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RELIGIÃO

A etimologia de religião provém do latim “religare”, que significa religar, voltar a ligar.
A palavra religião significa assim reflectir, pensar sobre quem somos, de onde vimos e para
onde vamos.
A função religiosa foca-se no mistério da natureza (Porque existe a realidade? Como
nasceu tudo?). Estamos por isso relacionados com esta questão da natureza: o que nos liga à
vida?
O fenómeno religioso é natural porque está ligado com a nossa natureza. É uma
relação de aprendizagem, a partir dos limites e dos mistérios. Há uma relação íntima entre a
natureza e os antepassados.

METÁFORA “CAIM MATA ABEL”


Caim e Abel são filhos de Adão e Eva. O primeiro era agricultor e o segundo pastor. Quando
numa oferta de ambos ao Senhor, este apenas aceita a oferta de Abel, Caim enfureceu-se e
transformou o seu rosto. Quando voltaram para o campo, Caim ataca e mata Abel. Caim fica
amaldiçoado pela terra e torna-se um fugitivo errante pelo mundo, fugindo para a terra de
Node. Esta é uma metáfora sobre a sociedade que está em constante mudança.

No ano de 2000 a.C. encontramos várias religiões que se vão reportar a um relato
escrito (a história é o lado escrito da relação entre a transcendência e a humanidade).
A Grécia é um país montanhoso e de cidades-estado, ou seja, é um país de um
politeísmo.

POLITEÍSMO VS MONOTEÍSMO
POLITEÍSMO – É característico de zonas montanhosas, onde há fragmentação social e política.

MONOTEÍSMO – Iniciado com o Judaísmo (Abraão), afirma-se no ano de 2000 a.C. e encontra-
se em várias sociedade que lutam pelo combate entre o bem e o mal.
Na nossa terminologia encontramos um contracto entre a palavra “símbolo” (o que
une; aponta para o bem, que é algo unificador) e “diablo” (o que separa; é o medo).
Com o ateísmo, referência especial em africa que vai acompanhar os movimentos
humanos nomeadamente dos escravos (que vão para a América), vai-se fazer uma revelação
dos mistérios sobre porque se vive, de onde se vem, onde se está, para onde se vai. A partir
desta evolução encontramo-nos, a partir de 2000 a.C., no monoteísmo.
O monoteísmo nasce nas grandes planícies do deserto e portanto temos aqui aquilo
que hoje se designa como regiões abraâmicas ou religiões do livro.

Aqui, o dever da religião e da sociedade está sempre ligado a uma noção de


transcendência, uma noção de relação com Deus do monoteísmo ou com as divindades do
politeísmo.
RELAÇÃO ABRAÂMICA – É a relação entre as três religiões. Abraão vai ser chamado e criar as
três principais religiões monoteístas, que vão ser fundamentalmente três:
 JUDAÍSMO – judeus;
No caso do cristianismo e no caso do judaísmo há uma raiz mais comum que tem está
relacionada com a Bíblia – enquanto o judaísmo se reporta ao antigo testamento, o
cristianismo reporta-se ao antigo testamento mais ao novo testamento, porque Jesus Cristo é
considerado para o cristianismo filho de Deus.
 CRISTIANISMO – cristãos;
ISLAMISMO – muçulmanos; O islamismo tem um livro próprio (Alcorão – o livro
sagrado). Ao lermos o Alcorão vemos muitas referências relativamente ao judaísmo e ao
cristianismo. A diferença entre o Alcorão e a Bíblia, no que toca à manifestação de Deus na
humanidade, é que enquanto no Alcorão Jesus Cristo é um profeta como Maomé (destinatário
da mensagem divina), para o cristianismo Cristo não é um profeta igual aos outros mas sim, ele
mesmo, filho de Deus. Outra característica do Alcorão é a língua em que é escrita, árabe
(língua da religião). Já o cristianismo é multilingue, nasce com a língua hebraica e depois o
grego.

São religiões que têm uma raiz comum: são todas monoteístas e todas se referem ao
mesmo deus (o deus é o mesmo para o judaísmo, para o cristianismo e para o islamismo). Por
outro lado, todas estão referenciadas a esta genologia que vai até Abraão. Abraão é patriarca
comum às três religiões.

A partir destas três referências temos também o ano de 1000 a.C. que é a sucessão de
David e Salomão. Estas três religiões são baseadas numa mensagem escrita, a bíblia e o
alcorão. Enquanto o cristianismo não é uma religião de bases teocráticas, o judaísmo e o
islamismo têm de algum modo referencias à organização da sociedade, tem expressão política,
concretamente normativa. Neste sentido o cristianismo é iminentemente ético no sentido em
que o vimos: para além da dimensão religiosa tem também uma dimensão ética (valores que
são indirectamente normativos; criação de normas, regras e princípios ligados aos valores).

NIETZSCHE
Nietzsche é alguém que no fundo considera que o cristianismo, ao basear-se numa
ideia de caridade (=cuidado). Diz que o homem tem de se emancipar e reconhecia que a
presença de deus é uma presença paternalista, e que por isso o homem deve libertar-se. Esta
libertação é um pouco como a que encontramos em Freud com a psicanalise, que é a
referência à morte do pai, à necessidade de matar o pai para se libertar e se afirmar
plenamente. Por isso, Nietzsche fala na morte de Deus, mas não se pode esquecer que no
cristianismo Deus morre.

COMPLEXO DE ÉDIPO – Criado por Freud na teoria clássica da psicanálise, e inspirado na


tragédia grega Édipo Rei, designa o conjunto de desejos amorosos e hostis que o menino
enquanto ainda criança experimenta com a relação com a sua mãe. O contrário também
acontece, com a relação da menina com o pai, ao qual se chama Complexo de Electra.
MITO DE SÍSIFO – Sísifo transportava uma pedra até ao cimo da montanha e sempre que la
chega a preda caia. Isto serve para mostrar a impossibilidade de se manter. A Humanidade
está sempre incompleta.

ALBERT EINSTEIN
Einstein dizia que o universo está em constante expansão e não se conhece os seus
limites. Ganhou o premio nobel e diz que não sabe se está certo, é o tempo que tem de
confirmar. Quando se afirma que o universo é infinito, afirma-se igualmente a existência de
algo que nos ultrapassa, algo que vai para além dos limites.

FÍSICA QUÂNTICA – Temos o infinitamente grande e o infinitamente pequeno. Não se tem a


determinação mas sim a incerteza. A física vai levar nos ao que é a realidade, à descoberta do
mistério (questão colocada já pelos gregos).
Isto leva-nos a Pascal, que em determinado momento diz “olhem o tempo para trás de
vós, têm o infinito. Olhem o tempo para depois de vós, têm o infinito”. Temos assim uma
concepção linear, colocamo-nos no centro da realidade (realidade não pode ser vista senão
por nós próprios) e vemo-la como se fosse uma ordenação histórica. Pascal diz para, face a
isto, olharmos para trás antes de nascermos e assim vamos reparar que temos o infinito atrás
de nós.
A grande questão continua a ser então a existência ou não de Deus – “A Deus ninguém
viu”.

Hoje partimos da ideia de liberdade, não só de ter religião como também de não ter
religião choque de culturas.

SECULARIZAÇÃO, LAICIDADE E AUTONOMIA

SECULARIZAÇÃO – Está relacionado com o facto de a humanidade se organizar a partir do


pluralismo, da diversidade e não por referência a uma qualquer forma religiosa ou filosófica ou
até mesmo teocrática. É qualquer organização que se baseia numa só ideia.
A ideia de secularização decorre da própria ideia de moralismo, diversidade e
liberdade de consciência.
A liberdade de consciência é muito importante pois significa a capacidade que temos
de olhar criticamente a sociedade e exprimir a nossa perspectiva livremente. A organização
secular da sociedade corresponde à ideia que designamos como laicidade (leigo, laico). É então
a ideia de que cada cidadão, cada pessoa tem a sua ideia de ter ou não a sua religião, é a ideia
de LAICIDADE.

LAICISMO (oposto de laicidade; = impor o contrário) – forma-se assim a ideia de uma


sociedade pluralista, que aceite as diferenças e que garanta a diferença. Liberdade e igualdade
são faces da mesma moeda: a igualdade deve ser igual e a liberdade deve ser livre (ex.
igualdade de géneros, alfabetização das mulheres).

SINCRETISMO RELIGIOSO
ANIMISMO – Relação religiosa é uma relação com a natureza. A religião vai absorvendo,
integrando outros – sincretismo. Somos naturalmente imperfeitos, não podemos saber a
verdade absoluta.

SINCRETISMO RELIGIOSO – é a confluência de várias influências diferentes. Há três


sincretismos diferentes:
 Sincretismo do candomblé do Brasil – senhor do Bonfim (Salvador da Baia)
Orixá (elementos do animismo) – lógica politeísta. Consiste unir ao
cristianismo, que é monoteísta.
 Sincretismo do xintoísmo do Japão
 Hinduísmo – uma das características principais do hinduísmo é a transmigração das
almas. É a religião com maior número.

Na India deu-se o nascimento do budismo. O budismo não é uma religião, pois não há
uma igreja. É assim uma atitude que está relacionada com o nirvana, com o esquecimento. É a
ligação plena com a natureza.
Zygmunt Bauman – noçao humana vai ser dominada por duas aitutudes diferentes em relaçao
à natureza:
- a atitude do caçador: atitude original – necessidade de garantir a satisfação das necessidades
mais eminentes da nossa vida. É a atitude de quem tem um território onde vai caçar. Quando a
caça se esgota o caçador vai para outro território. O caçador tem uma atitude proveniente da
sociedade nómada mas prolonga-se. Bauman vem-nos dizer que por vezes essa atitude se
mantem, a atitude de esgotar os recursos e esquecer que isso compromete as gerações
futuras (questão ambiental). Bauman diz que a inteligência e a evolução humana significam
que o homem, ao se sedentarizar, vai naturalmente ter um território restrito. Para o caçador
esse território restrito seria uma coisa terrivel pois não tem caça, e face a isto bauman diz que
a inteligência transformou o caçador em jardineiro.
- a atitude do jardineiro: plantação do jardim (questão da agricultura e da sedentarização e da
satisfação das necessidades humanas).
Enquanto o caçador ao esgotar os recursos num território passa para outro, o jardineiro tem
de usar a inteligência para aproveitar o melhor possível o seu jardim. O jardineiro acaba assim
por preservar o seu território, em razão da sua inteligência, da capacidade de inovação.
http://e-cultura.blogs.sapo.pt/tag/a+vida+dos+livros

ESTADO DE NATUREZA – ROSSEAU VS HOBBES

Estado de natureza (rosseau) – estado bom, em que o bom selvagem é a referencia e a


sociedade estraga este bom selvagem.

Estado de natureza (hobbes) – lobo do homem. Estado da natureza em que o homem não é
bom e por isso precisa de força para evitar a violência.

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Kant, Imperativo Categórico – questão da autonomia


Fazer com que a partir da autonomia individual possamos fazer regra universal aquilo que
devemos perante os outros. Fazer com que a melhor atitude se torne num princípio universal.

Razão suficiente de Leibniz – aqui vamos usar o bom senso, o respeito mutuo, o pluralismo e o
diálogo. Não é impor a nossa razão mas sim garantir a racionalidade. Na relação social temos
de nos basear nesta ideia de respeito mutuo, o qual obriga à compreensão mínima de verdade.

Pós verdade – algo que poe em causa esta ideia de razão suficiente.

SOCIEDADE VS COMUNIDADE
SOCIEDADE – Organização de sócios, que é algo que tem a perspectiva da racionalidade
organizativa. A maior parte das nossas actividades são feitas em sociedade.

COMUNIDADE – Quando nos relacionamos e com o passar do tempo, a relação de socio para
com os outros, passa numa relação de afecto, de conhecimento. Contudo, continua a haver
conflitos, a relação com os outros gera conflitos. A sociedade humana é conflituosa. Há cada
vez mais conflitos porque também há cada vez mais interesses em comum (se as pessoas são
mais próximas então há mais interesses em comum). A comunidade é então a organização de
pessoas que tenham uma relação funcional, é a ideia de maior interesses comuns, o que não
significa que não hajam conflitos.

SOLIDARIEDADE VS CARIDADE

SOLIDARIEDADE – Acontece entre sócios da sociedade. É o dever de todos. Na sociedade há


mais solidariedade.

CARIDADE – É como o elemento de comunidade. Na comunidade há mais cuidado.

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