dos homens.

 Construíam casas com estrutura reforçada,


constituídas por 3 arcos paralelos.

 Cada um formado por um par de


pilares fincados no chão, e vigas para que
possam ser amarradas, em
suas extremidades, na cumeeira.
Centro Sebrae de Sustentabilidade - Depoimento de José Portocarrero
https://www.youtube.com/watch?v=k_2dwTWRy1E&t=314s&ab_channel=CAU%2FBR
 Em tempos nos quais a sustentabilidade está no foco de discussões de como
enfrentar questões climáticas e ambientais, voltar o olhar a práticas vernaculares
pode ser uma forma de aprender como lidar com estas questões de uma maneira
diversa.

 É possível adotar práticas projetuais baseadas na arquitetura indígena como forma


de responder a demandas contemporâneas,

 Deve-se conciliar a adaptabilidade ao contexto, interlocução com a comunidade e


materiais e técnicas construtivas locais.
 Fazer um mapa mental sobre arquitetura
vernacular.

 Entrega até o dia 16.03 via AVA.

 Poderá ser feita à mão ou no computador.


ARCHTRENDS. Arquitetura indígena: qual a lição que ela nos ensina? Disponível em:
https://blog.archtrends.com/arquitetura-indigena-qual-licao-que-ela-nos-ensina/
CAUMT. Aplicação de tecnologias indígenas na arquitetura contemporânea. 2022. Disponível em:
https://www.caumt.gov.br/aplicacao-de-tecnologias-indigenas-na-arquitetura-contemporanea/
CAURN. Arquitetura Indígena no Brasil. Disponível em: https://www.caurn.gov.br/?p=10213
MIRIM. Casas. Disponível em: https://mirim.org/pt-br/como-vivem/casas
MOREIRA, Susanna. O que podemos aprender com a arquitetura indígena? 2021. Disponível em:
https://www.archdaily.com.br/br/927142/o-que-podemos-aprender-com-a-arquitetura-indigena
TRONCARELLI, Ruth Cuiá. ARQUITETURA INDÍGENA XINGUANA: UM ESTUDO DAS REPRESENTAÇÕES.
2019. Disponível em: https://sites.usp.br/icht2019/wp-content/uploads/sites/416/2019/07/ARQUITETURA
-INDI%CC%81GENA-XINGUANA-UM-ESTUDO-DAS-REPRESENTAC%CC%A7O%CC%83ES.pdf

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