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No budismo indica a extinção definitiva do sofrimento humano alcançada por meio da supressão do
desejo e da consciência individual. Nas religiões indianas, estado permanente e definitivo de beatitude,
felicidade e conhecimento, meta suprema do homem religioso, obtida através de disciplina ascética e
meditação [menos usado que o sinônimo mocsa)
instituições religiosas para formar sua própria religiosidade. Há, ainda, aqueles que não
seguem nenhuma religião, mas que apresentam alguma forma de religiosidade.
Fenômeno religioso
Fenômeno é uma palavra que se origina da antiga Grécia e foi retomada pelos alemães que a
ressignificaram.
Aristóteles falava em Phaenomenon (que tinha a ver com aquilo que seria material, objetivo,
concreto e passível de estudo) e em Numenom (que teria a ver com aquilo que era abstrato).
Para Kant, fenômeno é aquilo que é objeto da experiência sensível.
Kant diz que númenon seria tudo aquilo que está no campo da subjetividade, o não
fenomênico ou não perceptível, como amor, liberdade, fé, expressões matemáticas, equilíbrio,
imortalidade, etc.
Surge a fenomenologia, corrente filosófica que surge em contrapartida ao racionalismo, que
pensava que o conhecimento verdadeiro estaria no sujeito que pensa e ao empirismo, que
pensava que o conhecimento estaria no objeto pensado pelo sujeito. Assim, a fenomenologia
busca devolver as coisas a elas mesmas: os objetos estariam dotados de sentido, mas nós não
temos acesso a esse sentido, a não ser pela representação de cada um, ou seja, entre sujeito e
objeto, existe a representação.
A sociologia tem um interesse pelos ritos e rituais 2religiosos, bem como pelas festas religiosas,
pois fazem parte da cultura popular. Por meio dos ritos e rituais, das festas religiosas, pode-se
compreender a relação entre individuo e sociedade, a forma com que essa sociedade se
organiza, afinal, a religião influencia cada instituição, cada povo e cada nação.
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Ver texto sobre ritos e rituais
O fenômeno religioso é a materialidade concreta, por meio da qual as religiões se manifestam
dentro de determinada cultura, tornando-se, assim, o objeto de estudo da sociologia.
Durkheim
Escreveu seu tratado sobre a religião com o título “As formas elementares da vida religiosa”,
lançado em 1912. Nesta obra, ele procurou entender como as religiões primitivas se
organizavam, descobrindo, com isso, o totemismo, uma religiosidade ligada a ancestralidade,
aos laços de família e como a família influenciava na formação deste pensamento religioso.
Encontrou, também o conceito de fetichismo, derivado do francês fétiche, que em português
originou as palavras fetiche e feitiço (que indica quando os objetos estão impregnados de
espiritualidade).
Durkheim buscou explicar a religião olhando não para a instituição religiosa, mas sim, olhando
primeiramente para a família.
Para ele, não há uma religião particular e, ainda que existisse, não afetaria o comportamento
coletivo. Portanto, a religião é uma força exterior que se impõe aos homens, submetendo-os a
determinada moralidade. Uma histeria individual é definida como loucura, já a histeria coletiva
passa a ser considerada como um fenômeno religioso.
Assim, uma religião é quando uma crença, por mais abstrata que seja, passa a ser adotada por
um grupo de pessoas, uma coletividade, passando a influenciar os indivíduos desta
coletividade.
Para Durkheim, além da fronteira que identificamos como religião, existe uma religiosidade
que influencia culturalmente os sujeitos. Deste modo, por exemplo, o islamismo influencia a
sociedade mesmo para aqueles que não são muçulmanos.
Ao estudar uma sociedade, temos que levar em conta as religiões que compõem esta
sociedade, uma vez que a religião influencia praticamente tudo em uma sociedade, como
política, educação, etc. Assim, entender a religião, é entender a própria sociedade.
Animismo e Naturalismo
O animismo busca explicar a religião por meio de uma forma que muitos chamam de magia,
existindo os curandeiros e xamãs, que possuem poder de cura.
Basicamente, o animismo é a crença de que tudo é dotado de espírito, tanto as coisas
animadas quanto os objetos ditos inanimados, e o naturalismo seria o culto à natureza e a
percepção da
relação anímica entre os seres humanos e a natureza. Para o animismo, tudo possui espírito.
No animismo, temos um dualismo no qual os seres são duos, matéria e espírito.
Para os índios Guarani, existiria um “espírito que nos une”, ou seja, tudo teria espírito e tudo
estaria interligado num único espírito que une a tudo e que flui entre tudo. Por isso que, para
alguns povos, quando alguém morre, seu espírito passaria a se unir ao “grande espírito”, que
muitos acham que se trataria de Deus, conforme a crença judaico-cristã. Mas, não se trata
disso, mas sim de um espírito único que ligaria tudo. Seria uma espécie de panteísmo, uma
crença em que tudo é deus, tudo está permeado de deus.
Par ao naturalismo, a natureza é que deve ser reverenciada. Haveria somente um espírito, o
“grande espírito” que estaria na natureza, ele seria a natureza como um todo.
O Sobrenatural
O fenômeno religioso, por sua natureza de relação com o transcendente, possui uma relação
em geral mais ou menos estreita com o sobrenatural. A começar pelos mitos, que são
narrativas ou explicações para a origem do mundo, dos homens e das coisas, por meio de
deuses, divindades e forças sobrenaturais, passando pelos rituais de cura, milagres, aparições
e processos de transe e mediunidade. É o que temos na mitologia grega, na mitologia romana
e mesmo na Gênese bíblica.
Em cada cultura, esse sobrenatural se manifesta dentro do fenômeno religioso de forma
diversa, seja na explicação da Santíssima Trindade do Cristianismo, no nirvana ou na
iluminação do budismo, na incorporação ou psicografia do espiritismo . Nas manifestações
dos orixás e no axé das religiões afro-brasileiras, temos um apelo às forças do sobrenatural
como algo que vai além da materialidade concreta e que não se submete às leis da física ou da
ciência convencional.
Assim, o sobrenatural é o segredo por traz de cada religião.