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As Palafitas

São consideradas uma arquitetura vernácula, uma vez


que são construídas com materiais e técnicas locais e
tendo sua técnica passada de geração para geração.
Esse tipo de construção se fez presente em vários locais
durante o decorrer da história, sendo descobertas no
século XIX no lago de Zurique, Suíça, em lagos e regiões
de pântano da Itália, Alemanha e França, e tendo o
período neolítico como marco de origem. Logo são
construções de origem primitiva, porém ainda hoje as
Palafitas podem ser observadas sob diferentes formas
em várias regiões.
Em sua maioria possuem uma plataforma montada sobre caibros ou hastes, ou seja, são
construções elevadas por meio de estacas e geralmente as palafitas são encontradas perto de lagos,
rios, pântanos e mangues. 
Sua função é manter a habitação em um nível mais alto para evitar inundações. Há também casos
onde esse tipo de construção é utilizada apenas com o objetivo de proteção contra animais silvestres,
por exemplo.

A Cultura nas Palafitas


São uma forma harmoniosa de
relacionar a população com o habitat
onde vivem, fazendo com que as
palafitas se tornem parte da identidade
cultural do povo e da região.
Podemos observar a grande ligação
entre os habitantes das palafitas,
através de festas, reuniões, banhos e
mergulhos, e rituais de construção das
moradias. Aproveitam também dos
locais onde são construídas e tiram de
lá o próprio sustento, geralmente
através da mariscagem de caranguejos,
pesca e viveiros de camarões.
Temos exemplos de palafitas nos mais variados locais do mundo, cada uma com sua
particularidade, dependendo da região em que são feitas.
Diferentemente das Palafitas primitivas, hoje estas, em sua maioria, são encontradas em estado
precário. Muitas vezes, essas palafitas põem em risco a vida de seus moradores, já que podem ser
consideradas como um tipo de moradia imprevisível, pois é difícil prever quando sua estrutura irá
desabar. As maiorias das pessoas que moram nestas palafitas são de pessoas de baixa renda,
geralmente desempregadas ou faveladas que não possuem acesso a moradia comum.
Materiais e Técnicas Construtivas
São construídas na grande maioria com madeiras do tipo Angelim e Maçaranduba, onde são fixadas
estacas no chão, montando em seguida um assoalho sobre elas. Geralmente aplicam-se inseticidas e
fungicidas para aumentar a durabilidade da tal. Após esse processo, é erguida a estrutura da casa
feita com o mesmo material. As paredes são vedadas, finalizando com a cobertura, que geralmente é
feita com palhas de Ubuçu ou Buçu.

Além do modo tradicional da construção das palafitas, em algumas regiões, ocorrem variações,
devido à presença de materiais e a adaptação do local. Como por exemplo, reveste-se o interior com
barro, possibilitando o uso do fogo e evitando acidentes. A cobertura feita com um numero maior de
folhas de palha, dando maior proteção às chuvas nos locais onde ela é mais intensa. E nas regiões
mais simples, a população tende a dar uma coloração nas construções, afim de amenizar a
simplicidade do local.

A sustentabilidade nas palafitas


Os materiais e técnicas utilizados na arquitetura tradicional das Palafitas, dão a elas um notável
equilíbrio quanto ao meio em que são inseridas, caracterizando-as como uma arquitetura sustentável.
Tal caráter fica evidente ao analisar a maneira em que os povos primitivos sincronizaram suas vidas
com o rigor do clima ao construir as palafitas. Sempre respeitando a vegetação e as variações dos
rios, elementos dos quais dependiam para sobreviver. Sem agredir o ambiente, escolhiam os materiais
naturais, sempre apresentando soluções adequadas ao seu meio. Suas casas eram dispostas de
maneira que a ventilação percorresse todo o ambiente; elevam do solo para evitar a umidade
excessiva e para protegê-las da cheia; utilizavam da palha, material de baixa capacidade térmica,
tanto para cobertura quanto para vedação.
Esse caráter sustentável presente na arquitetura tradicional das palafitas fica de lado quando
analisamos as palafitas inseridas no contexto social e urbano atual. O crescimento demográfico
acelerado e a falta de planejamento urbano modificaram o equilíbrio encontrado nestas construções.
Esse comportamento é comum onde as palafitas são a única opção de moradia para a população
mais pobre, formando assim arranjos habitacionais marcado pela insalubridade, o que nos leva a
considerá-la como uma tipologia habitacional de risco, em que as possibilidades de ocorrência de
desastres são consideravelmente grandes. Devido à baixa resistência e durabilidade dos materiais.
Geralmente moradias frágeis construídas de restos de
madeira, zinco e papelão, com poucos cômodos e muitas
vezes sem banheiro. Uma minoria possui água encanada,
e não há saneamento e nem acesso à rede elétrica
convencional. Quando chove, o esgoto transborda e a
água do rio invade as palafitas, passando a ser, além de
um problema de moradia, um problema de saúde pública.

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Tecnologia das Construções - Regina

Arquitetura vernacular – Palafitas

Bruno Naves . Cecília Arduini . Priscilla Nunes . Wallisson Santos


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Referencias bibliográficas

http://www.flickr.com/photos/rbpdesigner/4270171424/
http://www.arq.ufsc.br/arq5661/trabalhos_2004-2/palafitas/index2.htm
http://mediotejo.110mb.com/palafitas.pdf
http://www.contatosociologico.crh.ufba.br/site_artigos_pdf/Habita%C3%A7%C3%A3o%20popular%20e%20sustentabilidade
%20social%20do%20projeto.pdf
http://caranguejotabaiares.blogspot.com/2008/02/palafitas-viveiros.html
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.047/594
http://www.edipucrs.com.br/XISalaoIC/Ciencias_Sociais_Aplicadas/Arquitetura_e_Urbanismo/84243-
JULIANAFACCIONIHEUSER.pdf
http://acertodecontas.blog.br/cultura/os-moradores-de-palafitas/

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