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J. J.

Gremmelmaier

Noden DCJ VI
Infectados e Morrendo

Primeira Edição

Curitiba / Paraná
Edição do Autor
2016

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Autor; J. J. Gremmelmaier
Edição do Autor
Ano 2016
Nome da Obra: Noden DCJ VI – Infectados e Morrendo
ISBN
CIP – Brasil – Catalogado na Fonte
Gremmelmaier, João Jose
Noden DCJ VI – Infectados e Morrendo, Romance de
Ficção, 140 pg./ J. J. Gremmelmaier / Curitiba, Pr. / Edição do
Autor / 2016
1. Literatura Brasileira – Romance – I – Título
2. Literatura Brasileira – Contos – I – Título
3. Literatura Fantástica – Romance – I - Título
85 – 0000 CDD – 978.000

As opiniões contidas no livro, são dos personagens, em muito pouco assemelham-se


as opiniões do autor, esta é uma obra de ficção, sendo os nomes e fatos fictícios.
É vedada a reprodução total ou parcial desta obra.
Sobre o Autor:
João Jose Gremmelmaier nasceu em Curitiba, estado do Paraná, no Brasil, formação
em Economia, empresário a mais de 15 anos, já teve de confecção a empresa de informática,
escreve em suas horas de folga, alguns jogam, outros viajam, ele faz tudo isto, a frente de seu
computador, viajando em historias, e nos levando a viajar juntos.
Autor de Obras como a série Fanes, Guerra e Paz, Mundo de Peter, os livros Magog,
João Ninguém, Heloise e Anacrônicos, cria em historias que começam aparentemente
normais, mundos imaginários, interligando historias aparentemente sem ligação nenhuma,
gerando curiosidade sobre outros textos escritos.

©Todos os direitos reservados a J.J.Gremmelmaier

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J. J. Gremmelmaier

Noden DCJ VI
Infectados e Morrendo

Capa e Editoração de: J.J.Gremmelmaier

Imagens: Google
2016

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Noden DCJ VI é um dos textos do Autor, que
ele se dedica a motivos que levariam o
humano a extinção, o nome é junção de duas
doenças que nos idos do século XX ao inicio do
século XXI ainda não tinham cura e
preocupavam os rumos de algumas pesquisas.
Vamos ao meio da mata, e de lá, a uma busca
acelerada pela sobrevivência, seja dos
personagens, seja da região, uma caça aos
culpados, se tiver quem caçar.

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Era agosto de 1945 em plena segunda guerra, em um
banquer em Cuxhaven o medico do regime Josef Mengele olha o
Almirante e pergunta.
— Colocaram tudo no submarino?
— Sim, saímos daqui e submergimos já no Atlântico Sul.
— Ainda acho que mais dois meses resolvíamos isto.
— Lhe deram 2 meses senhor, não podemos deixar isto cair
na mão dos Russos, então vamos proteger o senhor e muitas das
peças chaves, o senhor vai a Argentina, onde temos um grupo de
apoio e que o manterá lá, podendo fazer suas pesquisas, se
conseguir a tempo, podemos reverter a situação.
O senhor entra no submarino, viu alguns familiares e pessoas
chaves entrando, iriam em 3 submarinos, tentando passar o
máximo desapercebido.
O senhor entra naquela submarino e vai a região norte da
Argentina.
Mengele terminou seus trabalhos tarde, quando viu que a CIA
tinha sua posição, se muda para o Brasil, deixando escondido seus
trabalhos, que nunca voltou nem olhar, deixara apenas uma carta
para a SS, distantes, dando a posição dos trabalhos.
50 Anos após um grupo farmacêutico descobre a carta e se
depara com os relatos de um produto revolucionário, eles usando
de influencia e dinheiro começam uma corrida para descobrir algo
que poderia ser revolucionário.

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Um grupo caminhou dois dias na África central,
estava ali um esquadrão do exercito Norte Americano
com 5 pessoas, um cientista e um comandante. A
travessia do rio Congo na noite anterior foi em total
silencio, para chegar naquela vila sem serem
percebidos, parte do país estava em guerra, aquela
região era tida como perdida, quando um cientista chega a uma vila
no interior da mata no Congo, e se depara com aquelas crianças,
que balançavam a cabeça como se não entendessem mais quem
eram, ele olha o rapaz ao lado e fala.
— Precisamos do sangue deles, após tirarmos o sangue, pode
matar todos.
O soldado faz sinal para outros dois ao fundo se posicionar e
lança uma rede sobre um a frente, o rapaz parece não pensar,
olhava com aqueles olhos inchados, ferida na testa, a boca entre
aberta babava, o senhor olha para o rapaz, chega perto e tira 6
doses de sangue, põem em uma caixa térmica e os rapazes
começam a atirar, matando todos daquela vila, depois rapazes com
roupas de isolamento colocam todos em uma casa no centro da vila,
e colocam fogo. Descem a estrada ao sul, tentando não deixar
rastros ou testemunhas.
Os soldados se juntam a beira do rio, estavam a beira do rio
Motaba, um barco encosta e todos saem, destino EUA, numa
viagem que deveria demorar tanto quanto a ida.
A aventura pelo rio foi até a Impfondo, onde pegam um
monomotor a Bazzaville, onde pegam um avião saindo do Congo.

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Um grupo de cientistas alemães, pesquisava
a 3 semanas em uma cidade ao norte da
Argentina, os locais achavam que eram
engenheiros, a serviço para uma multinacional,
ignorando a especialidade deles.
Um dos rapazes, chega ao centro da casa,
onde havia uma grande caixa que alguns rapazes estavam sentados
e fala.
— Acharam?
— Sim, estava sobre o assoalho, difícil foi descobrir em que
parte desta casa que estava.
O senhor chega a caixa, pede licença e fala para o que ficara a
porta e fala.
— Um pé de cabra.
O rapaz saiu rapidamente e voltou.
— Aqui senhor.
O senhor forçou as madeiras da caixa e olha os papeis, sorri e
olha para os rapazes.
— Leva para a Alemanha, melhor por em malas simples, dizer
que são nossos estudos, mas levar tudo.
— O que tanto procurávamos senhor.
— Não interessa, assim que sairmos, arruma a bagunça, não
precisamos de nada que diga que estivemos aqui.
O senhor olha um diário e sai lendo as anotações, na capa
dizia em alemão.
“Noten von Josef Mengele auf Immunodeficiency verwendet
als chemische Waffe.”
O senhor sai lendo o escrito, parecia deliciar-se com a
descoberta que fizera. A descoberta é levada a uma grande empresa
farmacêutica com sede em Bonn.

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Um conjunto de cientistas são chamados a
Amazônia, para verificar um laboratório, escondido
na América do Sul, logo ali, depois do rio era Peru,
ainda no Brasil, uma vila de indígenas
estranhamente abandonada.
Joshua olha em volta saindo de um barco
subindo aquele barranco de mais de 4 metros, olha para o rio, mais
de 100 metros para o outro lado, rio turvo, beira de terra macia, o
que lhe fez apoiar a mão para subir, quando chega a parte alta, vê o
cais de madeira, olha a disposição das coisas, o rio subia até ali,
então estava em uma época de seca, não vê os índios, olha um
senhor o esperando e fala;
— Quando me ofereceram esta bolsa de estudos na Europa,
não esperava vir parar neste fim de mundo senhor Hugo.
— Bem vindo Joshua, mas temos um problema a encarar, e
sabe que tudo que ver ou fizer aqui, estará proibido de falar fora
destas instalações.
— Falando assim parece que temos um grande problema.
Hugo não falou, apenas mostrou a instalação, o calor estava
forte, o ventilador precário, a energia a base de um gerador ao
fundo fazia Joshua olhar em volta como se tivesse entrado em uma
grande furada.
Joshua era especialista em DCJ (Doença de Creutzfeldt-Jakob),
uma Encefalopatia Espongiforme Transmissível que acomete os
humanos, ou como Joshua falava, a doença dos Humanos Loucos, é
uma variante humana da Doença da Vaca Louca, quase 40 anos, de
quem viveu muito, desafiar limites eram sua especialidade, pensou
em terminar os estudos que sempre deixara para depois, e olha em
volta tentando achar algo que lhe fosse conhecido, mas haviam
militares, o pessoal de Hugo, e casas rusticas.
Quando lhe ofereceram uma bolsa de estudos de 200 mil
dólares anos, para estudar DCJ, não imaginou acabar em uma selva,

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sua mente tentava imaginar porque ali, e temia as respostas que
sua mente dava, então apenas observava.
Naquele calor um banho gelado foi a melhor coisa que teve,
sentindo-se melhor, senta-se a sala olhando Hugo, que ainda não
revelara o que fariam, se não tivesse o deposito já em sua conta do
dinheiro, acharia que tinha realmente entrado pelo cano.
Lembra-se de pegando o avião para Manaus, nunca soube
onde ficava, mas vendo a cidade até relaxou, por segundos até
esqueceu para onde estava voando, mas o avião logo a seguir, que
lhe levou até Benjamim Constante, um hidro avião, lhe remetendo a
realidade de para onde estava indo, voando horas sobre o mato, a
cidade que mal parou, entrou em um barco que veio fazendo
curvas, seu Português não ajudava a entender a conversa do
tradutor e do piloto naquela voadora, mas entendeu que a Direita
do barco era o Peru, a esquerda Brasil, pararam na margem
esquerda, então ainda estavam no Brasil, mas os músculos lhe
davam o quanto fora cansativa a viagem.
Ele olha para fora e olha ao fundo uma moça, indígena, ela
parecia estranha, seus olhos parados, fixa a vista e viu que estava
em um cercado, viu quando o cachorro chegou perto e ela tentou o
atacar, mostrando os dentes.
Chega mais perto e Hugo fala.
— Bem vindo ao Brasil Joshua.
— O que vamos estudar aqui Hugo?
— A 3 meses, um cientista saiu do Congo com uma amostra
da virose que todos chamam de Noden, em duas semanas ele se
juntou com um grupo de pessoas aqui, não sabemos quais os planos
deles, mas a partir de amanha, quando entrarmos no Peru a frente,
iremos com proteção militar e equipamento de segurança.
— Não entendi.
— Eles tinham em uma base a 3 quilômetros daqui, cientistas
norte Americanos, Alemães e Ingleses, a moça tem vestígios dos
atos de pessoas que foram infectados por Noden, mas ao mesmo
tempo, tem o sistema imunológico adulterado, ela não se preocupa

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se perder um dedo, o corpo não entra em processo de choque
anafilático, mesmo perdendo 50% do sangue, e tem algo mais ai.
— Por isto me chamaram?
— Devem estar chegando Cristine Danis, e Roger Monic,
ambos estão atrasados, o voo do Rio de Janeiro para Manaus
atrasou.
— Onde eles estavam que veem do sul?
— Numa região ao norte da Argentina, onde o grupo de
alemães aqui, estavam antes de se embrearem aqui.
— Alguma dica porque aqui?
— Não ainda.
— Quantos identificaram infectados?
— Duas vilas próximas, os indígenas deste lugar e alguns
animais da região.
— Animais, isto é... – Joshua para e olha para Hugo - ...o que
eles estavam testando aqui Hugo?
— Isto que temos de descobrir, mas algo saiu errado, tem de
entender, todos os que achamos estavam ou neste estado ou pior
que isto.
— Pior? – Joshua.
— Já viu uma onça atacar?
— Não, mas dizem ser bem letal.
— Agora imagine um ser daquele tamanho, com esta
porcaria, tivemos de a matar.
— Mas que experiência estes cientistas, mais exatamente,
que cientistas estavam ai?
— Isto que veremos amanhã Joshua, assim que o pessoal
chegar.
— O perímetro é seguro?
— Sim, o perímetro é seguro.
Joshua ficou a observar a moça, ela balançava a cabeça, como
se procurando entender oque havia acontecido, ela parecia ferida,
mas realmente as feridas pareciam escurecidas, a forma que ela
olhava era de fome, muita fome.
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Ele ficou a observar, começa a fazer anotações em seu
comunicador portátil, e olha para Hugo, não existia sinal de
internet, não existia sinal de celular, um lugar onde realmente
ninguém sairia.
A noite começa e iniciam os gritos, os animais da floresta
pareciam agitados, o breu total era algo que Joshua raramente
experimentara, cidades nunca estão toda apagada, sempre tem
alguma luz.
Os pássaros pareciam sobrevoar baixo, o quarto tinha telas
finas na janela, e se via os insetos todos barrados ali.
Uma hora ele ouve um barulho na janela e olha para um
morcego se debatendo na tela.
Olha o estado do morcego, tinha uma asa comida, o ser olha
para ele como se querendo carne, era um morcego herbívoro, olha
a dificuldade dele, e mesmo assim, agressividade, estes não eram
seres agressivos em sua natureza.
Joshua olha o morcego, ele estava se debatendo na tela, iria
uma hora ou outra a arrebentar, ele fecha a janela nos fundos, olha
para o morcego, o triangulo no nariz, estes são comedores de frutos
ou insetos.
Joshua pega uma luva na sua mala, um vidro que tinha no
canto do quarto, e pega o animal, que se não fosse a luva o teria
mordido, olha o pequeno mamífero e olha as incisões de agulha no
pescoço e nas pequenas pernas.
Joshua põem o animal no vidro e fica olhando ele, a noite não
lhe deixaria dormir.
Os dentes do animal eram de herbívoros, se via os estragos
de tentativas de morder coisas mais duras, se via o inchaço no
estomago, ele não tinha enzimas para comer o que tivesse ali.
Abre sua mala, era madrugada, a pouca luz parecia atrair
mais barulho do lado de fora, mas ele fecha as janelas daquela
cabana rustica, põem seu material numa mesa ao canto, olha que
tinha trazido equipamentos para pesquisa, põem a câmera para
filmar o animal, o prende a mesa, seus movimentos estavam
descoordenados, viu que o pé direito do animal estava pendurado,

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mas se assusta vendo os músculos ainda se mexerem, tira com uma
espátula e coloca em um vidro pequeno, prende as asas e abre a
barriga do morcego, olha a reação, não pareceu sentir dor, faz a
anotação, olha a cicatrização, olha os restos de insetos, poucos, mas
pedaços de carne que pareciam ainda vivas, separa aquilo num saco
isolado, tirando o oxigênio, e vê o animal mesmo aberto, se bater
com força, tentava a qualquer custo o morder.
O rapaz foi dissecando o morcego, que parecia mesmo com a
cabeça aberta, tentar o morder.
Separa a gosma que vinha do corte, e põem num
microscópio, estava amanhecendo quando Hugo entra pela porta, e
olha para o rapaz olhando o microscópio.
— Trabalhando?
Joshua se assusta, olha a porta e fala.
— Que tipo de proteção teremos Hugo?
— Entendeu o problema?
— Não, isto é um vírus, teria de comparar para ver qual deles,
pela forma parece um Noden, não entendo muito de Noden, mas
tem esporas que juraria ser do DCJ, então estavam fazendo uma
arma ali, ou estudando algo que descobriram.
— Arma?
— Não sei, o morcego tem parte do cérebro morto, como se
tivesse sido morto antes da experiência, reparei ontem que a moça
tem um tiro a altura da cabeça, pode ter sido morta antes também,
as esporas do vírus se instalam no sistema nervoso central os
fazendo reagir, os instintos funcionam, mas perdem coordenação
motora, mas isto é maluquice.
— O avião dos outros dois cientistas chegaram a Manaus.
— Vamos os esperar?
— Sim, tem um grupo de militares chegando, estão isolando a
região, os barcos estão sendo desviados, tem gente se perguntando
o que está acontecendo, mas precisamos saber, qual a abrangência
disto.
— Morcegos tem territórios restritos, mas que podem chegar
a 20 quilômetros de raio – Joshua aponta na prateleira – recomenda
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repelente de insetos, do mais forte, pois se chegar aos insetos,
teremos perdido a região senhor.
— Acha que se transmite como?
— Não sei ainda, podem ter sido infectados, diretamente,
este é uma cobaia, ele tem numeração, meu alemão não é bom,
nem meu português, mas estou verificando se a saliva prolifera isto,
o sangue está infectado, então um pernilongo seria mais contagioso
do que uma mordida.
— Certeza disto?
— Estou falando desta cobaia senhor, não sei nada do que
estavam fazendo lá.
O senhor sai e o rapaz olha para os insetos na tela, olha que
alguns se batiam a algum tempo, uma região onde tinham muito
mais insetos que o normal, ele olha os dados e põem para fazer o
teste em todos os equipamentos, entra no banho gelado, se veste,
protetor, pega uma roupa com protetor de tela frontal, e chega ao
café.
Um rapaz chega a mesa e fala em um inglês forçado.
— Deve ser Joshua, desculpa, Doutor Joshua?
— Sim, também nesta aventura? – Joshua olhando que o
rapaz usava uma camiseta leve, rosto bem formado, bem claro, diria
ser de uma região fria pela cor, mas as vestes lhe remetiam a um
nativo da região.
— Sou alemão de nascença, me tiraram de Bonn, a dois dias,
meu irmão deveria estar entre o grupo de cientistas que estava
nesta expedição.
— O que seu irmão fazia?
— Meu irmão e eu somos os últimos Mengele que estão
vivos, ele estava procurando os estudos de nosso bisavô, ele passou
em vários lugares, Congo, Argentina, Brasil, quer dizer no sul deste
País, parece outro lugar, e veio para cá a dois meses, e de um dia
para outro parou de dar noticia, perguntei para a Bonna
Farmacêutica do meu país se tinham sua posição, não me
responderam e resolvi perguntar a embaixada Brasileira, não sei
quem veio verificar e não voltou, e se montou um grupo de
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enfrentamento, não entendo o que meu irmão estaria fazendo, pois
ele sempre foi um pacifista.
Joshua olha o rapaz, um descendente de um animal, esta era
a visão que tinha do avô do senhor, talvez tenha ficado evidente
pela sua reação, pois olha serio para o rapaz.
— O que quer que fizeram ali, não tem nada de pacifista
rapaz, tem todo jeito de uma arma viral.
— Por isto da sua veste?
Joshua olha o como os insetos não chegavam no rapaz,
pensou que ele usava um bom repelente, pois eles tentavam até na
sua mão, mas pareciam chegar perto e se afastar, mas do rapaz nem
chegavam perto.
Joshua pareceu não gostar mais da conversa, mas seu lado
cientifico estava a toda.
— Sim, mas é que ainda estou em uma experiência, e acho
que os rapazes vão demorar, pois é quase 12 horas de Manaus até
aqui.
— Sabe o que está acontecendo?
— Nem ideia. – Joshua desconversando e vendo um barco da
marinha Brasileira parar mais a frente, dos grandes, se via os
militares em seus uniformes impecáveis, e viu que eles estavam
servindo de referencia para outro barco, que aporta no pequeno
cais, barco com imensas gaiolas, com equipamentos, e olha os
rapazes começarem a descer aquilo, viu que eles haviam cortado a
mata em um circulo a volta do acampamento, e começam a por as
gaiolas que saiam do barco a toda volta, como se quisessem pegar
mais espécimes, talvez fosse uma forma de saber se ainda havia
seres normais, o que havia sido infectado.

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Em Bonn, na sede da Bonna Farmacêutica,
um grupo de cientistas chega a uma sala e um
senhor, em seu terno negro impecável,
contrastando com seus olhos azuis e pele branca,
com cabelos bem brancos, fala.
— Todos sabem que estamos com uma crise
para administrar?
— Nos vetaram as ultimas informações senhor. – Se lia Lunen
em seu uniforme, onde cada um tinha seus sobrenomes escritos,
— Temos uma pesquisa que saiu do controle, algo eles
fizeram errado, estávamos estudando um soro, que permitiria que a
pessoa mantivesse vida mental ativa, mesmo quando o corpo
estiver muito danificado, gerando uma forma mais eficiente, sem
coma induzido para operações futuras, mas algo saiu errado na
experiência, parece que os primeiros deram resultado, preciso da
cobaia 1 viva, o resto, podem destruir tudo.
— Cobaia um?
— Mesmo eu não tenho a informação de quem é a cobaia
um, mas os primeiros relatórios davam como recuperado após
grande acidente, preciso dos relatórios, não entendi quem de lá
estava escondendo algo, mas nesta hora, se conseguirem a cobaia e
destruírem o resto, recomeçamos depois que a poeira abaixar.
— Temos autorização para a operação?
— Nossa, estarão por conta, não se deixem pegar, e por
favor, o mais discreto possível.
— Discreto?
— Nada que ligue a empresa.
O senhor Lunen sai dali e começa a organizar uma investida
na região do acampamento, olha os dados e começa a passar as
ordens, teriam de ser rápidos e sem testemunhas, conhecia poucos
que ainda se dedicavam a trabalhos assim, dois deles perdera para
esta operação, então estava em uma operação quase pessoal.
Lunen reúne o pessoal em sua sala e fala.

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— O que tem de fazer, está no envelope que cada um vai
pegar com a secretaria, todos vão sinalizados, celulares via satélite,
se caírem lá quero saber onde estão.
— Porque disto?
— “JM” é um medicamento que está em estudo a mais de 60
anos pela companhia, tinha outro nome antes, mas estamos prestes
a perder parte deste experimento, pois algo saiu errado, alguém fez
algo errado e estamos sem sinal vital em 11 dos 12 seres que
deveriam estar no local, mas o que queremos, é o 12, pois se olhar
os dados dele, é dado como morto, por dois dias, e no terceiro,
volta a piscar como vivo, ele é nossa Cobaia 1, não me informaram
quem, mas se puder, o tragam vivo, se não, sabem o que devem
fazer.
— Relatamos a quem?
— Tentem voltar vivos, pois algo errado saiu lá, e o exercito
Peruano e Brasileiro estão criando barreiras para ninguém chegar lá,
um lugar isolado que está ficando mais isolado ainda, pois alguém
deu o alerta de perigo lá.
— Quem estará lá? De que departamentos?
— Não precisamos saber, eles apenas estarão no lugar errado
na hora errada.
O grupo sai com destino ao Aeroporto.

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Joshua volta a seu quarto e vê que Hugo
tentava ler as especificações do que ele escrevera,
estranha ele ali e pergunta;
— Perdido aqui?
— Desculpa a falta de educação, mandaram
ficar de olho em tudo que você fizesse, não sei quem es rapaz, mas
me mandaram cuidar de você, para não se meter em encrenca, e
pode ter certeza, raramente vem especificação para cuidar da
pessoa.
— Fez parte da instalação do outro grupo?
— A instalação não, mas sei de pessoas, que fizeram parte,
desconfiamos que estavam desenvolvendo algo, mas não entendi,
nada parecia perigoso do que eles faziam ali.
— Experiência em Indígenas e não acha perigoso?
— Não havia visto nada de ilegal antes, apenas quando
começamos a nos instalar, mas não entendi o problema, pois a
moça mordeu um dos nossos rapazes, mas apenas gangrenou o
local, os médicos tiraram o pedaço e ele está bem.
Joshua não tinha ainda com quem trocar ideia, mas olha para
o senhor e pergunta.
— E este Mengele ali fora?
— Não sei, estes alemães parecem um com os outros, jurava
que era um dos que fazia parte do grupo, mas pode ser que fosse
apenas um irmão parecido.
— Mas ele está fazendo oque?
— Esperando informação sobre o que aconteceu na mata.
Joshua olha para o senhor serio.
— E o que olhava ai?
— Você tem oque vivo ai dentro? – Apontando para o que
saíra do estomago do animal, que parecia se mexer no plástico.
— Meu mistério está aumentando, os militares sabem dos
riscos?

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— Dizem que um general vem acompanhar a operação, eles
estão preocupados, que isto se espalhe por toda a floresta.
— Se já não se espalhou, mas é bom saber que a moça não é
contagiosa, não a nível de mordida, depois vamos tirar sangue dela
para fazer um exame, pelo jeito o pessoal vai chegar no fim do dia?
— Sim, mas o que tanto anota?
— É técnico, tem uma substancia no sangue do morcego,
preciso saber se tem no sangue da moça, que parece ser
manipulação medicamentosa.
— Que medicamento?
— Não é algo registrado como medicamento, eu coloco no
computador e ele me dá a substancia e a procedência.
Joshua olha para o senhor e fala.
— Passa álcool nas mãos antes de sair se tocou nisto.
O senhor olha o álcool no canto e parece se preocupar, e sai
esfregando as mãos, Joshua olha o morcego e vê uma pequena
formação branca na boca do ser, parecia fungos, olha para aquilo,
teria de fazer uma cultura para ver o que daria.
Pega uma amostra, e vê o ser, sem cérebro o tentar morder.
A analise do medicamento apontava para uma substancia a
base de “Hydnellum Peckii”, Joshua olha para o produto, não sabia
o que era, um medicamento que fazia o ser não degenerar, a base
de um material que ele não sabia o que era, incutido em algo
parecido com uma vacina para uma espécie de Noden, com esporos
de DCJ, teria de estudar aquilo, não sabia se poderia vacinar as
pessoas, mas algo lhe remetia a um erro básico, mas qual dos
pedaços estava gerando aquilo, o que estava errado, era um
medicamento inerte, o que o fez reagir?
Joshua parecia querer respostas onde não estava
conseguindo, e sai a olhar a moça, as vezes parecia muito calma, as
vezes, transtornada de fome.
Como ela estava amarrada, os rapazes prenderam os braços
dela e o rapaz retirou sangue, ele olhou na boca dela, parecia ter a
mesma cor do morcego, esbranquiçado.

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Hugo olhava ele, parecia querer ajudar, mas parecia com
medo, Joshua olha para o rapaz alemão e este parecia isolado, nem
o cachorro do senhor chegava perto dele.
Joshua entra no quarto, estava cansado, mas parecia que as
coisas seriam mais agitadas naquela noite, pois estavam instalando
as grades e mais duas barracas de lona, que parecia ser para alguém
do exercito.
Ele coloca o sangue da moça na analise, para olhando o
material a formar uma colônia, no que havia tirado do morcego, o
fundo do frasco estava branco, algo que se desenvolvia bem no
calor e com nutrientes, o que teria de descobrir, mas olha os dados
e sai novamente e olha para Hugo.
— Pede para segurarem a moça firme, tenho de saber o que é
este branco na boca da moça.
Os rapazes seguram firme ela, Joshua chega com cuidado a
altura da boca da moça, ela ameaça morder, ele põem o algodão na
ponta da espátula, ela morde e cospe, ele pega o algodão e faz sinal
que podem a soltar.
— Descobriu algo?
— Não ainda, mas algo está mantendo o corpo dela vivo,
mesmo sem pensar, ela quer comida mesmo não parecendo pensar
mais.
Joshua olha o barco bem ao fundo chegando, estava
começando a escurecer, viu os militares colocando luz para todo
lado e erguendo uma tela que cobriria toda a região, tela fina, que
deixaria até os insetos de fora.
Talvez o não dormir estivesse fazendo efeito naquele
momento em Joshua, pois sentiu o corpo cansado.
Põem o material para fazer cultura e vai a cozinha para comer
algo, lembra que comeu um cozido no almoço, e olha para a parte
vegetais e come, estava com fome, mas precisava pensar, volta com
seu prato ao quarto, fecha a porta, come um pouco, tira uma
amostra de seu sangue e coloca na analise.
Deita e adormece.

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Ele dorme, estava cansado, acorda com tiros,
o vir a realidade, o faz cair da cama, olha em volta,
demora para se localizar, olha os experimentos,
ouve os tiros, olha em volta, não entendia em que
estavam atirando, mas tinham tiros do lado de fora.
A tensão de aguardar parar os tiros, fez
Joshua encostar na parede, interna e ficar esperando, olha quando
Hugo abre a porta e lhe olha sentado olhando a porta.
— Tudo bem aqui?
— Tudo, o que aconteceu?
— Não sei ainda, alguém começou a atirar e abriram fogo,
não sei ainda, mas os tiros foram apenas para fora.
— Militares... – Fala Joshua com um tom de deboche.
Ele senta-se a cadeira e pergunta.
— Dormi muito pelo jeito.
— Estava cansado, mas o que tanto pisca na tela? – Hugo
vendo que algo piscava na tela ao fundo.
Joshua se levanta e chega a mesa que estava as amostras,
fazendo o exame, e olha para os dados, algo estava errado, e não
tinha como saber ainda, mas olha para Hugo e fala.
— Se eu morrer Hugo, junta tudo isto e manda para a
Universidade, eles terão como analisar.
— Certo, mas o que pisca ai?
— O que a moça tem, é algo diferente do que o morcego tem
no sangue, mesma base, mas uma evolução, diria que três pontos a
cima na escala de complexidade, pois aqui se vê o reagente, a base
de Noden, temos um reagente a base de DCJ VI, temos o reagente
Hydnellum Peckii, todos em estado latente, para que o corpo crie
antidoto para o Noden e o DCJ VI, mas este Hydnellum Peckii parece
não deixar as células degenerarem, eles usaram o conjunto como
um sistema para manter algo vivo, mesmo que as maquinas
parassem de bombear o sangue, parece que a célula deste
Hydnellum Peckii reagiu com um fungo que nem sabia que tinha sua
família na Amazônia, mas era de esperar de nome Ophiocordyceps,
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sinal que o material deveria ter origem em outro fungo, e os dois
geraram uma colônia irmã, as duas se alimentam do ser.
— Não entendi?
— Posso estar enganado Hugo, mas eles estavam testando
um remédio que permitiria operar alguém sem ter de
obrigatoriamente que a pessoa estivesse entubada e com sistema
circulatório funcionando, sei que algumas empresas estão nesta
empreitada, mas a amostra deles foi infectada por um fungo local,
da família dos Ophiocordyceps, este fungo toma o sistema nervoso
de pequenos insetos e mantem seus movimentos forçando o ser se
alimentar para manter sua alimentação, em seres maiores, não
funciona, pois eles degeneram antes de tomarem o comando, mas
este Hydnellum Peckii, parece manter o corpo vivo, mas não é só
isto, eles não colocariam o Noden e o DCJ IV nisto se fosse apenas
para operar alguém.
A cara de total confusão de Hugo foi cortada por uma frase a
porta.
Hugo olha aqueles olhos cor de mel olhando-o a porta.
— Mas se usaram isto como um desenvolvimento de uma
arma, que se proliferaria e não afetariam os vacinados contra
Noden, ou algo assim? - Cristine Danis, cientista da Universidade da
Califórnia, que pelo entendimento de Joshua havia ouvido na porta
o que eles falavam.
— Quem seria maluco de fazer algo assim? – Hugo.
— É suposição Hugo, temos de descobrir o que atacou o
grupo, pois DCJ VI assim como o Noden, tem sua transmissão pela
saliva, mas ambas as salivas estão sem reagentes, podem ter sido
infectados, mas não transmitirem para fora, teríamos apenas de
isolar e dar fim em todos os seres infectados. – Joshua.
— Posso olhar? – Cristine, que olha os exames, Joshua passa
os olhos e fala que sim.
A moça chega a mesa e fala.
— Está trabalhando, 3 amostras, um com um reagente, um
com um segundo e um terceiro com este Peckii Ophiocordyceps no

24
sangue, mas o terceiro as células estão ainda enfrentando, os
demais parecem já ter sido contaminados no todo.
Joshua olha para a moça, tinha duas amostras, estava ainda
acordando, ele só se toca que era seu sangue no invólucro, quando
chega perto, olha para as culturas na boca dos seres e fala.
— Eles desenvolveram na boca, Ophiocordyceps, parece que
o fungo no fim tenta ainda contaminar os demais pela saliva.
— Teremos de estudar isto Joshua, pois se for isto, podemos
estar em uma região toda infectada. – A moça olhando para ele.
Joshua olha ela, não precisava deixar tão claro que se
conheciam, pois Hugo viu a informalidade, e fala.
— Hugo, verifica o que eles mataram lá fora, algo está errado.
— Vou verificar, mas o que está errado.
— Ainda pensando.
O senhor sai pela porta e Joshua olha para a moça e fala.
— Tenta sair rápido da região Cristine, este sangue é meu, e
não fui mordido, não fui picado, mas se de alguma forma, este
Ophiocordyceps estiver infectado, pode estar proliferando por toda
a região, pois estou a um dia aqui, e nem contato tive ainda com os
infectados, e nitidamente, isto já está no meu sangue.
Cristine dá um passo atrás e fala.
— Mas como pegou isto?
— Pode ter sido comida, agua, ar, os esporos do
Ophiocordyceps são muito pequenos.
Joshua olha a moça sair pela porta, ouviu um agito do lado de
fora, se volta aos exames e olha o núcleo do DNA do
Ophiocordyceps e fica olhando como se querendo adivinhar, não
teria como saber o que aquilo faria nele, mas teria de ficar em
quarentena, escreve numa folha “Quarentena” e coloca na porta,
sem olhar os que poderiam estar a sala que era cercada por
quartos.

25
Cristine chega a sala, olha para Roger Monic,
infectologista de Princeton, ele iria tomar a agua e
ela faz que não com a cabeça, ele parecia assustado
olhando para fora.
Ele vê o rapaz abrir a porta e colocar o
Quarentena e pergunta.
— O que está acontecendo? – Roger.
— Porque quarentena? – Hugo que chegava a mesa.
— Um daqueles sangues era dele, a forma metódica de
Joshua o fez se auto analisar, ele deve ter pensado em algo, mas
nem havia olhado os exames ainda, mas temos um expert em DCJ
achando que algo o infectou, e duas amostras que ele tinha –
Cristine olha para Roger – Continham inerte como se fosse fascina,
Noden e DCJ.
— Então é serio. – Roger olhando para Hugo – O que nos
acordou, que tiroteio foi este?
— Não sei oque, os militares estão ainda tensos para sair
antes de amanhecer, mas tínhamos uma indígena infectada, e
alguém chegou ao longe e deu um tiro na cabeça dela, como uma
bala explosiva, os militares revidaram o tiro, mas não sabem se
atingiram algo, mas a moça explodiu.
— Mais alguém está na região? – Cristine.
— Se veio não foi pelo caminho que tomamos.
— O que temos na região de importante? – Roger.
— Cidades pequenas do lado de cá e de lá do rio, todas
ligadas por rio ou por avião, área toda plana, de mata fechada.
— Não entendo a ideia de testar algo em um lugar tão
isolado, qual era a intensão da Bonna, pois eles tem de ter alguma
pretensão, sem saber o que eles faziam lá não vamos conseguir
deter isto, pois pelo jeito algo saiu do controle muito.
Roger olha para a porta e vê um oficial do Exercito chegar a
eles e perguntar.
— Todos bem?

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— Sim senhor, mas o que aconteceu realmente lá fora? –
Roger.
— Não sabemos quem, mas alguém em meio a floresta atirou
na moça que estava presa, um tiro com bala explosiva, isto é
armamento de exercito.
O senhor estava falando quando se ouve uma explosão, o
senhor e os demais saem para fora, e veem um clarão vindo do
outro lado do rio, da direção que iriam na manha seguinte, se viu a
coluna de fumaça subir, estavam ouvindo quando ouvem um
segundo estouro e veem o alarme da fragata do exercito começar a
tocar, os marinheiros começam a sair da mesma, e se vê a mesma
afundar alguns metros, mas como estava ancorada, deitou no rio,
deixando parte presa lá em baixo, na beira do rio, fica deitada ao
rio.
— Quem nos quer caçar? – Roger olhando para Hugo, e
depois para o oficial, que tinha um inglês estranho aos seus ouvidos.
O dia começa a amanhecer e os rapazes do exercito viram
que alguém fora ferido, pois tinha marcas de sangue e de que
arrastaram algo no mato.
As telas cheias de aves, de morcegos, duas onças presas, e
dois gatos do mato, pareciam sadios, mas não sabia-se ao certo o
que estava acontecendo, e o oficial do exercito pediu reforço, pelo
radio, e esperam outra fragata.
Roger coloca uma roupa de isolamento e entra no quarto de
Joshua e o olha a trabalhar, pensou que ele estaria na cama, mas ele
estava olhando os dados.
— Como está Joshua?
— Assustado, não sei como peguei isto, pelo jeito as noites
serão agitadas.
— Parece, mas alguém parece ter atacado o outro
acampamento, vamos ver as coisas como estão, não quer tentar ir
lá e nos ajudar?
— Acho que todos a volta estão infectados com o que me
infecta, e não é ofensivo, o corpo antes de ser aplicado este tal

27
medicamento, o enfrenta, mas terei de ficar em observação para
saber se realmente não me torno um hospedeiro.
— O que quer dizer com isto?
— Doutor Monic, acho que todos que estavam na base, assim
como todo habitante e animal local deve ter isto no sangue, mas se
o projeto é reviver gente, ou sistemas de proteção contra
danificação mental geradas tanto pelo Noden como pelo DCJ, estas
pessoas estariam clinicamente mortas, o que ampliaria o numero de
Ophiocordyceps no corpo, tem de verificar se não estavam testando
se teria como operar um cérebro com Noden ou com DCJ, aplicaram
este remédio que não permite a degeneração, e como os corpos
estavam com muitos Ophiocordyceps, o mesmo assumiu o sistema
espinhal e motor dos portadores.
— Acha que pode ter sido um acaso?
— Foi provavelmente um incidente mal calculado, mas pode
ter sido outra coisa, pode ter sido até queima de arquivos da
empresa, para não sair daqui o que foi descoberto.
— Pensando muito pelo jeito.
— Tentando entender a logica e sequencia, precisamos de
dados do laboratório deles, mesmo que o estrutural, para saber a
sequencia dos acontecimentos.
— Vai lá com a gente?
— Quero estudar antes isto, posso ir lá, e não entender, algo
está fora da sequencia que conheço, ouvi que mataram a cobaia,
sinal que poderíamos determinar por ela parte da sequencia, não
estamos falando de gente que está apenas olhando senhor,
estamos falando de gente que pode estar a volta e nos acertar um
tiro que nem sabemos de onde veio.
— Vou lá, mas nos falamos quando voltarmos.
— Tenta passar a imagem que não estamos entendendo e
fazendo nada, acho que tem olhos aqui dentro, é fácil colocar gente
aqui que não conhecemos senhor.
Roger sai pela porta e Cristine pergunta.
— Como ele está?

28
— Confuso, mas os militares já determinaram quando vamos
lá? Se é seguro?
— Acho que após o almoço.
Roger vai a parte de fora e olha os restos da moça e fala.
— Enterra bem, para os animais da floresta não comerem.
Roger olha aquele senhor branco e alto, olhando ele e não
fala nada, olha em volta, os soldados se preparando para sair, olha
para Hugo e pergunta.
— Quem vai?
— Um grupo de guias, os militares, e vocês.
— O senhor ali vai?
— Não.
— O que está errado Hugo?
— Não notei nada.
— Este cheiro doce no ar, que cheiro é este?
— Normal da região, dizem ser de um cogumelo muito
comido pelos nativos locais.
— Cogumelo? – Roger olhando em volta.
— Se passarmos por algo na floresta lhe mostro.
Roger olha as luvas na caixa, lembra de sua filha, que deixou
em casa, lembra dos problemas que algo como aquilo poderia
causar, a eterna contradição entre o salvar a humanidade de uma
arma mortal e o risco de se infectar e morrer, ou pior, levar isto
para fora e infectar sua pequena Caterine.
Roger olha os militares e pergunta se não seria prudente
roupas especiais. Hugo sorriu como se não fosse necessário, eles
não pareciam acreditar no perigo.
Era por volta das 2 da tarde, calor infernal que fazia Cristine e
Roger suarem em suas roupas especiais, os dois veem uma lancha,
onde o militar induziu entrarem após descer o barranco e
começaram a subir o rio, o termo foi dado pelo militar, pois naquele
ponto o rio não parecia ir a lugar nenhum, eles entram em um canal
estreito, não mais de 10 metros, com beiradas bem íngremes, dos
dois lados, e se deparam com um barco afundado, restos de um
29
cais, e um grupo de militares a olhar desconfiado, estavam agora no
Peru e parecia ser o mesmo lugar, sobem o barranco para altura de
um descampado, divisas impossíveis de serem controladas com
aquela mata fechada que viam a toda volta, arvores de mais de 60
metros, era como se tivessem uma parede de prédios a toda volta
feita por aquela floresta que os cercava.
Cristine separou no barco uma das pastas, que trouxe, e com
uma pasta pesada que um dos militares ajudou a carregar os
poucos metros, ainda na parte baixa do barranco, colocou a beira,
ela liga 3 pequenos aparelhos, liga a tela a frente e um dos
aparelhos liga as 3 hélices laterais e começa a subir mostrando a
estrutura do local por cima, ela foca nas arvores abandonadas a
toda volta, arvores que tiraram dali, usaram elas como escudo
contra inimigos, mas se via um lado estourado pelo que deveria ter
explodido ali.
Analise de calor, de resíduos químicos, de vida, e vai
guardando aquelas informações.
A moça sem mostrar nenhum sentimento apena aponta para
o militar as evidencias que tinham pessoas a mata, ou animais, ela
aproxima a imagem com o foco da câmera do pequeno aparelho e
se vê soldados a toda volta.
O rapaz olha para outro que faz sinal para os demais se
armarem, olha que quem estava na parte acima, estavam em meio
ao campo, eles estavam apenas observando.
Dois dos rapazes tentando aparentar normalidade, voltam ao
barco e tiram uma proteção e uma arma, o canal era muito estreito
para entrar uma fragata do exercito, mas sabiam agora que estavam
sendo observados.
Cristine olha para Roger ao fundo pelas imagens, aciona os
outros dois aparelhos que começam a fotografar e registrar tudo
em volta, os demais deveriam estar procurando algo, mas não
sabiam oque exatamente.
Cristine sobe para o descampado e chega a Roger e fala.
— Acho que destruíram tudo.

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Roger a olha, sabia que ela não era de ter deduções rápidas e
pergunta.
— Acha que destruíram tudo?
— Acho que o que procuramos já foi tirado daqui, temos
indícios de saída de pessoas pelo estreito que entramos a 2
semanas, depois por 10 dias ninguém passou, a 4 dia alguém saiu
dali, arrastando algo pesado, não sei para onde foi, mas pode ter
saído por qualquer dos três países, estamos a poucas horas de uma
tríplice fronteira.
— E a destruição?
— Napalm, queimou tudo, destruiu até parte da proteção que
eles haviam construído para os animais da floresta, mas temos um
problema maior senhor.
— Maior?
— Temos dois grupos armados nos vigiando, da floresta,
pelas pegadas ao longe, um Americano e um Alemão, estamos em
um descampado, se eles abrirem fogo, estamos mortos.
— Acha que foi uma arapuca?
— Acho que os dois grupos estão tendo perdas, e um acha
que é o inimigo do outro, mas ignoram totalmente o que está
acontecendo.
Cristine olha para o militar e estes começam a sair, os rapazes
começam a tirar as coisas, ela passa pelo equipamento que filmava
tudo, e apenas desativa, os equipamentos apenas caíram ao longe,
ela nem olhou nada, olhou o “gravado” escrito na tela do sistema e
puxou um pequeno HD portátil e olhou para o militar que viera com
eles.
— Saindo em 5.
O rapaz entendeu, os demais voltam para o barco, Roger
queria ver mais, mas estavam em campo minado, não queria morrer
ali.
Os militares Peruanos não levaram a serio.
Eles ouvem o primeiro disparo e Cristine pula para a lancha,
Roger corre barranco abaixo e ela o segura para não cair e o barco

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começa a sair acelerado, enquanto se via dois grupos atirando um
no outro.
Os militares peruanos começam a revidar e caem
rapidamente em campo enquanto a lancha sai da área vendo mais
pessoas ao longe.
O militar assustado pergunta.
— Quem nos atacava?
— Pede reforço para nossa chegada a base rapaz, podemos
estar encrencados. – Cristine, que servira no exercito americano, ela
sabia bem as linhas de defesa e ataque de grupos, foi estrategista
do exercito, onde se deparou com o estudo militar do Noden.
Cristine olha para Roger que puxa a perna.
— Como está?
— Sinto a perna dormente?
A moça olha a perna e vê um tiro de raspão, o militar passa
para ela uma pasta que ela abre e enquanto voltam, faz o curativo,
retirando a bala e estancando o sangue.
— Sabe fazer um curativo medico? – O militar olhando para
ela assustado, viu que a moça não duvidou no sair, e sabiam que os
naquele ponto estavam mortos neste instante, eles entraram e
saíram tão rápido que os demais estavam ainda se preparando para
atacar.
Cristine olha para o rapaz e fala.
— Sei abrir alguém sem ele sentir dor rapaz, e o fechar lhe
permitindo viver, mas espera chegar o reforço, posso estar
enganada, mas eles observavam apenas, sinal que a ação poderia
ser no ponto que saímos.
— Acha que Joshua sobrevive? – Roger.
— Sargento Joshua Martins é dos seres mais difíceis de matar
que o exercito conhece senhor. – Cristine.
— Serviu ao exercito Cristine? – Roger.
— Era adolescente no Iraque, da inteligência na Síria aos 21,
do pentágono aos 27, agente da CIA aos 28, doutora em infectologia
aos 31.

32
— E conhece Joshua de onde?
— Do Congo, ele sempre foi destas instituições de ajuda
comunitária, lá que descobri que ele serviu no Iraque, e foi dos dois
sobreviventes em um vilarejo de Nasíria.
— Nunca entendi aquelas mortes?
— Atacaram um grupo com armas que não se declara ao sul
de Nasiria, o grupo de militares entra na cidade, atirando em tudo,
sem ver que estavam mortos, e quando aspiram o ar, morrem, a
guerra do Iraque foi das mais sujas da historia, e ninguém fala delas,
pois vencemos.
— E conheceu ele onde, Congo?
— A guerra o Congo não é coisa para fraco, é floresta como a
que vemos a nossa volta Roger.
O militar olha para a moça e pergunta;
— E o que faria ali atrás.
— Fiz.
— Nos tirou com vida, verdade, mas o que este rapaz faria?
— Ele quis vir? – Cristine olhando para Roger.
— Disse que tinha de estudar mais para entrar em campo.
— Roger, eu não entendo a cabeça deste senhor, se ele olhar
para o lado e disser, pula no chão, pule, não duvide.
— Esta dando muito valor a ele.
— Ele sobreviveu a Harvard, ao Iraque, ao Nodem em Congo,
ao NCJ IV, na Inglaterra.
O radio toca e o rapaz olha para ela.
— Algo explodiu no acampamento, não sei se este seu herói
saiu com vida dali.
— O objetivo, lembra daquele senhor branco, que se dizia um
descendente de Mengele? – Cristine.
— Sim, que alertou nós do caso.
— Mengele não teve filhos. – Cristine.
— Como tem certeza. – Roger.
— Senhor, lembra da infestação de Lyme? – Cristine.

33
— Sim, os carrapatos de Old Lyme, o que tem haver?
— A CIA monitorava de perto Erich Traub, cientista perdoado
de todos os crimes na guerra através do tratado de Paperchip, que
pátria cientistas nazistas na América, a infestação foi o que trouxe
Erich para o nosso lado, mas ele já não tocava os experimentos, ele
já estava beirando 80 anos, deixar claro que ele já e morto, mas
dentro de suas pesquisas estava um único carrapato, trazido da
Alemanha, dado a ele por Josef Mengele, este carrapato de alguma
forma, infectou toda uma linha de segurança, este carrapato
infectou e gerou descendentes discretos que picaram 12 moradores
de Old Lyme que trabalhavam na Ilha Plum, os relatos da CIA dizem
que perderam mais de 70 bons cientistas dentro de Plum Island.
— Está dizendo que foi um atentado Nazista anos após o fim
da guerra?
— Não, naquele momento, levantaram os dados e se chega a
conclusão que os dados que tinham sidos dados como inverídicos, a
possibilidade de Hitler ter fugido para Argentina, como reais. E que
Josef Mengele, ainda estava vivo. Mas Mengele era estéreo, uma de
suas experiências o deixou assim, mas ele tinha um conhecimento
que muitos até hoje correm atrás. Eu fui colocada aqui Roger, e tem
de saber, pela CIA, devo ter passado a perna em uns 300 rapazes
melhores, mas que ignoram isto que falei.
— Porque não nos relatou isto?
— Primeiro, isto são dados da CIA de 1950, segundo, sou uma
mulher, terceiro, ele está ali vivo.
— E ele seria oque? – O militar.
— Senhor, sou um agente estrangeiro dentro de suas terras,
mas não sei as respostas todas, quando indaguei Joshua sobre os
exames, sabia que estava com o código de identificação dele, mas
esqueço sempre que aquele senhor enfrenta de frente, pois ele
quer sobreviver, mas não desviando o assunto, muitas cabaças
chaves da CIA, acreditavam nos idos de 70, que Hitler tinha deixado
um herdeiro, e que o objetivo dele era criar o 4º Império, sobre nós,
na América. Mas o alemão, ignoro quem seja.

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— Acha que isto é reflexo de algo que ficou em segredo
desde aquele tempo?
— Eu não acho nada senhor, eu estou aqui como cientista,
mas que podemos estar lidando com algo mortal, isto podemos.
Estavam chegando ao acampamento, veem duas fragatas,
uma de cada nação as aguas, e a fumaça tomando conta de tudo
que tinha naquele lugar.
Os militares entram e Roger e Cristine entram após, ver o
senhor Hugo morto, os rapazes, o cão, mataram tudo que viram, as
cabanas estavam em fogo, Cristine olha que abriram um espaço
para passar entre as gaiolas ao fundo, olha o chão e vê que haviam
arrastado alguém no lugar.
Os equipamentos que ficaram na cabana queimaram.
— Arrastaram pelo menos uma pessoa para fora daqui. –
Cristine, que olha em volta.
O militar olha para ela e os 4 rapazes que estavam com o
militar começam a atirar contra a mata, os demais vendo que
poderia ainda ter algo, começam a atirar também, se ouve um ou
outro tiro de volta, mas os tiros começaram a se afastar.
Cristine começa a voltar ao barco e fala para Roger.
— Eles devem estar se informando ainda, mas a ideia é não
sair ninguém vivo daqui.
O militar olha ela pegar uma segunda mala e olhar para o
comandante.
— Tem alguma saída que não seja logica daqui?
— Não entendi?
— Eles tem armamento pesado, Napalm é armamento
Americano, bala explosiva Alemã, pelo rombo no casco da fragata,
dois grupos paramilitares, a pergunta é seria senhor, temos alguma
forma de sair daqui, rapidamente, por algum sistema que não seja o
logico, pois eles podem por minas explosivas neste rio.
— Acho que não sabe onde está. – O Almirante ao fundo.
Cristine pega a mala, ergue os ombros, fazendo força para
chegar a parte alta e senta no cais, olha um dos militares ao fundo e

35
os demais começam a se reportar aos seus lideres, ela coloca as
imagens no sistema e retransmite via satélite, ela poderia não sair,
mas a informação já teria saído.
Os militares olham para a moça e o cientista, e um dos
militares pergunta.
— Vão ficar? – Olhando para Cristine.
— Todos que ficarem morrem, todos que saírem agora
morrem, tenho de pensar. – Cristine fala isto serio, Roger olha o
militar e pergunta.
O Almirante dá as ordens o os seus rapazes começam a
entrar, o militar era Exercito, havia vindo na fragata afundada, mas
teria de definir se voltava naquele momento.
— Vamos dar cobertura aos Cientistas Almirante. – Fala o
comandante daquele destacamento.
O Almirante estava querendo fugir dali, isto que talvez
Cristine estava estranhando.
Cristine olha para onde Hugo estava morto, olha para o
militar e fala.
— Para o lado que estão os corpos.
— Não entendi?
— Estamos na Mata, mas teremos de estar em uma gaiola
quando anoitecer, isto que Hugo estava pensando, mas mataram
ele antes, ele não tinha armas.
— Certo, mas vamos em que sentido?
— Leste.
— Muitos se perdem nesta mata.
— Muitos se dizem militares, e não sei o que são. – Fala a
moça olhando o Almirante se afastando, mas ela não queria estar
naquela fragata, algo não estava certo.
Os Militares avançam no sentido das Gaiolas, dois davam
segurança ao fundo, eles armaram as gaiolas a volta e ficaram em
uma bem ao centro, cercado por grades por todos os lados.
Roger olha a moça começar a por os dados no computador e
viu dois pequenos brinquedos para a moça, ligar, ela colocou um

36
sistema de sinalização na parte baixa do pequeno aparelho munido
de três hélices, ele começa a subir, e ela olha em volta com
infravermelho, se via os soldados bem ao fundo, se saberia assim
quem estava ali, mas não era este que ela procurava, o veiculo foi
voando entre arvores silenciosamente, até achar um grupo mais a
frente, Roger vê a câmera aproximar e dois vivos, o rapaz que se
dizia Mengele e Joshua, que parecia ter tomado um tiro.
Olha o sistema de controle deles, via satélite, lhes dava a
posição e a colocação de cada rapaz deles, viu que tinha um na
região do rio, e alguns longe dali, deveriam ser os que atiraram
neles na antiga base, o rapaz olhava os dados, mas ela não entendia
o que eles falavam, parecia algo sem proposito aquela conversa.
Eles pareciam conversar sobre o que fariam, ela sobrevoa o
acampamento, estava começando a escurecer, ela liga o sinalizador
do veiculo e este cai sobre uma pequena lancha, eles estavam em
uma beira oposta do mesmo rio que fazia uma imensa curva.
Ela olha em volta, conta quantos são, viu que haviam corpos
cobertos, eles levaram os equipamentos de Joshua, eles queriam
algo, por algum motivo haviam deixado ele vivo.
O aparelho para sobre uma arvore alta, dando a posição
daquele grupo.
A noite começa a vir, as arvores grandes, davam sombra
muito antes de ser noite.

37
Joshua olha em volta, sente a perna latejando,
olha o rapaz a sua frente e pergunta.
— Onde estamos?
— Um acampamento, pelo jeito eles tem toda
região monitorada por satélite.
— Quem é você na verdade rapaz? – Joshua olhando o rapaz,
sabia que ele era parte do problema, seus instintos diziam isto.
Lembra dele recuando com Hugo, sente a bala resvalar a sua perna,
olha em volta e um rapaz lhe apontar a arma e falar algo que não
entendeu, viu Hugo apontar para ele e o rapaz atirou em Hugo, ele
pensou em fazer algo e sente alguém lhe acertar a cabeça, esta
ainda doía.
— Pensei que eles lhe matariam, você é um Americano porco,
não sei por que lhe deixaram vivo.
— Eu sou o que me permiti ser, mas não respondeu, sou um
cientista, não um nacionalista, sou um humano, não um animal de
laboratório.
— Eles querem lhe falar algo, devem querer lhe perguntar
algo antes de lhe matar.
Joshua olha em volta, repara que o inseto não chegou nele e
perguntou.
— O que aplicaram em mim?
— Es rápido rapaz, mas logo será como os seres a mata, não
sei ao certo se o deixarão aqui, mas você agora é uma arma ou uma
cobaia.
Joshua sorriu, talvez o rapaz não tenha entendido, mas tem
gente que não teme a morte, já Joshua queria apenas a adiar ao
máximo, ele enfrentara algo semelhante no Congo, ele enfrentara
muitas vitorias contra a morte, mas talvez fosse a hora de morrer.
Dois rapazes chegam da parte interna e o rapaz pergunta em
alemão porque estava preso.
— Porque nossa cobaia 1, precisa voltar para casa saudável e
inteira, mais fácil presa e deportada em horas.

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Joshua olha o senhor e pergunta em alemão, aprendera
pouco da língua quando vivera na Holanda quase dois anos.
— Porque ainda estou vivo?
— Entende nossa língua?
— Pouco, mas a logica era me deixar ao campo, não me levar
a lugar nenhum, a não ser que queiram a pessoa errada como arma,
mas quem sou eu para entender a encrenca que me meti.
Um senhor entra pela porta, não era um militar, Joshua o
mede, aquele rosto ele conhecia, Laboratórios Bonna, gerente geral
de negócios, Cristian Hansen, sinal que estavam em um local de
saída.
— O famoso Joshua Martins, olha que pensei que nunca veria
o rapaz que nos atrapalhou em Congo, que nos atrapalhou na
Inglaterra, agora não vamos deixar você estudar o que quer, vamos
o usar como estudos nosso rapaz.
— Lhes atrapalhar, não lembro de ter visto alguém da Bonna
naquele lugar, apenas mortos, um atrás do outro, tanto em Congo
como na Inglaterra, mas ninguém fala das mortes lá.
O senhor olha para o militar e fala.
— Ele transmitiu para fora?
— Que saiba não, mas pode o ter feito, o sistema dele é via
satélite, devem já saber parte do problema.
O senhor olha as anotações e fala.
— Não entendo como você consegue rapaz, sei de cientistas
que demorariam séculos para erguer estes dados, você parece
entender a logica, pena trabalhar em prol deste lixo de seres que se
reproduzem e se dizem humanos, e são apenas animas.
— Tem um problema nisto senhor, não vi tudo, mas tem algo
bem mais perigoso do que pensa. - Joshua.
— Não entendeu que o que quero é bem o perigoso, que saia
do controle, que comece a se espalhar, vamos repovoar a América
do Sul primeiro, e vamos refazer os planos da empresa, vamos
transformar esta região rica em prospera, estranho como algo tão
rico, não consegue decolar.

39
Joshua sacode a cabeça negativamente, e o senhor fala.
— Solta ele lá fora, vamos ver se eles não comem ele e
proliferam por toda a região esta versão do patógeno que ele tem
no sangue.
Joshua sentia a perna latejando, ele é levantado e Cristine viu
pelas imagens quando eles empurraram ele no sentido da floresta.
Roger olha a cena e fala.
— Acha que ele sobrevive?
— Não sei se ele quer sobreviver, eles devem planejar algo, o
que não estou vendo, aquele senhor, é diretor da Bonna, ele não
teria como estar ali sem o conhecimento dos demais, o que não
entendemos.
— Foca no Rio.
Cristine foca no rio e vê a fragata se aproximando, será que
eles a atacariam?
O barulho estava forte na floresta em volta, se ouviu os gritos
vindos do lado que os militares de um outro grupo estavam,
pareciam pessoas deixadas a morte.
Cristine olha que eles não sairiam com o barco, olha para um
inflável começar a crescer, viu eles colocarem o senhor alemão que
se dizia Mengele em uma jaula, e a prender no inflável que começa
a voar, um pequeno motor começa a acelerar ela no sentido
Noroeste, deveria ser teleguiado.
Joshua corre no sentido da floresta, e os rapazes olham para
ele com óculos de visão noturna e um fala.
— Ele não dura uma noite senhor.
— Com um tiro na perna, nem meia noite.
A fragata encosta, eles recolhem o que precisavam e sobem
na mesma, como se fossem esperados, e saem calmamente pelo
rio. Os gritos dos humanos ao fundo lhes fez desviar os olhos da
tela, não estavam olhando seres infectados atacarem os seres,
mesmo atingidos continuavam. Noite tensa, teriam o sentido do
acampamento dos senhores, mas não sabiam se achariam Joshua
vivo.

40
Joshua olha para o acampamento ao longe,
vê os seres saindo, espera eles estarem a uma
distancia, se aproxima, levaram tudo, deixaram um
barco sem motor, sem remo, as cabanas pegando
fogo, chega perto da tenda maior, olha ao chão
uma faca ainda quente, senta-se no chão, olha em volta, fecha os
olhos, sentia os seres chegando a todo lado, eles nãos o atacavam,
eles atacavam os seres que não estavam infectados, eles
balançavam a cabeça como se procurando algo, estranho ver uma
onça não como uma caçadora, mas como um ser que parecia pedir
ajuda.
Joshua pega um pedaço da lona, pega a faca ainda quente e
encosta na perna doida, grita de dor, tira a bala e olha em volta, não
teria como fechar, então encosta a faca quente na pele, para tentar
estancar o sangue, embora estivesse doendo e doeria mais ainda.
Tira a camisa, tira a manga e amarra a região, coloca a camisa
novamente e olha em volta, os seres da floresta estavam chegando
perto, mas não pareciam vir como inimigos, todos com cabeças
confusas, balançando elas, como se estivessem sem ciência de
quem eram.
Os seres chegam perto e o cheiram, ele soube que estava
infectado, mas com algo diferente. Mas lembra do rapaz, ele era a
cobaia, ele seria deixado em algum lugar, ficou pensando sentado,
pois não teria como andar na floresta durante a noite, se de dia era
quase noite no interior dela, de noite, breu total.
A câmera pega apenas a forma de um ser, não quem era, mas
Roger olha para Cristine e pergunta.
— Um humano infectado?
— Existem vários infectados a toda volta senhor, na floresta
as costas, é quase noite mesmo durante o dia.
— Porque está olhando aquele ser sentado?
Ela foca outros a volta, mesmo com a identificação apenas
por calor, se via o movimento das cabeças, os tropeços, mesmo os

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parados balançavam a cabeça como se tentando um equilíbrio, dai
ela põem a que ela olhava e fala.
— Este é diferente dos demais.
— Estes gritos não vão nos deixar descansar nem um pouco. –
Roger começando a não prestar atenção, cansaço e tensão ao
mesmo tempo.
Joshua coça os olhos, olha aquele fungo nos olhos, passa a
mão na boca, sente o cheiro doce daquele fungo, olha em volta, não
via bem o que o cercava agora, mas pareciam olhar para ele,
pareciam esperar uma ordem, mas não sabia o que fazer, pega um
resto de lona no chão, corta como se fosse uma capa, pois sentia os
primeiros pingos de chuva, olha seu relógio, mais para ver o sentido,
olha as arvores e olha sistemas de câmeras, chega a um, tira apenas
o fio, começa a ver que os seres estavam o observando, eles
voltariam, não se via quase nada naquele breu total, ainda mais
com os olhos irritados.
Com dificuldade consegue alguns restos de cordas, de lonas e
estica entre três arvores, e a chuva pelo menos ali não o pegava.
Ele se enrola em uma lona e adormece, não sabia se
acordaria, mas estava cansado.
A chuva faz Cristine ter de guardar o equipamento, olha em
volta, todos se molhando, mas para ela era o refrescar do calor,
embora sabia que perderia calor corpóreo com aquilo.
O comandante daquele grupo olha para ela e pergunta.
— Não sei se teremos reforços, pelo jeito a ideia era nos
matar no caminho, ou termos morrido no laboratório deles.
— Posso estar enganada, mas eles vieram soltar algo, ou
confirmar algo, talvez estejamos infectados, e sejamos a arma deles
rapaz, pois teremos de passar por aquela floresta amanha, no
sentido do sinalizador, se era para morrermos, talvez esta fosse a
função do grupo que estava a floresta.
— Acha que sobrou muitos?
— Não sei o que os está atacando, é rápido, teremos de
manter o foco, avançar rápido, tentar atravessar o que parece não
mais de dois mil metros, durante o dia.
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— Perto e muito longe ao mesmo tempo. – O comandante.
— Senhor, a imagem mostra que mesmo os senhores que
saíram do outro lado, levaram pelo menos 12 corpos dos seus, eles
não lançaram algo que controlam, eles lançaram algo para ser
disperso, o sistema de Joshua transmitiu para fora o que ele
descobriu, sei pois minha fonte da CIA está me passando os dados,
pela manha terei a transcrição do que eles falaram, mas para mim
parece logico que eles vieram capturar o senhor que embarcaram
em uma jaula, e destruir a instalação.
— E matar qualquer um que visse isto.
— Sim, não temos prova que eles estiveram aqui, o que vê ali
não é uma nação, é uma empresa farmacêutica senhor, estes são
mais loucos que ditadores, e mais perigosos, pois se não se prova
algo contra a instituição, eles só trocam de dirigente e continuam.
— Não vai descansar?
— Acho que vamos 3 dias sem dormir, e isto não é bom, a
anos não pratico sobrevivência em mata, e Brasil nunca foi meu
forte, dizem ser das matas mais mortais do mundo, sombra,
buracos, raízes, pouca comida a altura do chão, arvores cheias de
serpentes, vou por mais um desafio no meu currículo.
O senhor sorriu, muitos estariam em pânico, a moça estava
falando vamos sair dali, mesmo que seja difícil.
— Temos de ter comida. – Fala o senhor.
— Prefere as frutas e raízes da região, nada que venha de
fungos, carne ou insetos.
— Acha que estará infectado?
— Se infectaram os peixes, perderemos toda esta parte de
humanos senhor, pois é a comida mais abundante aqui.
O militar olha o outro que fala.
— E a agua?
— Esticamos toda a tarde uma lona, aqui chove, enchemos os
cantis, não vamos arriscar. – Cristine.
O militar ao fundo olha para o comandante e pergunta.
— De onde tiraram esta moça?

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O senhor sorriu e ela respondeu.
— Melhor não saber, meu sinal de saída daqui, é mais
perigoso que aqueles dali, mais mortal a quem estiver junto, eles
não gostam de testemunhas, mas pode ser que parte fosse este
grupo que ouvimos gritar ao fundo.
— E como saberemos?
A moça sorri ao ouvir os passarinhos se agitarem, olha o
relógio, quatro da manha, logo começaria o ensurdecedor acordar
da floresta.
Ela sobe na gaiola, olha em volta, e olha ao fundo alguém
olhando para eles e o mesmo olha para outro e fala.
— Quem está ali?
Cristine sorri e fala.
— Que repartição do Exercito está ai?
— Fuzileiros, ordem de resgate para Joshua Martins.
— É quem temos de achar e ver se não o infectaram antes de
o liberar. – Cristiane.
— Quem são? – O militar Brasileiro.
— Grupo de resgate em floresta, do exercito americano, para
Joshua Martins.
— Amigos ou inimigos?
Cristiane olha o senhor e pergunta.
— Vai nos deixar lhes ajudar a sair daqui ou vão nos matar
antes de os ajudarmos?
— Teremos vaga apenas para o rapaz.
— Ele foi preso por um grupo e levado a leste, uns dois mil
metros, estavam ai desde quando?
— Vimos o grupo, mas estavam muito bem armados.
— Perderam gente na noite como nós? – Mente Cristine.
— Não entendemos o que foram aqueles seres nos atacando,
pareciam indígenas, mas eles não paravam com balas.
Cristine olha o militar e pergunta.
— Tinha quantas tribos em volta?

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— Umas 10 ainda bem nativas.
Cristine olha os rapazes ao longe apontando para ela e fala.
— Se quiserem ir a frente, pois não vamos sair da proteção
com armas apontadas para nós. – Cristine olhando o rapaz ao
fundo.
— Temos ordens.
— Duvido que esteja lá matar uma cidadã americana, da CIA,
mas pode ser que esteja lá, matar Cristine Danis, queima de arquivo
vivo.
O rapaz ao fundo olha para ela e pergunta.
— Achamos um dos nossos alvos senhor.
O rapaz do exercito brasileiro faz sinal para outro, para se
posicionar, eles foram mirando, e quando o rapaz apontou para ela,
como se fosse atirar, se ouve o tiro seco na cabeça do rapaz, ela
pula para parte baixa, o rapaz visível sente o tiro lhe atingir o peito,
ela ativa o sinalizador dela, e olha em volta, não eram eles sua fuga,
não haveria fuga, o que estava acontecendo, mandada para morte,
olha em volta e olha para a cara de susto de Roger, ouvia-se os tiros.
— Mantenham a calma, tiros certeiros, eles tem mais armas e
mais munição. – Cristine olhando para o comandante – Tens uma
arma para emprestar, vim como cientista para este buraco.
— Estou errado ou ativou o sinalizador para lhe tirarem
daqui.
— Temos uma hora para estar na floresta, vamos recuar no
sentido da mata ao fundo.
— Uma hora? – O comandante.
— Se a ordem é me matar, não virá nada além de
bombardeiro senhor.
— Certo, e vão bombardear tudo?
— Hoje eles bombardeiam onde está a mala, vamos. – Ela
pega a arma e começa a atirar no sentido dos soldados, fazendo
sinal para recuarem, ativa uma holografia e os rapazes viram que
ficou na aparência que ela estava ali com Roger e mais alguns
rapazes sem rosto certo.

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— Vamos Roger, hora de sobreviver.
— Tem certeza que é o que precisamos fazer?
— Ficar é morrer.
Começam recuar, se viu um dos rapazes ser atingido, estavam
perdendo gente, não seria fácil.
Chegam a floresta, ficaram a atirar no outro sentido, uma
hora pareceu passar rápido demais, e viram um sistema sem
tripulante, drones de localização e destruição, focar, olhar pela
câmera e lançar 10 misseis no sentido das gaiolas, os rapazes do
exércitos ouviram a explosão e param de atirar, Cristine faz sinal
para pararem de atirar, o sistema olha em volta procurando
sobreviventes, se escondem nas arvores, e ouvem o lançar do míssil
no sentido deles, e se jogam no chão, o sistema jogou sobre os
militares outro, e se ouviu a explosão a mais no sentido oposto.
Os soldados jogados ao chão, olham aquele equipamento
militar procurar movimento e calor, e começou a avançar no
sentido da floresta, ele atirou sobre a floresta e se ouviu o estrondo
de imensas arvores caindo, desabando, um dos dois drones é
acertado diretamente pela arvore imensa, que trouxe insetos,
animais, muitos galhos para baixo.
O segundo aparelho, parecia procurar, Cristine olha os
militares e faz sinal para ficarem no chão, ela lentamente se arrasta
no chão de folhas, galhos, mira no direcionador do aparelho, o tiro
certeiro fez o objeto girar, ele sente o calor dela, que começa a
recuar, o aparelho girou rápido para achar ela que corre no sentido
do rio, desliza no barranco e pula no rio, vendo o clarão da explosão
as costas, afunda e tenta olhar para cima, a agua estava bem turva,
tenta se manter abaixo do nível da agua, enquanto o objeto parecia
procurar algo. Ela encosta no barco afundado e segura-se, e vai
subindo bem lentamente.
Se ouvia o objeto atirando em todos os sentidos, ele perdera
a navegação, teriam a confirmação da ação em minutos, reação em
horas dos que a queriam morta.
O equipamento para de atirar, parece fazer uma analise e
começa a tomar altura, se dirigindo a Oeste.

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Cristine olha para o sentido e pensa o que havia naquele
sentido, Peru, mas onde iria a nave de observação, sai da água,
contorna no sentido da floresta, olha o outro lado do descampado,
pouco movimento, mas ainda poderia haver alguém ali, então entra
pela floresta, olha os soldados contando perdas, o militar olha para
ela como se a culpasse.
— Sobreviveu?
— Ainda não. – Ela olha para Roger encolhido ao canto e fala
– Hora de ver o que enfrentamos no Congo Roger, pois sei que
criticou muito dos cientistas que sobreviveram, mas estávamos
geralmente assim, escondidos e tentando sobreviver.
O senhor olha para ela e fala irritado.
— Não sou do exercito, vou esperar reforço, sei que nosso
exercito nos vai tirar daqui.
— Vão ficar também? – Cristine olhando o militar.
— Não tenho contingente para proteger os dois, se um fica,
todos ficam.
Cristine se levanta e fala.
— Se cuidem.
— Não vai ficar? – Roger olhando ela.
— Senhor, se eles espalharem aquilo é epidemia programada,
não é Noden eventual, é programado, isto é genocídio, não posso
ver isto e saber que alguém na CIA me quer morta, com esta
informação e ficar quieta, se querem ficar ai esperando os sintomas,
quero achar quem pode me explicar como ele sobreviveu ao DCJ,
dizem que ele aplicou nele uma vacina experimental, então todos a
volta terão uma reação diferente da dele, pois ele é vacinado contra
Noden, ele falou em DCJ inerte, mas sinal que o local de experiência
ali, teve acesso aos estudos dele, se duvidar o chamar para cá era
para o matar.
— Acha que estamos sendo observados? – Roger.
— Nós não sei, mas ele com certeza, o sinal local tinha muita
interferência, devem estar observando ao longe, mas não sei o que
eles querem achar. – Cristine.

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Joshua acorda e olha em volta, o
calor do local começa o fazer suar, olha
em volta, olha seres olhando para ele,
parecem indígenas, mas não sacudiam a
cabeça, estavam a olhar para ele, pois os
animais estavam todos a sua volta.
Um senhor vem a frente e fala algo, Joshua não acha nada
que fizesse sentido, palavras que pareciam jogadas ao vento, de tão
insignificantes que lhe pareciam.
Um lhe aponta uma haste de bambu bem afiada e fala algo,
entendeu que tinha de andar, olha em volta, nem tivera tempo de
analisar nada, mas olha as câmeras nas arvores ao fundo, saberiam
que ele não morrera, passa a mão na vista, parecia bem sensível, se
ele pudesse se olhar ao espelho veria que seus olhos estavam
vermelhos, com um pus branco a volta, olha a perna, doía ainda, viu
que lhe fizeram andar até uma aldeia, Joshua olhava as pessoas
doentes, conhecia aquelas reações, Noden mata rapidamente, mas
não teria uma vacina.
O senhor aponta uns rapazes ao centro, e lhe jogam lá, ele
olha em volta e fala em alemão.
— Quem são vocês, porque estão aqui?
Um rapaz olha ele e fala.
— Veio nos resgatar? Fala serio, a Bonna era mais profissional
antes, quem é você?
O rapaz era grande, mas se via as marcas avermelhadas na
pele deles, todos infectados com Noden, o que não sabia era como
isto estava sendo proliferado.
— Verdade, está falando de um tempo que a Bonna atirava
na cabeça dos que ficavam para trás, o que mudou? – Joshua.
— Estávamos a 5 dias, numa base de pesquisas na floresta, e
demos o alerta de infecção fora de controle, e fomos cercados por
um grupo que atirou em nós, escapamos pelo rio, em botes
infláveis, mas quando paramos a poucos metros daqui fomos
capturados.
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— Qual das partes saiu do controle, Noden, DCJ, Hydnellum
Peckii, Ophiocordyceps ou Peckii Ophiocordyceps? – Pergunta
Joshua como se fosse intimo da pesquisa.
Um senhor ao fundo olha para ele e fala.
— Peckii Ophiocordyceps? Do que está falando?
— Do objetivo daquele laboratório, desenvolvimento de uma
arma que pudesse ser transmitida por esporos, via aérea. – Joshua
jogando, mas parecia não ser isto, lhe aplicaram algo, mas tinha
quase certeza que o que estava infectando todos, não era isto.
— Sou o doutor Mueller da Bonna, não lembro de você. – O
senhor chegando perto.
— Eu nunca seria seu aliado, se sua empresa não tivesse me
contaminado para estudar os efeitos disto senhor Mueller.
— Você que é a cobaia 1? Não parece com a cobaia um.
— Senhor, eu não entendi o problema inteiro, mas este
cheiro doce que sente no ar, é esporos de uma espécie local de
Ophiocordyceps, quando trouxeram a experiência para cá, a base
genética do Hydnellum Peckii foi de alguma forma, misturada a do
Ophiocordyceps, gerando o que estão chamando de Peckii
Ophiocordyceps, mas acho que não era o objetivo inicial da
pesquisa, eles queriam uma ação de controle para o DCJ, através
das propriedades do Hydnellum Peckii, mas está vendo estas feridas
em todos a volta?
— Sim, parece Noden.
— Isto é irritação cutânea senhor, estive no Congo, o Noden
deixa partes podres e fedidas, esta é reação do corpo ao que está
inalando, a floresta inteira está assim, mas de roedores, a morcegos,
se infectaram, eles estão desnorteados em uma fase que não sei as
consequências, pois eles podem contaminar os demais com Noden,
mas o mesmo está sendo expulso por esta doença que não é viral, é
um fungo senhor, não sei o que ele está fazendo, mas como ele
prolifera o Noden como ataque ao corpo, ele está destruindo o
cérebro dos animais e depois eles atacam descoordenadamente.
— Mas fungos não agem assim.

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Joshua já falara muito, não sabia o que estava acontecendo,
ele queria que o senhor falasse que não era o que ele pensara, mas
parecia que o senhor ficou chocado com o problema.
— E porque não desenvolve as feridas?
— Quando fui infectado, fui por via venosa, mas eles
ignoravam que eu já fui vacinado contra Noden.
— Mas ninguém conseguiu reagir bem a aquela vacina, nem
sei de quem pegaram os estudos, mas conseguimos o transformar
em inerte, mas não conseguimos que o corpo gerasse anticorpos.
— Porque todos estavam infectados por este fungo, os
indígenas da região comem eles, pelo pouco que entendi.
— Está dizendo que aqueles fungos que eles comem não são
da família da Sarcoscypha Coccínea?
— Das confusões mais normais no mundo, se aparentam, mas
são famílias totalmente diferente geneticamente falando.
— Mas não pareciam doentes antes.
— A mutação para Peckii Ophiocordyceps é que vai nos matar
senhor, o problema, sua empresa farmacêutica queria isto, então
ainda acho que não estamos do mesmo lado.
— Não fale absurdos.
— Ouvi um diretor de vocês falar que vão começar pelo
repovoar da América do Sul, eles querem que isto se prolifere, mas
como falei, eles acham que o problema é um, e estão ignorando
totalmente a verdade.
— Tudo porque a cobaia um fugiu, e nos sabotou.
— Quem é aquele rapaz que se diz um Mengele? – Joshua
tentando entender a historia.
— A existência da substancia Hydnellum Peckii vem de um
relato de Mengele, achado na Argentina, mas quando procuramos
no Brasil, descobrimos que havia um tecido mantido mergulhado no
produto, parecia vivo, e tentamos a substituição do cérebro
destruído por DCJ VI, de uma vitima, e ele reagiu bem, tudo indicava
que o produto seria uma ótima forma para manter órgãos vivos,
mas ele não falava nada com nada, acho que ele não entende quem

50
é, ele em uma tarde consegue nos sabotar e sair da área restrita, ele
parece ter buscado parte de um exercito que nos atacou.
— Sabe a procedência de quem os atacou?
— Por quê?
— Tudo indica que temos agentes da CIA em meio a estes
rapazes ao fundo senhor.
— E quem manteria os experimentos na América?
— CDC! – Joshua.
— Trabalha para eles?
— Não, eu enfrento o problema em campo, que vocês e eles
criam, mas parece que alguém dentro da CDC está em conluio com
a Bonna Farmacêutica, e com a CIA, e parte do exercito local e dos
Estados Unidos, como posso ajudar se todos a volta querem minha
morte.
— Quem é você rapaz? – O senhor que parecia entender o
problema.
— Joshua Martins.
O senhor olha para o fundo, olha em volta e pergunta.
— Se estamos todos infectados, porque os indígenas, alguns,
parecem não ter nada.
— Eu estou com os olhos irritados, com brotamento cutâneo
de Ophiocordyceps, mas se estivesse entre eles, pareceria normal.
— E pelo jeito estava estudando isto e lhe largaram a sorte?
— Não me mataram, eles estavam com câmeras a observar
senhor, eles sabem que os senhores estão presos aqui, pois existem
câmeras nas arvores, 3 delas para este local, para o local que eu
estava, mais de 20, para a base que estávamos montando a poucos
quilômetros daqui, mais 20, mas o problema, será que eles estão
querendo nos ouvir ou estão esperando nossa morte.
— Não acredito em você.
Joshua olha a perna, estava doida, caminha até o grupo que
parecia de americanos e pergunta.
— Quem é Norte Americano aqui?
— Que quer alemãozinho.
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— Falar alemão não me torna um alemão, mas tem alguém
que entenda o que os indígenas falam?
— Porque quer falar com estes que nos prenderam?
— Eu fui preso por eles, vocês foram?
— Acordamos neste lugar sem armas, sem uma corda sequer.
Joshua foi a um canto, ninguém que falava a língua dos
nativos, talvez todos que o faziam morreram, Hugo saberia lhe por
em contato com alguém e começar a ajudar, mas pelo jeito não
teria ajuda.

52
O rapaz que se dizia Mengele, olha o
sobrevoo, olha para o dirigível que o levava ao
norte e olha para a floresta aos pés, ali ainda
teria chance de sair, não sabia para onde
estavam o levando.
O rapaz sorri ao olhar as mãos soltas,
pega na calça, por baixo da costura uma faca e sobe pela proteção
lateral e faz um furo no inflável, iria descer lentamente, ou
rapidamente, mas não queria ir para onde estavam mandando, o
sistema de controle aciona o motor para encher mais, o rapaz desce
de um lado e corta o cano que entrava no inflável, viu que mesmo
com o ar saindo de um lado, o sistema tentou manter a direção, viu
que a região era bem mais habitada do que a que saíram, e sua
queda foi acompanhada por muitos, quando ele atingiu o chão, a
parte de baixo se soltou, e com dificuldade sai do meio daquele
aparelho.
— Tudo bem senhor?
— Tudo, algo deu errado no experimento. – Num português
puxado, estranho ao rapaz, entendível, mas estranho.
— Estrangeiro?
— Sim, mas vinha acompanhando o Rio Negro, e o ar
começou a vazar, deveria chegar a Manaus, mas devo estar bem
longe.
— Mas porque estava acompanhando o rio?
— Medindo ele via satélite, venho descendo desde a Bolívia.
O rapaz olhou para o outro ao longe, e fez sinal que o senhor
não estava bem, e um rapaz ao longe chega a eles.
— Se quiser dou uma carona a cidade.
— Vou precisar achar meus documentos nesta bagunça.
— Falamos com o prefeito e ele ajeita as coisas.
Os rapazes levaram o Alemão em duas motocicletas para o
centro da cidade de Atalaia do Norte, na beira do Rio Javari, o
senhor viu que o ir para a cidade, foi voltar no sentido que estava
saindo, mas viu a cidade simples, bem acima do nível do rio, casas
53
baixas, a beira do rio apenas palafitas, o rapaz explicou para o
prefeito que falou.
— Seja bem vindo, deve estar sentindo-se perdido.
— Na verdade, vivi neste pais, mais ao sul, mas realmente
esta floresta é incrível.
— Tem onde ficar?
— Teria como dar uma ligação?
— Conseguimos isto, mas tem onde ficar?
— Não, e meus documentos devem estar no resto do dirigível
que vinha acompanhando o rio.
O Prefeito olha o auxiliar que fala.
— Era um inflável com motor, mas deve ter vazado ar e ele
esparramou-se na curva do Branco.
— Fala com o Flavio, consegue um local no Hotel, depois
consegue uma ligação dele para fora.
O prefeito olha para o senhor e pergunta;
— Qual seu nome?
— Todos me chamam de Josef.
— Vamos comunicar sua queda, mas conseguimos os restos
do aparelho e conseguimos uma forma de se comunicar para fora.
O senhor sabia que não poderia demonstrar que não queria
ser relatado, mas ele não pretendia estar ali pela manha seguinte.

54
O senhor Cristian Hansen olha para
seus olhos no espelho, estavam muito
vermelhos, sente uma coceira por todo
corpo, olha em volta, na embarcação da
Marinha Brasileira, que subornara para
lhe dar estrutura no local, olha em volta,
muitos se coçando, olha os olhos do Almirante, óculos escuros, ele
deveria estar com os olhos irritados e olha o Doutor em Genética
que fora junto.
O senhor estava olhando uma mancha em seu corpo e fala.
— Não sei senhor, estamos todos com reação a algo, não sei
oque, mas parece que todos nos infectamos com algo.
— Mantem a ordem, como estão as imagens da região?
— 6 grupos de indígenas ainda vivos, o mais interessante é
que um dos grupos, próximos ao local onde saímos, aquele na
reserva de Palmari, parecem ter capturado parte do pessoal que
sumiu no laboratório, parte de agentes do exercito Americano, e
aquele senhor, Joshua Martins, foi capturado lá, ele tentou uma
conversa com os cientistas, mas não temos o áudio.
— Sinais da doença?
— Os nossos, com uma exceção.
— O senhor Martins? – Hansen.
— Sim, mas parece estar com os olhos irritados, com aquela
perna que levou o tiro, mas nada de manchas, já os demais, até os
índios, parecem ter as manchas.
— Porque este senhor sobrevive, não deveria estar com a
infecção, aplicamos direto na veia, e ele não adoece.
— Parece que não, mas aquele grupo que tinha ficado, que o
almirante falou, parece que foram atacados por Drones do Exercito
americano, o estrago na região foi tanto que as câmeras pararam de
funcionar.
— Sabe qual a ordem deles?
— Resgatar Joshua, mas estes já eram, e matar todo resto.

55
— Eles nem tem ideia da encrenca, mas e nossa cobaia?
— O Aparelho parece ter dado problema, mas passaremos na
cidade que ele está, algo gerou um vazamento e ele caiu, mas o
prefeito de lá deu alerta da queda e o Almirante disse que
chegamos lá ao amanhecer.
— Vou descansar, passar uma pomada nestas feridas e tentar
dormir um pouco, como eles dormem neste forno?
O senhor sorri, eles eram acostumados, já ele não.

56
Cristine chega a um alagado, viu as
marcas no chão, que contornaram, olha a
região, as grandes folhagens ao meio do
caminho, estabeleciam que aquela região
na época de cheia do rio, era toda alagada.
Foi se aproximando aos poucos, viu
os animais meio perdidos, mas agressivos, ela olha uma palmeira,
com uma espécie de elástico, ela prendeu nos dois pés e subiu na
mesma, fazendo força nas pernas, olha os animais ao chão, estava
começando a sentir cocegas por baixo da roupa, ela sabia que teria
de achar uma forma de sair dali, para tentar sobreviver, diziam que
no começo era tratável, depois de 48 horas, mortal, mas subindo na
paineira, viu a região que avistara Joshua, ele não estava mais lá,
olha em volta, viu um descampado mais ao norte e ficou a olhar em
volta, haviam humanos estranhos, alguns eram indígenas, alguns
pareciam com as peles muito brancas, a pele estava com aparência
de morta.
Os seres olham em volta como se procurando algo vivo, se viu
uma leva de roedores grandes, capivaras correrem ao sul, e o grupo
de animais e humanos irem no sentido deles.
Desce calmamente, quando chega ao chão, sente alguém
tocar suas costas, com susto vira-se encostando na arvore.
Um rapaz com aparência indígena, olhava como se perdido,
ele fala algo que não entendia, ela viu que ele não tinha os olhos
irritados, olha a pele, aparentemente normal, estranha, alguém que
não estava reagindo a doença, ele indica um lado, ela concorda e
começa a caminhar naquele sentido, mas quando olhou de volta, o
rapaz não estava mais lá.
Ela olha em volta, sente um arrepio de frio e fala baixo para
ela mesmo.
— Devo estar alucinando, só pode ser.
Mas ela olha mais a frente, onde o rapaz indicara e chega
silenciosamente ao local, militares e cientistas, olha as câmeras e as

57
desliga, entende que deveriam saber que ela estava viva, eles
monitoravam tudo.
Se eles sabiam, eles iriam atacar, como não sabia, mas teria
de tirar todos dali.
Ela espera escurecer, se aproxima da região cercada de
bambus muito altos e encosta as costas de Joshua e fala baixo.
— Com calma nem olha.
Joshua olha para os demais, muito pouca luz, na cabana
principal estava os indígenas, mas pareciam estar se cuidando, ela
no escuro não via um grupo de 10 indígenas sendo velados no lado
oposto.
Ela corta as cordas que juntavam duas das camadas de
bambus, e com a perna faz força, estalou alto, alguns rapazes olham
para Joshua, ele olha como se querendo entender o problema,
passa a mão nos olhos, o que o estava irritando os olhos era o
fungo, mas olha as mãos, não estavam manchadas, então em algum
momento, ele conseguiu algo que curava aquilo ou reduzia a ação,
esta coisa de ser a própria cobaia, pois a medicina requeria anos de
testes e de cobaias, mas para quem viveu o problema em vários
pontos do globo, sabia que eram as vidas a frente que estavam em
jogo.
Ele ouve Cristine falar baixo.
— Vamos sair daqui, a região era monitorada, e o exercito
Americano quer minha morte por algo que sei.
— Mas e os nativos.
— Não sei o que estou sentindo Joshua, mas estou com febre,
irritação nos olhos, manchas no corpo, dor muscular, quando
engulo agua sinto como se tudo estivesse seco na garganta, dói o
estomago.
— Tudo junto?
— Tudo oque?
— Se for isto precisa de um tratamento em menos de 16
horas, mas como saímos daqui?
— Não sei, você que entende de sobrevivência, estamos em
meio ao nada.
58
— Não sei ainda. – Joshua virando-se para ela, força o
intervalo e sai, obvio que os demais veriam isto, mas não teriam
como os seguir no escuro.
Joshua pisca os olhos olhando para o escuro, teve a sensação
de ver as arvores ao longe e fala.
— Como chegou aqui.
— Uma alucinação me apontou a direção?
— Alucinação?
— Achei sentir a mão dele me tocar, mas quando me virei, ele
havia sumido, se não for uma alucinação, ele não teria a doença.
— Certo, consegue me seguir? – Joshua.
— Não consigo ver quase nada.
— Imagino, mas eu devo estar reagindo a algo diferente, nem
sei se não é um teste de vacina.
— Por quê?
— Aqueles alemães antes de se mandarem, me aplicaram
algo na veia, e se mandaram, deixaram mais de 20 câmeras naquela
região para me vigiar.
— Vai ser difícil lhe seguir.
— Vamos com calma, vamos lentamente, mas
constantemente, onde estão os demais?
— Não vieram, Roger está em pânico, e os militares não
teriam como se dividir em dois, eles me culpam pelos 3 rapazes
deles que morreram.
— Sempre somos os culpados, mas precisamos jogar com
eles, precisamos de um resgate, e para isto, quem está no comando
precisa achar que precisa de nós vivos.
— Mas podem nos mandar matar.
— Sim, e mantem a calma, pois os animais vão parar de lhe
atacar, eles só atacam os não infectados.
— Tem certeza?
— Não tendo medo, eles ainda tem instintos Cristine.
Os dois foram andando calmamente no sentido oposto,
Joshua olhava as arvores, parecia que sua visão noturna estava
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melhor, a irritação do dia nem sentia, mas desvia até duas
serpentes do caminho, que passaram como se querendo algo
menos movimentado, chegam a beira do cais, ele olha em volta e
fala olhando para Cristine.
— O que está sentido?
— Tudo o que falei antes, mas as pernas estão doendo como
não é normal, como se os músculos estivessem repuxando.
— Alguma dor na altura do rim?
— Porque doeria?
Joshua olhou atravessado, mas lembrou que ela mal o via, e
fala.
— Tenho uma pequena área coberta, mas precisamos pensar
em como sairemos nas primeiras horas.
— Por quê?
— O buraco que saímos os demais tendem a sair aos poucos,
mas eles não vão se mexer para longe no breu total, então
precisamos trabalhar a noite, e pela manha nos mandar daqui.
— Tô muito doida Joshua, não está me ouvindo.
— Estou, você vai encostar na parte coberta ali atrás, se
enrola na lona e dorme um pouco.
Joshua chega a canoa, sabia que tinha dois buracos na
mesma, olha para o sinalizador, sorriu, olha para um pedaço de
madeira e afia um pouco menor que o primeiro buraco, e com um
pedaço de lona atravessa o primeiro buraco.
Ele faz isto no segundo buraco, faz uma espécie de remo,
ajeita o fundo da canoa, olha em volta, os animais estavam
afastados, mas voltariam a região, alguns ao fundo pareciam nem
conseguir andar mais, chega a região que Cristine estava, ela estava
queimando em febre, a levanta e deita na canoa, ele empurra a
mesma e com dificuldade inicial empurra com um bambu a canoa, e
começa a remar, sente o fluxo do rio, e começa remar mais forte,
ele não sabia se estava sem o problema, ele achava que apenas iria
sentir mais a frente as reações.
Joshua estranhava o conseguir ver as margens, viu uma casa
pegando fogo a beira da mesma, parecia uma correria, viu quando
60
os humanos chegam a beira, pareciam agressivos, talvez as coisas
estivessem em níveis diferente, ele viu quando uma vila a beira do
rio, queimava inteira, gente morta, gente flutuando no rio, gente
com rostos brancos a beira, ele olha uma parte a frente, o fluxo de
peixes todos flutuando, mortos, jacarés mortos, isto foi anterior a
eles estarem ali.
Os pensamentos de Joshua tentavam entender o problema,
mas se eles comeram peixe contaminado, eles estariam doentes
provavelmente com o DCJ, o Noden não seria transmitido após
passar pelo estomago, ficou a pensar nas consequências.
Ele precisava de comida, de bebida, mas ainda não entendia o
todo, todos acordados a noite, quando passou com a voadora
subindo o rio a dois dias, não lembra de ter visto tudo aquilo, talvez
o desencanto o tivesse distraído.
O amanhecer fez ele ter de ir rente a uma das margens, pois
tinha a sombra, seus olhos estavam muito irritados, e não sabia
como enfrentar tamanha luminosidade.
As pessoas vivas a margem desapareceram, mas pessoas
mortas flutuando, tinham muitas, casas simples, pegando fogo, ou
os restos de suas cinzas, passa por outra leva de peixes todos
flutuando, mortos, tinha de tudo flutuando naquele trecho, animais
como onças pintadas, gatos do mato, vários tipos de peixes, botos,
jacarés, imensas serpentes, humanos, macacos, aves, tudo que caiu
no rio, estava morto, ele teve dificuldade de passar por aquele
amontoado de restos que iam lentamente com o fluxo do rio, ele
parecia ter pressa, mas começava a desanimar, seus músculos dos
braços começavam a doer, e vê uma moça a beira, parecia perdida,
parecia querer respostas, olhando perdida em volta.
Ele aproxima o barco e olha a moça lhe olhar desconfiada,
seus olhos deveriam estar muito vermelhos, pois estavam muito
ardidos, mas ele não lavaria naquela agua.
— Me entende?
A moça deve ter olhado aquele rapaz, falando inglês e
balança a cabeça negativamente.

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— Preciso de um lugar para descansar, minha amiga não esta
bem.
Somente nesta hora a moça viu que tinha uma moça
tremendo de frio no barco.
A moça olha para traz, parecia perdida, se ele entendesse a
placa saberia que estava na escola municipal de Remate de Males.
Joshua desce da canoa, ela olha para os braços dele, não
haviam marcas, apenas os olhos, ele olha para ela e fala.
Ele tenta um pouco de espanhol, não saberia se a moça lhe
entenderia, mas tenta.
— Yo soy Joshua, compreendes?
— Sim, estás doente, como os que morreram.
A frase em português não o fez compreender o sentido, acho
entender algo.
— Puede Ayudarme?
— Não sei, não sei – A moça começa a andar de costas,
Joshua vê ela se afastar, olha a instalação a frente, não sabia ser
uma escola, entra e vê crianças doentes, bem doentes, os olhos
estavam cobertos, mas com febre.
A parte médica dele parecia querer ajudar, mas ainda não
sabia como, viu que havia um armário de remédios, as crianças
pareciam-se muitos com os indígenas da tribo, ele pega antitérmico,
e uma gama de remédios, quando vira-se vê um senhor lhe
apontando uma arma.
Joshua olha o senhor e fala, ele não sabia se eles o
entenderiam, nem se tocou que estava na divisa de um país que
falava espanhol, mas ele não falava tanto espanhol.
— Pueso Ayudar! – Joshua.
— Está nos roubando. – O senhor com aquela arma apontada
para ele.
Joshua olha o senhor, põem os remédios ao armário de volta
e fala olhando o senhor.
— Perdon, qué muerram a todos entan.
O senhor olha desconfiado.

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— De ondes és?
— USA.
— Americano?
— Yes.
— O que quer com os remédios? – Em inglês.
— Eles vão perder a ciência de quem são se a febre passar
muito dos 45 graus, tem de descer a febre, antes de qualquer coisa.
— Fale mais lentamente por gentileza. – Em inglês o senhor
com a arma na mão.
— As chicas, precisam de antitérmico, rápido.
— Mas estás doente também.
O rapaz mostra seus braços e o senhor viu que ele não estava
tão doente quando ele mesmo e pergunta.
— Isto tem cura?
— Estamos isolados, não sei ainda.
— Vou observar de longe, muitos enlouqueceram, a vila ao
lado parece estar queimando desde a noite.
Joshua olha a chuva, pega um frasco de remédio, apenas um,
pega um recipiente e fala.
— Melhor a agua da chuva, do que a do rio hoje, muita gente
morta na agua, ainda não sei o problema.
O senhor viu Joshua dar ao primeiro menino o antitérmico,
depois para o segundo, foram ajeitando as crianças, tinham
colchões que deveriam ser usado para outra coisa, era uma escola
bem rustica, ele os foi cobrindo e pergunta ao senhor.
— Posso ajudar a medica que me acompanhava e também
pegou esta peste?
O senhor fez que sim, ele foi ao barco, pegou Cristine e a
trouxe enrolada, deu antitérmico para ela e ficou a olhar em volta,
não teria como fazer mais por eles, mas teria de pensar, não teria
muita alternativa.
Ele pegou uma pá no fundo, fez uma cova comprida, e os
restos de animais, os mortos, tudo que encontrou contaminado foi

63
colocando no local, o senhor viu que Joshua queria isolar o
problema, e pergunta.
— Acha que os que estão a floresta, se escondendo do sol,
vão atacar a noite como ontem?
— Estamos de uma forma ou outra contaminados senhor,
não sei ainda o que nos contaminou, mas precisamos chegar com
este pessoal em um local onde possamos cuidar deles, pois com o
tempo, a febre tira todos os raciocínio, e vem a parte violenta, vi
muitas casas queimando a noite, enquanto descíamos o rio.
— Teria como pegar o barco do “Boi”, mas ele estava
estranho estes dias.
— Barco do “Boi”. – O boi foi falado em português, o que
para Joshua pareceu um nome, mas era um apelido de um rapaz
que conduzia toras rio abaixo, então tinha uma embarcação maior.
— Um barco rebocador.
— Temos de sair daqui ainda de dia senhor.
Os dois atravessaram aquele descampado, Joshua viu que
tiraram muitas arvores dali, e olha o barco encostado em uma
espécie de lago para dentro, grande, o senhor que ele não sabia o
nome olha para o outro e fala algo que ele não entendeu, o senhor
parecia estar bêbado, mas ciente de quem era.
— Ele disse que não vai sair de suas terras, cidade grande é
para maluco.
— Todos que ficarem podem vir a morrer, temos de tentar
salvar as crianças. – Joshua.
O senhor falou como o outro, que olha atravessado, se Joshua
tivesse entendido a conversa, talvez não tivesse entrado no barco,
mas encostaram a beira já no rio, havia saído por um canal raso, o
rebocador tinha um motor forte, e era basicamente um grupo de
antigos tanques de combustível, vazios, que flutuava e tinha um
motor de proa, com leme.
O senhor viu que trouxeram as crianças, colocaram na parte
reta frontal, viu a professora vir desconfiada, talvez sair dali tenha
mesmo para ela sido uma ideia boa, ela deve ter passado pânico na
noite anterior.
64
O senhor que não havia se apresentado ouve de Joshua que
mesmo ele deveria tomar antitérmico que estavam todos com
febre, mesmo a professora, que deveriam descansar.
Antes de partirem, ele pegou uma pasta de mandioca,
humedeceu com álcool, fez uma pasta branca e com calma passou
nas feridas das crianças, as crianças reclamaram do arder, um bom
sinal, ainda estavam em condição de reclamar, o senhor com a arma
e encosta e fala.
— Es medico mesmo?
— Sim, mas não teremos condições boas antes de chegar a
uma cidade de porte médio, eu me manteria no rio até chegar a um
lugar seguro novamente.
— Desceu com o barco desde onde? – O senhor – Meu nome
é João Machado.
— Fomos verificar porque uma aldeia de índios, dos Tucui,
estava vazia, chegamos lá e alguém explodiu o local, dois dias para
conseguir concertar uma canoa que contem furos, mas flutua, e
viemos de lá para cá, descendo a noite quase inteira.
— E a moça?
— Agora vou tentar a acordar, pois ela precisava descansar.
O senhor viu que Joshua tirou o tecido da perna, era evidente
que era um tiro, ele limpou com álcool e colocou aquela pasta,
ardeu muito, e prendeu com um esparadrapo, do armário de
remédios, o senhor ficou olhando e ele falou.
— Sim, levei um tiro no meio disto, os médicos não deveriam
levar tiro, mas saímos de lá, tem gente ainda atirando lá, não sei
oque estava acontecendo, mas esta peste parece vir de lá, e começa
a descer o rio.
Joshua acorda Cristine ela tenta olhar para fora, seus olhos
estavam bem vermelhos, e fala.
— Calma, não sabemos ainda se vamos sobreviver, mas tenta
manter os pensamentos no positivo.
— Esta coçando tudo.

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— Vou fazer o que fiz com as crianças, enrolar seus dedos
com tecido, pois se coçar vai abrir ferida, tem de passar esta pasta
nas feridas, arde, mas as isola, e desinfeta.
— Onde estamos?
— Num rebocador de toras, descendo o rio.
— Dormi um pouco pelo jeito.
— Sim, como estão os músculos?
— Doidos?
— A cabeça?
— Pesada.
— Tenta se controlar Cristine, posso parecer ter experiência
em sobrevivência, eu apenas tento, tive sorte as vezes, mas
estamos em meio a um país que não fala inglês, e precisamos de
antitérmicos, de analgésicos, e a única fonte que conheço que
poderia fazer algo contra isto, é bem longe daqui, ilha da Madeira,
então temos de improvisar novamente.
— Ok, vou tentar me controlar.
A moça começa a passar nas feridas a pasta e passa para a
moça que lhe fez parar a beira daquele rio, um pouco e faz sinal
para fazer o mesmo que Cristine estava fazendo.
Joshua olhava a margem e viu um grupo de limoeiros
plantados, inclinados para o rio e olha para o senhor Machado.
— Pergunta para seu amigo se poderia passar ao lado
daqueles limoeiros, podemos usar eles para limpar as feridas, e
desinfetar os rins, se a infecção alterar o funcionamento deles, pode
ser que a alergia na pele, que não parece com nada que eu conheço,
pode ser causada pela falta de ajuda aos rins.
— Fala difícil rapaz, quer pegar limão?
— Sim, quero pegar os limões.
O senhor foi falar com o “Boi” e encostaram abaixo do
limoeiro, e pegaram todos os limões possíveis, teriam de comer
aquilo daquele jeito mesmo, pois não tinham como pegar agua do
rio, cada vez mais cheio de peixes mortos.

66
O senhor olhava a resistência do rio, e não sabia o que estava
acontecendo, mas entendeu onde foi o problema, ele nunca foi
chegado a peixes, e foi a provável infecção da vila inteira que
moravam.
Joshua fez as crianças comerem cada uma um limão, mesmo
a contragosto, depois deu um para Cristine.
A professora olhava ao longe, parecia querer sobreviver, mas
estava desconfiada.

67
O barco da marinha chega a
Atalaia do Norte, o fogo ao fundo induzia
problemas, mas eles viram peixes mortos
em todo caminho, olham o tumultuo de
gente se acotovelando querendo sair da
cidade, e o Almirante dá ordens aos
homens.
— Não vamos aportar, qualquer tentativa de vir a bordo,
podem atirar.
Os militares estranham, mas viram as pessoas ao longe
pegarem seus barcos e começarem a vir na direção, quando
afundaram o primeiro os demais se afastam, mas na margem,
tinham pilhas de pessoas mortas.
Parte da cidade pegava fogo ao fundo, e não parecia seguro
aportar, as pessoas iriam vir ao barco em quantidades imensas, não
teriam como controlar.
— Me chame o senhor Hansen.
Os rapazes bateram a porta dele, que abre com aqueles olhos
bem inchados, ele mal conseguia ver de dia, e o susto do cadete foi
grande.
Ele se afasta e o outro rapaz olha assustado para o senhor
que fala em alemão, mas eles não entendiam alemão.
O tradutor olha da outra porta e fala.
— Senhor, melhor deitar, não está bem.
O senhor Hansen olha o tradutor e volta para dentro, se olha
ao espelho, sua face estava toda inchada, seus olhos, vermelhos
com marcas brancas a toda volta, sua pele, parece cinza, não
branca, e varias irritações na pele.
— Não posso ter pego isto, eu tomei a vacina.
O senhor estranha, ele estava sentindo-se bem, mas olhar-se
daquela forma, o fez duvidar, sente a coceira e quando passa a mão,
sente o cheiro forte de onde coçou, ele conhecia este cheiro, o
Tradutor fez sinal para o rapaz e este fechou a porta.
— Fecha a porta e isola, vou falar com o Almirante.
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— Temos pessoas com aparência semelhante na enfermaria
senhor, mas não tão desenvolvido.
— Verifica todos os demais, e se estiverem com sintomas,
desarma e isola, quarentena para eles.
O rapaz viu que era serio, e o tradutor de nome Carlos, um
Brasileiro que estudara na Alemanha, sobe para falar com o
Almirante.
— Porque este Hansen não esta aqui rapaz?
— Senhor, estou colocando ele e todos aqueles alemães em
observação e quarentena, o que eles tem é bem pior que uma
coceira e olhos inchados.
— Tenho de ver isto rapaz, a cidade ao fundo parece estar
colhendo algo que estes malucos pareciam desenvolver na região,
nós demos cobertura para eles, tenho de saber o que está
acontecendo.
— Acha que por isto deixaram os demais para traz?
— Não sei quem eram, mas a clareira que eles estavam
explodiu a noite, algo vindo do oeste, do pacifico, e que entrou em
espaço restrito, destruiu e saiu.
— Mas eu falaria com ele através da porta mesmo senhor.
O Almirante tira os óculos escuros e o rapaz vê que estava
com os olhos bem irritados e pergunta.
— Os olhos dele estão assim?
— Sim, mas a pele dele está cheia de feridas, e bem cinza,
parece um morto andando senhor.
O almirante dá as ordem de isolar e afastar a embarcação da
margem, no fluxo do rio, se via todo tipo de coisas flutuando indo
com o fluxo do rio, como estavam numa curva acentuada as pessoas
a beira do cais começam a ver tudo flutuando morto, como se
viesse do rio, muita gente queria sair e não sabia como, um barco
dos grandes, afundado no cais, mostrava que houve confusão que
terminou por afundar o mesmo, pequenos barcos se via ao longe,
tentando sair dali.
O Almirante olha ao longe a prefeitura em fogo, não tinha
ideia da confusão que fora a noite, talvez somente nesta hora tenha
69
lembrado da moça do exercito americano, que a encarou e se
negou a entrar no barco, talvez isto que eles não queriam, mas
como eles saberiam.
O Almirante olha para o tradutor e fala.
— Quero saber o que está acontecendo, qual o risco para os
rapazes, pois pelo jeito os que deixamos para traz estavam
querendo estudar isto, e estes senhores nos pagaram para deixar
para traz, como se soubessem que isto iria acontecer.
— Não sei se eles esperavam tudo isto.
O Almirante chega a porta e a abre, vê o senhor deitado e
fala.
— Não precisa levantar, mas preciso saber o que esta
acontecendo senhor. – O tradutor fala as palavras em alemão.
— Do que quer falar? – Em um português estranho.
— O senhor parece estar doente, mais que eu, seus rapazes
parecem tão doentes como o senhor, o que aconteceu lá atrás?
— Segredo da nossa empresa.
— Sei, vai morrer com o segredo senhor, é tão idiota assim,
pois é obvio que faziam algo lá.
— Porque obvio?
— Tudo que estava ao rio, de cobra, jacaré, peixes de vários
tamanhos, botos, está morto e boiando, existem pessoas também
boiando, animais que tomaram a agua, e tudo vem da região que
estávamos, a cidade a nossa frente, que deveria ter sua cobaia, está
em fogo, com gente apavorada querendo sair.
— Tem de entender que não tivemos tempo de estudar o que
eles fizeram lá, alguém explodiu tudo. – O senhor mentindo.
— Não se deixa cientistas para traz, se não soubesse senhor,
está mentindo, estou dando uma chance de me convencer a ajudar,
pois daqui a pouco vou isolar todo o seu pessoal em quarentena, e
duvido que qualquer um esteja vivo em 40 dias.
— Não pode fazer isto.

70
— Me convença a não fazer, pois me meteu em algo, mortal,
se vou morrer, mato cada um de vocês, se acha que vamos morrer
como animais, não me conhece.
O senhor senta-se, o cheiro forte de podre veio do senhor, ele
olha para o tradutor e o mesmo fala para o almirante.
— Eles não vão ajudar, ele falou algo sobre tomar uma
vacina, mas parece que não funcionou como eles queriam.
— Tranca eles e vamos a sala de comando deles.
O senhor tentou levantar, mas as pernas não obedeceram, o
almirante olha serio, ele não ajudaria.
Sai do quarto e olha para os demais e fala.
— Tranca os alemães em quarentena, todos, os corpos, põem
no cais superior e queima.
— E os locais que estão chegando por todos os lados.
— Vai ao auto falante e fala que estamos em quarentena, que
quem vier a embarcação vem a morte, pois estamos todos doentes
e em quarentena.
— Eles não vão acreditar.
— Se duvidarem joga um dos corpos dos alemães que pedi
para queimar no sentido deles.
O rapaz sai para a parte superior e o Almirante chega a sala e
olha a quantidade de câmeras e olha a existência de pessoas vivas,
índios em 10 reservas sendo monitoradas, doentes, estava olhando
as imagens quando olha para o tradutor e fala.
— Volta aquela imagem ali.
O rapaz não tinha olhado a imagem, estava prestando
atenção nos demais, nas confusões, tinham ali até o afundar do
barco mais a frente, por câmeras via satélite, volta e olha aquele
senhor, lembra deles, observa e vê o mesmo se aliando a nativos
para tentar salvar crianças, enquanto eles estavam apenas fugindo.
Um dos cientistas que parecia melhor, aparece a porta, ele
olha para o Almirante e pergunta.
— Porque os isolou?

71
— Seu chefinho da empresa está cheirando a podre, com a
pele da cor de morto, olhos profundos, manchas fedidas pelo corpo
inteiro, a pergunta, o que eles desenvolveram lá.
— Pelo jeito não foi o que eles pensaram.
— Quem é este senhor que ficou para trás? – Almirante.
O senhor olha a imagem e fala.
— Alguém que enfrenta estes tipos de doenças, já sobreviveu
a muitas doenças assim.
— Quem?
— Ele tem doutorado em Noden, em DCJ VI, em viroses como
Ebola, dizem ser dos especialistas para este tipo de problemas.
— E porque queriam ele deixado para trás?
— Eles achavam que ele seria a cobaia perfeita, pois ele
desenvolveria a doença, mesmo que mais lentamente, mas
esquecem que aquele senhor tem garra, não apenas conhecimento.
— Ainda não respondeu?
— Especialista Norte Americano em doenças contagiosas,
com experiência no Congo, em Noden, na Inglaterra em DCJ, em
Ebola em varias manifestações nos últimos 10 anos na África, dizem
que ele é capaz de desenvolver facilmente uma arma, ou uma
vacina, mas ele precisa sentir o problema de perto.
— Mas não o deixaram ali para desenvolver nada.
— Eles o deixaram lá para morrer, após aplicar nele algo, não
sei oque exatamente senhor.
— Pelo jeito não tomou esta tal vacina?
— Acha que ela que está acelerando o problema?
— O senhor parece no mesmo nível que eu, eles parecem ter
desenvolvido algo mais mortal, e a única diferença, eles tomaram
uma vacina.
Do lado de fora, o segundo no comando fala pelo alto-falante
o que o Almirante falou, as pessoa continuaram a avançar, ele olha
para o rapaz ao fundo e fala.
— Joga o primeiro.

72
Os barcos que chegavam perto veem aquele ser todo
deformado ser jogado na agua, morto.
As pessoas ficaram na duvida, eles jogaram mais um, e depois
colocaram os demais no cais frontal e colocaram fogo nos corpos,
talvez nesta hora alguns levaram a serio, o rapaz poderia não estar
doente, mas pareciam estar enfrentando algo.
Alguns ainda assim chegaram mais perto e o rapaz fala.
— Se chegarem perto, pode matar, eles estarão mortos
mesmo em pouco tempo, que morram sem sofrer. – Fala o rapaz no
megafone e os rapazes se armam nas metralhadoras do cais.
Uma metralhada de aviso e os barcos começam a voltar.
O almirante olha para todos chegando ao cais superior e fala
ao segundo em comando.
— Vamos voltar, não sei ainda quanto, mas precisamos
entender o acontecido.
— E estes?
— Se não tivermos algo a oferecer, não adianta nada, dá
alerta de infecção generalizada, origem Bonna, cientistas mortos ou
morrendo, passa as descrições e afirma que já temos mais de 12
vilas perdidas, para isolarem a região, afirma que as aguas também
estão infectadas.
— Se perguntarem mais.
— Estamos levantando, alerta de algo entre Noden e DCJ,
pelo que entendi, precisamos de isolamento e socorro rápido, para
tirar os não infectados.
O rapaz entra e o barco começa a fazer a volta, invertendo os
motores, iriam voltar a subir o rio.
O rapaz chega ao radio e passa a mensagem, aberta, na linha
do exercito, da marinha e da aeronáutica, ele estava invertendo a
fragata quando o radio toca novamente.
— Base de Benjamin Constant, para BR245-Atalaia, me
confirma o perigo.
— O comandante pediu para que alertasse todas as bases,
um laboratório ilegal, em terras Peruanas, foi explodido a 3 dias,

73
isto soltou algo na agua e no ar, por todo lugar que o Rio Javari
passou, matou, temos toneladas de peixes boiando, todos que
comeram peixes estão desenvolvendo feridas pelo corpo, olhos
profundos e vermelhos, febre altíssima, dor muscular, perda de
consciência e violência, passamos por vilas descendo o rio, com
todos os habitantes mortos senhor.
— Estão infectados?
— Sim, estamos infectados, em quarentena decretada até
segunda ordem senhor, alertando do perigo, subindo o rio Javari,
verificando a abrangência.
— A base em Atalaia do Norte não nos responde, acham que
chegou lá?
— Amanhecemos em Atalaia, o povo esta tentando fugir, mas
tem barco afundado, prefeitura queimada, mal conseguimos passar
em meio a tantos rejeitos mortos ao rio.
— Estamos alertando todos os pontos, se mantenham na
região, entramos em contato.
O Almirante chegava a ponte de comando, quando ouve isto
e olha os demais e fala.
— Sei que devem estar com coceira nos corpos, mas não
cocem, estava vendo um vídeo, tem um medico descendo o rio, em
meio a um rebocador de torras, com crianças infectadas, mas vivas,
temos de achar uma forma de enfrentar isto, senão todos
morremos.
— Qual as ordens comandante?
— Vamos dar estrutura a este senhor, isolar estes alemães,
subir até o ponto que deixamos os doutores e ver se sobrou algo,
temos imagens de cientistas presos em uma reserva indígena, mas
estão todos doentes, temos de ter uma solução, não entendi o
problema ainda.
O barco começa a subir o rio.

74
Mengele que fugira de madrugada
da cidade, chega a Benjamin Constant e
vai ao porto, olha um senhor branco
olhando em volta e olha ele serio.
— Deve ser Mengele.
— Sim, como estão as coisas?
— Estávamos esperando você para sair no sentido Oeste, pois
o rio vai descer lentamente levando tudo.
— Como demoraram tanto para me trazer a vida, porque a
operação demorou tanto?
— Alguém não passou a frente a mensagem, se perdeu, o
grupo esperava o sinal para agir, e ao mesmo tempo, nada
acontecia, mas acredita que temos como os derrotar agora?
— Eu sai da vista pensando quando a CIA descobriu nossos
planos, todos encobertos sobre uma ideia Socialista local, mas a CIA
começou a apoiar os exércitos locais, e tivemos de nos esconder um
pouco, mas não era para demorar tanto.
— Temos de sair agora senhor.
Mengele olha os alertas sendo dados pelas caixas de som,
para não comerem nada vindo pelo rio, todos olham aquele
amontoado de coisas começar a passar pelo rio, morte e mais
morte.
Pegam um avião no sentido de Iquitos, de onde iriam pegar
um voo para Lima.

75
Joshua tentava descansar o corpo
quando o senhor Machado olha para ele e
aponta para o Rio, via-se a grande fragata
voltando, não sabia se era uma boa ideia,
mas obvio que ficaram tensos.
— O que vão fazer agora?
— Sei que é suicídio senhor, mas prepara todos para fugir
para o mato, pede para o “Boi” encostar na margem.
— Acha que podem querer nos matar?
— Não sei, precaução.
A fragata chega a eles e um rapaz ao cais olha para o senhor
no comando e fala gritado no autofalante.
— “Lhe tiraram da cama Boi!”
O Senhor sorriu, e gritou.
— O que fizeram que eles pensam que vão tentar nos
afundar?
— O Almirante vai a bordo, não entendi, mas estamos todos
com sintomas de uma doença, e parece que estamos melhor que os
que estão por aqui e rio abaixo.
Joshua olha em volta, olha para o senhor Machado e
pergunta.
— Somente os indígenas daquela região têm o vicio de comer
aquele cogumelo?
— Os mais ao norte não gostam do gosto, por quê?
— Sorte ainda conta.
O almirante desce em um barco lateral e chega ao
aglomerado de tanques que formava aquela embarcação.
— Fala português? – Olhando para Joshua.
— Ele não fala português almirante, qual o problema. –
Machado.
— Me mandaram conduzir um grupo para fora desta floresta,
mas eles soltaram algo, não sei o que, mas os detive em
quarentena, e preciso de ajuda, não sei se ele pode me ajudar.
76
Machado fala para Joshua o que o almirante falou e pergunta.
— Como os senhores estão?
Machado pergunta e traduz o como eles estavam, olha em
volta e pergunta.
— Nos levaria de volta a região do acampamento um?
O Almirante estranha e pergunta;
— Por quê?
Depois de devidas traduções ele fala.
— Podemos ter levado sorte Almirante, vamos resgatar quem
estiver por lá, quero ver o que eles não queriam que víssemos e
tentar fazer algo para curar isto, posso estar enganado, mas eles
soltaram aquele Mengele como cobaia, ele tem o poder de passar o
problema a frente, mas não desenvolve por pelo menos um mês a
doença.
— E porque ele não desenvolveria? – Machado.
— Ele tem em sua veia um regenerador celular para poder
estar vivo, mas não sei se entendi o problema, ele morre em um
mês, não da doença.
— Querem ir a bordo?
— Melhor não expor os demais ao que temos, mas se tiver
analgésico para dar para as crianças, agradeço. – Joshua.
Machado viu prenderem cordas no rebocador, Boi ficou tenso
em não ter o controle, mas desligou o motor.
Enquanto a doença descia o rio, levando muitas vidas, ia de
avião a Oeste levada por um portador que acreditava estar em um
plano estabelecido a mais de 60 anos, antes mesmo do fim da
segunda guerra, vencer e estabelecer o novo reino, onde um dia foi
a América do Sul.
Sobem o rio, primeira parada na base abandonada, onde
Joshua olha os materiais, olha para o Almirante e pergunta.
— Eles levaram muito disto para a embarcação?
— Umas duas caixas.

77
— Esta escurecendo, gostaria de chegar o mais rápido na
outra base, preciso reestabelecer o que estava fazendo, e verificar o
que podemos fazer.
Voltam a fragata, e começam a fazer a curva do rio que
levaria a uns dois mil metros a frente, uma curva longa e fechada.
Joshua olha aquele militar olhando para o Rio, parecia
assustado, não parecia acreditar que alguém viria mais, ele olha
para o senhor Roger e pergunta.
— Sobreviveu?
Roger olha descrente e fala.
— Estou muito mal, não sei se resistimos, não consigo mais
pensar direito.
Joshua chega perto e toca a cabeça do senhor e olha para o
Almirante na parte alta.
— Eles precisam de analgésico urgente, dose que os faça
dormir senhor.
O tradutor falou e Joshua olha para o lugar, chega aos restos
da arvore, olha ao fundo gente estranha e fala.
— Só não precisa matarem todos.
Machado olha um indígena chegando ao longe, ele parecia
normal, mas é que estava pintado para guerra, não era falta de
feridas e sim, não se ver as feridas.
— O que falo?
— Preciso estudar isto, preciso que consiga colher uma
quantidade daquele cogumelo branco que eles comem, não sei o
nome que eles dão, mas é o que gera este cheiro doce no ar.
— O que tem haver?
— Já saberemos, mas diz para os nativos, que estamos
tentando achar uma cura para o que está adoecendo a todos.
Machado olha para Boi ao longe e o mesmo fala.
— Deixa comigo, eles parecem ainda querer confusão, mas se
vamos morrer, morremos pondo todos no seu lugar.
A professora ajuda a medicar os militares e o senhor, ela
parecia feliz em estar viva, perdida em uma historia.
78
Joshua dá mais um pouco de antitérmico para Cristine,
somente nesta hora Roger reparou nela encostada ao fundo.
Machado chega ao lado e pergunta.
— Está escurecendo, vamos ficar onde?
— Na balsa, mas pergunta para o almirante se poderia pegar
meus equipamentos que os Alemães pegaram, vou estudar isto a
noite inteira, não sei se entendi a lógica, mas cada hora que
perdemos, isto se espalha em circulo, em todos os sentidos, por
aves, ratos, peixes.
O senhor foi falar com o almirante, viu que o senhor queria
descobrir o que causara o problema, e olha para os rapazes e fala.
— Leva para fora, monta uma tenda, leva os equipamento
dos alemães também, pode ter algo que interesse a ele.
— Acha que ele descobre como nos curar?
— Ele quer sobreviver, todos queremos, ele entende disto.
Roger chega a ele, estava com muita febre, se via as manchas
na pele, parecia que cada um reagia de uma forma diferente, mas
ele estava tentando puxar os dados, os pontos em comum.
— O que pensou?
— Os alemães estão quase mortos, devem amanhecer
mortos, por Noden, eles estavam com camadas fortes de
repelentes, mas vacinados contra algo, a descrição do Almirante da
a entender que eles estão reagindo ao Noden, um cientista deles
falou que eles não conseguiram uma reação boa contra o Noden,
então o que deveriam estar desenvolvendo era algo a nível DCJ, isto
gera demência mental, temos de descobrir quando alguém incutiu o
Noden neste programa, porque, e qual o resultado final.
— Mas isto demora dias.
— Eu quero sobreviver Roger, sei que é por testes
incansáveis, mas estes, lá em laboratórios isolados, nos consideram
mortos, não quero morrer.
— Certo, mas o que imaginou?
Joshua não falou, pede se poderia ver como estava o sangue
dele, e ele consentiu, ele viu que o conjunto de fungos estava

79
grande, mas se ele aplicasse um fungicida, o fungo reagiria com a
liberação do Noden, pede para ter acesso a um dos enfermos
alemães, ele nem olhou o rapaz, apenas tirou uma amostra do
sangue e Roger olha o estrago e pergunta.
— Porque tamanha diferença?
— Eu para me livrar do Noden, fiz uma vacina experimental a
base de uma resina, esta resina vem de uma arvore das ilhas
madeira, mas quando apliquei a vacina no meu corpo, eu tinha o
Noden ativo, então a reação da resina, ativar duplamente os
sistemas de identificação do Noden no sangue, dando força as
resistências corporais contra o mesmo, eles identificaram no
Hydnellum Peckii, um fungo, algo semelhante ao que faz a resina da
Dracaena Draco, que usei, devem ter achado que esta era a base da
vacina, por isto eles não tem algo estável, a minha vacina se baseia
em uma resina de planta, a deles, num fungo, o fungo tem sistema
inteiro, e outras funções, não apenas o estabilizar da degeneração.
— Esta dizendo que eles testaram outra vacina, não a que
aplicou em você, e soltaram uma espécie de DCJ para infectar, mas
deveríamos estar mortos, ou totalmente insanos.
— Roger, pode acreditar, isto está acontecendo rio abaixo.
— Mas...
— Mas o Hydnellum Peckii gerou uma família com um fungo
da família Ophiocordyceps, ele deixa de ficar ativo quando
vacinado, e induz como resposta contra o agressor Noden.
— E porque não estamos morrendo então?
— Estamos infectados com Ophiocordyceps Peckii, e sendo
atacados por esta variante do DCJ, quem nos está defendendo é o
fungo que nos infecta.
— Mas estamos com febres altíssimas.
— Senhor, se tivesse um DCJ ativo em seu sangue, não
saberia nem mais seu nome.
— Certo, ele destruiria meu cérebro, mas como se livramos
disto.
— Isto que quero estudar, mas gostaria de ajuda doutor.

80
— Ajudo, entramos em uma super encrenca, vi que temos um
grupo Americano que não queria a saída da informação, pois
mandaram Drones para nos matar.
Joshua olha para o senhor Machado e fala.
— Diz para o Almirante nos estacionar na margem oposta, e
apagar as luzes, e se preparar para atirar em um Drone, pois se
alguém queria isto, pode mandar mais.
Joshua olha para Roger e pergunta;
— Quem disse isto?
— Cristine, um dos americanos que atiraram em nós disse
que ela era um dos alvos a matar.
— Retardados.
— E como escaparam?
— Um dos Drones derrubou uma arvore sobre eles.
— Onde?
— Embaixo daquela arvore.
Joshua caminhou no escuro, a noite parecia ser agradável aos
olhos, o fungo parecia lhe despertar cores que ignorava existir a
noite na vista, deveria ser reação química, mas conseguiu ver o
veiculo destruído e olha para Roger e fala.
— Vai para a fragata.
— E você?
— Em meia hora, vamos a uma encenação, mas como não sei
a reação, preciso de alguém dando cobertura, e quero ver se
consigo um reagente que nos permita diminuir as feridas.
— Certo.
O almirante pergunta o que o senhor estava fazendo, ele
explicou para o senhor Machado e o senhor puxou a embarcação
para a outra margem, estavam em território vizinho, mas não
parecia preocupado com isto.
Joshua desmonta a câmera do sistema e põem na frente dos
olhos, liga as baterias e olha serio, como se não querendo falar,
estava com cara de cansado, olhos vermelhos e fala.

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— Não sei se alguém vai receber isto, mas o que
desenvolveram aqui deu errado, todos os cientistas da fragata de
resgate estão motos, o que eles desenvolveram não sei como o faz,
não vou amanhecer, mas devolve ao corpo, para enfrentar a vacina
contra DCJ, um Noden ativo, não temos proteção contra Noden,
estamos morrendo, apodrecendo por dentro, não sei quem
desenvolveu isto, mas estão todos mortos, isto está descendo o rio,
subindo o rio, entrando floresta a dentro, não sei o que pretendiam,
mas avisa a todos, o que se espalhou aqui, se enfrenta com vacina
contra Noden, não com vacina contra DCJ. Não temos o nome da
infecção, mas ela é gerada pela mistura de dois fungos que
carregam em si, o Noden como arma de defesa, nunca vi fungos tão
nocivos, tão arrasadores. – Joshua desliga a câmera e olha o sistema
de alto destruição se ativar, e sai correndo, não deu mais que 10
passos da corrida e é jogado ao chão pela explosão.
O Almirante fez sinal para irem pegar o senhor, que olha para
a perna doida, e senta-se, tira o excesso de sujeira da roupa e entra
no barco que o deixou de frente a tenda onde estavam os
equipamentos, ele fez um teste e ele piscava a tela.
O sorriso de Joshua fez Roger olhar para ele e perguntar.
— O que vai fazer?
— Se eu amanhecer, aplica isto em todos, menos nos
alemães, eles vão explodir se aplicar isto neles.
— O que é isto?
— Um reagente, uma tentativa de nosso corpo achar o
anticorpo do fungo natural, não ofensivo, as feridas são de alergia,
não de Noden.
— Certo, mas vai ser sua cobaia mesmo?
Joshua põem em uma seringa e aplica em seu braço.
O senhor foi ao fundo e o Almirante olha para Roger e
pergunta para Machado.
— O que aconteceu?
— Ele declarou para a CIA que o problema não é o que eles
estão pensando, o aparelho se alto destruiu, mas agora ele aplicou
nele uma tentativa de diminuir a irritação na pele, ele acredita que
82
isto que está gerando a febre, mas recomendou não aplicar nos
alemães.
— Porque, não os quer salvar?
— Não entendi, ele disse que eles explodiriam com isto.
O almirante fica a olhar os dois.

83
Joshua adormece, apresenta febre,
Roger cuida da febre, vê que teria de
assumir o cuidado das crianças, olha para
Cristine abrir os olhos e falar meio confusa.
— Onde estou?
— Ainda no rio, sobre uma balsa, lembra disto?
— Bem confuso, e Joshua?
— Ele está passando algumas reações, ele aplicou algo nele,
não entendi a base, mas é uma espécie de xarope centrifugado e
diluído, uma espécie de antibiótico a base de um fungo.
— E os demais?
— Tensos, todos estamos prestes ou a enfrentar ou a nos
esconder, não sabemos ainda.
— Pelo menos sobreviveu.
— Pensei que tinha morrido, dei de fraco, deveria ter ido com
você.
— As vezes parece que estamos em um sonho.
Roger põem a mão na cabeça dela e vê que estava fria,
pensou ser febre, olha as feridas cobertas por aquela pasta, as mãos
enroladas, para não se coçar, viu isto nas crianças, olhava para
Joshua, sempre achou que ele era uma farsa no lugar certo, mas ele
não duvidou que teria de voltar e os achou, agora via ele enfrentar a
febre, mas a tensão era por motivo de terem visto o aparelho
explodir.
O tradutor dos alemães chega ao lado de Roger e pergunta
em inglês.
— Falam inglês?
— Sim, é do exercito?
— Não, mas fui tradutor dos Alemães, parece que 7 dos
senhores não amanhecerão, talvez nenhum esteja vivo ao meio dia
de amanha.
— Assim que Joshua acordar, vamos ver o que faremos, se
isto está se espalhando, temos de isolar, e não sei ainda como.

84
— Eles falavam algo sobre cobaia um, sabe do que eles
estavam falando? – O tradutor.
Cristine olha para Roger e pergunta.
— O que ele falou sobre a cobaia um? – Cristine para Roger.
— Ele acha que é um transmissor, eles o soltariam em algum
lugar, mas parece que o inflável caiu, e ele escapou para algum
lugar nesta selva, mas que em um mês ele morre. – Roger.
— Porque ele morreria? – O tradutor.
— Não entendi, algo sobre o tempo de ação de uma enzima a
base de Hydnellum Peckii, algo que não dura no sangue mais de
dois meses, se for o que ele pensou, ele simplesmente para de
pensar e morre.
— Acha que ele está bem? – Cristine.
— Você parece mais frágil que ele. – Roger.
— Esforço físico, mental, psicológico, quando o cansaço me
pegou, foi tudo junto, mas como ele está?
— Ele não inchou, ele não tem feridas, ele por si parecia
melhor antes de se aplicar o experimento, mas é que deve haver
alguma reação.
Cristine se descobre, olha em volta e para o tradutor.
— Eles falaram sobre o que pretendiam desenvolver?
— Não, ouvi o senhor Hansen falar que queriam repovoar
este continente, mas ouvi ele falar mais de 30 vezes a frase, “Como
posso ter pego, estou vacinado!”.
— E onde ele está?
— Morreu a 15 minutos, o comandante está pensando em
queimar os corpos amanha cedo.
— Pelo jeito perdi parte da aventura. – Cristine.
— Nem entendi como sobreviveram, eles falavam que todos
estavam mortos. – O tradutor.
— Não sei, estava sonhando, ouvi uma explosão.
Roger explica o que Joshua fez e ela olha em volta,
desconfiada, mas entendeu a ideia, teria de alertar, mesmo que não
lhes ouvissem agora, se morressem, alguém poderia sobreviver.
85
— E que gráficos são estes? – Cristine.
— Ele conectou ao satélite e fez algumas inserções tentando
adivinhar o que teria de fazer, mas ele ainda não olhou isto.

— Baseado em que ele está fazendo estes dados? – Cristine.


— Velocidade do rio, dos insetos da região, dos peixes, dos
mamíferos, e das aves, mas começo a desconfiar que ele voltou pois
precisava voltar.
— O que acha?
— Os dados que você passou para fora Cristine, estão sendo
analisados por um grupo em Washington, os dados que ele
transmitiu, o grupo de Washington, deixaram vazar para a OMS e
para a Bonna.
— Tem perspectiva de parar isto? – Cristine.
— Não, pode ser detida agora, se esperarem mais 48 horas
estará na América do Sul inteira, o problema é que deste ponto, é
mais próximo a Florida que o sul das Américas.
— Quer dizer que podemos ter metade dos Estados Unidos
atingidos, antes de 48 horas, eles vão bombardear.
— Se fizerem isto, eles terminam de executar a obra de quem
criou isto Cristine, estava calmo, de repente alguém explode o lugar

86
e o que era uma progressão matemática vira uma geométrica, no
lugar de crescermos por horas, crescemos por minutos.
— Acha mesmo que eles não sabem o que fizeram ali?
— Se sabem, são malucos, pois não existe tempo hábil para
vacinar o mundo.
Cristine chega ao lado de Joshua, ele parecia dormir
profundamente, tira sua febre e olha em volta, olha as crianças,
nem lembra direito de onde elas vieram, olha o senhor Machado
que fala.
— Como ele está?
— Descansando, como estão as crianças?
— Doentes, perguntando dos pais, não sabemos o que dizer.
E a senhora melhorou?
— Bem doida ainda, com febre, não sei o que ele fez?
— Estamos todos ainda estranhando, nem sabemos o que
estamos fazendo mesmo, ele nos induziu, o seguimos por total falta
de opção mesmo, e estamos sendo rebocados por um barco da
marinha, estaríamos lá tensos na escola esperando sermos
atacados.
Ela passa por eles e chega ao militar que protegera Roger.
— Queria agradecer por proteger o Doutor.
— Não agradece ainda, nem sei como vamos sair daqui. A
preocupação é que o que eles fizeram naquele laboratório já saiu,
com o analgésico alguns conseguiram dormir, não sei o que ele faz?
— Ele reduz a pressão e isto em corpos cansados deixa
descansar, os músculos precisam descansar as vezes.
Ela parecia tensa, talvez saber que Joshua estava fazendo
historia novamente e teria de esperar para saber o que fariam, a fez
sentar ao fundo da balsa a olhar o rio, volta ao seu canto, se cobre,
sinal que estava voltando a febre e adormece.

87
Em Berna na Suíça, na sede da OMS,
um dos diretores chega a sala de reuniões,
onde outros 6 especialistas estavam.
— Bom dia a todos. – Os primeiros
raios de sol começavam a surgir no
horizonte, que se via pela janela do prédio
da OMS.
— O que está acontecendo Kenblock?
— A 10 dias, foi detectado um laboratório clandestino de
testes na floresta Amazônica, bem na divisa do Peru com o Brasil,
floresta fechada, um grupo de três especialistas foram mandados ao
local pois os relatos afirmavam que algo havia explodido no local, e
tínhamos relatos de pessoas perdendo noção de seus atos e se
afogando, se perdendo, com feridas na pele, olhos vermelhos e
muita febre.
— Quem foi enviado ao local?
— Cristine Danis, Roger Monic e Joshua Martins.
— Eles estão lá sozinhos?
— Pelo que entendi, tem um grupo da Bonna Medicamentos
armado até os dentes lá, mas as imagens que chegam da região, é
de tudo morrendo, os animais, pássaros, peixes, repteis,
começaram a parecer flutuando no rio. – O senhor põem as
imagens – O satélite pegou as imagens do local onde era a base que
explodiu – Mostra a imagem – a base que montaram para estudar a
segunda base – tudo destruído, parece que foram bombardeados –
dai durante a noite pegamos os sinais das cidades próximas,
vilarejos, tem mais de 70 povoamentos pequenos e duas cidades
com focos de incêndio na região, que surgiram do nada.
— Acha que se espalhou?
— Senhores, as cidades que estão pegando fogo, ficam num
raio de 35 quilômetros do laboratório, mas parte estão no Brasil,
parte no Peru e parte na Colômbia.
— Tem indícios do que está atacando eles?

88
O senhor põem a imagem de Joshua, e se vê os olhos bem
vermelhos, com aquele contorno branco, falar.
“Não sei se alguém vai receber isto, mas o que
desenvolveram aqui deu errado, todos os cientistas da fragata de
resgate estão motos, o que eles desenvolveram não sei como o faz,
não vou amanhecer, mas devolve ao corpo, para enfrentar a vacina
contra DCJ, um Noden ativo, não temos proteção contra Noden,
estamos morrendo, apodrecendo por dentro, não sei quem
desenvolveu isto, mas estão todos mortos, isto está descendo o rio,
subindo o rio, entrando floresta a dentro, não sei o que pretendiam,
mas avisa a todos, o que se espalhou aqui, se enfrenta com vacina
contra Noden, não com vacina contra DCJ. Não temos o nome da
infecção, mas ela é gerada pela mistura de dois fungos que
carregam em si, o Noden como arma de defesa, nunca vi fungos tão
nocivos, tão arrasadores.”
Os senhores se olham e um dos rapazes fala.
— Mas é Noden, DCJ, ou oque que estavam desenvolvendo
lá? O que eles pretendiam com isto? – Mick Sorgos, especialista em
viroses violentas.
— Não sei, a comunicação caiu logo em seguida, e se registra
segundos após esta transmissão, uma explosão na região, os
satélites ainda pegam o calor da explosão que ouve ali.
— Esta dizendo que alguém soltou algo mortal e está
matando quem tenta deter, o que faremos, não podemos por
médicos lá.
— Temos de pensar em tirar pessoas do caminho, isolar
caminhos, pois ouviram, se enfrenta com vacina contra Noden, mas
não temos vacina contra Noden.
Kenblock olha para uma doutora ao canto e ela fala.
— Não tenho haver com esta pesquisa Doutor, estou
desconfortável com isto, pois se a Bonna desenvolveu isto,
recomendava não dividirem comigo seus atos.
— Relataria?
— Nunca se sabe o que se pode falar ou não Kenblock, mas
tínhamos dois grandes especialistas lá, não conheço Cristine Danis,
89
mas o senhor Monic detinha sempre a calma das coisas feitas na
regra, e Joshua, de tentar salvar os locais, mas parece que ambos
foram jogados em uma arapuca, não conheço a região, não sei
como se fecha a região de entradas e saídas de pessoas.
— Alertamos o exercito local para fechar estradas, mas o
problema é que o que desenvolveram, está descendo o rio matando
tudo as margens, não temos como proibir o rio de chegar ao mar,
não naquela região.
— Boias e rebocador? – Outro senhor.
— Vamos tentar fazer algo, mas não sabemos ainda o que
temos lá, e enquanto não soubermos, não temos como agir, mas
acionamos membros de uma universidade local, eles vão a região
verificar, talvez não saiam vivos, mas vão com sistemas online,
então teremos os resultados.
— Joshua sempre manteve os dados online, o que
aconteceu?
— Por isto acho que foi uma arapuca, pois Joshua deixava os
dados online, sei de pessoas que pediram a cabeça dele por mostrar
o que fez, mas ele não se preocupava com estar vivo, e sim com
passar o estudo a frente.
— Quem o mandou para lá?
— Nós e 3 universidades, quando soubemos do problema,
mas não esperávamos ter gente armada lá, se repararem na
imagem do acampamento deles, tem uma fragata da marinha local
afundada na imagem.
Todos se olham, não sabiam o que estava acontecendo.

90
Em Washington, em um prédio de 6
andares a 4 quadras da Casa Branca, um
senhor olha os demais.
— Porque da ordem para matar
Cristine Danis?
— Fazia parte de um acordo com a Bonna da CDC, eles
queriam um reagente que permitisse uma revolução na ciência, mas
parece que nos omitiram o que era esta revolução senhor.
— Pedem a morte de uma agente que me forçaram por lá, o
que ela viu, o que eles faziam lá, os dados que me chegam, são de
uma praga se espalhando e matando tudo num raio inicial de 35
quilômetros.
— Muitos mortos senhor? – O rapaz.
— Ainda não, por ser das regiões mais desabitadas do
planeta, mas não quer dizer que isto não possa se espalhar. Mas a
pergunta que preciso saber, estão querendo oque com isto, pois é
algo que não é para que eu saiba, pois a morte da agente é para que
não chegue a mim a informação.
O rapaz pega os dados e coloca tudo na pasta a frente e fala.
— Eu não entendo disto senhor, mas está ai tudo que veio de
lá, mas quando falam em código, para mim não faz sentido.
— Ela morreu mesmo? – O senhor.
— Sim, ela e todos que estavam naquela clareira, soubemos
depois que os Alemães tinham pego um tal de Joshua Martins, a
ultima transmissão do local, foi dele, que chega a região destruída e
transmite para fora, o sistema de auto destruição do Drone se ativa
e termina o serviço.
— Manda alguém para lá, mas escolhe alguém menos
competente desta vez, pois matar os bons não faz sentido, manda
um qualquer pois preciso ter a certeza que não vai vazar que temos
parte nisto, pois odeio não ser informado e ter de remendar o que
vocês já deveriam ter me contado.
O rapaz sai pela porta, o senhor olha para a foto de uma
moça a mesa, olha para a porta fechando, sabia que algo estava
91
muito errado, mas se passasse isto a frente, poderia estar morto em
horas.
Ele abre o relatório, para na primeira frase, olha a porta e
fecha tudo, pega as fitas de gravação, põem no seu bolso, chama a
secretaria e fala.
— O incinerador está já está ativo?
— Sim.
— Pega tudo isto e me garante que colocaram tudo lá dentro,
sem olhar, alguma duvida.
— Nenhuma senhor.
Um rapaz parece acompanhar a moça ao longe, vê ela jogar
tudo no incinerador de documentos daquele prédio, não guardavam
relatos, eles apenas descreviam como queriam a historia.
O senhor sai pela porta e olha o rapaz olhando-o e pergunta.
— Vai me matar agora, ou vai ser na covardia.
— Não fala isto chefe.
— Então o que está fazendo aqui, não tem que cobrir a
burrada que fizeram?
— Tem de ver que o segredo é essencial.
— Não entendeu as siglas e acha que é essencial, eu li apenas
uma frase, fechei e mandei queimar, pois ali dizia, único tratamento
contra isto é vacina contra Noden, não deve saber o que é, mas isto
é uma doença mental altamente degenerativa, que não lhe mata,
mas você vira uma ameba ambulante, se eles desenvolveram isto lá,
explica os incêndios, os peixes mortos, e se espalhar isto não precisa
me matar Cristian, todo o planeta morre, isto que estava escrito ali,
eles fizeram merda, e se não pararmos, não serei somente eu
morto, serei eu, você, suas filhas, a secretaria, então vai trabalhar
agente.
O rapaz olha desconfiado e sai, o senhor sabia que eles já o
tinham marcado para morrer, ele senta-se no computador da
secretaria e passa para a OMS todas as transcrições gravadas.

92
Mengele pega um voo para
Miami, com documentos falsos de
um alemão em turismo no país, ele
olha as pessoas dentro do avião, ele
não sentida como se estivesse
doente, ele achava que sair da
região o pouparia da doença, mas ignorava até o que estava
acontecendo.
O senhor senta mais a frente e os dois rapazes que o
conduziam sentam-se na poltrona do fundo.
— Quais as ordens?
— Não vieram, sinal que é para manter os planos, conduzir
ele aos Estados Unidos da América.
— E lá faremos oque?
— Um passeio em Orlando, aguardando a data de embarque
para Bonn.
— Certo, mas quem é o senhor?
— Uma cobaia, mas parece que deu certo a experiência, ele
nem imagina que fazemos parte do mesmo grupo.
— Não entendi porque ele fugiu.
— Colocaram ele em uma gaiola, reação normal, mas é que
estavam pensando em voo baixo até Manaus onde o embarcariam
para Miami.
— Ele fala estranho.
O segundo sorriu, realmente era estranho o alemão do
senhor.

93
Uma reunião em Bonn, na sede da
empresa Bonna Medicamentos acordou
aquela montanha de dirigentes e
cientistas.
O chefe do grupo, olha os demais e
pergunta.
— O que deu errado, porque nossos cientistas não voltaram?
– Lunen – Porque o senhor Hansen foi pessoalmente ao local, o que
temos de real, o que temos de esconder, preciso de informação
precisa, odeio quando alguém de dentro me pergunta o que o
senhor Hansen estava fazendo lá, e nem sabia que ele lá estava,
preciso de informação, pelo que me relataram, todos os 36 homens
que mandei por ultimo, estão mortos, o sinal vital deles dá para
morto, os 11 cientistas que eram tidos como mortos, foram
filmados em um acampamento indígena, doentes, não sei se ainda
estão vivos, mas estavam a 12 horas, ainda vivos, e o senhor Hansen
não fez questão de os socorrer, alguém me dê respostas, ou quando
a policia perguntar, terei de apontar nomes, e alguém pode se dar
mal.
— Estamos recebendo dados desviados pela CIA, alguém de
dentro manteve contato com a CIA e a ordem lá é matar quem
deixou sair a informação, estranho pois a informação deveria ter
vindo para cá, e foi parar lá. – Jeniffer Mayer. – Senhor, estamos
falando da fase final de desenvolvimento do “JM”.
— Tem os relatórios?
— Hansen deveria ter mandado pessoas lá para enviarem os
dados, mas ele parece ter mandando para a CDC, através da CIA.
— O que temos mais?
— Algo deu muito errado lá senhor, pois a transcrição do
Almirante que conduziu Hansen ao local, fala das descrições do
problema, parece algo entre Noden e DCJ. – Mayer.
— Interceptaram a CIA?
— Alguém da CIA vazou o conteúdo da transcrição para a
OMS, e pegamos os relatos, mas se for o que falam, não teremos
94
como dizer que o fizemos lá, não sei se sobrou restos que nos
ligariam ao caso, mas a transcrição final de Joshua Martins, ele
afirma que tem uma espécie de fungo, que infecta as pessoas da
região, e que de alguma forma, gerou como proteção contra quem
tenta se vacinar contra ela, ou sente-se ameaçado, Noden.
— Conseguimos ter acesso a estes dados, o que ele está
fazendo lá ainda?
— Dizem que morreu segundos depois de transmitido, pois
ele transmitiu por uma câmera de um Drone Militar Americano, ao
fazer isto, por não ter permissão de transmissão, o Drone acionou o
sistema de auto destruição, e tudo naquele descampado explodiu.
— Quem tanto está em campo, pois se soubesse que a CIA e
o Exercito Americano estavam destruindo tudo, teria mandado
pessoas melhor armadas e avisadas.
— Não sabemos ainda senhor, mas o ultimo dado transmitido
a pouco, e que parece que foi via satélite, estilo de alguém que eles
dizem ter morrido na explosão, afirma que o que era crescimento
matemático, virou exponencial após a explosão do laboratório.
— Eles preveem oque?
— Não estão ainda com os dados, mas em 12 horas, devemos
ter Manaus e Lima atingidas senhor. Mas não entendi, fungos não
se proliferam assim, o que temos lá senhor?
— Não sei, mas não acredito que seja um fungo, a pesquisa
era viral, nem bacteriológica, a pesquisa tinha uma enzina de um
fungo, mas tudo bem controlado, nada que desse esse resultado, se
tivéssemos estes dados, teríamos segurado as pessoas, embora tem
gente que ninguém me explica onde estão.
— Está falando de que?
— O sinalizador do que o sistema chama de Cobaia 1, um
cérebro mantido em um material achado em uma chácara no Brasil,
mergulhado nesta enzima de um fungo, transplantado em um corpo
que teve morte cerebral, tem o sinal afirmando que está voando
para os Estados Unidos, alguém me explique isto, o que temos,
parece que existe um segundo plano em andamento, e ninguém
está me passando os dados reais.

95
Todos se olham e um senhor ao fundo fala.
— Está dizendo que não lhe informaram as premissas do
projeto JM? – Todos olham para a porta, um senhor que a muito
não viam naquele local, John Hans Krueger, antigo presidente da
empresa, ao fundo dele, dois seguranças, que sempre estavam com
o senhor.
— Do que está falando senhor? – Lunen.
— A abreviação JM vem de Josef Mengele, ele estava em um
projeto de destruição, que consistia uma arma mortal, que pudesse
ter o exercito vacinado rapidamente, e que os inimigos caíssem
rapidamente, ninguém tinha acesso a estes dados, até que a 8 anos,
em uma reforma geral na sede inicial nossa, foi achada uma carta
de Josef para a SS, onde ele detalhava o experimento, este
experimento, manteve o cérebro de alguém, não sei se foi o de
Josef, em perfeito estado de conservação, de 1989 até agora. Ele
queria a arma, nós vimos na resina que ele criou, algo muito mais
lucrativo, mas esqueci que sempre existem os que se prendem as
armas, nossa missão era desenvolver esta resina, ela faz qualquer
pele, rejuvenescer 6 anos, e parar de oxidar, por pelo menos 4 anos,
tem alto poder de regeneração, e pode ser usado na operação de
seres sem uso de maquinários para o manter vivo, aplicaríamos na
veia, o corpo pararia e se manteria vivo, operaríamos e traríamos o
ser a vida novamente, isto que estava sendo pesquisado, mas estou
a 4 anos fora desta instituição, deveria desconfiar que quando
transferiram uma das pesquisas para um local afastado, iriam tentar
a arma.
Lunen ouve impávido, como se estivesse cobrando os demais,
mas soubesse e fala.
— Acha que acredito nisto?
— Estou informando os demais, pois sei que sabe Lunen, está
tentando jogar sobre eles algo que não controlou até agora, mas
todos que entrarem lá, tem de saber, vão a morte, não tem como
chegar daqui a Manaus em menos de 12 horas, então estão indo a
morte, pois se o relato de Joshua Martins está certo, estamos
entrando em uma parte da ciência que poucos estudam ainda, pois
ainda existe divergência até hoje se os vírus são seres vivos.
96
— Está me acusando?
— Lunen, fiz coisas piores que esta na direção desta empresa,
mas sempre respeitei os cientistas do outro lado, eles nos fazem
evoluir, mandou a morte dois dos especialistas pressionando a
OMS, agora pode ter os dois mortos, e não tem nem em quem jogar
a culpa, eu gostava da forma deste Martins enfrentar, pois ele nos
deixava sempre as armas para o acusar, mas escolhas assim
acontecem, mas sou daqueles que acredita na morte de Martins,
quando ver o corpo.
— Acha que ele é vivo, como?
— A afirmativa dele já diz tudo, as pessoas olham a imagem,
veem um rapaz com olhos vermelhos, a destruição, a sujeira, as
frases e esquecem, nada do que ele falou ele saberia se não tivesse
estrutura ainda, vocês estão fazendo com ele, o que fiz em Serra
Leoa, todos olhavam ele em campo, ele atravessou aquele
continente Lunen, o Ebola surge em Serra Leoa, ele surge lá, ele
atravessa Serra Leoa, ele atravessa a Sudeste, saindo já no Sul do
Moçambique, ele entra dois meses após pedir permissão para ir a
Serra Leoa, aprovam apenas depois do caos, sei que me deram o
anuncio naquele ano de 2014 que ele tinha morrido 13 vezes, em 13
lugares diferentes, e ele saiu de lá vivo.
— Mas temos de defender a empresa, não podemos deixar as
pessoas saberem a origem.
— Eles não teriam provas que estávamos lá se pessoas daqui
não tivessem ido para lá senhor, a cobaia um, acredita ser Josef
Mengele, ele vai ser entretido nos Estados Unidos.
— Não entendi.
— O que ele sabe de nós Lunen?
— Nada. Ou quase nada, não acredito que saiba quase nada.
— Ele vem da região atingida, é só não o atrair para cá, e
jogar sobre ele, que vai jurar inocência, sem conseguir provar quem
é, que seus documentos não são falsos, com um alemão dos idos
dos anos 40, um impostor com certeza, atestado por todos.
— E o problema?

97
— Pega os dados, passa para todos os laboratórios, pois se foi
o que penso, vamos ser atravessados por isto, melhor não perder
gente que pode pensar em campo, isola todos, vamos tentar
descobrir como nos defender disto.
Lunen olha o senhor e sorri.
— Ainda não sei porque saiu da direção?
— Um dia se cansa de grita para os idiotas, alguns presentes,
que armas fora de controle não é arma, é morte.
Lunen entendeu que alguns sabiam mais do que falaram, mas
da as ordens e muitos que estavam em folga, em viagem de férias,
são chamados de volta.

98
Amanhece na floresta, Joshua
abre os olhos, irritados, passa a mão
nos olhos, sente o cheiro, pareceu
diferente, mas estava com fome, e
não via a chance de comer, estava
confuso quando viu Roger e
Cristine, olhando para ele.
Calmamente se espreguiça, olha o barco ao fundo, se via o
almirante fazendo uma pilha de gente, morta, no cais, iria por fogo
e Joshua fala.
— Avisa que ainda é melhor jogar no rio que por fogo.
— Enterrar é uma ideia? – Roger.
— Das melhores formas, pois o fungo os vai tornar em adubo.
Roger vai até a fragata e Joshua se levanta e vai ao
equipamento, pega uma amostra de seu sangue e põem no sistema,
olha os dados, e põem seu sangue para testar.
— Entendi tudo errado, ou parte errado, mas o caminho é
bom, mas precisamos de ajuda, pois não vai ser fácil. – Joshua.
— Ajudamos, mas o que deu ai?
— Vê o braço?
Ela olha descrente, mas arregaçou a camiseta e ele aplicou o
que havia testado nele, e fala.
— Vou fazer o suficiente para todos os soldados, e para as
crianças, depois vamos conseguir mais fungos, fazer mais reagente
e ir a região dos indígenas.
— Porque ir lá?
— Talvez um dos cientistas iniciais ainda esteja vivo, dai
temos como ligar a praga com a Bonna, eles vão tentar se fazer de
inocentes, então não me custa os dar problema.
— Pensando em sair, mas isto dá reação?
— Não esquece dos analgésicos, pois a febre vai continuar
por um tempo, mas vou pedir para pegar o pouco que temos e

99
aplicar os militares e nas crianças, vou recomendar uma segunda
dose em 12 horas.
— Vai tomar?
— Logico. – Joshua olha os testes – Mas tenho de fechar os
exames, ainda não estamos curados, mas podemos sobreviver para
estudar isto, precisamos de mais analgésico, precisamos fechar as
saídas, mesmo achando que pode ter saído do controle.
— Acha que vamos perder?
— Não sei, os exames me mostram algo que nunca havia
pensado, ou tentava negar para mim.
— O que tentava negar?
— Por ter DNA, sempre considerei, contra muitos cientistas, o
Vírus como um ser vivo, mas podemos ter uma subdivisão que é
usada como catalizador de outros seres, aquela coisa de dividirmos
as bactérias em tipos, mas cada tipo, reage totalmente diferente
dos demais.
— Acha que esta forma de Noden não é reagente sem o
fungo?
— O exame de DNA foi parado, eu ativei ontem a noite
novamente, preciso saber se o DNA dele se alterou, estou com o
sistema de centrifugação tentando separar o DNA de cada um dos 4
seres que parecem ter algo haver com o problema.
— Não entendi o que este fungo tem haver?
— Noden é um sistema de deterioração cerebral,
aparentemente usada pelo fungo, para se locomover, para não
morrer ao chão quando terminar de deteriorar a vitima, mas este
tem esporos de disseminação muito mais leves do que havia
estudado na faculdade, mas isto já foi a mais de 20 anos, mas este
não apenas espalha seus descendentes, através de esporos aéreos,
ele tenta não morrer.
— Acha que qual a pesquisa que estavam fazendo?
— A moça que mataram, era uma cobaia, ela tinha fome,
tinha feridas, mas ela não morria... – Joshua para na frase, ele não
entendera a pesquisa, eles estavam em uma pesquisa avançada,
haviam mais de uma pesquisa, o problema deve ter sido causado,
100
não originário de acidente, o problema, o que pretendia saber era
quem provocou? As perguntas se ampliavam na mente de Joshua
que olha Roger chegar perto e pergunta.
— Me responde uma coisa Roger, alguém que você viu,
pareceu sem consciência de quem era, e ao mesmo tempo, com
feridas no corpo inteiro, sem febre, como se estivesse ativo não
apenas doente.
— Não.
— Alguém quase morto, muito mal?
— Um dos alemães ainda está vivo.
— Aguenta uns 10 minutos?
— Parece não saber mais quem é, mas não sei.
— Isola ele e traz para fora, o que estou recomendando ser
usado não serve para eles, mas não posso obrigar ninguém usar.
— Sei que recomendou uma espécie de vacina.
— Ainda não é a cura, mas deve reduzir os sintomas, o que
nos deixa trabalhar.
— Vou conseguir que tragam o rapaz para fora.
— Traz, talvez ele nos dê o que eles estavam pesquisando.
— Pelo jeito não entendeu ainda?
— Quando acho que peguei a meada, algo me mostra que
estou bem fora dela, pelo menos do que ajudaria algumas pessoas.
— Tentando entender a doença além da floresta?
— Pensando, pois vi a cobaia da indígena Roger, ela não
parecia que iria morrer, não teria morrido se não a tivessem
explodido.
— Certo, eles tinham algo que deteriorava o cérebro mas não
matava, isto que lhe fez pensar em Noden?
— Os exames apontaram para Noden, para DCJ, mas não
achei algo tão rápido como o DCJ.
Joshua olha para fora, olha os exames, Roger olha para ele e
vai falar com o Almirante.
Dois rapazes entram no quarto do rapaz, ele estava coberto,
estava com as feridas vivas, eles estavam assustados, mas viram o
101
rapaz tentar os morder, ele estava totalmente fora de si, um dos
rapazes se assusta e outro o puxa, o sair da cama do ser, fez os dois
se assustarem.
Um puxou a arma e o outro pegou uma corda e fala.
— Temos e o amarrar.
— O que é isto, ele parece um morto vivo.
— Os outros estavam iguais, mas o rapaz quer saber o que
esta acontecendo, e temos de saber, não quero morrer assim.
— Ninguém quer, mas pelo menos já estão nos medicando,
nem sei o que nos aplicaram.
— Dizem que vamos ter febre ainda, mas vi o animo
melhorar, estávamos todos pensando que morreríamos aqui.
Eles com dificuldade enrolam o rapaz, forçam ele deitar em
uma maca e o levam para fora, os demais viram o rapaz totalmente
desconfigurado, chegam a região que Joshua estava e viram outro
grupo colocando lá uma jaula, viram o doutor aplicar algo no braço
do rapaz, retirar uma dose de sangue, ele pareceu olhar com raiva,
e colocaram ele amarrado na Jaula, e viram a força do ser começar a
forçar as cordas e chegar a grade e dar uma espécie de urro.
O Almirante chega a região e pergunta.
— Vai tentar salvar o ultimo?
— Senhor, não sei se posso os salvar, mas temos de saber o
que eles prepararam no acampamento, não acredito que eles vão
declarar, vão começar a dizer que não sabiam de nada, eram apenas
funcionários, mas na primeira vez, perdemos a cobaia, tenho de
saber se o sangue dele, vai desenvolver e se equiparar com o nosso
sangue ou com a da primeira vitima que vi nesta região.
— Quer saber oque o está matando?
— O que faz eles deteriorarem, pois não quero isto para nós.
— Certo, um caminho a não seguir, mas estamos em silencio
no radio, ouvimos, não falamos nada ainda.
— O que estão transmitindo?
— Primeiros casos em Manaus, a mais de 1700 quilômetros
rio abaixo.

102
— Algo mais?
— Casos surgindo em Quito, Lima, Rio Branco, Porto Velho,
um raio de mais de mil e quinhentos quilômetros atingido, ainda
sem declaração oficial, mas fecharam os aeroportos de toda região
norte, não querem que saia deste limite.
— O problema Almirante, é que aquela explosão, foi para
espalhar isto, ela transformou em poeira de 40nm (nano
milímetros) os esporos que subiram e começaram a ser espalhados
pelo ar, mas isto não explica o chegar a Lima, por acaso a cobaia
deles, aquele alemão, fugiu a Oeste senhor?
— Acha que deveria estar indo no sentido oposto?
— Dependendo do vento, chega ao sul mais rápido que ao
Atlântico, mas não chegaria a Lima.
— Quer que relate?
— Vamos nos medicar antes, medicar os indígenas e com
calma no meio da tarde, começamos a voltar no sentido da cidade.
— Quer que o pessoal recolha mesmo aquele fungo?
— Sim, assim que tivermos fungo para umas 10 mil doses,
além dos nossos e dos índios locais, vamos começar a voltar, não
temos como catar mais, mas precisamos que alguém da OMS,
reproduza isto rapidamente para os demais.
— Certo, pensando em salvar mais vidas.
Joshua ainda estava vendo a maquina girar o sangue do
senhor a frente, ele olha a reação do ser, ele aplicara a enzima do
Hydnellum Peckii, e parecia que o ser estava começando a acalmar,
parecia tentar entender o que estava acontecendo, nem que por
instinto, Joshua vê o ser lamber a ferida na mão, o senhor não tinha
mais cérebro nesta hora.
Cristine chega ao lado e pergunta.
— O que está acontecendo?
— O corpo dele começa a reagir ao Hydnellum Peckii, ele vai
estabilizar, mesmo que já não tenha um cérebro para comandar o
corpo.
— Porque está fazendo isto?

103
— Porque o esporo no ar, é algo criado, não o que nos
atingiu, estamos protegidos, odeio o acaso, mas foi ele que nos
deixou vivo, ele e um fungo que nem catalogado está.
— E como salvamos os demais?
— Não sei se conseguimos.
— Pessimista? – Cristine sempre vendo aquele senhor
avançar, ela estava o encarando serio.
— Sim, como estão as coceiras?
— Ainda forte, mas parece que o que nos aplicou está
estabilizando a febre e criando cascas nas feridas.
— Cedo para saber, eles estavam estudando mais de uma
coisa naquele laboratório Cristine, a mistura disto na explosão está
gerando uma nova infecção, eles não tem ideia do problema, e nem
eu, mas estamos em um problema que une alguns reinos de vida,
um reino Fungi, o Monera, os dois usando um produto do Plantae,
misturados geneticamente, para atingir todo ser Animália;
— Tentando entender ou adivinhar?
— Nunca fui bom em adivinhar, eu vou dividindo informação
e alguém acaba me dando a resposta, mas na maioria das vezes,
não se mistura vírus com mais do que sistemas do Animália,
restringindo o Animália, aqui parece que o problema tinha intensão
de matar a tudo.
— E o sangue do rapaz está indo para oque?
— Para a morte, a moça já teria morrido hoje, mas teríamos
estudado todos os pontos que não conseguimos, a ação contra ela
mostrava que eles queriam mesmo espalhar isto sem controle.
— Nós que insistimos em não morrer?
— Sim.
— E o que pretende fazer?
— Contar com a sorte, pois vamos precisar.
— Sorte?
— Tenta não morrer antes da hora, pois estamos ainda todos
infectados por algo que quer nos controlar, e que responde a
tentativa de excluir ela com Noden.

104
— E não tem ainda como enfrentar isto?
— Não aqui.
— Certo, e não confia a ponto de abrir o problema?
— Eles sempre quiseram uma vacina contra Noden Cristine,
eles o querem para poder usar isto como uma doença de extermínio
em massa sem poderem ser acusados.
— Teme abrir isto e terminarem de jogar esta porcaria no ar e
não termos para onde voltar?
— Este risco existe, quando sairmos daqui, provavelmente
teremos o mundo sabendo do problema, mas não sei ainda a
reação, quero sair para não morrer aqui.
Cristine olha as crianças melhorando e fala.
— Você deixa todos admirados, pois onde passa as pessoas
melhoram, aquelas crianças estariam mortas.
— Não entendi isto, mas as crianças não reagiram da mesma
forma que os adultos, elas tem algo no sangue que os adultos não
tem, mas somente agora estamos estudando isto.
— E a professora?
— Perdida, sem entender o que estamos fazendo, vendo um
monte de mortes e reações estranhas, deve estar pensando se sai
correndo ou agradece e fica por ai.
Joshua tenta acelerar os testes, mas tinha de ter os
resultados básicos, para ir a frente.

105
No centro de Manaus, um
grupo de cientistas se reúnem na
Universidade Federal, e um senhor
vai a frente.
— Estamos recebendo em
horas equipamento vindo de 3
pontos do planeta, OMS, Brasília e Bonna, dizem que o que está
deixando as pessoas perdidas a rua, com feridas, veio pelo ar, com a
chuva de ontem, não identificaram ainda, precisamos isolar
infectados, estamos dando alerta aos hospitais, o exercito vai
começar a fazer hospitais de campanha no Porto e vou determinar
que 4 dos nossos voem a Tabatinga, vão com equipamento de
proteção de 6 departamentos do Exercito, vão fazer um hospital de
campanha, recomendando levar comida daqui, agua daqui, e evitar
ser exposto antes de sabermos o que está gerando isto.
— Acham que é via aérea?
— Não sabemos, mas existia na região 3 cientistas que
estavam tentando estudar isto, temos de ter a confirmação da
morte deles, se morreram, acesso ao estudo deles, pois alguém
resolveu os atacar em meio ao surgimento de uma nova virose.
— O que eles faziam lá?
— Em 12 tribos da região começaram a surgir relatos de
pessoas que estavam desnorteadas, com febre, com feridas pelo
corpo, assim como animais selvagens. Acionamos a OMS, eles em
conjunto com o exercito iniciaram a 5 dias a instalação de uma base,
onde iriamos trocar experiências e estudar o problema, mas alguém
atacou eles, o lugar está destruído, não sabemos quem, como, o
que queriam, mas pelos relatos de mortes, pode ter sido criminoso
o espalhar do agente, então vamos a cidade próxima, verificar com
o exercito e marinha, a aeronáutica fechou o nosso espaço aéreo, os
aviões de ajuda vão chegar direto, tem gente reclamando, mas só
sai depois da quarentena.
— Vai ser barra.
— Sim Caterine, você e o Jadson vão a região.

106
— Qual o perigo?
— Não descobrirmos o que é e virarmos a Serra Leoa da vez.
— Saímos quando? – Jadson.
— Vão ser conduzidos ao aeroporto, e partem assim que
chegarem lá, não temos tempo a perder.
— Quer a identificação do patógeno?
— O exercito vai montar um sistema de transmissão lá,
vamos unir os dados aqui e vamos tentar descobrir como enfrentar.
Os dois vão ao aeroporto, enquanto o exercito tomava as
ruas de uma cidade imensa, as pessoas começavam a ficar
assustadas, quando as rádios traziam nas programações que a OMS
recomendou o fechar do espaço aéreo de Manaus, Lima, Quito,
Porto Velho, Rio Branco, o exercito a rua em todas estas regiões,
para manter a paz em aeroportos onde pessoas afirmavam estar
perdendo seus compromissos.
Na beira do rio, em 12 pontos o exercito começava a fazer
barreiras físicas para parar os dejetos que desciam o rio, obvio,
parando junto os barcos, uma região onde o rio é meio de
transporte começa a parar.

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Na descida em Miami, o
grupo se vê cercado e Mengele se
vê jogado ao chão, alguém havia
denunciado o senhor, a emigração
pega os documentos falsos e olha
aquele senhor.
O rapaz da migração estava diante do senhor quando viu um
grupo de pessoas com vestes de isolamento entrar na área restrita e
olhar para ele.
— Estamos isolando todos que vieram no voo do senhor, pois
temos informação que eles podem ser a causa de uma praga
desenvolvida no Brasil, e teriam intenção de espalhar por aqui.
— Estão falando serio? – Fala o senhor da migração, como se
nada disto pudesse ser real.
Ele se levanta e olha para fora, o exercito tomando o local, e
isolando quem veio de voos da parte sul do continente.
Muita gente reclamando, mas em meio a parte externa
montam um acampamento onde começam a por as pessoas que
poderiam estar infectadas.
Um dos rapazes que achavam que passariam desapercebidos,
são levados a sala onde estava o rapaz e perguntam.
— Conhecem este senhor?
— Nos falamos no aeroporto de Lima, no Peru, mas fora isto,
nunca o vimos.
— Ele afirma que os documentos dele são verdadeiros,
embora seja algo muito recente e num padrão estranho.
— O que temos haver com isto?
— Seus passaportes tem o mesmo problema do dele, iam
para onde?
— Voo para Bonn, mas não tinha voo direto esta semana,
então pegamos um voo para Miami, ficaríamos dois dias em hotel e
temos voo para Bonn comprado.

108
Os médicos tiram sangue de ambos e do senhor e os detêm
em uma cela improvisada na região, dois rapazes do governo
chegam ao local e um deles fala.
— Segura os malucos Call.
— Não entendi.
— Isto é mais mortal do que pensamos, manda isolar todos e
pede para todos que estiveram no aeroporto entre a chegada do
senhor e nossa abordagem, voltem ao aeroporto e se apresentem
aos agentes de saúde.
O rapaz olha como se não tivesse como o fazer.
— Para agora.
— Senhor, com respeito, mas o piloto do voo dele está já em
New York, duas assistentes de voo, em Dallas, e com certeza,
tivemos voos saindo para todos os sentidos, nestas ultimas 4 horas.
— Dá alerta geral, não entendi o problema, mas é evidente
que os rapazes estão doentes, os olhos vermelhos parecem
primeiro sintoma, com este esbranquiçado.
— O que o preocupou?
— A transmissão tem de ser aérea, não entendi o problema
ainda, mas até o cachorro da moça na fila de espera dos voos está
com algo que não temos nome ainda, no sangue.
O exercito fechando o aeroporto de Miami para voos e
desviando os locais para longe, aglutinando ali os vindos da parte
sul do continente.

109
Joshua senta-se a frente de
um computador pessoal,
conseguido pelo exercito, acessa via
satélite a rede de computadores,
ligação lenta, que o fazia pensar em
cada problema, olha os dados
vindos da composição do que ele chamava de Sangue de Dragão,
estava aberto na internet, mas se não sabiam o que era, ninguém
usaria, era um produto retirado de uma resina de uma arvore
comum na ilha da Madeira, ele separou o principio ativo, e lembra
que somente deu resultado, após desistir, pois o produto somente
teve serventia, oxidado, antes disto não atacava o problema, mas a
oxidação, gerava a cor vermelha, por isto resolveu chamar o
produto como os crentes do século 18, Sangue de Dragão, mas o
segredo estava na Dratina Oxidada e fervida a 78° célsius, ele estava
olhando a planta quando o senhor Machado chega a ele e fala.
— Interessado na Dracaena draco?
— Conhece esta planta? – Joshua interessado.
— Deve existir umas 4 delas no Jardim Botânico da
Universidade Federal de Manaus.
— Nada mais perto, 1700 quilômetros me parece uma
enormidade de distancia.
— Está dizendo que esta planta pode ajudar?
— A seiva dela, separada a Dratina, aquecida a 78° célsius
pode nos dar uma proteção contra o Noden, e assim facilmente se
livrar do fungo.
— Acha que eles vão melhorar?
— O senhor ali, tende a começar a melhorar, mas ele já está
morto, então não sei o que fazer.
— Como morto?
— O problema da Ética, ele em aparência é um humano, mas
sua capacidade de pensar foi transformada em nada, ele em horas
vai começar a andar arcado, depois vai tentar atacar tudo para se

110
defender, mas é reflexo de sobrevivência, ele não tem mais
comando de seus atos.
— E o vai manter vivo?
— Preciso saber até quanto o corpo resiste, sei que podem
me condenar de novo, já fizeram isto antes.
— Lhe condenaram?
— Apliquei em vocês um medicamento sem aprovação dos
órgãos competentes, vocês sobrevivem, eu sofro as consequências,
até perco dinheiro, mas vocês vivendo vou a outra universidade,
outro trabalho, com a consciência limpa, eles preferem sempre
deixar morrer e dizer que não tem remédio para o enfrentar.
— Pelo jeito nós levamos sorte, mesmo que isto acabe com
sua carreira?
— Olhando por ai, pode ser, pois depois alguém tem uma
reação de dor de barriga, me processa para ter uma indenização,
pois a afirmativa que a pessoa morreria sem o remédio, não
consegue ser provada em tribunal.
— Viveu isto muitas vezes pelo jeito.
— Pelo menos 26 processos chegaram a tribunais, quem
acaba financiando estes processos, são empresas farmacêuticas que
querem as coisas andando bem lentamente, mesmo que como
resultado, tenhamos quase 3 milhões de Africanos com poliomielite,
quando isto já deveria ter sido erradicado. Mas não foram eles que
perderam toda coordenação das pernas, então não os incomoda.
— E o que vamos fazer?
— Temos de ter algo para avançar, todos estes testes são
lentos, sei que nossa lentidão aqui pode gerar milhares de mortes
rio a baixo, mas espero que eles estejam fazendo algo do outro
lado.
— E se não tiverem feito?
— Senhor Machado, tenho de descobrir como isto passa ao
ambiente, sem isto não temos como isolar, fui atingido por isto
mesmo sem grande contato com o meio, então tudo que chegou
aqui foi contaminado, mas como?

111
— Se descobrir como, podemos começar a avançar, seria
isto?
— Teria como distinguir um dos problemas, pois nós temos
uma coisa, em nós, que não deixou algo nos atingir, mas que atingiu
o rapaz ali, ele tem um vírus que eu chamaria de Noden DCJ VI na
circulação, algo que este fungo que tem no ar, obteve em algum
lugar, provavelmente junto aos seres expostos a isto e que foram
soltos na floresta para ver o resultado, desta exposição a eles, o
fungo pareceu gostar da utilidade do DCJ VI, mas o guardou
separado do Noden, separando-o como defesa, eu sempre olho
estes seres com cuidado, pois isto me dá sempre a sensação de que
o ser aprende, e passa a seus esporos o como sobreviver. – Joshua
olha em volta e olha para Machado, olha em volta e fala – Consegue
algum tipo de esparadrapo na Fragata e algum álcool a mais.
— Teve uma ideia?
— Eu não olhei estes esporos ainda, pois não tive chance de
obter ele, mas se infectou tudo, tem de estar em tudo.
O senhor Machado foi a Fragata, e Joshua olha em volta,
limpa um dos sistemas de analise de componentes e isola uma parte
do seu material, as vezes ideias assim não dão em nada, mas ele
queria tentar, precisava saber o tamanho, pois com ele saberia a
qual distancia o vento levaria, torcia por um peso que as noticias
que a fragata ouvia pelo radio, lhe mostravam que não era o que
queria que estava acontecendo.
Joshua olha os exames e olha para os militares chegando com
sacolas térmicas, uma doença de consumo do ano, lotadas de
fungos, olha para Cristine, que chega a ele.
— Mudou de olhar. – Ela falava que ele sempre mudava a
forma de olhar, quando tinha mudado de planos, mas para ele, seu
olhar ainda estava ardido.
— Prepara as crianças, vamos tentar ser mais rápidos.
— Onde?
— Vamos falar com o almirante.

112
Machado estava chegando ao Almirante e viu que o rapaz
vinha a eles, parecia que todos olhavam aqueles fungos,
estranhando o que iriam fazer.
Joshua chega ao almirante e pergunta.
— Quanto tempo até a primeira cidade com aeroporto?
— Quase 6 horas acelerando rio abaixo.
— Não sei se concorda comigo Almirante, é hora de começar
a enfrentar, tentando manter a calma, mas cedendo pouco.
— Pelo jeito também foi do exercito?
— Sim, mas queria propor uma mudança de rumo, mas quem
está no comando é o senhor, eu sou o cientista a bordo, mas agora
já temos material para fazer algumas doses do principio ativo que
vai nos permitir chegar a salvo a cidade, pelo que entendi, mais de
duas horas para a curva que os alemães entraram na fragata?
— Aproximadamente, não estávamos com pressa.
— Quando chegar lá, já teremos como tratar os indígenas,
mas não sei se podemos tratar os senhores dos laboratórios que
estão lá, acredito que sim.
— Certo, vamos produzindo e descendo o rio pelo que
entendi.
— Fazendo sinalização para os vivos, na margem, para que
saibamos se tem quem vacinar, a balsa vai acoplada para podermos
os receber e vacinar.
— Pelo jeito quer chegar a algum lugar rápido agora.
— Eu tenho medo do que vamos ver senhor, o exame ali, diz
que o esporo de proliferação do Ophiocordyceps carrega um
genoma do Noden e um do DCJ, temos de saber como funciona,
pois se este fungo consegue servir de involucro das duas pragas, a
que ele soltar mata, mas o esporo dele tem 2 nanometros, isto se
espalha pelo ar, mas o exame vai dar o como enquanto navegamos,
assim que tiver o exame, vamos abrir comunicação se o senhor
autorizar senhor.
— Não entendo o que está fazendo, mas sinto as feridas
fechando, todos estão sentindo-se melhor, mas pelo jeito ainda não
acabou.
113
— Senhor, se não acharmos uma forma de enfrentar o
Noden, estaremos uma vida com as vistas vermelhas e doidas.
— Certo, tem de enfrentar um para nos livrar do outro, mas o
que está fazendo a reação?
— Nos livrando do DCJ, nos preparando para enfrentar o
Noden, para depois tirar o fungo do corpo, fungo que está no ar
senhor.
— Então vamos recolher as crianças, prender melhor a balsa,
os quartos dos Alemães já estão limpos, mas não sei se é seguro.
— Nem eu, prefiro morrer no cais a um quarto senhor.
— Certo, vamos começar a por seu equipamento para dentro,
nem sei como o fazer.
— Estou isolando os testes, parte pode ficar ali a navegar sem
problema, pois enquanto navegamos vou pescar restos no rio, e ver
se os motivos de morte são os mesmos.
— Não se cansa? – Cristine.
— Aceito ajuda.
Joshua volta ao seu laboratório improvisado, viu as crianças
sendo conduzidas a embarcação.
Roger volta ao grupo, parece ter tido uma dor de barriga,
ninguém reagiu igual ao produto, a higiene local não era ideal,
mesmo o equipamento sendo, parte sempre ficava rustico.

114
Caterine e Jadson estavam se
instalando na base montada no
centro da cidade, Caterine olhava
assustada por suas vestes
protegidas, a cidade em fogo a volta,
pessoas mortas ao rio, um rio morto,
era muito pior do que lhe disseram e isto a travou.
Estava ela a olhar assustada em volta quando Jadson falou.
— O comandante está nos chamando na base de radio.
Ela olha perdida e Jadson a sacode e fala.
— Vamos reagir Caterine, tem mais gente que pode vir
precisar dos dados que vamos levantar aqui.
Ela olha ele assustada e fala.
— Acho que lidar no laboratório não é ver crianças, senhoras,
todos mortos, o que foi solto lá.
— O general está nos chamando na base de Radio.
— Porque?
— Ele quer nos mostrar algo.
Os dois viram os soldados todos com mascaras, o que era
antes encarado com descrença agora no lugar, parecia transformar
tudo em real.
Os dois chegam e o General se apresenta.
— Boa Noite, sou o general Camargo, destacamento de Mata,
não temos experiência em bioterrorismo, mas recebemos uma
transmissão da fragata Alfa Bravo 25, está na transmissão
automática, em 3 línguas, e queria saber se ajudamos ou
evacuamos de vez.
— Não entendi, que gravação é esta. – Jadson.
O senhor liga o radio e depois de segundos começa em
português.
“Alfa Bravo 25, descendo o Javari, mensagem para OMS, a
ação é transmitida por esporos contaminados de Ophiocordyceps,
ele está contaminado com Noden e DCJ, é via aérea, não precisa de

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hospedeiro, está no ar, nas roupas, nas coisas que o vento trouxe a
nós, altamente contagioso, isolar a área. O ar tende ir com as
correntes de ar ao Sul, antes de chegar ao Atlântico pelo Amazonas,
não temos como deter sem ajuda, precisamos chegar a Manaus
Rápido, para tentar deter isto, Almirante Fragoso, repassando
recado de Roger Monic da OMS.”
— Sabem do que eles estão falando?
— De proliferação de fungos, mas achávamos que Roger
Monic havia morrido, se ele não morreu e saiu da região e está vivo
ainda, podemos ter uma forma de enfrentar General. – Jadson.
— Ele faz parte do primeiro grupo que era dado como morto?
– Pergunta o General.
— Sim, todos afirmavam que estavam todos mortos, mas se
uma fragata ainda navega, sinal que tem alguém no comando,
então temos de preparar uma saída para eles, não sei quem vem ai,
mas se eles estão descendo o rio, vem com os restos de uma região,
diria que o impacto ambiental na região vai ser altíssimo, cultural
mais ainda, pessoal, sem preço.
— Vou entrar em contato com a Aeronáutica, pois terão de
voar em área restrita, pois fecharam o espaço aéreo, vou repassar
para os demais a mensagem, mas ele está transmitindo em ondas
curtas, ele quer que todos ouçam, sinal que nem sabem se alguém
está na região.
— Somos a resistência senhor, mas... – Jadson pensa, não
tinha tanta formação assim, sua especialidade era botânica,
variedades biológicas, não viroses ou fungos - ... vou pensar sobre o
que foi falado, eles devem chegar a nós, assim que acontecer, nos
manda chamar.
Caterine apenas observava, estava entre o pânico e a
obrigação, seus pensamentos estavam naquelas crianças do lado de
fora, mortas por algo que parecia tomar o corpo inteiro.
Jadson a conduz a tenda que estavam e olha para ela serio.
— Está bem Caterine, se não vai ajudar, vou mandar você de
volta.

116
— Desculpa... – Ela olha em volta, olha para a roupa e fala – o
que está acontecendo?
— Preciso de sua ajuda Caterine, mas se for ajudar, se for
ficar ali olhando o infinito não me adianta nada.
— Mas...
— Eu nunca fui alguém com formação em fungos ou vírus,
algo de fungos eu estudei, então sei que Ophiocordyceps é um
fungo, mas não sei nada de – Ele olha a anotação que havia feito –
Noden e nem de DCJ.
Cristine parece olhar serio.
— São vírus que danificam mentalmente as pessoas, a ponto
delas perderem até as funções motoras.
— Como pode um fungo transmitir dois vírus?
— Pelo jeito alguém deveria estar fazendo um experimento,
não sei o que pretendiam, mas obvio que algo saiu errado.
— Quais os sintomas destas enfermidades?
— Noden, perda das coordenações mentais, as vezes se
amarrava as pessoas para não saírem andando a noite, feridas pelo
corpo, febre altíssima.
— DCJ?
— DCJ é a versão da Doença da Vaca Louca em Humanos.
— E matam como?
— Uma coroe o cérebro, a outra, as coordenações de
movimento, o Noden que nos dá as imagens lá fora, pois o DCJ nos
mataria silenciosamente.
— Então o que está matando é o Noden, temos de ter certeza
disto Caterine.
— Vamos ao trabalho, estudar para isto, não é estar em uma
pandemia.
Os dois começam a ligar os aparelhos, e com a ajuda de dois
militares com formação medica, começam a isolar os vivos, e tirar
amostras dos mortos, alguns tinham aqueles olhos avermelhados,
mas estavam vivos, outros, não apresentavam o olho tão inchado, e
sim mais fundo, feridas pelo corpo, mas tinham morrido na maioria.

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Jadson olha para o soldado e fala.
— Fala para o general que preciso falar com ele.
— Ele está em uma reunião na cidade.
— Imagino, mas assim que der preciso falar com ele.
Jadson olha os exames e pergunta.
— O que os difere?
— Os com descendência indígena, tem maior probabilidade
de sobrevivência, eles consumiam uma espécie de Ophiocordyceps
como alimento, eles já tinham isto no corpo, os demais, adquiriram
como eles, na comida e na agua, os peixes não conseguem
desenvolver o Ophiocordyceps e liberam no peixe o Noden, eles
consumiram o peixe, e absorveram o Noden direto, os consumos de
peixe dos locais é diferente, mas o Ophiocordyceps no corpo deles
parece ter controlado o Noden, não sabemos como, mas o que os
irrita os olhos, os salvou a vida.
— Mas eles tem Noden no corpo?
— Sim, mas ainda não vou expor sobreviventes a
experiências, mas precisamos separar os que tem olhos fundos dos
que tem os olhos avermelhados e com esta camada branca.
— Infecções diferentes?
— Sim.
Jadson sai pela porta e foi falar com os militares.

118
Em Paris, um senhor sai a rua e
todos olham atravessado, o senhor
estava branco com manchas no
corpo, ele olhava em volta como se
tendo medo, mas com ações de
violência, os policiais da cidade
chegam a região e 4 policiais foram necessários para o imobilizar, o
senhor parecia maquiado, mas estava doente.
O chegar dele a delegacia chega junto com as ordens de
separar todos que tivessem sintomas de doenças, como o senhor
que acabaram de por a sua frente.
O senhor tosse, estava algemado então a tosse espalha
esporos pela sala, o delegado local olha para o policial a sala e fala.
— Liga para a OMS, mandaram prender alguém com estas
características.
— Na região que o senhor estava está surgindo uma porção
de pessoas assim senhor.
— O identificaram?
— Ele não parece falar nada com nada, mas os documentos
dele afirmam que veio do Brasil, piloto de uma empresa de lá, sai
rápido do avião como se fosse ao banheiro e sumiu.
— Ouviu as noticias?
— Sim, dizem que algo mortal atingiu São Paulo, já tem mais
de 12 mil casos confirmados de morte cerebral senhor.
— Será que isto veio de lá?
— Não sei senhor, mas melhor sairmos do ambiente e deixar
com os médicos, se for isto, podemos todos estar contaminados.
— Manda isolar a região do aeroporto, tudo que está la fica
lá, vamos começar a agir Capitão, pois podemos ter mais gente
assim surgindo em todas as regiões que este senhor passou.
— Pelo jeito temos um problema grande.
O senhor olha pela janela da delegacia e fala serio.
— Sim, pelo jeito temos algo muito grave.

119
Joshua olha para o almirante e
pergunta.
— Acha que eles nos escutam?
— Estão pedindo informação a
mais de hora, apenas não estamos
antecipando, não adianta, acredita que eles resistem em Atalaia do
Norte, parecia uma bagunça.
— Eles tem uma chance maior, as crianças seriam isoladas e
talvez misturadas a pessoas mais doentes, elas tem uma chance,
Cristine e o senhor Machado vão tentar ajudar os demais, ela
entendeu o problema, Roger está monitorando os seus, para ver se
temos alguma reação que seja mais forte que uma diarreia.
— Estamos a uma curva de rio de Tabatinga, vamos começar
a transmitir quer falar.
— Não falo sua língua senhor, tenho este defeito, então
melhor não usar uma palavra errada nesta hora.
O senhor pega o comunicador e fala.
— Alfa Bravo 25 transmitindo para Tabatinga, nos
aproximando, qual a condição.
Um senhor no radio olha para o General e fala.
— Eles pelo jeito ainda estão vivos senhor.
O senhor olha para o rio e para o radio e pergunta.
— Pede informação, qual os planos?
— Tabatinga para fragata, qual a situação?
— Parte da tripulação foi perdida, mas já enterrada, estamos
com um nível leve da infecção que denominamos de
Ophiocordyceps, todos que pegaram a Noden, morreram senhor.
— Qual a situação no rio Javari. – A pergunta pois para chegar
a Tabatinga, eles haviam saído do Javari e subiam o rio contra uma
correnteza para chegar a Tabatinga.
— Muita morte, achamos sobreviventes em algumas aldeias,
os ajudamos, não mais de 100 pessoas em Atalaia do Norte

120
sobreviveram, estão fazendo um enterro coletivo lá pela manha
senhor.
— Existe ordem para ficarem em quarentena, por isto
pergunto.
O almirante olha para o segundo no comando que desliga os
motores e olha para Joshua.
— Eles querem nos deixar em quarentena.
— Vocês vão perder a nação de vocês se nos deixarem
parados ali 40 dias.
O almirante aperta o comunicador e pergunta.
— Me confirma a ultima ordem senhor, pois se vamos
morrer, preferia lutando, não numa cama.
— Cumprimos ordens?
— De quem, pois viemos pois precisamos de ajuda, mas se
não será de vocês a ajuda, que seja de outros.
— Tem de entender almirante.
— Não sei com quem falo, mas se ficarmos parados ai 40 dias,
o cientista a bordo afirma que não teremos nação aos 40 dias
senhor, então confirma esta ordem, pois não vou ver minha nação
morrer porque deixaram um bando de cientistas com aval de
Brasília fazer um experimento na divisa de nossas terras.
O radio desligou e o general olha para o auxiliar.
— O que me olha?
— A ordem não era esta general, porque está os colocando
para correr?
— As suas podem não ser estas.
O segundo no comando chega ao general, e apenas puxa a
mascara dele e olha para o senhor.
— Se vai deixar os outros morrer senhor, como nós, que
estávamos aqui, que morra junto.
O senhor prende a respiração como ação, os outros se
mechem para tentar evitar e outros dois militares olham os rapazes
sem entrar.
— Eles estão mortos, todos sabemos disto. – General.
121
— Todos? Me liguem para Manaus e confirmem as ordens,
pois quero alguém assinando isto, pois depois este general diz que
entendemos errado e nós se ferramos, como na ordem para muitas
ações de fronteira.
O senhor parece olhar em pânico, por ter respirado o ar local,
os demais viram que o general estava em pânico e o segundo no
comando ouve uma ligação.
— O aeroporto confirmando jato pronto para ir a Manaus,
com os cientistas senhor.
O general olha como se querendo se impor.
— Eles tem de morrer, vocês não entendem a encrenca que
estamos metidos.
— Que tal o senhor ir cavar buraco para os mortos general,
para entender que todos sabemos em que encrenca nos metemos.
— Sabe que vai para corte marcial soldado?
— Quero ter chance de ir a corte marcial, já que pelo jeito
alguém a mais autorizou esta matança e nos deixou no meio.
O rapaz olha o comunicador e o pega.
— Sargento Vieira para fragata da Marinha.
— Quem?
— Avisando, não sei quem do exercito está querendo que não
cheguem a Manaus, existe 3 caças no aeroporto esperando para
levar o cientista a Manaus.
O senhor olha para o Almirante que olha para os rapazes e
fala.
— Baixa uma lancha, vamos conduzir alguém ao aeroporto.
Joshua olha para Roger e fala.
— Eu vou a Manaus, tenta ajudar aqui e nos encontramos lá.
— O que precisa que faça?
— Medica os que estão no comando e as crianças, não temos
para mais que isto, tenta juntar um grupo na região para ajudar,
tem de enterrar os mortos.
Roger olha para o outro lado do rio e pergunta.
— Acho que não dará para ajudar muito.
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Se viu duas fragatas acenderem as luzes do outro lado do rio,
era noite, então ficaram visível apenas quando se mostraram.
A tensão estava grande quando alguém no alto falante fala
em castelhano.
— Lhes damos cobertura no aportar.
O almirante viu outra fragata agora com bandeira colombiana
se posicionar mais a frente, ele chegaria ao porto com apoio
vizinho, não local.
O general estava sendo detido quando o radio toca.
— Brasília para General Camargo.
— Ele não pode atender no momento, comunique.
— Confirme a execução da ordem de deter a fragata que
vinha da região de Atalaia do Norte.
— Ele não nos deu esta ordem senhor, comunique.
— Como não deu?
— Ele não está bem senhor, quem relata, pois as ordens de
Manaus são diferentes.
— General Dalmo de Brasília.
— Obedecemos a ordens por escrito, nos envie via
comunicador que assim que estiverem aqui os deteremos.
— Interceptamos uma comunicação vinda deles para este
local, porque não estariam ai.
— O Almirante apenas desligou os motores e inverteu a
fragata, começa a descer o rio, pois ele afirma que em 40 dias,
todos estarão mortos se os colocarmos em quarentena, mas em
momento algum falou em detê-los senhor.
A ligação estava aberta, em canal aberto, então os demais
deveriam estar ouvindo.
— Mas os devem deter rapaz, quem está no comando?
— Senhor, os do comando estão adoecendo, não sei quem
estará no comando amanha, pois daqui a pouco, podemos não ter
ninguém no radio, mas manda o comunicado por escrito que
executamos senhor.
— Mas minha palavra não vale.
123
— Senhor, não o conheço, não temos decodificador de
mensagens aqui, está tudo em radio aberto, qualquer um poderia
estar dando esta ordem, somos o exercito, não uma venda senhor.
— Mas os deterão?
— Cumprimos ordens senhor.
Ele ouve o comunicador tocar ao fundo, e vai a ele e pega a
ordem, lê calmamente, o general pensou que eles o soltariam, mas
ouve o rapaz olhar para o a porta e falar.
— Aquele encrenqueiro do Alvarenga está na cidade ainda,
vivo de preferencia?
— Dizem que alguns não morrem por nada.
— Chama ele, pede para trazer uma câmera, um repórter
para gravar, para ontem;
— Vai fazer oque? – O general a porta.
— O que deveria ter feito general, exposto esta ordem em
cadeia nacional ainda hoje, quero ver o general me ligar e mudar
esta ordem em menos de duas horas.
— Mas...
— General, em duas horas o cientista estará em Manaus, via
caça, pois esta ordem vem do exercito, mas parece que eles não
comunicaram a Marinha e nem a aeronáutica, então não é algo do
estado maior e sim, deste senhor.
O general estava vendo uma rebelião, em meio a uma ordem
de Brasília, não esperava reações, mas os soldados sentiam a febre,
alguns haviam morrido.
O Sargento talvez tenha acalmado, quando vê o Almirante
entrando pela porta, tinha a irritação nos olhos, mas não estava em
uma roupa especial.
— Sargento Silva se metendo em encrenca.
— Onde está o general?
— Detido senhor, as ordem – o sargento alcança para o
senhor a ordem vinda de Brasília, e a ordem vinda de Manaus – são
contraditórias em si.
— Acha seguro voar?

124
— Estarão em caças Brasileiros, voando baixo, porque da
duvida?
— Fomos atacados por drones americanos, quando na base
de pesquisa, alguém estava fazendo teste biológico em nossa divisa,
mas como estão as noticias?
— São Paulo está um caos, dizem que já tem mais de 100 mil
mortos, Brasília está isolada, a noticia não sai, mas devem ter
problemas, Rio de Janeiro com os primeiros casos, Porto Alegre com
os primeiros também.
— O que vou falar é ainda entre nós Sargento, temos algo
que ameniza um tipo da infecção, os demais, teremos de ir a
Manaus para fazer uma tentativa, mas temos de ter certeza que o
espaço aéreo estará limpo.
— Pensei em os mandar para lá, em silencio, pegam o avião
agora, antes de dizerem que estão no ar, vamos fazendo uma
reportagem para levar isto a publico, pois a ordem é deter cientistas
para averiguação, liberar acesso a cientistas da Bonna Farmacêutica,
então tem algo errado. Ele pode ouvir.
— Ele não fala português. – Fala olhando para Joshua – Mas
um cientista vai se juntar a vocês para estudar e aplicar nos locais
uma pré cura.
— Certo, entendi o medo, não posso garantir que vai ser
seguro, pelo jeito muitos estão contra o sair da cura daqui.
O almirante olha para Joshua e fala.
— Tem os caças para ir ao ar, mas não temos certeza da
segurança do voo.
— Senhor, nunca é seguro, encaro, no máximo caio na
floresta e saio dela quando tudo tiver destruído.
— Poderiam o conduzir a base aérea então? – O almirante ao
rapaz.
O mesmo fez que sim e Joshua sai pela porta enquanto a
moça e o rapaz entravam na peça.
— Onde está o general? – Jadson.
— Detido, ele pediu para deter em quarentena todos os que
estavam na fragata.
125
— Porque ele faria isto?
— Se soubéssemos não o teríamos detido.
A moça olha o senhor Roger e fala esticando a mão, em sua
veste toda protegida.
— Prazer, Caterine Souza, deve ser Roger Monic.
A frase em inglês estranho foi acompanhada de um sorriso,
que Roger retribuiu.
— Temos onde estudar isto?
— Estamos tentando, mas pelo jeito já está infectado.
— Menos que você menina, mas precisamos conversar.
O cientista sai pela porta com os cientistas da Universidade e
assim que os caças decolam o Sargento pega o comunicador e fala.
— Sargento Silva confirmando a detenção em quarentena de
toda a tripulação sobrevivente da Fragata.
O almirante olha para o sargento que ouve.
— Estamos informando que um voo com cientistas da Bonna
farmacêutica está chegando ao local, para falar com os
sobreviventes, para termos uma posição referente ao evento.
— Assim que chegarem confirmamos senhor.
— Devem vir do norte, pelo espaço aéreo da Colômbia.
— Entendido senhor.
O rapaz desliga o radio e olha para outros dois Almirantes
entrando, em seus uniformes clássicos de suas nações.
— Poderia nos explicar o que está acontecendo Almirante?
— O laboratório que estava em território do Peru, e teve
problemas e foi explodido, era da Bonna Farmacêutica.
— Eles querem garantir que isto não saia, mesmo que isto
nos mate a todos.
— Senhores, temos um reagente que pode ser aplicado no
caso de problemas como os olhos vermelhos, temos outro para o
pessoal com olhos profundos, mas nenhum dos casos é cura, o que
estamos lançando a Manaus, é uma chance de desenvolver uma
vacina, pois hoje se tentamos tirar o que vocês tem no sangue,
vocês morrem com uma doze quase insignificante de Noden, que
126
vai se reproduzir nos seus corpos, vamos abrindo a comunicação de
acordo com as conquistas, se eles vão mandar um pessoal para cá,
temos de os deter, eles são todos monitorados via satélite, na
região que estávamos tínhamos todas as tribos controladas por
câmeras remotas, então provavelmente eles terão estas câmeras,
mas terão material para estudo que não temos, além de um
laboratório portátil, mas eles foram para selva bem armados,
devem vir para cá bem armados.
O sargento olha para o rapaz a porta e fala.
— Recepção como se fossem aliados, quero três planos de
invasão, sem arriscar os nossos.
— Temos de os vacinar antes Sargento. – Almirante.
— O que faz esta vacina?
— Reduz a febre com o tempo, e as feridas se fecham, dando
tempo para nós enfrentarmos o problema.
— Pelo jeito eles querem a forma que vocês usaram.
— Eles não vão saber a forma que usamos, mas precisamos
nos organizar.
O grupo começa a ser vacinado, 3 grupos de soldados, em
uma fronteira bem distante de tudo, começa a pensar em
sobreviver, mesmo as vezes dando uma diarreia, gerava sorrisos
pelo fim das coceiras.

127
O grupo da OMG se reúne em
urgência, 12 membros já estavam
doentes e não compareceram.
Um senhor vai a frente e fala.
— Temos o relato confirmado,
Roger Monic sobreviveu, parece que está na região afetada, sem ter
como sair, mas ele descobriu algo, pois a Bonna mandou um avião
de testes para a região.
— Qual a abrangência?
— Considerando que temos relatos que entrou na Europa a
18 horas, através de uma tripulação vinda do Brasil, temos ela
tomada por esta praga.
— Alguém descobriu como parar isto?
— Existe duas formas de ação, soube que o presidente da
Bonna morreu a meia hora, acho que mesmo eles ignoram o que
aconteceu lá.
— Mas o que temos?
O senhor põem um mapa a parede e fala:

— Os relatos já falam em mais de 4 milhões de mortos, não


sabemos como parar isto, e pela forma rápida que passa ao lado, vai
128
tomar o planeta, não vai parar antes de acharmos uma forma de a
enfrentar.
— Algo especial que faz não agir na África senhor?
— Não ter os dados não quer dizer que não está
acontecendo, temos casos isolados no Japão e 12 casos confirmados
na região de Sidney.
— E como chegou a eles?
— Acredito que foi mandado alguém infectado para lá, eles
podem ter planejado isto pessoal, não parece algo fora de um plano
até meia hora atrás, quando o grupo da Bonna entrou em pânico,
com grandes dirigentes adoecendo e morrendo rápido.
— Se foi incutido, eles teriam uma vacina.
— Eles acreditaram ter uma vacina eficiente, não sei porque
acreditaram nisto, mas obvio que eles desenvolveram algo, tiraram
de lá, explodiram o lugar e agora era a hora de colher as glorias,
mas parece que algo saiu errado.
— Alguma estimativa?
— Não sei, se for matando na velocidade que está matando
na América Latina, podemos chegar a 700 milhões de mortos
rapidamente, temos de dar estrutura, mas ainda não entendi,
tivemos o relato passado para nós por um vazamento da CIA, quem
o fez surgiu em casa morto.
— Alguém acha que ganha com isto?
— Acho que as noticias estão sendo relatadas, mas ninguém
se deu conta que vai girar o mundo, não sei como, mas vai.
— E o que faremos?
— Estamos fazendo, mas estamos com sistemas de
purificação de ar, sistemas de proteção contra invasão, todos
isolados até achar uma cura ou uma opção.
— Pelo jeito as barreiras não deram certo.
— Acredito que o incidente no Brasil foi feito para justificar o
surgir na Europa e nos Estados Unidos de algo assim, mas é
evidente que são duas coisas, pois um mata tão rápido que nem dá
tempo de reação, e no Brasil, o senhor Monic ainda está vivo.

129
— Qual a estimativa de atingidos para 24 horas? – Pergunta
um senhor ao fundo.
— Não sei a forma de que está se espalhando, mas as
projeções para 24 horas são assustadoras.
— Por quê?
O senhor coloca a projeção na tela e fala:

— Se continuar nesta sequencia, deve em 24 horas, quase ter


dado a volta ao planeta, parece que áreas como ártico e antártico
não teremos incidências, a base de transmissão é um fungo que não
gosta de temperaturas muito baixas, mas suporta bem neve.
— Se não se propagar assim saberemos o que o detêm?
— Sim, mas ainda é precipitado afirmar que em 24 horas
estará assim. Estamos tentando precaver o pior, mas não sabemos
como estaremos.

130
Em Miami, nas ruas pessoas
pareciam perdida, como se
estivessem sem controle de seus
atos, olhos profundos, peles secas e
acinzentadas, gente se atacando por
defesa, por medo, se via o medo nos
olhos dos seres, e como a inteligência parecia ter sumido, usavam
dentes e unhas para se defender.
O delegado que prendera o senhor alemão senta-se com uma
dor forte no peito, olha as mãos acinzentadas, sente a dor pelos
músculos olha a foto da filha na mesa e fecha os olhos.
Um dos investigador entra na sala para dizer que o senhor
Alemão simplesmente encostou no canto e morreu a cela, e olha o
senhor sentado, inclinado para frente morto, ele sai pela porta e
olha os demais alguns não estavam ali, mas todos pareciam com
olhos profundos, olha-se no espelho, seus olhos avermelhados, um
dos rapazes chega a ele e pergunta.
— Preciso falar com o delegado.
— Morto, temos de nos organizar, mas estamos morrendo
como os demais, o que está acontecendo, porque não parece que
alguém está fazendo algo.
O rapaz olha meio perdido e fala.
— Não sei, vou reunir o pessoal, está tendo uma confusão no
centro, dizem que tem 12 focos de incêndio.
O rapaz olha em volta, estávamos começando ou terminando
o enfrentamento do problema, pois todos pareciam abatidos.

131
O agente da CIA entra com os olhos
irritados e profundos na sala de seu
superior, que mandara matar o antigo
comandante, ele olhava as mãos, algo não
saíra como eles planejavam, olha o senhor
a sala e fala.
— Ordens senhor, estamos todos infectados.
O senhor olha para ele e rosna, se escondendo, como se
estivesse com medo, olha para ele como um agressor.
O rapaz chega perto e o senhor avança sobre ele e o golpeia
com uma das mãos, ele se desequilibra e bate a cabeça, o senhor sai
pela porta como um animal, correndo pelas escadas do prédio para
fora.
O rapaz olha para a secretaria e pergunta.
— Onde ele foi?
— Saiu correndo pelas escadas.
— O que fazemos Mary.
— Não entendi o que aconteceu, todos estão morrendo Call,
não sei o que está acontecendo.
— Mantem a calma, me consegue uma ligação com alguém
do exercito, tem de ter uma saída.
— O senhor Mark – o senhor que saiu a pouco assustado –
ligou para alguém horas antes, para dar uma ordem para tentar
chegar a um senhor que teria a cura no interior do Brasil.
— Agora ele queria a cura?
A moça olha para o rapaz e pergunta sem sentir.
— Vocês causaram isto?
O rapaz olha para ela, ele não teve coragem de dizer sim,
talvez somente nesta hora ele se tocara de todas as ordens que
cumprira porque alguns estavam tentando evitar isto, ele era
culpado, ele olha para o espelho, pega a arma e encosta na boca e
atira, a moça fica olhando o senhor cair enquanto um outro entrava
pela porta.

132
Um incêndio começa na área
inferior da Bonna Farmacêutica e as
portas lacradas para que não fossem
atingidos começa a ser o desafio de
quem queria sair, estavam forçando
a porta quando viram os seguranças
com a vista profunda, olhando para eles, o recuar deles fez os
mesmos avançarem pelas portas, o fogo tomava o prédio e no lugar
de saírem estavam entrando no prédio.
O fogo começa a tomar conta das partes subterrâneas, e o
cientista que saia pela porta do elevador vê os demais recuando,
olha para fora, e vê o chão da entrada ceder, e começar as
labaredas de todos os lados.
A fumaça começa a surgir vinda das partes inferiores, o fogo
começa a tomar a região, não tinham bombeiro ativo na cidade, que
tinha pelo menos 20 focos de grandes incêndios ao fundo.
A sede começa a queimar para cima, o cientistas em suas
salas e laboratórios, compenetrados em entender nem veem o
explodir da área de oxigênio, e aquelas labaredas de fogo entrar os
queimando, segundos depois de uma grande explosão.
Ao fundo alguns doentes olham para o fogo, tentando
entender quem eram.

133
A reportagem vai ao ar na TV
brasileira, referente as ordens do
comando do Exercito de prender
cientistas que estavam enfrentando o
problema e abrindo caminho para as
pessoas de uma multinacional.
As imagens das ordens, fazem o general Dalmo, vê entrar na
sua sala dois generais de sua patente, o ministro da Defesa, e o
senhor olha para fora, estavam todos doentes, e ele dera cobertura.
— Prendam ele, soube de covardes que deram ordens
irresponsáveis e se mataram após.
O senhor é preso e o ministro olha os demais e pergunta.
— Vamos enfrentar isto ou deixar isto nos matar?
— Não sabemos a causa, mas estamos em apoio a uma
operação que deve deter estes cientistas que estão chegando na
divisa do Brasil com a Colômbia, queremos saber se tem como
parar.
— Não sabemos se sobrevivemos, mas está um caos.
— Não temos roupa especial para muitos ministro,
precisamos isolar as coisas, abrimos os espaços aéreos, mas não
temos pilotos para muitos voos, atingiu tudo, a estrutura está
desmontando.
— E o que este general acha que ganha com isto?
— Não sei senhor, depois verificamos, vamos o deixar em
prisão local.
— Preciso de respostas, ninguém me dá algo solido.
— Ninguém tem os dados senhor.
O ministro olha para o militar, não sabia o que estava
acontecendo, sabia de metade dos ministros doentes, metade dos
políticos doentes, protegidos por uma onda seca na região, foram
atacados com menor intensidade que cidades úmidas como São
Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro.

134
Joshua chega em uma cidade
sitiada e em pânico, olha um rapaz
os esperando, ele olha os olhos
profundos e pergunta ao rapaz.
— Está assim a muito tempo?
— Duas horas que tudo desandou na cidade.
— Tem como me ajudar ou estão todos em pânico ainda.
— Me mandaram lhe conduzir por saber inglês, mas não
entendi as ordens.
— Vamos, é sua vida que está em jogo rapaz.
O mesmo olha serio e entram no carro, uma bagunça geral,
com dificuldade chegam a universidade, viu aquele grupo protegido,
viu a arvore cortada, não teria como com 4 arvores curar um
planeta, não teria arvores deste tipo no planeta para salvar todos os
bilhões de habitantes.
— Alguém fala inglês?
— Eu falo senhor, fiz pós em Harvard.
— Precisamos retirar a seiva da arvore e purificar ela, mas
antes deveriam tomar uma pré vacina.
— Tem algo assim?
— Desenvolvemos fugindo de bala na divisa do seu país.
Ele aplicou nos 6 seres que ali estavam a vacina que parava o
avanço do Noden, mas teria de fazer a vacina, pois eles teriam no
fim de 6 horas reações terríveis.
Ele corre contra o tempo, purifica o a seiva, põem para ferver,
o que acontecia a exatos 78 graus, ele começou a ter doses e olha
para o rapaz e pergunta.
— Tem célula tronco em algum lugar desta universidade.
— Quer fazer em quantidade?
— Sim, pois não teremos arvores para salvar a todos, e não
vamos pensar, do lado de fora deve estar chegando um pelotão do
exercito, e eles vão sair atirando com capsulas de sonífero, os seres
caem e vão começar a aplicar a vacina.
135
— E se não der certo. – Um senhor a porta.
Joshua olha o senhor e fala.
— Morremos todos em 24 horas.
— Não vai dar tempo de vacinar a todos.
— Sei disto, mas preciso de pessoas prontas para fazer isto
em 100 lugares do país, mais 300 fora do país, vamos mandar uma
dose de aplicação e uma dose para reprodução por célula tronco,
pode ser que alguns lugares chegue a vacina e não tenha mais gente
viva senhor.
— Certo, vamos pensar depois nas consequências, mas o
senhor não adoece.
— Eu já tomei esta vacina senhor, a mais de 4 anos, não me
permitiram desenvolver, diziam não ser eficaz, eles querem usar o
Noden como arma, se tiver uma vacina, não existe arma.
— Então foi a cobaia disto, mas ninguém reagiu.
— Quando se proíbe um cientista de chegar aos seus próprios
trabalhos por lei, e tenta adivinhar o que foi feito, fica difícil, mesmo
sendo fácil.
— Isto requer equipamento. – Uma moça.
Joshua olha para os rapazes e põem a primeira doze e aplica
no senhor a porta, depois foi aplicando em cada um dos presentes e
fala.
— Estamos fazendo uma leva de vacinas, a aeronáutica vai
lançar isto em vários sentidos.
Os rapazes tiverem reações adversas, mas comparado ao
estar com aquelas feridas, olhos secos, a sensação de que iria
morrer foi pouca reação.

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Em Berna na Suiça, a tela de
vídeo conferencia pisca e o senhor
olha aqueles olhos agora menos
vermelhos, olhando para ele e falar;
— Boa noite Kenblock, estou
pedindo permissão para saírem de
Manaus 100 voos, para 100 laboratórios que precisam estar prontos
para reproduzir a vacina que desenvolvemos aqui. – Joshua olhando
o senhor.
— Vacina? Tem certeza que funciona?
— Ainda estou vivo, teremos de passar todos por isto, mas é
uma corrida contra o tempo senhor, pois temos não mais de 48
horas para erradicar isto do planeta, quem não for vacinado,
provavelmente estará morto.
— Acha que conseguimos?
— Os caças estão chegando a Manaus vindos de Brasília,
vamos mandar o pouco que temos para vocês reproduzirem, tem
todo o método de reprodução.
— Obrigado Martins.
— Sei que depois vem os processos, mas tenta ajudar senhor,
nem sei como estão as coisas por ai, pelo jeito as comunicações
caíram, sem repórteres e técnicos para tocar o negocio.
— A Internet mostra que a Bonna queimou de dentro para
fora, não sobrou nada lá.
— Se cuidem, ainda não acabou.
Joshua olha para o medico e ele fala.
— Sua pressão está boa, mas a vista continua vermelha.
— Não está na hora de olhar para os olhos, mas estão
conseguindo senhor?
— O exercito está vacinando quem ainda está vivo, não sei se
todos voltarão a consciência, mas estamos priorizando os que estão
bem, não temos vacina para todos.
— Sempre digo que prefiro sempre salvar todos.

137
Joshua pega uma bolsa e volta ao aeroporto e o rapaz ao
volante fala quando ele entra na área restrita.
— Obrigado, todos em pânico e vem não sei de onde para nos
salvar.
— Se cuida, agora vem as consequências.
— Consequências?
— Enterros coletivos, falta de comida, falta de serviços, gente
tendo de ser tratada, pois não consegue mexer os músculos, ou não
lembra quem é.
— E vai voltar lá?
— Sim, já mandamos uma copia para os laboratórios centrais
dos países vizinhos, agora o salvar de quem me deixou fazer isto,
me permitiu os salvar.
Joshua embarca para Tabatinga.
Em Tabatinga se depara com o laboratório da Bonna, os
cientistas presos, e pega um barco para Atalaia do Norte.

138
O mundo amanhece em
silencio, os exércitos de pessoas
tentando salvar os poucos que se
apresentavam, o planeta quase
parado com suas fabricas, suas
cidades, suas lavouras vazias, o
silencio toma o dia, quando no fim daquela tarde, os números
chegam a 6 bilhões de mortos, ninguém sabia como, mas o planeta
tinha mais gente para enterrar que gente para o fazer, corpos as
ruas, vielas, florestas, apodrecendo e sobre eles surgindo por todos
os poros o Ophiocordyceps. Um planeta sem o canto dos pássaros,
sem os peixes aos rios, sem as pessoas a gritarem gira com os
poucos sobreviventes que teriam de tentar sobreviver num planeta
diferente.
O mundo se enlutava quando Joshua chega a Atalaia do Norte
e olha para Cristine e fala.
— Como elas estão?
— Pelo jeito sobreviveu mais uma vez.
— Desta vez eu fui derrotado Cristine.
— Eles sobreviveram.
— Vamos ter um trabalho grande aqui, me ajuda? – Joshua a
olhando.
— Sim, mas pelo jeito está pensativo ainda.
— O peso das almas de todos os seres desta floresta, deste
rio, dos humanos não me pesam, mas as vezes queria pessoas
melhores, mas esqueço que somos apenas macaquinhos que tem
de sobreviver as suas próprias invenções.
Ele passa o braço na cintura dela e caminham no sentido de
uma placa que falava Hospital, mas a cidade a volta estava quase
vazia.
— Uma ultima coisa Joshua?
— Oque?
— Não vamos resgatar os cientistas?

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— Deixa os índios se divertirem um pouco antes.
Os dois sorriem vendo as crianças começarem a correr pela
rua.
Uma cidade meio queimada, meio sobrevivente, em meio a
uma floresta que normalmente seria barulhenta, totalmente em
luto, em silencio.

Fim.

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