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INSSUREIÇÃO PERNAMBUCANA
REVOLUÇÃO DE 1817
elites locais, cujos interesses conflitavam com os da Coroa portuguesa. Essa tensão
foi ampliada com a divulgação dos ideais iluministas nessa região.
A Revolução Pernambucana estava diretamente relacionada com a vinda da
Corte portuguesa para o Brasil em 1808. Com esse evento, a vida dos colonos em
Pernambuco alterou-se de muitas formas. Primeiramente, houve o aumento de
impostos em Pernambuco para manter os luxos da Corte e para financiar as
campanhas militares promovidas no sul (Cisplatina).
Essa política da Corte manifestou-se nos impostos criados sobre a produção
de algodão local. Além disso, cobrava-se da população do Recife uma taxa sobre a
iluminação pública da cidade do Rio de Janeiro. Esse aumento na carga de impostos
gerou grande descontentamento, principalmente porque a economia local estava em
crise decorrente da redução na produção do açúcar e do algodão – principais produtos
da economia local.
Além disso, D. João VI nomeou vários portugueses, que haviam mudado para
o Brasil junto com ele em 1808, para cargos administrativos importantes de
Pernambuco e também para funções no exército. Isso também desagradou às elites
locais, que se viram prejudicadas com essas ações em favor dos portugueses.
A existência de grande desigualdade social também foi algo importante, pois a
insatisfação causada ajudou a mobilizar as camadas populares. Por fim, a difusão dos
ideais iluministas, que deu base ideológica ao movimento, foi propiciada por uma loja
maçônica, o Areópago de Itambé, e pelo Seminário de Olinda.
O movimento contou com as elites locais, compostas por grandes comerciantes
e alguns grandes proprietários, e teve adesão também de militares, juízes, pequenos
comerciantes, artesãos e muitos padres. A grande adesão de padres ao movimento,
inclusive, fez com que essa rebelião também ficasse conhecida como Revolução dos
Padres.
Além disso, a região de Pernambuco tinha um grande histórico de rebeliões,
como a Insurreição Pernambucana e a Guerra dos Mascates. No começo do século
XIX, a insatisfação local motivou ainda outro movimento contra a Coroa, conhecido
como Conspiração dos Suassunas, porém, após ser denunciado, foi desmontado em
1801.
Ribeiro, entre outros. Assim que o Governo Provisório foi formulado, algumas medidas
foram tomadas, como:
• Proclamação da República na Capitania de Pernambuco;
• Estabelecida a liberdade de imprensa e a liberdade de credo;
• Os impostos criados por D. João VI foram abolidos;
• Instituição do princípio dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário);
• Aumento no soldo dos soldados;
• Manutenção do trabalho escravo.
Apesar de ser um movimento de caráter liberal, as medidas tomadas pelo Governo
Provisório visavam beneficiar muito mais as elites locais do que necessariamente
promover a criação de uma sociedade justa e igualitária. A manutenção do trabalho
escravo foi uma evidência disso, já que havia nesse movimento a participação de
grandes proprietários que eram contrários à abolição.
A Revolução Pernambucana espalhou-se pelas capitanias vizinhas e alcançou a
Paraíba, o Rio Grande do Norte e o Ceará. As lideranças do movimento enviaram
emissários para diferentes capitanias à procura de obter apoio, como também para
países vizinhos. Cruz Cabugá, por exemplo, foi enviado para os Estados Unidos com
800 mil dólares para comprar armas, contratar soldados e obter o apoio do governo
americano ao movimento pernambucano.
Repressão da Coroa
A Revolução Pernambucana foi intensamente reprimida pela Coroa portuguesa.
Assim que as notícias da rebelião chegaram ao Rio de Janeiro, o rei D. João VI
mobilizou uma frota que foi levada do Rio de Janeiro para bloquear o porto de Recife.
Além disso, mais de quatro mil soldados foram enviados da Bahia e marcharam para
Pernambuco.
O movimento enfraqueceu-se por causas de divergências internas entre as
lideranças, o que permitiu que as tropas reais retomassem o controle sobre a Paraíba,
Rio Grande do Norte e do Ceará. Em Pernambuco, a revolta resistiu até o dia 20 de
maio de 1817, quando os líderes renderam-se ao general Luís do Rego Barreto após a
cidade de Recife ser invadida.
Por ordem de D. João VI, os líderes do movimento tiveram punições
exemplares. Ao todo, nove pessoas foram enforcadas e outras quatro foram
arcabuzadas – o correspondente da época para fuzilamento. Um dos envolvidos,
Padre João Ribeiro, enforcou-se pouco antes de ser capturado, e Cruz Cabugá,
recebendo as notícias do fracasso do movimento, não retornou ao Brasil e
permaneceu nos Estados Unidos.
O grande líder da revolta pernambucana, Domingo José Martins, foi
arcabuzado, e outras lideranças sofreram martírio severo. O capitão José de Barros
Lima, por exemplo, foi enforcado e teve as mãos e cabeça decepadas e colocadas em
exposição, e seu corpo foi arrastado pelas ruas de Recife. O mesmo aconteceu com
os corpos do Padre João Ribeiro e de Vigário Tenório. Outros envolvidos
permaneceram presos durante anos.
CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR
REVOLUÇÃO PRAIEIRA
PERNAMBUCO REPUBLICANO
• Esse período foi iniciado com a Proclamação da República, que fez com que
Deodoro da Fonseca assumisse a presidência.
• O período de 1889 a 1894 é também conhecido como República da Espada.
• A República Velha contou, ao todo, com treze presidentes e com outros dois
que não puderam assumir a presidência.
• O mandonismo, clientelismo e coronelismo são características importantes
desse período.
• A política dos governadores e a política do café com leite foram práticas
importantes do arranjo político das oligarquias.
• O Brasil experimentou um avanço industrial embrionário nesse período, que
resultou no nascimento do movimento operário no país.
• A desigualdade social e a política corrupta desse período motivaram revoltas
em diversas partes do país.
• A Revolução de 1930 foi o acontecimento que precipitou o fim desse período e
inaugurou a Era Vargas.
A República Velha iniciou-se em 1889, quando aconteceu a Proclamação da
República, no dia 15 de novembro. Esse acontecimento iniciou-se pela manhã do dia
citado quando os militares liderados pelo marechal Deodoro da Fonseca derrubaram
o Visconde de Ouro Preto do Gabinete Ministerial. Na sequência do dia, José do
Patrocínio, vereador no Rio de Janeiro, proclamou a República.
Após a Proclamação da República, Deodoro da Fonseca foi escolhido como
presidente provisório. Em 1891, o marechal foi eleito presidente do Brasil para um
mandato de quatro anos, mas renunciou ao cargo e foi sucedido pelo seu vice, o
marechal Floriano Peixoto, que permaneceu no cargo até o ano de 1894. Esse período
de 1889 a 1894, em que o país foi governado por dois presidentes militares, é
conhecido como República da Espada.
• A grande marca da República Velha e pela qual todos a conhece é o domínio
que as oligarquias exerciam no país. As oligarquias eram pequenos grupos (a
maioria deles era associada com a agricultura e pecuária) que detinham
grande poderio econômico e político. O controle das oligarquias no Brasil dava-
se por meio de práticas conhecidas
como mandonismo, coronelismo e clientelismo. Definição de cada um desses
conceitos:
• Mandonismo: é o nome que se dá para o controle exercido por determinadas
pessoas, sobre outras, por possuírem uma grande posse de terra. No caso da
República Velha, os grandes proprietários exerciam influência sobre a
população local.
• Coronelismo: prática em que o coronel (grande proprietário de terra) exercia
seu domínio sobre as populações locais, de forma a conquistar os votos que
eram necessários para atender os interesses da oligarquia estabelecida e do
Governo Federal. A conquista do voto da população local acontecia, por
exemplo, por meio da distribuição de cargos públicos que estavam sob controle
do coronel ou também pela intimidação.
cangaço e realizou obras contra a seca. Seu programa de erradicação dos mocambos
(habitações insalubres) teve forte impacto entre as populações pobres e foi objeto de
intensas e apaixonadas controvérsias entre sociólogos, antropólogos, engenheiros,
sanitaristas e urbanistas. A campanha contra os mocambos assumiu um caráter
ressocializador, na medida em que vincu- lava estreitamente habitação, saúde,
integridade física e moral da família, trabalho e cidadania. Na verdade, ela escondia
uma intenção civilizatória com a qual muitos não concordavam, como Gilberto Freyre,
Mario Sette, Manuel Bandeira e outros.
Outro aspecto dessa obra que merece atenção é a criação dos Centros
Educativos Operários, cujo fim era “educar, regenerar, civilizar e integrar” os
trabalhadores no seio da sociedade. A meta principal era fazer um trabalho de
saneamento e profilaxia social, afastando os operários da doutrina marxista da luta de
classes.
Em janeiro de 1945, Agamenon Magalhães foi novamente chamado por Getúlio
Vargas para a pasta da Justiça. Mas desta vez, Getúlio não preparava o fechamento
das instituições (como em 1937), e sim a sua democratização.
Como titular da pasta, Agamenon aprovou o novo Código Eleitoral (Lei
Agamenon) e convocou as primeiras eleições livres do Brasil, com a autorização para
o funcionamento dos partidos políticos e o pleito direto para a presidência da
República. No entanto, a tentativa de aprovar uma lei antitruste (chamada de "lei
malaia" por seu opositor Assis Chateaubriand, fazendo assim menção ao seu apelido
pernambucano, "China gordo", dado por Manoel Bandeira) aumentou as pressões de
setores empresariais e militares contra o governo Vargas. Em outubro de 1945,
Getúlio Vargas acabou sendo deposto, e com ele Agamenon deixou o ministério. O
sucessor de Vargas, José Linhares, anunciou o veto à "lei malaia" como uma de suas
primeiras medidas.