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SUMÁRIO
OCUPAÇÃO PRÉ-COLONIAL DO ATUAL ESTADO DE PERNAMBUCO ................................................................. 2
1. OCUPAÇÃO PRÉ-HISTÓRICA DE PERNAMBUCO .................................................................................... 2
2. CARACTERÍSTICAS SOCIOCULTURAIS DAS POPULAÇÕES INDÍGENAS QUE HABITAVAM O TERRITÓRIO
DO ATUAL ESTADO DE PERNAMBUCO .......................................................................................................... 3

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OCUPAÇÃO PRÉ-COLONIAL DO ATUAL ESTADO DE


PERNAMBUCO
Com 98.311 km², Pernambuco é um dos 27 estados brasileiros. Localizado no centro-leste
da Região Nordeste, tem sua costa banhada pelo Oceano Atlântico. O estado faz limite com a
Paraíba, Ceará, Alagoas, Bahia e Piauí. Também faz parte do território pernambucano o
arquipélago de Fernando de Noronha, a 545 km da costa. São 185 municípios - com um total de
8.796.032 habitantes - e tem a cidade do Recife como sua capital.
Feitas essas considerações iniciais sobre as características geográficas de Pernambuco,
passemos agora para o objetivo deste material que é contar a história, ou melhor, a Pré-História
de Pernambuco.

1. OCUPAÇÃO PRÉ-HISTÓRICA DE PERNAMBUCO


Muito tempo antes da chegada dos portugueses no litoral brasileiro, a região de
Pernambuco, bem como o Nordeste brasileiro, já era habitada por sociedades que
desenvolveram uma forma de se viver muito parecida com outros hominídeos em outros
continentes, bem próximos do estágio evolutivo do período neolítico do homem de acordo com
a antropologia.
Destarte, é por este motivo que analisaremos a ocupação pré-histórica de Pernambuco.
Graças a enorme contribuição dos estudos da arqueologia, hoje sabemos quando,
aproximadamente, esses primeiros povos chegaram em Pernambuco, e de acordo com o
material encontrado, podemos reescrever a sua história.
Em Pernambuco, as pinturas rupestres variam desde 2 mil anos atrás até o início da
colonização do Brasil, divididos em três horizontes culturais distintos: Tradição Agreste,
Tradição Nordeste e Itaquatiara.
Tradição Agreste
Tipicamente nordestino, é o registro mais abundante no estado, possui figuras
humanas ou animais completamente preenchidas, com irregularidades na linha de
contorno, além de traços grossos e figuras dominantes, tendo como uma das
características mais marcantes o desenho de mãos formando desenhos mais
elaborados nas palmas e nos dedos.

Tradição Nordeste
Esta tradição é caracterizada pela variedade de seus temas, contendo cenas
cerimoniais, de caça, de luta e de sexo. O dinamismo observado nas figuras humanas
e de animais, assim como a presença de atributos (ornamentos, instrumentos e
armas), pode ser encontrado no interior das composições gráficas, acompanhando
as figuras humanas.

Itaquatira
A palavra Itaquatira significa pedra em tupi. Esta tradição representa um estilo
que é realizado em gravuras em vez de pinturas, no caso, que são feitas com
raspagem das pedras. As imagens mostradas nas formas não são reconhecíveis e

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podem ser elaboradas de maneiras diferentes, a depender da localização geográfica


e do tipo de suporte utilizado.

Entre eles, o Agreste é o mais tradicional e só é encontrado no Nordeste brasileiro. A partir


dos elementos que marcam essa tradição, pode-se concluir que os humanos que a pintaram
optaram por uma cenografia impactante, tanto na forma como na cor, para representar as
figuras com possibilidade de reconhecimento.
Tal cenografia denota uma necessidade de exibir apenas os traços essenciais de
reconhecimento, sem utilizar adornos. Em muitos casos, as pinturas rupestres são o
testemunho único que restou da presença indígena na região dizimada pelos colonizadores. São
também formas de comunicação usadas pelas sociedades ágrafas, coletoras-caçadoras e
também pelos grupos que já conheciam formas simples de fabricar cerâmica.
A arte rupestre dos povos primitivos do Nordeste representa o universo simbólico do
homem pré-histórico. Contextualizado em uma sociedade ágrafa, esses registros carregam o
significado de uma pré-escrita, trazendo a possibilidade das pessoas de utilizar marcadores de
sua presença em determinado local.
Além disso, as imagens serviam como demonstração de poder e também foram usadas
com propósitos religiosos em rituais. No entanto, por se tratar de um momento histórico que
ocorreu antes da escrita, não é possível compreender de forma exata o seu sentido. O que nos
restou dessa arte são apenas essas pinturas e gravuras sobre rochas, mas que, pela temática
representada, pode-se supor que seriam a representação do pensamento abstrato daqueles
povos pré-históricos. Apesar disso, o fato de que o Brasil ainda possui indígenas descendentes
daqueles da pré-história, muitas das suas cerimônias e crenças poderiam ser as mesmas
daqueles povos e foram estudadas pelos etnólogos e antropólogos. Seguramente, o culto às
forças da natureza fazia parte desses mitos e crenças também.
As imagens eram elaboradas com auxílio das mãos, mas, em algumas épocas, até mesmo
pincéis de fibras – alguns deles extremamente finos – estavam entre as ferramentas utilizadas,
indicando uma técnica refinada. As impressões eram feitas por raspagem ou incisão nas pedras.
Atualmente, a tecnologia permite estudar os pigmentos utilizados – como água, gordura e
resinas – e, então, é possível realizar uma reconstrução hipotética da aparência das gravuras
quando ainda recentes.

2. CARACTERÍSTICAS SOCIOCULTURAIS DAS POPULAÇÕES


INDÍGENAS QUE HABITAVAM O TERRITÓRIO DO ATUAL
ESTADO DE PERNAMBUCO
A ocupação indígena pré-histórica da região Nordeste foi o ponto de partida para a
transformação do espaço geográfico em espaço indígena. A partir de leituras sobre a presença
de populações de caçadores-coletores do holoceno e de grupos indígenas ceramistas e
agricultores percebe-se que, nesta região que veio compor a capitania de Pernambuco, viviam
em unidades sócio-políticas com seus territórios e fronteiras diferentes culturas indígenas no
período pré-histórico. Com base em pesquisas arqueológicas, o número de sítios pré-históricos,
entre escavados e localizados demonstra que houve uso da terra nas diferentes regiões do
espaço geográfico da capitania de Pernambuco. As atuais pesquisas apontam para uma densa
ocupação nas regiões do agreste. O que não significa que foi, necessariamente, diferente para
as regiões do litoral, da Zona da Mata ou do Sertão. Como se sabe, a ocupação do litoral ocorrida
durante os séculos XVI e XVII, para a construção do espaço político-econômico que servisse ao
sistema mercantil português provocou a transformação dos espaços indígenas nesta região e a
destruição da maior parte dos sítios arqueológicos.
O estudo sobre o confronto de interesses de diferentes povos indígenas e portugueses e
a conformação de novos territórios e espaços – os portugueses em um novo espaço colonial e

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os nativos em novas fronteiras socioculturais e áreas geográficas – retomou antigos


documentos e informações conhecidas. Nesta busca, a pesquisa proporcionou o encontro de
documentos inéditos como os mapas holandeses de Johan Vingboons do século XVII, guardados
no Instituto Histórico e Geográfico de Pernambuco, recentemente restaurados, e as cartas
escritas por líderes indígenas, em parte, transcritas para a língua portuguesa.
Pesquisados documentos, crônicas, cartas, assim como, a cartografia europeia do século
XVI ao XVIII, para ao Região Nordeste, verificamos que, no geral, a documentação aponta mais
informações sobre o litoral do Brasil colônia do que sobre os sertões. A documentação também
reflete a aplicação de uma política colonial portuguesa que não respeitou a população indígena,
mas se utilizou da sua organização de territórios e fronteiras existentes. No entanto, muitos
grupos ou povos indígenas indicados pela cartografia portuguesa, holandesa e francesa, são
nela apresentados sem fronteiras e sem formas de ocupação definidas, o que também vale para
a maior parte da documentação manuscrita e impressa. Por isso, muitos dados da pesquisa
histórica não poderiam ser entendidos se não se procurasse respostas em pesquisas
antropológicas, linguísticas e arqueológicas, relativas aos nativos do período Pré-histórico
desta região.
Quando os primeiros europeus chegaram ao território brasileiro, no início do século XVI,
vários grupos indígenas ocupavam a região Nordeste. No litoral, predominavam as tribos do
tronco linguístico tupi, como os Tupinambás, Tabajaras e os Caetés, os mais temíveis. No
interior, habitavam grupos dos troncos linguísticos Jê, genericamente denominados Tapuias.
Como em outras regiões brasileiras, a ocupação do território em Pernambuco começou
pelo litoral, nas terras apropriadas para a agroindústria do açúcar, onde os indígenas eram
utilizados pelos portugueses como mão de obra escrava nos engenhos e nas lavouras,
especialmente por parte daqueles que não dispunham de capital suficiente para comprar
escravos africanos.
Após um período de paz aparente, os índios reagiram a esse regime de trabalho através
de hostilidades, assaltos e devastações de engenhos e propriedades, realizados principalmente
pelos Caetés, que ocupavam a costa de Pernambuco.
A guerra e a perseguição dos portugueses tornaram-se sistemáticas, fazendo com que os
índios sobreviventes tivessem que emigrar para longe da costa. Porém, a criação de gado levou
os colonizadores a ocupar terras no interior do Estado, continuando assim a haver conflitos.
As relações entre os criadores de gado e os índios, no entanto, eram bem menos hostis do
que com os senhores de engenho, mas a sobrevivência das tribos, que não se refugiavam em
locais remotos, só era possível quando atendia aos interesses dos criadores e não era
assegurada aos indígenas a posse de suas terras.
Durante os dois primeiros séculos do Brasil Colônia, as missões religiosas jesuíticas eram
a única forma de proteção com que os índios contavam. Com a expulsão dos jesuítas, em 1759,
os aldeamentos permaneceram sob a orientação de outras ordens religiosas, sendo entregues,
posteriormente, a órgãos especiais, porém as explorações e injustiças contra o povo indígena
continuaram acontecendo.
Sabe-se, através de algumas fontes, que nos séculos XVIII e XIX uma quantidade
indeterminada de índios foi aldeada no território pernambucano, mas aparentemente não há
registros de sua procedência.
Existiam os aldeamentos dos Garanhuns, próximo à cidade do mesmo nome; dos
Carapatós, Carnijós ou Fulni-ô, em Águas Belas; dos Xucurus, em Cimbres; dos Argus,
espalhados da serra do Araripe até o rio São Francisco; dos Caraíbas, em Boa Vista; do Limoeiro
na atual cidade do mesmo nome; as aldeias de Arataqui, Barreiros ou Umã, Escada, da tribo
Arapoá-Assu, nas margens dos rios Jaboatão e Gurjaú; a aldeia do Brejo dos Padres, dos índios
Pankaru ou Pankararu; aldeamentos em Taquaritinga, Brejo da Madre de Deus, Caruaru e
Gravatá.

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No século XIX, a região do atual município de Floresta e diversas ilhas do rio São Francisco
se destacavam pelo grande número de aldeias, onde habitavam os índios Pipiães, Avis, Xocós,
Carateus, Vouvês, Tuxás, Aracapás, Caripós, Brancararus e Tamaqueús.
O desaparecimento da maioria das tribos deve-se às diversas formas de alienação de
terras indígenas no Nordeste ou da resolução do Governo de extinguir os aldeamentos
existentes.
Dos grupos que povoaram Pernambuco, salvo alguns sobreviventes, pouco se sabe. O fato
dos índios não possuírem uma linguagem escrita, dificultou muito a transmissão das
informações.

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