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J. J.

Gremmelmaier

Por Favor...
...onde está o
João?

Primeira Edição
Curitiba
2018

1
Autor; J. J. Gremmelmaier
Edição do Autor
Primeira Edição
2018
Por Favor... ...onde está o João
------------------------------------------
CIP – Brasil – Catalogado na Fonte
-----------------------------------
Gremmelmaier, João Jose
Por Favor... ...onde está
o João, Romance de Ficção, 261
pg./ João Jose Gremmelmaier / Por Favor...
Curitiba, PR. / Edição do Autor /
2018 ...Onde Está O João?
1 - Literatura Brasileira –
Esta serie de 3 livros surgiu
Romance – I – Titulo
em uma crise de criatividade, para
--------------------------------
terminar a serie, saimos da primei-
85 – 62418 CDD – 978.426 ra pessoa para o narrador, vamos a
As opiniões contidas no livro, são procura do João Jorge Gomes, e
dos personagens, e não obrigatoriamente invadir outras historias, tentar nos
assemelham-se as opiniões do autor, esta divertir entre Laikans, Morois, Ya-
é uma obra de ficção, sendo quase todos waras, Manás e outros.
os nomes e fatos fictícios.
É vedada a reprodução total ou Agradeço aos amigos e co-
parcial desta obra sem autorização do legas que sempre me deram força
autor.
Sobre o Autor;
a continuar a escrever, mesmo
João Jose Gremmelmaier, nasceu sem ser aquele escritor, mas como
em Curitiba, estado do Paraná, no Brasil, sempre me repito, escrevo para
formação em Economia, empresário a me divertir, e se conseguir lhes
mais de 15 anos, já teve de confecção a levar juntos nesta aventura, já é
empresa de estamparia, ele escreve em uma vitória.
suas horas de folga, alguns jogam, outros
viajam, ele faz tudo isto, a frente de seu Ao terminar de ler este li-
computador, viajando em historias, e nos
levando a viajar juntos.
vro, empreste a um amigo se gos-
Autor de Obras como a série Fa- tou, a um inimigo se não gostou,
nes, Guerra e Paz, Mundo de Peter, os mas não o deixe parado, pois li-
livros Heloise, Anacrônicos, cria em histo- vros foram feitos para correrem de
rias que começam aparentemente nor- mão em mão.
mais, mundos imaginários, interligando J.J.Gremmelmaier
historias aparentemente sem ligação
nenhuma;

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©Todos os direitos reservados a J.J.Gremmelmaier

Por Favor...
...onde está o
João?

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Capítulos:
Algo Aconteceu Pag. 005
Conhecimento Pag. 045
Guerreiras Pag. 075
Pesadelo Pag. 105
Mundo dos Olhos Pag. 123
Procura-se Pag. 137
Odeio Segunda 2 Pag. 171
Sonhando Pag. 195
As Guerras Recomeçam Pag. 205
Cansei Disto Pag. 243
Recomeço Pag. 251

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J.J.Gremmelmaier

Algo Aconteceu!

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Era fim de uma segunda feira normal em Curitiba, no bairro
do Sitio Cercado, Jessica olhava a prima, Mariane (Nane), ao seu
lado Pedro, um namorado que parecia quase uma fuga de um anti-
go amor, ou a duvida de dois amores, a frente a irmã e o namorado.
— Preciso de um emprego Nane.
— Sei disto, a crise está apertando, aquele sitio está só ge-
rando custos e a tia vai pegar no seu pé, sabe disto.
Jeniffer sentada a calçada a frente, irmã mais velha de Jessica
fala.
— Estão precisando no Jacomar.
— Vou fazer um currículo na Lan do Marcos, aquele chato do
Tremelique não aparece mais lá, pelo menos ele ajudava.
Tremelique era o apelido de um escritor que trabalhara na
Lan um tempo, ela olha Pedro, o namorado e fala.
— Vamos lá?
— Não tenho dinheiro Keka.
— Jessica, já falei.
— Ele você não reclamava, eu sempre esta historia.
Jessica sorri e arrasta ele pela rua, estavam entrando na Rua
São Jose dos Pinhais, bem na esquina da Farmácia Nissei, quando
olharam o céu ficar estranho, como se brilhasse mais, Jessica para
pois Pedro parou olhando algo.
— Vamos, para de moleza.
Ela olha o namorado que olhava algo a rua, ela puxa ele e
olha a rua, olhando mais a fundo, para e fala.
— O que é isto?
Pedro recua, as pessoas começam a recuar, aquilo vinha pela
rua, no sentido bairro da rua, pareciam milhares de almas penadas,
Jessica bate em algo e olha para trás e vê que era um Hons, ele es-
tava visível em pleno dia e a olha.
— Melhor recuar menina, não sei onde vão.
As pessoas a rua começam ver aqueles seres, pareciam espíri-
tos, meio translúcidos, mas o sol estava forte e eles mesmo assim
eram bem visíveis.
Jessica tenta pensar no que era aquilo, ter a definição de algo,
não é saber o que são, saber que são “seres que não renasceram e
se apegaram a algo a nível de não conseguir se desligar suficiente-
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mente para renascer ou evoluir”, parecia uma explicação que agra-
dava a muitos, mas não explicava muita coisa.
Os seres avançavam pela rua calmamente, mas parando tudo,
os motoristas paravam e viam aquilo os atravessarem, tinha gente
que abandonava o carro pela sensação que isso dava, mas aparen-
temente não causava danos pessoais.

Em Ponta Grossa, em plena praça Barão do Rio Branco as pes-


soas veem aqueles seres começarem sair do asfalto, milhares de
espíritos, sem carne, sem parecerem saber quem eram, começam a
andar no sentido da prefeitura, a oeste, parando tudo que estava
pela frente, as pessoas se afastavam, tentavam registrar mas o que
viam com os olhos não se via nas imagens gravadas, as pessoas pa-
ravam a rua, e se afastavam sem saber o que estava acontecendo.

O delegado Sergio da 8ªDP olha as imagens do centro, os es-


píritos não se via, mas os Hons estavam visíveis, Laikans visíveis,
chamara Raiska que sempre lhe ajudava nestas coisas e tentou ligar
para Gomes, mas deu fora de área.
— O que está acontecendo, é a pergunta que todos estão me
fazendo Raiska.
— Senti uma energia limpa ser liberada, intensidade forte, es-
tá sobre a cidade, e se espalhando, os Hons e as Ane estão visíveis,
pois eles quando absorvem muita energia, eles naturalmente ficam
visíveis.
— Sabe onde está o senhor Gomes?
— Pensei que os seres estivessem indo no sentido da casa de-
le, mas passaram pela região, e estão indo para os campos de gra-
ma, onde os Laikans também estão visíveis.
— O que o Gomes aprontou desta vez?
— Nada, ele trabalhou normalmente semana passada, mas
não achei ninguém que afirme que ele fez algo na cidade hoje sedo.
— Nem no bairro dele?
— Aquele bairro não tem nada.
— Ele discorda de você.
Raiska olha o delegado e fala olhando as câmeras que ele
olhava.
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— Estas duas que surgiram na praça, são do grupo de
Evolène.
— Que grupo é este?
— Bruxas Delegado, das reais, não das de faz de conta.

Thamis, menina gravida aos 14 anos, estava conversando com


Paulinho, ainda não tinham reatado o namoro, mas estavam mais
próximos do que quando namoravam e sente aquela energia sobre
eles, olha as mãos e fala.
— Vou para casa.
— Problemas?
Ele olha ela mudar de rosto, se controlar e voltar ao seu rosto
normal, fora a feição de um lobo e voltara, ele a olha assustado e
fala.
— O que foi isto?
Ela não sabia, sai caminhando pela rua, Paulinho parecia as-
sustado, não sabia se acompanhava ou fugia, ficou ao longe vendo
ela olhar as mãos atravessar a rua, no sentida de sua casa.
Thamis entra em casa e sua mãe grita.
— O que estava fazendo na rua.
Ela estava olhando as mãos e fala meio estranho.
— Algo está acontecendo mãe, vou para o quarto.
A senhora olha para a sala, não para responder, mas para ver
quem estava e olha aquele lobo a sala e se afasta.
— Socorro, alguém me ajuda.
Thamis olha para a TV e esta falava.
— Coisas estranhas estão sendo relatadas na cidade de Curi-
tiba, Ponta Grossa, e Litoral do Paraná, lobos translúcidos, que con-
seguimos filmar assim como estes seres estranhos, que não sabe-
mos o que é, mas a frente, onde todos se afastam, está uma leva de
espíritos andando no sentido sul da cidade.
Thamis presta atenção e seu rosto volta ao normal e sua mãe
olha assustada.
— Que bruxaria é esta?
Thamis não respondeu e entrou para o quarto e se trancou.

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Joaquim Moreira, empresário Curitibano olhava para as ima-
gens e começa a ver toda aquela leva de seres aparecendo e sumin-
do, seres que ele ouvira falar, mas nunca vira.
Liga para Francisco e pergunta.
— O que está acontecendo Francisco?
Francisco Pombo, tido como bruxo por uns, como religioso
fanático por outros, para quem o empresário ligava quando o as-
sunto era algo sobrenatural.
— Não sei ainda, estranhei onde está acontecendo Joaquim.
— Por quê?
— Entre Ponta Grossa e o Litoral, todo resto normal.
— E aquele João Gomes?
— Nem sinal, não o acompanha com suas câmeras?
— A da casa dele mostra ele colocando aquelas malas de rou-
pa que ele vende no porta-malas do opala e saindo de casa, teria de
saber o sentido que ele foi.
Joaquim pega a placa, põem no sistema de uma empresa de
seguros e sabe que ele saiu ao sul, mas depois de São Jose dos Pi-
nhais, não tinha para onde.
— Foi no sentido sul, pode estar em qualquer bairro de São
Jose que não tem câmera.
— Mas Joaquim, se ele está fora ele não é a causa.
— Pode ser, mas aquelas bruxas de Evolène chegaram a pou-
co no centro, e não sei ainda o que pensar, parecia uma segunda
normal, e parece que a cada momento parece mais coisas, começou
com os espíritos, dai aqueles seres estranhos que seguem aquele
Plout começaram a ficar visíveis, depois umas pequenas fadas co-
meçaram a surgir, depois os Laikans começam a ficar visíveis na
região metropolitana, dai aquela filmagem daquela moradora de
rua no centro, que se transforma em um lobo e sai correndo pela
rua, começou entre as duas e duas e 15, e agora, 3 e quinze, a cida-
de está parando.
— Que horas começou em Ponta Grossa Joaquim? – Pergunta
Francisco.
— Perto de meia hora após, o começo em Curitiba, começou
com os mortos da região Sul de Curitiba, e começou a se espalhar,

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chagam as poucas imagens de Morretes quase que junto com as
imagens de Ponta Grossa.
— O que foi solto, algo soltaram novamente sobre o sul da ci-
dade, vou verificar Joaquim e lhe ligo.
— Faz isto Francisco, me passa uma posição, não gosto quan-
do estas senhoras que se denominam do Grupo de Evolène apare-
cem por aqui, sinal que uma energia muito grande foi solta, todos
falavam que a energia de Wasser um dia poderia se soltar, me veri-
fica Francisco.

Em Curitiba no bairro da Agua Verde, um senhor, de nome


Tudor, aparência de não mais de trinta, patriarca de uma família
milenar, olha as imagens e olha os filhos presentes e fala.
— Alguém sabe o que está acontecendo?
— Está difícil manter uma forma pai, se iniciarmos uma trans-
formação que nos poria na forma de lobos, podemos acabar em um
urso, tamanha a energia que está no ar.
Ele olha todos se esforçando para se manter na forma huma-
na e fala.
— Nunca senti uma energia destas, nem nas montanhas da
Transilvânia, quando Jovem, nem quando Wasser morreu, pois to-
das as demais, eram energias distorcidas, elas não eram puras, ten-
tem me descobrir quem ou o que soltou isto.
Tudor olha Dara, a companheira entrar pela porta, ela sorria,
ele a olha descrente, pois ela parecia ter rejuvenescido muitos anos.
— O que está acontecendo Tudor?
— Não sei, mas algo poderoso despertou neste lugar.

Uma senhora de nome Diana Souza, filha mais nova de Lauro


Souza, olha para sua casa, olha para o espelho, estranha, parecia
que seu rosto era como os das revistas, de suas fotos, mas quando
era mais jovem, estranha, olha pala janela, para o fundo do quintal,
ele não estava mais no bairro do Hugo Lange em Curitiba, estava
nos campos do mundo de Eli, sai para fora, o céu azul como nunca
foi, a brisa leve do ar vindo do oceano ao fundo, as pastagens ao
fundo bem verde, os seres olhando encantados com o recuperar da

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forma que fora até 20 anos, voltara a existir, mas a muito não sen-
tia-se a alegria no ar.
Diana olha pela porta e olha Luana entrar, ela batera a porta,
e ninguém atendera e como alguém da casa foi entrando, chega a
parte interna, voltada ao terreno e olha Diana, o mundo de Eli e
fala.
— O que está acontecendo Diana, devo ter rejuvenescido uns
20 anos, em horas.
— Não sei, pela primeira vez consigo ver seu rosto, e sua au-
ra, como coisas distintas, este mundo é o de Eli, nunca teve esta
felicidade no ar, era mesmo em um mundo lindo, um mundo triste.
Luana a olha serio e fala.
— Será que um novo Eterno se apresenta?
— Sabemos que o anterior não era um verdadeiro Eterno,
mas fazia o que podia.
As duas caminham metros no terreno vendo os dragões vindo
montados chegar até a casa, Eli, a irmã mais nova de Diana, princesa
daquele mundo vinha a elas com seus soldados, parando a sua fren-
te e falando.
— O que está acontecendo Guerreira. – Eli se referindo a ir-
mã, embora ela não estivesse na forma da grande guerreira.
— Não sei, ainda estamos tentando descobrir.
— Mas o mundo está vendo seres a muito mortos, renascen-
do, seres que eram tidos como extintos, surgirem, povoados que
pareciam abandonados e em deterioração ressurgir com seus habi-
tantes.
— Alguém os permite sonhar novamente Princesa Eli, não en-
tendemos ainda, mas vamos descobri.
Diana sente o ar, sente a casa ao fundo e fala olhando a irmã.
— Tenta não fazer burrada que descobrimos se é um sinal de
um novo Eterno.
— Acha ser o Eterno? – Luana.
— Parece algo estrutural, não de comando.
Diana parecia uma moça indefesa, os soldados olhavam ela
sem entender quem era, ouviram a princesa, mas não parecia, ela
passa a mão a frente do corpo e cresceu em tamanho e toma a fei-
ção da guerreira, apoia a mão em suas armas e falou.
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— Se cuida Princesa.
Diana andou de costas sumindo da vista dos demais entrando
da sacada da casa, e olhou Luana voltando a sua forma natural.
— A energia emana da cidade as costas, não do mundo, ele
assim como todos ligados a cidade vão evoluir.
— O que teria tamanha força?
— Não é força, energia pura, capaz de trazer as memorias e
as mudanças e se manter pura, e ampla, pensa em algo que refez o
equilíbrio de Eli, e não perdeu nada de força.
— Um Eterno real?
— A força de um ser realmente Eterno.
— Como Realmente?
— Luana, se olha no espelho, estamos com identidades de 40
em corpos de 20, em horas.
Luana se olha e fala.
— As noticias falam que está acontecendo coisas estranhas a
toda cidade, espíritos, Laikans, Hons, Anes, tudo ficando visível.
Diana se olha ao espelho e fala.
— Sabe que hoje é um dia especial Luana.
Ela olhava Diana se olhando ao espelho encantada.
— Pela primeira vez me olho como uma humana normal, e os
demais como são, vou ter de aprender a viver assim.
— Todos eram assim para você Diana, ou alguém se parecia
com humano antes? – Luana olhando Diana, procurando um cami-
nho a seguir.
— Somente um amigo do Pai, João Gomes, ele parecia huma-
no, mas não aparentava a idade que ele tinha, sempre mais novo, as
auras dele que tinham as formas distorcidas.
— O que falou que tocando Bateria refizeram Hons?
— Este, alguém que olhando não aparenta nada além dele,
nem força, mas sempre com aquela aura branca, sabe no que penso
quando vejo auras brancas.
— Um Eterno?
— Não sei, mas pode ser.

Dalma, conhecida como Bruxa de Piraquara, estava a olhar os


campos de Piraquara, olhando aquela energia nos campos, seu me-
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do era que despertasse Magog, sente aquela energia e olha Jorge
chegando ao fundo.
— O que está acontecendo Dalma?
— Não sei, os campos estão vivos, não sei o que algo assim
pode gerar.
Ela olha para o céu e vê aquela aura de energia sair e olha pa-
ra o céu pensando em algo ruim, embora sentia paz, isto que não
combinava em tudo aquilo, olha aquele negro surgir ao céu, todos
na cidade olhavam aquilo, não sabia o que estava acontecendo, era
como o dia se tornasse noite, e se via um planeta próximo, se via
aquela ponte de energia e Jorge fala.
— É seguro?
— Mundo dos Olhos.
— Hórus?
— O mundo está renascendo, não entendi, a energia está fo-
cada não num ser, mas num mundo.
— Apenas indo?
Jorge nem terminou de falar e sentiu as almas que Magog um
dia matara naquelas terras começarem a se erguer, viram os Laikans
olhando ao longe e as almas atravessando e renascendo naquele
mundo distante, viram o escuro começar a encolher e o céu voltar
ao normal.
Dalma olha Jorge e pergunta.
— O que está acontecendo, os Laikans estão quase vivos?
— Uma energia incrível, não sei ainda.
Os dois olham para o céu agora normal, os campos aparen-
temente normais.

Mariane estava ainda a frente de sua casa conversando com


Jeniffer quando viu Máximus chegando, se ergueu e perguntou.
— O que faz aqui Máximus?
— Não sei, estou me sentido maior internamente, quase em
transmutação, e só conheço uma pessoa que entende disto.
Mariane olha a prima voltando, e fala.
— Mudou de ideia?
— Algo está acontecendo Nane, sente o meio.
Nane se levanta e fala.
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— Não conheço esta energia.
— Parece algo puro, aquilo que falaram que se libertaria ao
sul da cidade, parece que aconteceu agora.
— Onde está aquele senhor. – Nane tentando não entrar na
discussão, pois a cara de revoltado de Pedro foi grande.
— Sei lá, mas não parece ter a assinatura dele, não parece as-
sinada, parece solta, mas é algo parecido com a energia de quando
aquele ser surgia do lado dele.
— Algo angelical? – Nane.
— Parece, algo que liberou uma imensa energia na cidade, já
tem energia inversa de bruxa na cidade.- Jessica.
— Verifica se ele sabe de algo, sei que não quer ir lá, mas algo
assim, temos de saber quem pode estar se dando mal.
Pedro a segura pelo braço e fala.
— Já vai correr para ele.
— Reclama de que Pedro, sabe bem o que ela sente. – Nane.
— Eu não sinto mais nada por aquele ser.
Jessica viu Dara vindo pela rua e olhar para ela.
— Encontrei alguém, como estão as coisas por aqui.
— Já por aqui? – Jessica irritada.
— Sim, Tudor mandou perguntar como as coisas estão, pois a
energia no ar é tão grande, que se iniciar uma transformação não
sei em qual vou parar.
— Algo que a traga aqui?
— Sim, minha avó voltou a aparência de quando tinha uns 28
anos, quer dizer, eu nunca a vi com aquele rosto.
— Algo assim deve estar os deixando inseguros.
— Passei na casa do João, não sei onde ele foi, tem ideia onde
é esta empresa que ele foi tentar contato em Florianópolis Jessica?
– Pergunta Dara olhando ela serio.
— Nem ideia, a ultima vez que falei com ele foi Sexta a noite.
— Ele falou algo especial?
— Nada que lhe interesse, mas não tenho ideia do que ele iria
fazer em Florianópolis, sabe que ele comprava roupa lá para vender.
Dara olha para Nane e pergunta.
— Tem ideia do que está acontecendo?

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— Não, estávamos conversando que João poderia dar uma
luz, já que a única energia pura assim que lembramos, é daquele ser
que surgia ao lado de João, mas se ele não está por ai, sinal que
temos outra fonte.
— Um grupo de 12 bruxas já estão no centro da cidade, não
sei o que estão fazendo, mas ninguém gosta delas por perto.
— O problema é quanto tempo dura, não sei o que está acon-
tecendo Dara, energia capaz de forçar mudanças, mas é difícil de
determinar que mudança ainda.

Começava a anoitecer e o céu parecia ter um brilho estranho,


azulado fosforescente, o delegado Sergio olhava as imagens e olha a
casa de João Gomes sumir, se desfazer e viu aquela coluna de ener-
gia, formando uma coluna a volta, subia uns 100 metros e se dissi-
pava a toda volta, como um grande cogumelo de energia.
Sergio pega uma viatura e vai para a região, chega ao local de
casa e olha aquele ser imenso olhando a energia e olhar para ele.
— O que fizeram com ele? – Plout.
Sergio não sabia e faz sinal para isolarem a área, não sabia o
que estava acontecendo, mas aquilo a noite estava bem visível.
Sergio olha em volta e vê Moreira olhar para ele e chegar per-
to, mais alguns a volta, muitos curiosos, muitos falavam que ali era
a casa de João da Cruz, outros o chamavam de bruxo, mas no fundo,
poucos conheciam o senhor.
Moreira o cumprimente a pergunta.
— O que está acontecendo Delegado?
— Procuro respostas senhor Moreira, conhecia este senhor
desde quando?
— Infância, no Capanema.
— Tem ideia de onde ele está?
— Não, ele saiu daqui por volta de 5 minutos antes de come-
çarem os eventos, ele saiu ao sul, mas soube que o carro dele está
estacionado no Aeroporto Internacional, não sei para onde ele foi.
— Algo anormal mais ao sul?
— Somente as cidades a volta, a energia pega toda a região
metropolitana, mas como algo que chega a Lapa, chega a Ponta
Grossa e a todo litoral.
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— Saberia onde ele compra em Santa Catarina? – O delegado
tentando algo que não estava entendendo,
Moreira sacode a cabeça negativamente e pergunta.
— O que o ser quis dizer?
— Não se faz de inocente Joaquim, todos tentaram o matar e
nada conseguiram, que saiba, e agora surge esta energia bem na
casa dele, desfeita novamente.
As pessoas começam a cercar o lugar, Jessica olha aquela
formação e olha Nane.
— Não ouvi falar de algo assim, se tem, é algo a ser revelado,
pois eu não tenho noção do que é isto, um cogumelo de energia.
Nane olhava a prima, ela olhava a ausência da casa, ela tenta-
va parecer normal, olhar o cogumelo, até ouvir.
— O velho morreu, é isto? – Pedro.
Jessica olha o namorado, olha para Nane, ela não queria pen-
sar nisto, respira fundo, não parecia ser uma morte, mas passagens
são tristes para alguns, ela caminha no sentido de Moreira a frente
deixando os demais para traz.
Nane olha para Pedro e fala.
— Segura a língua.
— Ela tem de entender que a amo, aquele velho só atrapa-
lhava.
— Se quer perder ela, deseja isto, Deus é sábio quando nos
dá os desafios.
Jessica olha Moreira e pergunta.
— O que está acontecendo Moreira?
— Não sabemos, ele saiu de casa, 5 minutos antes de tudo
desandar.
— Ele sabia que não iria antes da hora – Jessica pensa na pos-
sibilidade, toda aquela energia era o que poderia gerar todo aquele
desequilíbrio, respira fundo – mas foi o liberar descontrolado disto
que evitamos em Morretes Moreira, pode parecer estranho, mas
está bem controlado.
Moreira olha a menina e fala.
— Pensei que gostasse dele.
Jessica não respondeu, começou a sair da região, ela passou
por Nane e Pedro e começa a retornar, ela não falou nada, Pedro e
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Nane basicamente estavam quase correndo para a acompanhar, ela
entrou em casa direto, não falou nada, entrou no quarto e fechou a
porta.
A mãe dela olha Nane e pergunta.
— O que aconteceu?
— Esta disfunção toda pode ter sido causada pela morte de
João Gomes. – Nane.
A senhora olha o rapaz e fala.
— Depois fala com ela, se foi isto, ela o afastou, ela pode es-
tar se culpando, tem de entender rapaz.
— Estava na porta a pizzaria quando aconteceu, os dois bri-
gando, me gerava ciúmes senhora.
A senhora não sabia o que falar e Nane bate a porta, Jessica
abre e olha a prima com lagrimas aos olhos, fecha a porta e fala.
— Sabe que não parece uma morte aquilo Jessica.
— Sei, mas pode ser uma desistência, seja do poder, seja do
caminho, é o afastar que disse que queria, e sabe, menti.
— Dois mistérios para mim, você e este Pedro, ele sabe que
você não o ama.
— Ele estava lá para conversar, ele disse que estaria por per-
to, se precisasse, mas a frase era mais profunda, mas estava tão
certa que ele estaria por perto, que ele não tinha me esquecido,
que mesmo eu sendo dura, ele estaria ali.
Nane olha para a barriga de Jessica e pergunta.
— Não falou para ele?
— Não quero falar disto.
— Quem o afastou foi você, não inverte Keka.
— Pensei em algo bem diferente, mas não esperava isto.
Jessica limpa as lagrimas, olha serio para Nane e pergunta.
— O que sentiu lá?
— Liberdade, estranho pois aquela energia não vai servir para
muitos, mas os que são livres, vão aproveitar, não sei, nunca havia
sentido isto, é realmente um afastar, mas não parece ter sabor de
morte, parece de desprendimento.
Jessica olha para o espelho e fala.
— Ele pelo jeito não vai voltar.

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— De que adianta ele voltar, se ele o fizesse, vocês o coloca-
riam para correr da mesma forma.
— Eu não...
— Faria, sabe disso, talvez seja tanta energia, pois é liberda-
de, isto gera um caminho sempre grande.
— Ele pensa que foge ao destino? – Keka.
— Talvez isto explique a energia mais que a palavra liberdade,
qual a força, única, limpa, de se livrar do caminho escrito pelo eter-
no! – Fala Nane sentindo o cair de uma energia, talvez os demais
não sentissem, mas era como se aquilo que os cobrisse, visível a
muitos, agora atravessasse tudo caindo como uma garoa fina, mas
uma garoa de energia pura, alguns chamariam de magia.

Doze senhoras olham aquela energia começar a cair, bruxas


por denominação, a mais nova, embora aparentasse uns 30 anos,
tinha pelo menos 8 vezes isto de idade, elas estavam sentindo aque-
la energia, parecia sendo disposta, sentido suas energias se recarre-
garem, não entendiam o acontecido.
— O que está acontecendo? – A mais nova.
— Não sei, nunca vi algo assim, energia pura caindo do céu.
— Sem assinatura, sem sacrifícios, tão pura que nem preciso
filtrar, como? – Outra.
Elas sorriram absorvendo aquela energia.
O grupo sentia-se poderosas, e desavenças do passado come-
çam a pesar na mente daquelas senhoras, um momento estavam
todas cheias de energia, no seguinte, se via a mais jovem ir ao canto
e se via as lagrimas em seus olhos, a tristeza e pesos de seus passa-
dos foram caindo sobre elas.
Se na primeira hora elas sorriam todas, na terceira hora, to-
das choravam, não conseguiam parar da absorver, a sensação de
energia, não as dava disposição de sair daquela praça, mas a cada
segundo estavam mais brilhosas, e mais tristes.

A noite avançava, os espíritos se reuniam em um grande ter-


reno na região de Fazenda Rio Grande, eles começam a retomar
suas memorias, seus corpos etéreos e transparentes, começam a
ganhar roupas novas, como se elas voltassem ao ponto do dia que
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foram enterradas, elas se olham, alguns familiares se abraçam, ain-
da sentido aquela energia os restituindo algo que não sabiam o que
era, era noite, perto das 3 da manha, quando os espíritos começam
a retornar a cidade.

Os espíritos dos moradores de Morretes sentem o mesmo, e


começam a ir as casas que moraram, alguns discutiam que aquela
era a casa deles, diante de gerações de espíritos, em uma casa que
hoje tinha alguém que não conhecia aqueles espíritos, gente saindo
de casa, assustados nas primeiras horas do dia vendo espíritos inva-
direm suas casas, se dava em uma região imensa, que se estendia
de Ponta Grossa a Paranaguá, do vale do Ribeira ao vale do Rio Ne-
gro. Milhares de pessoas saindo de suas casas, assustados.

Dalma sente a energia de Magog, olha para porta, Jorge esta-


va de pé olhando para fora.
— Ela renasceu, não sei o que está acontecendo Dalma.
— Também não.
Os dois estavam falando isto e viram os espíritos entrando na
casa, antigos moradores, Dalma se veste e fala.
— Como paramos isto?
— Não sei, realmente não sei Dalma.
O grupo de pessoas a rua olha aquela senhora imensa vir pela
rua, olhando os demais e fala olhando Dalma.
— O que estão preparando para mim?
Dalma não sabia, vira pelos olhos, o mundo dos Olhos ressur-
gir, agora Magog e sente a energia, sente as mãos e fala.
— O que não sei Jorge, mas temos de cuidar com esta ener-
gia, ela é pura demais, ela nos leva a pensamentos de culpa por
coisas do passado.
A moça lembra de mortes em seu passado olhando aquele
senhora chegar e as pessoas saírem rápido, os Laikans começam a
cercar a senhora.
— Não tínhamos nos livrado dela?
— Ela renasce, sempre, é o que todos sempre falaram, mata
milhões e satisfeita adormece.

20
Jorge olha a senhora, os espíritos se afastavam fácil, ela pare-
cia brilhar.
— Mata todos e Magog não se arrepende de nada.
Viram a senhora caminhar no sentido no Anhangava.

O jornal da noite começa a mostrar imagens da cidade, e re-


gião, muitas imagens sem explicação, mas a principal, era aquele
cogumelo de energia, não que fosse o mais inexplicável, mas era o
mais visível.
Nas redes sociais todos falavam das montagens da cidade de
Curitiba.
Teorias incríveis e nada de resultados concretos, eram repor-
tagens sem pé nem cabeça, e Ricardo na rua São Jose dos Pinhais
olha aqueles seres da igreja central entrar na igreja, eles ficam ao
fundo, ele termina o culto e os fieis se despedem, um senhor de
nome Bispo Diego o cumprimenta e fala.
— Devem ter se enganado.
— Boa noite.
Os demais viram que o pastor não foi coletar as doações, na-
da apressado, olhou os rapazes e perguntou.
— No que posso ajudar?
Um senhor veio a frente e falou.
— Tivemos números satisfatórios desta casa, e vieram verifi-
car se era um novo líder surgindo.
— Números? – Ricardo se fazendo de desentendido.
— Dizimo, mas eles sempre querem uma prova, uma consta-
tação de que pode suprir e evoluir se transferido a um ponto maior.
Há dois dias, o pastor Ricardo tinha mudado a forma de enca-
rar as coisas, ele estava ainda absorvendo o que ouviu, o que vira,
os rapazes estavam com aquela energia pesada que os acompanha-
va, ele estranha, pois assim que viu um senhor livrar a igreja a pou-
cos dias desta linha negativa, as pessoas começaram a ser mais es-
pontâneas, cultos mais intimistas e menos gritados, pessoas mu-
dando em 3 dias, as doações, detalhes, ele ainda tentava reler tre-
chos da bíblia, que sempre pulara, não os considerando, então
aqueles seres acompanhados daquela energia negativa, não lhe
agradava, mas sorri e fala.
21
— Talvez o dizimo tenha aumentado, mas não vejo neste
ponto a importância, e sim no retorno de fieis, estamos ampliando
nossos fieis, por meses eles declinaram, agora estamos começando
a recuperar, então é um trabalho que não vejo como algo que uma
prova, possa traduzir.
O bispo olha as luzes acesas e fala.
— Não está gastando muito com luzes?
Ricardo não entraria nestes campo, a igreja por anos foi mui-
to escura, o sentir ela clara, parecia agradar a ele, aos fieis, ele não
pretendia mais por economia de luz, não iluminar os cultos.
— O temporizador já as apagará senhor bispo.
— Dispendendo dinheiro em tecnologia?
— Não, recebemos tanto os temporizadores como a mão de
obra doada por fieis.
Talvez eles esperassem algo maior, era uma igreja de bairro,
tinham uma mais próxima ao terminal, muito mais estruturada.
— Não vai contar as doações?
— Assim que terminarmos a conversa, o dinheiro não vai sair
correndo pela porta.
— Não teme assaltos?
— Sempre, mas a igreja na Issac pediu e sedemos os seguran-
ças, eles estavam receosos com os eventos, mas aqui foi tranquilo.
— Não sofreram problemas?
— Alguns espíritos voltam e rezam, não entendi isso ainda,
mas fora isto não perturba os demais.
— Não expulsou estes demônios da igreja? – O bispo.
Ricardo olha o senhor, tentava manter a educação, mas as
vezes tinha de pensar.
— Dois entraram, rezaram, saíram, não é minha função ex-
pulsar espíritos, e sim mostrar o caminho de Deus.
Se viu a contrariedade nos olhos do Bispo que apenas fala
olhando o senhor que falara antes.
— Não é o que procuramos.
Ricardo não se abalou e falou.
— Então vão com Deus irmãos.
O bispo ficou irritado, pois muitos cancelaram cultos, pois ti-
nham espíritos ajoelhados em igrejas, e alguém aceitar isso o fez
22
ficar irritado, saíram e Marta, a moça que ajudava no grupo de cui-
dadores da igreja fala.
— O bispo Diego ficou irritado.
— Eu nunca chamaria o senhor José de demônio Marta, ele
dedicou mais horas a esta igreja que eu.
— Pensei que queria subir de posição.
— Marta, eu ainda não sei o que mudou, mas sei que algo
mudou aqui nesta igreja, sabe disto.
— Sim, o lugar ficou mais leve, tem arrebanhado mais gente
falando baixo do que gritando.
Ricardo conta as contribuições, passa para Marta guardar
parte e separa o que encaminharia a central.

Nane olhava a prima triste e pergunta.


— Porque se abalou, você dizia que queria isto?
— Eu pensei que ele mudaria, que ele se esforçaria para estar
aqui novamente.
— Sabe que você o afastou, todos a apoiaram, você depois
resolveu avançar novamente, mas quando as demais já não estavam
lá, o deixou, eu não sei o que ele pensou, pois eu não entendi.
— Sabe que não o quero do meu lado pela criança.
— Aceita um cara que nem se ama, ao lado, como Pedro, e
não quer o pai da criança ao lado porque ele tem de mudar, sabia
de cara que velhos não se moldam.
Jessica olhava as noticias e muda de assunto.
— Todos acham que é uma grande campanha de marketing
que ninguém conseguiu entender ainda.
Nane olha serio e Keka fala.
— Não daria certo mesmo.
A mãe de Keka entra pela porta e fala.
— Tem um senhor querendo falar com vocês a porta.
— Estas horas mãe?
— Delegado Sergio, ajeitado, mas não parece feliz.
Jessica olha para Nane e fala.
— O que ele pode querer com nós.
Nane sorriu e saiu pela porta, Jessica sai meio arisca.

23
Ela olha a aura arisca do Delegado, ao seu lado aquela moça
que estava a mesa de João, ela não conhecia, talvez isto sempre
complicasse analises, alguém sendo analisado pelo ciúmes, alguém
como Raiska.
— Senhorita Jessica Duarte?
— Sim, no que posso ajudar senhor Delegado.
— Um rapaz a rua, falou que você e uma prima que não co-
nheço, são as pessoas mais indicadas neste bairro para entender os
acontecimentos a rua.
— Um rapaz?
— Jorge Rodrigues.
— E o que gostaria de saber delegado? – Jessica olha a mãe e
fala – tem um café mãe?
— Sabe que não gosto desta conversa.
— Sei, mas se alguém da lei veio conversar, temos de ajudar,
não é o que fala?
A senhora foi fazer um café e Jessica fala.
— Estava estes dias na Pizzaria aqui perto.
— Sim, apenas uma ajudante do Delegado, que pelo jeito
ainda não entendeu nada, pois se nem eu entendi, teríamos de ter
um motivo para esta descarga de energia pura sobre a cidade.
Jessica olha a aura da moça, estável, ela não alterava em na-
da, algo tão harmônico que Jessica ficou pensando o que era aquela
moça. Nane entra pela porta naquela hora.
— Menina, sei que parece estranho, eu estou estranhando,
pois sei que estava ao restaurante ali a frente com aqueles outros
seres, e de repente, o Retaliador me indica você como quem pode-
ria me ajudar.
— Ainda estou pensando sobre o que senti e vi delegado,
aquilo não é uma explosão de energia, o que quer dizer, não ouve
uma morte, embora muitos morreriam se tirasse esta quantidade
de energia.
— Como tem certeza de que não houve uma morte? – Sergio.
— Toda liberação de energia, quando vem de uma morte,
tem uma angustia, mesmo quando Wasser tentou renascer e tendo
a certeza do renascimento, a angustia estava no ar, naquela distor-
ção de energia.
24
— E porque a casa se desfez então?
— Isto está ligado a historia de João Jorge Gomes, o dono da
casa, ele segundo alguns especialistas em Santa Catariana, disseram
que ele estava marcado para morrer aos 10 anos, alguém não per-
mitiu esta morte, para tentar se apoderar do poder dele, aos 47,
aquela coluna de energia na região, ela tinha dois mil metros de raio
e centro exatamente a casa dele, mas naquele enfrentamento, ficou
a sensação de que a energia tinha sido distribuída, não absorvida, e
todos pararam de olhar para o senhor.
— Quem foi o especialista de Santa Catarina que falou isto? –
Raiska.
— Margarida de Lêmure.
— E Porque isto está acontecendo? – Sergio.
— Porque não sei, não tenho as respostas delegado, mas pa-
rece o abrir mão da magia de um ser imortal, seria como se alguém
tivesse dentro dele, muito poder, mesmo não o usando, e desistisse
deste poder, a casa era parte do poder, ela se desfez, pois ele abriu
mão dela.
— Tem certeza disto? – Raiska.
— Não, a energia é pura, isto que não entendi, nunca senti
esta energia ali, vem dali, tem motivos para ser dali, mas nunca
senti algo assim, a única coisas semelhante, era a energia daquele
ser que as vezes, surgia do lado do João.
— E no que vai acabar isto, porque está acontecendo e quan-
do vamos voltar ao normal. – Sergio.
— Quando em textos antigos, se falava que Deus está em tu-
do, que Deus impera e intercede, que Deus sabe, julga e prolifera
conhecimento, é porque o local era assim, com interação, com a
possibilidade de falar com os antepassados. Dizem que poucas ve-
zes isto aconteceu, nunca fora registrado pela atual ciência, não sei
se isto é um teste ou um desafio, para que entendamos esta ener-
gia, esta vivencia, esta parte que ignoramos totalmente.
— Mas aquela energia atravessa tudo. – Raiska.
— A ciência chama aquela energia de “Energia Escura”, em
quase a totalidade do tempo, ela é invisível e não nos afeta direta-
mente, mas algo a nível físico e espiritual está acontecendo.
— Acha que a ciência explicaria isto? – Sergio.
25
— Senhor, nossa incapacidade de dispor algo continuo, tridi-
mensional, visual e sensitivo, é nossa limitação física que estabele-
ce, não sei quem falou, que no futuro os crentes de hoje são capa-
zes de adorar uma inteligência artificial como Deus, pois ele os res-
pondera o que querem ouvir, mas nossa ciência avança, nossos
entendimentos avançam, mas estão limitados a nossa busca, a cada
descoberta, descobrimos mais, e vamos a próxima, nossa inteligên-
cia, aceita hoje bem o fato da Terra ser esférica e girar ao espaço,
solta, mas por séculos, isto não era nem possível ao pensamento
humano, tudo que não segurava-se, caía. Então não é questão se
dá, e sim quando vamos provar cientificamente isso, Deus, não dei-
xa de ser parte disso, mas está longe da compreensão, João sempre
falava, humano tentando entender Deus, é um vírus tentando en-
tender quem é o complexo material que ele infectou e que tem uma
vacina que não o deixa avançar.
— Acha que para quando?
— Não trabalhamos com bolas de cristal Delegado, se igno-
ramos o que causou, não temos como saber o que aconteceu e
quando vai passar.
— E saberia onde este João foi?
— Não, ouvi fofocas, mas foi somente fofoca, pois não dei
motivos para ele não se afastar, e sei me fazer de forte Delegado,
mas acho que ninguém achava que ele sairia de campo.
— E que fofoca foi?
— Que ele investiu naquela empresa de venda de roupas no
atacado, conseguiu um bom dinheiro e saiu da cidade, sem planos
de voltar.
— Qual a empresa? – Raiska.
— Distribuidora Osternack de Roupa Atacadista. – Jessica.
— Mas ai seria apenas capital.- Raiska.
— Quando se quer afastar-se do divino, se aproxima muito do
produtivo, não que um afaste o outro, mas é escolha, sair de um e
se dedicar ao outro com toda força.
— Acha que ele se deu bem e saiu, não tem cara dele isto.-
Raiska.
— Bom saber que o conhece bem. – Jessica.

26
— Menina, aquele senhor não faz meu tipo, mas entendo que
ciúmes eu gero, ainda mais de alguém gravida, mas não entende,
para mim, ele é apenas o problema da semana, o delegado só me
coloca em casos estranhos.
A mãe de Jessica olha a filha, sua barriga, ela não havia falado
nada e Nane fala.
— Mas porque nos procuram?
— Pelo que entendi, aquele João estava cercado de seres es-
peciais que não conheço, uma coisa é ter crimes a mão, outra é ter
gente que enfrenta maldiçoes, como aquele navio de pirata, que
encara Plout de frente, nem Luiz gosta disto, mas poucos o fazem, e
juro que quando me indicaram você menina, pensei que não saberia
de nada.
— Senhor, dicas, não se preocupe com as bruxas no centro,
com o ressurgir de Magog, com o surgir de lobos translúcidos no
campo, eu me preocupava com a loucura de alguns, poder as mãos,
fez alguns acharem que podem voar.
— Não sou de deixar problemas, menina.
— Então vou tentar descobrir o que gera isto, mas parece o
abandono de uma praga, mas como não sei que praga geraria isto,
não tenho como ajudar.

Pedro Rosa, rapaz de 18 anos, olha as filhas correndo ao fun-


do, sente aquela energia, a ausência de Beliel, seu anjo amigo ao
lado o fazia estranhar aquele fato quando olha a porta e vê Francis-
co.
— Podemos conversar Pedro?
— Problemas Francisco?
— Algo está estranho, sinto como um julgamento, sinto cada
erro que cometi como algo que tivesse de concertar.
— Acho que todos estamos sentido isto Francisco.
— Eu duvidei da força daquele senhor, ele não quis discutir,
eu nunca senti algo assim, o que Beliel teria a dizer disto.
— Ele se afastou, acho que os que entendem disto, vão se
afastar, mas de que senhor está falando?
— Joao Jorge Gomes.

27
— Acho que até ele negou isto Francisco, mas de alguma
forma, ele pode ter se livrado do peso, mas não entendi ainda o
problema. As vezes duvido que seja ele.
— Eu duvidei até olhar a casa dele, mas não sei como as coi-
sas vão se resolver.
— Amanha com calma olhamos Francisco, as vezes precisa-
mos pensar sobre o problema.

A noite caiu, pessoas sonhando com coisas que se culpavam,


noite de terça que nunca mais a cidade esqueceria, gritos, correria,
gente a porta de igrejas, querendo o perdão, querendo o conforto,
a noite avançava, e algumas pessoas se recusando a voltar a dormir.
Sergio acorda cedo, tinha algumas coisas para verificar, mas
começa pela imagem da energia, ela agora mudara para a cor ver-
melha para cima, e verde no caule e ramificações, e começa a bro-
tar na energia uma pétala de flor.
Ele estava olhando a imagem e o investigador com cara de
quem não dormira deixa a mesa imagens e o delegado pergunta.
— O que é estes montes de sal?
— Dizem ser as bruxas que chegaram ontem a cidade, elas se
desfizeram em sal, depois de muita choradeira a noite inteira, se-
gundo observadores a volta.
Ele olha uma imagem alta e fala.
— E esse rastro vermelho?
— Piraquara, ontem estavam todos tensos, pois a Bruxa de
Piraquara, aquela Dalma, falou que Magog havia despertado, a noi-
te, todos ouviram gritos horrendos da região da represa, dizem que
um ser imenso explodiu ali, a captação de agua da região parou, a
agua está avermelhada, mas um circulo de 5 mil metros, está com
esta cor vermelho vivo.
Ele olha a pasta e o rapaz terminou.
— Uma noite de pesadelos na cidade, e região, entre Morre-
tes e Ponta Grossa, tivemos mais de dois mil suicídios nesta noite.
O delegado olha suas anotações e a frase da menina estava
ali e ele a circunda, “eu me preocupava com a loucura de alguns”.
— Recolhe os corpos, manda um grupo para a praça, Piraqua-
ra não é nossa jurisdição.
28
— Acha que acabou?
— Acho que não entendi nada.
O delegado com outros dois investigadores vão ao endereço
deste revendedora, e veem tudo fechado, placa bem explicita, fun-
ciona segunda, das 6 as 12, consegue o telefone de Marta e a mes-
ma marca com ele um pouco a frente, na confecção, o delegado
nem conhecia a região, mas viu os caminhões com rolos de tecidos
entregando tecidos ali e a senhora os recebeu na entrada.
— No que posso ajudar senhor Delegado.
— Por enquanto uma conversa informal.
— Sobre?
— João Jorge Gomes.
— Algum problema com ele senhor?
— O conhece?
— Delegado, está dentro de uma empresa que pertence a Jo-
ão Gomes, sou uma contratada dele, como não o conheceria?
O investigador ao lado sai um pouco e o delegado fala.
— Falou a ultima vez com ele quando?
— Ontem a tarde, antes dele sair da cidade.
— Motivos para a saída?
— Ele não entra em detalhes referente a problemas pessoais,
mas disse que estaria em Florianópolis até domingo.
— Domingo?
— Ele sempre acompanha as segundas de perto delegado,
mas qual o problema não sei.
— Não reparou nada.
— Sim, gente com olheiras por uma noite que parece ter per-
turbado muitos, com pesadelos do passado, mas nada que ligue isto
ao senhor Gomes.
— Podemos dar uma olhada?
— Sim.
— Tem um telefone para contato com o senhor João?
— Sim, consigo para o senhor. – Ela esticou um cartão para o
delegado, com um telefone celular da cidade.
— Não ligou para ele hoje ainda?

29
— Ele quer que mostremos nosso valor, eu vim verificar os
modelos que venderemos segunda que vem, mas nada apurado, os
modelos estão definidos.
O delegado foi apresentado a empresa e viu que tinha mais
de duas mil costureiras, viu as grandes maquinas de produção de
camiseta e olha o investigador na saída.
— O que não entendi?
— Delegado, todos falavam que ele não se preocupava, mas
estamos em uma confecção, acho que todos viram ou ouviram as
propagandas desta marca.
— Algo tão visível que ninguém está olhando?
— Mais de dois mil funcionários, que eu não diria serem da-
quele senhor, mas é o que tudo indica.
— Então ele não se afastou por falta de dinheiro, ele falou
que ganharia este dinheiro, lembro disto, mas não entendi a logica.
— Produção de peças em série, vendidas por uma distribuido-
ra que abre apenas um dia por semana, e pelo jeito, as vendas fo-
ram boas ou as encomendas, pois todos estão em produção.
— Mas o que liga uma coisa a outra? – Delegado.
O investigador não sabia, saem em direção do centro.

Marta, a diretora de vendas da empresa olha para Claudio e


fala.
— Entendeu algo?
— Sei que ele passou ontem a noite a autorização de instala-
ção dos outros 5 complexos de camiseta, que ele encomendou para
semana seguinte a obra dos barracões, com a compra de maquiná-
rio para os bonés, para as calças jeans, para as meias e roupas inti-
mas.
— Mas não entendi o delegado.
— Dizem que aquela coisas estranha no núcleo do Osternack
é onde ficava uma das casas do senhor Gomes.- Claudio.
— Eu nunca fui a casa dele para entender, mas alguém que
compra máquinas como estas deve ter muitos imóveis.
Claudio a olha e dá de ombro e fala.
— Ele é reservado referente a sua vida, pelo menos aqui.
— Acha que tem algo ilegal?
30
— Aqui não, viu algo ilegal lá?
— Não, quando eles entraram pensei que era algum daqueles
grupos de fiscais.
Claudio sorriu e foi verificar as linhas de produção, quanto
mais modelos, maior o seu trabalho de verificação de qualidade, de
embalagem, de preparação aumentava.

O delegado chega a praça e olha aquelas pilhas de sal, viu ou-


tras surgirem do nada olhando ao longe e fala.
— Isola e não dá detalhes.
— Acha que são mesmo aquelas senhoras.
— Não sei, pode ser um jogo onde somos apenas os observa-
dores que não entendem. – Delegado Sergio.
Ele olha em volta e a aparência era de pessoas cansadas a to-
da volta, e sente aquele cheiro forte de rosa no ar, todos olham em
volta e o investigador que estava ao carro chega ao delegado com o
celular focado na câmera da energia e se via alguns ramos daquilo
que parecia apenas um caule, se abrir em um buque que rosas.
As pessoas começam a ir trabalhar e o delegado pensa no que
iria fazer.

Jessica olha para a mãe que fala alto.


— Como foi irresponsável a este ponto.
Jessica não queria discutir, mas era obvio que a informação
sairia pela porta, serve o café e fala.
— Não foi irresponsabilidade apenas mãe, afastei o pai da
criança porque ninguém queria ele por perto, mesmo eu o afastei
dizendo para ele que não era como pensei que seria. Mas eu não
ficaria com ele apenas porque engravidei. – Mente Jessica.
— Mas como vai cuidar da criança?
— Mãe, o problema não é este, ou é?
— Se aquele senhor estivesse por perto, ele iria ouvir umas
boas.
Jessica sorri, senta para o café, e vê Nane entrar pela porta.
— Aquele delegado está chegando de novo por ai.
— O que acha que ele quer prima? – Jessica.
Ela levanta os ombros e se ouve o carro parando a frente.
31
O delegado bate palmas e Nane faz sinal para ele entrar. Eles
não sabiam o que esperar do delegado, e Jessica pensava em como
perguntar.
O senhor olha a menina e fala.
— Me tiraria uma duvida?
— O que?
— Ouvi algumas pessoas falarem que o senhor Gomes era
pobre por escolha, mas porque todos falavam isto.
— Ele não é do tipo que compra coisas que chamassem aten-
ção, ele nunca se preocupou antes em ter um advogado, de se pro-
teger, de montar uma boa casa, ele desde que o conheci tem aquele
Opala, todos falam que ele entende de propaganda e de roupas
como poucos no mercado, que ele sabe o que vai vender, e onde se
compra cada coisa para ter a peça com melhor condição de venda
para seus compradores. Mas o que isto tem haver com esta energia,
agora este cheiro de renascimento no ar.
— Cheiro de renascimento? – Delegado.
— Este cheiro de rosas, frescas, pensei que era algo demora-
do, mas pelo jeito vai ser rápida esta distribuição de energia.
— Sabia o que aconteceria com as bruxas? Como?
— Energia pura, as dá sensação de renascimento, no começo,
alegria, depois tristeza e por fim, o que sobra de um corpo com o
passar dos anos, o sal por ele acumulado.
— E pelo jeito sabia disto, mas como?
— Delegado, tudo que falar referente ao que eu fiz, não fui eu
sozinha, mas atravessar o mundo dos Cães e ser tocado pelo Eterno,
me dá respostas, mas nem todas, são o que acho ser, pois depende
da pergunta, ter as respostas sem as perguntas, é uma merda.
A mãe de Jessica olha atravessado e fala.
— A boca.
Jessica sorriu e o senhor falou.
— Porque todos falam que o senhor Gomes é pobre? Eu sai
de uma empresa, que tem mais de dois mil funcionários, que está
em nome dele.
A senhora olha incrédula e Jessica pergunta.
— Empresa de que?

32
— A Osternack Roupas, é do senhor Gomes, e passei apenas
em uma cede, mas o CNPJ da empresa fala em 3 sedes, na cidade,
uma passei e estava fechada, dai na segunda soube ser dele, mas a
pergunta, porque todos diziam que ele era pobre.
Jessica pensou, ele não falara, ele criara a empresa, ele deixa-
ra todos acharem que ele era pobre, e fala.
— Marketing pessoal, nunca ouviu falar nisto?
— Não entendi.
— Pensa em estar voltando para casa, e na sala estarem 4
mulheres dizendo que o queriam por perto, mas todas queriam algo
para durar, mas ele queria um amor, não comprar um amor.
— E sabia disto? – A mãe de Jessica.
— Não, e agora mãe, não adianta mudar de opinião sobre o
senhor, até de manha era contra.
— Mas se espera um filho dele, pelo menos teria como a cri-
ança ter um futuro.
Jessica olha o delegado e fala.
— Mas nosso problema, é aquela formação, se entendi um
pouco, é a liberação na terra, de toda a energia de um ser de cria-
ção, mesmo que Wasser tivesse conseguido o que pretendia, neste
instante, ele estaria a beira da morte.
— Certo, ainda resultado de algo feito ao passado, mas não
entendi o que foi feito?
— Quando um ser é escolhido para traçar o caminho dos an-
jos, dizem que ele absorve a energia que lhe foi destinada e trans-
cende, isto acontece entre os 9 e 11 anos, esta energia é poderosa,
transforma o ser em um angelical, é como renascer em 72 existên-
cias paralelas ao mesmo tempo.
— E o que gera esta energia.
— Paz e renascimento no primeiro momento, interação no
segundo, ciência do tudo por terceiro, dilatação de tempo espaço,
pois ele vai ser ensinado no principio dos tempos, e por fim, o que
chamam de Luz, a ciência de sua vida e seus desafios.
— Paz, tivemos mais de dois mil suicídios somente nessa noi-
te. – O delegado a olhando.
— O geral, não influencia o principio, mas ainda não entendi,
o senhor quer dizer que Gomes apenas saiu da cidade, as empresas
33
dele estão funcionando, isso não explicaria o evento, pensei em
alguém largando tudo, e não em alguém apenas viajando.
— A administradora do local disse que ele deve estar ai até
segunda feira.
“Administradora?” Pensa Jessica se tocando que tinha um ci-
úmes quase incontrolável do senhor, um dos motivos que se afas-
tou.
— Senhor, eu não entendi tudo, mas o cheiro, é renascimen-
to, mas o que vai renascer, não sei.
— Certo, acha que estamos apenas no começo do problema?
— Sim.
O delegado sai no sentido da Delegacia, teria de pensar.

Nos campos avermelhados de Piraquara, os policiais come-


çam a se afastar vendo aqueles seres avermelhados se erguerem,
eram berros aterrorizantes se transformando em seres avermelha-
dos.
Dalma olha ao lado e fala para o policial.
— Recua, calmamente.
— Oque é isto?
— Algo que ouvi falar, nunca vi, o reencarnar das almas apri-
sionadas, mas vamos recuar e nos afastar.
Os Laikans começam a surgir ao lado e um olha para Dalma.
— Para nós, este ponto é lenda Dalma.
— Sei, não sabemos o que eles farão, se têm ciência do que
foram, se é positivo atirar neles.
No ponto oposto, um policial assustado, atira no ser a frente
e a leva de seres a frente de Dalma avançam no sentido do fundo,
passando por tudo, até o policial, os seres foram devorando tudo, e
os Laikans entenderam, seres com fome e força para comer, se ou-
viu mais tiros e Dalma sente o ser dentro dela e cresce, sente o lobo
e as garras e entra em campo, foram cortando os seres, os Laikans a
seguem, e quando chegam ao final, tinha um agrupamento inteiro
da policia morta, pessoas mortas, e a imagem que vai a TV é daque-
la imenso lobo com rosto de caveira cortando tudo que vira pela
frente.
Dalma se afasta e olha Jorge chegar com uma roupa e fala.
34
— Vamos sair.
— O que houve.
— Sabe que os pesos vem aos que enfrentam.
Dalma entra no carro de Jorge e saem no sentido de Quatro
Barras.

Os policiais estavam recolhendo o sal da praça e este começa


a se mexer e uns seres translúcidos, formados por milhares grãos de
sal se levantam, os policiais se assustam, mas viram aqueles seres
correrem no sentido oposto da praça, se viu as bruxas erguerem
suas proteções e começam a recuar, os seres atacavam tentando
bater nas mesmas e batiam em suas proteções, o sal foi entrando
nas proteções, e o primeiro ser toma o lugar de uma moça e se
transforma, a cor foi para o rosado e as demais viram os demais
seres de sal entrarem naquele ser, que cresce.
O ser olha uma pequena fada distraída com o cheiro e energia
e lança um laço de sal e a prende, a puxando para dentro da prote-
ção, sente-se o ser absorver da pequena Ane enquanto ela gritava e
as demais olham aquilo e se afastam, como se estivessem fugindo,
algo matara uma delas, elas sabiam o quanto era difícil se matar e
apoderar da energia de uma Ane.
O ser avança e as pessoas iam se escondendo, as bruxas ten-
tavam uma nuvem de interação, mas aquele cheiro não as deixava
terminar o encanto.

O delegado chega a delegacia e consegue ligar para o numero


que a moça lhe dera o cartão e pergunta.
— Senhor Gomes?
— Fala delegado, o que precisa.
— Saber a confusão que nos deixou?
— Eu estou apenas comprando roupas, como poderia ter fei-
to algo delegado.
— Sua casa não está lá, a mais de 24 horas a cidade está es-
tranha, e vai dizer não saber de nada.
— Apenas as noticias que vi pela TV, mas nada que eu enten-
da para interceder.
— Volta quando?
35
— Segunda estou ai.
— Não entendo porque disto tudo, me parece uma vingança.
— Isto oque? – João Gomes.
— Esta confusão que nitidamente você armou e está longe
para não ser acusado.
Gomes olha para fora e pensa, não queria voltar e fala.
— Delegado, eu não queria sair, mas eu ficar, seria pior, tem
de entender, pode parecer difícil, mas eu aqui, é melhor.
— Não entendi mesmo.
— Sei disto, mas agora tenho de desligar, mas pode ligar, de-
moro para atender mas atendo.
João Gomes olha para fora e aquela imagem a sua frente o
faz se aproximar e falar.
— Sei que todos querem que resolva, mas porque tem de ser
eu, eu não me achava algo especial, para ser o que eles falavam.
Uma senhora, jovem, sorri e o abraça.
— Acalma, sabe que está frágil.

Plout olha Luiz vir pela rua, de costas, espada a mão, na for-
ma de O Rocha, não sabia o que vinha, mas parecia que Luiz estava
distraído, quando ele se aproximou, se viu as milhares de serpentes
de Hons, as mesmas vinham abraçando com força as pessoas a rua,
e as mesmas ficavam pelo caminho, como se fossem comer após,
mas Plout olha os seus rapazes surgindo e um fala.
— O que está acontecendo.
— Deixamos aberto os caminhos, agora elas vão querer este
mundo.
Os Hons se armam e começam a avançar sobre as serpentes,
Luiz vinha recuando e chamando para ele a atenção, alguns no ca-
minho morreriam, mas estava chamando para ele, estava quase na
praça 29 e com os Hons ao lado, começa a avançar e cortar aquelas
serpentes, uma guerra de horas de força, que recebe auxilio de poli-
ciais, que atiravam nelas as costas.
A batalha na praça durou perto de 3 horas, deixando milhares
de serpentes estraçalhadas, Luiz olha Plout e fala.
— Tem de decidir, não dá para deixar o portal aberto.
— Não controlo o portal.
36
— Eu não peço para aquela bruxa nada.
Ao fundo, se via agora as levas de Niak, uma espécie de ara-
nha, 2 metros, começam a surgir em meio a avenida, e Luiz fala
olhando os policiais.
— Escudo, elas lançam veneno?
— O que é isto?
— Não sei o que está mantendo esses portais abertos, mas
elas vem em leva, se defende e atirem nas patas.
O grupo começa receber os primeiros ataques, os Hons recu-
ando, Plout não conseguindo as deter, Luiz tentava ainda não ceder,
estavam quase sendo colocados para um caminho estreito empur-
rados pelas Niak, seria complicado as proibir de os agredir em um
caminho estreito.
Luiz sente que os Hons começam a conseguir avançar um
pouco e olha ao lado, aquela guerreira, quase de seu tamanho, en-
trar em campo em uma dança de espada e corte, cortando tudo
pela frente, avançando, o que fez os Hons retomar as posições,
Plout podia não gostar de Diana, a Guerreira, mas Luiz, que nunca a
viu lutar, viu a moça avançar, cortando, quase uma dança.
Ele começa a avançar, e quando a ultima estava com uma es-
pada fincada a cabeça ela baixa a espada, a frente da maior e olha
para cima e pergunta.
— Porque matar inocentes Eterno?
Luiz olha uma imensa luz vir sobre ela, forte a ponto de em
plena começo de tarde, desviar os olhos.
— Guerreira, os desafios foram lançados a muito, não se se-
gura o que foi projetado, não se para o que foi estabelecido, tudo é
caminho, e todos que param no caminho, o tempo os deixa inútil e
os transforma em lendas, mortas lendas.
Diana olha para cima e fala, seus olhos mal conseguiam abrir
com tanto brilho.
— Os meus eu defendo Eterno, defenda os seus.
Ela pega a espada e se viu mais Niak, ela foi os cortando, Luiz
se apresentou a guerra e até Plout se dedicou mais, a moça estava
cansada quando encosta a espada ao chão e olha para Luiz.
— Obrigada pela ajuda. – Olha para Plout e fala – Tá mole
Plout, pensei que estava em forma.
37
Plout a olha com raiva e ela gargalha.
Os policiais ao fundo olham a moça voltando ao seu tamanho,
a espada se tornar um prendedor de cabelos, na forma de uma es-
pada, e sair pelo lado.
— Quem é esta? – O policial.
— Diana, a Guerreira.
— Bonita. – Fala o policial.
— Mortal.- Fala Plout.
O policial olha os restos do caminho e pede alguém para lim-
par aquilo, isolam a região, parecia que o dia seria de enfrentamen-
tos estranhos.

Nos campos a volta da cidade, uma leva de Ami, aranha de


mais de 4 metros de envergadura, com mais de um e oitenta de
altura, começam a sair por uma fresta que se abre ao chão, Francis-
co olhava a região com Moreira, quando veem aqueles seres surgi-
rem aos milhares por aquela fenda.
— O que é isto Francisco?
— A lenda diz que existiam aranhas no subsolo, em cavernas
isoladas, elas não enxergam, mas se comunicam por sons agudos, o
que as faz perceber onde estão e o meio.
— Como enfrentamos?
— Pensei que todas estivessem mortas nesta parte do plane-
ta. – Francisco.
Moreira estava com as duas armas a mão, e começa a recuar,
os seguranças as costas também. Francisco ergue uma proteção
contra agressão, Moreira olha o motorista que entra no carro, já
deveriam ter mais de 100 ali.
Moreira olha para o fundo e uma espécie de Portal se abre e
viu aquela moça, roupa colante, transparente em um corpo de mús-
culos sair pelo portal, com moças as costas, armadas com facas,
lanças e arcos.
Tesalia, umas das princesas Amazonas olha para Francisco e
fala em uma língua que Joaquim não entendeu.
— Vai me dever mais esta. – Um dialeto entre o Curdo e o
Armênio.

38
As amazonas avançam cortando aqueles seres, e os dispondo
em pilhas imensas.
Não parava de vir mais, as amazonas cercando a fenda, guer-
reiam com aquilo por mais de 6 horas.
Tesalia olha no fim para Francisco e fala.
— Sumiu, problemas?
Francisco a encara e fala.
— Apareço, pois sei que se estivesse lá, estaria me mandando
embora.
— Lá sou uma imperatriz, aqui, uma amazonas, ambas deve-
riam lhe mandar embora, mas aparece.
Tesalia abriu o portal as costas e Moreira viu as guerreiras
sumirem pelo portal em um fim de dia que se via o cansaço e Fran-
cisco, Moreira nunca vira o amigo em batalha em conjunto com as
Amazonas, sorriu do fim.
— Consegue combustível Moreira?
— Por quê?
— Elas precisam ser queimadas, senão parte de regenera e
voltam a guerra.
— O que são estes seres?
— Dizem as lendas, que quando os índios se perdiam no ca-
minho, Yolokantamulu abria as fendas para o mundo das Ami e es-
tas vinham limpar a bagunça, levando com elas os guerreiros e ín-
dios que conseguissem carregar. Um dia num tempo muito remoto,
invasores, se apoderaram de parte destes seres que eram mortais, e
infectaram as Amazonas com parte de seu DNA, e surgiu os reinos
de Ami, pois estas que viu, não tem rainha, são apenas uma família
de seres com fome, diante de um mundo com comida.
— As vezes seus apoios me assustam.
— Tem coisas que aconteceram hoje que foram mais assus-
tadoras que isto.

As Bruxas recuavam, vendo aquele ser avançar, quando veem


aquela moça passar por elas, sacar o prendedor de cabelo, jogando
o cabelo enquanto crescia, e a espada crescia.
— Quem pensa que não vai me servir.
— Pelo cheiro, está morta de qualquer jeito. – Diana.
39
As costas da moça, passando pelas bruxas, surgem os Hons, e
logo após a polícia e Luiz, as bruxas recuam pensando em o que
aconteceria.
Diana sente aquela haste de sal segurar sua espada e o ser se
lançar no seu sentido, segura a espada com força com uma mão e
soca com toda a força o ser, que absorve o impacto, facilmente,
pois era sal, ela puxa a espada e gira, o ser deixa a espada passar e
se refaz, Diana sorri e olha para Plout.
Plout a olha incrédulo e fala.
— Mas...
Ela estica a mão a frente e Plout arremessa aquela espada,
imensa, ela gira na segunda mão sentido o ser abraçar ela como
todas aquelas partículas de sal, gira no ar e a espada brilha e atinge
o chão, um cano de agua jorra e o ser recolhe o braço que abraçava
Diana, ela segura uma espada com cada mão e as gira, elas parecem
ficar energizadas e ela toca o ser pelos dois lados, o ser começa a
deixar as espadas passarem e se regenerar após, ele recuava pois a
agua jorrava e parecia queimar no ser.
As duas espadas se tocam e a energia delas começa a ser
transmitida para o ser, que sente o choque e para.
Luiz veio da parte de traz e desviou a agua que jorrava, para o
ser, Diana apoia no piso e se lança para longe e o ser estoura.
Diana inverte a espada de Plout e fala.
— Obrigada.
As bruxas param naquela cena e uma olha para outra e per-
gunta.
— Que seres são estes?
— Não sei, mas viu a força da moça?
— Força, proteção e determinação sem medo algum de en-
frentar, temos de ver de onde vem estes seres.
Os Hons sentem a mudança do cheiro, para o secar da flor, e
sentem as energias voltarem a níveis aceitaveis e começam a sumir
nas ruas, Plout sente o cheiro e olha para Diana.
— Talvez tenha de pensar melhor, minha mãe apoiou esta
sua investida e ela sabe melhor que eu tomar partidos.

40
Diana dá as costas e começa a retornar pela rua, novamente
mudando sua aparência, deixando as bruxas ao longe mais intriga-
das ainda.

Dara olha para fora, e viu aqueles seres brancos a rua, pensou
ser uma miragem, vinham no sentido de sua casa, ela olha seu avô
parar ao seu lado e falar.
— Parecem Moroi Mort, mas são apenas pensamentos cria-
dos, não sei se seria mais fácil sendo os verdadeiros, mas eles estão
vindo para cá.
— O que é isto Vô, porque está acontecendo?
Tudor olha para fora e fala.
— Dizem as lendas, que as vezes, o eterno limpa um lugar,
para o nascimento de Dragões, que são representações da criação
suprema, os pesos do passado nos são expostos em sonhos, em
carne e em conhecimento, sei que deixei muitos para trás neta, sei
que tenho muitos pesos, eles são inevitáveis.
Dara olha o senhor ficar a frente, viu Tudor em sua forma
humana dispor de uma espada, esta ele cruzou a frente do corpo e
ir a rua, alguns se apresentaram as costas do rapaz, aparência de
jovem, experiência de séculos, pesos de uma vida, avançar sobre os
seres e os cortar, Dara olha a avó e pergunta.
— Qual o risco?
— O passado, não nos põem medo neta, pois ele não existe,
ele é no máximo lembranças, o futuro não existe, ele é para quem
encara o presente e avança, então existe apenas o presente, e se
ele nos apresenta guerra, guerreamos para vencer, se nos apresenta
paz, nos preparamos para os dias difíceis, e se nos apresenta lem-
branças ruins, as rasgamos, seja na folha, seja na espada.
Dara olha o pai cercado ao fundo e pega a espada e entra em
campo, cortando os seres aparentemente humanos, brancos, olhos
vermelhos, cheiro de gorduras podres, esse era o cheiro deles.
Os demais veem aqueles seres estranhos e o grupo os cortar,
quando a policia chega, eram restos em decomposição a rua.

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O delgado chega a delegacia, muitos feridos, muita agitação,
reclamação, pedido de esclarecimento e ele olha a acusação contra
a Dalma e olha para o rapaz do ministério publico.
— Foi você que assinou este pedido?- Delegado Sergio.
— Sim, temos testemunhas que ela matou seres.
— Investigador, quando os seres vierem pela rua, dá uma ar-
ma a este inútil, e põem ele na frente, quero ver ele se defender
sem matar ninguém.
— Não pode fazer isto delegado.
— Estou com a cidade em um caos que ninguém explica, ara-
nhas de dois metros, seres de sangue e terra, aranhas maiores na
região metropolitana, seres brancos como leite, atacando gente na
Agua Verde, uma bruxa de sal, atacando e matando na região da
Santos Andrade ... – Ele olha para fora e o investigador fala.
— Uns seres que parecem siris imensos vem pela rua.
O delegado olha o investigador e fala.
— Liga para Jorge e fala que os Otatos estão na rua nos ata-
cando, e coloca uma arma na mão deste dai, e manda na frente;
— Não pode fazer isto.
— Não queria prender os que estão matando humanos, seu
primeiro desafio.
Sergio saiu pela porta, já armado e olha os rapazes.
— Recua as pessoas, para a rua.
Ele estava vendo os demais saírem e olha aquele rapaz, não
conhecia, surgir na rua, avançar e falar alto.
— Quem quer morrer em alma, hoje é um bom dia. – Pedro,
um Yawara, que os bruxos da cidade chamavam de Laço de Tempo,
se Sergio achava que o rapaz era maluco, viu os olhos dos Otatos
virem sobre o ser e darem um passo atrás, quem era não sabia, mas
fez sinal para os demais apoiarem as costas.
O rapaz do ministério publico estava com uma arma e olhava
assustado aqueles imensos siris, que soube que o Delegado sabia o
que era.
Pedro a frente transforma suas mãos em garras e começa a
avançar cortando aquelas almas, os seres começam a recuar, mes-
mo grandes, mesmo em almas, Otatos continuam covardes.

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Pedro avança por um lado, e sente quando os seres ficaram
cercados, ele corta o ultimo e olha aquela moça, com rosto de ca-
veira, lhe olhar e olhar.
— Pensei que tinha um exercito os fazendo recuar.
— Os matando uma segunda vez.
Dalma olha Jorge, lembra do rapaz, a primeira impressão foi
algo nada bom, mas já fazia uns poucos anos.
Dalma olha para o rapaz do ministério publico e volta a sua
forma, olhando o delegado.
— Problemas Delegado?
O rapaz do ministério publico vendo aquela moça, vindo da
forma de um lobo com rosto de caveira, para a forma de Dalma,
recua, talvez tenha entendido que não era apenas uma moça que
estava pedindo a prisão.
Sergio olha o rapaz e fala.
— A cidade lhe deve rapaz.
— Melhor eles nem saberem quem sou senhor.
O rapaz saiu e o delegado olha Dalma.
— Quem é este?
— Enquanto enfrentávamos aqui, ele segurou com forças da
mata, os seres no litoral.
— Sem nome?
— Uma pedra a mais no caminho de Magog.
Sergio olha o rapaz do ministério publico saindo ao fundo e
fala.
— Sabe que eles depois que termina, se viram contra nós.
— Isto que o rapaz quis dizer Delegado, pessoas como ele,
que surgem nas guerras, batalham e somem, são mais eficientes do
que os que aparecem e na hora não estão por ai.
Dalma olha Jorge e fala.
— Esta noite parece que o cheiro começa a mudar.
Jorge olha para cima, sente o cheiro e fala.
— Como aprendemos algo com todas estas mortes.
— Não sei. – Delegado Sergio.

Dara olha os resultados de todas as batalhas, as TVs locais pa-


ram de documentar, sabiam que os demais não acreditariam, pro-
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gramação normal, quer dizer, um jogo de futebol sendo interrompi-
do pela entrada daquelas aranhas e atacando as pessoas, antes de
avançarem, eles tentaram não narrar, mas as imagens falavam por
si.
Gente da limpeza tirando restos de onde ficou restos, lim-
pando sangue de onde havia sangue, sempre o confronto da ordem,
lei, diante de algo assim.
A cidade tentando entender os enfrentamentos, nem todos
vistos, nem todos documentados, mas o cair na cama, era de seres
cansados, de gente se perguntando o que eram aqueles seres.
Ricardo olha os fieis orando silenciosamente e apenas os dei-
xa pensar, ele olha a porta Thamis.
— Perdida aqui?
— Ricardo, hora de por uma pedra no passado, sabe onde es-
tá João?
— Não, ele apenas me alertou que a igreja que estou precisa
de um líder, ele parecia se despedir dos problemas.
As pessoas orando naquela igreja silenciosamente, já era algo
diferente dos dias de culto.
— Não vai fechar hoje? – Thamis.
— Eles precisam orar, as portas se manterão aberta ao povo
enquanto ele precisar.
Thamis se despede olhando a rua, o cheiro lhe lembrava João,
não sabia porque, mas olha a rua, muitos com rosto cansado.
Noite com sonos profundos, pois sem pesadelos, uma noite
para repor as energias.

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45
J.J.Gremmelmaier

Conhecimento

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Amanhece com um cheiro forte de rosa seca ao ar, alguns não
reconheciam o cheiro, mas Jessica sai a rua, sai a caminhar, passa
sobre o trilho e caminha até a formação, ainda se via os caules, e
neles os espinhos novos ganhavam pontas cortantes, ainda apenas
em energia, acima, as rosas secas, mas ainda inteiras.
Ela olhava a formação e ouviu.
— Veio ver a casa de quem diz querer longe?
Ela olha o rapaz, Pedro, quantas pedras nesta historia.
— Não, sabe disto.
— Não iria me falar da gravides?
— Eu não queria que chegasse a ele, e agora fica difícil, com
todos falando disto.
Pedro a olha cobrando, ela tenta não desviar a atenção e fala.
— Começa a parte que nunca entendi, recordar e aprender
com o passado, não parece algo que permita alguém chegar ao co-
nhecimento.
— O que este senhor aprontou, quantos morreram por que
ele soltou algo. – Pedro.
— Isto que tento entender Pedro, sei que se aproxima, se
aproveita desta minha fuga, mas sabe, nunca disse que o amava,
não me cobre o que falamos sinceramente.
— Mas disse que o iria esquecer.
— Disse que precisava de apoio para isto, mas esqueço,
quando o ser é entrelaçado pelas mãos do Eterno, não existe força
que eu faça, que você faça, que o desenlaçara das mãos do Eterno.
— Não entendi.
— O que você acha ser uma praga, parece ser a energia que
estava destoante dentro dele, desequilibrada, ele deve ter lido algo,
ou aprendido algo, que lhe permitisse viver sem isto.
— Mas isto significa oque?
— Não sei, pois o que ele pôs para fora, era o que o permitia
levar muitos tiros e não morrer.
— E como algo assim pode causar tantos males?
— Não está fazendo males Pedro, sei que não entende, mas
ele está forçando a tomada de atitude, muitos estão no meio do
caminho e não terminam seus conjuntos de ações, o que gera o

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problema, a energia é pura, agora ela vai mostrar o terceiro ponto
desta força, mas tem razão, muitos morreram ontem.
— Vai tirar a criança?
— Não. – Jessica sentindo a energia e falando.
— Vai ser um dia comprido.
Ela olha a rua e olha a menina já de 6 meses chegando e a
olha desconfiada.
— O que faz aqui?
Thamis olha Jessica e fala.
— Poderíamos conversar sem pedras?
Jessica olha a menina e não entendeu.
— O que teríamos a conversar.
Thamis a olha, ela não perguntaria aquilo se não achasse que
teriam coisas a conversar.
— Sentamos e conversamos. – Jessica.
Pedro olhava aquilo como algo a entender, as duas sentam
em um pequeno elevado do outro lado da rua, fora um muro, hoje
apenas um amontoado de tijolos e ouve.
— Jessica, o que entende de Yawaras?
Jessica olha a menina, ela indo direto ao assunto com Pedro
ouvindo, pensa no que falar e responde.
— Uma espécie transumana, dizem que vocês surgiram junto
com a evolução do norte da África a 90 mil anos, se espalharam, as
espécies transumanas chegam ao primeiro império planetário, a 80
mil anos, um supervulcão explode na indonésia, espalhando e enco-
lhendo enormemente as espécies, o voltar a natureza, matou 99 a
cada 100 no planeta nos 70 anos após o evento, destes sobreviven-
tes espalhados em um planeta congelando, mil anos após, 22 famí-
lias, espalhadas no planeta, a proliferação humanoide nos últimos
30 mil anos, com todas as linhas vindas sendo férteis entre si, gerou
o caminho que estamos, vocês em muito, quando escolheram se
misturar, ajudam no espalhar dos humanos e aproveitam para se
espalhar novamente.
Thamis não parecia querer saber da historia, e sim de algo
que não conseguia explicar.
— Sei que deve estranhar Jessica, mas abriram uma porta em
minha vida, e descubro que tudo que sentia, não faz sentido, os
48
cheiros me dizem até se a pessoa está mentindo ou com raiva, me-
do é o mais fácil.
Ela olha as mãos e transmuta apenas a mão.
— Mas toda esta energia, deixa tudo a flor da pele, tudo em
evolução avançada, eu não entendo o que os demais querem, mas
sei que tudo a volta está transmitindo, não sei o que é isto, talvez
por eu ter pouco a tirar, sinto a energia tirando dos demais, absor-
vendo, crescendo, e quanto mais parece fraco, mais forte eu sinto,
nas primeiras horas, achava que era muito fraca a força, mas como
se via as reações físicas, pois era difícil manter a forma humana para
Yawaras, a nível de potencia, parecia bem fraca, ontem o cheiro era
de rosas, uma cidade cheirando a rosas, a energia era maior, tanto
que no primeiro dia, não houve violência, no segundo, começa a
destruir e gerar guerras sejam internas ou externas, este complexo
de coisas gerou guerras e posicionamento ontem, mas hoje se diz
que é conhecimento que está proporcionando, mas me sinto confu-
sa.
Jessica estava mastigando ainda as palavras e olha a menina,
duvidas fortes e incertezas.
— Tenho de pensar sobre isso Thamis, pois em parte o que
falou, parece mesmo ter sido assim, mas temos sempre de procurar
uma segunda e terceira forma de pensar a mesma coisa.
— Ontem quase me senti traída por João, mas lembrei que foi
disto que ele queria se livrar, do peso de parecer forte, receber as
reações físicas, e aprender com isto.
Jessica ouve aquilo, sempre via João tentando falar que aqui-
lo não lhe fazia bem, porque não o faria bem? Era o que ela pensa-
va, mas olhando agora, para o que Thamis falava, parecia fazer sen-
tido, o conhecimento ficava nele, ele a cada enfrentamento ficava
mais frio, mais distante, e por outro lado, dominava mais coisas.
— Ainda pensa nele? – Jessica.
— Eu o ferrei e ele me ajudou, ele nunca me olhou como mu-
lher, apenas como uma criança.
— Não respondeu.
— Ele é especial, seja imortal ou mortal, apenas não sei o que
ele estava pensando quando soltou isto, pois pelo que a própria
linha de energia diz, é que ele agora é mortal, esperando que o
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Eterno o diga o caminho, e caminhos para o eterno, é morte, sem-
pre foi, não sei quem me disse isto.
Jessica para na frase, se perguntara porque ele se afastara, se
ele era mortal, estar ali era estar morto, ele sabia que muitos o odi-
avam, e ódio com o poder que se tinha em volta, seria morte.
— As vezes queria o esquecer Thamis, e sei que é mesquinho
este meu sentimento, mas ele não se preocupou em nos poupar, ele
soltou a bomba e nem falou, alguns duvidam que foi ele, mas é só
olhar a casa dele, ele não deixou duvida que foi ele.
Thamis sorriu e Jessica não gostou do sorriso.
— Tens muito ciúmes para acreditar nestas suas palavras Jes-
sica, sei que está tentando achar uma forma de sair disto, mas ele
não teria de nos avisar, nós nos afastamos, duvido que não tenha
tentado falar algo, se tentou até comigo, sinal que ele estava se
despedindo, e tenho certeza, todas estavam pensando que ele não
sairia.
Jessica olha com raiva, mas a menina sorria.
— E acha tudo que falou, e ainda não o culpa?
— Eu não sei o que foi a vida dele, pensa, ele é um até os 10,
dai tudo deve ter mudado, pois ele perde a mãe, se ele aprendia e
se preparava até os 10, os próximos 10 anos vão ser de teimosia,
pois tudo se virava contra ele, você mesmo falava que se alguém
atirasse na quadra ao lado, de algum jeito a bala viria no sentido
dele. Mas como disse, a força espalhada está aumentando, ontem
gerou discórdia, hoje, não sei o que vai gerar.
— E acha que vai piorar? – Pedro.
— Eu tento entender, mas algo está mudando, e se conheci-
mento é distribuído em Paz, teremos paz, se é resultado de guerras,
teremos guerras.
Jessica olha a formação e ouve Pedro que fala.
— Isto parece em parte, a planta que segurou o Iguaçu quan-
do da morte de Wasser, o cheiro dela era este.
Jessica olha para Thamis e fala.
— E se todo entendimento estiver errado?
— Totalmente não diria Jessica, mas e se o problema ainda
estiver enraizado na cidade, tentando renascer.
— Está falando do que Thamis.
50
— Algo forte pode ter sido preso ao local, ou induzido ao lo-
cal, quando se olha os eventos que se desencadearam a partir da
cidade, tem de ter algo aqui, um universo de coisas surgiu e ressur-
giu na cidade, podemos por nisto, Laikans, Hons, uma Guerreira de
Mundos Criados, você, sua prima, Tudor de Buzau acabou aqui,
aquele rapaz que vira pedra, Luiz se não me engano, aquele Pedro
Rosa, que dizem andar com um anjo de nome Beliel ao lado, mesmo
João, com Nemahiah, seres como eu, que nem sabia minha origem,
mas que estamos aqui, a própria vinda de Peter Wasser para cá, não
sei se pode ser tudo coincidência, mas o que conheço dos demais
lugares para ter certeza. – Thamis.
— Agora me confundiu.
— Jessica, a planta que segurou as forças de Wasser a terra
através da agua, tem cheiro daquele ser que surgia ao lado de João,
alguém como Wasser deve ter deixado muitas possibilidades para
voltar a vida, mas o que estou dizendo, é que a planta ali, assim
como aquela vez no rio, tem um apoio maior, não é João fazendo,
não é apenas uma força interior, é uma força com vontade.
— Algo que poderia estar ao lado, induzindo João e não verí-
amos? – Jessica.
— Sim, sempre estranhei pois longe de João tinha vontade de
perguntar algumas coisas, mas perto dele nunca lembrava ou con-
seguia, coisas referente as ações dele.
— Ele puxava tanto para ele, que era difícil ver outro ali. - Jes-
sica. – Mas o que seria?
Thamis aponta a planta e Pedro pergunta.
— Mas que planta é esta?
— A arvore da vida, mas ai vem a pergunta, o que é a verda-
deira arvore da vida, pois teorias existem aos montes, mas ela é
símbolo de força, de desafios, de conhecimento e de elevação espi-
ritual. – Thamis olha Jessica olhar a arvore e falar.
— E como alguém teria dentro dele a estrutura da arvore da
vida. Porque alguém nasceria assim? – Jessica.
— Não esquece, eu não entendo disto tanto, mas João era
daquelas pessoas que não morriam fácil, pois a arvore não se mata
com um tiro, ele tinha o conhecimento limitado ao que lhe era
apresentado, ele não parecia nunca disposto a viver o dia a dia, e
51
sim abrir novos caminhos, não parava em uma discussão que não
achasse necessária, tanto que com 4 moças encima dele ele ficou
sozinho.
— Nós o deixamos, não ele nos deixou Thamis.
— Ele nos deixou sair, ele poderia tentar nos por no caminho
dele, mas parecia preocupado com algo dentro dele, e tudo me
indica esta planta que muitos filmam, fazem teorias, mas vim con-
versar, precisava dividir isto com alguém, antes de ficar maluca com
tanta informação entrando.
Jessica olha o delegado Sergio parar o carro a frente e olhar
em volta, fez sinal para ele e ouviu Thamis.
— Este oculta quase tudo Jessica, ele as vezes parece tão
calmo, como se não estivesse mais ali.
O investigador olha as moças e fala.
— Vou manter o perímetro.
O delegado atravessa a rua e olha Jessica.
— Podemos conversar?
— Sobre o que?
— Liguei para João Gomes ontem, e uma coisa não me sai da
cabeça, ele foi bem claro, se ele estivesse aqui, seria bem pior, e me
pergunto, como poderia ser pior?
— Ele está bem? – Thamis.
— Disse que estava comprando roupas, que segunda estará
ai. Mas parece ainda loucura, as câmeras de segurança colocam
gente que nem conhecia, que Raiska desconhece quem são, em
enfrentamentos mortais ontem.
Jessica olha Thamis e fala.
— Estávamos conversando a três, e uma coisa passou desa-
percebida, e não sabemos ainda o que delegado, mas esta planta
em energia, se formou em espécie a beira do Iguaçu na morte de
Wasser, a planta que segurou o fluxo do Iguaçu e inundou as duas
margens do rio.
— Tem certeza disto? – O Delegado.
— Não temos certezas, temos teorias, mas conversávamos
sobre isto, e se Wasser para renascer, fixou sua existência numa
arvore da vida, implantada em alguém, para ter a certeza do renas-
cimento.
52
— Está dizendo que está é a arvore da vida? – Sergio.
— Parece com ela, mas como falávamos, somos jovens para
ter certeza, e ontem muitas mortes se fizeram na cidade por esta
planta.
Jessica pensou um pouco, Pedro a olha, ela vê que ele queria
falar e pergunta.
— O que quer falar Pedro?
Pedro olha o delegado, Thamis, devolve o olhar de Jessica e
fala.
— Agora eu que vou falar besteira.
— Fala de uma vez. – Jessica.
— Nane sempre falava que uma das coisas que Wasser mais
falava, é que o povo simplifica Deus para o modelar a si, eles sem-
pre simplificaram Deus para tentar não entender, mas o moldar aos
seus interesses, e pensei, a arvore parece com a outra, mas não é
igual, nós que tentamos sempre jogar no mesmo papel, para enten-
der separando, como os Morois, em varias lendas, ou Deus, na Trin-
dade impossível, para se adaptar a nossa crença.
Thamis olha em volta e fala.
— Cheiro de cães chegando.
— Quais? – Jessica com o olhar de Sergio, que queria saber.
— Guairacás.
— Eles vem com os ânimos alterados Jessica. – Thamis.
O delegado olha aqueles rapazes chegando, como diriam os
demais, apenas arruaceiros, mas os policiais do outro lado da rua
viram o delegado olhar eles acalmando e Thamis sentir um cheiro a
mais, não conhecia, cheiro estranho de fogo molhado, um único ser,
os rapazes os cercam e Jessica olha para Andrei e pergunta.
— O que faz aqui rapaz, em grupo para enfrentar duas meni-
nas?
— Não a viemos enfrentar, apenas se não nos deixar parar is-
to, muitos dos meus morreram.
Jessica sorriu e Thamis olha o rapaz e fala.
— Se acha que pode enfrentar algo assim, depois não reclama
que não o detemos, pois é bem isto, vocês vem em grupo, ameaçam
e depois que se dão mal, nos odeiam. – Thamis olhando o rapaz.
— E porque nos daríamos mal?
53
— Sabe o que enfrenta?
— Isto dai.
Thamis olha o rapaz.
— Isto ai esta destruindo a cidade, ou paramos isto ou vamos
ter mais guerras, mais perdas.
— O problema é que não sabemos o que é isto, enfrentar al-
go que não entendemos, é sempre gerar mais problemas, mesmo
quando parecemos vencer algo.
Os rapazes não se contiveram, e avançam, se viu eles entran-
do na região próxima daquela imensa emanação de energia, agora
com varias ramificações de galhos altos, aparência de galhos altos e
de folhas secas.
O delegado olha o rapaz do dia anterior se aproximar e lhe
olhar.
— Perdido na região sul.
— Afasta os curiosos delegado. – Pedro, o Yawara.
— Problemas?
— Alguém sabe o que é isto?
— Não ainda.
— É nítido que vai começar a perder as folhas, alguém sabe o
que isto faz quando tocar o chão?
Thamis recua e o rapaz a olha, sorri e recebe um sorriso de
volta e fala.
— Porque sinto discórdia vindo de todos os lugares Delegado,
e o centro está neste lugar.
— Os Guairacás querem deter isto. – Sergio.
O olhar do rapaz e o recuar de Thamis fez Jessica fazer sinal
para o outro Pedro recuar, e os Guairacás estranham.
O Yawara olha para Thamis e pergunta.
— Consegue correr com esta barriga?
— O problema, é que se cair folhas e for algo ruim, será sobre
toda a região, não a cidade, mas muitas cidades a volta.
O rapaz chegara ali pela primeira vez naquele dia, realmente
estava em uma parte da cidade que não conhecia, olha os Guairacás
avançarem e olha ao fundo alguns rapazes e fala.
— Talvez tenhamos de ajudar a tirar eles de lá Delegado.

54
— Certo, não os quer mortos, mas o que acha que vai aconte-
cer? – Sergio – O que é você?
— Em espécie a da moça gravida ali, em maldição, um laço de
tempo, então prepara os rapazes delegado, se algo começar a dar
errado, temos de ser rápidos.
Andrei chega ao local onde aquilo parecia emanar e olha o ao
lado.
— Trouce?
— Sim.
Ele pega um sal grosso do bolso, e olha para os demais ao
longe.
— O que eles observam?
— Covardes, apenas isto. – Andrei.
Andrei começa a dar volta em torno daquela energia que
emanava do chão e erguia-se imensamente e depois criava galhos
para todos os lados, espalhando aquele sal ao chão, outro rapaz foi
cobrindo com gasolina, se afastam um pouco e colocam fogo, eles
estavam a olhar se a arvores de energia sentiria aquilo.
Andrei olhava para a energia alargar e jogar sobre eles e so-
bre as pessoas a volta o fogo, começam a sentir o fogo, as pessoas a
volta tentando se afastar e aquele fogo vindo sobre eles.
O delegado olha aquele fogo vindo, e o rapaz ao lado, pega
uma pedra ao chão e atira lentamente para cima, ele estranha, o
fogo para, e começa a recuar, o rapaz olhava a pedra subir, e come-
çar a descer, ela para ao ar, e vê o rapaz olhar para ele e falar.
— Hora de tirar os demais de lá.
Os policiais olham o fogo parado, os rapazes quase atingidos,
e viram o rapaz avançar e tirar dois, os rapazes chegam e foram
afastando as pessoas e o delegado ouviu.
— Pelo menos 100 metros, e não sabemos o que vai aconte-
cer depois.
Eles retiram as pessoas, afastam os curiosos e Pedro ao longe
olha a pedra cair, e o fogo voltar a avançar e olha aquilo parar a uns
30 metros dele, casas ao lado, agora vazias, pegavam fogo.
Andrei olha o rapaz, ele não entendera, ele vira o fogo avan-
çar, sentiu o fogo, depois o recuar do fogo e pergunta.
— O que é você?
55
O rapaz não iria discutir, ele se transforma em uma imensa
Onça e começa a avançar.
Thamis olha aquele ser, era como ela, não era mais um Guai-
racá e tão pouco um Yawara, pela primeira vez viu alguém como
ela, que fora induzida a achar primeiro que era uma Guairacá, de-
pois sentiu a Yawara no seu interior.
Uma coisa era falar, sou um ser especial, outra era ver o ser
se transformar em uma onça e sair calmamente dali se afastando
para a mata ao fundo.
A energia ficou mais forte, Jessica olha Thamis se afastar
olhando para a energia bem acima, olha o delegado e fala.
— Eles sentiram algo, não entendi. – Jessica.
— A energia geral Keka, tá bem menor, não sei como você
sente isto, mas está bem menor. – Pedro.
Sergio olha o ser bem longe e fala.
— Aquele rapaz quase que sozinho, deteve a investida de
Otatos no leste da cidade ontem.
— O rapaz de Morretes Keka.
Jessica tenta lembrar e olha em volta.
Sente algo estranho e vê aquilo atravessar ela, Pedro e o de-
legado, olha a folha imensa de energia caindo ao chão, e olha as
mãos, ela uma vez sentira aquela sensação, agora pela segunda vez
e olha para o delegado.
— Não sei ainda o que pode ser isto delegado, mas as pessoas
vão estar confusas a rua.
Ele olha as mãos, olha em volta, tentando entender o que
sentia e pergunta.
— O que é esta coisa verde a sua volta? – Sergio.
— Aura de humano, como a sua. – Jessica.
Pedro olha as mãos e fala.
— Disto que falavam, o poder de saber se afrente temos um
humano?
— Sim, mas as vezes tem de entender, tons distintos de ver-
de, geram filhos entre si, mesmo que sejam espécies a muito sepa-
radas, as brancas, dizem ser as imortais, e geram descendentes com
qualquer aura, e os que não tem aura.
— Como alguém não tem aura?
56
— O que me aproximou de João foi não ver aura nele, todos
os demais tinham, sei que tem ciúmes, depois de um atentado a ele,
passei a ver a aura dele, humana, e em meio ao enfrentamento em
Morretes, a aura dele foi para o branco.
— Está dizendo que ele é um imortal? – Delegado.
— Ele queria se livrar da aura branca, não sei se é possível,
mas ele começou a controlar a sua aura, a deixar invisível aos olhos.
— Acha que ele se livrou do peso, e o peso é isto ai a frente?
– O delegado.
— O senhor falou que ele afirmou que ele aqui seria pior, en-
tão ele tirou dele algo, antes que isto o dominasse, e na crença dele,
uma magia dentro de um ser vivo, é das coisas mais difíceis de se
deter, imagina dentro de alguém quase imortal.
Pedro a olha e fala.
— Já o defendendo.
Jessica sorriu e ele ficou a olhando revoltado.
— Certo, esta dizendo que dentro de alguém, poderia ser
bem pior, mas não se manifestaria assim. – Sergio.
— Dizem que algumas entidades de Orun nasceram assim,
uma entidade, domina um ser e o faz evoluir, toma sua ciência e
quando todos o idolatram, vive na paz dos campos de Orun, a caçar
almas que o dedicaram a vida. – Jessica.
— E quem entenderia disto?
— Este sim um rapaz que meche comigo, mas ele nunca se
aproximou.
Pedro a olha desconfiado e pergunta.
— Quem mais vai por nisto?
— Meu professor de matemática, mas ele não me dá bola, sei
que sempre olho os mais velhos Pedro, e não me culpe, eles não
ficam se fazendo, eles apenas são eles, e impressionam.
— Tem algo com seu professor? – Sergio.
— Não, ele foge de mim, como João fugia.
— E o que ele saberia?
— Só perguntando para ele, Pai de Ogum, numa casa de Um-
banda no centro, fácil de achar no São Francisco.
Sergio anotou e perguntou.

57
— E pelo jeito, este evento está informando todos que são
parte dele, e se duvidar, teremos peregrinações para cá. – O dele-
gado.
— Pelo jeito todos serão informados de algo, e não sei o que
ainda, mas é o começo, não esquece. – Jessica olha Pedro e fala –
Vamos.
Os dois começam a voltar atravessando o bairro a pé.

Ricardo olhava as pessoas chegando e sente aquela energia


caindo, ele não dormira, sente aquela energia o atravessar e pensa
ser um apoio divino e olha os demais, olhando as mãos e fala.
— Bem vindos irmãos.
A igreja lotada, olha o pastor fazer uma prece rápida e falar.
— Ajoelhem, sintam a energia do pai, ele não quer hoje eu fa-
lando, quer vocês conversando com seus erros, os libertando.
Uma senhora grita ao fundo.
— Jesus seja louvado.
— Senhora Carla, Deus agora está dentro de todos nós, não
precisa mais gritar, ele quer lhe falar, convido todos, a ajoelhar,
entender o que não entendia, transferir ao Demônio o que é nossa
culpa, nos tira do lado do pai, mas não sou eu que tem de ouvir seu
pedido de perdão, é ele, agora ajoelhemos e falemos baixo com nós
mesmos.
As vezes Ricardo achava falar com as paredes, pois muitos fa-
laram alto a toda volta, frases quase fora de tudo que falara.
Ele ajoelha no corredor da igreja e abaixa a cabeça, sente os
seres começarem a retornar, ou vir outros e apenas pediu paz den-
tro da igreja, e viu 6 clarões a volta e a igreja pareceu estar quase
vazia, tamanho o silencio que se fez.
Sentia que aquela energia continuava a travessar as pessoas,
tentava conter as pessoas em Deus, Ricardo começava a achar o
caminho que antes achava não ser o dele, pois todos antes falavam
que tinham graças e Deus lhes dera, hoje entendia que o que estava
acontecendo era algo divino, todo resto, bens materiais.
A reunião das 9 termina, as pessoas agradecem e saem mais
leves, ele estava em uma reunião após outra de hora em hora, des-
de a tarde do dia anterior, pregado.
58
Marta olha ele e fala.
— Tem de descansar Ricardo, está muito cansado.
— Sei que estou cansado, mas eles precisam mais de mim
nesta hora que nos dias anteriores.
— Nem contamos o de ontem, sabe disto.
— Põem no cofre, depois contamos.
— Estranho sua mudança, antes parecia ansioso em saber se
estava nas metas, hoje parece mais ligado as pessoas.
Ricardo a sorri e ela termina.
— Tem vindo gente de todas as outras, sei que não os repara,
mas todos vieram para onde as portas estavam abertas numa hora
destas.
— Nossa função é aliviar os pesos, sei que antes me preocu-
pava com as metas, mas eu mesmo Marta, estou tentando achar
onde ficar nesta igreja, pois sei que se eles virem que temos o nível
de doação da ultima noite, eles são capazes de dar a direção da
igreja a alguém ligado ao Bispo Diego.
— Eles não o fariam bem agora.
— Marta, se eles fizerem, onde eu for, estarei com as portas
abertas, pois sinal que Deus, acha que aliviei os pesos aqui, não
esquece, eles podem pensar não fazer o que Deus quer, mas quem
são eles para achar isto.
Marta sorriu e levou para dentro as oferendas e coloca no co-
fre, viu que não precisava contar para ver que estavam nas metas,
entendeu que o pastor Ricardo achava estar nos últimos dias ali, ela
tinha pensado na vinda do Bispo por outro motivo, mas entendeu o
pensamento de Ricardo, estavam dando recursos, então eles pori-
am alguém que seguisse uma vertente mais conservadora nas pala-
vras e mais ao esquema da igreja nas arrecadações.

Luiz olha as mãos e sente aquela energia, e fala olhando para


Plout.
— Vamos ao centro.
— Problemas?
— Essa energia está atravessando tudo, preciso olhar algo.
Na praça do atlético aquela energia caia e atravessava tudo,
em uma pedra enterrada ali por Luiz, a energia entrava e num mun-
59
do atalhado pela pedra, os seres internamente começam a sentir a
energia, as Ane primeiro, depois os pastores e bispos presos ali por
Luiz, sumidos da cidade, e agora sentido suas energias subirem.
Um senhor olha as mãos e fala.
— O que está acontecendo.
Outro ao fundo fala.
— Deus nos perdoando, ou algo assim.
— Que ele seja sempre adorado.
A mesma ladainha, cada um escondendo os seus erros.
Luiz chega a praça e viu aquela montanha de terras se er-
guendo e Plout entendeu, a pedra Negra, crescendo, dilatando e
fala.
— Como paramos ela?
— Não temos como parar Plout, temos de observar e torcer
que ela se mantenha estável, as Ane devem estar agradecendo a
energia, mas os humanos, tendem a orar primeiro, depois olhar os
demais através de seus erros.
Os Hons começam a surgir e Luiz sente seus erros do passado,
ele olha para o céu, sentia aquela coisa o forçar pensar em seus
erros e fala.
— Plout, lembra que apesar de seus erros, não o estamos jul-
gando.
— Porque pensaria isto?
— Sente a magia, ela nos faz pensar, mas pode nos por em
paranoias, então segura os instintos.
— Certo, falo com os meus.

Diana Souza olha para fora, sabia que não tinha como fechar
a ligação dela com a irmã, mas sabia que aquela energia atravessa-
ria os mundos, e uma coisas foi clara, quando naquela manha andou
pelo mundo de Eli, em um cavalo que montou ao campo, que todos
os não animais normais, eram humanos, as auras deixavam bem
claro isto.
Se distinguia até seres de auras que vira a rua, como os Mo-
rois e os Yawaras, todos sonhavam, em algum momento interagiam
com aqueles mundos, mesmo os mais brutos, tinham uma alma
humana por trás.
60
Em Curitiba Cristiane chega a casa de Tudor de Buzau e pede
para falar com Dara.
Dara estranha, mas olha a moça e pergunta.
— Problemas?
— Yawaras não são seres feitos para se arrepender do passa-
do, acho que todo comedor de carne, não deveria passar por isto.
— Estão saindo do comando?
— Soube que foi visto um Yawara na cidade, que parece se
controlar, saberia me indicar o caminho.
— Vamos lá, ele mora no município do lado.
Cristiane estranha a prontidão.
— Aceitou muito fácil.
— Nós sabemos o que está acontecendo Cristiane?
— Não, mas dizem ser uma força emanada na sua cidade, e
nem quero chegar perto dela.
— Emana de onde ouve um dia a casa de João, lembra dele?
— O que houve?
— Ele era estranho, mas enfrentava, não conheço ninguém
que o faça. Alguns falam que ele saiu da cidade na segunda e tudo
começou, dizem que ele está em Florianópolis, mas não sei.
— Acha que ele está se vingando porque o deixamos? - Cristi-
ane olhando serio.
— Acho que algo estava dentro dele, mas vamos lá, não en-
tendo de Yawaras.
As duas vão a porta da fabrica que o rapaz trabalhava, tudo
estava meio parado, as pessoas estranhas evitam erros, então al-
guns não compareceram.
Ele sai e olha aquela moça de olhos azuis olhando-o, o cheiro
falava por si que era alguém a o esperar e para a frente.
— O que aconteceu com o mundo para duas mulheres me
esperando a porta, na saída. – O colega ao lado passou direto e
Cristiane pergunta.
— E como saberia que o esperamos?
— Paradas, olhando-me, o cheiro, coisas estranhas, mas no
que posso ajudar?
Cristiane olha o rapaz e fala.

61
— Os nossos estão fora de controle, e todos falam que você
se controla, e não quero perder a família por que não sabem como
se controlar.
Pedro estica a mão e fala:
— Pedro.
— Cristiane, podemos conversar em outro lugar.
— Sentamos a lanchonete ali na frente e você paga a cerveja.
Cristiane fala.
— Me explorando?
— Se não tem nem para a cerveja, começo a me preocupar
com o que quer moça. – Pedro a olhando.
Ela sorri e atravessam a rua, sentam-se e ela fala.
— Porque parece calmo com tudo que está acontecendo.
— Tudo?
— Esta energia caindo.
Pedro pede uma cerveja, quarta não era para muitas, mas se
iria conversar sobre coisas anormais, melhor tomar uma.
— O que quer saber, pois que saiba, todo Yawara por nature-
za é calmo, as mulheres bem mais agitadas, mas os rapazes, muito
devagar.
— Eles tem sofrido com lembranças desagradáveis e estão fi-
cando irritados demais.
— Só eles?
— Sim.
— Moça, tem de considerar que a sociedade que fomos inse-
rindo, sem eles perceberem, é machista, todo Yawara deveria saber
que somos assim por motivos bem reais, desenvolvemos quase 5
anos depois das moças nossa maioridade hormonal, então ficamos
muito mais tempo na infância, mas a sociedade a volta, ignora isso
segurando a maioridade para a do homem, e não para a da mulher,
para que ambos sejam equilibrados pela lei, mas sabe que nos gru-
pos, isto não funciona, então eles querem a sociedade a volta, im-
pondo regras, e desculpa, isto é coisa de Yawara que nem sabe se
transmutar direito.
Dara sorriu, o rapaz defendia uma sociedade matriarcal,
aquela que seu avô pregou nos primeiros anos, mas com o envelhe-
cimento de sua avó, os demais passam a ser patriarcais, já que Tu-
62
dor não envelhecia e todos queriam um líder que estivesse ali, nem
que em 3 mil anos.
Cristiane olha para Pedro.
— Mas como os coloco no lugar?
— És de onde, já que a sociedade local não fala tão arrastado
no r e não parece ser unida.
— Ponta Grossa.
— A líder Yawara de lá, que tem apoio das matriarcas do pas-
sado, que tem de se posicionar, todo resto não vai contra a líder, se
eles forem, função de líder, é mostrar as garras moça, e os por no
lugar deles.
— Mas eles vão me odiar.
Pedro sorriu, acabara de saber que a moça era a líder dos Ya-
waras em Ponta Grossa, e estava a sua frente.
— Não entendeu moça, eles querem o seu lugar, então eles
vão lhe odiar, ou você os vai odiar.
Dara olha Cristiane e fala.
— O que ele está dizendo que se não se posicionar, eles en-
venenam todo resto contra você, eles já tentaram antes com a líder
dos Guarás de lá, lembra, a prenderam e investiram contra você.
— Sim, os cães são mais traiçoeiros, mas como me posiciono,
aquele arrogante do João intercedeu todas as vezes lá.
— Ele oque? – Dara.
— Ele que me deu o caminho, eu nunca havia invocado as
matriarcas, sabia as palavras, mas jurava que nada aconteceria.
Pedro olha a moça e fala.
— Se alguém já a preparou para isto moça, agradeça, pois a
maioria de nós, aprende apanhando, sabe disto, ou morrendo.
Cristiane sorri sem jeito e fala.
— Acha que devo me posicionar?
— Tem de ser você, todo resto segue a líder, se eles lhe ve-
rem como alguém fraca, eles lhe isolam e pronto, tomaram o poder.
Pior, depois quando precisarem de forças dos antepassados, eles
tentarão invocar as Matriarcas, pois os patriarcas são uns folgados e
preguiçosos e se perde mais uma família.
Cristiane parecia querer que alguém resolvesse para ela, e is-
to a deixava insegura.
63
— E não teria como ajudar? – Cristiane.
— Não entendeu nada ou não quer enfrentar moça, pois se
eu enfrentar, eles vão mesmo perdendo, se sentir vencedores, pois
você foi a um macho da espécie para solucionar o problema.
— Mas não controlo tão bem as coisas assim.
— Ninguém controla totalmente, uma vez em campo, rasga-
mos, cortamos, mordemos, não é questão de alternativa, uma vez
em campo, batalhamos, o animal fala alto, mas sabe, o animal nos
Yawara, é nas fêmeas muito mais forte.
— Pelo jeito vou a mais um enfrentamento, e tenho medo de
perder tudo.
— Moça, todos a volta que se recusaram a batalha estão per-
dendo, e não temos como ajudar.
— E vai fazer o que?
— Achar uma verdadeira líder, dos Yawaras e induzir ela a
tomar seu lugar na cidade.
— Conheceu alguém a altura? – Dara.
— A única pessoa que ouvi que estava recebendo informação
com a energia, não a compartilhando.
— Alguém que pudesse ajudar? – Cristiane.
— Uma criança ainda, gravida pelo que reparei, sexto mês,
mas com um cheiro de tempo, ela vem das linhas antigas, e parece
que vai ter os filhos sozinha, não tinha cheiro de ninguém em sua
vida.
Dara sorriu e perguntou.
— Por acaso está falando de Thamis, ela não era uma Guará?
– Dara olhando o rapaz.
— A conhece? – Cristiane.
— Amenina gravida que grudou em João.
Cristiane olha para Pedro.
— Mas ela é uma Guairacá.
— Não, ela tem o cheiro das duas famílias, ela é de uma linha
antiga, ou o ressurgir de uma linha antiga, anterior a divisão das
famílias.
— Falou com ela?
— Só vi de longe, mas é alguém a apoiar, pois ela sim não sa-
be a encrenca que está enfiada moça, pois ela não tem ideia do
64
potencial, enquanto você nitidamente vive em uma família de Ya-
waras, ela parece vir de uma família de humanos, que ignora a sua
origem.
— E não tem mesmo como ajudar.
— Tenho, mas falei o que vai acontecer se o fizer, eu sem
imaginar isso, interferi na comunidade de Morretes no passado,
hoje são tão humanos como os demais a volta.
— Já viveu isto? – Cristiane.
— Eu vivi a guerra contra Magog, uma guerra com a perda de
muitas famílias.
— Certo, vocês se espalharam e perderam as origens, nesta
guerra, e parece querer a reerguer.
— Moça, eu sou apenas o Pedro, não sou nada além disso,
um funcionário da empresa a frente, para todos a volta e continua-
rei a ser apenas isto.
— E não quer o holofote.
— Os humanos colocam o holofote geralmente em quem eles
querem ferrar, e a sociedade a volta não é diferente.
As duas saem, Cristiane olha o rapaz terminar a cerveja que
paga no balcão e olha para Dara.
— Ele não ajudou muito.
— Acho que ele lhe deu o caminho, lhe mostrando que eles
não estão sobre influencia, eles estão usando uma desculpa, para
lhe ferrar, você com pena está se recusando a os por no lugar, e no
fim, se não se posicionar, eles podem fazer com você o que tenta-
ram com Yany.

Era fim de dia e Ricardo estava a terminar mais um culto, olha


aqueles rapazes da igreja central entrando, Marta olha para ele que
fala.
— Vamos contar a arrecadação da ultima, apenas isto, agora.
Ela olha os rapazes e fala.
— Pelo jeito os conhece melhor que eu, aquele é Jonas, o
pastor da Issac.
— O nome dele nunca foi Jonas, era Kevin, escolheu um no-
me para ter credibilidade.- Ricardo.
— Disse que os conhece, mas ajudo.
65
Os dois foram a parte do fundo, logo depois de se despedir,
os rapazes estavam na entrada conversando com os fieis, enquanto
eles contam o dinheiro, estavam terminando de contar quando
Jonas e o bispo Diego chegam ao local.
— Boa tarde, vejo que estão contando os resultados do dia.-
O bispo vendo os valores.
— Bem vindos, no que posso ajudar bispo, Kevin?
O bispo olha Jonas, o rapaz o conhecia pelo antigo nome, ele
parecia não querer Ricardo ali, e fala.
— Não leve para o pessoal Ricardo, mas a direção decidiu ho-
je cedo o transferir para a sede no Osternack.
— Qual das duas.
— Na Miguel Rossetim. – Esticando o papel de apresentação
ao local para o pastor.
— Uma boa comunidade, Paulinho vai para onde?
— Ele pareceu perdido estes dias, temos de ver se a vocação
dele é realmente seguir a Deus. – As palavras do Bispo foram pesa-
das e Ricardo fala.
— Eu falo com ele, pois mesmo que ele não seja um bom pre-
gador, é alguém com um coração grande senhor bispo.
Ricardo olha para as oferendas e fala.
— Quer que vá quando senhor, estamos apenas terminando a
contagem, já vamos por ao cofre.
— A direção falou para levar o caixa, pois é sua responsabili-
dade, e passar a central, Jonas começa a partir de hoje a noite.
— Hoje a noite? – Ricardo, pensando nas pessoas chegando
de hora em hora, mas o bispo achou que ele se assustara por ser
dentro de 4 horas, horário normal dos cultos da quarta.
— Sim.
— Então vou acelerar aqui, pegar uma mala e me preparar
para o novo lar.
Os dois saem e Marta olha Ricardo.
— Ele não vai receber os demais.
— Apenas põem um aviso na entrada, que abriremos para o
culta das 21 horas, no lugar de cultos de hora em hora, nem sei se
vai ficar Marta.
— Sou desta comunidade.
66
— Certo, consegue por minhas roupas todas numa mala?
— Vai fazer o que?
— Se este dinheiro é de minha responsabilidade, vou os por
em uma mala e terminar de contar na outra sede.
— Vai fazer falta.
— Se precisar Marta, sabe onde estarei.
Ricardo coloca a primeira mala ao carro, olha para Marta e fa-
la entregando as chaves do local.
— O recebe com o carinho que me receberam, eu sou grato
pelo tempo que estive aqui.
Ricardo sai, uma senhora olha Ricardo saindo e pergunta.
— Ele foi descansar um pouco Marta?
— Não, o bispo o transferiu para o Osternack, e o pastor da
Issac começa com o culto das 21.
A senhora olha o pastor saindo e fala.
— Este mudou muito na ultima semana, ele parecia ausente,
mas mostrou que ele apenas nos via protegidos, quando precisamos
de verdade, ele mostrou ser realmente um bom pastor.
Ricardo bate na porta da oura igreja e Paulo o recebe a en-
trada e sorri.
— Perdido aqui Ricardo.
Ricardo estica a carta para o rapaz que fala.
— Pensei que estavam gostando de você lá.
— Podemos conversar, não gostei do que ouvi, mas as vezes
por para fora, melhora.
— Sim Ricardo, sou ouvidos, sabe que será um ganho a esta
igreja, você sempre fez grandes grupos de oração, lembro de o ouvir
e pensar que não era meu caminho.
— Porque Pastor Paulo, achou não ser seu lugar.
— Vocês induziam as pessoas a gastos o que as fazia falta, e
elas ainda agradeciam, eu não sirvo para isto.
— Eu sempre gostei das suas orações Paulo, eu não sabia o
peso daquilo, eu na verdade, aprendi com os demais, e somente
quando um senhor me disse que nossa igreja precisava de novos
lideres, pensei e olhei em volta.
— Então veio para ampliar, não para me afastar?
— Pastor Paulo, quer mesmo parar?
67
— Se eles lhe puseram aqui, eles provavelmente aceitaram
meu pedido de afastamento.
— Não foi a pergunta.
— Eu por anos, fiz isto, mas não sei fazer o que você faz.
— Deixar uma coisas clara Paulo, eles não pensam como eu,
que estão me mandando para ampliar a igreja, mas eu acho que se
estiver ao lado, podemos apoiar uma das comunidades que mais
está precisando.
— Está falando daquela demonstração demoníaca no fim da
rua.
— Se acreditar que aquilo é demoníaco Paulo, terei de acredi-
tar que estou no inferno, não acredito nisto.
— E o que seria aquilo?
— Não entendi, mas ouvi uma menina me falar hoje cedo,
saindo da igreja, que nos veríamos a noite, na igreja do Osternack,
eu não entendi, e estou aqui.
— Algo o trouxe, e acha que precisa de minha ajuda.
— Vou por a porta o recado que coloquei na outra, e se ti-
vermos nos ajudando Paulo, quem sabe durma uma hora esta noite,
pois eu não dormi na ultima noite.
— Não entendi.
— Mas vai entender.
Paulo viu Ricardo colocar as malas e falar.
— Teu um quartinho para esse Pastor.
— Sempre temos um quarto para missionários.
Ricardo sorriu, o senhor viu ele sair a rua, foi a um material de
construção na rua principal, comprou lâmpadas, comprou termosta-
tos, uma escada grande, e pediu algo para o dia seguinte.
Ricardo voltou, trocou as lâmpadas, por mais econômicas e
mais claras, sentiu aquelas presenças, deveriam ser as que queriam
o afastamento do pastor, ele coloca o anuncio a porta e o Pasto
Paulo pergunta.
— Orou com os seus a noite inteira.
— Sim, eles precisavam de apoio, é nesta hora que mostra-
mos do que somos feitos pastor.
— E a central o afastou pois eles não gostam de independên-
cia.
68
— Eles nem viram Paulo, isto que não entenderam.
— Sabe que o gasto das lâmpadas vão cobrar de você.
— Sei.
— Sabe que veio a uma igreja deficitária, que pago do bolso a
deixar aberta?
— Talvez eles não entendam pastor Paulo, não estava lá pelo
dinheiro, não mais.
Paulo não entendeu, mas viu o local melhor iluminado, viu o
pastor Ricardo orar, sentiu os brilhos aos cantos e não entendeu,
sentiu o local mais leve.
Ricardo abre as portas, e as deixa abertas e Paulo o viu ir a
frente, apresenta Maria do Carmo, a senhora que o ajudava, e os
dois tocam o primeiro culto as 19 horas, poucos, mas Paulo olha
Ricardo, silencioso, pedindo para as pessoas entenderem, que o
pecado delas, Deus queria a sinceridade, e não o afastar dos seus
filhos, o orar silencioso, o não pedir de doações, e Maria olha Paulo
e fala.
— Trocaram o pastor Ricardo?
— A muito não via um culto tão leve Maria, os fieis saíram le-
ves, é o que ele se propôs, aliviar o peso, todos nos estamos sentin-
do o peso, ou não?
— Sim, acha que ele vai mesmo atravessar a noite.
— Acho que ele está tentando se achar, achar o seu caminho,
e se Deus me manda alguém para me mostrar que o caminho é nós
que escolhemos se largamos ou enfrentamos, ele está me mostran-
do que mesmo os que achava serem o lado ruim da igreja que per-
tenço, tem gente que apenas aguardava a hora de mostrar seu ver-
dadeiro eu.
Uma hora depois, quando o culto estava quase começando,
Paulo olha aquela adolescente entrando na igreja, lembra dela nos
cultos a umas semanas, quando se mudou para a casa de um senhor
a rua, a casa que não está mais lá, o pastor a recebe e ouve da mo-
ça.
— Bem vindo a nova casa Pastor Ricardo, o Pastor Paulo pre-
cisava mesmo de novos oradores, para entender a força da própria
pregação.

69
Ricardo sorriu, mais um culto, mais gente, Paulo olha a cesti-
nha de doações, não entende, as pessoas por bem, sentindo-se
aliviadas, estavam a doar sem pedirem.
Paulo senta-se ao fundo no fim do culto e olha para Ricardo.
— Não quer descansar um pouco, faço dois cultos, entendi a
ideia, você está os deixando falarem com eles mesmos, falando que
existem pesos pessoais e externos, mas que Deus ao lado, quer a
sinceridade, e que conversem com ele, não precisando confessar
pecados e nem está dando exemplos, pois todos sabem as leis de
Deus, uma pregação que pode os deixar leves Pastor Ricardo, mas
corajosa, e diferente de tudo que já havia o visto pregar.
Ricardo olha em volta, sente a mudança de cheiro e fala.
— O rebanho precisa sentir-se protegido, nestas horas, não é
toda hora que eles precisam de nós, mas também não é toda hora
que algo divino se manifesta, mesmo que seja negativo, está nos
pondo em alerta Pastor Paulo, então é nesta hora que mostramos
quem somos.
— Se está é a mensagem que quer passar, pode ter certeza
Ricardo, eu o apoio, quem é a menina, dizem que ela morava com
um senhor, o do local da casa que sumiu.
— Sabe aquele senhor que estava nas imagens, crucificado
por fanáticos em Ponta Grossa.
— Um farsante.
— Ele foi crucificado Pastor, ele não foi o farsante, pois eles o
queriam morto, farsante foram os que fizeram a reportagem e toda
aquela leva de gente sem fé real, procurando um messias em qual-
quer coisa, sabe que a casa era do senhor, ela, alguém abusada por
pessoas da minha antiga igreja, que só achou naquele senhor o
apoio, pois a menina foi abusada e depois todos que pregam amar
ao próximo, a viram as costas como se a culpa fosse apenas dela.
— E a quer ajudar, sabe o problema.
— Pastor, eu ainda não sei o que estou fazendo, acho ser o
certo, e sabemos, nem sempre o certo, é apoiado.
— Mas descansa um pouco, tem de se cuidar também, sei
que o pouco que entrou, é mais que o que arrecadamos no domin-
go, então você trouxe paz a eles, e eles querem agradecer.

70
— Uma hora terei de abrir a mala das doações que disseram
que trouxesse para cá, que era de minha responsabilidade, da outra
igreja, mas Paulo, não é o que me motiva neste momento, o dinhei-
ro, pode nos manter aqui mais tempo, mas no momento, vou acei-
tar a ajuda, descansar um pouco, mas já retorno.
Paulo olha o culto das 21, lotado, em uma quarta, entendeu
que o povo queria apoio, aderiu ao método, viu que as pessoas se
contiveram, oraram baixo, lembrara da frase de Ricardo e a repetiu.
— Não precisam gritar o agradecimento, pois a mão esquerda
não precisa saber o que a direita fez, e Deus, não é surdo.
Maria repara na paz do local, nos rostos leves na saída, ela viu
Paulo pegar as doações, e colocar no cofre e falar.
— Contamos amanha, talvez ele tenha razão, nos desviamos
nos pequenos atos, como na pressa de contar o que não tem impor-
tância, como o arrecadado no culto.
— A muito não via o culto cheio.
— Vamos a uma maratona, sabe que se quiser ir Maria, des-
cansa, cuida do marido, da família, família é a essência da religião,
sem ela, não existe.
Ela sorri e sai, mas ela para a entrada pensando o quanto es-
tava gostoso ficar ali naquele dia.

Cristiane volta a Ponta Grossa, viu quando os rapazes chegam


a casa dela e olham para ela, sabia que teria de o fazer, não queria,
mas era a continuidade, a morte de sua mãe bem antes, colocou
seu pai em destaque, era isto que fazia eles quererem impor um dos
filhos como o líder dos Yawara.
Ela olha as moças da família e fala.
— O que vai fazer prima, eles querem que indique quem de-
les vai tomar o lugar de seu pai.
Cristiane sai a frente e olha para os rapazes, se transmutando
e fala.
— Quem me vencer no braço, terá meu apoio.
Os rapazes veem ela tomar a forma de uma imensa leoa com
garras e o rapaz fala.
— Mas isto não é justo.

71
— Não estou falando de justiça, e sim, tradição, pois como
um de vocês, sem me derrotar no braço, será ouvido pelas ances-
trais, como terá o respeito das demais Yawaras, que desculpa a
frieza, é quem acaba ganhando as batalhas para vocês.
— Mas tem de indicar um de nós.
— Não tenho, eu sou Cristiane, e enquanto não tiver um Ya-
wara macho, que me vença no braço, eu lidero, pois não vou deixar
uma família desandar na mão de um fraco, estou esperando, e que
todos saibam, eu sou uma herdeira de Yaraci, neta de Yara, bisneta
de Yraci, e que todos saibam, quem me encarar e vencer, terá o
respeito das Matriarcas, pois sem elas, vocês morrem.
Muitos outros a praça ouviram isto e um senhor olha para o
filho e fala.
— Disse que teria uma forma menos doida.
— Ela não pode fazer isto pai.
— Ela pode, somos uma sociedade Matriarcal, e ela deu o
nome das matriarcas lideres de nosso povo, até a morte da mãe
dela, então ela falou com todas as letras, meu companheiro vai
estar ao lado da matriarca da família.
— Mas não quero obedecer uma mulher.
— Então para de chorar, e a desafia, sua mãe não pariu um
covarde, que quer algo dado, mas não quer lutar pelo que diz não
ser justo.
— Mas não tenho chance pai.
— Então para de dizer que não é justo, pois estar ali, é en-
frentar os desafio a frente de seu povo, não as costas, senão tem
coragem filho, eu mesmo apoiarei ela como matriarca, ela já en-
frentou antes, sabe como poucos que ela foi a frente e pediu a in-
terferência das Matriarcas, a milênios ninguém o fazia, minha mãe
falava que somente a líder dos Yawaras poderia as invocar, e ela
tem razão, se não a derrotar, não poderá invocar as matriarcas.
— Não quero invocar nada, quero comandar meu povo.
— Não, quer um cargo, pensei que queria de verdade, mas
esqueci que ali estava a filha de Yaraci, não uma qualquer.
— Mas pai.
— Para de chorar filho, isto não cai bem a um Yawara.

72
O rapaz sai revoltado, os demais se afastam e Cristiane entra
novamente.
Todos para dentro entenderam, mas o principal, Cristiane
sentiu o medo dos rapazes, como alguém assim queria liderar os
Yawaras, foi inevitável lembrar de João, e pensar que ele não temia,
isto aproximou ela daquele senhor, que em nada parecia a atrair,
não pela logica, e por um tempo, jurou que fariam um casal, mas
também sabia que ele a colocava medo, talvez os rapazes tivessem
o medo dela, que ela tinha do senhor.

O delegado Sergio estava no fim do dia quando uma corre-


gedoria entra na delegacia e um senhor fala.
— Vai ser afastado Delegado Sergio, não se põem gente do
ministério publico a frente de um perigo por que não quer obedecer
a ordem que tem de o fazer.
Sergio olha a determinação e fala.
— Então boa sorte a quem pegar a encrenca – Sergio encara
o senhor e fala – e da próxima vez, sai do vazo antes dos demais
Procurador, e se souber que prendeu alguém sem provas, pois ví-
deo não é prova, melhor estar num avião bem longe, pois não vai
fugir a responsabilidade. – Sergio termina de ler o afastamento e
fala – se acha que tirar o peso das minhas costas, alivia, só um aviso,
isto acaba no domingo, ainda estamos no final da quarta.
O senhor olha Sergio assinar, sair e olhar os investigadores e
fala.
— Boa sorte aos que ficam.
O procurador olha o investigador entrar e pergunta.
— O que ele quis dizer com não acabou.
— Quem vai assumir Procurador a oitava?
— Delegado Coelho.
— Pergunta para ele, chega quando?
— Ele vem amanha.
— Espero que saiba o que esta fazendo senhor, pois eu não
entendo nada destas coisas de Laikans, Magog, espíritos, Morois,
Hons, Yawaras, espero que o delegado Coelho entenda.
O procurador viu que os rapazes começam a bater seus pon-
tos e sair, apenas carceragem ficaria a noite, estavam todos cansa-
73
dos, queria um descanso, e se o delegado não estaria no cargo an-
tes da manha seguinte, não existiria diligencias, gente pressionada,
nada que os colocasse a rua antes da hora de serviço do dia seguin-
te.
A secretaria aguardou o senhor sair e o procurador olha para
o rapaz do ministério publico e falou.
— Feito, espero que saiba o que fez rapaz, pois sei que fui ar-
rogante com alguém que ninguém na cidade fala, até precisar de
algo fora do normal, e cuidado, Coelho é chato com determinações,
tem de ter prova em anexo.
— Temos a gravação.
— Gravações tem de ser feitas com autorização da justiça,
sem cortes por equipamento autorizado e verificado antes da gra-
vação, para ser aceito como prova, não é o caso que tens a mão,
pode ser até uma montagem, não tem como por aquilo em um tri-
bunal e dizer que aconteceu daquela forma, teria de explicar coisas
que sabe, não se explica.
— Então porque o afastou?
— Eu cumpro ordens, vocês conseguiram a determinação,
conseguiram a prova contra o delegado, só estou alertando, não se
enforquem com a própria corda, como o delegado falou, não aca-
bou ainda, ele sabe de algo, pois afirmou acabar no domingo, então
se cuidem.
O procurador sai dali, foi firme com os dois, mas olha descon-
fiado a cada curva, até chegar em casa e se trancar.

74
75
J.J.Gremmelmaier

Guerreiras

76
Amanhece quinta feira, o cheiro ao ar era de poluição, não de
magia, o inverter da temperatura, fazia que a cidade amanhecesse
com neblina, mais frio, nuvens baixas.
Sergio estava em casa, abraçado a esposa, olhando as suas
coisas, já vivera coisas estranhas naquela cidade, mas estava na
mais bizarra delas, uma morte no Rio de Janeiro tira todas as aten-
ções da cidade, sua companheira, Carla olha-o e fala.
— Vai com calma, lhe amo!
Calmamente pega seu carro e vai a uma casa na região sul, Al-
to Boqueirão, tão próximo ao local, e tão diferente, espera um se-
nhor sair da aula e o diretor do colégio o apresenta.
— Evandro, este é o delegado Sergio, quer lhe falar.
Evandro estranha e pergunta.
— Estou encrencado? – Sorrindo.
— Não, mas podemos conversar senhor.
O diretor olhou atravessado e o delegado falou.
— Eu pago o café.
Evandro sorriu e o diretor não entendeu, atravessam a rua e
param em uma padaria.
— No que posso ajudar?
— Uma aluna sua me indicou o senhor como alguém que en-
tende de entidades, não sei se é real?
— Quem me indicou?
— Jessica Duarte.
— O que precisa, pois que saiba, esta menina sabe bem mais
que eu destas coisas.
— Conhece Joao Jorge Gomes?
— Sim, um vendedor de roupas do bairro.
— Sei que minhas perguntas podem parecer as vezes sem
sentido senhor Evandro, mas é que tentar enquadrar algumas coisas
da cidade, nas leis sem parecer maluco, as vezes gera estas coisas.
Evandro apenas o olha e Sergio continua.
— Ela falou que a manifestação no Osternack, tem o cheiro
da arvore que prendeu o rio Iguaçu, o proibindo correr, e que foi
naquela arvore, ou uma com o mesmo cheiro que Wasser teria
prendido a sua existência, não sei como explicar isto, para renascer
em 3 dias.
77
Evandro olha para o céu, e olha o delegado e fala.
— Sei que ela tenta entender Delegado, mas estas coisas nem
sempre são fáceis de entender, quando ela fala, temos de ouvir, as
vezes ela fala algo que não nos parece logico, mas existe uma logica,
e dentro disto as vezes achamos a resposta, mas uma existência
somente é presa uma vez, a não ser que não fosse naquela outra
planta que ele prendeu, pois o intervalo foi grande.
— Ela falou que as vezes, se prende não em algo, mas em al-
guém algo assim, que assim que nasceram alguns seres do Orun, a
desconfiança dela, parece não conseguir falar ou evitar falar, para
não materializar isto.
— Em quem ela acha que se prendeu parte da existência de
Wasser.
— Em João Gomes.
Evandro olha serio para o delegado e fala.
— Se for isto, toda esta demonstração de força, é desespero.
— Não entendi.
— João está onde?
— Disse estar em Florianópolis.
Evandro pensa, olha envolta e fala.
— Se for isto, João sabia.
— Como e porque diria isto?
— Delegado, a única cidade no sul do país, que tem uma en-
trada travada por mais de 60 mil mortos, é Florianópolis, sempre
estranhei aquele senhor, mas se for isto, o fim não é bom.
— Ele não sobrevive?
— Ele sabe de algo, mas isto quer dizer, a única chance dele
sobreviver, seria longe, sem magia, sem adversários, sem enfrentar,
nada, este ser nunca seria Joao Jorge Gomes.
— A pergunta, existe a possibilidade de ela estar certa?
— Sim, e se for isto, o evento ou estabiliza ou explode em 7
dias.
— Explode? – Delegado.
— Talvez explicasse a estada perto de Magog, ele adora este
tipo de coleta de almas, mortes aos milhares gera almas aos milha-
res perdidas.
— E como detemos?
78
— Não sei, não tinha pensado em uma alternativa Wasser, as
vezes esqueço que aquele bruxo deixava todos olhando para um
lado e forçava para o outro.
— Teríamos como o deter?
— Delegado, Wasser pode ter toda a força do mundo, das
magias, mas é um só.
— E teríamos como o vencer?
— Se for algo dele, sim, o problema é que podemos estar o
dando força, para outra coisa, forças não se extinguem, ou elas são
passadas ou geram reações, e toda ação, gerando uma reação, e no
lugar do ser perder força, estiver focando no absorver, pode crescer
e se consolidar.
— E como descobrimos antes de domingo, pelo jeito é a data
limite.
— Começou na segunda, o limite vai ser na segunda Delega-
do.
— O fechar da semana?
— Sim, as 168 horas, são o que eles chamam de uma semana,
o fechar das 168 horas, sabe onde João estará na segunda.
— Disse que estaria na cidade.
Jorge olha em volta e fala.
— Ele não seria maluco de estar aqui, ele pode morrer Dele-
gado.
— Se tem alguém que conheço, que não teme a morte, é João
Jorge Gomes, senhor Evandro.
Evandro olha o delegado, estava tentando pensar.
— Ele estar aqui na segunda não combina Delegado, isto que
quero dizer, se ele se afastou, deixou algo assim, porque ele volta-
ria, pois ele teria se livrado do problema.
— Acho que você respondeu a isto senhor, este não seria Jo-
ao Gomes.
Evandro olha o delegado e fala.
— Mas ai ele teria um plano.
— Não sei, sinceramente não sei.
— E pelo jeito está conversando com todos que podem lhe
dar um caminho.
— Sim.
79
No centro de Curitiba, a imensa pedra na praça do Atlético,
fazia muitos olharem aquela pedra negra, imensa, mais de 12 me-
tros e Luiz olhava sem saber o que fazer.
— A energia não me deixa ter acesso Plout, nem para ver se
estão bem, tentei erguer, ficou muito grande e pesada, não sei o
que fazer.
Plout se afasta e vê aquela pedra começar a rachar, viu as pe-
quenas Ane começarem a sair, a raiva esta em seus olhos, para den-
tro, tudo avermelhado, Luiz olha as pessoa a volta e fala.
— Afasta as pessoas Plout.
Ele entendeu, seria um ataque de Ane, os Hons começam a
afastar as pessoas, e estas começam a fugir, pensando que os Hons
as atacariam.
Luiz olha a leva de Ane sair pela rachadura e vir sobre ele, viu
a princesa olhar com raiva e falar.
— Vai nos pagar cada segundo que nos prendeu.
Plout olhava as milhares de Ane, quebrando dentes, mas des-
pedaçando aos poucos Luiz, se via dor em dois sentidos, quando
Diana surge a praça e gira a espada ao ar, as Ane olham para ela e
sua armadura se fez, ela olha Plout e fala.
— Protege os demais.
Diana chega ao lado de Luiz e joga sal fino ao ar, as Ane pa-
ram no gosto, e olham em volta e veem Diana, a rainha delas olha
Diana com raiva e fala.
— Acabem com esta moça que acha que pode nos desfiar.
— Uma rainha covarde, manda as guerreiras perder os den-
tes, e fica ao longe, uma covarde.- Diana.
Luiz tentou não rir, pois Diana estava provocando, e aquela
voz vinda de dentro da proteção, parecia mais robotizada. Luiz vê
aquele saco vindo no seu sentido, jogado por Diana que olha os
olhos da rainha com ódio.
— Quanto ódio para quem comeu energia de graça,
Luiz olha o sal perfumado, sente o cheiro e fala jogando para
Plout o saco.
— Faz um circulo em volta.
Plout não entendeu, a rainha olha para Diana e as pequenas
Ane começam a atacar.
80
Os dentes em metal, quebrava, Diana as dava choque e elas
caiam a volta, ela estava andando calmamente até a rainha.
Os olhos de Diana estavam acompanhando sem olhar, a volta
de Plout.
Diana olha para a pedra e Luiz quase leu seus pensamentos,
mas não sabia o que fazer.
Luana surge a rua e toca a pedra e ela começa a encolher, Lu-
iz olha a moça, Plout também e veem a pedra mudar de cor, para
uma pedra branca.
Diana olha as Ane ao chão, e avança tentando não as pisas,
Luana as foi colocando em um saco e Luiz começa a ajudar a bater
nas pequenas Ane, a rainha olha quando as ultimas 10 caíram, e
tenta sair rápido e para na proteção invisível de sal e cheiro, ela
bate e Diana a segura pelas asas e olha ela mostrando os dentes.
— Pensar que achava elas bonitinhas quando tinha meus 7
anos, em Eli.
A rainha olha a guerreira e fala.
— Mas não pode ser a guerreira de Eli, estamos em um pla-
neta.
— Sim, o planeta do seu eterno, no mínimo respeito nós exi-
gimos aqui.
Luana olha Diana e pergunta.
— O que fazemos?
Diana gira a espada rapidamente, se vê o portal se abrir e ela
joga a pequena rainha, pega o saco das mãos de Luana e joga no
portal.
— As matou?- Plout.
— Mundo de Manai, elas tem chances de sobreviver, mas não
terão chance de comer algo físico.
Luana sorriu, um mundo de seres eletrizados, muita energia
no ar.

O pastor Ricardo terminava mais um culto, era quase 10 da


manha de quinta e a igreja cheia, mostrava a Paulo um novo líder,
que entendera que o povo estava precisando, sabia que eles puse-
ram as doações para dentro, não contaram, Maria chegava nova-
mente, e os dois estavam pregados, mas felizes, estranho, pois
81
aquela força no olhar das pessoas, lhes dava um caminho, e muita
força interna para avançar.

O delegado estava voltando para casa quando a Promotoria


de assuntos especiais o liga.
— Delegado, o que sabe sobre o evento da Praça do Atléti-
co. – Promotor Carlos.
— Nada. – Sorri Sergio.
— Se informe e nos passe algo, sabe que confiamos em você
Sergio.
— Podem confiar Promotor Carlos, mas a promotoria de
Justiça me afastou ontem por tempo indeterminado, falei para se-
gurar os processos contra quem estava em campo, vocês não se
preocupam, querem os processos andando para depois ferrar com
quem salvou o dia, então estou afastado, esperando ter uma posi-
ção oficial.
O promotor olha os demais a sala e fala.
— Mas quem fez isto?
— Se a promotoria não sabe, quem pode saber Promotor
Carlos, eu não tenho pessoal, não tenho cargo, e pelo jeito, estarei
fora do enfrentamento, vocês deixaram eles me tirarem de campo,
e ninguém atendeu minhas ligações ontem, se cuidem.
O promotor olha para os demais.
— Quem afastou o delegado Sergio, alguém aqui assinou is-
to, quem foi?
Todos se olham e um fala.
— Ele é um perigo, sabe disto Carlos.
— E não me avisa, passo o carão de exigir de um afastado a
posição que vocês querem agora, me explique qual acusação, e
depois, quem vamos por nisto, pois que saiba, a maioria dos dele-
gados não são respeitados por estas coisas, nem você promotor,
esqueci que tinha uma rixa pessoal com Dalma, quer dizer, não é
uma rixa, foi um constrangimento publico, pois a acusou e não con-
seguiu provar.
— Me acusando?
— Repostas, quem vai indicar para o problema.
— O delegado não estava fazendo nada.
82
O promotor olha os demais, cargos indicados, gente que
nunca passou perrengue na vida, ninguém fala nada, e Carlos soube,
iriam com um dia sem informações.
O delegado afastado, Sergio, pega o telefone e liga para
Gerson Rosa.
— Bom dia Gerson.
— Problemas Delegado.
— Me afastaram, não tenho como ligar para todos, que vão
esperar que esteja lá, preciso que a informação corra, pois eles tem
de correr hoje, não estaremos as costas.
— O que vai acontecer hoje? – Gerson.
— Não sei, algo aconteceu na praça do Atlético, afastado
nem monitoração posso fazer, preciso de alguém cuidando disto.
— Mas desconfia?
— Eu vou tentar achar João Jorge Gomes, algo não encaixa
Gerson, e ele sair de campo é o que não encaixa.
— Vou alertar, Kevin Pereira está no espaço, não pode aju-
dar, vou falar com meu filho e ver o que conseguimos.
— Avisa que estamos sem controles oficiais, para as pessoas
se prepararem, tem muita gente especial na cidade Gerson.
Gerson sorriu, digita uma crônica e passa para o Jornal, que
tinha, 12 publicações em doze jornais on-line, levavam a internet a
mensagem.
“Promotoria afasta delegado de Assuntos Especiais da cida-
de, em plena crise, não entendemos os motivos ainda, mas reco-
mendamos aos que sabem de algo, que podem algo, se preparar,
estamos sem controle governamental sobre a região para assuntos
especiais, então será, como uma amiga fala, uma batalha de garras
e resistência.”
Aquilo vira assunto, e muitos se preparam para o pior, não
sabiam o que estava acontecendo, mas era obvio, afastaram parte
da policia disto, então o poder publico lavou as mãos.
Sergio estava pegando a estrada e seu celular toca.
Ele encosta e fala.
— Fala Comandante Dalton?
— Não tem como ajudar?
— Eu vou atrás de João Gomes, se cuida.
83
— Certo, vai tentar no afastamento uma carta de segurança,
mas como reagimos.
— Acabo de saber que Pedro Rosa está chegando a cidade,
não entendi, mas os Pereira, os Oliveira, os Rosa, os Tudor, e muitas
famílias, como as Souza, estão avisadas Comandante, faz como os
demais dias, da cobertura, e ignora qualquer ordem vinda da pro-
motoria, eles querem deter quem está enfrentando.
— Certo, o aviso foi para todos ficarem atentos, entendi.
— Fica, pois se duvidar, saem pedidos de prisão ainda pela
manha, e conhecendo alguns, eles não temem delegacias senhor,
eles enfrentam coisas bem piores.

Dalma estava a sala, quando o telefone toca, ela olha que é


Jorge e atende.
— Mantem a calma, mas saiu pedido de prisão para nós
dois nesta manha, vindo do ministério publico estadual.
— Acusação?
— Nada que nos prenderiam normalmente, mas estão to-
dos sobre a influencia de muita energia, muitos pensamentos tor-
tos, muita incompetência.
Quando o oficial de justiça bateu no apartamento de Dalma,
na casa de Jorge, na casa de Luiz, na de Tudor, na de Diana Souza,
estabelecia o deixar da cidade a mercê sem proteção pesada, as
pessoas vendo que realmente o ministério publico mandou prender
pessoas que nos dias anteriores estavam enfrentando, se recolhem,
pois se algo acontecesse, teriam problema.
Jessica estava olhando a rua e vê aquelas 3 viaturas virem,
ela sentia a negatividade do ar, estranha, ela nunca fora presa, mas
a ordem de prisão, estabelecia que alguém achava que teria espaço,
ela é colocada na viatura enquanto a mãe dela não entendia o real
motivo da prisão.
Carlos do outro lado da cidade, tenta vetar a prisão de
Ketlen (Raiska), mas nada estava realmente fazendo sentido, nin-
guém parecia preocupado com o problema.
Pedro Rosa olha as determinações, sabia que algo estava
errado, e não conseguia ver nada, uma leva de pessoas que enfren-
taram no dia anterior, sendo presas sobre acusações de arruaça,
84
baderna, quebra-quebra, formação de quadrilha, todas por 5 dias,
para não interferência no andamento dos processos.
Separados até de delegacias, para não terem contato com
os demais, Sergio estava fora, o que o fez não ser preso, pois a poli-
cia bateu em sua porta, com a determinação de busca, apreensão e
condução coercitiva a delegacia.
O delegado da Civil de Ponta Grossa bateu a casa de Cristia-
ne, mas ela não atendeu, e alguns seguranças reterão a policia, e a
interferência politica foi contra as determinações.
Alguns passaram desapercebidos, e outros, não estavam
como João e Sergio sempre falavam, passiveis de prisão na mesma
lei.
As pessoas estavam chegando as delegacias, e no centro da
cidade, onde as bruxas voltaram a se reunir, veem um dos galhos
que vinha do sul da cidade tocar o chão, as bruxas tentaram absor-
ver aquela energia, segundos entre elas sorrirem, chorarem e ex-
plodirem em sal avermelhado muito fino.
As pessoas a rua viram aquele pó vermelho formar uma nu-
vem e as pessoas começam a absorver aquilo.
Os rostos mudando e as pessoas parecendo perder a noção
das coisas, começam um quebra-quebra, mas elas foram caminhan-
do no sentido da energia e a tocavam e o que eram pessoas nor-
mais, foram se tornando pessoas imensas, avermelhadas.
Começam colocando fogo nos carros, parando tudo, as pes-
soas começam a fugir destes seres, não eram mais de 200, mas
imensos seres, com mais de 4 metro.

Pedro Rosa olha as determinações, e vinham todas apoiadas


por um único desembargador, estranha, alguém respeitado e que
de um dia para outro resolve pedir a prisão de 20 pessoas, todas
pessoas ligadas a resistência dos dias anteriores.
Seu pai entra pela porta e fala.
— Entendeu algo filho?
— Não, algo aconteceu no centro, a policia está recuando,
Plout não é maluco de enfrentar, ele sabe que seu maior problema
é o medo da derrota, não sei quem vai segurar isto.

85
Evandro olha a noticia da prisão de Jessica e vai a delegacia,
e pede para falar com a presa.
O delegado disse que ela estava incomunicável.
— Um motivo para isto delegado?
— Ela é perigosa.
Evandro olha em volta e fala, olhando para o delegado, se-
rio, e alto.
— Não sei sua formação delegado, e nem de seus homens,
mas se tens medo de uma menina de 18 anos, melhor começar a
correr.
— E o que um senhor como o senhor pode fazer?
Evandro foi crescendo, sentido as vestes e Ogum e as cor-
rentes correm levantando todos, as energia corre por elas dando
choques até no delegado que elas levantam apertando e pergunta
calmamente.
— Quem está pagando para isto delegado, um aviso, é sua
vida que vale, não admito mentiras.
— Eles enfrentaram os seres.
— Isto é crime?
— A pressão é religiosa, eles querem estes demônios pre-
sos.
— Eu quero vocês na rua, em 2 minutos, se não vamos ter
proteção deles, vocês vão nos proteger, e não adianta dizer que não
vai delegado, pois você quer prender pessoas que salvaram vidas
em prol de religiosos?
— Não pode nos obrigar.
— És um covarde delegado, vamos o por em uma cela, e sai
de lá, quando pedir a conta.
— Não pode me obriga a pedir a conta.
— O antigo delegado, da 10ª também não quis.
Evandro como Ogum, ergue os policiais, uma corrente abre
uma cela, e ele fala.
— Todos para fora.
Os presos saem e ele coloca todos os policiais na cela.
Evandro olha Jessica e fala.
— Prenderam todos, e algo pesado está acontecendo no
centro.
86
— E lhe tiraram de casa Evandro.
— Sabe que poucos me tiram do serio.
Jessica sai, outros presos saem também e os policiais ficam
gritando do lado de dentro.

Duas da tarde, Pedro o Yawara sai da montadora, de seu


turno diário, e olha as noticias, ele olha o amigo Paulo e pergunta.
— Me daria uma carona?
—Para onde?
— Oitavo distrito.
— O que vai fazer?
— Melhor você não saber.
Os dois pegam a 277 no sentido do centro, da delegacia, pa-
ram nela e Paulo olha para o rapaz saindo, olha aquela moça a rua e
fala.
— Não fomos apresentados moça, Pedro.
Thamis olha o rapaz e fala.
— Quem é você e o que pretende?
— Somente uma líder, mulher, pode evocar as matriarcas.
— Mas eu não sou uma líder.
— Custa tentar? – Pedro a olhando.
Aquela leva de seres vindo no sentido do bairro, pareciam
saber para onde iam, e o oitavo estava com duas pessoas em celas
diferentes, Luiz e Dalma.
As pessoas corriam se afastando de algo, e Thamis fala.
— E se não acontecer.
— Sabe que somos mais rápidos que eles.
— Mas porque eles vem neste sentido.
— Quando descobrirmos, pode ser que não exista mais ci-
dade Thamis.
Thamis se concentra, os policiais a delegacia, sabiam que os
seres viriam, e o delegado mandou prender e foi convocado a uma
reunião na Secretaria de Segurança.
O rapaz a porta olha Thamis se transformar, e olhar em vol-
ta, um policial militar ao fundo fala.
— Damos cobertura menina, mas o que vai fazer.

87
Ela olha aqueles seres estranhos, e na forma de uma imensa
Onça erguida ereta, como um humanoide fala.
— Pelos tempos que imperaram, proliferaram, intercede-
ram nos campos, convoco as Matriarcas Yawaras e Guairacás, a nos
apoiar nesta luta.
As pessoas que vinham naquele sentido, olhavam a moça e
se afastavam, ela achou que não aconteceu nada, Pedro se trans-
forma ao lado, ele iria para a guerra.
Thamis sente aquela energia passar por ela, olha ela, não
conhecia aquele ser, mas ele não era um felino ou um canino, ele
parecia um misto, uma fêmea, algumas se materializaram, e olham
aqueles seres vindo, as mesmas se põem a frente e vendo Pedro ir
com elas, para a guerra, a menina toma o lado e afiando as garras
veem as matriarcas começarem a passar as garras nos seres, era
uma briga de gigantes, mas os seres se refaziam.
O investigador olha o carcereiro na oitava e fala.
— Vamos ficar só olhando?
— O delegado nos mata.
— Vamos estar mortos se este grupo chegar a delegacia.
O carcereiro abriu as celas e indicou a saída dos fundos, pa-
ra os presos e os policiais se armaram, mas alguns saíram pelos fun-
dos, Dalma olha Luiz e fala.
— Vamos, pelo jeito alguém armou para que o caos impe-
rasse hoje.
Dalma sai pela frente se transformando e gritando ao ar,
não era um uivo, não era um granido, era diferente, as matriarcas a
frente, olham os seres se refazerem, e pensam que seria uma guer-
ra difícil e demorada.
Olham os Laikans surgirem a frente e aquele ser vir com gar-
ras e ódio sobre os seres, Luiz olha em volta e vê Plout.
— Onde prenderam Diana?
— Quinto.
— Tira ela de lá, sabe que ela tem como os tornar pó.
— Sim.
Luiz se transforma e começa a chutar as entradas de agua
das moradias, e aquela agua começa a jorrar, a matriarca viu que os

88
seres se afastavam da agua, mais alguém vinha ajudar e não sabiam
quem era.

Plout reúne os Hons e os seres veem os mesmos passar ao


longe pensando que eles dariam a volta, ficam atentos.

No centro, o delegado Coelho olha os promotores os dele-


gado, todos naquela reunião chata, estava ali desde a determinação
das prisões, estavam os enrolando, sente o celular vibrar, tinham
lhe tirado um, mas ele sempre tinha outro por não confiar nas bate-
rias, ele lê a mensagem, e olha o promotor.
— Pode ser mais especifico Promotor, a cidade está um caos
e estamos todos nesta reunião.
— Tem de entender que a segurança da cidade é coordena-
da e não aceitamos ações não coordenadas e aprovadas nesta sala.
— Certo, e vai nesta conversinha até quando, acabamos de
perder duas delegacias, 6 praças e está apenas nos mostrando um
slide, o que pretende promotor?
O promotor não gostou da afirmação e fala arrogante.
— Disse para deixarem os celulares do lado de fora.
Outro delegado se levanta e viu alguém apontar uma arma
para ele a porta.
— Atira policial, dai o promotor cai agora.
O policial atirou, o delegado Coelho olha o sorriso nos lábios
do promotor e passa uma mensagem, põem o celular no bolso e
olha o promotor.
— Não vai nem chamar a ambulância?
O promotor olha o policial, ele dera a ordem, agora teria de
se posicionar.
— Pensa que tem apoio Coelho, tiramos alguém de lá para
não atrapalhar hoje.
— Não, estou esperando o senhor terminar, dai vamos ver a
ordem, e se a governadora apoiou esta palestra inútil, ela cai junto,
o policial a porta, vai ser exonerado, pois você não é homem de
dizer que deu a ordem, tenho pena dele, mas só um pouco, e per-
guntei apenas para saber, que horas era o lanche.
O promotor olha o rapaz a porta e fala.
89
— Chama os paramédicos, mas a reunião não acabou.
Um policial olha para o delegado e sabia que fizera merda,
viram a secretaria ser cercada, e os rapazes entraram com armas
pesadas e um olha o delegado e fala.
— Ordens senhor.
— Prende o secretario, e depois verificamos a conta banca-
ria.
— Não pode me prender.
— Atentado contra um delegado com 18 testemunhas, e
prende o policial a porta também.- Coelho vendo o policial lhe al-
cançar a arma e um radio.
O secretario olha o promotor entrar pela porta, e falar.
— Acha que se desacatar o promotor estará na segunda no
cargo Coelho?
— Se estiver vivo, na segunda, pode ser que esteja, e você,
melhor escolher as cartas do jogo, pois você pode ter condenado o
centro da cidade de Curitiba, e se o fez promotor, melhor ter uma
justificativa plausível.
Coelho olha para Roberto da quinta e fala.
— Melhor nos proteger, estes são adeptos da cruz na pare-
de. – Coelho pega a cruz e a tira da parede e joga pela janela. – Es-
tado Laico promotor, não cristão de gente que não leu a bíblia, co-
mo o senhor.
Coelho olha a delegacia ser cercada e olha o comandante
Dalton.
— Pensei que teria de o tirar de lá Coelho.
— O que está acontecendo?
— Ontem tivemos um ser como o que está a rua indo para o
oitavo, hoje temos 200 deles.
— Quem o deteve ontem?
— Nem conheço, Diana Souza.
— Onde a prenderam?
— Acaba de ser solta do quinto por aquele grupo estranho,
corpulento que some e aparece, como se fossem hora físicos, hora
apenas espectros.
— Os Hons, mas temos de apoiar eles, e sabe que ai tem
pressão religiosa e politica.
90
O senhor olha a rua e uma leva de lobos atravessa a avenida
correndo no sentido do Jardim Botânico, gente indo para a briga.
Coelho olha a ligação e pergunta.
— O que precisam Gerson?
— Os seres se regeneram, mas com agua, eles não conse-
guem.
— Certo, vamos por os bombeiros nisto.
Dalma olha para os seres e entende que cortar eles era per-
da de tempo, se não separasse as partes, então ela deixa as garras
crescerem e passa na cabeça do primeiro a frente e a empurra para
a agua ao fundo, o ser começa a formar outra cabeça, mas a ao
chão se deteriora, sem braços, coloca a mão no coração e puxa, o
ser cambaleia para a agua, e os demais se afastam, o ser inchava e
explodia em sal na agua.

O delegado Sergio chega a uma casa na praia do Matadeiro,


uma pousada, o rapaz o foi parar e ele apenas mostrou a carteira e
foi entrando, olha a casa ao fundo, e olha aquele espectro ao lado
de João, se aproxima calmamente e ouve.
— Tens de entender filho, nem tudo se concerta, nem tudo
se muda, pode tentar, mas nunca volta-se ao passado.
Aquela moça, deveria ter uns 29, um espectro de gente olha
para Sergio e olha João.
— Chegou visita.
Joao olha o delegado, sabia que estava tentando se manter
longe e pergunta.
— Não me deixa em paz.
— Preciso entender para lhe deixar em paz.
— Não entende que não posso estar lá.
— Porque não?
— Os demais vão sucumbir se estiver Sergio.
— Não entendeu, algo interfere, algo externo ao poder, pois
hoje prenderam até Jessica, e algo poderoso está no centro da cida-
de, matando tudo.
— Não posso...
— Ouve João, você não é assim, o que está acontecendo, o
que você deixou lá, hoje, se apoderou do poder das bruxas que ain-
91
da estavam a cidade, as fez explodir em sal, este sal se tornou um
exercito de 200 seres de sal, que começaram matando o Conde
Pietro Martins de Evolène, e começou avançar em direção a delega-
cias, onde as pessoas foram presas, não entendo, não deveria ser
assim.
João olha o espectro da mãe que fala.
— Sabe que ele deixou a raiz genética no grupo de Evolène
filho, ele pode ter usado aquilo para as atrair, um único descenden-
te naquela praça, lhe daria a chance de renascer geneticamente, se
ele atacou o conde, ele queria parte de seu poder inicial.
João entra e pega o celular.
Ele disca para Curitiba e ouve a voz falar.
— Onde você está João.
— Se cuida, não tinha entendido, é Wasser.
— Mas como, ele morreu.
— Você que sempre diz, poder não se perde, muda de for-
ma, ele está usando o grupo de Evolène, para tentar voltar geneti-
camente, ele precisa da força de Magog, e após isto, ele vai atraves-
sar a serra atrás das Sereias.
— E você?
— Saindo de Florianópolis ainda.
— Vou tentar ajudar, mas como detemos eles?
— Protege Dalma, ele vai tentar a enfraquecer, sequencias
genéticas se oxida, agua é a dica Keka.
— Deixa eu ir, lhe espero.
João olha para Sergio e fala.
— Vamos, mas tem de entender, não sou mais o mesmo.
João entrou no carro do delegado acelerou no sentido do
aeroporto.

Jessica olha Evandro e fala.


— Se for Wasser?
— Este bruxo sempre passou dos limites, mas quem a ligou?
— João.
— Meu maior concorrente?
— Sim, seu maior concorrente.

92
Os dois vão ao centro, Jessica passa a instrução a Pedro Ro-
sa que passou ordem aos seus seguranças e realmente 3 estavam
cansando Dalma, poderia ser coincidência, mas Diana surge a rua,
vinda de casa, ao céu dragões, por terra, os exércitos de Eli.
Os policiais não sabiam quem eram, mas até os seres recua-
ram, Diana olha todos olharem junto para ela e o avançar deles,
eram um ser em agora 160 corpos imensos.
O Corpo de bombeiro chega pela avenida lateral e liga as
mangueiras e começam a jorrar para a região.

Dalma olha para 4 seres a cercarem, ela era o alvo, pensou


que estava cansada, e viu aquela moça entrar no campo de batalha,
ela parece desenrolar dela correntes e essas abraçaram dois dos
seres e começaram a pegar fogo, o corpo e rosto da moça foram a
fogo, ela puxa para baixo da agua e sente os seres de desfazendo.
Amanda olha o céu, e os dragões de Eli viram os dragões de
fogo atacarem os seres, eles ficavam bem secos e depois jogavam
agua sobre eles.
Evandro chega e se posiciona a frente de Dalma e fala.
— Recua um pouco.
— Temos de acabar com eles.
— Você é o alvo Dalma.
Dalma viu que começaram a lhe proteger, Evandro cresceu,
olha suas correntes e começa a dar choque nos seres.
A policia ao fundo deixava todos os curiosos longe, ou os fa-
zia se afastar os assustando dizendo que os seres estavam avançan-
do.

João olha o delegado, todas as informações no Sul do Pais


estavam mandando os aviões para o chão, uma disfunção no mar,
se aproximava da costa, lembrando os Catarinenses do furacão Ca-
tarina.
— Como chegamos lá.
— Sabe que teremos de ir por terra, não sei se eles conse-
guem segurar a ameaça.
— Vamos colocando pessoas nisto, e começamos a avançar.

93
João senta-se no saguão, alguns ainda olhavam ele, pois ele
fora noticia nacional, ele se concentra e Yahoshúa que observava ao
longe sente ser puxado para longe da confusão.
O espirito demorou menos de um segundo e estava diante
de João, olha em volta e pergunta.
— O que fez?
Sergio viu aquele espirito ficar visível e olhar em volta.
— Uma dica Yahoshúa, não fica muito por perto.
— Por quê?
— Aquilo é uma ação para Wasser tentar voltar à vida, fica
por aqui.
— Mas o agito está lá.
— Sei, mas se quer voltar a estar preso, fica por lá, e se ele
não conseguir, talvez você seja o primeiro a sentir isto, pois não
estava entendendo o que o prendia ao local, você parece querer
algo que está lá, sua parte, mas neste momento não é seguro.
O espirito olha em volta e some aos olhos e fala olhando Jo-
ão que ainda o via.
— Acha que ele quer retomar toda energia de antes?
— Sim.
João viu o ser se afastar e vai a uma companhia pequena, e
pergunta.
— Não tem nenhum ultimo voo para Joinville.
— Duas passagens?
— Sim.
— Tem de apressar, está em fase de preparativo para deco-
lar.
Ele estica o cartão, compra e fala.
— Onde?
O rapaz da entrada fez sinal e os dois apuram e embarcam
no monomotor para 20 pessoas com sete a bordo, e decolam no
sentido de Joinville.
João passa uma mensagem para alguém e olha o delegado.
— Eles são fortes Delegado, mas tem o péssimo hábito de
não confiarem nas próprias forças.

Sabrina olha a mensagem e sai no sentido do centro.


94
As pessoas saiam do centro, o promotor chega a Santos An-
drade, prédio destruído, universidade em chamas, bombeiros reti-
rando pessoas de um prédio em chamas tudo destruído, e olha o
Bispo.
— Me meteu em encrenca Bispo.
— Tem de ver que isto é coisa do demônio.
— Então enfrente com seu Deus, não com a lei, pois me
pressionou, minha esposa me pressionou, minha filha me pressio-
nou, e agora?
— Depois culpamos alguém, mantem a calma.
— Não terá de responder.
Sabrina chega ao centro, ela caminha de uma praça a outra,
chega a praça destruída, os policiais estavam isolando a área e ela
pergunta.
— Posso ajudar policial?
— Não é seguro menina.
Sabrina fez um gesto com as mãos e o lixo da praça foi se
erguendo em bonecos imensos, e eles abriram o caminho, e cami-
nham até o ponto onde a energia tocava o chão, os bonecos a to-
cam, e Sabrina sente a energia, as vontades ruins, as estrapolações
da violência e fala calma.
— Transformem esta raiva em ajuda, alguém prejudicou os
a volta, ajudem eles, descontem na ajuda aos prejudicados.
Os bonecos agora com energia, começam a por as coisas em
ordem, a entrar no hotel e verificar sobreviventes, subir pelas esca-
das do prédio a frente e ajudar a retirar as pessoas, a entrar na uni-
versidade, correios, estacionamento, procurando apagar o fogo e
salvar pessoas.
O bispo olha a menina, parecia conhecida, mas ela vez um
segundo gesto com as mãos e mais lixo se ergueu em bonecos, no-
vamente ela induziu eles a tocar naquele galho de energia que vinha
por cima e chegava a praça.
Ela olha o Bispo e fala.
— Não é seguro bispo, ainda estamos em guerra.
— Que demônio é você.
— Se sou um demônio, sou de sua igreja, mas o pastor Ri-
cardo pediu para ajudar no centro, que ele ajuda no Osternack.
95
A menina passou por eles e foi caminhando no sentido da
rodoferroviária, erguendo um exercito de seres de lixo, que se
energizavam, ganhando quase a forma humana, e foram colocando
as coisas no lugar.

Amanda olha o professor de matemática naquela forma de


Ogum e fala.
— Sabrina chega em 20 minutos, João está voando para
Joinville, sem teto para chegar aqui.
— E Sabrina vem por quê?
Amanda sorriu, cada um mantendo seus segredos.
Ela olhava que os seres caiam, mas alguns se reerguiam,
uma batalha com gente que só conseguia os segurar, os agredir,
mas não os derrotar, gente tentando entender como ajudar, e gente
mostrando do verdadeiro material que são feitos, uns indestrutí-
veis, outros, moles e fedidos.
Dalma queria avançar mais, mas uma coisas ele sentiu, suas
energias voltarem a toda, o isolar dela, fez dela mais forte, e viu
aquela moça avançar com as espadas, ela não conhecia estes, pen-
sou ser uma anomalia única, e via seres especiais a toda volta.

Pastor Ricardo termina mais um culto, as pessoas leves, e vê


a mensagem passada para ele, estranha e Paulo pergunta.
— Problemas?
— Talvez, alguém me colocando em destaque, e não enten-
di porque.
— Destaque.
— Já ouviu falar da Quadra Delirante?
— Não.
— São 4 meninas, uma ainda de menor, uma domina o
tempo, a outra o renascimento, outra a captura das almas perdidas
no caminho e a ultima, o exercito de Deus.
— Bruxas.
— Todas são meninas, da nossa igreja, elas não queriam
problemas no centro, e uma delas falou que vai apoiar os demais
em nome de nossa igreja.
— Quem vai apoiar?
96
— Pelo que entendi, Amanda e Sabrina, vão se juntar a re-
sistência contra esta força, que tocou o chão na praça Santos An-
drade no centro e está fazendo estragos.
— Pelo jeito muita coisa acontecia naquela igreja que não se
falava.
— Sim, um senhor sempre me dizia, falar em Deus, não é o
mesmo de estar no caminho que ele nos indica, o caminho nos gera
responsabilidade.
— E porque acha que terá problemas.
— A Central passou uma mensagem após, perguntando
quem é esta bruxa que se diz de nossa igreja.
— Vai responder?
— Não sei qual das duas eles viram, uma senhor, está mais
para a crença pagã do motoqueiro fantasma, a outra mais para a
Bruxa de Bell.
— Isto é inaceitável pastor.
— Estou as tentando trazer a Deus, não entendo esta ideia
de deixar alguns para traz, e quando se fala de bruxa de Bell, é o
controle mental sobre bonecas, vi isto a rua senhor, enfrentando
uma maldição chamada Pirata Zulmiro, e lhe garanto, ninguém diz
ser bonecos, parecem pessoas imensas e fortes.
Ricardo se recolheu, viu que Paulo olhava desconfiado para
ele, mas se teria desconfiança em todos, teria de encarar.
Paulo olha para Maria.
— O que acha?
— Pelo jeito ele quer todos na igreja pastor, a maioria sele-
ciona alguns, ele encarou o trazer de todos.
— E vem pressão.
— Aqui ele não está fazendo nada de anormal senhor, ou
está?
Paulo não sabia, fica a olhar Ricardo ir ao seu quarto, ele lo-
go voltaria, mas os dois estavam cansados.

Os bonecos humanizados de Sabrina, chegam a região, ba-


tendo forte em tudo que estava ali, quem olhava pareciam huma-
nos maiores, mas obvio que humanos não resistiriam a tanta agres-
sividade do outro lado.
97
Os seres foram sendo cercados e a batalha naquele lugar
demora mais duas horas, para o ultimo ser cair, Sabrina olha para os
seus bonecos arremessarem um ultimo para Amanda que o aperta
com sua corrente, os dragões de fogo o esquenta, a volta Luiz jorra
agua para o lugar e o ser explode.
Os Hons foram os primeiros a sumir, logo após, Diana e Lu-
ana começam a sair, os dragões de Eli, se afastam com destino a
casa de Diana, a entrada para aquele mundo.
Dalma olha Jessica parar a sua frente e pergunta.
— Porque eu seria o alvo?
— Todos nós seriamos, alguém está querendo esta força pa-
ra outra coisa, mas não entendeu, não acabou ainda.
— Mas o que desconfia?
Jessica olha em volta, poucos presentes e fala.
— Parte dos seres que se transformaram nisto, tem parte
do genoma de Peter Wasser na veia, pelo menos metade do geno-
ma, achamos que ele impôs aos herdeiros uma chave para que posa
voltar.
— E porque nos prenderam? – Dalma.
— Ainda estamos presos para a justiça Dalma, eu recomen-
dava voltarmos, nos alojarmos nos nossos lugares e esperar.
— Certo, sendo fugitivos fica mais difícil de ter liberdade. –
Jorge.
As pessoas foram saindo e o delegado viu a moça e o rapaz
entrarem nas celas vazias e as fecharem, o investigador olha para o
mesmo e fala.
— O que houve?
— Nenhuma ideia, mas estou pregado. – O delegado.
— De onde saiu tanta coisa estranha Delegado.
— Se vocês do lado do delegado Sergio acharam muito es-
tranho, lhe garanto, a prisão de uns, fez outros terem de mostrar a
cara, e é assustador saber que temos pessoas com rostinhos angeli-
cais, que podem ser coisas assustadoras.
— Falando da moça que virou uma caveira de fogo com cor-
rentes de fogo?
— Sim.

98
Ricardo estava no intervalo final de dois cultos e aproveitou
para contar e fechar o livro de doações da outra igreja, ele anota
cada centavo e separou apenas a parte estrutural dali, e colocou em
um envelope para a central.
Após isto faz o mesmo com as arrecadações locais e olha
para o potencial, pobre quando pode, doa mais que rico, ele não se
prende a regras de 10%, se ele puder, entrou um extra, ele ajuda.
Paulo olha Ricardo fechando o caderno e fala.
— Desculpa, fui rude mais cedo.
— Sei que as pessoas se assustam com isto Paulo, mas estou
deixando tudo controlado, anotado, para qualquer imprevisto.
— Espera algo?
Ricardo não sabia, foi a mais um culto, estavam já no fim da
quinta, e os eventos no centro, passado pelos rádios e TVs a cidade,
colocam mais pessoas orando a cada hora.
O motoboy da Central passa lá, Ricardo deixa com ele o en-
velope com o caderno da outra igreja e as arrecadações desta.

O galho de energia se desgruda da praça e começa a tocar


nos prédios a volta, erguendo-se e ficando bem alto, parecia um
sinal de que poderiam voltar ao normal, mas muitas perguntas es-
tavam sem respostas.
Coelho olha o promotor entrar na delegacia e falar.
— Descumpriu uma determinação minha delgado, acha que
vou deixar barato.
— Qual delas, pois estou cansado para discutir com um
merdinha como o senhor hoje.
— Não prendeu duas pessoas que mandei prender.
— Quem lhe passou este dado promotor, tivemos sim de
esvaziar a delegacia e colocamos pessoas momentaneamente para
fora, para segurança deles, e dos agentes que teriam de ficar cui-
dando, mas do que está falando.
— Dalma Campos.
— As duas determinações do ministério publico, é o que es-
tá falando promotor?
— Sim.

99
— Estão na cela desde cedo, mas já que está aqui, qual a
afirmativa para a prisão, pois ninguém de vocês veio fazer acarea-
ção, perguntas, exata dados do processo.
— Detenção para não atrapalharem nas investigações.
— Bom ter investigação Promotor, pois não sei quem ou o
que está mandando na parte judicial da cidade, mas parece apenas
desespero de causa.
— Não acredito que eles estão presos.
— Veio pessoalmente verificar, então vai assinar a fixa de
visita a carceragem Promotor.
— Não vou me sujeitar a isto.
— Vai, prisão não é a casa da sua mãe, para você entrar, sa-
ir, se vai entrar, vai ficar registrado, e se duvida que o fiz, agora vai
fazer, ou tem alguma coisa que não pode falar promotor. – Coelho.
O senhor preencheu a ficha e viu a moça e o rapaz na cela,
parecia não acreditar no que via.
Olha para o lado e viu alguns sendo trazidos de volta e saiu
para fora, os bombeiros, os garis, a guarda municipal, tentavam
limpar a região, gente da Sanepar chega e começa a refazer os en-
canamentos, e a policia libera a passagem de ônibus, pela canaleta,
ônibus que ficaram todos retidos dos dois lados, durante todo o
problema.

João e Sergio chegam a casa de Margarida e a mesma olha


João e pergunta.
— Problemas senhor. – Ela fez um gesto suave com as mãos
– Entrem, faço um chá.
— Boa noite senhora Margarida, não quero atrapalhar.
— Se veio, precisa de algo, prefiro ainda os que veem por-
que precisam do que os que veem para bajular.
— Não sei como estão as energias locais?
— A tempestade não vai nem chegar a Joinville e eles resol-
verem fazer alertas gerais, acho que eles não querem que as pesso-
as vejam o que está acontecendo na sua cidade.
— Porque acha isto? – Sergio.

100
— Tem cheiro de policial rapaz, saiba que bem poucos dei-
xei entrar em minha casa, mas fecharam a estrada, dizem que ouve
desmoronamento na serra, por chuvas que não caíram.
— Como pode ter a certeza que não caíram? – Sergio.
— Estes rios, nascem na serra rapaz, eles estão passando
por uma estiagem de uns 15 dias, já, para esta época, muito.
— Teria como nos indicar um caminho para chegar lá.
Um rapaz entra pela porta e Margarida olha para ele.
— Eu os deixo lá mãe. – Paulo não era filho de Margarida,
mas desde que entrou para a família, chamou ela por mãe.
— Se cuida Paulo.
O rapaz faz sinal para se queriam ir, o chá nem fora para a
panela e os dois estavam entrando naquela Brasília, o delegado
estranhou, até ela ganhar velocidade e se erguer do chão, passando
por cima da mata, rumando para Curitiba.

Ricardo estava terminando o culto das 21 horas e viu o Bis-


po e alguns Pastores, pararem na rua, a mesma era bem estreita,
então o parar dos carros do Bispo e de outros ligados a igreja, fez
com que a rua quase parasse.
Paulo nunca recebera o bispo ali, era a primeira vez, então
era algo ou bom ou ruim, pois estes não vinham tão fáceis para
aquela igreja, a da Maria Clara de Jesus, então olha para Maria e
fala.
— Descansa, amanha saberá das novidades.
— Poderia fazer um café.
— Se eles quisessem café teriam avisado que viriam.
Maria viu que o pastor estava tentando aliviar algo, ou não
queria que ela ouvisse a discussão.
O bispo olha Ricardo e fala.
— Que Bruxaria fazia na sede da São Jose?
— Nunca fiz bruxaria senhor Bispo.
Outros entraram e Paulo chega a sala.
— Não iria nos deixar Pastor Paulo? – Outro pastor.
— Ricardo tem me mostrado que algumas pessoas temos de
voltar a chamar para a igreja, elas estiveram muito tempo longe.
— Pessoas? – O bispo.
101
— Vi gente indo adorar aquele que crucificaram, estamos os
trazendo de novo para Deus. – Paulo.
— Mas tem algo que não entendi, escondia dinheiro na igre-
ja, pois sua semana, que você entregou hoje, é superior ao mês
anterior.
— Como falava a Paulo, as pessoas precisam de ajuda agora
senhor, não quando os eventos forem passado e possamos falar
apenas de Deus, apenas ouvimos e recebemos os fieis, se eles de-
ram mais esta semana, consequência de eu ter aberto, e muitos não
o terem, eles procuraram Deus.
Paulo olha o Bispo olhar as lâmpadas, ele tinha certeza que
ele olharia e fala.
— Pelo jeito gosta de locais bem iluminados.
— Gosto de poder olhar o rebanho aos olhos senhor.
— Mas conhece uma menina que faz de lixo bonecos amal-
diçoados?
— Não, conheço Sabrina Vitoria de Oliveira, filha do senhor
Oliveira da Ótica Oliveira, o senhor o conhece pastor.
O pastor olha para Ricardo.
— Quer dizer que a menina do Oliveira que era a menina da
praça?
— Não sei o que aconteceu senhor.
O Bispo olha os demais e fala olhando para Ricardo.
— Não sei o que faz, mas parece aliviar os locais que passa.
O grupo saiu e Paulo estranhou, não falaram nada com na-
da, e pergunta.
— Não entendi o Bispo Diego.
— Ele veio ver se estávamos fazendo algo diferente, não viu
nada, com certeza ele nunca havia vindo nesta parte do bairro Pau-
lo.
— Nesta igreja é a primeira vez que pisa. Mas porque ele
não pediu para afastar a menina?
— Primeiro, ela não é de nossa igreja, e sim da São Jose, se-
gundo, o dizimo do pai da menina é alto pastor.
— Está dizendo que aceitariam demônios se pagassem dizi-
mo? – Paulo provocando.

102
— Infelizmente alguns aceitariam, mas a menina não é um
demônio, é uma menina de 16 anos, crescendo.
— E pelo jeito conhece bem seu rebanho.
— Eu não sou de conhecer todos, mas estranho sempre al-
guns, que fazem questão de usar o pagamento do dizimo como uma
amostra de poder financeiro, estranho ainda isto.
— E pelo jeito eles ficaram meio intrigados com o valor da
semana.
— Eu não sou tão bom pastor, mas como disse, temos de
focar nos fieis, não no dinheiro.
Paulo vê o grupo fazer a volta e sair dali, muitos estranha-
ram o movimento, mas o culto seguinte já começava a ter gente na
igreja, e parecia que iria encher de novo.

João olha para Sergio e fala.


— Eu queria ficar longe, lembra disto, então se eu começar
a mudar, sabe que virei inimigo Delegado.
— Certo, você teme isto, e sei que não foge de qualquer
coisa.
O carro para a avenida Eduardo Pinto da Rocha, João sai do
carro se despedindo do Delegado, ele foi chegando a casa, sente
aquela energia vindo para ele, e sente o corpo absorver aquilo, a
casa surgir novamente e entra pela porta.
Ele não queria estar ali, então era obvio que ele escondia al-
go, e fica a olhar todos olharem a casa, sente a energia dentro dele,
e as vozes, milhares de mortos, almas que foram absorvidas, viven-
cias, as mortes não eram passadas aos seres ao chão, mas para a
formação de energia.
Ele sente-se confuso, e encosta a cama, não consegue fe-
char os olhos, choros, gritos, lamentos, todos em sua cabeça, ele
começa a olhar as próprias mãos, pensa em tirar dele aquilo e vê
que não sai.
Ele com aquilo, se levanta, era madrugada, e caminha no
sentido do Umbará, ele não sabia onde iria, mas ele não estava que-
rendo ouvir lamentos.
Ele começa a sentir-se culpado, e não queria se sentir assim.

103
O sumir dos cheiros fez Jessica na delegacia sentir o local, e
olhar para as moças, teria de dormir ali, parecia que passaria pelo
que João sempre falava, pobre eles esquecem na cela, como se fos-
sem animais.
Os demais, foram se ajeitando em celas, em suas casas, to-
dos cansado, esperando o que seria o dia seguinte, enquanto João
começa a caminhar no sentido de Fazenda Rio Grande, pelo menos
ele acreditava estar caminhando para algum lugar.

104
105
J.J.Gremmelmaier

Pesadelos

106
João abre os olhos, olha para os lados, pensa onde estava,
lembra de ter chego em casa, mas ali não parecia sua casa, um
campo de cinzas.
Olha em volta, todas as coisas destruídas, tenta se localizar,
sem casas, sem placas, tudo cinzas, tudo destruído, olha a frente,
sorri, a impressão era de destruído, estava em um parque, e aquela
poeira sobre tudo, dava a sensação de que tudo não estava mais ali.
Tentou falar e não ouviu som, era sonho, ele olha em volta e
aquela leva de pó começa a ser erguido por um vento lateral, o que
era um local cinza vira um local que não conseguia respirar.
Sente o cheiro de poeira, estranha, sente a garganta arra-
nhar, por aquela poeira, tenta respirar e não consegue direito.
Sente aquilo entrando nele, sente as mãos se tornarem cin-
zas, os olhos parecem passar pela poeira, começa a ver os corpos
caídos, mortos, os bombeiros lavando aquilo, olha em volta, estra-
nha, não via as pessoas, apenas espectros de gente.
Será que era um sonho?
João olha as mãos, e sente a poeira no ar, sorri, tinha sua
frequência, aquilo parecia sair dele, estranho pois não saia ali, como
se em sonho, estivesse interagindo com algo, a sensação de corpo
cansado sumiu, a sensação de estar livre o tomou.
João olha a cidade sendo tomada por aquela poeira enquan-
to se depara com a cena da cidade, as vezes ficava difícil reconhecer
a cidade, mas ele sabia que era ela.
“Sonho estranho” pensa João Jorge Gomes.

No centro da cidade, uma poeira começa a se espalhar pelo


ar, vindo das casas queimadas, queimadas de mato a toda volta da
cidade lança poeira cinza e fumaça sobre a cidade, as pessoas co-
meçam a ver que sexta seria um dia difícil de respirar.
Sergio olha para aquilo e pensa em ir verificar como João es-
tava, pega o carro e chega a sua casa, ela novamente não estava lá,
algo acontecera, mas ela agora não emanava aquela energia, e sim,
aquelas cinzas que se espalhavam e caiam em flocos sobre tudo.
Ele olha sem entender, ele deixara João ali, talvez não tenha
sido uma boa ideia, e olha para Jessica chegar a eles, solta pela ma-
nha, não tinham nada contra ela.
107
— O que aconteceu delegado.
— Não sei, deixei João na casa dele ai ontem fim do dia.
Jessica olha para cima, para aquilo se espalhando, espirra,
seu nariz se irritou com a fumaça.
Ela toca o chão e fala.
— Agora sim tem energia saindo dai.
— Mas onde está o João? – Delegado.
Jessica olha em volta e fala.
— E se ele estivesse certo em se manter longe.
— E o que estaria acontecendo?
— Testado, ou usado, não sei, não o sinto, não tem mais o
cheiro dele. – Ela sente o nariz escorrendo e complementa – ou eu
não consigo sentir, não sei.

A poeira começa a tomar as ruas da região sul de Curitiba,


ninguém sabia de onde vinha aquilo, o sol pareceu sumir naquela
poeira, e a temperatura, embora estivesse com pouco sol, parecia
se manter por enquanto.
Ricardo olha para fora e olha para as pessoas tendo os te-
lhados cobertos, olha para Paulo e fala.
— Quando penso que pode melhorar, parece piorar de vez.
— O que faremos.
— Prepara a parte das salas de aula, na parte baixa, pois
muita poeira, podemos ter telhados não aguentando.
— Certo, mas vai fazer oque?
— Verificar como estão as coisas, põem um recado a porta
que por motivos adicionais, estaremos aberto apenas para 3 cultos
no dia.
Ricardo olha para o carro, não adiantaria, em breve tudo es-
taria parado, ele olha que já somava quase 10 centímetros de poei-
ra a rua, começa a subir a rua, e foi alertando as pessoas, para cui-
darem dos telhados, estava quase na Rua Eduardo Pinto da Rocha,
quando Sabrina apareceu descendo a rua.
— Sabe qual o problema?
— Não sei Pastor, ouvi que o Delegado Sergio trouxe ontem
a noite o senhor Gomes para a cidade, toda esta poeira esta ema-
nando da casa do senhor Gomes.
108
— Temos como ajudar?
— Sim, vamos por gente para limpar calhas e telhados, pois
isto pode reduzir casas pequenas a escombros.
— Mas como fazemos isto menina. – Ricardo.
Sabrina não iria falar, apenas toca o chão, pegando na poei-
ra, ela analisou a poeira, e no estacionamento da empresa de Go-
mes surge uma leva de bonecos de Sabrina, que começam a descer
as ruas ajudando e limpando as coisas.
Sabrina olha o pastor e fala.
— Não sei o que fazer mais Ricardo, mas temos de ajudar.
— Temos de organizar os irmãos e começar a ajudar os mais
pobres que vão precisar.
— Concordo senhor.

A imagem da casa do senhor João da Cruz, como a reporta-


gem falava, mostrava aquilo saindo da casa e indo ao ar, mostra as
ruas cheias de poeira, os hospitais enchendo de pessoas com pro-
blemas respiratórios, e uma leva de pessoas tentando limpar e aju-
dar os demais.
Muitos se perguntando o que era aquilo, e começando es-
peculações, mas nada de concreto.
O delegado Coelho olha para a rua e fala.
— O que pode ser isto investigador.
— Não sabemos, o antigo delegado disse que iria passar por
ai, ele queria conversar.
— Problemas?
— Ele parece que não está entendendo nada, se ele não es-
tá, quem poderia entender senhor.
— E pelo jeito vamos parar a cidade de vez.
— Sim, os aeroportos estão fechados, pois esta poeira dani-
fica as turbinas de aviões, não entendi, mas foi o que a ANAC afir-
mou, as estradas começam a fechar, dois acidentes da 376 na en-
trada da cidade, 2 na saída, um na 277 sentido Ponta Grossa, 3 no
sentido praias, e uma carreta de combustível na 116 tombou na
pista e explodiu.
O delegado olha para fora, estava constante a queda daque-
la fuligem e pergunta.
109
— Isto tem risco de nos soterrar?
— Não sei senhor, não sei.
Sergio chega logo após e ao lado dele estava Moreira e
Raiska, olha o delegado e pergunta.
— Podemos conversar Coelho?
— Problemas?
Sergio faz sinal para o investigador fechar a porta e abre o
computador pessoal e coloca a mesa.
— Coelho, o que era energia ontem, vi voltar a forma de
uma casa quando deixei o senhor João Gomes lá ontem, mas hoje
está assim.
O senhor olha a imagem e fala.
— E como paramos?
— Não acredito que algo pare algo assim, mas temos de nos
preparar, vai ser uma correria, pois em horas as ruas vão estar in-
transponíveis e toda a cidade parada.
— Algum plano?
— Queria conseguir evacuar, mas as estradas estão fechan-
do e teria de ser ou ao sul ou ao norte, pois oeste e leste, parecem
estar nas mesmas condições que nós.
O senhor olha Sergio que fala.
— Não parece nada bom, mas mantinha as pessoas onde
estão, daqui a pouco vamos começar a perder gente em transito,
evitava locais onde o telhado não for de laje ou bem inclinado, bei-
ras de rio vão começar a encher, pois a poeira mistura na agua e fica
mais densa.
— E o que estes que você monitora estão fazendo?
— Não entendi, mas Raiska pode tentar me explicar de no-
vo.
O olhar de Sergio para Raiska fez ela olhar Moreira e o dele-
gado e falar calmamente.
— Parece que esta poeira está tirando força de alguns, en-
tão eles se recolheram.
— Alguém deles vai ou não ajudar? – Coelho.
— Tem um exercito de gente ajudando Coelho, mas algo a
este nível, parece impossível enfrentar, não tem inimigo, apenas um

110
terreno jorrando muita poeira para o ar, mas sem ninguém o fazer,
e esta poeira vem para a Terra.
Raiska olha para Sergio.
— Tem de entender, dragões de fogo, não conseguem en-
frentar isto, que homens de pedra, não enfrentam isto, lobos não
enfrentam isto, que fantasmas não enfrentam isto, que Hons não
enfrentam isto, magia, depende, na hora certa talvez enfrente isto,
antes pode antecipar algo que vejo preocupante. – Raika.
— Mais preocupante que ruas com um metro de poeira. –
Delegado Coelho.
— Põem a imagem do satélite Sergio. – Raiska olhando o
rapaz, que põem e Moreira chega perto, e pergunta.
— O que é isto?
— Uma confluência de umidade do ar, vinda do Amazonas
via Paraguai, uma confluência de baixa pressão no mar, mantendo
uma onda de calor e humidade sobre o oceano, e uma frente fria
chegando todas amanha, sobre esta poeira. – Raiska. – Ela olha para
o delegado – em plena lua cheia, o mar vai estar com ondas de 3
metros, com lua cheia em maré alta durante a tarde de amanha, se
chover, Morretes vai para baixo d’água, mas com um adendo que
esta poeira, tá caído sobre a matas, vai escorrer para os rio de ca-
choeira rápida e chegar a cidade, como uma agua cinzenta, barrenta
e perigosa. O Iguaçu se levar esta agua para ele, transborda rápido
em Fazenda Rio Grande e Araucária, então estamos vendo hoje,
algo que amanha pode ser bem maior o problema, e temos de avi-
sar, projetar e tentar evitar os maiores riscos Delegado.
O delegado olha Sergio e pergunta.
— E faria oque?
— Eu estou fazendo mesmo sem receber por isto delegado,
estou afastado, lembra?
— Sim, mas o que está fazendo?
— Deixando todos a postos, sem fazer nada, para não ter-
mos de tirar ninguém da cadeia, na hora do problema real.
— E porque está acontecendo isto? – Coelho.
— Não sei, pensei estar ajudando ontem, e acabo prova-
velmente trazendo Gomes para uma armadilha que já era esperada
por alguém.
111
— E como nos viramos até amanha?
— Temos gente apoiando as pessoas e vamos acionar a de-
fesa civil para evacuar todas as áreas de risco, casarões antigos,
construções que podem vir a alagar ou desabar. – Sergio.
— E? – Coelho.
— Espero que João tome as rédeas, ele sempre foi bem de-
terminado no que diz respeito a sistemático.
— Acha que ele está enfrentando um desafio? – Raiska.
— Acho, não sei qual, mas acho. – Sergio.
— Aquela moça, Jessica, não conseguiria ajudar? – Moreira.
— Para ir ao desafio, Jessica teria de sentir o cheiro do local
onde é o desafio, ela mesmo disse, que não sente o cheiro do rapaz,
mas logo após espirrou, esta poeira pode ser bem para ninguém
saber o que fazer. – Sergio.
— E pelo jeito algo que ninguém possa ajudar, poeira, como
se enfrenta isto? – Coelho.
Moreira olha o delegado e fala.
— Estamos entrando na cidade com dois mil ônibus e 200
maquinas de limpeza de pista, vamos tentar tirar as pessoas mais
frágeis da cidade delegado. – Moreira. – Parece muito, mas é bem
pouco o que podemos tirar neste tempo delegado.
Sergio pensou, 80 mil pessoas, difícil de acomodar fora, difí-
cil de organizar, e perto dos um milhão de setecentos mil habitan-
tes, um nada.

Jessica olhava mais afastada a formação e olha Dara chegar


ao seu lado.
— O que aconteceu menina?
— Não sei, sinto como se o tivesse perdido.
— Acha que ele não volta?
— Não sei, não o sinto mais, algo está bem errado, é como
se estivéssemos presos em uma redoma de energia, e esta energia
quer nos absorver a todos.
— A grande concentração de forças, parte das bruxas de
Evolène foram absorvidas por este mal, parte da energia do local,
absorvida, e agora, parece querer tudo de volta.
— Não entendi.
112
— O que minha avó tinha rejuvenescido até ontem, parece
ter a envelhecido em dobro no dia de hoje, ninguém tem forças
para uma transmutação, até ontem isto estava bem vivo em nós.
— Tem alguém armando, e não consigo ver quem? – Jessica.
— Não poderia ser João?
— Poderia, mas não me parece ser ele. – Jessica.
— Porque não?
— Se ele fosse tudo que esta força está mostrando a alguns
meses atrás, ele teria absorvido toda a energia de Wasser e nem
precisaria de mais nada, para avançar, pois toda a energia estava lá,
alguns seres morreriam, mas ele teria toda a energia.
— Ainda o defendendo. – Dara.
— Não entendo o que quer o acusando Dara.
— Me convencer que não foi ele.
Jessica a olha serio e sente aqueles seres chegando perto e
ajudando as pessoas a limparem a rua.
Jessica olha os seres e fala.
— Quando a magia não funciona, os braços, podem fazer a
diferença.
— Que braços? – Dara olhando aqueles seres, sem nem
prestar atenção que eles não tinham aura, e eram basicamente
copias uns dos outros.
Jessica olha o pessoal chegando com carrinhos de mão, e
começar a limpar a rua, puxar os excessos de telhados, e jogar em
uma caçamba de caminhão, ela repara que alguns moradores co-
meçam a ajudar, e começam a tentar enfrentar.
Ao sul da região, em uma região que foi uma pedreira, os
caminhões chegavam e derramavam aquela poeira.
No outro lado da cidade, Amanda fala com antigos amigos e
começa a organizar locais nas igrejas locais, para alojar os que mo-
ravam em casas que poderiam não aguentar aquele peso. Ela olha a
rua e olha aqueles seres estranhos surgirem e um olhar para ela.
— Deve ser Amanda?
— Sim.
— Marcot, guerreiro dos Hons, no que podemos ajudar.
— Vamos conseguir gente e vamos começar a limpar parte,
nem que nos lugares que vamos nos instalar.
113
O pessoal da igreja estranha aqueles seres, mas eles tinham
a força para desobstruir uma rua, que alguns não tinham.
Amanda sabia que estava comprando uma guerra, e não sa-
bia onde acabaria, mas tinha certeza que assim que não precisas-
sem, eles iriam afastar os seres, e talvez ela, sorri da ideia de a afas-
tarem dali, eles não sabiam nada da vida dela dos últimos anos.
Mas a limpeza começa a dar um local para abrigar o pessoal,
e isto já era o que ela estava se propondo a fazer.

João sente a energia daquele pó e pensa, não via nada e não


conseguia acordar, sinal que não estavam na cama, talvez seu gran-
de medo estivesse acontecendo e ele olhavam em volta.
Ele pensa em lavar tudo e fica pensando se não era isto que
Wasser queria.
Ele não sabia, mas olha para sua perna, conseguia andar,
então resolveu levantar a perna e caminhar sobre aquele pó, fino
suficiente para afundar, ele chega a parte alta, e vê a cidade parada,
olha eles esvaziando o hospital, aquilo estava fazendo mal.
Ele não sentia seu corpo, ele olha para um ônibus e entra
nele, viu que as ruas estavam vazias e com muita poeira, dentro em
pouco os expressos iriam parar, mas pensar em casa não o levou
para lá, então resolveu, mesmo ninguém o vendo, ir para casa.
Ele chega ao terminal do Boqueirão e os ônibus estavam to-
dos parados, ele não ouvia o que as pessoas falavam, mas parou a
uma lanchonete e olhou as imagens, falava de uma configuração
que provocaria chuva no dia seguinte, ele sem ouvir entendeu, mos-
trava imagens de toda região e não sabia como parar aquilo, ele
estava preocupado, e viu um ônibus sair no sentido do Osternack,
ele não entendeu, mas as pessoas pareciam estar indo para casa,
como se estivessem sendo dispensadas.
Ele desce a duas quadras de casa e olha aquela fuligem su-
bindo, olha aqueles seres ajudando a limpar, olhou para Sabrina, ela
parecia fraca, mas não desistiria de ajudar.
Caminha até em casa e olha Jessica e Dara, e pensa o que
fazer, vendo aquela formação, não ouvia nada, era para não intera-
gir, mas ele entra no terreno e pensa onde seria a casa, ele sente a
mesma em pó, ela se materializa e se desfaz.
114
João viu que Jessica e Dara olharam para a casa, mas fala-
ram algo que não entendeu, teria de pensar, ele chega ao centro da
formação e pensa no que fazer.
Ele sente a energia saindo do local, não dele, então ele de-
veria estar ali, ele afasta as mãos e olha aquele corpo caído, abaixo
da poeira, e olha as moças correrem para o local.
Fica a olhar elas chamarem alguém.

Jessica olha a casa se formar, e sumir e fala.


— Ele está tentando algo Dara.
— Mas o que?
As duas veem aquela poeira se afastar do centro do terreno
e olham o corpo caído e correm até ele.
— Ele está com a respiração bem fraca Dara.
Os telefones estavam com interferência, mas Jessica olha
um dos bonecos chegar e o erguer e indicar o caminho, eles sobem
a rua e o olhar de Jessica para Ricardo, o fez olhar para o colo do ser
e ver João.
— O que aconteceu?
— Ele estava enterrado em poeira no terreno Pastor, preci-
samos de um lugar para o colocar e ver se ele reage.
Jessica olha para Ricardo e fala.
— Ele parece não estar no corpo, mas não sei o que fazer.
Ele olha em volta e olha aquele espirito a porta, Dara não
via, mas Jessica olha ele e pergunta olhando para Ricardo.
— Qual a ligação?
— Não sei, mas ele parece feliz com a catástrofe, com a
possível morte de João.
Dara olha os dois e pergunta.
— Ele quem?
— Dara, tem coisa que nos transformariam em malucos,
mas temos de entender o que aconteceu, pelo jeito teremos de o
levar a um hospital.
Ele ouvem o barulho de algo caindo forte e olham para fora,
alguns telhados não aguentaram, mas a poeira que subia e caia aos
poucos, caiu de uma vez, o que eram centímetros de poeira virou
perto de meio metro, na cidade inteira.
115
Jessica olha para a região da casa e fala.
— Parou, mas acredito que seja porque o tiramos de lá, mas
não temos certeza de o poder afastar Ricardo.
— E se ele morrer. – Ricardo.
— Olha a rua Ricardo, acha que alguém chega em algum lu-
gar agora?
Jessica olha para o boneco e fala.
— Traz Sabrina para dentro.
Dara não entendeu, mas viu o que parecia um ser grande
sair e olha para Ricardo.
— Temos algo para o deitar.
— Nem usei o quarto ainda.
Paulo chega a igreja e pergunta.
— O que está acontecendo.
— O senhor João Gomes estava enterrando no terreno,
abaixo da poeira, mas parece respirar pouco. – Jessica tentando
evitar palavras mais difíceis, mas via o senhor frágil a sua frente, e
ouve.
— Mas Ricardo, não podemos deixar um bruxo na igreja.
Ricardo olha o senhor e fala.
— Assim que conseguir andar o tiro daqui pastor.
Jessica viu o boneco trazer aos braços Sabrina, ela olha João
e fala.
— Acharam ele onde?
— Enterrado na poeira da casa, ele tentou levantar a casa,
mas ela se desfez em poeira novamente. – Jessica.
— Tô precisando descansar.
Paulo olha para a menina e fala.
— Esta igreja tá ficando cheia de bruxas, tem se sair menina.
— Assim que estiver falando com suas palavras Pastor, e
não com este ser que juro, quase chamei de Deus, que está lhe so-
prando absurdos, eu saio. – Sabrina olhando o pastor, Jessica olha
para Dara e fala.
— Não vai ser fácil em toda região.
— Ele teria como enfrentar.
— O corpo vive Dara, mas a alma dele não está ai, não sei
onde, mas sei que ele tem de ter alma para voltar, talvez o que não
116
entendi antes, é que ele é o alvo, não sei o que ele faria neste ins-
tante, mas eu não posso o acordar antes do espirito dele estar aqui,
e pode ser bem o que alguém quer.
Jessica olha para o pastor Paulo, que viu aquele espirito sair
dele, e olhar para o corpo e falar.
— Não sei porque não posso entrar no corpo dele mais.

Na avenida Marechal Floriano, uma leva e energia se junta e


começa a crescer, puxando a poeira, parecia não entender o que
teria de fazer, mas parece sentir o cheiro no ar e começa a andar no
sentido do fim da avenida, passando por cima das coisas, atraindo
poeira, e crescendo, ele ainda estava com 3 metros, mas caminhava
crescendo.
Ele chega ao terminal do Boqueirão, sente a energia que por
ali passou e as pessoas se assustam. Estavam protegidas ali, da po-
eira que na rua estava com mais de meio metro, olha para a rua e
começa a caminhar, sente a poeira e ia a atraindo, deixando um
rastro de por onde passou.
Ele caminha e passa por gente se afastando, parecia sentir a
energia e começar a passar da cor cinza para a preta.
Ele chega a rua e olha aquela poeira grossa, olha a rua para
baixo e sente aquela energia se erguer, não entendeu, mas viu a
casa se formar a rua, limpa, em meio a uma cidade com cor de cin-
zas.

O espirito de João estava ali, e olha o ser, ele não o via, en-
tão o que ele queria era seu corpo, ele senta-se a varanda e olha
alguns olharem a casa, e o ser olha aquele brilho sair da casa, não
viam João, e começar a tocar a poeira e esta se desfazer em energia,
e olha para o ser olhar desconfiado e brilhar, João olha a aura e
segue o ser, olha para seu corpo a cama e todos olhando aquele ser
ali, olha para Yahoshúa, ele falara para ele ficar longe e ele estava
ali, Jessica olha o ser e fala.
— Pensei que havia morrido?
O ser olha a menina, não parecia preocupado com ela e fala
com um som estranho.
— A porta que parece achar ser mais que uma porta.
117
— Não, apenas uma porta que sabe ser uma porta.
O ser olha o corpo, todos foram afastados para longe e ele
tenta tocar o corpo de João e todos veem o ser afastar a mão, parte
se desfez em energia.
— Que proteção colocou nele? – O ser olhando para Jessica,
que sorri e fala.
— Se não sente que ele não está ai, para que defender o
que não preciso defender.
— Não quero o espirito dele, e sim o copo, é o corpo dele
que foi preparado pelo Eterno para não morrer, para não sentir,
para atravessar o tempo.
Jessica ficou preocupada e falou.
— Onde colocou o espirito dele.
— Apenas o separei para o centro da cidade, estranho como
a cinza de uma separação destas é energética, sabe aquelas coisas
que estudamos mas nunca vivenciamos.
Jessica olha para Yahoshúa e este olha o ser que fala.
— Um bom menino, pensei que teria de ir atrás de você de-
pois Yahoshúa.
Yahoshúa olha Jessica e fala.
— Sei que não está entendendo, sua duvida parece a de to-
dos, mas os demais não veem aura.
Jessica olha para a aura de Yahoshúa, mudar de cor, não era
Yahoshúa, era parte da ciência de existência de Wasser, ela estava
presa, quem a soltou estava a cama, e todos a volta, sem saber o
que fazer.

Do lado de fora, o vento forte, as nuvens pesadas falavam,


vai chover, alguns olhavam pensando no problema daquela agua
com toda aquela poeira, tampando tudo, subindo rápido, mas ainda
era o céu ficando negro, se via os relâmpagos, mas ainda sem chu-
va.
João olha para seu lado, e olha o pequeno Nemahiah (João
Ninguém), o ser pareceu olhar em volta, procurando de onde vinha
aquela energia, ele não via, mas sabia de onde viria, se viu poeira
sair dele e cercar o pequeno anjo, o ser olha como se fosse algo
oculto e fala.
118
— Ai que esconderam a chave de entrada?
A poeira dava o contorno de um pequeno menino, mas Ne-
mahiah abre as asas e Jessica sorri vendo o ser dar um passo atrás e
falar.
— O que faz aqui anjinho, não está no lugar errado?
Nemahiah olha para o ser e fala.
As vidraças explodiram, todos colocaram a mão nos ouvi-
dos, menos João que não ouviu, ele não sabia que ouviria apenas
quando estivesse no corpo novamente.
— O Eterno lhe espera Wasser.
O ser é remessado pelo som a parede se desfazendo e refa-
zendo, e olhando assustado para o local, ele não via o anjo.
— E porque acreditaria nisto?
— Diria Wasser, se não acredita no que sente, ouve, vê, já
morreu mesmo, morreu por escolha.
O ser encostado a parede, sentia aquele som aterrador pas-
sar por ele.
O pequeno anjo evitava olhar para João, mas olha para
Yahoshúa e puxa com as mãos, e todos veem aquele espectro ser
atraído para suas mãos e o anjo deixa de estar invisível e o ser olha
para o pequeno anjo.
— Não pode se apoderar do que é meu.
— Tudo é do eterno, não seu.
O ser olha para o corpo, espera o corpo se refazer nova-
mente e avança no sentido do corpo de João, e o ser quando sente
a mão se desfazer recolhe a mão e fala.
— O que pôs sobre ele?
— Nunca pus nada sobre ele, quem o fez, não fui eu, e lhe
garanto senhor Peter Wasser, es melhor quisto que eu pelo Eterno,
a menina ao lado é melhor quista que eu e o senhor juntos, e se
olhas para o mundo como olha para ela, como uma porta, acho que
em pouco tempo o próprio Eterno, vai entender o erro de o deixar
tanto tempo por aqui.
O ser sentia aquela energia, o pequeno anjo estava fazendo
de proposito, todos sentiam o ser cada hora tinha mais a feição de
Wasser, o ser achava estar ganhando forma, então parecia querer
provocar mais um pouco.
119
— E porque não consigo entrar nele.
— Tem de entender de Eterno para entender de João Jorge
Gomes senhor Wasser.
Jessica começava a recuar, as mãos nos ouvidos, e Dara olha
para o ser tomar a forma que conhecera a muito tempo, e pensa em
o que estava acontecendo.
— E como posso recusar todo este poder, isto vicia.
— Não, isto acomoda. – O pequeno anjo olha para João,
ninguém via e fez um movimento com a asa para João voltar ao
corpo, enquanto Wasser se refazia novamente.
João não ouvia, mas chega ao corpo, Jessica olha para o
corpo ganhar aura, e depois a ocultar, e João tossir e olhar em volta
assustado.
— Onde estou? – João encenando.
O pequeno anjo sorri e apenas some. A poeira vai ao chão,
Jessica faz sinal para Ricardo recuar, Dara olha pensando em prote-
ger João, ele senta-se a cama e o ser senta-se ao lado tocando seu
ombro, e Wasser fala.
— Acha que não vai me dar um corpo senhor João?
João olha encenando para o senhor e fala.
— Wasser, você não tinha morrido?
— Sabe bem o que aconteceu João.
— Sei? – João olha para Jessica e fala. — Tira os demais da
peça Keka.
Wasser olha para a menina e pergunta.
— Pensei que ela não sentisse nada?
— Eu não sinto nada Wasser, mas o que faz a minha frente,
não iria renascer?
Jessica foi tirando os demais e Wasser achou bom isto, em-
bora estivesse claro no olhar de Jessica que ela não queria sair.
Wasser segurava o ombro de João e falou.
— Que resistência é esta, porque não posso apenas tomar
sua existência João.
— Teria de entender disto, eu sou apenas um vendedor de
roupas Wasser.
— E deixou de ter aura quando?

120
— Não sei, fui para casa parece que a pouco, não entendi,
cai e não lembro de nada.
Wasser estava pensando em como conseguir, e olha em vol-
ta e com a mão no ombro de João, os dois somem da cama, e sur-
gem em um mundo se reestruturando, e Wasser olha em volta e
fala.
— Pode não saber João, mas vou lhe matar aqui.
João olha para o senhor e fala.
— Sempre cheio de brincadeiras.

Jessica sente a energia e volta para dentro, os dois não es-


tavam mais lá.
Ela olha para fora e fala.
— Vai chover em breve, que o Eterno tenha pena de nossas
almas.
Paulo olha para Jessica e pergunta.
— O que era aquela criança?
— Nemahiah, um Arcanjo de Deus. – Jessica.
Ricardo viu a cara de duvida e fala.
— Mas o que o ser veio fazer?
— Não entendi, trazer João ao corpo, para que saíssemos
com vida daquele quarto. – Jessica.
— E quem era aquele ser? – Paulo.
— Peter Wasser, o bruxo mais temido do mundo, que mes-
mo morto, parece ter planos para voltar.
— E onde foram?
Jessica se concentra e olha aquela imagem na parede, como
se mostrasse um mundo e fala.
— Ele vai tentar matar João, ele precisa de algo, mas não
entendi, porque o anjo não intercedeu. – Jessica.
— Que mundo é este? – Dara.
— Mundo do Olho que nada Vê.
— E o que este mundo tem de especial?
— Mundo que as coletas de almas de Magog se destinavam,
o mundo que Magog considera o de Deus.
— E o que Wasser ganharia lá?

121
— Não sei o que ele quer lá, não sei quem é a vitima, mas
com certeza, pelo que – Jessica ficou a lembrar da historia da prima
e para na afirmativa que o ser já havia morrido lá, a muito, então as
almas não iriam ao espirito e sim seriam retransmitidas, e ficou
pensando se Wasser não pensou em ficar com todas as almas, ficou
a olhar em volta e olha para Dara – pelo que lembrei, minha prima
caminhou por aquele mundo, mas era um mundo morto.
— Não parecia morto. – Pastor Paulo.
Sabrina olha para fora, se ouvia os trovões e fala.
— E como ajudamos a cidade, pelo jeito será uma briga en-
tre o maior bruxo já existente e João.
Ricardo olha para Paulo que olha a moça e fala.
— Sabe que não é bem vinda.
Ricardo olha para Paulo e sai junto da moça e fala.
— Vamos falar com o professor do colégio e da Igreja acima.
Paulo entendeu, Ricardo iria procurar ajudar, se ele queria
manter a igreja, o rapaz parecia querer manter algo a mais.
Maria olha Paulo e fala.
— Onde ele vai?
— Não entendi, mas ele parece envolvido com este pessoal
ligado a bruxaria.
Ricardo nem olha para trás e Jessica olha Paulo e fala.
— Estranho gente que diz acreditar em Deus, e tudo ser o
Demônio, vocês não acreditam em Deus, vocês tem medo de ir ao
inferno.
Ela sai e olha para Dara.
— Imagina se soubessem sua idade o que falavam.
— Crianças querendo entender Deus são mais eficientes.
Jessica sorriu e caminham a rua e ficou obvio que não volta-
riam, o pastor olha o anuncio do culto, não sabia se Ricardo voltaria,
mas era possível que sim, ele se mostrara incansável.

122
123
J.J.Gremmelmaier

Mundo dos Olhos

124
João olha o mundo que surgira e olha para Wasser tocar o
chão, sente o mesmo prender seu pé e olha o senhor sair olhando
ao fundo o castelo.
Mundo dos olhos, João sorriu e olhou para o senhor lhe
olhar e falar.
— Não entendeu mesmo senhor Gomes?
João pensou em responder, mas olhou suas mãos e o se-
nhor saberia que estaria mentindo, sua aura mesmo querendo a
manter invisível, estava visível.
João repara que Wasser olha sua aura e sorri, ele deve ter
pensado que a aura de imortal de João era bem o que esperava em
um ser eterno, mas ele deu dois passos a frente e olhou João nova-
mente.
— Talvez tenha de experimentar algumas coisas para lhe
matar, mas o único ser que não consegui destruir foi Tudor, e ele
achou que era um amigo, estes Morois são ingênuos.
João tenta tirar os pés, olha em volta, estava em um pânta-
no, e o senhor caminha no sentido do castelo ao fundo. A volta se-
res estranhos, disformes.
João olha o barro, não conseguia se mexer, sente o corpo
cansado, era um teste e ele não parecia disposto a fazer parte da-
quilo, sente uma rocha ao fundo e faz movimento com a mão, e a
mesma se aproxima, ele senta-se nela, olhando em volta.
Wasser caminha pelo mundo do Olho, e olha que estava tu-
do mais vivo, não entendeu, mas sinal que teria mais seres para
aprisionar, ele caminha até o castelo e grita para cima.
— Hórus, onde estas?
Aquele espirito olha Wasser a parte baixa e lembra da pri-
meira vez que o ser veio ali, se fez de amigo, o induziu ao controle
das almas, por anos sentiu-se forte, mais do que nas primeiras con-
quistas, e fala.
— O que quer bruxo?
Wasser olha Hórus e fala.
— Me desafiando petulante?
— Eu morri, não falou que este era o custo de não ter man-
tido meu corpo, e você, parece estar emprestando um corpo.

125
— Eu vou mudar de face, mas não quer dizer que não me
deva satisfação.
— Eu não lhe devo, uma das suas queridinhas, atravessou
este mundo e fez ele inteiro renascer.
Wasser sorri e fala.
— As vezes acertamos no erro, queria oque, o mundo sem-
pre morto?
— Eles temem o castelo Wasser, se antes queriam chegar e
imploravam para entrar, hoje ninguém quer chegar perto.
Wasser olha surgir no céu o sol, estranha, ele reduzira aqui-
lo a nada, para ter forças para impor sobre este mundo e pergunta.
— E como foi refeito o sol?
— Não sei, mas uma menina com seu cheiro, nome Nane, o
refez e me deixou para trás, voltando para seu mundo, você disse
que não tinha saída.
— Disse que a vida é para se aprender Hórus, não para ficar
inerte, nem vi Nane lá ainda, mas não vai abrir.
— O castelo está pela metade Wasser, a proteção caiu e a
agua derrubou parte dele.
— E as almas?
— Renasceram, já falei.
Wasser olha em volta e fala.
— Pelo jeito demorei demais para voltar, não entendi o que
deu errado no plano um e dois, mas parece que finalmente tenho
parte de mim, mas parte do que sabia, se perdeu, o Eterno o tomou
de mim.
— E como pretende retomar isto?
— Tem um ser ao pântano, ele teria como me atalhar todo
o conhecimento do Eterno.
— Pelo jeito está improvisando. – Hórus ainda olhando de
cima, para o pântano.
— Sim, era para já estar ciente de mim, quando tomasse a
energia do senhor ali, mas parece que algo deu errado.
— E não lembra oque?
— Foi me tirado bem esta parte Hórus, o conhecimento do
antes, durante e depois, tenho apenas lembranças vagas.

126
Wasser mexe as mãos e uma ponte se forma, e a parede se
abre para ele entrar.
Ele olha a parte a direita derrubada, puxa para ele a mão e o
muro foi se erguendo, e olha para Hórus.
— Tem de ser muito idiota para não cuidar do próprio cor-
po, não preciso falar isto para os demais.
Hórus olha para João e fala.
— O que ele é, pois as rochas do pântano o obedecem.
— Se não tivesse interferido, ele seria um Arcanjo do Eter-
no, o verdadeiro, não estes abaixo que se acham, mas então nele
tem o poder de um arcanjo de Deus, não entendi ainda o caminho,
mas estou pensando.
— Persegue mesmo a vontade de ser Deus.
— Ele me desmascarou, ele descobriu o espirito de luz que
encantei e deixei aprisionado, com meus conhecimentos, e que
soprava uma religião, algo que arraigou tão fundo nos humanos,
que eles oram para este espirito de luz e me dão força.
— Esta falando dos Cristãos?
— Sim, pensa que eles perseguiram bruxos, e com isto me
deram mais forças, a contradição de um bruxo não poder ser afeta-
do pela igreja cristã, e eles nunca entenderam.
— E o que pretende fazer com ele?
— Ele tem de morrer, mas eu não posso ser o causador,
neste mundo não posso, ele não sabe, já que eu quero apenas me
apoderar do corpo, e não sei como, não consegui com ele dentro.
— Tem de ver que se fosse fácil, muitos teriam feito,
— Verdade, Mohamed conseguiu e eu não.
— Quem foi este? – Hórus. – O que este ser fez que lhe pas-
sou para trás?
— Ele se voltou a Deus, eu não quero ser um servo.
— E força todos o servir, uma bela contradição.
João no pântano olha para o chegar perto de alguns seres,
eles viam que ficariam atolados e não chegam muito perto.
Um olha e se ergue a frente.
— Humanos deveriam ser proibidos aqui.
João olha o Laikan e fala.
— Laikans também!
127
— Como veio parar aqui humano, já que não sei onde estou,
estava em um campo e muitas almas foram atraídas para cá, alguns
irmãos também vieram.
— Uma dica, é hora de se afastar do castelo.
— Por quê?
— Já ouviu falar de Peter Wasser?
— Sim.
— Ele que controlava Hórus, ele que pedia as almas a Ma-
gog, então se ele está ali, ele vai tentar reerguer o que sabe fazer,
mas Laikans para ele são força espiritual.
— E quem é você?
— Apenas um João.
Os seres que pareciam mais vivos naquele mundo começam
se afastar e João sente algo morder sua perna, ele não teria como a
tirar, sente a dor e pensa em quanto idiota seria seu fim naquele
mundo.
Tenta lembrar do pouco que ouvira falar daquele mundo,
pois apenas Keka falava dele.
Olha em volta, era outro, mas com certeza quando você re-
acende um sol, quando você liberta as almas de um mundo, e
quando se afasta um dos maiores problemas, a tendência era voltar
a vida.
A dor estava insuportável, ele pensa em sua aura e ela fica
visível, o ser para de morder, e olha aquela cabeça sair da lama e lhe
olhar.
O ser parecia um misto de serpente com a dentição de um
felino, uma serpente com orelhas, mesmo pequenas, era diferente
já na aparência.
O ser olha para João e sai, e outros vendo a luz de João, en-
quanto o dia chegava ao fim, começam a se aproximar.
João estava pensando nas feridas e estas começam por bai-
xo da lama a cicatrizar.
Sente o esfriar do fim do dia, a humidade começa a somar
no céu, ele sente a visibilidade diminuir, ele sente a pequena garoa,
ser absorvida pela lama e a direita se via a chuva nas montanhas,
sabia que subiria o nível, sente as narinas e elas se fecham, ele ape-

128
nas deita na pedra, os seres se afastam da margem e João sente a
agua lhe cobrir.
Wasser olhava para João por cima, olha a nebulosidade au-
mentar e levanta as mãos e Hórus olha para a chuva aumentar em
volta, olha para onde o rapaz estava, não via, mas viu os rios a volta
começarem a subir.
Wasser olha para o local e vê o brilho sumir, sorri e sente a
energia se afastando e não entende.
— Ele não pode sair.
Hórus olha o senhor formar uma proteção e sair pela entra-
da e começar a andar no sentido do local e olha para o lago onde
deixou o senhor e sente a energia e olha para o lago, não entendeu,
parecia subir pelo rio, como?
Hórus olha o bruxo se afastar subindo a colina, não sabia o
que ele pretendia, mas se o senhor tinha escapado, ele iria atrás.
Quando Wasser chega a um lago na parte alta, sente as
energias ao longe, não entendendo que eram apenas um grupo de
Laikans se afastando.
Ele olha as nuvens e elas continuaram a chover, embora ele
pensasse nela parando.
João sente a perna solta e apenas flutua, sente a agua e pisa
sobre ela, Hórus olha para o rapaz e Wasser olha para o castelo,
sentiu o alerta, mas não entendeu, olha para o lago inferior e olha
aquele ser andando na agua, e olha para ele caminhar no sentido do
mar, e pensa, ele não queria uma saída fácil, mas parecia que Was-
ser achava que poderia o matar.
Ele senta-se ao meio do rio, que corria centímetros abaixo
de suas pernas, e Wasser chega a ele.
— Acha que pode me desafiar? – Wasser.
— Quem é você mesmo? – João o encarando – Em que
mundo estamos mesmos? – João olha em volta.
Wasser olha para o entorno e fala.
— Bem diferente de quando cheguei aqui, era pura vida.
— Não, era pura incerteza, pura natureza sem controle, mas
a pergunta não foi esta, quem é você, pois um ser que não se preo-
cupa nem em matar sua prole para voltar, nem humano é, muito
menos um cão, e está onde, pois este mundo, você conheceu mais
129
vivo e o deixou mais morto, matou até o controle, você é tido como
o ser mais inteligente dos bruxos, se escondeu na palavra pagão,
entendi o porque Margarida achou que era um xingamento aos
pagãos quando você se afirmou um, mas não entende, tudo que
fizer aqui, nunca mais será seu, pois as vidas, que tem em volta, não
lhe devem nada, elas podem ter sido libertas por alguém que você
se disse mestre, mas este não é o mundo do olho.
— Acha que me ofende?
João olha em volta e toca a agua, os Laikans ao longe sente
o portal e atravessam para a Terra.
Wasser sente o sair de energia do planeta e olha João.
— O que fez?
— Quem é o sabe tudo aqui Peter?
— Querendo provocar, mas a agua já baixa e a terra me
obedece.
— Obedece, tem certeza?
— Acha que vou desistir de sua vida?
— Você só está me confirmando, e confirmando a terra do
mundo do Olho, que ela não lhe deve nada, pois és um morto.
— Acha que as energias obedecem apenas por vida ou mor-
te?
— Não, como disse, o entendido aqui é você.
João olha Wasser tentar pisar na agua e afunda o pé, sabia
que era fundo onde João estava, tentava entender a magia que João
estava usando e não parecia lhe fazer sentido.
Os seres ao verem Wasser se afastam e o bruxo viu que não
seria como antes, que todos vieram encantados, agora teria de os
caçar.
João sentado acima da água, olha em volta e viu que a chu-
va parou, mas o nível se manteve, Sente aquela energia vinda de
Wasser, pensa se entrava na encenação e começa a afundar, não
sabia que o senhor era tão infantil, talvez ele mesmo foi pela propa-
ganda de Keka, mas esqueceu que ela o conhecera ainda na infân-
cia, então o que para ela era alguém inteligente poderia ter sido
impressão de inteligência.
Wasser olha João afundar, mas sabia que ele estava prote-
gido, pois ele não se batera a agua, ele tentava entender.
130
João estava a agua e sente a batida forte na água, para uma
coisa seus ouvidos foram preparados, agudos e sons fortes, sente
depois o choque, até estremeceu, e olha aquele ser estranho come-
çar a boiar a toda volta, Wasser fazendo estrago novamente.
João pensa em seu corpo pesado e afunda, estava de noite,
então se via pouco do fundo, mas começa a andar no sentido opos-
to a corrente.
Wasser sente o senhor se mexendo no fundo, e olha aquela
leva de seres boiando.
Estranho alguém que todos falavam de seus poderes, de
seus cálculos, de sua perspicácia, apenas destruindo algo, sem nem
se preocupar com isto.
Wasser pensa em acompanhar pela margem e viu aqueles
imensos seres rastejantes com bocas com dentição tripla, chegarem
a margem, ele tentou os afastar e eles apenas fazem um som para
ele, estavam querendo pegar o mais rápido possível os seres que
boiavam a margem, arrastavam para longe e começaram a despe-
daçar o ser.
Eram muitos, pareciam com fome e Wasser desvia.
João sente Wasser a beira e apenas pensa se tinha uma
forma fácil de sair dali, sim, mas o que ganharia com isto?
Lembrou da chuva em Curitiba, pensa em como estavam e
lembra que não deveria ter paridade de tempo e apenas sorri, e
Wasser olha aquele planeta próximo, brilhar ao céu, surgindo de
trás das nuvens.
João olha para cima e viu o brilho através da agua e sorri. A
chuva que se iniciava em Curitiba começa a se desfazer em energia,
que tocava a poeira e sumia ao ar.
Wasser olha para o meio do lago, aquele ser com aura bri-
lhante ficava bem visível no centro do lago para quem estava fora,
para João, poucos centímetros a frente.
Um passo e João sente aquilo o agarrar, e pressionar, não
sabia o que era, mas nem tudo morrera no lago, e agora sentia aqui-
lo o apertar, dói as costas e o corpo, e aquele ser aproxima-se, pa-
recia uma lula, mas algo que no escuro não se diria a cor.
Sua aura fica a apertar ele, e por um momento pensou na
possibilidade de não voltar.
131
Jessica olha para a chuva se tornar energia e olha Dara.
— João precisa de ajuda, para sair daquele mundo.
— Vai o ajudar?
— Dara, o filho que espero não é dele, ele sabe disto, vocês
parecem ter esquecido que João não se preocupava em agradar.
— E mesmo assim vai arriscar?
— Sempre disse que uma coisa é o que se escreve dos Mo-
rois, outra a verdade.
Dara olha com raiva e Jessica olha para Nane chegando a
ela.
— O que faremos?
— Onde está Máximus? – Jessica.
— Problemas?
— Wasser arrastou João para o mundo do Olho, eu não co-
nheço.
— Não sei como ele está Jessica, faz dois anos.
— Certo, como chegou lá?
— Pelo cheiro, a forma fácil. – Nane.
Jessica olha para Dara, ela não iria, e Nane fala.
— Se cuida, ajeitamos por aqui.
Jessica lembra do cheiro de Máximus e olha a porta surgir as
costas, ela olha os Laikans saindo e olha para o vale, se tinham
Laikans ali, talvez os tirar antes de qualquer coisa, mas aqueles por-
tais abertos, passaria mais que apenas Laikans.
Ela desce e olha o lago superior e olha o castelo ao fundo do
vale, onde o rio corria e olha aquela luz na agua, toca o lago e sente
o ser e sente João.
“Calma, onde está Wasser”.
“Não era para vir Keka.”
— A menina petulante. – Ouve Jessica as costas.
— O ser que chamei de mestre, e é apenas um farsante.
— Não sou uma farsa.
— Se usava magia da fé, e se dizia ou bruxo, ou pagão, era
um farsante sim Peter, você se fazia forte, sentíamos através da
terra e achávamos que era um caminho bonito, olha o que está
transformando nossa visão de você.
— Não preciso de vocês, de suas visões.
132
Jessica tocava a agua e pensa.
“Tem certeza de ser Wasser?”
João pensa e fala.
“Quem mais conhecia eles era vocês!”
Jessica olha o castelo ao fundo e pensa nele ao chão e o
mesmo se desfaz, inteiro, o espirito de Hórus olha assustado e Was-
ser fala.
— Isto foi raiva? – Peter.
— Não, testando se as magias locais obedeciam, porque
elas funcionam assim, estranhas?
— Tentando me omitir algo? – Wasser olhando que a aura
não chegou a mentir, mas tentou a indução.
— Porque matar João?
— Pena do pai da criança?
“Sei que não é meu Jessica, não se preocupe”
— Está coisas de inverter magias, é como esta coisa de ter
um filho de João.
Wasser olha a indução a mentira da aura de Jessica e per-
gunta.
— Esqueceu que não pode mentir para mim pequena.
— Esqueci quase tudo, pois era para não me envolver com
senhores mais velhos, era para não me deixar seduzir por alguém
mais velho, era para não me portar como alguém que tinha dois
namorados, e tinha 3, mas Wasser, você não entendeu nada, e pode
até matar João, mas nunca vai estar ao lado do Eterno.
Wasser viu que ela não mentiu, ela pensou mesmo falar a
verdade, então ele a olha descrente.
— Porque não?
— Não entendeu o que o pequeno Nemahiah fez, e nunca
vai entender, o local foi ocupado, Deus não opera uma vez, ele con-
certa o errado Wasser, nem que refazendo mil vezes.
— Palavras vazias.
— Certo, ele tirou de você toda a ciência do primeiro e se-
gundo confronto, acabou levando também o de Magog, então está
apenas com pouca informação, tudo anterior a sua morte, nada
posterior a ela. Além da energia das orações, numa única cartada.
— E como você saberia?
133
— Sabe onde deu errado o seu segundo plano?
— Não, você sabe que não.
— Eu conheci pessoalmente a caverna que recriou lá, pois
eu atravessei o mundo dos cães, eu os soltei, não deu certo pois
sabia que era ti, o Eterno não tem aura.
Wasser olha a menina e pensa.
— E a primeira.
— Engraçado, sabia que iria perguntar isto, mas não vou dar
qual foi a que não deu certo, apenas não deu certo.
— E porque o defende?
— Ele sabe, você não precisa saber.
— Apaixonada pelo velho, cômico isto..
— Wasser, quem é você para chamar alguém de velho, eu e
ele, para você, somos crianças, pois é o que somos, mas não enten-
deu, novamente vai perder, por ignorar a verdade.
— Por quê?
— Finalmente pensando Wasser? – Fala João as costas de
Peter que olha assustado.
— Ela me distraiu, mas não tem como fugir de mim.
— Verdade – O olhar de João foi a Jessica e perguntou –
Qual o atalho mais rápido.
— O cheiro de Máximus.
Jessica olha Wasser e fala.
— Tem de entender Wasser, que nada vai restituir o mundo
de Escorpião, muito menos o de Touro, pois todas as suas obras, são
o que faz aqui agora, depois diz que quer concertar, mas na verda-
de, quer destruir mais um, você se dizia um mestre, está se mos-
trando um pateta.
Wasser olha ela com raiva, uma nevoa a cerca e ela fala.
— Valente. – Jessica sente o choque e devolve o mesmo,
Wasser treme e João some da sua frente surgindo em frente a sua
casa.
— O veio indicar a saída?
— Ele pode parecer inofensivo Peter, mas não é, e ele não
tem problemas em matar gente, então estou lhe poupando, não
entendeu isto, pois ainda está arrogante demais.
— Acha que ele poderia comigo?
134
— Acho que não entendeu, e não vou explicar o básico a
quem diz ser o maior Pagão da história, o mais sábio bruxo do mun-
do, o mais velho bruxo do planeta Terra.
Jessica toca a agua novamente e alguns seres voltam a vida,
se afastando das margens, ou voltando ao fundo do lago, ela olha o
local e fala.
— Um mundo bem mais leve que o nosso, mas com uma
densidade maior, mas se cuida Wasser, e seja rápido, esta forma ai,
não aguenta a algumas chuvas.
Jessica dá um passo atrás e olha para o portal abrir e fechar,
Wasser não teve tempo de chegar perto, ela olha para João e fala.
— Os portais em Piraquara estão abertos ainda.
João toca o chão e eles se fecham e fala.
— Temos de achar Hórus.
— Sempre um desafio a mais, este é bem você.
— Falou para Evandro? – João apontando a barriga dela.
— Ainda acho que não sei o que sinto.
— Me dá um momento, preciso de um banho.
— Sim, estas aguas daquele mundo são fedidas.
Jessica sai da casa, Dara viu ela apenas abrir o portal e sair
dali, agora olhava ela sair da casa de João.
Nane olha Jessica e pergunta.
— Problemas?
— Hórus está em algum lugar em Piraquara.
— Alerto Jorge, e João?
— Se livrando do cheiro daquela agua pastosa daquele
mundo.
Jessica começa a caminhar para sua casa.
João sai do banho e Dara estava a sala.
— Voltou?
— Perdida por aqui?
— Voltou ou vai fugir.
— Fugir, porque a duvida?
— Pensei que iria enfrentar.
— Enfrentei, mesmo ninguém vendo.
— E vai fazer o que?
— Trabalhar um pouco, para não perder o costume.
135
— Fala serio.
— Falo.
João sai pela porta, era fim de sexta, um agito geral na cida-
de, os aeroportos começando a reabrir, as formações pareceram ir
em sentidos opostos, e dispersarem, poucos entenderam, mas era
obvio que algo grande acontecera, mas poucos lembrariam disto
meses depois.

136
137
J.J.Gremmelmaier

Procura-se

138
João sai de casa, era noite de Sexta, ele olha para a rua e sai a
caminhar, alguns olhavam ele, o problema em pessoa, pois todos
viram a casa dele derramar sobre a cidade aquelas cinzas, ele estava
passando em uma igreja e sente alguém lançar algo, ele olha aquilo
o acertar e olha que era um ovo e ouve.
— Sai da cidade bruxo.
João tenta manter a calma, mas entendia que era por isto
pessoas como Wasser eram tão fortes, medo do que não entendem,
entendeu que o problema não era eles em si, mas a estrutura que
ganha dinheiro com isto, que prega o que é bonito e o que feio, e o
feio é maléfico, limpa o rosto, ficou uma marca na camisa, ele sorri
de começar as coisas assim, ele sobe a rua e pega o ônibus para o
centro, ali todos sabiam que ele era o dono da casa, e no centro,
talvez conseguisse sentar e tomar uma cerveja.
Ele procurava um lugar para pensar, e não queria discutir, en-
tão o ir ao centro, estabeleceu um monte de gente falando que o
senhor saiu novamente.
João tentava entender o que aconteceu, ele dormira em sua
casa e acordara fora de seu corpo, e olha em volta, quanto mais
longe de sua casa, mais sentia-se bem.
Ele entra no Shopping Mueller e sobe para o piso dos Cine-
mas e pega o que começaria mais rápido, o shopping parecia meio
vazio, talvez somente João tivesse vivido fora daquilo, então senta-
se e olha o filme, sua cabeça estava na procura do problema e não a
encontrou, se perguntasse na saída que filme era, talvez João nem
tivesse respostas.
Sobe a Rua Mateus Leme até a altura do John Bull e entrou,
senta-se e olha para um show de rock pesado, pega uma cerveja e
fica a olhar em volta, devagar, parecia que a cidade não esquentaria
nesta sexta, e ele precisava pensar e não conseguia fixar os pensa-
mentos.
Quatro cervejas e um senhor o toca o ombro e pergunta.
— João Gomes?
— Sim, quem gostaria de saber.
— Proprietário, não é bem vindo aqui.
João nem discutiu e saiu, o senhor olha falando absurdos que
ele deveriam ser mortos ou forçado a pagar todos os concertos.
139
João sorriu, subiu a Jose Saboia Cortes, Marechal Hermes,
Manoel Eufrásio, João Gualberto indo no sentido do Cabral.
Ele para a praça da igreja do Cabral, entra em um mercado e
olha na sessão de eletrodomésticos a reportagem do dia, falando
que Curitiba tinha passado por um problema, mostravam pessoas a
rua falando que João Gomes, era o causador, dava a imagem dele,
sorriu, compra um refrigerante e a moça do caixa pergunta.
— Seu nome é João?
— Jorge, por quê?
— Parece com o senhor que dizem ter lançado toneladas de
poluentes sobre a cidade, toda aquela poeira.
João a olha como se não tivesse entendido e fala.
— Não entendi, estava de plantão no Hospital.
— Deve estar uma correria.
— Sim, com esta poeira no ar muita gente passa mal, mas não
tive tempo de olhar a reportagem.
João sai e olha a praça, senta-se e pensa na possibilidade de
jogarem sobre ele tudo.
Ele olhava a rua e olha aquele senhor surgir a sua frente,
olhar ele e falar.
— Perdido?
— Tentando não levar para o pessoal, mas vai ser difícil. - Jo-
ão olhando Sergio sentar.
— Ouviu as noticias?
— Não, nunca ouvi, porque mudaria.
— Lhe acusam de ter jogado um produto sobre a cidade, toda
a cidade.
— Devo ser o cara mais incrível do universo, jogar algo ao ar
que cubra quanto, quatro mil e quinhentos quilômetros quadrados,
com um produto.
— Eles querem tirar a impressão que foi algo magico.
— Sergio, como podemos resolver o problema, eles estão es-
quecendo, não acabou ainda.
— Certo, qual o problema.
— Wasser me mandou para o mundo do Olho, no sair de lá,
Hórus voltou ao planeta.
— E Wasser?
140
— Não sei, deve estar prestes a voltar.
— Tudo de novo.
— Se não forem eles influenciando a mídia.
— Acha que deu tempo?
— Não, mas é ruim não poder ficar em casa, pois seria lincha-
do, não poder ficar em um bar, que o proprietário que nunca soube
meu nome, mas sempre me tratou bem me põem para fora, pen-
sando ainda.
Sergio parecia querer falar algo, e João olha para ele, sabia
mais da historia de Sergio que muitos, mas não falava, olha ele serio
e pergunta.
— Como está a Carla, Sergio?
Ele olha desconcertado e fala.
— Sabia de cara?
— Curitiba é um ovo, e não precisam saber de onde você vem
Sergio, mas ainda não sei como resolver o problema.
— Acha que é consequência?
— Sim, e os pseudo amigos tem parte.
— E vai fazer oque?
— Queria beber e pensar, mas não vou conseguir parar muito
tempo em cada bar, vai ser muita perna esta noite.

No outro lado da cidade, Pedro Rosa olha para Jorge e per-


gunta.
— O que realmente aconteceu Jorge?
— Eu não narrei nada, sabe disto, mas João alertou que Hórus
voltou ao planeta, provavelmente Wasser é o próximo a voltar.
— E o que vai acontecer?
— Não sei, as vezes queria entender você, Joaquim, seu pai,
vocês jogam muito, e podem novamente tirar João do campo em
uma hora que ele seria fundamental.
— Ele só atrapalhou Jorge.
— Ouvi isto uma vida sobre o que fiz, vocês os certinhos, nós
os tortos, você pode defender bigamia e é adorado, eu sei que meu
rosto, cheio de marcas, faz todos me ligarem aos vilões, talvez no
fundo, se todos se perderem, seja ganho.

141
Jorge olha para as ruas, não diria serem as mesmas de duas
horas antes, mas assim como surgiu ao chão, desapareceu, e tudo
que jogaram ao ar, era apenas para culpar alguém.
— Mas resolvemos Jorge.
— Sei que não, você pode ter um ser angelical do lado, mas
mesmo sofrendo no passado na carne Pedro, parecem ter esqueci-
do, vocês deveriam estar tentando ajudar e começam a querer es-
conder o passado, você deveria ser um símbolo de futuro e se deixa
levar por achismos.
— Não vamos apoiar, sabe disto.
— Isto que não entendo, não apoiar, é uma coisa, vocês estão
jogando contra Pedro, duvido que seu anjinho esteja ao lado, ele é
contra o que está fazendo e mesmo assim o faz.
— Não entende disto.
— Talvez não, mas quando olhar as mortes, eu culparei você,
Joaquim e seu pai, por esta covardia.
Jorge sai e Pedro fica a olhar ele entrar no carro a frente e sair
no sentido do centro.

Jessica estava a olhar o noticiário e olha para Evandro a porta.


A mãe de Jessica se não gostava de João, diria que não gosta-
va ainda mais de Evandro, ainda mais quando ele estava vestido
com suas vestes do terreiro e com a cabeça raspada, como neste
instante a sua porta.
— Podemos conversar Jessica.
— Entra.
A cara fechada da mãe de Jessica, fez ela falar.
— Dor de barriga mãe.
Ela olha para Evandro e fala.
— Quando acho que vai melhorar piora.
Evandro a olha e Jessica fala.
— Quer saber sobre o que?
— Me falaram que a criança pode ser minha.
— É uma possibilidade Evandro, e não vou fazer DNA. Ela é
minha.
A cara de assustada da mãe e porta não foi nem vista pelos
dois que se encaravam.
142
— Mas precisa de algo?
— Entender o por que todo o peso está indo para João.
— Todas as frequências apontam ele como causador, sabe
disto, foi a casa dele, todos filmaram, eles não tem como dizer que
foi bruxaria, então ele vão falar em produtos tóxicos.
— Certo, mas como podemos ajudar, pois Wasser está vol-
tando e Hórus já está na região.
Evandro olha para Jessica e pergunta.
— Algo mais?
— Não sei, João está tenso, ele não ficou em casa, mas tem
gente lá querendo por fogo na casa.
— A propaganda pode querer um culpado Jessica, mas não
vai aceitar ser acusada de parcial.
— Sei disto, sei.
Os dois saem a rua e Pedro, o “namorado” olha para Evandro
e pergunta.
— Agora vai ser este ai?
Jessica olha para Pedro e fala.
— Onde está Nane?
— Juntando gente, não entendi, mas parece que ela espera
uma guerra.
— Ela fez algo e não vai confessar.
Pedro desconversou e saiu, se afastou, Jessica estranhou a
forma que Pedro se afastou quando João saiu do campo, parecia
que o que motivava o rapaz era a presença de João.
Jessica fica a pensar o que Nane estava fazendo, se abaixa e
toca o chão e sente as energias negativas se reorganizando e olha
para Evandro.
— Sempre espero o melhor, por isto me dou tão mal.
Evandro sorri sem graça, ele era outro que sempre tendia a
acreditar nas pessoas.
Jessica caminha até a casa da prima e pergunta para a tia.
— Tia, a Nane pediu para pegar algo no quarto dela, posso.
— Sim, mas aquilo está uma bagunça.
Jessica entra no quarto e apenas afasta as mãos e tudo foi ao
seu lugar, ela começa a olhar as coisas e aquele globo que estava
abaixo da cama, lhe chama a atenção, pega ele com cuidado e olha
143
os detalhes daquele globo de vidro, olha para Evandro, sai pela por-
ta, olha em volta e pergunta.
— Como vencer se alguém que você considera uma amiga,
prima e confidente, esconde que guardou algo do primeiro confron-
to?
Evandro não respondeu, pois não era uma pergunta para ser
respondida, e sim comunicada, vê ela sumir e surgir novamente,
mas agora sem o globo na mão.
Os dois saem a rua e olham Ricardo sentado a pizzaria to-
mando uma cerveja.
— Problemas Ricardo? – Jessica.
— Acho que no fundo, não entendo as pessoas, elas querem
mesmo culpados, elas não querem a verdade.
— A verdade requer responsabilidade e participação Ricardo,
enquanto culpados, seja ele o Demônio ou João, os livra do proble-
ma.
— Sabe como está o senhor Gomes? – Ricardo.
— Ele deve estar tentando beber em algum lugar longe.
— Soube que ele foi recebido a ovos quando passou a frente
da igreja católica na rua da casa dele.
— Ele acha que todos podem melhorar, mas ele esqueceu
que todos também querem uma explicação plausível, e nada nesta
historia está plausível.

João e Sergio vão a um bar no Boa Vista


O dono do bar olha Sergio e pergunta.
— Problemas delegado? – Tadeu.
— Apenas conversando com um amigo com problemas, vê
uma cerveja.
O senhor olha João e fala.
— Melhor não ficar a vista.
— Vamos sentar ao fundo, se Luiz chegar por ai, manda na
mesa.
— Confusão na certa.
— Sim, não sei quem vai vir, mas manda eles na mesa. – Ser-
gio.

144
João olha a cerveja gelada, bar do Tadeu, senta e toma o pri-
meiro copo sentindo que algo estava se organizando.
Quando Luiz entrou pela porta com Diana, e sentaram, Tadeu
entendeu que algo estava errado na propaganda, viu Raiska entrar,
ele a conhecia e não gostava dela, ela veio com alguém que Sergio
não conhecia pessoalmente.
— Sergio, João, este é Leo Schulz.
Ouvir sobre seres de uma outra dimensão, e os ver a mesa,
era diferente, João olha para a porta e fala.
— Entra Plout.
O ser entra ficando visível e Leo olha aquele ser e fala.
— O que está acontecendo Delegado, Raiska disse que algo
grande deveria acontecer.
— Sim, e não sei ainda quando vai ser. – Sergio olhando João.
— Segunda Feira era o dia marcado, tudo é para se preparar
para segunda, nada aconteceria antes.
— O que é tudo? – Raiska.
— Enquanto Hórus levanta o seu exercito de mortos em Pira-
quara, Wasser prepara os exércitos de novos guerreiros no Mundo
dos Olhos, dizem que alguém do grupo está reunindo gente para
defender a volta de Wasser, se for verdade, será mais do que já
vimos.
— Por quê? – Diana.
— Já lutou contra exércitos Diana, mas a diferença, no mundo
criado, você como alguém do mundo que os criou, é mais forte, mas
quando a guerra for em nossas ruas, estamos falando de seres de
mundos superiores, não inferiores aos nossos.
— Certo, e quem estará do outro lado? – Diana.
— Não sei ainda, mas por dois dias eles vão me culpar e se
organizar, não se verá muito, mas será como uma guerra anunciada
que os dois lados se preparam.
— Não sabe? – Leo.
— Mortos vivos com certeza existirão aos montes. – Jorge en-
trando pela porta e olhando para Tadeu.
— Vê mais cerveja Tadeu.
Tadeu olha para o grupo, alguns não sabiam quem era Jorge,
mas ele se apresenta ao grupo.
145
— Sou Jorge, todos me conhecem como Retaliador, outros
como dono da Tribuna do Paraná – Jorge olha para João e fala – Não
sei quem e o que quer, mas Joaquim e Gerson estão por trás de
parte da propaganda.
João serve o copo com calma e olha para Diana.
— Sei que alguns vão se assustar, pois quando você entra em
campo alguns se assustam amiga.
— Não sei o que fez, ganhei uns 20 anos nesta brincadeira.
— Sei disto, mas se estamos aqui, tem gente se organizando
do outro lado, e não sei ao certo o que Wasser quer – João toma
mais um gole – além da minha morte e de meu corpo, não sei.
João olha para Luiz.
— O que aconteceu com a pedra?
— Uns religiosos levaram parte dela, acha que podem tentar
usar?
João pensa na possibilidade e fala.
— Deixa os Hons de olho.
— Vai usar todos? – Luiz.
— Não, acho que ainda não sei como enfrentar, e sei que me
sinto péssimo, me usaram para tentar algo, não entendi o que, mas
apenas alertando, vamos ter de tudo a rua na segunda, de dragões,
serpentes gigantes, minotauros, duendes, mortos vivos, provavel-
mente Magog ainda não toda formada, Otatos de verdade, sereias,
e sei lá o que mais.
O delegado olha João, não pensara em algo tão abrangente,
ele estava falando em uma guerra as ruas novamente, e não teria
como antecipar, ninguém acreditaria antes da hora e os amigos
fazendo propaganda contra.
João olha Andrei entrar pela porta e olhar para ele.
— Vai ficar de que lado Andrei?
— Não sei o que vai precisar.
— Primeiro avisa seu pai que vai ser barra pesada, não aquela
coisas de bruxinhas na rua, nem de poeira ruim de respirar, vai ser
Wasser em pessoa, se a cidade estiver aqui na terça, é uma vitória,
e mesmo todos me culpando, preciso de toda a ajuda que puder ser
conseguida, não metade, pois quanto menos, mais perdas.

146
— Falo com o meu pai. – Sergio entendeu quem era o rapaz,
o filho do delegado Coelho, ficou pensando se Coelho era um lobo
também, as vezes as pessoas estão ao lado e se escondem para não
serem taxadas ou isoladas na sociedade.
João olha para os demais e fala.
— Uma coisa, eles vão jogar o peso sobre mim, então depois
de hoje, não vou falar com ninguém até segunda, bom não nos ve-
rem juntos, pois tudo que estiver ao meu lado, será desacreditado,
então eu e o delegado daqui a pouco vamos sair.
— E porque deveríamos confiar neste delegado. – Luiz.
— Diria eu Luiz, que qualquer pessoa que tenha sido amigo
pessoal de João Ninguém, vulgo Arcanjo Nemahiah, eu confio.
Luiz olha desconfiado, até Raiska olha e fala.
— E não fala disto por ai?
— Não, estamos de saída, até segunda. – Sergio se levantan-
do, deixa uma nota no balcão e os demais ficaram um tempo mais,
mas eles não se conheciam direito.

Jessica vê a prima chegar a ela e falar.


— O que vai fazer prima? – Nane.
— Não sei, João está frágil e todos contra ele, não sei, pensei
em observar de longe como quando Wasser resolveu renascer.
— Acha que os demais vão fazer oque?
— Jorge está preocupado com a volta de Hórus, mas não en-
tendi ainda tudo.
— E João saiu mesmo?
Jessica olha para ela e fala.
— Vou dormir na sua casa hoje.
— Por quê?
— Minha mãe ouviu que meu filho pode ser do Evandro e es-
tá descascando as palavras, não vou acusar minha mãe de racismo
Nane, e não quero ficar ouvindo.
— Vou dar uma saída hoje, não bagunça muito.
— Quis ser engraçada? – Jessica.
Nane sorri e sai, e Jessica fica a olhando se afastar e pensa.
— O que está errado?

147
João se despede de Sergio e vai a um bar no largo, quase fe-
chando e pede uma cerveja.
Ele olha um senhor entrar e olhar para ele, e falar sentando.
— Temos de conversar rapaz. - Tudor Filho.
— Fala senhor Tudor. – João.
— Não entendi, uma moça procurou minha filha e disse que
temos de o deter, que você é uma ameaça.
— Senhor, mantem sua filha fora disto, ela é o alvo, não eu,
seu pai, o qual traz o nome senhor, Wasser não conseguiu submeter
a sua magia, ele quer submeter um Moroi, ou uma Moroaica, e se
vão me matar no fim, não me preocupo, me preocupo com vocês.
— Não se preocupa mesmo em morrer?
— Senhor, quero o direito da morte, mas quero o direito, não
ser escravizado por um Wasser.
— E como vai enfrentar?
— Não vou, como disse, quanto mais eu me mexer, pior vai
ser, deveria nem ter voltado a cidade, mas se estou aqui, que de-
sande sobre mim.
João toma mais um gole e olha Dara chegar a mesa.
— Sabe que foram convincentes.
João olha o senhor e fala.
— Se não a segurar, depois não venha chorar dizendo que eu
sou o culpado de novo, ela pode ter mil e setecentos anos, mas é
uma menina mimada senhor, e se não sabe dizer não a ela, quando
ela for escrava de Peter Wasser, não reclama. – João falou um pou-
co mais alto, se levantou, pagou a conta e saiu.
— Ele está inventando pai.
— Ele não tem motivos para inventar, não entendi seu ódio
dele, mas você foi rápida do amor ao ódio.
— Ele nunca será meu.
— Quantos você enterrou filha, para este papo de menininha
que acha isto terrível?
— Ele ainda me atrai pai e tenho de o esquecer.
— E vai se juntar aos inimigos de seu avô para isto?
— Wasser nunca foi inimigo.

148
— Realmente filha, está agindo por impulso, não entendi ain-
da o que quer, mas ele não ficou para conversa, e deixou bem claro
o que Wasser queria.
— Ele está exagerando.
— Está? Então porque a procuram para uma traição, se ele
que está exagerando, se ele não é nada, porque Wasser não o pega,
porque aquela menina que foi lá em casa, Nane, não o pega?
— Não entendi isto ainda.
— Porque filha, ele não é o alvo, você é o alvo, não seja ingê-
nua filha, eles não teriam porque lhe pedir ajuda, se você não fosse
usada como chamariz, ele não cairia com este chamariz, então eles
não querem ele, e sim você olhando para um caminho para lhe ata-
car pelas costas.
— Não acredito nisto.
O senhor sacudiu a cabeça desiludido.

Jessica olha para Pedro a esquina, ele a observava, ela pode-


ria estar paranoica, mas pensou, qual o comportamento normal de
Pedro, estar ao seu lado tentando, ele fez isto toda vez que João
chegou perto, não fez o mesmo nem com Evandro, agora olhava ao
longe.
Jessica olha para a rua, pensa no cheiro de Máximus e olha
para o mundo do Olho surgir a sua frente, dia, olha o exercito de
Serpentes a frente, o portal que abririam, o exercito de Minotauros,
e Máximus a frente, eles encenaram, eles queriam tirar João rápido
do mundo e a induziram a o tirar de lá.
Olha para Wasser ao fundo, calmo, o castelo reerguido, e to-
da a estrutura de um exercito de dragões e seres estranhos, que
avançariam.
Ela some dali e surge em seu quarto, olha para a parede e
pensa em como poderia enfrentar a família, olha para fora e pensa
onde deixou o cristal, surge lá, e passa para uma ilha no Pacifico, e
de lá para seu quarto novamente.
Jessica olha para a porta e sua mãe entra.
— O senhor Gomes, sei que todos falam mal dele filha, mas
prefiro ele a aquele Evandro.
— Manda ele entrar.
149
— Mas...
— Aqui a senhora não ouve as coisas mãe, e não sei se posso
dividir com a senhora, algo que a poria em perigo.
— Está falando de que?
Jessica a olha sem responder, João entrou e Jessica apenas
mexeu a mão e a porta fechou e fez sinal para ele sentar a cadeira
da escrivaninha.
— Pensei que não viria.
— Acho que não vai dar certo, e mesmo assim, sei que não
posso fugir mais Jessica.
— Problemas?
— Não sei, sinto como se eu não pudesse com tudo, e mesmo
assim, vou erguer todas as forças para enfrentar, eu era um nada, e
fui envolto por tanta coisa, que já não sei se posso viver sem elas, e
ao mesmo tempo, acho que não viverei.
— Acho que aquela ida ao mundo do Olho foi uma armação
João.
— Apenas não divide isto com ninguém Jessica, nem com
quem pode aparentar estar fazendo o que Wasser quer.
— Por que?
— Confia no Eterno, lembra, Wasser sabia de algo que pode-
ria nos deter, o pequeno Arcanjo mandou ao Eterno estas lembran-
ças, sentiu o mundo dos Olhos?
— Sim, não parecia o Mundo dos Olhos.
— Verdade, parece um mundo ao lado, não o Mundo dos
Olhos, embora possa ser, mas eles teriam aproximado a existência,
para facilitar, sinal que isto estava nos planos de Wasser, quais nem
ele sabe.
— E o cristal?
— Cristal?
— O que estava no quarto da criança que morreu, quando
Wasser tentou da vez anterior?
— Pôs onde?
— Uma ilha no pacifico.
— Qual?
— Importa?
— Sim.
150
— Kiribati.
— Tem de entender Jessica, todos os locais gerarão alguma
vinda, apenas temos de estar prontos para estas vindas.
— E o que teria em Kiribati.
— Não sei, autômatos de um mundo distante, Kraquens de
um mundo de Ninfas, Ninfas perdidos em uma ilha que não está lá,
mas em paralelo a lá.
— E mantem a calma.
— Onde colocar, vai vir algo, pois este planeta é ligado a tudo,
então que seja um que podemos nos precaver.
— E acha que vencemos?
— Você sempre vence, eu sempre perco então apenas man-
tem a calma e não dá as costas a eles.
— Acha que eles sabem o que falamos.
— Acho que eles sabem mais que isto, mas eles não enten-
dem que vamos a uma guerra, e eles esqueceram quem vai a ela.
— Se cuida João.
João se levanta e sai, ela pensou que ele lhe daria um beijo,
ela o afastou, ele queria manter ela longe, mas avisada.

João caminha até sua casa, estava cansado, não tinha nin-
guém mais a porta, 3 da manha, passa recado para os administrado-
res de sua empresa, toma um banho e deita, olhando o teto, sóbrio
demais para a situação, sentindo-se perdido.
João sente que a casa é parte do problema, ele estava deita-
do e olha para Wasser surgir a sua frente.
— Acha que escapa senhor Gomes.
— Sabe que estou em casa, Wasser, se quisesse escapar, es-
taria saindo da cidade, talvez na segunda, não antes, mas isto talvez
apenas acelere as coisas.
— Acha que vence.
— Eu perdendo ou ganhando, não muda nada Wasser, tento
lhe entender, e quase entendo, você conseguiu viver o que queria,
ter o que queria, e deveria estar entediado, morremos para não
ficar entediados e loucos, mas foi sua escolha, eu temo a morte, não
por medo, e sim pelo mesmo tedio de uma vida eterna na terra.
— E vai a luta mesmo assim?
151
— Sei Wasser que quer muito mais do que fala, talvez o que o
pequeno arcanjo tirou de você, seja o que lhe tiraria a motivação,
não esquece, Deus nos quer mortos, não vivos.
— Não entendi. – Wasser.
— A minha noção de Deus, talvez esteja um pouco distorcida,
e não tem haver com a sua, eu não acredito no que Jessica fala de
Deus, eu acredito que se ele é passado, presente e futuro, ele está
mais entediado que você Wasser, você está tentando sair do tedio,
indo para uma função mais entediante.
Wasser sorriu, sinal que ele achou engraçado a visão de João
de Deus e falou.
— O poder corrompe João, isto que não entende.
— Entendo, mas não esquece, sei o que quer e não precisa fi-
car fazendo encenação como a do mundo do Olho, sabe que não
morreria antes da segunda, para de infantilidade, assim como estes
amigos que parecem querer me isolar, eles não entendem nada da
cidade que moram.
— E ficou encenando também.
— Eu não tenho como ganhar, mas como humano, sou ape-
gado a pouca vida que me resta.
— E porque não está preocupado.
— Wasser, Wasser, Wasser, acho que esqueceu com quem
está falando.
— Com quem estou falando? – Wasser.
— Apenas um João qualquer, e o que um João qualquer, pode
se preocupar?
— Como disse em outras palavras, com sua pequena vida.
— Já vivi mais do que por milênios se viveu, então estou no
extra, você sabe mais sobre isto que eu Wasser.
— Tenho minhas faltas de memorias, uteis para não mentir,
mas não quer dizer que não lembre o suficiente para o fazer me
obedecer.
— Acho que não entendeu o problema, mas com calma des-
cobre, e com o tempo, recobra sua memoria, mas deixa eu descan-
sar, amanha é dia de brasileiro.
— E o que teria a fazer?
— Passar a terceiros, o pouco que está em meu nome.
152
— Isto realmente não me interessa, bens é algo que nunca
me preocupei.
— Eu ainda precisava comer, mas acredito que se não comer
até segunda, não morrerei de fome.
Wasser some do sonho estranho de João e ele relaxa e dorme
um pouco.

No Mundo do Olho, Peter olha os exércitos de Serpentes, o


exercito de Minotauros, estava os organizando, pegavam armas
rudimentares.
— Meus servos, vamos pegar um mundo para nós, um mais
vivo que este, Máximus viu, se alguém duvida da vida lá, é só per-
guntar para ele, pode ser o menor dos Minotauros, mas é quem
abriu este caminho para que tomássemos um mundo.
Os Minotauros batem uma espécie de espada contra a prote-
ção do corpo.

Luiz olha para a igreja a frente, entra nela, lotada de fieis,


chega a frente e olha Plout entrar e pegar a pedra e a levar embora,
os fieis ficaram assustados, Luiz via o medo nos olhos e fala.
— O inferno é nosso pastor, não vamos abrir a crentes igno-
rantes.
Eles saem com aquela pedra e Plout pergunta.
— O que fazermos?
Plout encosta a pedra no chão e Luiz bate com sua mão em
forma de pedra sobre ela, a mesma se divide em milhares de for-
mas, ele pega um e chega perto de Plout e puxa o cordão de Hons,
todos Hons usavam isto a frente do corpo, e fala.
— Divide entre os seus, isto protege de magia de duendes, é
hora de estarmos prontos para a luta Plout.
— Vamos a luta das lutas?
— Pensa, este é o mundo de ligação, o ponto que está ligado
aos reinos de magia, os reinos de criação, os reinos paralelos, os
reinos superiores e os de categoria, este é o mundo que Wasser
está pois é onde ele pode ter magia de todos, se perdermos um
pedaço dele, todos os mundos entrarão em guerra.
— E quem é aquele senhor, porque acha que ele é especial?
153
— Ele deveria ser um anjo, um bruxo desviou o caminho dele,
para conseguir agora, se tornar um Deus nestas terras, e tentar
imperar sobre todas as demais.
— Não entendi tudo Luiz, sei que nunca nos demos, mas pa-
rece que entramos numa problema imenso, mas pelo jeito vai que-
rer espalhar isto a todos.
— Sim, sem falar com ninguém, se eles querem me denunci-
ar, façam, até segunda não serei bonzinho Plout.
Os Hons começam a pegar um pedaço da pedra e colocar ao
colar frontal.

Diana olha para a irmã no mundo de Eli, avisa que estariam


em guerra no mundo dos criadores, viu a irmã reunir os exércitos, e
começarem a se preparar.

João acorda sem conseguir dormir direito, ele sente a ener-


gia, ele olha para fora, sente a sua alma e caminha para fora, olha
em volta, os espíritos voltando a cidade, translúcidos, a ciência do
tudo, eles estavam andando, alguns brilhavam, sumindo no cami-
nho, outros compenetrados, pareciam procurar isto.
Ele olha a casa e sente a ciência, ele a segura, não a dispara,
era a hora de tentar sobreviver, e sabia que isto poderia custar ao
corpo a cama, mas ele precisava tentar.
Ele em alma, senta-se encostado ao muro ao fundo, sentia a
ciência de coisas estranhas, vivencias em mundos paralelos, a ciên-
cia daquilo, o como funcionava e toda a estrutura que um anjo re-
cebia quando se dedicava a isto, ele não entendeu, pois ele não
queria ser um anjo, ele queria apenas ser amado e amar, ele come-
ça a tentar lembrar do caminho, ele olha para a casa e seu corpo se
levanta, sai pela porta vestido e ele vai de encontro ao corpo.
Sente a energia a volta, toda a historia, estava pensando, pe-
ga um taxi até o aeroporto e pega seu carro, e sai no sentido de
Piraquara.
Ele olha para Dalma ao fundo, se reunindo com os Laikans,
ela estava na forma de um grande lobo com rosto de caveira, ele sai
do carro e caminho no sentido dos campos.
As pessoas viram aquele senhor, sem entender quem era.
154
João olha para aquele corpo refeito, ele explodira, renascera
e fora ao mundo do Olho, e voltara seguindo os Laikans, a energia
que sentiu saindo.
— Podemos conversar Magog?
O ser com um rosto de mulher com cicatrizes, que ganhara
nas guerras, olha João e fala.
— O que quer, sabe que somos inimigos?
— Estranho alguém trabalhar para um Bruxo e se achar es-
perta, mas a pergunta foi se podemos conversar.
O ser se aproxima, vindo como uma nuvem sobre ele, a maio-
ria fugia nesta hora, mas João nunca temera a morte.
— O que quer?
— Gosto de seres que são espertos e rápidos Magog. – João –
Vi como seguiu os Laikans na primeira chance e saiu do mundo do
Olho, mas não entendi, quer mesmo voltar para lá?
— Eu gosto de destruir senhor.
— Entendo que tem seus prazeres, mas neste instante, é ser
escravo de um Bruxo, tenho pena dos que se recusarem a ouvir a
razão, pois deve ser frustrante a sensação de vitória, e sentir-se
preso naquele mundo após isto.
— E o que é você, tens aura de imortal.
— Apenas alguém querendo uma trégua Magog.
— Sabe que tenho meus desafetos e os destruir será um pra-
zer, mesmo que fique presa o resto dos anos.
— Não esquece, eu tentei.
— Acha que sai se não quiser?
Joao não responde e se vira para onde Dalma estava e come-
ça a caminhar para lá, Magog viu que estavam a toda sua volta.
João olha para Jorge chegando e fala.
— Podemos conversar Jorge?
— Problemas?
— Todos.
— E começamos por qual?
— Entender o problema Jorge.
— Foi falar com o primeiro? – Dalma.
— Propor uma trégua que ela não aceitou.
— Pesou que ela aceitaria uma trégua? – Dalma tirando sarro.
155
— Magog ouve, então apenas informando pessoal, eu não
tenho forças para enfrentar Peter Wasser, eu abri mão dela pen-
sando em evitar o confronto, mas eu nunca entendi muito disto,
então alertando, pode ser que no fim, mesmo vocês vencendo, Wa-
sser esteja a cidade ao fundo.
— E não quer ajuda? – Jorge.
— Cada um terá um desafio, os vençam, pois todo que per-
der, será um alvo para Wasser, ele respeita apenas os fortes, e uma
dica, ele não respeita Magog.
Dalma olha para João.
— Ele pode com Magog? – Dalma.
— Magog coleta almas, entregues a um serviçal dele de nome
Hórus, no mundo do Olho.
— Serviçal do serviçal, é o que disse? – Dalma.
— Sim.
— Se queria me assustar, conseguiu. – Jorge.
— Apenas arma todos, Wasser não quer ninguém em campo
antes, então está os segurando.
— Quem mais virá ao confronto?
Joao sorriu e não respondeu.
— Estou de saída Jorge, se cuida.
Os Laikans ao longe viram João sair e Jock chega perto e per-
gunta.
— O que ele quis dizer com isto?
— Que ele vai enfrentar o patrãozinho desta coisa ao fundo, e
acha não ter como vencer.

João para em Pinhais e olha para o autódromo, olha para um


senhor em si, senta a mureta, estavam terminando de preparar o
autódromo para a semana seguinte.
Parecia que tudo estava no lugar e ao mesmo tempo, sem
tempo de reação, ele olha as confirmações do dia seguinte, ele es-
tava atraindo para a cidade, em meio ao problema, ônibus de tu-
rismo econômico, olhava o autódromo, ninguém pararia uma com-
petição de nível nacional porque tiveram problemas no dia anterior,
parecia que a cidade caminhava quase em paralelo a sua vida, ela

156
sempre o superando e lhe mostrando, que mesmo os mais podero-
sos, andavam ao largo, não na verdadeira cidade.
Ele estava pensando em como resistir, teria de dar tempo aos
demais, ele não fora falar com Jorge, ele foi apenas provocar Ma-
gog.
O que o ser dentro dele queria, parecia uma contradição em
si, queria enfrentar, achava que perderia tudo com este confronto.
A bateria começa de tomada de tempo, para a semana se-
guinte e o senhor que ele olhava ao longe chega perto.
— Um turista emérito. – Augusto Machado.
— Quem dera me encaixasse no turista ou no emérito.
— Apenas olhando hoje?
— Sim, como dizem por ai Augusto, eu e você somos os so-
breviventes da década de oitenta nas ruas de Curitiba.
— A adrenalina corria solta, mas eu parei pois a perna não
aguentava mais, e você entrou depois e saiu por escolha, todo resto
que se deixou levar pela adrenalina, morreu.
— Eu nunca venci, não tinha dinheiro ou patrocinador, eu era
um qualquer que tinha um carro de quinta, mas que as vezes, ten-
tava acreditar que podia, as vezes até chegava perto, mas ganhar
nunca. – João.
— Ficou famoso, uns lhe chamando de novo messias, outros
de bruxo, e outros lhe culpando do impossível.
— Impossível? – João.
— Para os incultos João, acusar alguém de lançar sobre cida-
des poeira toxica, pode parecer aceitável, mas se eu com meu Gina-
sial incompleto sei que para tomar a rua com 50 centímetros de
poeira, precisa de 8 quilos de poeira leve por metro quadrado, e lhe
acusam se ter jogado quanto, toneladas de material uniforme sobre
uma área imensa, se fez, tens uma tecnologia que ninguém a volta
tem, não conheço tecnologia que o possa fazer.
— Eles precisavam acusar alguém, eles não diriam não saber
o que causou aquilo Guto.
— E veio fazer o que?
— Olhar, as vezes duvido das encrencas que me meti, mas
tudo indica problemas amanha.
— E veio olhar a pista?
157
— As vezes tenho saudades de correr, sei que ficou no passa-
do, talvez a parte que não encaixa da minha vida, o menino que
termina o segundo grau ali na parte alta – Fala João apontando o
colégio na parte alta de Pinhais, na época ainda era parte de Pira-
quara – e para ganhar uns trocados, limpava os box, ajeitava as coi-
sas, testando um carro para Serginho, não sei quem viu, e disse que
conseguia um carro para que eu corresse, o problema é que um
carro conseguido, nunca é um carro para vencer.
— E veio apenas olhar.
— Sentir o problema, daqui a pouco começo a correr, mas
talvez semana que vem passe por aqui, dai é proposta de propa-
ganda Guto.
— Propaganda?
— Tenho de verificar o que posso, e somente se der, vou in-
vestir.
— E não pode falar?
— Tudo que falar hoje, são capazes de apedrejar para não es-
tar lá, não entendo desta coisa de religião, e olha onde acabei.
João se despede e sai, não queria atrapalhar e parecia que
começavam a olhar para ele, isto João ainda não acostumara.

Domingo calmo, gente estranhando a cidade, mais limpa que


o normal, todos que sabiam de algo estavam tensos e o delegado
Coelho pede para falar com Sergio, que se apresenta na delegacia.
O senhor do ministério publico estava lá, e olha o delegado
Coelho.
— O que vai acontecer Delegado Coelho?
— Pelo que entendi, aquilo que vocês dizem que não vai
acontecer, a praça Santos Andrade começa a voltar ao normal,
mesmo com um hotel queimado, com todas as arvores, flores e
gramas secas a praça, mas não sei ainda onde e o que vai acontecer.
– Coelho olha Sergio entrando e pergunta – Temos como ter uma
trégua Promotor, pois se não tiver, eu vou tirar meus rapazes da
rua, não quero eles mortos.
— Mas tem de dar segurança.

158
— Quem faz isto é a PM, não nós, eles tem efetivo, nós pou-
cos, mas é que a lei, não pode com coisas como as que vem a rua, e
não sei como alertar.
— Temos uma trégua, mas o que vai fazer?
— Passar por maluco, o que mais.
— Não pode passar por maluco delegado, tem de enfrentar. –
Promotor.
— Certo, como eu me fazendo de alguém normal, vou a TV e
falo para as pessoas ficarem em casa na tarde de uma segunda fei-
ra, sem eles me acharem um maluco, até o horário, e depois que
não falei tudo, depois do horário?
O promotor olha para Sergio, ele estava quieto e pergunta.
— O que acha que vai ter sobre as ruas?
— Não tenho certeza senhor, exercito de Serpentes, não sei
como são, nunca vi, exercito de Minotauros, nunca vi, exercito de
Otatos, estes são a parte viva daqueles que nos atacaram vindos de
Piraquara, mortos-vivos, duendes, Krakens, Magog, todos orques-
trados por alguém que dizem querer voltar dos mortos, vencer uma
batalha destas para voltar dos mortos, Peter Wasser.
O promotor olha sem entender, parecia engraçado, e o rosto
não era de quem contava uma piada.
Coelho olha Sergio.
— Temos como enfrentar?
— Temos problemas, Moreira não acredita, então está pres-
sionando para dizerem que foi algo provocado por João, é mais fácil
para ele, não sei, os dois brigam desde a adolescência.
— O que mais lhe preocupa?
— Coelho, eu não tenho como ajudar, este promotor me ti-
rou do cargo, ele diz querer ajudar, mas todos que ajudarem, ele
manda prender no dia seguinte, eles podem não aparecer, pois você
faz um trato com o promotor, ele, preso a uma família Evangélica,
pressiona no segundo seguinte para prender todos, ele já fez isto
antes, mas se Dalma não vier a rua com os Laikans, os Otatos che-
gam ao centro destruindo tudo, se Luiz não entrar em campo com
os Hons, não sei quem segura este exercito de Minotauros, se Dia-
na, que eles ainda não sabem quem é, não aparecer, para não se
expor mais do que se expos, não conseguimos deter Magog, muito
159
menos Wasser, não me adianta achar algo, tudo que fizeram, induz
eles a não se mexerem, e se eles não se mexerem, esquece a cida-
de, tira todos.
Sergio falou olhando para o Promotor.
— Acha que vou voltar atrás, não entende que você não faz
mais parte desta delegacia. – Promotor.
Sergio riu, ele mostrou suas garras muito rápido e olhou para
Coelho.
— Tira o seu filho da rua e os seus, tudo que estiver na rua,
este merda que se diz promotor, vai mandar prender, que se perca
a cidade, pelo que falei com Pedro Rosa, Jorge vendo a posição de-
les, cômoda, fala com todas as letras, talvez se perderem muitos,
eles voltem a entender, estamos naquele momento, que para de-
fender os fracos, e esta merda ao meu lado é um destes fracos,
podemos perder fortes, a pergunta de Jorge, deixamos os fracos
morrerem e depois de cansados de trucidar fracos derrotamos os
fortes, ou os deixamos morrer e nos afastamos para outro lugar,
sem a preocupação de ter de enfrentar Wasser.
Coelho estava olhando descrente para Sergio, ele estava fa-
lando, não temos chances, o melhor é tirar os demais do caminho.
— Não podemos desistir.
— Como dizem, põem o exercito na rua, a militar na rua, pões
todos que puderem ir a rua Delegado, mas o governador segurou a
Militar, está transferindo gente para Londrina hoje, o Exercito, to-
dos pressionados por Moreira, para não se meterem, porque eu,
você, seu filho, os demais, tem de morrer, para eles depois prende-
rem os que sobraram?
Coelho pega o telefone e liga para o Comandante Terrestre
de Curitiba e fala.
— Como está as coisas primo?
O comandante olha em volta e fala.
— Estão transferindo parte do exercito para Brasília hoje, sai
dois aviões daqui a pouco, do Bacacheri, estão mandando os con-
tingentes se manterem firmes protegendo as bases.
— Vão deixar o povo morrer primo?
— Cumprimos ordens, sabe disto.
Coelho olha o investigador a porta e fala.
160
— Plinio, manda chamar todos os delegados para cá, mais rá-
pido possível, tira da cama se estiverem.
— Pra quando?
— Ontem.
Coelho liga para o filho e fala.
— Filho, uma dica.
— Fala.
— Brasília mandou o exercito e a PM não se mexerem, se for
para a rua, é sabendo, não tem cobertura, avisa as pessoas, elas
tem de saber que não é obrigação deles morrer por covardes.
— Tá maluco pai?
— Eles querem estar inteiros para nos prender depois, en-
tendeu?
— Covardes.
— Avisa o pessoal.
Coelho liga para o comandante da Defesa Civil.
— Martinho, como estão as coisas?
— Não sei, acha que vai acontecer?
— Vai, mas alerta todos, a PM e o Exercito estão sendo tira-
das da rua para o evento de amanha, então eles tem de saber que
não terá cobertura, governadora e presidente nos virando as costas.
— Merda, tem previsão de quando?
— Duas da tarde de Segunda, é o que todos os relatos da In-
teligência falavam, então os covardes vão fugir até este horário.
— Aviso.
O delegado olha para o promotor e fala.
— Se esta tentando me pressionar a fazer algo Promotor, e
sabe do que Sergio falou, some, se estiver aqui daqui a pouco lhe
prendo por obstrução da justiça.
— Não pode fazer isto.
— Pelo que entendi, os amigos já saíram da cidade, amanha
será um dia de secretarias dando desculpas, não vão estar ai para
lhe tirar Promotor.
Coelho liga para o comandante da Policia Militar e pergunta.
— Comandante Ramalho, me confirma, a governadora os está
tirando da cidade?
O senhor olha em volta e fala.
161
— Sim, ainda não sabemos por quê?
— Para deixar o povo morrer, porque mais.
— Não fala besteira, ela não faria isto.
— Seus relatórios falam o que sobre amanha a tarde em Curi-
tiba, Ponta Grossa e litoral Comandante.
O senhor fecha a pasta e fala.
— Não tenho informações sobre nada importante amanha a
cidade Delegado, acha o que?
— Que é um covarde, quando for para casa, olha as pessoas a
rua seu covarde.
O delegado desliga e olha para o Promotor.
— Ainda ai?
— Não pode não reagir.
— Vai ao exercito e a PM, pois eles que são os responsáveis
por resistir Promotor, nós, apenas levantar dados e prender, some.
— Mas...
Sergio olha para a porta e o delegado Romário entra.
— O que ouve Delegado?
— A governadora tirou a PM da cidade amanha, o exercito,
mandou todos ficarem em seus buracos e não se meter, recomen-
dava fechar as delegacias, poupa o pessoal Delegado, eles tem famí-
lia, em casa pelo menos defendem suas famílias.
— Mas e se não acontecer. – Romário.
— Qualquer problemas, cada um inventa o seu para não pa-
recer combinado.
— E este promotor.
— Deve ser odiado e se acha, se ele foi o deixado a cidade pa-
ra se dar mal, eles devem adorar ele.
Romário sorri e o senhor sai, Coelho olha para Sergio e per-
gunta.
— Vai mesmo se retirar?
Sergio apenas sorriu e fala.
— Deixa eles acharem o que quiserem Delegado, dispensa
todo pessoas dos controles de Câmera e depois as desliga.
— Sem provas?
— Sem provas.

162
João chega a empresa de representação, cumprimenta o se-
gurança, olha os estacionamentos demarcados, olha para os pontos
de venda, e as caixas dos estoques chegando, ele olha para Marta e
as meninas, elas estavam se inteirando dos assuntos, gente mais
especifica e treinada para os acessórios, e uma linha completa qua-
se pronta, era manter a formula, e terminar os projetos.
Ele olha para os manequins e olha para Paulo, na parte alta
do terreno, olha para os manequins em uma liga ferro alumínio,
manequins basicamente de reciclagem de alumínio.
— Não entendi a ideia.
— Paulo, sabe que algo está para acontecer na cidade.
— Ouvi horrores sobre o senhor, as vezes as pessoas acredi-
tam em coisas estranhas.
— Quantos manequins destes conseguimos prensar até ama-
nha ao meio dia.
— Porque da pressa?
— Vai entender, mas quantos?
— Uns 3 mil, mas o acabamento não conseguimos fazer.
— Sei disto, dispõem no pátio, e com calma vemos o que po-
demos fazer.
Paulo viu aquele senhor e aquela menina chegando, João e
Sabrina, João quando olhava Sabrina e o amigo João, o escritor,
pensava que os demais pensavam o mesmo quando viam ele ao
lado de Jessica, parecia realmente quase pai e filha.
Sabrina olha os manequins em alumínio e ferro e olha para
João estranho.
— Qual a ideia?
— No livro de imortalidade de Wasser, dizia que os seres são
facilmente dominados pelo sal, o que eterniza, aprisiona, então se
puder ajudar a encher eles de sal antes de os dar vida.
Paulo estranhou, mas viu a menina tocar o chão, era apenas
um teste, ela sente ele e fala.
— Resistente. – Paulo olha o mesmo ficar com um rosto bem
mais humano, corpo atlético, perfeito, e se mexer e olhar em volta.
— Paulo, um bruxo vai atacar a cidade, toda a segurança da
cidade estará proibida de proteger o povo, sei que eles me culpa-

163
ram para ninguém me ajudar, mas se cada lado, levantar uns, po-
demos defender os demais a rua.
— Isto é que tipo de bruxaria.
— Bruxaria de Bell, se não me engano – João.
Sabrina sorriu e falou.
— E pelo jeito os deixará visíveis?
— Sim.
Paulo viu os manequins crescerem, não eram mais manequins
normais, ficaram com mais de 3 metros, viu Carlos chegando com
roupas, estranhou e uma leva de caminhões começa a por sal em
grão ao fundo, eles estavam derramando a calçada, sem cuidado
algum, era uma carga segurada, que se perdeu na pista em um aci-
dente de transito.
Sabrina olha os modelos, e Paulo viu o sal ir para dentro do
ser, tinham apenas 300 prontos, Carlos trouxe a roupa, e após ves-
tidos, entraram na carroceria de Carlos e foram ficando a rua, nas
esquinas, vestidos, como parte da promoção da tarde do dia seguin-
te, foi deixando manequins nos dois sentidos.
Paulo olha para João e fala.
— Isto assusta.
— Fala isto porque nunca enfrentou um Otato de frente,
aquilo é assustador.
— Pelo jeito espera ter problemas bem sérios, e vai deixar
uma arma a mão, para se precisar. – O outro João.
— Sim, mas não esquece, se defende e defende Sabrina, ela
pode não saber, mas ela como eu, somos alvos.
— Eu cuido dela.
João olha Paulo e fala.
— Sei que dá medo, mas se isto está para nos defender, ima-
gina o que vem contra.
— Certo, e não vamos falar para ninguém.
— Não.

João entra no Opala e sai no sentido da casa de uma arma


que achava ser útil, ele não estava pensando em um grande enfren-
tamento, ele estava pensando em um único enfrentamento.

164
Ele para a porta de Aline, ela olha aquele senhor e olha o na-
morado e fala.
— Vamos conversar.
— Sabe que o pessoal da igreja o chama de bruxo.
— Se eles soubessem o que faço, me chamariam de bruxa
também amor. – Aline.
Ele olha a namorada e fala.
— Alguns acham que teremos problemas amanha, tem um
policial da 10ª que falou que o delegado adjunto dispensou todos os
não essenciais amanha, para que protejam suas famílias.
— Vamos ver o que o senhor tem a dizer.
Aline fez sinal para o senhor entrar, ele cumprimentou os dois
e falou.
— Sei que estou pedindo demais menina, mas todos que tem
algum dom na cidade, serão alvos de Wasser se ele voltar a vida,
então ou o detemos, ou fugimos.
— Certo, e quer o deter?
— Deixar claro, tentar, se achar que vamos perder, pega o
namorado, a mãe, a família, põem em um carro e some na estrada,
sentido sul.
— Tem este risco? – O rapaz.
— Sim, o delegado afastado, Sergio, me passou que o exercito
e a PM, estão com ordens de não dar segurança a nada amanha, dai
os delegados resolveram abrir o jogo e estão deixando as peças
principais em casa, mas o principal, não teremos câmeras na cidade,
não teremos gente nos acusando na terça, não com provas.
— Acha que eles nos acusariam? – Aline.
— Sim, eu acho que a melhor forma de você nos ajudar Aline,
é estabelecer um imenso campo de sangue ao sul da cidade, se es-
tendendo para todos os lados, com apenas um objetivo, renascer.
— Do que ele esta falando.
— Não deixar um bruxo usar os mortos, contra os amigos, é o
que ele está falando, se eles renascerem, eles não atacarão com
pessoas que não enfrentaríamos.
— E sabe fazer isto? – O rapaz.
— Como disse, se eles soubessem o que sei, eles me chamari-
am de bruxa.
165
— Tem de ver que isto é bruxaria.
— Rapaz, não existe bruxaria, muito do que é dom divino, e
renascimento é um dom divino, é tido como bruxaria, a força deles
é inverter, vocês tem medo de Deus? Se não, porque temem a mor-
te como algo terrível, porque tudo que gera a morte, é terrível?
— Certo, mas acha que posso estar em casa.
— Um local seguro, não sei onde, mas que consiga agir, eles
devem começar a se organizar amanha, depois da duas da tarde.
— Porque depois das duas.
— Acho que pode ser um pouco antes, mas Wasser tem de
me matar para conseguir o que quer, e eu só serei mortal, amanha a
partir das duas da tarde.
— Você é o alvo dele? – O rapaz.
— Sim. – João viu que a aura do rapaz foi para a de uma solu-
ção simples, crianças sempre pensam no fácil e ele se despede e sai.

João olha para Juliana na casa da frente e sorri, apenas fala.


— Somente se preciso, certo?
Juliana sorri e fala.
— Certo, somente se preciso.
João saiu e Juliana olha para Aline e pergunta
— O que ele pediu?
— Um imenso campo de sangue.
Juliana olha para Aline e fala.
— Se cuida, somos alvo, sabe disto.
— Sei, mas éramos e nem sabíamos porque, agora sabemos.
Juliana olha para a rua aquele senhor entrar no opala e sair
pela rua lentamente, ele dobra na esquina, atravessa a São Jose e
para na próxima esquina e buzina.
A senhora veio a janela e fala.
— Na casa da Nane.
João estacionou e andou meia quadra e foi entrando, Nane
olhava para Jessica e falava alto.
— Tem de entender Keka, eu não vou querer ele morto de
novo, ele é meu mestre.
Pedro sente alguém pegar em seu ombro e olha assustado
para trás e desaba.
166
Nane vê Pedro desabar e olha para a porta e fala.
— Acha que consegue com ele?
— Vim falar para Jessica sair da cidade, que deixou de ser se-
guro, mas vejo que você a quer presa em casa, e fala que quer bem
dela Nane, seja pelo menos sincera, quer a destruição da prima para
um ser que viveu mais que todos neste país, volte?
— Ela não me falou onde está o cristal.
— Onde Wasser queria, acha que ele não sabe interpretar li-
nhas fáceis da vida Nane? – João provocando.
— Mas porque ela esconderia?
— Você a deixou aqui, para ela fazer isto, não se faz de ino-
cente.
— Porque sair João? – Jessica.
— A ordem da governadora está tirando a PM das ruas, o
exercito recebeu ordem de não se meter, eles querem que façamos,
para depois nos prender, mas sem a ajuda de todos, não vencemos,
os policiais no ultimo confronto, davam cobertura por traz e isola-
vam o povo de avançar e estar em meio a guerra.
— Eles são malucos? – Jessica.
— Eles são mais controlados que Nane por Wasser, então é
hora de defender os demais, não os expor ao problema.
— E não vai fugir? – Nane.
— A partir das duas da tarde de amanhã, sou mortal, por exa-
tas 24 horas, onde eu estiver, Wasser estará, então, não tenho co-
mo fugir, e se estiver morto em 24 horas – João olha Jessica – Não
volta, puxa para fora da cidade mãe e os demais, se Nane, quer ser
uma escrava de Wasser, o problema é dela Jessica, podemos falar
do problema, mas se ela não quer, não adianta.
— Mas ela é minha prima.
— Avisada, ela vai lhe entregar a morte, para o Peterzinho de-
la estar de novo a cama, depois não terá como fugir, e não estarei
por aqui para ajudar.
Jessica olha para o chão e vê que não era Pedro e sim um Mi-
notauro se passando por Pedro e fala.
— Sabia.
— Você sabia, não se faz de santa Jessica.
— E onde estaria o verdadeiro?
167
João olha para Nane e fala.
— Ela sabe, mas não vai falar, pensei que ela estava inerte
por que não queria mais isto, mas estava apenas observando Jessi-
ca, se cuida, amanha é um dia para fortes, eu recomendava sair da
cidade.
Jessica olha João sair, Nane foi a deter e sente o choque dado
por Evandro que estava a porta ouvindo e a olha. Nane desaba ao
chão.
— Ele vai fazer o que?
— Wasser vai caminhar até ele, entendi, ele soltou a energia
que tinha nele, se ele não a puxar novamente depois de um dia,
será mortal, para sempre, mas se alguém tomar seu corpo, pode
puxar para ele o poder depois de 24 horas.
— E pensou em que?
— Ele está certo na dedução dele Evandro.
— Porque ele estaria certo.
— Se Wasser tomar o corpo, não conseguiria não defender o
corpo, eu não deixaria matarem ele nas 24 horas, e depois disto, se
ele não vencesse o desafio interno, Wasser teria vencido.
— Esta dizendo que Wasser se entrar no corpo de João, entre
segunda e terça, será mortal.
— Sim, explica porque dos grandes exércitos de Wasser, ele
tem de estar protegido neste tempo.
— E todos os maiores deixando acontecer.
— Alguns acreditam como Nane, que a volta de Wasser, pode
voltar a atrair o crescimento e a organização. – Jessica.
— Malucos, eles sacrificariam toda esta magia para isto?
— Infelizmente sim. – Jessica saindo, ela olha que João já saí-
ra e olha para a mãe.
— Prepara as malas mãe.
— Não entendi.
— Se o que João falou for real, tenho de sair da cidade e ar-
rastar os meus para longe.
— Mas o que vai acontecer?
— O protegido de Nane vai voltar a vida.
A senhora olha para os dois subirem a rua e Nane sair a porta
estranha e olhar para ela.
168
— Onde ela foi?
— Que historia é esta de arrumar as malas para sair?
— Ela não pode fazer isto.

João vai a fabrica de roupas e olha para Carlos.


— Sei que se assustou Carlos, mas dispensa todos para ama-
nha, vamos dar uma semana de folga, a contar de amanha.
— Por quê?
— Quanto mais gente a rua, pior, e teremos ônibus de gente
de todo lugar nas ruas.
— Começo a acreditar que você tem parte naquilo.
— Pode pular fora a hora que quiser Carlos, mas não reclama
depois, pois não fizemos nada de ilegal, não acho errado me defen-
der, e não gosto de levar tiros.
O senhor olha desconfiado, as ultimas peças estavam saindo
no sentido da outra sede, João olhou cada um dos pontos e olha
que estavam com menos do que pensou, mas sabia que o dia ante-
rior não foi produtivo.
Ele sai dali para não discutir e atravessa para o Uberaba e
olha para Ricardo sentado a beira de uma lanchonete.
— Problemas Pastor?
— Paulo ficou com medo, ele quer me afastar.
— Se for o caso, se afasta, mas vai aos pastores amigos e avi-
as, terá um enfrentamento as ruas do Sitio Cercado amanha, entre a
uma da tarde até terminar, pode vir a durar 24 horas, não mais que
isto, mas que seria melhor os fieis se protegerem em suas casas.
— Quem vai enfrentar?
— O bruxo mais famoso do país, Peter Wasser.
— Mas ele...
— Sim, ele quer meu corpo, para voltar a vida, então logico
que onde eu estiver, ele estará amanha, mas não me adianta sair
daqui e matar gente onde se disser, fiquem em casa, ninguém ouvi-
rá.
— E aquela representação de roupas?
— As duas 99% dos ônibus já saíram.
— E vai a luta sozinho?

169
— Avisando, não posso por alguém para me defender, seria
covardia alguém morrer para um traste como eu viver.
— E não tem outro jeito?
— Onde estiver, será difícil, não acredito que alguém fez isto
antes, então estou apenas pedindo algo Ricardo.
João se levanta e sai como entrou, sem nem olhar para outra
pessoa a lanchonete.
Ricardo volta a igreja, Paulo estranho, pensou que ele não
voltaria, estanho que a poucos dias o senhor falava em desistir de
estar ali, agora queria o posto e por Ricardo para correr.
Ricardo avisou Paulo, ele foi a cada igreja, a cada casa de co-
nhecido, o aviso era simples, no dia seguinte, teria a rua, o enfren-
tamento do Bruxo João da Cruz, com o Bruxo Peter Wasser, o usar
do termo bruxo, era para os crentes se mexerem.

Moreira acompanhava as noticias e olha para Francisco entrar


pela porta.
— Vai mesmo segurar todos em casa para não se meter Joa-
quim?
— Não é nossa briga.
— Pensei que não fosse um covarde Joaquim, está se mos-
trando um covarde, pois esta ação, é de covarde.
— Acha que me ofende?
— Não, teria de ter ciência da merda que está fazendo, fica
olhando as pessoas confirmarem que estarão se escondendo, e fica
feliz, pois alguém vai morrer e ficara ai olhando pelas câmeras.
— Some Francisco, ainda tem como sair.
Francisco sai e olha para a casa, caminha até sua casa, en-
quanto Joaquim via seu sistema conseguindo a informação da saída
de Jessica, da policia se preparando para ficar em casa, e os crentes
do bairro falando que dois bruxos se enfrentariam a rua.

João chega em casa, toma um banho, deita a cama, esperan-


do a segunda chegar.

170
171
J.J.Gremmelmaier

Odeio Segunda 2

172
O despertador tocou, João se levanta, 3 da manhã, hora de
agitar a segunda, ele deixara ordens aos advogados, instruções se
ele viesse a não estar ali, sua cabeça tentava focar nos desafios, sai
de casa, as pessoas olhavam agora mais manequins vestidos, em
toda a rua, apontando para a confecção, os poucos a rua, achavam
que era novamente a empresa fazendo propaganda, viu Joaquim
sair da panificadora com a caminhonete lotada de coisas, e o cum-
primentou, passa nas duas igrejas a rua e olha o anuncio que não
abririam na segunda, para ficarem em casa, protegerem os seus,
alguns liam e não entendiam aquilo.
João olha que todos o olhavam estranho e Marta fala.
— Podemos conversar no escritório?
João apenas concorda e entram nele.
— O que está acontecendo João?
— Referente a que quer saber?
— Se por um lado, falam que você é um bruxo cheio de coisas
ruins, por outro, investe pesado, a cidade vai acordar com estes
manequins vestidos a rua, mas o que está acontecendo.
— Uma guerra, que ninguém leva a serio, o exercito recolheu
os seus homens, a policia militar não estará a rua para dar seguran-
ça hoje, e tudo que acontecer de errado, será jogado sobre mim
Marta, por isto, sou apenas o rapaz do Opala, lembra?
— Não quer prejudicar a empresa, seria isto.
— Se eles soubessem que a empresa era minha, estaria como
minha casa, pichada de Bruxo por todas as paredes.
— E o que fez de verdade?
— Eu vou a um enfrentamento hoje, se vencer, estarei aqui
na segunda que vem Marta, se não, alguém vai entrar pela porta, e
lhe indicar o caminho, a empresa continua independente de mim.
— Mas qual o risco?
— Já ouviu falar de Peter Wasser.
— Diziam ser o maior bruxo deste país.
— Sim, ele quer voltar a vida, e a forma que ele quer voltar,
através de meu corpo e minha morte, é este o desafio do dia, mas
antes, vamos as vendas.
— Esta falando serio.

173
— Sim, e pior, todos a volta que falar de algo, antes de estar
acontecendo, vão me chamar de louco, depois, perguntar porque
não os protegemos.
— Existe risco?
— Aqui dentro não.
— Mas como pode garantir?
— Estamos sobre um antigo cemitério indígena, os mane-
quins que acha lindo, fazendo propaganda, é um exercito de bone-
cos, mas não precisam se mexer para nos proteger, é uma proteção
contra magia negra Marta.
— Carlos ficou assustado.
— Acho que eu estou assustado, mas todos estão me olhando
diferente esta semana, a imprensa jogou toda culpa sobre mim,
queria ter todo este poder, não o tenho.
— E vai enfrentar mesmo assim.
— Não tenho alternativa, não mais.
João olha para Carlos a porta e fala.
— Entra.
— Desculpa a reação de ontem, deve estar preocupado e eu
com um ataque de medo.
— Apenas alertando Carlos, é um alerta, se estiverem prote-
gidos em suas casas, menos perigo.
— Certo, mas depois temos de acelerar a produtividade que
não tivemos hoje.
— Não acredito na velocidade, uma hora teremos de descan-
sar Carlos, nem falei para Marta que semana que vem não abrire-
mos, mas preciso desta semana, é importante, e talvez decisiva,
mas se vendermos hoje, o que vendemos no primeiro fim de sema-
na, todos merecem uma semana de descanso.
— Não quer mesmo ninguém no caminho? – Marta.
— Carlos viu o problema de perto, ele sabe o perigo, pois nin-
guém disporia de força no limite que penso que vai a rua hoje, se
fosse algo fácil. Mas vamos ao assunto da manha, como estão os
estoques.
— Alguns não chegamos ao que queria, outros, com estoque
já para semana seguinte. – Marta.

174
— Os com estoque maior, põem mais para frente, os que não
chegamos ao que queríamos, coloca mais ao fundo, não sei ainda
como vai ser o dia, minha cabeça não está aqui hoje.
Os dois saíram, João olha pela janela, já tinha 60 ônibus, e
mais chegando, a lanchonete ao fundo vendendo, o pessoal che-
gando e se ajeitando, aquela lanchonete parecia atrair todos que
chegavam, talvez um dos pontos altos do projeto.
João olha o caminhão dos manequins entrar, e começa a ajei-
tar os novos e os antigos, e ao fundo, os rapazes começam a colocar
os que já estavam embalados, se alguém quisesse, teriam algo a
pronta entrega.
As pessoas olhavam os imensos manequins e viam como
marketing do que teria.
João olha para fora, sentia as energias crescendo, recebe as
mensagens e evita responder a qualquer uma delas.

Dalma olha para fora e fala.


— Vai ser pesado.
— Lidera Dalma, hoje é talvez o confronto que não aconteceu
da ultima vez, que nos deixou a sensação de que Magog voltaria.
— Sei, mas os Laikans estão tensos.
— Todos estamos, acho que não sabemos o que esperar.
Dalma olha os Laikans, na porta o delegado de Piraquara a
olha e fala.
— Cobrimos a entrada da cidade.
— Defende eles delegado. – Dalma foi se transformando, to-
mando a forma de um grande felino, cabeça de caveira, e garras
afiadas, mais de 4 metros e olha para Jorge, ele apenas a olha avan-
çar eles tentariam deter o avançar dos seres.

Em São Jose dos Pinhais, Francisco olha aquele portal abrir e


olha para as duas Imperatrizes Amazonas e fala.
— Obrigado por virem.
— Soubemos que um bruxo quer se apoderar do poder local,
temos interesses em não permitir Francisco, mas que hora espera
que aconteça.
— É só sentir o meio Tesalia.
175
Ela sente o meio, olha em volta e fala.
— Bruxaria da forte, mas quem estará em campo?
— Não sei, muitos se recolheram, mas me parece apenas co-
mo eu pedindo para vocês ajuda, não querendo resistência onde
não precisavam resistência.
Os portais se abriram e cada uma das imperatrizes vieram
com irmãs, 20 mil guerreiras por cada portal.

Diana olha para o quintal da casa e olha aqueles dragões enfi-


leirados, sua irmã descer de um, olha para ela e fala.
— Defendemos esta parte da cidade Irmã.
Eli olha para a casa, e quem via a casa, viu ela virar um cam-
po, e os Dragões surgirem ao ar, eram vários, a defender o ar no
bairro do Hugo Lange.

No Agua Verde, Plout olha Luiz e pergunta.


— Quando vai começar?
— Está amanhecendo, começo da tarde, deve começar a sur-
gir a toda volta, mas se preparem, é o defender da entrada de nos-
sos mundos Plout.
— Entendi, todo o esforço que tentam parecer pequeno, é
para ninguém se mexer.

A policia técnica, não compareceu para substituir o controle


de câmeras da prefeitura, feito pela policia, então o servidor come-
ça a desligar as câmeras da cidade, as ruas começam a sumir, uma a
uma, e Joaquim olha para as ordens e pensa em como contornar e
olha o servidor entrar em espera e bate na mesa e fala.
— Esqueço que eles são inertes por escolha.
O senhor tenta alguma câmera pessoal, e olha a informação
de dragões ao ar no Hugo Lange, com não sabia o que eram, pensa
em ser parte do grupo que tomaria a cidade.

Pedro, o Yahara olha para a filha em Morretes e fala.


— Hora de por este Magog para sempre no buraco filha.
— O que faremos?

176
— Reúne o pessoal, não vamos deixar os Otatos subirem a
serra.
— Sabe que não somos muitos.
— Sei?
A moça de nome Suzi, olha aquela moça surgir a rodovia, vi-
nha pela estrada e olhar para Pedro, se levantando.
— Qual a ideia rapaz?
— Deter os Otatos e Sereias, mas tem de saber, como olhar
para uma sereia, para não ser enfeitiçado por elas, assim como não
ter problemas com as memorias com os Otatos.
— Já as enfrentou?
— Já, assim como os Otatos, eles são grandes, mas é só sentir
seus cheiros e vão entender, eles tem pavor de nós.
Pedro olha a filha e fala.
— Suzi, está é Thamis.
— Tem algo com meu pai?
— Não, apenas estamos unindo forças, para enfrentar algo,
que se ganhar, nos vai tirar a liberdade, e ouvi que os abaixo da
serra tinham perdido os seus velhos e não se transformavam mais,
hora de juntar forças e tentar ganhar.
Suzi viu que alguns eram novos naquilo, mas estavam ali para
reforçar e ouviu o policial as costas.
— O que faremos Pedro?
— Enfrentar Otatos e Sereias, as Yaras devem dar proteção as
costas de Dalma serra acima, então vamos proibir que estas che-
guem lá.
— Uma guerra para valer?
— Sim, se eles pretendem chegar lá as duas das tarde, devem
estar começando a erguer suas cidades rapaz. – Thamis vendo que
ali, até a policia cheirava a Yawaras.
O policial viu a moça se transformar e avançar no sentido da
estrada.

A governadora olha para as ordens e sai no sentido do norte


do Paraná no começo da manhã.
O comandante Ramalho liga para Sergio e pergunta.
— Pode falar Sergio?
177
— Ainda na cidade Ramalho?
— Sim.
— Preciso de proteção e agilidade no sair de uns ônibus que
vieram para Curitiba para comprar roupas, sabe do que estou falan-
do.
— Sim, não quer eles no meio do caminho.
— Exatamente, depois protege as costas do pessoal do filho
do Coelho.
— Ele não entendeu Sergio.
— Ele entendeu, mas Moreira o grampeou, mas o que você
não entendeu Ramalho, é que eles vão a rua como Lobos hoje.
— Eles oque?
— A família dos Guairacás vai a rua hoje, apoiar aquele malu-
co do João.
— O que mais posso ajudar?
— Cuidado para não entrar na frente das Amazonas, e nem
dos bonecos de proteção de João, o resto, tem como João falou,
apenas não perder os seus, dá cobertura.
A policia militar começa a ser distribuída na cidade, ordem,
dar cobertura a quem for enfrentar, evitar atirar no que não sabe de
que lado está.
Muitos não entendiam a posição de Ramalho, mas a 3 dias,
ele voltara a sonhar com o mundo de Eli, e sabia que os dragões de
Eli, estavam dispostos para uma batalha, numa cidade especial, dos
criadores chamada Muito Broto de Pinheiro, ou em linguagem de
Eli, Kur yt yba.

Oito e meia da manha, o tumultuo de ônibus, fez João olhar


para fora, ver a policia organizando, menos mal, não sabia ainda
quem estava ali para ajudar, e nem para atrapalhar, mas as vendas
estavam mornas, mas mais lucrativas, via a parte dos chapéus, ago-
ra com três modelos em 6 tamanhos, começar a sair, as embalagens
de meias saírem, roupas intimas, saindo, menor preço, maior mar-
gem, sabia que não chegaram a produzir o planejado em todas as
divisões, mas algumas já produziram algo, então João acreditava
compensar por aquele lado, o local estava cheio, o segurança a en-
trada começa a indicar o estacionar na rua, organizando as excur-
178
sões, sinal que os ônibus haviam passado dos 190 ônibus, se dentro
da cidade tudo estava meio parado, parece que a propaganda fora
não os atingiu, viu comerciantes do centro da cidade, aproveitando
aquele dia bem morno em tudo, virem conhecer, os rapazes da or-
ganização começam a indicar o estacionamento em frente aos bar-
racões mais a cima da reciclagem de material, os policiais viram que
aquilo tirou 30 ônibus da rua e abrindo a passagem internamente
ao terreno, nem o tumultuo se fez a rua, o que ajudou a controlar
os pequenos veículos.

O marchar de guerreiras no sentido do Sitio Cercado, Amazo-


nas com capas escuras, se posicionando a rua, sem mostrar suas
vestes ou suas armas.
Francisco olha para João, o escritor a frente de sua casa e
pergunta.
— Onde ele se esconde nesta hora João?
— Ele aparecer antes não ajuda, mas o que faz aqui Francisco.
— Pedi ajuda as Amazonas, mas ainda não sei se vai aconte-
cer.
— Ele acredita que vai Francisco, pois é sobre ele que todos
vão caminhar.
— Certo, e acha que ele espera o que?
— Ele é duro com ele assim como com os demais, ele espera
não precisar se matar no final.
— Seria maluquice.
— A pior das formas de ganhar uma batalha, sabe disto.
Francisco olha o tumultuo do outro lado do trilho e fala.
— E todos estes no meio do caminho.
— Eles já devem sair da cidade, sabe disto Francisco.

Sabrina olha os manequins, Paulo a olha e fala.


— Como faz isto?
— Isto como?
— Dar vida ao que é morto.
— Não é vida, é apenas força, são o mesmo material, assim
que terminar de guerrear.
— Assustador algo assim.
179
— O dono disto, acredita que está defendendo a vida dele,
sabe que pensei que ele não reagiria, mas ele está mostrando um
caminho forte, não é apenas dinheiro, é estrutura, mas aquele rosto
serio de João, é medo, e ele vai a algo que muitos dizem impossível.
— Impossível?
— Vencer o medo, é das coisas mais difíceis.
Ao fundo os ônibus estacionando, no barracão, já com mais
de mil bonecos, vestidos e prontos a ir a rua.
A policia a rua fez Sabrina saber que parte ainda estava na ci-
dade, os avisos diziam que talvez ninguém se manifestasse.

No Alto da XV, um grupo de pessoas olha os dragões de Eli ao


bairro ao lado e começam a chegar a Rua Itupava, descer pela rua e
se concentrar na frente de um posto de Gasolina, colégio de um
lado, posto do outro, e uma praça na esquina, sobre um antigo rio.
Andrei olha os demais e fala.
— Não sei qual a ideia de enfrentamento, mas sabemos que a
função é defender a cidade.
— Como defendemos a cidade? – Regina, uma moça.
— Defendemos pontos, eles tendem a surgir a todo lado, se
eles não puderem caminhar a cidade, eles não tem como chegar ao
sul.
— Quem vai a guerra? – Damario ao fundo.
— Todos estão a rua, acha Damario que nós fugimos?
O rapaz sorri e se transforma, um imenso lobo, outros fizeram
o mesmo e começam a caminhar pelas ruas, as pessoas começam a
se recolher, se antes poderiam não acreditar que aconteceria, agora
tinham certeza que algo estranho novamente aconteceria.

Moreira estava a olhar as imagens e olha os lobos surgirem


no Alto da XV, ele não sabia ainda o que eram aqueles dragões ao
céu, viu por câmeras em São Jose aquele exercito de Mulheres,
imensas caminhar no sentido da cidade, olha os campos em volta da
sua casa em Tijucas e olha aqueles felinos erguidos nas patas de trás
começarem a caminhar pela cidade, sua esposa o abraça assustado
e pergunta.
— O que é isto?
180
— Os Manás, pensei que se manteriam escondidos, mas es-
queci que Magog é uma ameaça ao tipo de vida deles.
— E os pequenos?
— Cabelos loiros, pele bronzeada e pés invertidos, Curupiras.
Rosa olha os pés e fala.
— Este senhor terá toda esta proteção?
— Se entendi, ele não pediu ajuda, mas estes vão a guerra
com Magog, se cada um segurar um pouco, o senhor terá de en-
frentar apenas Wasser.
— Acha que ele vence?
— Ele não é alguém forte Rosa, teimoso, mas muitos querem
a volta de Wasser, de governadora que tirou a policia da rua, a de-
putados que eram financiados por ele, duvido que ele sobreviva.
Moreira olha os seres passando, olha as imagens e os Laikans
começam a tomar a rua.

Pedro em Morretes vai a frente, os Otatos começam a sair de


suas cidades, olham que os Yawaras estavam todos a frente e co-
meçam a sair, os demais sentem o cheiro de medo, e avançam,
sempre esperavam que o rei Otato recuasse os seus, mas pareciam
ter ordens de avançar, a briga estava forte.
Os seres que eram imensos siris, eram lentos comparados
aos Yawaras, alguns mesmo assim eram pegos pelas garras dos se-
res, perdas dos dois lados, sempre fazia os demais ficarem tensos,
mas a beira do rio estava lotada de seres cortados, quando a cidade
começa a afundar nas areias do rio, e se viu as Sereias vindo can-
tando, tentando encantar.
Sueli, a mãe de Suzi liga os alto falantes a beira do caminho, e
começa a tocar um rock nacional dos anos oitenta, quebrando o
encanto, e foram mais garras expostas, as Sereias começam a recu-
ar, gatos e peixes continuariam a não se gostar no estado.

No Sitio Cercado ainda parecia que as coisas estavam nor-


mais, mas no centro um rapaz na 98 FM vai ao ar.
— Meio Dia em Curitiba, se não saiu de casa, não saia, pois as
ruas, muitos narram, Laikans, Manás, Dragões, lobos, Onças, e se
não entendeu, hora de ir para casa e proteger os seus.
181
Ele libera uma musica e muitos começam a olhar para a rua, o
rapaz sabia que era um anuncio pago, com aquele texto, 10 inser-
ções por hora, até as duas da tarde.
Ele achava ser uma propaganda, quando olha pela janela do
estúdio aqueles seres caminhando na rua olha assustado, ele olha o
segurança trancando a entrada e entrando.
Os rapazes que estavam na parte baixa, sobem, e um olha pa-
ra ele.
— O que está acontecendo Ricardo?
Ele não sabia, mas estava na programação, e ao mesmo tem-
po, entendeu, alguém sabia, alguém alertou, e nada disto seria le-
vado a serio se não estivesse ali fora.

Dalma olha para as Yaras chegando a Piraquara e pergunta.


— Como está a serra?
— Os Yawaras estão segurando qualquer subida, em Morre-
tes.
— Acha que dão conta?
— Aquele Pedro, está lá, não sei quem é a moça ao lado, mas
o cheiro de medo dos Otatos junto como os de onças indo no senti-
do das Sereias, as fez entrar com medo em campo, algumas nem
saíram do mar.
Os mortos começam a se erguer na região e avançar, os
Laikans saem a frente e Dalma logo atrás, cortando com as garras os
seres, eram muitos, Magog avançava, usando os mortos vivos para
lhe dar distancia dos demais.
Quando eles chegam ao Tarumã, entrada de Curitiba, os Gua-
rás começam a derrubar os mortos vivos, Magog toma a frente a
abre o caminho, viu os dragões ao ar lhe jogarem fogo, eles se man-
tinham longe, os mortos não recuavam, não sentiam dor, então
aprecia uma avança por quantidade, não por força.
Magog faz um sinal com os braços e carros de um estaciona-
mento começam a ser jogados no sentido dos Dragões.
Dalma corria a o campo quando se abre o portal e olha aque-
las imensas serpentes passando, um senhor sobre uma delas.
Alguns recuaram e viram os Manás passarem por eles, ata-
cando as serpentes.
182
Os minotauros começam a passar, e os Curupiras começam a
correr entre eles, e os atacar rapidamente e sair.
A guerra se fazia e deixava as pessoas ao longe, e os anúncios
de um enfrentamento no leste da cidade, começavam a ser noticia-
dos, mas não confirmados.

João olha para Joaquim na lanchonete e fala.


— Recolhe as pessoas Joaquim e recomendava fechar a lan-
chonete.
— Problemas?
— Sim, mas temos de evitar ficar no caminho.
— E os ônibus?
— Saindo logo, sabe disto.
— Certo, mas o que está acontecendo?
— Aquilo que todos que não virem, vão duvidar.
— Certo, aquela coisa de poeira um dia, energia a mão.
— Sim, mas dispensa antes das duas, e manda para casa dire-
to Joaquim.
— Sabe pelo jeito até dos problemas, alguns o indicam como
culpado de tudo.
— Pode ser que continuem me culpando, mas não quer dizer
que seja eu o culpado, mas se protege, quem vem ai, é contra mim,
e não quero inocentes na rua.
Marta termina de dispensar as meninas e chega ao estacio-
namento, vendo que somente dois ônibus ainda estavam no estaci-
onamento interno.
— Finalmente sobras, - Marta.
— Sim, mas não esquece, não vai abrir semana seguinte, te-
mos de ter tempo de estruturar os problemas, e como falou, melhor
não extrapolar problemas.
— Certo, estou saindo, vai sair quando, os rádios falam horro-
res da região Leste de Curitiba.
— Vai para casa e evita as ruas Marta, hora de se proteger.
— E vai onde? Enfrentar?
— Eles vem a mim, não preciso ir, mas não quer dizer que se-
ja agradável o final.

183
João olha os demais saírem, dispensa o segurança, vê os poli-
ciais acompanharem os turistas, e olha para Sabrina andando a rua,
e fala.
— Estão já contornando João.
— Se cuida.
Ela sorri, ela toca o chão, e os bonecos a rua começam a se
mexer, eles viriam via parque, um grupo desce a rua, os animais do
zoológico estavam retidos, em seus recintos, avisados que algo iria
acontecer, já que segunda ele não abre.
Alguns começam a fechar ruas ao longe, para não virem mais
carros naquele sentido, João olha o relógio e fica a pensar no que
poderia acontecer.
Ele sente os seres vindo a rua, as grandes serpentes vieram
rastejando de derrubando mata da região do rio abaixo, e os mortos
vivos a acompanhar, Wasser olha João, ao meio da rua, olha para os
lados, sozinho, sorri e fala alto.
— Bem me disseram que não temia a morte.
— Bem me disseram que era um nada Wasser.
Wasser olha para o senhor, ele abaixa ao chão, ao longe, Sa-
brina observava, mas mais atrás, Aline toca o chão junto e aquele
mar de vermelho correu pelo chão, Wasser sabia que era um morto,
então se esticou para cima da grande serpente, os mortos vivos
caem, sequencialmente por onde o vermelho passou e João cresce,
coloca as garras para fora e fala.
— Quem são as crianças que trouxe para matar Wasser? - Fa-
la João olhando o quanto os minotauros ficaram pequenos, e eles
viram que não seria um alvo fácil.
— Acha que pode com todos?
— Se fosse metade do bruxo que dizem ser, não estava preci-
sando de todos estes a volta covarde.
João estava provocando, mas Wasser olhando o chão verme-
lho, magia de interação, de renascimento, não arriscaria, ele não
queria arriscar.
João olha os bonecos a rua, e olha para Wasser, e estes co-
meçam a se mexer, ganhar vida, e atacar os minotauros, pegando
suas espadas, e começando a cortar as serpentes.

184
Eram muitos, Wasser pensou que João estava gastando ener-
gias, e viu aquelas amazonas entrar pelas costas cortando as ser-
pentes ao fundo, elas se viram, os duendes tentaram feitiços e vi-
ram que estas vieram protegidas contra este tipo de coisa.
Wasser olha que teria de encarar, deixa seu corpo maior e viu
João ainda no mesmo lugar, Wasser mexeu as mãos e pedaços de
calçada se mexeram criando um caminhos sobre o vermelho, até
João, que sorri e fala.
— Finalmente querendo morrer Wasser?
— Você não pode comigo.
— Acho que não entendeu, eu sou vivo, e segundo um bruxo
famoso na cidade, ele afirmou, com todas as letras, um vivo nunca
perde para um morto.
Wasser olha desconfiado, ele escrevera aquilo, mas não lem-
brava desta parte, ele fica na duvida e fala.
— Acha que vou deixar você vivo?
João olha em volta e sente aquela energia negativa vir sobre
ele o erguendo, a magia de Wasser, sente os pés se afastarem do
chão, passa as garras no ar vendo elas passarem pelo ar, sente aqui-
lo segurar ele pelo pescoço e apertar, viu o sorriso de Wasser.
As amazonas terminam de cortar as serpentes, viram os du-
endes tentar se reunir em grupos e viram um Hons entrar ao fundo
e apenas tocar naquela bola de energia que a reunião dos duendes
estava fazendo, pega a pedra ao pescoço e encosta na energia, e
aquilo brilha e desaparece.
Eles olham João erguido e sentem a proteção de Wasser afas-
tar todos, eles tentam se agarrar as coisas, mas tudo foi afastado
deles.
João olha para Wasser e pensa, no que fazer, ele não sabia,
mas abre as asas, e ganha altura, Wasser se assusta e olha para
João, ele voava, ele se levantou com asas brancas, então ele desce
mais ao fundo, olhando o senhor.
Um grupo a mais de mortos vivos entra caindo em campo e
Magog flutua sobre o grupo e começa a atirar tudo sobre o grupo,
se colocando entre o grupo de João e Wasser.
Wasser olha João e fala.
— E ainda acha que sobrevive.
185
João apenas sorriu, sente a magia da nevoa e a devolve ao
senhor que olha assustado, aquela nevoa avançar sobre ele, recua e
olha as lajotas da rua começarem a ficar vermelhas.
João desce ao chão e caminha até Wasser, ele olhava João,
ele puxa tudo para a rua, e parte da construção do galpão de expo-
sição tente a rua, caindo sobre João.
João sente aquele ferro lhe atravessar, sente a dor, foi forte,
ele olha para o corpo, ele não se regenera, sente o sangue na boca,
pensa se morreria, se enganara, olha para a rua e aquele ser com
sua queda, se livra da nevoa, e os restos se erguendo para ele não
pisar ao chão.
João pensa em sua alma e a tira do corpo, Wasser olha o cor-
po caído e olha em volta, não teria como levantar aquilo com calma
e olha para a rua, e começa a afastar as coisas do lugar, olha o cor-
po, João sente o mesmo, na rua abaixo, ele pensa na casa e a mes-
ma se desfaz em energia.
João olha para o corpo caído, seu corpo, olha os demais, olha
para Magog olhar para o corpo, o ser olha Wasser como se o ser
tivesse perdido, ele recua, Wasser olha os demais começarem a
descer a rua, olha em volta, ele tentava achar uma saída, vi ele tocar
o corpo, ele não reagia mais, ele pareceu olhar descrente, ele es-
queceu do básico, João não estava feliz com isto, mas viu o ser gri-
tar, ele sente o vermelho tomar o lugar, e sente o toque em seu pé,
Magog sobre restos de uma casa destruída ao fundo, vê ele gritar e
brilhar, como os mortos vivos, este renasceria, mas agora, sem ciên-
cia de quem foi.
O grupo se olha, Francisco abre o caminho e chega ao corpo,
se viu a lagrima nos olhos do senhor, João viu os demais se afasta-
rem, eles fizeram sua parte, mas aquele corpo, nos restos de uma
construção que não existiria ali, se ele não tivesse construído, pare-
cia ditar o momento.
João olha eles, muitos chegando perto, mas todos queriam fi-
car longe dele, ele sabia que não gostava de momentos como este,
ele se afasta, ele não estava ali quando Jessica chega ao corpo,
quando Evandro o toca e diz que a alma não está ali, quando a poli-
cia técnica chega com Sergio.
O delegado Coelho perguntou.
186
— Mas o que fazemos?
— Delegado, reúne todos, não sei o que aconteceu em todo
caminho, mas temos de ajudar os vivos, ele sabia, esta era a forma
mais fácil de deter Wasser, nem sei quanta magia é necessária para
desmanchar um prédio e lançar sobre alguém, mas este a imprensa
não vai conseguir culpar, ou se culpar, não teremos culpado.
A informação da morte de João, chega ao Sitio Cercado, Nane
não entendeu, se ele morreu, porque não havia dado certo, Jessica
não conversou, entrou no quarto e se fechou.
Sua mãe olha para Evandro e fala.
— O que aconteceu?
— Não sabemos exatamente, mas pelo que entendi, ele por
24 horas estaria mortal, Wasser vendo a força dele, força o desabar
da Distribuidora de Roupas sobre ele, mas normalmente, ele teria
se defendido, se regenerado, mas um dos ferros da construção o
atravessou, o grande Bruxo, pensando que estava vencendo, viu
João Morrer, ele deve ter se distraído com isto, pensando que tudo
que ele fizera não teria mais poder, mas deveria estar pensando em
sair dali, com os demais avançando, quando os campos de sangue
tocam ele, ele grita e brilha renascendo.
— Está dizendo que o senhor João morreu?
— Sim, é o que estou dizendo.
Evandro sai, Nane olhava ele, estanhava, tentando entender
o que acontecera, e olha para Evandro.
— Vocês o deterão, não terão minha clemencia.
— Quer mesmo descontar em nós Nane, você queria entregar
sua prima a morte, para ter algo, as vezes temo mais pessoas como
você, do que os demais. – Evandro se afastando, Pedro não estava
ali, provavelmente já morto antes, tanta coisa que achara ser de
uma forma e não entendera.
Jessica estava com a porta fechada, quando ouve sua mãe a
porta.
— Tem uma moça e um rapaz ai, ela disse que precisa falar
com você Jessica.
— Não quero falar com ninguém.
A mãe dela olha e fala, era uma tentativa.
— Algo sobre como fazer João voltar.
187
Jessica olha para a mãe e pergunta.
— Quem está a sala?
— Jessica de Lemuri e um rapaz de nome Paulo.
Jessica olha a mãe e fala.
— Pede para me esperar, mas não sei se quero falar sobre is-
to, mas as vezes temos de ouvir.
Jessica enxuga as lagrimas, se olha no espelho e sai do quarto,
olha aqueles dois.
— Sei que deve estar pesando no fim daquele senhor, mas
minha mãe me alertou de algo, e tinha de lhe alertar. – O rapaz de
nome Paulo.
— O que Esmeralda falou? – Jessica olhando o rapaz.
— Que a curva do dia, tinha duas saídas, e João teria de esco-
lher uma delas, o que as amazonas falaram ao fundo, é que ele es-
colheu as asas brancas, ele tinha decidido menina, ele tinha duas
alternativas, deixar seu corpo ser tomado e tentar o retomar, ele
usaria asas pretas se tivesse escolhido isto, pois seria a chance de
vida aos dois, ou a branca, que seria a chance de morte aos dois,
mas segundo as Amazonas, somente um ser brilhou naquele campo
e foi ao eterno, isto que fez Wasser chegar a ele, pois ele não bri-
lhou como um morto.
— Mas ele estaria no corpo.
— Se estivesse, Wasser não o sentiria como morto, ele deve
ter saído do corpo, a pergunta, onde está João?
— Porque ele se perderia?
— Ele não quis morrer, então ele saiu do corpo, mas isto, se
não o encontrarmos, será um ser que esquecera quem foi, e temos
uma semana para tentar achar ele, segundo minha mãe. – Paulo.
Jessica olha a outra Jessica e pergunta.
— E como se acha algo assim?
— Tem de entender, apenas as pessoas que são parte da vida
dele, podem sentir o caminho, ele provavelmente vai ter uma se-
mana de peregrinação próxima, depois ele tende a se afastar, por
isto a primeira semana é a que indica tudo ou nada.
— E porque ele escolheria este caminho? – Keka.
— Ele tinha duas opções, ele pode não ter escolhido, mas
como mortal, Wasser jogou um prédio inteiro sobre ele, ele decidira
188
que não seria escravo, as asas brancas disseram isto, Wasser sabia
disto, mas como alguém que estava cercado de magia, vendo al-
guém de asas, pensou que João ainda não estava mortal, ou esque-
ceu momentaneamente, foi uma escolha, e uma reação, ele não
escolheu este caminho Jessica, ele escolheu enfrentar, e como todo
enfrentamento, gera mortes, sabe disto.
— Começamos por onde?
— Pelo local, não sei de quem é o local.
— Dele, isto que estranho, ele foi morto, por um prédio que
não estaria lá, se ele não o tivesse construído. – Keka.
Paulo olha as duas e fala.
— O problema, é que atraímos o que dedicamos tempo, mais
do que o que não dedicamos, ele não é morto por algo estranho,
pelo menos isto.
— Não entendi.
— Magia própria, isto que deve ter o permitido sair do corpo,
ele poderia ser um escravo de Wasser neste momento Jessica. –
Paulo olhando Keka.
— Vamos lá, mas ainda me parece maluquice, não entendo
como ele poderia voltar.
— Se toda energia que falam, estava nele, pode ser qualquer
coisa, menos um qualquer Jessica. – Fala a outra Jessica.

Na delegacia de Coelho, começam a chegar dados, mortos,


um confronto em meio a cidade, gerou mais de 100 mortos, muitos
restos de carne e coisas estranhas no caminho, eles sabiam o que
era, mas não falaria, as pessoas sabiam que teriam de por na lei e os
delegados, começam a estabelecer os pontos.
As imagens não permitiam acusar, os grupos de limpeza co-
meçam recolhendo os mortos que iriam velar, os seres estranhos,
eles foram sendo amontoados, foram isolados, não sabiam ainda o
que falariam, mas era obvio, a governadora ainda não estava na
cidade, o prefeito tinha saído e voltaria em dois dias, os exércitos,
nem saíram dos quarteis, rixas criadas, e que iriam por anos.
Era inicio da noite e uma reportagem fala sobre acontecimen-
tos estranhos na cidade, e perguntam a um grupo de turistas de
compra o que realmente aconteceu e eles falam que era apenas
189
marketing, que a cidade estava calma, que foram bem atendidos, e
que só poderia ser algum marketing.
O país compra a historia e vão a violência em São Paulo, inva-
sões e mortes nestes lugares.

Moreira liga para Francisco, ele não o atende, e resolve ir a


sua casa, ele não estava lá, sobe a rua e o encontra ajudando as
pessoas a rua, e olha aquelas imensas serpentes, uma coisa era
falar, serpentes, outra, a cabeça de um ser, que só esta parte tinha
mais de 3 metros de altura, mais de 30 metros de comprimento.
— Não me atende mais Francisco.
Francisco o olha e pergunta.
— Algo mais urgente do que ajudar este pessoal que quase
não tem onde dormir?
— Preciso saber, o que aconteceu com Wasser.
— Morreu.
— Ele já estava morto.
— Certo, vai renascer, ele foi ao Eterno.
— E João?
— Estão velando na igreja de Ricardo, ali no Sitio Cercado.
Joaquim olha como se não entendesse e pergunta.
— Mas o que ganhamos com isto?
Francisco não responde, pois diria nada, mas o senhor achava
que era um estrategista, ele não tinha o que queria e não tinha al-
guém para culpar.
Joaquim desce a rua e olha para o prédio jogado a rua, olha a
destruição, um grupo de engenheiros olhava aquilo e o carro de
João ainda ali, ele não saíra deste ponto, a policia controlava a pas-
sagem e acelerava os carros, ele passa a frente da casa de João, não
estava lá, encosta na esquina e olha aquele corpo em um caixão em
meio a parte baixa, na parte alta estaria os cultos, na parte baixa,
aquele corpo, sem ninguém ali, Joaquim chega perto e toca o corpo,
parecia não acreditar no fim que o senhor tivera, ele não fizera nada
para ele não morrer, então era hora de inventar algo.
Ele sai e Ricardo ao fundo olha para Paulo.
— Desculpa usar sua igreja para isto, mas alguém tinha de o
velar Pastor. – Ricardo quase se colocando fora da igreja.
190
— Sabe que o pastor principal é você Ricardo.
— Ele tinha razão senhor, ele não se defendeu das acusações
como se soubesse que morreria, eu duvidei, mas os estragos na
cidade mostram que toda ajuda que ele conseguiu, não foi suficien-
te.
— E ninguém vira o ver?
— Acho que estão pensando, reunindo forças, não foi só ele
que morreu pastor, mas obvio, todos queriam o culpar pelas mortes
e ele esta ai, morto.
— E quem o matou?
— Morto, ele venceu Pastor Paulo, ele sabia que sua vida era
algo que poderia dar corpo a um espirito, então ele deixou de se
preocupar e morreu, sua morte, condena o outro a renascer, mas
não entendo da crença dele, mas acredito que ele será lembrado
em 100 anos.
— Não exagera.
Ricardo olha aquela moça entrar, olhar o corpo, as costas dela
tinham outras pessoas, eles vieram ver, não sabiam quem era, mas
Dara chega ao corpo e olha ele morto.
Tudor chega ao lado e fala.
— Um guerreiro, o problema de guerreiros é que morrem ce-
do. – Tudor o toca e sente que ele não estava ali, olha a neta e fala.
— Que o Eterno o receba de braços abertos.
Dara olha o avô, uma lagrima lhe veio ao rosto e falou.
— Deste amor me livrei.
— Não seja dura com você neta, não funciona assim.
O grupo ficou um tempo e saiu, Ricardo olha eles saindo e
Paulo pergunta.
— Quem eram?
— Tudor de Buzau e família.
— Conhecia?
— Apenas a lenda, nunca o havia visto Pastor.
— Lenda, ele é um jovem.
— Dizem que este senhor, quando tinha 10 anos, enfrentou
uma legião inteira de Roma, na planície do rio Danúbio, sim, ele
parece mais jovem, que a moça que ele chamou de neta.
Paulo olha sem entender.
191
Um senhor entra na capela, olha João e fala olhando Ricardo.
— Pensei que ele sobrevivia. – Delegado Sergio.
— Todos acreditavam nele, mas ele sabia que este era um
dos fins possíveis Delegado.
O delegado ficou pouco, a noite foi de um grupo entrando,
um saindo, mas ele não tinha família, ele era sozinho desde os 10
anos, quando sua mãe morreu, a antiga esposa não passou ali, os
conhecidos passaram e saíram, pouca gente.

Keka chega a construção desabada, perto das 9 da noite,


quando já estava mais calmo e a policia técnica já terminara o le-
vantamento, não sabia o que eles diriam, que a construção foi mal
feita, tão mal feita que pulou do solo e voou 50 metros e caiu na rua
a frente.
Paulo olha o local e fala.
— Tem energia este lugar amor.
Jessica, não Keka, passa a mão ao ar e olha para a cena do
prédio caindo, o senhor ser atingido, ele ainda estava de asas aber-
tas, ele apenas dá um passo atrás, sobre os restos, vendo o senhor
avançar, Keka olha Wasser olhar João como se tivesse vencido, toca
ele e o corpo está morto, ele olha em volta, se vê o chão vermelho
tomar o lugar e ela olha para cima e fala.
— Ele estava ao ar, por isto o chão não o afetou. – Keka.
Paulo olha em volta e fala.
— Tem um rastro para o bairro abaixo.
O grupo segue o rastro e para em um moro, era evidente que
ele passara por cima, Jessica pega um ramo, uma vassoura de for-
ma, Paulo fez o mesmo, Jessica não gostava disto, mas teria de se-
guir este rastro.
O grupo chega a igreja e o pastor olha para Jessica entrar, ele
viu ela tocar a mão do morto, ela não sabia o que falar.
— Sabe que te amo, não é para deixar isto impossível, você
sempre disse que estaria por perto, porque João? Sempre fugindo
de mim.
Ricardo olhava aquilo e olha para a parede ao fundo, Paulo
olha o olhar do pastor e faz sinal para a outra Jessica que olha aqui-
lo brilhar a sair da peça.
192
Paulo sai e ela vai até o lado de Keka e fala.
— Vamos.
Jessica olha sem querer sair e fala.
— Mas...
— Ele acaba de sair Jessica, vamos.
As duas saem, Paulo olha Ricardo ir a porta e pergunta.
— Outra maluca, acha que ele ainda está ai.
Ricardo olha aquele brilho subindo a rua, Paulo acompanha o
olhar do pastor e fala olhando Keka.
— O que o pastor tinha de ligação com João?
— Ódio, seguido de respeito, não sei bem.
— Ele o vê.
Jessica olha para a porta e via o olhar de Ricardo, seguindo al-
go na rua, como se realmente o visse.
— Onde ele estaria indo. – Paulo.
— Para a casa dele. – Keka.
O grupo sobe a rua, chegam a altura da casa de João e o dele-
gado olhava aquela casa, refeita e olha Jessica e os dois as costas e
pergunta.
— O que está acontecendo menina?
— Ele está vagando, mas ele não quer voltar ainda Delegado.
— Mas a casa voltou.
Jessica chega ao portão e toca ele, o delegado olha a mão de-
la atravessar o mesmo, e não o tocar.
— Ele ainda lembra quem é delegado, ou ele volta, ou a casa
some de vez.
— E o que pretende?
— Teria como me fazer um favor? – Os olhos de Keka sobre o
delegado o fez pensar o que ele poderia fazer.
— Mas o que eu posso fazer?
— Uma analise do caso, mantendo o corpo, no IML, uma se-
mana.
— Acha que ele volta, é maluquice.
— Sabe que não é maluquice Sergio, você caminhou pelo
mundo de Haniel, quem em sã consciência, além de sua companhei-
ra, fez isto e está entre os vivos? – Keka.

193
— Ela é especial, mas ela foi além, ela caminhou no caminho
das almas, depois das portas do castelo, ela diz ter chego ao dia do
inicio, ou do fim, nunca entendi.
— João falava que somente a família, explica um mundo que
se refaz, recomeça, somente o amor gera isto.
— Ela sempre acreditou no trino de forma diferente, Amor, a
família, ao companheiro e a Deus, nada de pai filho e espirito santo,
ela fala, amor, amor e amor, somente por ele, somos, vivemos e
entendemos nosso lugar no espaço.
— Ela acredita que Deus é amor? – Paulo.
— Não, o único ser, que ela não sentiu amor, quando diante
dele, foi Deus, podemos amar a Deus, mas Deus, não é amor, se
fosse, o mundo não existiria mortal, ele seria um mundo imortal.
— E quem é sua companheira. – Jessica de Lemuri.
— Ela é apenas a minha companheira, Carla, se eu a definir,
ela é a irmã genética de Nemahiah.
Jessica olha para Paulo.
— As vezes esquecemos, Kur yt yba, “aqui muito broto de pi-
nheiro” estanho como minha mãe fala, uma palavra simples, mas
forte, Aqui, exata um local, eles raramente definiam um local com
tanta exatidão, acrescentam a isto o muito e colocam a condição, o
nascer milhares de mudas de uma das arvores com maior resistên-
cia, seja antes, durante ou depois de morta.
— Uma magia que fica oculta, quem passa desapercebido não
presta atenção, somente os com magia a mão a sentem. – Keka.
— Sim, alguns não conseguem ficar, atrai os de fora, e expul-
sa os nascidos aqui para povoar o mundo. – Jessica.
— O que está acontecendo? – Sergio olhando a casa.
— Ele precisa descansar, ele não entendeu ainda o aconteci-
do, ele está entre o morrer e o renascer, poucos ficam neste inter-
valo Sergio, tem de dar tempo hoje, mas se ele está aqui, temos
uma chance, mas se enterrarem ele, não sei. – Keka.
Sergio liga para alguém no IML, o pastor achou um absurdo
tirarem o corpo da igreja para levar ao IML, mas é que era um favor,
não uma certeza.

194
Pedro em Morretes, olha os mortos, funerais sempre foram
tristes, as pessoas depois da guerra, tentam sempre achar um cul-
pado, olhou a menina sair logo após, deveria ter saído junto, viu os
policiais o algemarem e um falar alto.
— Mãos para cima marginal.
Pedro olha a arma, pensa se valia, levanta a mão, afastavam a
filha ao fundo, muitos olham ele como culpado, as vezes até ele
concordava que alguns se morressem, seria mais fácil.
Ele se condena internamente pelo pensamento e fala.
— Desarmado rapaz, é só indicar o caminho.
Pedro olha eles jogarem ele em uma cela.

No mundo de Eli, a princesa faz o enterro coletivo, de dra-


gões, eles os defendiam, mas era a tradição, eles sempre sofriam
para que humanos fossem a frente, alguns morreram na batalha, o
matar da magia dentro de humanos distantes era os jogar na inercia
do dia a dia.
Eli olha a irmã, agora aparentando mais nova que ela, sair de
seu mundo, olhar para a casa, se ver cercada e apenas sair para
fora, já erguendo as mãos, policia no Brasil, quando com medo, lhe
mata para não ter resistência.
Ela é conduzida a delegacia, agora alguns delegados queriam
culpados, e não poderiam culpar os mortos.

Tudor olha a filha e fala.


— Aproveita a dica dos Maná neta, e sai da cidade.
— Problemas?
— Não acabou ainda para desistirmos.
Dara sai com os demais, viu até sua avó correndo ao seu lado
no sentido dos campos.
Tudor olha a policia entrar, ele olha eles lhe apontarem a ar-
ma, há anos Tudor estava apenas oculto, eles estavam trazendo
uma lenda a vista, se este era o caminho, Tudor nunca duvidou dele.

As perdas de irmãs, estava nos olhos de Dalila, imperatriz e


irmã de Tesalia, as levar mortas para casa, era algo inaceitável, mas
sabiam que as guerras eram assim, elas colocam as irmãs as camas,
195
seus poderes internos as refariam, mas era triste, todos sempre
falavam da imortalidade das Amazonas, mas o que não entendiam,
sua alma, não se desprendia nunca do corpo, nem que escolhendo
um pequeno trecho dele, para esperar e refazer o corpo, absorven-
do agua, ingredientes a volta, para as trazer a vida, no atual estado,
era apenas um sonho profundo.

Em todos os grupos houve perda, e em meio a aceitar a mor-


te de companheiros, viam os lideres sendo presos, a posição social
depois da tragédia, mas eles já esperavam isto.

Magog chega em Piraquara, sente as energias, os mortos vi-


vos que não renasceram ainda ao campo, eram milhares, ainda ti-
nha seu exercito, sente a leveza no ar, estava livre, sorri assustado-
ramente, sentido as almas dos poucos mortos na batalha serem em
parte atraídas para ela, sente sua energia subir, e a cidade ouve
aquela gargalhada assustadora sobre a cidade.

Dalma pega a trilha do Itupava e começa a descer a serra, sa-


bia que se ficasse seria detida, hora de se esconder entre as iaras.
Ela pensa nas consequências, não havia terminado, e via os
humanos já achando que venceram.
O delegado Coelho recebe a informação da prisão de seu filho
e de alguns amigos e viu o secretario de segurança entrando na
peça e falar.
— Está detido senhor Coelho.
Coelho olha os rapazes armados, da policia especial e fala.
— Os covardes apareceram, mas sem problema Secretário,
apenas avisa eles, não acabou.
O secretario não perguntaria o que não acabou e Coelho e
conduzido a sua casa, prisão domiciliar.

Sergio estava em tramite, e olha para as mensagens e olha


para Raiska.
— Vão prender seu advogado antes de você Raiska.
— E não sabíamos que seria assim?
— Eles não entenderam ainda.
196
Raiska sorriu, ela não havia entendido, mas era obvio, que se
todos estavam agindo, não acabara.
Sergio caminha até sua casa, olha para a companheira ao lon-
ge, eles estavam cercando a casa, armas a mão, Carla estava assus-
tada, quando olha aquele menino surgir ao meio da rua, na inversa
a que vinha, toda policia olha a noite para aquele menino, nu,
abrindo as asas, brilhosas as costas.
A policia valente aponta a arma para ele, Carla dá dois passos
e entra na casa, os policiais pareciam ter ordens que não faziam
sentido, e os olhos de Sergio cruzam com os de João, ele olha e sor-
ri.
“ — Quem ameaça minha família?” – Um som aterrador que
sai do pequeno Arcanjo explodindo tudo, vidros, dilatando paredes
a volta.
Os policiais tem reações diferentes, alguns apertam o gatilho,
sinal que as armas não estavam nem travadas, eles queriam matar
alguém, outros soltam as armas e cobrem o ouvido.
O pequeno Arcanjo meche as mãos e as armas começam a
queimar e os que estavam atirando, com as balas parando a sua
frente, começam as soltar, ele olha furioso e um senhor ao fundo,
atordoado fala alto.
— Acha que temos medo de uma criança.
João sorriu e falou.
“ — Quem atira em crianças, tem medo até do próprio cheiro
comandante Marques, o que faz a frente desta casa”
O senhor põem a mão nos ouvidos e responde tentando se
manter firme, mas ele estava vendo os rapazes não terem armas, as
balas todas paradas no ar, e fala.
— Temos ordem de prisão de Sergio Fucks.
“— E quem assinou, quando assinou, pois só mostra o quanto
vocês são covardes Comandante.”
— Não lhe interessa.
“— Para não dizer que fui injusto comandante, pela ultima
vez, quando assinaram?”
O senhor olha o carro, ele estava pensando em fugir, não ti-
rava os olhos do menino, mas sentiu o movimento e olha Plout sur-
gir ali e fala.
197
— Este é o próximo.
Sergio olha os Hons surgirem as costas dos policiais e Plout fa-
lar.
— Vamos ver a valentia dele pequeno Arcanjo, pois gente que
não respeita a vida, a família, não é perda.
Os Hons tocam nos soldados e no comandante e surgem to-
dos num campo em Hons, e Plout fala olhando o comandante.
— Quer brincar de caçar, agora você é a caça comandante.
Sergio olha o pequeno arcanjo fechar as asas, as pessoas nas
casas olhavam encantadas e assustadas, Carla abre a porta enquan-
to João fechava as Asas e some a rua.
Ele abraça a companheira, os filhos e entra em casa.

198
199
J.J.Gremmelmaier

Sonhando

200
João olha as mãos e fala.
— Como saio de um sonho, se eu não acredito em sonhos?
Ele olha sua casa, sabia que a desfizera, tenta lembrar quando
entrou no sonho, lembra de ser puxado para cima, depois para uma
igreja, lembra de ouvir palavras, mas não ver as pessoas, e o corpo
ser atraído novamente para a casa.
João olha para fora e olha que estava tudo vermelho, ele não
teria como caminhar ali, ou podia, talvez fosse o caminho, ele chega
ao muro e olha para fora.
Olha os exércitos de mortos caminhando para longe, viu as
grandes serpentes e olha aquele ser lhe olhar e parar a sua frente.
— Não pode se omitir do renascer João. – Wasser.
— Eu não me omiti, eu apenas não tenho como sair do terre-
no, não sei, estou retido aqui, vocês tem o caminho aberto, talvez
eu vá a reabilitação eterna.
— Não existe isto. – Wasser.
— Tenho certeza que nem você tem esta certeza Wasser, sua
ganancia o colocou ai, não eu, queria o poder de um anjo.
— Você nunca foi um anjo.
— Eu nunca quis ser um anjo.
— Você não entende, todos os caminhos seguem para longe.
Peter Wasser sente o corpo ser puxado e tenta se agarrar ao
portão e sua mão a atravessa e não consegue se segurar, ele grita
revoltado.
— Vou achar uma forma de voltar.
— Todos voltam, não se preocupe.
Wasser grita.
João olha para os seres passando por horas, humanos mortos,
gente que sempre se dá mal.
As vezes se via gente caminhando como se descontraída para
o caminho do Eterno, enquanto tinham os mortos vivos, sempre
tementes dos seus feitos.
Quando parou de passar as pessoas, parece que se fechou o
lugar, ele toca o vazio e viu ele lhe barrar as mãos, ele passa a mão a
toda volta do terreno, estava preso ali, e olha para as imagens a
volta, viu a sua mãe, talvez fosse das coisas que fizeram muita falta
em sua vida, ele olha ela caída a calçada, ele ferido, ele olha em
201
volta e alguns o apontam como culpado, parecia que as pessoas
sempre o culparam, até do que ele nunca tivera culpa, um carro
invade a calçada, a mãe morre e todos lhe olham como se a culpa
fosse dele, ele chorava por dentro, de ver sua mãe morta e olha os
demais lhe apontando, falando coisas que não entendia no dia.
João olha as imagens do pessoal da ambulância chegar, so-
mente nesta hora um rapaz tocou sua cabeça, ele sente o sangue na
boca e olha aquele senhor entrar na ambulância e o tocar, ele sente
as dores sumirem e olha para o senhor sair, pensar que aquilo não
foi uma ajuda, foi para lhe tirar do caminho da morte, para algo que
por anos agradeceu, ele deu força ao ressurgir de Wasser, mesmo
não o reconhecendo naquele ser, hoje sabia que era ele.
João senta-se ao chão olhando a imagem do mandar ele para
um orfanato, o apanhar, o ser humilhado, o fugir de lá para apren-
der a rua as coisas.
O casamento, o fim, toda uma sequencia de desastres, de fra-
turas, de marcas que ele tinha ao corpo.
João olha os momentos triste que passou, até olhar aquela
menina lhe olhar e falar um dia.
— O que faz para viver?
Ele estava pensando em ir a frente e para naquela pergunta,
ninguém se preocupava com ele, sabia que a menina era tida como
uma escolhida do grande mago da cidade, para a ensinar, não en-
tendia parte da historia, mas eles conversaram, talvez sua forma
quase doce de falar, o manteve longe, era uma criança.
Lembra da pergunta dela quando tinha 14.
— Não me acha bonita?
João a olha e fala.
— Es uma criança linda.
Lembra que ela sumiu do caminho por quase um mês.
As imagens sumiram, ele olha a casa ao fundo sumir, parecia
um caminho, ele pensa e não entra naquele caminho, ele senta-se e
olha em volta.
— Não tenho para onde ir.
João olha aquele caminho surgir a toda volta, olha aquele ser
negro olhando todos passarem e olhar para ele e falar algo que ele
não entendeu, ele olha para onde ele apontava, suas pernas esta-
202
vam cansadas, ainda sentado e apenas tenta ignorar o que parecia
significar aquilo, ele tenta lembrar de algo e as vezes parecia que
teria de caminhar, tentava se agarrar a algo, mas não sentia nada,
parecia leve demais.
João olha em volta e pensa no quanto se enganara, lembra
que o grande problema é que sempre esperava que as coisas vies-
sem sobre ele e não morresse, reflexo condicionado, uma vida intei-
ra de coisas caindo sobre ele e sobrevivendo, mesmo que com mui-
tas feridas.
Por um segundo lembrou das asas e viu o ser negro olhar pa-
ra ele e falar algo, não entendeu, mas outros olharam para ele, mas
não via nada diferente.
Olha para o lugar e repara que uma pessoa que passara antes
passa novamente, era uma alucinação, viu o local onde o ser indica-
va, era o caminho que antes se recusara a andar.
Ele olha o ser e parece mudar de forma, olha para a imagem
de sua mãe, talvez a ver fosse um motivo que lhe atraia a caminhar,
ele chega a levantar, olha o caminho e para, ele sente o caminho
frio e volta a sentar. Passar não era certeza de encontrar sua mãe,
se as almas renasciam, ela deveria ou ter renascido ou preste a re-
nascer, ele, iria estar ao fim de uma fila, ele não queria esquecer
quem era, esquecer um amor.
As certezas eram duvidas e pela duvida resolveu esperar, em-
bora não soubesse quanto tempo estava parado, talvez um dia ti-
vesse de se levantar, talvez o fizesse quando não lembrasse mais
quem era.
Quem sabe a porta fosse do renascer, ele tinha duvida, e fica
naquela incerteza, e se ali fosse o caminho para sair e voltar a vida.
Ele olha para as mãos, pensa nas asas e olha sua aura brilhar,
ele ainda tinha as asas, elas estavam brancas, lembra da escolha, ele
não o fez porque queria, e sim para não deixar o senhor chegar a ele
e tomar sua alma, o medo o fez recuar, medo de fazer mal as pes-
soas, pois o que falavam do senhor era uma coisa, o que sentia,
outra, embora não morrera pois aquele ser interferiu, nunca pensa-
ra em agradecer, mas sim, ele descobrira um amor, pois ele o forçou
a não morrer, ele olha as mãos e sente elas frias, pela primeira vez
sentiu seu corpo, mas e se não conseguisse voltar.
203
João lembra daquele olhar lhe perguntando coisas que sabia
não ter feito, quantas vezes eles se afastaram podendo se aproxi-
mar, quantas vezes tentou a defender, e foi alvo, mas existiam ou-
tras pessoas lá, o que elas estariam sentido.
Ele enfrentara Wasser, lembra de Magog ao fundo, ele teve
uma certeza neste momento, ele teria de voltar, mas como?
Na mente de João, mais do que o amor, ele teria de estar lá
para segurar o avanço de Magog.

204
205
J.J.Gremmelmaier

As Guerras
Recomeçam

206
Nas prisões estavam com parte dos defensores, Dalma come-
ça a subir no fim do dia novamente a Piraquara, ela sentia que a
energia estava forte e olha para o policial a sua porta.
— Vai nos trair? – Ela olhando os policiais armados.
— Pensei que tinha desistido. – O delegado.
— O que temos?
— Magog está avançando por Quatro Barras, vai deixar de es-
tar oculta já em Colombo.
— Quem prenderam?
— Todos por uma semana para averiguação.
— Eles sabem o que estão fazendo?
— Não sei.
Na radio que anunciara o dia anterior o acontecido, no inicio
da noite o radialista olha o recado e fala.
— O que fazemos diretor?
— Alertamos e as pessoas sobreviveram, pelo que falam as
ruas, a governadora ainda está longe.
— Covarde.
— O que fazemos?
— Grava e põem no ar, pagaram e estamos apenas cumprin-
do um contrato.
Sergio estava em casa, quando ouve na radio.
“Alguns ainda não entenderam, quem estiver no caminho de
Magog, e tiver força, é nossa chance de vencer, mas se não tens, sai
da frente, é novamente mortos ao caminho, e segundo a policia
civil, a militar está com medo, a governadora escondida em Londri-
na, o prefeito, na mesma Londrina, a pergunta que nos fazemos,
como manter gente assim no poder, se na hora dão ordens para não
nos defender, prendem os que enfrentaram, e ainda estão em Lon-
drina na saia das mamães, Governadora, seu pai diria, “Covarde”,
ele com certeza estará a sua frente, quando voltar ao palácio do
Iguaçu, boa sorte”
O procurador olha todos presos e fala.
— O que fazemos?
— Fizemos, o senhor sabe o que fizemos, prendemos sobre
ordem sua quem enfrentou, eles nem resistiram.
— Mas...
207
— Senhor, não temos provas contra eles, sabe disto, está os
segurando por 5 dias, mas em horas, provavelmente estará acabado
o problema.
O promotor liga para o Bispo da igreja e descobre que ele es-
tá no culto e não o pode atender, tenta ligar para a governadora,
não é atendido, liga para a policia militar, descobre que a ordem é
por 24 horas, ninguém estará a rua de Curitiba, parte estava em
Londrina.
— Onde está aquele Sergio?
— Dizem que todos que mandaram o prender, um anjo man-
dou para o inferno.
— Mas...
— Sabe o trabalho de quem está fazendo promotor, pode fa-
lar em Deus, mas os mortos, a culpa é sua, da governadora, do se-
cretario se segurança.
O senhor sai para fora e olha para as ruas desertas, um radia-
lista de outra radio passa o comunicado.
“Segundo os entendidos, o que aconteceu a rua, não acabou
ainda, se tiver como sair da cidade ao sul, saia, se não precisar vir a
cidade, não venha, a promotoria de justiça a mando da governado-
ra, que negará isto depois, mas ninguém conseguiu falar com ela,
prendeu todos os que enfrentaram o problema, então fiquem em
casa.”
Moreira liga para Francisco e pergunta.
— Como estão as coisas Francisco?
— Não sei, sai da cidade.
— Mas...
— Se querem deixar os outros morrerem, tiramos da cidade
peças importantes, talvez Jorge tivesse razão, se deixássemos vocês
morrerem, você talvez dessem ouvido.
— E está onde?
— Quase chegando na Lapa.
Moreira olha em volta, Francisco se afastar, não ter as câme-
ras, era sinal de algo violento.
Dalma chega a beira da estrada e olha aquele menino senta-
do.
— O que faz aqui Pedro? Não tinha abandonado a Guerra?
208
Pedro a olha e fala.
— Mantem os seus no caminho, para desviarem para a rodo-
via, não vou discutir Dalma.
— Mas...
— Você não me viu aqui, já que o Pedro Rosa desta existên-
cia, não está a cidade.
Dalma olha o menino começar a andar, não sabia quem era,
parecia mais novo e o delegado pergunta.
— Pedro Rosa?
— Não entendi, mas... – um exercito de seres com cor estra-
nha, surgem as costas de Pedro e começam a caminhar para o cam-
po, uma hora estavam ali, na seguinte, na forma de lobos, a correr
pelo campo.
— Este não é o normal.
Dalma olha para o caminho e vê os Laikans surgirem e fala.
— Eles vão enfrentar, não sei quem são?
— Cheiram a Curupira, mas não se parecem com curupiras,
aparentam Morois.
Muitos escondidos, e aquela leva de seres começa a surgir na
BR116, mortos vivos, matando tudo no caminho.
Eles estavam avançando e veem os Laikans surgirem.
— Um dia vão voltar a me servir. – Magog.
O ser olha aquele lobo a estrada, estranha, pois não conhecia,
olha para os seres as costas, lobos brancos, negros, magentas e
amarelos.
Os mortos vivos começam a passar, Pedro na forma de lobo,
quebra um frasco ao chão e recua um pouco e fica a olhar os seres,
Magog não entendeu, ate começar ver os corpos caindo, em pó, e
olha o lobo.
— Acha que tenho medo de lobinhos?
Magog viu aquele lobo crescer e falar.
— Esperando a grande Magog, para matar com minhas gar-
ras.
Os Laikans viram o ser avançar, e os lobos menores pararem a
rodovia, afastarem as pessoas.
O girar no ar com a garra exposta deixa a marca no rosto de
Magog, ela sentia a força de algumas almas se esvaírem.
209
Magog fere algumas vezes o grande lobo, que se ergue e
avança novamente, Magog convoca mais seres, e se viu Otatos sur-
girem as costas, grandes Mbaê-Tata virem rastejando, Magog não
conhecia aqueles seres, e quando ele olha para trás, viu que estava
cercado, sente outra vez as garras do grande lobo e fica pensando
em por onde fugir.
Os Otatos foram sendo devorados ao fundo, e os mortos vi-
vos já ao chão, e Magog pergunta.
— Uma trégua?
— Quando ofereceu uma trégua aos que matou Magog?
Pedro continua a desferir golpes, a estrada fechada.
Magog tenta acertar o lobo ao ar, sabia que seria ele que te-
ria de encarar.
Pedro vê Magog tentar abrir caminho pela lateral para recuar,
e começam a sair da estrada, sobre casas a beira, Pedro o empur-
rando para traz, o fazendo recuar, e quando chega ao campo de
mortes, Pedro sente Magog tentar se enterrar, e viu o campo de
sangue a toda volta, Magog tenta tirar os pés do chão, mas se des-
faz em luz, o lobo desvia a vista, tamanho o brilho, ele olha para os
demais voltando ao formato e olha para Dalma.
— Apoia os que der, ainda faltam 10 horas.
— Mas qual o maior problema?
— O que não estão olhando ainda.
Dalma olha para o ser abrir uma porta ao ar e sair dali, pas-
sando para uma espécie de campo, parecia um alagado, todos os
demais passam junto e o delegado olha para ela.
— O que aconteceu?
Os Laikans começam se erguer e um pergunta.
— Quem era este lobo?
— Não entendi, mas algo que não vamos relatar. – Dalma.
— Por quê? – Delegado.
— Toda vez que existem mortes, sobra a quem enfrentou.
— E que luz foi esta?
— O renascer de Magog.
— Estamos a um passo ou da paz ou da guerra? – Jorge che-
gando, os advogados dele o libertaram por não ter ninguém para
contestar a ordem.
210
— Não sei Jorge, onde está Pedro Rosa?
— Qual a desconfiança?
— Não sei, alguém de outra existência, de nome Pedro Rosa
interferiu nesta, o que isto significa?
— Interferiu quanto?
— Mandou Magog ao renascimento.
Os demais se olham sem saber, ao fundo, Aline olha o marido
e fala.
— Vamos para o litoral.
— Acha que ainda não acabou?
— Olha em volta, a energia está no ar.
Gerson olha para a imagem, não entende, e chega ao lado do
filho e pergunta.
— O que está acontecendo filho?
Ele olha diferente e fala.
— Porque estaria acontecendo?
— Você raramente se esconde.
— Agora sou um pai de família.
Gerson olha em volta e pergunta.
— E onde está sua família?
— Rita se irritou com minha posição, mas ela com calma se
acostuma que temos de nos defender.
— Defender, não está se defendendo filho, tirei os nossos da
rua, lhe apoiei, o que está acontecendo.
— Eu estou pensando pai, preciso pensar.
Gerson sai dali e olha em volta e liga para Moreira.
— O que está acontecendo Moreira?
— Não sei, as câmeras continuam desligadas.
— Então quem está por trás das determinações do promotor
de justiça, preciso alguém em Londrina agora.
— Acha que estamos do lado errado, seu filho me convenceu
que João era o problema.
— Já o mataram Moreira, conta outra pra mim?
— Ele pode voltar a vida.
— Esquece o que pedi.
Rosa olha o marido e pergunta.
— Não está falando serio Joaquim, eram amigos.
211
— Ele pode ser a chave para voltar a ganhar milhões.
— Nunca deixou de ganhar milhões.
— Mas ele estava atrapalhando.
— Acho que esqueceu com quem está mexendo Moreira,
acho que esqueceu.
Moreira olha a esposa, Rosa, e fala.
— Ele não vai voltar.
Gerson olha para o segurança a porta e fala.
— Me consegue alguém em Londrina, de confiança.
— O que vai fazer?
— Entender.
Aline desce a serra e olha aquela bagunça, as pessoas colo-
cando as coisas no lugar, muita coisa fora do lugar, Porto de Cima
parecia uma praça de guerra e muitos estavam concertando, e o
marido de Aline pergunta.
— O que viemos fazer aqui?
— Para na pousada, pede um quarto, talvez não tenha enten-
dido, mas somos alvo lá amor.
— Pensei que não se escondia.
— Preciso pensar, e parece que as vezes, a meada das coisas
não são tão fáceis de puxar.
Ele pede um quarto e Aline olha a praça a frente da pousada,
olha em volta, uma pata de uma espécie de siri estava sendo tirada
do poste, os rapazes da companhia elétrica estavam repondo fios, e
ela ouve.
— Quem se esconde aqui?
Aline mede a menina e fala.
— As vezes agimos por impulso, mas porque parece que não
acabou ainda?
— Porque teria acabado? – Suzi, a moça.
— Se Wasser e Magog renasceram, quem estaria... – Ela sen-
te o cheiro e olha em volta, olha o marido e pergunta a moça.
— Me disseram que Pedro tinha ajudado por aqui, sabe se ele
já subiu a serra?
— Conhece meu pai? – Suzi olhando Aline.
— Se ele é seu pai apenas avisa os que entendem disto, não
acabou, acho que entendi o problema.
212
— Qual?
— Talvez não acabe em horas, ou anos, mas a liberdade de
Magog, pode nos por em guerra com Hórus.
A menina olha para ela e fala.
— Eles prenderam meu pai.
— Certo, quem liderou os seres aqui?
— Ele, os locais deixaram de sentir seu interior.
Aline pega o telefone e liga para João, o escritor, e pergunta.
— Como estão as coisas na cidade João?
— Todos os que se envolveram e não saíram rápido, foram
presos.
— Quem pode nos ajudar João, esqueceram que era um trio,
não uma dupla.
— Não entendi.
— Não sei, mas sinto como se estivéssemos quase encostan-
do em uma existência, e esta existência, a do Mundo do Olho, mas
podemos ter sido induzidos ao erro.
— Acha que eles estão ainda lá.
— Não sei, mas tenho quase certeza, a energia chega ao lito-
ral antes da cidade desta vez, e não sei o que é o encostar de duas
existências João.
Aline olha para a menina e pergunta.
— E quantos a volta sabem transmutar?
— Basicamente meu pai e minha mãe, veio uma moça apoiar,
mas...
— Posso falar com sua mãe?
— Ela não fala muito disto.
— Imagino, eu ficaria maluca se tivesse de explicar o que pos-
so fazer, e mesmo assim, aqui estou eu.
— Você parece inofensiva.
— Contra vivos, sim, bem inofensiva.
A menina não entendeu, mas Aline olha o marido que fala.
— O que pretende amor?
— Eles estão assustados, não sei o que foi esta batalha. Va-
mos descobrir e talvez nos impor.
— Você não sabe se impor muito. – O rapaz olhando ela serio.
Aline olha para o marido, ele não a entendia mesmo.
213
João Jose, olha para o telefone e disca para Sergio.
— Delegado Sergio?
— Não sou mais delegado, quem gostaria.
— Meu nome é João, alguns apenas me chamam de Loco,
mas Aline está no litoral e me falou algo que não sei nem o que
fazer.
— O que?
— Não eram dois, eram três as peças, mesmo com Magog e
Wasser detidos, ainda sobra Hórus.
— O que ela falou?
— Que sente como se duas existências estivessem se aproxi-
mando, que o enfrentamento vem do Litoral para cá desta vez.
— Vou dar uma ligações, manda elas ficarem escondidas ain-
da, pois somos todos alvo.
João desliga e Sergio olha a esposa e fala.
— Não acabou ainda.
— O que agora?
— Vou tentar falar com algumas pessoas, e ver como vamos
resolver isto.
— Se cuida.
Sergio olha no olhos azuis de Carla e fala.
— Cuida dos nossos filhos, sei que estou pedindo muito, mas
cuida deles que me cuido.
Sergio pega o celular e começa a discar, todos que foram
caindo em caixa postal ele foi anotando preso, talvez não estives-
sem, mas teria de partir de um pressuposto.
No centro da cidade, na Praça Santos Andrade, um espirito
parece sair do hotel destruído, olha em volta e apenas puxa para ele
algo, parecia que os restos de sais a rua, estavam se reunindo a sua
volta, ele olha para a rua e olha aqueles espíritos e um fala.
— O que quer menino?
— Eu sou o ultimo herdeiro dos Wasser, ou me obedecem, ou
vão colher as consequências.
— Você morreu.
— Não, eu nem nasci, morte é para os que nascem.
O menino sem nome, se não tivesse sido abortado por uma
bruxa, para prender seu poder antes de nascido, teria sido um Was-
214
ser, mas ele queria algo e estava na hora de começar a por as garras
para fora, ele olha em volta e afasta as mãos violentamente, todos
que estavam a praça, são jogados contra paredes de prédios a toda
volta, e se vê as pessoas escorrendo mortas, as paredes.
Um carro da policia a ponta, é jogado contra a parede, e as
escadarias da Universidade Federal, começam a ficar cheias de san-
gue.
Um policial dá o alerta e o Secretario de Segurança olha as
imagens da cidade começarem a voltar.
Começa pela imagem de mais de 300 mortos na praça, todos
os defensores anteriores não tinha gerado 300 mortos e em uma
única praça, muitas mortes.
Sergio chega a 3ª DP e olha o delegado de plantão.
— Posso falar com um de seus presos delegado.
— Sabe que não gostamos disto, mas temos de cumprir as
ordens.
— Nem quero saber, já que muita coisa ainda vai acontecer.
— Com quem gostaria de conversar?
— Apenas com Luiz.
— Este menino é sempre problema Delegado.
Sergio não entrou em detalhes e Luiz é conduzido a sala de
conversa e olha Sergio lá.
— Fala Sergio, problemas?
— Algo ainda está errado e parece que nada vai parar tão ce-
do.
— O que quer saber?
— Quem poderia me dar uma posição concreta sobre posi-
ções de mundos, um diante do outro.
— Aquela Jessica, que João era caidinho.
— Vou tentar tirar todos rapidamente, mas talvez estarem
aqui mostre aos demais que a imprensa foi bem parcial.
— Acha que vão ter problemas?
— Não tenho certeza ainda.
Aline para a frente de Sueli, a mãe de Suzi e pergunta.
— Quer ajudar?
— Não tenho nada para ajudar.
— É um não?
215
Sueli olha a moça, era evidente que não mostrava força al-
guma, mas estava diante dela a se posicionar.
— Nunca consegui ajudar, sempre acabo me dando mal, ou
os demais morrendo, ou como aconteceu agora, quem guerreou
acaba preso.
— Sueli, o problema, é que toda a sociedade Yawara que dei-
xou o Matriarcado em prol do Patriarcado, se perdeu, eles podem
até apoiar em crise, mas o desejo de superioridade dos seres mas-
culinos sobre os femininos, acaba por isolar a força, eles querem se
transformar pensando em homens fortes, mas a força dos Yawara
está no cheiro, e no cheiro feminino.
— Eles não vão acreditar nisto.
— Eles vão morrer se não acreditarem Sueli, o mal vem no-
vamente sobre vocês, toda a leva de forças, mas agora, sem contro-
le, eles vem como animais, não como exércitos, e se vocês não se
organizarem, vocês padecem.
— Mas como eu...
— Pelo que entendi, é a Matriarca desta família, mais velha
que sabe se transmutar, é sua responsabilidade Sueli, não dos de-
mais, sua filha não tem idade para isto ainda.
— E o que vem a nós?
— Tudo que existe no mundo do Olho, e estiver vivo, eles
querem um lugar para viver, lá mesmo melhor, serão séculos para
voltar a vida.
— E temos como vencer?
— Estarei ao fundo, eu sou apenas uma humana, e tudo que
eu fizer, saberá apenas na hora.
— E tem certeza que vira por este caminho?
— A energia cresce neste sentido, não entendo o que está
acontecendo, mas ela está ai, a toda volta, e crescendo.
Em Curitiba Sergio bate a porta da casa de Jessica e a mãe fa-
la que ela saiu mais cedo e na voltou ainda.
Sergio olha em volta e vê que estão o observando e olha a ca-
sa da prima dela.
Ele caminha até lá e bate palmas.
Ele saca a arma e começa a entrar e olha Nani a olhar para
ele.
216
— Não é bem vindo.
Sergio olha para a menina a ponta, com a barriga cortada, es-
tava sangrando e lhe olhar como se incrédula.
Sergio sente alguém lhe bater a cabeça e cai para dentro de-
sacordando.
Ao fundo Jorge que acompanhava a entrada estranha ele não
sair e pula pelo muro do fundo, ele sente o cheiro de sangue, ele se
concentra e olha para a casa, ele pensa antes de começar a fazer
algo.
Nani olha a prima e fala.
— Acha que acredito que este filho não é deste maldito João,
não vou dar uma chance dele voltar através da sua prole, se acha
que Wasser não podia voltar, ele também não vou deixar. – Nani
ainda com a faca a mão.
Um espectro entra na sala e olha Nane.
— Como estamos Nane?
— Aqui acaba em pouco, e este dai?
— Um es delegado que acha que alguém vai acreditar nele,
eles estão todos sobre nosso controle.
O espirito ouve o barulho do lado de fora e fala.
— Alguém mais?
— Não a frente. – Nane se concentra e sente a casa energiza-
da, e fala – Bosta.
Ela se concentra e a casa começa a ficar etérea, Jessica ao
chão parecia estar frágil, até sentir a energia, sente seu feto a pas-
sar energia e a cicatriz se fecha, o espirito olha aquilo e fala.
— Não cortou com a faca que lhe preparei, com sal da pedra
negra?
— Sim, acho que esqueceu de algo. – Nane olhando em volta,
sente a energia da prima voltar e a aura dela se erguer, ela olha o
delegado ao canto.
— Pensei que éramos inseparáveis prima. – Keka.
— Você me traiu.
— Parece seu mestre falando, ele apronta e quem trai é os
demais.
Jessica olha o espirito e fala.

217
— Se aliando a outro Wasser, não entendeu nada prima. - Fa-
la Keka olhando ela e se erguendo.
Nani não consegue chegar perto, ela olha para o espirito que
apenas sai e fala.
— Este meu pai era imprestável na parte de ensinar o básico
mesmo, você é patética Nani.
Keka sente as energias e ouve o delegado ao chão, tremer e
abrir os olhos, ele tomara um choque.
Nani tenta não tocar em nada vendo o espirito se afastar a
rua rapidamente.
Keka olha a tia morta ao canto, o tio, e olha para Nani.
— Você não tem mais limites prima.
— Eles não queriam entender, que não existe meio do cami-
nho, ou me apoiavam ou morriam.
Evandro entendeu do lado de fora que em parte era uma ara-
puca, e olha para o espirito ao fundo, os policiais vinham e Jessica
sente o que Jorge pensava e toca no delegado que some.
Jessica olha a prima e fala.
— Quer mesmo nos trair Nane?
— Não entendeu, você que matou todos eles, eu terei teste-
munhas dizendo isto.
— E acha mesmo que uma delegacia iria livrar você da minha
mão prima, você matou minha tia, meu tio, o que acha que merece
algo que mata a própria arvore, por uma arvore podre.
Nane faz uma proteção e começa a recuar, a casa estava sen-
do eletrizada, então ela tenta não tocar em nada, mas Jessica ainda
estava na duvida do caminho a percorrer.
Ela olha os espíritos da tia e do tio se erguerem, eles não viam
mais eles.
Os dois se abraçam e brilham.
Nane olha para aquilo e por um segundo ficou na duvida do
que fez, e olha a prima.
— Eles não deveriam renascer, não os matei para isto.
Jessica a empurra e Nane sente as correntes de Ogum a aper-
tarem dando choque, ela encosta desacordada e um policial entra
na casa apontando para ela a arma.
— Está presa menina, por assassinato.
218
Sergio olha para a cena, ele vê que está intangível, ele não
consegue interagir, sente o corpo ser puxado para fora, para seu
carro, ele sai do carro e pega o celular.
— Calma Sergio. – Um delegado passando por ele. Delegado
Guto, que olha os rapazes e pergunta.
— O que esta acontecendo?
— Chegamos agora e sabemos que uma menina matou os ti-
os.
— Sabem? Como?
— Foi a ligação.
Jessica estica as mãos para cima e sai, aquele corte a barriga,
com sangue na roupa inteira, parecia dar outra conotação ao que
estava acontecendo ali.
— Explique Investigador França. – O delegado chegando ao
lado e perguntando para Jessica.
— Está bem?
— Ela matou os tios, não ouviu Delegado.
O delegado olha para o rapaz e fala.
— Chama uma ambulância, e vamos verificar as coisas, não
saímos deduzindo coisas assim.
O delegado olha que a arma estava destravada e fala.
— Ou baixa a arma e trava ela França, ou pede transferência
hoje mesmo para outro lugar.
O rapaz deveria saber mais coisas, Sergio nem sabia como
saiu de dentro da casa, Evandro pulou o muro do fundo e o delega-
do olha os dois corpos ao chão da sala e a menina desacordada,
muito sangue, mas a faca ainda estava a mão de Nani e ele faz sinal
para desarmar os dois investigadores e trazer França para dentro.
— Vou perguntar uma vez França, que merda você fez aqui
dentro?
— Nada senhor, foi apenas uma denuncia anônima.
— Já com a historia contada, ninguém da central nos passa is-
to e sabe, apenas verificamos e descobrimos, mas é nítido que esta
dai que está com a faca, porque prendia a que nitidamente seria a
próxima.
França olha Nani abrir os olhos e fala.
— Eu apenas vi o que estava acontecendo.
219
O delegado viu o medo do rapaz referente a moça e olha para
ela e fala.
— Porque matou os seus pais?
— Eu não...
— Sei que matou, mas por quê?
— Acho que não entendeu delegado, eu mando neste bairro.
O delegado sentiu o corpo ser jogado a parede e ela olhar pa-
ra França e falar.
— Mata ele de uma vez.
Ele estava desarmado, o que fez Nani pegar a faca e atirar no
sentido da parede onde estava o delegado, a faca para diante do
delegado que fala pegando-a com um plástico que tirou do bolço.
— Vai ter de se esconder menina, não admitimos bruxaria
neste bairro.
Ela estava mantendo a aura dilatada para ele ficar inerte a pa-
rede e sente algo lhe bater a nuca e desaba.
França olha para o delegado que fala.
— Prendam França para averiguação, e me deem um calman-
te para esta menina.
O delegado olha Sergio as costas da moça, ele que lhe acerta-
ra a cabeça, e fala.
— Obrigado, mas o que é isto?
— Uma menininha seguidora daquele Wasser que renasceu,
mas temos um problema.
— Um? Quem dera.
Rita olha para Pedro Rosa e pergunta.
— Não vai ajudar?
Ele a olha aos olhos e fala.
— Me conhece, mais que qualquer pessoa, mas odeio ter mi-
nhas filhas ameaçadas, tenho de tomar cuidado.
— Certo – Ela olha em volta e pergunta – Mas sempre tem
como ajudar.
— Rita, quando as pessoas se dizem ricas, mas para isto tem
de vender drogas, vender coisas roubadas, se manter no submundo,
estas pessoas são perigosas.
— E não quer arriscar?
Ele sorri e chega ao seu ouvido e fala.
220
— Vamos nos manter visíveis, isto que importa.
Rita entendeu que Pedro não queria arriscar os filhos, ela o
abraça e Moreira olha ele pela câmera que deixou na casa e olha
para Renata.
— Ele fez algo?
— Não, ele está revoltado, eu estaria, e pode não saber Mo-
reira, mas perdeu um aliado.
— Ele tem de entender.
— Ameaça crianças e acha que ele tem de entender? – Rena-
ta olhando o senhor.
— Preciso que as coisas voltem a ser como era.
Renata não falou nada, Moreira estava mostrando um lado
que a moça não gostava, o de que qualquer pessoa, era substituível
para ele.
Moreira vai ao carro, ele iria olhar se Francisco realmente ha-
via saído da cidade.
Sergio sai e olha Jessica e olha os paramédicos e pergunta.
— Está bem?
— Ainda não acredito que ela fez isto, eu vi e não acredito.
— Quem é aquele espirito?
—Historia longa, dizem que uma bruxa de nome Margarida
seduziu Peter Wasser para engravidar, assim que ele adquiriu aura,
ela o abortou e apreendeu sua aura, para manter-se mais jovem.
— Sabe que teriam médicos que ridicularizariam isto.
— Sei, eu na minha fé, quando conheci Wasser ridicularizava
muito do que ele fazia, talvez por isto ele me nomeou apenas de
porta, mas se ele está organizando os espíritos, talvez ele que não
tenhamos visto, que levantou aqueles prospectos que nos atacaram
ao centro.
— Não duvido, mas vim conversar porque Aline, está em
Morretes e diz que sente como se estivessem aproximando dois
mundos, é etéreo, e lembrou que existe uma terceira pessoa, mas
este menino pode ser uma quarta pessoa.
— Quem ela apontou?
— Hórus.
— Ele teria de estar aqui para promover uma aproximação,
não duvido, mas como enfrentamos? – Keka.
221
— Isto que quero saber.
Keka se levanta e caminha até a casa da mãe e pega uma
roupa, olha para Evandro a esquina e fala.
— Obrigada, mas onde encontramos aquele Francisco.
— Vamos a casa dele.
O delegado viu que os dois entram no seu carro e se direcio-
nam no sentido do bairro vizinho.
Eles chegam a casa e viram o carro de Moreira a frente e ele
fala.
— Ele não está ai, vim verificar, ele disse que ia a Lapa.
Jessica olha para a construção do outro lado e olha para o
pessoal começar a tirar parte da rua e começar a reerguer a estrutu-
ra no fundo, a empresa de João iria seguir independente dele, ela
olha em volta e fala.
— E você o que faz aqui Moreira, veio ver mesmo se ele tinha
morrido?
— Não quero ele renascendo.
— Se ele fosse o problema, temos de saber como parar a
aproximação do Mundo do Olho, do nosso, Hórus quer que os dois
se toquem, a ultima vez que se fez isto, dizem que foi a 10 mil anos,
as geleiras em uma noite, jogaram tanta agua nos mares de uma
vez, que uma tempestade global nos varreu, mas da vez anterior,
era a tentativa de um bruxo antigo de unir o mundo das Bruxas com
este, agora, é Hórus fazendo a mesma merda. – Jessica.
— Acha que acredito em vocês? – Moreira pegando uma das
armas as costas, ali tinha duas.
— Sabe que é verdade, pelo jeito fez um acordo com aquele
pirralho do Wasser. – Keka olhando o senhor.
— Já sabem dele, não posso deixar vocês continuarem.
— Tem uma chance de sair correndo Moreira – Fala Jessica –
Depois desta chance, arrumamos um jeito de ajudar a criar suas
filhas, pois não estará mais neste mundo.
Moreira saca a arma e sente alguém lhe segurar o ombro e
olha em volta, Plout olha para ele e fala.
— Quer caçar, aqui terá sua chance.
Moreira olha o mundo a volta, se ele achava que ninguém
tomaria as dores, alguém tomou elas. Hons a toda volta, aranhas
222
gigantes, ele com duas pistolas, vê Plout sumir, a sua frente um
mundo de seres imensos e violentos.
Plout reaparece e olha Jessica.
— Estamos sentindo tudo fora do lugar, é como se começasse
a faltar gravidade a leste, tudo muito leve.
Sergio liga para Francisco novamente finalmente consegue fa-
lar com ele e pergunta.
— Tem uma saída Francisco?
— Não sei quem os comanda, mas com certeza, eles vão co-
meçar ou atacar ou se esconder para depois nos atacar. – A voz veio
das costas e Sergio olha para o senhor.
— Não estava na Lapa?
— Não entendi virem a mim.
Plout olha em volta e fala.
— Estamos ficando mais leves Francisco, isto quer dizer, um
mundo está se aproximando do nosso, como paramos isto?
— Qual mundo, porque? – Francisco.
— Aline em Morretes disse parecer vir dali, e ela nos lembra
que Hórus pode estar por aqui. – Sergio.
— Que papo de Pirralho do Wasser?
— Um espirito que não nasceu, mas que parece estar apron-
tando todas no centro da cidade.
— Se for Hórus, ele vai tentar começar pelos Campos de San-
gue de Piraquara, mas se duas existência se tocarem, pode ser o fim
do planeta.
No centro o menino entra na cede central da igreja do bispo
Diego, e olha a mesma cheia, ele olha os SEREACAOS e estes pen-
sam ser apenas um pequeno espirito, olha ele juntar as mãos a fren-
te do corpo, a afasta e os devotos foram as paredes, os corpos uns
sobre os outros e o menino entra na igreja e começa a devorar al-
mas almas, o bispo sai de seu corpo, e olha aquele menino o segurar
e começar a engolir os espíritos ao local, os SEREACAOS tentam sair
e olham mais espíritos a entrada, retendo as saídas.
Em poucos minutos o espirito do menino olha para o local va-
zio, ouve uma musica ao fundo, estranha, pois os espíritos parece-
ram olhar para fora, e começarem sair, ele olha os seres apenas
mudarem de forma e flutuarem para fora.
223
O pequeno Wasser olha para a casa de Shows, plena tarde al-
guém estava ali a tocar, ele não entendeu, mas aquilo o atraia, ele
entra pela porta e olha o espirito de João Gomes a bateria, ele olha
em volta e sente a energia e fala.
— Vai abrir os caminhos para mim, é um idiota mesmo.
João estava num sonho, quando olha para o espírito, ele olha
o nariz do espirito e fala.
— Um filho de Margarida, deve ser dos últimos que sobra-
ram.
— Sou filho de Wasser, não fala besteira.
João olha o menino, sente a casa, pela primeira vez sente on-
de estava, ainda a cidade e fala.
— O grande problema de Wasser, é que ele pode ser o ser
mais cruel do mundo, mas nunca, seria Deus, e parece seguir o
mesmo caminho dele.
— Por quê?
— Quer tudo de graça, nada vem de graça. Sabe tocar algo?
— Não, isto é inutilidades da vida.
— Então não me atrapalhe.
O menino olha João começar a dar o ritmo pesado na bateria
e sente a energia mudar naquele mundo, era algo tão forte a nível
de energia, que ele sente o mundo se abrindo a todo lado, e olha
para aquele mundo vivo, de seres voadores, sentia quase um pulsar
com o som da bateria, o pequeno espirito atravessa e olha em volta,
olha para a sala e não a vê mais, João para de tocar e o espirito olha
o mundo a toda volta, sente que não é físico, é etéreo, todo um
mundo etéreo, e olha os seres imensos rastejantes se aproximarem,
ele tenta uma magia de interação, afastando as mãos, nada aconte-
ce, ele tenta uma nevoa de interação nada, o ser imenso chegava
cada vez mais perto, ele olha para o vale ao fundo e começa a cor-
rer fugindo daquilo.
Os espíritos que estavam a volta, olham João e um fala.
— Onde mandou nosso líder.
— Saber o nome, a frequência, não é saber exatamente onde
ele foi parar.
Os espíritos começam a sair e João olha a bateria, estava du-
rante o dia e sai pela porta vendo a policia chegar a igreja a frente, a
224
imagem que os delegados se deparam era aterradora, uma igreja
lotada de fieis, mais de 600 pessoas, todas mortas.
Nos campos em Piraquara o chão começa a tremer, e os
Laikans ao fundo olham aquele grupo de mãos começarem a sair da
terra, uma leva a mais de mortos vivos.
Todos começam a vigiar aqueles seres, ainda pareciam ape-
nas mortos, tomando a vida.
Num laboratório de observação no Chile, eles observam
aquele escuro, sem explicação, em meio a uma imagem que deveria
ter as estrelas, como se em um grande trecho tivesse algo que eles
não viam, e começam a calcular, os dados começam a ser passados
para alguns especialistas e muitos telescópios direcionam seus apa-
relhos no sentido que indicaram, muitos não conseguiam nada, mas
os na América pegavam, um calculo de algo imenso, se aproximan-
do silenciosamente e que não refletia a luz solar, parecia um erro de
calculo ou defeito de equipamento.
Os cientistas tentavam achar o erro, mas não estavam vendo
erros no calculo, parecia que algo se aproximava e vinha lentamente
no sentido da América do Sul.
No litoral do Paraná, sul de São Paulo e Norte de Santa Cata-
rina, o mar parecia estar sobre influencia de maré diferente, ela no
lugar de começar a descer no fim do dia, pareceu erguer-se um
pouco mais.
Sueli pede para falar com Pedro e o delegado fala.
— Tem de entender Sueli, ele é uma ameaça a nossa socieda-
de.
— Ele os defende, e os prendem, não entendo este tipo de
comportamento Delegado.
— Seu pai entenderia, tínhamos de na época já ter mostrado
a ele o seu lugar.
— Não admito falar dele assim delegado, pois vocês se es-
conderam, meu pai morreu pois vocês se acovardaram, ele me de-
fendeu, e vi mesmo vocês todos virarem as costas para ele, até para
mim, como se eu fosse a errada.
— Teve uma filha bastarda com este dai.
Sueli olha para o senhor mudando de forma e o encostando
com as garras a parede e falou serio.
225
— Chamou minha filha de que?
Um rapaz as costas fala alto para ela.
— Larga o delegado ou eu atiro.
Sueli olha o delegado, o pânico e fala.
— Uma merda, como o senhor, se ouvir uma palavra de hoje
em diante referente minha filha, pode contar Delegado, pode por
todos estes covardes, que deveriam ser da família, mas são gati-
nhos, na minha cola, e verá eles sumirem, pois Yawara que não do-
mina nem o ser dentro dele, não é um ser Yawara, por mim, você
está excluído dos Yawara, pois não podemos deixar covardes se
denominarem assim.
Sueli foi reduzindo de tamanho e olha o policial a esticando a
arma e apenas bate nela que voa longe.
— E você, a próxima vez que me apontar uma arma, melhor
atirar, mas esteja pronto para morrer no segundo seguinte.
Sueli sai e olha os demais e fala.
— De hoje em diante, se ouvir alguém se denominar de Ya-
wara, e este ser não se transformar em minha frente, para provar
ser um, eu mato pessoalmente, pois se vocês deixaram de sentir o
ser dentro de vocês, não podem denigrir a família.
Sueli sai dali, o delegado olha a moça saindo e fala.
— Ela não pode fazer isto, arma o pessoal.
O rapaz tremia e fala.
— Tem certeza delegado.
— Acha que vou aceitar uma menina mandando nos Yawara.
Sueli volta a pensão e fala para Roberto, o marido, que estaria
na casa de seus pais, serra acima.
Ele olha ela olhar a filha e as duas se transformarem bem ao
fundo e saírem correndo.
Ele olha Aline e pergunta.
— Porque disto?
— É só olhar em volta senhor.
— Não entendi.
Aline desliga o som e fala bem baixo.
— Os pássaros, não estão cantando, o rio, parece correr qua-
se sem fazer barulho, os pelos todos arrepiados, algo está aconte-

226
cendo lentamente, ela está provocando, mas vamos manter a calma
por enquanto.
Ela estava falando isto e olha Amanda parando a moto ao
fundo, e lhe olhar.
— Não entendi porque fugiu Aline.
— Aqui começa a batalha final Amanda.
Amanda olha em volta, um lugar pacato e fala.
— Odeio acabar com um lugar tão calmo.
Aline sorri sem graça.
— E começamos por onde?
— Vamos dar uma olhada mais para cima, Graciosa.
O senhor soube que a esposa iria aprontar alguma, viu quan-
do o delegado entrou apontando a arma para ele.
— Onde está a insolente da sua esposa Roberto.
— Disse que se refugiaria na casa que foi dos pais dela, aque-
la casa só me trás lembranças ruins.
Os rapazes olham para ele e um fala.
— Não está mentindo para nós Roberto.
— Qual o problema delegado, veio prender minha esposa
agora, é maluco?
— Ele me desacatou.
— Sinal que se escondeu na batalha, mas ela está lá na casa
do que dizia ser seu grande amigo.
O delegado olha Roberto e começam a sair, Roberto liga para
alguns e pergunta o que estava acontecendo.
O delegado chega a duas curvas da casa da moça, e olha tudo
parado, carros parados e um rapaz sai do carro e olha aquelas imen-
sas arvores sobre a pista.
Ele passa por elas e olha que depois estava tranquilo.
— Não sei quem colocou algumas arvores imensas na pista
senhor, mas depois delas, tranquilo.
O delegado sai da viatura e começa a caminhar, eles não re-
pararam ser 10 imensos Semeantes, seres na forma de arvore, que
caminhavam tão lentamente, que mal se via o movimento.
Ele vira na altura da casa de Sueli e olha para a casa, olha
aquela moto parada a frente e entram com armas em punho.
O delegado olha Sueli e fala.
227
— Acha que vou aceitar você falar algo assim e não vai pagar
por isto.
Sueli olha para o senhor e fala.
— O que faço pai?
O delegado olha o espirito do pai de Sueli, olhar para ele e fa-
lar o encarando.
— Porque aponta uma arma a minha filha delegado?
— Você morreu.
— Sim, e a família desandou, pois gente preocupada apenas
com o carguinho no governo, resolveu dizer que não era mais aceito
que nos transmutássemos, quem é você para dizer algo assim dele-
gado.
— Muitos nossos morreram por estas guerras inúteis.
— Quer dizer, muitos morreram para que você estivesse vivo,
e no lugar de continuar a tradição, mata ela, me explica delegado,
que se disse meu amigo, por quê?
— Ela me desacatou hoje.
— Ela por herança é a líder deste grupo, sabe disto, a lideran-
ça dos Yawara não pode estar na mão de covardes.
O delegado olha para o senhor e fala.
— Você já morreu amigo, e não vou deixar ela ser líder de
nada, desculpa, mas você é passado.
Ele aponta a arma no sentido de Sueli e sente a arma ser pu-
xada para trás e olha aquele ser na forma de caveira em fogo,
olhando para ele e falar rangendo os dentes.
— Delegados não podem atirar em inocentes, é a lei.
— Ela me...
— Ela não o desacatou delegado, ela apenas falou a verdade,
você é um merdinha.
A corrente segurava os outros dois longe do delegado.
Uma Yawara das florestas ao fundo entra e olha Sueli, mu-
dando para a forma normal.
— Qual o problema prima?
— Hórus é o problema, ele está aproximando o mundo do
Olho do nosso, não será visível a nada, antes de não termos mais
como desviar dele.
A moça chega ao delegado, agora solto e fala.
228
— Quer ser algo pai, se voltar a ameaçar os nossos, em prol
de uma promoção ou machismo idiota, vai sim ser promovido, a
esterco.
— Não pode falar assim filha.
— Posso, e se sacar esta arma, vou lembrar que me colocou
para fora de casa, já faz uns 10 anos, não como lembro hoje, mas
como senti a 10 anos, covarde.
Os policiais olham para a noite chegar, e o delegado olha a fi-
lha pegar sua arma o encostando a parede.
— Vim verificar porque diziam as noticias que meu pai, depois
de um enfrentamento prendeu os que enfrentaram, eu duvidei, mas
continua o mesmo, talvez a prima esteja certa, você não pode se
dizer um Yawara, você abandonou toda a tradição, vejo os primos
todos ai, se fazendo de homens, talvez sejam, mas Yawaras, talvez
nunca mais sejam.
O senhor olha ela olhar outros e falar.
— Desarma e põem para andar, eles que cheguem a pé em
Morretes.
— Sabe o risco? – Um deles.
— Sim, não sermos presos por ele, depois de enfrentado, mas
para isto, temos de vencer, e gente atrapalhando, não dá para acei-
tar.
O delegado se afasta, ele estava pensando no que fazer, mas
pelo jeito sua filha voltou, isto era algo que ele não esperava, agora
teria de ver a reclamação da esposa, chegam a região que tinham as
arvores e elas já não estavam lá.
Pegam os carros e voltam a Morretes.
Pedro na cela, olha para o tumultuo, ouviu Sueli falar, mas
sentia as coisas mudarem e olha o delegado a porta.
— Olha o que fez rapaz, todos me querem mal.
— Eles lhe desejam o que o senhor deseja a eles, não inventa
delegado.
— Mas você é meu ainda.
— Quando sair daqui, espero que exista cidade ainda.
O delegado olha o rapaz, talvez ele tivesse de ter deixado a
moça conversar com ele, saberia qual o problema, mas ele ainda
estava com aquela imagem da caveira de fogo segurando sua arma,
229
ele olha a marca queimada de onde aquilo o segurou e pensa que
mais uma vez iriam começar a ter problemas.
A maré não baixou, o rio Nundiaquara, que cruza Morretes
começa a subir, a PM começa a tirar gente da beira do rio e se vê a
grande chuva se formando sobre a serra ao fundo.
Roberto olha para Suzi chegar em casa e lhe falar.
— Se prepara Roberto.
— Problemas?
— Não entendo disto, mas novamente os Yawaras estão se
preparando para algo.
— Sua mãe se metendo em encrenca.
— Ela quer assumir o que lhe é direito, a liderança de seu po-
vo, sabe do que estou falando.
— Sim, mas e seu pai?
— Pelo jeito ele vai se enroscar em outros braços, mas o rio
parece não estar correndo como antes, não entendo disto.
Suzi olha para o local que estava começar a estalar, as telhas
começam a flutuar e olha as grandes cúpulas das cidades dos Otatos
começarem a surgir no rio ao fundo.
O delegado estava pensando no que fazer, quando olha para
fora e olha o carro quase sair do chão, sai olhando assustado e viu
as telhas começarem a flutuar.
O auxiliar olha em volta e pergunta.
— O que está acontecendo?
— Não sei, parece que estamos perdendo gravidade, não sei
como algo assim pode acontecer.
Olhando o céu, se via raios muito violentos, correndo como se
ao redor de algo que se aproximava, não se via nada ao ar, além
daqueles raios.
As pessoas começam a sair das casas, elas começavam a esta-
lar, como se estivessem sendo em parte puxadas para cima, as pes-
soas sentiam como se estivessem leves, os passos maiores e menos
compassados, até desajeitados.
Embora eles estivessem sentindo isto, a aproximação ainda
era lenta, e parecia ainda distante, as pessoas pareciam prontas
para outra guerra, os Otatos olham suas cidades sendo puxadas

230
para fora, e o grande rei acha que é alguém o fazendo, e manda
seus soldados olharem em volta.
Os Yawara na parte externa, fez primeiro o rei se conter, mas
ele sentia aquela coisas os puxando, sabia que perdera parte de
seus guerreiros, ainda não tinha certeza se valia a pena recomeçar
uma guerra.
O líder dos Semeantes, caminhou o mais rápido possível, para
um ser lento, no sentido das cidades dos Saci, quando aquela atra-
ção começa, os pequenos seres começam a não conseguir segurar-
se, eles estavam agarrados as suas casas, sendo puxados por uma
gravidade estranha para cima, quando sentem aquela redoma de
folhar a todo o teto, o grande líder Semeante armou suas folhas e
galhos para ser um grande globo sobre a cidade dos pequenos Saci.
Os mesmos entenderam que deveriam se proteger nas partes
internas da cidade, nos galhos internos, e não nas partes abertas.
Os seres de poder começavam a sentir todas as suas magias
começarem a se misturar.
O delegado Guto chega a igreja, isolada, corpos e mais corpos
saindo dali, e o secretario chega a ele e pergunta.
— O que aconteceu?
O delegado não falou, olhou os demais e fala.
— Área isolada ainda secretario, estamos tentando entender
o acontecido.
O senhor olha para os corpos e pensa no problema e sai para
fora, respira fundo e vomita na calçada.
Ele via corpos e mais corpos saírem e pega o telefone e disca
novamente para a governadora, ela não atende, então ele apenas
dispara a mensagem para ela.
“O Bispo Diego morreu, se não vai atender, vou considerar
que qualquer coisa que faça, é por ti apoiada.”
O secretario anda até o carro e olha o motorista e sai no sen-
tido das secretarias.
Outro delegado chega e pergunta.
— O que aconteceu aqui?
— Todos sabem o que delegado Norberto, fomos nomeados
as pressas pois veio uma ordem de prender todos que enfrentaram,

231
então dentro desta igreja, tem mais mortos que em toda leva de
enfrentamento anterior, se somar o evento na praça, passa longe.
— Tem de entender que não queremos monstros e demônios
na cidade.
— Eu entendo esta colocação como o que Delegado?
— Que temos de os manter presos, é para felicidade da cida-
de.
— Quando for entrar em um lugar e ver todos mortos, lembra
delegado, vocês que estão matando todos estes, de que adianta
uma cruz no peito, se veria matarem sua família em prol de um
cargo, vocês são patéticos.
— Acha que me ofende?
— Eu não me atreveria tentar. – Guto olhando o investigador
e que fala.
— Eles foram amassados a parede, alguns estamos tendo difi-
culdade de tirar, um osso atravessando o corpo que chegou a pare-
de antes e se prendendo a ele.
— Alguma teoria? – Guto olhando aquela cena que em nada
era agradável aos olhos e nariz.
— Não, não conheço nada que arremesse algo assim.
Nane tenta se mexer e vê que estava presa a uma cama, tenta
mexer as mãos, presas, tenta sentir seu corpo e ele estava todo
amortecido.
Um médico olha ao fundo e pergunta.
— Porque disto?
— Ela matou os pais, parecia tentar abrir a barriga da prima,
não sabemos se está dopada senhor. – O enfermeiro gerando uma
desculpa, mas sabia que a ordem era deixar a moça sedada, que
não conseguisse mexer além do pescoço.
O médico estava com pena da moça e chega perto e viu Nane
balbuciar com dificuldade.
— Me solta ou lhe mato doutor.
Ele recua e o enfermeiro aplica mais alguma coisa na veia de-
la que parece sentir o sono.
— Pensei que estava exagerando. – O médico assustado.
Nane sente um sono pesado e se vê em um campo e olha
aquele senhor sentado a frente.
232
— O meu desafeto.
João olha para a moça e fala.
— Nem na minha morte tenho paz.
Nani olha ele e fala.
— Se tivesse morto não estava preocupada, mas pelo jeito o
destino o deixou em minha mão.
João estava em um campo, olhava em volta, parecia energia,
sentia a falta de tudo e mesmo alguém lhe dizendo que estava ali
para lhe matar, lhe pareceu algo agradável.
— O que fiz para me odiar?
— Não morreu em Morretes.
— Não entendo porque eu teria de morrer, isto não lhe daria
motivos para me odiar.
— Dizem que nunca amou nada, por isto não entende.
— Estou aqui Nani.
Ela chega a ele e o toca e fala.
— Agora quem é o morto e o vivo João?
João estranha a frase e fala.
— Não sei, estou em um campo sem saber se você está viva,
eu vi meu corpo morrer.
Nani olha em volta e fala.
— Ainda sinto meu corpo.
— Então você fara este favor, me tirar a vida e me dar a paz
finalmente?
Nani chega e segura a cabeça de João, mas não sentia nada
ali, ele parecia já não estar entre os vivos, ela pensa em como se
mata uma alma e fala.
— Não vale, você não tem mais corpo.
— Isto já sabia.
Ela se concentra segurando a cabeça dele e olha para os lados
e tenta imaginar o desfazer do espirito.
João sente a alma começar a se desfazer, ela sorri, e olha para
aquele corpo saindo rápido, em milhares de pedaços.
Nani sorriu e o enfermeiro ouve aquele corpo preso a cama
gargalhar, assustadoramente.
Uma energia leve começa a se espalhar ao chão de Piraquara,
e a volta da cidade começa a ser erguer uma muralha, Dalma olha
233
aquilo e olha pra Jorge. Todos presos para dentro de uma muralha
que continuava a crescer a toda volta.
— O que ele pretende?
— Subjugar os para dentro da muralha. – Jorge.
Para dentro dos muros parece concentrar uma imensa tem-
pestade.
No bairro do Hugo Lange começam a surgir seres estranhos,
vindos do trilho de trem, Diana olha aqueles seres e não conhecia e
olha para um rapaz surgir a rua e olhar para os seres e falar alto.
Leo olha os demônios e fala ao comandante a frente.
— O que faz aqui comandante do planeta Mãe, está que-
brando a regra que diz respeitar.
Os demônios aparecem ao fundo e o general olha para Leo e
fala.
— Abriram o portal para cá e mandaram-nos verificar.
— Quantos portais?
— Apenas este.
— Aqui vai ser violento general, não é coisa para Demônios
despreparados.
O general da quarta Categoria, olha os soldados as costas e
eles começam a voltar e pergunta.
— Vai demorar muito esta falta de agua?
— Apenas o terminar das guerras internas, mas se é apenas
um portal, apenas 10% do planeta está sentido isto.
— Em respeito a Lenda, nos retiramos.
Todos tensos olham aqueles imensos demônios saírem.
Diana olha que o rapaz poderia parecer um rapaz simples,
mas na conversa fez o primeiro recuar pelos portais, ele chega ao
mesmo, se viu um pequeno cubo surgir em sua mão, ele toca a
energia e desfaz o nó calmamente.
Pedro Rosa recebe a ligação de Renata Paz.
— Sabe onde Moreira se escondeu Pedro?
— Não, problemas?
— Não sei, pensei que se defendiam.
— Defendemos o que nos defende, não o que ameaça nossos
filhos, eu alertei ele que todos parados, é sempre mais perigoso.
— Acha que ele está bem?
234
— Não estou olhando, ele disse para não olhar.
Rita olha para Pedro desligando o telefone.
— O que está acontecendo de verdade Pedro?
— Eles nos monitoram, e ainda ligam para nos perguntar on-
de eles se escondem, não entendo.
— Mas não vai reagir amor? – Rita abraçando ele e vendo a
pequena Agda de mãos dadas com Agne entrar na peça, crianças de
4 anos.
— Tem de ser muito maluco para se desafiar um Hons sem
saber o que está fazendo Rita, Moreira acha que é a mesma coisa
que sair dando tiros, eu não vou deixar minhas filhas desprovidas,
se o que vem a rua, põem medo em Hons.
Renata acompanhava a conversa pela câmera e olha Rosa, a
esposa oficial de Moreira a olhar a porta.
— O que está acontecendo?
— Não sei, mas quando se monitora os amigos, como Moreira
fez, e se deixa os inimigos correndo por ai, tudo pode acontecer.
Francisco olha Keka abrir uma porta ao ar e faz sinal para pas-
sarem, o delegado estranha aquilo, mas passa, Evandro logo após,
Francisco e Keka fecham o caminho, ela olha em volta e sente a
energia, olha para cima e pensa no cheiro dos Minotauros, ela surge
em um mundo vazio, olha em volta, olha para o céu e sente o caste-
lo e começa a andar nele.
Olha o mesmo refeito e ouve as costas.
— Pensei que seria mais difícil.
Keka olha Hórus e fala.
— Mais difícil?
— Acha que vou deixar você vencerem, eu perco, mas todos
vocês morrem.
Keka sente o ser a abraçar com uma nevoa e fala.
— Sei que ainda não vê seu planeta imenso ao céu, mas
quando o ver, não terá mais o que fazer menina.
Keka tenta se soltar, tenta sentir seus poderes, estranho co-
mo antes tudo lhe obedeceu e agora nada lhe obedecia ali.
Hórus a olha e fala.
— Antes Wasser lhe permitiu vencer, não entende?

235
Jessica estava com aquela nevoa a volta, lhe cercando e aper-
tando, sua aura a mantinha livre, mas sente quando a energia da
aproximação começa a tirar tudo do chão no pequeno planeta, o
castelo ao fundo começa a separar-se como se aqueles blocos imen-
sos de pedra agora flutuassem.
Tudo começa a ser puxado para cima e Keka sorri.
Hórus olha o sorriso dela e não entende, mas ela afasta com
as mãos a névoa e sente a energia de seu mundo, sente a aproxima-
ção e começa a estabilizar, começa sentindo o parar da aproxima-
ção.
— Não pode parar, eu mando aqui.
Hórus sente a magia e pensa porque não o estava obedecen-
do, mas ele chegou perto demais, agora estava na influencia da
energia Terra/Lua, ele olha a menina olhar os campos e os poucos
seres meio perdidos, olharem em volta tentando entender o pro-
blema.
Hórus abre um portal e atravessa para a Terra, Jessica tentava
imaginar uma forma de parar aquilo sem ser tão traumático.
Jessica sente as energias vindas do planeta querendo o puxar
novamente, senta-se no campo, alguns seres estranhos se aproxi-
mam, ela sente o sol, os demais planetas daquele pequenos siste-
ma, se ele estava usando a energia do planeta Terra com uma inte-
ração etéreo/física, para manter as duas ligadas, Jessica tenta man-
ter a ligação física, através da gravidade com todos os demais obje-
tos daquele sistema solar, e por um instante Hórus achou que o
planeta voltaria a andar no sentido dele, sente ele estático, como se
ainda estivesse ali, mas não mais vindo, Jessica pensa no problema,
ela queria uma solução.
Ela olha os campos e olha que da parte noite vinham exérci-
tos de Form-Gigantes, imensas formigas, elas comiam tudo que
tinham no caminho, elas vinham destruindo tudo que tinha no ca-
minho.
Jessica sabia que aquilo era apenas um insecto, mas ela nunca
soube como era o planeta do Olho, antes da chegada de Hórus.
Jessica estava distraída com a imagem, mas sente aquela
energia começar a concentrar ao seu lado e olha João em alma lhe
olhando.
236
— O que faz aqui João?
Ele olha em volta e pergunta.
— Onde estou?
— Mundo do Olho.
— Pensei que estava a caminho da luz.
— Não seja bobo, seu corpo ainda o espera. – Jessica.
— Não sinto vontade de voltar Keka, tudo que fiz, fiz errado,
tudo que disse, acho que nem eu acreditava.
— Não me amava? – Jessica olhando ele, se distraindo.
— Acho que no fundo, sempre tive medo de você não enten-
der, que amar você, não quer dizer, não amar a mais nada além de
você, sei que você tem ciúmes, até entendo os motivos, mas não é o
que sinto por você que está em jogo, e sim, se construí algo que
valesse minha volta.
Jessica olha aquele ser translucido, ele agora estava entre a
vida e a morte e parecia perdido mesmo no caminho.
— Sei que parece perdido João, mas pensa, em que caminho
você está, o que você quer para a vida, talvez se você achar que
deve mesmo caminhar para a luz, que está cansado, saiba, vai fazer
falta, mas neste instante, precisamos de você.
— Muitos problemas?
— Pelo que entendi, Moreira foi jogado no mundo dos Hons,
aquele espirito que se diz filho de Wasser, está fazendo horrores no
centro, e como você não está lá, todos estão olhando para nós, sa-
canagem, nossa vitrine saiu de campo e nos deixou visíveis.
João sorriu e olha para o imenso ser surgir as costas de Jessica
e fala.
— É só passar Form-Gigante.
— Vocês são comida. – O soldado do formigueiro a frente.
— Comida indigesta.
Os seres do local se enterravam a terra, olhando em volta,
não sobrava nada por onde aquelas formigas chegavam, e João olha
para o céu e fala.
— Seria uma sacanagem Form-gigantes na Mata Atlântica.
João sente o portal bem ao fundo se abrir, e Dalma no plane-
ta terra olhando os campos cheios de Mortos-Vivos, olha aquelas
imensas formigas passarem.
237
Jessica toca o chão e o portal se fecha.
Ela sente Hórus tentar abrir do outro lado e fala olhando para
João.
— Vai perder a guerra das guerras?
— As vezes sinto ciúmes, inveja, raiva, e não sei me portar.
— Volta ao corpo e nos encontramos em campo.
Jessica olha a grande Formiga e abre um portal e passa no
sentido de Piraquara, ela olha para Hórus e lhe acerta um direto de
direita.
Olhando para fora, os campos agora tinham formigas de 3
metros.
A grande Formiga olha João e meche as mandíbulas, João
apenas atravessa ela e olha os campos, quem trouxera aquilo para
aquele planeta, era o fim da vida como existia.
João sente o seu cheiro e olha o IML, olha a sala e o rapaz ao
fundo falando.
— Não entendo todas estas mortes.
João olha as gavetas e entra em uma, ele entra na escuridão
da gaveta, sente o corpo, ele não viu o buraco imenso no corpo,
feito por uma viga de prédio, esta começa a se fechar, a se refazer,
ele sente a boca seca, o corpo fraco e começa a chutar a porta.
Ele estava chutando quando o rapaz abre a porta e fala.
— Você estava morto.
João senta-se e fala.
— Tem como conseguir uma roupa?
O rapaz olha aquele senhor sentado a gaveta e um rapaz sai
pela porta rápido.
Eles alcançam uma roupa para o senhor e um fala.
— O delegado Guto gostaria que o aguardasse.
— Assim que resolver os problemas a leste eu falo com ele.
João olha para as mãos, sente o sangue voltando as veias,
sente a dor e coceira no corpo inteiro, pega o copo de agua esticado
pelo rapaz, toma lentamente sentido agora também o queimar e
doer daquilo entrando no corpo e fala.
— Bem desagradável isto.
Ele levanta, se segura, parecia que tudo estava desfocado,
tonto, tem de respirar fundo, esperar tudo parar de girar, olha co-
238
mo se não estivesse bem e risca um traço no ar e olha em volta e
olha Dalma.
— Problemas?
— De onde veio isto? – Jorge.
João estava fraco ainda, ele caminha lentamente até o campo
e olha para Hórus e fala.
— Quem amaldiçoa a própria terra com morte?
— Está não é minha terra. – Hórus.
Jessica olha João ali e fala.
— Veio rápido.
Ele apenas faz um ruído com os lábios, sentiu-se as antenas
dos insetos tremerem e todos olharem para ele.
— Quem quiser viver, o portal ao fundo.
João fala, as imensas formigas parecem sorrir, mas foram
vendo João tomar tamanho, e as costas dele, outros seres tomarem
tamanho e preparar as unhas.
Dalma se transforma as costas, alguns Laikans se apresentam
as suas costas e as formigas veem que não seria fácil.
Hórus se imagina em outro ponto, fora do castelo, e surge em
Morretes.
Algumas começam a passar pelo portal e outras tentam avan-
çar e vão caindo, quando a primeira leva cai, as demais começam a
recuar pelo portal.
João olha para Dalma e fala.
— Apoia em Morretes, está tudo a flor da pele lá.
— Acha que vamos nos chocar?
— Acho que poucos sabem o que vai acontecer.
Em Morretes uma moça de nome Maria chega em casa e olha
a mãe que sorri.
— Voltou filha.
— Tentando entender o problema mãe.
— Seu pai esta na delegacia, vai ficar?
— Mãe, vim ver a senhora, não o pai.
A senhora abraça a filha, uma lagrima lhe corre ao rosto.
Maria sente a energia sendo direcionada e olha para a mãe.
— Se mantem em casa mãe.
— O que está acontecendo?
239
— Não sei, mas um portal se abriu.
A senhora olha a filha mudar de forma e começar a sair, mui-
tos a volta sabiam que esta era a origem da família, mas eles não
sentiam mais os Yawara dentro deles, pois tinham duas condições
impostas dentro deles, buscavam a força na imagem masculina, e
alguns viam aquilo como demoníaco.
O delegado olha aquelas imensas formigas surgirem vindo por
sobre as casas, comendo tudo a frente e olha o carcereiro e fala.
— Esquecemos que eles não tem medo destas coisas, solta o
tal de Pedro.
Quando o rapaz abriu a porta e falou.
— Tá livre.
Pedro sabia que algo estava acontecendo, ele olha para fora e
viu aquela moça vindo se transformando e olhando para suas cos-
tas, sente algo o segurar, ele segura com força, teve de segurar com
muita força para não ser apenas dividido ao meio por aquela man-
díbula da formiga, ele não conhecia o ser, mas muda de forma e
inverte as garras cortando parte da pata, um animal muito forte.
Sueli surge ao fundo com poucos que conseguiam transmutar
e Pedro olha para o delegado e fala.
— Afasta quem conseguir.
O senhor olha para o rapaz avançar com garras e dentes so-
bre os seres, o delegado olha aquela moça parar e descer da moto,
aparentava alguém normal, ele pensou em dizer para ela se afastar
e descobriu quem era a moça, seu rosto foi para uma caveira de
fogo e esticou as correntes, sobre uns 2 a frente e os despedaçou.
O delgado Sergio olha ao fundo aquilo e Francisco olha para
ele e fala.
— Afasta os demais Sergio.
Evandro toma a forma de Ogum e passa as correntes em al-
guns os segurando, para que eles não avançassem contra a cidade
ao fundo, já vinham por um caminho cheio de mortes.
Jessica deixa o corpo maior, pega uma espátula e começa cor-
tar tudo em volta e em meio a isto as Iaras entram em campo cor-
tando tudo em apoio ao fundo.
O rei dos Otatos viu a guerra e dá ordem de afundar suas ci-
dades novamente.
240
Dalma chega a região faltavam poucos para destruir, ela olha
para Hórus ao fundo e o segura pelo ombro e fala.
— O que este espirito está pretendendo?
Hórus olha assustado e Aline que estava ao longe, toca o
chão, ele olhava para Dalma, pensando em como a enfrentar quan-
do sente aquele vermelho correr ao chão e lhe tomar o corpo, ele
brilha e explode.
Jessica olha o portal ao fundo e finalmente consegue o fe-
char, o ponto era tão forte naquele lugar que mantinha quase que
sem interferência o portal aberto.
Aline olha para o delegado ao fundo se armando e apenas faz
sinal para Amanda, que sobe na garupa da moto e saem ainda na
forma de caveira pela estrada.
Ela olha o marido e fala.
— Agora vamos voltar.
— Acha que eles vão se entender?
— Acho que o delegado não sabe com quem está mexendo.
Jessica olha para Pedro voltar ao corpo normal e começar a
sair pela estrada ao fundo, viu umas 12 moças fazerem o mesmo,
ela olha em volta, Dalma voltando ao seu corpo normal e Jorge a
alcançando um vestido que ela joga sobre o corpo.
O delegado viu que tinham varias pessoas estranhas, e olha
para aquele senhor chegar ao lado de Jessica.
— E agora? – Evandro.
— Não sei, é sempre complicado tentar adivinhar alguma coi-
sa, estes seres parecem apenas com fome.
— Existem relatos de seres assim com magia a mão, como se
venceria algo assim?
— Nem quero pensar antecipadamente nisto. – Jessica.
Em Curitiba João olha para sua casa que volta a surgir, ele en-
tra nela e toma um banho, sentia a pele toda descamando, pega um
leite e coloca no fogo, acende a chapa e coloca um bife e cozinha
alguns ovos, seu corpo parecia pedir proteína.
Ele com calma comeu, sentiu a dor ao estomago, sentiu tudo
ainda muito estranho, se olha no espelho, ainda branco demais.

241
João passa algumas mensagens para pessoas que pensavam
que ele estava morto, e obvio, alguns duvidaram da mensagem,
mas eles não poderiam dizer que ele não avisou.
Ele caminha até a panificadora e Joaquim olha para ele assus-
tado.
— Não havia morrido João?
— Dizem que acordei no IML, não lembro de muita coisa ain-
da, vê um sanduiche caprichado.
Joaquim olha para João assustado, pede para fazer e senta-se
a mesa e fala.
— Você está bem?
— Acabo de sair do IML, acho que não. – João.
— Quer mais alguma coisa?
— Uma água.
João toma a agua e sente as energias internas quase estacio-
narem, era quase 8 da noite, ele come, sabia que estavam fechando
e caminha até a sua casa novamente.
Ricardo olha para a rua e olha aquele senhor andando desa-
jeitado a rua, não poderia ser ele, caminha até João e pergunta.
— Não tinha morrido?
João olha Ricardo e fala.
— Vou responder isto muitas vezes pelo jeito, mas acordar no
IML ainda me dá a sensação de que morri.
João pede licença e caminha até sua casa, deita e adormece.

242
243
J.J.Gremmelmaier

Cansei Disto

244
João abre os olhos sentido a dor, ele olha a adaga ao peito e
olha Nani na peça.
Ela olha com um sorriso de “me vinguei” e João apenas toca a
ferida e fala.
— Porque demorou tanto Nani?
Ela olha ele com cara de dor e fala.
— Demorei?
— Tô cansado desta vida.
— Pensei que estava defendendo estes outros.
— Defendendo até você menina, pois uma interação entre
mundos, é morte a todos ao chão.
— Não acredito nisto.
João fecha os olhos e a policia chega a peça apontando a ar-
ma para Nani.
O delegado olha o senhor com a adaga no peito e ouve a mo-
ça falar.
— Acha que não vou vingar cada atrapalho que tive.
— Não sei, levanta as mãos menina.
— Acha que manda?
O delegado olha para a moça e sente o corpo ser arremessa-
do para trás e dispara as balas, ela sente aquelas balas lhe atraves-
sarem e olha descrente, sente a pedra negra em sal lhe atravessar e
olha o senhor e pergunta caindo de joelho.
— Quem é você delegado?
— Delegado Augusto dos Anjos, para os amigos, Guto para os
inimigos.
Ela sente o coração e fala.
— Isto é traição.
Ele sente ela soltar eles e cair para frente e fala olhando o ra-
paz a porta.
— Chama a ambulância.
Jessica chega a casa de João e ele estava sendo tirado de ma-
ca, entubado e olha para o delegado Sergio.
— O que aconteceu?
Ele olha tirarem Nani em uma maca mas já coberta e fala.
— Esta cidade é tão cheia de malucos que não sei, quase que-
rendo voltar a ser um advogado de portas de cadeia.
245
— E conseguiria?
Sergio olha a menina aos seus olhos, e fala.
— Alguém pode me explicar o que aconteceu? – Olhando o
outro delegado.
— Sergio Fucks me perguntando algo? – Delegado Guto.
Sergio sorri sem graça.
A governadora estava em Londrina a 3 dias, sem atender nin-
guém quando olha aquele rapaz entrar pela porta e grita.
— Lugar isolado senhor, fora daqui.
Gerson olha a senhora e fala.
— Este hotel é meu senhora, se quer se esconder, vai para
outro lugar.
— Não pode destratar uma governadora assim.
— Uma governadora não, uma covarde, sim, e outra coisa,
estamos pedindo seu afastamento senhora governadora.
— Acha que manda algo?
Gerson olha o filho entra.
— Tem duas alternativas Governadora, ou sai do governo, do
estado, e esquece a politica, ou um pequeno anjo lhe tira a vida, e
garanto, ninguém vai atestar além de mal súbito, quer brincar de
deusa dos Paranaenses, vai ter de ser bem longe daqui.
— Eu não o... – ela se cala vendo o pequeno arcanjo surgir ao
lado de Pedro e olhar para ela, ele deu um passo no sentido dela e
ela recuou, ela sabia que aquilo era mortal.
— Não podem mandar assim, isto é um absurdo.
— Absurdo é alguém deixar seu povo morrer em prol do que,
pois este passo atrás, é falta de fé senhora. – Gerson.
Gerson olha para ela e fala.
— Até o meio dia para sair de nosso hotel.
O comandante a porta fala alto.
— Não pode fazer isto senhor Gerson Rosa.
— Quem não sair, vai morrer, e não serei eu que matarei,
considerem um aviso cordial. – Ele olha a Governadora – E espera-
mos o mais rápido possível sua renuncia.
O comandante viu os seguranças da empresa do senhor abri-
rem caminho e olha a governadora.
— Ordens senhora.
246
Ela olha para Gerson saindo, olha o celular e liga para o secre-
tario de segurança.
— Secretario, como pode Gerson Rosa me ameaçar assim, o
que podemos fazer contra este senhor.
— Se ele lhe ameaçou Governadora, terá de abrir uma queixa
crime sobre isto.
— Não quero a parte burocrática, quero soluções.
Ele olha em volta e fala.
— Grita com o próximo secretario de segurança, pois a minha
renuncia está assinada desde ontem, quando se recusou a atender
o telefone governadora.
— Não pode me...
— Curitiba está um caos, ontem mais de mil pessoas morre-
ram estranhamente, temos eventos em Ponta Grossa, Morretes,
Piraquara e Colombo, se não temos governadora na cidade, para
que precisamos de secretario de segurança, se não podemos ajudar,
para que senhora, e pode ter certeza, se prepara para escracho
publico.
O senhor desliga e ela olha o comandante a porta.
— Já é seguro voltar a capital?
— Não sei senhora.
Os jornais on-line traziam a renuncia do secretario da segu-
rança, quando perguntado porque renunciou, pois não via motivos
nas ordens que a governadora lhe passou de prender pessoas que a
igreja da governadora não gostava, quando pediu auxilio para os
eventos do dia anterior, o comandante da PM disse que a ordem da
governadora era não intervir em nada por 24 horas, tentou auxilio
no exercito e a mesma ladainha.
A ordem de soltura estava chegando a todos os presos, ultima
canetada do secretario antes de por nas costas da governadora, ele
sabia que ele tivera culpa, parcial, mas ele não arcaria com o peso
sozinho, e se ficasse ali, seria o que aconteceria.
João abre os olhos no hospital e ouve ao lado.
— Como ele está senhor? – Pedro.
— Ele continua com uma cicatrização incrível.
Pedro chega ao lado da cama e fala.
— Continua sobrevivendo.
247
— Um dia canso disto, o que precisa menino. – Joao arrisco.
— Entender, já que Moreira sumiu, quem o pode trazer de
volta não está querendo, todos me diziam que você estaria nas 24
horas mortal, e desculpa, eu teria morrido com uma adaga no cora-
ção.
João olha o rapaz e pergunta.
— Tem certeza que morreria?
— Não estou em discussão João, mas sei que deixei andar as
coisas, mas enquanto apenas vocês batalhavam e morriam, nin-
guém iria ligar, pensa, 3 dragões de Eli morreram, é como matar a
magia dentro de 3 grandes seres no planeta, e eles não recuaram,
eles lhes atacaram ainda.
— E resolveu deixar acontecer?
— Precisava saber quem estava agindo João, aqueles surgi-
rem sequenciais de duas entidades na Praça Santos Andrade não
fazia sentido.
João ainda estava sonolento e pergunta.
— No fim ainda vão me acusar de não ter morrido.
— Talvez, mas a renuncia do Secretario de Segurança vai por
muita gente a parede, primeiro ele soltou os delegados que haviam
prendido, as pessoas, e renuncia jogando a culpa na Governadora,
até as demais TVs que não haviam noticiado, começam a noticiar,
pois é evidente que os Delegados tiveram seus direitos cerceados
para que algo acontecesse.
— Obvio para quem sabe o que aconteceu Pedro, eles vão
olhar os mortos na igreja e jogar sobre mim.
— Se recupera antes de querer sair correndo.
João olha Evandro e Jessica entrarem e olha para os dois.
— E dai Evandro, vai assumir esta maluca?
— Ela não me quer ao lado, sempre João para lá, João para
Cá.
— Este deve ser terrível, mas obrigado por a defender, nem
entendi como vim parar aqui no hospital.
Jessica olha para ele e fala.
— E vai mentir na maior cada de pau.
João sorri sem graça.

248
Os dois saem e Francisco entra com Gerson que acabara de
voltar de Londrina.
— Este hospital tem muita visita. – João.
— Está melhor, isto é bom, mas Francisco está preocupado
com Moreira.
João olha para Francisco e fala.
— Calma, apenas da um tempo dele acalmar lá, nem que can-
sando os músculos.
— Me preocupo mais pelas crianças.
João olha a aura, o senhor estava mentindo e sorri, ele não
iria entrar na discussão, mas entendia bem o que as vezes saber que
se está mentindo só o complicava mais.
— Imagino Francisco, mas eu ainda não estou bom para tirar
ele de lá, e bem por não estar bom, que não tenho pressa em tirar
dele de lá.
João vê o pessoal sair, olha o relógio do hospital dar duas da
tarde na parede e começa a sentir a energia voltar a ele.
Fecha os olhos e tenta ignorar tudo a volta, sabia bem o que
aconteceria, mas parecia estar escrito ele estar ao hospital as duas
da tarde.
A UTI registra 22 milagres, as enfermarias, 72 melhoras inex-
plicáveis, até pessoas na espera no hall de entrada melhoram sem
explicações.
João se fazia de dormindo, e quando abre os olhos, olha
aquele médico olhando ele.
— Senhor João Jorge Gomes?
— Sim.
— Pelo jeito es daqueles mistérios que ninguém entende, até
negam para se manter sãos.
João não respondeu.
— Sua alta deve sair em minutos.
João olha em volta e a UTI antes cheia, fazia.
— Perdi algo?
O senhor olha em volta, tira a pressão e olha os equipamen-
tos, tira os soros, tira o controle de batimento cardíaco do dedo,
anota os dados na ficha e sai pela porta.

249
João se ergue e senta-se a cama, não tinha mais aos braços o
soro ou qualquer coisa que o prendesse, pensa no que faria, não
queria sair pela porta da frente.
Pedro Rosa entra pela porta e olha João.
— Se fosse meu sócio no hospital estava falido João.
— Coisas que convivem com a morte, nunca me atraíram, tal-
vez por sentir ela ao lado e distante.
— Agradeço por todos eles. – Pedro, olhando João que não
entende, as contradições deste rapaz a frente.
— Eu estou pensando em como sair sem ser visto.
— Pelo jeito não quer que voltem a falar de você.
— Sabe que fé é bom, mas não esta que eles tem se apegado,
um Deus escravo de suas vontades terrenas.
Pedro olha o médico e pergunta.
— Como está a calma doutor.
— Calma não está, pois é tanta gente saindo melhorando que
a secretaria está lá enrolada nos protocolos.
— E o senhor Gomes?
— Apenas dando tempo dos demais fugirem rápido, para o
mandar fugir também.
Pedro sorriu e olhou para João.
— E agora? Acabou ou não?
João levanta os ombros como se não soubesse.

250
251
J.J.Gremmelmaier

Recomeço

252
João chega em casa e olha a bagunça, novamente a pichação
em toda casa, bagunça generalizada.
Ele apenas pensa nas paredes limpas e elas ressurgem bri-
lhando, as coisas se arrumam e ele levanta a camisa e olha mais
uma marca a barriga, quantas cicatrizes.
Olha a mão e olha aquela aura branca, ele não conseguiu se
livrar disto ainda, ele estava cansado de tentar e senta-se a sala.
Estava apenas pensando na vida quando o telefone toca, João
olha que é Marta e atende.
— Bom dia Marta.
Ela engasga do outro lado, ela pensou ter perdido o patrão
por dois dias, e agora ele atende o telefone.
— Está bem? – Saiu quase sem sentir.
— Sim, estou bem, e como está os concertos no prédio?
— Não entendi aquilo.
— Difícil de explicar rapidamente, ainda mais pelo telefone,
mas descansa, esta semana é de descanso.
Ela sorri e fala.
— Bem vindo de volta. – Ela sorri sem graça, ele também, ele
entendeu que alguém ficou preocupada.
Ele toma coragem e sai pela porta e olha para a casa, entra no
carro dá ré no carro, o tirando do terreno e volta a olhar em volta.
Era fim de tarde, ele toca a estrutura e ela some, o terreno
aplainado e liso, o faz pensar no que iria construir ali, talvez fosse a
hora de montar algo de verdade.
Ele vai a uma construtora a umas 5 quadras, se inteira de
quanto era para construir uma casa, ele encomenda uma e vai com
o rapaz ao local, e apresenta o terreno, obvio que o senhor olhou
atravessado para João, mas finalmente alguém estava querendo
construir algo físico ali.
João entra no opala e dirige até a empresa de roupas, viu o
segurança abrir a porta e falar.
— Esta bem senhor?
João apenas sorriu e olha que eles desparafusaram parte das
armações metálicas da construção e a ergueram para o fundo, o
imenso guincho estava ali ainda, mas agora erguendo as novas es-
truturas que começavam a parafusar novamente ao chão.
253
No estacionamento alto, estavam desparafusando as vigas,
tortas, que João lembra lhe atravessarem.
O engenheiro chega a ele e fala.
— Deve ser o senhor Carlos?
— Não, sou João, como estão as coisas?
— Começando a organizar, não entendi, o senhor Carlos falou
que esperava alguém melhorar, para saber se teríamos pressa ou
não na reforma.
João olha que metade da construção ainda estava lá, olha o
engenheiro e pergunta.
— Quanto tempo para fechar este lado retirando os restos do
prédio?
— Estamos fechando a parede, mas os ferros tortos vão dar
mais trabalho que os novos, as vigas de parte da estrutura baixa
nem se mexe, estava bem presa, mas as que saíram de cima, preci-
samos tirar os parafusos, endireitar os buracos e parafusar nova-
mente.
João estava olhando o senhor.
— Apenas fechar?
— Sim.
— 7 Dias.
João olha Carlos entrar e lhe olhar.
Ele teve uma ação estranha, sorriu e deu um passo atrás, João
tentava entender a complexidade de algo assim, e o rapaz chega
perto.
— Sei que todos me deram como morto Carlos.
Ele olha para João, ainda meio estranho, estica a mão e fala.
— Pensei que tinha ido, os advogados mandaram continuar a
obra e reformar, independente do acontecido, pensei que tinha
morrido.
João as vezes se cansava desta conversa, e fala.
— Apenas vim deixar claro, é boato que morri.
— Certo, acha que estaremos em ação em quanto tempo?
— Lembra que depois tem de descansar um pouco esta se-
mana.
Carlos sorriu e falou.

254
— Sei que enquanto as costureiras descansam, as obras se
ampliam, mas acha que aqui vai ficar bom?
João olha em volta e fala.
— Estranho como um lugar destes tem forças antagônicas, a
força do recomeço e a força do vivo, contradizendo a força da mor-
te e do fim, tudo em um terreno só.
— Não entendi.
— Calma, sei que estou falando coisas estranhas.
João viu o fim do dia, pega o carro, passa em cada obra e es-
taciona na Rua São Jose dos Pinhais.
Ele entra na pizzaria e senta-se, o proprietário estranha, ele
deveria ter entendido errado, deveria ser outro que morreu.
João pede uma cerveja e uma pizza, parecia que seu corpo es-
tava pedindo ainda muita caloria, ele olha para a porta e olha Fran-
cisco e Sergio entrarem, fez sinal para chegarem perto e Francisco
olha serio.
— Já bebendo?
João olha sem graça e solta um.
— Vai que isto me mata né...
— Temos um problema.
— Já interferimos por isto, mas como estão os demais Fran-
cisco.
— Soltos, chegando em casa, muita pergunta no ar.
João olha para a parede ao fundo, tinha um grande vão sem
nada naquele sentido.
— Traz aquele senhor de novo.
Francisco não via Plout ali, mas viu Moreira surgir todo sujo,
com duas armas a mão e apontar para João.
— Meu desafeto.
João olhou o senhor descrente e fala.
— Moreira, estou lhe trazendo de volta pois Francisco pediu,
quer voltar para lá?
Plout surge as costas de Moreira e segura em seu ombro.
— Mas me lançaram lá.
— Soube que puxou a arma para uma grávida, quer que mu-
de de ideia Joaquim Jose Moreira? – João olhando ele ainda com as

255
duas armas a mão. Ele olha em volta, não sabia nem onde estava e
olha Francisco.
— Vou me inteirar do problema, mas não somos mais amigos.
– Joaquim olhando Moreira.
João olha a sua mão, aura branca, imortal e fala.
— Então esta inimizade será por séculos.
Joaquim olha João e sai pela porta guardando as armas.
Francisco olha João e fala.
— Obrigado pelas crianças, sei que ele acostuma com o tem-
po.
Sergio olha para a porta e vê Dara entrar com um rapaz mais
jovem ao lado e chegarem a mesa.
— Não morreu mesmo.
— Ainda teremos de conversar Dara, nem que em mil anos.
Tudor ao lado olha a cara de revoltada da neta e fala.
— Temos de conversar sobre tudo isto, não entendi, hora pa-
recia que minha companheira rejuvenesceu, hora envelheceu de
novo, e hora, como neste instante, quase com minha idade.
— Tudor, tudo que falar é um acho, mas em imortais, a leva
de tempo, se manifesta de acordo como sentimos nossas almas,
elas envelhecem aos poucos, mas as vezes, quando sentimos ener-
gia pura, sentimos a alma quase adolescente, e como imortais, nos-
sos corpos se comportam como nos sentimos.
— Releve meu filho, ele continua tentando por esta cabeça
dura da Dara no caminho certo.
— Vencemos mais pela arrogância do outro lado, do que por
superioridade Tudor, eles se achavam invencíveis, isto ainda estra-
nho, gente que não sabe diferenciar a própria propaganda da reali-
dade. – João olhando Dara.
— Vim apenas verificar se estava bem, mas se cuida rapaz. –
Tudor sai e Dara senta-se a mesa e fala.
— Vai me dar uma chance a mais?
— Depende?
— Do que?
— Qual resposta não a tira da mesa, pois se dizer sim, e for
sair, digo não.
— Não nos entende mesmo!
256
João sorriu, pois realmente não entendia, e viu uma leva de
policiais entrarem armados no restaurante e apontarem as armas
para João.
— De pé, calmamente.
João olha Dara pensando que não era naquele dia que con-
versariam e depois para o delegado Sergio e fala.
— Depois alguém some definitivamente no mundo de Hons e
não vou ficar ouvindo o choro das crianças.
João levanta as mãos e é conduzido a viatura, ele chega a 10ª
DP e olha para o delegado, que não conhecia.
— João Jorge Gomes?
— Sim.
Ele faz sinal para sentarem ele a cadeira e olha em volta. Faz
sinal para os demais saírem e João fala.
— O que não fiz desta vez que sou culpado?
O delegado olha para a porta ao fundo, João sente o perfume
e espera, a governadora acabara de entrar em uma delegacia no
Sitio Cercado, isto sim era algo inusitado.
— O meu problema pessoal. – Governadora.
João riu, ela tentou uma daquelas frases de efeito que nada
significam, pois eles nunca se viram pessoalmente, mas que dava
uma conotação diferente a conversa.
João olha o delegado e fala.
— Quer mesmo ouvir a conversa, esta dai para negar depois,
manda isolar até a pulga do carpete.
O delegado olha a governadora e fala.
— Qual a acusação senhora.
— Uma mentira com certeza, sabe disto delegado, não é bur-
ro, não se faça do que não é.
— Acha que me ofende.
João olha o senhor e fala.
— Como digo, se não posso no fim de uma terça, tomar mi-
nha cerveja, tranquilamente, apenas por não ter morrido, sinal que
vamos recomeçar tudo de novo, e senhor, pode ter certeza, eu es-
tou vivo, mas passei uns perrengues danados.
A governadora as costa olha para João e pergunta.
— E como podemos por uma pedra sobre isto?
257
— Não renunciou ainda porque Governadora?
— Não vou abrir mão do cargo.
— Quando for inelegível em dois meses não reclama.
— Vocês não tem nada contra mim.
João olha para trás e fala.
— Quer mesmo me por nisto governadora? Você fez vistas
grossas, ordenou prisões que não tinha nem processo aberto, esva-
ziou a cidade em meio a crise, mas o que a tira do cargo, é uma de-
nuncia anônima.
— Não tenho medo de você.
— Não sou eu o problema.
João se concentra e começa a surgir imagens das TV distantes
todas a parede e o repórter da Globo fala gritado.
“A policia Federal está em uma operação de busca e apreen-
são na cada da governadora do Paraná, no palácio Iguaçu e nas em-
presas do pai da senhora, já voltamos com uma declaração do pro-
motor de justiça que pediu a diligencia. Ao fundo se vê a policia
tirando computadores, malas que não sabemos o que tem, e docu-
mentos!”
A governadora sente o celular tocar e olha para João.
O delegado olha para a Governadora, estava dando cobertura
para algo que pelo jeito iria feder, chega as costas de João e abre as
algemas e a senhora chega ao canto e pergunta.
— O que aconteceu Romarinho?
— Apreenderam os 60 milhões de dólares na sua casa, com
os documentos, aprenderam os computadores do palácio Iguaçu,
não sei ainda o que pegaram nas empresas.
— Qual a denuncia?
— Lavagem de dinheiro, recebimento de propina, envolvi-
mento com crime organizado, parece ter muita coisa ai governado-
ra.
Ela olha para João desligando.
— Acha que tenho medo de você?
— Me repetindo governadora, não fui eu que lhe ameacei,
sabe disto, mas com certeza alguém lhe deu um ultimato, pensou
que estavam apenas blefando, acho que não conhece os Rosa.
— Moreira me garantiu que segurava eles.
258
— Avisa Moreira, que se tocar nas filhas do pequeno Pedro,
ele vai para Hons sem volta, covardes as vezes damos uma chance,
mas uma segunda, esquece, e se antes tinha como apenas renunciar
Governadora, agora, vai ser na força mesmo que sai de lá.
O delegado viu a senhora olhar para ele e falar.
— Não vai o prender?
— Acusação senhora, pelo que entendi, ele estava ao IML até
o inicio do dia, ele acorda a gaveta do mesmo chutando a porta,
então todas as mortes antes disto, não podem ser atribuídas a ele.
— Mas ele é perigoso.
João olha para a senhora e fala.
— Se achasse isto, não estava numa delegacia do Sitio Cerca-
do senhora, sabe disto, o delegado não conduziria alguém do trafico
para cá se a senhora estivesse aqui, então sabe que não sou perigo-
so, apenas sobrevivo.
A senhora sai e o delegado apenas libera João, que lembra
que seu carro está a frente do restaurante, ele apenas abre uma
porta a parede e atravessa para lá, não estava para caminhada na-
quele dia.
Ele senta na mesma mesa, agora vazia e olha para Jessica en-
trar com Evandro ao lado.
Aquele sorriso sem graça dos dois e Jessica fala.
— Vocês parecem se entender com um olhar.
— Senta ai Keka, pedimos mais uma pizza.
— Os dois não entendem o que sinto.
João olha para Evandro e fala.
— Pelo menos nos livramos daquele Pedro.
Evandro sorri e Jessica olha atravessado.
— Está bem pelo menos?
— Estranho uma pergunta simples, que se falar sim, estou
mentindo, se falar não, estou mentindo.
— Me falaram que estava com Dara aqui?
— Ela levou azar, chegou na hora da condução a delegacia. –
João a olhando serio.
— E não a poria para correr?
— Sabe que se a convidasse para ficar ela sairia, se falasse pa-
ra ela se afastar, ela ficaria, realmente não entendo vocês.
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João toma apenas mais uma cerveja e deixa os dois ali, entra
no carro e dirige para o Osternak, chega em casa, esqueceu que
tinha desfeito a casa, olha em volta, dirige pela rodovia até um hotel
de beira de estrada, pede um quarto e dorme.
Ele sonha com toda a historia, e sente como ela foi, mas não
parecia real para ele, perto das 5 da manha, ele senta a cama e olha
aquele pequeno anjo surgir a sua frente e lhe olhar.
Ele lhe toca e João sente o obrigado, sorri e olha o ser apenas
se desfazer em energia.
Ele olha para o quarto, liga a TV, desliga a TV, tenta voltar a
dormir, mas sabia, agora ele estava sozinho, estranho sentir-se par-
te da historia de pessoas, e cada uma delas, começar a se enredar
por um caminho.
Amanhecia em Morretes e Sueli estava a frente de um grupo
de moças, todas na forma de Yawaras, ela olha para elas e sente
que estavam recomeçando o caminho, Pedro ao fundo, olha para a
filha e fala.
— Sua mãe finalmente assumindo seu papel.
— Ainda a olha diferente.
— Ela ainda me para com seu olhar, mas ela tem sua vida
agora, e vou tentar montar outra vida.
— Não me esquece pai. – Suzi.
— Como conseguiria.
No mundo de Eli, uma cova começa a afundar, os moradores
começam a se afastar, e veem a cabeça do grande dragão começar
a ser erguer do tumulo, outros se erguem.
A rainha Eli olha para os dragões voltando a vida, pensa em
um símbolo de vitória, e muitos sorriem, vendo os dragões voltarem
ao ar desajeitados.
Em Piraquara, parte das muralhas do castelo de Hórus esta-
vam lá ainda, e um grupo de maquinas começa a tirar aquilo do
caminho, para desobstruir as estradas.
Dalma sente Jorge a abraçar e pergunta.
— Será que acabou mesmo?
— Acho que está na hora de parar de fugir de você Dalma.
Ela sente ele a beijar e sorri.
Moreira olha Rosa a cozinha e fala.
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— Acha que devo relevar?
— Ele nem lhe deu chance de reação amor, tem de entender,
ele lida com coisas bem mais mortais que você.
Moreira olha para os campos ao fundo e fala.
— As vezes esquecemos que alguns aceitam a pedra, mas não
é que gostem, apenas sabem que não adianta desviar ela, aguentam
a dor e continuam.
A governadora é forçada pelo partido no meio da manha a
renunciar ao cargo.
Muitos Delegados estavam furiosos com ela, mas muitos se-
res da cidade, voltavam a seus redutos, invisíveis aos olhos.
João chega a empresa e olha Pedro Rosa a frente.
— Problemas rapaz? – João.
— Apenas verificando a maluquice que fez, montou uma em-
presa em um terreno que todos dizem ser amaldiçoado, dispôs de
guardiões que parecem manequins, enfrentou a morte, e sei que
nem todos entendem como aconteceu.
— Soube que você é pior do que muitos falam Pedro, soube
que quando lhe colocaram as câmeras, você pediu para um dos seus
eu, de outra existência, interagir por você.
Pedro sorri e fala.
— Estanho ter um Pedro Rosa, que tem gêmeas com Rita, e
uma leva de 12 esposas Curupiras, com as quais, teve mais de 9
filhos com cada, linhas de tempo que andam em velocidades dife-
rentes, então tenho um eu, que tem sua família de Morois a correr
pelo campo, mas são Morois e são Curupiras.
João sorriu da definição e fala.
— Agradeço pela cidade, mas o que faz aqui?
— Apenas verificando os pontos, muitas câmeras de seguran-
ça ainda estão desligadas.
João sorriu e os dois descem a panificadora, do senhor Joa-
quim e tomam um bom café.

Fim.

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