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APOSTILA DE ARTE

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – ENSINO MÉDIO (3ª ETAPA)


(Currículo do Estado de Goiás)

2º SEMESTRE – 1º BIMESTRE

Organização: Desafios da sala de aula


www.jucienebertoldo.com

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ARTE
2º SEMESTRE - 1º BIMESTRE
EIXOS TEMÁTICOS: Sociedade e Trabalho
CONTEÚDOS:

1. Arte na Pré-História (Página 3)

2. Arte na História Antiga (Página 5)

3. Arte no Período Medieval (Página 10)

4. Introdução ao conceito de linguagem artística. (Página12)

5. Arte e Estética em diferentes culturas. (Página13)

6. Arte contemporânea. (Página 15)

7. Arte e tecnologia (página 18)

8. Ruptura de meios tradicionais das linguagens artísticas. (Página 19)

9. Interação do público em obras artísticas. (Página 20)

10. Sugestões de filmes sobre arte. (Página 21)

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2º SEMESTRE - 1º BIMESTRE
1. ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA

1.1 – Introdução ao Estudo da Arte: Arte é conhecimento

Ela constitui uma necessidade do homem. Ela é alfabetizadora, revelando


os símbolos presentes nas imagens, nos sons e nos movimentos característicos
desta era. Estabelece o diálogo visual, sonoro e cênico entre o aluno e estes
objetos. Possibilita um leitor de mundo mais crítico e eficiente nos seus
posicionamentos e tomadas de atitude, bem como num novo agente da Produção
cultural. A arte tem de ser entendida e percebida em sua globalidade. Deve
trabalhar com a essência do ser humano, em que o sensível, o perceptível e o
reflexivo atuam e interagem com as mesmas propriedades, por meio da Educação
Artística e da Estética. A arte permite a expressividade de sentimentos, ideias e
informações, interferindo no processo de aprendizagem de todas as disciplinas.

1.2 - O surgimento da Arte: Os primeiros artistas da Pré-história:

Os primeiros artistas da Paleolítico Inferior:


humanidade que se tem conhecimento - Primeiros hominídeos
foram os homens do período da Pré- - Caça e coleta
história. Viviam em grupos pequenos e - Controle do fogo
eram nômades, ou seja, não viviam - Instrumentos de pedra e pedra
fixamente em um lugar para morar. Da lascada, madeira e ossos: facas,
caça, pesca e colheitas de frutos machados, etc.
tiravam seu sustento. Os marcos deste Paleolítico Superior:
período foram: a descoberta do fogo,
- Instrumentos de marfim, ossos,
com o qual se aqueciam e afugentavam
madeira e pedra: machado, arco e
os animais, e a utilização de pedras
flecha, lançador de dardos, anzol e
lascadas, utilizadas na confecção de
instrumentos para caçar, guerrear, e linha.
realizar entalhes nas paredes. Esse Desenvolvimento da pintura e
primeiro período da Pré-História é escultura. Percebe-se que mesmo
conhecido como Período da Pedra construindo um instrumento o
Lascada ou Paleolítico e encontra-se homem primitivo importava-se com a
assim dividido: forma e a beleza das peças.

Pintura rupestre: Serra da Capivara – Piauí Brasil. Pintura rupestre: Serra da Capivara – Piauí Brasil.
Fonte: https://www.vix.com/pt/ciencia Fonte: https://www.vix.com/pt/ciencia

Cavernas, cabanas construídas a partir de paus e ossos de mamutes,


com tetos cobertos por ramagens ou peles de animais, eram os locais de abrigo
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do homem pré-histórico. Nestas cavernas, como a Gruta de Lascaux e a Gruta
de Pech-Merle, todas na França, encontramos as primeiras pinturas realizadas
pelo homem. São ursos, cavalos, veados, bisões, etc.

Lascaux – França

Na caverna chamada de Capela Sistina, suas


paredes são cobertas por cerca de 600 pinturas
de bisões, mamutes e cavalos. Os traços dos
desenhos pintados há mais de 17 mil anos.

Fonte: https://turismo.ig.com.br/destinos-
internacionais

Essas pinturas feitas nas paredes das cavernas são também conhecidas
como pintura rupestre ("rupestre" quer dizer "gravado ou traçado na rocha, na
pedra"). Acredita-se que esses desenhos eram feitos por caçadores. Tudo o que
conseguissem desenhar poderiam dominar, ou seja, num sentido mágico, eles
poderiam interferir na captura de um animal desenhando-o ferido mortalmente,
podendo, dessa forma, dominá-lo com facilidade.
As pinturas eram, portanto, representações da natureza, tudo como forma
de assegurar uma boa caçada e consequentemente, a sobrevivência.
Outra preocupação muito importante para o homem da Pré-História era
garantir femininas esculpidas em pedra ou marfim com formas bastante
avantajadas: seios, quadris e ventres enormes, o que representa a importância
da fertilidade. Essas esculturas são chamadas de Vênus.

Acredita-se que presença da


representação feminina se dá
em razão da crença de que as
pequenas estatuetas femininas
seriam amuletos relacionados
com o culto à fertilidade, fator
decisivo para a sobrevivência do
grupo. Vênus de Willendorf.
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/historiag
Neolítico: O início da arquitetura
Quando as geleiras se derreteram, o clima se tornou mais temperado e
o período Paleolítico (que quer dizer pedra antiga) foi substituído pela era
Neolítica (que quer dizer, pedra nova). Os primeiros seres humanos saíram das
cavernas e aos poucos descobrem como plantar e domesticar os animais, se
tornando fazendeiros ou se em regiões à beira dos rios, tornando-se sedentário.
Dessa forma surgem as primeiras aldeias e a divisão de trabalho diária: homens
caçam e constroem abrigos (casas de madeira e barro) e as mulheres plantam e
realizam trabalhos artesanais, como a cerâmica e a tecelagem (obtida da lã de
carneiros).
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Se, por um lado, a sobrevivência diária é garantida pela agricultura e
criação de animais, por outro, o homem continua a se preocupar com as forças da
natureza (sol, chuva, eclipse etc.) e com a morte.
Estimulados por essas preocupações, já em 5.000 a.C. surgiu uma
colossal arquitetura de enormes pedras erguidas em quatro formas básicas: o
menir (uma única pedra fincada no chão em vertical); o dólmen (dois menires com
uma pedra apoiada em cima como uma mesa gigante); e o arranjo circular das
pedras, considerados como cemitérios ou, como no caso de Stonehenge, um
monumento ao sol e o Nurague.

Stonehenge, IV milénio a.C., Inglaterra. Dolmen localizado no sul do Reino Unido.


Fonte: https://hypescience.com/cientistas Fonte: https://www.infoescola.com

Nuragues, que significam construções


edificadas em pedra. Tinham formas de
cone, como se fossem fendas, e não
possuíam nenhum outro material que
provocasse uma mistura ou até mesmo a
união dessas “fendas”.

Fonte: http://arquiteturasocios.blogspot.com

2. ARTE NA HISTÓRIA ANTIGA


2.1 - Arte Grega
Os gregos deixaram uma grande herança cultural, que influenciou toda a
civilização ocidental. Estamos nos referindo à beleza retratada nas obras de
escultura, pintura e arquitetura; às produções teatrais, filosóficas e científicas; à
literatura e à história. No século XII a.C., o povo grego era formado pelos Aqueus,
Jônios, Dórios e Eólios. Com o passar do tempo, no entanto, esses povos
passaram a ter a mesma cultura. No princípio, as comunidades eram muito
pobres, mas aos poucos começaram a prosperar. Com a intensificação do
comércio, as cidades–estados entraram em contato com as culturas do Egito e do
Oriente próximo.
A filosofia grega se resumia nas palavras de Protágoras: "O homem é a
medida de todas as coisas”. Com isso, ele quis enfatizar o relativismo das coisas
e colocar o homem no centro da discussão, e não mais a natureza. Eles buscavam
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no homem e na vida inspiração. O homem era considerado o modelo, o padrão
de beleza. Ele era retratado sem imperfeições, idealizado. Seus Deuses eram uma
glorificação do próprio homem e tinham emoções e características humanas.
A pintura em cerâmica:

As cerâmicas gregas tinham rara beleza. Eram utilizadas como


recipientes para vinho, azeite, mel, perfume e até como urna funerária. A pintura
em vasos contava história de deuses e heróis da mitologia grega ou narrava
eventos contemporâneos, como a guerra e as festas. O período Arcaico tardio
foi a época áurea da pintura em cerâmica. O artista riscava os detalhes do
desenho com uma agulha, expondo a tonalidade da argila.
Entretanto, a pintura grega encontrou também uma forma de realização
na arte da cerâmica. Os vasos gregos são conhecidos não só pelo equilíbrio de
sua forma, mas também pela harmonia entre o desenho, as cores e o espaço
utilizado para a ornamentação.

Além de servir para


rituais religiosos, esses
vasos eram usados para
armazenar, entre outras
coisas, água, vinho,
azeite e mantimentos.
Mas na medida em que
passaram a revelar uma
forma equilibrada e um
trabalho de pintura
harmonioso, tornaram-
se também objetos
Hídria, séc. VI a.C. Hídria, séc. VI a.C artísticos.
Cerâmica grega. Fonte: http://deedellaterra.blogspot.com/

Escultura: A beleza do corpo

Os gregos introduziram o nu na arte. As proporções ideais das estátuas


representavam a perfeição do corpo e da mente. Eles buscavam uma síntese dos
dois polos do comportamento – paixão e razão – e, por meio da representação
artística da forma humana, frequentemente em movimento, chegaram muito perto
de conquistá-la. Enquanto o nu masculino sempre foi aceitável na escultura, as
estátuas femininas evoluíram de totalmente vestidas para o nu sensual.

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Estátua de Kouros
Estátua de Poseidon Vênus de Milo
Fonte: https://www.todamateria.com.br

O escultor grego do período arcaico, assim como escultor egípcio,


apreciava a simetria natural do corpo humano. Para deixar clara ao observador
essa simetria, o artista esculpia figuras masculinas nuas, eretas, em rigorosa
posição frontal e com o peso do corpo igualmente distribuído sobre as duas
pernas. Esse tipo de estátua é chamado KOUROS, palavra grega que significa
homem jovem.

Arquitetura para os deuses

A arquitetura grega era ligada basicamente aos templos, construídos com


pedras sobre plataformas de dois ou três degraus com muitas colunas para
garantir a sustentação do teto. O espaço interno era pequeno, destinado às
imagens de deuses e sacerdotes. Os cultos eram realizados na parte externa. As
colunas que sustentavam os templos eram formadas por três partes: base, fuste e
capitel, e apresentavam diferentes formas, caracterizando três estilos gregos: dórico,
jônico e coríntio:

Coluna dórica: é a mais comum.


Caracteriza-se pela coluna apoiada
diretamente sobre a plataforma do
templo. Seu capitel é sóbrio e ausente
de enfeites;
Coluna jônica: Seu fuste é menos
volumoso e seu capitel possui volutas
laterais;
Coluna coríntia: É basicamente igual
à jônica. Apresenta mais ornamentos
em seu capitel, corno folhas.

Fonte: http://fehet.blogspot.com/2010/11/arte-grega.html

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2.2 - Arte Romana
A arquitetura romana
O processo de desenvolvimento da arte romana iniciou-se no século II
a.C. e expandiu-se pelos territórios do Mediterrâneo, Norte da Europa e Ásia.
Ao conquistar a Grécia, Roma absorveu a herança cultural grega e etrusca.
Dessa maneira, podemos dizer que tudo o que se produzia em Roma ou era
copiado ou “importado” da Grécia.
A população da cidade de Roma era muito grande e, consequentemente,
havia a necessidade de se construir prédios públicos de grandes proporções para
abrigar o maior número de pessoas. Desse modo, os romanos, que admiravam as
colunas gregas (que serviam de sustentação para a cobertura), desenvolveram
uma forma de construção em que as colunas passam a ser apenas decorativas.
Utilizaram o arco e a abóbada, recursos arquitetônicos desconhecidos pelos
gregos e egípcios, mas transmitidos aos romanos pelos etruscos. A utilização de
arcos e abóbadas proporcionou às construções amplos espaços internos.

Teatro romano

Fonte: https://www.slideshare.net/bolotinha73/mdulo-2-arquitetura-romana

A arte romana veio a ser a pedra fundamental da arte românica de todos


os períodos anteriores. Dando uma reviravolta em sua arte, os romanos,
fundadores do maior império de todos os tempos, acrescentaram talentos
gerenciais: organização e eficiência menos idealizada e intelectual que a arte
clássica grega; é mais secular e funcional. Enquanto os gregos brilhavam na
inovação, o forte romano era a administração. Por onde quer que marchassem
seus generais, traziam a influência civilizadora da lei e os benefícios práticos de
estradas, instalações sanitárias e aquedutos.

O Coliseu Arco do Triunfo


Fonte: http://historia-da-arte.info

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A escultura romana

Os romanos eram grandes admiradores da arte grega, mas por


temperamento, eram muito diferentes dos gregos. Por serem realistas e práticos,
suas esculturas são uma representação fiel das pessoas e não de um ideal de
beleza humana, como fizeram os gregos. Ou seja, em lugar de mostrar a beleza
ideal, como os gregos, eles retrataram a realidade, feia ou bonita. Retratavam os
imperadores e os homens da sociedade. Mais realista que idealista, a estatuária
romana teve seu maior êxito nos retratos. Na escultura de relevos, com que
decoravam seus arcos triunfais os romanos superaram em muito os gregos. Eles
retratavam as pessoas com muita fidelidade (mostrando sempre os seus
sentimentos).
A produção em série de bustos, semelhantes a deuses, de imperadores,
políticos e líderes militares, dispostos nos prédios públicos de toda a Europa, era
uma forma de reafirmar uma presença política a milhares de quilômetros de
Roma. Outra corrente importante da escultura romana foi o relevo narrativo.
Painéis de figuras esculpidas representando feitos militares decoravam arcos de
triunfo, sob os quais desfilavam os exércitos vitoriosos conduzindo longas filas
de prisioneiros acorrentados. A coluna Trajano é o mais ambicioso desses
monumentos. Mostra um relevo envolvendo a coluna em mais de duzentos
metros de espiral ininterrupta, comemorando massacres em mais de 150 cenas.

https://www.historiadaarteweb.com

A pintura romana

A arte romana também se fez presente na decoração. Em Pompéia,


veremos o luxo das casas com suas paredes decoradas, mosaicos diversos e
utensílios domésticos.
O Mosaico foi muito utilizado na decoração dos muros e pisos da
arquitetura em geral. A maior parte das pinturas romanas que conhecemos hoje
provém das cidades de Pompéia e Herculano, que foram soterradas pela erupção
do Vesúvio em 79 a.C. Os estudiosos da pintura existente em Pompéia
classificam a decoração das paredes internas dos edifícios em vários estilos:

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Primeiro estilo: recobrir as paredes de Segundo estilo: Os artistas começaram então
urna sala com uma camada de gesso a pintar painéis que criavam a ilusão de janelas
pintado; que dava impressão de placas abertas por onde eram vistas paisagens com
de mármore. animais, aves e pessoas, formando um grande
mural.

Terceiro estilo: representações fiéis da Quarto estilo: um painel de fundo vermelho,


realidade e valorizou a delicadeza dos tendo ao centro uma pintura, geralmente cópia de
pequenos detalhes. obra grega, imitando um cenário teatral.
Fonte: http://telasmb.com.br/site/

3. ARTE MEDIEVAL

A arte medieval é aquela que foi produzida durante o período da Idade


Média (século V ao XV). Está associada à religiosidade, uma vez que nesse
período a Igreja tinha grande poder e influência na vida das pessoas. Assim, o
teocentrismo (Deus como centro do mundo) foi a principal característica da cultura
medieval. Na Idade Média (ou medievo), poucas pessoas sabiam ler. Essa
atividade era exclusiva dos membros da Igreja (clero) e dos nobres.
Portanto, a arte religiosa da Idade Média tinha o intuito de aproximar as
pessoas da religiosidade e apresentar um caráter didático. A principal organização
político-administrativa desse período estava baseada no sistema feudal. Nessas
grandes extensões de terra, a mobilidade social era inexistente. A sociedade
feudal era exclusivamente rural e autossuficiente. A estrutura social era
testamental e fixa, dividida em rei, clero, nobreza e povo. Foi nesse contexto que
a arte medieval se desenvolveu em diversos campos, como a arquitetura, pintura,
música, escultura e literatura. Dois estilos foram predominantes nesse período: o
Estilo Românico e o Estilo Gótico.

Arte medieval românica

A arte românica recebe esse nome uma vez que está associada à cultura
romana. O estilo românico foi desenvolvido durante o período denominado de Alta
Idade Média (entre os séculos V e IX). Na arquitetura, temos castelos, igrejas e

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mosteiros que revelam o estilo mais “pesado” se comparado à arte gótica. Com
poucas janelas, nesses locais a entrada de luz era escassa.

Nesse período prevaleceu as


abóbadas e os arcos de volta perfeita.
As plantas arquitetônicas eram
construídas em forma de cruz e a
horizontalidade da construção era
evidente. Na pintura e escultura, os
temas estavam essencialmente
voltados para a religião. Essas
manifestações artísticas eram
encontradas nas igrejas e nos
castelos e tinham o intuito de adornar,
bem como de instruir as pessoas
sobre os temas da religiosidade.

Igreja Notre-Dame la Grande de Poitiers, França Fonte: https://www.todamateria.com.br/

Arte medieval gótica

A arte gótica é posterior à arte românica, e foi desenvolvida no período


denominado Baixa Idade Média (século X ao XV). Diferente da arte românica, a
arte gótica revelou maior leveza e abertura. Ou seja, se compararmos a
arquitetura dos dois períodos, notamos que na arte gótica, as construções não
possuíam paredes tão grossas. Além disso, as entradas (seja das igrejas ou dos
mosteiros) já incluíam mais aberturas, desde janelas e portas.

Na arquitetura, a arte gótica


utilizou os vitrais para a entrada
da luz. A maioria deles com
temas religiosos. Uma das
características mais relevantes
da arquitetura gótica era
verticalidade. Ou seja, as
construções eram muito
elevadas, as quais revelam a
força da religiosidade. Quanto
mais alto, mais perto de Deus
estavam.
Fonte: www.todamateria.com.br
Catedral de Milão, Itália.

Os Vitrais

Os vitrais tiveram seu apogeu na arte gótica. As “paredes de vidro”


surgiram quando as paredes deixaram de ter função de sustentação, e
inicialmente os fragmentos de cores diferentes eram unidos com chumbo,
formando as figuras. Nas igrejas góticas, as abóbadas eram apoiadas nos pilares
ou colunas de sustentação. Com a utilização desse novo tipo de apoio, as grossas

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paredes e pequenas janelas da arquitetura românica desapareceram e deram
lugar a paredes mais leves preenchidas com grandes vitrais, que proporcionaram
uma iluminação peculiar à igreja gótica.
Sendo mais trabalhosa que a técnica dos mosaicos, por meio de tiras de
vidro, os fragmentos de formas variadas que acompanhavam os contornos de seus
desenhos eram bastante adequados ao desenho ornamental abstrato. Todavia, na
composição de um mestre o quebra-cabeça das peças de chumbo e vidro conseguia
transformar-se em figuras de uma monumentalidade imponente.

Vitrais góticos – Fonte: http://obviousmag.org

4. INTRODUÇÃO AO CONCEITO DE LINGUAGEM ARTÍSTICA

A arte é uma criação humana com valores estéticos (como beleza,


equilíbrio, harmonia) que sintetizam as suas emoções, sua história, seus
sentimentos e a sua cultura.
A arte se apresenta em várias linguagens:

4.1 - Linguagem visual

As artes desta linguagem normalmente lidam com a visão como o seu


meio principal de apreciação costumam ser chamadas de artes visuais. As artes
visuais que lidam com a manipulação e transformações de materiais para
construção de obras de artes se chamam artes plásticas, podemos destacar: o
desenho, a pintura, a escultura, a gravura, o grafite, o mosaico, a arte vitral, as
artes gráficas, a cerâmica, o artesanato. Além dessas, são consideradas ainda
como artes visuais: a arquitetura, o design (industrial, gráfico, moda, joias,
computação e jogos), a decoração e o paisagismo, a instalação, a intervenção
(interferência de ambientes urbano), a land art (interferências no espaço natural),
a body art (interferências do corpo humano) a fotografia e a arte sequencial. A arte
sequencial usa imagens implantadas ou montadas em sequência para narrar
história ou transmitir informações: os quadrinhos, a animação e o cinema (com
produções áudio visuais criativas como filmes, novelas, seriados e videoclipes).

4.2 - Linguagem musical

A música pode ser definida como uma forma linguagem que se utiliza de
sons produzidos pela voz, instrumentos musicais e outros artifícios, para
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expressar algo a alguém. Um dos poucos consensos é que ela consiste em uma
combinação de sons e de silêncios em sequencias que se desenvolvem ao longo
do tempo. Neste sentido, engloba toda combinação de elementos sonoros
destinados a serem percebidos pela audição. As músicas podem ser classificadas
em gêneros como música erudita, popular, folclórica e religiosa, cada uma dessas
divisões possui centenas de subdivisões e estilos.

4.3 - Linguagem cênica

As artes cênicas (chamadas ainda de artes performativas) são todas as


formas de arte que se desenvolvem num palco ou local de representação para um
público. Muitas vezes estas apresentações das artes cênicas podem ocorrer em
praças e ruas. Assim podemos dizer também que este palco pode ser
improvisado. Ou seja, o palco é qualquer local onde ocorre uma apresentação
cênica. Podemos destacar as seguintes classes: Teatro, Ópera, Dança, Circo a
Performance artística.

4.4 - Linguagem da dança

Como arte, a dança se expressa através dos signos de movimento, com


ou sem ligação musical, para um determinado público e em qualquer ambiente
em que for contextualizado o propósito artístico. A dança pode ser classificada
quanto ao modo de dançar (sozinho, em dupla ou em grupo), quanto à origem
(folclórica, cerimonial, étnica) e quanto à finalidade (cênica, social, religiosa).

5. ARTE E ESTÉTICA EM DIFERENTES CULTURAS

A humanidade cria objetos para satisfazer as suas necessidades práticas


– arte utilitária; como meio de vida para que o mundo saiba o que pensa; para
divulgar as suas crenças (ou as de outros); para estimular e distrair a si mesmo e
aos outros; e para explorar novas formas de olhar e interpretar objetos e cenas.
Ernest Gombrich, famoso historiador de arte, afirmou que nada existe
realmente a que se possa dar o nome de arte. Existem somente artistas. Arte é
um tipo de fenômeno cultural. Regras absolutas sobre arte não sobrevivem ao
tempo, mas a cada época, diferentes grupos (ou cada indivíduo) escolhem como
compreendem esse fenômeno. Os historiadores de arte buscam determinar os
períodos que empregam certo estilo estético, denominando-os por movimentos
artísticos.
A arte registra ideias e as ideologias de culturas e etnias, sendo assim,
ela se torna fundamental para a compreensão da história da humanidade e do
mundo. Formas artísticas podem extrapolar a realidade, exagerar coisas aceitas
ou simplesmente criar novas formas de se observar a realidade.
Uma das características da arte é a dificuldade que se tem de conferir-lhe
utilidade. Muitas vezes esta dificuldade em encontrar utilidade imediata para a arte
mascara preconceitos contra arte e os artistas. Como manifestação cultural
humana, pode ser utilizada para coesão social, reafirmando valores ou, pelo
contrário, criticando-os.
A arte possui a função transcendente, ou seja, manchas de tinta sobre
uma tela ou palavras escritas sobre um papel simbolizam estados de consciência
humana, abrangendo percepção, emoção e razão. A arte pode trazer indícios
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sobre a vida, a história e os costumes de um povo, de uma época, inclusive
daqueles já extintos. Assim, conhecemos várias civilizações por meio de sua arte.

5.1 – Estética

A arte está ligada à estética, porque é considerada uma faculdade ou ato


pelo qual, trabalhando uma matéria, a imagem ou o som, o homem cria beleza ao
se esforçar por dar expressão ao mundo material ou imaterial que o inspira.
A obra de arte instiga a reflexão e os sentidos. Existe uma parte da
Filosofia, chamada Estética, que se ocupa de pensar a arte e o belo. A palavra
estética vem do grego aesthetiká, ou seja, coisas percebidas pelos sentidos, pelas
sensações. Seria assim, a parte da Filosofia dedicada a compreender os efeitos
das sensações provocadas pela arte.

5.2 - O belo e a arte

Quando se contempla uma obra de arte, ocorre uma interação,


experimentando-se nessa relação diferentes estéticas, sentimentos e percepções.
Apreciar um quadro pintado de forma tradicional, ou seja, com tinta sobre tela, por
exemplo, é mergulhar em uma experiência dos sentidos.
O belo não é necessariamente o objeto criado, mas o resultado da arte,
ou seja, o encontro com as sensações que a obra propicia a quem a observa. Isso
porque, mesmo que um objeto criado não seja considerado belo, da forma
tradicionalmente concebida – com formas perfeitas e proporções harmônicas – a
experiência artística será sempre uma experiência com o belo, à medida que o
contato com a obra propiciará um contato com os elementos do sensível.
O belo é um conceito relacionado à determinadas características visíveis
nos objetos (ou seres). Historicamente, é o fruto maior da estética clássica, grega
e romana. Foi desenvolvido pelos filósofos gregos e exemplarmente demonstrado
em suas escultura, arquitetura e pintura.
Estas obras seguem sendo passados mais de dois mil anos, os
paradigmas dos objetos belos. Eu posso gostar do que é feio, do que é amargo
ou assustador, portanto não é o gosto que define o que é Belo. Acompanhando a
milenar tradição clássica, podemos definir o belo formalmente, isto é, a partir de
certas características das formas dos objetos. Estando presentes estas
características, o objeto tem larga chance de ser belo. Posso não gostar dele,
posso considerá-lo frio e distante como um estranho extraterrestre alheio às
imperfeições e paixões da vida, mas ele adequa-se aos critérios de beleza de 20
séculos de arte e arquitetura. Três destas características formais são a ordem, a
simetria e a proporção. Pensadas na Grécia clássica, estas três categorias
atravessaram milênios de história, informando muita da arte gótica, renascentista,
neoclássica etc. até os dias de hoje.

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Fonte: http://maxeurique.blogspot.com Fonte: http://tecendocidadaniacomarte.blog

5.3 - O belo e o feio

O belo e o feio hoje em dia, numa visão fenomenológica, consideramos o


belo como uma qualidade de certos objetos singulares que nos são dados à
percepção. Beleza a existência de um sentido absolutamente inseparável do
sensível. O objeto é belo porque realiza o seu destino, é autêntico, é
verdadeiramente segundo o seu modo de ser, isto é, é um objeto singular,
sensível, que carrega um significado que só pode ser percebido na experiência
estética.

Não existe mais a ideia de um único


valor estético a partir do qual julgamos
todas as obras.

“Cada objeto singular estabelece


seu próprio tipo de beleza O
problema do feio está contido
nas colocações que são feitas
sobre o belo. Por princípio, o feio
não pode ser objeto da arte. ”
Fonte: https://www.youtube.com/

No entanto, podemos distinguir, de imediato, dois modos de


representação do feio: a representação do assunto "feio" e a forma de
representação feia considerada criação autônoma que tem por função revelar as
possibilidades do real, ela passa a ser avaliada de acordo com a autenticidade da
sua proposta.
O problema do belo e do feio é deslocado do assunto para o modo de
representação. E só haverá obras feias se forem malfeitas, isto é, se não
corresponderem plenamente à sua proposta. Os conceitos de beleza e feiura, os
problemas do gosto e a recepção estética constituem o território desse ramo da
filosofia denominado estética.

6. ARTE CONTEMPORÂNEA
A Arte Contemporânea ou Arte Pós-Moderna é uma tendência artística
que surgiu na segunda metade do século XX, mais precisamente após a Segunda
Guerra Mundial, por isso é denominada de arte do pós-guerra. A Arte
Contemporânea se prolonga até aos dias atuais, período esse denominado de
pós-modernismo, propondo expressões artísticas originais a partir de técnicas
inovadoras.
A Arte Contemporânea é uma tendência artística que começou a se
manifestar no período Pós-Guerra como uma ação de separação com a Arte
Moderna. Embora não haja consenso entre os historiadores e críticos de arte
acerca do princípio da Arte Contemporânea, considera-se que ela ficou mais

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evidente e ganhou mais espaço na segunda metade do século XX, estendendo-
se até os dias atuais.

Fonte: https://www.todamateria.com.br/arte-
contemporanea/ Fonte: https://www.opopularjm.com.br

A segunda metade do século XX foi caracterizada pelo grande avanço


tecnológico e científico, um bom exemplo disso foram os progressos decorrentes
da corrida espacial. Se a velocidade e movimento das máquinas impulsionaram
os artistas modernos, a corrida espacial e os avanços nas áreas da informática
abriram caminho a percepção dos artistas contemporâneos que passaram a
adicioná-los em suas obras. É possível citar como forma de expressão nesse
cenário a vídeo arte que usa a tecnologia do vídeo, geralmente associado a outras
linguagens e mídias para criação de obras de Artes Visuais.

Nesse período tornou-se recorrente a utilização elos artistas de variadas


linguagens e técnicas para confecção de suas obras, por meio da constante
experimentação estéticas. Em vista disso, é quase impossível pensar a arte por
categorias distintas como pintura, escultura ou desenho, colocando em questão o
valor da arte e o próprio conceito de arte. Em nenhum outro período da história os
artistas tiveram tanta liberdade criadora.

Assim, o artista tem liberdade total para expressar-se seja tecnicamente


ou conceitualmente, pois não tem mais compromissos institucionais com a igreja
ou a política, assim como acontecia em épocas anteriores como o Renascimento
por exemplo. Muito embora, na arte Moderna era inconcebível o artista pintar
como no período do Renascimento, tecnicamente falando, na Arte
Contemporânea a liberdade de criação é tamanha a ponto de o artista transitar
entre os diferentes períodos.

O Happening, a Performance, a Instalação, a Arte Conceitual, o


Minimalismo, a Body Art, a Op Art, a Pop Art e a Art Street, são manifestações
da Arte Contemporânea, ou seja, a constituem. Artistas como Andy Warhol e Roy
Lichienstein são destaques nesse cenário nas décadas de 60 e 70. É possível
identificar algumas características evidentes na Arte Contemporânea como a
efemeridade da obra, o abandono dos suportes tradicionais, a mescla de estilos,
a interação do espectador com a obra ou a aproximação com a cultura popular
entre outros.

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A Body Art (do inglês, arte do corpo)
é uma manifestação das artes visuais
onde até o corpo do próprio artista
pode ser utilizado como suporte ou
meio de expressão. Surgiu no final da
década de 1960 como uma das mais
populares e controvertidas formas de
arte a se disseminar. Em uma
abordagem mais específica, surgiu
como reação à impessoalidade da arte
conceitual e do minimalismo, em
análise mais ampla tem sido
considerada um prolongamento
Fonte: http://douglasdim.blogspot.com
destes.

Op art é um termo usado para


descrever a arte que explora a
falibilidade do olho e pelo uso de
ilusões de óptica. A expressão "op-art"
vem do inglês (optical art) e significa
“arte óptica”. Defendia a arte "menos
expressão e mais visualização".
Apesar do rigor com que é construída,
simboliza um mundo mutável e
instável, que não se mantém nunca o
mesmo. Os trabalhos de op art são em
geral abstratos, e muitas das peças Quando são observados, dão a
mais conhecidas usam apenas o preto impressão de movimento, clarões ou
e o branco. vibração, ou por vezes parecem inchar
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Op_art ou deformar-se.

Pop Art é a abreviatura em inglês de


Popular Art ("Arte Popular", em
português), um movimento artístico
que surgiu em meados dos anos
1950, com o objetivo de "abraçar" e
desconstruir imagens pertencentes
às culturas de massa, a chamada
"cultura pop", feita para as grandes
multidões. Inspirando-se em imagens os tradicionais pincéis, tintas e
e personalidade da cultura de massas, quadros. Isopor, poliéster, goma
os artistas da pop art buscam ironizar espuma e acrílico foram muito usados
a vida cotidiana materialista e pelos artistas plásticos deste
consumista das pessoas. Nas obras movimento.
artísticas da pop art, o uso de
elementos criados a partir das novas Fonte: https://www.significados.com.br/
tecnologias do século XX substituem

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Arte urbana, urbanografia ou street art é
a expressão que se refere a manifestações
artísticas desenvolvidas no espaço público,
distinguindo-se das manifestações de
caráter institucional ou empresarial, bem
como do mero vandalismo. Graffiti
(Grafito) normalmente feito com tintas em
spray e marcadores, nas paredes de
edifícios, túneis, ruas, as obras carregam
fortes críticas a sociedade. Grande parte
dos grafiteiros mantem anonimato
pois algumas pessoas ainda consideram
um ato de vandalismo (pichar muro e
patrimônio público). Fonte: https://pt.wikipedia.org

Arte Contemporânea brasileira

No Brasil, o estilo da Arte Contemporânea começou a ser fomentado


também durante a década de 1950, principalmente por meio do movimento de
vanguarda do Neoconcretismo. A Pop Art americana, ao aparecer em todo o
mundo, influenciou também a maneira como se fazia arte aqui no Brasil,
principalmente nos anos 1960. Neste início, os artistas expressavam fortes críticas
à sociedade e à Ditadura Militar, além de referenciar fortemente o Tropicalismo.

Na década seguinte, a arte se afasta dos momentos de contestação


política, assumindo uma faceta de reflexão do pensamento, da razão e da
tecnologia. A arte tecnológica surge, então, com a Exposição Internacional da Arte
por Meios Eletrônicos. O fim dos anos 1970 incorporou na arte brasileira os
anseios do movimento das Diretas Já, retomando o caráter de crítica social e de
opinião política, principalmente em exposições como “Tradição e Ruptura”, de
1984 e “A Trama do Gosto”, de 1987, trazidas pela Bienal de São Paulo, além da
mostra “A Mão Afro-brasileira”, de 1988, organizada pelo MAM-SP (Museu de Arte
Moderna de São Paulo).

Apesar do grande alcance, principalmente pelo uso da tecnologia, a arte


brasileira ainda permanece como um privilégio das camadas mais ricas da
população e continua sendo veiculada nos grandes centros urbanos, excluindo do
processo artístico o interior do país.

7. ARTE E TECNOLOGIA

A tecnologia diminuiu cada vez mais o tempo necessário à sua evolução.


E a cultura, como parte do homem e de seu mundo não se manteve imune, a arte
foi indubitavelmente atingida. É fácil encontrar exemplos nos quais a tecnologias
funcionam como veículo comunicativo, divulgador e parte integrante da arte, ou
ainda de uma pseudoarte: a televisão, a rádio, a internet, propalam informações
diversas em seus funcionamentos, e aliás, transportar é a premissa deste, afinal,
o que seria de todos esses equipamentos sem seu caráter comunicativo?

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Em especial esta tecnologia não transforma a arte em questão
intencionalmente em sua essência, no entanto, ou deixa a arte intocada ou a
adapta, de forma que como exemplo: um concerto transmitido via internet, não
altera a arte em substância, no caso a música, porém sabemos que não é a
mesma sensação de como assistir in loco.
Em outros casos se tenta dar uma originalidade independente as artes
que são derivadas de uma mesma, como nos casos das telenovelas, dos seriados
e do cinema em relação ao teatro, de certo é claro que estes últimos são diferentes
entre si, mas cabe reconhecer que são todos derivados do teatro, e que por
exemplo, se não tivesse a televisão (divulgador tecnológico) as telenovelas seriam
recitais teatrais, o mesmo para os seriados e o cinema, ou seja, a arte não foi
alterada em sua essência e sim adaptadas pela tecnologia.
Utilizar a tecnologia como parte da expressão artística é a grande
mudança que chegou com a evolução. Essa relação entre arte e tecnologia
acompanha a história da humanidade, mas hoje as possibilidades de criação são
tantas que é difícil estabelecer a fronteira entre uma e outra.

8. RUPTURA DE MEIOS TRADICIONAIS DAS LINGUAGENS ARTÍSTICAS

Se estendendo até os dias de hoje, a Arte Contemporânea faz com que o


período seja conhecido como Pós-modernismo, tendo como principal elemento a
utilização de técnicas e equipamentos inovadores e tecnológicos para a criação
de obras originais. Em um contexto de pós-guerra, predominava na sociedade um
senso de sua reconstrução total, arrasada pelo maior conflito da humanidade até
então. Assim, os artistas passaram a buscar novos meios para se expressar,
apoiando-se na crescente globalização e no avanço tecnológico e midiático.

A arte contemporânea, seja nos seus momentos mais ou nos menos


radicais, com seus questionamentos, instaurou uma busca constante de inovação
e ruptura. Afirmando o lugar-comum e a vida real como motor de criação, a
pluralidade domina esta produção, na qual não é mais possível estabelecer
movimentos ou tendências estilísticas dominantes. O desaparecimento da
especificidade de suas práticas e as aproximações com o banal e o cotidiano
permitem que alguns autores falem de uma arte pós-autônoma. Isso por que, ao
fugir da tradição refinada e elitista dos objetos artísticos, estabelecendo fortes
ligações com o mundo real, os artistas fragilizam a autonomia do campo artístico.

Eles propõem rupturas com o sistema da arte, e este, por outro turno, vai
aos poucos incorporando tantas e diferentes propostas que fica difícil determinar
seus contornos.

Em um regime de consumo é moderno e de comunicação


contemporânea; os valores artísticos se definem nas redes de relações que
estabelecem valores e significações. Atividades e objetos muito diferenciados
podem ser considerados artísticos, dificultando a compreensão do grande público.
A comercialização permanece, ainda que com diferentes estratégias. Tem-se, por
exemplo, a venda de fotos ou vídeos de performances, que aconteceram num
determinado local e momento, e cuja existência se perpetua nestas imagens. O
objeto vendido são os vestígios do ato efêmero, que ocorreu e que bem poucos
puderam assistir. Para a realização desta comercialização, artistas e obras se
articulam em diferentes conexões.
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Fonte: https://www.ufrgs.br/artereflexoes Fonte: https://www.stoodi.com.br

9. INTERAÇÃO DO PÚBLICO EM OBRAS ARTÍSTICAS

No decorrer da história da arte, assim como na história da humanidade, o


objeto de arte vem sofrendo novos significados de forma e conceito. O que parecia
mimeticamente representação havia também questões bem mais que estéticas.
Esse objeto sempre buscou sua funcionalidade dentro de um contexto social como
foi à arte egípcia e romana na idade média (fins político-religiosos); a arte grega
(propaganda do belo para formação de corpos jovens e perfeitos cujo objetivo
poderia ser os jogos olímpicos e preparação bélica); e renascentista ao pré-
modernismo (ascensão da burguesia ao poder social).

O poder tecnológico da história da arte sendo mediado por outra força


tecnológica criada para trazer o objeto de arte à apreensão do público como ato
normativo e de propaganda. Com isso, esse objeto, também vem sofrendo seus
avanços com a mesma intenção de interação àquele, cuja mensagem deve ser
transmitida. Vemos isso claramente em suas transformações estéticas e
conceituais que é de bem antes das radicais transformações da própria revolução
industrial.

É claro que até esse momento não havia uma intenção tão radical dessa
ruptura que culminou com a arte moderna dado que tais transformações foram
pouco depois da tomada social da classe burguesa e da posterior crise do museu.
Isso mostra que a própria arte, para se adequar as transformações de toda a
história do homem, ela própria vinha transformando todo o seu aparato
tecnológico para se adequar sempre a um novo público.

O próprio museu teve que mudar suas características arqueológicas como


catalogador de objetos exóticos que nada mais eram que pilhagens de guerra
vinda de países colonizados por seus colonizadores. O museu passa a servir
como expositor de obras de seu próprio tempo a partir da era industrial. Mais do
que isso, ele se vê obrigado a quebrar a linha histórica dessa catalogação também
devido ao surgimento da galeria. Mesmo assim, ainda havia certo
conservadorismo que mantinha este distanciamento do público com a obra de
arte.

O Festival Internacional de Linguagem Eletrônica Com o tema “a arte


eletrônica na época disruptiva”, o Festival Internacional de Linguagem Eletrônica
com centenas de obras interativas produzidas por 85 artistas de diversas

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nacionalidades. Criado por Ricardo Barreto e Paula Perissinotto nos anos 2000,
o projeto propõe um mergulho no mundo das novas tecnologias através de obras
que provocam experiências sensoriais e imersivas surpreendentes. “A tecnologia
funciona como inspiração e ferramenta. São muitas as abordagens ao longo
desses 19 anos que a gente tem vivenciado nessas novas formas, plataformas e
ambientes que possibilitaram a exploração desse processo criativo”.

A exposição oferece diversas possibilidades de imersão. Há obras criadas


em plataformas de realidade virtual e Playstation 4, jogo de sombras
computadorizadas, selfies interativas, animações, entre outras. O visitante
também pode interferir em obras já consagradas como no “Starry Night”. O artista
grego Petros Vrellis dá vida a obra prima de Van Gogh (Noite Estrelada) e através
de um tablet é possível adicionar rastros de luz em várias partes da imagem.

Fonte: https://fundacaoschmidt.org.br

10. SUGESTÕES DE FILMES SOBRE ARTE

1. A Vida de Leonardo da Vinci — 1972

A produção milionária retrata de forma detalhada a vida de um dos maiores nomes


da arte renascentista. O filme foi rodado nas locações reais onde Da Vinci viveu
e é considerada a melhor produção sobre o multitalentoso artista.

2. Vincent e Theo — 1990

A obra mostra a relação do pintor Vicent van Gogh, que fez parte do movimento
de arte moderna, com seu irmão mais novo Theo. Entre problemas psicológicos,
exposições de arte e o suicídio do pintor você vivencia um pouco da expressão
artística do início do século XX.

3. Grandes Olhos — 2014

O filme do diretor Tim Burton retrata a história da artista Margaret Keane —


nascida em 1927 e até hoje fazendo trabalhos — e de como ela lutou para ter
reconhecida a autoria dos seus quadros. Durante muito tempo o marido de
Margaret dizia ser o pintor das obras que retratavam mulheres e crianças com
grandes olhos.

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4. Frida — 2002

Traz um pouco da vida da pintora mexicana Frida Kahlo, uma das artistas
representantes do modernismo. O enredo aborda o romance dela com o pintor
Diego Rivera e com o pensador Leon Trotski.

5. Chaplin — 1992

A obra registra a história de um dos maiores nomes do cinema mudo, Charlie


Chaplin. O artista britânico foi ator, diretor, escritor, dançarino e músico e se
envolveu em vários problemas políticos, chegando a ser expulso dos Estados
Unidos.

Filmes que ganharam o Oscar

1. Amadeus — 1984

Vencedor de oito prêmios Oscar, Amadeus retrata a vida de Wolfgang Amadeus


Mozart e o ambiente musical do século XIX. No roteiro, adaptado de uma peça de
teatro, também é apresentada a relação do compositor com o também músico
Antônio Salieri.

2. Meia-Noite em Paris — 2011

Filme do diretor Woody Allen faz um escritor com bloqueio criativo voltar no tempo
e se encontrar com grandes nomes da arte, como Scott Fitzgerald, Ernest
Hemingway, Salvador Dalí e Gertrude Stein. A produção ganhou o Oscar de
Melhor Roteiro Original.

3. Shakespeare Apaixonado — 1999

Apresenta o cotidiano do jovem William Shakespeare (1564 — 1616) no mundo


do teatro e sua inspiração para escrever a peça Romeu e Julieta. A produção foi
indicada a 13 prêmios Oscar e venceu em sete categorias incluindo Melhor Filme
e Roteiro Original.

4. O Artista — 2011

Aborda a história do cinema e as mudanças que envolveram a transição do


cinema mudo para o cinema falado, isso no fim da década de 1920. A obra foi
indicada a dez prêmios do Oscar e venceu cinco deles, incluindo Melhor Filme e
Diretor.

5. Piaf: um hino ao amor — 2007

A obra conta a história da cantora francesa Edith Piaf. Acompanhado por músicas
emblemáticas você vivencia momentos marcantes da vida da artista que teve uma

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infância sofrida e alcançou o auge da fama mundial. A obra deu o Oscar de melhor
atriz para Marion Cotillard e ainda venceu na categoria Melhor Maquiagem.

Fontes e Sites consultados:

Artes Visuais – Instituo ENEM.


https://brasilescola.uol.com.br
https://www.vix.com/pt/ciencia
http://arquiteturasocios.blogspot.com
http://artesatividades.blogspot.com
Arte – Conteúdo do 1ª Série – Prof. Magno Anchieta
Arte / vários autores. – Curitiba: SEED-PR, 2006. – 336 P.
http://maxeurique.blogspot.com/2015/04/estetica-da-arte-atualmente-o.html
http://historia-da-arte.info/arte-do-seculo-xx.html
https://www.historiadasartes.com/olho-vivo/o-que-e-arte/
http://claudiaequer.blogspot.com/2009/03/o-belo-e-o-feio.html
https://www.todamateria.com.br/arte-contemporanea/
https://www.infoescola.com/artes/arte-contemporanea/
https://www.conhecimentogeral.inf.br/body_art/
https://www.stoodi.com.br/blog/2019/01/15/arte-contemporanea/
https://digartmedia.wordpress.com/2013/05/18/arte-e-tecnologia/
https://www.stoodi.com.br/blog/2019/01/15/arte-contemporanea/
https://www.ufrgs.br/artereflexoes/site/2012/03/24/e-essa-tal-de-arte-
contemporanea/
https://juliocesardosanjospublico.wordpress.com

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