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Gremmelmaier
Por Favor...
...onde está o
João?
Primeira Edição
Curitiba
2018
1
Autor; J. J. Gremmelmaier
Edição do Autor
Primeira Edição
2018
Por Favor... ...onde está o João
------------------------------------------
CIP – Brasil – Catalogado na Fonte
-----------------------------------
Gremmelmaier, João Jose
Por Favor... ...onde está
o João, Romance de Ficção, 261
pg./ João Jose Gremmelmaier / Por Favor...
Curitiba, PR. / Edição do Autor /
2018 ...Onde Está O João?
1 - Literatura Brasileira –
Esta serie de 3 livros surgiu
Romance – I – Titulo
em uma crise de criatividade, para
--------------------------------
terminar a serie, saimos da primei-
85 – 62418 CDD – 978.426 ra pessoa para o narrador, vamos a
As opiniões contidas no livro, são procura do João Jorge Gomes, e
dos personagens, e não obrigatoriamente invadir outras historias, tentar nos
assemelham-se as opiniões do autor, esta divertir entre Laikans, Morois, Ya-
é uma obra de ficção, sendo quase todos waras, Manás e outros.
os nomes e fatos fictícios.
É vedada a reprodução total ou Agradeço aos amigos e co-
parcial desta obra sem autorização do legas que sempre me deram força
autor.
Sobre o Autor;
a continuar a escrever, mesmo
João Jose Gremmelmaier, nasceu sem ser aquele escritor, mas como
em Curitiba, estado do Paraná, no Brasil, sempre me repito, escrevo para
formação em Economia, empresário a me divertir, e se conseguir lhes
mais de 15 anos, já teve de confecção a levar juntos nesta aventura, já é
empresa de estamparia, ele escreve em uma vitória.
suas horas de folga, alguns jogam, outros
viajam, ele faz tudo isto, a frente de seu Ao terminar de ler este li-
computador, viajando em historias, e nos
levando a viajar juntos.
vro, empreste a um amigo se gos-
Autor de Obras como a série Fa- tou, a um inimigo se não gostou,
nes, Guerra e Paz, Mundo de Peter, os mas não o deixe parado, pois li-
livros Heloise, Anacrônicos, cria em histo- vros foram feitos para correrem de
rias que começam aparentemente nor- mão em mão.
mais, mundos imaginários, interligando J.J.Gremmelmaier
historias aparentemente sem ligação
nenhuma;
2
©Todos os direitos reservados a J.J.Gremmelmaier
Por Favor...
...onde está o
João?
3
Capítulos:
Algo Aconteceu Pag. 005
Conhecimento Pag. 045
Guerreiras Pag. 075
Pesadelo Pag. 105
Mundo dos Olhos Pag. 123
Procura-se Pag. 137
Odeio Segunda 2 Pag. 171
Sonhando Pag. 195
As Guerras Recomeçam Pag. 205
Cansei Disto Pag. 243
Recomeço Pag. 251
4
5
J.J.Gremmelmaier
Algo Aconteceu!
6
Era fim de uma segunda feira normal em Curitiba, no bairro
do Sitio Cercado, Jessica olhava a prima, Mariane (Nane), ao seu
lado Pedro, um namorado que parecia quase uma fuga de um anti-
go amor, ou a duvida de dois amores, a frente a irmã e o namorado.
— Preciso de um emprego Nane.
— Sei disto, a crise está apertando, aquele sitio está só ge-
rando custos e a tia vai pegar no seu pé, sabe disto.
Jeniffer sentada a calçada a frente, irmã mais velha de Jessica
fala.
— Estão precisando no Jacomar.
— Vou fazer um currículo na Lan do Marcos, aquele chato do
Tremelique não aparece mais lá, pelo menos ele ajudava.
Tremelique era o apelido de um escritor que trabalhara na
Lan um tempo, ela olha Pedro, o namorado e fala.
— Vamos lá?
— Não tenho dinheiro Keka.
— Jessica, já falei.
— Ele você não reclamava, eu sempre esta historia.
Jessica sorri e arrasta ele pela rua, estavam entrando na Rua
São Jose dos Pinhais, bem na esquina da Farmácia Nissei, quando
olharam o céu ficar estranho, como se brilhasse mais, Jessica para
pois Pedro parou olhando algo.
— Vamos, para de moleza.
Ela olha o namorado que olhava algo a rua, ela puxa ele e
olha a rua, olhando mais a fundo, para e fala.
— O que é isto?
Pedro recua, as pessoas começam a recuar, aquilo vinha pela
rua, no sentido bairro da rua, pareciam milhares de almas penadas,
Jessica bate em algo e olha para trás e vê que era um Hons, ele es-
tava visível em pleno dia e a olha.
— Melhor recuar menina, não sei onde vão.
As pessoas a rua começam ver aqueles seres, pareciam espíri-
tos, meio translúcidos, mas o sol estava forte e eles mesmo assim
eram bem visíveis.
Jessica tenta pensar no que era aquilo, ter a definição de algo,
não é saber o que são, saber que são “seres que não renasceram e
se apegaram a algo a nível de não conseguir se desligar suficiente-
7
mente para renascer ou evoluir”, parecia uma explicação que agra-
dava a muitos, mas não explicava muita coisa.
Os seres avançavam pela rua calmamente, mas parando tudo,
os motoristas paravam e viam aquilo os atravessarem, tinha gente
que abandonava o carro pela sensação que isso dava, mas aparen-
temente não causava danos pessoais.
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Joaquim Moreira, empresário Curitibano olhava para as ima-
gens e começa a ver toda aquela leva de seres aparecendo e sumin-
do, seres que ele ouvira falar, mas nunca vira.
Liga para Francisco e pergunta.
— O que está acontecendo Francisco?
Francisco Pombo, tido como bruxo por uns, como religioso
fanático por outros, para quem o empresário ligava quando o as-
sunto era algo sobrenatural.
— Não sei ainda, estranhei onde está acontecendo Joaquim.
— Por quê?
— Entre Ponta Grossa e o Litoral, todo resto normal.
— E aquele João Gomes?
— Nem sinal, não o acompanha com suas câmeras?
— A da casa dele mostra ele colocando aquelas malas de rou-
pa que ele vende no porta-malas do opala e saindo de casa, teria de
saber o sentido que ele foi.
Joaquim pega a placa, põem no sistema de uma empresa de
seguros e sabe que ele saiu ao sul, mas depois de São Jose dos Pi-
nhais, não tinha para onde.
— Foi no sentido sul, pode estar em qualquer bairro de São
Jose que não tem câmera.
— Mas Joaquim, se ele está fora ele não é a causa.
— Pode ser, mas aquelas bruxas de Evolène chegaram a pou-
co no centro, e não sei ainda o que pensar, parecia uma segunda
normal, e parece que a cada momento parece mais coisas, começou
com os espíritos, dai aqueles seres estranhos que seguem aquele
Plout começaram a ficar visíveis, depois umas pequenas fadas co-
meçaram a surgir, depois os Laikans começam a ficar visíveis na
região metropolitana, dai aquela filmagem daquela moradora de
rua no centro, que se transforma em um lobo e sai correndo pela
rua, começou entre as duas e duas e 15, e agora, 3 e quinze, a cida-
de está parando.
— Que horas começou em Ponta Grossa Joaquim? – Pergunta
Francisco.
— Perto de meia hora após, o começo em Curitiba, começou
com os mortos da região Sul de Curitiba, e começou a se espalhar,
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chagam as poucas imagens de Morretes quase que junto com as
imagens de Ponta Grossa.
— O que foi solto, algo soltaram novamente sobre o sul da ci-
dade, vou verificar Joaquim e lhe ligo.
— Faz isto Francisco, me passa uma posição, não gosto quan-
do estas senhoras que se denominam do Grupo de Evolène apare-
cem por aqui, sinal que uma energia muito grande foi solta, todos
falavam que a energia de Wasser um dia poderia se soltar, me veri-
fica Francisco.
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forma que fora até 20 anos, voltara a existir, mas a muito não sen-
tia-se a alegria no ar.
Diana olha pela porta e olha Luana entrar, ela batera a porta,
e ninguém atendera e como alguém da casa foi entrando, chega a
parte interna, voltada ao terreno e olha Diana, o mundo de Eli e
fala.
— O que está acontecendo Diana, devo ter rejuvenescido uns
20 anos, em horas.
— Não sei, pela primeira vez consigo ver seu rosto, e sua au-
ra, como coisas distintas, este mundo é o de Eli, nunca teve esta
felicidade no ar, era mesmo em um mundo lindo, um mundo triste.
Luana a olha serio e fala.
— Será que um novo Eterno se apresenta?
— Sabemos que o anterior não era um verdadeiro Eterno,
mas fazia o que podia.
As duas caminham metros no terreno vendo os dragões vindo
montados chegar até a casa, Eli, a irmã mais nova de Diana, princesa
daquele mundo vinha a elas com seus soldados, parando a sua fren-
te e falando.
— O que está acontecendo Guerreira. – Eli se referindo a ir-
mã, embora ela não estivesse na forma da grande guerreira.
— Não sei, ainda estamos tentando descobrir.
— Mas o mundo está vendo seres a muito mortos, renascen-
do, seres que eram tidos como extintos, surgirem, povoados que
pareciam abandonados e em deterioração ressurgir com seus habi-
tantes.
— Alguém os permite sonhar novamente Princesa Eli, não en-
tendemos ainda, mas vamos descobri.
Diana sente o ar, sente a casa ao fundo e fala olhando a irmã.
— Tenta não fazer burrada que descobrimos se é um sinal de
um novo Eterno.
— Acha ser o Eterno? – Luana.
— Parece algo estrutural, não de comando.
Diana parecia uma moça indefesa, os soldados olhavam ela
sem entender quem era, ouviram a princesa, mas não parecia, ela
passa a mão a frente do corpo e cresceu em tamanho e toma a fei-
ção da guerreira, apoia a mão em suas armas e falou.
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— Se cuida Princesa.
Diana andou de costas sumindo da vista dos demais entrando
da sacada da casa, e olhou Luana voltando a sua forma natural.
— A energia emana da cidade as costas, não do mundo, ele
assim como todos ligados a cidade vão evoluir.
— O que teria tamanha força?
— Não é força, energia pura, capaz de trazer as memorias e
as mudanças e se manter pura, e ampla, pensa em algo que refez o
equilíbrio de Eli, e não perdeu nada de força.
— Um Eterno real?
— A força de um ser realmente Eterno.
— Como Realmente?
— Luana, se olha no espelho, estamos com identidades de 40
em corpos de 20, em horas.
Luana se olha e fala.
— As noticias falam que está acontecendo coisas estranhas a
toda cidade, espíritos, Laikans, Hons, Anes, tudo ficando visível.
Diana se olha ao espelho e fala.
— Sabe que hoje é um dia especial Luana.
Ela olhava Diana se olhando ao espelho encantada.
— Pela primeira vez me olho como uma humana normal, e os
demais como são, vou ter de aprender a viver assim.
— Todos eram assim para você Diana, ou alguém se parecia
com humano antes? – Luana olhando Diana, procurando um cami-
nho a seguir.
— Somente um amigo do Pai, João Gomes, ele parecia huma-
no, mas não aparentava a idade que ele tinha, sempre mais novo, as
auras dele que tinham as formas distorcidas.
— O que falou que tocando Bateria refizeram Hons?
— Este, alguém que olhando não aparenta nada além dele,
nem força, mas sempre com aquela aura branca, sabe no que penso
quando vejo auras brancas.
— Um Eterno?
— Não sei, mas pode ser.
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— Não, estávamos conversando que João poderia dar uma
luz, já que a única energia pura assim que lembramos, é daquele ser
que surgia ao lado de João, mas se ele não está por ai, sinal que
temos outra fonte.
— Um grupo de 12 bruxas já estão no centro da cidade, não
sei o que estão fazendo, mas ninguém gosta delas por perto.
— O problema é quanto tempo dura, não sei o que está acon-
tecendo Dara, energia capaz de forçar mudanças, mas é difícil de
determinar que mudança ainda.
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— De que adianta ele voltar, se ele o fizesse, vocês o coloca-
riam para correr da mesma forma.
— Eu não...
— Faria, sabe disso, talvez seja tanta energia, pois é liberda-
de, isto gera um caminho sempre grande.
— Ele pensa que foge ao destino? – Keka.
— Talvez isto explique a energia mais que a palavra liberdade,
qual a força, única, limpa, de se livrar do caminho escrito pelo eter-
no! – Fala Nane sentindo o cair de uma energia, talvez os demais
não sentissem, mas era como se aquilo que os cobrisse, visível a
muitos, agora atravessasse tudo caindo como uma garoa fina, mas
uma garoa de energia pura, alguns chamariam de magia.
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Jorge olha a senhora, os espíritos se afastavam fácil, ela pare-
cia brilhar.
— Mata todos e Magog não se arrepende de nada.
Viram a senhora caminhar no sentido no Anhangava.
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Ela olha a aura arisca do Delegado, ao seu lado aquela moça
que estava a mesa de João, ela não conhecia, talvez isto sempre
complicasse analises, alguém sendo analisado pelo ciúmes, alguém
como Raiska.
— Senhorita Jessica Duarte?
— Sim, no que posso ajudar senhor Delegado.
— Um rapaz a rua, falou que você e uma prima que não co-
nheço, são as pessoas mais indicadas neste bairro para entender os
acontecimentos a rua.
— Um rapaz?
— Jorge Rodrigues.
— E o que gostaria de saber delegado? – Jessica olha a mãe e
fala – tem um café mãe?
— Sabe que não gosto desta conversa.
— Sei, mas se alguém da lei veio conversar, temos de ajudar,
não é o que fala?
A senhora foi fazer um café e Jessica fala.
— Estava estes dias na Pizzaria aqui perto.
— Sim, apenas uma ajudante do Delegado, que pelo jeito
ainda não entendeu nada, pois se nem eu entendi, teríamos de ter
um motivo para esta descarga de energia pura sobre a cidade.
Jessica olha a aura da moça, estável, ela não alterava em na-
da, algo tão harmônico que Jessica ficou pensando o que era aquela
moça. Nane entra pela porta naquela hora.
— Menina, sei que parece estranho, eu estou estranhando,
pois sei que estava ao restaurante ali a frente com aqueles outros
seres, e de repente, o Retaliador me indica você como quem pode-
ria me ajudar.
— Ainda estou pensando sobre o que senti e vi delegado,
aquilo não é uma explosão de energia, o que quer dizer, não ouve
uma morte, embora muitos morreriam se tirasse esta quantidade
de energia.
— Como tem certeza de que não houve uma morte? – Sergio.
— Toda liberação de energia, quando vem de uma morte,
tem uma angustia, mesmo quando Wasser tentou renascer e tendo
a certeza do renascimento, a angustia estava no ar, naquela distor-
ção de energia.
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— E porque a casa se desfez então?
— Isto está ligado a historia de João Jorge Gomes, o dono da
casa, ele segundo alguns especialistas em Santa Catariana, disseram
que ele estava marcado para morrer aos 10 anos, alguém não per-
mitiu esta morte, para tentar se apoderar do poder dele, aos 47,
aquela coluna de energia na região, ela tinha dois mil metros de raio
e centro exatamente a casa dele, mas naquele enfrentamento, ficou
a sensação de que a energia tinha sido distribuída, não absorvida, e
todos pararam de olhar para o senhor.
— Quem foi o especialista de Santa Catarina que falou isto? –
Raiska.
— Margarida de Lêmure.
— E Porque isto está acontecendo? – Sergio.
— Porque não sei, não tenho as respostas delegado, mas pa-
rece o abrir mão da magia de um ser imortal, seria como se alguém
tivesse dentro dele, muito poder, mesmo não o usando, e desistisse
deste poder, a casa era parte do poder, ela se desfez, pois ele abriu
mão dela.
— Tem certeza disto? – Raiska.
— Não, a energia é pura, isto que não entendi, nunca senti
esta energia ali, vem dali, tem motivos para ser dali, mas nunca
senti algo assim, a única coisas semelhante, era a energia daquele
ser que as vezes, surgia do lado do João.
— E no que vai acabar isto, porque está acontecendo e quan-
do vamos voltar ao normal. – Sergio.
— Quando em textos antigos, se falava que Deus está em tu-
do, que Deus impera e intercede, que Deus sabe, julga e prolifera
conhecimento, é porque o local era assim, com interação, com a
possibilidade de falar com os antepassados. Dizem que poucas ve-
zes isto aconteceu, nunca fora registrado pela atual ciência, não sei
se isto é um teste ou um desafio, para que entendamos esta ener-
gia, esta vivencia, esta parte que ignoramos totalmente.
— Mas aquela energia atravessa tudo. – Raiska.
— A ciência chama aquela energia de “Energia Escura”, em
quase a totalidade do tempo, ela é invisível e não nos afeta direta-
mente, mas algo a nível físico e espiritual está acontecendo.
— Acha que a ciência explicaria isto? – Sergio.
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— Senhor, nossa incapacidade de dispor algo continuo, tridi-
mensional, visual e sensitivo, é nossa limitação física que estabele-
ce, não sei quem falou, que no futuro os crentes de hoje são capa-
zes de adorar uma inteligência artificial como Deus, pois ele os res-
pondera o que querem ouvir, mas nossa ciência avança, nossos
entendimentos avançam, mas estão limitados a nossa busca, a cada
descoberta, descobrimos mais, e vamos a próxima, nossa inteligên-
cia, aceita hoje bem o fato da Terra ser esférica e girar ao espaço,
solta, mas por séculos, isto não era nem possível ao pensamento
humano, tudo que não segurava-se, caía. Então não é questão se
dá, e sim quando vamos provar cientificamente isso, Deus, não dei-
xa de ser parte disso, mas está longe da compreensão, João sempre
falava, humano tentando entender Deus, é um vírus tentando en-
tender quem é o complexo material que ele infectou e que tem uma
vacina que não o deixa avançar.
— Acha que para quando?
— Não trabalhamos com bolas de cristal Delegado, se igno-
ramos o que causou, não temos como saber o que aconteceu e
quando vai passar.
— E saberia onde este João foi?
— Não, ouvi fofocas, mas foi somente fofoca, pois não dei
motivos para ele não se afastar, e sei me fazer de forte Delegado,
mas acho que ninguém achava que ele sairia de campo.
— E que fofoca foi?
— Que ele investiu naquela empresa de venda de roupas no
atacado, conseguiu um bom dinheiro e saiu da cidade, sem planos
de voltar.
— Qual a empresa? – Raiska.
— Distribuidora Osternack de Roupa Atacadista. – Jessica.
— Mas ai seria apenas capital.- Raiska.
— Quando se quer afastar-se do divino, se aproxima muito do
produtivo, não que um afaste o outro, mas é escolha, sair de um e
se dedicar ao outro com toda força.
— Acha que ele se deu bem e saiu, não tem cara dele isto.-
Raiska.
— Bom saber que o conhece bem. – Jessica.
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— Menina, aquele senhor não faz meu tipo, mas entendo que
ciúmes eu gero, ainda mais de alguém gravida, mas não entende,
para mim, ele é apenas o problema da semana, o delegado só me
coloca em casos estranhos.
A mãe de Jessica olha a filha, sua barriga, ela não havia falado
nada e Nane fala.
— Mas porque nos procuram?
— Pelo que entendi, aquele João estava cercado de seres es-
peciais que não conheço, uma coisa é ter crimes a mão, outra é ter
gente que enfrenta maldiçoes, como aquele navio de pirata, que
encara Plout de frente, nem Luiz gosta disto, mas poucos o fazem, e
juro que quando me indicaram você menina, pensei que não saberia
de nada.
— Senhor, dicas, não se preocupe com as bruxas no centro,
com o ressurgir de Magog, com o surgir de lobos translúcidos no
campo, eu me preocupava com a loucura de alguns, poder as mãos,
fez alguns acharem que podem voar.
— Não sou de deixar problemas, menina.
— Então vou tentar descobrir o que gera isto, mas parece o
abandono de uma praga, mas como não sei que praga geraria isto,
não tenho como ajudar.
27
— Acho que até ele negou isto Francisco, mas de alguma
forma, ele pode ter se livrado do peso, mas não entendi ainda o
problema. As vezes duvido que seja ele.
— Eu duvidei até olhar a casa dele, mas não sei como as coi-
sas vão se resolver.
— Amanha com calma olhamos Francisco, as vezes precisa-
mos pensar sobre o problema.
29
— Ele quer que mostremos nosso valor, eu vim verificar os
modelos que venderemos segunda que vem, mas nada apurado, os
modelos estão definidos.
O delegado foi apresentado a empresa e viu que tinha mais
de duas mil costureiras, viu as grandes maquinas de produção de
camiseta e olha o investigador na saída.
— O que não entendi?
— Delegado, todos falavam que ele não se preocupava, mas
estamos em uma confecção, acho que todos viram ou ouviram as
propagandas desta marca.
— Algo tão visível que ninguém está olhando?
— Mais de dois mil funcionários, que eu não diria serem da-
quele senhor, mas é o que tudo indica.
— Então ele não se afastou por falta de dinheiro, ele falou
que ganharia este dinheiro, lembro disto, mas não entendi a logica.
— Produção de peças em série, vendidas por uma distribuido-
ra que abre apenas um dia por semana, e pelo jeito, as vendas fo-
ram boas ou as encomendas, pois todos estão em produção.
— Mas o que liga uma coisa a outra? – Delegado.
O investigador não sabia, saem em direção do centro.
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— A Osternack Roupas, é do senhor Gomes, e passei apenas
em uma cede, mas o CNPJ da empresa fala em 3 sedes, na cidade,
uma passei e estava fechada, dai na segunda soube ser dele, mas a
pergunta, porque todos diziam que ele era pobre.
Jessica pensou, ele não falara, ele criara a empresa, ele deixa-
ra todos acharem que ele era pobre, e fala.
— Marketing pessoal, nunca ouviu falar nisto?
— Não entendi.
— Pensa em estar voltando para casa, e na sala estarem 4
mulheres dizendo que o queriam por perto, mas todas queriam algo
para durar, mas ele queria um amor, não comprar um amor.
— E sabia disto? – A mãe de Jessica.
— Não, e agora mãe, não adianta mudar de opinião sobre o
senhor, até de manha era contra.
— Mas se espera um filho dele, pelo menos teria como a cri-
ança ter um futuro.
Jessica olha o delegado e fala.
— Mas nosso problema, é aquela formação, se entendi um
pouco, é a liberação na terra, de toda a energia de um ser de cria-
ção, mesmo que Wasser tivesse conseguido o que pretendia, neste
instante, ele estaria a beira da morte.
— Certo, ainda resultado de algo feito ao passado, mas não
entendi o que foi feito?
— Quando um ser é escolhido para traçar o caminho dos an-
jos, dizem que ele absorve a energia que lhe foi destinada e trans-
cende, isto acontece entre os 9 e 11 anos, esta energia é poderosa,
transforma o ser em um angelical, é como renascer em 72 existên-
cias paralelas ao mesmo tempo.
— E o que gera esta energia.
— Paz e renascimento no primeiro momento, interação no
segundo, ciência do tudo por terceiro, dilatação de tempo espaço,
pois ele vai ser ensinado no principio dos tempos, e por fim, o que
chamam de Luz, a ciência de sua vida e seus desafios.
— Paz, tivemos mais de dois mil suicídios somente nessa noi-
te. – O delegado a olhando.
— O geral, não influencia o principio, mas ainda não entendi,
o senhor quer dizer que Gomes apenas saiu da cidade, as empresas
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dele estão funcionando, isso não explicaria o evento, pensei em
alguém largando tudo, e não em alguém apenas viajando.
— A administradora do local disse que ele deve estar ai até
segunda feira.
“Administradora?” Pensa Jessica se tocando que tinha um ci-
úmes quase incontrolável do senhor, um dos motivos que se afas-
tou.
— Senhor, eu não entendi tudo, mas o cheiro, é renascimen-
to, mas o que vai renascer, não sei.
— Certo, acha que estamos apenas no começo do problema?
— Sim.
O delegado sai no sentido da Delegacia, teria de pensar.
Plout olha Luiz vir pela rua, de costas, espada a mão, na for-
ma de O Rocha, não sabia o que vinha, mas parecia que Luiz estava
distraído, quando ele se aproximou, se viu as milhares de serpentes
de Hons, as mesmas vinham abraçando com força as pessoas a rua,
e as mesmas ficavam pelo caminho, como se fossem comer após,
mas Plout olha os seus rapazes surgindo e um fala.
— O que está acontecendo.
— Deixamos aberto os caminhos, agora elas vão querer este
mundo.
Os Hons se armam e começam a avançar sobre as serpentes,
Luiz vinha recuando e chamando para ele a atenção, alguns no ca-
minho morreriam, mas estava chamando para ele, estava quase na
praça 29 e com os Hons ao lado, começa a avançar e cortar aquelas
serpentes, uma guerra de horas de força, que recebe auxilio de poli-
ciais, que atiravam nelas as costas.
A batalha na praça durou perto de 3 horas, deixando milhares
de serpentes estraçalhadas, Luiz olha Plout e fala.
— Tem de decidir, não dá para deixar o portal aberto.
— Não controlo o portal.
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— Eu não peço para aquela bruxa nada.
Ao fundo, se via agora as levas de Niak, uma espécie de ara-
nha, 2 metros, começam a surgir em meio a avenida, e Luiz fala
olhando os policiais.
— Escudo, elas lançam veneno?
— O que é isto?
— Não sei o que está mantendo esses portais abertos, mas
elas vem em leva, se defende e atirem nas patas.
O grupo começa receber os primeiros ataques, os Hons recu-
ando, Plout não conseguindo as deter, Luiz tentava ainda não ceder,
estavam quase sendo colocados para um caminho estreito empur-
rados pelas Niak, seria complicado as proibir de os agredir em um
caminho estreito.
Luiz sente que os Hons começam a conseguir avançar um
pouco e olha ao lado, aquela guerreira, quase de seu tamanho, en-
trar em campo em uma dança de espada e corte, cortando tudo
pela frente, avançando, o que fez os Hons retomar as posições,
Plout podia não gostar de Diana, a Guerreira, mas Luiz, que nunca a
viu lutar, viu a moça avançar, cortando, quase uma dança.
Ele começa a avançar, e quando a ultima estava com uma es-
pada fincada a cabeça ela baixa a espada, a frente da maior e olha
para cima e pergunta.
— Porque matar inocentes Eterno?
Luiz olha uma imensa luz vir sobre ela, forte a ponto de em
plena começo de tarde, desviar os olhos.
— Guerreira, os desafios foram lançados a muito, não se se-
gura o que foi projetado, não se para o que foi estabelecido, tudo é
caminho, e todos que param no caminho, o tempo os deixa inútil e
os transforma em lendas, mortas lendas.
Diana olha para cima e fala, seus olhos mal conseguiam abrir
com tanto brilho.
— Os meus eu defendo Eterno, defenda os seus.
Ela pega a espada e se viu mais Niak, ela foi os cortando, Luiz
se apresentou a guerra e até Plout se dedicou mais, a moça estava
cansada quando encosta a espada ao chão e olha para Luiz.
— Obrigada pela ajuda. – Olha para Plout e fala – Tá mole
Plout, pensei que estava em forma.
37
Plout a olha com raiva e ela gargalha.
Os policiais ao fundo olham a moça voltando ao seu tamanho,
a espada se tornar um prendedor de cabelos, na forma de uma es-
pada, e sair pelo lado.
— Quem é esta? – O policial.
— Diana, a Guerreira.
— Bonita. – Fala o policial.
— Mortal.- Fala Plout.
O policial olha os restos do caminho e pede alguém para lim-
par aquilo, isolam a região, parecia que o dia seria de enfrentamen-
tos estranhos.
38
As amazonas avançam cortando aqueles seres, e os dispondo
em pilhas imensas.
Não parava de vir mais, as amazonas cercando a fenda, guer-
reiam com aquilo por mais de 6 horas.
Tesalia olha no fim para Francisco e fala.
— Sumiu, problemas?
Francisco a encara e fala.
— Apareço, pois sei que se estivesse lá, estaria me mandando
embora.
— Lá sou uma imperatriz, aqui, uma amazonas, ambas deve-
riam lhe mandar embora, mas aparece.
Tesalia abriu o portal as costas e Moreira viu as guerreiras
sumirem pelo portal em um fim de dia que se via o cansaço e Fran-
cisco, Moreira nunca vira o amigo em batalha em conjunto com as
Amazonas, sorriu do fim.
— Consegue combustível Moreira?
— Por quê?
— Elas precisam ser queimadas, senão parte de regenera e
voltam a guerra.
— O que são estes seres?
— Dizem as lendas, que quando os índios se perdiam no ca-
minho, Yolokantamulu abria as fendas para o mundo das Ami e es-
tas vinham limpar a bagunça, levando com elas os guerreiros e ín-
dios que conseguissem carregar. Um dia num tempo muito remoto,
invasores, se apoderaram de parte destes seres que eram mortais, e
infectaram as Amazonas com parte de seu DNA, e surgiu os reinos
de Ami, pois estas que viu, não tem rainha, são apenas uma família
de seres com fome, diante de um mundo com comida.
— As vezes seus apoios me assustam.
— Tem coisas que aconteceram hoje que foram mais assus-
tadoras que isto.
40
Diana dá as costas e começa a retornar pela rua, novamente
mudando sua aparência, deixando as bruxas ao longe mais intriga-
das ainda.
Dara olha para fora, e viu aqueles seres brancos a rua, pensou
ser uma miragem, vinham no sentido de sua casa, ela olha seu avô
parar ao seu lado e falar.
— Parecem Moroi Mort, mas são apenas pensamentos cria-
dos, não sei se seria mais fácil sendo os verdadeiros, mas eles estão
vindo para cá.
— O que é isto Vô, porque está acontecendo?
Tudor olha para fora e fala.
— Dizem as lendas, que as vezes, o eterno limpa um lugar,
para o nascimento de Dragões, que são representações da criação
suprema, os pesos do passado nos são expostos em sonhos, em
carne e em conhecimento, sei que deixei muitos para trás neta, sei
que tenho muitos pesos, eles são inevitáveis.
Dara olha o senhor ficar a frente, viu Tudor em sua forma
humana dispor de uma espada, esta ele cruzou a frente do corpo e
ir a rua, alguns se apresentaram as costas do rapaz, aparência de
jovem, experiência de séculos, pesos de uma vida, avançar sobre os
seres e os cortar, Dara olha a avó e pergunta.
— Qual o risco?
— O passado, não nos põem medo neta, pois ele não existe,
ele é no máximo lembranças, o futuro não existe, ele é para quem
encara o presente e avança, então existe apenas o presente, e se
ele nos apresenta guerra, guerreamos para vencer, se nos apresenta
paz, nos preparamos para os dias difíceis, e se nos apresenta lem-
branças ruins, as rasgamos, seja na folha, seja na espada.
Dara olha o pai cercado ao fundo e pega a espada e entra em
campo, cortando os seres aparentemente humanos, brancos, olhos
vermelhos, cheiro de gorduras podres, esse era o cheiro deles.
Os demais veem aqueles seres estranhos e o grupo os cortar,
quando a policia chega, eram restos em decomposição a rua.
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O delgado chega a delegacia, muitos feridos, muita agitação,
reclamação, pedido de esclarecimento e ele olha a acusação contra
a Dalma e olha para o rapaz do ministério publico.
— Foi você que assinou este pedido?- Delegado Sergio.
— Sim, temos testemunhas que ela matou seres.
— Investigador, quando os seres vierem pela rua, dá uma ar-
ma a este inútil, e põem ele na frente, quero ver ele se defender
sem matar ninguém.
— Não pode fazer isto delegado.
— Estou com a cidade em um caos que ninguém explica, ara-
nhas de dois metros, seres de sangue e terra, aranhas maiores na
região metropolitana, seres brancos como leite, atacando gente na
Agua Verde, uma bruxa de sal, atacando e matando na região da
Santos Andrade ... – Ele olha para fora e o investigador fala.
— Uns seres que parecem siris imensos vem pela rua.
O delegado olha o investigador e fala.
— Liga para Jorge e fala que os Otatos estão na rua nos ata-
cando, e coloca uma arma na mão deste dai, e manda na frente;
— Não pode fazer isto.
— Não queria prender os que estão matando humanos, seu
primeiro desafio.
Sergio saiu pela porta, já armado e olha os rapazes.
— Recua as pessoas, para a rua.
Ele estava vendo os demais saírem e olha aquele rapaz, não
conhecia, surgir na rua, avançar e falar alto.
— Quem quer morrer em alma, hoje é um bom dia. – Pedro,
um Yawara, que os bruxos da cidade chamavam de Laço de Tempo,
se Sergio achava que o rapaz era maluco, viu os olhos dos Otatos
virem sobre o ser e darem um passo atrás, quem era não sabia, mas
fez sinal para os demais apoiarem as costas.
O rapaz do ministério publico estava com uma arma e olhava
assustado aqueles imensos siris, que soube que o Delegado sabia o
que era.
Pedro a frente transforma suas mãos em garras e começa a
avançar cortando aquelas almas, os seres começam a recuar, mes-
mo grandes, mesmo em almas, Otatos continuam covardes.
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Pedro avança por um lado, e sente quando os seres ficaram
cercados, ele corta o ultimo e olha aquela moça, com rosto de ca-
veira, lhe olhar e olhar.
— Pensei que tinha um exercito os fazendo recuar.
— Os matando uma segunda vez.
Dalma olha Jorge, lembra do rapaz, a primeira impressão foi
algo nada bom, mas já fazia uns poucos anos.
Dalma olha para o rapaz do ministério publico e volta a sua
forma, olhando o delegado.
— Problemas Delegado?
O rapaz do ministério publico vendo aquela moça, vindo da
forma de um lobo com rosto de caveira, para a forma de Dalma,
recua, talvez tenha entendido que não era apenas uma moça que
estava pedindo a prisão.
Sergio olha o rapaz e fala.
— A cidade lhe deve rapaz.
— Melhor eles nem saberem quem sou senhor.
O rapaz saiu e o delegado olha Dalma.
— Quem é este?
— Enquanto enfrentávamos aqui, ele segurou com forças da
mata, os seres no litoral.
— Sem nome?
— Uma pedra a mais no caminho de Magog.
Sergio olha o rapaz do ministério publico saindo ao fundo e
fala.
— Sabe que eles depois que termina, se viram contra nós.
— Isto que o rapaz quis dizer Delegado, pessoas como ele,
que surgem nas guerras, batalham e somem, são mais eficientes do
que os que aparecem e na hora não estão por ai.
Dalma olha Jorge e fala.
— Esta noite parece que o cheiro começa a mudar.
Jorge olha para cima, sente o cheiro e fala.
— Como aprendemos algo com todas estas mortes.
— Não sei. – Delegado Sergio.
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45
J.J.Gremmelmaier
Conhecimento
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Amanhece com um cheiro forte de rosa seca ao ar, alguns não
reconheciam o cheiro, mas Jessica sai a rua, sai a caminhar, passa
sobre o trilho e caminha até a formação, ainda se via os caules, e
neles os espinhos novos ganhavam pontas cortantes, ainda apenas
em energia, acima, as rosas secas, mas ainda inteiras.
Ela olhava a formação e ouviu.
— Veio ver a casa de quem diz querer longe?
Ela olha o rapaz, Pedro, quantas pedras nesta historia.
— Não, sabe disto.
— Não iria me falar da gravides?
— Eu não queria que chegasse a ele, e agora fica difícil, com
todos falando disto.
Pedro a olha cobrando, ela tenta não desviar a atenção e fala.
— Começa a parte que nunca entendi, recordar e aprender
com o passado, não parece algo que permita alguém chegar ao co-
nhecimento.
— O que este senhor aprontou, quantos morreram por que
ele soltou algo. – Pedro.
— Isto que tento entender Pedro, sei que se aproxima, se
aproveita desta minha fuga, mas sabe, nunca disse que o amava,
não me cobre o que falamos sinceramente.
— Mas disse que o iria esquecer.
— Disse que precisava de apoio para isto, mas esqueço,
quando o ser é entrelaçado pelas mãos do Eterno, não existe força
que eu faça, que você faça, que o desenlaçara das mãos do Eterno.
— Não entendi.
— O que você acha ser uma praga, parece ser a energia que
estava destoante dentro dele, desequilibrada, ele deve ter lido algo,
ou aprendido algo, que lhe permitisse viver sem isto.
— Mas isto significa oque?
— Não sei, pois o que ele pôs para fora, era o que o permitia
levar muitos tiros e não morrer.
— E como algo assim pode causar tantos males?
— Não está fazendo males Pedro, sei que não entende, mas
ele está forçando a tomada de atitude, muitos estão no meio do
caminho e não terminam seus conjuntos de ações, o que gera o
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problema, a energia é pura, agora ela vai mostrar o terceiro ponto
desta força, mas tem razão, muitos morreram ontem.
— Vai tirar a criança?
— Não. – Jessica sentindo a energia e falando.
— Vai ser um dia comprido.
Ela olha a rua e olha a menina já de 6 meses chegando e a
olha desconfiada.
— O que faz aqui?
Thamis olha Jessica e fala.
— Poderíamos conversar sem pedras?
Jessica olha a menina e não entendeu.
— O que teríamos a conversar.
Thamis a olha, ela não perguntaria aquilo se não achasse que
teriam coisas a conversar.
— Sentamos e conversamos. – Jessica.
Pedro olhava aquilo como algo a entender, as duas sentam
em um pequeno elevado do outro lado da rua, fora um muro, hoje
apenas um amontoado de tijolos e ouve.
— Jessica, o que entende de Yawaras?
Jessica olha a menina, ela indo direto ao assunto com Pedro
ouvindo, pensa no que falar e responde.
— Uma espécie transumana, dizem que vocês surgiram junto
com a evolução do norte da África a 90 mil anos, se espalharam, as
espécies transumanas chegam ao primeiro império planetário, a 80
mil anos, um supervulcão explode na indonésia, espalhando e enco-
lhendo enormemente as espécies, o voltar a natureza, matou 99 a
cada 100 no planeta nos 70 anos após o evento, destes sobreviven-
tes espalhados em um planeta congelando, mil anos após, 22 famí-
lias, espalhadas no planeta, a proliferação humanoide nos últimos
30 mil anos, com todas as linhas vindas sendo férteis entre si, gerou
o caminho que estamos, vocês em muito, quando escolheram se
misturar, ajudam no espalhar dos humanos e aproveitam para se
espalhar novamente.
Thamis não parecia querer saber da historia, e sim de algo
que não conseguia explicar.
— Sei que deve estranhar Jessica, mas abriram uma porta em
minha vida, e descubro que tudo que sentia, não faz sentido, os
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cheiros me dizem até se a pessoa está mentindo ou com raiva, me-
do é o mais fácil.
Ela olha as mãos e transmuta apenas a mão.
— Mas toda esta energia, deixa tudo a flor da pele, tudo em
evolução avançada, eu não entendo o que os demais querem, mas
sei que tudo a volta está transmitindo, não sei o que é isto, talvez
por eu ter pouco a tirar, sinto a energia tirando dos demais, absor-
vendo, crescendo, e quanto mais parece fraco, mais forte eu sinto,
nas primeiras horas, achava que era muito fraca a força, mas como
se via as reações físicas, pois era difícil manter a forma humana para
Yawaras, a nível de potencia, parecia bem fraca, ontem o cheiro era
de rosas, uma cidade cheirando a rosas, a energia era maior, tanto
que no primeiro dia, não houve violência, no segundo, começa a
destruir e gerar guerras sejam internas ou externas, este complexo
de coisas gerou guerras e posicionamento ontem, mas hoje se diz
que é conhecimento que está proporcionando, mas me sinto confu-
sa.
Jessica estava mastigando ainda as palavras e olha a menina,
duvidas fortes e incertezas.
— Tenho de pensar sobre isso Thamis, pois em parte o que
falou, parece mesmo ter sido assim, mas temos sempre de procurar
uma segunda e terceira forma de pensar a mesma coisa.
— Ontem quase me senti traída por João, mas lembrei que foi
disto que ele queria se livrar, do peso de parecer forte, receber as
reações físicas, e aprender com isto.
Jessica ouve aquilo, sempre via João tentando falar que aqui-
lo não lhe fazia bem, porque não o faria bem? Era o que ela pensa-
va, mas olhando agora, para o que Thamis falava, parecia fazer sen-
tido, o conhecimento ficava nele, ele a cada enfrentamento ficava
mais frio, mais distante, e por outro lado, dominava mais coisas.
— Ainda pensa nele? – Jessica.
— Eu o ferrei e ele me ajudou, ele nunca me olhou como mu-
lher, apenas como uma criança.
— Não respondeu.
— Ele é especial, seja imortal ou mortal, apenas não sei o que
ele estava pensando quando soltou isto, pois pelo que a própria
linha de energia diz, é que ele agora é mortal, esperando que o
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Eterno o diga o caminho, e caminhos para o eterno, é morte, sem-
pre foi, não sei quem me disse isto.
Jessica para na frase, se perguntara porque ele se afastara, se
ele era mortal, estar ali era estar morto, ele sabia que muitos o odi-
avam, e ódio com o poder que se tinha em volta, seria morte.
— As vezes queria o esquecer Thamis, e sei que é mesquinho
este meu sentimento, mas ele não se preocupou em nos poupar, ele
soltou a bomba e nem falou, alguns duvidam que foi ele, mas é só
olhar a casa dele, ele não deixou duvida que foi ele.
Thamis sorriu e Jessica não gostou do sorriso.
— Tens muito ciúmes para acreditar nestas suas palavras Jes-
sica, sei que está tentando achar uma forma de sair disto, mas ele
não teria de nos avisar, nós nos afastamos, duvido que não tenha
tentado falar algo, se tentou até comigo, sinal que ele estava se
despedindo, e tenho certeza, todas estavam pensando que ele não
sairia.
Jessica olha com raiva, mas a menina sorria.
— E acha tudo que falou, e ainda não o culpa?
— Eu não sei o que foi a vida dele, pensa, ele é um até os 10,
dai tudo deve ter mudado, pois ele perde a mãe, se ele aprendia e
se preparava até os 10, os próximos 10 anos vão ser de teimosia,
pois tudo se virava contra ele, você mesmo falava que se alguém
atirasse na quadra ao lado, de algum jeito a bala viria no sentido
dele. Mas como disse, a força espalhada está aumentando, ontem
gerou discórdia, hoje, não sei o que vai gerar.
— E acha que vai piorar? – Pedro.
— Eu tento entender, mas algo está mudando, e se conheci-
mento é distribuído em Paz, teremos paz, se é resultado de guerras,
teremos guerras.
Jessica olha a formação e ouve Pedro que fala.
— Isto parece em parte, a planta que segurou o Iguaçu quan-
do da morte de Wasser, o cheiro dela era este.
Jessica olha para Thamis e fala.
— E se todo entendimento estiver errado?
— Totalmente não diria Jessica, mas e se o problema ainda
estiver enraizado na cidade, tentando renascer.
— Está falando do que Thamis.
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— Algo forte pode ter sido preso ao local, ou induzido ao lo-
cal, quando se olha os eventos que se desencadearam a partir da
cidade, tem de ter algo aqui, um universo de coisas surgiu e ressur-
giu na cidade, podemos por nisto, Laikans, Hons, uma Guerreira de
Mundos Criados, você, sua prima, Tudor de Buzau acabou aqui,
aquele rapaz que vira pedra, Luiz se não me engano, aquele Pedro
Rosa, que dizem andar com um anjo de nome Beliel ao lado, mesmo
João, com Nemahiah, seres como eu, que nem sabia minha origem,
mas que estamos aqui, a própria vinda de Peter Wasser para cá, não
sei se pode ser tudo coincidência, mas o que conheço dos demais
lugares para ter certeza. – Thamis.
— Agora me confundiu.
— Jessica, a planta que segurou as forças de Wasser a terra
através da agua, tem cheiro daquele ser que surgia ao lado de João,
alguém como Wasser deve ter deixado muitas possibilidades para
voltar a vida, mas o que estou dizendo, é que a planta ali, assim
como aquela vez no rio, tem um apoio maior, não é João fazendo,
não é apenas uma força interior, é uma força com vontade.
— Algo que poderia estar ao lado, induzindo João e não verí-
amos? – Jessica.
— Sim, sempre estranhei pois longe de João tinha vontade de
perguntar algumas coisas, mas perto dele nunca lembrava ou con-
seguia, coisas referente as ações dele.
— Ele puxava tanto para ele, que era difícil ver outro ali. - Jes-
sica. – Mas o que seria?
Thamis aponta a planta e Pedro pergunta.
— Mas que planta é esta?
— A arvore da vida, mas ai vem a pergunta, o que é a verda-
deira arvore da vida, pois teorias existem aos montes, mas ela é
símbolo de força, de desafios, de conhecimento e de elevação espi-
ritual. – Thamis olha Jessica olhar a arvore e falar.
— E como alguém teria dentro dele a estrutura da arvore da
vida. Porque alguém nasceria assim? – Jessica.
— Não esquece, eu não entendo disto tanto, mas João era
daquelas pessoas que não morriam fácil, pois a arvore não se mata
com um tiro, ele tinha o conhecimento limitado ao que lhe era
apresentado, ele não parecia nunca disposto a viver o dia a dia, e
51
sim abrir novos caminhos, não parava em uma discussão que não
achasse necessária, tanto que com 4 moças encima dele ele ficou
sozinho.
— Nós o deixamos, não ele nos deixou Thamis.
— Ele nos deixou sair, ele poderia tentar nos por no caminho
dele, mas parecia preocupado com algo dentro dele, e tudo me
indica esta planta que muitos filmam, fazem teorias, mas vim con-
versar, precisava dividir isto com alguém, antes de ficar maluca com
tanta informação entrando.
Jessica olha o delegado Sergio parar o carro a frente e olhar
em volta, fez sinal para ele e ouviu Thamis.
— Este oculta quase tudo Jessica, ele as vezes parece tão
calmo, como se não estivesse mais ali.
O investigador olha as moças e fala.
— Vou manter o perímetro.
O delegado atravessa a rua e olha Jessica.
— Podemos conversar?
— Sobre o que?
— Liguei para João Gomes ontem, e uma coisa não me sai da
cabeça, ele foi bem claro, se ele estivesse aqui, seria bem pior, e me
pergunto, como poderia ser pior?
— Ele está bem? – Thamis.
— Disse que estava comprando roupas, que segunda estará
ai. Mas parece ainda loucura, as câmeras de segurança colocam
gente que nem conhecia, que Raiska desconhece quem são, em
enfrentamentos mortais ontem.
Jessica olha Thamis e fala.
— Estávamos conversando a três, e uma coisa passou desa-
percebida, e não sabemos ainda o que delegado, mas esta planta
em energia, se formou em espécie a beira do Iguaçu na morte de
Wasser, a planta que segurou o fluxo do Iguaçu e inundou as duas
margens do rio.
— Tem certeza disto? – O Delegado.
— Não temos certezas, temos teorias, mas conversávamos
sobre isto, e se Wasser para renascer, fixou sua existência numa
arvore da vida, implantada em alguém, para ter a certeza do renas-
cimento.
52
— Está dizendo que está é a arvore da vida? – Sergio.
— Parece com ela, mas como falávamos, somos jovens para
ter certeza, e ontem muitas mortes se fizeram na cidade por esta
planta.
Jessica pensou um pouco, Pedro a olha, ela vê que ele queria
falar e pergunta.
— O que quer falar Pedro?
Pedro olha o delegado, Thamis, devolve o olhar de Jessica e
fala.
— Agora eu que vou falar besteira.
— Fala de uma vez. – Jessica.
— Nane sempre falava que uma das coisas que Wasser mais
falava, é que o povo simplifica Deus para o modelar a si, eles sem-
pre simplificaram Deus para tentar não entender, mas o moldar aos
seus interesses, e pensei, a arvore parece com a outra, mas não é
igual, nós que tentamos sempre jogar no mesmo papel, para enten-
der separando, como os Morois, em varias lendas, ou Deus, na Trin-
dade impossível, para se adaptar a nossa crença.
Thamis olha em volta e fala.
— Cheiro de cães chegando.
— Quais? – Jessica com o olhar de Sergio, que queria saber.
— Guairacás.
— Eles vem com os ânimos alterados Jessica. – Thamis.
O delegado olha aqueles rapazes chegando, como diriam os
demais, apenas arruaceiros, mas os policiais do outro lado da rua
viram o delegado olhar eles acalmando e Thamis sentir um cheiro a
mais, não conhecia, cheiro estranho de fogo molhado, um único ser,
os rapazes os cercam e Jessica olha para Andrei e pergunta.
— O que faz aqui rapaz, em grupo para enfrentar duas meni-
nas?
— Não a viemos enfrentar, apenas se não nos deixar parar is-
to, muitos dos meus morreram.
Jessica sorriu e Thamis olha o rapaz e fala.
— Se acha que pode enfrentar algo assim, depois não reclama
que não o detemos, pois é bem isto, vocês vem em grupo, ameaçam
e depois que se dão mal, nos odeiam. – Thamis olhando o rapaz.
— E porque nos daríamos mal?
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— Sabe o que enfrenta?
— Isto dai.
Thamis olha o rapaz.
— Isto ai esta destruindo a cidade, ou paramos isto ou vamos
ter mais guerras, mais perdas.
— O problema é que não sabemos o que é isto, enfrentar al-
go que não entendemos, é sempre gerar mais problemas, mesmo
quando parecemos vencer algo.
Os rapazes não se contiveram, e avançam, se viu eles entran-
do na região próxima daquela imensa emanação de energia, agora
com varias ramificações de galhos altos, aparência de galhos altos e
de folhas secas.
O delegado olha o rapaz do dia anterior se aproximar e lhe
olhar.
— Perdido na região sul.
— Afasta os curiosos delegado. – Pedro, o Yawara.
— Problemas?
— Alguém sabe o que é isto?
— Não ainda.
— É nítido que vai começar a perder as folhas, alguém sabe o
que isto faz quando tocar o chão?
Thamis recua e o rapaz a olha, sorri e recebe um sorriso de
volta e fala.
— Porque sinto discórdia vindo de todos os lugares Delegado,
e o centro está neste lugar.
— Os Guairacás querem deter isto. – Sergio.
O olhar do rapaz e o recuar de Thamis fez Jessica fazer sinal
para o outro Pedro recuar, e os Guairacás estranham.
O Yawara olha para Thamis e pergunta.
— Consegue correr com esta barriga?
— O problema, é que se cair folhas e for algo ruim, será sobre
toda a região, não a cidade, mas muitas cidades a volta.
O rapaz chegara ali pela primeira vez naquele dia, realmente
estava em uma parte da cidade que não conhecia, olha os Guairacás
avançarem e olha ao fundo alguns rapazes e fala.
— Talvez tenhamos de ajudar a tirar eles de lá Delegado.
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— Certo, não os quer mortos, mas o que acha que vai aconte-
cer? – Sergio – O que é você?
— Em espécie a da moça gravida ali, em maldição, um laço de
tempo, então prepara os rapazes delegado, se algo começar a dar
errado, temos de ser rápidos.
Andrei chega ao local onde aquilo parecia emanar e olha o ao
lado.
— Trouce?
— Sim.
Ele pega um sal grosso do bolso, e olha para os demais ao
longe.
— O que eles observam?
— Covardes, apenas isto. – Andrei.
Andrei começa a dar volta em torno daquela energia que
emanava do chão e erguia-se imensamente e depois criava galhos
para todos os lados, espalhando aquele sal ao chão, outro rapaz foi
cobrindo com gasolina, se afastam um pouco e colocam fogo, eles
estavam a olhar se a arvores de energia sentiria aquilo.
Andrei olhava para a energia alargar e jogar sobre eles e so-
bre as pessoas a volta o fogo, começam a sentir o fogo, as pessoas a
volta tentando se afastar e aquele fogo vindo sobre eles.
O delegado olha aquele fogo vindo, e o rapaz ao lado, pega
uma pedra ao chão e atira lentamente para cima, ele estranha, o
fogo para, e começa a recuar, o rapaz olhava a pedra subir, e come-
çar a descer, ela para ao ar, e vê o rapaz olhar para ele e falar.
— Hora de tirar os demais de lá.
Os policiais olham o fogo parado, os rapazes quase atingidos,
e viram o rapaz avançar e tirar dois, os rapazes chegam e foram
afastando as pessoas e o delegado ouviu.
— Pelo menos 100 metros, e não sabemos o que vai aconte-
cer depois.
Eles retiram as pessoas, afastam os curiosos e Pedro ao longe
olha a pedra cair, e o fogo voltar a avançar e olha aquilo parar a uns
30 metros dele, casas ao lado, agora vazias, pegavam fogo.
Andrei olha o rapaz, ele não entendera, ele vira o fogo avan-
çar, sentiu o fogo, depois o recuar do fogo e pergunta.
— O que é você?
55
O rapaz não iria discutir, ele se transforma em uma imensa
Onça e começa a avançar.
Thamis olha aquele ser, era como ela, não era mais um Guai-
racá e tão pouco um Yawara, pela primeira vez viu alguém como
ela, que fora induzida a achar primeiro que era uma Guairacá, de-
pois sentiu a Yawara no seu interior.
Uma coisa era falar, sou um ser especial, outra era ver o ser
se transformar em uma onça e sair calmamente dali se afastando
para a mata ao fundo.
A energia ficou mais forte, Jessica olha Thamis se afastar
olhando para a energia bem acima, olha o delegado e fala.
— Eles sentiram algo, não entendi. – Jessica.
— A energia geral Keka, tá bem menor, não sei como você
sente isto, mas está bem menor. – Pedro.
Sergio olha o ser bem longe e fala.
— Aquele rapaz quase que sozinho, deteve a investida de
Otatos no leste da cidade ontem.
— O rapaz de Morretes Keka.
Jessica tenta lembrar e olha em volta.
Sente algo estranho e vê aquilo atravessar ela, Pedro e o de-
legado, olha a folha imensa de energia caindo ao chão, e olha as
mãos, ela uma vez sentira aquela sensação, agora pela segunda vez
e olha para o delegado.
— Não sei ainda o que pode ser isto delegado, mas as pessoas
vão estar confusas a rua.
Ele olha as mãos, olha em volta, tentando entender o que
sentia e pergunta.
— O que é esta coisa verde a sua volta? – Sergio.
— Aura de humano, como a sua. – Jessica.
Pedro olha as mãos e fala.
— Disto que falavam, o poder de saber se afrente temos um
humano?
— Sim, mas as vezes tem de entender, tons distintos de ver-
de, geram filhos entre si, mesmo que sejam espécies a muito sepa-
radas, as brancas, dizem ser as imortais, e geram descendentes com
qualquer aura, e os que não tem aura.
— Como alguém não tem aura?
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— O que me aproximou de João foi não ver aura nele, todos
os demais tinham, sei que tem ciúmes, depois de um atentado a ele,
passei a ver a aura dele, humana, e em meio ao enfrentamento em
Morretes, a aura dele foi para o branco.
— Está dizendo que ele é um imortal? – Delegado.
— Ele queria se livrar da aura branca, não sei se é possível,
mas ele começou a controlar a sua aura, a deixar invisível aos olhos.
— Acha que ele se livrou do peso, e o peso é isto ai a frente?
– O delegado.
— O senhor falou que ele afirmou que ele aqui seria pior, en-
tão ele tirou dele algo, antes que isto o dominasse, e na crença dele,
uma magia dentro de um ser vivo, é das coisas mais difíceis de se
deter, imagina dentro de alguém quase imortal.
Pedro a olha e fala.
— Já o defendendo.
Jessica sorriu e ele ficou a olhando revoltado.
— Certo, esta dizendo que dentro de alguém, poderia ser
bem pior, mas não se manifestaria assim. – Sergio.
— Dizem que algumas entidades de Orun nasceram assim,
uma entidade, domina um ser e o faz evoluir, toma sua ciência e
quando todos o idolatram, vive na paz dos campos de Orun, a caçar
almas que o dedicaram a vida. – Jessica.
— E quem entenderia disto?
— Este sim um rapaz que meche comigo, mas ele nunca se
aproximou.
Pedro a olha desconfiado e pergunta.
— Quem mais vai por nisto?
— Meu professor de matemática, mas ele não me dá bola, sei
que sempre olho os mais velhos Pedro, e não me culpe, eles não
ficam se fazendo, eles apenas são eles, e impressionam.
— Tem algo com seu professor? – Sergio.
— Não, ele foge de mim, como João fugia.
— E o que ele saberia?
— Só perguntando para ele, Pai de Ogum, numa casa de Um-
banda no centro, fácil de achar no São Francisco.
Sergio anotou e perguntou.
57
— E pelo jeito, este evento está informando todos que são
parte dele, e se duvidar, teremos peregrinações para cá. – O dele-
gado.
— Pelo jeito todos serão informados de algo, e não sei o que
ainda, mas é o começo, não esquece. – Jessica olha Pedro e fala –
Vamos.
Os dois começam a voltar atravessando o bairro a pé.
Diana Souza olha para fora, sabia que não tinha como fechar
a ligação dela com a irmã, mas sabia que aquela energia atravessa-
ria os mundos, e uma coisas foi clara, quando naquela manha andou
pelo mundo de Eli, em um cavalo que montou ao campo, que todos
os não animais normais, eram humanos, as auras deixavam bem
claro isto.
Se distinguia até seres de auras que vira a rua, como os Mo-
rois e os Yawaras, todos sonhavam, em algum momento interagiam
com aqueles mundos, mesmo os mais brutos, tinham uma alma
humana por trás.
60
Em Curitiba Cristiane chega a casa de Tudor de Buzau e pede
para falar com Dara.
Dara estranha, mas olha a moça e pergunta.
— Problemas?
— Yawaras não são seres feitos para se arrepender do passa-
do, acho que todo comedor de carne, não deveria passar por isto.
— Estão saindo do comando?
— Soube que foi visto um Yawara na cidade, que parece se
controlar, saberia me indicar o caminho.
— Vamos lá, ele mora no município do lado.
Cristiane estranha a prontidão.
— Aceitou muito fácil.
— Nós sabemos o que está acontecendo Cristiane?
— Não, mas dizem ser uma força emanada na sua cidade, e
nem quero chegar perto dela.
— Emana de onde ouve um dia a casa de João, lembra dele?
— O que houve?
— Ele era estranho, mas enfrentava, não conheço ninguém
que o faça. Alguns falam que ele saiu da cidade na segunda e tudo
começou, dizem que ele está em Florianópolis, mas não sei.
— Acha que ele está se vingando porque o deixamos? - Cristi-
ane olhando serio.
— Acho que algo estava dentro dele, mas vamos lá, não en-
tendo de Yawaras.
As duas vão a porta da fabrica que o rapaz trabalhava, tudo
estava meio parado, as pessoas estranhas evitam erros, então al-
guns não compareceram.
Ele sai e olha aquela moça de olhos azuis olhando-o, o cheiro
falava por si que era alguém a o esperar e para a frente.
— O que aconteceu com o mundo para duas mulheres me
esperando a porta, na saída. – O colega ao lado passou direto e
Cristiane pergunta.
— E como saberia que o esperamos?
— Paradas, olhando-me, o cheiro, coisas estranhas, mas no
que posso ajudar?
Cristiane olha o rapaz e fala.
61
— Os nossos estão fora de controle, e todos falam que você
se controla, e não quero perder a família por que não sabem como
se controlar.
Pedro estica a mão e fala:
— Pedro.
— Cristiane, podemos conversar em outro lugar.
— Sentamos a lanchonete ali na frente e você paga a cerveja.
Cristiane fala.
— Me explorando?
— Se não tem nem para a cerveja, começo a me preocupar
com o que quer moça. – Pedro a olhando.
Ela sorri e atravessam a rua, sentam-se e ela fala.
— Porque parece calmo com tudo que está acontecendo.
— Tudo?
— Esta energia caindo.
Pedro pede uma cerveja, quarta não era para muitas, mas se
iria conversar sobre coisas anormais, melhor tomar uma.
— O que quer saber, pois que saiba, todo Yawara por nature-
za é calmo, as mulheres bem mais agitadas, mas os rapazes, muito
devagar.
— Eles tem sofrido com lembranças desagradáveis e estão fi-
cando irritados demais.
— Só eles?
— Sim.
— Moça, tem de considerar que a sociedade que fomos inse-
rindo, sem eles perceberem, é machista, todo Yawara deveria saber
que somos assim por motivos bem reais, desenvolvemos quase 5
anos depois das moças nossa maioridade hormonal, então ficamos
muito mais tempo na infância, mas a sociedade a volta, ignora isso
segurando a maioridade para a do homem, e não para a da mulher,
para que ambos sejam equilibrados pela lei, mas sabe que nos gru-
pos, isto não funciona, então eles querem a sociedade a volta, im-
pondo regras, e desculpa, isto é coisa de Yawara que nem sabe se
transmutar direito.
Dara sorriu, o rapaz defendia uma sociedade matriarcal,
aquela que seu avô pregou nos primeiros anos, mas com o envelhe-
cimento de sua avó, os demais passam a ser patriarcais, já que Tu-
62
dor não envelhecia e todos queriam um líder que estivesse ali, nem
que em 3 mil anos.
Cristiane olha para Pedro.
— Mas como os coloco no lugar?
— És de onde, já que a sociedade local não fala tão arrastado
no r e não parece ser unida.
— Ponta Grossa.
— A líder Yawara de lá, que tem apoio das matriarcas do pas-
sado, que tem de se posicionar, todo resto não vai contra a líder, se
eles forem, função de líder, é mostrar as garras moça, e os por no
lugar deles.
— Mas eles vão me odiar.
Pedro sorriu, acabara de saber que a moça era a líder dos Ya-
waras em Ponta Grossa, e estava a sua frente.
— Não entendeu moça, eles querem o seu lugar, então eles
vão lhe odiar, ou você os vai odiar.
Dara olha Cristiane e fala.
— O que ele está dizendo que se não se posicionar, eles en-
venenam todo resto contra você, eles já tentaram antes com a líder
dos Guarás de lá, lembra, a prenderam e investiram contra você.
— Sim, os cães são mais traiçoeiros, mas como me posiciono,
aquele arrogante do João intercedeu todas as vezes lá.
— Ele oque? – Dara.
— Ele que me deu o caminho, eu nunca havia invocado as
matriarcas, sabia as palavras, mas jurava que nada aconteceria.
Pedro olha a moça e fala.
— Se alguém já a preparou para isto moça, agradeça, pois a
maioria de nós, aprende apanhando, sabe disto, ou morrendo.
Cristiane sorri sem jeito e fala.
— Acha que devo me posicionar?
— Tem de ser você, todo resto segue a líder, se eles lhe ve-
rem como alguém fraca, eles lhe isolam e pronto, tomaram o poder.
Pior, depois quando precisarem de forças dos antepassados, eles
tentarão invocar as Matriarcas, pois os patriarcas são uns folgados e
preguiçosos e se perde mais uma família.
Cristiane parecia querer que alguém resolvesse para ela, e is-
to a deixava insegura.
63
— E não teria como ajudar? – Cristiane.
— Não entendeu nada ou não quer enfrentar moça, pois se
eu enfrentar, eles vão mesmo perdendo, se sentir vencedores, pois
você foi a um macho da espécie para solucionar o problema.
— Mas não controlo tão bem as coisas assim.
— Ninguém controla totalmente, uma vez em campo, rasga-
mos, cortamos, mordemos, não é questão de alternativa, uma vez
em campo, batalhamos, o animal fala alto, mas sabe, o animal nos
Yawara, é nas fêmeas muito mais forte.
— Pelo jeito vou a mais um enfrentamento, e tenho medo de
perder tudo.
— Moça, todos a volta que se recusaram a batalha estão per-
dendo, e não temos como ajudar.
— E vai fazer o que?
— Achar uma verdadeira líder, dos Yawaras e induzir ela a
tomar seu lugar na cidade.
— Conheceu alguém a altura? – Dara.
— A única pessoa que ouvi que estava recebendo informação
com a energia, não a compartilhando.
— Alguém que pudesse ajudar? – Cristiane.
— Uma criança ainda, gravida pelo que reparei, sexto mês,
mas com um cheiro de tempo, ela vem das linhas antigas, e parece
que vai ter os filhos sozinha, não tinha cheiro de ninguém em sua
vida.
Dara sorriu e perguntou.
— Por acaso está falando de Thamis, ela não era uma Guará?
– Dara olhando o rapaz.
— A conhece? – Cristiane.
— Amenina gravida que grudou em João.
Cristiane olha para Pedro.
— Mas ela é uma Guairacá.
— Não, ela tem o cheiro das duas famílias, ela é de uma linha
antiga, ou o ressurgir de uma linha antiga, anterior a divisão das
famílias.
— Falou com ela?
— Só vi de longe, mas é alguém a apoiar, pois ela sim não sa-
be a encrenca que está enfiada moça, pois ela não tem ideia do
64
potencial, enquanto você nitidamente vive em uma família de Ya-
waras, ela parece vir de uma família de humanos, que ignora a sua
origem.
— E não tem mesmo como ajudar.
— Tenho, mas falei o que vai acontecer se o fizer, eu sem
imaginar isso, interferi na comunidade de Morretes no passado,
hoje são tão humanos como os demais a volta.
— Já viveu isto? – Cristiane.
— Eu vivi a guerra contra Magog, uma guerra com a perda de
muitas famílias.
— Certo, vocês se espalharam e perderam as origens, nesta
guerra, e parece querer a reerguer.
— Moça, eu sou apenas o Pedro, não sou nada além disso,
um funcionário da empresa a frente, para todos a volta e continua-
rei a ser apenas isto.
— E não quer o holofote.
— Os humanos colocam o holofote geralmente em quem eles
querem ferrar, e a sociedade a volta não é diferente.
As duas saem, Cristiane olha o rapaz terminar a cerveja que
paga no balcão e olha para Dara.
— Ele não ajudou muito.
— Acho que ele lhe deu o caminho, lhe mostrando que eles
não estão sobre influencia, eles estão usando uma desculpa, para
lhe ferrar, você com pena está se recusando a os por no lugar, e no
fim, se não se posicionar, eles podem fazer com você o que tenta-
ram com Yany.
69
Ricardo sorriu, mais um culto, mais gente, Paulo olha a cesti-
nha de doações, não entende, as pessoas por bem, sentindo-se
aliviadas, estavam a doar sem pedirem.
Paulo senta-se ao fundo no fim do culto e olha para Ricardo.
— Não quer descansar um pouco, faço dois cultos, entendi a
ideia, você está os deixando falarem com eles mesmos, falando que
existem pesos pessoais e externos, mas que Deus ao lado, quer a
sinceridade, e que conversem com ele, não precisando confessar
pecados e nem está dando exemplos, pois todos sabem as leis de
Deus, uma pregação que pode os deixar leves Pastor Ricardo, mas
corajosa, e diferente de tudo que já havia o visto pregar.
Ricardo olha em volta, sente a mudança de cheiro e fala.
— O rebanho precisa sentir-se protegido, nestas horas, não é
toda hora que eles precisam de nós, mas também não é toda hora
que algo divino se manifesta, mesmo que seja negativo, está nos
pondo em alerta Pastor Paulo, então é nesta hora que mostramos
quem somos.
— Se está é a mensagem que quer passar, pode ter certeza
Ricardo, eu o apoio, quem é a menina, dizem que ela morava com
um senhor, o do local da casa que sumiu.
— Sabe aquele senhor que estava nas imagens, crucificado
por fanáticos em Ponta Grossa.
— Um farsante.
— Ele foi crucificado Pastor, ele não foi o farsante, pois eles o
queriam morto, farsante foram os que fizeram a reportagem e toda
aquela leva de gente sem fé real, procurando um messias em qual-
quer coisa, sabe que a casa era do senhor, ela, alguém abusada por
pessoas da minha antiga igreja, que só achou naquele senhor o
apoio, pois a menina foi abusada e depois todos que pregam amar
ao próximo, a viram as costas como se a culpa fosse apenas dela.
— E a quer ajudar, sabe o problema.
— Pastor, eu ainda não sei o que estou fazendo, acho ser o
certo, e sabemos, nem sempre o certo, é apoiado.
— Mas descansa um pouco, tem de se cuidar também, sei
que o pouco que entrou, é mais que o que arrecadamos no domin-
go, então você trouxe paz a eles, e eles querem agradecer.
70
— Uma hora terei de abrir a mala das doações que disseram
que trouxesse para cá, que era de minha responsabilidade, da outra
igreja, mas Paulo, não é o que me motiva neste momento, o dinhei-
ro, pode nos manter aqui mais tempo, mas no momento, vou acei-
tar a ajuda, descansar um pouco, mas já retorno.
Paulo olha o culto das 21, lotado, em uma quarta, entendeu
que o povo queria apoio, aderiu ao método, viu que as pessoas se
contiveram, oraram baixo, lembrara da frase de Ricardo e a repetiu.
— Não precisam gritar o agradecimento, pois a mão esquerda
não precisa saber o que a direita fez, e Deus, não é surdo.
Maria repara na paz do local, nos rostos leves na saída, ela viu
Paulo pegar as doações, e colocar no cofre e falar.
— Contamos amanha, talvez ele tenha razão, nos desviamos
nos pequenos atos, como na pressa de contar o que não tem impor-
tância, como o arrecadado no culto.
— A muito não via o culto cheio.
— Vamos a uma maratona, sabe que se quiser ir Maria, des-
cansa, cuida do marido, da família, família é a essência da religião,
sem ela, não existe.
Ela sorri e sai, mas ela para a entrada pensando o quanto es-
tava gostoso ficar ali naquele dia.
71
— Não estou falando de justiça, e sim, tradição, pois como
um de vocês, sem me derrotar no braço, será ouvido pelas ances-
trais, como terá o respeito das demais Yawaras, que desculpa a
frieza, é quem acaba ganhando as batalhas para vocês.
— Mas tem de indicar um de nós.
— Não tenho, eu sou Cristiane, e enquanto não tiver um Ya-
wara macho, que me vença no braço, eu lidero, pois não vou deixar
uma família desandar na mão de um fraco, estou esperando, e que
todos saibam, eu sou uma herdeira de Yaraci, neta de Yara, bisneta
de Yraci, e que todos saibam, quem me encarar e vencer, terá o
respeito das Matriarcas, pois sem elas, vocês morrem.
Muitos outros a praça ouviram isto e um senhor olha para o
filho e fala.
— Disse que teria uma forma menos doida.
— Ela não pode fazer isto pai.
— Ela pode, somos uma sociedade Matriarcal, e ela deu o
nome das matriarcas lideres de nosso povo, até a morte da mãe
dela, então ela falou com todas as letras, meu companheiro vai
estar ao lado da matriarca da família.
— Mas não quero obedecer uma mulher.
— Então para de chorar, e a desafia, sua mãe não pariu um
covarde, que quer algo dado, mas não quer lutar pelo que diz não
ser justo.
— Mas não tenho chance pai.
— Então para de dizer que não é justo, pois estar ali, é en-
frentar os desafio a frente de seu povo, não as costas, senão tem
coragem filho, eu mesmo apoiarei ela como matriarca, ela já en-
frentou antes, sabe como poucos que ela foi a frente e pediu a in-
terferência das Matriarcas, a milênios ninguém o fazia, minha mãe
falava que somente a líder dos Yawaras poderia as invocar, e ela
tem razão, se não a derrotar, não poderá invocar as matriarcas.
— Não quero invocar nada, quero comandar meu povo.
— Não, quer um cargo, pensei que queria de verdade, mas
esqueci que ali estava a filha de Yaraci, não uma qualquer.
— Mas pai.
— Para de chorar filho, isto não cai bem a um Yawara.
72
O rapaz sai revoltado, os demais se afastam e Cristiane entra
novamente.
Todos para dentro entenderam, mas o principal, Cristiane
sentiu o medo dos rapazes, como alguém assim queria liderar os
Yawaras, foi inevitável lembrar de João, e pensar que ele não temia,
isto aproximou ela daquele senhor, que em nada parecia a atrair,
não pela logica, e por um tempo, jurou que fariam um casal, mas
também sabia que ele a colocava medo, talvez os rapazes tivessem
o medo dela, que ela tinha do senhor.
74
75
J.J.Gremmelmaier
Guerreiras
76
Amanhece quinta feira, o cheiro ao ar era de poluição, não de
magia, o inverter da temperatura, fazia que a cidade amanhecesse
com neblina, mais frio, nuvens baixas.
Sergio estava em casa, abraçado a esposa, olhando as suas
coisas, já vivera coisas estranhas naquela cidade, mas estava na
mais bizarra delas, uma morte no Rio de Janeiro tira todas as aten-
ções da cidade, sua companheira, Carla olha-o e fala.
— Vai com calma, lhe amo!
Calmamente pega seu carro e vai a uma casa na região sul, Al-
to Boqueirão, tão próximo ao local, e tão diferente, espera um se-
nhor sair da aula e o diretor do colégio o apresenta.
— Evandro, este é o delegado Sergio, quer lhe falar.
Evandro estranha e pergunta.
— Estou encrencado? – Sorrindo.
— Não, mas podemos conversar senhor.
O diretor olhou atravessado e o delegado falou.
— Eu pago o café.
Evandro sorriu e o diretor não entendeu, atravessam a rua e
param em uma padaria.
— No que posso ajudar?
— Uma aluna sua me indicou o senhor como alguém que en-
tende de entidades, não sei se é real?
— Quem me indicou?
— Jessica Duarte.
— O que precisa, pois que saiba, esta menina sabe bem mais
que eu destas coisas.
— Conhece Joao Jorge Gomes?
— Sim, um vendedor de roupas do bairro.
— Sei que minhas perguntas podem parecer as vezes sem
sentido senhor Evandro, mas é que tentar enquadrar algumas coisas
da cidade, nas leis sem parecer maluco, as vezes gera estas coisas.
Evandro apenas o olha e Sergio continua.
— Ela falou que a manifestação no Osternack, tem o cheiro
da arvore que prendeu o rio Iguaçu, o proibindo correr, e que foi
naquela arvore, ou uma com o mesmo cheiro que Wasser teria
prendido a sua existência, não sei como explicar isto, para renascer
em 3 dias.
77
Evandro olha para o céu, e olha o delegado e fala.
— Sei que ela tenta entender Delegado, mas estas coisas nem
sempre são fáceis de entender, quando ela fala, temos de ouvir, as
vezes ela fala algo que não nos parece logico, mas existe uma logica,
e dentro disto as vezes achamos a resposta, mas uma existência
somente é presa uma vez, a não ser que não fosse naquela outra
planta que ele prendeu, pois o intervalo foi grande.
— Ela falou que as vezes, se prende não em algo, mas em al-
guém algo assim, que assim que nasceram alguns seres do Orun, a
desconfiança dela, parece não conseguir falar ou evitar falar, para
não materializar isto.
— Em quem ela acha que se prendeu parte da existência de
Wasser.
— Em João Gomes.
Evandro olha serio para o delegado e fala.
— Se for isto, toda esta demonstração de força, é desespero.
— Não entendi.
— João está onde?
— Disse estar em Florianópolis.
Evandro pensa, olha envolta e fala.
— Se for isto, João sabia.
— Como e porque diria isto?
— Delegado, a única cidade no sul do país, que tem uma en-
trada travada por mais de 60 mil mortos, é Florianópolis, sempre
estranhei aquele senhor, mas se for isto, o fim não é bom.
— Ele não sobrevive?
— Ele sabe de algo, mas isto quer dizer, a única chance dele
sobreviver, seria longe, sem magia, sem adversários, sem enfrentar,
nada, este ser nunca seria Joao Jorge Gomes.
— A pergunta, existe a possibilidade de ela estar certa?
— Sim, e se for isto, o evento ou estabiliza ou explode em 7
dias.
— Explode? – Delegado.
— Talvez explicasse a estada perto de Magog, ele adora este
tipo de coleta de almas, mortes aos milhares gera almas aos milha-
res perdidas.
— E como detemos?
78
— Não sei, não tinha pensado em uma alternativa Wasser, as
vezes esqueço que aquele bruxo deixava todos olhando para um
lado e forçava para o outro.
— Teríamos como o deter?
— Delegado, Wasser pode ter toda a força do mundo, das
magias, mas é um só.
— E teríamos como o vencer?
— Se for algo dele, sim, o problema é que podemos estar o
dando força, para outra coisa, forças não se extinguem, ou elas são
passadas ou geram reações, e toda ação, gerando uma reação, e no
lugar do ser perder força, estiver focando no absorver, pode crescer
e se consolidar.
— E como descobrimos antes de domingo, pelo jeito é a data
limite.
— Começou na segunda, o limite vai ser na segunda Delega-
do.
— O fechar da semana?
— Sim, as 168 horas, são o que eles chamam de uma semana,
o fechar das 168 horas, sabe onde João estará na segunda.
— Disse que estaria na cidade.
Jorge olha em volta e fala.
— Ele não seria maluco de estar aqui, ele pode morrer Dele-
gado.
— Se tem alguém que conheço, que não teme a morte, é João
Jorge Gomes, senhor Evandro.
Evandro olha o delegado, estava tentando pensar.
— Ele estar aqui na segunda não combina Delegado, isto que
quero dizer, se ele se afastou, deixou algo assim, porque ele volta-
ria, pois ele teria se livrado do problema.
— Acho que você respondeu a isto senhor, este não seria Jo-
ao Gomes.
Evandro olha o delegado e fala.
— Mas ai ele teria um plano.
— Não sei, sinceramente não sei.
— E pelo jeito está conversando com todos que podem lhe
dar um caminho.
— Sim.
79
No centro de Curitiba, a imensa pedra na praça do Atlético,
fazia muitos olharem aquela pedra negra, imensa, mais de 12 me-
tros e Luiz olhava sem saber o que fazer.
— A energia não me deixa ter acesso Plout, nem para ver se
estão bem, tentei erguer, ficou muito grande e pesada, não sei o
que fazer.
Plout se afasta e vê aquela pedra começar a rachar, viu as pe-
quenas Ane começarem a sair, a raiva esta em seus olhos, para den-
tro, tudo avermelhado, Luiz olha as pessoa a volta e fala.
— Afasta as pessoas Plout.
Ele entendeu, seria um ataque de Ane, os Hons começam a
afastar as pessoas, e estas começam a fugir, pensando que os Hons
as atacariam.
Luiz olha a leva de Ane sair pela rachadura e vir sobre ele, viu
a princesa olhar com raiva e falar.
— Vai nos pagar cada segundo que nos prendeu.
Plout olhava as milhares de Ane, quebrando dentes, mas des-
pedaçando aos poucos Luiz, se via dor em dois sentidos, quando
Diana surge a praça e gira a espada ao ar, as Ane olham para ela e
sua armadura se fez, ela olha Plout e fala.
— Protege os demais.
Diana chega ao lado de Luiz e joga sal fino ao ar, as Ane pa-
ram no gosto, e olham em volta e veem Diana, a rainha delas olha
Diana com raiva e fala.
— Acabem com esta moça que acha que pode nos desfiar.
— Uma rainha covarde, manda as guerreiras perder os den-
tes, e fica ao longe, uma covarde.- Diana.
Luiz tentou não rir, pois Diana estava provocando, e aquela
voz vinda de dentro da proteção, parecia mais robotizada. Luiz vê
aquele saco vindo no seu sentido, jogado por Diana que olha os
olhos da rainha com ódio.
— Quanto ódio para quem comeu energia de graça,
Luiz olha o sal perfumado, sente o cheiro e fala jogando para
Plout o saco.
— Faz um circulo em volta.
Plout não entendeu, a rainha olha para Diana e as pequenas
Ane começam a atacar.
80
Os dentes em metal, quebrava, Diana as dava choque e elas
caiam a volta, ela estava andando calmamente até a rainha.
Os olhos de Diana estavam acompanhando sem olhar, a volta
de Plout.
Diana olha para a pedra e Luiz quase leu seus pensamentos,
mas não sabia o que fazer.
Luana surge a rua e toca a pedra e ela começa a encolher, Lu-
iz olha a moça, Plout também e veem a pedra mudar de cor, para
uma pedra branca.
Diana olha as Ane ao chão, e avança tentando não as pisas,
Luana as foi colocando em um saco e Luiz começa a ajudar a bater
nas pequenas Ane, a rainha olha quando as ultimas 10 caíram, e
tenta sair rápido e para na proteção invisível de sal e cheiro, ela
bate e Diana a segura pelas asas e olha ela mostrando os dentes.
— Pensar que achava elas bonitinhas quando tinha meus 7
anos, em Eli.
A rainha olha a guerreira e fala.
— Mas não pode ser a guerreira de Eli, estamos em um pla-
neta.
— Sim, o planeta do seu eterno, no mínimo respeito nós exi-
gimos aqui.
Luana olha Diana e pergunta.
— O que fazemos?
Diana gira a espada rapidamente, se vê o portal se abrir e ela
joga a pequena rainha, pega o saco das mãos de Luana e joga no
portal.
— As matou?- Plout.
— Mundo de Manai, elas tem chances de sobreviver, mas não
terão chance de comer algo físico.
Luana sorriu, um mundo de seres eletrizados, muita energia
no ar.
85
Evandro olha a noticia da prisão de Jessica e vai a delegacia,
e pede para falar com a presa.
O delegado disse que ela estava incomunicável.
— Um motivo para isto delegado?
— Ela é perigosa.
Evandro olha em volta e fala, olhando para o delegado, se-
rio, e alto.
— Não sei sua formação delegado, e nem de seus homens,
mas se tens medo de uma menina de 18 anos, melhor começar a
correr.
— E o que um senhor como o senhor pode fazer?
Evandro foi crescendo, sentido as vestes e Ogum e as cor-
rentes correm levantando todos, as energia corre por elas dando
choques até no delegado que elas levantam apertando e pergunta
calmamente.
— Quem está pagando para isto delegado, um aviso, é sua
vida que vale, não admito mentiras.
— Eles enfrentaram os seres.
— Isto é crime?
— A pressão é religiosa, eles querem estes demônios pre-
sos.
— Eu quero vocês na rua, em 2 minutos, se não vamos ter
proteção deles, vocês vão nos proteger, e não adianta dizer que não
vai delegado, pois você quer prender pessoas que salvaram vidas
em prol de religiosos?
— Não pode nos obrigar.
— És um covarde delegado, vamos o por em uma cela, e sai
de lá, quando pedir a conta.
— Não pode me obriga a pedir a conta.
— O antigo delegado, da 10ª também não quis.
Evandro como Ogum, ergue os policiais, uma corrente abre
uma cela, e ele fala.
— Todos para fora.
Os presos saem e ele coloca todos os policiais na cela.
Evandro olha Jessica e fala.
— Prenderam todos, e algo pesado está acontecendo no
centro.
86
— E lhe tiraram de casa Evandro.
— Sabe que poucos me tiram do serio.
Jessica sai, outros presos saem também e os policiais ficam
gritando do lado de dentro.
87
Ela olha aqueles seres estranhos, e na forma de uma imensa
Onça erguida ereta, como um humanoide fala.
— Pelos tempos que imperaram, proliferaram, intercede-
ram nos campos, convoco as Matriarcas Yawaras e Guairacás, a nos
apoiar nesta luta.
As pessoas que vinham naquele sentido, olhavam a moça e
se afastavam, ela achou que não aconteceu nada, Pedro se trans-
forma ao lado, ele iria para a guerra.
Thamis sente aquela energia passar por ela, olha ela, não
conhecia aquele ser, mas ele não era um felino ou um canino, ele
parecia um misto, uma fêmea, algumas se materializaram, e olham
aqueles seres vindo, as mesmas se põem a frente e vendo Pedro ir
com elas, para a guerra, a menina toma o lado e afiando as garras
veem as matriarcas começarem a passar as garras nos seres, era
uma briga de gigantes, mas os seres se refaziam.
O investigador olha o carcereiro na oitava e fala.
— Vamos ficar só olhando?
— O delegado nos mata.
— Vamos estar mortos se este grupo chegar a delegacia.
O carcereiro abriu as celas e indicou a saída dos fundos, pa-
ra os presos e os policiais se armaram, mas alguns saíram pelos fun-
dos, Dalma olha Luiz e fala.
— Vamos, pelo jeito alguém armou para que o caos impe-
rasse hoje.
Dalma sai pela frente se transformando e gritando ao ar,
não era um uivo, não era um granido, era diferente, as matriarcas a
frente, olham os seres se refazerem, e pensam que seria uma guer-
ra difícil e demorada.
Olham os Laikans surgirem a frente e aquele ser vir com gar-
ras e ódio sobre os seres, Luiz olha em volta e vê Plout.
— Onde prenderam Diana?
— Quinto.
— Tira ela de lá, sabe que ela tem como os tornar pó.
— Sim.
Luiz se transforma e começa a chutar as entradas de agua
das moradias, e aquela agua começa a jorrar, a matriarca viu que os
88
seres se afastavam da agua, mais alguém vinha ajudar e não sabiam
quem era.
92
Os dois vão ao centro, Jessica passa a instrução a Pedro Ro-
sa que passou ordem aos seus seguranças e realmente 3 estavam
cansando Dalma, poderia ser coincidência, mas Diana surge a rua,
vinda de casa, ao céu dragões, por terra, os exércitos de Eli.
Os policiais não sabiam quem eram, mas até os seres recua-
ram, Diana olha todos olharem junto para ela e o avançar deles,
eram um ser em agora 160 corpos imensos.
O Corpo de bombeiro chega pela avenida lateral e liga as
mangueiras e começam a jorrar para a região.
93
João senta-se no saguão, alguns ainda olhavam ele, pois ele
fora noticia nacional, ele se concentra e Yahoshúa que observava ao
longe sente ser puxado para longe da confusão.
O espirito demorou menos de um segundo e estava diante
de João, olha em volta e pergunta.
— O que fez?
Sergio viu aquele espirito ficar visível e olhar em volta.
— Uma dica Yahoshúa, não fica muito por perto.
— Por quê?
— Aquilo é uma ação para Wasser tentar voltar à vida, fica
por aqui.
— Mas o agito está lá.
— Sei, mas se quer voltar a estar preso, fica por lá, e se ele
não conseguir, talvez você seja o primeiro a sentir isto, pois não
estava entendendo o que o prendia ao local, você parece querer
algo que está lá, sua parte, mas neste momento não é seguro.
O espirito olha em volta e some aos olhos e fala olhando Jo-
ão que ainda o via.
— Acha que ele quer retomar toda energia de antes?
— Sim.
João viu o ser se afastar e vai a uma companhia pequena, e
pergunta.
— Não tem nenhum ultimo voo para Joinville.
— Duas passagens?
— Sim.
— Tem de apressar, está em fase de preparativo para deco-
lar.
Ele estica o cartão, compra e fala.
— Onde?
O rapaz da entrada fez sinal e os dois apuram e embarcam
no monomotor para 20 pessoas com sete a bordo, e decolam no
sentido de Joinville.
João passa uma mensagem para alguém e olha o delegado.
— Eles são fortes Delegado, mas tem o péssimo hábito de
não confiarem nas próprias forças.
98
Ricardo estava no intervalo final de dois cultos e aproveitou
para contar e fechar o livro de doações da outra igreja, ele anota
cada centavo e separou apenas a parte estrutural dali, e colocou em
um envelope para a central.
Após isto faz o mesmo com as arrecadações locais e olha
para o potencial, pobre quando pode, doa mais que rico, ele não se
prende a regras de 10%, se ele puder, entrou um extra, ele ajuda.
Paulo olha Ricardo fechando o caderno e fala.
— Desculpa, fui rude mais cedo.
— Sei que as pessoas se assustam com isto Paulo, mas estou
deixando tudo controlado, anotado, para qualquer imprevisto.
— Espera algo?
Ricardo não sabia, foi a mais um culto, estavam já no fim da
quinta, e os eventos no centro, passado pelos rádios e TVs a cidade,
colocam mais pessoas orando a cada hora.
O motoboy da Central passa lá, Ricardo deixa com ele o en-
velope com o caderno da outra igreja e as arrecadações desta.
99
— Estão na cela desde cedo, mas já que está aqui, qual a
afirmativa para a prisão, pois ninguém de vocês veio fazer acarea-
ção, perguntas, exata dados do processo.
— Detenção para não atrapalharem nas investigações.
— Bom ter investigação Promotor, pois não sei quem ou o
que está mandando na parte judicial da cidade, mas parece apenas
desespero de causa.
— Não acredito que eles estão presos.
— Veio pessoalmente verificar, então vai assinar a fixa de
visita a carceragem Promotor.
— Não vou me sujeitar a isto.
— Vai, prisão não é a casa da sua mãe, para você entrar, sa-
ir, se vai entrar, vai ficar registrado, e se duvida que o fiz, agora vai
fazer, ou tem alguma coisa que não pode falar promotor. – Coelho.
O senhor preencheu a ficha e viu a moça e o rapaz na cela,
parecia não acreditar no que via.
Olha para o lado e viu alguns sendo trazidos de volta e saiu
para fora, os bombeiros, os garis, a guarda municipal, tentavam
limpar a região, gente da Sanepar chega e começa a refazer os en-
canamentos, e a policia libera a passagem de ônibus, pela canaleta,
ônibus que ficaram todos retidos dos dois lados, durante todo o
problema.
100
— Tem cheiro de policial rapaz, saiba que bem poucos dei-
xei entrar em minha casa, mas fecharam a estrada, dizem que ouve
desmoronamento na serra, por chuvas que não caíram.
— Como pode ter a certeza que não caíram? – Sergio.
— Estes rios, nascem na serra rapaz, eles estão passando
por uma estiagem de uns 15 dias, já, para esta época, muito.
— Teria como nos indicar um caminho para chegar lá.
Um rapaz entra pela porta e Margarida olha para ele.
— Eu os deixo lá mãe. – Paulo não era filho de Margarida,
mas desde que entrou para a família, chamou ela por mãe.
— Se cuida Paulo.
O rapaz faz sinal para se queriam ir, o chá nem fora para a
panela e os dois estavam entrando naquela Brasília, o delegado
estranhou, até ela ganhar velocidade e se erguer do chão, passando
por cima da mata, rumando para Curitiba.
102
— Infelizmente alguns aceitariam, mas a menina não é um
demônio, é uma menina de 16 anos, crescendo.
— E pelo jeito conhece bem seu rebanho.
— Eu não sou de conhecer todos, mas estranho sempre al-
guns, que fazem questão de usar o pagamento do dizimo como uma
amostra de poder financeiro, estranho ainda isto.
— E pelo jeito eles ficaram meio intrigados com o valor da
semana.
— Eu não sou tão bom pastor, mas como disse, temos de
focar nos fieis, não no dinheiro.
Paulo vê o grupo fazer a volta e sair dali, muitos estranha-
ram o movimento, mas o culto seguinte já começava a ter gente na
igreja, e parecia que iria encher de novo.
103
O sumir dos cheiros fez Jessica na delegacia sentir o local, e
olhar para as moças, teria de dormir ali, parecia que passaria pelo
que João sempre falava, pobre eles esquecem na cela, como se fos-
sem animais.
Os demais, foram se ajeitando em celas, em suas casas, to-
dos cansado, esperando o que seria o dia seguinte, enquanto João
começa a caminhar no sentido de Fazenda Rio Grande, pelo menos
ele acreditava estar caminhando para algum lugar.
104
105
J.J.Gremmelmaier
Pesadelos
106
João abre os olhos, olha para os lados, pensa onde estava,
lembra de ter chego em casa, mas ali não parecia sua casa, um
campo de cinzas.
Olha em volta, todas as coisas destruídas, tenta se localizar,
sem casas, sem placas, tudo cinzas, tudo destruído, olha a frente,
sorri, a impressão era de destruído, estava em um parque, e aquela
poeira sobre tudo, dava a sensação de que tudo não estava mais ali.
Tentou falar e não ouviu som, era sonho, ele olha em volta e
aquela leva de pó começa a ser erguido por um vento lateral, o que
era um local cinza vira um local que não conseguia respirar.
Sente o cheiro de poeira, estranha, sente a garganta arra-
nhar, por aquela poeira, tenta respirar e não consegue direito.
Sente aquilo entrando nele, sente as mãos se tornarem cin-
zas, os olhos parecem passar pela poeira, começa a ver os corpos
caídos, mortos, os bombeiros lavando aquilo, olha em volta, estra-
nha, não via as pessoas, apenas espectros de gente.
Será que era um sonho?
João olha as mãos, e sente a poeira no ar, sorri, tinha sua
frequência, aquilo parecia sair dele, estranho pois não saia ali, como
se em sonho, estivesse interagindo com algo, a sensação de corpo
cansado sumiu, a sensação de estar livre o tomou.
João olha a cidade sendo tomada por aquela poeira enquan-
to se depara com a cena da cidade, as vezes ficava difícil reconhecer
a cidade, mas ele sabia que era ela.
“Sonho estranho” pensa João Jorge Gomes.
110
terreno jorrando muita poeira para o ar, mas sem ninguém o fazer,
e esta poeira vem para a Terra.
Raiska olha para Sergio.
— Tem de entender, dragões de fogo, não conseguem en-
frentar isto, que homens de pedra, não enfrentam isto, lobos não
enfrentam isto, que fantasmas não enfrentam isto, que Hons não
enfrentam isto, magia, depende, na hora certa talvez enfrente isto,
antes pode antecipar algo que vejo preocupante. – Raika.
— Mais preocupante que ruas com um metro de poeira. –
Delegado Coelho.
— Põem a imagem do satélite Sergio. – Raiska olhando o
rapaz, que põem e Moreira chega perto, e pergunta.
— O que é isto?
— Uma confluência de umidade do ar, vinda do Amazonas
via Paraguai, uma confluência de baixa pressão no mar, mantendo
uma onda de calor e humidade sobre o oceano, e uma frente fria
chegando todas amanha, sobre esta poeira. – Raiska. – Ela olha para
o delegado – em plena lua cheia, o mar vai estar com ondas de 3
metros, com lua cheia em maré alta durante a tarde de amanha, se
chover, Morretes vai para baixo d’água, mas com um adendo que
esta poeira, tá caído sobre a matas, vai escorrer para os rio de ca-
choeira rápida e chegar a cidade, como uma agua cinzenta, barrenta
e perigosa. O Iguaçu se levar esta agua para ele, transborda rápido
em Fazenda Rio Grande e Araucária, então estamos vendo hoje,
algo que amanha pode ser bem maior o problema, e temos de avi-
sar, projetar e tentar evitar os maiores riscos Delegado.
O delegado olha Sergio e pergunta.
— E faria oque?
— Eu estou fazendo mesmo sem receber por isto delegado,
estou afastado, lembra?
— Sim, mas o que está fazendo?
— Deixando todos a postos, sem fazer nada, para não ter-
mos de tirar ninguém da cadeia, na hora do problema real.
— E porque está acontecendo isto? – Coelho.
— Não sei, pensei estar ajudando ontem, e acabo prova-
velmente trazendo Gomes para uma armadilha que já era esperada
por alguém.
111
— E como nos viramos até amanha?
— Temos gente apoiando as pessoas e vamos acionar a de-
fesa civil para evacuar todas as áreas de risco, casarões antigos,
construções que podem vir a alagar ou desabar. – Sergio.
— E? – Coelho.
— Espero que João tome as rédeas, ele sempre foi bem de-
terminado no que diz respeito a sistemático.
— Acha que ele está enfrentando um desafio? – Raiska.
— Acho, não sei qual, mas acho. – Sergio.
— Aquela moça, Jessica, não conseguiria ajudar? – Moreira.
— Para ir ao desafio, Jessica teria de sentir o cheiro do local
onde é o desafio, ela mesmo disse, que não sente o cheiro do rapaz,
mas logo após espirrou, esta poeira pode ser bem para ninguém
saber o que fazer. – Sergio.
— E pelo jeito algo que ninguém possa ajudar, poeira, como
se enfrenta isto? – Coelho.
Moreira olha o delegado e fala.
— Estamos entrando na cidade com dois mil ônibus e 200
maquinas de limpeza de pista, vamos tentar tirar as pessoas mais
frágeis da cidade delegado. – Moreira. – Parece muito, mas é bem
pouco o que podemos tirar neste tempo delegado.
Sergio pensou, 80 mil pessoas, difícil de acomodar fora, difí-
cil de organizar, e perto dos um milhão de setecentos mil habitan-
tes, um nada.
O espirito de João estava ali, e olha o ser, ele não o via, en-
tão o que ele queria era seu corpo, ele senta-se a varanda e olha
alguns olharem a casa, e o ser olha aquele brilho sair da casa, não
viam João, e começar a tocar a poeira e esta se desfazer em energia,
e olha para o ser olhar desconfiado e brilhar, João olha a aura e
segue o ser, olha para seu corpo a cama e todos olhando aquele ser
ali, olha para Yahoshúa, ele falara para ele ficar longe e ele estava
ali, Jessica olha o ser e fala.
— Pensei que havia morrido?
O ser olha a menina, não parecia preocupado com ela e fala
com um som estranho.
— A porta que parece achar ser mais que uma porta.
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— Não, apenas uma porta que sabe ser uma porta.
O ser olha o corpo, todos foram afastados para longe e ele
tenta tocar o corpo de João e todos veem o ser afastar a mão, parte
se desfez em energia.
— Que proteção colocou nele? – O ser olhando para Jessica,
que sorri e fala.
— Se não sente que ele não está ai, para que defender o
que não preciso defender.
— Não quero o espirito dele, e sim o copo, é o corpo dele
que foi preparado pelo Eterno para não morrer, para não sentir,
para atravessar o tempo.
Jessica ficou preocupada e falou.
— Onde colocou o espirito dele.
— Apenas o separei para o centro da cidade, estranho como
a cinza de uma separação destas é energética, sabe aquelas coisas
que estudamos mas nunca vivenciamos.
Jessica olha para Yahoshúa e este olha o ser que fala.
— Um bom menino, pensei que teria de ir atrás de você de-
pois Yahoshúa.
Yahoshúa olha Jessica e fala.
— Sei que não está entendendo, sua duvida parece a de to-
dos, mas os demais não veem aura.
Jessica olha para a aura de Yahoshúa, mudar de cor, não era
Yahoshúa, era parte da ciência de existência de Wasser, ela estava
presa, quem a soltou estava a cama, e todos a volta, sem saber o
que fazer.
120
— Não sei, fui para casa parece que a pouco, não entendi,
cai e não lembro de nada.
Wasser estava pensando em como conseguir, e olha em vol-
ta e com a mão no ombro de João, os dois somem da cama, e sur-
gem em um mundo se reestruturando, e Wasser olha em volta e
fala.
— Pode não saber João, mas vou lhe matar aqui.
João olha para o senhor e fala.
— Sempre cheio de brincadeiras.
121
— Não sei o que ele quer lá, não sei quem é a vitima, mas
com certeza, pelo que – Jessica ficou a lembrar da historia da prima
e para na afirmativa que o ser já havia morrido lá, a muito, então as
almas não iriam ao espirito e sim seriam retransmitidas, e ficou
pensando se Wasser não pensou em ficar com todas as almas, ficou
a olhar em volta e olha para Dara – pelo que lembrei, minha prima
caminhou por aquele mundo, mas era um mundo morto.
— Não parecia morto. – Pastor Paulo.
Sabrina olha para fora, se ouvia os trovões e fala.
— E como ajudamos a cidade, pelo jeito será uma briga en-
tre o maior bruxo já existente e João.
Ricardo olha para Paulo que olha a moça e fala.
— Sabe que não é bem vinda.
Ricardo olha para Paulo e sai junto da moça e fala.
— Vamos falar com o professor do colégio e da Igreja acima.
Paulo entendeu, Ricardo iria procurar ajudar, se ele queria
manter a igreja, o rapaz parecia querer manter algo a mais.
Maria olha Paulo e fala.
— Onde ele vai?
— Não entendi, mas ele parece envolvido com este pessoal
ligado a bruxaria.
Ricardo nem olha para trás e Jessica olha Paulo e fala.
— Estranho gente que diz acreditar em Deus, e tudo ser o
Demônio, vocês não acreditam em Deus, vocês tem medo de ir ao
inferno.
Ela sai e olha para Dara.
— Imagina se soubessem sua idade o que falavam.
— Crianças querendo entender Deus são mais eficientes.
Jessica sorriu e caminham a rua e ficou obvio que não volta-
riam, o pastor olha o anuncio do culto, não sabia se Ricardo voltaria,
mas era possível que sim, ele se mostrara incansável.
122
123
J.J.Gremmelmaier
124
João olha o mundo que surgira e olha para Wasser tocar o
chão, sente o mesmo prender seu pé e olha o senhor sair olhando
ao fundo o castelo.
Mundo dos olhos, João sorriu e olhou para o senhor lhe
olhar e falar.
— Não entendeu mesmo senhor Gomes?
João pensou em responder, mas olhou suas mãos e o se-
nhor saberia que estaria mentindo, sua aura mesmo querendo a
manter invisível, estava visível.
João repara que Wasser olha sua aura e sorri, ele deve ter
pensado que a aura de imortal de João era bem o que esperava em
um ser eterno, mas ele deu dois passos a frente e olhou João nova-
mente.
— Talvez tenha de experimentar algumas coisas para lhe
matar, mas o único ser que não consegui destruir foi Tudor, e ele
achou que era um amigo, estes Morois são ingênuos.
João tenta tirar os pés, olha em volta, estava em um pânta-
no, e o senhor caminha no sentido do castelo ao fundo. A volta se-
res estranhos, disformes.
João olha o barro, não conseguia se mexer, sente o corpo
cansado, era um teste e ele não parecia disposto a fazer parte da-
quilo, sente uma rocha ao fundo e faz movimento com a mão, e a
mesma se aproxima, ele senta-se nela, olhando em volta.
Wasser caminha pelo mundo do Olho, e olha que estava tu-
do mais vivo, não entendeu, mas sinal que teria mais seres para
aprisionar, ele caminha até o castelo e grita para cima.
— Hórus, onde estas?
Aquele espirito olha Wasser a parte baixa e lembra da pri-
meira vez que o ser veio ali, se fez de amigo, o induziu ao controle
das almas, por anos sentiu-se forte, mais do que nas primeiras con-
quistas, e fala.
— O que quer bruxo?
Wasser olha Hórus e fala.
— Me desafiando petulante?
— Eu morri, não falou que este era o custo de não ter man-
tido meu corpo, e você, parece estar emprestando um corpo.
125
— Eu vou mudar de face, mas não quer dizer que não me
deva satisfação.
— Eu não lhe devo, uma das suas queridinhas, atravessou
este mundo e fez ele inteiro renascer.
Wasser sorri e fala.
— As vezes acertamos no erro, queria oque, o mundo sem-
pre morto?
— Eles temem o castelo Wasser, se antes queriam chegar e
imploravam para entrar, hoje ninguém quer chegar perto.
Wasser olha surgir no céu o sol, estranha, ele reduzira aqui-
lo a nada, para ter forças para impor sobre este mundo e pergunta.
— E como foi refeito o sol?
— Não sei, mas uma menina com seu cheiro, nome Nane, o
refez e me deixou para trás, voltando para seu mundo, você disse
que não tinha saída.
— Disse que a vida é para se aprender Hórus, não para ficar
inerte, nem vi Nane lá ainda, mas não vai abrir.
— O castelo está pela metade Wasser, a proteção caiu e a
agua derrubou parte dele.
— E as almas?
— Renasceram, já falei.
Wasser olha em volta e fala.
— Pelo jeito demorei demais para voltar, não entendi o que
deu errado no plano um e dois, mas parece que finalmente tenho
parte de mim, mas parte do que sabia, se perdeu, o Eterno o tomou
de mim.
— E como pretende retomar isto?
— Tem um ser ao pântano, ele teria como me atalhar todo
o conhecimento do Eterno.
— Pelo jeito está improvisando. – Hórus ainda olhando de
cima, para o pântano.
— Sim, era para já estar ciente de mim, quando tomasse a
energia do senhor ali, mas parece que algo deu errado.
— E não lembra oque?
— Foi me tirado bem esta parte Hórus, o conhecimento do
antes, durante e depois, tenho apenas lembranças vagas.
126
Wasser mexe as mãos e uma ponte se forma, e a parede se
abre para ele entrar.
Ele olha a parte a direita derrubada, puxa para ele a mão e o
muro foi se erguendo, e olha para Hórus.
— Tem de ser muito idiota para não cuidar do próprio cor-
po, não preciso falar isto para os demais.
Hórus olha para João e fala.
— O que ele é, pois as rochas do pântano o obedecem.
— Se não tivesse interferido, ele seria um Arcanjo do Eter-
no, o verdadeiro, não estes abaixo que se acham, mas então nele
tem o poder de um arcanjo de Deus, não entendi ainda o caminho,
mas estou pensando.
— Persegue mesmo a vontade de ser Deus.
— Ele me desmascarou, ele descobriu o espirito de luz que
encantei e deixei aprisionado, com meus conhecimentos, e que
soprava uma religião, algo que arraigou tão fundo nos humanos,
que eles oram para este espirito de luz e me dão força.
— Esta falando dos Cristãos?
— Sim, pensa que eles perseguiram bruxos, e com isto me
deram mais forças, a contradição de um bruxo não poder ser afeta-
do pela igreja cristã, e eles nunca entenderam.
— E o que pretende fazer com ele?
— Ele tem de morrer, mas eu não posso ser o causador,
neste mundo não posso, ele não sabe, já que eu quero apenas me
apoderar do corpo, e não sei como, não consegui com ele dentro.
— Tem de ver que se fosse fácil, muitos teriam feito,
— Verdade, Mohamed conseguiu e eu não.
— Quem foi este? – Hórus. – O que este ser fez que lhe pas-
sou para trás?
— Ele se voltou a Deus, eu não quero ser um servo.
— E força todos o servir, uma bela contradição.
João no pântano olha para o chegar perto de alguns seres,
eles viam que ficariam atolados e não chegam muito perto.
Um olha e se ergue a frente.
— Humanos deveriam ser proibidos aqui.
João olha o Laikan e fala.
— Laikans também!
127
— Como veio parar aqui humano, já que não sei onde estou,
estava em um campo e muitas almas foram atraídas para cá, alguns
irmãos também vieram.
— Uma dica, é hora de se afastar do castelo.
— Por quê?
— Já ouviu falar de Peter Wasser?
— Sim.
— Ele que controlava Hórus, ele que pedia as almas a Ma-
gog, então se ele está ali, ele vai tentar reerguer o que sabe fazer,
mas Laikans para ele são força espiritual.
— E quem é você?
— Apenas um João.
Os seres que pareciam mais vivos naquele mundo começam
se afastar e João sente algo morder sua perna, ele não teria como a
tirar, sente a dor e pensa em quanto idiota seria seu fim naquele
mundo.
Tenta lembrar do pouco que ouvira falar daquele mundo,
pois apenas Keka falava dele.
Olha em volta, era outro, mas com certeza quando você re-
acende um sol, quando você liberta as almas de um mundo, e
quando se afasta um dos maiores problemas, a tendência era voltar
a vida.
A dor estava insuportável, ele pensa em sua aura e ela fica
visível, o ser para de morder, e olha aquela cabeça sair da lama e lhe
olhar.
O ser parecia um misto de serpente com a dentição de um
felino, uma serpente com orelhas, mesmo pequenas, era diferente
já na aparência.
O ser olha para João e sai, e outros vendo a luz de João, en-
quanto o dia chegava ao fim, começam a se aproximar.
João estava pensando nas feridas e estas começam por bai-
xo da lama a cicatrizar.
Sente o esfriar do fim do dia, a humidade começa a somar
no céu, ele sente a visibilidade diminuir, ele sente a pequena garoa,
ser absorvida pela lama e a direita se via a chuva nas montanhas,
sabia que subiria o nível, sente as narinas e elas se fecham, ele ape-
128
nas deita na pedra, os seres se afastam da margem e João sente a
agua lhe cobrir.
Wasser olhava para João por cima, olha a nebulosidade au-
mentar e levanta as mãos e Hórus olha para a chuva aumentar em
volta, olha para onde o rapaz estava, não via, mas viu os rios a volta
começarem a subir.
Wasser olha para o local e vê o brilho sumir, sorri e sente a
energia se afastando e não entende.
— Ele não pode sair.
Hórus olha o senhor formar uma proteção e sair pela entra-
da e começar a andar no sentido do local e olha para o lago onde
deixou o senhor e sente a energia e olha para o lago, não entendeu,
parecia subir pelo rio, como?
Hórus olha o bruxo se afastar subindo a colina, não sabia o
que ele pretendia, mas se o senhor tinha escapado, ele iria atrás.
Quando Wasser chega a um lago na parte alta, sente as
energias ao longe, não entendendo que eram apenas um grupo de
Laikans se afastando.
Ele olha as nuvens e elas continuaram a chover, embora ele
pensasse nela parando.
João sente a perna solta e apenas flutua, sente a agua e pisa
sobre ela, Hórus olha para o rapaz e Wasser olha para o castelo,
sentiu o alerta, mas não entendeu, olha para o lago inferior e olha
aquele ser andando na agua, e olha para ele caminhar no sentido do
mar, e pensa, ele não queria uma saída fácil, mas parecia que Was-
ser achava que poderia o matar.
Ele senta-se ao meio do rio, que corria centímetros abaixo
de suas pernas, e Wasser chega a ele.
— Acha que pode me desafiar? – Wasser.
— Quem é você mesmo? – João o encarando – Em que
mundo estamos mesmos? – João olha em volta.
Wasser olha para o entorno e fala.
— Bem diferente de quando cheguei aqui, era pura vida.
— Não, era pura incerteza, pura natureza sem controle, mas
a pergunta não foi esta, quem é você, pois um ser que não se preo-
cupa nem em matar sua prole para voltar, nem humano é, muito
menos um cão, e está onde, pois este mundo, você conheceu mais
129
vivo e o deixou mais morto, matou até o controle, você é tido como
o ser mais inteligente dos bruxos, se escondeu na palavra pagão,
entendi o porque Margarida achou que era um xingamento aos
pagãos quando você se afirmou um, mas não entende, tudo que
fizer aqui, nunca mais será seu, pois as vidas, que tem em volta, não
lhe devem nada, elas podem ter sido libertas por alguém que você
se disse mestre, mas este não é o mundo do olho.
— Acha que me ofende?
João olha em volta e toca a agua, os Laikans ao longe sente
o portal e atravessam para a Terra.
Wasser sente o sair de energia do planeta e olha João.
— O que fez?
— Quem é o sabe tudo aqui Peter?
— Querendo provocar, mas a agua já baixa e a terra me
obedece.
— Obedece, tem certeza?
— Acha que vou desistir de sua vida?
— Você só está me confirmando, e confirmando a terra do
mundo do Olho, que ela não lhe deve nada, pois és um morto.
— Acha que as energias obedecem apenas por vida ou mor-
te?
— Não, como disse, o entendido aqui é você.
João olha Wasser tentar pisar na agua e afunda o pé, sabia
que era fundo onde João estava, tentava entender a magia que João
estava usando e não parecia lhe fazer sentido.
Os seres ao verem Wasser se afastam e o bruxo viu que não
seria como antes, que todos vieram encantados, agora teria de os
caçar.
João sentado acima da água, olha em volta e viu que a chu-
va parou, mas o nível se manteve, Sente aquela energia vinda de
Wasser, pensa se entrava na encenação e começa a afundar, não
sabia que o senhor era tão infantil, talvez ele mesmo foi pela propa-
ganda de Keka, mas esqueceu que ela o conhecera ainda na infân-
cia, então o que para ela era alguém inteligente poderia ter sido
impressão de inteligência.
Wasser olha João afundar, mas sabia que ele estava prote-
gido, pois ele não se batera a agua, ele tentava entender.
130
João estava a agua e sente a batida forte na água, para uma
coisa seus ouvidos foram preparados, agudos e sons fortes, sente
depois o choque, até estremeceu, e olha aquele ser estranho come-
çar a boiar a toda volta, Wasser fazendo estrago novamente.
João pensa em seu corpo pesado e afunda, estava de noite,
então se via pouco do fundo, mas começa a andar no sentido opos-
to a corrente.
Wasser sente o senhor se mexendo no fundo, e olha aquela
leva de seres boiando.
Estranho alguém que todos falavam de seus poderes, de
seus cálculos, de sua perspicácia, apenas destruindo algo, sem nem
se preocupar com isto.
Wasser pensa em acompanhar pela margem e viu aqueles
imensos seres rastejantes com bocas com dentição tripla, chegarem
a margem, ele tentou os afastar e eles apenas fazem um som para
ele, estavam querendo pegar o mais rápido possível os seres que
boiavam a margem, arrastavam para longe e começaram a despe-
daçar o ser.
Eram muitos, pareciam com fome e Wasser desvia.
João sente Wasser a beira e apenas pensa se tinha uma
forma fácil de sair dali, sim, mas o que ganharia com isto?
Lembrou da chuva em Curitiba, pensa em como estavam e
lembra que não deveria ter paridade de tempo e apenas sorri, e
Wasser olha aquele planeta próximo, brilhar ao céu, surgindo de
trás das nuvens.
João olha para cima e viu o brilho através da agua e sorri. A
chuva que se iniciava em Curitiba começa a se desfazer em energia,
que tocava a poeira e sumia ao ar.
Wasser olha para o meio do lago, aquele ser com aura bri-
lhante ficava bem visível no centro do lago para quem estava fora,
para João, poucos centímetros a frente.
Um passo e João sente aquilo o agarrar, e pressionar, não
sabia o que era, mas nem tudo morrera no lago, e agora sentia aqui-
lo o apertar, dói as costas e o corpo, e aquele ser aproxima-se, pa-
recia uma lula, mas algo que no escuro não se diria a cor.
Sua aura fica a apertar ele, e por um momento pensou na
possibilidade de não voltar.
131
Jessica olha para a chuva se tornar energia e olha Dara.
— João precisa de ajuda, para sair daquele mundo.
— Vai o ajudar?
— Dara, o filho que espero não é dele, ele sabe disto, vocês
parecem ter esquecido que João não se preocupava em agradar.
— E mesmo assim vai arriscar?
— Sempre disse que uma coisa é o que se escreve dos Mo-
rois, outra a verdade.
Dara olha com raiva e Jessica olha para Nane chegando a
ela.
— O que faremos?
— Onde está Máximus? – Jessica.
— Problemas?
— Wasser arrastou João para o mundo do Olho, eu não co-
nheço.
— Não sei como ele está Jessica, faz dois anos.
— Certo, como chegou lá?
— Pelo cheiro, a forma fácil. – Nane.
Jessica olha para Dara, ela não iria, e Nane fala.
— Se cuida, ajeitamos por aqui.
Jessica lembra do cheiro de Máximus e olha a porta surgir as
costas, ela olha os Laikans saindo e olha para o vale, se tinham
Laikans ali, talvez os tirar antes de qualquer coisa, mas aqueles por-
tais abertos, passaria mais que apenas Laikans.
Ela desce e olha o lago superior e olha o castelo ao fundo do
vale, onde o rio corria e olha aquela luz na agua, toca o lago e sente
o ser e sente João.
“Calma, onde está Wasser”.
“Não era para vir Keka.”
— A menina petulante. – Ouve Jessica as costas.
— O ser que chamei de mestre, e é apenas um farsante.
— Não sou uma farsa.
— Se usava magia da fé, e se dizia ou bruxo, ou pagão, era
um farsante sim Peter, você se fazia forte, sentíamos através da
terra e achávamos que era um caminho bonito, olha o que está
transformando nossa visão de você.
— Não preciso de vocês, de suas visões.
132
Jessica tocava a agua e pensa.
“Tem certeza de ser Wasser?”
João pensa e fala.
“Quem mais conhecia eles era vocês!”
Jessica olha o castelo ao fundo e pensa nele ao chão e o
mesmo se desfaz, inteiro, o espirito de Hórus olha assustado e Was-
ser fala.
— Isto foi raiva? – Peter.
— Não, testando se as magias locais obedeciam, porque
elas funcionam assim, estranhas?
— Tentando me omitir algo? – Wasser olhando que a aura
não chegou a mentir, mas tentou a indução.
— Porque matar João?
— Pena do pai da criança?
“Sei que não é meu Jessica, não se preocupe”
— Está coisas de inverter magias, é como esta coisa de ter
um filho de João.
Wasser olha a indução a mentira da aura de Jessica e per-
gunta.
— Esqueceu que não pode mentir para mim pequena.
— Esqueci quase tudo, pois era para não me envolver com
senhores mais velhos, era para não me deixar seduzir por alguém
mais velho, era para não me portar como alguém que tinha dois
namorados, e tinha 3, mas Wasser, você não entendeu nada, e pode
até matar João, mas nunca vai estar ao lado do Eterno.
Wasser viu que ela não mentiu, ela pensou mesmo falar a
verdade, então ele a olha descrente.
— Porque não?
— Não entendeu o que o pequeno Nemahiah fez, e nunca
vai entender, o local foi ocupado, Deus não opera uma vez, ele con-
certa o errado Wasser, nem que refazendo mil vezes.
— Palavras vazias.
— Certo, ele tirou de você toda a ciência do primeiro e se-
gundo confronto, acabou levando também o de Magog, então está
apenas com pouca informação, tudo anterior a sua morte, nada
posterior a ela. Além da energia das orações, numa única cartada.
— E como você saberia?
133
— Sabe onde deu errado o seu segundo plano?
— Não, você sabe que não.
— Eu conheci pessoalmente a caverna que recriou lá, pois
eu atravessei o mundo dos cães, eu os soltei, não deu certo pois
sabia que era ti, o Eterno não tem aura.
Wasser olha a menina e pensa.
— E a primeira.
— Engraçado, sabia que iria perguntar isto, mas não vou dar
qual foi a que não deu certo, apenas não deu certo.
— E porque o defende?
— Ele sabe, você não precisa saber.
— Apaixonada pelo velho, cômico isto..
— Wasser, quem é você para chamar alguém de velho, eu e
ele, para você, somos crianças, pois é o que somos, mas não enten-
deu, novamente vai perder, por ignorar a verdade.
— Por quê?
— Finalmente pensando Wasser? – Fala João as costas de
Peter que olha assustado.
— Ela me distraiu, mas não tem como fugir de mim.
— Verdade – O olhar de João foi a Jessica e perguntou –
Qual o atalho mais rápido.
— O cheiro de Máximus.
Jessica olha Wasser e fala.
— Tem de entender Wasser, que nada vai restituir o mundo
de Escorpião, muito menos o de Touro, pois todas as suas obras, são
o que faz aqui agora, depois diz que quer concertar, mas na verda-
de, quer destruir mais um, você se dizia um mestre, está se mos-
trando um pateta.
Wasser olha ela com raiva, uma nevoa a cerca e ela fala.
— Valente. – Jessica sente o choque e devolve o mesmo,
Wasser treme e João some da sua frente surgindo em frente a sua
casa.
— O veio indicar a saída?
— Ele pode parecer inofensivo Peter, mas não é, e ele não
tem problemas em matar gente, então estou lhe poupando, não
entendeu isto, pois ainda está arrogante demais.
— Acha que ele poderia comigo?
134
— Acho que não entendeu, e não vou explicar o básico a
quem diz ser o maior Pagão da história, o mais sábio bruxo do mun-
do, o mais velho bruxo do planeta Terra.
Jessica toca a agua novamente e alguns seres voltam a vida,
se afastando das margens, ou voltando ao fundo do lago, ela olha o
local e fala.
— Um mundo bem mais leve que o nosso, mas com uma
densidade maior, mas se cuida Wasser, e seja rápido, esta forma ai,
não aguenta a algumas chuvas.
Jessica dá um passo atrás e olha para o portal abrir e fechar,
Wasser não teve tempo de chegar perto, ela olha para João e fala.
— Os portais em Piraquara estão abertos ainda.
João toca o chão e eles se fecham e fala.
— Temos de achar Hórus.
— Sempre um desafio a mais, este é bem você.
— Falou para Evandro? – João apontando a barriga dela.
— Ainda acho que não sei o que sinto.
— Me dá um momento, preciso de um banho.
— Sim, estas aguas daquele mundo são fedidas.
Jessica sai da casa, Dara viu ela apenas abrir o portal e sair
dali, agora olhava ela sair da casa de João.
Nane olha Jessica e pergunta.
— Problemas?
— Hórus está em algum lugar em Piraquara.
— Alerto Jorge, e João?
— Se livrando do cheiro daquela agua pastosa daquele
mundo.
Jessica começa a caminhar para sua casa.
João sai do banho e Dara estava a sala.
— Voltou?
— Perdida por aqui?
— Voltou ou vai fugir.
— Fugir, porque a duvida?
— Pensei que iria enfrentar.
— Enfrentei, mesmo ninguém vendo.
— E vai fazer o que?
— Trabalhar um pouco, para não perder o costume.
135
— Fala serio.
— Falo.
João sai pela porta, era fim de sexta, um agito geral na cida-
de, os aeroportos começando a reabrir, as formações pareceram ir
em sentidos opostos, e dispersarem, poucos entenderam, mas era
obvio que algo grande acontecera, mas poucos lembrariam disto
meses depois.
136
137
J.J.Gremmelmaier
Procura-se
138
João sai de casa, era noite de Sexta, ele olha para a rua e sai a
caminhar, alguns olhavam ele, o problema em pessoa, pois todos
viram a casa dele derramar sobre a cidade aquelas cinzas, ele estava
passando em uma igreja e sente alguém lançar algo, ele olha aquilo
o acertar e olha que era um ovo e ouve.
— Sai da cidade bruxo.
João tenta manter a calma, mas entendia que era por isto
pessoas como Wasser eram tão fortes, medo do que não entendem,
entendeu que o problema não era eles em si, mas a estrutura que
ganha dinheiro com isto, que prega o que é bonito e o que feio, e o
feio é maléfico, limpa o rosto, ficou uma marca na camisa, ele sorri
de começar as coisas assim, ele sobe a rua e pega o ônibus para o
centro, ali todos sabiam que ele era o dono da casa, e no centro,
talvez conseguisse sentar e tomar uma cerveja.
Ele procurava um lugar para pensar, e não queria discutir, en-
tão o ir ao centro, estabeleceu um monte de gente falando que o
senhor saiu novamente.
João tentava entender o que aconteceu, ele dormira em sua
casa e acordara fora de seu corpo, e olha em volta, quanto mais
longe de sua casa, mais sentia-se bem.
Ele entra no Shopping Mueller e sobe para o piso dos Cine-
mas e pega o que começaria mais rápido, o shopping parecia meio
vazio, talvez somente João tivesse vivido fora daquilo, então senta-
se e olha o filme, sua cabeça estava na procura do problema e não a
encontrou, se perguntasse na saída que filme era, talvez João nem
tivesse respostas.
Sobe a Rua Mateus Leme até a altura do John Bull e entrou,
senta-se e olha para um show de rock pesado, pega uma cerveja e
fica a olhar em volta, devagar, parecia que a cidade não esquentaria
nesta sexta, e ele precisava pensar e não conseguia fixar os pensa-
mentos.
Quatro cervejas e um senhor o toca o ombro e pergunta.
— João Gomes?
— Sim, quem gostaria de saber.
— Proprietário, não é bem vindo aqui.
João nem discutiu e saiu, o senhor olha falando absurdos que
ele deveriam ser mortos ou forçado a pagar todos os concertos.
139
João sorriu, subiu a Jose Saboia Cortes, Marechal Hermes,
Manoel Eufrásio, João Gualberto indo no sentido do Cabral.
Ele para a praça da igreja do Cabral, entra em um mercado e
olha na sessão de eletrodomésticos a reportagem do dia, falando
que Curitiba tinha passado por um problema, mostravam pessoas a
rua falando que João Gomes, era o causador, dava a imagem dele,
sorriu, compra um refrigerante e a moça do caixa pergunta.
— Seu nome é João?
— Jorge, por quê?
— Parece com o senhor que dizem ter lançado toneladas de
poluentes sobre a cidade, toda aquela poeira.
João a olha como se não tivesse entendido e fala.
— Não entendi, estava de plantão no Hospital.
— Deve estar uma correria.
— Sim, com esta poeira no ar muita gente passa mal, mas não
tive tempo de olhar a reportagem.
João sai e olha a praça, senta-se e pensa na possibilidade de
jogarem sobre ele tudo.
Ele olhava a rua e olha aquele senhor surgir a sua frente,
olhar ele e falar.
— Perdido?
— Tentando não levar para o pessoal, mas vai ser difícil. - Jo-
ão olhando Sergio sentar.
— Ouviu as noticias?
— Não, nunca ouvi, porque mudaria.
— Lhe acusam de ter jogado um produto sobre a cidade, toda
a cidade.
— Devo ser o cara mais incrível do universo, jogar algo ao ar
que cubra quanto, quatro mil e quinhentos quilômetros quadrados,
com um produto.
— Eles querem tirar a impressão que foi algo magico.
— Sergio, como podemos resolver o problema, eles estão es-
quecendo, não acabou ainda.
— Certo, qual o problema.
— Wasser me mandou para o mundo do Olho, no sair de lá,
Hórus voltou ao planeta.
— E Wasser?
140
— Não sei, deve estar prestes a voltar.
— Tudo de novo.
— Se não forem eles influenciando a mídia.
— Acha que deu tempo?
— Não, mas é ruim não poder ficar em casa, pois seria lincha-
do, não poder ficar em um bar, que o proprietário que nunca soube
meu nome, mas sempre me tratou bem me põem para fora, pen-
sando ainda.
Sergio parecia querer falar algo, e João olha para ele, sabia
mais da historia de Sergio que muitos, mas não falava, olha ele serio
e pergunta.
— Como está a Carla, Sergio?
Ele olha desconcertado e fala.
— Sabia de cara?
— Curitiba é um ovo, e não precisam saber de onde você vem
Sergio, mas ainda não sei como resolver o problema.
— Acha que é consequência?
— Sim, e os pseudo amigos tem parte.
— E vai fazer oque?
— Queria beber e pensar, mas não vou conseguir parar muito
tempo em cada bar, vai ser muita perna esta noite.
141
Jorge olha para as ruas, não diria serem as mesmas de duas
horas antes, mas assim como surgiu ao chão, desapareceu, e tudo
que jogaram ao ar, era apenas para culpar alguém.
— Mas resolvemos Jorge.
— Sei que não, você pode ter um ser angelical do lado, mas
mesmo sofrendo no passado na carne Pedro, parecem ter esqueci-
do, vocês deveriam estar tentando ajudar e começam a querer es-
conder o passado, você deveria ser um símbolo de futuro e se deixa
levar por achismos.
— Não vamos apoiar, sabe disto.
— Isto que não entendo, não apoiar, é uma coisa, vocês estão
jogando contra Pedro, duvido que seu anjinho esteja ao lado, ele é
contra o que está fazendo e mesmo assim o faz.
— Não entende disto.
— Talvez não, mas quando olhar as mortes, eu culparei você,
Joaquim e seu pai, por esta covardia.
Jorge sai e Pedro fica a olhar ele entrar no carro a frente e sair
no sentido do centro.
144
João olha a cerveja gelada, bar do Tadeu, senta e toma o pri-
meiro copo sentindo que algo estava se organizando.
Quando Luiz entrou pela porta com Diana, e sentaram, Tadeu
entendeu que algo estava errado na propaganda, viu Raiska entrar,
ele a conhecia e não gostava dela, ela veio com alguém que Sergio
não conhecia pessoalmente.
— Sergio, João, este é Leo Schulz.
Ouvir sobre seres de uma outra dimensão, e os ver a mesa,
era diferente, João olha para a porta e fala.
— Entra Plout.
O ser entra ficando visível e Leo olha aquele ser e fala.
— O que está acontecendo Delegado, Raiska disse que algo
grande deveria acontecer.
— Sim, e não sei ainda quando vai ser. – Sergio olhando João.
— Segunda Feira era o dia marcado, tudo é para se preparar
para segunda, nada aconteceria antes.
— O que é tudo? – Raiska.
— Enquanto Hórus levanta o seu exercito de mortos em Pira-
quara, Wasser prepara os exércitos de novos guerreiros no Mundo
dos Olhos, dizem que alguém do grupo está reunindo gente para
defender a volta de Wasser, se for verdade, será mais do que já
vimos.
— Por quê? – Diana.
— Já lutou contra exércitos Diana, mas a diferença, no mundo
criado, você como alguém do mundo que os criou, é mais forte, mas
quando a guerra for em nossas ruas, estamos falando de seres de
mundos superiores, não inferiores aos nossos.
— Certo, e quem estará do outro lado? – Diana.
— Não sei ainda, mas por dois dias eles vão me culpar e se
organizar, não se verá muito, mas será como uma guerra anunciada
que os dois lados se preparam.
— Não sabe? – Leo.
— Mortos vivos com certeza existirão aos montes. – Jorge en-
trando pela porta e olhando para Tadeu.
— Vê mais cerveja Tadeu.
Tadeu olha para o grupo, alguns não sabiam quem era Jorge,
mas ele se apresenta ao grupo.
145
— Sou Jorge, todos me conhecem como Retaliador, outros
como dono da Tribuna do Paraná – Jorge olha para João e fala – Não
sei quem e o que quer, mas Joaquim e Gerson estão por trás de
parte da propaganda.
João serve o copo com calma e olha para Diana.
— Sei que alguns vão se assustar, pois quando você entra em
campo alguns se assustam amiga.
— Não sei o que fez, ganhei uns 20 anos nesta brincadeira.
— Sei disto, mas se estamos aqui, tem gente se organizando
do outro lado, e não sei ao certo o que Wasser quer – João toma
mais um gole – além da minha morte e de meu corpo, não sei.
João olha para Luiz.
— O que aconteceu com a pedra?
— Uns religiosos levaram parte dela, acha que podem tentar
usar?
João pensa na possibilidade e fala.
— Deixa os Hons de olho.
— Vai usar todos? – Luiz.
— Não, acho que ainda não sei como enfrentar, e sei que me
sinto péssimo, me usaram para tentar algo, não entendi o que, mas
apenas alertando, vamos ter de tudo a rua na segunda, de dragões,
serpentes gigantes, minotauros, duendes, mortos vivos, provavel-
mente Magog ainda não toda formada, Otatos de verdade, sereias,
e sei lá o que mais.
O delegado olha João, não pensara em algo tão abrangente,
ele estava falando em uma guerra as ruas novamente, e não teria
como antecipar, ninguém acreditaria antes da hora e os amigos
fazendo propaganda contra.
João olha Andrei entrar pela porta e olhar para ele.
— Vai ficar de que lado Andrei?
— Não sei o que vai precisar.
— Primeiro avisa seu pai que vai ser barra pesada, não aquela
coisas de bruxinhas na rua, nem de poeira ruim de respirar, vai ser
Wasser em pessoa, se a cidade estiver aqui na terça, é uma vitória,
e mesmo todos me culpando, preciso de toda a ajuda que puder ser
conseguida, não metade, pois quanto menos, mais perdas.
146
— Falo com o meu pai. – Sergio entendeu quem era o rapaz,
o filho do delegado Coelho, ficou pensando se Coelho era um lobo
também, as vezes as pessoas estão ao lado e se escondem para não
serem taxadas ou isoladas na sociedade.
João olha para os demais e fala.
— Uma coisa, eles vão jogar o peso sobre mim, então depois
de hoje, não vou falar com ninguém até segunda, bom não nos ve-
rem juntos, pois tudo que estiver ao meu lado, será desacreditado,
então eu e o delegado daqui a pouco vamos sair.
— E porque deveríamos confiar neste delegado. – Luiz.
— Diria eu Luiz, que qualquer pessoa que tenha sido amigo
pessoal de João Ninguém, vulgo Arcanjo Nemahiah, eu confio.
Luiz olha desconfiado, até Raiska olha e fala.
— E não fala disto por ai?
— Não, estamos de saída, até segunda. – Sergio se levantan-
do, deixa uma nota no balcão e os demais ficaram um tempo mais,
mas eles não se conheciam direito.
147
João se despede de Sergio e vai a um bar no largo, quase fe-
chando e pede uma cerveja.
Ele olha um senhor entrar e olhar para ele, e falar sentando.
— Temos de conversar rapaz. - Tudor Filho.
— Fala senhor Tudor. – João.
— Não entendi, uma moça procurou minha filha e disse que
temos de o deter, que você é uma ameaça.
— Senhor, mantem sua filha fora disto, ela é o alvo, não eu,
seu pai, o qual traz o nome senhor, Wasser não conseguiu submeter
a sua magia, ele quer submeter um Moroi, ou uma Moroaica, e se
vão me matar no fim, não me preocupo, me preocupo com vocês.
— Não se preocupa mesmo em morrer?
— Senhor, quero o direito da morte, mas quero o direito, não
ser escravizado por um Wasser.
— E como vai enfrentar?
— Não vou, como disse, quanto mais eu me mexer, pior vai
ser, deveria nem ter voltado a cidade, mas se estou aqui, que de-
sande sobre mim.
João toma mais um gole e olha Dara chegar a mesa.
— Sabe que foram convincentes.
João olha o senhor e fala.
— Se não a segurar, depois não venha chorar dizendo que eu
sou o culpado de novo, ela pode ter mil e setecentos anos, mas é
uma menina mimada senhor, e se não sabe dizer não a ela, quando
ela for escrava de Peter Wasser, não reclama. – João falou um pou-
co mais alto, se levantou, pagou a conta e saiu.
— Ele está inventando pai.
— Ele não tem motivos para inventar, não entendi seu ódio
dele, mas você foi rápida do amor ao ódio.
— Ele nunca será meu.
— Quantos você enterrou filha, para este papo de menininha
que acha isto terrível?
— Ele ainda me atrai pai e tenho de o esquecer.
— E vai se juntar aos inimigos de seu avô para isto?
— Wasser nunca foi inimigo.
148
— Realmente filha, está agindo por impulso, não entendi ain-
da o que quer, mas ele não ficou para conversa, e deixou bem claro
o que Wasser queria.
— Ele está exagerando.
— Está? Então porque a procuram para uma traição, se ele
que está exagerando, se ele não é nada, porque Wasser não o pega,
porque aquela menina que foi lá em casa, Nane, não o pega?
— Não entendi isto ainda.
— Porque filha, ele não é o alvo, você é o alvo, não seja ingê-
nua filha, eles não teriam porque lhe pedir ajuda, se você não fosse
usada como chamariz, ele não cairia com este chamariz, então eles
não querem ele, e sim você olhando para um caminho para lhe ata-
car pelas costas.
— Não acredito nisto.
O senhor sacudiu a cabeça desiludido.
João caminha até sua casa, estava cansado, não tinha nin-
guém mais a porta, 3 da manha, passa recado para os administrado-
res de sua empresa, toma um banho e deita, olhando o teto, sóbrio
demais para a situação, sentindo-se perdido.
João sente que a casa é parte do problema, ele estava deita-
do e olha para Wasser surgir a sua frente.
— Acha que escapa senhor Gomes.
— Sabe que estou em casa, Wasser, se quisesse escapar, es-
taria saindo da cidade, talvez na segunda, não antes, mas isto talvez
apenas acelere as coisas.
— Acha que vence.
— Eu perdendo ou ganhando, não muda nada Wasser, tento
lhe entender, e quase entendo, você conseguiu viver o que queria,
ter o que queria, e deveria estar entediado, morremos para não
ficar entediados e loucos, mas foi sua escolha, eu temo a morte, não
por medo, e sim pelo mesmo tedio de uma vida eterna na terra.
— E vai a luta mesmo assim?
151
— Sei Wasser que quer muito mais do que fala, talvez o que o
pequeno arcanjo tirou de você, seja o que lhe tiraria a motivação,
não esquece, Deus nos quer mortos, não vivos.
— Não entendi. – Wasser.
— A minha noção de Deus, talvez esteja um pouco distorcida,
e não tem haver com a sua, eu não acredito no que Jessica fala de
Deus, eu acredito que se ele é passado, presente e futuro, ele está
mais entediado que você Wasser, você está tentando sair do tedio,
indo para uma função mais entediante.
Wasser sorriu, sinal que ele achou engraçado a visão de João
de Deus e falou.
— O poder corrompe João, isto que não entende.
— Entendo, mas não esquece, sei o que quer e não precisa fi-
car fazendo encenação como a do mundo do Olho, sabe que não
morreria antes da segunda, para de infantilidade, assim como estes
amigos que parecem querer me isolar, eles não entendem nada da
cidade que moram.
— E ficou encenando também.
— Eu não tenho como ganhar, mas como humano, sou ape-
gado a pouca vida que me resta.
— E porque não está preocupado.
— Wasser, Wasser, Wasser, acho que esqueceu com quem
está falando.
— Com quem estou falando? – Wasser.
— Apenas um João qualquer, e o que um João qualquer, pode
se preocupar?
— Como disse em outras palavras, com sua pequena vida.
— Já vivi mais do que por milênios se viveu, então estou no
extra, você sabe mais sobre isto que eu Wasser.
— Tenho minhas faltas de memorias, uteis para não mentir,
mas não quer dizer que não lembre o suficiente para o fazer me
obedecer.
— Acho que não entendeu o problema, mas com calma des-
cobre, e com o tempo, recobra sua memoria, mas deixa eu descan-
sar, amanha é dia de brasileiro.
— E o que teria a fazer?
— Passar a terceiros, o pouco que está em meu nome.
152
— Isto realmente não me interessa, bens é algo que nunca
me preocupei.
— Eu ainda precisava comer, mas acredito que se não comer
até segunda, não morrerei de fome.
Wasser some do sonho estranho de João e ele relaxa e dorme
um pouco.
156
sempre o superando e lhe mostrando, que mesmo os mais podero-
sos, andavam ao largo, não na verdadeira cidade.
Ele estava pensando em como resistir, teria de dar tempo aos
demais, ele não fora falar com Jorge, ele foi apenas provocar Ma-
gog.
O que o ser dentro dele queria, parecia uma contradição em
si, queria enfrentar, achava que perderia tudo com este confronto.
A bateria começa de tomada de tempo, para a semana se-
guinte e o senhor que ele olhava ao longe chega perto.
— Um turista emérito. – Augusto Machado.
— Quem dera me encaixasse no turista ou no emérito.
— Apenas olhando hoje?
— Sim, como dizem por ai Augusto, eu e você somos os so-
breviventes da década de oitenta nas ruas de Curitiba.
— A adrenalina corria solta, mas eu parei pois a perna não
aguentava mais, e você entrou depois e saiu por escolha, todo resto
que se deixou levar pela adrenalina, morreu.
— Eu nunca venci, não tinha dinheiro ou patrocinador, eu era
um qualquer que tinha um carro de quinta, mas que as vezes, ten-
tava acreditar que podia, as vezes até chegava perto, mas ganhar
nunca. – João.
— Ficou famoso, uns lhe chamando de novo messias, outros
de bruxo, e outros lhe culpando do impossível.
— Impossível? – João.
— Para os incultos João, acusar alguém de lançar sobre cida-
des poeira toxica, pode parecer aceitável, mas se eu com meu Gina-
sial incompleto sei que para tomar a rua com 50 centímetros de
poeira, precisa de 8 quilos de poeira leve por metro quadrado, e lhe
acusam se ter jogado quanto, toneladas de material uniforme sobre
uma área imensa, se fez, tens uma tecnologia que ninguém a volta
tem, não conheço tecnologia que o possa fazer.
— Eles precisavam acusar alguém, eles não diriam não saber
o que causou aquilo Guto.
— E veio fazer o que?
— Olhar, as vezes duvido das encrencas que me meti, mas
tudo indica problemas amanha.
— E veio olhar a pista?
157
— As vezes tenho saudades de correr, sei que ficou no passa-
do, talvez a parte que não encaixa da minha vida, o menino que
termina o segundo grau ali na parte alta – Fala João apontando o
colégio na parte alta de Pinhais, na época ainda era parte de Pira-
quara – e para ganhar uns trocados, limpava os box, ajeitava as coi-
sas, testando um carro para Serginho, não sei quem viu, e disse que
conseguia um carro para que eu corresse, o problema é que um
carro conseguido, nunca é um carro para vencer.
— E veio apenas olhar.
— Sentir o problema, daqui a pouco começo a correr, mas
talvez semana que vem passe por aqui, dai é proposta de propa-
ganda Guto.
— Propaganda?
— Tenho de verificar o que posso, e somente se der, vou in-
vestir.
— E não pode falar?
— Tudo que falar hoje, são capazes de apedrejar para não es-
tar lá, não entendo desta coisa de religião, e olha onde acabei.
João se despede e sai, não queria atrapalhar e parecia que
começavam a olhar para ele, isto João ainda não acostumara.
158
— Quem faz isto é a PM, não nós, eles tem efetivo, nós pou-
cos, mas é que a lei, não pode com coisas como as que vem a rua, e
não sei como alertar.
— Temos uma trégua, mas o que vai fazer?
— Passar por maluco, o que mais.
— Não pode passar por maluco delegado, tem de enfrentar. –
Promotor.
— Certo, como eu me fazendo de alguém normal, vou a TV e
falo para as pessoas ficarem em casa na tarde de uma segunda fei-
ra, sem eles me acharem um maluco, até o horário, e depois que
não falei tudo, depois do horário?
O promotor olha para Sergio, ele estava quieto e pergunta.
— O que acha que vai ter sobre as ruas?
— Não tenho certeza senhor, exercito de Serpentes, não sei
como são, nunca vi, exercito de Minotauros, nunca vi, exercito de
Otatos, estes são a parte viva daqueles que nos atacaram vindos de
Piraquara, mortos-vivos, duendes, Krakens, Magog, todos orques-
trados por alguém que dizem querer voltar dos mortos, vencer uma
batalha destas para voltar dos mortos, Peter Wasser.
O promotor olha sem entender, parecia engraçado, e o rosto
não era de quem contava uma piada.
Coelho olha Sergio.
— Temos como enfrentar?
— Temos problemas, Moreira não acredita, então está pres-
sionando para dizerem que foi algo provocado por João, é mais fácil
para ele, não sei, os dois brigam desde a adolescência.
— O que mais lhe preocupa?
— Coelho, eu não tenho como ajudar, este promotor me ti-
rou do cargo, ele diz querer ajudar, mas todos que ajudarem, ele
manda prender no dia seguinte, eles podem não aparecer, pois você
faz um trato com o promotor, ele, preso a uma família Evangélica,
pressiona no segundo seguinte para prender todos, ele já fez isto
antes, mas se Dalma não vier a rua com os Laikans, os Otatos che-
gam ao centro destruindo tudo, se Luiz não entrar em campo com
os Hons, não sei quem segura este exercito de Minotauros, se Dia-
na, que eles ainda não sabem quem é, não aparecer, para não se
expor mais do que se expos, não conseguimos deter Magog, muito
159
menos Wasser, não me adianta achar algo, tudo que fizeram, induz
eles a não se mexerem, e se eles não se mexerem, esquece a cida-
de, tira todos.
Sergio falou olhando para o Promotor.
— Acha que vou voltar atrás, não entende que você não faz
mais parte desta delegacia. – Promotor.
Sergio riu, ele mostrou suas garras muito rápido e olhou para
Coelho.
— Tira o seu filho da rua e os seus, tudo que estiver na rua,
este merda que se diz promotor, vai mandar prender, que se perca
a cidade, pelo que falei com Pedro Rosa, Jorge vendo a posição de-
les, cômoda, fala com todas as letras, talvez se perderem muitos,
eles voltem a entender, estamos naquele momento, que para de-
fender os fracos, e esta merda ao meu lado é um destes fracos,
podemos perder fortes, a pergunta de Jorge, deixamos os fracos
morrerem e depois de cansados de trucidar fracos derrotamos os
fortes, ou os deixamos morrer e nos afastamos para outro lugar,
sem a preocupação de ter de enfrentar Wasser.
Coelho estava olhando descrente para Sergio, ele estava fa-
lando, não temos chances, o melhor é tirar os demais do caminho.
— Não podemos desistir.
— Como dizem, põem o exercito na rua, a militar na rua, pões
todos que puderem ir a rua Delegado, mas o governador segurou a
Militar, está transferindo gente para Londrina hoje, o Exercito, to-
dos pressionados por Moreira, para não se meterem, porque eu,
você, seu filho, os demais, tem de morrer, para eles depois prende-
rem os que sobraram?
Coelho pega o telefone e liga para o Comandante Terrestre
de Curitiba e fala.
— Como está as coisas primo?
O comandante olha em volta e fala.
— Estão transferindo parte do exercito para Brasília hoje, sai
dois aviões daqui a pouco, do Bacacheri, estão mandando os con-
tingentes se manterem firmes protegendo as bases.
— Vão deixar o povo morrer primo?
— Cumprimos ordens, sabe disto.
Coelho olha o investigador a porta e fala.
160
— Plinio, manda chamar todos os delegados para cá, mais rá-
pido possível, tira da cama se estiverem.
— Pra quando?
— Ontem.
Coelho liga para o filho e fala.
— Filho, uma dica.
— Fala.
— Brasília mandou o exercito e a PM não se mexerem, se for
para a rua, é sabendo, não tem cobertura, avisa as pessoas, elas
tem de saber que não é obrigação deles morrer por covardes.
— Tá maluco pai?
— Eles querem estar inteiros para nos prender depois, en-
tendeu?
— Covardes.
— Avisa o pessoal.
Coelho liga para o comandante da Defesa Civil.
— Martinho, como estão as coisas?
— Não sei, acha que vai acontecer?
— Vai, mas alerta todos, a PM e o Exercito estão sendo tira-
das da rua para o evento de amanha, então eles tem de saber que
não terá cobertura, governadora e presidente nos virando as costas.
— Merda, tem previsão de quando?
— Duas da tarde de Segunda, é o que todos os relatos da In-
teligência falavam, então os covardes vão fugir até este horário.
— Aviso.
O delegado olha para o promotor e fala.
— Se esta tentando me pressionar a fazer algo Promotor, e
sabe do que Sergio falou, some, se estiver aqui daqui a pouco lhe
prendo por obstrução da justiça.
— Não pode fazer isto.
— Pelo que entendi, os amigos já saíram da cidade, amanha
será um dia de secretarias dando desculpas, não vão estar ai para
lhe tirar Promotor.
Coelho liga para o comandante da Policia Militar e pergunta.
— Comandante Ramalho, me confirma, a governadora os está
tirando da cidade?
O senhor olha em volta e fala.
161
— Sim, ainda não sabemos por quê?
— Para deixar o povo morrer, porque mais.
— Não fala besteira, ela não faria isto.
— Seus relatórios falam o que sobre amanha a tarde em Curi-
tiba, Ponta Grossa e litoral Comandante.
O senhor fecha a pasta e fala.
— Não tenho informações sobre nada importante amanha a
cidade Delegado, acha o que?
— Que é um covarde, quando for para casa, olha as pessoas a
rua seu covarde.
O delegado desliga e olha para o Promotor.
— Ainda ai?
— Não pode não reagir.
— Vai ao exercito e a PM, pois eles que são os responsáveis
por resistir Promotor, nós, apenas levantar dados e prender, some.
— Mas...
Sergio olha para a porta e o delegado Romário entra.
— O que ouve Delegado?
— A governadora tirou a PM da cidade amanha, o exercito,
mandou todos ficarem em seus buracos e não se meter, recomen-
dava fechar as delegacias, poupa o pessoal Delegado, eles tem famí-
lia, em casa pelo menos defendem suas famílias.
— Mas e se não acontecer. – Romário.
— Qualquer problemas, cada um inventa o seu para não pa-
recer combinado.
— E este promotor.
— Deve ser odiado e se acha, se ele foi o deixado a cidade pa-
ra se dar mal, eles devem adorar ele.
Romário sorri e o senhor sai, Coelho olha para Sergio e per-
gunta.
— Vai mesmo se retirar?
Sergio apenas sorriu e fala.
— Deixa eles acharem o que quiserem Delegado, dispensa
todo pessoas dos controles de Câmera e depois as desliga.
— Sem provas?
— Sem provas.
162
João chega a empresa de representação, cumprimenta o se-
gurança, olha os estacionamentos demarcados, olha para os pontos
de venda, e as caixas dos estoques chegando, ele olha para Marta e
as meninas, elas estavam se inteirando dos assuntos, gente mais
especifica e treinada para os acessórios, e uma linha completa qua-
se pronta, era manter a formula, e terminar os projetos.
Ele olha para os manequins e olha para Paulo, na parte alta
do terreno, olha para os manequins em uma liga ferro alumínio,
manequins basicamente de reciclagem de alumínio.
— Não entendi a ideia.
— Paulo, sabe que algo está para acontecer na cidade.
— Ouvi horrores sobre o senhor, as vezes as pessoas acredi-
tam em coisas estranhas.
— Quantos manequins destes conseguimos prensar até ama-
nha ao meio dia.
— Porque da pressa?
— Vai entender, mas quantos?
— Uns 3 mil, mas o acabamento não conseguimos fazer.
— Sei disto, dispõem no pátio, e com calma vemos o que po-
demos fazer.
Paulo viu aquele senhor e aquela menina chegando, João e
Sabrina, João quando olhava Sabrina e o amigo João, o escritor,
pensava que os demais pensavam o mesmo quando viam ele ao
lado de Jessica, parecia realmente quase pai e filha.
Sabrina olha os manequins em alumínio e ferro e olha para
João estranho.
— Qual a ideia?
— No livro de imortalidade de Wasser, dizia que os seres são
facilmente dominados pelo sal, o que eterniza, aprisiona, então se
puder ajudar a encher eles de sal antes de os dar vida.
Paulo estranhou, mas viu a menina tocar o chão, era apenas
um teste, ela sente ele e fala.
— Resistente. – Paulo olha o mesmo ficar com um rosto bem
mais humano, corpo atlético, perfeito, e se mexer e olhar em volta.
— Paulo, um bruxo vai atacar a cidade, toda a segurança da
cidade estará proibida de proteger o povo, sei que eles me culpa-
163
ram para ninguém me ajudar, mas se cada lado, levantar uns, po-
demos defender os demais a rua.
— Isto é que tipo de bruxaria.
— Bruxaria de Bell, se não me engano – João.
Sabrina sorriu e falou.
— E pelo jeito os deixará visíveis?
— Sim.
Paulo viu os manequins crescerem, não eram mais manequins
normais, ficaram com mais de 3 metros, viu Carlos chegando com
roupas, estranhou e uma leva de caminhões começa a por sal em
grão ao fundo, eles estavam derramando a calçada, sem cuidado
algum, era uma carga segurada, que se perdeu na pista em um aci-
dente de transito.
Sabrina olha os modelos, e Paulo viu o sal ir para dentro do
ser, tinham apenas 300 prontos, Carlos trouxe a roupa, e após ves-
tidos, entraram na carroceria de Carlos e foram ficando a rua, nas
esquinas, vestidos, como parte da promoção da tarde do dia seguin-
te, foi deixando manequins nos dois sentidos.
Paulo olha para João e fala.
— Isto assusta.
— Fala isto porque nunca enfrentou um Otato de frente,
aquilo é assustador.
— Pelo jeito espera ter problemas bem sérios, e vai deixar
uma arma a mão, para se precisar. – O outro João.
— Sim, mas não esquece, se defende e defende Sabrina, ela
pode não saber, mas ela como eu, somos alvos.
— Eu cuido dela.
João olha Paulo e fala.
— Sei que dá medo, mas se isto está para nos defender, ima-
gina o que vem contra.
— Certo, e não vamos falar para ninguém.
— Não.
164
Ele para a porta de Aline, ela olha aquele senhor e olha o na-
morado e fala.
— Vamos conversar.
— Sabe que o pessoal da igreja o chama de bruxo.
— Se eles soubessem o que faço, me chamariam de bruxa
também amor. – Aline.
Ele olha a namorada e fala.
— Alguns acham que teremos problemas amanha, tem um
policial da 10ª que falou que o delegado adjunto dispensou todos os
não essenciais amanha, para que protejam suas famílias.
— Vamos ver o que o senhor tem a dizer.
Aline fez sinal para o senhor entrar, ele cumprimentou os dois
e falou.
— Sei que estou pedindo demais menina, mas todos que tem
algum dom na cidade, serão alvos de Wasser se ele voltar a vida,
então ou o detemos, ou fugimos.
— Certo, e quer o deter?
— Deixar claro, tentar, se achar que vamos perder, pega o
namorado, a mãe, a família, põem em um carro e some na estrada,
sentido sul.
— Tem este risco? – O rapaz.
— Sim, o delegado afastado, Sergio, me passou que o exercito
e a PM, estão com ordens de não dar segurança a nada amanha, dai
os delegados resolveram abrir o jogo e estão deixando as peças
principais em casa, mas o principal, não teremos câmeras na cidade,
não teremos gente nos acusando na terça, não com provas.
— Acha que eles nos acusariam? – Aline.
— Sim, eu acho que a melhor forma de você nos ajudar Aline,
é estabelecer um imenso campo de sangue ao sul da cidade, se es-
tendendo para todos os lados, com apenas um objetivo, renascer.
— Do que ele esta falando.
— Não deixar um bruxo usar os mortos, contra os amigos, é o
que ele está falando, se eles renascerem, eles não atacarão com
pessoas que não enfrentaríamos.
— E sabe fazer isto? – O rapaz.
— Como disse, se eles soubessem o que sei, eles me chamari-
am de bruxa.
165
— Tem de ver que isto é bruxaria.
— Rapaz, não existe bruxaria, muito do que é dom divino, e
renascimento é um dom divino, é tido como bruxaria, a força deles
é inverter, vocês tem medo de Deus? Se não, porque temem a mor-
te como algo terrível, porque tudo que gera a morte, é terrível?
— Certo, mas acha que posso estar em casa.
— Um local seguro, não sei onde, mas que consiga agir, eles
devem começar a se organizar amanha, depois da duas da tarde.
— Porque depois das duas.
— Acho que pode ser um pouco antes, mas Wasser tem de
me matar para conseguir o que quer, e eu só serei mortal, amanha a
partir das duas da tarde.
— Você é o alvo dele? – O rapaz.
— Sim. – João viu que a aura do rapaz foi para a de uma solu-
ção simples, crianças sempre pensam no fácil e ele se despede e sai.
169
— Avisando, não posso por alguém para me defender, seria
covardia alguém morrer para um traste como eu viver.
— E não tem outro jeito?
— Onde estiver, será difícil, não acredito que alguém fez isto
antes, então estou apenas pedindo algo Ricardo.
João se levanta e sai como entrou, sem nem olhar para outra
pessoa a lanchonete.
Ricardo volta a igreja, Paulo estranho, pensou que ele não
voltaria, estanho que a poucos dias o senhor falava em desistir de
estar ali, agora queria o posto e por Ricardo para correr.
Ricardo avisou Paulo, ele foi a cada igreja, a cada casa de co-
nhecido, o aviso era simples, no dia seguinte, teria a rua, o enfren-
tamento do Bruxo João da Cruz, com o Bruxo Peter Wasser, o usar
do termo bruxo, era para os crentes se mexerem.
170
171
J.J.Gremmelmaier
Odeio Segunda 2
172
O despertador tocou, João se levanta, 3 da manhã, hora de
agitar a segunda, ele deixara ordens aos advogados, instruções se
ele viesse a não estar ali, sua cabeça tentava focar nos desafios, sai
de casa, as pessoas olhavam agora mais manequins vestidos, em
toda a rua, apontando para a confecção, os poucos a rua, achavam
que era novamente a empresa fazendo propaganda, viu Joaquim
sair da panificadora com a caminhonete lotada de coisas, e o cum-
primentou, passa nas duas igrejas a rua e olha o anuncio que não
abririam na segunda, para ficarem em casa, protegerem os seus,
alguns liam e não entendiam aquilo.
João olha que todos o olhavam estranho e Marta fala.
— Podemos conversar no escritório?
João apenas concorda e entram nele.
— O que está acontecendo João?
— Referente a que quer saber?
— Se por um lado, falam que você é um bruxo cheio de coisas
ruins, por outro, investe pesado, a cidade vai acordar com estes
manequins vestidos a rua, mas o que está acontecendo.
— Uma guerra, que ninguém leva a serio, o exercito recolheu
os seus homens, a policia militar não estará a rua para dar seguran-
ça hoje, e tudo que acontecer de errado, será jogado sobre mim
Marta, por isto, sou apenas o rapaz do Opala, lembra?
— Não quer prejudicar a empresa, seria isto.
— Se eles soubessem que a empresa era minha, estaria como
minha casa, pichada de Bruxo por todas as paredes.
— E o que fez de verdade?
— Eu vou a um enfrentamento hoje, se vencer, estarei aqui
na segunda que vem Marta, se não, alguém vai entrar pela porta, e
lhe indicar o caminho, a empresa continua independente de mim.
— Mas qual o risco?
— Já ouviu falar de Peter Wasser.
— Diziam ser o maior bruxo deste país.
— Sim, ele quer voltar a vida, e a forma que ele quer voltar,
através de meu corpo e minha morte, é este o desafio do dia, mas
antes, vamos as vendas.
— Esta falando serio.
173
— Sim, e pior, todos a volta que falar de algo, antes de estar
acontecendo, vão me chamar de louco, depois, perguntar porque
não os protegemos.
— Existe risco?
— Aqui dentro não.
— Mas como pode garantir?
— Estamos sobre um antigo cemitério indígena, os mane-
quins que acha lindo, fazendo propaganda, é um exercito de bone-
cos, mas não precisam se mexer para nos proteger, é uma proteção
contra magia negra Marta.
— Carlos ficou assustado.
— Acho que eu estou assustado, mas todos estão me olhando
diferente esta semana, a imprensa jogou toda culpa sobre mim,
queria ter todo este poder, não o tenho.
— E vai enfrentar mesmo assim.
— Não tenho alternativa, não mais.
João olha para Carlos a porta e fala.
— Entra.
— Desculpa a reação de ontem, deve estar preocupado e eu
com um ataque de medo.
— Apenas alertando Carlos, é um alerta, se estiverem prote-
gidos em suas casas, menos perigo.
— Certo, mas depois temos de acelerar a produtividade que
não tivemos hoje.
— Não acredito na velocidade, uma hora teremos de descan-
sar Carlos, nem falei para Marta que semana que vem não abrire-
mos, mas preciso desta semana, é importante, e talvez decisiva,
mas se vendermos hoje, o que vendemos no primeiro fim de sema-
na, todos merecem uma semana de descanso.
— Não quer mesmo ninguém no caminho? – Marta.
— Carlos viu o problema de perto, ele sabe o perigo, pois nin-
guém disporia de força no limite que penso que vai a rua hoje, se
fosse algo fácil. Mas vamos ao assunto da manha, como estão os
estoques.
— Alguns não chegamos ao que queria, outros, com estoque
já para semana seguinte. – Marta.
174
— Os com estoque maior, põem mais para frente, os que não
chegamos ao que queríamos, coloca mais ao fundo, não sei ainda
como vai ser o dia, minha cabeça não está aqui hoje.
Os dois saíram, João olha pela janela, já tinha 60 ônibus, e
mais chegando, a lanchonete ao fundo vendendo, o pessoal che-
gando e se ajeitando, aquela lanchonete parecia atrair todos que
chegavam, talvez um dos pontos altos do projeto.
João olha o caminhão dos manequins entrar, e começa a ajei-
tar os novos e os antigos, e ao fundo, os rapazes começam a colocar
os que já estavam embalados, se alguém quisesse, teriam algo a
pronta entrega.
As pessoas olhavam os imensos manequins e viam como
marketing do que teria.
João olha para fora, sentia as energias crescendo, recebe as
mensagens e evita responder a qualquer uma delas.
176
— Reúne o pessoal, não vamos deixar os Otatos subirem a
serra.
— Sabe que não somos muitos.
— Sei?
A moça de nome Suzi, olha aquela moça surgir a rodovia, vi-
nha pela estrada e olhar para Pedro, se levantando.
— Qual a ideia rapaz?
— Deter os Otatos e Sereias, mas tem de saber, como olhar
para uma sereia, para não ser enfeitiçado por elas, assim como não
ter problemas com as memorias com os Otatos.
— Já as enfrentou?
— Já, assim como os Otatos, eles são grandes, mas é só sentir
seus cheiros e vão entender, eles tem pavor de nós.
Pedro olha a filha e fala.
— Suzi, está é Thamis.
— Tem algo com meu pai?
— Não, apenas estamos unindo forças, para enfrentar algo,
que se ganhar, nos vai tirar a liberdade, e ouvi que os abaixo da
serra tinham perdido os seus velhos e não se transformavam mais,
hora de juntar forças e tentar ganhar.
Suzi viu que alguns eram novos naquilo, mas estavam ali para
reforçar e ouviu o policial as costas.
— O que faremos Pedro?
— Enfrentar Otatos e Sereias, as Yaras devem dar proteção as
costas de Dalma serra acima, então vamos proibir que estas che-
guem lá.
— Uma guerra para valer?
— Sim, se eles pretendem chegar lá as duas das tarde, devem
estar começando a erguer suas cidades rapaz. – Thamis vendo que
ali, até a policia cheirava a Yawaras.
O policial viu a moça se transformar e avançar no sentido da
estrada.
183
João olha os demais saírem, dispensa o segurança, vê os poli-
ciais acompanharem os turistas, e olha para Sabrina andando a rua,
e fala.
— Estão já contornando João.
— Se cuida.
Ela sorri, ela toca o chão, e os bonecos a rua começam a se
mexer, eles viriam via parque, um grupo desce a rua, os animais do
zoológico estavam retidos, em seus recintos, avisados que algo iria
acontecer, já que segunda ele não abre.
Alguns começam a fechar ruas ao longe, para não virem mais
carros naquele sentido, João olha o relógio e fica a pensar no que
poderia acontecer.
Ele sente os seres vindo a rua, as grandes serpentes vieram
rastejando de derrubando mata da região do rio abaixo, e os mortos
vivos a acompanhar, Wasser olha João, ao meio da rua, olha para os
lados, sozinho, sorri e fala alto.
— Bem me disseram que não temia a morte.
— Bem me disseram que era um nada Wasser.
Wasser olha para o senhor, ele abaixa ao chão, ao longe, Sa-
brina observava, mas mais atrás, Aline toca o chão junto e aquele
mar de vermelho correu pelo chão, Wasser sabia que era um morto,
então se esticou para cima da grande serpente, os mortos vivos
caem, sequencialmente por onde o vermelho passou e João cresce,
coloca as garras para fora e fala.
— Quem são as crianças que trouxe para matar Wasser? - Fa-
la João olhando o quanto os minotauros ficaram pequenos, e eles
viram que não seria um alvo fácil.
— Acha que pode com todos?
— Se fosse metade do bruxo que dizem ser, não estava preci-
sando de todos estes a volta covarde.
João estava provocando, mas Wasser olhando o chão verme-
lho, magia de interação, de renascimento, não arriscaria, ele não
queria arriscar.
João olha os bonecos a rua, e olha para Wasser, e estes co-
meçam a se mexer, ganhar vida, e atacar os minotauros, pegando
suas espadas, e começando a cortar as serpentes.
184
Eram muitos, Wasser pensou que João estava gastando ener-
gias, e viu aquelas amazonas entrar pelas costas cortando as ser-
pentes ao fundo, elas se viram, os duendes tentaram feitiços e vi-
ram que estas vieram protegidas contra este tipo de coisa.
Wasser olha que teria de encarar, deixa seu corpo maior e viu
João ainda no mesmo lugar, Wasser mexeu as mãos e pedaços de
calçada se mexeram criando um caminhos sobre o vermelho, até
João, que sorri e fala.
— Finalmente querendo morrer Wasser?
— Você não pode comigo.
— Acho que não entendeu, eu sou vivo, e segundo um bruxo
famoso na cidade, ele afirmou, com todas as letras, um vivo nunca
perde para um morto.
Wasser olha desconfiado, ele escrevera aquilo, mas não lem-
brava desta parte, ele fica na duvida e fala.
— Acha que vou deixar você vivo?
João olha em volta e sente aquela energia negativa vir sobre
ele o erguendo, a magia de Wasser, sente os pés se afastarem do
chão, passa as garras no ar vendo elas passarem pelo ar, sente aqui-
lo segurar ele pelo pescoço e apertar, viu o sorriso de Wasser.
As amazonas terminam de cortar as serpentes, viram os du-
endes tentar se reunir em grupos e viram um Hons entrar ao fundo
e apenas tocar naquela bola de energia que a reunião dos duendes
estava fazendo, pega a pedra ao pescoço e encosta na energia, e
aquilo brilha e desaparece.
Eles olham João erguido e sentem a proteção de Wasser afas-
tar todos, eles tentam se agarrar as coisas, mas tudo foi afastado
deles.
João olha para Wasser e pensa, no que fazer, ele não sabia,
mas abre as asas, e ganha altura, Wasser se assusta e olha para
João, ele voava, ele se levantou com asas brancas, então ele desce
mais ao fundo, olhando o senhor.
Um grupo a mais de mortos vivos entra caindo em campo e
Magog flutua sobre o grupo e começa a atirar tudo sobre o grupo,
se colocando entre o grupo de João e Wasser.
Wasser olha João e fala.
— E ainda acha que sobrevive.
185
João apenas sorriu, sente a magia da nevoa e a devolve ao
senhor que olha assustado, aquela nevoa avançar sobre ele, recua e
olha as lajotas da rua começarem a ficar vermelhas.
João desce ao chão e caminha até Wasser, ele olhava João,
ele puxa tudo para a rua, e parte da construção do galpão de expo-
sição tente a rua, caindo sobre João.
João sente aquele ferro lhe atravessar, sente a dor, foi forte,
ele olha para o corpo, ele não se regenera, sente o sangue na boca,
pensa se morreria, se enganara, olha para a rua e aquele ser com
sua queda, se livra da nevoa, e os restos se erguendo para ele não
pisar ao chão.
João pensa em sua alma e a tira do corpo, Wasser olha o cor-
po caído e olha em volta, não teria como levantar aquilo com calma
e olha para a rua, e começa a afastar as coisas do lugar, olha o cor-
po, João sente o mesmo, na rua abaixo, ele pensa na casa e a mes-
ma se desfaz em energia.
João olha para o corpo caído, seu corpo, olha os demais, olha
para Magog olhar para o corpo, o ser olha Wasser como se o ser
tivesse perdido, ele recua, Wasser olha os demais começarem a
descer a rua, olha em volta, ele tentava achar uma saída, vi ele tocar
o corpo, ele não reagia mais, ele pareceu olhar descrente, ele es-
queceu do básico, João não estava feliz com isto, mas viu o ser gri-
tar, ele sente o vermelho tomar o lugar, e sente o toque em seu pé,
Magog sobre restos de uma casa destruída ao fundo, vê ele gritar e
brilhar, como os mortos vivos, este renasceria, mas agora, sem ciên-
cia de quem foi.
O grupo se olha, Francisco abre o caminho e chega ao corpo,
se viu a lagrima nos olhos do senhor, João viu os demais se afasta-
rem, eles fizeram sua parte, mas aquele corpo, nos restos de uma
construção que não existiria ali, se ele não tivesse construído, pare-
cia ditar o momento.
João olha eles, muitos chegando perto, mas todos queriam fi-
car longe dele, ele sabia que não gostava de momentos como este,
ele se afasta, ele não estava ali quando Jessica chega ao corpo,
quando Evandro o toca e diz que a alma não está ali, quando a poli-
cia técnica chega com Sergio.
O delegado Coelho perguntou.
186
— Mas o que fazemos?
— Delegado, reúne todos, não sei o que aconteceu em todo
caminho, mas temos de ajudar os vivos, ele sabia, esta era a forma
mais fácil de deter Wasser, nem sei quanta magia é necessária para
desmanchar um prédio e lançar sobre alguém, mas este a imprensa
não vai conseguir culpar, ou se culpar, não teremos culpado.
A informação da morte de João, chega ao Sitio Cercado, Nane
não entendeu, se ele morreu, porque não havia dado certo, Jessica
não conversou, entrou no quarto e se fechou.
Sua mãe olha para Evandro e fala.
— O que aconteceu?
— Não sabemos exatamente, mas pelo que entendi, ele por
24 horas estaria mortal, Wasser vendo a força dele, força o desabar
da Distribuidora de Roupas sobre ele, mas normalmente, ele teria
se defendido, se regenerado, mas um dos ferros da construção o
atravessou, o grande Bruxo, pensando que estava vencendo, viu
João Morrer, ele deve ter se distraído com isto, pensando que tudo
que ele fizera não teria mais poder, mas deveria estar pensando em
sair dali, com os demais avançando, quando os campos de sangue
tocam ele, ele grita e brilha renascendo.
— Está dizendo que o senhor João morreu?
— Sim, é o que estou dizendo.
Evandro sai, Nane olhava ele, estanhava, tentando entender
o que acontecera, e olha para Evandro.
— Vocês o deterão, não terão minha clemencia.
— Quer mesmo descontar em nós Nane, você queria entregar
sua prima a morte, para ter algo, as vezes temo mais pessoas como
você, do que os demais. – Evandro se afastando, Pedro não estava
ali, provavelmente já morto antes, tanta coisa que achara ser de
uma forma e não entendera.
Jessica estava com a porta fechada, quando ouve sua mãe a
porta.
— Tem uma moça e um rapaz ai, ela disse que precisa falar
com você Jessica.
— Não quero falar com ninguém.
A mãe dela olha e fala, era uma tentativa.
— Algo sobre como fazer João voltar.
187
Jessica olha para a mãe e pergunta.
— Quem está a sala?
— Jessica de Lemuri e um rapaz de nome Paulo.
Jessica olha a mãe e fala.
— Pede para me esperar, mas não sei se quero falar sobre is-
to, mas as vezes temos de ouvir.
Jessica enxuga as lagrimas, se olha no espelho e sai do quarto,
olha aqueles dois.
— Sei que deve estar pesando no fim daquele senhor, mas
minha mãe me alertou de algo, e tinha de lhe alertar. – O rapaz de
nome Paulo.
— O que Esmeralda falou? – Jessica olhando o rapaz.
— Que a curva do dia, tinha duas saídas, e João teria de esco-
lher uma delas, o que as amazonas falaram ao fundo, é que ele es-
colheu as asas brancas, ele tinha decidido menina, ele tinha duas
alternativas, deixar seu corpo ser tomado e tentar o retomar, ele
usaria asas pretas se tivesse escolhido isto, pois seria a chance de
vida aos dois, ou a branca, que seria a chance de morte aos dois,
mas segundo as Amazonas, somente um ser brilhou naquele campo
e foi ao eterno, isto que fez Wasser chegar a ele, pois ele não bri-
lhou como um morto.
— Mas ele estaria no corpo.
— Se estivesse, Wasser não o sentiria como morto, ele deve
ter saído do corpo, a pergunta, onde está João?
— Porque ele se perderia?
— Ele não quis morrer, então ele saiu do corpo, mas isto, se
não o encontrarmos, será um ser que esquecera quem foi, e temos
uma semana para tentar achar ele, segundo minha mãe. – Paulo.
Jessica olha a outra Jessica e pergunta.
— E como se acha algo assim?
— Tem de entender, apenas as pessoas que são parte da vida
dele, podem sentir o caminho, ele provavelmente vai ter uma se-
mana de peregrinação próxima, depois ele tende a se afastar, por
isto a primeira semana é a que indica tudo ou nada.
— E porque ele escolheria este caminho? – Keka.
— Ele tinha duas opções, ele pode não ter escolhido, mas
como mortal, Wasser jogou um prédio inteiro sobre ele, ele decidira
188
que não seria escravo, as asas brancas disseram isto, Wasser sabia
disto, mas como alguém que estava cercado de magia, vendo al-
guém de asas, pensou que João ainda não estava mortal, ou esque-
ceu momentaneamente, foi uma escolha, e uma reação, ele não
escolheu este caminho Jessica, ele escolheu enfrentar, e como todo
enfrentamento, gera mortes, sabe disto.
— Começamos por onde?
— Pelo local, não sei de quem é o local.
— Dele, isto que estranho, ele foi morto, por um prédio que
não estaria lá, se ele não o tivesse construído. – Keka.
Paulo olha as duas e fala.
— O problema, é que atraímos o que dedicamos tempo, mais
do que o que não dedicamos, ele não é morto por algo estranho,
pelo menos isto.
— Não entendi.
— Magia própria, isto que deve ter o permitido sair do corpo,
ele poderia ser um escravo de Wasser neste momento Jessica. –
Paulo olhando Keka.
— Vamos lá, mas ainda me parece maluquice, não entendo
como ele poderia voltar.
— Se toda energia que falam, estava nele, pode ser qualquer
coisa, menos um qualquer Jessica. – Fala a outra Jessica.
193
— Ela é especial, mas ela foi além, ela caminhou no caminho
das almas, depois das portas do castelo, ela diz ter chego ao dia do
inicio, ou do fim, nunca entendi.
— João falava que somente a família, explica um mundo que
se refaz, recomeça, somente o amor gera isto.
— Ela sempre acreditou no trino de forma diferente, Amor, a
família, ao companheiro e a Deus, nada de pai filho e espirito santo,
ela fala, amor, amor e amor, somente por ele, somos, vivemos e
entendemos nosso lugar no espaço.
— Ela acredita que Deus é amor? – Paulo.
— Não, o único ser, que ela não sentiu amor, quando diante
dele, foi Deus, podemos amar a Deus, mas Deus, não é amor, se
fosse, o mundo não existiria mortal, ele seria um mundo imortal.
— E quem é sua companheira. – Jessica de Lemuri.
— Ela é apenas a minha companheira, Carla, se eu a definir,
ela é a irmã genética de Nemahiah.
Jessica olha para Paulo.
— As vezes esquecemos, Kur yt yba, “aqui muito broto de pi-
nheiro” estanho como minha mãe fala, uma palavra simples, mas
forte, Aqui, exata um local, eles raramente definiam um local com
tanta exatidão, acrescentam a isto o muito e colocam a condição, o
nascer milhares de mudas de uma das arvores com maior resistên-
cia, seja antes, durante ou depois de morta.
— Uma magia que fica oculta, quem passa desapercebido não
presta atenção, somente os com magia a mão a sentem. – Keka.
— Sim, alguns não conseguem ficar, atrai os de fora, e expul-
sa os nascidos aqui para povoar o mundo. – Jessica.
— O que está acontecendo? – Sergio olhando a casa.
— Ele precisa descansar, ele não entendeu ainda o aconteci-
do, ele está entre o morrer e o renascer, poucos ficam neste inter-
valo Sergio, tem de dar tempo hoje, mas se ele está aqui, temos
uma chance, mas se enterrarem ele, não sei. – Keka.
Sergio liga para alguém no IML, o pastor achou um absurdo
tirarem o corpo da igreja para levar ao IML, mas é que era um favor,
não uma certeza.
194
Pedro em Morretes, olha os mortos, funerais sempre foram
tristes, as pessoas depois da guerra, tentam sempre achar um cul-
pado, olhou a menina sair logo após, deveria ter saído junto, viu os
policiais o algemarem e um falar alto.
— Mãos para cima marginal.
Pedro olha a arma, pensa se valia, levanta a mão, afastavam a
filha ao fundo, muitos olham ele como culpado, as vezes até ele
concordava que alguns se morressem, seria mais fácil.
Ele se condena internamente pelo pensamento e fala.
— Desarmado rapaz, é só indicar o caminho.
Pedro olha eles jogarem ele em uma cela.
198
199
J.J.Gremmelmaier
Sonhando
200
João olha as mãos e fala.
— Como saio de um sonho, se eu não acredito em sonhos?
Ele olha sua casa, sabia que a desfizera, tenta lembrar quando
entrou no sonho, lembra de ser puxado para cima, depois para uma
igreja, lembra de ouvir palavras, mas não ver as pessoas, e o corpo
ser atraído novamente para a casa.
João olha para fora e olha que estava tudo vermelho, ele não
teria como caminhar ali, ou podia, talvez fosse o caminho, ele chega
ao muro e olha para fora.
Olha os exércitos de mortos caminhando para longe, viu as
grandes serpentes e olha aquele ser lhe olhar e parar a sua frente.
— Não pode se omitir do renascer João. – Wasser.
— Eu não me omiti, eu apenas não tenho como sair do terre-
no, não sei, estou retido aqui, vocês tem o caminho aberto, talvez
eu vá a reabilitação eterna.
— Não existe isto. – Wasser.
— Tenho certeza que nem você tem esta certeza Wasser, sua
ganancia o colocou ai, não eu, queria o poder de um anjo.
— Você nunca foi um anjo.
— Eu nunca quis ser um anjo.
— Você não entende, todos os caminhos seguem para longe.
Peter Wasser sente o corpo ser puxado e tenta se agarrar ao
portão e sua mão a atravessa e não consegue se segurar, ele grita
revoltado.
— Vou achar uma forma de voltar.
— Todos voltam, não se preocupe.
Wasser grita.
João olha para os seres passando por horas, humanos mortos,
gente que sempre se dá mal.
As vezes se via gente caminhando como se descontraída para
o caminho do Eterno, enquanto tinham os mortos vivos, sempre
tementes dos seus feitos.
Quando parou de passar as pessoas, parece que se fechou o
lugar, ele toca o vazio e viu ele lhe barrar as mãos, ele passa a mão a
toda volta do terreno, estava preso ali, e olha para as imagens a
volta, viu a sua mãe, talvez fosse das coisas que fizeram muita falta
em sua vida, ele olha ela caída a calçada, ele ferido, ele olha em
201
volta e alguns o apontam como culpado, parecia que as pessoas
sempre o culparam, até do que ele nunca tivera culpa, um carro
invade a calçada, a mãe morre e todos lhe olham como se a culpa
fosse dele, ele chorava por dentro, de ver sua mãe morta e olha os
demais lhe apontando, falando coisas que não entendia no dia.
João olha as imagens do pessoal da ambulância chegar, so-
mente nesta hora um rapaz tocou sua cabeça, ele sente o sangue na
boca e olha aquele senhor entrar na ambulância e o tocar, ele sente
as dores sumirem e olha para o senhor sair, pensar que aquilo não
foi uma ajuda, foi para lhe tirar do caminho da morte, para algo que
por anos agradeceu, ele deu força ao ressurgir de Wasser, mesmo
não o reconhecendo naquele ser, hoje sabia que era ele.
João senta-se ao chão olhando a imagem do mandar ele para
um orfanato, o apanhar, o ser humilhado, o fugir de lá para apren-
der a rua as coisas.
O casamento, o fim, toda uma sequencia de desastres, de fra-
turas, de marcas que ele tinha ao corpo.
João olha os momentos triste que passou, até olhar aquela
menina lhe olhar e falar um dia.
— O que faz para viver?
Ele estava pensando em ir a frente e para naquela pergunta,
ninguém se preocupava com ele, sabia que a menina era tida como
uma escolhida do grande mago da cidade, para a ensinar, não en-
tendia parte da historia, mas eles conversaram, talvez sua forma
quase doce de falar, o manteve longe, era uma criança.
Lembra da pergunta dela quando tinha 14.
— Não me acha bonita?
João a olha e fala.
— Es uma criança linda.
Lembra que ela sumiu do caminho por quase um mês.
As imagens sumiram, ele olha a casa ao fundo sumir, parecia
um caminho, ele pensa e não entra naquele caminho, ele senta-se e
olha em volta.
— Não tenho para onde ir.
João olha aquele caminho surgir a toda volta, olha aquele ser
negro olhando todos passarem e olhar para ele e falar algo que ele
não entendeu, ele olha para onde ele apontava, suas pernas esta-
202
vam cansadas, ainda sentado e apenas tenta ignorar o que parecia
significar aquilo, ele tenta lembrar de algo e as vezes parecia que
teria de caminhar, tentava se agarrar a algo, mas não sentia nada,
parecia leve demais.
João olha em volta e pensa no quanto se enganara, lembra
que o grande problema é que sempre esperava que as coisas vies-
sem sobre ele e não morresse, reflexo condicionado, uma vida intei-
ra de coisas caindo sobre ele e sobrevivendo, mesmo que com mui-
tas feridas.
Por um segundo lembrou das asas e viu o ser negro olhar pa-
ra ele e falar algo, não entendeu, mas outros olharam para ele, mas
não via nada diferente.
Olha para o lugar e repara que uma pessoa que passara antes
passa novamente, era uma alucinação, viu o local onde o ser indica-
va, era o caminho que antes se recusara a andar.
Ele olha o ser e parece mudar de forma, olha para a imagem
de sua mãe, talvez a ver fosse um motivo que lhe atraia a caminhar,
ele chega a levantar, olha o caminho e para, ele sente o caminho
frio e volta a sentar. Passar não era certeza de encontrar sua mãe,
se as almas renasciam, ela deveria ou ter renascido ou preste a re-
nascer, ele, iria estar ao fim de uma fila, ele não queria esquecer
quem era, esquecer um amor.
As certezas eram duvidas e pela duvida resolveu esperar, em-
bora não soubesse quanto tempo estava parado, talvez um dia ti-
vesse de se levantar, talvez o fizesse quando não lembrasse mais
quem era.
Quem sabe a porta fosse do renascer, ele tinha duvida, e fica
naquela incerteza, e se ali fosse o caminho para sair e voltar a vida.
Ele olha para as mãos, pensa nas asas e olha sua aura brilhar,
ele ainda tinha as asas, elas estavam brancas, lembra da escolha, ele
não o fez porque queria, e sim para não deixar o senhor chegar a ele
e tomar sua alma, o medo o fez recuar, medo de fazer mal as pes-
soas, pois o que falavam do senhor era uma coisa, o que sentia,
outra, embora não morrera pois aquele ser interferiu, nunca pensa-
ra em agradecer, mas sim, ele descobrira um amor, pois ele o forçou
a não morrer, ele olha as mãos e sente elas frias, pela primeira vez
sentiu seu corpo, mas e se não conseguisse voltar.
203
João lembra daquele olhar lhe perguntando coisas que sabia
não ter feito, quantas vezes eles se afastaram podendo se aproxi-
mar, quantas vezes tentou a defender, e foi alvo, mas existiam ou-
tras pessoas lá, o que elas estariam sentido.
Ele enfrentara Wasser, lembra de Magog ao fundo, ele teve
uma certeza neste momento, ele teria de voltar, mas como?
Na mente de João, mais do que o amor, ele teria de estar lá
para segurar o avanço de Magog.
204
205
J.J.Gremmelmaier
As Guerras
Recomeçam
206
Nas prisões estavam com parte dos defensores, Dalma come-
ça a subir no fim do dia novamente a Piraquara, ela sentia que a
energia estava forte e olha para o policial a sua porta.
— Vai nos trair? – Ela olhando os policiais armados.
— Pensei que tinha desistido. – O delegado.
— O que temos?
— Magog está avançando por Quatro Barras, vai deixar de es-
tar oculta já em Colombo.
— Quem prenderam?
— Todos por uma semana para averiguação.
— Eles sabem o que estão fazendo?
— Não sei.
Na radio que anunciara o dia anterior o acontecido, no inicio
da noite o radialista olha o recado e fala.
— O que fazemos diretor?
— Alertamos e as pessoas sobreviveram, pelo que falam as
ruas, a governadora ainda está longe.
— Covarde.
— O que fazemos?
— Grava e põem no ar, pagaram e estamos apenas cumprin-
do um contrato.
Sergio estava em casa, quando ouve na radio.
“Alguns ainda não entenderam, quem estiver no caminho de
Magog, e tiver força, é nossa chance de vencer, mas se não tens, sai
da frente, é novamente mortos ao caminho, e segundo a policia
civil, a militar está com medo, a governadora escondida em Londri-
na, o prefeito, na mesma Londrina, a pergunta que nos fazemos,
como manter gente assim no poder, se na hora dão ordens para não
nos defender, prendem os que enfrentaram, e ainda estão em Lon-
drina na saia das mamães, Governadora, seu pai diria, “Covarde”,
ele com certeza estará a sua frente, quando voltar ao palácio do
Iguaçu, boa sorte”
O procurador olha todos presos e fala.
— O que fazemos?
— Fizemos, o senhor sabe o que fizemos, prendemos sobre
ordem sua quem enfrentou, eles nem resistiram.
— Mas...
207
— Senhor, não temos provas contra eles, sabe disto, está os
segurando por 5 dias, mas em horas, provavelmente estará acabado
o problema.
O promotor liga para o Bispo da igreja e descobre que ele es-
tá no culto e não o pode atender, tenta ligar para a governadora,
não é atendido, liga para a policia militar, descobre que a ordem é
por 24 horas, ninguém estará a rua de Curitiba, parte estava em
Londrina.
— Onde está aquele Sergio?
— Dizem que todos que mandaram o prender, um anjo man-
dou para o inferno.
— Mas...
— Sabe o trabalho de quem está fazendo promotor, pode fa-
lar em Deus, mas os mortos, a culpa é sua, da governadora, do se-
cretario se segurança.
O senhor sai para fora e olha para as ruas desertas, um radia-
lista de outra radio passa o comunicado.
“Segundo os entendidos, o que aconteceu a rua, não acabou
ainda, se tiver como sair da cidade ao sul, saia, se não precisar vir a
cidade, não venha, a promotoria de justiça a mando da governado-
ra, que negará isto depois, mas ninguém conseguiu falar com ela,
prendeu todos os que enfrentaram o problema, então fiquem em
casa.”
Moreira liga para Francisco e pergunta.
— Como estão as coisas Francisco?
— Não sei, sai da cidade.
— Mas...
— Se querem deixar os outros morrerem, tiramos da cidade
peças importantes, talvez Jorge tivesse razão, se deixássemos vocês
morrerem, você talvez dessem ouvido.
— E está onde?
— Quase chegando na Lapa.
Moreira olha em volta, Francisco se afastar, não ter as câme-
ras, era sinal de algo violento.
Dalma chega a beira da estrada e olha aquele menino senta-
do.
— O que faz aqui Pedro? Não tinha abandonado a Guerra?
208
Pedro a olha e fala.
— Mantem os seus no caminho, para desviarem para a rodo-
via, não vou discutir Dalma.
— Mas...
— Você não me viu aqui, já que o Pedro Rosa desta existên-
cia, não está a cidade.
Dalma olha o menino começar a andar, não sabia quem era,
parecia mais novo e o delegado pergunta.
— Pedro Rosa?
— Não entendi, mas... – um exercito de seres com cor estra-
nha, surgem as costas de Pedro e começam a caminhar para o cam-
po, uma hora estavam ali, na seguinte, na forma de lobos, a correr
pelo campo.
— Este não é o normal.
Dalma olha para o caminho e vê os Laikans surgirem e fala.
— Eles vão enfrentar, não sei quem são?
— Cheiram a Curupira, mas não se parecem com curupiras,
aparentam Morois.
Muitos escondidos, e aquela leva de seres começa a surgir na
BR116, mortos vivos, matando tudo no caminho.
Eles estavam avançando e veem os Laikans surgirem.
— Um dia vão voltar a me servir. – Magog.
O ser olha aquele lobo a estrada, estranha, pois não conhecia,
olha para os seres as costas, lobos brancos, negros, magentas e
amarelos.
Os mortos vivos começam a passar, Pedro na forma de lobo,
quebra um frasco ao chão e recua um pouco e fica a olhar os seres,
Magog não entendeu, ate começar ver os corpos caindo, em pó, e
olha o lobo.
— Acha que tenho medo de lobinhos?
Magog viu aquele lobo crescer e falar.
— Esperando a grande Magog, para matar com minhas gar-
ras.
Os Laikans viram o ser avançar, e os lobos menores pararem a
rodovia, afastarem as pessoas.
O girar no ar com a garra exposta deixa a marca no rosto de
Magog, ela sentia a força de algumas almas se esvaírem.
209
Magog fere algumas vezes o grande lobo, que se ergue e
avança novamente, Magog convoca mais seres, e se viu Otatos sur-
girem as costas, grandes Mbaê-Tata virem rastejando, Magog não
conhecia aqueles seres, e quando ele olha para trás, viu que estava
cercado, sente outra vez as garras do grande lobo e fica pensando
em por onde fugir.
Os Otatos foram sendo devorados ao fundo, e os mortos vi-
vos já ao chão, e Magog pergunta.
— Uma trégua?
— Quando ofereceu uma trégua aos que matou Magog?
Pedro continua a desferir golpes, a estrada fechada.
Magog tenta acertar o lobo ao ar, sabia que seria ele que te-
ria de encarar.
Pedro vê Magog tentar abrir caminho pela lateral para recuar,
e começam a sair da estrada, sobre casas a beira, Pedro o empur-
rando para traz, o fazendo recuar, e quando chega ao campo de
mortes, Pedro sente Magog tentar se enterrar, e viu o campo de
sangue a toda volta, Magog tenta tirar os pés do chão, mas se des-
faz em luz, o lobo desvia a vista, tamanho o brilho, ele olha para os
demais voltando ao formato e olha para Dalma.
— Apoia os que der, ainda faltam 10 horas.
— Mas qual o maior problema?
— O que não estão olhando ainda.
Dalma olha para o ser abrir uma porta ao ar e sair dali, pas-
sando para uma espécie de campo, parecia um alagado, todos os
demais passam junto e o delegado olha para ela.
— O que aconteceu?
Os Laikans começam se erguer e um pergunta.
— Quem era este lobo?
— Não entendi, mas algo que não vamos relatar. – Dalma.
— Por quê? – Delegado.
— Toda vez que existem mortes, sobra a quem enfrentou.
— E que luz foi esta?
— O renascer de Magog.
— Estamos a um passo ou da paz ou da guerra? – Jorge che-
gando, os advogados dele o libertaram por não ter ninguém para
contestar a ordem.
210
— Não sei Jorge, onde está Pedro Rosa?
— Qual a desconfiança?
— Não sei, alguém de outra existência, de nome Pedro Rosa
interferiu nesta, o que isto significa?
— Interferiu quanto?
— Mandou Magog ao renascimento.
Os demais se olham sem saber, ao fundo, Aline olha o marido
e fala.
— Vamos para o litoral.
— Acha que ainda não acabou?
— Olha em volta, a energia está no ar.
Gerson olha para a imagem, não entende, e chega ao lado do
filho e pergunta.
— O que está acontecendo filho?
Ele olha diferente e fala.
— Porque estaria acontecendo?
— Você raramente se esconde.
— Agora sou um pai de família.
Gerson olha em volta e pergunta.
— E onde está sua família?
— Rita se irritou com minha posição, mas ela com calma se
acostuma que temos de nos defender.
— Defender, não está se defendendo filho, tirei os nossos da
rua, lhe apoiei, o que está acontecendo.
— Eu estou pensando pai, preciso pensar.
Gerson sai dali e olha em volta e liga para Moreira.
— O que está acontecendo Moreira?
— Não sei, as câmeras continuam desligadas.
— Então quem está por trás das determinações do promotor
de justiça, preciso alguém em Londrina agora.
— Acha que estamos do lado errado, seu filho me convenceu
que João era o problema.
— Já o mataram Moreira, conta outra pra mim?
— Ele pode voltar a vida.
— Esquece o que pedi.
Rosa olha o marido e pergunta.
— Não está falando serio Joaquim, eram amigos.
211
— Ele pode ser a chave para voltar a ganhar milhões.
— Nunca deixou de ganhar milhões.
— Mas ele estava atrapalhando.
— Acho que esqueceu com quem está mexendo Moreira,
acho que esqueceu.
Moreira olha a esposa, Rosa, e fala.
— Ele não vai voltar.
Gerson olha para o segurança a porta e fala.
— Me consegue alguém em Londrina, de confiança.
— O que vai fazer?
— Entender.
Aline desce a serra e olha aquela bagunça, as pessoas colo-
cando as coisas no lugar, muita coisa fora do lugar, Porto de Cima
parecia uma praça de guerra e muitos estavam concertando, e o
marido de Aline pergunta.
— O que viemos fazer aqui?
— Para na pousada, pede um quarto, talvez não tenha enten-
dido, mas somos alvo lá amor.
— Pensei que não se escondia.
— Preciso pensar, e parece que as vezes, a meada das coisas
não são tão fáceis de puxar.
Ele pede um quarto e Aline olha a praça a frente da pousada,
olha em volta, uma pata de uma espécie de siri estava sendo tirada
do poste, os rapazes da companhia elétrica estavam repondo fios, e
ela ouve.
— Quem se esconde aqui?
Aline mede a menina e fala.
— As vezes agimos por impulso, mas porque parece que não
acabou ainda?
— Porque teria acabado? – Suzi, a moça.
— Se Wasser e Magog renasceram, quem estaria... – Ela sen-
te o cheiro e olha em volta, olha o marido e pergunta a moça.
— Me disseram que Pedro tinha ajudado por aqui, sabe se ele
já subiu a serra?
— Conhece meu pai? – Suzi olhando Aline.
— Se ele é seu pai apenas avisa os que entendem disto, não
acabou, acho que entendi o problema.
212
— Qual?
— Talvez não acabe em horas, ou anos, mas a liberdade de
Magog, pode nos por em guerra com Hórus.
A menina olha para ela e fala.
— Eles prenderam meu pai.
— Certo, quem liderou os seres aqui?
— Ele, os locais deixaram de sentir seu interior.
Aline pega o telefone e liga para João, o escritor, e pergunta.
— Como estão as coisas na cidade João?
— Todos os que se envolveram e não saíram rápido, foram
presos.
— Quem pode nos ajudar João, esqueceram que era um trio,
não uma dupla.
— Não entendi.
— Não sei, mas sinto como se estivéssemos quase encostan-
do em uma existência, e esta existência, a do Mundo do Olho, mas
podemos ter sido induzidos ao erro.
— Acha que eles estão ainda lá.
— Não sei, mas tenho quase certeza, a energia chega ao lito-
ral antes da cidade desta vez, e não sei o que é o encostar de duas
existências João.
Aline olha para a menina e pergunta.
— E quantos a volta sabem transmutar?
— Basicamente meu pai e minha mãe, veio uma moça apoiar,
mas...
— Posso falar com sua mãe?
— Ela não fala muito disto.
— Imagino, eu ficaria maluca se tivesse de explicar o que pos-
so fazer, e mesmo assim, aqui estou eu.
— Você parece inofensiva.
— Contra vivos, sim, bem inofensiva.
A menina não entendeu, mas Aline olha o marido que fala.
— O que pretende amor?
— Eles estão assustados, não sei o que foi esta batalha. Va-
mos descobrir e talvez nos impor.
— Você não sabe se impor muito. – O rapaz olhando ela serio.
Aline olha para o marido, ele não a entendia mesmo.
213
João Jose, olha para o telefone e disca para Sergio.
— Delegado Sergio?
— Não sou mais delegado, quem gostaria.
— Meu nome é João, alguns apenas me chamam de Loco,
mas Aline está no litoral e me falou algo que não sei nem o que
fazer.
— O que?
— Não eram dois, eram três as peças, mesmo com Magog e
Wasser detidos, ainda sobra Hórus.
— O que ela falou?
— Que sente como se duas existências estivessem se aproxi-
mando, que o enfrentamento vem do Litoral para cá desta vez.
— Vou dar uma ligações, manda elas ficarem escondidas ain-
da, pois somos todos alvo.
João desliga e Sergio olha a esposa e fala.
— Não acabou ainda.
— O que agora?
— Vou tentar falar com algumas pessoas, e ver como vamos
resolver isto.
— Se cuida.
Sergio olha no olhos azuis de Carla e fala.
— Cuida dos nossos filhos, sei que estou pedindo muito, mas
cuida deles que me cuido.
Sergio pega o celular e começa a discar, todos que foram
caindo em caixa postal ele foi anotando preso, talvez não estives-
sem, mas teria de partir de um pressuposto.
No centro da cidade, na Praça Santos Andrade, um espirito
parece sair do hotel destruído, olha em volta e apenas puxa para ele
algo, parecia que os restos de sais a rua, estavam se reunindo a sua
volta, ele olha para a rua e olha aqueles espíritos e um fala.
— O que quer menino?
— Eu sou o ultimo herdeiro dos Wasser, ou me obedecem, ou
vão colher as consequências.
— Você morreu.
— Não, eu nem nasci, morte é para os que nascem.
O menino sem nome, se não tivesse sido abortado por uma
bruxa, para prender seu poder antes de nascido, teria sido um Was-
214
ser, mas ele queria algo e estava na hora de começar a por as garras
para fora, ele olha em volta e afasta as mãos violentamente, todos
que estavam a praça, são jogados contra paredes de prédios a toda
volta, e se vê as pessoas escorrendo mortas, as paredes.
Um carro da policia a ponta, é jogado contra a parede, e as
escadarias da Universidade Federal, começam a ficar cheias de san-
gue.
Um policial dá o alerta e o Secretario de Segurança olha as
imagens da cidade começarem a voltar.
Começa pela imagem de mais de 300 mortos na praça, todos
os defensores anteriores não tinha gerado 300 mortos e em uma
única praça, muitas mortes.
Sergio chega a 3ª DP e olha o delegado de plantão.
— Posso falar com um de seus presos delegado.
— Sabe que não gostamos disto, mas temos de cumprir as
ordens.
— Nem quero saber, já que muita coisa ainda vai acontecer.
— Com quem gostaria de conversar?
— Apenas com Luiz.
— Este menino é sempre problema Delegado.
Sergio não entrou em detalhes e Luiz é conduzido a sala de
conversa e olha Sergio lá.
— Fala Sergio, problemas?
— Algo ainda está errado e parece que nada vai parar tão ce-
do.
— O que quer saber?
— Quem poderia me dar uma posição concreta sobre posi-
ções de mundos, um diante do outro.
— Aquela Jessica, que João era caidinho.
— Vou tentar tirar todos rapidamente, mas talvez estarem
aqui mostre aos demais que a imprensa foi bem parcial.
— Acha que vão ter problemas?
— Não tenho certeza ainda.
Aline para a frente de Sueli, a mãe de Suzi e pergunta.
— Quer ajudar?
— Não tenho nada para ajudar.
— É um não?
215
Sueli olha a moça, era evidente que não mostrava força al-
guma, mas estava diante dela a se posicionar.
— Nunca consegui ajudar, sempre acabo me dando mal, ou
os demais morrendo, ou como aconteceu agora, quem guerreou
acaba preso.
— Sueli, o problema, é que toda a sociedade Yawara que dei-
xou o Matriarcado em prol do Patriarcado, se perdeu, eles podem
até apoiar em crise, mas o desejo de superioridade dos seres mas-
culinos sobre os femininos, acaba por isolar a força, eles querem se
transformar pensando em homens fortes, mas a força dos Yawara
está no cheiro, e no cheiro feminino.
— Eles não vão acreditar nisto.
— Eles vão morrer se não acreditarem Sueli, o mal vem no-
vamente sobre vocês, toda a leva de forças, mas agora, sem contro-
le, eles vem como animais, não como exércitos, e se vocês não se
organizarem, vocês padecem.
— Mas como eu...
— Pelo que entendi, é a Matriarca desta família, mais velha
que sabe se transmutar, é sua responsabilidade Sueli, não dos de-
mais, sua filha não tem idade para isto ainda.
— E o que vem a nós?
— Tudo que existe no mundo do Olho, e estiver vivo, eles
querem um lugar para viver, lá mesmo melhor, serão séculos para
voltar a vida.
— E temos como vencer?
— Estarei ao fundo, eu sou apenas uma humana, e tudo que
eu fizer, saberá apenas na hora.
— E tem certeza que vira por este caminho?
— A energia cresce neste sentido, não entendo o que está
acontecendo, mas ela está ai, a toda volta, e crescendo.
Em Curitiba Sergio bate a porta da casa de Jessica e a mãe fa-
la que ela saiu mais cedo e na voltou ainda.
Sergio olha em volta e vê que estão o observando e olha a ca-
sa da prima dela.
Ele caminha até lá e bate palmas.
Ele saca a arma e começa a entrar e olha Nani a olhar para
ele.
216
— Não é bem vindo.
Sergio olha para a menina a ponta, com a barriga cortada, es-
tava sangrando e lhe olhar como se incrédula.
Sergio sente alguém lhe bater a cabeça e cai para dentro de-
sacordando.
Ao fundo Jorge que acompanhava a entrada estranha ele não
sair e pula pelo muro do fundo, ele sente o cheiro de sangue, ele se
concentra e olha para a casa, ele pensa antes de começar a fazer
algo.
Nani olha a prima e fala.
— Acha que acredito que este filho não é deste maldito João,
não vou dar uma chance dele voltar através da sua prole, se acha
que Wasser não podia voltar, ele também não vou deixar. – Nani
ainda com a faca a mão.
Um espectro entra na sala e olha Nane.
— Como estamos Nane?
— Aqui acaba em pouco, e este dai?
— Um es delegado que acha que alguém vai acreditar nele,
eles estão todos sobre nosso controle.
O espirito ouve o barulho do lado de fora e fala.
— Alguém mais?
— Não a frente. – Nane se concentra e sente a casa energiza-
da, e fala – Bosta.
Ela se concentra e a casa começa a ficar etérea, Jessica ao
chão parecia estar frágil, até sentir a energia, sente seu feto a pas-
sar energia e a cicatriz se fecha, o espirito olha aquilo e fala.
— Não cortou com a faca que lhe preparei, com sal da pedra
negra?
— Sim, acho que esqueceu de algo. – Nane olhando em volta,
sente a energia da prima voltar e a aura dela se erguer, ela olha o
delegado ao canto.
— Pensei que éramos inseparáveis prima. – Keka.
— Você me traiu.
— Parece seu mestre falando, ele apronta e quem trai é os
demais.
Jessica olha o espirito e fala.
217
— Se aliando a outro Wasser, não entendeu nada prima. - Fa-
la Keka olhando ela e se erguendo.
Nani não consegue chegar perto, ela olha para o espirito que
apenas sai e fala.
— Este meu pai era imprestável na parte de ensinar o básico
mesmo, você é patética Nani.
Keka sente as energias e ouve o delegado ao chão, tremer e
abrir os olhos, ele tomara um choque.
Nani tenta não tocar em nada vendo o espirito se afastar a
rua rapidamente.
Keka olha a tia morta ao canto, o tio, e olha para Nani.
— Você não tem mais limites prima.
— Eles não queriam entender, que não existe meio do cami-
nho, ou me apoiavam ou morriam.
Evandro entendeu do lado de fora que em parte era uma ara-
puca, e olha para o espirito ao fundo, os policiais vinham e Jessica
sente o que Jorge pensava e toca no delegado que some.
Jessica olha a prima e fala.
— Quer mesmo nos trair Nane?
— Não entendeu, você que matou todos eles, eu terei teste-
munhas dizendo isto.
— E acha mesmo que uma delegacia iria livrar você da minha
mão prima, você matou minha tia, meu tio, o que acha que merece
algo que mata a própria arvore, por uma arvore podre.
Nane faz uma proteção e começa a recuar, a casa estava sen-
do eletrizada, então ela tenta não tocar em nada, mas Jessica ainda
estava na duvida do caminho a percorrer.
Ela olha os espíritos da tia e do tio se erguerem, eles não viam
mais eles.
Os dois se abraçam e brilham.
Nane olha para aquilo e por um segundo ficou na duvida do
que fez, e olha a prima.
— Eles não deveriam renascer, não os matei para isto.
Jessica a empurra e Nane sente as correntes de Ogum a aper-
tarem dando choque, ela encosta desacordada e um policial entra
na casa apontando para ela a arma.
— Está presa menina, por assassinato.
218
Sergio olha para a cena, ele vê que está intangível, ele não
consegue interagir, sente o corpo ser puxado para fora, para seu
carro, ele sai do carro e pega o celular.
— Calma Sergio. – Um delegado passando por ele. Delegado
Guto, que olha os rapazes e pergunta.
— O que esta acontecendo?
— Chegamos agora e sabemos que uma menina matou os ti-
os.
— Sabem? Como?
— Foi a ligação.
Jessica estica as mãos para cima e sai, aquele corte a barriga,
com sangue na roupa inteira, parecia dar outra conotação ao que
estava acontecendo ali.
— Explique Investigador França. – O delegado chegando ao
lado e perguntando para Jessica.
— Está bem?
— Ela matou os tios, não ouviu Delegado.
O delegado olha para o rapaz e fala.
— Chama uma ambulância, e vamos verificar as coisas, não
saímos deduzindo coisas assim.
O delegado olha que a arma estava destravada e fala.
— Ou baixa a arma e trava ela França, ou pede transferência
hoje mesmo para outro lugar.
O rapaz deveria saber mais coisas, Sergio nem sabia como
saiu de dentro da casa, Evandro pulou o muro do fundo e o delega-
do olha os dois corpos ao chão da sala e a menina desacordada,
muito sangue, mas a faca ainda estava a mão de Nani e ele faz sinal
para desarmar os dois investigadores e trazer França para dentro.
— Vou perguntar uma vez França, que merda você fez aqui
dentro?
— Nada senhor, foi apenas uma denuncia anônima.
— Já com a historia contada, ninguém da central nos passa is-
to e sabe, apenas verificamos e descobrimos, mas é nítido que esta
dai que está com a faca, porque prendia a que nitidamente seria a
próxima.
França olha Nani abrir os olhos e fala.
— Eu apenas vi o que estava acontecendo.
219
O delegado viu o medo do rapaz referente a moça e olha para
ela e fala.
— Porque matou os seus pais?
— Eu não...
— Sei que matou, mas por quê?
— Acho que não entendeu delegado, eu mando neste bairro.
O delegado sentiu o corpo ser jogado a parede e ela olhar pa-
ra França e falar.
— Mata ele de uma vez.
Ele estava desarmado, o que fez Nani pegar a faca e atirar no
sentido da parede onde estava o delegado, a faca para diante do
delegado que fala pegando-a com um plástico que tirou do bolço.
— Vai ter de se esconder menina, não admitimos bruxaria
neste bairro.
Ela estava mantendo a aura dilatada para ele ficar inerte a pa-
rede e sente algo lhe bater a nuca e desaba.
França olha para o delegado que fala.
— Prendam França para averiguação, e me deem um calman-
te para esta menina.
O delegado olha Sergio as costas da moça, ele que lhe acerta-
ra a cabeça, e fala.
— Obrigado, mas o que é isto?
— Uma menininha seguidora daquele Wasser que renasceu,
mas temos um problema.
— Um? Quem dera.
Rita olha para Pedro Rosa e pergunta.
— Não vai ajudar?
Ele a olha aos olhos e fala.
— Me conhece, mais que qualquer pessoa, mas odeio ter mi-
nhas filhas ameaçadas, tenho de tomar cuidado.
— Certo – Ela olha em volta e pergunta – Mas sempre tem
como ajudar.
— Rita, quando as pessoas se dizem ricas, mas para isto tem
de vender drogas, vender coisas roubadas, se manter no submundo,
estas pessoas são perigosas.
— E não quer arriscar?
Ele sorri e chega ao seu ouvido e fala.
220
— Vamos nos manter visíveis, isto que importa.
Rita entendeu que Pedro não queria arriscar os filhos, ela o
abraça e Moreira olha ele pela câmera que deixou na casa e olha
para Renata.
— Ele fez algo?
— Não, ele está revoltado, eu estaria, e pode não saber Mo-
reira, mas perdeu um aliado.
— Ele tem de entender.
— Ameaça crianças e acha que ele tem de entender? – Rena-
ta olhando o senhor.
— Preciso que as coisas voltem a ser como era.
Renata não falou nada, Moreira estava mostrando um lado
que a moça não gostava, o de que qualquer pessoa, era substituível
para ele.
Moreira vai ao carro, ele iria olhar se Francisco realmente ha-
via saído da cidade.
Sergio sai e olha Jessica e olha os paramédicos e pergunta.
— Está bem?
— Ainda não acredito que ela fez isto, eu vi e não acredito.
— Quem é aquele espirito?
—Historia longa, dizem que uma bruxa de nome Margarida
seduziu Peter Wasser para engravidar, assim que ele adquiriu aura,
ela o abortou e apreendeu sua aura, para manter-se mais jovem.
— Sabe que teriam médicos que ridicularizariam isto.
— Sei, eu na minha fé, quando conheci Wasser ridicularizava
muito do que ele fazia, talvez por isto ele me nomeou apenas de
porta, mas se ele está organizando os espíritos, talvez ele que não
tenhamos visto, que levantou aqueles prospectos que nos atacaram
ao centro.
— Não duvido, mas vim conversar porque Aline, está em
Morretes e diz que sente como se estivessem aproximando dois
mundos, é etéreo, e lembrou que existe uma terceira pessoa, mas
este menino pode ser uma quarta pessoa.
— Quem ela apontou?
— Hórus.
— Ele teria de estar aqui para promover uma aproximação,
não duvido, mas como enfrentamos? – Keka.
221
— Isto que quero saber.
Keka se levanta e caminha até a casa da mãe e pega uma
roupa, olha para Evandro a esquina e fala.
— Obrigada, mas onde encontramos aquele Francisco.
— Vamos a casa dele.
O delegado viu que os dois entram no seu carro e se direcio-
nam no sentido do bairro vizinho.
Eles chegam a casa e viram o carro de Moreira a frente e ele
fala.
— Ele não está ai, vim verificar, ele disse que ia a Lapa.
Jessica olha para a construção do outro lado e olha para o
pessoal começar a tirar parte da rua e começar a reerguer a estrutu-
ra no fundo, a empresa de João iria seguir independente dele, ela
olha em volta e fala.
— E você o que faz aqui Moreira, veio ver mesmo se ele tinha
morrido?
— Não quero ele renascendo.
— Se ele fosse o problema, temos de saber como parar a
aproximação do Mundo do Olho, do nosso, Hórus quer que os dois
se toquem, a ultima vez que se fez isto, dizem que foi a 10 mil anos,
as geleiras em uma noite, jogaram tanta agua nos mares de uma
vez, que uma tempestade global nos varreu, mas da vez anterior,
era a tentativa de um bruxo antigo de unir o mundo das Bruxas com
este, agora, é Hórus fazendo a mesma merda. – Jessica.
— Acha que acredito em vocês? – Moreira pegando uma das
armas as costas, ali tinha duas.
— Sabe que é verdade, pelo jeito fez um acordo com aquele
pirralho do Wasser. – Keka olhando o senhor.
— Já sabem dele, não posso deixar vocês continuarem.
— Tem uma chance de sair correndo Moreira – Fala Jessica –
Depois desta chance, arrumamos um jeito de ajudar a criar suas
filhas, pois não estará mais neste mundo.
Moreira saca a arma e sente alguém lhe segurar o ombro e
olha em volta, Plout olha para ele e fala.
— Quer caçar, aqui terá sua chance.
Moreira olha o mundo a volta, se ele achava que ninguém
tomaria as dores, alguém tomou elas. Hons a toda volta, aranhas
222
gigantes, ele com duas pistolas, vê Plout sumir, a sua frente um
mundo de seres imensos e violentos.
Plout reaparece e olha Jessica.
— Estamos sentindo tudo fora do lugar, é como se começasse
a faltar gravidade a leste, tudo muito leve.
Sergio liga para Francisco novamente finalmente consegue fa-
lar com ele e pergunta.
— Tem uma saída Francisco?
— Não sei quem os comanda, mas com certeza, eles vão co-
meçar ou atacar ou se esconder para depois nos atacar. – A voz veio
das costas e Sergio olha para o senhor.
— Não estava na Lapa?
— Não entendi virem a mim.
Plout olha em volta e fala.
— Estamos ficando mais leves Francisco, isto quer dizer, um
mundo está se aproximando do nosso, como paramos isto?
— Qual mundo, porque? – Francisco.
— Aline em Morretes disse parecer vir dali, e ela nos lembra
que Hórus pode estar por aqui. – Sergio.
— Que papo de Pirralho do Wasser?
— Um espirito que não nasceu, mas que parece estar apron-
tando todas no centro da cidade.
— Se for Hórus, ele vai tentar começar pelos Campos de San-
gue de Piraquara, mas se duas existência se tocarem, pode ser o fim
do planeta.
No centro o menino entra na cede central da igreja do bispo
Diego, e olha a mesma cheia, ele olha os SEREACAOS e estes pen-
sam ser apenas um pequeno espirito, olha ele juntar as mãos a fren-
te do corpo, a afasta e os devotos foram as paredes, os corpos uns
sobre os outros e o menino entra na igreja e começa a devorar al-
mas almas, o bispo sai de seu corpo, e olha aquele menino o segurar
e começar a engolir os espíritos ao local, os SEREACAOS tentam sair
e olham mais espíritos a entrada, retendo as saídas.
Em poucos minutos o espirito do menino olha para o local va-
zio, ouve uma musica ao fundo, estranha, pois os espíritos parece-
ram olhar para fora, e começarem sair, ele olha os seres apenas
mudarem de forma e flutuarem para fora.
223
O pequeno Wasser olha para a casa de Shows, plena tarde al-
guém estava ali a tocar, ele não entendeu, mas aquilo o atraia, ele
entra pela porta e olha o espirito de João Gomes a bateria, ele olha
em volta e sente a energia e fala.
— Vai abrir os caminhos para mim, é um idiota mesmo.
João estava num sonho, quando olha para o espírito, ele olha
o nariz do espirito e fala.
— Um filho de Margarida, deve ser dos últimos que sobra-
ram.
— Sou filho de Wasser, não fala besteira.
João olha o menino, sente a casa, pela primeira vez sente on-
de estava, ainda a cidade e fala.
— O grande problema de Wasser, é que ele pode ser o ser
mais cruel do mundo, mas nunca, seria Deus, e parece seguir o
mesmo caminho dele.
— Por quê?
— Quer tudo de graça, nada vem de graça. Sabe tocar algo?
— Não, isto é inutilidades da vida.
— Então não me atrapalhe.
O menino olha João começar a dar o ritmo pesado na bateria
e sente a energia mudar naquele mundo, era algo tão forte a nível
de energia, que ele sente o mundo se abrindo a todo lado, e olha
para aquele mundo vivo, de seres voadores, sentia quase um pulsar
com o som da bateria, o pequeno espirito atravessa e olha em volta,
olha para a sala e não a vê mais, João para de tocar e o espirito olha
o mundo a toda volta, sente que não é físico, é etéreo, todo um
mundo etéreo, e olha os seres imensos rastejantes se aproximarem,
ele tenta uma magia de interação, afastando as mãos, nada aconte-
ce, ele tenta uma nevoa de interação nada, o ser imenso chegava
cada vez mais perto, ele olha para o vale ao fundo e começa a cor-
rer fugindo daquilo.
Os espíritos que estavam a volta, olham João e um fala.
— Onde mandou nosso líder.
— Saber o nome, a frequência, não é saber exatamente onde
ele foi parar.
Os espíritos começam a sair e João olha a bateria, estava du-
rante o dia e sai pela porta vendo a policia chegar a igreja a frente, a
224
imagem que os delegados se deparam era aterradora, uma igreja
lotada de fieis, mais de 600 pessoas, todas mortas.
Nos campos em Piraquara o chão começa a tremer, e os
Laikans ao fundo olham aquele grupo de mãos começarem a sair da
terra, uma leva a mais de mortos vivos.
Todos começam a vigiar aqueles seres, ainda pareciam ape-
nas mortos, tomando a vida.
Num laboratório de observação no Chile, eles observam
aquele escuro, sem explicação, em meio a uma imagem que deveria
ter as estrelas, como se em um grande trecho tivesse algo que eles
não viam, e começam a calcular, os dados começam a ser passados
para alguns especialistas e muitos telescópios direcionam seus apa-
relhos no sentido que indicaram, muitos não conseguiam nada, mas
os na América pegavam, um calculo de algo imenso, se aproximan-
do silenciosamente e que não refletia a luz solar, parecia um erro de
calculo ou defeito de equipamento.
Os cientistas tentavam achar o erro, mas não estavam vendo
erros no calculo, parecia que algo se aproximava e vinha lentamente
no sentido da América do Sul.
No litoral do Paraná, sul de São Paulo e Norte de Santa Cata-
rina, o mar parecia estar sobre influencia de maré diferente, ela no
lugar de começar a descer no fim do dia, pareceu erguer-se um
pouco mais.
Sueli pede para falar com Pedro e o delegado fala.
— Tem de entender Sueli, ele é uma ameaça a nossa socieda-
de.
— Ele os defende, e os prendem, não entendo este tipo de
comportamento Delegado.
— Seu pai entenderia, tínhamos de na época já ter mostrado
a ele o seu lugar.
— Não admito falar dele assim delegado, pois vocês se es-
conderam, meu pai morreu pois vocês se acovardaram, ele me de-
fendeu, e vi mesmo vocês todos virarem as costas para ele, até para
mim, como se eu fosse a errada.
— Teve uma filha bastarda com este dai.
Sueli olha para o senhor mudando de forma e o encostando
com as garras a parede e falou serio.
225
— Chamou minha filha de que?
Um rapaz as costas fala alto para ela.
— Larga o delegado ou eu atiro.
Sueli olha o delegado, o pânico e fala.
— Uma merda, como o senhor, se ouvir uma palavra de hoje
em diante referente minha filha, pode contar Delegado, pode por
todos estes covardes, que deveriam ser da família, mas são gati-
nhos, na minha cola, e verá eles sumirem, pois Yawara que não do-
mina nem o ser dentro dele, não é um ser Yawara, por mim, você
está excluído dos Yawara, pois não podemos deixar covardes se
denominarem assim.
Sueli foi reduzindo de tamanho e olha o policial a esticando a
arma e apenas bate nela que voa longe.
— E você, a próxima vez que me apontar uma arma, melhor
atirar, mas esteja pronto para morrer no segundo seguinte.
Sueli sai e olha os demais e fala.
— De hoje em diante, se ouvir alguém se denominar de Ya-
wara, e este ser não se transformar em minha frente, para provar
ser um, eu mato pessoalmente, pois se vocês deixaram de sentir o
ser dentro de vocês, não podem denigrir a família.
Sueli sai dali, o delegado olha a moça saindo e fala.
— Ela não pode fazer isto, arma o pessoal.
O rapaz tremia e fala.
— Tem certeza delegado.
— Acha que vou aceitar uma menina mandando nos Yawara.
Sueli volta a pensão e fala para Roberto, o marido, que estaria
na casa de seus pais, serra acima.
Ele olha ela olhar a filha e as duas se transformarem bem ao
fundo e saírem correndo.
Ele olha Aline e pergunta.
— Porque disto?
— É só olhar em volta senhor.
— Não entendi.
Aline desliga o som e fala bem baixo.
— Os pássaros, não estão cantando, o rio, parece correr qua-
se sem fazer barulho, os pelos todos arrepiados, algo está aconte-
226
cendo lentamente, ela está provocando, mas vamos manter a calma
por enquanto.
Ela estava falando isto e olha Amanda parando a moto ao
fundo, e lhe olhar.
— Não entendi porque fugiu Aline.
— Aqui começa a batalha final Amanda.
Amanda olha em volta, um lugar pacato e fala.
— Odeio acabar com um lugar tão calmo.
Aline sorri sem graça.
— E começamos por onde?
— Vamos dar uma olhada mais para cima, Graciosa.
O senhor soube que a esposa iria aprontar alguma, viu quan-
do o delegado entrou apontando a arma para ele.
— Onde está a insolente da sua esposa Roberto.
— Disse que se refugiaria na casa que foi dos pais dela, aque-
la casa só me trás lembranças ruins.
Os rapazes olham para ele e um fala.
— Não está mentindo para nós Roberto.
— Qual o problema delegado, veio prender minha esposa
agora, é maluco?
— Ele me desacatou.
— Sinal que se escondeu na batalha, mas ela está lá na casa
do que dizia ser seu grande amigo.
O delegado olha Roberto e começam a sair, Roberto liga para
alguns e pergunta o que estava acontecendo.
O delegado chega a duas curvas da casa da moça, e olha tudo
parado, carros parados e um rapaz sai do carro e olha aquelas imen-
sas arvores sobre a pista.
Ele passa por elas e olha que depois estava tranquilo.
— Não sei quem colocou algumas arvores imensas na pista
senhor, mas depois delas, tranquilo.
O delegado sai da viatura e começa a caminhar, eles não re-
pararam ser 10 imensos Semeantes, seres na forma de arvore, que
caminhavam tão lentamente, que mal se via o movimento.
Ele vira na altura da casa de Sueli e olha para a casa, olha
aquela moto parada a frente e entram com armas em punho.
O delegado olha Sueli e fala.
227
— Acha que vou aceitar você falar algo assim e não vai pagar
por isto.
Sueli olha para o senhor e fala.
— O que faço pai?
O delegado olha o espirito do pai de Sueli, olhar para ele e fa-
lar o encarando.
— Porque aponta uma arma a minha filha delegado?
— Você morreu.
— Sim, e a família desandou, pois gente preocupada apenas
com o carguinho no governo, resolveu dizer que não era mais aceito
que nos transmutássemos, quem é você para dizer algo assim dele-
gado.
— Muitos nossos morreram por estas guerras inúteis.
— Quer dizer, muitos morreram para que você estivesse vivo,
e no lugar de continuar a tradição, mata ela, me explica delegado,
que se disse meu amigo, por quê?
— Ela me desacatou hoje.
— Ela por herança é a líder deste grupo, sabe disto, a lideran-
ça dos Yawara não pode estar na mão de covardes.
O delegado olha para o senhor e fala.
— Você já morreu amigo, e não vou deixar ela ser líder de
nada, desculpa, mas você é passado.
Ele aponta a arma no sentido de Sueli e sente a arma ser pu-
xada para trás e olha aquele ser na forma de caveira em fogo,
olhando para ele e falar rangendo os dentes.
— Delegados não podem atirar em inocentes, é a lei.
— Ela me...
— Ela não o desacatou delegado, ela apenas falou a verdade,
você é um merdinha.
A corrente segurava os outros dois longe do delegado.
Uma Yawara das florestas ao fundo entra e olha Sueli, mu-
dando para a forma normal.
— Qual o problema prima?
— Hórus é o problema, ele está aproximando o mundo do
Olho do nosso, não será visível a nada, antes de não termos mais
como desviar dele.
A moça chega ao delegado, agora solto e fala.
228
— Quer ser algo pai, se voltar a ameaçar os nossos, em prol
de uma promoção ou machismo idiota, vai sim ser promovido, a
esterco.
— Não pode falar assim filha.
— Posso, e se sacar esta arma, vou lembrar que me colocou
para fora de casa, já faz uns 10 anos, não como lembro hoje, mas
como senti a 10 anos, covarde.
Os policiais olham para a noite chegar, e o delegado olha a fi-
lha pegar sua arma o encostando a parede.
— Vim verificar porque diziam as noticias que meu pai, depois
de um enfrentamento prendeu os que enfrentaram, eu duvidei, mas
continua o mesmo, talvez a prima esteja certa, você não pode se
dizer um Yawara, você abandonou toda a tradição, vejo os primos
todos ai, se fazendo de homens, talvez sejam, mas Yawaras, talvez
nunca mais sejam.
O senhor olha ela olhar outros e falar.
— Desarma e põem para andar, eles que cheguem a pé em
Morretes.
— Sabe o risco? – Um deles.
— Sim, não sermos presos por ele, depois de enfrentado, mas
para isto, temos de vencer, e gente atrapalhando, não dá para acei-
tar.
O delegado se afasta, ele estava pensando no que fazer, mas
pelo jeito sua filha voltou, isto era algo que ele não esperava, agora
teria de ver a reclamação da esposa, chegam a região que tinham as
arvores e elas já não estavam lá.
Pegam os carros e voltam a Morretes.
Pedro na cela, olha para o tumultuo, ouviu Sueli falar, mas
sentia as coisas mudarem e olha o delegado a porta.
— Olha o que fez rapaz, todos me querem mal.
— Eles lhe desejam o que o senhor deseja a eles, não inventa
delegado.
— Mas você é meu ainda.
— Quando sair daqui, espero que exista cidade ainda.
O delegado olha o rapaz, talvez ele tivesse de ter deixado a
moça conversar com ele, saberia qual o problema, mas ele ainda
estava com aquela imagem da caveira de fogo segurando sua arma,
229
ele olha a marca queimada de onde aquilo o segurou e pensa que
mais uma vez iriam começar a ter problemas.
A maré não baixou, o rio Nundiaquara, que cruza Morretes
começa a subir, a PM começa a tirar gente da beira do rio e se vê a
grande chuva se formando sobre a serra ao fundo.
Roberto olha para Suzi chegar em casa e lhe falar.
— Se prepara Roberto.
— Problemas?
— Não entendo disto, mas novamente os Yawaras estão se
preparando para algo.
— Sua mãe se metendo em encrenca.
— Ela quer assumir o que lhe é direito, a liderança de seu po-
vo, sabe do que estou falando.
— Sim, mas e seu pai?
— Pelo jeito ele vai se enroscar em outros braços, mas o rio
parece não estar correndo como antes, não entendo disto.
Suzi olha para o local que estava começar a estalar, as telhas
começam a flutuar e olha as grandes cúpulas das cidades dos Otatos
começarem a surgir no rio ao fundo.
O delegado estava pensando no que fazer, quando olha para
fora e olha o carro quase sair do chão, sai olhando assustado e viu
as telhas começarem a flutuar.
O auxiliar olha em volta e pergunta.
— O que está acontecendo?
— Não sei, parece que estamos perdendo gravidade, não sei
como algo assim pode acontecer.
Olhando o céu, se via raios muito violentos, correndo como se
ao redor de algo que se aproximava, não se via nada ao ar, além
daqueles raios.
As pessoas começam a sair das casas, elas começavam a esta-
lar, como se estivessem sendo em parte puxadas para cima, as pes-
soas sentiam como se estivessem leves, os passos maiores e menos
compassados, até desajeitados.
Embora eles estivessem sentindo isto, a aproximação ainda
era lenta, e parecia ainda distante, as pessoas pareciam prontas
para outra guerra, os Otatos olham suas cidades sendo puxadas
230
para fora, e o grande rei acha que é alguém o fazendo, e manda
seus soldados olharem em volta.
Os Yawara na parte externa, fez primeiro o rei se conter, mas
ele sentia aquela coisas os puxando, sabia que perdera parte de
seus guerreiros, ainda não tinha certeza se valia a pena recomeçar
uma guerra.
O líder dos Semeantes, caminhou o mais rápido possível, para
um ser lento, no sentido das cidades dos Saci, quando aquela atra-
ção começa, os pequenos seres começam a não conseguir segurar-
se, eles estavam agarrados as suas casas, sendo puxados por uma
gravidade estranha para cima, quando sentem aquela redoma de
folhar a todo o teto, o grande líder Semeante armou suas folhas e
galhos para ser um grande globo sobre a cidade dos pequenos Saci.
Os mesmos entenderam que deveriam se proteger nas partes
internas da cidade, nos galhos internos, e não nas partes abertas.
Os seres de poder começavam a sentir todas as suas magias
começarem a se misturar.
O delegado Guto chega a igreja, isolada, corpos e mais corpos
saindo dali, e o secretario chega a ele e pergunta.
— O que aconteceu?
O delegado não falou, olhou os demais e fala.
— Área isolada ainda secretario, estamos tentando entender
o acontecido.
O senhor olha para os corpos e pensa no problema e sai para
fora, respira fundo e vomita na calçada.
Ele via corpos e mais corpos saírem e pega o telefone e disca
novamente para a governadora, ela não atende, então ele apenas
dispara a mensagem para ela.
“O Bispo Diego morreu, se não vai atender, vou considerar
que qualquer coisa que faça, é por ti apoiada.”
O secretario anda até o carro e olha o motorista e sai no sen-
tido das secretarias.
Outro delegado chega e pergunta.
— O que aconteceu aqui?
— Todos sabem o que delegado Norberto, fomos nomeados
as pressas pois veio uma ordem de prender todos que enfrentaram,
231
então dentro desta igreja, tem mais mortos que em toda leva de
enfrentamento anterior, se somar o evento na praça, passa longe.
— Tem de entender que não queremos monstros e demônios
na cidade.
— Eu entendo esta colocação como o que Delegado?
— Que temos de os manter presos, é para felicidade da cida-
de.
— Quando for entrar em um lugar e ver todos mortos, lembra
delegado, vocês que estão matando todos estes, de que adianta
uma cruz no peito, se veria matarem sua família em prol de um
cargo, vocês são patéticos.
— Acha que me ofende?
— Eu não me atreveria tentar. – Guto olhando o investigador
e que fala.
— Eles foram amassados a parede, alguns estamos tendo difi-
culdade de tirar, um osso atravessando o corpo que chegou a pare-
de antes e se prendendo a ele.
— Alguma teoria? – Guto olhando aquela cena que em nada
era agradável aos olhos e nariz.
— Não, não conheço nada que arremesse algo assim.
Nane tenta se mexer e vê que estava presa a uma cama, tenta
mexer as mãos, presas, tenta sentir seu corpo e ele estava todo
amortecido.
Um médico olha ao fundo e pergunta.
— Porque disto?
— Ela matou os pais, parecia tentar abrir a barriga da prima,
não sabemos se está dopada senhor. – O enfermeiro gerando uma
desculpa, mas sabia que a ordem era deixar a moça sedada, que
não conseguisse mexer além do pescoço.
O médico estava com pena da moça e chega perto e viu Nane
balbuciar com dificuldade.
— Me solta ou lhe mato doutor.
Ele recua e o enfermeiro aplica mais alguma coisa na veia de-
la que parece sentir o sono.
— Pensei que estava exagerando. – O médico assustado.
Nane sente um sono pesado e se vê em um campo e olha
aquele senhor sentado a frente.
232
— O meu desafeto.
João olha para a moça e fala.
— Nem na minha morte tenho paz.
Nani olha ele e fala.
— Se tivesse morto não estava preocupada, mas pelo jeito o
destino o deixou em minha mão.
João estava em um campo, olhava em volta, parecia energia,
sentia a falta de tudo e mesmo alguém lhe dizendo que estava ali
para lhe matar, lhe pareceu algo agradável.
— O que fiz para me odiar?
— Não morreu em Morretes.
— Não entendo porque eu teria de morrer, isto não lhe daria
motivos para me odiar.
— Dizem que nunca amou nada, por isto não entende.
— Estou aqui Nani.
Ela chega a ele e o toca e fala.
— Agora quem é o morto e o vivo João?
João estranha a frase e fala.
— Não sei, estou em um campo sem saber se você está viva,
eu vi meu corpo morrer.
Nani olha em volta e fala.
— Ainda sinto meu corpo.
— Então você fara este favor, me tirar a vida e me dar a paz
finalmente?
Nani chega e segura a cabeça de João, mas não sentia nada
ali, ele parecia já não estar entre os vivos, ela pensa em como se
mata uma alma e fala.
— Não vale, você não tem mais corpo.
— Isto já sabia.
Ela se concentra segurando a cabeça dele e olha para os lados
e tenta imaginar o desfazer do espirito.
João sente a alma começar a se desfazer, ela sorri, e olha para
aquele corpo saindo rápido, em milhares de pedaços.
Nani sorriu e o enfermeiro ouve aquele corpo preso a cama
gargalhar, assustadoramente.
Uma energia leve começa a se espalhar ao chão de Piraquara,
e a volta da cidade começa a ser erguer uma muralha, Dalma olha
233
aquilo e olha pra Jorge. Todos presos para dentro de uma muralha
que continuava a crescer a toda volta.
— O que ele pretende?
— Subjugar os para dentro da muralha. – Jorge.
Para dentro dos muros parece concentrar uma imensa tem-
pestade.
No bairro do Hugo Lange começam a surgir seres estranhos,
vindos do trilho de trem, Diana olha aqueles seres e não conhecia e
olha para um rapaz surgir a rua e olhar para os seres e falar alto.
Leo olha os demônios e fala ao comandante a frente.
— O que faz aqui comandante do planeta Mãe, está que-
brando a regra que diz respeitar.
Os demônios aparecem ao fundo e o general olha para Leo e
fala.
— Abriram o portal para cá e mandaram-nos verificar.
— Quantos portais?
— Apenas este.
— Aqui vai ser violento general, não é coisa para Demônios
despreparados.
O general da quarta Categoria, olha os soldados as costas e
eles começam a voltar e pergunta.
— Vai demorar muito esta falta de agua?
— Apenas o terminar das guerras internas, mas se é apenas
um portal, apenas 10% do planeta está sentido isto.
— Em respeito a Lenda, nos retiramos.
Todos tensos olham aqueles imensos demônios saírem.
Diana olha que o rapaz poderia parecer um rapaz simples,
mas na conversa fez o primeiro recuar pelos portais, ele chega ao
mesmo, se viu um pequeno cubo surgir em sua mão, ele toca a
energia e desfaz o nó calmamente.
Pedro Rosa recebe a ligação de Renata Paz.
— Sabe onde Moreira se escondeu Pedro?
— Não, problemas?
— Não sei, pensei que se defendiam.
— Defendemos o que nos defende, não o que ameaça nossos
filhos, eu alertei ele que todos parados, é sempre mais perigoso.
— Acha que ele está bem?
234
— Não estou olhando, ele disse para não olhar.
Rita olha para Pedro desligando o telefone.
— O que está acontecendo de verdade Pedro?
— Eles nos monitoram, e ainda ligam para nos perguntar on-
de eles se escondem, não entendo.
— Mas não vai reagir amor? – Rita abraçando ele e vendo a
pequena Agda de mãos dadas com Agne entrar na peça, crianças de
4 anos.
— Tem de ser muito maluco para se desafiar um Hons sem
saber o que está fazendo Rita, Moreira acha que é a mesma coisa
que sair dando tiros, eu não vou deixar minhas filhas desprovidas,
se o que vem a rua, põem medo em Hons.
Renata acompanhava a conversa pela câmera e olha Rosa, a
esposa oficial de Moreira a olhar a porta.
— O que está acontecendo?
— Não sei, mas quando se monitora os amigos, como Moreira
fez, e se deixa os inimigos correndo por ai, tudo pode acontecer.
Francisco olha Keka abrir uma porta ao ar e faz sinal para pas-
sarem, o delegado estranha aquilo, mas passa, Evandro logo após,
Francisco e Keka fecham o caminho, ela olha em volta e sente a
energia, olha para cima e pensa no cheiro dos Minotauros, ela surge
em um mundo vazio, olha em volta, olha para o céu e sente o caste-
lo e começa a andar nele.
Olha o mesmo refeito e ouve as costas.
— Pensei que seria mais difícil.
Keka olha Hórus e fala.
— Mais difícil?
— Acha que vou deixar você vencerem, eu perco, mas todos
vocês morrem.
Keka sente o ser a abraçar com uma nevoa e fala.
— Sei que ainda não vê seu planeta imenso ao céu, mas
quando o ver, não terá mais o que fazer menina.
Keka tenta se soltar, tenta sentir seus poderes, estranho co-
mo antes tudo lhe obedeceu e agora nada lhe obedecia ali.
Hórus a olha e fala.
— Antes Wasser lhe permitiu vencer, não entende?
235
Jessica estava com aquela nevoa a volta, lhe cercando e aper-
tando, sua aura a mantinha livre, mas sente quando a energia da
aproximação começa a tirar tudo do chão no pequeno planeta, o
castelo ao fundo começa a separar-se como se aqueles blocos imen-
sos de pedra agora flutuassem.
Tudo começa a ser puxado para cima e Keka sorri.
Hórus olha o sorriso dela e não entende, mas ela afasta com
as mãos a névoa e sente a energia de seu mundo, sente a aproxima-
ção e começa a estabilizar, começa sentindo o parar da aproxima-
ção.
— Não pode parar, eu mando aqui.
Hórus sente a magia e pensa porque não o estava obedecen-
do, mas ele chegou perto demais, agora estava na influencia da
energia Terra/Lua, ele olha a menina olhar os campos e os poucos
seres meio perdidos, olharem em volta tentando entender o pro-
blema.
Hórus abre um portal e atravessa para a Terra, Jessica tentava
imaginar uma forma de parar aquilo sem ser tão traumático.
Jessica sente as energias vindas do planeta querendo o puxar
novamente, senta-se no campo, alguns seres estranhos se aproxi-
mam, ela sente o sol, os demais planetas daquele pequenos siste-
ma, se ele estava usando a energia do planeta Terra com uma inte-
ração etéreo/física, para manter as duas ligadas, Jessica tenta man-
ter a ligação física, através da gravidade com todos os demais obje-
tos daquele sistema solar, e por um instante Hórus achou que o
planeta voltaria a andar no sentido dele, sente ele estático, como se
ainda estivesse ali, mas não mais vindo, Jessica pensa no problema,
ela queria uma solução.
Ela olha os campos e olha que da parte noite vinham exérci-
tos de Form-Gigantes, imensas formigas, elas comiam tudo que
tinham no caminho, elas vinham destruindo tudo que tinha no ca-
minho.
Jessica sabia que aquilo era apenas um insecto, mas ela nunca
soube como era o planeta do Olho, antes da chegada de Hórus.
Jessica estava distraída com a imagem, mas sente aquela
energia começar a concentrar ao seu lado e olha João em alma lhe
olhando.
236
— O que faz aqui João?
Ele olha em volta e pergunta.
— Onde estou?
— Mundo do Olho.
— Pensei que estava a caminho da luz.
— Não seja bobo, seu corpo ainda o espera. – Jessica.
— Não sinto vontade de voltar Keka, tudo que fiz, fiz errado,
tudo que disse, acho que nem eu acreditava.
— Não me amava? – Jessica olhando ele, se distraindo.
— Acho que no fundo, sempre tive medo de você não enten-
der, que amar você, não quer dizer, não amar a mais nada além de
você, sei que você tem ciúmes, até entendo os motivos, mas não é o
que sinto por você que está em jogo, e sim, se construí algo que
valesse minha volta.
Jessica olha aquele ser translucido, ele agora estava entre a
vida e a morte e parecia perdido mesmo no caminho.
— Sei que parece perdido João, mas pensa, em que caminho
você está, o que você quer para a vida, talvez se você achar que
deve mesmo caminhar para a luz, que está cansado, saiba, vai fazer
falta, mas neste instante, precisamos de você.
— Muitos problemas?
— Pelo que entendi, Moreira foi jogado no mundo dos Hons,
aquele espirito que se diz filho de Wasser, está fazendo horrores no
centro, e como você não está lá, todos estão olhando para nós, sa-
canagem, nossa vitrine saiu de campo e nos deixou visíveis.
João sorriu e olha para o imenso ser surgir as costas de Jessica
e fala.
— É só passar Form-Gigante.
— Vocês são comida. – O soldado do formigueiro a frente.
— Comida indigesta.
Os seres do local se enterravam a terra, olhando em volta,
não sobrava nada por onde aquelas formigas chegavam, e João olha
para o céu e fala.
— Seria uma sacanagem Form-gigantes na Mata Atlântica.
João sente o portal bem ao fundo se abrir, e Dalma no plane-
ta terra olhando os campos cheios de Mortos-Vivos, olha aquelas
imensas formigas passarem.
237
Jessica toca o chão e o portal se fecha.
Ela sente Hórus tentar abrir do outro lado e fala olhando para
João.
— Vai perder a guerra das guerras?
— As vezes sinto ciúmes, inveja, raiva, e não sei me portar.
— Volta ao corpo e nos encontramos em campo.
Jessica olha a grande Formiga e abre um portal e passa no
sentido de Piraquara, ela olha para Hórus e lhe acerta um direto de
direita.
Olhando para fora, os campos agora tinham formigas de 3
metros.
A grande Formiga olha João e meche as mandíbulas, João
apenas atravessa ela e olha os campos, quem trouxera aquilo para
aquele planeta, era o fim da vida como existia.
João sente o seu cheiro e olha o IML, olha a sala e o rapaz ao
fundo falando.
— Não entendo todas estas mortes.
João olha as gavetas e entra em uma, ele entra na escuridão
da gaveta, sente o corpo, ele não viu o buraco imenso no corpo,
feito por uma viga de prédio, esta começa a se fechar, a se refazer,
ele sente a boca seca, o corpo fraco e começa a chutar a porta.
Ele estava chutando quando o rapaz abre a porta e fala.
— Você estava morto.
João senta-se e fala.
— Tem como conseguir uma roupa?
O rapaz olha aquele senhor sentado a gaveta e um rapaz sai
pela porta rápido.
Eles alcançam uma roupa para o senhor e um fala.
— O delegado Guto gostaria que o aguardasse.
— Assim que resolver os problemas a leste eu falo com ele.
João olha para as mãos, sente o sangue voltando as veias,
sente a dor e coceira no corpo inteiro, pega o copo de agua esticado
pelo rapaz, toma lentamente sentido agora também o queimar e
doer daquilo entrando no corpo e fala.
— Bem desagradável isto.
Ele levanta, se segura, parecia que tudo estava desfocado,
tonto, tem de respirar fundo, esperar tudo parar de girar, olha co-
238
mo se não estivesse bem e risca um traço no ar e olha em volta e
olha Dalma.
— Problemas?
— De onde veio isto? – Jorge.
João estava fraco ainda, ele caminha lentamente até o campo
e olha para Hórus e fala.
— Quem amaldiçoa a própria terra com morte?
— Está não é minha terra. – Hórus.
Jessica olha João ali e fala.
— Veio rápido.
Ele apenas faz um ruído com os lábios, sentiu-se as antenas
dos insetos tremerem e todos olharem para ele.
— Quem quiser viver, o portal ao fundo.
João fala, as imensas formigas parecem sorrir, mas foram
vendo João tomar tamanho, e as costas dele, outros seres tomarem
tamanho e preparar as unhas.
Dalma se transforma as costas, alguns Laikans se apresentam
as suas costas e as formigas veem que não seria fácil.
Hórus se imagina em outro ponto, fora do castelo, e surge em
Morretes.
Algumas começam a passar pelo portal e outras tentam avan-
çar e vão caindo, quando a primeira leva cai, as demais começam a
recuar pelo portal.
João olha para Dalma e fala.
— Apoia em Morretes, está tudo a flor da pele lá.
— Acha que vamos nos chocar?
— Acho que poucos sabem o que vai acontecer.
Em Morretes uma moça de nome Maria chega em casa e olha
a mãe que sorri.
— Voltou filha.
— Tentando entender o problema mãe.
— Seu pai esta na delegacia, vai ficar?
— Mãe, vim ver a senhora, não o pai.
A senhora abraça a filha, uma lagrima lhe corre ao rosto.
Maria sente a energia sendo direcionada e olha para a mãe.
— Se mantem em casa mãe.
— O que está acontecendo?
239
— Não sei, mas um portal se abriu.
A senhora olha a filha mudar de forma e começar a sair, mui-
tos a volta sabiam que esta era a origem da família, mas eles não
sentiam mais os Yawara dentro deles, pois tinham duas condições
impostas dentro deles, buscavam a força na imagem masculina, e
alguns viam aquilo como demoníaco.
O delegado olha aquelas imensas formigas surgirem vindo por
sobre as casas, comendo tudo a frente e olha o carcereiro e fala.
— Esquecemos que eles não tem medo destas coisas, solta o
tal de Pedro.
Quando o rapaz abriu a porta e falou.
— Tá livre.
Pedro sabia que algo estava acontecendo, ele olha para fora e
viu aquela moça vindo se transformando e olhando para suas cos-
tas, sente algo o segurar, ele segura com força, teve de segurar com
muita força para não ser apenas dividido ao meio por aquela man-
díbula da formiga, ele não conhecia o ser, mas muda de forma e
inverte as garras cortando parte da pata, um animal muito forte.
Sueli surge ao fundo com poucos que conseguiam transmutar
e Pedro olha para o delegado e fala.
— Afasta quem conseguir.
O senhor olha para o rapaz avançar com garras e dentes so-
bre os seres, o delegado olha aquela moça parar e descer da moto,
aparentava alguém normal, ele pensou em dizer para ela se afastar
e descobriu quem era a moça, seu rosto foi para uma caveira de
fogo e esticou as correntes, sobre uns 2 a frente e os despedaçou.
O delgado Sergio olha ao fundo aquilo e Francisco olha para
ele e fala.
— Afasta os demais Sergio.
Evandro toma a forma de Ogum e passa as correntes em al-
guns os segurando, para que eles não avançassem contra a cidade
ao fundo, já vinham por um caminho cheio de mortes.
Jessica deixa o corpo maior, pega uma espátula e começa cor-
tar tudo em volta e em meio a isto as Iaras entram em campo cor-
tando tudo em apoio ao fundo.
O rei dos Otatos viu a guerra e dá ordem de afundar suas ci-
dades novamente.
240
Dalma chega a região faltavam poucos para destruir, ela olha
para Hórus ao fundo e o segura pelo ombro e fala.
— O que este espirito está pretendendo?
Hórus olha assustado e Aline que estava ao longe, toca o
chão, ele olhava para Dalma, pensando em como a enfrentar quan-
do sente aquele vermelho correr ao chão e lhe tomar o corpo, ele
brilha e explode.
Jessica olha o portal ao fundo e finalmente consegue o fe-
char, o ponto era tão forte naquele lugar que mantinha quase que
sem interferência o portal aberto.
Aline olha para o delegado ao fundo se armando e apenas faz
sinal para Amanda, que sobe na garupa da moto e saem ainda na
forma de caveira pela estrada.
Ela olha o marido e fala.
— Agora vamos voltar.
— Acha que eles vão se entender?
— Acho que o delegado não sabe com quem está mexendo.
Jessica olha para Pedro voltar ao corpo normal e começar a
sair pela estrada ao fundo, viu umas 12 moças fazerem o mesmo,
ela olha em volta, Dalma voltando ao seu corpo normal e Jorge a
alcançando um vestido que ela joga sobre o corpo.
O delegado viu que tinham varias pessoas estranhas, e olha
para aquele senhor chegar ao lado de Jessica.
— E agora? – Evandro.
— Não sei, é sempre complicado tentar adivinhar alguma coi-
sa, estes seres parecem apenas com fome.
— Existem relatos de seres assim com magia a mão, como se
venceria algo assim?
— Nem quero pensar antecipadamente nisto. – Jessica.
Em Curitiba João olha para sua casa que volta a surgir, ele en-
tra nela e toma um banho, sentia a pele toda descamando, pega um
leite e coloca no fogo, acende a chapa e coloca um bife e cozinha
alguns ovos, seu corpo parecia pedir proteína.
Ele com calma comeu, sentiu a dor ao estomago, sentiu tudo
ainda muito estranho, se olha no espelho, ainda branco demais.
241
João passa algumas mensagens para pessoas que pensavam
que ele estava morto, e obvio, alguns duvidaram da mensagem,
mas eles não poderiam dizer que ele não avisou.
Ele caminha até a panificadora e Joaquim olha para ele assus-
tado.
— Não havia morrido João?
— Dizem que acordei no IML, não lembro de muita coisa ain-
da, vê um sanduiche caprichado.
Joaquim olha para João assustado, pede para fazer e senta-se
a mesa e fala.
— Você está bem?
— Acabo de sair do IML, acho que não. – João.
— Quer mais alguma coisa?
— Uma água.
João toma a agua e sente as energias internas quase estacio-
narem, era quase 8 da noite, ele come, sabia que estavam fechando
e caminha até a sua casa novamente.
Ricardo olha para a rua e olha aquele senhor andando desa-
jeitado a rua, não poderia ser ele, caminha até João e pergunta.
— Não tinha morrido?
João olha Ricardo e fala.
— Vou responder isto muitas vezes pelo jeito, mas acordar no
IML ainda me dá a sensação de que morri.
João pede licença e caminha até sua casa, deita e adormece.
242
243
J.J.Gremmelmaier
Cansei Disto
244
João abre os olhos sentido a dor, ele olha a adaga ao peito e
olha Nani na peça.
Ela olha com um sorriso de “me vinguei” e João apenas toca a
ferida e fala.
— Porque demorou tanto Nani?
Ela olha ele com cara de dor e fala.
— Demorei?
— Tô cansado desta vida.
— Pensei que estava defendendo estes outros.
— Defendendo até você menina, pois uma interação entre
mundos, é morte a todos ao chão.
— Não acredito nisto.
João fecha os olhos e a policia chega a peça apontando a ar-
ma para Nani.
O delegado olha o senhor com a adaga no peito e ouve a mo-
ça falar.
— Acha que não vou vingar cada atrapalho que tive.
— Não sei, levanta as mãos menina.
— Acha que manda?
O delegado olha para a moça e sente o corpo ser arremessa-
do para trás e dispara as balas, ela sente aquelas balas lhe atraves-
sarem e olha descrente, sente a pedra negra em sal lhe atravessar e
olha o senhor e pergunta caindo de joelho.
— Quem é você delegado?
— Delegado Augusto dos Anjos, para os amigos, Guto para os
inimigos.
Ela sente o coração e fala.
— Isto é traição.
Ele sente ela soltar eles e cair para frente e fala olhando o ra-
paz a porta.
— Chama a ambulância.
Jessica chega a casa de João e ele estava sendo tirado de ma-
ca, entubado e olha para o delegado Sergio.
— O que aconteceu?
Ele olha tirarem Nani em uma maca mas já coberta e fala.
— Esta cidade é tão cheia de malucos que não sei, quase que-
rendo voltar a ser um advogado de portas de cadeia.
245
— E conseguiria?
Sergio olha a menina aos seus olhos, e fala.
— Alguém pode me explicar o que aconteceu? – Olhando o
outro delegado.
— Sergio Fucks me perguntando algo? – Delegado Guto.
Sergio sorri sem graça.
A governadora estava em Londrina a 3 dias, sem atender nin-
guém quando olha aquele rapaz entrar pela porta e grita.
— Lugar isolado senhor, fora daqui.
Gerson olha a senhora e fala.
— Este hotel é meu senhora, se quer se esconder, vai para
outro lugar.
— Não pode destratar uma governadora assim.
— Uma governadora não, uma covarde, sim, e outra coisa,
estamos pedindo seu afastamento senhora governadora.
— Acha que manda algo?
Gerson olha o filho entra.
— Tem duas alternativas Governadora, ou sai do governo, do
estado, e esquece a politica, ou um pequeno anjo lhe tira a vida, e
garanto, ninguém vai atestar além de mal súbito, quer brincar de
deusa dos Paranaenses, vai ter de ser bem longe daqui.
— Eu não o... – ela se cala vendo o pequeno arcanjo surgir ao
lado de Pedro e olhar para ela, ele deu um passo no sentido dela e
ela recuou, ela sabia que aquilo era mortal.
— Não podem mandar assim, isto é um absurdo.
— Absurdo é alguém deixar seu povo morrer em prol do que,
pois este passo atrás, é falta de fé senhora. – Gerson.
Gerson olha para ela e fala.
— Até o meio dia para sair de nosso hotel.
O comandante a porta fala alto.
— Não pode fazer isto senhor Gerson Rosa.
— Quem não sair, vai morrer, e não serei eu que matarei,
considerem um aviso cordial. – Ele olha a Governadora – E espera-
mos o mais rápido possível sua renuncia.
O comandante viu os seguranças da empresa do senhor abri-
rem caminho e olha a governadora.
— Ordens senhora.
246
Ela olha para Gerson saindo, olha o celular e liga para o secre-
tario de segurança.
— Secretario, como pode Gerson Rosa me ameaçar assim, o
que podemos fazer contra este senhor.
— Se ele lhe ameaçou Governadora, terá de abrir uma queixa
crime sobre isto.
— Não quero a parte burocrática, quero soluções.
Ele olha em volta e fala.
— Grita com o próximo secretario de segurança, pois a minha
renuncia está assinada desde ontem, quando se recusou a atender
o telefone governadora.
— Não pode me...
— Curitiba está um caos, ontem mais de mil pessoas morre-
ram estranhamente, temos eventos em Ponta Grossa, Morretes,
Piraquara e Colombo, se não temos governadora na cidade, para
que precisamos de secretario de segurança, se não podemos ajudar,
para que senhora, e pode ter certeza, se prepara para escracho
publico.
O senhor desliga e ela olha o comandante a porta.
— Já é seguro voltar a capital?
— Não sei senhora.
Os jornais on-line traziam a renuncia do secretario da segu-
rança, quando perguntado porque renunciou, pois não via motivos
nas ordens que a governadora lhe passou de prender pessoas que a
igreja da governadora não gostava, quando pediu auxilio para os
eventos do dia anterior, o comandante da PM disse que a ordem da
governadora era não intervir em nada por 24 horas, tentou auxilio
no exercito e a mesma ladainha.
A ordem de soltura estava chegando a todos os presos, ultima
canetada do secretario antes de por nas costas da governadora, ele
sabia que ele tivera culpa, parcial, mas ele não arcaria com o peso
sozinho, e se ficasse ali, seria o que aconteceria.
João abre os olhos no hospital e ouve ao lado.
— Como ele está senhor? – Pedro.
— Ele continua com uma cicatrização incrível.
Pedro chega ao lado da cama e fala.
— Continua sobrevivendo.
247
— Um dia canso disto, o que precisa menino. – Joao arrisco.
— Entender, já que Moreira sumiu, quem o pode trazer de
volta não está querendo, todos me diziam que você estaria nas 24
horas mortal, e desculpa, eu teria morrido com uma adaga no cora-
ção.
João olha o rapaz e pergunta.
— Tem certeza que morreria?
— Não estou em discussão João, mas sei que deixei andar as
coisas, mas enquanto apenas vocês batalhavam e morriam, nin-
guém iria ligar, pensa, 3 dragões de Eli morreram, é como matar a
magia dentro de 3 grandes seres no planeta, e eles não recuaram,
eles lhes atacaram ainda.
— E resolveu deixar acontecer?
— Precisava saber quem estava agindo João, aqueles surgi-
rem sequenciais de duas entidades na Praça Santos Andrade não
fazia sentido.
João ainda estava sonolento e pergunta.
— No fim ainda vão me acusar de não ter morrido.
— Talvez, mas a renuncia do Secretario de Segurança vai por
muita gente a parede, primeiro ele soltou os delegados que haviam
prendido, as pessoas, e renuncia jogando a culpa na Governadora,
até as demais TVs que não haviam noticiado, começam a noticiar,
pois é evidente que os Delegados tiveram seus direitos cerceados
para que algo acontecesse.
— Obvio para quem sabe o que aconteceu Pedro, eles vão
olhar os mortos na igreja e jogar sobre mim.
— Se recupera antes de querer sair correndo.
João olha Evandro e Jessica entrarem e olha para os dois.
— E dai Evandro, vai assumir esta maluca?
— Ela não me quer ao lado, sempre João para lá, João para
Cá.
— Este deve ser terrível, mas obrigado por a defender, nem
entendi como vim parar aqui no hospital.
Jessica olha para ele e fala.
— E vai mentir na maior cada de pau.
João sorri sem graça.
248
Os dois saem e Francisco entra com Gerson que acabara de
voltar de Londrina.
— Este hospital tem muita visita. – João.
— Está melhor, isto é bom, mas Francisco está preocupado
com Moreira.
João olha para Francisco e fala.
— Calma, apenas da um tempo dele acalmar lá, nem que can-
sando os músculos.
— Me preocupo mais pelas crianças.
João olha a aura, o senhor estava mentindo e sorri, ele não
iria entrar na discussão, mas entendia bem o que as vezes saber que
se está mentindo só o complicava mais.
— Imagino Francisco, mas eu ainda não estou bom para tirar
ele de lá, e bem por não estar bom, que não tenho pressa em tirar
dele de lá.
João vê o pessoal sair, olha o relógio do hospital dar duas da
tarde na parede e começa a sentir a energia voltar a ele.
Fecha os olhos e tenta ignorar tudo a volta, sabia bem o que
aconteceria, mas parecia estar escrito ele estar ao hospital as duas
da tarde.
A UTI registra 22 milagres, as enfermarias, 72 melhoras inex-
plicáveis, até pessoas na espera no hall de entrada melhoram sem
explicações.
João se fazia de dormindo, e quando abre os olhos, olha
aquele médico olhando ele.
— Senhor João Jorge Gomes?
— Sim.
— Pelo jeito es daqueles mistérios que ninguém entende, até
negam para se manter sãos.
João não respondeu.
— Sua alta deve sair em minutos.
João olha em volta e a UTI antes cheia, fazia.
— Perdi algo?
O senhor olha em volta, tira a pressão e olha os equipamen-
tos, tira os soros, tira o controle de batimento cardíaco do dedo,
anota os dados na ficha e sai pela porta.
249
João se ergue e senta-se a cama, não tinha mais aos braços o
soro ou qualquer coisa que o prendesse, pensa no que faria, não
queria sair pela porta da frente.
Pedro Rosa entra pela porta e olha João.
— Se fosse meu sócio no hospital estava falido João.
— Coisas que convivem com a morte, nunca me atraíram, tal-
vez por sentir ela ao lado e distante.
— Agradeço por todos eles. – Pedro, olhando João que não
entende, as contradições deste rapaz a frente.
— Eu estou pensando em como sair sem ser visto.
— Pelo jeito não quer que voltem a falar de você.
— Sabe que fé é bom, mas não esta que eles tem se apegado,
um Deus escravo de suas vontades terrenas.
Pedro olha o médico e pergunta.
— Como está a calma doutor.
— Calma não está, pois é tanta gente saindo melhorando que
a secretaria está lá enrolada nos protocolos.
— E o senhor Gomes?
— Apenas dando tempo dos demais fugirem rápido, para o
mandar fugir também.
Pedro sorriu e olhou para João.
— E agora? Acabou ou não?
João levanta os ombros como se não soubesse.
250
251
J.J.Gremmelmaier
Recomeço
252
João chega em casa e olha a bagunça, novamente a pichação
em toda casa, bagunça generalizada.
Ele apenas pensa nas paredes limpas e elas ressurgem bri-
lhando, as coisas se arrumam e ele levanta a camisa e olha mais
uma marca a barriga, quantas cicatrizes.
Olha a mão e olha aquela aura branca, ele não conseguiu se
livrar disto ainda, ele estava cansado de tentar e senta-se a sala.
Estava apenas pensando na vida quando o telefone toca, João
olha que é Marta e atende.
— Bom dia Marta.
Ela engasga do outro lado, ela pensou ter perdido o patrão
por dois dias, e agora ele atende o telefone.
— Está bem? – Saiu quase sem sentir.
— Sim, estou bem, e como está os concertos no prédio?
— Não entendi aquilo.
— Difícil de explicar rapidamente, ainda mais pelo telefone,
mas descansa, esta semana é de descanso.
Ela sorri e fala.
— Bem vindo de volta. – Ela sorri sem graça, ele também, ele
entendeu que alguém ficou preocupada.
Ele toma coragem e sai pela porta e olha para a casa, entra no
carro dá ré no carro, o tirando do terreno e volta a olhar em volta.
Era fim de tarde, ele toca a estrutura e ela some, o terreno
aplainado e liso, o faz pensar no que iria construir ali, talvez fosse a
hora de montar algo de verdade.
Ele vai a uma construtora a umas 5 quadras, se inteira de
quanto era para construir uma casa, ele encomenda uma e vai com
o rapaz ao local, e apresenta o terreno, obvio que o senhor olhou
atravessado para João, mas finalmente alguém estava querendo
construir algo físico ali.
João entra no opala e dirige até a empresa de roupas, viu o
segurança abrir a porta e falar.
— Esta bem senhor?
João apenas sorriu e olha que eles desparafusaram parte das
armações metálicas da construção e a ergueram para o fundo, o
imenso guincho estava ali ainda, mas agora erguendo as novas es-
truturas que começavam a parafusar novamente ao chão.
253
No estacionamento alto, estavam desparafusando as vigas,
tortas, que João lembra lhe atravessarem.
O engenheiro chega a ele e fala.
— Deve ser o senhor Carlos?
— Não, sou João, como estão as coisas?
— Começando a organizar, não entendi, o senhor Carlos falou
que esperava alguém melhorar, para saber se teríamos pressa ou
não na reforma.
João olha que metade da construção ainda estava lá, olha o
engenheiro e pergunta.
— Quanto tempo para fechar este lado retirando os restos do
prédio?
— Estamos fechando a parede, mas os ferros tortos vão dar
mais trabalho que os novos, as vigas de parte da estrutura baixa
nem se mexe, estava bem presa, mas as que saíram de cima, preci-
samos tirar os parafusos, endireitar os buracos e parafusar nova-
mente.
João estava olhando o senhor.
— Apenas fechar?
— Sim.
— 7 Dias.
João olha Carlos entrar e lhe olhar.
Ele teve uma ação estranha, sorriu e deu um passo atrás, João
tentava entender a complexidade de algo assim, e o rapaz chega
perto.
— Sei que todos me deram como morto Carlos.
Ele olha para João, ainda meio estranho, estica a mão e fala.
— Pensei que tinha ido, os advogados mandaram continuar a
obra e reformar, independente do acontecido, pensei que tinha
morrido.
João as vezes se cansava desta conversa, e fala.
— Apenas vim deixar claro, é boato que morri.
— Certo, acha que estaremos em ação em quanto tempo?
— Lembra que depois tem de descansar um pouco esta se-
mana.
Carlos sorriu e falou.
254
— Sei que enquanto as costureiras descansam, as obras se
ampliam, mas acha que aqui vai ficar bom?
João olha em volta e fala.
— Estranho como um lugar destes tem forças antagônicas, a
força do recomeço e a força do vivo, contradizendo a força da mor-
te e do fim, tudo em um terreno só.
— Não entendi.
— Calma, sei que estou falando coisas estranhas.
João viu o fim do dia, pega o carro, passa em cada obra e es-
taciona na Rua São Jose dos Pinhais.
Ele entra na pizzaria e senta-se, o proprietário estranha, ele
deveria ter entendido errado, deveria ser outro que morreu.
João pede uma cerveja e uma pizza, parecia que seu corpo es-
tava pedindo ainda muita caloria, ele olha para a porta e olha Fran-
cisco e Sergio entrarem, fez sinal para chegarem perto e Francisco
olha serio.
— Já bebendo?
João olha sem graça e solta um.
— Vai que isto me mata né...
— Temos um problema.
— Já interferimos por isto, mas como estão os demais Fran-
cisco.
— Soltos, chegando em casa, muita pergunta no ar.
João olha para a parede ao fundo, tinha um grande vão sem
nada naquele sentido.
— Traz aquele senhor de novo.
Francisco não via Plout ali, mas viu Moreira surgir todo sujo,
com duas armas a mão e apontar para João.
— Meu desafeto.
João olhou o senhor descrente e fala.
— Moreira, estou lhe trazendo de volta pois Francisco pediu,
quer voltar para lá?
Plout surge as costas de Moreira e segura em seu ombro.
— Mas me lançaram lá.
— Soube que puxou a arma para uma grávida, quer que mu-
de de ideia Joaquim Jose Moreira? – João olhando ele ainda com as
255
duas armas a mão. Ele olha em volta, não sabia nem onde estava e
olha Francisco.
— Vou me inteirar do problema, mas não somos mais amigos.
– Joaquim olhando Moreira.
João olha a sua mão, aura branca, imortal e fala.
— Então esta inimizade será por séculos.
Joaquim olha João e sai pela porta guardando as armas.
Francisco olha João e fala.
— Obrigado pelas crianças, sei que ele acostuma com o tem-
po.
Sergio olha para a porta e vê Dara entrar com um rapaz mais
jovem ao lado e chegarem a mesa.
— Não morreu mesmo.
— Ainda teremos de conversar Dara, nem que em mil anos.
Tudor ao lado olha a cara de revoltada da neta e fala.
— Temos de conversar sobre tudo isto, não entendi, hora pa-
recia que minha companheira rejuvenesceu, hora envelheceu de
novo, e hora, como neste instante, quase com minha idade.
— Tudor, tudo que falar é um acho, mas em imortais, a leva
de tempo, se manifesta de acordo como sentimos nossas almas,
elas envelhecem aos poucos, mas as vezes, quando sentimos ener-
gia pura, sentimos a alma quase adolescente, e como imortais, nos-
sos corpos se comportam como nos sentimos.
— Releve meu filho, ele continua tentando por esta cabeça
dura da Dara no caminho certo.
— Vencemos mais pela arrogância do outro lado, do que por
superioridade Tudor, eles se achavam invencíveis, isto ainda estra-
nho, gente que não sabe diferenciar a própria propaganda da reali-
dade. – João olhando Dara.
— Vim apenas verificar se estava bem, mas se cuida rapaz. –
Tudor sai e Dara senta-se a mesa e fala.
— Vai me dar uma chance a mais?
— Depende?
— Do que?
— Qual resposta não a tira da mesa, pois se dizer sim, e for
sair, digo não.
— Não nos entende mesmo!
256
João sorriu, pois realmente não entendia, e viu uma leva de
policiais entrarem armados no restaurante e apontarem as armas
para João.
— De pé, calmamente.
João olha Dara pensando que não era naquele dia que con-
versariam e depois para o delegado Sergio e fala.
— Depois alguém some definitivamente no mundo de Hons e
não vou ficar ouvindo o choro das crianças.
João levanta as mãos e é conduzido a viatura, ele chega a 10ª
DP e olha para o delegado, que não conhecia.
— João Jorge Gomes?
— Sim.
Ele faz sinal para sentarem ele a cadeira e olha em volta. Faz
sinal para os demais saírem e João fala.
— O que não fiz desta vez que sou culpado?
O delegado olha para a porta ao fundo, João sente o perfume
e espera, a governadora acabara de entrar em uma delegacia no
Sitio Cercado, isto sim era algo inusitado.
— O meu problema pessoal. – Governadora.
João riu, ela tentou uma daquelas frases de efeito que nada
significam, pois eles nunca se viram pessoalmente, mas que dava
uma conotação diferente a conversa.
João olha o delegado e fala.
— Quer mesmo ouvir a conversa, esta dai para negar depois,
manda isolar até a pulga do carpete.
O delegado olha a governadora e fala.
— Qual a acusação senhora.
— Uma mentira com certeza, sabe disto delegado, não é bur-
ro, não se faça do que não é.
— Acha que me ofende.
João olha o senhor e fala.
— Como digo, se não posso no fim de uma terça, tomar mi-
nha cerveja, tranquilamente, apenas por não ter morrido, sinal que
vamos recomeçar tudo de novo, e senhor, pode ter certeza, eu es-
tou vivo, mas passei uns perrengues danados.
A governadora as costa olha para João e pergunta.
— E como podemos por uma pedra sobre isto?
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— Não renunciou ainda porque Governadora?
— Não vou abrir mão do cargo.
— Quando for inelegível em dois meses não reclama.
— Vocês não tem nada contra mim.
João olha para trás e fala.
— Quer mesmo me por nisto governadora? Você fez vistas
grossas, ordenou prisões que não tinha nem processo aberto, esva-
ziou a cidade em meio a crise, mas o que a tira do cargo, é uma de-
nuncia anônima.
— Não tenho medo de você.
— Não sou eu o problema.
João se concentra e começa a surgir imagens das TV distantes
todas a parede e o repórter da Globo fala gritado.
“A policia Federal está em uma operação de busca e apreen-
são na cada da governadora do Paraná, no palácio Iguaçu e nas em-
presas do pai da senhora, já voltamos com uma declaração do pro-
motor de justiça que pediu a diligencia. Ao fundo se vê a policia
tirando computadores, malas que não sabemos o que tem, e docu-
mentos!”
A governadora sente o celular tocar e olha para João.
O delegado olha para a Governadora, estava dando cobertura
para algo que pelo jeito iria feder, chega as costas de João e abre as
algemas e a senhora chega ao canto e pergunta.
— O que aconteceu Romarinho?
— Apreenderam os 60 milhões de dólares na sua casa, com
os documentos, aprenderam os computadores do palácio Iguaçu,
não sei ainda o que pegaram nas empresas.
— Qual a denuncia?
— Lavagem de dinheiro, recebimento de propina, envolvi-
mento com crime organizado, parece ter muita coisa ai governado-
ra.
Ela olha para João desligando.
— Acha que tenho medo de você?
— Me repetindo governadora, não fui eu que lhe ameacei,
sabe disto, mas com certeza alguém lhe deu um ultimato, pensou
que estavam apenas blefando, acho que não conhece os Rosa.
— Moreira me garantiu que segurava eles.
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— Avisa Moreira, que se tocar nas filhas do pequeno Pedro,
ele vai para Hons sem volta, covardes as vezes damos uma chance,
mas uma segunda, esquece, e se antes tinha como apenas renunciar
Governadora, agora, vai ser na força mesmo que sai de lá.
O delegado viu a senhora olhar para ele e falar.
— Não vai o prender?
— Acusação senhora, pelo que entendi, ele estava ao IML até
o inicio do dia, ele acorda a gaveta do mesmo chutando a porta,
então todas as mortes antes disto, não podem ser atribuídas a ele.
— Mas ele é perigoso.
João olha para a senhora e fala.
— Se achasse isto, não estava numa delegacia do Sitio Cerca-
do senhora, sabe disto, o delegado não conduziria alguém do trafico
para cá se a senhora estivesse aqui, então sabe que não sou perigo-
so, apenas sobrevivo.
A senhora sai e o delegado apenas libera João, que lembra
que seu carro está a frente do restaurante, ele apenas abre uma
porta a parede e atravessa para lá, não estava para caminhada na-
quele dia.
Ele senta na mesma mesa, agora vazia e olha para Jessica en-
trar com Evandro ao lado.
Aquele sorriso sem graça dos dois e Jessica fala.
— Vocês parecem se entender com um olhar.
— Senta ai Keka, pedimos mais uma pizza.
— Os dois não entendem o que sinto.
João olha para Evandro e fala.
— Pelo menos nos livramos daquele Pedro.
Evandro sorri e Jessica olha atravessado.
— Está bem pelo menos?
— Estranho uma pergunta simples, que se falar sim, estou
mentindo, se falar não, estou mentindo.
— Me falaram que estava com Dara aqui?
— Ela levou azar, chegou na hora da condução a delegacia. –
João a olhando serio.
— E não a poria para correr?
— Sabe que se a convidasse para ficar ela sairia, se falasse pa-
ra ela se afastar, ela ficaria, realmente não entendo vocês.
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João toma apenas mais uma cerveja e deixa os dois ali, entra
no carro e dirige para o Osternak, chega em casa, esqueceu que
tinha desfeito a casa, olha em volta, dirige pela rodovia até um hotel
de beira de estrada, pede um quarto e dorme.
Ele sonha com toda a historia, e sente como ela foi, mas não
parecia real para ele, perto das 5 da manha, ele senta a cama e olha
aquele pequeno anjo surgir a sua frente e lhe olhar.
Ele lhe toca e João sente o obrigado, sorri e olha o ser apenas
se desfazer em energia.
Ele olha para o quarto, liga a TV, desliga a TV, tenta voltar a
dormir, mas sabia, agora ele estava sozinho, estranho sentir-se par-
te da historia de pessoas, e cada uma delas, começar a se enredar
por um caminho.
Amanhecia em Morretes e Sueli estava a frente de um grupo
de moças, todas na forma de Yawaras, ela olha para elas e sente
que estavam recomeçando o caminho, Pedro ao fundo, olha para a
filha e fala.
— Sua mãe finalmente assumindo seu papel.
— Ainda a olha diferente.
— Ela ainda me para com seu olhar, mas ela tem sua vida
agora, e vou tentar montar outra vida.
— Não me esquece pai. – Suzi.
— Como conseguiria.
No mundo de Eli, uma cova começa a afundar, os moradores
começam a se afastar, e veem a cabeça do grande dragão começar
a ser erguer do tumulo, outros se erguem.
A rainha Eli olha para os dragões voltando a vida, pensa em
um símbolo de vitória, e muitos sorriem, vendo os dragões voltarem
ao ar desajeitados.
Em Piraquara, parte das muralhas do castelo de Hórus esta-
vam lá ainda, e um grupo de maquinas começa a tirar aquilo do
caminho, para desobstruir as estradas.
Dalma sente Jorge a abraçar e pergunta.
— Será que acabou mesmo?
— Acho que está na hora de parar de fugir de você Dalma.
Ela sente ele a beijar e sorri.
Moreira olha Rosa a cozinha e fala.
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— Acha que devo relevar?
— Ele nem lhe deu chance de reação amor, tem de entender,
ele lida com coisas bem mais mortais que você.
Moreira olha para os campos ao fundo e fala.
— As vezes esquecemos que alguns aceitam a pedra, mas não
é que gostem, apenas sabem que não adianta desviar ela, aguentam
a dor e continuam.
A governadora é forçada pelo partido no meio da manha a
renunciar ao cargo.
Muitos Delegados estavam furiosos com ela, mas muitos se-
res da cidade, voltavam a seus redutos, invisíveis aos olhos.
João chega a empresa e olha Pedro Rosa a frente.
— Problemas rapaz? – João.
— Apenas verificando a maluquice que fez, montou uma em-
presa em um terreno que todos dizem ser amaldiçoado, dispôs de
guardiões que parecem manequins, enfrentou a morte, e sei que
nem todos entendem como aconteceu.
— Soube que você é pior do que muitos falam Pedro, soube
que quando lhe colocaram as câmeras, você pediu para um dos seus
eu, de outra existência, interagir por você.
Pedro sorri e fala.
— Estanho ter um Pedro Rosa, que tem gêmeas com Rita, e
uma leva de 12 esposas Curupiras, com as quais, teve mais de 9
filhos com cada, linhas de tempo que andam em velocidades dife-
rentes, então tenho um eu, que tem sua família de Morois a correr
pelo campo, mas são Morois e são Curupiras.
João sorriu da definição e fala.
— Agradeço pela cidade, mas o que faz aqui?
— Apenas verificando os pontos, muitas câmeras de seguran-
ça ainda estão desligadas.
João sorriu e os dois descem a panificadora, do senhor Joa-
quim e tomam um bom café.
Fim.
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