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INTRODUÇÃO
PARTE I
PRÉ-HISTÓRIA RECENTE
a) O período Neolítico
3 Monumento Nacional, Decreto n.º 26-A/92, DR, 1.ª série-B, n.º 126 de 01 junho 1992.
b) O período Calcolítico
Entre o 4º e o 3º milénio a.C. assistiu-se gradualmente a uma mudança de
paradigma. O desenvolvimento e o sucesso das práticas agro-pastoris, que se
tornam definitivamente dominantes (p. ex. em relação à caça, que se vai
transformando em atividade complementar) conduziram a um incremento da
produção e a um aumento demográfico muito significativo. Começou a avultar
uma certa diferenciação social, relacionada com as tarefas e serviços que cada um
realizava.
No campo tecnológico passou também, por influência externa, a utilizar-se o
ouro e o cobre, primeiro por martelagem e posteriormente por fundição,
produzindo-se bens de prestígio, como armas, ferramentas e objetos de adorno. A
comprovar a circulação de produtos de prestígio a grandes distâncias temos o
comércio dos vasos campaniformes, que, com origem no sul da península ibérica,
c) A Idade do Bronze
No decurso desta fase, compreendida grosso modo entre o 2º e o 1º milénio
a.C., deu-se continuidade à edificação de povoados em altura, com preocupações
defensivas, dotados, por vezes, de muralhas. A preservação dos recursos, a
produção de excedentes e a busca de novas tecnologias tornaram-se cada vez mais
prementes, intensificando-se as trocas comerciais com outros povos e a rivalidade
entre tribos vizinhas. É neste contexto que nos aparecem os famosos esconderijos
de fundidor. Para além de alguns achados no concelho de Arouca, de que se
destaca o do campo da Falcoeira, na freguesia de Urrô, é conhecido um
importante conjunto de peças em bronze, proveniente do monte Crasto, em Vila
Cova do Perrinho (Vale de Cambra)4.
Na região em análise encontra-se referenciado um número significativo de
povoados do Bronze, a maior parte dos quais com ocupações posteriores. Um
destes foi o monte Coruto (Escariz), alvo de intensa extração de granito na década
de 80 do séc. XX e que, na encosta sudeste, hoje quase completamente
desmontada, forneceu, à superfície, significativos materiais líticos e cerâmicos
deste período, para além de medievais, que se encontram à guarda do Centro de
Arqueologia de Arouca.
5 SILVA, António Manuel S. P.; PEREIRA, Gabriel R.; LEMOS, Paulo A. P.; ALMEIDA E
SILVA, Sara (2018) – A Idade do Bronze na margem sul do Baixo Douro – sítios e pistas de
investigação, in Actas de las VI Jornadas de Arqueología del valle del Duero (Oporto, 2016).
Valladolid: Glyphos Publicaciones, p. 92-117.
6LEMOS, Paulo A. Pinho, BETTENCOURT, Ana M. S., RALHA, João (2020) Gravura Rupestre
do Coruto (Escariz, Arouca): Estudo, Salvaguarda e Valorização, revista Antrope, nº 12, Instituto
Politécnico de Tomar, pp. 139-172.