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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

CENTRO DE ARTES, DESIGN E MODA

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UDESC – CEART – Artes Visuais Bacharelado
Disciplina: Teoria e História da Arte I
Aluna Flora Felippi Gonçalves
Data: 09/06/2022

Trabalho 01: A partir do conteúdo abordado em nosso plano de ensino 2022-1, escolha duas
questões de cada unidade e aborde-as de modo mais completo possível:

UNIDADE I: QUANDO O HUMANO ERA PARTE DE UMA UNIDADE CÓSMICA.


(Escolher 2 questões sobre esta unidade)
2- O QUE NOS ENSINAM OS POVOS PRIMITIVOS SOBRE SUA RELAÇÃO COM O MEIO
AMBIENTE?
3- QUAIS DIFERENÇAS PODEM SER APONTADAS ENTRE OS VESTÍGIOS PALEOLÍTICOS
E OS NEOLÍTICOS?
Falando um pouco sobre esses dois períodos da nossa história, responderei as duas perguntas:

O período paleolítico, ou Idade da Pedra Lascada, é considerado um dos mais extensos da


pré-história, visto que seu surgimento foi aproximadamente há 2,2 milhões de anos, até 10.000 a.c. E
este junto ao período Neolítico se denominam "Idade da Pedra".
Durante essa fase da vida humana (Paleolítico) os nossos antepassados encontraram o modo
de vida nômade como sua melhor chance de sobrevivência, já que nessa época os homens se juntavam
em grupos e se ajudavam uns aos outros a adquirir alimentos, por meio da caça, da pesca e da coleta
de frutos, raízes e ovos.
Com a chegada do inverno e do frio esses grupos precisavam se abrigar em cavernas e
construir habitações com galhos de árvores, passando a compartilhar o uso de lagos, rios e florestas.
Os instrumentos que utilizavam de início eram fabricados com ossos e madeira, depois passaram para
lascas de pedra e marfim, produzindo machados, facas e ferramentas pontiagudas.
A arte parietal, ou arte rupestre, é predominante nessa época e temos muitos registros da
mesma, encontrada nessas mesmas cavernas onde se abrigavam podemos analisar a quantidade
majoritária de representações gráficas de animais (como ursos, cavalos, felinos, mamutes, etc)
comparada a de representações humanas que eram menos frequentes.

Painel do unicórnio, Figura: Primeiro Grande Touro Local: Sala dos Touros
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Nas artes onde representavam os animais se torna visível o respeito desse povo em relação
aos mesmos, tratavam o animal como ancestral e detalhavam a mensagem.
Um tempo depois mas neste mesmo período começam a surgir as primeiras esculturas como a
vênus de Willendorf,
sempre com o uso de pedras,
ossos e marfim.

Vênus de Willendorf, calcário oolítico e giz vermelho, 11 cm de altura, Paleolítico (cerca de


29.500 a.C.). Conservada no Naturhistoriches Museum, Viena, Áustria.
Fonte: https://artrianon.com/2021/04/06/obra-de-arte-da-semana-venus-de-willendorf/

Nesse primeiro momento já é possível enxergar aos nossos conceitos, artistas, pintores,
escultores, bailarinas e músicos, porém nada disso era visto como arte na época já que este conceito
ainda não existia, eram apenas consideradas funções definidas, mas não como obra de arte.
Uma das grandes descobertas deste primeiro período foi o domínio do fogo, com isso os
homo sapiens passaram a se aquecer do frio, iluminar a noite, se defender de animais ferozes e
cozinhar seus alimentos.
Também passam a fabricar suas próprias vestimentas com pele de animais.
Por volta de 18000 a.c. o nosso planeta passa por mudanças climáticas significativas, que
transformam a vida animal e vegetal do planeta e consequentemente alteram a relação do homem com
a natureza, e é nessa época que passamos para o período Neolítico.
O Neolítico, que durou desde 5.000 aec até a civilização do oriente médio, é também
conhecido como Idade da Pedra polida, e leva essa nome pois a pedra foi a principal matéria prima
utilizada nessa época assim como no período paleolítico, porém diferente deste nesse novo momento
os objetos se tornaram mais bem acabados pois agora a pedra além de lascada, era esfregada depois
no chão ou na areia até tornar se polida, e essa é uma das principais diferenças entre os dois períodos.
Neste segundo período as vegetações mudaram muito por conta das mudanças climáticas e a
caça se tornou uma tarefa mais difícil, por conta disso os homens passaram a se abrigar nas margens
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dos rios, o que influenciou para o melhor desenvolvimento da agricultura, iniciando pelo plantio de
trigo, cevada e aveia. Com isso aprenderam a domesticar animais e a criar gados, mas ainda com todo
um respeito, presente nas artes e representações que eles quiseram eternizar daquela época, muito
diferente da nossa relação com o meio ambiente atualmente.
Nessa época também passam a utilizar a cerâmica como matéria prima, fabricam grandes
potes para guardar os excessos da produção agrícola para épocas de escassez de comida, respeitavam
a terra e seus ciclos.
Desenvolvem técnicas de fiação e tecelagem e suas vestimentas evoluem de pelos de animais
para tecidos de lã e linho, porém todas essas "artes" ainda não eram consideradas por eles desta forma
e tinham apenas um caráter utilitário. Já os homens que produziam as representações de estátuas
como a vênus, amuletos e pinturas eram considerados seres iluminados e suas obras adquirem caráter
religioso e místico, utilizando muitas dessas representações em rituais e cultos.
Além disso os homens neolíticos são os primeiros a realmente construírem seus abrigos e
casas, sendo assim considerados os primeiros arquitetos da humanidade.
Em relação às pinturas deste período suas formas pictóricas passaram a ser cada vez mais
esquemáticas e menos figurativas, dando espaço para o
abstracionismo, a concepção animista, o culto aos
mortos e a concepção de vida além da morte. Com isso
surgiram também os primeiros cultos e as primeiras
máscaras para rituais.

A máscara mais antiga do mundo, Data: 9000 AEC,


Local: Hirbat Duma, Tipo: Máscara, Meio: Pedra,
Dimensões: L: 22.5 cm; W: 15.6 cm; Th: 6.6 cm, Israel
Museum, Jerusalem, Fonte: https://artsandculture.google.com/asset/the- oldest-M%C3%A1scara-in-
the-world- unknown/DQEivPUy-lKFYA

UNIDADE II: ORIENTE, QUANDO TUDO QUE SABEMOS PERTENCE AO QUE JÁ


DESAPARECEU. (Escolher mais 2 questões sobre esta unidade).

3- QUAL A RELAÇÃO QUE PODEMOS FAZER ENTRE O ANTIGO EGITO E A


ETERNIDADE?
Os antigos egipicios foram um dos primeiros povos a pensar e tentar explicar os
acontecimentos da vida humana, os desastres naturais, as mortes, e como tudo isso estaria interligado.
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“É confortante ver que nada mudou. Naquela época já havia amor, amizade, lutas pelo poder, religião,
tudo que temos hoje”. Pequenas coisas que trazem o Egito Antigo bem mais próximo da nossa
realidade. (site:https://anba.com.br/mostra-egito-antigo-e-o-guia-pratico-ate-a-vida-eterna/)
Então, além de todos esses sentimentos confusos que tentamos compreender até os dias de
hoje, essa dúvida e indagação da explicação das coisas também já vem de muito tempo, e nessa época
os egipicios tinham maneiras convincentes e interessantes de se olhar para a vida eterna. Eles viviam
seus cotidianos sempre se preocupando com o que viria depois e como suas ações influenciariam
nisso, mas sem deixar de valorizar a vida terrena. Encontravam explicacoes para os ciclos de
enchentes do Rio Nilo, o movimento dos astros e as variacoes climaticas além das suas explicações
para a morte.
Essas por si só já eram muito provocativas e encantadoras por sua relação com o eterno, e é
dessa mesma explicação que falarei hoje.
Segundo pesquisas e o que viamos em aula, para os egipicios a morte consistia em um
processo em que a alma se desprendia do corpo, se encontrando em um estágio de mudança para outra
existecia.
Eles acreditavam que após o falecimento o indivíduo perdia acesso aos prazeres e regalias que
ele possuía em vida, e para recupera-los em sua nova existencia, a pessoa, seja qual fosse sua posição
social em vida, era levada pelo deus “Anúbis” para se apresentar ao “Tribunal de Osíris” onde é
avaliada de acordo com seus erros descritos no “Livro dos mortos” por outros 42 seres divinos.
O livro dos mortos era como um “Guia prático para não se perder até a humanidade” e os
exemplares que temos podem medir até 3 metros de papiro com dicas de como “acordar a mumia” e
passar no julgamento final. E para eles não bastava explicar uma vez só, escreviam essas mesmas
dicas pelos sarcofágos, tumulos, eram até enterrados junto aos livros! “‘me mumifica abraçado nesse
livro, pelo amor dos deuses!’. Ah, e por precaução, desenha todas essas dicas nas paredes da tumba!
Mas, e se me tirarem de lá para morar na minha tumba? Vamos escrever no sarcófago então, mais
seguro. Só não vai esquecer de desenhar minhas comidas preferidas aí, hein? Vou comer o que pelo
resto dos milênios? Como bem observou o Pieter, uma espécie de ‘Seguro de morte com 300
apólices”. (site:https://anba.com.br/mostra-egito-antigo-e-o-guia-pratico-ate-a-vida-eterna/ )
Ainda sobre este julgamento, para que o falecido recebesse a aprovação das divindades ele
não poderia ter realizado as seguintes infrações, que eram vistas como erradas pelos egipicios: matar,
roubar, cometer adultério, mentir, causar confusoes, manter relações homossexuais e escutar
conversas alheias. Mas o momento decisivo do julgamento era quando finalmente, Osíris pesava o
coração do morto em uma balança: para a pessoa que recebesse aprovação seu coração deveria pesr
mais leve que uma pena, caso contrário o indivíduo não estava apto a adentrar Duat, o submundo dos
mortos, e então sua cabeça era devorada por um deus com cabeça de crocodilo.
Sobre o corpo que restava eles o compreendiam como a morada da alma, Por isso toda essa
preocipação do povo em preservar os restos mortais dos que faleceram, criando assim várias
técnicas de mumificação.
Havia um profinssional específico para a mumificação dos mortos na época, e todo esse
trabalho era feito com o objetivo de levar seu ente querido para a eternidade com o maior conforto
possível e necessidades amparadas. Esse profissional retirava as víceras do falecido e repousava seus
restos mortais em uma solução de carbonato de sódio e água, depois dessa imersão eram introduzidas
diversas substâncias e ervas no seu corpo para evitar a deterioração de seus tecidos; e por fim o morto
era enfaixado e coberto por cola para impedir a contaminação pelo ar.
Após finalizada a etapa de mumificação, depositavam-no em um sarcofágo e posteriormente
em um túmulo. Atravez da análise de historiadores desses tumulos, descobriram que além de
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preservar seus corpos esses povos se preocupavam também com a alimentação e formas de lazer do
mesmo, portanto muitas vezes foram encontrados sepultamentos de alimentos até animais de
estimação, junto ao corpo dos falecidos. Porém isso era uma prática que exigia tempo e poder, então
acaba sendo mais comum entre os mais ricos e poderosos, e já os corpos do povo egipicio foram
muitas vezes encontrados sem nenhum tipo de oferenda junto a ele, e esses corpos que passavam fome
e dificuldades na vida terrestre levariam isso consigo para a eternidade se tornando assim segundo as
crenças deste povo um espírito maligno chamado de mwt (um espírito andarilho) ou um 3ḫ (“Aj“, um
espírito que sofreu uma mutação metafísica).
Podemos dizer então que a vida após a morte para os egipicios tinha a ver com a eternidade,
mas que nada bastava se não vivessem de forma ética aqui na terra, eram um povo preocupado e
coberto de fé.

5- QUAIS OS SEUS OBJETOS QUE VOCÊ GOSTARIA DE RELACIONAR COM ISTO


QUE SE CHAMA DE ORIENTE MÉDIO ANTIGO E POR QUÊ?
Sobre as crenças dos povos antigos do Oriente Médio que nos antecederam me indentifico
muito com a crença dos egipicios em relação ao Deus Rá (Deus do sol), os egipicios foram um povo
politeista (que acreditavam em mais de um deus) mas Rá era pra eles um dos principais, assim como é
pra mim.
Ele leva essa importância pois as divindades no antigo Egito eram ligadas a fenonemos da
natureza, e o Rá como era ligado ao sol, o mesmo que iluminava e nutria as plantações, foi atribuida
consequentemente esta mesma relevancia ao deus. Além de ser a divindade central do panteão
egipicio, ele foi também um deus primordial, criador dos deuses e da ordem divina. Segundo a
mitologia egipicia todos os seres vivos foram criados por Rá e talvez por conta disto os Faraos
proclamaram-se “filhos de Rá”.
“Outras versões também afirmam que os seres humanos teríamos sido criados a partir das
lágrimas e suor de Rá, o qual ficara tão esgotado pelo trabalho da criação que lhe fora atribuído por
seu pai Nun, que chorou, e de suas lágrimas abrolharam o homem e a mulher.”
(site:https://www.todamateria.com.br/ra-deus-do-sol/ )
Então levando em conta toda sua importância foram criadas diversas representações de Rá,
pinturas, amuletos e homenagens, e isso se estende até hoje e pode ser conectado a minhas
representações do “meu Deus Sol” na minha vida.
Eu sempre fui apaixonada pelo sol, pelo o que ele nos proporciona e pela beleza e felicidade
que nos transmitem os dias ensolarados, já fiz incontaveis desenhos de sois, figuras humanas com
cabeça do astro e possuo colares e brincos com a mesma representação. Além de achar ele a estrela
mais linda e importante do nosso universo, ele também é a unica coisa que será eterna em nossas
vidas, até a nossa morte. Talvez por isso os egipicios também gostavam muito dele. Digo isto pois,
tudo que conhecemos um dia desaparecerá, a vida não é eterna, nossos cachorros, nossos pais, e até a
vida material de nossos objetos um dia acabará, e a única coisa que sabemos que sempre estará pra
sempre conosco é o sol. Você, mesmo que sozinho, em qualquer lugar do mundo, longe de tudo e
todos, ainda poderá contemplar um nascer ou por do sol, sempre terá ele aqui nos dias quentes e até
nos nublados por detráz das nuvens, até a nossa morte: Seja porque morremos, ou porque o Sol sumiu
e não conseguimos viver sem ele. Para mim é a unica relação de dependencia que faz sentido. Por isso
amo tanto o sol, e concordo com os egipicios de que se existe um deus, certamente seria ele.
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Para os egipicios Rá era representado pelo sol do meio dia, por conta disso possuía um
abelisco como insigna, já que este era para eles como um raio de sol petrificado. Na sua forma animal
poderia transmutar entre falcão, leão, gato ou pássaro Benu.

Representação do Deus Rá
(site:https://i.pinimg.com/474x/21/2e/22/212e22163f64b66b014441a9c569d0a8.jpg )

Infelizmente não encontrei objetos de fato que representavam esse deus no egito antigo, mas por ser
seu deus principal e pela quantidade de estatuetas e pinturas que faziam imagino que tivesse, assim
como eu tenho a minha representação desse deus, tanto em pinturas quanto em meu peito:

Pinturas em aquarela e acrilica que tenho em meu quarto representando o meu deus Sol, ambas feitas
em 2021 por mim, Flora Felippi Gonçalves.
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Essa é outro sol que fica na porta do meu quarto, pintado também em acrilica por mim, ano 2020.

E esse é meu colar que carreguei no peito por muitos anos, desde 2015 quando ganhei ele numa trilha
na Costa da Lagoa, no último ano acabei trocando por um colar inteiro de prata com um solzinho
novo para poder usa-lo para sempre, pois esse já estava ficando desgastado, mas vou sempre guardá-
lo comigo para lembrar do dia que me encantei por ele em uma trilha com 12 anos de idade, e desde
então sigo amando o Sol.
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Referencias Bibliograficas:
Material bibliográfico, ppts e aulas presenciais, bem como das anotações feitas durante as aulas
da prof Rosângela Cherem, e sites:
https://www.todamateria.com.br/periodo-neolitico-ou-idade-da-pedra-polida/
https://www.todamateria.com.br/pre-historia-resumo/
https://arqueologiaeprehistoria.com/2015/01/15/o-sustento-da-eternidade-a-relacao-dos-egipcios-
antigos-com-a-sua-alimentacao/
https://www.todamateria.com.br/ra-deus-do-sol/
https://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%A1
https://querobolsa.com.br/enem/conhecimento-geral/principais-deuses-egipcios

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