ano 2000. Lecionou na Oficina de Gravura Sesc Tijuca entre os anos de 1984 e 1991. E a partir de
1991 ao ano 1999, é transferida e dá aulas na Oficina Sesc Niterói. Em 1999, volta a Oficina de
Gravura Sesc Tijuca continuando seu trabalho como professora de artes. Também ministrou o curso
de xilogravura no Museu de Arte de Santa Catarina em Florianópolis em 1982.
A partir do seu domínio em artes visuais e gravuras, Anna ilustra diversos livros como Do
Amor, da Vida e da Morte, de Artur da Távola, Coração partido ao meio de Geraldo Edson de
Andrade e Mulheres, participação e saúde de Diana do Prado
Valadares.
Realizou 36 exposições individuais e 70 coletivas, tanto
nacionais como internacionais, entre as individuais alguns
exemplos são: Em 1976 no Centro de Pesquisa de Arte, Rio de
Janeiro; No ano de 1978 na Galeria da Aliança Francesa em
São Paulo, SP; 1981 no Museu de Arte Contemporânea de
Curitiba em Curitiba, PR; Em 1984 no Museu Nacional de
Belas-Artes, Rio de Janeiro; 1997 – Museu de Arte de Santa
Catarina, Florianópolis. E participou de algumas coletivas,
entre elas: 1975, 77, 79 e 80 – XXXII, XXXIV, XXXVI e XXXVII
Salão Paranaense, Museu de Arte Contemporânea, Teatro
Guaíra, Curitiba, prêmio aquisição; 1976 – XXV Salão Nacional
de Arte Moderna, Rio de Janeiro; 1979 – Trienal Latino-
americana del Grabado, Buenos Aires, Argentina; Salão
Carioca, Rio de Janeiro, menção especial 1980 – International
Print Biennal, Flórida, Estados Unidos; 1982 – Arteder82. Muestra Internacional de Arte Gráfico,
Bilbau, Espanha; 1983 – Salão Carioca, Rio de Janeiro onde Figura 3: ANNA CAROLINA ALBERNAZ:
"Ensinanças da dúvida", (Xilogravura
foi premiada; 1984 – X International Exhibition of Prints, década de 70). Tiragem: P.A.
Dimensões: 35,8cm x 19cm. Fonte:
Kanagawa, Japão. 1987 – Intergrafik, Berlim, Alemanha;
http://opapeldaarte.com.br/Artistas/An
1988 – VIII Mostra da Gravura Cidade de Curitiba, Curitiba, na%20Carolina%20Albernaz?pa=1
Penápolis, SP. Tendo em vista tantas participações em exposições pelo mundo todo percebemos
como esta artista é e foi muito importante para a história da arte e da própria gravura.
Em 1978 foi tema do documentário “Anna Carolina” por Francisco Alves dos Santos, o qual
foi premiado no festival de cinema de Campinas-SP.
Um de seus depoimentos que
achei mais fascinante é sobre o seu uso
de telefones nas suas artes e a conexão
que eles fazem com sua militância: “"É
pela gravura que me expresso, porque
foi a forma que encontrei de dizer,
elaborar o meu discurso. Não tenho
intenção de impor um significado
específico a quem olha o meu trabalho,
mas quero mostrar. Mostrando, já
estou dizendo. Cada um vai entender
como quiser. O artista é o emprestador
de consciências, mas isso não é uma
coisa fechada. Quem vê, bota sempre
um pouco de si mesmo no que olha.
[. . . ]Nas primeiríssimas gravuras, eu Figura 4: ANNA CAROLINA ABERNAZ, " Alô? A mulher Maravilha está?"
(Xilogravura colorida) Dimensões: 45cm x 32cm.Fonte:
representava mulheres. Um dia me https://www.antonioferreira.lel.br/peca.asp?ID=94431
deu vontade de fazer um telefone, depois saiu outro, e fui criando uma porção de telefones. Ainda me
lembro do Altino dizendo que parecia psicose. Mas eu queria fazer telefones e continuei, por muito
tempo até. Foi com eles que ganhei os primeiros prêmios da minha carreira. Eram uma espécie de
símbolo da incomunicabilidade do ser humano, da dificuldade de sobrevivência das relações entre as
pessoas. O Walmir Ayala tem um texto sobre o meu trabalho que aborda isso muito bem. O telefone
tratava da comunicação de uma forma geral, abrangente. Depois, comecei a me deter nas relações
mais específicas. Veio a série do casamento, casamento como instituição. Uma outra sobre a relação
homem-mulher, outra sobre a relação patrão-empregado, e por aí vai. Penso muito no tema
relacionamento, porque me assusto um pouco com essa dificuldade que o ser humano tem de
perpetuar seu sentimento. [. . . ]Quem fala de comunicação ou, no caso, de dificuldade de
comunicação não pode ser hermético, precisa ser claro. Sou uma pessoa direta, a xilogravura
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – CENTRO DE ARTES, DESIGN E MODA.
também é, e acho isso uma qualidade. Tudo o que é meu é assim. Mas tem gente que complica
pensando que é preciso ser difícil para ser bom, ou seja, gente que confunde clareza com banalidade.
Neste momento, estou fazendo um trabalho sobre o papel social da mulher, sobre a opressão que ela
sofre por ser mulher. Tem sido a minha militância. Todo mundo fala da ditadura, das torturas, mas
da violência doméstica ninguém fala. E é difícil mesmo, porque o machismo é um mito resistente,
tanto entre homens como entre mulheres. A mulher sempre foi colonizada pelo homem, mas parece
não estar interessada em mudar essa situação. Se você realiza um trabalho criticando o sistema, o
autoritarismo, ele é logo aceito, as pessoas adoram, compram, sentem-se participantes por causa
disso. Mas, se vai vender uma gravura sobre a situação da mulher oprimida, ninguém quer. Não é de
'bom gosto'. Sabe-se muito bem que isso é desculpa de quem não quer se olhar no espelho, de quem
não quer botar dentro de casa o seu próprio retrato. Resumindo: de quem se sente ameaçado. Lidar
com o poder é difícil, mesmo. Apesar de tudo, vou continuar com esse assunto. É a minha maneira de
contribuir para que as coisas mudem. Ninguém quer tomar o lugar de ninguém, a mulher não quer
ocupar o lugar do homem. Não é nada disso. Não é uma questão de trocar a posição dos parceiros no
jogo, mas sim de trocar as regras do jogo. [. . . ]De todas as gravuras, a xilogravura é a mais
marginalizada. Por isso, cada vez há menos gente dedicando-se a ela. No último Salão de que
participei, o Salão Carioca, que era só de gravura, havia apenas três xilógrafos. [. . . ]A xilogravura de
cordel já é mais conhecida. Como ilustra a literatura do mesmo nome, é mais popular e, por isso, há
quem torça o nariz para ela. Para mim, ela é pura cultura e acredito que grande parte dos que
conhecem a xilogravura teve o primeiro contato através da gravura de cordel." Anna Carolina - Sesc
Tijuca, 6 de novembro de 1986, 15 de maio e 15 de julho de 1996 FONTES DE PESQUISA MOSTRA DE
GRAVURA CIDADE DE CURITIBA (6.: 1984).” Albernaz, Anna. SCMAG – Sistema de Consulta do Museo
de Artes, Consulta ao Autor. Site Prefeitura de Goiânia (www.goiania.go.gov.br). Acesso em: 31 de
maio de 2022.
A partir dessa visão Anna Carolina criava também conjuntos de obras, como por exemplo:
Uma de suas últimas exposições foi “Anna Carolina Albernaz – 45 anos de gravura”,
aconteceu no Rio de Janeiro no Centro
Cultural da Justiça Federal. onde a artista
apresentou cerca de 30 obras, todas
xilogravuras, em comemoração aos seus
45 anos de trabalho na área. Três dentre
as 30 obras expostas são:
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Referências Bibliográficas:
Biografia do autor Anna Carolina Albernaz. Prefeitura de Goiânia - Sistema de Consulta do Museo de
Artes. Disponível em: https://www.goiania.go.gov.br/sistemas/scmag/asp/scmag00004w0.asp?
cd_autor=29 Acesso em: 30/05/2022
Anna Carolina Albernaz – 45 anos de gravura. Centro Cultural Justiça Federal - CCJF. Disponível em:
https://www10.trf2.jus.br/ccjf/portfolio/anna-carolina-albernaz-45-anos-de-gravura-3/. Acesso em:
30/05/2022.