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28/04/2023

Filosofia Moderna
Jusnaturalismo Moderno

Professora Maria Elisa Soares Rosa

Filosofia na Idade Média


A filosofia na Idade Média ou Medieval
Características gerais:
Método – DISPUTA
Princípio – Princípio da autoridade
Temas – Cristianismo/Dualismos ou dualidades
Razão aparece como instrumento auxiliar da fé.
Teocentrismo
A filosofia na Idade Média ou Medieval divide-se em:
FILOSOFIA PATRÍSTICA FILOSOFIA MEDIEVAL
Vai do séc. I ao V, VI, VII Vai do séc. V ao XIV , XV

Transição: final da Idade Antiga e início Transição: final da Idade Media e início da
da Idade Media. Modernidade.
Pais fundadores - evangelização Escolástica
Construção da Igreja Provas da existência de Deus
Vida monástica Adaptação para abrir espaço para razão
Instrumentalização da Razão Emancipação da Razão

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Principais filósofos
Aurélio Agostinho - FILOSOFIA PATRÍSTICA Tomás de Aquino - FILOSOFIA MEDIEVAL
1. PERÍODO VIDA (354-430) 1. PERÍODO DA VIDA (1224/5-1274)
- Final da Idade antiga - Final da Idade média
- Transição para a idade média. - Transição para modernidade.
2. Seu pensamento pressupõe uma 2.Ignora essa ESCOLHA pois vive numa sociedade que
ESCOLHA: pode-se optar entre a vida cristã e já é inteiramente cristã,
o paganismo. 3. Se preocupa com a RAZÃO
3. Se preocupa com a SUSTENTAÇÃO 4.OBJETIVO EMANCIPAR a filosofia da teologia,
DOUTRINÁRIA e ELUCIDAÇÃO dos temas. EMANCIPAÇÃO.
4.OBJETIVO escolha pela vida cristã - 5.OTIMISTA ANTROPOLÓGICO.
EVANGELIZAÇÃO. 6.Filosofia que conciliava a fé cristã com o
5.PESSIMISTA ANTROPOLÓGICO. pensamento REALISTA do grego ARISTÓTELES – ato X
6.Filosofia conciliava a fé cristã com o potencia agora corpo X alma – três almas (vegetativa,
pensamento IDEALISTA do grego PLATÃO. sensitiva e racional ou intelectual)
7.Filosofia voltada para: resignação, 7.Filosofia que privilegiou a atividade prática
contemplação, intuição, revelação divina, (SINDÉRESE) e a razão em seu amplo sistema
interior. filosófico.
8. Razão como instrumento auxiliar da fé 8. Emancipação da razão da tutela da fé
9. Confissões e Cidade dos homens e cidade 9. Suma teológica 5 vias- movimento, causa,
de Deus contingência, perfeição, finalidade
10. VIDA MONÁSTICA 10. TOMISMO – vitudes teologais e naturais – Bem =
11. A lei eterna (ou lei divina), lei natural e Mal aparente – escolha, livre arbítrio
lei humana (positiva ou temporal) 11. A lei eterna (ou lei divina), lei natural e lei
humana (positiva ou temporal)

IDADE MÉDIA IDADE MODERNA


INÍCIO Queda Império Romano do Ocidente -
CRUZADAS - anos 1096 e 1270
476 era Cristã FEIRAS que deram origem aos BURGOS
Queda Império Romano do Oriente ano 1453
FINAL Queda Império Romano do Oriente Revolução Francesa 1789
ano 1453 Idade Contemporânea
SOCIAL Quase não havia mobilidade social: A Mobilidade social – nova classe a BURGUESIA
sociedade era dividida em três grupos: As cidades (BURGOS) ganham vida - contingente
o CLERO, a NOBREZA e os SERVOS ou populacional, cresce sem planejamento. O campo é
camponeses (povo) esvaziado. Vida citadina.
ECONOMIA Vida no CAMPO, economia de Através das FEIRAS de ESCAMBO surgem as CIDADES
subsistência, ESCAMBO (troca), (BURGOS), com uma economia monetária, COMÉRCIO
sociedade agrícola, sistema feudal e época das grandes navegações, sistema urbano,
(feudalismo) estável e fechado, a corporações de oficio, artesão e aprendiz
Europa dividida em grandes Capitalismo Comercial e depois Industrial
propriedades rurais.
CULTURAL TEOCENTRISMO - razão era Ruptura com TEOCRACIA, RENASCIMENTO CULTURAL
instrumento auxiliar da fé = aspectos positivos e negativos, humanismo,
Conhecimento confinado no mosteiro racionalismo, ANTROPOCENTRISMO e cientificismo
que vai até o ILUMINISMO
RELIGIOSA CRISTIANISMO – a Igreja legislava, PROTESTANTISMO e CONTRA REFORMA como
julgava e executava a sentença resistência Igreja Católica. Anticlericalismo que vai até
a Sacralização da ciência. Laicização da sociedade -
leiga em matéria Confessional.
POLÍTICA Senhor Feudal e Igreja Católica Absolutismo - rei - enfraquecimento do senhor feudal,
centralização de poder para os reis, apoiados pela
burguesia, estruturas políticas e administrativas
centralizadas
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Transição da Idade Média para a Moderna


• Entre 1096 a 1270 as CRUZADAS (expedições
militares patrocinadas pela Igreja Católica sob o
pretexto de salvar os hereges da perdição)
conduziram a Europa intensificação das trocas e o
aparecimento de FEIRAS que aos poucos foram
crescendo através do êxodo rural e mais tarde
deram origem aos BURGOS. Esse momento que
ficou conhecido como RENASCIMENTO cultural,
comercial, político, religioso e social, período que
levou à transição da Idade Média para a Idade
Moderna.

Ruptura com teocracia


• A FILOSOFIA ESCOLÁSTICA exaltava a existência de uma LEI
DIVINA. Dentro desta concepção, tal lei não possuiria erro ou
falha, em função de sua natureza transcendente; dessa forma,
além de perfeita, superior, seria também eterna,
inquestionável e imutável. Essa idéia surge, de modo
cristalino, nas concepções de Santo Agostinho e Santo Tomás
de Aquino.
• A Cidade de Deus é o lugar regido pela lei divina que
contrasta com a Cidade dos homens, regida pela lei humana.
• A tarefa de incorporar a lei divina no âmbito da lei humana
é o que deve ser realizado pelo direito na IDADE MÉDIA.
Ressalte-se que se trata de uma tarefa dificílima.

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• Na concepção tomista há uma lei eterna, uma lei


natural e uma lei humana. A lei eterna regula toda a
ordem cósmica (céu, estrelas, constelações, etc.) e a
lei natural é decorrente desta lei eterna. Fica claro
nas duas concepções, sinteticamente resenhadas
anteriormente (Santo Agostinho e Santo Tomás de
Aquino), que a lei divina emana de uma força
sobrenatural, sobre-humana: DEUS (teocentrismo)
• O HOMEM foi aos poucos retornando para o centro
das preocupações humanas e a ruptura com a
teocracia ou o teocentrismo, Deus no centro das
preocupações, abriu espaço para o
antropocentrismo, agora o homem passa a ocupar
o centro das preocupações.
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• A FILOSOFIA MODERNA
caracteriza-se por uma
inversão de perspectiva em
relação à idade média que
tinha a FÉ como orientação
Inversão de das ações humanas.
perspectiva • Na modernidade a RAZÃO
e a EXPERIÊNCIA passam a
ser os fundamentos da
ciência e, de modo geral, do
conhecimento.

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Idade média - TEOCENTRISMO


476 até 1453
século V ao XV

Renascimento - antropocentrismo
1300 até 1500
século XIV ao XVI

Idade moderna - cientificismo


1453 até 1789
século XV ao XVIII
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Características do Renascimento
• a VOLTA das discussões filosóficas e valores das CIVILIZAÇÕES
GREGA E ROMANA.
• o HUMANISMO
• o ANTROPOCENTRISMO
• a VIDA ATIVA PRÁTICA
• o RACIONALISMO
• o EMPIRISMO
• o INDIVIDUALISMO
• Visão POSITIVA e visão NEGATIVA
• Separação da RAZÃO e da FÉ
• o HEDONISMO
• o NATURALISMO
• a DESSACRALIZAÇÃO DA IGREJA
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• VOLTA das discussões filosóficas e valores das CIVILIZAÇÕES


GREGA E ROMANA.
• HUMANISMO – a valorização das ações humanas.
• ANTROPOCENTRISMO – o homem passa a ser o centro do
universo e o tema central das discussões.
• VIDA ATIVA PRÁTICA é mais importante que a CONTEMPLATIVA
surgiu em conflito e oposição com o teocentrismo.
• RACIONALISMO – RAZÃO orientando o entendimento humano e
não mais a FÉ, doutrina filosófica que afirma que o conhecimento
é racional. Mais tarde o CIENTIFICISMO se consolida com os
avanços científicos, as descobertas e as máquinas.
• EMPIRISMO – doutrina filosófica que afirma que o conhecimento
é empírico.
• INDIVIDUALISMO ganha força e cada vez mais a razão se sobrepõe
à fé, até que os dois objetos de estudos são separados.
• Visão POSITIVA ressaltando o renascimento cultural e atividades
artísticas; Visão NEGATIVA de todas as transformações vividas, o
medo especialmente gerado pela contra-reforma e reação da
Igreja Católica.

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• Separação da RAZÃO e da FÉ - Cada vez mais a razão se sobrepõe


à fé, até que os dois objetos de estudos são separados.
• HEDONISMO – doutrinas que concordam na determinação e
valorização dos prazeres em geral como o bem supremo, carpe
diem.
• NATURALISMO – corrente filosófica que defende que as força que
incidem sobre o homem são forças da natureza, não havendo força
espiritual.
• Transcendentalidade religiosa, exaltava a natureza e os
benefícios da vida terrena, ainda que fossem eles o êxtase
religioso ou outro prazer da vida social.
• Processo de DESSACRALIZAÇÃO da Igreja e pouco a pouco a Igreja
passa a ser apenas mais uma das instituições sociais existentes e
estudadas, ela passa a ser objeto de estudo dos homens.
• com o distanciamento da religião, cuja força coercitiva deixou de
atuar de forma incisiva sobre a mente das pessoas, a noção de
LIBERDADE se fortaleceu no homem, que se sentiu mais capaz de
decidir sobre a sua vida com base em suas próprias convicções
RACIONAIS.

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• Nesse período as
transformações são
abrangentes e não se
estendem somente na
filosofia mas à sociedade
Influência como um todo. Porém, a
influência da religião sobre o
da Igreja modo como as pessoas
permanece pensavam e se comportavam
ainda era intensa.
• Assim, a cultura religiosa
entrou em conflito com os
pressupostos racionais e
antropocêntricos.

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Modernidade
• Progresso
• Indivíduo
• Conhecimento
• Antropocentrismo
• Contratualismo
• Utopismo
• Racionalismo X empirismo
• Natureza humana

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Academia Platônica de Florença


• Cidade Florença (Itália);
• Nela reuniram-se os mais brilhantes pensadores,
filósofos, artistas e políticos da época de Lorenzo de
Médice a Michelangelo.
• A Academia Florentina Neoplatônica foi fundada depois
que Gemistus Pletho reintroduziu os pensamentos de
Platão na Europa Ocidental durante o Concílio de
Florença de 1438 a 1439 . Foi patrocinado por Cosimo
de 'Medici , liderado por Marsilio Ficino e apoiado por
Medici até a morte de Lorenzo de' Medici . Nunca foi
um grupo formal, mas os membros se consideravam
uma forma moderna da Academia de Platão .

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Renascimento na perspectiva literária


• O renascimento ocorreu mais forte na Itália.
• As manifestações do espírito humano no
Renascimento podem ser vistas nas perspectivas
literária, política, artística e científica.

• Na LITERATURA destacam-se nomes como


Shakespeare, Dante Alighieri, Boccaccio, Miguel de
Cervantes, Thomas Morus, Camões e Erasmo de
Roterdã.

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William Shakespeare
• William Shakespeare nasceu na Inglaterra, provavelmente no
dia 23 de Abril de 1564. Embora a data seja inexata, está
claro que Shakespeare foi batizado em uma quarta-
feira, dia 26 de abril, na igreja de Holy Trinity. O que já
traz curiosidade acerca do dramaturgo é que sua morte
ocorreu no dia 23 de abril de 1616 – será que ele
realmente nasceu e morreu no mesmo dia?
• Não há muitos detalhes registrados sobre sua infância. Pode ser
citado como exemplo de visão positiva do Renascimento sobre
as novas mudanças que estavam ocorrendo, em especial a vida
na cidade.
• Embora mundialmente conhecido por frases isoladas, foi o
maior escritor da Língua Inglesa e o maior influenciador
dramaturgo do mundo. Percursor do HUMANISMO, o
dramaturgo inglês entendia a alma humana como nenhum
outro autor jamais entendeu.
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• Shakespeare escreveu os maiores


clássicos do teatro e criou uma
galeria de personagens que fascinam
a humanidade mesmo séculos após
sua morte. Obras:
– Comédias: O Mercador de
Veneza, Sonho de uma noite de
verão, A Comédia dos Erros, Os
dois fidalgos de Verona, Muito
barulho por coisa nenhuma,
Noite de reis, Medida por
medida, Conto do Inverno,
Cimbelino, Megera Domada e A
Tempestade.
– Tragédias: Tito Andrônico,
Romeu e Julieta, Macbeth, Otelo,
Hamlet, ...
– Ainda escreveu dramas e poesias

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Dante Alighieri
• Dante estudou a filosofia de Tomás de Aquino, e também estudou os antigos
filósofos, principalmente de Aristóteles e o matemático e fisiólogo Pitágoras.
• Na obra A Divina Comédia Dante Alighieri descreve uma viagem imaginária
onde se sucedem diversos acontecimentos passando pelo inferno, purgatório e
indo até o paraíso, sempre considerando o simbolismo do número 3, da
santíssima trindade.
• O autor encontra um padre no inferno, o que seria impensável até então.
• Ele também mistura temas como a mitologia grega, personagens históricos da
Antiguidade e de sua época, pessoas que ele conheceu e ouviu falar
e personagens bíblicas.
• Enquanto a Tragédia começa mal e acaba mal, a Comédia trás momentos nos
quais as personagens passam por maus bocados, mas, no fim são salvos.
• Na sua obra, Dante começa no Inferno e acaba no Céu, vencendo os
obstáculos de sua viagem e os perigos e tormentos que vivenciou para chegar
ao Paraíso. Ele “brinca” com as ideias bíblicas contrariando a Igreja.

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Renascimento na perspectiva política


• Politicamente a Idade Moderna ficou caracterizada principalmente
pela criação dos Estados Nacionais na Europa.
• Foi nesse processo que surgiram as monarquias nacionais, criando
estruturas políticas e administrativas centralizadas, em contraste à
descentralização predominante na Idade Média.
• Essa estrutura político-administrativa serviu ainda de base para o
fortalecimento do capitalismo e do poder político da burguesia.
• Essa classe social, a burguesia, quando se percebeu fortalecida
econômica e politicamente, pôde se organizar e colocar fim à
hegemonia antes detida pela nobreza aristocrática. O fim dessa
hegemonia foi representado principalmente pela Revolução
Francesa, quando o Estado representativo burguês foi criado,
encerrando a Idade Moderna e iniciando a Idade Contemporânea.
• Dentre os principais pensadores políticos do renascimento
podemos citar o principal deles: Nicolau Maquiavel (1469-1527)

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Nicolau Maquiavel (1469-1527)


• Na esfera política ocorreram grandes transformações. A teoria de
Maquiavel pode ser considerada o grande divisor de águas no que se
refere ao pensamento político moderno, sendo que ele acabou sendo
conhecido com o pai, criador e organizador da ciência política.
• Durante o período medieval, o poder político era concebido como
presente divino. Os teólogos elaboraram suas teorias políticas baseados
nas escrituras sagradas e no direito romano. No período do Renascimento,
os clássicos gregos e latinos passaram a lastrear o pensamento político.
Maquiavel, no entanto, elaborou uma teoria política totalmente inédita,
fundamentada na prática e na experiência concreta.
• Em O Príncipe e em Comentários sobre a primeira década de Tito Lívio,
Maquiavel demonstrar ser a POLÍTICA uma atividade estritamente
humana, obra de ação humana, considerando o homem como um animal
político, conforme já havia apontado Aristóteles – dai a volta aos valores
gregos e romanos sem a interferência divina e com o homem no centro
das preocupações, antropocentrismo.
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• O direito canônico perde espaço, a POLÍTICA para Maquiavel é a realidade


primeira da vida humana, realidade autônoma, sendo a política
instrumento necessário para a organização da vida humana em sociedade.
• A politica é puramente resultado das ações humanas, não sofre com
interferência de agentes exteriores e deve se organizar para o bem coletivo.
• Maquiavel (1469-1527) falou sobre o exercício do poder no considerado
primeiro manual de ciências políticas, a sua obra, O príncipe, conforme
veremos na disciplina ciências políticas.
• Ele privilegiou a HISTÓRIA concreta e real de vários líderes políticos, de
todos os tempos, para entender qual seria a melhor forma de governar.
• Concepção de história dirige-se ao homem em ação - história regida pela
roda da fortuna, Maquiavel considera que a história é regida pela fortuna
que se opõe à virtù que seria a força de ação do governante, cuja
habilidade está em saber intervir com eficácia na vida concreta.
• Na perspectiva de Maquiavel, a História é vista como uma forma de
discurso que contribui para o aprendizado, a História contém elementos
para uma forma de saber que compreende o domínio da POLÍTICA no
âmbito concreto da civitas, vida dos homens em comum.

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Renascimento na perspectiva artística


• As manifestações do espírito humano no
Renascimento podem ser vistas nas perspectivas
literária, política, artística e científica.
• A valorização da razão, da existência humana e a
presença antrópica, corpo e expressões humanas,
se fizeram presentes claramente também nas
ARTES plásticas: Michelangelo, Leonardo da Vinci,
Donatello, Albrecht Dürer, Rafael Sânzio e
Botticelli são alguns exemplos

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Esse ANTROPOCENTRISMO vai retomar os SOFISTAS: “O homem é a medida de


todas as coisas” e não mais DEUS, mas sim o SER HUMANO, é ele que aparece
agora no centro das discussões, valorizado e muito precisamente representado.

Davi de Donatello Mona Lisa de Leonardo Da Vinci

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• Na idade média o homem era


visto como ser miserável, que
tenta se reconectar à Deus. O
corpo humano nu e sensual
nesse período da história era
tido como pecado e uma
ofensa aos olhos de Deus.
• O pensamento moderno
retoma a noção de dignidade
do ser humano e o homem
passa a ser visto como um
ser perfeito, cuja beleza deve
ser retratada e com grande
perfeição na cópia da
imagem humana, retratando
no seu nu, todas as formas, O nascimento de Vênus de Sandro Botticelli
ossos e músculos.

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A Capela Sistina não foi pintada toda de uma vez: o teto foi primeiro de 1508 a 1512; o
Juízo Final de 1535 a 1541 pintado por um Michelangelo mais maduro e famoso. Visão
pessimista do renascimento, final dos tempos, julgamento final

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O Renascimento prega a volta das discussões filosóficas e valores das civilizações


grega e romana. Obra: A Escola de Atenas - Autor: Rafael Sanzio 1509 - 1511
Onde ver: Vaticano, Roma, Itália - Afresco Tamanho: 500cm x 770cm
Com Platão e Aristóteles no centro da imagem

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• Renascimento -
Antropocentrismo,
perfeição dos traços e
forma humana.
• Moisés de Michelangelo
na Igreja San Pietro in
Vincoli.
• Segundo a Bíblia, Moisés
subiu ao Monte Sinai para
falar com Deus e Dele
recebeu as tábuas da lei
contendo os
mandamentos. Por essa
razão Michelangelo
retratou Moisés
segurando em seus
braços as tábuas da lei.
Essa escultura mede 2,35
metros.
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Renascimento na perspectiva científica


• As manifestações do espírito humano no
Renascimento podem ser vistas nas perspectivas
literária, política, artística e científica.
• A valorização da razão e da existência humana se
fizeram presentes nas ciências que estava voltada
para a investigação e a observação.
• Entre os cientistas podemos citar: Giordano Bruno,
Nicolau Copérnico, Johannes Kepler, Galileu Galilei
e Isaac Newtons.

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Nicolau Copérnico e o Heliocentrismo


• Na astronomia, Heliocentrismo é o modelo teórico que coloca
o sol como o centro do sistema solar e todos os outros
planetas orbitam ao seu redor com um movimento de forma
elíptica. O primeiro astrônomo a propor essa ideia foi
Aristarco de Samos (310 A.C – 230 A.C / Antiguidade), no
entanto, foi esquecida por cerca de 1800 anos, e seu retorno
se mostrou presente novamente apenas no século XV com o
polonês Nicolau Copérnico.
• Nicolau Copérnico substituiu a concepção geocêntrica até
então vigente pelo heliocentrismo: “A Terra é um corpo que
se move em torno do sol ao mesmo tempo em que gira em
torno do seu próprio eixo.” Tal concepção não foi anunciada
em vida mas somente depois de sua morte esses estudos
tornaram-se públicos na obra intitulada Sobre as revoluções
dos corpos celestes.

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Galileu Galilei
• Galileu Galilei, nasceu em Pisa, na Itália, no dia 15
de fevereiro de 1564, foi um importante cientista,
físico, matemático, astrônomo e filósofo italiano.
• Sua contribuição científica iniciou uma nova era na
história da astronomia.
• Com o uso do telescópio, falou e defendeu
publicamente a teoria de Copérnico de que a
Terra não era o centro do universo e o sol era o
centro do sistema solar. Ameaçado pela
Inquisição de pena de morte se calou sobre o
tema.
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• Galilei fez observações minuciosas do céu e


descobertas incríveis: localizou as quatro maiores luas
de Júpiter e as montanhas e crateras existentes na
superfície da lua. Saturno e observou o que pareciam
ser duas luas fixas, que eram as bordas do sistema de
anéis de Saturno.
• Galileu Galilei faleceu no dia 8 de janeiro de 1642 em
Arcetri, na Itália. Estava quase cego pela observação
das manchas solares feita sem a proteção adequada
durante décadas.
• Trezentos e cinquenta anos depois, através do Papa
João Paulo II, em 31 de outubro de 1992 a Igreja
Católica reconheceu formalmente a legitimidade das
teorias de Galilei.

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Johannes Kepler e Giordano Bruno


• Kepler com base nas leis da mecânica partiu da ideia de
que o universo é regido por uma lei única, obra: A
harmonia do mundo.
• Giordano Bruno levou até as últimas consequências as
suas ideias filosóficas contrariando os dogmas da Igreja
católica foi acusado de heresia no Tribunal da Santa
Inquisição, torturado e executado em 17 de fevereiro
de 1600. A ciência de Giordano Bruno seguia os
moldes do heliocentrismo de Copérnico que afirmava
não ser a Terra o centro do universo e sim o sol. Ele
preferiu morrer do que renunciar às suas teorias.
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Origem da filosofia moderna


• São 5 os fatores fundamentais para o surgimento da FILOSOFIA MODERNA:
• PLANO ECONÔMICO: através das feiras de escambo (troca) surgem as
primeiras cidades ou Burgos o que possibilitou o desenvolvimento da
economia monetária (moeda), das corporações de oficio e dos
instrumentos de credito. Surge um CAPITALISMO COMERCIAL voltado para
a produção e para o comércio, para a expansão comercial e marítima, para
a circulação crescente de mercadorias e para o consumo de bens materiais
visando o lucro. As grandes navegações expandem esse modelo europeu
para o restante do mundo.
• PLANO RELIGIOSO: sob a proteção da burguesia e dos reis, surge uma nova
religião, o protestantismo (calvinismo, luteranismo, anglicanismo).
• PLANO SOCIAL: desenvolvimento de uma nova classe social, a burguesia,
desestabilizando a sociedade estratificada feudal e possibilitando a
mobilidade social;
• PLANO CULTURAL: o renascimento cultural, a volta aos valores das
civilizações grega e romana, o antropocentrismo surgiu em conflito com o
teocentrismo, o racionalismo e o individualismo ganham força.
• PLANO POLÍTICO: enfraquecimento do senhor feudal o que contribuiu para
centralização de poder para os reis, apoiados pela burguesia;

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Direito Natural
• Para colocar um NOVO CENTRO nessa concepção é que
surge o DIREITO NATURAL, dentro do espectro da
LAICIZAÇÃO DA CULTURA MODERNA.
• Marcado pela ideia do século XVI de que a verdade das
ciências estava confiada à razão matemática e
geométrica, o JUSNATURALISMO MODERNO elege a
reta RAZÃO como guia das AÇÕES HUMANAS.
• Hugo Grócio (1583 a 1645) assim define o DIREITO
NATURAL:
– “O mandamento da RAZÃO que indica a lealdade
moral ou a necessidade moral inerente a uma
ação qualquer mediante o acordo ou o desacordo
desta com a natureza racional.”

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Mudança de centro

Mudança de centro A ciência jurídica


pela LAICIZAÇÃO DA deixa de estar
CULTURA ligada a
MODERNA - concepção
verdadeira místico-religiosa
revolução Copérnica da FÉ, para buscar
na esfera do Direito
- novo caminho a ser seu fundamento
percorrido pela último na razão
ciência jurídica. HUMANA.

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Jusnaturalismo
Idade Antiga Idade Média
Jusnaturalismo Cosmológico Jusnaturalismo Teocêntrico

• A NATUREZA e o COSMO • DEUS como fonte da LEI


como fonte da LEI NATURAL e NATURAL e do DIREITO NATURAL
do DIREITO NATURAL que e a perfeição da lei divina reflete
“tem imensa força em toda na consciência humana a
parte e independe da apreensão de um direito natural.
diversidade das opiniões”. • O DIREITO NATURAL fica à mercê
• Ligação do Direito com as da LEI DIVINA e das verdades
forças e as leis da natureza e revelada por Deus.
do universo. • JUSNATURALISMO TEOCÊNTRICO
• JUSNATURALISMO OU TEOCENTRISMO .
COSMOLÓGICO.

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Evolução histórica do Jusnaturalismo


• O DIREITO NATURAL surge pela primeira vez na história do
pensamento com os gregos, essa é a primeira fase, a FASE ANTIGA
DO DIREITO NATURAL. A NATUREZA e o COSMO como fonte da LEI
NATURAL e do DIREITO NATURAL que “tem imensa força em toda
parte e independe da diversidade das opiniões”. Sua grande
contribuição é mostrar a ligação do Direito com as forças e as leis da
natureza. Trata-se do JUSNATURALISMO COSMOLÓGICO.

• Na IDADE MÉDIA DEUS como fonte da LEI NATURAL e do DIREITO


NATURAL. A perfeição da lei divina reflete na consciência humana a
apreensão de um direito natural.O DIREITO NATURAL fica à mercê da
LEI DIVINA e dos DOGMAS, das VERDADES REVELADAS diretamente
por Deus e por isso ABSOLUTAS, INQUESTIONÁVEIS. ETERNAS,
IMPERECÍVEIS, JUSNATURALISMO TEOCÊNTRICO OU
TEOCENTRISMO .
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• Na próxima oportunidade que vem à tona, no século XVII, o


DIREITO NATURAL aparece como REAÇÃO RACIONALISTA à
situação teocêntrica na qual o Direito fora colocado durante
a idade medieval. Deus deixa de ser visto como emanador
das normas jurídicas, ou como última justificação para a
existência das mesmas, e a NATUREZA RACIONAL HUMANA
passa a ocupar esse lugar.
• Trata-se da acentuada passagem do pensamento teocêntrico
ao ANTROPOCÊNTRICO e ao RACIONALISMO.

• Na MODERNIDADE HUGO GRÓCIO inaugura uma NOVA


CONCEPÇÃO DO DIREITO NATURAL, segundo a qual o
princípio último de todas as coisas não seria mais Deus, nem
a natureza, mas a RAZÃO.
• Estava criada a ESCOLA CLÁSSICA DO DIREITO NATURAL, que
teve diversos representantes, entre eles, serão objeto de
nosso estudo: Hugo Grócio, Samuel Pufendorf e John Locke.
• Esse é o JUSNATURALISMO MODERNO.
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Jusnaturalismo moderno
• No JUSNATURALISMO MODERNO
– a natureza não dá aos homens o entendimento do direito natural;
– nem Deus dá aos homens o entendimento do direito natural;
– é ele mesmo, o próprio homem por meio de uso da RAZÃO, que
apreende esse conhecimento e o coloca em prática na sociedade.
• Segundo Hugo Grócio:
– “O DIREITO NATURAL existiria mesmo que Deus não
existisse, ou ainda que Deus não cuidasse das coisas
humanas.”
• Este novo pensamento prepara as bases intelectuais da
Revolução Francesa (1789), que rompe, de modo definitivo e
prático, com a teocracia e afirma, categoricamente, os
direitos naturais.
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Jusnaturalismo
Jusnaturalismo cosmológico teológico ou moderno
teocêntrico

Filosofo Filósofos Filósofos da Filósofos da


estóicos patrística e da modernidade
escolástica Hugo Grócio

Período helenístico medieval moderno

Fonte do COSMOS LEI DIVINA ou RAZÃO


direito natural NATUREZA ETERNA HUMANA

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• A CORRENTE JUSNATURALISTA
(jusnaturalismo) defende que o
DIREITO existe independente da
vontade humana, aliás, ele existe
antes mesmo do homem e está acima
das LEIS POSITIVADAS pelo homem.
• Para os jusnaturalistas o direito é algo
Jusnaturalismo natural do ser humano e tem como
pressupostos os valores do ser
humano, e busca um ideal de justiça.
• O direito natural é universal, imutável
e inviolável.
• É a lei imposta pela natureza humana
a todos aqueles que se encontram
em um estado de natureza e
pertencem à espécie humana.

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• Ao contrário do JUSNATURALISMO a
corrente JUSPOSITIVISTA
(JUSPOSITIVISMO) acredita que só pode
existir o direito e conseqüentemente a
justiça através de NORMAS
POSITIVADAS, ou seja, normas escritas e
idealizadas pelos homens e emanadas
pela autoridade Estado social.
• O Estado social tem poder coercivo.
Juspositivismo • O juspositivismo reconhece todas as
normas escritas e criadas pelos homens,
por intermédio do Estado soberano com
poder coercitivo.
• O DIREITO POSITIVO é aquele criado,
pensado e escrito pelos HOMENS,
conjunto de lei que obedecem um
tramite expresso de criação e que uma
vez válidas e em vigor, o Estado impõe à
coletividade coercitivamente.

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Primeira parte

HUGO GRÓCIO

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Hugo Grócio – vida e obra


• Nascido na Holanda, na cidade de Delf, no ano de 1583, filho
de pai protestante e mãe católica.
• Seus primeiros trabalhos intelectuais versaram sobre: direito,
poesia, história e teologia. Foi filosofo, advogado,
diplomata, poeta, dramaturgo e historiador.
• Considerado um dos fundadores do Direito Internacional.
• A partir de 1607, ano em que inicia o exercício da advocacia
na cidade da Haia (sede do governo holandês), passa a
interessar-se pelas questões do Direito.
• Sua principal obra, na qual expõe sua concepção do Direito
Natural, é “O Direito da Guerra e Paz”. “De Jure Belli ac
Pacis”, publicada no ano de 1625. Nela desenvolveu a
doutrina da guerra justa, já estabelecida por St. Agostinho.
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Escola Clássica do Direito Natural


• HUGO GRÓCIO - A concepção ou doutrina do direito natural
de Hugo Grócio reflete o desejo de autonomia em relação à
Teocracia e se manifesta na Escola Clássica do Direito
Natural. Direito das gentes. “Pacta sunt servanda”.
– Não é mais Deus ou a ordem divina o substrato do Direito, mas a
natureza humana e a natureza das coisas.
– Não há possibilidade de uma sanção religiosa e somente uma
sanção positivada por homens.
• O Direito Natural não mudaria seus ditames na hipótese da
inexistência de Deus, nem poderia ser modificado por ele.
– “Portanto, não há nada de arbitrário no direito natural,
como há arbitrariedade na aritmética. Os ditames da
reta razão são o que a natureza humana das coisas
ordenam.”
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Contribuição para o direito internacional


• Grócio contribuiu, de modo decisivo, para a criação do DIREITO
INTERNACIONAL. Segundo ele a LEI NATURAL que regulamente a
convivência de diversas nações é o DIREITO DAS GENTES e esse
direito é um fragmento destacado da LEI NATURAL.
• Tanto as relações entre os indivíduos, como a relações entre esses
indivíduos e seus governantes, assim como a relações entre os
diversos Estados soberanos baseiam-se na ideia de um CONTRATO.
• Esses CONTRATOS COMUNS, são PACTOS DE CUMPRIMENTO
OBRIGATÓRIO porque impostos pelas próprias partes que o
assinam:
– “PACTA SUNT SERVANDA”- “os pactos existem pra serem
cumpridos” - o pacto faz lei entre as partes signatárias do próprio
pacto.

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Declaração Universal de Direitos Humanos


de 1948
• Declara-se não o que é oculto e imperceptível, mas o
que é de fácil acesso à razão humana.
• A contundente afirmação de direitos, contrária ao
desrespeito desses direitos e esperançosa na
construção de um novo estado de coisas é o que leva à
elaboração de Declarações como a Declaração
Universal de Direitos Humanos de 1948:
– Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente
a todos os membros da família humana e dos seus direitos
iguais e inalienáveis constitui o fundamento da liberdade,
da justiça e da paz no mundo;

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– Considerando que o desconhecimento e o desprezo dos


direitos do homem conduziram a atos de barbárie que
revoltam a consciência da Humanidade e que o advento
de um mundo em que os seres humanos sejam livres de
falar e de crer, libertos do terror e da miséria, foi
proclamado como a mais alta inspiração do homem;
– Considerando que é essencial a proteção dos direitos do
homem através de um regime de direito, para que o
homem não seja compelido, em supremo recurso, à
revolta contra a tirania e a opressão;

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Método dedutivo e racional


• O MÉTODO DEDUTIVO, cuja influência se dá pelo
raciocínio matemático e geométrico tão
consagrado na modernidade, é o que possibilita à
reta RAZÃO alcançar as regras invariáveis da
natureza.
– a natureza não dá aos homens esse entendimento;
– é ele mesmo, o próprio homem, por meio de uso da
RAZÃO, RACIONALIDADE, que apreende esse
conhecimento e o coloca em prática na sociedade;

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Características do Direito Natural da


Escola Clássica do Direito Natural
• A ideia de que é o próprio HOMEM, por meio da
RAZÃO que apreende as regras invariáveis da
natureza, cara à Escola Clássica do Direito Natural,
faz dele um Direito Natural:
– imutável,
– perene às transformações históricas,
– universal,
– não suscetível aos diversos costumes e tradições dos
diferentes povos.

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Oposição de Miguel Reale à Escola


Clássica do Direito Natural
• Esta divisão difere radicalmente da de Miguel Reale,
que advoga a existência não de um Direito Natural
imutável, mas a existência de um Direito Natural
problemático e conjetural, que vai acolhendo
diversos VALORES no percurso da história:
– “De tais paradigmas axiológicos resultam determinadas
normas que são consideradas idéias diretoras universais
da conduta ética, costumeira e jurídica. A essas normas,
que nos permitem compreender a natureza e os limites
do Direito Positivo, é que denomino Direito Natural, de
caráter problemático-conjetural.”
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Oposição à Escola Clássica do Direito


Natural
• Os diferentes autores da Escola Clássica do Direito
Natural não necessariamente concordavam entre si.
• Os opositores de Grócio, autores como Henrique e
Samuel Cocejo, Leibiniz e Joan Cristian Von Wolf
adotaram uma posição anti-racionalista afirmando,
categoricamente, que Deus é a fonte última do
Direito Natural, o que contrariava a famosa
assertiva de Grócio:
– “O Direito Natural existiria mesmo que Deus não
existisse, ou ainda que Deus não cuidasse das coisas
humanas.”

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• Também escreveram sobre o


DIREITO NATURAL, próprio do
HOMEM EM ESTADO DE
NATUREZA e sobre o DIREITO
POSITIVO, instituído através de
um PACTO ou CONTRATO
inaugurando um DIREITO SOCIAL Contratualistas
entre os homens, os autores:
1. Thomas Hobbes 1588- 1679
2. John Locke 1632-1704
3. Jean Jacques Rousseau
1712-1778
• Suas teorias são parecidas,
porém eles discordavam em
diversos aspectos.
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Contratualistas
1. Thomas Hobbes
ESTADO NATURAL (1588- 1679)
Direito natural, direito 2. John Locke
consuetudinário (1632-1704)
3. Jean Jacques Rousseau
(1712-1778)
ACORDO
PACTO
ou
CONTRATO ESTADO SOCIAL construído
SOCIAL de forma artificial
Direito positivado, escrito,
pactuado
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Divergências
Entre eles Contratualistas
Thomas John Locke Rousseau
Hobbes Defende o Defende o
Defende o absolutismo liberalismo socialismo
ESTADO DE NATUREZA - DIREITO NATURAL

Bom selvagem
GUERRA de todos Insegurança jurídica e Instinto
contra todos o homem necessidade de um juiz
é o lobo do homem para decidir disputas aperfeiçoamento

ESTADO DE SOCIAL após PACTO ou CONTRATO SOCIAL


ESTADO PRÉ SOCIAL
propriedade privada
desigualdade e conflito

Leviatã –Estado social Estado intervém quando os


se sobrepõe ao natural - interesses da burguesia
poder absoluto e forem ameaçados, os dois PACTO inicialmente
ilimitado porque trás a estados convivem uma burla, para
PAZ PARALELAMENTE legitimá-lo entregar o
poder para o povo

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Jusnaturalismo moderno, direito natural para

THOMAS HOBBES
(1588 a 1679)
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Thomas Hobbes
• Thomas Hobbes é conhecido entre os autores do jusnaturalismo moderno
racional como o teórico do poder soberano e seu grande defensor.
Defensor do EMPIRISMO e um dos principais idealizadores e teóricos do
CONTRATO SOCIAL..
• Contrariando toda uma tradição que remonta a Aristóteles, Hobbes é
pessimista e se distancia da aceitação da hipótese de que o homem é uma
animal político por natureza.
• Na obra Leviatã, falou sobre a natureza humana e sobre a necessidade de
governos soberano e sociedades civis construídas artificialmente, como
artifício humano para o aperfeiçoamento da natureza.
• Isso porque, para Hobbes, o homem em ESTADO NATURAL vive em
GUERRA, GUERRA DE TODOS CONTRA TODOS.
• Assim, o HOMEM É O LOBO DO PRÓPRIO HOMEM, morde o próprio rabo,
acaba com o próprio semelhante, destrói aquele que poderia acabar por
auxiliá-lo na defesa, caça, construção da moradia.

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• Em ESTADO NATURAL alguns homens podem ser mais


fortes ou mais inteligentes do que outros, mas nenhum
se ergue tão acima dos demais por forma a estar além do
medo de que outro homem lhe possa fazer mal.
• Cada homem tem direito a tudo, mas as coisas são
escassas e assim existe uma constante GUERRA de todos
contra todos. No entanto, os homens têm um desejo,
que é também em interesse próprio, de acabar com a
GUERRA PRÓPRIA DO ESTADO NATURAL.
• Ele justifica a necessidade do Estado e a legitimidade do
poder desse sobre os cidadãos, já que, com a
institucionalização do poder, os homens superam o
estado de natureza e celebram o CONTRATO SOCIAL.
• A criação do CONTRATO ou PACTO SOCIAL sob a
autoridade de um soberano forte o suficiente para se
erguer acima dos demais é condição necessária para
acabar com a guerra e com as mortes e instituir a PAZ.
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• A sociedade natural necessita de uma autoridade à qual todos


os membros devem render o suficiente da sua liberdade
natural, por forma a que a autoridade possa assegurar a paz
interna e a defesa comum sendo essa construção humano o
meio para regular o caos natural e viabilizar a própria vida
humana. Este soberano, quer seja um monarca ou uma
assembléia (que pode até mesmo ser composta de todos,
caso em que seria uma democracia), deveria ser o Leviatã,
uma autoridade inquestionável.
• Assim se dá a SUPERAÇÃO do ESTADO NATURAL , bem como
a insegurança gerada por essa condição. O acordo de
vontades, o contrato, pacto ou convenção humana que cria o
Estado e a sociedade civil se dá no sentido de abolir a guerra
de todos contra todos, se sobrepõe à sociedade natural
dando mais segurança à vida humana de forma coletiva.
• Desse modo surge o ESTADO SOCIAL ou ESTADO CIVIL em
que os homens renunciam à liberdade individual em função
da instituição de um poder central, delegando à um homem
ou a uma assembleia o poder decisório.
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Leviatã, 1.ª parte: Do Homem - Cap. XIII


• “… O Estado de natureza, essa guerra de todos contra todos tem por
conseqüência o fato de nada ser injusto. As noções de certo e errado, de
justiça e de injustiça não têm lugar nessa situação. Onde não há Poder
comum, não há lei; onde não há lei, não há injustiça: força e astúcia são
virtudes cardeais na guerra. Justiça e injustiça não pertencem à lista das
faculdades naturais do Espírito ou do Corpo; pois, nesse caso, elas
poderiam ser encontradas num homem que estivesse sozinho no mundo
(como acontece com seus sentidos ou suas paixões). Na realidade, justiça e
injustiça são qualidades relativas aos homens em sociedade, não ao homem
solitário. A mesma situação de guerra não implica na existência da
propriedade… nem na distinção entre o Meu e o Teu, mas apenas no fato
de que a cada um pertence aquilo que for capaz de o guardar. Eis então, e
por muito tempo, a triste condição em que o homem é colocado pela
natureza com a possibilidade, é bem verdade, de sair dela, possibilidade
que, por um lado, se apoia na Paixões e, por outro, em sua Razão. As
paixões que inclinam o homem para a paz são o temor à morte violenta e o
desejo de tudo o que é necessário a uma vida confortável… E a Razão
sugere artigos de paz convenientes sobre os quais os homens podem ser
levados a concordar.”
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Filosofia dos corpos de Hobbes


• Para Hobbes a filosofia é entendida como a filosofia dos corpos, sejam naturais,
sejam artificiais.
– os CORPOS NATURAIS são relacionados à filosofia da natureza;
– os CORPOS ARTIFICIAIS são aqueles voltados às políticas.
• Seguindo uma tradição empirista (EMPIRISMO) que remonta a Aristóteles, Hobbes
entende que a mente humana é totalmente desprovida de qualquer representação
anterior à experiência.
1. SENSAÇÃO, é o pensamento isolado, uma aparência da qualidade dos
objetos, são exteriores a nós e que atuam nos órgãos dos sentidos. Primeira
concepção no espírito do homem e é causada pelo movimento que os
objetos proporcionam ao pressionarem (interagirem) com nossos órgãos,
sendo, ilusória e aparente, não estando nos objetos, mas provindo deles;
2. IMAGINAÇÃO, é uma sensação diminuída, ou seja, passada. Ilusão
observada que se guarda na memória. A imaginação é presenciada e
arquivada enquanto a memória é apenas a lembrança da ilusão no presente;
3. EXPERIÊNCIA, muita memória ou a memória de muitas coisas. A imaginação
é fruto da percepção da sensação e quando há muita repetição, forma-se a
expectativa futura

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Empirismo a mente humana é totalmente desprovida de


qualquer representação anterior à experiência.

Sensação: pensamento isolado, contrapressão do objeto aos


nossos sentidos. É a impressão;

Percepção: compreensão ou entendimento da sensação;

Imaginação: sensação diminuída (passada) (simples ou compostas);


Ilusão observada que se guarda na memória

Memória: sobre a diminuição da sensação, ficção do espírito,


lembrança da ilusão no presente;

Experiência: conjunto das várias memórias, quando há muita


repetição, forma-se expectativa futura.

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JOHN LOCKE (1632 a 1704)


Jusnaturalismo moderno, direito natural para

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• Cartas sobre a tolerância


(1689)
• Dois tratados sobre o
Obras governo (1689)
de • Ensino acerca do
John Locke entendimento humano
(1690)
1632-1704
• Pensamentos sobre a
educação (1693)

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Empirismo de John Locke


• Pensador inglês, filosofo, idealizador e defensor do EMPIRISMO, crítico do
INATISMO, Locke afirmava que o conhecimento era proveniente da
experiência:
• tanto de origem externa, nas SENSAÇÕES: surge com a mudança mental por meio dos
SENTIDOS; As ideias derivam da consciência sendo primeiramente ideias simples e
resultado da experiência externa, produzida pelos sentidos.
• quanto nas origens internas, através das REFLEXÕES: é obtida pela alma através de tudo
que diante dela ocorre. Reflexão são ideias complexas, construção da mente tendo
como base as ideias simples, de forma a construir mentalmente uma representação da
realidade a partir de elementos concretos.
• Antes de percebermos qualquer coisa, a MENTE É COMO UMA FOLHA DE
PAPEL EM BRANCO mas, depois que começamos a perceber tudo em volta,
surgem as "ideias sensoriais simples" – SENSAÇÕES, que são trabalhadas
pelo pensamento, pelo conhecimento, pela crença e pela dúvida, resultando
no que Locke chamou de " REFLEXÕES ". A mente não é um mero receptor
passivo, ela classifica e processa as sensações à medida que vai formando
nossos conhecimentos e nossa personalidade.
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Contratualismo de John Locke


• Um dos principais idealizadores e teóricos do CONTRATO SOCIAL,
defendeu que os homens em ESTADO DE NATUREZA seriam
livres, iguais e independentes, podendo dispor de seu corpo para
o que desejassem, e agir livremente desde que isso não
prejudique nenhum outro homem. Todos são iguais e a cada um
deverá ser permitido agir livremente desde que não prejudique
nenhum outro.
• O surgimento do CONTRATO SOCIAL que dá origem à VIDA
SOCIAL ou ESTADO SOCIAL que esta ligado à idéia de que é
imprescindível um TERCEIRO PARA A DECISÃO DAS LIDES surgidas
na vida social. A sociedade teria uma base contratual resultante da
livre associação entre os indivíduos, dotados de razão e vontade
própria, convencionando a escolha de um ÁRBITRO.
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• Convivem simultaneamente o “ESTADO DE NATUREZA” e


“ESTADO SOCIAL” ou “ESTADO CIVIL”, este segundo erigido
para garantir a vigência e proteção dos direitos naturais que
corriam grande perigo no estado de natureza, por
encontrarem-se totalmente desprotegidos.
• O contrato surge pela CONFIANÇA entre as partes e
CONSENTIMENTO de ambas as partes.
• Locke em sua obra Dois tratados sobre o governo defende a
liberdade e um governo que se utiliza dela.
• Em CIÊNCIA JURÍDICA pode-se dizer que Locke é adepto do
JUSNATURALISMO MODERNO porque acredita que existe um
DIREITO NATURAL próprio da natureza humana
(fundamentado na razão humana), um direito captado
racionalmente pelo homem e que não foi escrito pelo
homem, ele já existe e o homem o compreende através de
seu exercício racional.
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Liberalismo de John Locke


• Em sua TEORIA ECONOMICA foi precursor de muitas
IDEIAS LIBERAIS (LIBERALISMO), que só floresceram
durante o iluminismo francês no século XVII. Para o
inglês o homem obtém uma PROPRIEDADE apenas se
dedicando ao trabalho, desde que isso não prejudique
alguém, ficando assim, assegurado o direito ao fruto
desse trabalho. É assim que defende uma sociedade
sem intervenção governamental no que se refere à
economia o que viria a ser um dos princípios básicos do
capitalismo liberal.

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• Diferente de Rousseau, Locke acreditava que entre os direitos individuais


estava o RESPEITO À PROPRIEDADE. Para Locke o ESTADO NATURAL é a
propriedade comum de todos, mas que qualquer indivíduo pode
apropriar-se de uma parte dele ao acrescentar seu TRABALHO aos
recursos naturais.
• o homem obtém uma propriedade apenas se dedicando ao TRABALHO, ficando
assim, assegurado o direito ao fruto desse trabalho.
• mas desde que isso não prejudique ninguém, ou seja, ainda existe bastante [terra]
igualmente boa para aqueles que ainda não tem.
• O CONTRATO SOCIAL para Locke trata-se de PACTO de CONSENTIMENTO e
não de SUBMISSÃO, PACTO que visa a proteção dessa apropriação que
resulta na PROPRIEDADE PRIVADA. O Estado que resulta do PACTO não cria
a propriedade privada mas a reconhece e protege sob uma cláusula:
• “CLÁUSULA LOCKEANA DA PROPRIEDADE TRABALHO ” - teoria da
propriedade-trabalho de John Locke: os indivíduos têm direito de se
apropriar privadamente de parte da terra comum a todos desde que trate-
se da terra em que trabalham e desde isso não cause prejuízo aos demais
porque ainda existe bastante [terra] igualmente boa para aqueles ainda
não providos pudessem usar.
Em outras palavras, que o indivíduo não pode simplesmente apropriar-se dos
recursos naturais mas também tem que considerar o BEM COMUM.

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• O CONTRATO SOCIAL para Locke regulava as formas de poder


e visava garantir as liberdades individuais próprias do estado
natural.
• A preservação do direito a propriedade que era um direito
individual e por isso passa a significar o próprio fim da
atividade do Estado.
• Prevê o DIREITO A RESISTÊNCIA, já que a autoridade dos
magistrados está fundamentada na proteção dos direitos
naturais, eles não podem desrespeitar essa lei natural e se o
fizerem cabe a legitima resistência do cidadão.
• Rousseau e Locke, por encararem a SOCIEDADE como uma
matéria em desenvolvimento e de origem natural (não
divina) contribuíram para o pensamento sociológico.
• O cerne do seu pensamento é o indivíduo e a coletividade.

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Liberalismo na política em John Locke


• Sua TEORIA POLÍTICA é uma tentativa de superar o ABSOLUTISMO
de sua época, pensamento de Locke era assim fundamentado na
LIBERDADE dos cidadãos. Locke defendia a LIBERDADE intelectual e a
tolerância.
• Locke criticou a TEORIA DE DIREITO DIVINO DOS REIS e assim critica
o absolutismo defendido por Hobbes, enfatizando que as práticas
políticas não podem ir contra as leis naturais do mundo.
• Para Locke os homens por NATUREZA são LIVRES, IGUAIS e
INDEPENDENTES.
• Para Locke, a SOBERANIA não reside no Estado, mas sim na
POPULAÇÃO. Afirmava que, para assegurar um Estado de direito, os
representantes do povo deviam promulgar as leis e o rei ou o
governo executá-las.

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JEAN JACQUES Jusnaturalismo


moderno, direito
ROUSSEAU natural para

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Jean Jacques Rousseau 1712-1778


• Ele viveu em um período que ficou conhecido como
ILUSTRAÇÃO e não RENASCIMENTO, posterior a Locke e
Hobbes, mas como em uma parte de seu pensamento ele
seguiu os contratualistas, vamos estuda-lo nesse capítulo
juntos com Locke e Hobbes.
• Foi um CONTRATUALISTA tardio e dizia que seus antecessores
falaram sobre o homem em estado de natureza analisando o
homem moderno, por isso falharam em suas teorias.
• Ele descreveu como teria sido o HOMEM EM ESTADO DE
NATUREZA, buscou reconstruir a história da humanidade desde
o primitivo até a sociedade complexa;

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Obras de Rousseau
• Em 1750, ganha o prêmio do concurso da Academia de
Dijon, com o “Discurso sobre as Ciências e as Artes”.
• Rousseau ataca a arte, porém, dedica-se à música e
escreve a ópera cômica “O Camponês da Aldeia” e a
comédia “Narciso”, ambas em 1752.
• Desenvolve ideias expostas no seu discurso premiado e
escreve “Discurso sobre a origem e o fundamento da
Desigualdade” (1754).
• Em 1756 Rousseau torna-se hóspede do palácio de
Madame d’Epinay, quando inicia suas três maiores
obras: “Nova Heloísa”, “O Contrato Social” e “Émile”.
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• Em 1761, publica a “Nova Heloísa”, onde exalta as delícias da


virtude, o prazer da renúncia, a poesia das montanhas,
florestas e lagos. “Só o ambiente campestre pode purificar o
amor e libertá-lo da corrupção social”. O livro é bem recebido,
é manifestação do Romantismo. A natureza entra novamente
em moda.
• “O Contrato Social”, livro publicado em 1762, é um plano
para a reconstrução das relações sociais da
humanidade. Rousseau é chamado “O Bom Selvagem”.
• Em ”Émile”, ou “Emílio”, o mesmo plano de reconstrução da
humanidade baseia-se na educação. É uma espécie de
romance pedagógico. Rousseau figura o herói como uma
criança completamente isolada do meio social, sem receber
nenhuma influência da civilização. Seu professor não tenta
ensinar-lhe virtude alguma, mas trata de preservar-lhe a
pureza do instinto contra as possíveis insinuações do vício.
• Depois ainda escreve outras obras.

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Contratualismo de Rousseau
• Na sua obra “Discurso sobre a origem e os fundamentos da
desigualdade entre os homens” Rousseau dizia que o homem em
ESTADO NATURAL se completa com a natureza , portanto o estado
natural não é um estado a ser superado, como para Hobbes.
• Rousseau acredita em um homem bom no estado natural, o “BOM
SELVAGEM” e afirma que “a maioria de nossos males é obra nossa e
(…) os teríamos evitado quase todos conservando a maneira de
viver simples, uniforme e solitária que nos era prescrita pela
natureza”.
• Nesse trabalho, reforça a teoria já levantada em “Discurso sobre as
Ciências e as Artes” reafirmando: “O homem é naturalmente bom. É
só devido às instituições que se torna mal”. Ataca a desigualdade
resultante de privilégios. “Para desfazer o mal, basta abandonar a
civilização”.
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• O homem em ESTADO NATURAL vivia livre, solitário, feliz e


em paz pelas florestas, era orientado pelo seu instinto de
sobrevivência e autopreservação e atendia aos seus
prazeres elementares: comer, beber, relações sexuais sem
formar família e fugia da dor. Ele desejava apenas aquilo
que o rodeava, não pensava, desejava apenas satisfazer
suas necessidades físicas.
• O “BOM SELVAGEM” teria uma qualidade potencial INATA
que o distingue dos outros animais, a faculdade de
aperfeiçoar-se.
• Para Rousseau o homem tem o instinto natural que é
individualista, ele não induz a qualquer vida social, para
viver em sociedade, é preciso a RAZÃO ao homem natural.

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• A RAZÃO, para Rousseau, é o instrumento que enquadra o


homem, nu, ao ambiente social, vestido:
! assim como o INSTINTO é o instrumento de adaptação humana à
NATUREZA;
! a RAZÃO é o instrumento de adaptação humana a um MEIO SOCIAL e
JURÍDICO.
• Segundo o autor o homem selvagem é anti-social, mas sociável:
– "não é hostil à sociedade, mas não é inclinável a ela. Foram os germes
que se desenvolveram, e podem se tornar as virtudes sociais, tendências
sociais, mas eles são apenas potenciais."(Segundo Discurso, Parte I).
• Rousseau acreditava que os homens associaram-se para realizar
alguma tarefa que precisava de várias mãos, o que aconteceu
repetidas vezes e os homens perceberam como essa união
facilitava sua sobrevivência e assim, os homens decidiram viver
juntos em um ESTADO PRÉ SOCIAL, sendo necessário
atividades de socialização na medida em que os sentimentos
foram se refinando.

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• Acreditava que a ORIGEM DAS DESIGUALDADES SOCIAIS


ESTAVA NA PROPRIEDADE PRIVADA. Para ele, o verdadeiro
fundador da desigualdade na sociedade civil foi aquele que
primeiro cercou um terreno fazendo surgir a propriedade
privada, dividindo ricos e pobres:
– “O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que,
tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer isto é meu e
encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo.
Quantos crimes, guerras, assassinatos, misérias e horrores
não pouparia ao gênero humano aquele que, arrancando as
estacas ou enchendo o fosso, tivesse gritado a seus
semelhantes: Defendei-vos de ouvir esse impostor, estareis
perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos e que a
terra não pertence a ninguém.”

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• A transição do ESTADO DE NATUREZA para a ESTADO SOCIAL DE


ORDEM CIVIL transforma a liberdade do sujeito, ocorrendo durante um
período de iminência de guerra, que se iniciou com:
• o estabelecimento da PROPRIEDADE PRIVADA e
• ainda na AUSÊNCIA DE INSTITUIÇÕES POLÍTICAS e de REGRAS que
impedissem a EXPLORAÇÃO ENTRE AS PESSOAS.
• Não havia cidadania neste ESTADO PRÉ SOCIAL (esse período, existente
antes do contrato social, se caracterizava por uma vida comum de
disputas pela propriedade e pela riqueza).
• Os primeiros ocupantes das terras entraram em guerra entre si, os mais
ricos percebendo a possibilidade de grandes perdas idealizaram o
CONTRATO SOCIAL. Prometendo paz, justiça e segurança para todos e
garantindo que manteriam seus bens, ricos enganaram os fáceis de
seduzir:
– “é razoável crer-se ter sido uma coisa inventada antes por aqueles a
quem é útil, do que por aqueles a quem causa mal. Os pobres, não
tendo senão sua liberdade para perder, fizeram uma tremenda
loucura ao destituir-se voluntariamente do único bem que lhes
restava, para nada ganhar em compensação.”

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O contrato social de Rousseau


• Essa obra chama “Contrato Social” onde Rousseau afirma:
– A base da vida social está no interesse comum e no
consentimento unânime dos homens em renunciar as suas
vontades particulares em favor da coletividade;
• Através da assinatura desse CONTRATO SOCIAL os homens entram
na fase ou ESTADO SOCIAL.
• Mas se o CONTRATO SOCIAL era a princípio uma burla, como
legitimá-lo?
• Acreditando na bondade humana no estado de natureza, defendia o
POVO COMO SOBERANO e reconhecia a IGUALDADE como elemento
essencial na vida social. Assim, defendia PRINCÍPIOS IGUALITÁRIOS e
uma sociedade organizada em uma base livre e contratual, justa e
democrática, em que o Estado agia em nome do povo e para o
povo;
• Para Rousseau, o Estado deveria representar a vontade geral,
condição que possibilitaria o desenvolvimento de uma
sociedade com princípios democráticos e mais justos.
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• Sua intenção é estabelecer um padrão das leis (que seria uma


forma de superar as oposições entre indivíduo e Estado),
baseado na igualdade, sendo esse critério indispensável para o
contrato social.
• A justiça estabelecida na lei deve ter reciprocidade entre os
indivíduos, cada um tendo seus direitos e deveres, tanto o
soberano quanto os súditos. Por isso, as LEIS devem
representar toda a sociedade, sendo consideradas como
VONTADE GERAL (não no sentido de uma união das vontades
individuais e sim da vontade do corpo político).
• O povo tem interesses que são nomeados “VONTADE GERAL”,
que é o que mais beneficia a sociedade. O “SOBERANO” tem
que agir de acordo com essa vontade do povo o que representa
o limite do poder de tal governante: ele não pode ultrapassar a
SOBERANIA DO POVO ou a VONTADE GERAL.
• O povo é submisso à LEI porque foi ele quem a criou; sendo a lei
a condição essencial para a associação civil justa e pacífica.
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• Quanto às FORMAS DE GOVERNO, são elas a DEMOCRACIA, a


ARISTOCRACIA e a MONARQUIA. Mas qual forma de governo
funciona melhor – para Rousseau, a democracia é boa em cidades
pequenas, a aristocracia em Estados médios e a monarquia em
Estados grandes e em todas elas o abuso dos governos pode
corromper o Estado. A corrupção dos governantes quanto à vontade
geral é criticada, garantindo-se o direito de tirar do poder tal
governante corrupto.
• As principais decorrências do estabelecimento da vida comunitária,
segundo Rousseau, se dão tanto no desenvolvimento (da
consciência, da afetividade e dos desejos) de cada indivíduo.
• No que tange ao indivíduo a sua forma de viver é alterada quando a
vida coletiva potencializa as suas capacidades intelectuais, os
indivíduos têm de ter uma consciência e um amor não apenas de si,
como outrora, como também devem pensar nas consequências de
seus atos em relação a outros indivíduos e reconhecer a
necessidade da convivência com estes outros indivíduos.
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• “Em seu clássico, O contrato social, Rousseau diz que,


ao se verem ameaçados, os homens concordaram em
se organizar politicamente, estabelecendo um contrato
social entre eles, que uniu cada um aos demais. Por
esse contrato, ficava estabelecido que a vontade geral
é soberana, ou seja, só o povo é soberano; o governo é
apenas delegado, comissário do povo”. Disponível em: BOULOS
JÚNIOR, Alfredo. História, sociedade e cidadania. São Paulo: FTD, 2013. p. 435.
• Para Rousseau cabia ao Estado possibilitar o
desenvolvimento de uma sociedade com princípios
democráticos e mais justos, respeitando a titularidade
do contrato social que deveria pertencer ao povo e
por isso o poder deveria ser exercido para o povo,
respeitando a liberdade e a igualdade.

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CONTRATUALISTAS

Estado natural

Contrato

Estado social

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Utopismo - As utopias
• Em 1516 surgiu a ideia de utopia, surgia um gênero
literário, associado à história, à filosofia e à política.
A lógica dessa ideia levou à construção de critérios
universalmente válidos para cada atividade, com
normas e códigos. Surgiram assim os tratados sobre
o perfeito cortesão, sobre o perfeito homem do
mundo, sobre a cidade perfeita.
• Expressão UTOPIA:
!do grego “topos” que significa lugar que não existe, “não-
lugar” ou “nenhum lugar”.
!ficou famosa por causa do livro Utopia de Thomas Morus
que deu nome à essa corrente filosófica.

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Contexto histórico
• No contexto renascentista estamos tratando sobre a cidade e
a razão, ou seja, a busca de se construir a cidade ideal.
• Essa tendência de pensar a cidade deu origem ao Movimento
Utopista com representantes como Thomas Morus (Utopia,
1516), Tommaso Campanella (Cidade do Sol, 1623) e Francis
Bacon (Nova Atlântida). Leia o que o historiador Nicolau
Sevcenko diz sobre as três obras:
– As três obras tratam do mesmo tema: concebem uma comunidade
ideal, puramente imaginária, onde os homens vivem e trabalham
felizes, com fartura, paz e mantendo relações fraternais. […] Essas
utopias refletem modelos basicamente urbanos, dispostos numa
arquitetura geométrica em que cada detalhe obedece a um rigor
matemático absoluto. Nessas comunidades-modelo, a harmonia
social deve ser uma derivação da perfeição geométrica do espaço
público.”

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Características gerais dos utopistas


• Os utopistas criaram SOCIEDADES UTÓPICAS que são: sociedades
que não existem mas que eles gostariam que existissem. Essas
obras são caraterizadas e revelam:
1. ANALISE CONCRETA e PONTUAL e da REALIDADE social,
política, cultural, econômica e religiosa de seu TEMPO
(ATUAL).
2. Forte CRÍTICA VELADA em relação à realidade à sua volta.
3. FALSO AFASTAMENTO DO REAL: quando apresentam o
imaginário, o que não é, estão na verdade informando como
deveria ser o real.
4. construção de critérios universalmente válidos para cada
atividade, com normas e códigos.
5. Visão política que privilegia a noção de justiça e apresenta
SOLUÇÕES PRÁTICAS PARA OS PROBLEMAS EXISTENTES.
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1. Tomás Morus (1478-


1535 Inglaterra) -
Utopia
2. Tommaso Campanella
(1568-1639 Itália) - Utopistas
Cidade do Sol
3. Francis Bacon (1561-
1626 Inglaterra) - New
Atlantis (ou Nova
Atlântida)

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Tomás Morus e a sua obra: Utopia


• Tomás Morus, forma alatinada por que é literariamente conhecido
Thomas More, Thomas Moore, Grande Chanceler da Inglaterra.
• Nasceu em Londres em 1478 e foi aí decapitado em 1535.
• Foi pensador, estadista, advogado e membro da Câmara dos Comuns.
Intensa participação na vida política de seu país. Humanista, estudou
antiguidade clássica.
• Thomas Morus teve uma vasta produção literária.
• Provavelmente ele se inspirou na República de Platão para escrever
sobre a sociedade ideal em sua principal obra A Utopia, publicado
em 1516. Nele o autor fala de uma ilha imaginária de forma alegórica
permitindo muitas interpretações. Alguns acreditam ser uma
idealização de Estado e outros entendem como uma sátira. A maior
parte dos filósofos defendem que trata-se de reflexão sobre situação
da Inglaterra do início do SEC. XVI: decadência do feudalismo,
consolidação do absolutismo e o início da propriedade privada e do
capitalismo.
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• Em vez de o autor trabalhar com conceitos e argumentos, ele


expõe os conceitos aplicados a uma situação concreta. Thomas
More cria uma ilha imaginária “Utopia”, com a geografia descrita
provavelmente a partir de narrativas sobre a América, em que
demonstra como seria aplicável uma sociedade sem propriedade
privada e sem intolerância religiosa, na qual a razão é o critério
para estabelecer condutas sociais e não o autoritarismo do rei ou
da Igreja – que, em seu contexto histórico, a Inglaterra do século
XVI, estavam reunidos na figura de Henrique VIII, chefe de Estado
e da Igreja Anglicana, criada por ele como forma de reverter a
proibição da Igreja Católica ao seu novo matrimônio com Ana
Bolena.
• O obra representa a primeira crítica fundamentada do regime
burguês e encerra uma análise profunda das particularidades
inerentes ao feudalismo em decadência.
• A forma é uma conversação durante a qual Morus aborda as
questões mais novas e mais difíceis.
• Sua palavra, às vezes satírica e jovial, outras, de uma
sensibilidade comovedora, é sempre cheia de força.

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Thomas Morus - Utopia

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• A primeira parte é o espelho fiel das injustiças e misérias da época; em


termos SOCIAL o povo inglês sob o reinado de Henrique VII, a avareza do
rei, a nobreza e o clero com a maior parte do solo e das riquezas públicas.
• Além disso, nessa época, os grandes senhores mantinham uma multidão de
vassalos no sistema da VASSALAGEM, o terror do camponês e do
trabalhador.
• De outro lado, o COMÉRCIO e a INDÚSTRIA da Inglaterra não tinham muita
expansão antes das descobertas de Américo Vespúcio, Vasco da Gama e
Colombo e assim, as gerações se sucediam sem finalidade, sem trabalho e
sem pão.
• A AGRICULTURA estava em ruínas desde que a nascente indústria da lã,
prometendo lucros espantosos, fez com que terras imensas fossem
transformadas em pastagens para carneiros. Em conseqüência disto uma
multidão de camponeses viu-se reduzida à miséria, trazendo uma
multiplicação de mendicidade, vagabundagem, roubos e assassínios.
• A lei inglesa era de uma severidade inaudita, punindo com a morte,
indistintamente o pobre, o ladrão, o vagabundo e o assassino. Retrato de
uma sociedade tão profundamente desorganizada e injusta.

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• O livro todo se passa entre conversas do autor com Rafael


Hitlodeu, navegador junto com Américo Vespúcio, sendo que,
depois de ter feito uma sátira a todas as instituições da época,
na primeira parte do livro, o autor conta no livro segundo ou
segunda parte do livro, um relato de Rafael, onde ele menciona
uma SOCIEDADE IMAGINÁRIA, ideal, perfeita, chamada a ilha
da Utopia, que Rafael teria encontrado em uma suposta
expedição de Américo Vespúcio.
• Nessa ilha os cidadãos vivem de forma ideal, em perfeita
harmonia, em um estado ideal de perfeição imaginária
totalmente oposta àquela sociedade imperfeita e ruim, descrita
na primeira parte do livro.
• Na verdade representa uma análise crítica da sociedade
presente, consistindo em uma denuncia velada dos problemas
dessa realidade atual.

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– Nessa ilha:
1. não há propriedade privada, os bens são comuns, comunidade de
bens e do solo, tudo pertence a todos.
2. sociedade sem antagonismos entre a cidade e o campo,
3. sociedade sem trabalho assalariado, sem gastos supérfluos e luxos
excessivos, todos possuem a mesma renda, igual condição de vida.
4. o Estado como órgão administrador da produção.
5. todos são iguais - igualdade
6. todos são responsáveis pelas mesmas tarefas divididas em um
sistema de rodízio, todos trabalham, os habitantes se revezam na
agricultura e artesanato atividades duram 6 horas,
7. sacerdotes (culto) e literários (estudo) tem espaço especial, não há
apenas uma religião e um Deus, existe um profundo respeito das
diferenças, não existe ganância por dinheiro já que tudo é de todos,
hábitos saudáveis de vida simples, sem luxo, etc.
8. Vida comunitária é garantida por uma monarquia constitucional (30
famílias = 1 representante para o Conselho = que elegem imperador
para mandato vitalício acompanhado pelo Conselho).

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Tommaso Campanella (1568-1639)


• Vida: padre dominicano e filosofo italiano.
• Acusado de heresia, foi perseguido e torturado diversas vezes.
• Também escreveu sobre uma sociedade utópica.
• Ele organizou uma revolta camponesa na Calábria onde
pretendia fundar uma República, a cidade Mágica do Sol, que
acabou levando-o para prisão por 27 anos.
• Obra: Cidade do Sol: idealiza uma sociedade teocrática
onde não existe propriedade privada, nem divisão de trabalho,
nem divisão de classes sociais ou mesmo qualquer divisão de
família, a vida se organiza de acordo com a ordem da natureza.
• Trata-se de uma construção geométrica procurando retratar a
ordem do universo.

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• O filósofo Campanella presta atenção especial à


teologia política, ou à política ordenada e comandada
pela religião católica.
• Ele busca unificar todas as religiões em uma só, a
católica, que ele considera a verdadeira, natural e que
segue a razão.
• Teoriza também a unificação de todos os estados em
um só. Este estado único deveria ser direcionado pela
religião.
• Acreditava que a religião católica tinha que retornar
novamente o seu caminho natural e isso só se daria
através de uma renovação, promovida pela filosofia.
• Em seu livro A Cidade do Sol, ele exemplifica sua ideia
de sociedade ideal.
• O Estado perfeito era liderado por um príncipe
sacerdote chamado de Sol.
103

• Esse príncipe tinha outros três príncipes ajudantes, Pon, Sin e


Mor, que são a Potência, a Sapiência e o Amor. Em seu Estado
perfeito tudo é organizado e os moradores desse estado
utilizam a razão para organizar suas vidas. Eles sabem que a
propriedade privada cria o egoísmo no homem e os incentiva
a lutar pela propriedade, por isso todos os bens são comuns.
• Todos tem que trabalhar e até os menores atos são feitos em
comunidade.
• A Cidade do Sol é comunista e liderada pelos sacerdotes e
sábios.
• Campanella colocou como objetivo de sua existência destruir
os governos tirânicos, os argumentos falsos e a hipocrisia. A
filosofia é o que vai impulsionar a renovação da política e da
religião e destruir todas as desgraças humanas. Através da
filosofia o homem vai alcançar paz e justiça.

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Francis Bacon (1561-1626).


• Filho de Nicholas Bacon e Ann Cooke Bacon, Francis Bacon nasceu em
Londres em 22 de janeiro de 1561 no seio de uma família de nobres,
rica, frequentava a corte inglesa. Foi conselheiro, procurador-geral,
fiscal, grande chanceler e guarda do selo, político, membro do
Parlamento inglês.
• Contemporâneo de William Shakespeare (1564-1616). Utopista como
Thomas Morus (1478-1535) e Tommaso Campanella (1568-1639).
• Estudou Direito na Universidade de Cambridge e teve um papel
preponderante na política inglesa, sendo eleito o 1.° Visconde de Alban
e também embaixador inglês na França. Em pouco tempo, Bacon
conseguiu fama em seu país, sendo um homem respeitado não somente
por sua posição política mas por suas contribuições nas áreas jurídica e
filosófica.
• Faleceu em 9 de abril de 1626 na cidade de Highate no Reino Unido,
vítima de bronquite.
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• Foi um dos mais importantes pensadores da FILOSOFIA MODERNA,


criando um método de investigação filosófica, o MÉTODO INDUTIVO
ou MÉTODO DA INDUÇÃO - modelo de investigação cientifica que
estava baseado no Empirismo. Por esse motivo é considerado o "PAI
DO MÉTODO EXPERIMENTAL". O RENASCIMENTO foi importante
para a filosofia enquanto ciência, o MÉTODO passa a ser o centro da
preocupação apenas seria possível pensar na investigação de uma
sociedade com base no conhecimento científico a partir da RAZÃO,
da racionalidade, ou das experimentação através dos SENTIDOS.
• Ademais, instigou pensadores a buscar compreender as
transformações que estavam ocorrendo.
• Francis Bacon parte da idéia que a TEOLOGIA deveria ser substituída
pelo MÉTODO DA DÚVIDA no estudo da sociedade.
• Para ele, o método de conhecimento deveria estar baseado na
observação e na experimentação.

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• Obra: New Atlantis (ou Nova Atlântida): Francis Bacon


idealizou uma comunidade utópica, feliz, que vive na paz e na
fartura. Criou a Casa de Salomão, que reúne os sábios da
cidade e realizava pesquisas e experimentos voltados para o
domínio da natureza, visando o bem estar dos homens.
• A cidade totalmente naturalista voltada para o bem supremo da
luz da comunidade, além de não ofender o que é natural.
Viviam em harmonia com a natureza, prima por um
igualitarismo social, baseado na harmonia com tudo o que é
natural e em harmonia também com o cientificismo, logo,
apesar de haver algumas semelhanças com o pensamento
religioso, privilegia a ciência.
• Bacon apresenta uma civilização igualitária, onde todos têm
seus direitos e também o seus deveres.

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• O contexto histórico se baseia na época do cristianismo em


decadência.
• No livro Nova Atlântida os homens que chegaram na utópica ilha
de Bensalém, desconhecida pelo mundo, uma ilha que só possuía
uma civilização cristã.
• Quando chegaram lá, um sacerdote perguntou se eles eram
cristãos, como avistaram uma imagem de uma cruz vermelha,
falaram que eram, ou seja, assim como os bárbaros, eles fingiram
ser cristãos para não morrerem.
• Fala também sobre o começo do capitalismo, Francis Bacon diz
que eles não deixam a natureza de lado, eles têm a necessidade
dela, não deixam ela de escanteio, eles vivem em torno dela.
• Ele acha que com o avanço capitalista a natureza, o mundo
natural, estava deixado de lado e as pessoas passaram a viver em
um mundo artificial. Ele entendia que as pessoas tem que se
voltar mais no que é natural.

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Utopistas – Utopia “não lugar”


Criaram sociedades utópicas que não existem mas que eles
gostariam que existissem. O que revela:
–Analise e crítica pontual mas velada (nas entrelinhas,
implícita, subentendida) da realidade à sua volta.
–Falso afastamento do real: apresentam o que não é, estão
informando o que deveria ser.
–Visão política que privilegia a noção de justiça e apresenta
soluções práticas para os problemas enfrentados.
Thomas Morus Tommaso Francis Bacon
(1478-1535 Campanella (1568- (1561-166
Inglaterra) – 1639 Itália) – Inglaterra) –
Utopia Cidade do Sol New Atlantis (ou
Nova Atlântida)
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Bibliografia dessa Apostila

!BITTAR, Eduardo Carlos B. Curso de Filosofia do


direito. São Paulo: Atlas nos capítulos
Jusnaturalismo, Hugo Grócio, Hobbes, Locke,
Rousseau.
!Livros de Hugo Grócio, Hobbes, Locke, Rousseau.
!Plataforma UNIP.
!Observações da professora Maria Elisa Soares Rosa

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Indicação cultural
• Filme Lutero, direção Eric Till. Alemanha; Estados
Unidos: Casablanca Filmes, 2003, 124 min.
• Livros:
1. Tomás Morus Utopia
2. Tomasso Campanella Cidade do Sol
3. Francis Bacon Nova Atlântida
4. Thomas Hobbes Leviatã
5. Rousseau - Discurso sobre a origem e os
fundamentos da desigualdade entre os homens
6. Rousseau – Contrato Social

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