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Arte II

N1
Vênus de Willendorf – 30.000 a.C.
Vênus de Laussel – 23.000 a.C Vênus de Lespugue – 26.000 a.C
Neolítico
Arte – Neolítico (10.000/6.000)
No Neolítico ou Idade da Pedra Polida, o homem é mais evoluído, constitui família, se dedica à agricultura,
fixa residência, esculpe em bronze e outros materiais, constrói armas e instrumentos com pedras polidas,
mediante atrito. Faz desenhos estilizados que prenunciam o aparecimento da palavra escrita, desenvolve
também a técnica de tecer panos, fabricar cerâmica e construir as primeiras moradias. Consegue produzir
fogo através do atrito inicia o trabalho com metais.

O homem, que se torna um camponês, não precisava mais ter os sentidos apurados do caçador do
Paleolítico, então seu poder de observação foi substituído pelo pela abstração e racionalização, e isso
reflete na arte, que se torna simplificada e geometrizada. Essa é primeira grande transformação da historia
da arte, que propicia o surgimento da linguagem escrita, mais tarde.
Cerâmica – 5600 AP Cultura Neolítica de Samarra: 7500 AP
Caverna de Altamira - Espanha
Altamira é o nome de uma caverna na qual se conserva um dos conjuntos pictóricos mais
importantes da Pré-história. O estilo de grande parte das suas obras enquadra-se na
denominada "escola franco cantábrica“ caracterizada pelo realismo das figuras representadas.
Contém pinturas policromáticas, gravuras, pinturas pretas, vermelhas e ocres que representam
animais, figuras antropomorfas, desenhos abstratos e não figurativos. Foi descoberta em 1868.
Lascaux - França
Lascaux é um complexo de cavernas ao sudoeste de França, famoso pela suas pinturas rupestres. A
disposição da caverna, cujas paredes estão pintadas com bovídeos, cavalos, cervos, cabras selvagens,
felinos, entre outros animais, permite pensar tratar-se de um santuário. As investigações levadas a
cabo durante os últimos decénios permitem situar a cronologia das pinturas no final do Solutrense e
princípio do Madalenense, ou seja, 17.000 anos a.C. Foi descoberta no dia 12 de Setembro de 1940
por quatro adolescentes: Marcel Ravidat, Jacques Marsal, Georges Agnel e Simon Coencas, que
avisaram ao seu antigo professor, Léon Laval. O abade Henri Breuil, refugiado na zona durante a
ocupação nazista, foi o primeiro especialista que visitou Lascaux, em 21 de Setembro de 1940, em
companhia de Jean Bouyssonnie e André Cheynier.
Chauvet - França
A Caverna de Chauvet ou Chauvet Pontd'Arc está localizada ao sul da França. Tornou-se famosa
em 1994 quando um trio de espeleólogos descobriu que ela continha os restos fossilizados de
muitos animais, incluindo alguns já extintos. Mais importante que isso, descobriram que as
paredes da caverna são ricamente decoradas com pinturas parietais. Junto com Lascaux e a
Caverna de Altamira, é um sítios arqueológicos mais importantes do mundo.
A Pré-história do Nordeste brasileiro
Os trabalhos arqueológicos no Nordeste brasileiro estão intimamente ligados ao
desenvolvimento da Arqueologia pré-científica no Brasil, mais precisamente, no começo do
século XIX (PROUS, 2006).  
No Brasil, o primeiro estudo dos vestígios antrópicos deve-se a Peter Lund (1801-1880), que
descobriu alguns fósseis humanos e utensílios na região de Lagoa Santa, no Estado de Minas
Gerais (PROUS, 2006). De acordo com Prous (2006), Lund foi o primeiro a acreditar na existência
de um homem antediluviano nas Américas. 
Devido à sua grande extensão territorial e a diversas áreas de difícil acesso, a Região Nordeste
não obteve grande atenção da proto-arqueologia brasileira. Os relatos sobre a presença do
homem ou dos vestígios materiais encontrados em solo nordestino, até a segunda metade do
século XX, são fantasiosos, e estão mais ligados a uma arqueologia mitológica, como também a
uma cronologia dos eventos bíblicos pós-diluvial.
“Nos primeiros relatos sobre a pré-história brasileira misturam-se dados científicos com fantasias
sobre civilizações perdidas, e algumas delas chegaram aos nossos dias na esteira das crendices dos
primeiros descobridores e desbravadores, muito especialmente dos missionários, que precisavam
de uma explicação bíblica e pós-diluvial para que se justificasse a existência de homens na América.
As informações sobre pinturas e gravuras rupestres tão abundantes no Nordeste brasileiro assim
como outros restos pré-históricos, misturam-se aos pouco com notícias fantásticas sobre
fenícios, gregos e vikings e tanto na historiografia do século XIX como na dos começos do atual,
há especial preferência pelos fenícios (MARTIN, 2008, p.24, grifo nosso).”
A origem do mito fenício se deu pelo achado de uma inscrição apócrifa num lugar hoje desconhecido
chamado “Pouzo Alto”, no vale do Paraíba, que era chamada na época de Paraíba do Sul, para se diferenciar
com o Estado nordestino, só que, com o passar do tempo, a inscrição acabou ficando conhecida como a
‘inscrição fenícia da Paraíba’, em referência direta ao Estado nordestino (MARTIN, 2008). 
Essa relação entre a Pré-história dos primeiros habitantes do Nordeste brasileiro com os povos heroicos da
História Antiga foi muito cara aos estudos da Arqueologia científica, pois era necessário, na época, fazer
uma analogia entre as cerâmicas e as pinturas achadas em território brasileiro com esses povos, visto que
não se acreditava que pudessem ter sido produzidas por indígenas, povos considerados altamente
primitivos na época (PROUS, 2006). 
O estudo sistemático da Pré-história do Nordeste só ocorreu após a segunda metade do século passado,
com o Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas – PRONAPA, que visava, segundo Martin (2008, p.
40) “estabelecer as fases e o estado de conhecimento da pré-história do Brasil”. Esse estudo realizado pelo
PRONAPA, de forma mais sistemática e científica, só pôde ser observado na Bahia, com os trabalhos do
arqueólogo Valentin Calderón (MARTIN, 2008).
Tradição Nordeste
No entorno do Parque Nacional da Serra da Capivara, mais precisamente, na área arqueológica
de São Raimundo Nonato, encontra-se o maior número de registros rupestres do Brasil. Foi
justamente nessa área, que segundo Martin (2008), desenvolveu-se o conceito de Tradição
Nordeste a partir das pesquisas de Niède Guidon, Silva Maranca, Anne Marie Pessis, Susan
Monzon, Laurence Ogel-Ross, Bernadette Arnaud, dentro outros pesquisadores que trabalharam
na Fundação do Museu do Homem Americano – FUMDHAM.
A Tradição Nordeste é caracterizada como a representação rupestre mais antiga do Parque
Nacional, as primeiras pinturas rupestres datam de doze mil anos atrás e duraram por cerca de
seis mil anos. Essa tradição dividiu-se em três grandes subtradições rupestres: Várzea Grande -
PI, Seridó - RN e Central - BA.
De acordo com Martin,
A tradição Nordeste é facilmente identificável pela variedade dos temas representados, e a riqueza de enfeites e atributos que
acompanham a figura humana, indicadores, seguramente, de diversas hierarquias e diferentes tribos. As figuras humanas são de
pequeno tamanho, entre cinco e quinze centímetros, sempre em movimento, às vezes possuídas de grande agitação, com o
rosto de perfil e como se gritassem. A luta, a caça, a dança e o sexo são habilmente representados com grande riqueza de
interpretações, utilizando-se uma técnica de traço leve e seguro. A presença de animais e figuras é equilibrada, mas essa relação
muda dependendo das sub-tradições regionais, como por exemplo, ocorre na região do Seridó, onde é maior o número de
antropomorfos e, pelo contrário, registra-se maior ocorrência de zoomorfos na área de Central e na Chapada Diamantina, na
Bahia. Porém, a características da tradição Nordeste não é apenas a representação do cotidiano e sim, principalmente, grafismos
representando cenas cerimoniais ou mitos cujo significado nos escapa e que, precisamente por isso, quando repetidos em vários
abrigos, inclusive em lugares distantes entre si, identificam a tradição (2008, p. 246-249).  

As pinturas rupestres da Tradição Nordeste apresentam diversas figuras inteligíveis, divididas


em cenas de caça, sexo, rituais, lutas, danças e de aspectos lúdicos. De acordo do Pessis,
(2003 apud JUSTAMAND, 2007, p. 46), “as pinturas desta tradição são fontes de informação
extremamente rica, permitindo a reconstituição dos aspectos da vida das comunidades
humanas em épocas pré-históricas”.

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