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J. J.

Gremmelmaier

Pedro Rosa
Aventuras em um Mundo
Distante, ao Lado

Primeira Edição
Edição do Autor
Curitiba
2018

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Autor; J. J. Gremmelmaier Ele cria historias que começam apa-
Edição do Autor rentemente normais, tentando narrativas
Primeira Edição diferentes, cria seus mundos imaginários, e
2018 muitas vezes vai interligando historias aparen-
Pedro Rosa temente sem ligação nenhuma, então existem
historias únicas, com começo meio e fim, e
------------------------------------------
existe um universo de historias que se encai-
CIP – Brasil – Catalogado na Fonte
xam, formando o universo de personagens de
------------------------------------------ J.J.Gremmelmaier.
Gremmelmaier, João Jose 1967 Um autor a ser lido com calma, a
Pedro Rosa, Romance de Ficção, mesma que ele escreve, rapidamente, bem
697 pg./ João Jose Gremmelmaier / vindos as aventuras de J.J.Gremmelmaier.
Curitiba, PR. / Edição do Autor / 2018
1 - Literatura Brasileira – Roman-
ce – I – Titulo
-----------------------------------------
85 – 62418 CDD – 978.426

As opiniões contidas neste livro são


dos personagens e não obrigatoriamente
assemelham-se as opiniões do autor, esta é
uma obra de ficção, sendo todos ou quase
todos os nomes e fatos fictícios.
©Todos os direitos reservados a
J.J.Gremmelmaier
É vedada a reprodução total ou parcial
desta obra sem autorização do autor. Pedro Rosa
Sobre o Autor;
João Jose Gremmelmaier, nasceu em Este conto faz parte da historia de
Curitiba, estado do Paraná, no Brasil, formação Pedro Rosa, em uma realidade paralela, este
em Economia, empresário por mais de 15 é o personagem que por anos o autor procu-
anos, teve de confecção de roupas, empresa rou para unir e terminar alguns contos. Não
de estamparia, empresa de venda de equipa- neste, mas usando um personagem antigo
mentos de informática e trabalhou em um para desencadear no futuro alguns fins.
banco estatal.
J.J Gremmelmaier escreve em suas ho- Agradeço aos amigos e colegas que
ras de folga, alguns jogam, outros viajam, ele sempre me deram força a continuar a escre-
faz tudo isto, a frente de seu computador, ver, mesmo sem ser aquele escritor, mas
viajando em historias, e nos levando a viajar como sempre me repito, escrevo para me
juntos. Ele sempre destaca que escreve para se divertir, e se conseguir lhes levar juntos
divertir, não para ser um acadêmico. nesta aventura, já é uma vitória.
Autor de Obras como a série Fanes,
Ao terminar de ler este livro, em-
Guerra e Paz, Mundo de Peter, Trissomia,
preste a um amigo se gostou, a um inimigo
Crônicas de Gerson Travesso, Earth 630, Fim
se não gostou, mas não o deixe parado, pois
de Expediente, Marés de Sal, e livros como
livros foram feitos para correrem de mão em
Anacrônicos, Ciguapa, Magog, João Ninguém,
mão.
Dlats e Olhos de Melissa, entre tantas aventu-
J.J.Gremmelmaier
ras por ele criadas.

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Pedro Rosa
Aventuras em um Mundo
Distante, ao Lado

J. J. Gremmelmaier

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Este projeto surgiu quando João escrevia Crôni-
cas de Gerson Travesso, lá no capitulo 28 e se
depara com a possibilidade de contar uma histo-
ria a mais, paralela e diferente, mesmos perso-
nagens, mas com um enredo diferente. O autor
as vezes quer falar de coisas diferentes, e usa
seus escritos para o fazer. Estamos em uma das
realidades paralelas, ainda de humanos, e vamos
avançar sobre a historia de Pedro Rosa, o meni-
no, descobrindo todas as suas realidades, tudo
que os demais podem, tentando entender o que
ele é, e ajudando a trazer a vida, o ser capaz de
recomeçar o universo, mesmo que para ele isto
seja um detalhe bem pequeno de sua vida.

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Um menino de nome Pedro estava a rua, olha
aquele ser de asas surgir a sua frente, olhar em seus
olhos, o menino assustado vê ele falar em uma lín-
gua que não entende, ensurdecedor, sente ele lhe
atravessar enquanto cobria os ouvidos e cai a rua.
Segundos após abre os olhos e aquele ser ne-
gro olhava para ele, estava em um lugar que não era
a porta de sua casa, olha em volta e ouve o ser falar.
— Andem para o Trono.
— Onde estou?
— Andem para o trono.
Um senhor passa apressado por ele, varias
pessoas passam indo no sentido oposto, olha no
sentido que foram, pela altura dele não olhou o trono, as perna pareci-
am cansadas, e senta-se.
O ser olhava em volta e falava.
Uma menina olha para ele sentar-se e fala;
— O que o ser fala?
Pedro olha aquela menina, bonita, e fala;
— Para andar para o Trono.
— Mas como o entende.
— Não entende o que ele fala? – Pedro olhando a menina, tinha
lindos olhos verdes.
— Não, nem entendo o som que sai pela minha boca, não é mi-
nha língua.
— Vem de onde?
— Morri a pouco, um grupo de pessoas entrou na minha casa na
periferia da Cidade do Cairo e me atingiram, não vi minha mãe.
Pedro ouve alguém falar em sua mente e pensa;
“Estou maluco?”
“Pedro, você não é maluco, você é um Netser.”
“Netser, o que é isto?”
“Um ser que anuncia a vinda das novas de Deus.”
“Pelo jeito não serei eu que passarei isto.”
“Tem de acreditar menino, tem de abrir os olhos.”
“Mas como posso voltar e deixar estes lindos olhos.”
O ser do outro lado olha pelos olhos de Pedro e fala;

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“Liliane Canvas?”
Pedro olha a menina e pergunta;
— Seu nome é Liliane Canvas?
— Sim, como sabe?
— Acho que estou maluco, um ser dentro de minha mente, me
falando que sou um Netser, e que você seria Liliane Canvas.
A moça olha para o ser negro olhar os dois e medir o menino e
perguntar.
— O que traz um Netser neste caminho?
— Não sei, vi um ser de asas e ele me atravessou.
A menina olha para o menino e pergunta;
— O que ele falou?
— Perguntou como vim parar aqui.
O ser fica olhando para Pedro, e um deles surge na porta do me-
nino e olha para Gabriel, que olha Tsaphkiel surgir.
— Vai o defender mais uma vez?
O ser negro, abaixa-se e toca o menino, e fala para Gabriel.
— Bom saber que nesta existência não anunciarei nada Gabriel,
e sem a minha anunciação, todas as demais ficam inertes, sem sentido.
Gabriel olha o menino e o toca;
— Mas Mikael não falou que era um Netser.
— Bom saber que dois dos braços do Eterno querem o fim desta
existência. E não se preocupam. – Tsaphkiel assim como surgiu sumiu.
Olhava o menino ainda, e fala.
— As vezes arvores são cortadas, uma pena perder uma linha
dos Netser.
Pedro sente outros a volta, olha o ser e pergunta.
— O que fizemos para merecer sermos tirados de todas as exis-
tências ao mesmo tempo?
Tsaphkiel olha o menino e fala.
— As vezes, alguém muda as predestinações, mas não esqueça
menino, quando entrar ao trono, terá sua alma julgada, a felicidade
eterna ou a penitencia eterna, e não esquece, nem sempre o que pen-
sam ser penitencia, tem este sentido, nem sempre o que se diz felici-
dade, tem sentido na palavra em si.
Pedro sente os demais, sente suas mentes, seus conhecimentos,
estranha, mas vê um andar a luz, soube que não seria mais 72 deles,
seria apenas 70, pois dois entravam no trono, um, ressurge em um

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campo de espíritos, e olha um ser estranho a sua frente lhe desejar
boas vindas aos campos Elísios, o outro caminha e chega aquele imen-
so trono, sente a paz, ele tenta falar, e tudo parece musica saindo de
sua boca.
Pedro olha em volta e se pergunta internamente o que era seu
um Netser, e alguém em sua mente fala.
“Quem trará ao mundo a anunciação do senhor negro a sua
frente, mas para isto, temos de salvar a existência, temos de entender
o que somos, unidos em pelo que viu, 70 da existência, mas é bom ver
que alguém mantem o contato com os seres ao trono!”
“Não os vê?”
“Não!”
“Não sei em que ponto foram julgados, mas um tinha a dor no
peito, este está diante da pedra, se entendendo com seu ser interior,
aprendendo que pode ser feliz, outro, o que o ser falou, está na peni-
tencia, vai aos campos alísios, ele vai renascer se conseguirmos como
falou, entender isto.”
Pedro olha para a menina, estava pensando.
“Pedro, tem de explicar a menina a frente, como voltar.”
“Voltar?”
“Pergunta para ela se sente o corpo ainda”
— Sente o seu corpo ainda?
— Uma dor no peito.
“Pergunta se ela sente as balas no corpo”
— Sente as balas no corpo?
— Como sabe?
“Fala para ela sentir paz, e pensar em seu corpo.”
— O ser a minha mente falou para sentir paz e seu corpo.
— Para que?
“Quando abrir os olhos, não esquece, com a mesma paz, toca
em sua mãe, a Rainha Sonia.”
— Este ser é maluco, ele disse que quando abrir os olhos, não
esquecer, para tocar sua mãe, ele a chamou de Rainha Sonia.
— Como ele sabe o nome de minha mãe.
Pedro olha a menina e fala;
— Faz isto, sinta seu corpo e Paz, e fecha os olhos, e abre do la-
do de lá.

7
No chão de uma casa na periferia do Cairo, as balas começam a
sair do corpo dela, a dor invertendo, o corpo brilha amarelado, a meni-
na sente o coração e abre os olhos.
Liliane olha em volta assustada e olha sua mãe, estava assusta-
da, toca mãe, medo, lembra da palavra paz, toca a mãe e sente aquela
aura a tomar, e as balas começarem sair, a senhora sente o coração,
estava caminhando a Luz, sente a dor, se encolhe, fecha os olhos, e
abre vendo sua filha a abraçar.
Pedro vê a menina sumir, uma paz lhe toma a alma e olha o se-
nhor e fala;
— Nos veremos ainda neste caminho.
— Com certeza, é bom ver que o Netser não é apenas um ser in-
consciente, mesmo ignorando o que é ser um Netser.
Pedro fecha os olhos, sente o coração, ele bate como se saltando
no peito do menino ao chão, sua mãe de criação corria a ele e vê ele
abrir os olhos, caído na calçada.
Pedro olha a Paula, alguns chamavam-na de madrasta, ele não
conseguia nem a ver como mãe e nem como madrasta, o anjo não
estava mais lá, não entendera o acontecido, mas parecia feliz em estar
vivo.

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No dia seguinte vai a aula, uma prova final de
matemática, o resolver de problemas que não en-
tendia, o fez olha para o papel desconfiado que algo
mudara muito nele, foi o ultimo a entregar, sai do
colégio estadual no bairro Jardim Botânico, olha
para a rua, tentando entender o que acontecia, mas
estava confuso, falar com seus pensamentos o fazia
estranho.
Ele preenchera a prova, mas poderia ser uma
maluquice, ele não entendia matemática há um dia,
no seguinte ele entendeu a logica do raciocínio ma-
temático do exercício, parecia que não tinha senti-
do, mas poderia ser que não fez nada certo.
“Por que duvida?” – Ouve ele em sua mente.
“Nunca entendi a matéria, o professor gosta de reprovar os alu-
nos, para sentir-se superior, nunca entendi esta carência por superiori-
dade dos seres, nunca pensei em ser superior a ninguém.”
“Apenas não enlouquece, o resto resolvemos!”
Pedro sorriu, ele não estava entendendo estas palavras em sua
mente, então eram pensamentos estranhos.

9
Terceiro dia, ele faz uma prova de geografia e
entende a situação, estranho que as coisas pareciam
surgir a mente, como se estivesse dentro dele, es-
tranha.
Vai ao edital, olhar as notas e olha a nota da
prova de matemática e vê o zero e seus pensamen-
tos se perdem, achou entender o que fez, mas o
zero estabelecia que poderia ser maluquice mesmo.
Um sonho, isto que ele pensou.
O chegar em casa de seu pai, vindo do centro,
ele mal acabara o segundo grau, mas estava metido
em problemas, Pedro sempre admirou a inteligência
do pai, mas sempre levada para um lado que ele não
gostava.
As vezes a esperteza não parece fazer sentido, mas na maioria
das vezes, mesmo Pedro sabia que não daria certo, mas ele não falava
mais nada, pois ele tentou no passado e quando deu errado, seu pai
falou que ele gorou o negocio.
Muitos são inteligentes, mas usam para a parte que não deve, e
se estabelece um caminho repetitivo de derrotas, onde poderiam exis-
tir vitórias, Pedro sempre tentava alertar, mas sempre se colocando
contra a esperteza, seu pai o chamava de “Bobão”, por achar que o
fazer certo o levaria a algum lugar.
Ser pequeno, não facilitava em quase nada Pedro, talvez ele
nunca fosse alguém que desse certo, mas estava confuso.
As vezes achava ver coisas que não estavam ali, era fechar os
olhos, tenta respirar fundo para conseguir dormir, mas não estava fun-
cionando.
Ele fica a ver uma historia em sua mente, Paris, ele não conhe-
cia, não entendeu, uma hora estava em Paris, depois em Londres a
passear por catacumbas, por locais, ouvir historias, o fazia achar que
estava maluco.

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Quase perde a hora, pois ficou acompanhan-
do aqueles pensamentos em sua mente, e quando
dormiu já era quase hora de acordar.
Pedro faz a terceira final do semestre, em
português, vê o professor de matemática olhar para
ele no corredor e falar para a diretora.
— Sei que vão pedir a recorrerão da prova,
mas ele não sabia nada a duas semanas, não tem
como ter acertado tudo sem colar, espero que a
direção não me faça mudar isto diretora.
Pedro olha para o senhor e fala.
— Não entendi professor, está dizendo que
chutei certo as respostas? – Pedro.
— Ninguém acerta todas as questões chutando?
— Alguém mais acertou todas as questões? – Pedro olhando o
senhor, lembra de ter saído por ultimo.
— Não.
— Me viu colando?
O professor viu que o menino estava lhe enfrentando, uma coisa
era acusar ele, outra provar.
— Sei que não sabia nada a duas semanas, e lógico professor,
não foi o senhor que me explicou, pois parece querer nos ver reprovar,
mas se me der um zero, sem prova, com os exercícios feitos, com as
estruturas de calculo na prova, coisa que não tem como se colar, terá
que provar que colei!
O professor olhou para ele, sabia que não, a diretora olha o pro-
fessor, acusar um aluno de trapacear era uma coisa, mas se ninguém
acertou todas as questões, normal em prova final de pessoas que não
sabem a matéria, de quem o menino teria colado.
— Não vai recorrer da prova?
— Do zero sim, mas é bom saber que entendi a logica, o resto, se
recupera professor, mas é bom saber que não adianta acertar, tem de
fazer sala para o senhor.
Pedro sorriu para ele, era uma confirmação de que não estava
maluco.
O professor olha ele sair ao longe, olha a prova novamente, re-
almente estava lá, mas não entendeu como ele resolveu.

11
A diretora olha para Pedro na saída e fala.
— Sabe que o professor Roger vai querer lhe dar zero.
— Entendo ele senhora, mas então para que a final, se acerta-
mos a prova e ele nos dará Zero pelo que fizemos nas demais provas,
se é para isto a final, perde o sentido.
Ela olha o menino pegar seus materiais e sair, ela olha o profes-
sor chegar a ela e perguntar.
— Vai acreditar nele?
— Tem certeza que ele não estudou professor, pois realmente,
se a final, não adianta de nada, pois já está decidido o que o senhor
acha que eles sabem, para que a prova?
— Mas...
— Roger, já pensou se ele estudou, o que esta sua nota vai fazer
com o aluno?
— Mas ele não pode ter entendido a logica daquilo.
— Fez uma prova para os ferrar e não está aceitando que ele
acertou, é isto professor?
— Ele não...
— Tem de crescer professor, não vou aceitar o zero, quer corrigir
de novo, faça, mas zero em uma prova que o senhor não pegou colan-
do, que pelo jeito, de um problema matemático criado para eles não
acertarem, então não estaria numa cola, não vou aceitar professor.
O professor pensou em achar um defeito, foi a sua sala, o que o
chateava é que era uma prova para 10, ele odiava dar 10.
Pedro chega em casa e seu pai olha para ele, parecia querer que
ele sumisse e apenas fala.
— A passagem está sobre a sua cama, a autorização e um troca-
do, vê se não gasta tudo.
Pedro sabia que ele estava querendo fazer algo, mas ele não
sentia-se amado nem por ali e nem na casa de sua mãe, já que seus
pais estavam a anos separados.

12
Férias sempre foram uma viagem a praia, fa-
rofeiros como sua mãe falava.
Ir para a casa da mãe era quase uma constan-
te nas férias, mas litoral, sem dinheiro, sem boas
recordações, fazia o menino sempre ficar tenso
quando tinha de ir para a Praia de Leste, casa de sua
mãe genética, ele fora criada por Paula, a mulher
que a anos vivia com o pai, mas toda vez que tinha
uma chance seu pai, mandava para a casa da mãe, e
tinha de encarar que não nascera sozinho, que tinha
uma irmã mais alta, mais inteligente, mas que nas-
cera no mesmo dia que ele.
Renata, a irmã, assim como ele tinha 13 anos,
mas ela se envolvera com gente bem barra pesada, e isto parecia afas-
tar Pedro, sua mãe até tentava demonstrar carinho, mas sentia-se um
invasor naquela casa.
Ela trabalhava em um Hotel beira mar, então raramente durante
o dia, via sua mãe, sabia que férias sempre eram agitadas, mesmo as
de Junho, mas ainda preferia as de Junho do que as do fim do ano,
quando nem via sua mãe retornar.
Ele sai para caminhar, ele senta-se a areia, faz um buraco e pega
a areia úmida, e começa a fazer um castelo, com suas torres, ele estava
a pensar, não teria como o professor provar que era uma cola, mas ele
sentia que colara, de algo que não entendia, ele sentia a informação
dentro dele, as vezes uma voz, as vezes conseguia fechar os olhos e se
ver em outro lugar, mas não era a mesma cidade que ele vivia, era um
mundo diferente.
Estava distraído quando um menino bem maior chutou seu cas-
telo e olhou para ele e falou.
— O intruso voltou, não cansa de perturbar nanico.
Pedro olha para o rapaz, um dos rapazes que já namorara sua
irmã, gente sempre barra pesada, ele não falava muito, nunca se mete-
ra com eles, já apanhara muitas vezes.
— Não vai responder.
— Queria não estar aqui Plinio, mas meu pai sempre me manda
para cá, nem minha mãe ali e nem meu pai me quer por perto, sabe
disto mais que muitos, que grande novidade.

13
— Poderia sumir de vez.
Pedro lembra do que vira quando fechou os olhos, outro dia, e
toca o peito, sente a luz passar por todos, olha em volta, todos parados
estáticos, olha assustado, e ao mesmo tempo encantado, e sai a andar
pela praia, parou bem longe e tocou o peito, sentindo o cheiro e baru-
lho do mar voltar.
“O que está acontecendo, isto não é apenas um sonho, como
posso saber matemática, português, historia, geografia, programação,
se nunca nem estudei isto direito?”
Ele fica a olhar seus pensamentos, de cada vivencia vinha uma
experiência, ele olhava para o mar, começa a fazer um novo castelo,
estava distraído quando sente alguém chutar seu castelo de novo, e
cair, olha desajeitado, trazido a realidade, e olha aqueles olhos verdes.
— Desculpa, não vi seu castelo. – A menina.
Outra mais jovem olha para Pedro e fala.
— Não liga para minha irmã, desajeitada sempre.
Pedro olha as duas, não sabia o que falar e as vê se afastar e
pensa para si.
“Nem conseguiu falar nada, sempre a mesma timidez”
“O nome dela é Carla, a irmã Cristiane” – Ouve em sua mente
Pedro que parece se perder e perguntar.
“Quem é você?”
“Um Netser, como você, dizem que somos todos o mesmo ser,
vejo que andou reparando em algo, pois consegue parar o tempo, mas
aquelas meninas, estudam em um colégio particular no centro de Curi-
tiba, pelo menos na minha cidade, na sua não sei.”
“Vou ficar maluco, isto sim.”
“Vamos, mas seu tempo é diferente do meu, eu só conheci mi-
nha irmã este ano, vejo que não se dá com ela, Maria Cecilia está bem
gasta pelo tempo, vidas muito diferentes.”
“Ela ainda fala que seria melhor meu pai não a ter tirado de An-
gola, nunca entendi isto.”
“Não posso ajudar nesta parte, cada vertente se desenvolve di-
ferente. Na minha realidade ela é uma eximia atiradora.”
“Ela diz que se afastou das armas, que isto é passado.”
“Na minha realidade ela me ensinou a atirar, bem diferente.”
“Ela diz que meu pai atirava melhor, mas que se afastou do
exercito, meu avô parece me odiar.”

14
“Pelo menos o conhece, a minha versão de avô paterno já ten-
tou me matar algumas vezes.”
“Vivemos mundos totalmente diferentes, mas porque estamos
conectados, isto parece irreal.”
“Aos poucos vai descobrir o que sei, não se assuste se alguém
vier a surgir na sua vida, de uma hora para outra.”
“Surgir?”
“Tem de começar a praticar o inglês Pedro!”
“Como se faz para saber tudo isto?”
“Segundo o que entendi, tudo que eu aprendi, você tem como
usar, assim como tudo que você viveu, posso usar, todos os caminhos
se cruzam, todas as 70 existências que vivemos, mas alguns ainda não
entendem que poucos seres, conseguem sentir as demais existências.”
“E como adquirimos isto?”
“Eu passei perto da morte 3 vezes, para adquirir isto, mas foi na
ultima, quando por algo que nem fiz, e que todos fomos julgados, sen-
tados naquele caminho, todos nós juntos, cada um num ponto, que
conseguimos sentir os demais.”
“Que caminho é aquele, quem era aquele ser negro?”
“Aquele é o caminho do trono de Deus, um caminho que se ca-
minhar para a luz, dizem não ter saída, aquele ser, Tsaphkiel, o príncipe
dos Tronos, ele que nos apresentará as novas, que teremos de passar a
frente.”
Pedro olha para a praia, seus pensamentos foram a seus dias, 15
dias sem muito a fazer, que teria de observar muito, talvez isto fosse
parte do seu caminho.
Olha para o lado e aquela menina ainda estava ali, a lhe olhar,
estranhou e perguntou.
— Precisa de algo?
— Parece longe, não ficou chateado pelo castelo?
— Não, eles não duram mesmo, são sonhos que se vão a cada
maré – olha a menina e estica a mão sem jeito – desculpa a falta de
educação, Pedro.
Ela sorriu e falou:
— Carla!
Os pensamentos de Pedro quase que o fizeram perguntar como
poderia o ser acertar algo assim, mas parecia que nomes acertava-se,
mas outras coisas não.

15
— De férias?
— Sim. – O sim foi de desgosto.
— Não gosta de praia?
— Acho que se estivesse de férias, e pudesse passear, conhecer
lugares, mas minha mãe sai para trabalhar cedo, venho a praia e voltou
perto da hora que ela está voltando, então é apenas ficar observando
as coisas, um dia legal, dois, começa a ficar chato, 15 dias, parece que
vira uma eternidade.
Ela sorriu e falou.
— Montamos um castelo juntos.
Pedro sorri, encrenca na certa, mas viu a pequena menina che-
gar e começaram a fazer o castelo maior, estava fazendo o mesmo
quando Plinio chega chutando tudo e olha para Pedro.
— Não disse para sumir pirralho.
Pedro ajuda a pequena a se levantar, caiu com o susto e fala
olhando para Plinio.
— Desculpa menina, não queria os por em problemas.
Plinio viu que não eram conhecidos, viu os pais virem e olharem
o rapaz serio e falar.
— Por que destruiu o castelo das meninas rapaz?
Plinio não olha Pedro e sai dali, mas Pedro já esperava as conse-
quências disto.
O senhor olha Pedro e ele pede desculpas e começa a se afastar,
caminhar para longe, ele não sabia onde estava mais quando parou,
toma agua em uma torneira de banho, e senta-se a praia, ele fecha os
olhos e ouve na sua mente.
“Não sei como lhe ajudar pequeno Pedro”
“Você vive um mundo de sonho”
“Eu construí meu mundo, mas sei que meu pai me apoiava, e
minha mãe tinha uma formação maior, mas tinha problemas com a
justiça, então tem apenas de manter a calma”.
“Não entendi quando o tempo parou?”
“Isto é algo que está dentro de você, é uma quebra temporal,
não sei como você adquiriu isto, mas varias coisas não entendo, e não
tenho como fazer todos os caminhos, o meu já é complicado.”
Pedro olha para uma menina a praia perdida, chega ao lado dela
e ela fala em castelhano.
— Viu minha mãe?

16
Pedro estranha entender e responde e os dois caminham até o
bombeiro e o rapaz passa um radio que tinham uma argentina, 10 anos
perdida ali, e o guarda vida olha para Pedro e pergunta.
— E sua mãe.
— Já vem me pegar, não se preocupe, apenas me preocupei com
a menina.
Pedro conversa com a menina, fala que os pais já estavam vindo
e volta a praia, o Salva-Vidas fica olhando ele, mas quando começa a
ficar tarde, Pedro começa voltar.
Ele chega em casa e a irmã lhe olha.
— Pelo jeito resolveu entender que seu lugar não é aqui pirra-
lho, não precisa fazer de conta que gosta de mim.
Pedro sorri, entra e pega um caderno que levara para as férias e
anota algumas coisas, em Castelhano e começa a estranhar, ele faz
uma pequena poesia, e sorri de suas ideias bobas, mas foi ao banho,
rápido, pois sabia o custo da luz e da agua, estava com fome mas não
reclamaria.
Ele olha o caderno, estranho sentir aquilo e desenha um prato,
arroz, feijão, macarrão e um copo de suco, ele pensa estar ficando
maluco, mas coloca a mão no caderno e sente o prato, ele puxa para
ele, estava quieto no quarto, sua irmã fazia barulho do lado de fora,
com umas meninas de sua idade, ele sabia ter a mesma idade, mas
sempre fora bem menor que a irmã.
Come, toma o suco e deita a cama, fica a olhar para o prato, ele
coloca de novo no caderno e olha em volta, ele tentava entender o que
estava acontecendo.
Lhe veio a ideia de fazer uma pilha de dinheiro, ele chega a pe-
gar ele no caderno, mas ele coloca lá o maço novamente e fica pensan-
do que não era certo.
Pedro ouve quando sua mãe chegou, não foi a importunar, mas
ela depois de um tempo chega ao quarto e pergunta se ele estava com
fome, ele diz que fez um lanche, mas a acompanhava.
Maria Cecilia sorri, e olha para o filho e pergunta.
— Desenhando bem.
— Ainda apenas rascunhos, mas com foi o dia Maria? – Pedro
não conseguia a chamar de mãe, nem a Paula, então era um relacio-
namento estranho, e ela fala.
— Bem, mas vamos comer algo.

17
Alguém bate palmas e Pedro olha a mãe sair pela porta, pensa
que viria alguma vizinha, sempre elas apareciam nesta hora, sempre
ouvia a mãe dizer, que pobre divide o pouco que tem, sempre, pois
nunca se sabe quando será o próximo a precisar.
Ele foi a cozinha, viu a bagunça que sua irmã tinha deixado e
começa a arrumar, estava arrumando quando ouviu a mãe falar.
— Filho, este senhor quer lhe agradecer.
Pedro vira eles de longe, nem ficou para o “obrigado”, mesmo
que fosse em castelhano.
— Boa noite menino, viemos agradecer ter indicado a nossa filha
para os Guarda Vidas. – Falou o senhor em castelhano.
— Fiz apenas o que parecia o certo senhor. – Em português, Pe-
dro pensou em responder em castelhano, mas não o fez.
— Obrigado, queria deixar uma ajuda, já que vejo que és bem
pobre.
Pedro olha a mãe, estava a fim de recusar e o senhor fala.
— Vou deixar com sua mãe, e não pense em recusar, é uma aju-
da pelo pouco que fez, mas não sabia o quanto estávamos assustados.
Pedro olha o senhor passar algumas notas, Dólar, não sabia
quanto valia, mas viu o sorriso da mãe, e o senhor assim como entrou
saiu.
Pedro voltou a limpar a louça, e ouviu sua mãe falar.
— Pelo jeito meu filho está crescendo, pois já ajuda os outros.
Pedro a olha e fala.
— Fiz apenas o que os adultos em volta deveriam ter feito, mas
não sou bom em ouvir agradecimentos mãe, por coisas que eu gostaria
que fosse o normal.
Pedro olha que ela guardou o dinheiro e vez uma comida sim-
ples, mas ela sempre temperava bem, lembra que não gostava de co-
mer arroz até comer o arroz de sua mãe.
Renata apareceu quando a comida já estava a mesa, Pedro antes
de comer, lavou as mãos e sentou-se a mesa.
Renata olha ele e fala.
— Este meu irmão é muito marica mãe.
Pedro não respondeu, mas olha a irmã e fala.
— E que problema tem em ser educado irmã?
— Falam que você não gosta de meninas por ai.

18
— Vai ver que é porque aquele Plinio, toda vez que estou con-
versando com alguém, chuta areia em mim e em quem estiver ao lado,
a menina hoje quase comeu areia. – Pedro a encarando.
Renata olha para ele e fala.
— Fica invadindo a área dele, quer oque?
— Praia não tem dono mana, sabe disto!
— Ele estava lhe procurando no fim do dia, não sei o que ele
queria.
— Me acertar o olho, o que mais.
— Ele não é tão ruim. – Maria Cecilia.
Pedro olha a mãe e fala.
— Nem quero conhecer os ruins então.
Renata olha Pedro e fala.
— Ele lhe culpa por termos acabado.
— Transferiu para mim a culpa por acaso? – Pedro encarando a
irmã, pois ele nunca tivera problemas antes dela acabar com o rapaz,
mas parecia que ele queria lhe acertar agora.
— Ele não entenderia a verdade, fazer o que.
Pedro olha para a comida, termina, lava seu prato, pega um co-
po de agua no filtro, toma e volta ao quarto.

19
Pedro acorda depois da mãe ter saído, algo
referente a coisas que um dos seres a sua cabeça
falava, que seus pais toparam mudar para Santa
Catarina, e não via a hora de verificar se a ideia era
boa ou não.
Ele levanta-se e pensa que aquele caminho
não era dele, era do outro ser, não o dele, parecia
querer seguir seu caminho, mas qual, ele não sabia,
tomou um café, e saiu a praia, sabia que pela manha
era calmo, porque não sabia, mas sua irmã sairia da
cama próximo do meio dia, então antes as amigas
dela e os namorados não estariam por perto.
Estava a praia, olha aqueles seres translúci-
dos a todo lado, estranha, ele fecha os olhos e viu que ele via coisas
estranhas, e não sabia como administrar aquilo, as vezes ele pensava
que enlouqueceria, não bastava ouvir muitos a sua mente, agora veria
fantasmas, que observando os demais, eram vistos apenas por ele.
Ele sente o mundo que uma das voz vinha e olha para a praia, a
mesma, mas as casas eram diferente, poucas pessoas a rua, ele foi
sentindo os mundos, olhando eles, mas estava ali, parado em uma
existência olhando as demais, olha para aquela menina vindo pela praia
em uma das existências e lhe olhar.
— Por aqui Pedro?
— Lhe conheço? – Ela tinha lindos olhos verdes, ela falou em in-
glês, e Pedro estranhou entender e responder em inglês.
— Pelo jeito você ainda não.
— Não entendi. – Pedro.
— Meu nome é Pietra, moro nos Estados Unidos da América, e
tento ajudar alguns enquanto eles me ajudam.
— E passeia em uma praia no Brasil sozinha?
— As vezes queria saber o que o Pedro desta existência fez, pois
ele disse que deixou um segredo nestas praias, nas não vejo nada por
aqui.
— Ele disse onde deixou este segredo?
— Superagui, se não me engano.

20
— Na minha, não sei nesta, é uma reserva ecológica, para além
daquela ilha que olha mais a frente. – Pedro apontando a ilha do Mel
mais ao norte de onde estavam.
— E o que faz aqui então?
— Tentando entender se estou maluco, ter 69 pessoas falando
em sua mente, é complicado.
— Tem de aprender a separar isto.
— Mas quem me ensinaria?
Pedro olha a menina lhe olhar e surgir em sua existência ao seu
lado, e fala.
— Lhe ensino.
Pedro olha ao longe Plinio e fala.
— Melhor em outro lugar.
— Quem é o brutamonte ao longe?
— Antigo namorado de minha irmã, ele não gosta de mim, e não
sei o que ela falou, pois ele parece me culpar pelo fim do relaciona-
mento.
A menina olha para Pedro, dois anos mais nova que ele, olha pa-
ra o rapaz e fala.
— O que consegue ver a volta.
— Os anjos negros, os espíritos, os anjos brancos, as realidades
paralelas, os espectros de luz e sei lá, aquela coisa a volta de todos.
— O que vê entorno das pessoas é a aura delas.
— Espíritos tem aura? – Pedro a olhando.
— Sim, assim como se olhar as auras dos anjos, verá que somen-
te os verdadeiros anjos não tem aura.
Pedro olha em volta e fala.
— Mas todos tem aura.
— Então nenhum deles é um anjo de verdade.
— Mas vamos andar.
— Espera um pouco, vê a aura do rapaz?
— Sim.
— Aquelas pontas, são raiva, mas o rapaz parece meio desloca-
do, como se tivesse perdido algo.
— Como sabe?
— A cor dos humanos, é verde, quando amarela, Fanes, mas
quando estão tendendo ao azul, é porque estão tentando se encontrar,
ou encontrar algo.

21
— Sua aura não é verde.
— Não sou humana.
— Mas parece.
Pietra sorriu e falou.
— As vezes é difícil ver as coisas assim, mas sua aura deveria ser
verde, ou entre o branco e o laranja, podendo ser amarela, como a
minha, mas é azul, o que é você?
— Alguém que perdeu tudo? – Pergunta Pedro.
— Não tem pai?
— Ele me quer longe.
— Mãe?
— Ela trabalha, tenta parecer minha mãe, mas acho que os dois
ainda estão tentando entender isto.
— A Renata?
— Conhece minha irmã?
— Uma versão dela, mas e sua irmã?
— Ela diz para que suma toda manha, ela prefere minha mãe
apenas para ela, mas como não vejo Maria como minha mãe, ela está
disputando algo que não está em disputa.
—Tem namorada?
— Não, para namorar teria de ter tempo, dinheiro, coragem.
— Pelo jeito você é uma versão bem diferente do Pedro Rosa
que conheci.
Pedro estranha a comparação e pergunta.
— Não entendi.
— Pedro, o ser que conheci, tinha duas namoradas, ele dizia que
amava 4 pessoas, ele induzia sua mãe e seu pai a caminhar, ele se im-
punha, mas a aura dele sempre foi verde, bem verde.
Plinio chega empurrando e Pedro ouve.
— Já falei que tem de sumir pirralho. E sem truques como on-
tem.
Pietra olha o rapaz e fala.
— Prazer, Pietra. – Em um português estranho, eles estavam
conversando em inglês antes.
— Estrangeira?
— Norte Americana, estranhando ainda os costumes locais.
Pedro olha para o rapaz medir a menina e falar.
— Muito nova para estar andando sozinha.

22
— Sim, tentando conversar, mas meu português é ruim.
— E resolveu conversar com este pirralho?
— O que significa “Pirralho”? – Pietra olhando para o rapaz, em-
bora Pedro estranhava, pois a aura do rapaz olhando para ela, parecia
agressivo, mas quando o empurrou, ficou bem lisa, não entendeu, ele
não estava bravo com ele, Pedro pensou “Credo”.
Pietra olha para Pedro e fala.
— E o que significa “Credo”?
— Deixa meus pensamentos fora disto! – Pedro em inglês, o que
fez Plinio olhar para ele, mas viu que ele embora fizesse que iria o em-
purrar, tinha sua aura bem mais suave.
Pedro olha Plinio e fala.
— Plinio, ela estava perguntando como os pais dela chegam a
Superagui, saberia como? – Pedro olhando para ele, colocando ela
como perguntando algo que ele sabia, e ouve.
— No porto de barcos que levam a Ilha do Mel, tem alguns que
fazem o trajeto até Superagui, mas o que ela quer lá?
— Procurando um outro Pedro, não entendi direito.
— Não esqueci que você me fez passar o carão ontem.
— Quem passou o carão foi você, não fiz nada, você o fez por si
Plinio, não inverte.
— Quer me desafiar.
Pedro olha para Pietra e fala.
— Vamos dar uma volta. – Em inglês, ele toca o peito, Pietra
olha tudo parado e começam a andar no sentido norte da ilha e quan-
do bem longe, com tantas pessoas na praia não tinha mais como os ver,
Pedro toca no peito e tudo volta a se mexer a volta.
— Já me impressionando?
— O que procura na ilha?
— Não seria na sua realidade, nesta, a minha, que é a sua, pare-
ce que meu pai foi preso em pedra, a mais de 12 anos.
— E quer ajudar ele em outra realidade? Não sei por que me pa-
rece o lugar errado de ajudar.
— E saberia como tirar alguém da pedra em inexistência.
— Não, pois não sei ainda o que é inexistência, mas para mim
existências são curvas, então inexistência seria uma reta, muito curta
entre dois pontos, como se prende alguém em uma reta, se uma reta é
o atalho entre dois pontos? – Pedro as vezes ouvia suas ideias e se

23
assustava, pois ele começava a falar de mais, e não entendia de onde
vinha estas certezas.
Pietra sorriu e falou.
— Pior que pela primeira vez vi uma definição que se encaixa
com como eu vejo a inexistência Pedro, não sei quanto tempo está
nisto?
— Há uns dias, um anjo me tocou, cai no chão e comecei a ouvir
maluquices, as vezes tenho de cuidar para não achar que alguém está
falando comigo nesta realidade e responder.
Pietra passou o braço no de Pedro e falou.
— Entendeu o problema ali atrás?
— Espero não ter entendido, pois não vai rolar.
Pietra sorriu, os dois sentam-se mais a frente e ela explica para
ele algumas coisas, ele quando retorna, olha para Plinio ao portão lhe
esperando.
— Como faz isto?
— Temos de conversar, mas você não conversa, apenas chuta
Plinio.
— Não quero nada com você pirralho, nem adianta me olhar,
que não vai rolar, bem que tua irmã me avisou que você era afemina-
do.
Pedro olha para Plinio e fala serio.
— Eu sou uma criança Plinio, não sou afeminado, quando cres-
cer eu escolho o que serei, mas ainda sou como falou, um pirralho, e
nada do que você ou a mana falar muda um fato, ela não sabe o que
sente, você não sabe o que sente, e eu muito menos, então ficar me
chutando por ai, não muda o fato, que como disse, não vai rolar.
Pedro abre o portão e entra e a irmã olha para ele entrando na
sala e fala.
— Namorando?
— Não, seu namorado não é meu tipo.
Renata olha assustada e fala.
— Ele ficava de olho em você e eu não sou de segurar vela de
dois pirralhos. – Renata.
Pedro a olha, sorri e fala.
— Para segurar vela, teria de ter levado uma vela, você não a le-
vou para a segurar mana, então para de encenação, você não gosta de

24
mim, eu não tenho nada contra você, mas hoje foi um dia legal, e isto
que interessa.
— Não entendi sua calma, eu não fiz comida e você nem recla-
mou para a mãe.
— Eu comi bem de manha, como no fim do dia, qual o proble-
ma?
— Vai sumir assim.
— Pode ser, se ventar, vou mais longe que aquele padre maluco
de Matinhos.
— Não brinca, ele morreu, isto é mórbido.
— Mórbido? – Pedro pensou em falar algo, mas sorriu, não iria
passar por maluco, apenas sorriu e entrou, fechou a porta do quarto e
pegou o caderno, desenhou um lanche, tirou ele do caderno e comeu,
ele foi escovar o dente e saiu ao portão e olhou para Plinio.
— Vou invadir sua praia, senhor Plinio.
Pedro sai e sobre o olhar da irmã, Plinio a olha a porta e olha ele
ir para o calçadão central, ele queria algo, e não entendia ainda o que,
mas ainda faltava pelo menos duas horas para a mãe dela chegar, e
pensou que ele iria disfarçar a fome no calçadão.
Pedro chega a calçada que beirava a praia e senta-se na mureta,
ele olha para a praia, um breu total de lua nova, mas estranhava a cada
momento ver mais, ele ainda tentava entender o que estava aconte-
cendo, vê o movimento surgir aos seus olhos, olha aqueles seres estra-
nhos a praia, ele olhava aquelas moças saindo da praia e sente alguém
sentar ao lado, não olhou e ouviu.
— O que olha? – Plinio.
— Teria de acreditar para ver Plinio, existem coisas que existem,
mas somente quando se tem ciência delas elas nos surgem aos olhos.
— E o que teria de novidade nesta praia?
— Yaras, Otatos, Sereias, mas tem de entender, eu sei sonhar
acordado, muitos nunca os verão pois não sabem viver um mundo
encantado, vivem apenas a violência.
— E o que seriam estes Ota... não sei oque?
— Otatos, seres imensos, na forma de siris, que tem mais de 3
metros de altura.
— Certo, monstros do mar.
Pedro olhava eles a praia, uma Yara discutia com um Otato, e
via-se que os dois não ligavam para eles ali, era como se estivessem em

25
um mundo paralelo, mas Pedro não entendia, sentia eles em seu mun-
do, mas como se os demais não os vissem.
— Os monstros neste planeta são os humanos Plinio, matamos
tudo, e nos achamos os racionais.
— O planeta é nosso, o que eles querem, que os respeitemos?
— Eles quem?
— Os animais, eu não acredito em seres estranhos.
Pedro olha Plinio e põem a mão sobre a dele e fala.
— Apenas não fixa os olhos nos deles, pois eles não podem sa-
ber que os vemos.
Plinio olha para a mão de Pedro segurando a sua, pensou em
puxar ela, mas olha para a praia e olha aqueles seres imensos, brigando
com uma moça e recua a cabeça, puxa a mão para sair e tudo some.
Pedro sorriu e apenas fica a olhar para os seres, estava tentando
entender o que eles eram.
Plinio olha para Pedro de longe e fala.
— Como fez isto?
— Como disse, tem de acreditar para ver, podemos induzir o que
estamos vendo, mas e apenas para quem acredita.
Ele olha a praia e para Pedro, ele não estava vendo nada e senta-
se ao lado e fala.
— Isto que faz olhando sempre para o mar?
— Eles não aparecem de dia, eles não gostam da nossa presen-
ça, eles nos veem, mas tentam nos ignorar, pois como disse, os mons-
tros somos nós.
Pedro se levanta, e começa a voltar, olha para Plinio ir até a bei-
ra do mar, sorri, ele não via, ele atravessava os seres, mas não os via.
Pedro estava caminhando no calçadão e uma menina parou a
sua frene e falou.
— Não sei seu nome.
Pedro que olhava o chão se assusta e tenta achar a menina na
sua memoria, a menina que estava com a outra menina, a menor, e fala
para provocar.
— Mas eu sei o seu.
— E como saberia?
— Cristiane, sei apenas por saber, mas onde está sua irmã, sua
família, é tarde.
— Eles estão na loja comprando algo para comer.

26
— E fica olhando os estranhos a rua? – Pedro sorrindo.
— Não vai falar seu nome.
— Pedro, porque não perguntou para sua irmã.
— Ela não falou, não entendi.
— Deixa eu caminhar até em casa, tá ficando tarde.
Cristiane olha Pedro e fala.
— Sempre sozinho?
— Ainda sozinho, dizem por ai que só atraio confusão.
Ela sorriu e enquanto Pedro já se afastava fala.
— Tem de me ensinar a fazer castelos bonitos.
— Os melhores castelos, são as lembranças boas, os piores, dei-
xamos o mar lavar todo dia, antes de seu fim.
— Um poeta. – Fala ela sorrindo.
Pedro sorriu, ele parecia estar gostando das primeiras férias de
sua vida, mas lembra que Maria, sua mãe, sempre falava, que sorrisos
de mais, atraem desgraças.
Se conteve e se afastou, chega em casa e olha para a mãe che-
gando, ao lado dela um senhor, não sabia quem era, mas as duas pes-
soas vinham com suas auras escurecidas, tensas, algo ruim havia acon-
tecido.
Pedro entra e pega a mochila, Renata olha pela porta e fala.
— O que está acontecendo?
— Já saberemos.
Pedro termina de guardas suas coisas e vai a sala e ouve.
— Tenho uma noticia ruim para os dois.
— O que aconteceu com o pai? – Pedro.
Maria Cecilia olha o filho, ela achava que ele era muito mais
apegado ao pai que a filha, e fala.
— Não entendi, foi preso ontem.
Pedro olha o rapaz e pergunta.
— O que ele tentou que não deu certo?
— Ele tinha uma aposta alta em um deputado, que queria um
serviço, não entendi o serviço, mas algo não deu certo.
— O que ele fez? – Pedro enfático.
— Ele atirou em um senhor, ele está a beira da morte, se ele
morrer, é homicídio, em flagrante, ele pega uns 20 anos de cadeia me-
nino.
Pedro vai ao quarto e pega a mochila e olha para a mãe.

27
— Quando chegar em Curitiba lhe ligo.
— Não tem o que fazer lá filho.
— Mãe, pode não entender, mas tenho de ir.
Renata não entendia, mas Pedro chega a rodoviária, não tinha
passagem, ele vai a estrada, um posto de gasolina, viu um motorista de
caminhão, explica para ele o problema e o senhor deu uma carona para
ele, se via que o menino estava encrencado.
Pedro entra em casa, e olha para a casa revirada, mas olha que o
computador estava sobre a mesa, a TV ainda a parede, o celular de seu
pai a mesa, alguém foi lá, parece não ter achado o que queria, pois não
tinha jeito de roubo, organiza, toma um banho e tenta dormir.
Estranhou Paula não estar ali, mas não teria como perguntar a
ninguém, então muita coisa estava fora do lugar.
Ele queria ajudar, mas não sabia como.

28
Amanhece e Pedro liga para a mãe, dizendo
que chegou bem, pega o trocado e foi a banca e
pega o jornal, ele olha para a noticia, estranha e
ouve em sua mente.
“Ele tentou matar quem?”
“Paulo Oliveira”
Pedro olha para o jornal e começa a caminhar
no sentido do hospital da Cruz Vermelha, ele nunca
entrara naquele lugar, ele toca o peito na recepção,
quando a moça olha para ele de novo, não estava
mais lá, ele sobre e olha a ficha na parede e chega a
um quarto e olha para o rapaz e pensa.
“Como vou saber se é ele?”
“Pode ter certeza, é Fabrícia!” – Um voz em sua mente.
“Fabrícia?”
“Paulo Oliveira, é um transformista!”
“Como sabe?”
“Na minha realidade, meu pai casou com uma prima dele!”
Pedro toca o peito e o rapaz o vê surgir a beira da cama, ele toca
o senhor que sente as dores sumirem, olha para a ferida da queda fe-
char, sente o corpo como se estivesse bem e ouve.
— Você é um anjo?
— Não, desculpa se meu pai fez isto, ele não sabe o que faz.
— Seu pais?
Pedro ouve algo na sua mente e fala.
— Fala para suas primas, irmãs, que ele foi contratado por um
deputado de Minas, vim apenas ajudar, mas sei que muitos não vão
entender senhor.
Pedro toca o peito e sai, o senhor viu ele sumir e olha em volta,
pega o celular e liga para a prima e fala que foi um crime encomenda-
do.
Pedro sai dali e foi para casa, ele tinha de pensar, sem o seu pai,
não teria como por comida a mesa, não teria como se manter estudan-
do, sabia que tinha de fazer algo.
Ele olha o jornal e olha para os anúncios, olha para o endereço
do Jornal, olha o computador do pai, velho, mas que dava para fazer os
trabalhos, não era luxo, era útil, ele escreve um texto, uma crônico

29
sobre o fim do sonho, quando se vive para o trabalho, não se vive os
sonhos, e temos de adquirir sonhos que não são nossos. Ele manda
uma carta pedindo um espaço como cronista, ele mesmo achava uma
ideia boba, mas assinou como sendo seu pai, e começa a olhar em vol-
ta, deu o endereço, e não sabia se teria retorno, mas era uma tentati-
va, o titulo era, “Quando o sonho acaba, fazemos M...”.
Ele olha o endereço que o deputado passou para seu pai, sabia
que teria problemas, mas não sabia ainda se poderia interferir mais.
Pedro desce e olha para um rapaz a rua, não, ele não sabia en-
graxar sapatos.
Ele senta-se a praça, sente aquela menina passar ao seu lado, es-
tranha, eles pareciam caminhar e ninguém os via, ele a olha e fala.
— Esta cidade tem gente estranha.
A menina olha para ele e sorri.
A senhora que estava junto olha para Pedro que a olha e fala.
— Desculpa, não deveria estar olhando. – Pedro vira-se para o
outro lado e olha para o endereço do Deputado, e novamente caminha,
a cidade ele conhecia, mas perder uma hora andando de um ponto ao
outro, fez ele chegar ao endereço, ele toca o peito e vai entrando, um
apartamento de luxo no Centro Cívico, um bairro de Curitiba, ele olha
os rapazes estáticos, olha para os nomes em uma lista a mesa, e o di-
nheiro solto, ele estava pagando mortes, ele pega a lista, os endereços,
o dinheiro, as carteiras, os celulares, e foi colocando em uma sacola
plástica, carteiras, ele sai pela porta, e caminha mais de 5 quadras an-
tes de tocar o peito e o tempo voltar a andar.
Não sabia qual seria a reação das pessoas do prédio, mas não
poderia deixar isto em casa, dobra a lista de nomes, põem no bolso,
pega apenas o valor de duas passagens de ônibus, tira as baterias dos
celulares, chega a escola, em férias e pede para pegar um material que
ele deixara na sua porta, o segurança estranha, mas como era uma
criança, e teria de ter a chave do armário para abrir, ele não falou nada,
ainda mais quando o menino apenas colocou sua mochila dentro do
armário e agradeceu, fechando o armário e saindo.
Ele passa no mural, pensava em ter de se esforçar mais no se-
gundo semestre para não ter de fazer a sétima serie de novo, mas olha
as 4 finais, quatro 10, ele sorri e sai, caminha no sentido do hospital de
novo.

30
Ele toca o peito antes da portaria, e começa a entrar, ele chega
ao quarto e uma moça estava ao quarto, ele não tinha como recuar,
toca no peito, e ouve.
— Voltou?
A moça se assusta.
— Estava falando a verdade? – Ela olhando o rapaz a cama.
Pedro olha Paulo e fala.
— Esta lista que estava com o Deputado.
Pedro alcança a lista e toca o peito, olha o senhor ainda olhando
o papel, tudo parado e começa a sair, sem um único obrigado, ele ape-
nas queria fazer o certo.
Vai a rodoviária e pega um ônibus para o litoral de novo.
Era 8 da noite quando ele bate a porta de Maria que o abraça e
pergunta.
— Pensei que ficaria por lá?
— Mãe, sei que não apoio quando meu pai comete crimes, mas
eu queria ajudar, mas não tenho como ajudar antes dele sair.
— Acha que ele sai quando?
— Deve aguardar em liberdade o caso, se manter a boca fecha-
da, pode ser que o apoie, mas ele tem de entender, que virar um assas-
sino de aluguel não é o caminho.
— Ele não faria isto.
— Ele fez mãe, mas levou sorte, o tiro passou direto e o rapaz
saiu da UTI para um quarto ontem, mas ainda não sei como será o res-
to do ano.
— Nem falou como se saiu nas provas?
— Melhor que esperava.
— Dizem que você não gosta de estudar.
— Maria, as vezes é difícil manter a concentração, consegui es-
tudar para as finais, mas não sei ainda me portar naquele colégio, pro-
fessores que parecem querer se mostrar grande coisa sobre gente co-
mo eu.
— Acha que o rapaz não morrendo as coisas se resolvem?
— Acho que ir e voltar me deixou cansado, mas terrei de achar
algo para fazer mãe, para ajudar em casa.
— Pelo jeito nem tiro ele acerta mais.
Pedro não gostou da afirmação, mas sabia que seu pai aprende-
ra a atirar com sua mãe, e fala.

31
— Acho que nada se resolve a tiros mãe.
Pedro foi ao quarto e começa a rabiscar e viu sua irmã chegar a
porta.
— Acha que nosso pai sai?
— Ele fez merda, mas o rapaz não vai morrer, então já é um co-
meço.
Pedro se estica na cama, o caderno a frente do corpo, no traves-
seiro e fica a olhar o lápis, sua irmã estava ali ainda.
— E porque foi lá?
— Estou confuso, mas quando o pai sair volto para Curitiba.
— Acha que ele sai?
— Porte ilegal de arma e tentativa de assassinato, não é assassi-
nato premeditado mana.
— E como está a madrasta?
— Não entendi, ela não estava em casa, cheguei, verifiquei o que
precisava e voltei, mas o apartamento estava todo revirado, então
pode ser que ela se assustou e foi a casa de um parente.
— E pelo jeito não gosta do que o pai faz?
— Alguém com capacidade de ser algo grande, que fica em bicos
e trapaças para viver, é difícil mana, as vezes ele fica lá fazendo barulho
e bagunça até umas 4 da manha, estes dias tive prova depois de uma
destas festas, acho que errei até meu nome na prova.
Renata sorri.
— O que fez, Plinio estava perguntando se você voltava.
— Nada, apenas curtindo minhas férias, enquanto meu pai se
mete em encrenca.
Pedro vai a sala e olha para Maria, a mãe e fala.
— Vou dar uma volta rápida, mas volto rápido.
— Não faz besteira filho.
— Eu não vou fazer besteira mãe.
Ela olha o filho sair, Renata olha para ela e pergunta.
— Quer que siga?
— Não entendi o que ele queria em Curitiba, pois parece que ele
não fez nada.
Pietro era o amigo que informou Maria da prisão de Gerson, ele
chega a porta e fala.
— Boas noticias Maria.
— O que aconteceu?

32
— Não sei, mas ele deve ser solto amanha cedo, disse que se
acontecesse, iria passar por aqui.
— Fugindo de algo?
— Não entendi, mas o rapaz tirou a queixa, melhorou e tirou a
queixa, Paula, a nova esposa saiu de casa dizendo que não volta, pois
uns homens a ameaçaram a ficar quieta e reviraram tudo na casa.
Renata sai pela porta, enquanto Pedro já chegava a beira da
praia, ele estava confuso, sentia as coisas a volta, ele estava querendo
entender o que ele era, pois em poucos dias, tudo mudou, e não pare-
cia certo fazer as coisas como ele estava fazendo, mas não tinha como
não o fazer, estava confuso.
Renata senta-se ao seu lado e fala.
— O que rascunha ai?
Pedro olha a irmã, eles não conversavam muito, estranhou ela
ali e falou.
— Meus segredos.
— Estamos em uma trégua, mas não exagera.
Pedro sente como se as energias começassem a mudar de senti-
do e fala.
— Nunca entendo, eu venho para a Praia, chove.
Renata olha para ele e fala.
— Mas não está chovendo.
Renata ouve o trovão ao mar, e sorri.
— Dizem que o pai vai ser solto amanha.
— Sinal que minhas férias estão acabando.
— O amigo da mãe falou que ele vem ai, não entendi.
Pedro também não tinha entendido, a praia esvaziava de seres
especiais quando começou ameaçar a chuva e fala.
— Então deixa eu dormir, vou precisar.
Ela sorri e os dois voltam para casa.
Gerson olha pra o advogado chegar e falar.
— Tem de manter a boca fechada sobre quem pagou o serviço.
— Ninguém pagou ainda, por sinal, perdi a chance de ganhar um
trocado.
— Não entendi, mas parece uma arapuca, eles tiraram a acusa-
ção, algo aconteceu, eles devem querer saber quem está pagando pelo
serviço.
— Sumo por uns dias, não se preocupe.

33
— Bom, amanha cedo sai sua soltura.
Gerson olha sem entender, mas parecia que realmente algo
acontecera, ele não fizera o serviço, mas atirou, talvez ver que era al-
guém conhecido quando atirou, conhecido da época da Aeronáutica, o
fez duvidar se valia o dinheiro, mas não entendeu o que estava aconte-
cendo ainda.

34
Pedro estava em um misto de sonho e apren-
dizado quando ouve alguém lhe chamar, abre os
olhos e olha para o pai, ele tinha a mão uma carta,
sabia que era a que deixara a mesa da casa em Curi-
tiba.
— Tem de entender filho, as coisas custam
dinheiro.
— Se vai matar alguém por dinheiro pai, es-
tabelece neste ponto que todos tem preço, para
ficar vivo, não gosto de falar disto.
Gerson olha o filho e pergunta.
— O que fez?
— Porque teria feito?
— O senhor que tinha me contratado, parece que saiu da cidade,
pagou o advogado, mas parece que os alvos que ele queria morto,
sumiram da cidade.
Pedro sorriu e falou.
— Pai, prefiro começar a trabalhar cedo, a lhe ver preso, tem de
entender, tem coisa que só gera problemas.
— Eu não atirei para matar.
— Sei disto pai, mas eles pagaram a morte, eles querem a morte,
sabe disto.
— Não recebi ainda filho.
— Então podemos tentar de novo, de outra foram pai?
— Tem um recado de um jornal local, não entendi, oferecendo
um dinheiro para escrever semanalmente algo.
— Era apenas uma tentativa pai, mas escrevi uma crônica, e co-
mo não sou de maior, coloquei seu nome como quem o fez, mas não
pensei que eles responderiam.
— Sabe se eles pagam bem?
— Provavelmente não pai, mas quem paga gente sem formação
bem neste país?
— Nem vi o que foi escrito, mas eles pediram uma conta para
deposito do dinheiro da crônica.
— Deve ser um trocado pai, mas somar trocados, sem dever na-
da a ninguém a nível de morte, acho bom.

35
— Não consegui matar o Paulo, não sabia que ele era o alvo, ele
deve estar furioso.
— O conhecia?
— Servimos juntos no exercito.
— Então quer dizer que meu pai conhece a transformista mais
famosa da cidade?
— Não entendi.
— Pai, Paulo Oliveira, é a famosa Fabrícia, das noites curitibanas.
— E quer dizer que não fez nada?
— Ninguém me viu fazendo nada pai.
— O dinheiro nos manteria mais de um ano, fiquei muito empol-
gado com a oferta, mas não consegui.
Pedro sacode negativamente a cabeça.
— Sei que não gosta disto, mas parou de criticar, tem de enten-
der, temos de sobreviver?
— Posso escrever as crônicas pai?
— Se eles pagarem nem que um pouco, já nos ajuda, não sei se
vai dar dinheiro.
Pedro olha o pai e pergunta.
— Trouxe o computador?
— Sim.
Pedro levantou e foi as coisas do pai e pegou o notebook, sabia
que pegavam o sinal de uma vizinha no fundo, que cobrava um pouco
de cada um, soube isto já a dois anos quando sua mãe mudou para
aquela casa.
Pedro acessa o e-mail dele, pois ele o fizera por seu e-mail, que
era o que os da casa usavam, ele lê a proposta, pergunta para o pai o
endereço bancário, e preenche uma ficha de trabalho autônomo para o
pai e passa em anexo, e entende que não daria uma fortuna, mas sabia
que era melhor do que pagavam para menores aprendizes, pois 3 crô-
nicas por semana, por 4 semanas semanais dava pouco, mil de duzen-
tos, mas menor aprendiz tinha de dedicar 6 horas e ganhava com des-
contos menos de 400.
— Não entendi a proposta filho?
— Eles pagam 100 reais por crônica escrita e publicada, tem es-
paço para apenas 3 por semana, parece pouco pai, mas se eu for me-
nor aprendiz, eu vou ganhar 400 e vou ter de dedicar 6 horas diárias
para uma empresa.

36
— Certo, não é muito, mas é mais do que o que pagam para me-
nores, mas porque não colocou seu nome?
— Pai, eles não levariam uma criança a serio.
Gerson sorriu e falou.
— E o que faz enquanto sua mãe trabalha?
— Eu vou a praia e pego cor por 9 horas seguidas.
Pedro passa para a redação a segunda crônica, eles tinham pu-
blicado a primeira, e agora não teria como fazer muito, mas Pedro fez
uma pesquisa sobre outros jornais, e criou o personagem, que um ser
que ele não conhecia, mas deveria ter seu rosto, em outra dimensão
paralela, soprou, Gerson Travesso, ele pega o endereço de 10 jornais, e
faz dez versões da crônica do dia anterior, e passa para outros jornais,
quem sabe alguém mais quisesse publicar.
Gerson viu que Pedro estava mais rápido no computador, e per-
gunta.
— Sei que pede sempre um para você, mas ainda não tenho co-
mo comprar filho.
— Sei disto pai, mas pensa, se eu conseguir escrever algo, que
mesmo que eles desencanem, nos gere uns meses de dinheiro, é me-
lhor do que ficar apenas dependendo de bolsa família.
— Esta se dando com sua irmã?
— Lógico que não. – Fala Pedro.
Gerson pensou que ele estava brincando, mas sabia que nem ele
conseguia ficar ali muito tempo.
Gerson foi a rua e Renata saiu com ele, os dois pareciam se dar
bem, mas Pedro fica a passar as mensagens e depois de um tempo
guarda o computador e olha para fora e viu Plinio.
— Perdido por ai Plinio?
— Ontem falaram que seu pai estava preso, pelo jeito foi fofoca,
pois ele está ai!
— Deixa eu sumir, antes que ela e você mandem eu sumir.
Pedro passa por Plinio e olha para Pietra surgir a sua frente e
obvio que Plinio ao fundo viu.
— Me ajudaria hoje Pedro?
Ela lhe estica a mão e os dois somem a rua, Plinio fica a olhar pa-
ra o lugar, não sabia o que aquele menino estava fazendo, mas o viu
sumir mais de uma vez, e isto era algo novo no pirralho, como ele fala-
va.

37
Pedro vê ela abrir uma parta ao ar, estranha pois aquilo lhe pa-
recia conhecido, e vê ela fazer sinal para passar, atravessam para longe
e olham para aquela praia deserta para todo lado e uma casa ao fundo,
estranha, pois reconheceu a menina a praia, caminha até ela e senta-se
ao lado e fala.
— Nos vendo de novo.
Ela olha para Pietra e fala.
— Vieram por onde?
— Nem entendi ainda este truque, mas foi legal. – Pedro.
Pietra sorriu e olha para os demais mundos e fala.
— Como você consegue viver em todas as vivencias, mas esco-
lher onde fica visível, você não é uma Fanes.
— Digamos que vivíamos apenas em uma, mas no começo do
ano, um menino parecido com este seu amigo, passou a minha mãe,
uma criança de colo, e esta criança, pode parecer besteira, mas em 8
meses, cresceu mais de 14 anos.
— E como está seu irmãozinho então? – Pedro.
— Ele fala coisas estranhas, mas ele nos explicou que quando
nossa realidade for atravessar por um problema com o sol, devemos
estar nesta realidade, assim não sofremos.
— Problema solar? – Pietra.
— Sim, mas menina, como pode este menino ser tão parecido
com Pedro Rosa, e não ser ele.
— O problema é que é ele, mas em uma realidade paralela.
— Pelo jeito ele não sabe quem é?
— Ele está aprendendo, mas podemos falar com seu irmão?
— O que seria você dele? – A menina.
— Ele seria meu pai. – Pietra.
— Tem de saber que ele ainda não sabe tudo, mas estranho co-
mo ele está recordando de vidas paralelas.
Dois sorrisos e viram aquele menino vindo pela praia, olhar para
eles e para a pequena menina.
— Amigos novos Patrícia?
— Pessoas que queriam lhe conhecer.
— Estranho, pois sei que cresci rápido, mas algo mudou mana, é
como se parasse de envelhecer.
— Chegou a idade que teria? – Patrícia.

38
— Não entendi, parece que estou em uma redoma de tempo, e
não tenho como sair dela antes de descobrir parte da historia.
Pedro estica a mão e fala.
— Prazer, Pedro.
— Pietra. – Olhando o pai, com a imagem que tinha dele no por-
ta retrato que sua mãe tinha dele.
Patrícia sorri e fala.
— O que reúne tantas pedras em um mesmo lugar mano.
— A menina me parece conhecida, tem um rosto que juro co-
nhecer, mas ainda não tenho certeza.
— Sou de Comptche. – Pietra.
— Como se chama sua mãe?
— Catherine.
Peter olha a menina desconfiado e pergunta.
— Mas quantos anos tem sua mãe?
— Ela está a 12 anos presa na inexistência, em uma rota de saída
somente no ano 2436, então não a verei nestas terras antes disto.
— E você não estaria lá?
— Digamos que parte de mim estava, e nem sabia, e saiu no
passado, antes de ser jogada para lá, então lá tem parte de mim, an-
dando de mãos dadas a minha mãe, ainda uma criança, e ao mesmo
tempo, eu tento achar um caminho para trilhar.
— Então você... – Peter demora para entender, ela tinha seu sor-
riso, ela tinha os olhos da mãe, parecia algo que não cabia no menino
de 14 anos, mas ele termina com um sorriso, em meio a uma lagrima –
...é minha filha?
Pietra sorri, e o abraça.
Patrícia entendeu, alguém que em outra existência foi gerada e
corria as existências, tentando entender o que poderia fazer.
Pedro olha para Pietra e fala.
— Vou deixar vocês conversarem.
Pedro pega um lápis no bolso, ele faz como Pietra o fizera, ima-
ginando-se ao fundo do mirante dos guarda vidas em Praia de Leste e
vê a porta se abrir.
Pietra olha para Peter e fala.
— Não entendi o que ele é.
— Porque seria algo importante?

39
— Ele aprendeu a 3 dias, que tinha outras existências, ele me viu
fazer a porta, e parece conseguir sentir as energias, abre uma porta
como se fosse a coisas mais natural a fazer.
Os dois se olham e Peter abraça a filha e fala.
— Bom ver que nem todos estão na inexistência.
Pedro sai do fundo do Salva Vidas e olha aquela menina na praia
com os pais, senta-se ao lado e ela lhe pergunta em castelhano.
— Perdido por aqui?
Pedro sorri e fala.
— Vim construir meu castelo do dia.
Ele senta-se a areia e começa a construir um imenso castelo de
areia.
A menina para ao lado e pergunta:
— Constrói sempre castelos imensos?
— Eu gosto de imaginar um mundo diferente, a cada castelo que
eu construo.
Pedro começa a contar uma historia para a menina e levantar o
castelo, ele conta sobre um príncipe, ele procurava a felicidade, mas
sempre construía seu castelo sobre alicerces falsos, ou fracos, alicerces
de areia, e quando o castelo desmoronava, ele sempre tinha de recons-
truir, pois ele era um sul americano, ele iria falar brasileiro, mas lem-
brou que estava contando uma historia em castelhano, para uma ar-
gentina, e falou que como todo latino da américa, nunca desiste.
Pedro olhava serio enquanto contava a historia, depois ele fica a
olhar para as pessoas na praia, viu Plinio chegar perto, ele não chutou o
castelo, pois ali estavam os pais ao lado de uma menina pequena no
castelo.
Plinio fica ouvindo a historia, ele entendeu parte, mas viu que
Pedro estava falando em outra língua, ele não sabia que ele falava
aquela língua dos argentinos.
Ele se despede da menina, Margarete, sorri, pois não conhecia
ninguém com este nome, mas uma ideia boba passou em sua mente,
olha Plinio e fala.
— Desencana Plinio, não vai rolar.
Ele se fez de irritado, mas a aura dele falava que era encenação,
Pedro sorriu e fala.
— Terá de ensinar sua aura encenar Plinio, mas desencana, sou
um pirralho mesmo.

40
— Pelo jeito praticando seu argentines?
— Castelhano. – Corrige Pedro.
— Sua irmã diz que você é burrinho, mas vi que sabe falar e fala
Cast... – ele para – Argentines!
Pedro sorriu e começa a caminhar para casa, viu o pai tomando
sorvete ao calçadão com Renata e passa direto, ele nunca saíra para
tomar sorvete com ele, mas com Renata, toda vez que vinha a praia os
dois ficavam de conversa, as vezes Pedro tinha ciúmes da irmã com seu
pai, com sua mãe, mas não iria falar disto, pois a maioria das vezes nem
pensava nisto.
Ele chega em casa, toma um banho gelado para tirar a areia do
corpo e pega o notebook do pai e senta a sala, olha que teve dois ou-
tros jornais que responderam, e começa a preencher os dados e passar
para os jornais, ele procura na internet jornais online na argentina e
nos estados unidos e escreve uma crônica com o nome, “Meu castelo
de Areia” e passa para dois jornais, um Argentino e um Norte America-
no.
Ele parecia cada hora com mais ideias, e olha para mais um e-
mail, já estinha passado para 4 jornais quando um e-mail chega dos
Estados Unidos da América e ele é sincero, referente a sua idade, ele
não sabia se o senhor levaria a serio, mas conversa por e-mail e adicio-
na ele num Facebook que ele cria para conversarem, ele nunca teve
um, não tinha o que por ali.
O rapaz faz uma proposta por 3 textos semanais, Pedro explica
que teria de abrir uma conta para receber e o rapaz falou em moeda
eletrônica, Pedro não entendia disto, ficou desconfiado, mas se era
para levar o calote, talvez fosse a hora.
Ele termina a conversa e deita a cama, estava pensando se tinha
algo que poderia fazer e ouve em sua mente.
“Pelo jeito vamos ter mais um cronista”
“Faz isto?”
“Tem de aprender que nunca estará competindo comigo, somos
o mesmo ser, mas escrevo para o jornal de nosso pai, então não é o
mesmo do que está fazendo, abrindo as portas na força”
Pedro desenha um prato de comida, tira do caderno, ele gostava
daquele truque, come e senta-se para fora, tinha de pensar em todos
os problemas, sentia que ajudara a menina a encontrar seu pai, isto o
fez sorrir, pouca coisas o fazia sorrir.

41
Pedro estava olhando a rua a frente, em cada realidade era dife-
rente, algumas nem tinha rua ali, pois estava para baixo do nível do
chão, mas era estranho, e ao mesmo tempo, aprendia seus limites.
Estava distraído quando Plinio falou algo e Pedro olha para ele
assustado, ele estava ali e nem o vira chegar.
— O que é você pirralho.
— Pedro Rosa, com todos os seus espinhos afiados.
— Você fica estático, parecia estar bem longe, você abre portas
no ar e some, não sei o que você é.
— Nem eu, mas melhor não falar disto, vão pensar que anda se
drogando Plinio.
Ele olha para fora e fala.
— Não tem namorado mesmo?
— Nem namorado e nem namorada.
— Porque parece mais feliz que das vezes anterior?
— Descobri que posso tentar ser eu, sem magoar ninguém a vol-
ta, embora começo a desconfiar que terei problemas na volta as aulas.
— E pensava em que?
— Sabe o que são Fanes Plinio?
— Não.
— Dizem que existe dois tipos de seres no planeta, os humanos
e os Fanes, que os humanos foram criados a imagem e semelhança dos
Fanes para os confundir.
— Não acredito nisto.
— Certo, mas saiba, você é um Fanes, eu um Humano, e não
adianta tentar explicar para os demais isto.
— Minha mãe fala para não me envolver com alguns, mas ela
sempre indica umas metidinhas e bonitinhas, mas não gosto de perfei-
ção, gosto de imperfeiçoes.
— Sei que sou imperfeito, acho que isto me leva mais a frente do
que se fosse perfeito.
— Acha mesmo que não sou humano?
— Isto não se fala abertamente Plinio, mas é que para entender
a diferença, tem de ver auras, sabe o que é isto?
— Este negocio azul a sua volta.
Pedro sorriu, pois o rapaz em uma frase gerou algumas informa-
ções e fala.

42
— Sim, se olhar sua mão, verá que Fanes variam de branco a la-
ranja, passando por tons de amarelo, humanos, geralmente verde, mas
dizem que estou em uma faze de perdas, então tendo ao azul nesta
fase.
Pedro olha o rapaz olhar as mãos e fala.
— E sabe disto e nunca falou?
— Os seres na praia, se ver eles, as Iaras e Sereias, tem aura
branco tendendo ao azul, os Otatos tem aura tendendo ao Roxo, cada
espécie, tem sua aura, mas ela informa idade, informa saúde, informa
até se está com dor de barriga ou de cabeça, mas ainda estou apren-
dendo a entender elas.
— E porque da diferença, porque teríamos o Branco, isto nos as-
semelha das Iaras e Sereias?
— O branco é proximidade a imortalidade, os Fanes tem um ge-
noma muito mais propicio a imortalidade que os humanos.
— A menina que falava hoje, tem aura branca.
— Sim, amarelo tendendo ao branco, não entendi isto, mas ela
vem de uma curva de tempo futuro, eu não entendi ainda como ajudar
ela.
— Ela veio fazer o que?
— Tentar salvar o pai dela, para ele conhecer sua mãe e ela nas-
cer.
— Isto me deixaria maluco.
Pedro sorriu e viu seu pai e sua irmã chegando, os dois entra-
ram, e pela primeira vez Pedro viu Renata ir a cozinha fazer algo, ela
não ajudava nada na casa.
— Ela está doente? – Plinio.
— Querendo impressionar meu pai.
Plinio sorriu e se despediu afastando-se.
Pedro entra novamente e olha que tinha mais 10 e-mail para
responder, ele responde e volta para a sala, olha o pai que pergunta.
— Problemas?
— Vou tentar dar meu melhor.
— Pelo jeito se animou.
— Pai, uma coisa é você ganhar mil e duzentos por mês, isto nos
deixa sempre dependendo das coisas, mas posso terminar o dia com
prospectos de ganhos pelo menos no primeiro mês, de dez vezes isto.
Gerson olha o filho e fala.

43
— Está falando serio?
— Sim, amanha deve ter o depósito de pelo menos 14 crônicas
de norte a sul do país.
— Esta falando em entrada diária?
— Não, três vezes por semana. Segunda, Quarta e Sexta.
Gerson olha serio e fala.
— Sabe que vão parar de nos pagar o Bolsa Família filho.
— Pai, estou falando em mais de 15 mil ao mês.
O senhor olha serio o filho e fala.
— Só acredito vendo.
— Sei disto, eu também, mas é as propostas, para não lhe expor,
não sabemos ainda os problemas dos processos, estará assinando Ger-
son Travesso.
— Porque disto filho?
— Gente famosa nunca usa seus nomes reais, e sabe que se eles
ligarem o nome a sua ficha criminal podem não querer você como cro-
nista pai.
— Mas os contratos são com este fantasma?
— Não, o contrato é seu, mas seu pseudônimo das crônicas é
Gerson Travesso.
— Não entendi qual a ideia que responderam tão rápido?
— Eu priorizei jornais em cidades diferentes, capitais por en-
quanto, a ideia deste Gerson Travesso é fazer crônicas contra o jeitinho
brasileiro, nada como uma ideia simples, para que os demais tenham
como pensar.
— Está falando em falar contra o que faço?
— Pai, usar o que vi o senhor fazendo, e se dando mal, para ga-
nhar dinheiro, que mal tem nisto?
— Mas não entendi a ideia ainda?
— Estabeleci 54 ideias que não gosto na Lei de Gerson, a de le-
var vantagem em tudo, e comecei a criar crônicas, escrevi apenas 3
delas ainda, sobre a primeira Lei de Gerson, isto me garante assunto
pai para um ano de crônicas.
— E se não der certo.
— Pai, estou tentando algo que pode me gerar 16 mil, para que
se der errado, consiga 2 mil, lembra que falei, isto é mais do que pagam
a um menor aprendiz.
— E se der certo?

44
— Terá de fazer sua primeira declaração de renta na vida pai,
pois teria uma renda anual superior a 190 mil reais.
Gerson encosta na poltrona e fala.
— Vai virar o homem da casa?
— Pai, não é para parar que estou fazendo isto, e sim, para não
fazer burrada como a que estava querendo fazer, pensa, eles iriam lhe
pagar 12 mil, se conseguir 16 por mês, transforma aquilo em nada.
Gerson olha para Pedro, ele falara de mais e sorri.
— Opss..., falei de mais!
— Sabia de cara e não falou nada filho?
— Se falasse, você me culparia por não dar certo.
— Acha que vai dar retorno?
— Pai, eu não sei, esta ideia surgiu olhando as noticias da sua
prisão, não sei, é recente, parece que tudo a volta esta me acelerando,
e ao mesmo tempo, parado.
— E fez o que o dia?
— Praticando meu castelhano.
— Você não fala Castelhano.
Pedro sorriu e falou.
— Verdade. Como o es namorado da Renata fala, falo Argenti-
nes.
Renata entra na peça e fala.
— Não fiz muito.
— Eu já comi, não se preocupem. – Pedro olhando a irmã, sabia
que não era para ele que ela fizera a comida, então apenas foi ao quar-
to, falar sobre a ideia o fez ver que era mesmo frágil o depender de
algo assim.
Ele estava trocando ideias sobre programação, ele não entendia
nada naquela realidade sobre isto, mas descobriu que em outra reali-
dade o seu eu entendia e programava, estanho alguém com sua idade
que programava.
Pedro escreve as primeiras linhas no caderno, ele sabia que teria
como fazer aquilo no computador, mas no do pai não era uma boa
ideia, ele rascunha duas crônicas a mais em inglês e olha para a porta.
— Fala mana.
— Se fazendo, não precisava ter recusado.
— Não fez para mim, esqueceu?
— Mas...

45
— Eu comi de verdade Renata, não se preocupe.
— O pai ficou agitado, ele esta lendo os seus e-mail, não entendi
a ideia?
— Ter dinheiro para conseguir tomar um sorvete e não precisar
ficar vendo os preços.
— Ele está preocupado.
— Imagino, mas não se preocupe comigo, e nem sei se ele não
põem tudo a perder, ele as vezes põem os pés pelas mãos.
Pedro sorriu e deitou.

46
Pela primeira vez os dias voaram ao litoral,
quando seu pai disse que subiriam, parecia que
Pedro ainda tinha coisas a fazer, mas se era hora de
voltar para a cidade antes da volta as aulas na ultima
semana de Julho, era hora de fazer outra coisa.
Pedro se despede de Pietra a praia, ela olhava
ele tentando entender o que mudava naquele me-
nino, que ainda parecia ter dor ao sorrir.
Chegam em Curitiba e Pedro olha para o pai.
— Abriria uma conta poupança para seu filho
pai?
— Quer depositar parte lá?
— Não, apenas se ganhar algo a mais, ter on-
de colocar, sem gastar, pode não parecer, mas somente não gastando
para comprar coisas.
— Vamos lá, quero tirar o estrato da conta mesmo.
Param numa agencia no que chamavam agora de Jardim Botâni-
co, mas por muito tempo, foi apenas o Capanema para o menino.
Pedro olha seu pai tirar o saldo, faziam poucos dias que foram a
praia, apenas 6 crônicas locais, mais de 14 jornais a nível nacional, ti-
nham comprado as crônicas, Pedro olha seu pai olhar para ele e falar.
— Olha que se manter apenas este ritmo, já seria incrível.
Pedro olha que tinha mais de oito mil na conta do pai, os dois
sempre que entravam naquela agencia, viam o gerente sair e deixar o
assistente, pois antes de meu pai pedir, o senhor sabia que ele pediria
um empréstimo, mas neste dia foi diferente, o senhor oferecendo li-
nhas de investimento para o senhor Gerson.
Gerson disse que iria pensar e pediu para abrir uma poupança
conjunta com o filho, o gerente falou que era um péssimo investimento
e Gerson não entrou em detalhe, apenas desconversou.
Os dois chegam em casa, Gerson viu que teria de pensar e olha
para o filho.
— Acha que devo por num investimento daqueles?
— O que eles lhe ofereceram pai, precisa de entradas mensais,
ainda não temos certeza que se manterá.
— Certo, mas quer um pouco?

47
— Não pai, como disse, se manter o ritmo, nos manteríamos um
ano com este dinheiro, hora de conseguir manter a calma e não gastar
isto, sei que é difícil, mas para os amigos, ainda tem de dizer que não
tem, ainda não dá para pagar todos pai.
— Certo, vou ter de cuidar para não falar nada.
— Tenta com vontade pai, sei que bebe e fala de mais, mas ain-
da não estamos nadando em dinheiro, por sinal, temos dividas de Luz,
agua, impostos, aluguel, hora de por em dia esta parte que nos permite
viver o dia a dia pai.
Gerson olha o filho, parecia que ele crescera em dias, intelectu-
almente, ele sempre calmo e introspectivo, agora falava bem exato o
que queria.
Pedro pega o numero da poupança, ele sabia que seu pai deveria
olhar, mas não de cara, então no fim daquele dia ele foi ao colégio e
olha para o segurança e pergunta se poderia pegar sua mochila, ele
olha e pergunta.
— Só escondendo algo no colégio?
— Apenas evitando ser assaltado do pouco que tenho de usar
em aula, na própria casa.
O senhor sorriu e viu o menino sair, Pedro sentou-se em uma
praça a 3 quadras do colégio, olha para os celulares, pega eles e deixa
num banco de uma praça, as carteiras, ele foi largando enquanto pas-
sava sobre o viaduto do Capanema, e quando chega em casa, entra no
seu quarto, tranca a porta e separa em grupos de dois mil reais, separa
apenas um deles, olha assustado todo aquele dinheiro, alguém gastaria
mais de 200 mil reais para matar pessoas na cidade, não estava contra-
tando pessoas conhecidas e sim desconhecidas, parecia ter um motivo,
mas ele levanta o colchão, prende cada maço nos estrados da cama,
com um esparadrapo, ficando apenas com o inicial.
Ele põem o colchão no lugar, ajeita a cama e vai a agencia, esta-
va quase fechando quando ele deposita no caixa automático aquele
dinheiro em sua poupança.
Volta para casa e olha para um caderno, antigo e começa a fazer
seu controle, ele prende o primeiro deposito ali, e pensa no que iria
falar, sabia que teria de ter justificativa para aquele dinheiro, os demais
estavam entrando legalmente, mas pensou em comprar um computa-
dor apenas para ele.

48
Pedro olha o pai entrar pela porta e vê ele anotando as coisas e
pergunta.
— O que está anotando ai?
— Eu peguei todas as notas que tinha guardado, somei e deposi-
tei na poupança, foi um maço de notas pequenas, mas vou começar a
depositar para não torrar, fica mais fácil.
— Certo, resolveu crescer.
— Pai, apenas não se mete em encrenca.
— Certo, eu vou tentar manter-me afastado das partes que nos
complicam, Paula não quer nem me ouvir.
— Tem de a ouvir pai, alguém veio aqui e revirou tudo, ela deve
ter passado medo, tem de entender.
— E arrumou tudo antes?
— Eles procuravam algo que não foi o que vi, não sei se uma ar-
ma que você tinha, algo que não era meus trocados, seu computador
ou a TV, era algo especifico.
Pedro olha o pai sair e ir olhar algo.
Pedro olha o caderno e pensa em quantas coisas estava ainda
aprendendo, estranho ter gente que aprendia vendo ele falar com Pie-
tra, assim como ele aprendia vendo outro menino fazer cálculos bem
longe dali, as vezes o mesmo rapaz fazer programação.
Fim de dia e seu pai saiu, sempre esperava que ele não torrasse,
mas sabia que seu pai naquela noite iria esbanjar um pouco.
Ele liga a TV e fica olhando um jogo naquele fim de dia na TV.
Adormece no sofá e acorda apenas quando seu pai chega bêba-
do, trazido por um amigo, ele deixa o pai, e se manda, Pedro ajuda o
pai ir ao banheiro, ele toma uma ducha gelada e caiu na cama, Pedro
olha aquilo como um alarme, ele não sabia o que fazer ainda, mas tinha
de manter a calma.
Pedro foi dormir, e sabia que não gostava de ver seu pai assim,
mas as vezes queria sumir.

49
Acordar na segunda, fazer um café, o fez ir a
rua e olhar para as coisas que queria fazer, mas
pensou que teria de achar uma forma de esconder
o dinheiro, ele foi ao correio e se informou sobre
uma caixa que ouvira falar, ele olha o tamanho,
não tinha como, ele estava caminhando quando
ouve em sua mente.
“Aquela menina não falou que o pai dela
guardava tudo no caderno?”
Pedro sorri e volta para casa, a cara de res-
saca de seu pai, o fez entrar direto, ele era insupor-
tável nestas horas, então ele tranca a porta, pega o
caderno e tenta colocar algo nele.
Estranha, dava para por, sorri da ideia e tira todas as notas e co-
loca em um caderno, sorri e com as coisas no lugar, viu o pai entrar no
quarto e falar.
— Quando tem mais dinheiro na conta?
— Não sei pai, torrou tudo em uma noite, não acredito?
— A conversa estava boa, fui num destes cassinos, comecei a
ganhar e de repente estava perdendo tudo de novo.
Pedro coça a cabeça e fala.
— Se é para jogar e beber, não vou mais escrever pai.
O senhor estava de pé e entra e levanta o menino pelo colarinho
e fala.
— Acha que se não contribuir vai ter casa de graça?
Pedro se cala, não queria discutir, mas este era seu pai, não o
que ouvira nos dias anteriores.
Pedro o vê encostar na parede e perguntar de novo.
— Quando?
— Não depende de mim pai, sabe disto.
— Podia pedir um adiantamento.
Pedro sacode a cabeça negativamente, sente que seu pai o segu-
rava firme, sabia no que acabaria aquilo, não queria, mas sabia, e no
lugar de se calar, fala.
— Pelo jeito foi uma péssima ideia, perdeu mais do que oito mil
reais em um dia, foi uma péssima ideia.
— Acha que está falando com quem pirralho.

50
Pedro sentia o corpo encostado na parede, uma lagrima lhe cor-
re o rosto e fala.
— Um dia espero ter um filho e explicar o que é ser um pai de
verdade para ele.
Pedro sente o tapa na cara e o senhor o jogar na cama, a mesma
se desmanchou, e Pedro apenas se encolhe, sente o rosto, passa a mão
sentido o corte, se encolhe, sabia que vinham chutes, ele conhecia o
pai que tinha. Segura tanto a raiva como a dor, as vezes as coisas se
quebram em cabeças em formação como a de Pedro.
Pedro quando seu pai saiu, pega a mochila, põem um caderno e
pensa que não teria onde ficar, mas não queria ser mais saco de pan-
cada.
Pedro sai pela porta, o senhor já bebia mais um pouco, ele entra
em uma Lan House a frente e apaga os contatos, escreve uma carta de
desculpas, explica para cada jornal que foi uma péssima ideia, mas ele
era apenas uma criança, e não fizera aquilo para seu pai voltar a beber
e jogar.
Pedro passa apenas para o jornal em New York e o em Buenos
Aires, ambos sabiam sua idade, ele abrira o jogo, e passara a conta
poupança para deposito.
Sabia que mesmo assim, não teria como proibir que seu pai gas-
tasse o dinheiro, troca a senha do e-mail.
Olha em volta, estava pensando e cria um e-mail novo, transfere
os poucos contatos que tinha para aquele e-mail, e sai a caminhar na
rua.
Ele só tinha uma mochila, ele não sabia o que fazer, lembra de
alguns olharem para ele desconfiados, ele vai no sentido do bairro de
São Francisco quando estava anoitecendo, pula um muro e se aloja em
uma lapide coberta do cemitério.
Os pensamentos de Pedro estavam tão perdidos que ele nem
prestou atenção nos seus outros seres, ele estava decepcionado e se
isolou, ele não queria falar, sentir, ele tentava não demostrar a raiva
que estava sentindo.
As lágrimas nos olhos eram de algo que ele odiava, raiva, impo-
tência, se achar um intruso.
Pedro mal conseguiu dormir, quando amanheceu, ele sai pela
porta da frente e olha para a praça a sua frente, um funeral ao lado, e
não sabia o que fazer.

51
Ele não tinha idade nem para viver sua vida, não tinha para onde
ir, não queria saber de pessoas com pena dele, no fim, talvez eles tives-
sem razão, ele era um intruso, então ele queria parar de o ser, mas não
tinha ideia de como.
Ele entra em um mercado e o segurança o acompanhou com os
olhos, ele chega a umas frutas e vai ao caixa, paga e sai pela rua.
Ele sabia que logo cheiraria como alguém que vive na rua, ele
sente o corpo quente, ele passara frio a noite, e não queria facilitar ao
seu corpo, talvez tivesse de se acalmar.
Ele come em uma esquina onde o segurança da loja de móvel
mandou ele ir comer em outro lugar, ele acaba sentado em uma praça
que nem sabia onde era.
A praça era grande, mas nunca fora naquela dali.
Ele come e senta-se, ele começa a tentar acalmar e ouve.
— Onde estão os seus pais? – Um policial.
— Boa pergunta. – Fala baixo Pedro.
— Não ouvi menino?
— Não quero voltar para casa policial, não quero atrapalhar mais
do que já atrapalho.
O policial olha para o menino, ele tinha marca no rosto, que nem
vira, de quando foi jogado a cama, e fala.
— Apanhou em casa e fugiu? Sabe que não é uma boa ideia ficar
na rua.
— Senhor, eu pensei que uma ideia boba, ajudaria meu pai, de
que adianta, se ele não tem dinheiro, ele fala comigo, se ele tem, bebe,
joga e me bate.
— E sua mãe?
— Longe daqui.
— Sabe que tem lar para menores.
— Não quero gente tendo pena de mim.
O policial riu da forma firme do menino, estava a rua, comendo
frutas e pergunta.
— E não quer que acalmemos seu pai?
— Ele não se acalma, ele faz de conta, depois bate mais forte,
não culpo ele, mas sei que ele deve estar me odiando hoje.
— Roubou ele?
— Não, mas o ganha pão dele fugiu de casa.

52
Pedro olhava o policial, viu uma moça se aproximar e se abaixar
e olhar para seu rosto, olha para o policial e fala.
— Pelo jeito ele apanhou feio policial.
Pedro repara que é um homem pela voz, neste momento se toca
quem é a moça, é Paulo.
— Conhece o pai deste menino Fabrícia?
— Um jogador inveterado.
— Sabe que se ele for a delegacia o senhor vai responder por
agressão ao menor.
— Sargento Gomes, o pai deste menino me deu um tiro a menos
de 10 dias, e está solto, pai do exercito e pelo jeito um deputado o
protegendo.
O policial pensando que era um amigo do transformista desco-
bre que foi quem lhe deu um tiro.
— E vai ajudar o filho de quem lhe deu um tiro?
— Não entendi ainda este menino sargento, mas devo a ele um
alerta, e sei que poucos vão entender.
O policial se afasta e Pedro vê a moça sentar-se ao seu lado.
— Fugiu de casa?
— Eu sou um empecilho em casa, pensei em ajudar meu pai, ele
pega um dinheiro que dava para se virar uns 4 meses e joga ele todo na
primeira noite.
— Seu pai era um senhor atirador, levei sorte dele me reconhe-
cer e não atirar mortalmente.
— Sua sorte talvez tenha sido meu azar, fui lá para que você não
tivesse problemas, e o que consigo, surra, pai alcoolizado e perder o
chão.
— E vai ficar a rua?
— Ser de menor, se eu entrar e pedir um quarto, mesmo que
pagando, eles chamam a polícia .
Pedro fala algo que parecia para ele não ter sentido, ele se hos-
pedar era algo que geraria ao seu pai onde ele estava, e não queria
isto.
Paulo toca no rosto judiado e sente o calor do menino e fala.
— Vamos lá em casa, você toma um banho, troca de roupa e
toma um remédio, está quente menino.
— Devo ter pego um resfriado.

53
Pedro aceitou a ajuda, ele estava sentindo-se fraco, e não sabia
se era uma boa ideia ou péssima.
Eles chegam a um apartamento alugado na Rua Saldanha Mari-
nho, e o menino foi a um banho, ele troca de roupa, não tinha muitas,
se olha no espelho, ele não havia visto a grande marca no rosto, ele
toca ela, doida, pensa em desenhar uma roupa, quando saiu viu o rapaz
lhe dar um comprimido para febre e sentou-se, ele fez algo para ele
comer, e falou.
— Come algo, tem de cuidar, perde calor a rua, sei que deve ser
valente, mas tem de cuidar do machucado ao rosto.
Pedro olha o prato e fala.
— Obrigado.
Ele come quieto, pensando no que poderia fazer e ouve.
— Me explique o que aconteceu, posso tentar ajudar.
Pedro pensa se poderia falar, conta que teve a ideia de escrever
crônicas, pensou que a ideia era ruim, quando o primeiro jornal mos-
trou interesse, ele escreveu poucas coisas, mas mandou para 14 jor-
nais, e cada jornal pagou 100 reais por crônica, e em 14 dias, pensou
que seu pai tinha intensão de mudar, mas ele bebeu muito e torrou
mais de oito mil reais em uma noite, chega alcoolizado querendo mais
dinheiro, pois tinha torrado tudo, e lhe bateu.
Paulo olha Pedro e fala.
— E não escreveu as crônicas e nem pretende escrever.
— Pedi desculpas, expliquei a verdade, mas era apenas para não
deixar um espaço para ele fazer mais dívidas, que não teria como pa-
gar.
— E o que foi aquilo no hospital?
— Algo que não entendo, sei que poderia ter sumido antes da
violência, mas eu queria ter certeza de que ele faria, não me adianta
alimentar algo, se ele não vai estar lá depois, se eu saísse antes ele
depois diria que nunca me bateria, sei que não parece racional.
— Mas como faz aquilo?
— Às vezes nem eu sei bem como aconteceu, mas não quero
atrapalhar muito.
— Dorme no quarto ao fundo, minha irmã saiu da cidade.
Pedro agradeceu, deitou ao fundo, estava cansado, o remédio
fez efeito e ele dormiu, ele teve pesadelos uma noite inteira, e acorda
assustado.

54
Ele olha em volta e estava já dia, mas demorou para se encon-
trar, ele olha aquele rapaz, agora sem produção lhe olhando.
— Parece melhor.
— Não entendo porque está me ajudando?
— Às vezes vejo que tem gente na rua que gostaria de ajudar,
mas a noite assim como a rua, vicia, se desprender das coisas as vezes é
um sentimento estranhamente libertador. – Paulo.
— Obrigado, preciso acessar a internet, tem algo por perto?
— Tem dinheiro?
— Pouco, como muito pouco, anos me acostumando a comer
apenas o essencial, pois nunca tivemos luxo.
— Fala bem, tem quantos anos?
— 13, faço 14 no fim do ano.
— Pelo jeito quer mesmo sair de casa.
— Sei que eles vão se fazer de preocupados nos primeiros 5 dias,
mas depois, até esquecem que eu tinha um quarto lá.
— Não podem ser tão insensíveis?
Pedro não respondeu.
Paulo olha para fora e fala.
— Quase na Boca Maldita tem uma Lan House.
Pedro pega a mochila e Paulo fala.
— Se quiser dormir ai, consigo uma chave para você.
— Se não atrapalhar.
— Você parece mais perdido que eu com sua idade.
Pedro levanta-se, lava o prato, põem no escorredor, fecha a mo-
chila e desce a rua.
Ele acessa o e-mail, viu que teve de recuperar a senha, sinal que
seu pai tentara muitas vezes antes de desistir, entre os e-mail tinha
uma repórter querendo conhecer este menino que escrevia, mas ele
explica que saíra de casa, que não tinha como manter as coisas, que
não tinha como conhecer uma repórter, isto o complicaria no momen-
to.
Os dois e-mails mais preocupados estavam em inglês e castelha-
no, os demais nem lhe deram resposta, pareciam apenas ter compre-
endido que ele não escreveria mais.
Um desconhecido, dava para imaginar que era apenas testos
que preenchiam as folhas, que poucos liam.

55
Pedro viu que estava sozinho novamente, ele não deposita nada
a conta, pois deveria imaginar que seu pai iria torrar aquilo também, e
se ele estava lhe procurando não saberia.
Ele vai as noticias, nada que lhe desse ideia, paga a internet, olha
para aquela garoa começando a cair, não era hora de querer atrapalhar
o rapaz, ele ajudara, mas ele entra numa farmácia e compra uma dipi-
rona, compra um copo de agua e toma ela, sentia que estava quente,
sentia os arrepios de frio.
Toda vez que chegou a uma marquise alguém o tocou, ele co-
meçava a ver que na rua teria de aprender a sobreviver.
Mas quando chega a praça do atlético naquele dia estanha, ele
vê aqueles imensos seres, os demais pareciam os atravessar, ele não
sabia o que eram, mas viu que ali tinha algo a entender na cidade, ele
senta-se em uma cobertura, de algo que fora feito para a copa do
mundo mas parecia estar vazio, e fica a observar os seres.
Pedro estava distraído olhando eles quando ouve.
— Novo por aqui?
Ele olha para o lado e tinha um menino de uns 18 anos.
— Apenas observando.
— Sabe que podem lhe roubar aqui.
— Quer meus livros escolares, um caderno, duas peças de roupa
e mais nada, a vontade.
O rapaz olha Pedro e fala.
— Mais um fugitivo de casa, mas hoje a praça esta vazia.
— Acho que ela nunca foi vazia, mas pelo jeito nem todos vão
concordar comigo.
O rapaz olha para fora e fala.
— Sabe que se os está vendo, isto me impressiona.
Pedro olha o rapaz e fala.
— Desculpa a falta de educação, Pedro Rosa.
O rapaz olha Pedro e fala.
— Luiz Candido.
Pedro olha que o rapaz usava uma camisa fechada até encima e
pergunta.
— O que são?
— O maior, Plout, alguns dizem ser o rei deles, eles, Hons, como
explicar que eles tinham um mundo, ele se desfez, e quando isto acon-
teceu, eles se refugiaram nesta praça.

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— Não faz sentido isto?
— Sei que não, mas me intriga alguém que os vê?
— Você os vê, porque eu não veria?
— Quando eles não querem, raramente alguém os vê, eles não
estão fisicamente ali, mas é difícil explicar.
— E fica apenas observando eles?
— Você me parece conhecido menino.
— Tenho uma cara normal. – Pedro se tocando de onde conhe-
cia o rapaz, ele vendia alho na feira perto da antiga casa, as quartas
feiras.
— E porque um menino do Jardim Botânico foge de casa?
Pedro vira o rosto e o rapaz viu que a marca no rosto estava for-
te e fala.
— Às vezes conversar resolve.
— Às vezes não.
— E tem com o que sobreviver?
— Ainda não.
— Aparece amanha na feira, mas sabe que seu pai pode parecer
por lá.
— Melhor não aparecer ainda.
— Acha que ele não está preocupado?
— Acho que esta semana ele me procura, se duvidar vai até no
litoral para ver se não fugi para a casa da minha mãe, mas assim que
não me achar, ele desencana.
— Pelo jeito doeu na alma, fala com raiva.
— Tenho medo da rua rapaz, mas não tenho opção, mas não
apareço por perto dele ainda.
— E o que faz nesta parte da cidade?
— Atrapalho?
— Tem de entender que não gostamos de xeretas.
Pedro toca o peito e sai calmamente subindo a Brigadeiro Fran-
co, ele já estava em frente ao Shopping quando toca o peito novamen-
te.
Luiz falou a frase para ver a reação, mas viu o menino sumir da
sua frente, olha em volta e fica pensando o que era aquele menino, ele
via os Hons, e nitidamente tinha um segredo na manga, mas ele não
sabia se ele estava ao lado ou saíra dali.

57
Pedro para a praça Osorio e senta-se em um banco, pega o ca-
derno e desenha algo, ele estava passando o tempo, mas não sabia o
que faria, ele até pensou em voltar, mas apanharia de volta, agora com
razão, fugira de casa. Pedro anda no sentido da casa de Paulo, ele olha
ao longe Paulo produzido e olha seu pai chegar a ele, os dois estavam
ariscos, mas para Pedro, Paulo havia entrado em contato com seu pai,
ele sai andando e se afasta, teria de ir mais longe.
Pedro tenta encontrar algo para fazer, ele chega a praça em
frente ao cemitério, desenha uma coberta e puxa do caderno, ele sorri
de conseguir, ele pega um travesseiro, coloca no banco e deita, ele
estava cansado. Ele não consegue dormir, ficou a tentar aprender algo
com outras vivencias dele, não conseguia ter uma ideia do que fazer,
ele senta-se e olha duas moças olhando para ele, elas eram transluci-
das, estanha e ouve uma falar.
— Será que é este o menino que Luiz falou?
Pedro sorriu, agora fantasmas, olha elas e pergunta.
— O que Luiz quer, já me mandou sumir da outra praça?
As duas olham Pedro e uma sorri.
— Quem é você menino, humanos não nos vê.
— Vocês foram humanas, mas o que Luiz quer?
— Ele ficou perguntando se alguém viu você, que ele mandou
você sumir e parece ter desaparecido da frente dele.
Pedro olha para a entrada da praça, e olha seu pai estacionando
o carro, ele apenas olha elas e fala.
— Desculpa, não está na hora de voltar para casa.
Pedro toca o peito e some, elas veem a coberta se dobrar bem
rapidamente, tudo se guardar e sair rapidamente dali, e sentem algo as
atravessar.
Um rapaz olha Gerson e fala.
— Estava aqui até poucos minutos, deve ter percebido que esta-
va chegando.
Gerson olha em volta.
— Ele tem de voltar para casa Paulinho, ele desfez tudo que es-
tava fazendo, fiz burrada.
— O rosto dele estava judiado, pelo jeito não foi apenas burrada
Gerson.
— Perdi a cabeça, mas esqueci que ele não me olha como um
pai, apenas como o sustento.

58
— Duvido que ele tenha falado isto.
— Ele sabe que não queria ele, ele até tenta parecer da casa,
mas não o consigo tratar diferente muito tempo Paulinho.
— E se não o quer lá, porque o procura?
— Ele me mostrou uma forma legal de ganhar dinheiro, mas fiz
burrada, ele parece ter cancelado o que tinha feito, pois o dinheiro
parou de entrar na conta.
— E porque o espancar Gerson?
— Não se mete Paulinho.
Paulinho apenas faz sinal para os rapazes e fala.
— Deixa ele procurar sozinho.
Paulinho vai saindo e Gerson parecia totalmente fora de si, ele
torrara, ele fizera mais uma divida de jogo, e agora não tinha dinheiro,
sacara tudo da poupança, ele nem vira o filho depositar aquilo, mas
não esperava que o filho tivesse coragem de sair de casa.
— Eu procuro sozinho. – Resmunga Gerson.
As duas fantasmas, loiras, gêmeas olham-se e uma fala.
— Ele parece mesmo saber como sumir, mas parece ser apenas
um acelerar do tempo.
— Não entendi, mas a coberta deixou bem claro o que ele fez,
mas pelo jeito ele está fugindo do pai.
— Pobre menino, a muito não ouvia um pai falando que não
queria um filho. – Uma lagrima etérea corre ao rosto da moça.
As duas começam a sair dali, vendo o senhor olhar em volta e
pensar para onde o filho iria. Pedro de um dos arcos bem ao fundo, no
cemitério, ouvia a conversa ao longe, ele espera seu pai sair e caminha
calmamente no sentido oposto, atravessando as ruas, se afastando
mais para o bairro, mesmo o que não conhecia, a garoa passou e aque-
le abrir do céu parecia sinal de uma noite bem gelada. Ele senta-se em
uma pracinha já no Bom Retiro, se encolhe no banco, se cobre, e com
muito frio passa a noite, ele toma no meio da noite um remédio mes-
mo sem agua, mas não era febre, a temperatura bateu 4 negativos
naquela madrugada, ele enrolado em uma coberta, vê amanhecer com
tudo branco, a grama a frente, os telhados com marca de frio, ele tenta
desenhar uma blusa e os dedos congelados parecem não conseguir.
Pedro se encolhe mais ainda, as vezes queria desaparecer para não
perturbar mais ninguém.

59
Pedro amanhece encolhido ao banco, tre-
mendo, tentando se proteger do frio.
Quando ele vê que estava claro, ele pega a
mochila, dobra a coberta, põem no caderno, pega o
travesseiro, faz o mesmo, e pulando chega a uma
panificadora, pega uma nota e pensa no problema,
ele não teria como comprar pão com uma nota de
100, e no lugar do rapaz do caixa lhe dar o troco,
chama a polícia , dois policiais nada gentis o encos-
tam ao fundo, onde ninguém via e um o segura pelo
pescoço e pergunta.
— De quem roubou isto pirralho.
Ele sente o rapaz o bater com um cassetete,
ele estava querendo apenas um café, e via algo que não acostumaria
nunca, violência contra pobres, quando o menino viu o senhor o largar
um pouco, ele bate no peito, olha tudo parado, sai dali, olha para os
policiais, pega o café que a moça lhe serviu enquanto o caixa chamava
a polícia , toma calmamente, vai ao caixa, o rapaz estava com a nota no
bolso, ele não pretendia lhe dar o troco, ele pega apenas o troco no
caixa, e sai pela porta, as pernas doendo da batida com o cassetete, ele
repara que com o tempo parado, não havia a sensação de frio, mas
sabia que assim que batesse no peito, voltaria a estar frio, ele entrou
num mercadinho, pega um salgadinho, coloca o dinheiro agora no cai-
xa, e sai dali, ele para em uma cruz, nunca tinha ido tão longe de casa,
Cruz do Pilarzinho, pega o caderno, desenha uma blusa, uma calça mais
grossa, um cachecol, uma luva de lã, veste a roupa sobre a outra e toca
no peito.
Mesmo de roupa, sente o frio, o nariz gelado, começa a andar no
sentido que descia a rua, mais a frente, olha um parque a esquerda e
senta-se em um quiosque e come o salgadinho, se esquentando ao sol.
Ele parecia cada vez mais perdido, ele não sabia mais onde esta-
va, a sensação de que aquele caminho o tiraria da cidade, não era algo
bom, ele estava querendo paz, mas queria fazer algo, e parecia que
nada estava facilitando, seus pensamentos não estavam conseguindo
lhe indicar um caminho.
O sol o fez esquentar um pouco, uma ideia maluca passou em
sua mente e ele começa a voltar, ele passa a frente da panificadora

60
anterior, mas estava com outra roupa, mas nem olhou para dentro,
agora ele estava indo ao centro, para depois ir no sentido do Centro
Cívico, reparou que se conhecesse a cidade, ele conseguiria chegar ao
mesmo ponto apenas caminhando a Leste depois de um tempo, mas
como não o conhecia, ele acabou andando mais.
Chega a entrada do prédio do Deputado, espera alguém entrar,
toca no peito, e usando o espaço de tempo parado, entra no prédio,
sobe as escadas e se desenha para dentro do apartamento, ele entra
com tudo parado, o senhor estava a sacada, a mesa umas instruções,
mas olha os quartos, o senhor usava um, o resto vazio, ele olha os no-
mes a mesa, lá estava o nome de seu pai, alvo confirmado, porque ele
não poderia estar errado naquele pensamento idiota.
Ele olha que o senhor novamente tinha em espécie o dinheiro,
ele apenas abre o caderno e coloca para dentro todo o dinheiro, ele
não sabia porque das mortes, mas seu pai tentaria de novo, pelo horá-
rio estava quase na hora do crime, ele olha o ponteiro a parede, pensa
no que poderia fazer, lembra da porta ao ar, e a desenha, atravessa
para a entrada do prédio do rapaz, olha para seu pai fazendo campana
na esquina, ele recua e olha para seu pai pegar a arma, viu ele mirar no
rapaz ao longe, 3 tiros, ele toca o peito.
Pedro olha seu pai já se virando para sair, o corpo tendendo ao
chão, olha Luiz olhando ao longe, olha para Paulo caindo, tudo parado,
ele chega ao rapaz, abre uma fenda, para um mundo paralelo e dele,
toca em Paulo, que cai sumindo ao ar, Gerson olha aquilo assustado.
Paulo olha para o corpo caindo, sente a dor e sente o menino ali,
lhe tocar e as balas saírem, ele olha para o lugar, não tinha ninguém ali,
parecia o mesmo lugar mas com as coisas diferentes.
Pedro tenta o segurar, mas os dois caem, Paulo ao chão assusta-
do vê o menino afastar a mão e ele olha a roupa com marca de sangue
e fala.
— Veio fazer o que menino, me entregar de novo?
Pedro sacode negativamente a cabeça, se levanta e começa a sa-
ir dali, talvez todos não quisessem ele por perto realmente.
Pedro apenas olha Paulo que fala.
— Ele veio lhe procurar ontem, pensei que tinha entregado onde
eu morava, e não apareceu ontem.
Pedro olha de longe e fala.

61
— Ele estava olhando de longe, não tinha como chegar perto,
quer o que, que confesse para todos que tenho um pai que me odeia,
que não gosta nem de me ver vivo, e alguém na minha cabeça tenta
me dizer que sou especial.
Pedro encara Paulo ao longe.
— Ele veio pedir desculpas ontem, não entendi.
— Ele foi lá propor ao Deputado tentar de novo.
— E onde estamos?
— Saber fazer não é entender. – Fala Pedro.
— Ele vai tentar de novo.
— Infelizmente sim. – Pedro olha para Paulo – melhor ficar dei-
tado ao chão.
Paulo olha em volta e Pedro se afasta um pouco mais e ouve o
estalar do dedo.
Paulo fica deitado, um rapaz chega a ele olhando para Gerson
que olha outros lhe olhando e sai correndo pela rua e vê dois policiais
lhe apontarem as armas e ele levanta a mão, é algemado e olha para o
filho do outro lado da rua.
Pedro sacode negativamente a cabeça e olha para os dois polici-
ais, sorri, olha um deles e fala.
— O policialzinho bonzinho!
— Pirralho, não corre que não apanha.
Pedro olha o policial que olha Gerson e a criança, não teria como
correr atrás do menino, mas olhando o vê abrir uma porta no ar, atra-
vessando para longe dali.
Pedro estava querendo saber por que das coisas, olha para o
deputado na sacada, estala o dedo e chega até bem perto, ele empurra
o senhor, e bate no peito, o tempo volta e o senhor larga o celular e
perde o equilíbrio, Pedro toca o peito de novo, o empurra um pouco
mais, dá três passos para sair da sacada, e toca o peito novamente, e vê
o senhor cair, ele abre uma porta e surge na frente do cemitério.
Pedro desce a rua e entra no shopping Curitiba, para em um
quiosque de internet, e acessa seu e-mail.
Ele olha um e-mail de sua mãe, estranha e abre.
“Filho, sei que nunca nos demos bem, mas se precisar de algo,
sabe que tem uma casa para vir, seu pai parece preocupado, ele tam-
bém lhe quer bem, não se deixa levar por um momento infeliz de seu
pai, ele lhe ama.”

62
Pedro olha para as mensagens, digita duas crônicas, e pela pri-
meira vez ele entra no jornal online do New York Time, e olha sua crô-
nica na pagina 5, olha os comentários e sorri.
Ele olha um e-mail do Correio de Noticias, eles tinham interesse
em refazer o contrato, mas como de menor, teria de ter um maior assi-
nando, então ele apenas escreve para o rapaz, era uma crônica, mas
não estava em forma de crônica, ele falava que filhos de marginais,
acabavam seguindo o caminho dos pais, pois eles não teriam as chan-
ces dos demais, pois toda vez que o filho tentasse sair das garras do pai
bandido, a lei o jogaria nos colos do pai de novo, encerra com um co-
mentário dizendo que para sua infelicidade era filho de Gerson Rosa,
preso por tentar uma segunda ver matar Fabrícia, por isto havia saído
de casa, e por isto, não teria como ter um maior assinando.
Pedro via que suas crônicas em Inglês e Castelhano estavam com
boa repercussão fora do país, isto o fez ainda tentar novamente, mas
ainda não poderia receber, então estava usando para aprender, sabia
que jogara alguém pela janela naquele dia, pior, não sentira pena por
isto.
Estava quase desligando quando vê entrar online um vídeo de
alguém empurrando o Deputado por Minas Gerais pela sacada do pré-
dio, e todos se perguntando quem era o menino.
Ele olha a imagem, paga a internet, vai ao banheiro, desenha
uma roupa nova, se troca mudando de cor de roupa e colocando um
boné a cabeça, coloca a roupa anterior no caderno, sumindo com a
roupa do crime.
Sai a rua e sobe a Barão de Antonina de novo.
Para na Praça do Cemitério, viu aqueles rapazes chegando perto,
não conhecia, mas sabia que aquele Paulinho as vezes ia na casa do pai,
para tomar umas cervejas.
— Vai fugir sempre menino? – Paulinho viu Luiz entrar ao fundo,
não conhecia, mas Pedro não olhava para o rapaz.
— Eu ouvi ele dizer que não me vê como filho Paulinho, que não
me queria, porque voltar?
— Deve ter entendido errado, mas ele foi preso hoje.
— Eu cuidava com Gerson senhor Paulinho, pois ele falava bê-
bado que dos amigos da Aeronáutica, tinha um especial, Paulo Oliveira,
deve ter ouvido ele falar muitas vezes.
— O piloto de quando tiraram sua mãe de Angola.

63
— Sim, agora pensa, ele está preso, pois por um dinheiro de um
deputado sujo, ele atirou neste amigo, e se ele atira em amigos, covar-
demente, imagina em inimigos, ou em crianças que ele nem queria que
nascesse.
— Fabrícia era Paulo Oliveira? – Paulinho.
— Sempre foi. – Pedro, que via que os rapazes primeiro vinham,
mas pararam ao longe, como se temessem algo, e ouve.
— E anda com seguranças estranhos?
Pedro olha para o rapaz e as costas dele deveria ter visível mais
de 20 Hons.
— Perdido aqui Luiz?
— Pelo jeito eu mandei embora um encrenqueiro.
— Nem sempre se acerta tão fácil assim Luiz.
Pedro olha para Paulinho.
— E porque me procura?
— Sua mãe pediu para lhe achar.
— Diz para ela se preocupar com o Gerson, eu estou bem.
— Mas não entendi porque saiu de casa. – Paulinho.
— Imagina se soubesse, Gerson jogou 8 mil reais em uma noite,
dinheiro que colocaria as contas em dia, imagino que os amigos não
estavam lá, todos bebendo na conta dele.
— Mas ele sempre jogou. – Paulinho.
— Então o que estão esperando para o tirar da cadeia, já que vi-
vem dos desmandos dele?
— Uma hora você bobeia e vamos o entregar a sua mãe.
— Ainda não quero sair da cidade.
Pedro começa a sair, Paulinho não entendeu, pois pareceu que
Luiz, os seres e Pedro somem ao ar e um rapaz pergunta.
— Como ele faz isto?
— Quando me falavam que algumas praças tinham protetores,
não acreditava, viu aqueles seres?
— Sim, o menino achou proteção onde todos tem medo. – Fala o
rapaz olhando o cemitério, pensando que dali vinha a proteção.
O grupo dispersa e Pedro olha Luiz e pergunta.
— O que fazia olhando meu pai atirar na praça ao lado da casa
de Paulo?
— Uma prima de Paulo, queria falar contigo.
— Não lembro de a ver lá.

64
— Ela estava no prédio dele, ela soube que Paulo sabia quem era
a criança que escrevera para o jornal dela, e queria falar com a criança,
e estava indo lá, ela pediu para lhe convencer a falar com ela. – Luiz.
— Quem é esta moça?
— Uma jornalista, ela usa o pseudônimo de Marta Boaventura.
Pedro escuta na sua mente.
“Roseli Oliveira, a mulher que me criou. Ela é prima do Paulo” –
Fala um dos Pedro na mente de Pedro.
Pedro olha Luiz e pergunta.
— Mas o que Roseli Oliveira quer falar comigo?
— Nem eu sei o nome dela, sinal que a conhece?
— Não, mas o que ela quer?
— Ela viu em você um talento para Crônicas, e parece que você
desistiu.
— Que saída eu tenho, por dinheiro na conta é ver meu pai tor-
rar o dinheiro em putaria, bebida e jogos.
— Ela gostaria de falar com você.
Eles caminhavam a rua, invisíveis aos olhos, eles chegam a praça
Santos Dumont e surgem como se aparecendo do nada, a praça já es-
tava mais calma, Pedro sabia onde Paulo morava, então caminham até
lá.
Luiz toca a campainha e Paulo olha pela sacada e apenas se ouve
o destravar do portão, sobem e a moça olha para Pedro, ele era real-
mente pequeno para ser um cronista.
— Prazer, Marta.
— Pelo jeito é serio esta historia de alguém em Minas querer a
morte de vocês. – Pedro prestes a mentir.
— Ouviu isto onde? – Roseli.
— Alguém matou o Deputado e fez uma montagem para induzir
que fui eu que o atirei da sacada, dá para ver que é montagem, mas
sinal que ele fez algo errado e alguém o apagou. – Mentiu Pedro.
— E porque seu pai tentou me matar? – Paulo.
— Digamos que a única coisas que sei, é que você ajudou tirar
minha mãe de Angola, todo resto, parece que eles não confiam em
mim para contar.
— E quanto o deputado ofereceu a seu pai?
— O problema é que Gerson se viciou em Jogo, não adianta ser
muito ou pouco, ele vai torrar em uma noite de qualquer forma.

65
— E você pelo jeito fugiu de Casa. – Roseli.
— Ainda dói meu rosto da covardia dele, o problema é que meu
avô sempre interfere pela soltura dele. – Pedro.
— E parou de escrever só por isto? – Roseli.
— Só? Se ele bebe e agride cada vez mais por ter dinheiro na
conta, não é só.
— E me autorizaria publicar sua carta de despedida?
— Eu não tenho nada contra, mas tem de ficar ciente que meu
pai vai tentar receber cada sentado que ele achar que alguém deve a
ele, e ele não é tão fácil de ser enrolado, ele apela para violência.
Roseli olha serio, teria de pensar.
— E porque assinou as crônicas como Gerson Travesso?
Pedro ouve alguém a sua mente, sorri e fala.
— Porque uma moça, quando era jovem, para não escrever seu
nome, pois não queriam uma crônica de mulher, assinava Travesso,
como o nome de meu pai é Gerson, achei que juntar ele a um sobre-
nome falso, como Travesso, já que Boaventura também é falso, poderia
ser uma ideia.
Roseli olha o menino serio e pergunta.
— E como você saberia disto, tem quantos anos?
— 13.
Pedro viu que a moça ficou intrigada e fala.
— Roseli, não adianta tentar achar como eu sei, pois sei que
nem o Paulo ai sabe disto, Luiz não sabia seu nome, e qualquer coisa
que eu falar, vai me achar um maluco.
— Você me vigia, você está junto com seu pai para nos matar, é
isto?
Pedro sacode negativamente a cabeça, ele avançou rápido de-
mais, ele toca o peito, some e sai pela porta, ele estava confuso, e não
adiantava tentar explicar, ele não entendia.
Roseli olha ele sumir, olha em volta e olha para Luiz.
— Onde ele foi.
— Se me falasse que iria acusar ele de algo, nem tinha o trazido
moça, ele está fugindo de todos, não sei como ele faz isto, mas é uma
criança tentando achar um caminho, não sei, ele parece especial e ao
mesmo tempo, perdido.
Paulo olha a prima e fala.

66
— Ele sabe de coisas que não é padrão, e sei que o toque dele
faz coisas que não tenho como explicar, você viu ele sumir assim no
hospital, não sei o que ele quer ou é, mas entendo Luiz, ele fugiu de
casa, dá para ver a marca no rosto ainda, ele parece tentar entender o
que precisa fazer.
— Mas como ele saberia de algo de antes dele nascer?
— De antes de eu fugir ao sul? – Paulo.
— Sim.
— Isto é de antes de conhecer o pai dele Roseli.
— Vou falar com o redator e com o editor, não sei se devemos
usar isto, mas as pessoas não somem assim.
— Isto realmente as pessoas não fazem prima.
Pedro olha para a praça e começa a caminhar para casa, entra e
interfona para o sindico, pergunta quanto tinha de condomínio atrasa-
do, desce e deixa um envelope com ele, sobe novamente e pega as
contas a sala, olha a luz, agua, aluguel, corre até uma lotérica, e paga
todas elas.
Ele entra em uma loja e o vendedor achou engraçado, até ele
pagar uma cama, um colchão e um computador novo para ele, pagou
em dinheiro.
Compra o jornal do dia.
Compra um caderno de desenho na livraria no caminho e olha
aquele celular, ele compra o mais barato, se informa como tinha de
registar e por créditos, era apenas um pré pago, mas já teria como
receber ligações, vai para casa.
Os rapazes disseram que iriam entregar no dia seguinte, ele der-
rama todas as bebidas na pia, mas deixa elas sobre a mesa, com o copo
vazio dele.
Olha o jornal e escolhe onde queria investir, seria difícil alguém
lhe levar a serio.
Não teria como ajeitar mais, mas vai ao quarto e coloca as pare-
des colado, papel a papel, e começa a desenhar, ele olha para a parede,
a toca e o viu o lápis continuar a pintar, segunda e terceira cor, quando
aquilo brilha a parede, olha para a praia ainda de dentro do aparta-
mento, pega uma mochila, pega o caderno, pega o jornal do dia, ele
toca e atravessa para o quarto, grande, cama macia, uma TV ao canto,
uma sacada que não existia, ele olha a praia ao fundo, não existia aqui-
lo ali, ele estava olhando Caiobá a frente, sorri, sai a sacada e sente o ar

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bem menos gelado da praia, desce por uma escada externa que não
existia, e caminha até a praia.
Molha os pés, água gelada, olha em volta imaginando como se
fazia para ter algo como aquela quebra de espaço, era perto das 6 da
tarde, ele atravessa a rua e entra em uma imobiliária.
— Seus pais estão onde menino?
— Me responderia uma coisa senhor?
— O que quer menino?
— O que precisa para registrar um imóvel, precisa ser maior para
ter um imóvel?
— Quer comprar um? – Rindo o senhor.
— Se for possível ele estar em meu nome.
— Não quer dividir com seus irmãos?
— Apenas quero sabe se é possível.
— Sim, precisa apenas dos documentos da pessoa, se for de me-
nor, a assinatura de um responsável.
— Porque de um responsável?
— Tem de entender que registros cartorários, exigem que tenha
um maior de idade.
— Então desisti da compra.
O senhor sorriu e falou.
— E qual queria comprar? Só para curiosidade?
— O junto ao morro ao fundo, tem uma casa de madeira, pela
descrição, meio antiga, mas que dá para se morar, ali falava em 35 mil,
era isto?
— Sim, e se tivesse um adulto para fazer os documentos, como
pagaria?
— Da forma que juntei, mesada, nota a nota.
O senhor via a marca no rosto do menino, ele não se vestia co-
mo alguém rico, isto talvez tenha o feito prestar mais atenção, pergun-
tou, ele parecia querer ver até onde o menino iria, ele não parecia ter
acreditado ainda.
— E não gostaria de fazer a reserva do imóvel?
Pedro vendo a aura do senhor sorri por dentro, pois ele não era
de sorrisos soltos, nem expostos.
— Tenho de ver se minha mãe assinaria a compra, ainda não te-
nho como comprar. Você disse que teria de ter um adulto.
— Mas pode ser um parente, um responsável.

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— Para fazer a reserva tem de ser um de maior?
O senhor olha o menino, não entendia, ele estava firme, ele não
vendera nada no fim de semana, e aquele menino em um fim de dia,
que começava a escurecer, mas um pouco menos quente, parecia uma
provocação.
— Sim, teria de ter um responsável.
— Vou ter de estudar estas leis, acho que está mentindo para
mim senhor, mas não sou eu que estou perdendo uma venda. – Pedro.
— Queria qual terreno?
O menino olha o rapaz e pega o jornal ao bolso, coloca na mesa
e fala.
— Estes dois.
O senhor olha os imóveis, um do lado do outro, mas um era de
35, pequeno, um, a antiga pedreira de Matinhos, 250 mil reais, ele olha
o menino e pergunta.
— E pagaria como isto.
— Como disse, dinheiro.
— E como um menino pequenino destes, compra algo?
Pedro pega a pagina que estava sua coluna e fala.
— Escrevendo uma coluna para o jornal na cidade, a algum tem-
po.
O senhor olha para o menino.
— Seu nome é Gerson Travesso?
— Lógico que não, isto é um nome fantasia, eles não poriam ai
que é uma crônica de Pedro Rosa, pois quem levaria a serio um pirralho
como eu, como alguns falam por ai.
— E quer comprar um terreno na praia?
— Sim, mas a pergunta, tem como ser feito, tem como estar em
meu nome, tem como não precisar que meu pai, um alcoólatra, viciado
em jogo e drogas, saiba onde imobilizei os recursos?
O senhor olha o menino, ele poderia ser uma criança, mas esta-
va falando como um adulto.
— Está falando serio mesmo?
— Sim.
— E se tiver como fazer?
— Deixaria a entrada de 30%, você me assina um recibo, e
quando estiver pronto, você apenas liga para mim e apareço e fecha-
mos a compra.

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— E queria firmar isto quando?
— O problema é você insistir em ter um adulto para assinar se-
nhor – Pedro olha o nome na mesa – Sergio.
— Sabe que trinta por cento disto é muito dinheiro?
— Eu fecharia a porta se vamos contar dinheiro senhor. – Fala
Pedro serio.
Ele olha para o menino por a mochila na mesa, ele achou loucura
e pergunta.
— E quanto teria ai?
— 85mil e 500, 30%.
O senhor caminha até a porta, vira a plaquinha para fechado e
fechou a porta, ele sorri e olha o menino colocar maços de notas de
100 na mesa, não seria muitas notas, ele pensou que ele iria por em
notas pequenas.
Oito maços de 100 notas e um com 55 notas, o senhor olha para
o menino e pergunta.
— Porque quer imobilizar este dinheiro.
— Amanha verá um caso no jornal de Curitiba, de um senhor
que tentou matar um transformista, já falaram no jornal do meio dia.
— Sim.
— Quem atirou foi meu pai, é pelo caminho fácil senhor.
— E ele não assinaria algo assim.
— Ele a duas noites torrou 8 mil reais em uma noite.
— Ele não sabe deste dinheiro.
— Não, quero defender o meu futuro, de minha irmã, e se der
para atrair minha mãe, seria uma forma de recomeçar.
— Certo, mas acha que consegue o resto do dinheiro.
— Achei arriscado trazer 285 mil reais de uma vez.
— Certo, e não quer deixar na mão.
— Se puder acelerar, todos ganhamos senhor.
— E pelo jeito não sabe o que está comprando.
— Senhor, quando se olhar a pedreira em 8 meses, quem está
me vendendo vai se perguntar porque não pedi mais.
— Certo, não vai comprar para deixar abandonado, mas sabe
que ali é uma paredão de pedra.
— Sei.
O rapaz digita a proposta dos dois terrenos, pega os documentos
do menino e faz o prospecto, ele estava querendo fechar aquela venda,

70
para quem ganha 3% por venda, era colocar mais de oito mil no bolso,
dos quais, ele tiraria da entrada, então o senhor fez os recibos pensan-
do em estar garantindo o mês.
O menino pega os recibos, guarda no caderno, o senhor anotou
o numero de celular e perguntou se teria como levantar o dinheiro
para o dia seguinte.
Pedro confirmou e ele falou que o ligaria, para acertar pois car-
tório tinha de ser durante o dia, no máximo até as 4.
Pedro queria aproveitar o pouco tempo que seu pai ficaria pre-
so, e não tinha como acelerar mais.
Pedro sai caminhando pela rua, o senhor põem o dinheiro no co-
fre e sorri.
O menino chega a pedra, a escala, olha para a escada que so-
mente ele sabia onde estava, quando ele pisou na escada, a sacada
surge a frente e ele entra no quarto.
Ele deita a cama e começa a desenhar, ele queria um projeto pa-
ra seu futuro, e na sua mente, ele precisava crescer, e não teria como o
fazer, sem ter independência física e financeira.
Ele olha para fora, começa uma garoa na praia a frente, o quarto
era gostoso, via o quarto dele como um adendo daquilo, um lugar ao
lado, mas uma peça em anexo por aquele vidro que separava os dois
quadros e uma porta de vidro.
Ele olha para o celular e vê a mensagem do senhor, se poderia
ser na parte da manha seguinte, ele seria o representante de maior, e o
proprietário da imobiliária faria a parte da imobiliária.
Pedro tinha medo, pois sabia que estaria com muito dinheiro,
mas sorri, ele não teria alternativa, ele sabia que uma vez comprado,
seria um fixo, e ele não pretendia ser apenas um menino que ninguém
conhecia.
Ele sai pela porta e bate na senhora Marta a frente e perguntou
se ela não emprestaria apenas o sinal de internet por uma noite, para
ele passar um recado para sua mãe, que estava preocupado com seu
pai.
Ela olha o menino, todos pensavam que ele não estava em casa,
mas aquela marca no rosto deixava bem evidente que ele apanhara.
A senhora cedeu a senha e perguntou se ele estava bem.
Ele diz que sim, mas ainda não sabia como iria para a casa da
mãe, teria de esperar o pai sair da cadeia.

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A senhora olha para o menino com pena, Pedro odiava sentirem
pena dele, mas talvez precisasse usar isto a seu favor.
Ele entra na internet e olha que a área era grande, mas em sua
maioria, estava em área de preservação, ele olha a casa de madeira ao
lado, pouca coisa, e pensa no que faria.
Ele começa a desenhar e olha para o quarto ao lado, viu o seu
pai entrar, ele olha para o desenho a parede, ele não entendeu, Pedro
olha para ele, levanta-se e olha para o senhor e fala.
— Mais calmo?
— Tem de entender filho.
— Entender o que pai, estou lhe dando uma segunda chance,
mas não tenho de entender você torrar o que nos manteria meses em
uma noite.
— Mas você parou de escrever.
— Eu tinha colocado seu nome lá pai, era para o senhor ser valo-
rizado, eu queria o tornar em alguém que os demais respeitassem, mas
não quer isto, quer beber e jogar.
— Que truque é este na parede.
— Comprei uma cama para mim, devem entregar amanha, espe-
ro que não a quebre com meu rosto novamente.
O senhor olha o rosto do filho, dois dias e ainda era bem visível a
marca e fala.
— E vai voltar a escrever?
— Não depende apenas de mim, e tira aquele Paulinho da minha
cola pai.
— Ele disse que você se aliou a fantasmas.
— Sim, dizem que seu filho morreu congelado na noite de on-
tem, numa praça da cidade.
— Não brinca.
Pedro olha ele serio e apenas recua na porta, o senhor esbarra
na parede e fala.
— Mas...
— Vou me proteger pai, não gosto do que senti, se não me que-
ria, usasse camisinha.
— Andaram fofocando pelo jeito.
— Andaram dizendo por ai, coisas estranhas, que seu filho jogou
um Deputado pela janela.
— Ele me devia um dinheiro.

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— Está sobre sua cama.
O senhor olha desconfiado e vai a cama e olha os 20 mil reais,
sobre a cama, ele volta ao quarto do menino e pergunta.
— Porque o matou?
— Se cuida pai, ele pagou alguém para lhe matar, não sei se o
rapaz vai fazer os serviço, pois ele morreu, mas a ideia era pagar al-
guém, esta pessoa ser pega e alguém lhe apagar.
— E como sabe disto?
— Não tenho como explicar, as contas na mesa estão pagas, o
aluguel, condomínio, agua, luz e gás, toma jeito pai.
Pedro recua a cama, o senhor olha a praia ao fundo e fala.
— Fez bruxaria pelo jeito.
— Bruxaria?
— Os antigos chamavam sua mãe de Bruxa.
— Antigos? – O assunto interessou a Pedro.
— Certo, a igreja, mas alguns a chamavam de Lobisomem, mas
sei que nunca viu isto, me afastei dela por isto filho.
— Ela não parece lhe odiar, parece depender de você, alguém
que parece carregar um peso imenso nas costas.
— E pelo jeito vai por este caminho.
— Vou pelo caminho que me deixarem.
— E não vai voltar a escrever?
— Se não tocar em minha poupança, sim, se for para você torar,
esquece.
— Não sei de onde você tirou mais aqueles dois mil, mas tem de
ver que precisava.
— Precisava? Toda aquele álcool é vicio, nada além disto.
— Paula não voltou.
— Sorte dela, você bateria nela de volta, faz a merda e desconta
nos demais.
— Tem de entender.
— Seu dinheiro está lá na cama, meu dinheiro meu, o que não
consegue entender pai?
— E voltou para casa porque?
— Digamos que dormir a rua, a 3 negativo, é ruim pai, bem ruim,
sem roupa, sem comida, sem família, isto me fez pensar, mas se for o
caso, vou começar a fazer as coisas longe dos seus olhos.

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Pedro viu o pai sair, ele estava com a internet e passa uma crôni-
ca para Roseli mas assinou Pedro Travesso, e coloca a sua caricatura ao
lado.
Ele passa a mesma crônica para o contato em New York e em
Buenos Aires, e para dois contatos no nordeste que pediram para ele
mandar algo, ele mandou um adendo de mudança de endereço para
pagamento.
Toma um banho em um banheiro em anexo que ele desenhou,
ele não entendia de tudo, apenas o pouco que aprendera com Pietra.
Ele olha uma construtora que tinha cede em Matinhos, e que fa-
zia projetos de execução, ele passa um prospecto do que ele queria, e
se teria como eles orçarem a construção. E se teria como orçar a parte
de Engenharia, ele queria aprovar antes de construir, mas para isto
teria de ter um projeto estabelecido e desenhado, tinha pressa.
Pedro vai a sala e olha para o pai vendo jogo e ele lhe olha.
— As imagens não deixam claro que foi você.
— Sei disto, ainda bem.
— Sabe que pode se meter em encrenca?
— Sei, mas não fui preso pela segunda vez tentando matar al-
guém pai, guarda um pouco, pode precisar.
— Como faz aquilo?
— Se tivesse 16 pai, pediria antecipação de maioridade, mas não
tenho, estou pensando como voltar a uma vida normal, e parece que
tudo, quer jogar contra.
— E pelo jeito resolveu aprender bruxaria.
— Não viu nada pai.
Pedro olha para a TV, a morte do Deputado estava desviando a
tentativa de assassinato pela manha, então fica a ouvir, o repórter
chega ao Delegado Responsável e pergunta.
— Tem alguma pista?
— A empregada falou que o Deputado estava falando no Telefo-
ne, ela não entende, surgiu um menino na sala, do nada, ele empurrou
o senhor, que soltou o telefone, ele sumiu de novo, apareceu de novo
já na sacada e empurrou ele de novo, o menino some de novo, o di-
nheiro da mesa some, o senhor estava pagando contatos na cidade,
este dinheiro some como o menino. Prendemos ela como cumplice,
não sabemos ainda o que aconteceu, mas é evidente que as câmeras
pegam o que ela falou, não sei qual a interferência que usaram para as

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câmeras, mas não temos nenhuma imagem que desse para fazer um
reconhecimento, e a empregada não conseguiu nos fazer também.
Pedro olha pela TV e fala.
— Ele sabe mais do que falou pai.
— Acha que eles falam tudo?
— Qualquer coisa, estou no litoral amanha, se perguntarem pai.
— E seu quarto.
— Eles vão ver o que o senhor vê, uma pintura a parede.
— Sabe que podem pedir para lhe prender.
— Apanhar em casa ou em um lar de desajustados, tanto faz.
O senhor olha o filho entrar no quarto, a campainha toca, e Pau-
linho entra.
— Não achamos ele, ele parece ter se metido com gente estra-
nha na cidade.
— Gente estranha.
— Nunca vi os que o defenderam, pareciam seres imensos, não
entendi ainda.
— Esquece ele, amanha ele deve voltar, mas pelo jeito terei de
controlar os gastos.
— Não vai sair com a gente hoje?
— Sem dinheiro Paulinho.
— Sabe que tem credito.
— Tenho divida, quer dizer.
— Sim, mas um dia a sorte muda.
Pedro ouvia do quarto e ouviu o pai dispensar Paulinho e entra
no quarto.
— Tem de entender que dinheiro é feito para ser gasto.
— Dinheiro que temos, concordo, dinheiro que não temos, não,
sabe mais que eu sobre isto pai.
— E comprou um computador para você?
— Se vou escrever algo, que seja em algo que possa fazer até no
shopping.
— Certo, está pensando em voltar, mas acha que eles vão que-
rer?
— Entra ai e lhe mostro algo.
Gerson estranha, pois ele não conseguira antes, ele entrou no
quarto, imenso, sentiu a maresia, parecia mesmo estar a praia, olha
para fora e fala.

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— Um quarto maior que o andar do prédio.
— Sim, mas a 5 dias eu comecei a escrever crônicas pai, e esta é
a critica que sei que não entende, sobre a crônica de seu filho, no New
York Time, em inglês.
O senhor olha para a pagina, ele não entendeu e falou.
— Escreveu para fora também?
— Pai, se parar de fazer burrada eu tenho como contornar, mas
se for para me espancar, esquece.
— E porque parece que estamos mesmo no litoral?
— Porque é para dar esta sensação.
Gerson olha o quarto e fala.
— E comprou uma cama mesmo assim.
— Eles vão entrar no quarto ali pai, eles tem de ver a cama ar-
rumada.
— Certo, e acha que eles vão voltar a lhe ouvir?
— Amanha me xinga um pouco pai, pois as vezes escrevemos
com raiva, e alguns publicam.
— E não tem como fazer que não publiquem?
— Eu não mando em ninguém, nem em mim, este é o amago da
crônica, que com 13 anos, se você for filho de um marginal, você não
tem como não ser um marginal, pois se fugir de casa, a função de toda
a sociedade em volta, é lhe devolver a sua família, então não adianta
eles dizerem que querem que os menores dentro de famílias vulnerá-
veis, consigam não entrar em um circulo vicioso, pois é parte das leis,
forçar isto.
— Porque disto filho?
— Eu empurrei um deputado pela sacada hoje pai, e lhe digo,
não senti pena daquele senhor.
— Não deu um tiro, não ficou gravado, mas sabe que vão vir so-
bre você.
— Sim, é o que a reportagem dá a entender, fui eu, vim de uma
família podre, mas que saída tenho eu?
— E o que acontece se sair pela sacada.
— Vai se encharcar, o que mais.
O senhor sorri e fala.
— Estamos mesmo no litoral?
— Eu estou, você não consegue sair pela porta pai.
— E como pode fazer isto?

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— Conheci uma linda menina de olhos verdes, que me ensinou a
fazer isto.
— E vai fazer o que com isto?
— Pai, se tomar jeito, passo a confiar em você e divido com você
o que vou fazer, mas tenho de voltar a confiar.
— E não vai explicar?
— Pai, eu vou imobilizar, não sei se sabe o que é isto, mas é que
não temos como viver a vida como vivemos, talvez eu tenha problemas
com o tempo, mas nada que acredite não conseguir facilmente.
— E pelo jeito não vai parar.
— Pai, se soubesse que iria torrar, tinha falado em por em uma
aplicação, o senhor não conseguiria sacar antes de 12 meses.
— Certo, mas pelo jeito pegou mais do que tá na cama com o
Deputado.
— Sim, acha que aluguel, condomínio, computador, cama, saem
de graça pai?
— E onde deixou o resto?
— Tem oito mil reais ainda na poupança, por isto falei, se tocar
naquele dinheiro sem me falar, esquece.
— Pelo jeito eu pensei que você não tinha de onde tirar, e já ti-
nha isto em mente.
— Era para ter 28 naquela conta pai, e não estar vazia.
— Certo, estava pensando em somar, você parece ter mudado
nas ultimas semanas.
— Às vezes nos recusamos a olhar a verdade.
Pedro olha o computador e volta a digitar, ele olha o pai sair, e
fecha a porta, olha as respostas, tinha gente que queria falar com ele,
mas a pergunta de um redator da Folha de São Paulo Pedro apenas
responde.
“Se não quer minhas crônicas, não servem por minha idade, con-
tinuo a escrevendo para jornais pequenos como falou, como o New
York Time, boa noite.”
Rogerio, redator da Folha de São Paulo, olha a resposta, achou
um atrevimento do menino mandar uma crônica, ele respondeu para
ver o potencial de confiança do menino, mas a resposta o fez olhar a
versão latina do New York Time, não achou e digitou nome fantasia,
Pedro Travesso e viu a reportagem em inglês, ele olha para a reporta-
gem, em inglês e olha as ideias, a repercussão, viu que ele não estava

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ali a muito tempo, mas haviam 5 crônicas dele ali, ele pesquisa o nome
e olha que surge a reportagem na pagina 7 do El Pais, de Buenos Aires.
Ele chama o redator chefe e mostra a reportagem e o mesmo
pergunta.
— Temos algo deste cronista?
— Isto que é o problema, ele me passou uma crônica hoje, mas
ele é uma criança de 13 anos senhor, mas ele já escreve para o El País e
para o New York Times.
—Ele tem um adulto que assine por ele?
O senhor mostra a crônica que Pedro passou e sorri.
— Quem é este Gerson Rosa?
— Foi preso hoje por tentar pela segunda vez matar um transe-
xual em Curitiba.
— Sabe das regras.
Rogerio vê o senhor sair pela porta e pensa;
“Uma pena não ter como publicar!”
Pedro adormece.

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Pedro acorda, olha para a porta, o pai estava
parado ali, sem conseguir entrar, ele apenas pega a
mochila, uma capa de chuva, o caderno e sai pela
varanda, o senhor deve ter achado que ele viria
conversar, mas ele não falou nada, e fica olhando o
filho sair pela sacada, viu ele surgir mais a baixo na
praia, não entendia aquilo, mas ele parecia querer
algo ainda.
Gerson ouve a porta e viu que era a entrega,
da cama, de um colchão novo, ele assina o recebi-
mento e os rapazes falavam que o montador vira a
tarde.
Pedro pega a mochila, em um quiosque em
um dia de semana a praia, põem o caderno na mochila e foi puxando
uma a uma, os duzentos maços de nota do caderno.
Ele põem as costas, ninguém diria que aquele menino teria um
dinheiro assim na mochila, Sergio olha o dono da imobiliária e fala.
— Lá vem o menino.
O senhor olha aquele menino e fala.
— Tem certeza que é serio Sérgio.
— Assim que ele entrar senhor, fecha para conversarmos.
— Por quê?
— Ele pelo jeito é maluco, não sei onde ele dormiu, mas com
certeza deve ser por perto, mas ontem ele trouxe na mochila o dinhei-
ro.
O senhor entendeu, dinheiro em espécie, ele pensa na maluqui-
ce e fala.
— E ninguém acreditaria.
— Sim, marcamos com os proprietários no cartório, mas quero
falar com o menino antes.
— Porque? – O proprietário.
— Tem o valor de cartório para transferência senhor.
— Verdade.
Pedro chega e Sergio o cumprimenta.
— Vai dizer que é maluco para andar com isto a rua?
— Quem acreditaria senhor.
— Certo, sabe quanto tem de pagar hoje?

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— Tenho duvidas sobre as taxas de transferência.
— Certo, estava falando com o proprietário, daria mais ou me-
nos, outros 10 mil.
— Então não temos problemas senhor.
Sergio sorriu e o senhor a porta viu o menino olhar para a porta
e Sergio se levantou e a fechou, eles foram a sala para dentro e come-
çou a tirar os maços para o pagamento, o senhor viu que era serio,
talvez a muito não via um pagamento deste em dinheiro, logico que
pensou na procedência e perguntou.
— E como uma criança tem tanto dinheiro?
— Senhor, meu maior problema, é não ter um maior para assi-
nar por mim, seria mais fácil, menos traumático.
— Mas como se junta tanto dinheiro.
“Jogando deputados pela janela” – Pensa Pedro que fala.
— Senhor, eu escrevo crônicas, para 18 jornais nacionais, 2 in-
ternacionais, parece nada, mas cada um deles me paga em media, dois
mil reais mês, perto de 16 mil ao todo por mês, sei que me olham e não
entendem, mas o que quero, não deixar visível este dinheiro.
— E quantos anos tem? – O senhor.
— 13.
— E porque vai comprar uma pedreira?
— Quero construir meu primeiro patrimônio ali senhor, é o que
posso comprar, o mesmo dinheiro em Curitiba, daria um terreninho de
bairro.
Sergio terminou de contar, tirou notas do ultimo maço e pergun-
tou.
— E tem outros 10 ainda?
— Sim, pensei em 18, mas as vezes erro na conta, devem enten-
der, estou na oitava serie.
O senhor riu, o menino não escondia a idade, mas estava ali a
comprar um terreno a dinheiro, e obvio, quando se estabelece isto era
a legalização de um dinheiro que o menino nem ganhou ainda.
Saíram dali, foram a um cartório, registraram o terreno e os ra-
pazes olhavam o menino, mas acharam que era um parente dos corre-
tores, e no fim da manha, Pedro caminha até a casa, com a chave, ele
olha aquela pedreira, ele senta-se a varanda para o fundo da casa e
desenha a ampliação da casa, ninguém olhava para aquela parte, ele

80
apenas fecha o traço e viu aquilo surgir, ele ainda tentava entender o
que era o poder daquilo, como poderia materializar as coisas assim.
Ele foi a uma loja de material de construção e comprou um cor-
tador de gramas a gasolina, tijolos de concreto, pagou e deu o endere-
ço de entrega, o senhor estranhou, mas pagando em dinheiro, olhou as
notas, boas, então liberou.
O caminhão estaciona ao fundo e começa a descer os tijolos, viu
o rapaz olhar para onde Pedro estava e falar.
— Quem comprou pelo jeito vai mudar a cara.
O rapaz ao lado olhou a casa do senhor Silva e a casa ao fundo e
fala.
— Sim, e pela quantidade de tijolos, vão cercar a região.
— Acha que vão recuperar a região?
— Não sei, mas ainda pelo jeito só tem um menino ali.
— Sim, os adultos devem estar terminando de acertar as coisas,
mas o senhor Silvério estranhou o menino andar com tanto dinheiro
assim na bolsa.
— Se duvidar é só filho do caseiro que vão por ai.
Os dois sorriem.
Pedro olha os rapazes entregarem depois de 3 visitas todos os ti-
jolos que ele pediu, ele olha para a montanha, parte estava para dentro
do seu terreno, parte ainda não era dele.
Pedro olha para a estrada e olha para a montanha, ninguém via
nada sem estar a estradinha, ele pensa na construção, olha o lago to-
mando parte do lugar, ele senta-se ao chão, ele começa a trocar ideia
com outro Pedro em sua mente, e ele fala que tinham coisas que po-
deria fazer, um fala que a menina falou em dom do carbono, que pode-
ria fazer a parede ficar como fosse uma parede reta, recortada, que a
saída de agua no topo, que escorria, poderia ser uma queda de agua,
ele olha para cima, mais de 60 metros, ele olha para o caminho, e pen-
sa, ele começa a pensar nas pedras, ele pega o caderno e olha em vol-
ta, ele começa a traçar no caderno e a parede foi desprendendo parte
dela, e onde não tinha pedra, subindo uma parede, o que era um lado
sem acabamento, começa a ter a mesma profundidade em pedra, uma
beira surge no lado que Pedro estava, uma saída de agua, em pedra, as
pedras se espalhando ao chão como um piso, e aquilo foi se esticando
até a entrada do terreno.

81
O deslocar de terra de uma ponta a outra, onde agora tinha dois
muros de contenção, um para a rua, de rocha, e um para dentro, onde
começava o lago, Pedro pensa que teria de comprar uma grama para
por ali.
Viu uma moça parar o carro ao fundo e se levantou, não sabia se
ela o levaria a serio.
A moça olha aquele menino e pergunta.
— Onde está seu pai?
— Me escutaria antes de fazer a próxima pergunta?
Ela olha para o lugar, ela não conhecia de antes, mas ver aquela
queda de agua ao fundo, a parede de pedra e o caminho todo em pe-
dra, uma casa ao lado, boa, a fez pensar no que queriam construir ali.
— Porque teria de lhe escutar?
— Não forço ninguém a ganhar dinheiro moça.
— O que quer falar menino.
Pedro pega o papel e fala.
— A ideia, simples, de um menino a sua frente, é dispor de um
pequeno prédio de 12 andares ao lado direito, ao esquerdo, teremos as
piscinas e as instalações deste refugio ecológico que pretendo trans-
formar em um hotel, mas para isto, preciso de um projeto de engenha-
ria para isto, bonito, dinâmico, e pratico de execução, eu pago em di-
nheiro os engenheiros e arquitetos pelo estudo preliminar.
— É brincadeira menino?
— Faça o preço, pago 30% no assinar da proposta, para não
acharem que estão fazendo um projeto e não vão receber.
— Tem de entender que...
— Se não quer, passar bem senhora Roseli Paz.
Ela encara Pedro e fala.
— E no nome de quem está o terreno.
— Meu.
— E quer fazer deste lugar que nem conhecia um hotel?
— Sim, com uma praia artificial de agua doce logo ali a frente.
Ela olha em volta, tinham tijolos e madeiras de tapume na en-
trada, tinha uma casa boa ao canto, toda a região cuidada, evidente
que estavam arrumando o local, ela olha ele sério.
— Sabe que não é normal?
— Sei, mas ouviria a proposta senhora Paz?
— E seus pais?

82
— Os quero por enquanto, sem saber desta maluquice, mas sei
que eles terão de aceitar algumas coisas.
Ele fez sinal para ela ir no sentido da casa que ele desenhara e
entra na mesma.
— Desculpa a falta de moveis, mas é que terminaram de cons-
truir esta semana.
— O que quer menino?
Pedro pega uma folha e traça alguns traços e fala.
— Eu gostaria de sinceridade moça, mas não olha para mim, sei
que sou uma criança.
— O que quer saber?
— Preciso do estudo técnico com o projeto arquitetônico para
este lugar, pois quero liberar o projeto antes de começar a gastar, en-
tão eu gostaria de saber, para construir, - ele aponta um ponto e de-
pois outro, dois quadrados no papel, dois prédios de 12 andares, com
piscina e estacionamento, já que a pedreira é ela por si não tem o que
fazer, além de deixar ela encher o lago, quanto seria o estudo e registro
disto com o projeto de engenheiro.
— 12 andares?
— Sim, 10 andares para os quartos, restaurante e recepção e es-
paços comuns nos dois primeiro andares, prédios pequenos, pois eles
tem 300 metros quadrados por andar, por 12 andares, 90 quartos por
prédio, três mil e duzentos metros quadrados por prédio.
— E o resto do espaço?
— Uma reserva florestal pertencente ao hotel.
— Esta parte dentro do lago?
— Uma plataforma sobre a agua, e um mirante que vai ter um
elevador que os levará a mais de 150 metros, com visão para toda a
região.
— E quer saber se tem como o fazer?
— Quero primeiro um estudo técnico e aprovação diante da pre-
feitura, se eles aprovarem algo assim, aqui, e souber do custo primeiro
de projeto e depois de execução, levanto o dinheiro.
— Tem para o começo.
— Pensando em saber quanto o projeto custaria?
A moça não estava acreditando na conversa, mas viu os docu-
mentos do local, ela pensa na metragem e fala.

83
— Para elaboração e criação do projeto, aproximadamente 144
mil reais.
— Quer os 30% na assinatura da proposta senhora.
Roseli sorriu, ela chutou um valor, pensando em assustar o me-
nino e ele se propôs a pagar 30% do valor.
— Tenho de pensar no projeto e verificar os documentos, mas
teria um telefone para contato?
— Sim, podemos fazer uma pré proposta e começar pelo proje-
to, depois verifico cada passo, devo levantar cada prédio a sua vez.
A moça sorri e pergunta.
— Tem um prospecto deste mapa para nos conseguir?
— Pode ficar, este é o prospecto da prefeitura para registro, a
transferência do terreno só foi iniciada hoje.
— E acelerando?
— Estavam enrolando no passar dos documentos. – Mente Pe-
dro, estava receoso pois estava investindo em um terreno que não
estava em meu nome.
— E o que fez até agora?
— A pedreira não era perfeita, ela tinha imperfeiçoes, o calça-
mento não existia, esta casa não existia, o calçamento da rua não exis-
tia.
— Certo, estava investido aos poucos e não estava em seu no-
me, arriscando ter de tirar.
— As vezes é mais barato assumir a perda, do que ficar tentando
mudar pedras de lugar, mas não queria perder.
— O lugar é bonito, nunca tinha conhecido esta parte, sempre
pensei em uma pedreira horrível, está bem bonito, e pelo jeito quer
cercar a área?
— Sim, vou cercar e murar a parte da frente, mas por enquanto
estarei por aqui, agosto volto a Curitiba para sala de aula.
— E vai deixar alguém na casa.
— Estou ainda tentando achar alguém para cuidar da casa, não
falei ainda com a pessoa.
— Certo, mas qualquer coisa lhe ligo.
Pedro viu que a moça ainda saiu com a aura falando, descrença.
Ele espera a noite, e desenha o tapume a toda volta do terreno,
subindo e descendo morro e depois pensou na primeira linha de tijolos,
inclinados para dentro do terreno, uma linha as costas paralela mas

84
reta, e com ligação entre os dois muros a cada dois metros, subindo a
toda frente do terreno, as costas do tapume, os espaços entre os mu-
ros terra compactada, quando o muro de madrugada chega a 4 metros,
ele fecha a casa, atravessa andando até a praia, e caminha até seu
quarto nas pedras, toma um banho, cansado e vai ao banho, ele não
vira nada no dia, ele não acompanhara nada do que aconteceu.

85
Pedro acorda e olha para seu pai entrar na
peça ao lado, faz sinal para ele, ainda estava relu-
tante, mas olha para a sala, a TV estava ligada ainda.
Ele sai e pergunta.
— O que não vi ontem?
— Que fizeram uma busca aqui procurando
você.
— Eles tem algo ou apenas alguém querendo
o dinheiro?
— Não sei, mas devem estar procurando o
dinheiro, e sabe que se não tivesse depositado on-
tem, eles teriam me complicado.
— Pai, eles falaram o que?
— Para assim que aparecer, se aparecer, levar a delegacia de
menores, para esclarecimentos.
— Vamos lá então pai.
— Saiu uma reportagem ontem na gazeta, até o gerente do ban-
co perguntou se as entradas iriam ser pela sua poupança?
— Não sei ainda pai, mas vou tomar um banho, ver se alguém
me passou algo por e-mail, e vamos a delegacia.
— E vai falar onde estava?
— Não quero complicar a mãe.
Gerson olha para a parede ao fundo, ele entra, ele a toca, estra-
nhava aquilo, ele foi ao banho e depois acessou o computador e viu
que 4 dos que haviam lhe ignorado pediram crônicas, que mais de 30
jornais lhe responderam, e fica a pensar, ele escreve 6 crônicas rápidas,
e passa para os 30 jornais, ele se repetia muito ainda, mas não tinha
noção do que estava acontecendo, escreve a crônica em inglês e a em
castelhano e pela primeira vez, escreve algo em francês, mandando
para um jornal de Paris.
Ele sai pela porta, Gerson olha para a parede, pareceu ficar está-
tico, e fala.
— Vamos com meu carro.
— Vamos então.
Gerson sabia que não queria entrar na delegacia, todos sabiam
de antemão que ele batera no filho, mas a certeza de que seu avô o
tiraria de lá, parecia tirar parte dos medos.

86
Eles chegam a delegacia de proteção a criança, Pedro entra, ob-
vio que os olhos não vieram a ele, pois era muito pequeno, uma coisa
era dizer, fiz, outra, vocês vão acreditar que aquele menino fez, Gerson
entrega o cartão para na recepção do policial que estivera em sua casa
no dia anterior.
O rapaz vem de dentro e obvio, ele mede Pedro, uma coisa era
querer afirmar que Pedro fez algo, mas a desilusão em olhar o menino
foi grande.
— Pedro Rosa?
— Sim.
— O que foi isto no rosto?
— Já comprei uma cama nova, ela não aguentou comigo, e me
machuquei.
— Não teve graça.
— Eu não vim fazer uma denuncia, eu havia fugido de casa, e
quando tento voltar para casa descubro que a polícia acha que fiz algo,
e vim ver o que fiz.
— Quantos anos têm?
— 13!
— Onde estava antes ontem por volta das 11 da manha?
— Na praça Santos Dumont, olhando de longe, não acreditava
que meu pai fosse tão burro de tentar de novo aquilo.
— Alguém o viu lá?
— O policial militar que o prendeu, por sinal, o mesmo policial
militar que me bateu com seu pequeno cassetete nas pernas por estar
dormindo a rua na noite anterior.
— Acha que ele lhe reconheceria?
— Ele ficou na duvida se corria atrás de mim ou prendia o atira-
dor, bater em crianças é mais fácil.
— E porque foi lá?
— Alertar Paulo, a Fabrícia que meu pai tentaria de novo, um co-
lete a prova de bala o salvou senhor.
Gerson olha para o filho, não pensou nele lá para isto e fala.
— Sabia?
— Sabe que sim pai, eu o vigiei no dia anterior, eu vi você indo
falar com ele naquele lugar na tarde do dia anterior.
O delegado olha o menino e pergunta.
— E onde estava ontem o dia inteiro?

87
— Caminhando a rua, a fome me levou para casa.
— O sindico disse que pagou a conta do apartamento, o que te-
ria a dizer a este respeito?
Pedro pega o jornal as costas e fala.
— Apenas peguei parte do dinheiro que tinha recebido das crô-
nicas que escrevo e paguei a conte.
O senhor sabia que perguntou aquilo para muita gente e falaram
em uma criança pagando contas e pergunta.
— Mas quanto dá isto em dinheiro?
— Até agora pouco, mas as contas não tinham chego a 4 mil ain-
da, então ainda tem dinheiro na conta.
— Escreve a muito tempo?
— Não é o tempo senhor, eu amanha estarei em 30 jornais lo-
cais, 3 internacionais, é quantidade de jornais, multiplicado em media
por 100 reais no Brasil, por 250 dólares fora do país.
Gerson olha o filho, ele estava dizendo que pretendia ganhar 3
mil reais no dia seguinte.
— Com que frequência ganha isto?
— Deixar claro que vai a uma conta de meu pai, conjunta mas do
meu pai, mas não passa de duas vezes por semana este montante.
— 6 mil por semana? – O rapaz.
— Isto que estranho, escrever para 30 jornais no Brasil me geral
três mil reais, escrever para 3 jornais esternos, me gera perto de 750
dólares, ou perto de dois mil e duzentos reais por dia, se somar o valor,
dá mais de 10 mil por semana, mas nem sempre eles vão comprar os
assuntos, mas como falava com meu pai, se um serviço de não mais de
duas horas semanais me permite por isto na conta, melhor do que
procurar uma vaga de menor aprendiz, que me tiraria pelo menos 6
horas dia de estudo e me geraria se muito 400 reais.
— Teria os recibos de pagamento?
— Não, mas um estrato da conta de meu pai, mostraria as en-
tradas, o saque a dois dias para pagar as contas, ele apenas estava me
enrolando pensando em gastar com pinga, mas como estava lá, e con-
sidero aquele dinheiro meu, enquanto ele estava preso ontem, resolvi
pagar as contas.
— E quanto tem na conta dele ainda, que ele não deu parte des-
ta retirada?

88
— Deve ter uns vinte e poucos mil, não sei, não vi o estrato esta
semana, o cartão sempre está com ele.
— E para quem escreve de fora do país?
— O mais conhecido é o New York Times.
— Sabe que vamos verificar todos estes dados.
— Espero que sim.
O senhor olha para o policial a porta e fala.
— Algo que tenha a mais para perguntar para o menino?
Ele faz sinal que não com a cabeça, Gerson e o filho saem e o in-
vestigador fala.
— Sabe que ele esta encobrindo algo, mas ainda não saiu a de-
terminação da quebra de sigilo bancário do pai dele, mas o menino
parecia saber o que tinha lá, e se não tiver, terá as entradas, se o meni-
no está fazendo dinheiro, explica a briga em casa.
— Não entendi. – Delegado.
— Gerson é um perdedor senhor, jogador, viciado em bebidas e
sexo, o menino começa a ganhar dinheiro, deve ter pedido algo, e aqui-
lo ao rosto, está feio ainda.
— E porque ele protegeria o pai?
— Pelo que entendi, ele foi indicar a Fabrícia por um colete a
prova de bala naquele dia.
— Eu estava pensando que era caso de assedio de menor daque-
le traveco, mas pelo jeito é mais complexo.
— Ainda é uma das veias de investigação senhor, mas pelo jeito
o menino imaginava que o pai iria lá, sinal que ele pode realmente ser
o motivo, mas chama o policial a depor, ele pelo jeito pegou pesado
com o menino.
— Vou verificar quem prendeu o senhor ali.
Gerson olha para o filho chegar em casa e fala.
— Acha que tem dinheiro lá?
— Se não gastou tudo, sim.
— Não gosto de deixar dinheiro na conta.
— Então deixa na minha poupança pai, pelo menos teremos pa-
ra o pagamento das contas.
— E vai fazer o que?
— Conversar com uma engenheira.
— Não entendi.
— Pai, mantem a calma, eu não sei o que estou fazendo.

89
Pedro entra no quarto, Gerson não estava entendendo aquele
lugar, o menino entrava na parede que parecia uma sala ao lado, e ele
era barrado, mas viu que seu filho tinha se metido em uma bruxaria da
grande.
Pedro muda de roupa, risca uma porta a parede e olha para a
moça do apartamento e fala.
— Vai me entregar senhora? – Olhando a empregada do apar-
tamento, estava de capuz e não olhou para a câmera.
Ela recua e fala.
— Eles pressionam muito.
— Quer acordar morta senhora?
— O que é você?
— Alguém que poderia apenas surgir no seu quarto, e lhe matar,
e ninguém veria, vai mesmo depor senhora?
Ela fala assustada, e ouve.
— Vai comprar um pão, não sei em nome de quem está este
apartamento ainda.
Ela olha para ele e fala.
— Vai assumir o apartamento do senhor Geraldo na cidade?
— Geraldo?
— Geraldo Souza.
— Não sei ainda, mas vai comprar um pão, mas não é para falar
que estou aqui.
— Sabe das câmeras?
— Calma, tem de ter um álibi moça, nós pobres somos sempre
os culpados para a polícia.
Ele estica uma nota de 100 para ela e a mesma desce, ele olha
para a sala do sistema e entra, sente na mente o que teria de fazer e
começa a desligar os HDs, viu que a polícia havia colocado ali mais 3
câmeras, ele as desliga e tira as mesmas da parede, ele coloca a mesa
com uma folha com um ponto de interrogação, ele tira o quadro da
parede, olha o cofre, sente os números em sua mente e abre o mesmo.
Ele olha o cofre e tira tudo que estava ali e coloca em seu cader-
no, ele não teria como somar, ele tinha de avançar e talvez tivesse
aprontando com a moça, mas fecha o cofre, põem o quadro no lugar,
guarda os HDs em seu caderno.
Pedro olha a moça voltar e apenas vai a sacada, risca uma porta
a parede e atravessa para seu quarto.

90
Ele senta a cama e começa a olhar os documentos, não o dinhei-
ro, ele não entende, eram estudos geológicos da região, mas não tinha
nada de grande, era como se tivessem tentado enxergar algo e ele
ouve em sua mente, para olhar a formação ao sul de Santa Catarina,
Criciúma mais exatamente, quase divisa ao Leste, ele olha e ouve.
“Ai está a maior mina de diamante do país Pedro.”
Ele entra no jornal de Criciúma e viu que havia uma oferta de
venda por um dinheiro que não era quase nada, por aquele terreno, ele
sorri e fala sozinho.
— Como algo assim pode ser real?
Ele ouve alguém sorrir em sua mente.
Pedro passa uma proposta por e-mail e pergunta se daria para
fazer uma proposta pelo terreno.
O corretor falou que sim, ele o faz e sai pela porta e olha para o
pai.
— Faz um favor pai?
— Fala?
— Pede uma linha com internet, uma hora a senhora Marta vai
trocar a senha e não terei como fazer isto.
Gerson olha para o filho e fala.
— Não entendi sua posição referente a Paulo, tem um caso com
ele?
Pedro sorri e fala.
— Dois atiradores profissionais que poderiam se unir e fazer his-
toria, um resolve ser transformista e o outro jogador falido, e me per-
gunta o que está errado pai?
— Mas não tem nada com ele?
— Não, mas é o que o Delegado está pensando lá pai, deixa ele
achar que o crime foi por este motivo.
Gerson sorriu.
— E quer poder trabalhar em paz?
— Vou pedir para imobilizar em um terreno em Santa Catarina
25 mil reais, mas lhe garanto pai, aquele terreno vai me gerar o que
preciso.
— E como sabe?
— Como se diz, algo está no meu caminho, e pode considerar
sua maior aposta pai, e não vai entender antes de ver.
— Imobilizar não é apostar.

91
— Se quer sempre ser um perdedor, é só não o fazer, mas dai te-
rei de achar uma outra forma de fazer.
— Pelo jeito sabe algo?
— O porque o Deputado pediu a morte de Paulo Oliveira.
— Não entendi.
— Ele é herdeiro de uma terra em Minas, quer dizer, 12 terre-
nos, de onde um empresário de lá, paga deputados, mas este senhor,
extrai ilegalmente ouro, falam que ele já extraiu mais de 20 bilhões de
reais em ouro, ilegalmente, alguém assim, mata todos que possam ser
herdeiros daquilo.
— Uma senhora fortuna.
— Sim, se perdesse 8 mil reais por dia no jogo pai, não chegaria
a um por cento do que ele já tirou de ouro lá durante a vida.
Gerson sorriu e falou.
— E mesmo assim são pão duros?
— Não entendi, eles pagaram pela morte de todos os parentes
de Paulo, mas eles sumiram da cidade, não sei quem eles seriam, mas
eles tem uma base de compra de deputados no Paraná ali no Centro
Cívico.
— Eles querem extrair algo no estado?
— Não entendi, mas compra o terreno que lhe passar para com-
prar e não tivemos esta conversa pai.
— Mas o que teria ali?
— Não sei ainda, mas calma, descobrimos.
Pedro olha a aura do pai, sabia que teria de passar outro terreno
para ele comprar, ele iria jogar o terreno, as vezes Pedro queria apenas
um pouco de compreensão.
Os investigadores chegam ao apartamento e falam com a moça,
ela viu que eles não foram gentis, e a conduzem a um depoimento, eles
prenderiam ela mesmo sem ter provas.
A moça não tinha as respostas, então o delegado estava queren-
do a prender, ela falou que o menino esteve lá no dia, mas apenas a
ameaçou, ela não conseguia ver nele um assassino, e fala da marca ao
rosto.

92
Pedro estava a sala quando a polícia bate a
porta e são conduzidos a delegacia, a senhora olha
para o menino, que apenas fala lentamente com os
lábios.
“Calma”.
O delegado olha o menino e fala.
— Já está chegando o ministério publico para
lhe acompanhar, pois seu pai não pode ser seu re-
presentante diante de uma acusação grave.
— Grave?
— Matar um Deputado.
Pedro olha para as pessoas em volta e vê que
dois policiais ao fundo estavam com ódio dele, o
delegado intrigado e fala.
— Se for me prender Delegado, que tal prender 6 dos seus in-
vestigadores que receberam para matar pessoas na cidade, dinheiro
daquele Deputado?
O Delegado viu que menino foi ao ataque e fala.
— Uma coisa não tem haver com a outra.
— Bom saber que se abrir sua conta também vão encontrar di-
nheiro do senhor Geraldo Souza, mas tem de entender Delegado, nin-
guém quer por isto em um relatório, apenas incompetentes, tem de
sair do caminho.
— Mas...
— Eu não vou confirmar o que vou falar aqui com o escrivão di-
gitando senhor, mas por investigação nisto, é expor um apartamento
que servia de base de compra de deputados no estado, não é uma boa
ideia, e todos sabemos que a ordem era não sobrar testemunhas, eu
não gostei disto, você teria 8 pessoas mortas, em assaltos bobos, meu
pai morto, e tudo já comprado pelo Deputado, apenas com uma forma
de parar, o ele não poder pagar.
— E fala com esta calma...
— Sou de menor senhor, se me prender, aos 18 saio.
— Se não morrer lá, é pequeno.
— Ser pequeno, não é ser inofensivo, é penas distração aos
olhos dos que acham que apenas musculo, sem técnica e cérebro, não
adianta nada.

93
— E porque ela lhe acusou?
— Porque vocês a estão incriminando sem provas que ela fez al-
go, bem covarde isto Delegado, prende a empregada para não fazer
seu trabalho, pois não tem provas que ela empurrou ele, não tem pro-
vas nem que eu estive no apartamento ontem, nem hoje, mas não
deixaria aquelas gravações de acordos políticos lá, para vocês fazerem
chantagem ou acabarem mortos.
— E acha que as coisas param assim?
— Não puxamos as armas ainda senhor, quer mesmo que todos
saibam de onde vem os Rosa, quer realmente mortes a rua, pois um
deputado de Minas, não afeta nada a vida nesta cidade.
— Todos sabem quem é seu avô.
— Se sabe, então entende que ele cheira a cadáveres, não nós.
— E porque matou o Deputado?
— Terá de provar isto senhor, dois minutos antes dele pular pela
janela, um policial me via no centro, na frente da casa do senhor Paulo
Oliveira, os papeis a mesa do Deputado tinha uma lista a matarem na
cidade, entre elas, Paulo, amigo do meu pai, mas se iriam matar o De-
putado, nada melhor que estar em um lugar que vissem os 3, mesmo
que um saindo preso, pois não seriamos ligados a morte do deputado.
— Mas a imagem.
— Sabe que aquilo é montagem, ninguém some e reaparece.
— Mas o depoimento da moça é o que está na fita.
— Ou acredita na fita, e dai tem de acreditar no depoimento de-
la, mas pela algema nela senhor, a gravação não está sendo levada em
conta.
— Mas ele foi jogado.
— Prove que ela empurrou senhor, provas, não apenas prender
alguém por ser pobre, que é bem o que vocês fazem, um deputado
daquele responde a 32 inquéritos, e nunca foi preso, a moça ali ao
fundo, nem tem um inquérito terminado e vocês já a prendem.
— Parece falar muito bem para alguém de 13.
Pedro parecia olhar em volta e decidir o que falaria, as auras ao
fundo entenderam, que eles seriam alvo, e não pagos, o delegado pa-
recia mais calmo e fala.
— E se o prender?

94
— Vou preso, mas não inventa delegado, não se mete em en-
crenca por um contrabandista de ouro de Minas, chamado Geraldo
Souza, não vale sua vida.
— E porque não valeria?
— Ele mantem um esquema tão caro lá, que tem sempre de ex-
plorar mais do que precisava, pensa em alguém para se manter gasta
mais do que eu o senhor e todos nesta delegacia gastarão durante a
vida, por ano.
— Seu pai gasta muito.
— Estava explicando para ele o tamanho do problema delegado,
se ele apostasse e perdesse os 8 mil que perdeu na ultima cartada, por
dia, por 100 anos, ele não chegaria a um por cento do que aquele se-
nhor já explorou de ouro no Brasil.
O delegado olha o menino, ele não estava dizendo sou inocente,
ele estava dizendo, olha direito, tem muito dinheiro envolvido, não os
trocados na conta.
Gerson estava a porta ainda, e o delegado pergunta.
— Dizem que esteve em Matinhos ontem, poderia me confirmar
se é verdade?
— Sim, como disse para meu pai, vou imobilizar os recursos para
ele não torrar.
— E o que pretende imobilizar no litoral.
— Senhor, em Matinhos, eu compro um terreno de mil por 6 mil
metros, junto aos morros ao fundo, por menos que um terreno de 8
por 20 no Sitio Cercado, eu não tenho ainda para comprar imóveis em
Curitiba.
— E vai fazer o que em algo assim?
— Um hotel fazenda, quem sabe não convenço minha mãe a to-
car e me reaproximo.
— E tem dinheiro para fazer isto?
— Hoje não, mas tenho 13, o terreno estará lá quando eu tiver
21, e valerá mais que hoje.
— Gastando muito para quem não tem de onde tirar os recur-
sos.
— Senhor, eu não vou confessar de onde tiro meus recursos,
gente que mata por 20 mil reais, o que fazem por bilhões, que é o que
este Geraldo tem tirado por ano.
— E porque ele lhe financiaria?

95
— Senhor, eu não sou aliado de Geraldo Souza, mas pensa, es-
tamos apenas em uma conversa informal, ele tira ilegalmente em al-
gum lugar neste país, mais de um bilhão de reais em ouro ano, mas
tem um detalhe, ele tira ilegalmente isto, então isto é um dinheiro que
não existe, se alguém rouba um ladrão, como o ladrão dá queixa se-
nhor?
— E o quer roubar?
— Não existe roubo de algo assim senhor, pois é algo que não
existe, ele pediu a compra de dois terrenos no Paraná, e pediu conces-
são a 2 meses, não saiu ainda, mas um terreno fica na serra do mar,
outro fica adivinha onde?
— Abaixo da reserva florestal que comprou?
— Sim, parte fica ali, ele não entendeu a dinâmica de solo, mas
como disse, quer ganhar, fica de olho nos rapazes dele, mas não nos
que vem pagar para matarem pessoas, e sim, nos atiradores deles as
costas, apagando pegadas.
— E como vai segurar ele perto de seu terreno?
— Ambientalistas, são sempre os melhores.
O delegado pede para tirarem Gerson dali, e pediu para os de-
mais saírem, e olha o menino.
— E se estiver o enganando para saber o que você sabe menino?
— Acha que falei tudo?
— Sabe que pode acabar tendo de pagar por nosso silencio?
— Delegado, o problema, como falei, é que acho que o senhor
Geraldo entrou em um problema bem por pagar demais.
— Não entendi.
— Senhor, se for para ter proteção, não terei 20 mil pessoas re-
cebendo, que é o montante de pessoas que o senhor Gerson paga, ele
gasta uma fortuna, para não verem, mas acaba pagando para muitos
por isto, pode parecer muito um bilhão de reais, mas se dividir isto por
20 mil pessoas, dá menos de 50 mil por pessoa ano.
Pedro sabia que o delegado ganhava mais que isto em 3 meses
então viu a aura do senhor mudar e falar.
— Algo para não ser falado tanto.
— Sim, mas ele estava pagando vinte mil por mortes, e a minha
pergunta, porque ele queria estas mortes.
— E descobriu?

96
— Sim, legalmente, estes são os herdeiros das terras que ele ex-
plora, pode parecer paranoia, mas se alguém o tirar isto, com uma
estrutura imensa, ele para senhor.
— Certo, e o rapaz sabe o motivo?
— Não, ele sabe que os Oliveira estavam morrendo em Santos e
fugiram para Curitiba, mudaram de nome, mudaram de aparência, mas
alguém os achou aqui.
— Isto que não fala em publico?
— Também isto.
— E como vai manter um terreno longe dos olhos sem ser inva-
dido?
— Senhor, eu vou cercar, criar um hotel fazenda mesmo que
rustico no lugar, e com certeza, vou pedir direito de extração, o terreno
já tinha uma pedreira de granito.
— E não falou isto para seu pai?
— Eu não tenho 18 para ele não poder tirar de mim delegado, a
crônica do dia de ontem, em mais de 30 jornais nacionais e três inter-
nacionais, que as leis locais, transformam o filho do marginal em mar-
ginalzinho, vocês não dão espaço para outra coisa.
— E vai assumir ser um Marginalzinho?
— Se os planos derem certo, quando tiver idade, me chamarão
de empresário de sucesso.
— E se der errado?
— Terrei um hotel fazenda e uma casa no litoral, dá para se vi-
rar.
— Certo, e acha que a moça não tem culpa?
— Não é questão dela ser culpada, ela não é, mas mesmo que
fosse delegado, o senhor não tem provas contra ela.
— Mas ela nos omitiu você.
— Ela não tinha visto meu rosto antes, foi a marca nele que fez o
senhor ligar a minha pessoa.
— Certo, e o que fazia lá?
— Não confesso crimes tão facilmente senhor.
— E se afirmarem que roubaram dinheiro naquela casa?
— Procedência senhor, sem procedência, não existe recursos,
recurso em espécime, é recurso que geralmente compra políticos, pois
é uma forma de não ficar no sistema financeiro.
— Melhor não sair da cidade.

97
— Tenho aula semana que vem.
O delegado o dispensa e Gerson olha o filho.
— O que aconteceu ali dentro, você falou pelo cotovelo e o de-
legado o liberou.
— Todos querem saber pai, de onde este senhor em Minas, tira
sua riqueza, é o que me propus fazer, um país de corruptos e corrupto-
res.
— E o que estamos esperando?
— Vou oferecer um emprego a senhora.
— Já contratando?
— Ainda não.
Pedro olha a senhora sair e a olha e fala.
— Podemos conversar senhora?
— Eles me deram a conta, estou desempregada menino.
— Teria algo contra aceitar um emprego, longe daqui por en-
quanto?
— Não entendi o que fez ali, eles estavam quase me fichando.
— Eu apenas disse que você era inocente.
— E porque eles acreditariam numa criança que atirou um depu-
tado pela janela.
— Porque se eles não tem provas nem disto, como eles teriam
que a senhora fez algo.
— E teria um emprego onde?
— Tenho uma casa no litoral, e preciso de alguém cuidando dela,
é mais simples, mas é uma casa boa.
— Teria de pensar.
Pedro pega um papel a mochila e anota seu numero e fala.
— Esta proposta está de pé até amanha, você que sabe moça.
Ela saiu e Gerson falou.
— O que faremos hoje?
— Ver o que comprei ontem em Matinhos.
— Falava serio que comprou um terreno em Matinhos?
— Sim, vamos lá.
Gerson estava estranhando o filho, e saem de carro, estrada,
uma hora de 5 minutos paravam a entrada do terreno, os rapazes en-
tregavam material e Gerson estacionou e olhou a casa.
— Esta casa é das boas.

98
— Sim, mas apenas confirma o recebimento do material ao fun-
do e lhe mostro o lugar.
Gerson vê o pessoal entregando grama, entendeu onde ela iria,
e olha para a queda de agua no fundo, foi inevitável ver aqueles cami-
nhões jogando areia ali, e caminhar até lá.
Pedro olha o rapaz e fala.
— Vão entregar toda areia hoje?
— Sim.
Gerson chega ao lado e olha para a queda d’água e pergunta.
— Comprou tudo isto?
— O terreno tem um de frente, e o fundo, já está na reserva flo-
restal federal de Saint Helaine Lange, é um terreno longo, sem grandes
coisas, que acaba sobre um mangue na baia de Guaratuba, na ponta da
ilha do Veiga.
— Está dizendo que o terreno se estende bem ao fundo?
— Seis mil metros, parece nada, mas no sentido que vai, atra-
vessa a montanha e se estende até o outro lado.
— E o que vai criar aqui?
— Um hotel, mas ainda tenho de levantar dinheiro para isto.
— Quanto custa cada prédio para levantar?
— Perto de 900 mil cada pai.
— Não tenho para ajudar.
— Sei disto, por isto começamos pequenos.
— Isto não é começar pequeno.
— Mas pai, o projeto, é para quando eu conseguir, erguer dois
prédios de 12 andares, 900 mil cada, parece muito, mas é quanto vai
custar para erguer, mais 200 mil para mobiliar, mas se eu conseguir,
eles podem me gerar por prédio, 90 diárias, que na temporada, enche,
mais de 200 reais por diária, por pelo menos dois meses, isto é pagar o
investimento em um ano pai.
— Não entendi. – Gerson.
— Pai, os dois lugares que eles estão colocando gramas, retos,
são quadrados de 400 metros quadrados, em cada um deles, terá a
base de dois prédios, de 300 metros, prédios de 300 metros por 12
andares, 3600 metros quadrados, por dois, um investimento de mais
de dois milhões e quatrocentos mil reais, mas se eu multiplicar 180
quartos, por uma diária normal da praia de 200 reais, por 180 quartos,
isto dá 36 mil reais dia, por 30 dias, mais de um milhão de reais mês,

99
por 3 meses de temporada, mais de três milhões de reais nos três me-
ses agitados do ano.
— E acha que alguém vem para cá?
— Olha o lugar pai, teremos uma praia particular, de agua doce,
está olhando hoje, inverno, mas no verão, pensa neste lugar.
— E como vai pagar isto?
— Isto ainda não sei se posso confiar pai.
— Disto que falava em convencer sua mãe a tocar?
— Sim, e aquela casa ao fundo precisa de alguém tocando, é pa-
ra aquela casa que pretendo trazer a senhora.
Gerson viu que uma maquina começa a esticar a areia no senti-
do da pedreira, viu um grupo começar a colocar a grama nas partes
alisadas, e olha para um buraco ao fundo e pergunta.
— E aquele buraco?
— A piscina do hotel ao lado.
— E vai querer com 13 criar isto?
— Pai, eu tenho tamanho de alguém que tem como fazer isto?
— Não, sabe disto.
— Mas pai, e se conseguir?
— Acha que consegue?
— Sim.
— Teria um local único no litoral.
— Na verdade quero apostar em 3 lugares, este é um, o segundo
ficaria na entrada da cidade, do outro lado deste morro, parte da late-
ral da rodovia está neste terreno e uma na ponta oposta, lá na baia de
Guaratuba.
— Três hotéis?
— Não sei ainda pai, tenho de ter o primeiro para montar os
demais.
— Está escondendo algo de mim filho?
— Pai, pensa que depois de implementado, se conseguir, isto
pode gerar depois de impostos e funcionários e estrutura, mais de um
milhão de reais ano, não sei para o senhor, mas para mim, é muito.
— Sabe que não pode tocar isto sozinho.
— Sei, mas ainda não implementei, vou pensar nisto ano que
vem, se conseguir, ainda em projetos, mas eu gostei do lugar.
Pedro iria mostrar outras coisas ao pai, mas aquela frase com
sua aura piscando interesse, resolveu não o fazer.

100
Pedro começava a duvidar de seu caminho, e apenas ouve em
sua mente para confiar.
Pedro olha em volta e fala.
— Pai, a casa é boa, mas ainda não tenho nem para mobiliar, en-
tão tenho de escrever, estudar e ver o que sobra.
Os dois voltam ao carro e Gerson reparou que o terreno era cer-
cado, e parecia ter um bom acesso.
Roseli olha para as mensagens, Pedro responde do carona que
passaria lá mais tarde.
Roseli entra no terreno, ela entrou no dia anterior sem muro,
agora tinha um muro que parecia uma fortaleza, o caminho bem ajei-
tado, fazia ela olhar em volta, viu que eles demarcaram o local e ela
olha para o pai.
— Sei que entende mais disto que eu pai, sei que a proposta é
de uma criança, mas o terreno está em nome dala, ontem estava mais
bagunçado, mas onde temos os quadrados delimitados, os prédios de
12 andares, os buracos, as piscinas dos prédios, a parte calçada, estaci-
onamento,
O senhor Roberto olha o local e fala.
— Um lugar que não conhecia na cidade.
— E a parte enfeite, ele está levantando, parece querer vender a
ideia, pois me parece uma boa ideia.
— Eles limparam bem o terreno, nitidamente é rocha por baixo,
o que nos gera uma fundação firme sem muita profundidade, pelo jeito
ele não quer algo muito grande?
— Ele falou em colocar um elevador ao lado da queda, e uma es-
trutura que erguesse por mais de 150 metros.
Roberto olha para o local e fala.
— Ele quer dar visibilidade sobre os prédios, entendo, seria mais
alto que o morro em si, e poderia ser uma vista para os hospedes.
— Não sei a ideia dele ainda pai.
— Ele falou em primeiro aprovar o projeto, foi o que me falou?
— Sim, não acho que a prefeitura vá proibir, mas tenho de olhar
os outros dois locais.
— Outros dois? – Roberto.
— Sim, um voltado para a PR508, do outro lado do morro, mais
ao fundo, mas também uma antiga pedreira, e uma na parte da baia de
Guaratuba, ele parece querer fazer um complexo de 6 prédios, ele

101
anotou que a fachada poderia ser diferente, mas com estrutura igual,
para não somar no custo.
— Tem de cuidar para não acabar com o projeto com muitos
quartos filha.
— Pai, eu poria 12 quartos, ele colocou 9 por andar, ele pediu o
primeiro e segundo para restaurante, sala de ginastica, distrações aos
clientes, ele começa o prédio a partir do terceiro, e mesmo parecendo
tudo apertado, bem projetado, para 90 quartos, fácil.
— Certo, ele não somou muito por prédio, o que permite uma
recepção mais especifica.
— Ele soma em recepção, sabe que isto é custo fixo pai, pois
uma coisa é você ter uma recepção, outra, 6 recepções.
— Pelo jeito ele pagou caro nisto. – Fala Roberto.
Roseli mostra o comprovante de imposto e compra e o senhor
fala.
— O menino viu pelo jeito antes, estas coisas naturais, que tem
intervenção humana, não sei por que criam um charme próprio, pois se
pensar, isto em nada tem de natural.
Roseli sorri e vai a casa e começa a olhar os projetos, ela via que
eles anteciparam os buracos, para não ter de explodir depois, parecia
para ela que os buracos foram escavados, e isto gerava muito barulho
quando feito em rocha.
Pedro chega a Curitiba, já fim da tarde, seu pai parecia querer
conversar, mas ele estava cansado, e pediu um momento e foi ao quar-
to.
Pedro teria de tomar cuidado, ele não fora sincero com nin-
guém, isto fazia muitas mentiras no meio do caminho, ele toma um
banho e olha para o quarto ao fundo, ele acessa o computador, havia
pedidos de contato, ele pega o notebook e coloca na pasta, atravessa
para o quarto e de lá, para a praia, ele faz sinal para um taxi e fala onde
queria ir, o Taxista estranha, mas o deixa lá, problemas no troco, Pedro
disse que esperava ele trocar.
Pedro entra e olha Roseli e o senhor.
— Pedro Rosa, este á meu pai, o dono da construtora.
Roseli viu que seu pai pareceu não levar a serio e fala.
— Prazer. – Pedro esticando a mão, o senhor pareceu se perder
na imagem do menino, ele nem cumprimentou e olhou para a filha.
— Pensei que era sério filha.

102
Pedro estava com o notebook e viu a moça pedir um momento e
sair para falar com seu pai que se afastava.
Ele sorri da sua forma doida, parecia um deboche, talvez não
desse certo, mas ele queria os projetos. Ele senta e começa a ouvir
outro Pedro falar que coisas como estes prédios, só precisavam de uma
boa fundação, que assim que a fundação estivesse estabelecida e está-
vel, se começa a por as vigas de estrutura e depois os pisos, ele estava
ouvindo e anotando, quando a moça chega olha ele descente.
— Tudo bem Roseli, sei que tenho de me acostumar a não ser
levado a serio.
— Ele pensou que seria a forma de entrar no litoral.
— Com pressa?
— Quer conversar?
— Sim, me passaram um prospecto de construção de prédios as-
sim, não entendi se teria como fazer isto apenas assim, pois parece as
vezes uma loucura pensar assim.
— Assim como?
Pedro põem um calculo de peso da estrutura total e o quanto
cada coluna deveria ter de base e resistência, depois ele colocou os
modelos de pré-construção americana, que se parafusava as vigas,
depois as chumbava e depois se colocava os pisos.
Ele mostra aquele prospecto de construção, com cada um dos 6
prédios com janelas com vidros diferentes, depois a base que se preci-
sava para uma estrutura que iria como uma torre até 140 metros e
depois virava um quadrado alto, elevador interno, escada interna, mas
toda a estrutura espelhada, para as vezes, dar a sensação de que a
construção flutuava.
Roseli olha para os estudos e fala.
— Tem para construir quantos?
— Roseli, eu tenho 13 anos, e um prédio de 12 andares, eu sei
calcular, mas todos sabem, eu não posso assinar o calculo, é estranho
ter de pagar para alguém assinar, pois ele tem um diploma, e não sei se
ele saberia fazer o calculo.
— Mas não respondeu se tem para construir.
— Dois deles eu devo fechar a semana tendo, e não adianta ten-
tar explicar, mas quando pedi o projeto, é para conseguir um sócio,
pois eu não serei levado a serio.
— Sabe que não pode ser sócio de uma empresa ainda?

103
— Sei, estou quase esperando para ficar maior, mas este país
não tem estabilidade para se deixar um montante que dá para constru-
ir dois prédios, até meus 18 numa aplicação ou investimento.
Ela pega os cálculos e refaz e fala.
— Porque este ultimo mudou os cálculos.
Pedro mostra uma foto aérea da região e ela entende.
— Sobre mangue?
— Não vai aparentar mangue olhando ali, mas sim, toda região
requer uma fundação de 45 metros, mais alta que os predios aqui,
então pensei em começar pelos dois aqui, ir para os do outro lado do
morro, e por fim, os acima do mangue, pois é a fundação mais demo-
rada, mas uma vez feita, entra no prospecto que me falaram.
— Quer levantar rápido pelo jeito?
— Roseli, assinaria um projeto destes?
— Vai me pagar para isto?
— Sim, mas sei que o preço de ontem você chutou, deveria estar
perto de 260, e não em 144 por prédio.
— Mas faço os dois por 260 para você, parece querer provar ser
alguém.
— Preciso de gente que realmente entenda disto, quando se
projeta isto, as pessoas esquecem que quanto mais tempo demorar
para fazer o projeto, maior o custo.
— E está a pé?
— Eu gosto de andar, mas queria o estudo também do mangue,
pois é baseado em uma construção antiga que tentaram mais a leste,
não tenho os dados do terreno.
— Me apresentaria o local?
— Vamos lá.
Pedro indica o caminho, a moça viu que a volta era grande e ou-
viu.
— Quero ter uma trilha iluminada e pratica que ligue os dois,
pois a pé será mais rápido que este caminho todo, se o calçamento der
para passar pequenos carros elétricos, podemos passar por ali parte
dos materiais.
— Certo, pois realmente a volta seria grande.
A moça viu quando acabou o asfalto, dai quando chega ao fim
dele e Vê aquele calçamento regular, o muro erguido a volta, o carro
entra no terreno e ela viu que ali não tinha os quadrados de grama

104
ainda, mas já estavam também definidos os locais dos dois prédios,
estavam em meio a mata ao morro e a baia a frente.
— O que terá no seu terreno?
— 12 cachoeiras, tirolesa do morro ao fundo a baia, trilhas eco-
lógicas, um pequeno museu sobre os seres da região, e por fim, a parte
ao fundo, criação de alguns tipos de marisco, para não ficar apenas em
um mercado.
Ela olha que o piso estava com rochas grandes, que foram dis-
postas ali, dando a estrutura do local, onde ela olha ele fala.
— Quero um cais para barco, para passeios pela baia, aos rios
próximos de agua doce.
Ele caminha e ela viu que eles colocaram rocha onde seriam as
piscinas, ali teriam de fazer as piscinas, e ouve.
— Roseli, o que soma neste projeto que não soma no outro, é
que preciso de alguma forma de tratamento de todos os dejetos hu-
manos, lá tem um sistema de esgoto que coloco, aqui, seria jogar na
agua que não quero contaminar.
— Certo, além da fundação, o tratamento, sabe que mesmo em
Matinhos parte vai para os rios.
— Então me verifica uma forma de fazer aqui e lá.
Ela sorri e fala.
— E vai assinar e dar a entrada?
— Sim, assim que você disser que está dentro, seu pai pareceu
não gostar.
— Eu antecipei que você era jovem, sua idade, mas ele achou
que viria um adulto junto, mesmo eu alertando que poderia não vi.
Pedro explica onde iria a trilha, como eles pretendiam fazer na-
quela região, e toda a estrutura, ela viu que o menino já tinha ajeitado
os terrenos e perguntou.
— Pelo jeito você investiu mesmo nisto?
— Eu quero começar a erguer as coisas, eu estudei, mas gostaria
de saber que enquanto estudo, os prédios se erguem.
Ela olha os muros de divisa e fala.
— Tem gente que quando ver os muros vai reclamar.
— Eles querem caçar dentro do meu terreno e estão preocupa-
dos em não conseguir entrar?
— Eles vão falar que os animais serão proibidos de passar, e vai
contrastar com o meio ambiente.

105
— Sim, mas os animais criamos formas, tuneis, caminhos sus-
pensos para os macacos já existe, acima do ponto que olha, quando a
montanha fica íngreme, o muro para no paredão, então acima daquilo,
é livre.
Eles retornam e vão para o terceiro ponto, Roseli viu que o muro
também estava ali definindo o que era para dentro do terreno e o que
era para fora, existia duas residências deste lado, mas abandonadas, e
a pedreira ao fundo, ela olha novamente o local e olha para a pedreira,
ela sorri e fala.
— Você já ajeitou as pedreiras.
— Tenho duas nascentes, uma que corre para aquela pedreira e
outra para esta, parte da agua, vou usar para tratar e ter ela para sis-
temas de descarga, piscina, lavagens externas.
— Usar o que tem, e já vi que tens duas praias artificiais.
Pedro mostra para ela o espaço, novamente os dois lugares mar-
cados, mas ainda sem grama, mas já aterrados e planos e ela olha que
o chão era firme, e pergunta.
— Rocha a quantos metros.
— Meio metro de areia e depois rocha.
— Pelo jeito pensou em ajeitar as coisas.
— Sim, quero permissão para criar um sistema abaixo desta pra-
cinha a frente, para agua pluvial, e um sistema que capte os esgotos
das residências, que caem no riacho, e correm para o mar, queria neste
ponto, tirar todas os dejetos, a beira do riacho eu quero murar com
pedra, antes da ponte lá na rodovia criar uma pequena elevação para
reter a água em um lago, e termos aqui um parque com arvores, rio
sem esgoto, local ajeitado, para que todos olhem para o lugar como
algo que faz parte do entrar nesta área do hotel.
— Sabe o custo disto?
— Consegue permissão que consigo a participação do pessoal a
volta neste projeto.
— Certo, não é algo apenas para o hotel ao fundo, mas para to-
da a região.
— E toda a região interna, que não estiver usando, vou replantar
mudas nativas, quero o local mais conservado possível, antes e depois
do muro.
— Imagino que eles devem estar em cólicas para saber o que vai
fazer ai.

106
— Tem gente que não gostou, pois usava parte do terreno que
não era deles, para plantar, para outras coisas, então é obvio que eles
viram primeiro o tapume e depois o muro como algo que vão falar mal.
— Mas mesmo estes, depois terão seus imóveis valorizados.
— Roseli, entendeu qual o primeiro projeto deste menino?
— Primeiro?
— Pretendo conseguir comprar mais dois terrenos, para tentar
em 5 anos, ter o complexo azul, que são estes, o complexo verde, que é
mais a entrada da cidade e o complexo clássico, se eu conseguir execu-
tar isto Roseli, por mais que ninguém apareça, terei imóveis de valor.
— E os demais estarão sobre rocha?
— Sim, mas não comprei os imóveis ainda, pois preciso de recur-
sos, mas se em 5 anos, tiver 14 prédios de 12 andares, no meu comple-
xo de hotéis na cidade, muitos vão falar dos Hotéis Rosa.
— E todos lhe levarão a serio.
— Em 5 anos já terei 18 moça.
Ela sorriu e falou.
— Pelo que entendi do prospecto, você quer construir como os
chineses estão construindo, levanta a estrutura, fecha e começa a por
acabamento.
— É pratico, rápido, econômico.
— Certo, vou ter de olhar seu prospecto, mas se for implemen-
tar algo assim, vou ter de aprender como um menino de 13 anos, cons-
trói seus prédios.
— Não exagera. – Pedro.
Os dois começam a voltar, e Roseli estica o contrato para o me-
nino, sabia que as vezes precisaria de garantias, mas ele estava se pro-
pondo a pagar 30% do projeto, que ela parecia querer fazer.
Pedro viu as pessoas saindo, um carro chegar e começar a entre-
gar mesa, cadeira, geladeira, fogão, camas, armários, TV e coisas assim,
ele olha para o caminhão por tudo ali e pensa em por tudo em ordem.
Roseli viu que o menino não se encantava com tudo, mas pare-
cia firme em se situar.
— Roseli, vamos fazer um adendo de se você precisar de aumen-
tar recebíveis, possa ser negociável, seu modelo é bem fixo nisto.
— Tem de considerar que você falou em pagar 30%.
Roseli vê o menino pegar a mochila e fala.
— Você confere em casa, não sei se no meio da obra é seguro.

107
Ela não entendeu, mas abre a mochila que ele caminhou de cima
para baixo com ela e pergunta.
— Quanto tem aqui?
— 78.
Ela olha serio.
— Tá brincando?
— Não.
— Você é maluco?
— Moça, quando se carrega algo como se fosse estorvo, nin-
guém lhe rouba, eles levariam o notebook, e não olhariam algo que
tem uma blusa pendurada.
— Certo, mas quer um recibo.
— Se for me passar a perna, que seja agora.
Pedro assina, deixa as copias dos documentos e olha a moça pe-
gar a mochila, ela estava incomodada e vai ao hotel na prainha e seu
pai olha para ela.
— Acha que um pirralho daqueles tem dinheiro para pagar?
Ela olha o pai e faz sinal para subir.
— Pai, tem de se controlar.
— Mas é uma criança.
— Sim, mas ele ajeitou 3 pontos para fazer, 2 prédios por local, 6
prédios, ele quer fazer uma parceria, se não vai entrar nela, eu quero
aprender a construir como ele vai fazer pai.
— Não entendi.
Ela abre os prospectos e o senhor olha.
— Ele tinha já um engenheiro?
— Pai, isto é sistema baseado em vigas, 30% mais barato, ele
quer as fundações no lugar, para começar a erguer os prédios.
— Mas ele não tem dinheiro, uma criança não pode contratar
algo assim filha, alguém tem de nos pagar.
Ela fecha a porta e abre a mochila e começa a tirar os maços,
conta as 100 notas no primeiro maço e após isto conta, 10, 20, 30, 40,
50, 60, 70 contando os maços de 10 mil reais, e conta o ultimo menor,
as oitenta notas.
Roberto olha aquilo e fala.
— Mas de onde veio este dinheiro.
— Não tive como perguntar ainda pai, mas dinheiro em espéci-
me, sempre tem mais risco, mas se não for declarado, lucro maior.

108
Roberto olha os prospectos de novo e fala.
— Então acha que o menino vai fazer os prédios?
— Não entendi pai, ele falou em fazer 14 prédios na mesma es-
trutura, mas em locais diferentes, com cores diferentes de janela, seria
criar um hotel, que todos quando vissem a construção soubessem,
Hotel Rosa.
— E os demais lugares?
— O sobre o mangue é o mais complicado, mas o terreno pelo
jeito está quase todo cercado, com aquela muralha, o ponto na entrada
lá é sobre rocha também, e tem um lago menor de uma segunda pe-
dreira.
— Ele pelo jeito quer a ideia andando?
— Todos os lugares são diferentes, mas todos já estão cercados,
com a mesma estrutura estabelecendo onde vai ser o prédio, apenas
nos demais não tem grama ainda.
— E ele tem para construir?
— Ele disse que só tem para o primeiro prédio ainda.
— Mesmo assim é muito para aquele menino filha.
Roseli olha os cálculos, pensa que poderia ter alguém por trás do
menino, mas que não queria aparecer.
Pedro caminha até a imobiliária, olha para o senhor Sergio e
pergunta.
— Tudo bem menino?
— Sim, me responderia uma coisa senhor?
— O que?
— Teria como verificar se teriam interesse em vender, os donos
de dois restos de pedreira na cidade?
— Querendo comprar mais alguma coisa?
— Apenas estas duas. – Pedro colocando o mapa a mesa.
Sergio sorri e pergunta.
— E saberia quanto valem?
— Não, apenas verifica se tem interesse em vender, pois não sei
ainda se estão a venda.
— E se estiver, gostaria de saber o quanto eles querem.
— Sim.
— Soube que estão falando que colocou gente ainda ontem para
demarcar e levantar um muro, tem vizinhos acostumados a usar seu
terreno que começam a reclamar.

109
— Eu fiz o muro para dentro do meu terreno Sergio, do que es-
tão reclamando?
— Do que ficou do outro lado.
— Sei que faremos acordos para os que quiserem tirar o que es-
tava para dentro, como galinha, porco, patos, tem até dois bois, que
pastavam em uma área de nascente.
— Certo, quer manter aquilo mais natural.
— Pedi para estudarem o que pretendo senhor, ainda é apenas
um estudo desta criança.
— Um estudo para que?
— Hotéis Rosa.
— Vai fazer um hotel lá?
— Passa lá qualquer dia e vê porque estão falando, mas passa
neste mais para o lado de cá, o que vamos agitar primeiro.
Pedro sai e caminha até a pedreira novamente e o proprietário
da imobiliária olha para os terrenos e fala.
— Estes são mais caros.
— Ele sabe senhor que um é mais caro, o outro, tem milhares de
problemas de divisa.
— Como o que ele comprou.
— Ele levantou um muro que tem vizinho reclamando, vieram da
cidade ver o muro.
— Por quê?
— Estão falando da muralha de Matinhos.
— Muralha?
— Não fui olhar ainda, mas parece que está o maior agito na re-
gião.
— Uma criança pelo jeito que está sendo colocada ai apenas pa-
ra ninguém olhar os demais.
— Não duvido.
Pedro olha para a casa, vai a parede do quarto e começa a dese-
nhar seu quarto do outro lado, ele desenha a parede transparente a
segunda parede do quarto, ele começa a ajeitar as coisas na casa, e
elas foram indo para o lugar, ele olha para a pedreira e olha as vigas no
caderno e as imaginou enfiadas no chão, uma a uma, as mesmas, ele
desenha os postes no lugar, como se fosse após as areia, uma calçada a
toda volta, e a trilha até o outro caminho.

110
Começa a levantar as estruturas do que seria o mirante, e o
mesmo vai crescendo, as armações de metal, as escadas, ele olha aqui-
lo, as paredes a volta, espelhadas, a mesma subia e quando chega a
130 metros, a base começa a por estruturas para fora do vão normal, e
o que era um quadrado de 5 por 5, vira um quadrado de 15 por 15, pé
direito de 5 metros, três andares.
Ele começa a ver os acabamentos a volta e começa a pensar que
teria de ir mais lentamente, mas queria aquilo ali, mesmo que lhe
mandassem tirar depois.
Pedro ajeita as trilhas, a armação de chegada ao mirante, mas
faltava o elevador, e todo acabamento que não teria como fazer, não
sabia como funcionava o sistema hidráulico de algo assim.
O espaço alto poderia por uma imensa caixa d’agua, mas era pa-
ra eles levarem ele a serio, e os vizinhos viam as luzes, as coisas indo
aos lugares, mas como não tinham visão para dentro do terreno, não
sabiam não ter ninguém lá.
Pedro olha para a parede e atravessa para Curitiba e olha para a
cama dele, ele deita cansado e dorme.

111
Roseli chega a obra sedo, queria fazer os le-
vantamentos, ligou para o pessoal para fazer os
levantamentos do terreno, olha que a casa estava já
mobiliada, mas quando ela olha para a queda de
agua, olha aquele mirante, seu pai ao lado olha para
ela e fala.
— Quando colocaram isto ali?
Ela chega a sala e lê?
“Acho que preciso de um projeto elétrico, hi-
dráulico para um mirante que pode vir a ser um
restaurante, preciso também e um elevador, pois
subir por escada, é um senhor exercício.”
Roseli sorri e fala.
— Se reparar, devem ter trabalhado a noite, pois os postes não
estavam ai, a trilha suspensa, não estava colocada, ainda sem pintura,
mas já no lugar.
— Onde vai a trilha.
— Para os dois outros terrenos. Ele falava ontem, que pela trilha,
com subida e descida, mil metros, pegando rua, quase 20 quilômetros
para chegar no mesmo ponto, por uma estrada movimentada, pensei
que ele ainda estava abrindo a trilha, mas pelo jeito ele quer fazer an-
tes dos ambientalistas tentarem o parar.
— Quer dizer que ele já está ligando as duas partes.
— A caminhonete cabe ai encima, não sei se aguenta pai.
Ele sorri, ele tentaria, mas a ideia era esta mesmo de Pedro.
Roseli chega a entrada baixa do mirante, ela olha para a estrutu-
ra de vidro e fala olhando o pai.
— A ideia de levantar os prédios, é assim pai, erguer em estrutu-
ras prontas, e depois começar o acabamento.
Roseli olha o vão para cima, ainda sem nada, apenas a escada e
o vão do elevador definidos, o resto, estruturas subindo, e o vidro a
toda volta, olha a escada e fala.
— Coragem Roseli.
Roberto sorriu e falou.
— Está subida vou passar.
— O pessoal já deve estar chegando, mas quero dar uma olhada.

112
Roseli sobe os degraus, um prédio de 30 andares pelas escadas,
era o que seria, ela teve de tomar algumas vezes folego, ela olhava que
a escada estava definida, mas se via para fora, e quando chega na parte
alta, aquilo era o centro de um quadrado, ela olha as estruturas e olha
para os vidros a toda volta o piso em placas de metal, olha em volta,
dava para ver a baia dali, dava para ver a cidade aos pés, olha para o
vão, e vê que existem 3 andares daquele, a abertura do elevador era
naquele andar, e as escadas eram maiores ao centro, para cima, pelos
dois lados, ela sobe e olha para o segundo salão, olha para as janelas,
sobe mais um vão e olha que onde tinha o elevador, tinha uma porta,
ela olha que para baixo tinha o vão para os cabos e para o elevador,
teriam de instalar algumas coisas ainda, sobe sobre a estrutura, um
beiral a toda volta, e os pontos para colocar as caixas d’agua, um frio na
barriga, estava alto, sorri.
Roseli pega o celular e começa a tirar fotos, ela não iria subir
muito enquanto não tivesse um elevador, mas teriam de subir, instalar
e começar a por no lugar.
Ela olha para o lago abaixo, olha para os quadrados, para o mu-
ro, fotografa de cima, olha para todos os lados, vendo os carros da RR
Construtora chegarem ao portão.
Antes de descer ela olha para a trilha, no meio da mata, mal se
via por cima.
Roseli desce e olha para o pai.
— Deve ter mais de 600 metros quadrados lá encima, nitida-
mente feito pensando em dar visibilidade para todos os lados.
Roberto filho chega a eles e o pai falou.
— Coloca nossa placa na entrada filho.
Roseli entendeu, seu pai não queria no dia anterior, mas agora,
eles tinham um símbolo no litoral, e obvio, ele não perderia a chance
de por o nome da empresa naquela obra.
Roseli vai falar com dois engenheiros sobre qual a fundação para
prédios de 12 andares ali.
Os rapazes foram verificar o terreno, fazendo furos para ver o
matéria e a resistência.
Roseli olha o pai e pergunta.
— Vamos ver o problema?
Outros dois engenheiros chegam junto e começam a caminhar
por aquela trilha suspensa, estavam perto de 4 metros acima da mata,

113
bases de pedra esticadas, mas estavam tão bem cortadas que Roseli
pensou ser concreto, Roberto pai olha para ela e fala.
— Eles fizeram uma estrada interna, isto passa um carro fácil fi-
lha.
— Ele falou em por um sistema de veículos elétricos para forne-
cer as coisas para o segundo e terceiro ponto. – Viram a trilha subir e
depois começar a descer, quando eles chegam na parte da baia, os
técnicos viram onde seriam os estudos e o senhor fala.
— Disto que falou, ele já ajeitou onde quer o básico.
— Sim, mas esta trilha é boa, pois nos tira dos olhos, não preci-
samos passar pela rua ainda, não antes de ter o estudo, lógico que
muitas estruturas vão entrar por ali, mas primeiro temos de fazer as
fundações.
— Acha que está em quantos metros?
— O menino falou que aqui, está a quarenta metros a rocha,
mas temos de ter certeza disto.
— A base aqui vai custar quase meio prédio?
— Ele sabe disto, mas é como dizer, não entrem, terreno parti-
cular.
O senhor olha para a baia e para os rapazes olhando em volta,
ainda estavam no cru de uma obra, mas o estar sobre lajes de pedras,
dava a firmeza que quando eles no fim da manha montaram a perfura-
dora viram que abaixo deles era muita areia.
Os rapazes começam a fazer a demarcação, uma coisa era fazer
algo para firmar o nome da empresa e o senhor olha para o mirante e
pergunta.
— Deve dar para ver toda a região.
— Sim, espelhado para fora, transparente para dentro.
— Acha que está bem feita? – Fala o senhor.
— Parece bem parafusada pai, eles devem ter trabalhado a noite
inteira, isto que o menino quer, uma base para erguer algo, pelo jeito
ali alguém já tinha fixado as bases, ele apenas não é de falar nada an-
tes.
— Me mostra o outro ponto filha?
Roseli viu que o pai estava mudando de ideia, eles começam a
retornar, eles viram o ponto onde a bifurcação induzia uma descida
para um lado e um manter no mesmo piso para o outro, eles cami-
nham, quando eles chegam próximo, viram que a trilha, passava na

114
parte mais alta, e ali tinha um mirante e o senhor Roberto olha para a
praia a baixo já formada e fala.
— Algo em um terreno preservado, o morro para dentro do ter-
reno.
— Ele fez algo no topo, do mirante parece um local mais elevado
para saltar de asa delta. – Roseli.
— Deve ser bem para onde vai este caminho.
Roseli olha para o paredão de pedra e fala.
— Ele pelo jeito acredita mesmo na ideia.
Os dois descem, o senhor viu que o muro ao longe estava lá, mas
viu que ali era mais fácil chegar com maquinário, ele olha as marcações
e pergunta.
— Aqui é rocha?
— Sim, meio metro de areia e pedra.
— Filha, entendi o que você viu que eu não tinha visto, se conse-
guirmos fazer, é o levantar da marca RR no litoral.
— Pai, se ele vai implementar construções a nível de metal e
acabamentos prontos, podemos aprender aqui, como erguer prédios
mais rápidos e baratos.
— Ele pelo jeito lhe convenceu filha.
— A muito não via algo organizado, chegamos em obras e esta-
mos sempre tendo de fazer tudo, gosto de obras onde tenho acesso, de
todos os lados pai.
— Sei que pegamos coisas que as vezes nos assustam, esta obra
não digo que não me dê um frio na barriga, é um menino por trás filha.
Sergio sai sedo para falar com o senhor Mauricio, ele tinha um
resto de pedreira, uma casa para fora, duas abandonadas para dentro
de uma pedreira mais para Caiobá, e o senhor olhava para o lado opos-
to e ele olha aquela torre ao longe, Sergio para na imagem e pensa.
Mauricio olha para ele e fala;
— Quando me falaram que tinham vendido, pensei que era ou-
tro aventureiro naquela pedreira.
— E dai Mauricio, quanto quer por este terreno como está?
— Acha que alguém compra com os problemas com os vizinhos?
— Não sei, quer vender?
— Acho que quero acabar com esta briga, mas não sei quanto
vale Sergio.
— Acho que mais de 100 não pega Mauricio.

115
— Tá abandonado, sei que tem terreno bom mais para a praia
por 35.
— Bem menor.
— Mais útil, pois parte é mato. – Mauricio.
— Quanto Mauricio.
— Tenta uns 45, para a pessoa negociar Sergio.
— Quer só isto Mauricio?
— Quero me livrar destes vizinhos.
Sergio sorriu e assina a proposta do senhor, e sai dali no sentido
da PR, ele passa perto daquele mirante, era bem na pedreira, ele sorri e
pensa que o menino estava agitando, olha a entrada, o muro, que não
vira de perto, 4 metros e meio de muro, largo, e a placa da construtora
sendo colocada a entrada, “Breve Hotel Rosa – Construtora RR.”
Muita gente olhando para lá, ele nem chegou perto, mas o por-
tão para dentro, tinha muita gente olhando.
Sergio bateu na porta do Romarinho e ele fala.
— O comprador do terreno que todos falavam que ninguém
comprava, fez estrago em alguns folgados.
— Não entendi. – Sergio.
— Ele fez a linha reta, a da planta, alguns queriam que ele se-
guisse o rio, mas a linha do documento não fazia curva, e alguns estão
xingando.
— Vim perguntar se ainda quer vender a antiga extração de Ter-
ra para aterro Romarinho.
— Até vendo, mas tem de me pagar pelo menos 300 mil por
aquela bagunça Sergio.
— Poderia pedir um pouco mais para tira minha comissão?
— Acha que alguém quer aquela bagunça?
— Não sei, as vezes as pessoas falam que tem interesse e no
meio disto, desistem.
— Sei disto, mas pelo menos se livrou do terreno do Manoel.
— Ele vai se arrepender depois, e dizer que tinha de ter pedido
mais, sabe como ele é?
— Porque ele falaria isto?
— Tá vendo aquele mirante bem longe.
Olhando do ponto, apenas um nada.
— Sim.

116
— Eles levantaram um mirante pelo jeito, não vi de perto ainda,
não deve estar acabado, pois não deu tempo, bem na pedreira, pela
altura, dá para ver toda a cidade de lá.
Romarinho sorriu e falou.
— E quando o portuga não reclama?
— Então posso oferecer?
Romarinho concorda e assina a proposta de venda, e passa para
Pedro um recado, passando o valor.
Pedro estava escrevendo mais uma crônica, quando olha o reca-
do, ele não parara para contar quanto ele tirara do cofre do Deputado,
olha a proposta e pensa no que poderia fazer, e pergunta se Sergio
preferia fechar direto no dia seguinte já no cartório, Sergio olha para o
proprietário da imobiliária e fala.
— Coloquei o preço de Mauricio com 10% a mais para ele pe-
chinchar, o mesmo para o de Romarinho, o menino perguntou se tinha
como fazer como da ultima vez, mas ele paga tudo antes aqui hoje, e
vamos ao cartório e fechamos amanha cedo.
— Quanto?
— 379 mil.
— Vai fechar a meta do semestre assim Sergio.
— Nem sempre aparecem bons clientes, e olha que quase não
ouvi o menino.
— Ele é um perigo com aquela mochila.
— Sim, mas na pedreira já colocaram uma placa de uma constru-
tora da capital.
— Ele vai mesmo investir.
— Sim.
Pedro pega a mochila, vai a sala e olha o pai e fala.
— Já passei as crônicas, vou dar um pulo no litoral.
— Sua mãe quer falar com você.
— Tenho de saber o que falar ainda pai.
— Sei que pego pesado com você Pedro, mas pelo jeito fala serio
em mudar nossas vidas.
Pedro não comentou, ele atravessa para a casa, e olha para a
bagunça na parte baixa, sorri, ele passa para o quarto novamente e
surge na praia, ele caminha até a imobiliária, entra nela e Sergio o
cumprimenta, ele faz as propostas, sabia que um deles teria problema
de divisa, mas ele não estava olhando para onde eles estavam.

117
Pedro sai e o senhor olha para Sergio e fala.
— Como falou, este menino assusta com esta mochila dele.
— Vamos marcar no cartório com as partes, não sei ainda o que
pensar disto, mas não estamos fazendo nada ilegal.
— Verdade.
Sergio sai e olha para o menino a rua e oferece uma carona.
— Já foi lá olhar Sergio?
— Não.
— Vamos dar uma olhada.
Ele chega a entrada, o rapaz não queria deixar ele entrar, e ele
não gostou, e Roseli ao longe fez sinal para eles entrarem.
Ele chega perto de Roseli e fala.
— Odeio ser barrado em meu terreno Roseli.
— Muita gente dá nisto.
Pedro apresentou o corretor que olha a pedreira, as luminárias,
a areia, a parede de pedra e aquela praia interna e pergunta.
— Posso tirar um foto?
— Sim, você que me vendeu este terreno.
Roseli viu que o senhor estava impressionado, viu a casa nova, a
antiga nem estava mais lá, mas aquele mirante alto lhe faz perguntar.
— Qual a visão de lá menino?
— Não sei ainda, vou esperar instalarem o elevador, pois 33 an-
dares pela escada, e de matar.
Roseli sorri e fala.
— Minhas pernas que digam.
Sergio olha que tinha uma trilha pela lateral, chega perto e olha
que eles estavam delimitando a área, e fala.
— Juro que lhe vendi outro lugar.
Pedro sorriu e falou.
— Sergio, espero que este seja o meu primeiro investimento
rentável da cidade.
— O que terá lá encima?
— Um restaurante.
— Com vista para toda a região?
— Sim.
Sergio se despediu e Roseli viu o menino chegar perto e olhou
para ela serio.

118
— Acha que tem muita divergência daquela fundação que fala-
mos?
— Aqui bate, no mangue em 28 metros começa a terra, aos 31
temos rocha, recomendamos os 40 metros de estacas.
— Conseguiria me orçar as estacas para o cais também?
— Fazemos.
— Vamos entrar, quero propor algo.
Pedro pega o projeto e estica a mesa.
— Roseli, quanto custaria para fazer a fundação dos 6 prédios?
— Quer que orce isto?
— Sim, e quando terminar esta fundação, teremos pelo que en-
tendi, após concretada a base, 28 dias para poder começar a levantar
as vigas.
— Sim.
— Vou tentar fechar amanha a compra de dois outros terrenos,
mas preciso saber quanto vai me custar a fundação, pois preciso saber
se vai sobrar para comprar os dois terrenos.
— E pretende construir como estava naquele esquema?
— Sim, mas é que se o preço que me passarão do terreno que
pretendo comprar se confirmar, talvez levante pelo menos três deles,
mas é que após falarmos da estrutura, vai depender dos vidros, da
estrutura, das vigas chegarem.
— Pensei que iria segurar?
— Roseli, eu odeio a sensação de que serei roubado por meu
pai, mas é o que tento evitar.
— E porque é importante levantar o máximo possível.
— Se estiver em funcionamento parte na temporada, fica mais
fácil segurar os impulsos capitalistas dele.
— Certo, se estiver entrando dinheiro, ele vai pensar em manter
o que você quer fazer, mas não entendi como você tem dinheiro em
espécime.
— Complicado de explicar.
Roseli teve medo de perguntar se era algo ilegal.
— Roseli, outra coisa, contratei a instalação do elevador, mas
eles devem vir medir e adaptar ao fosso, espero que os rapazes da
noite tenham feito direito, eu não estava ai, não era nem para traba-
lharem de noite, mas parece que estão todos com problema de caixa e
quando viram a chance de receber eles aceleraram.

119
— Fiquei na duvida se a laje de contenção ficou 28 dias secando.
— O engenheiro que me vendeu isto, ainda não me entregou os
papeis, disse que chumbou a parede da pedreira, em duzentos pontos
por viga, além de uma fundação de 8 metros estacada, mas talvez este-
ja como você Roseli, tendo de acreditar que fizeram o melhor.
Ela sorri, ela olha para a pedreira, não havia pensado que eles ti-
nham prendido também na rocha, conseguiria uma sobrecarga de re-
sistência a ventos laterais, mas diminuiria a possibilidade de dilatação.
Sergio havia saído do banco, ele preferia não trabalhar com no-
tas vivas, era mais fácil acertar as coisas, e os cheques vinculavam o
negocio, ele não confiava tão cegamente assim.
Sergio chega a Mauricio e fala que fechariam a transferência no
dia seguinte e ele olha desconfiado.
— Quem está querendo entrar neste problema.
— Ele não negociou, se soubesse teria jogado uma margem a
mais, mas você deu o preço Mauricio.
— Ou nem tivesse comprado, as vezes é o dinheiro que sobrou
de algo, sei que este dinheiro vem em boa hora.
Sergio chega a Romarinho e mostra as imagens de como estava
ficando a pedreira e ele fala.
— Bem diferente, e dai, o que veio fazer, esqueceu algo?
— O rapaz deu o sinal de entrada, ele quer ficar com o terreno,
fechamos amanha no cartório.
Romarinho sorriu e falou.
— Ele se propôs aos 300, nem pechinchou?
— Não entendi isto ainda. Mas parece querer mesmo instalar al-
go ai. – Sergio que nem conhecia o terreno, mas o senhor passou os
documentos, o senhor assinou e a venda olhando o cheque a mão.
O senhor sorriu.
— Algo não me contou? – Romarinho.
— Quem comprou aqui foi o mesmo que comprou do Portuga.
— Sabia que ele poderia pagar mais?
— Ele está procurando terrenos que são baratos, ele não parece
querer nada beira mar Romarinho, não sei o que, mas posso estar er-
rado, seu posto de gasolina vai ganhar movimento, a região tende a
melhorar um pouco, nem que poucos vejam isto, eles passam rápido.

120
Pedro olha para a sala alta da casa, ele desenha um cofre a pa-
rede, e a parede recua, e um imenso espelho ao meio, como porta para
o cofre.
Ele coloca os documentos no cofre e começa a desenhar as ar-
mações de ferro, tamanho padrão, de baixo a cima, estavam no cader-
no, conta as vigas, olha o maquinário, olha a estrutura, e pega o com-
putador, ele começava a agitar, mas teria de esperar.
Ele deixa desenhado, sai a porta e olha Pietra surgir a sua fren-
te, ela olha em volta como se procurando algo e vê Pedro.
— É você.
— Esperava outra pessoa?
— Sim, dizem que ela tende a passar por ai.
— Ela?
— Liliane Canvas.
Pedro lembra da menina e sorri.
— Está numa região bonita, o que vai fazer, estragar ela? - Pietra
olhando as bases de prédios.
— Ter condição de manter parte bonita, tem de gerar recursos
para manter, mas devo a você parte disto, você que me ensinou a fazer
isto.
— Foi atrás do rastro dos Dons, que segui, pensei que acharia
nossa Deusa do passado, mas dizem que ela saiu do Cairo, atrasada,
mas que tende a passar por aqui.
— Eu apostaria numa cidade mais ao Sul, Getúlio Vargas.
— Porque?
— Dizem que existe uma menina muito interessante lá.
— E como sabe? – Pietra.
Pedro pensa nos demais falando a sua cabeça e fala.
— Difícil de explicar Pietra, difícil de aceitar que não é apenas
loucura minha.
Pietra some e alguns olham aquilo e ele olha para o rapaz ao
fundo e fala.
— Holografia, estou testando, mas não durou muito.
Pedro pega um pequeno aparelho no bolso, abaixa e faz de con-
ta que pega ele ao chão.
O rapaz ao fundo não entendeu, mas Pedro sabia que não pode-
ria ficar com pessoas olhando para ele.

121
Ele passa para Curitiba, sai pela porta vendo que seu pai não es-
tava a sala, ele não teria como evitar traições.
Olha a hora e pensa em investir e fazer dinheiro, mas ele não en-
tendia de fazer dinheiro.
Ele caminha até a rua, olha para a feira a frente e olha para Luiz
vendendo alho, estranho alguém que parecia ser algo especial para a
cidade, defender a vida vendendo alho.
Pedro chega ao lado dele e fala.
— Como estão as vendas Luiz?
— Pelo jeito voltou para casa.
— Sim, mas algo vai acontecer entre hoje e amanha, e estou ten-
tando não levar a serio.
— E quer manter a calma?
— Tenho de manter os pés no chão.
— E pelo jeito voltou para casa mas ainda não está em paz.
— Tem um endereço no sofá, este endereço me remete a al-
guém no Centro Cívico, alguém que tem interesse em algo que com-
prei, e conhecendo meu pai, vai vender, independente de ter mostrado
para ele que aquilo poderia gerar milhões, e que estava tratando com
assassinos.
Pedro estava conversando e seu celular toca.
— Sim. – Pedro.
— É Roseli Paz, pode falar menino?
— Problemas?
— Um grupo de pessoas está entrando, tem um senhor que diz
ser o dono, e que era para pararmos tudo.
— Como é este senhor.
— Meio careca, boné da Nike, e um senhor em um terno impe-
cável ao lado, com uma moça mais nova.
— Roseli, não se estressa, apenas diz que vai tirar o seu material,
faz o pessoal sair, que é como falei, a ganancia de meu pai.
— Vai aceitar?
— Quer ser minha sócia Roseli?
— Sócia?
— Hotéis Rosa e Paz.
— E vai aceitar assim?
— Se topar, nos falamos amanha no cartório da cidade, as 10 da
manha.

122
— Apareço.
Pedro liga para Sergio.
— Sergio, é Pedro.
— Problemas?
— Lembra que me falou que os documentos demorariam duas
semanas, pois teria as liberações da divida do proprietário anterior?
— Sim.
— Teria como segurar as transferências?
— Motivo?
— Meu pai está neste momento sobre o terreno, já tentando
vender o mesmo.
— E como faríamos?
— Amanha mudamos os documentos do comprador, acha que
teria problema?
— Falo com o Paulinho do Cartório, ele me ligou mais cedo, se
duvidar seu pai passou por lá.
— Confirma e me retorna.
— E os demais?
— Vou por em nome de alguém, não sei ainda de quem.
— Vai pensando em algo.
— Vou, talvez uma fundação de proteção, mas me informa do
problema.
Pedro desliga e passa em uma loja de tintas, vai para casa e pinta
as duas paredes, pega seu computador pessoal e desce, ele não sabia o
que faria, mas talvez fosse a hora de pensar em algo.
Pedro pega o computador, senta-se na praça de alimentação do
Polo Shopping e começa a rabiscar possibilidades, não tinha, Sergio o
liga e fala.
— Ainda não foi transferido, mas seu pai pressionou para ter
acesso ao que seu filho fez, o cartorário estranhou, deu o endereço,
mas não abriu nada, ele estava assustado, mas qual a ideia menino.
— Quer ser sócio de um hotel Sergio?
— Não tenho recursos.
— Não pedi dinheiro, perguntei se queria.
— Não sei se posso menino, não entendo disto.
— Amanha cedo estou ai, e a minha proposta, você e uma moça,
herdeira da RR Construtora, me representam, fazemos um documento
de representação, ele não tem valor enquanto eu não tiver 18 anos,

123
mas não pretendo morrer amanha, e até lá, vocês estariam tocando em
sociedade um empreendimento.
— Sabe que não entendo nada disto.
— Sei disto, mas se lembra, era bem para meu pai não torrar isto
que comprei o terreno.
— Vou pensar.
— Pensa com carinho.
Pedro liga para Roseli e pergunta.
— Como foi Roseli.
— Eles foram estúpidos.
— Primeiro, a transferência não foi feita ainda, talvez tenha le-
vado sorte, o antigo proprietário não havia pago um ano de contribui-
ções, e gerou o atraso, mas é serio, não gostaria de me representar até
eu ter 18 anos Roseli.
— Sabe que legalmente isto não tem valor.
— Sei disto, quem sabe no futuro vocês contestam, mas preciso
fazer isto Roseli.
— Seria entre eu e você?
— Entre você, o rapaz que representa a venda, e eu, três pesso-
as, duas de maior, tocando e eu apenas com um documento sem valor,
até eu ter 18 anos.
Roseli estava vendo os rapazes chegarem a mesa e fala.
— Lhe ligo depois, mas pelo jeito isto é apenas entre nós?
— Sim, sigilo, não sabemos ainda quem está ouvindo.
Os rapazes chegam e um pergunta.
— O que aconteceu Roseli?
— Um mal entendido, mas não vamos nos estressar, em dois di-
as voltamos ao trabalho, e pelo jeito vamos acelerar, mas isto não sei
ainda como.
No terreno Gerson olha para o senhor Geraldo e fala.
— Sei que ainda não está legalizado em seu nome, pelo que en-
tendi haviam dividas de impostos, eles as vezes seguram transferências
para que alguém pague, mas o lugar é bonito, mas pelo jeito não falou
para seu filho que vai vender.
— Ele é um sonhador senhor.
— Pelo jeito ele é um menino de bom gosto, este lugar é bonito,
mas não sei ainda se vale a compra, vou pensar senhor Gerson.

124
Gerson não gostou, mas é que Geraldo viu que era uma forma-
ção calcaria e uma de granito, isto raramente é associado a Ouro, deve-
ria ter uma formação férrica se tivesse ouro, mas Gerson não enten-
deu, o senhor ouviu sobre um terreno que poderia ter algo, mas aquele
era de preservação, e muito visível.
Pedro vai ao banheiro, risca uma porta a parede e passa para o
prédio do senhor Geraldo, toca no peito, tudo parado, ele entra pela
sacada, olha os projetos a mesa, ele olha os documentos ao fundo e
sabia que talvez tivesse problemas com este senhor.
Pedro olha o cofre, o senhor mudou o segredo, ele abre e teria
ouvido o alarme se o tempo estivesse passando, ele olha para o dinhei-
ro e põem em seu caderno, ele pega os papeis, e lembra do estudo que
vira na mente de um dos Pedro, em outra realidade paralela e sai dali,
quando volta ao banheiro, toca o peito e no apartamento o alarme
dispara e os seguranças entram na peça, estava com o cofre aberto e
vazio.
Os rapazes olham as imagens, uma hora o cofre estava fechado,
no seguinte, aberto, vazio e com o alarme disparado.
Pedro risca outra porta e surge na casa em Matinhos, olha pela
janela e vê o senhor e seu pai saindo.
Pedro começa a pensar no projeto junto a estrada, e começa a
pensar que teria pedras dos dois lados, ele pensa em mais uma entrada
na rocha.
Ele estava pensando em como fazer.
Gerson sobe para a cidade, entra no quarto do menino, ele não
falaria nada, mas olha para as paredes, pintadas, ele olha para as coisas
do menino, tudo ali, mas o computador e a parede lhe indicava que ele
talvez soubesse o que ele faria.
Ele pensa em o que fazer e o inicio da noite, vinha com a espe-
rança que o menino não desconfiasse.
Pedro sabia que confiar em desconhecidos, era tão complicado
como confiar em seu pai, mas não teria o peso da traição, estranhos
são estranhos.
Pedro liga para Sergio e Roseli e marca ali.
Roseli foi para a região, viu que o segurança apenas a olha, ela
estava entrando e viu o rapaz que viera antes, para olhar, e os dois
estacionam e veem que o menino deveria estar na casa, única luz ace-
sa.

125
Pedro os vê entrando e fala.
— Só tô passando um café já chego ai.
O menino faz um café e chega a sala com uma bandeja, café,
três xicaras, açúcar e fala.
— Sei que os dois devem estar estranhando o que falei.
— Vai confiar em estranhos no lugar de seu pai? – Sergio.
— Sei que parece estranho Sergio, Roseli, mas não tenho nin-
guém de confiança para por no nome, e vocês dois foram os únicos que
me ouviram, não pensem que não tentei com outros.
— Mas qual a ideia? – Sergio.
— Amanha já teria de acertar a passagem dos outros dois terre-
nos, dai fazemos já direto para uma parceria.
— Sabe que estranho este tipo de coisa menino. – Roseli.
— Propondo, se não aceitarem, terei de achar uma forma dife-
rente de fazer.
— E pelo jeito não teve nenhuma ideia.
— Eu tenho de ir a frente, e parece que sou incapaz de ir, todo
dia a estrutura deste país me diz que crianças não podem ser donas de
nada, pois seus pais, são os donos até sua maioria, nem responder por
meus atos posso antes dos 18 anos.
— E qual a ideia sobre o que estamos fazendo. – Roseli.
— Amanha, depois de resolver isto, vou precisar de algumas
confirmações, e entre elas Roseli, cercar outros dois terrenos.
— Dois?
— Sim, primeiro cercar, tapumes mesmo, para ninguém olhar, e
vou pensar se vou acelerar ou frear, vai depender de meu pai.
— E se ele não aceitar.
— Vou devolver o dinheiro para ele, e tocar sem ele saber.
— De onde vem este dinheiro. – Roseli.
— Isto é segredo ainda – Pedro olha Sergio – Eu precisava com-
prar um terreno em Criciúma, e não sei se conseguiria para mim.
— Qual a urgência.
— Daqui a o pouco eu mostro porque aquele senhor veio junto
com meu pai Roseli, mas ele não entendeu ainda, e por isto, a melhor
forma de fazer, ainda é lenta e gradual.
— Lenta e gradual o que?

126
— Se toparem, vão saber, entendo o que este Geraldo veio fa-
zer, mas deve ter se feito de desentendido e saiu, para meu pai baixar
o preço.
— Certo, mas qual a ideia em si, parece estar na duvida se nos
fala e isto nos deixa sobre o muro.
Pedro olha para Roseli e fala.
— Eu comprei 3 terrenos, um você conhece, um na entrada da
cidade e um mais complicado, com problemas de divisa, mas qual foi a
pretensão, todos devem dizer, porque ele comprou antigas pedreiras,
porque junto com elas, vem a autorização de exploração, que geral-
mente são de 100 anos, e não foram explorados 40 ainda, mas a per-
gunta, porque?
— Sim, porque?
— Acha que aquele senhor, explora o que Roseli?
— Não conheço.
— Geraldo Souza, ele é conhecido por venda de mármore azul,
mas a grande especialidade dele, extração de ouro ilegal.
— E como um menino como você sabe disto? – Sergio.
— Isto é problema de família, mas vamos lá e mostro para vocês
o problema.
— Lá onde?
— Onde ninguém vai entrar, mas estará ali ao lado.
Pedro se levanta, toma o gole de café e os dois foram juntos,
eles caminham até aquela passarela que ia rente a parede da pedreira
no sentido do elevador, que ainda não haviam terminado de instalar,
ele chega a sala baixa e fala.
— Os curiosos, vão para escadas ou para o elevador.
Pedro caminha junto a parede e Roseli viu que era um tapume
pintado de rocha, ele afasta e ela viu que havia uma entrada para den-
tro da montanha, o menino acende uma luz e o corredor se acendeu, e
caminham para dentro por um túnel bem liso em todos os lados, o
buraco ia afundando, lentamente, mas afundando, e chegam a um
trecho que estava uma pequena sala, e Pedro olha a formação a parede
e fala.
— A formação muda, e passa a ser de ferro, e depois de um
tempo surge este veio a parede, é ouro Roseli.
Sergio olha para o menino, isto que ele queria, exploração de
ouro, e pergunta.

127
— Quanto tirou daqui.
— Senhor, eu tirei daqui o valor que eu paguei o terreno e nin-
guém sabe disto, sei que é roubo, mas eu quero de verdade que dê
certo o hotel, pois isto é passageiro.
— Quanto acha que vai tirar daqui?
— Deve sair uns 60 quilos, lentamente, em 5 anos.
— E quanto valeria 60 quilos de ouro. – Sergio.
— 9 milhões de reais aproximadamente.
— Então se tivessem pedido mais, compraria?
— Senhor, eu não tenho como tirar o ouro de uma vez, é lento,
eu não tenho como declarar que abaixo desta montanha, tem ouro,
sabe o que aconteceria lá encima?
— Destruição total. – Roseli.
— E seu pai não sabe disto?
— Não, mas este veio corre a norte, e o senhor Geraldo conse-
guiu uma amostra já na serra do mar, do outro lado da baia, de ouro, e
está começando a explorar lá.
— Certo, e não quer declarar isto e quer explorar ao pouco.
— Sergio, se eu construir com o apoio de vocês, os 14 prédios de
12 andares, com 90 quartos por prédio, são 1260 quartos, um preço
baixo de diária, para a temporada de 3 meses, é 200 reais, teríamos
acima de nossas cabeças, algo que geraria nos 3 pontos, mais de 7 mi-
lhões de reais mês, se estes 7 pagarem os custos da temporada, tería-
mos 14 a dividir entre nós, e isto é mais que os 9, mas os 9 que nos
permitiria fazer isto.
Roseli olha Pedro e fala.
— Tem mesmo 13?
Pedro sorri.
— Sou um anão disfarçado.
— E tem para começar lá encima?
— Para os 3 primeiros prédios, quer dizer, estou pensando na
estrutura, pois sei que preciso melhorar os acessos.
— E nos quer neste parceria com um menino que parece fazer
coisas que não são de acordo com seu tamanho.
— Sergio, eu sei que estou querendo muito, mas se vocês com-
prarem oficialmente de mim, eu não preciso me preocupar com meu
pai, por trás dos muros, vamos levantar tapumes a toda volta, com

128
telhas de zinco de 4 metros, então vamos cercar a entrada, oficialmen-
te, parados, pelo menos para meu pai, eu não estarei aqui.
— Ele pode desconfiar.
— Ele não se preocupa Roseli, eu dormi dias na rua, ele apenas
preocupado com o que os demais iriam falar, pois ele já tinha torrado
todo dinheiro que tinha na conta.
— E este senhor Geraldo, ele é perigoso?
— Roseli, a parte externa da pedreira aqui, e na outra, é com-
posta de granito de baixa qualidade, ouro não dá onde estas pedras
estão, então quando meu pai o trouxe, ele viu o que estava a vista,
uma pedreira de pedras no máximo para calçamento de ruas.
— Certo, você pensou em não deixar visível de cara, mas como
vamos explorar, isto é ilegal. – Roseli.
— Roseli, se estiverem de acordo, fazemos um acordo de explo-
ração e venda junto a Caixa do ouro retirado.
— Legalmente falando.
— Um detalhe, este senhor Geraldo, já deve ter explorado mais
de 80 bilhões em ouro, contrabandeado ilegalmente, isto faz ele não
ter recebido mais de 20 bilhões em dinheiro, pois está na ilegalidade.
— E teria como explorar aqui ouro?
— Vamos explorar como se saísse do terreno do senhor Romari-
nho.
Sergio sorriu e falou.
— Lá tem uma formação que convenceria o senhor que falou pe-
lo jeito.
— Sim, mas vamos explorar, estudar e verificar algumas coisas.
— E o que o terreno em Criciúma tem haver com isto? - Sergio.
— Preciso de um lugar para tirar algo, que não quero declarar de
onde tirei, e a formação lá serve para isto e é como aqui, um terreno de
30 mil reais.
— E pelo jeito quer se dar bem na vida. – Roseli.
— Quem não quer?
Eles voltam para o sobrado e Pedro fala pegando alguma folha e
olhando para Roseli.
— Sei que não sou um expert neste tipo de projeto, eu apenas
estava pensando sobre o que queria sobre o terreno, e não sabia se
caberia, e comecei a por o que tinha pensado, e nem sempre é uma
boa ideia.

129
Roseli olha o desenho básico e fala.
— Pelo menos sabe dispor o que quer menino, sei que não tem
pratica na parte de projeto, mas fica estabelecido o que quer onde,
mas pelo jeito tem um plano para algo acima da queda, ao lado da
trilha.
— Sim, pois ali temos uma entrada lateral, e podemos ajudar a
valorizar aquele lugar.
Sergio olha e fala.
— Muda toda a dinâmica do local.

130
— Eu não sei se podemos criar algo mais voltado a conservação
para a parte voltada para a baia.
Roseli sorri e fala.
— Estes teríamos problemas de usar, mas entendo a ideia, para
a cidade, algo mais espelhado, para parecer moderno, para a baia algo
mais natural.
O senhor olha o projeto e fala.
— E como eles não veriam?
— Eles veriam Sergio, mas não diriam que era meu.
— Certo, mas vai querer uma garantia.
— Sim, mas ainda não sei como estabelecer o crescimento e
como falei para Roseli os de vidro tem uma dinâmica de construção,
rápida, mas a segunda, barata.
Roseli sorriu, era uma criança falando aquilo, teria de pensar,
entendeu a ideia, mas sabia que parte não era apenas buracos para
estruturas, e parte não parecia ainda lhe fazer muito sentido.
Roseli sai ao lado de Sergio e pergunta.
— Acha que é serio aquilo?
— Responderia de onde vem o dinheiro em natura que o menino
tem, isto que não fazia sentido.
— Verdade, o projeto dele ali, é por si uma mudança de estilo.
— Não entendi o que ele quis dizer ao todo. – Sergio.
— Ele falava em 6 prédios neste imenso terreno, mas somente
neste trecho, ele colocou 4 deles.
— Certo, ele quer mais, mas acha que com 9 milhões ele faz is-
to?
— Acho que ele está tentando uma previsão baseado em cálcu-
los imprecisos senhor, mas o que ele montou em estrutura, já soma
perto de um milhão.
Sergio lembra de perguntando para o menino sobre como com-
praria, e olha em volta, e fala.
— E ele tem alguém que constrói para ele.
— Sim, mas ele não declara isto, tem mais gente ai, poucos repa-
ram, mas fica evidente a cada manha.
Os dois saíram, e Pedro olha para o segurança, caminha até a
portaria, e fala.
— Boa noite.
— Vai dormir ai?

131
— Ultimo dia que isto é meu, então sim.
— E vai para onde?
— Um terreno bem menor mais a sul, mas ainda pensando em
como reger isto.
O senhor sorriu e perguntou.
— E quem vai pagar meu salario.
— Não tem nada a se roubar ainda aqui.
O senhor sabia que estava quase de saída.
— Vi que os engenheiros tiraram os equipamentos, problemas?
— Registros junto ao instituto ambiental, gente lenta, rápida pa-
ra os parar, lentas para assinar um papel.
Pedro saiu e olhou o senhor saindo, ele chega a parte interna e
na parte do outro lado do morro, vigas de tapume começam a surgir a
toda volta dos locais, e cansado, ele sabia que quando fazia aquela
coisa que Pietra chamava de Magia, ele sentia-se cansado, um pouco
mais nervoso, mas era fim de dia, ele caminha até o sistema interno e
olha para o buraco, ele desenha duas rochas ali, grossas, e estas to-
mam o local.
Pedro olha para a placa da empresa ficar coberta pela da cons-
trutora e entra na casa e adormece.

132
Pedro acorda e vai para o cartório, Sergio e
Roseli estavam lá, pela primeira vez, estava fazendo
algo com terceiros, e Roseli antes de assinar pergun-
ta.
— Sabe que está nos passando uma fortuna
menino.
— Acho que se todos me virarem as costas,
eu começo de novo.
— Não tem medo.
— Tenho, mas algo me diz para seguir por es-
te caminho.
O grupo sai da imobiliária, o menino caminha
até o pequeno terreno que comprara e um senhor
olha ele.
— Terreno particular.
— Sei, vim ver o que meus pais compraram.
— Sabe que terá problemas de divisa.
— Sei que a pedreira tentava explorar onde não tinha conces-
são, normal.
O senhor olha e fala.
— E vão demarcar isto?
— Não entendo disto, vim fotografar, o pessoal de uma constru-
tora vai isolar a área para começar a limpar.
— E o que vão por ai?
— Reabrir a rua Mafra, um prédio entre a Mafra e o Terreno,
dois prédios para dentro, um lago, em meio a uma área quase de par-
que.
— Acha que alguém vai vir neste fim de mundo? – O senhor.
— Eu seguraria os terrenos em volta até eles terminarem se-
nhor, podem valer bem mais o ano que vem.
— E é apenas o filho do dono?
— Não, o curioso.
Pedro olha as colunas de terra, ali foi extração de terra, mas ele
queria algo mais elaborado.
Ele olha uma maquina chegando, as vezes as pessoas querem
antecipar os problemas, mas ali era apenas uma maquina contratada,
não sabia que Roseli deixou certo aquilo, mas viu ele abrir uma pilha de

133
terra a volta de todo o terreno baixo, uma valeta no sentido da rua,
uma montanha de terra na parte que dava para aquele terreno aban-
donado e cheio de lixo, Pedro viu que alguns ao longe observavam.
Depois de aberta a valeta, um pessoal chegou e começou cercar
toda a região com tapumes, deixando o vão da rua que era interrompi-
da, aberto, estabelecido e com valetas para os dois lados, o terreno a
frente, parece fazer apenas as valetas e os rapazes começam fazer
buracos de dois em dois metros e colocarem vigas, depois batiam pe-
dra nos buracos, para fixar, uma haste para dentro do terreno e en-
quanto uns colocavam as vigas, outros começam a fixar com grampea-
dor de pressão folhas de zinco, a toda volta.
O senhor ao longe olha Pedro observando de um dos elevados
antigos de Terra, Pedro viu eles terminarem de fechar o circulo, fecha-
rem, o rapaz perguntou se o menino não iria sair, ele apenas fez sinal
que eles poderiam ir.
Ele começa a desenhar, onde a vista já não via, dispor de terra
para os limites, o crescer do buraco, deixando a rocha visível a 3 metros
de profundidade, ele olha para o pessoal afastado, e o que era um
circulo ao chão, se torna um buraco em rocha de 45 metros de profun-
didade, em um circulo não perfeito, com as paredes irregulares, mas
retas para baixo, a mais de 50 metros de profundidade, um lago, e ao
lado de cima, um beiral, ele olha para os pontos que dali dava para ver,
dos terrenos em volta, ele riscou as casas velhas, as coisas e foi surgin-
do grama as divisas, nas partes que deveriam ser rua, mas estavam
para dentro do tapume, foi surgindo rua asfaltada, calçadas, sistemas
de escoamento de agua, estrutura de saneamento, no terreno que ele
estava, ao fundo, também foi surgindo grama, e os quadrados delimi-
tados pela rocha de onde seriam os prédios.
Nos terrenos vizinhos também, no buraco, bem no fundo, um la-
go que teria de ter sistema de escoamento, mas a parede mostrou o
pequeno veio, ele apenas percorre ele com os olhos, abre uma porta ao
ar e surge na parte baixa.
Ele olha o veio de ouro e começa a pensar nele separando-se,
surgindo ao lado, e viu que ele aprofundava, iria novamente para den-
tro do solo, ele começa a avançar, quando vê que a parede avançou
alguns metros para dentro da rocha, pensa que ali sairia mais um pou-
co, ele pega o caderno e começa a esquematizar, ali ele teria um palco
baixo para shows, ele fala alto e sente o eco as paredes, e sorri.

134
Guarda o ouro no caderno e vai para cima, marca a inclinação e
por um momento pensou em tirar a cidade ao lado, mas sorriu, estava
a mais de 30 metros de rocha.
Volta para a parte de cima, olha o buraco do lago baixo, olha pa-
ra as paredes, olha para os pontos onde seriam os demais prédios, não
caberia um, mas 8 prédios ali, ou um super especial, ele pensa no ter-
reno ao fundo e pensa em um sistema de parque aquático, mesmo que
dentro do município, na praça a frente, um espaço para circos de ve-
rão, na parte do fundo, trilha ecológica, quem sabe ao fundo não tives-
se como fazer passeio a cavalo.
Olha em volta do grande buraco, começa a desenhar um tapume
a volta de todo buraco, e ele surge ali, agora somente de cima para se
ver o buraco. As lajes dos andares, de baixo para cima, um andar com
vidros, um elevador.
Ele olha para o outro lado, as ruas internas foram se ajeitando,
para fora do tapume tudo normal.
Pedro sorri de ter feito algo assim em uma manha, estava com
fome, via os rapazes ainda guardando os restos nos caminhões, ao
fundo, para fora do que foi cercado, e o senhor inicial pergunta.
— O que vai fazer ai?
— Um local para transformar a região, mas tem de ver que nem
todos compreendem isto.
— E porque isolou?
— Os técnicos vão analisar o local, fazer as fundações, e por fim,
estabelecer o que querem, mas eles sabem ser rápidos.
— Rápidos em que sentido?
— Senhor, quando em uma semana, tirarem os tapumes, apenas
não se assustem.
— Certo, uma semana nesta época do ano já não é grande tem-
po, mas porque investir nesta parte que me pergunto?
— Senhor, eles não estão investido nesta parte, eles estão inves-
tindo na cidade.
Pedro caminha até a praia, senta-se na areia e olha em volta,
não estava com vestes de praia, pensa em seu castelo de areia, e sorri,
teria de voltar a fazer castelos de areia.
Pedro caminha mais um pouco e olha para Sergio, no escritório
dele na rua Nova Esperança, ele olha o menino e pergunta.

135
— Está pelo jeito pensando, soube que seu pai passou lá a pou-
co, e soube que você vendeu o terreno.
— Ele deve estar girando, mas vim perguntar se conseguiu fazer
a oferta pelo terreno em Criciúma.
— Porque quer aquele terreno, pelo que vi das imagens, é um
terreno plano, não dou nada por ele.
— Sei disto, mas por isto ele me interessa.
— Jogando dinheiro fora?
— Não, mas lá me preocupa, e sei que terei problemas sérios, e
o que é um problema serio aos 13?
— Não entendi os demais terrenos?
— Sergio, quando se falar em Matinhos, quero que se fale dos
hotéis Rosa, vocês podem não entender, mas teremos um local para
shows, único, numa cidade que ninguém dá nada, vamos ter nosso
hotel, vamos ter nossa linha de extração, agora entendi que tenho de
parar de pensar pequeno.
— Mas não entendi a ideia que mostrou para a moça.
— Valorizar uma região que ninguém dá nada.
— Sabe que as vezes isto não dá certo, as pessoas não são previ-
síveis.
— Sergio, eu moraria bem em qualquer dos pontos que eu vou
remodelar, mesmo ninguém sabendo que sou eu fazendo, mas se nin-
guém quiser ir lá, eu um dia vou viver lá.
— Mas são terrenos distantes.
— Acho que ninguém está olhando direito, mas tudo bem.
— Não entendi.
— Sergio, boa parte de todos os terrenos que eu comprei, ficam
em uma área de preservação nacional, mas todas, tem pontos em co-
mum sobre as montanhas, ou sobre os mangues.
— Quer transformar em sua região?
— Não, eu não consigo ocupar mais de mil apartamentos sozi-
nho, mas quem sabe, eu entenda esta febre por praia.
— Soube que cercaram a região que comprou, as duas, não en-
tendi ainda a ideia.
— Cercamos também todo o córrego que corre ao centro da
Apucarana, semana que vem, vamos começar cercar quadra a quadra,
e vamos tentar melhorar a região de acesso.
— Cercar por quê?

136
— Não gosto de gente se machucando porque uma retroescava-
deira não está olhando para traz, enquanto alarga e calçamos com
pedra o córrego.
— E vai fechar as ruas depois?
— Parcialmente, cada uma delas, para poder ir fazendo o siste-
ma de coleta de esgoto, mas isto ainda preciso de recursos.
— E sabe onde conseguir.
— Sei que alguns vão me odiar.
— Certo, mas qual a ideia?
— Apenas um lado com pista, o outro um calçadão que as pes-
soas possam passear, iluminação de calçadão, rio sem esgoto, com
pequenas saliências que lhe garantem correr, mas translucido, sem
esgoto.
— Muitos se você fizer isto vão lá olhar.
— Como falei Sergio, eu quero poder sair daqui e caminhar até o
hotel no Tabuleiro, como se fosse passeio, se pegar uma bicicleta, che-
gar rápido.
— E está se enrolando aqui ou matando tempo?
— Esperando meu pai pegar estrada.
— Se escondendo dele?
— Não sou bom em me esconder.
Pedro confirma com Sergio para ele fazer a proposta pelo terre-
no em Criciúma e sai a caminhar, mais de uma hora andando, chega ao
sobrado, olha tudo cercado, olha para a entrada, pela rua lateral, dis-
creta, nos tapumes de proteção e chega a casa, sente o cheiro do seu
pai, ele não pensou em entrar, ele chega a sala e risca a porta e ia pas-
sar e ouve.
— Não vai me explicar?
Pedro olha para o pai e fala.
— Perdido ai?
— Você vendeu isto.
— Ia para casa explicar, mas nos encontramos em Curitiba.
Pedro atravessa a porta e o senhor fica a olhar para a parede e
olha para a casa, tudo cercado, tudo vazio, e pensa que ele usou aquilo
para ganhar dinheiro.
Pedro chega em casa, pega a mochila e chega ao gerente de seu
pai e fala.
— Podemos conversar?

137
— Sim menino, seu pai não está ai?
— Ele mandou eu na frente, não entendi, mas ele comprou um
terreno no litoral, fez uns acabamentos, uma entrada melhor, pintou e
vendeu hoje, e pediu para que trouxesse o dinheiro, para deposito na
conta.
— Quanto tem ai?
— Nem ideia, ele é mais maluco que eu, mas os recursos vem da
RR Construtora.
— Vendeu um terreno para uma construtora, mas quer contar e
depositar?
— Sim, mas melhor ser num lugar sem muitos olhando.
O senhor fez sinal para ele entrar, viu o menino tirar 400 mil re-
ais em notas de 100, deixou um xerox do Recibo do dinheiro, e saiu
para casa.
Fazia pouco mais de uma hora que Pedro estava em casa quando
seu pai entrou pela porta.
— O que fez pirralho.
Pedro olha o pai e ergue sua aura, ela não ficou visível, mas ele
não queria apanhar naquele dia.
— Simples, eu tinha um projeto para ganhar milhões, mas se
meu pai vai vender para qualquer um, peguei os 200 mil que tinha
investido, somei 100% e vendi para uma construtora, está na sua conta
corrente senhor Gerson, mas continua me sabotando, a pergunta se-
nhor viciado, idiota que se diz meu pai, pois não posse ter nascido de
um ser tão burro, então tá lá o dinheiro, mas é a ultima vez que vê meu
dinheiro, tinha alertado senhor Gerson.
Gerson chega violentamente falando alto.
— Me chamou de que?
Ele tenta pegar no menino e é barrado em algo invisível.
— Além de tudo, um covarde.
— O senhor tinha uma boa proposta, não posso negar que é um
bom negocio.
— Bom, o senhor não comprou para ter direito a vender, apro-
veitei que nem em meu nome estava, e transferi direto, mas é bom
saber que continua o mesmo senhor Gerson.
— Acha que me ofende?

138
— O quarto já está pintado, pelo jeito terei de achar uma mar-
quise para morar, pois é melhor morar na rua e não ver atrocidades da
família, a ter de encarar isto todo dia.
— Pelo jeito fofocaram o que tentei fazer.
— Esperava isto senhor, mas é bom saber que é um idiota além
de um viciado em jogo.
Pedro apenas fala saindo.
— O recibo de deposito está na mesa.
Pedro sai pela porta e Gerson olha o deposito, quatrocentos mil
reais na conta, olha o filho e xinga.
— Idiota.
Ele liga para o senhor Geraldo que fala.
— Desculpa senhor, não tenho interesse naquelas terras.
Gerson viu que ele tentara algo, mas o principal, mostrou que
não se seguraria, mas ele olha para a mesa, dinheiro na conta, ele pega
a carteira e sai pela porta.
Pedro olha para ele, começa a seguir o pai, viu ele chegar a um
casarão na Rua São Francisco, Centro, ele toca o peito, tudo para, passa
pelo pai, sobe as escadas, moças se oferecendo, uma mesa de dados,
mesas de pôquer, uma sala ao fundo onde os rapazes compravam as
fichas, viu ali os amigos de seu pai.
Ele olha para os rapazes, entra na parte do caixa, abre o caderno
e começa a esvaziar o caixa, não estava com pena de ninguém, ele
entra na parte do fundo, tinha de tudo ali, de documentos de casas,
como garantia, de dólar, reais, euros, joias, em uma sala cofre, ele es-
vaziou ela, sai do cofre, olha para a cozinha, olha para as pessoas e
pega uma faca e passa em 6 pontos do gás, com o tempo parado, não
saiu nada de gás, ele pega um álcool e joga ao chão da cozinha e parte
no tampo superior do fogão, poderia não acontecer nada, mas Pedro
não estava pensando ainda.
Ele desce e atravessa a rua, olha para seu pai na mesma posição
e toca o peito.
Pedro ouve o tumultuo, o segurança na entrada recebe um aviso
e Gerson é barrado, ele pensou que era pessoal, mas o rapaz fecha a
entrada, pois o dono do cassino não queria deixar quem o roubara sair.
O segurança começa a barrar as pessoas, ordens, mais dois che-
gam para ajudar o rapaz e Pedro do outro lado da rua, ouve o grito,
Gerson sai para fora e olha para cima, fogo, e logo em seguida, a explo-

139
são, cacos de vidro sento arremessados para a rua, Pedro sai lentamen-
te descendo a rua.
Pedro sente alguém segurar ele pelo ombro, sua aura estava le-
vantada, então olhou para trás e viu seu pai.
— O que faz aqui?
— Santos Andrade tem bons bancos.
Gerson olha para trás pois ouve uma segunda explosão, Pedro
toca o peito e sai caminhando 3 quadras, toca o peito novamente e
ouve uma terceira explosão.
As pessoas curiosas indo para o local, em uma rua estreita, cheia
de casas antigas.
Pedro senta-se a praça, estava parado e ouve seu celular tocar e
ouve.
— Quer mesmo aquele terreno menino?
— Porque?
— Alguém ofereceu 200 mil nele hoje a tarde.
— Compra ele Sergio, não deixa isto para depois.
— Certo, mas me autoriza ir ate quanto?
— Faz as propostas, me passa por whatsapp os lances, as vezes a
sorte nos acompanha.
— Certo, vou passando.
Pedro vê que o senhor ofereceu 210, e passa um recado e ele
aumenta para 250, o rapaz do outro lado foi a 255, ele autorizou 270,
Sergio olha para o corretor via conversar e fala.
— Fechamos amanha, os bancos já fecharam.
— Não entendi a briga.
— Nem eu, apenas represento um rapaz.
Pedro olha uma moça na entrada da faculdade e fala.
— Cristiane Sinn?
— Eu.
— Geóloga?
— Vai dizer que foi uma pegadinha.
— Moça, eu não brinco com trocados, mas se não quer ouvir, faz
parte de ser pequeno, ter 13, e saber que algo está em seu caminho.
— E para que quer uma geóloga?
— Primeiro o que tratarmos se topar, será segredo.
— Por quê?

140
— Se alguém desconfiar do que me afirmaram ter em um relató-
rio de um terreno, vira uma mina a céu aberto.
— Mina do que?
— Diamante.
— Acha que sabe onde tem algo assim?
— Se não tiver, pago seu serviço da mesma forma moça, mas
preciso de alguém para fazer a analise.
— E porque um menino iria querer algo assim?
— Alguém começa a acompanhar cada passo que dou referente
a compra de terrenos, isto pode ser complicado.
Pedro pensa e pega o telefone.
— Só um momento.
Pedro disca para Sergio.
— Sergio, agora que compramos aquele para despiste, olha seu
e-mail, tem um em Lajes, mas não oferece mais do que eu coloquei no
e-mail.
— Certo, pelo jeito está agitando.
— Sim. Qualquer coisa me passa uma mensagem.
Pedro olha para a moça e fala.
— Não sei se teria como fazer este serviço moça?
— Sabe quanto custa algo assim?
— Isto que preciso saber, quanto sai o aluguel de equipamento
para verificar em 3 pontos, perfuração de 30 metros para amostra.
— Está falando serio?
— Sabe o que é Kimberlito?
— Sim.
— Me indicaram uma formação destas, a partir de 20 metros em
um terreno, preciso saber para que lado compro o terreno antes de
começar a fazer o buraco.
— Parece entender disto?
Pedro sorriu e falou.
— Mas preciso de segredo.
— Certo, e vamos lá quando?
— Vou comprar o terreno hoje moça, ele não estava a venda até
ontem, então eu preciso primeiro fechar a compra, já foi feito o aceite,
mas somente equipamentos quando o Terreno já tiver mudado de
donos.
— E pretende o que naquele lugar?

141
— Digamos que via satélite, um maluco pagou a uns anos um es-
tudo, mas ele não olhou direito para aquele lugar, e tudo indica a boca
desgastada de um vulcão de 3 milhões de anos.
— Certo, desgastado e invisível aos olhos.
— A oitenta metros do nível do mar, em um terreno plano.
— E pelo jeito quer saber se estou dentro?
— Sim.
— E está contratando desconhecidos?
— Não, Fanes.
Pedro falou para ver a reação e a moça olha em volta e fala.
— Começou a me surpreender menino, embora não entenda o
que você é, não tem aura de humano.
— Não imagina o quanto ouço isto.
— E porque parece olhar em volta?
— Cris, o segredo é até com meu pai, ele venderia tudo sem ex-
plorar, apenas para jogar um pouco mais.
— Certo, algo assim não se fala muito, mas se alguém fez um bu-
raco porque não está explorando?
— Não entendi, a mais de 25 anos um senhor fez o estudo, mas
parece que ele chegou a uma amostra, e foi morto por esta amostra, e
somente agora se descobre em um terreno a venda no litoral do Para-
ná, o local onde ele fez os estudos.
— Mais um motivo para sigilo, mas qual foi o motivo da morte?
— Um diamante antes de lapidado, próximo de 300 quilates.
— Certo, um diamante único de mais de 4 milhões de dólares, is-
to faria muitos interessados, acha que sabe de onde ele tirou isto?
— Sim, é atrás disto que correremos se topar.
— Certo, vou verificar os equipamentos, onde vamos o colocar?
— Criciúma, Santa Catarina.
— Certo, providencio para analise de carvão, pequenos furos
que podem nos dar a formação local, mas se tiver como estabelecer os
locais, seria bom.
— Vou para Criciúma amanha a tarde, se estiver por lá, nos fa-
lamos.
A moça olha um senhor chegando e fala.
— Nos falamos.
Pedro olha a moça sair e a mede, seu pai chega ao lado e per-
gunta.

142
— O que falava para a moça?
— Que nasci 10 anos atrasado, um rosto perfeito com olhos lin-
dos.
Gerson olha o filho e fala.
— Mas não vai tentar mais?
— Eu vendi o projeto, acho que comprei por 120, investi um
pouco e vendi por 400, acho que é um bom dinheiro no fim por 10 dias.
Pedro ainda olhava a moça se afastar.
— O que ela faz?
— Não sei, este é o prédio de Direito, Odonto ou Jornalismo, sei
lá o que ela faz.
Gerson olha o filho, ele nunca o quis por perto, mas parecia que
ele estava crescendo rápido e pergunta.
— O que está fazendo?
— Soube que um senhor de Minas, está olhando onde eu com-
pro imóveis, eu fiz uma proposta de 23 mil, ele começou do outro lado
chutar o preço para cima, ele gastou mais de 200 mil para comprar algo
que não vale 23.
— E quem seria este senhor?
— Dizem que você conduziu ele a um investimento que ontem
era meu, ele queria olhar, e nem entendi por que.
— Ele acha que você o roubou.
— Se ele acha isto, ele vai pagar meu pai para me matar, quem
sabe paro de ter desgostos, as vezes, acho que ninguém me queria,
para que preciso estar aqui?
Gerson olha o menino olhando a praça, ele não olhava para ele,
parecia pensar e fala.
— Sabe que seu quarto está lá.
— Pensei em tentar de novo, mas quando soube pela engenhei-
ra que estava lá, que entraram mandando todos sair, que aquilo não
era deles mais para eles ficarem por lá, desisti, a moça me viu desiludi-
do e perguntou quanto queria pelo local, como o custo de parte eu
ainda teria de arranjar como fazer, apenas passei um preço na desilu-
são, pela rapidez que ela aceitou, soube que ela achou barato.
— Aquele Geraldo disse que não valia nada aquele terreno.
Pedro não respondeu, ouviu mais um carro de bombeiro subir a
rua dos fundos, não via, mas ouvia.
— E aquele papo de ganhar milhões?

143
— O senhor não deixaria eu acabar, mostrou isto, não quer tra-
balho, quer facilidade, desisti.
— E porque o senhor Geraldo foi até lá?
— Para olhar a pedreira, ao lado dele, tinha uma geóloga, sobri-
nha se não me engano, pela formação das pedras ele sabe se é região
que daria ouro.
— E não queria o ouro?
— Quando eu quiser algo, eu pego, eu faço, eu trabalho, não
acredito em milagre senhor – Pedro estava usando o senhor no lugar
de Pai, para dar uma conotação diferente a frase, tirar do pessoal, se o
senhor não o queria no pessoal, não ficaria – pois para acreditar em
milagres, teria de acreditar que alguém, fica perdendo tempo olhando
por uma criança, tendo tanto a cuidar.
Gerson olha Pedro olhar ele e fala.
— Se puder parar de me seguir, já seria um bom caminho se-
nhor.
Pedro desce as escadas e Gerson vê Ricardinho olhar para ele e
falar.
— Pelo menos você não estava lá Gerson.
— Lá onde?
— No Cassino, Paulinho, Carlinhos, Casquinha, Beto, Niko, todos
devem estar em meio ao incêndio.
— Eu estava quase chegando quando o segurança me barrou,
pensei que era para que não subisse e ouvi a explosão.
— Não sei se eles conseguem sair Gerson.
Gerson pensa no problema, mas por outro, ele estava lá indo
quitar uma divida de jogo, e jogar mais.
— Terei de achar onde fazer meu carteado.
— Eu também.
Pedro desce a rua, entra no Shopping Itália, entra no banheiro,
abre uma porta para a casa em Matinhos, olha para a construção, olha
para as escadas do mirante, pensa nas escadas, mas desenha uma por-
ta e surge na parte alta, e senta-se ao chão, olhando em volta.
Ele traceja uma mudança e olha para a baia, pensa no que pode-
ria fazer, ele olhara para a permissão, ele tinha permissão para região
dos mangues, nada para as montanhas, estranha isto, mas fazia parte
de investir num futuro.

144
Ele sabia que estava exagerando e passa a um arquiteto famoso
pedido de uso de sua ideia em uma implementação no Brasil e fica a
olhar as imagens.

Pedro não queria colocar qualquer coisa ali, ele queria algo que
pudesse sobreviver e ser símbolo na região, como este trecho, era o
que estava entre dois térreos, já no município ao lado de Guaratuba,

145
em plena baia, ele analisa a possibilidade e isola as entradas, que não
fossem por terra, e começa a surgir a toda volta.

Um plano que desse com as coberturas quase duas vezes o es-


paço em solo de área verde, algo impensável sendo colocado em im-
plementação em plena área natural.
Ele começa a implementar e pensar em sistemas a lhe entregar
de barcos a bateria, barcos a vela, queria o mínimo impacto ambiental
possível.

146
Sistemas de redução de fundo, para que as aguas fossem toma-
das em parte para algas que existiam na região, mas eram poucas, as
azuis, pois eram mais eficientes em produção de Oxigênio e no ver de
Pedro, que não era botânico, parecia dar uma cor de contraste a todo
verde a volta. Ele tinha a praça central, ele estava tentando entender o
complexo de ideias de um arquiteto, de nome Vincent Callebaut, e olha
a imagem da praça interna e entende, gerar mesmo em partes que não
se via, dois ou três andares de sistemas vivos, gerando uma região on-
de se fornecesse mais biomassa e oxigênio do que se consumia.

Campos protegidos, obtenção de agua, reciclagem, ele começa a


olhar e desenhar, ele estava a implementando algo que ele queria, um
projeto para a vida, um caminho que lhe parecia agradável, o conviver
com o natural, algo que por anos, não teve chance, toda vez que foi
mandado a parte natural, lhe tinha sido desgosto, mas entendeu no
seu fundo que não era o natural a volta que lhe revoltava, era a postura
dos humanos que faziam parte de sua família.
Pedro senta-se e no fim daquele dia, em seu computador pesso-
al, aprendendo com outro Pedro, de uma realidade paralela a fazer
programação, um sistema de captação e montagem de conta, ele es-
tranha, pois em plena noite, o Banco do Brasil confirma a abertura de
uma conta, com emissão de cartões, ele passa o endereço para os con-
tatos de Jornal, conta em seu nome, e o novo endereço, que agora
seria seu fixo, em Matinhos, Paraná, Brasil.

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Pedro dorme pouco, pega o telefone e liga
para um escritório na Bélgica, ficou um tempo ten-
tando conversar, seu inglês até era estranho, até
para ele, mas depois de um tempo desliga e passa
um recado para Sergio, que fala que sairia em minu-
tos e pergunta se não poderia pegar ele na obra e
irem juntos.
Sergio estranha, mas soube que o menino
queria algo, passa ao sobrado, todo isolado e fala.
— Vai desistir?
— Acelerar, mas por dois dias em teoria esta-
rei parado.
— Certo, e pelo jeito vamos comprar um ter-
reno que não sabe se tem algo.
— O senhor que tentou me comprar aqui, foi o que ficou fazen-
do propostas para cima, ele queria sabe se estávamos mesmo interes-
sados.
— E quis deixar claro que sim.
— Exatamente isto.
— Mas se não mexer lá ele vai desconfiar.
— Vamos.
Sergio olha o menino abrir um mapa e riscar nele onde estava o
terreno, e enquanto ele dirigia, ele foi fazendo traços, e faz uma linha
escura e fala.
— Quando chegarmos lá, verifica após comprarmos este, se te-
mos algo no sentido deste mapa.
— O que é isto?
— Onde quero que eles acreditem que tem algo.
— Certo, está chutando, e espera que eles invistam.
— Eu posso ganhar dinheiro com coisas simples, mas o hotel Ro-
sa que você entrou em sociedade ontem Sergio, em 15 dias, estará em
todos os prospectos de propaganda para férias no sul do pais no verão
deste ano.
— E como estaremos lá?
— Na volta lhe mostro.
Pedro pega o telefone e disca para Roseli.
— Como estamos sócia?

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— Não entendi, você isolou a região da baia.
— Termina de fazer as fundações, na volta vou explicar porque
sou um bom sócio, mas apenas para os meus dois sócios.
— Qual a surpresa?
— Como construo rapidamente Roseli.
— E o que ganhamos com isto?
— Vamos investir 4 meses em propaganda, e ver como come-
çam as coisas, quero estar em todos os meios de noticia, mas vou lhe
passando baseado em que vamos fazer isto, estou entrando em conta-
to com um arquiteto Belga e um Chinês, vou fazer dois prospectos de
obra, o terceiro, é o simples onde está minha casa e o quarto, ainda
pensando.
— Não entendi.
— Sei disto, estou passando para você o que faremos na região
do Tabuleiro, está em projeto ainda, mas será por este lado a obra.
Pedro passa duas imagens por e-mail e fala.

149
— Ainda tenho de levantar dois milhões, mas como disse, a obra
na entrada da cidade estou ainda pensando, mas acredito que dê para
fazer algo no sentido de um lago central.

Roseli abre o arquivo, ela estava pensando que Pedro passara


algo básico como da vez anterior e se depara com a imagem do buraco
com um hotel dentro, ela para na imagem, sabia que era de um hotel
na China, mas entendeu para onde o menino ia, e olha as imagem do
arquivo, Entrada da Cidade, olha para o lago, para os prédios, espelha-
dos, repara que ele apenas espelhou a imagem, mas entendeu, o me-
nino estava querendo passar uma ideia.
— E quem pensou como Designer?
— Em Vincent Callebaut e no Escritório Mad Architects.
150
— Pensando em realmente ter algo de impacto.
— Sei que ele não deve ter me levado a serio Roseli, mas tem de
considerar que ele cria uma obra de arte, e eu quero a mudar.
— Porque a mudar?
— Porque as aguas da baia de Guaratuba, não são as aguas das
Filipinas, então temos uma base submersa, estabelecida na pedra,
acima disto temos os 3 andares abaixo do nível da baia, a 3 metros da
baia começa a armação que vai ter todas as estruturas acima dela, até
a areia de nossas praias, mas a parte baixa é iluminada por buracos na
estrutura, buracos cheios de agua, dai a parte de cima, fazer parecida
com o projeto no Vicent para Nautilus Eco Resort.
Roseli bate o projeto no sistema e fica a pensar.
— Quer fazer algo assim voltado para a baia?
— Sim, e vamos assim que estiver pronto, fazer propaganda em
todas as revistas de verão do mundo.
— E ele topou a alteração?
— Tive de tentar que ele me entendesse em inglês, meu francês
não funcionou com ele, mas acho que ele vem vistoriar, mas a ideia de
uma parte baixa, é ter um sistema local para reciclagem de líquidos e
demais coisas, seria um pecado algo assim, bonito, jogar lixo na baia.
— E vai querer algo como está no desenho da pedreira?
— A pedreira tem de padrão baixo, 50 metros, não é tão larga,
como a do desenho, mas permite que coloquemos 12 andares na pare-
de e mais dois ou 3 acima, no sistema Chinês, eles colocaram dois an-
dares de serviço abaixo do nível da agua.
— E está indo onde?
— Criciúma, despistar alguém.
— Não entendi.
— Roseli, eles querem saber onde vou comprar um terreno, não
sei o que eles acham que eu entendo disto.
Roseli sorriu e perguntou.
— Mas acha que podemos fazer as fundações do que será pelo
jeito nosso empreendimento mais modesto?
— De modesto não tem nada Roseli, sabe que esta pedreira
também vai entrar para a historia.
— Imagino, quer pelo jeito implementar mudanças.
— Faz os estudos, que vou pensando por aqui.
Sergio olha para Pedro e fala.

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— Pelo jeito só é pequeno no tamanho.
— Pensa a desilusão que vai ter este Belga quando chegar aqui.
Sergio sorriu.
Geraldo olha para a sobrinha, após ter escutado a ligação e ela
pergunta.
— Porque grampeou este menino?
— Ele ou me roubou, ou roubou alguém, pois ele dispôs de di-
nheiro, tenho quase certeza de que foi ele no apartamento.
— Aquilo é montagem, sabe disto.
— Mas quem fez a montagem, porque parece por um lado real,
e por outro montagem.
— Pela reação do Deputado, por isto parece real.
— Ele comprou um terreno que não vale nada por duzentos e
poucos mil, forçamos para cima, e ele não ficou discutindo, ele foi para
cima do terreno e agora está indo para lá.
— Geraldo, o terreno é plano, baixo, sem grandes formações,
não sei porque olhou para lá?
— Não sei, alguém está me passando a perna.
— Este menino parece encrenqueiro, mas não acredito que seja
grande coisa. – Carla, sobrinha neta e amante do velho, não deve ter 20
anos, e o senhor, passando dos 70.
Pedro pega o telefone e disca para Cristiane.
— Boa tarde moça.
— Prontos para começar.
— Estou entrando no cartório agora, assim que sair daqui pas-
samos ai.
Pedro e o corretor compram o terreno, Sergio com uma procu-
ração de Roseli, transferem o terreno e Sergio olha pra Pedro.
— Quer que pergunte mesmo aquilo?
— Sim, me deixa no terreno e dá um giro.
Pedro entra no terreno, olha para a moça e fala.
— Tem um GPS de localização?
— Sim.
Pedro passa a anotação para a moça e os rapazes começam a fa-
zer a medição, ele olha para o terreno e pensa no que faria ali, obvio,
no sentido oposto pensou em algo que ele nem sabia como funcionava,
mas isto ele faria com calma.
Pedro olha em volta e fala.

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— Apenas curiosos, as vezes queria saber o que eles pensam so-
bre minha pessoa. – Cristiane olha ao longe e fala.
— Problemas?
— Gente que quer saber o que viemos fazer aqui?
— Porque?
— Sei lá, estranho alguém levar algo que eu falo a serio.
A moça começa a montar o maquinário e ao longe um senhor li-
ga para Geraldo.
— Senhor Geraldo?
— Fala Candido.
— Ele contratou um grupo de geólogos, não consegui descobrir
o que eles vieram verificar, mas o menino é muito pequeno para ser
problema senhor.
— Sei disto, mas confirma que este terreno é muito plano.
— Sim, ele ao todo, da rodovia, se vê, nada fica oculto nele.
— E o que eles estão fazendo?
— Tirando amostras do terreno, com aquelas maquinas que fa-
zem um buraco estreito, de uns 20 centímetros tirando uma amostra.
— Eles já começaram?
— Sim, entendeu algo daquela ligação dele para fora?
— Estou verificando para onde, isto que me faz olhar ainda este
menino Candido, ele fala inglês, o pai dele é um palerma, diz que o
filho não presta para nada, e o mesmo está sobre um terreno nova-
mente, tentando verificar algo.
— Acha que ele está procurando?
— Pode ser, não vimos ele fazer o que está fazendo ai no outro
terreno, mas não quer dizer que ele não tenha feito.
— Certo, ele compra, analisa e vende com alguma alteração para
ganhar dinheiro.
— A escuta na casa do menino fala que ele ganhou 180 mil reais
em 10 dias, para alguém que o pai diz que não serve para nada, muito,
as vezes olhar os jovens me mostra como poderia ter feito mais eficien-
temente, ele não está dizendo tem, ele comprou, e está dizendo, vou
vender se não encontrar nada.
Sergio liga para Pedro que fala.
— Por mensagem agora Sergio, estão nos olhando e tem gente
fazendo teste, melhor não falar valores.

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Sergio concorda e desliga, passa uma mensagem e os preços e o
menino confirma a compra.
Geraldo olha para as imagens que Candido estava passando e fa-
la.
— Ele está fazendo algo em outro lugar,
— Pode ser, ele não deixou o corretor nem falar.
— Pelo jeito ele nos desviou, verifica onde está e me retorna.
Candido sai dali e Pedro passa uma mensagem para Sergio veri-
ficar um terreno em Içara, e os rapazes foram seguir o corretor.
Cristiane tira as amostras e não fala nada, ela estava apenas ti-
rando amostras, nem abrindo, ela colocou em um carrinho com rodas
grandes.
Fizeram isto meio dia, e quando terminaram, a moça perguntou.
— Vai querer uma carona?
— Vamos analisar isto em Matinhos, o motorista já está chegan-
do.
— Quer sigilo pelo jeito.
— Eles nem sabem o que estamos fazendo, mas parece que
mesmo você acha difícil acreditar.
— O terreno desilude, mas se for aqui, explica porque ninguém
achou antes.
Sergio volta, Pedro ajuda a colocar as amostras no porta malas e
começam a retornar.
Era próximo das 9 da noite quando eles chegaram a Matinhos.
O carro os seguindo dizia que estavam apenas os seguindo.
Cristiane olha para os rapazes parando ao fundo e pergunta.
— Perigo?
— Eles querem saber o que tem nas amostras, vamos deixar du-
as malas no porta malas, e vamos entrar com parte, deixamos as amos-
tras do primeiro ao oitavo metro.
Roseli ainda estava ali e olha para Pedro, como se perguntando
como poderia ter acontecido aquilo.
— Já falamos Roseli.
— Falta muito, mas está lindo.
— Lindo sempre é complicado.
— Não entendi a ideia?
— Dizem por ai que os mares podem vir a subir alguns metros
nos próximos anos, embora eu ache que ele está recuando, mas a

154
construção inteira, é fixa em pistões hidráulicos imensos, a parte baixa,
é como uma bola dentro da agua, ela tem peso exato para flutuar, en-
tão a pressão sobre o mangue é mínima, mas se os mares subirem, a
construção sobe lentamente junto.
— Compensando Maré alta e baixa?
— Pouco, mas sim, é que estamos no sistema mínimo, não no
máximo. Estamos quase no solo do mangue.
— E vai me explicar como faz isto?
— Sim, mas deixa eu ver se o que temos, vai dar para financiar
nossa empreitada.
Pedro ignora os demais e vai direto no que estava anotado, 26
metros.
Ele abre uma das laterais e Cristiane chega junto, ela olha as pe-
quenas pedras brilhantes, em meio a Kimberlito.
— Olha que eu duvidei.
— O problema Cris, é a amostra na numero 31, onde você parou
de perfurar.
— Sim, a broca parece que estava quente, não iria colocar mais
uma.
— Pega a Trinta e um e a trinta e espero – Pedro olha os outros
dois – que isto não saia daqui.
Pedro abre a amostra de numero 30 e a moça olha encantada,
ela pega um martelinho e começa a separar as pedras e olha para a
mesa, põem o jornal e viu a refração.
Ela separou mais de 60 pedras pequenas, 12 medias e 4 grandes,
ela pega uma e fala colocando em uma pequena balança.
— 112 gramas, isto é perto de 450 quilates Pedro.
— Entendeu o problema?
— Sim, quando falou que poderíamos achar algo ali, sei que du-
videi, mas estava pagando a retirada de amostra, mas isto, é mais do
que vi na vida em diamantes, deve ter somando tudo, mais de mil qui-
lates de diamantes aqui, sei que não estão lapidados, mas depois de
lapidados, só nestas amostras, mais de 15 milhões de dólares em dia-
mantes.
Sergio sentou-se, Roseli olha descrente.
— Isto que falou em conseguir os recursos.
— Sim. – Pedro olha para Cristiane e fala – Quando me falaram
que era ali, eu também duvidei Cris, mas quer entrar nesta empreitada,

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eu estou colocando pessoas, que desconheço, mas tem de entender, se
ali tiver o que falam, é a maior mina de diamantes de qualidade do
mundo. – Pedro pega o mapa e olha para Sergio.
— Conseguiu quais destes terrenos?
Sergio marcou 12 no mapa e Pedro falou.
— O que dizia o estudo sobre este terreno, é que neste sentido
corria um braço de magma de um vulcão a 3 milhões de anos atrás –
Ele marca o ponto que tinham comprado agora – E neste ponto, tinha a
boca principal do vulcão.
Cristiane como Geóloga olha o mapa e fala.
— E ninguém viu a mudança drástica de solo, não sei quem fez
os estudos, mas começo a entender o tamanho do buraco, mas como
vamos tira isto de lá, sem ninguém ver.
Pedro ouve o alarme do carro de Sergio disparar e fala.
— Dá tempo deles levarem as amostras Sergio.
Sergio olha para Pedro, alguém daquele tamanho e já tentando
ser astuto.
— Agora já pode ir.
Sergio saiu e viu a porta do fundo arrombada, olha que levaram
as amostras e viu que saíram rápido dali.
Cristiane olha para Pedro e pergunta.
— E como vamos comercializar isto?
— Pensa moça, o meu maior problema, é que se o terreno esti-
vesse no nome de meu pai, ele era capaz de me matar para ficar com
aquilo, eu pretendo comercializar aquele diamante, mas primeiro, va-
mos ter de fazer um buraco em Minas Gerais, segundo, isolar a área lá
e aqui, terceiro, saber a qualidade do que temos na mão, embora acho
que seria bom perguntar isto depois de fazer um buraco longe dali.
— Certo, estamos falando em quanto?
Pedro passa para a moça um estudo antigo, de ultrassom e olha
para Pedro.
— Não pode ser real?
— Pode não ser Cris, mas e se for?
— E como colocamos tanto diamante no mercado?
— Não colocamos, extraímos e vendemos, aos poucos.
Cristiane olha para o menino, pois ele tinha razão por um lado,
mas seria um senhor cofre para guardar aquilo.
— Sabe o tamanho do problema?

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— Cris, o buraco diz que vai dos 30 ao 47 em inclinação, a rocha
confirma a inclinação a oeste, pelo que fala, um buraco de não mais de
4 metros, se por metro, sair 375, os quatro metros, chegam a Um e
quinhentos, se isto se esticar até os 47, sem contar com laterais com
diamante, ou superiores, vamos ter mais de 24, não sei você, mas eu
não sei como gastar isto.
O tirar dos zeros foi para conseguir pensar, e Cristiane fala.
— Sem considerar o que diz o estudo, só a amostra local.
— Sim, pois se aquilo se confirmar, não saberia o que seria, pois
seria 150 por metro explorado, se tiver os mesmos metros que temos
aqui, seria 900 bilhões de dólares em diamante, alguém tem noção do
que é isto?
Cristiane viu que Pedro ressaltou os dólares, e falou.
— Temos de manter os pés no chão.
— Sei disto, mas tenho um problema Cris, e este problema se
chama, vender isto.
— Certo, mas parece preocupado.
Pedro olha para o fim da amostra no numero 30, a parte baixa é
um cristal quase inteiriço, olha para Cristiane e fala.
— Eu nunca ouvi falar do que vamos ver aqui Cristiane, e me
corrija se estiver errado.
— O que quer falar?
— Tudo que falei, foi baseado na amostra 30.
Cristiane olha o fim da amostra 30, ela olha com desconfiança,
termina de contar os diamantes e parece temer pegar a 31, Pedro a
olha e fala.
— Nem todas serão assim Cris, coragem. – Pedro sorrindo.
Cristiane abre a amostra 31, entendeu porque a broca demorou
tanto para abrir, estava cortando diamante, com diamante, Sergio se
levantou e Roseli também, Cristiane olha para Pedro e fala.
— Disto que tinha medo?
— Cris, se eu tiver um metro de material de qualidade, isto me
dá mais de um quilo e 200 gramas na amostra, isto quere dizer, seis mil
quilates de diamante em uma amostra de terreno, disto que falei, que
nunca havia ouvido falar.
— Certo, colocaria todas as contas como erradas.

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— Sim, mas estabelece que temos de fazer um buraco lateral a
extração, pois não vamos conseguir perfurar diamante, com brocas de
diamante.
— E o que faremos?
— Vamos recolher os estudos, vamos tampar os buracos, vou fa-
zer um barracão a toda volta, pré-fabricado, para locação ou para qual-
quer uso, e começamos assim que der, uma exploração.
— Porque comprou aquele terreno em Lages? – Sergio.
— O senhor teve uma pequena mina de diamante, mas o princi-
pal, compramos a terra com o direito de exploração, então temos a
concessão por pelo menos 80 anos ainda, de exploração de Diamantes
em Santa Catarina.
Cristiane sorriu.
— Esperto, eu estava pensando em como pedir algo assim, você
comprou uma.
— Sim, e espero que todos saibam guardar segredo.
— Vai guardar isto onde?
Pedro subiu ao segundo andar e tirou o espelho e por trás dele a
porta do cofre, Cristiane olha a espessura e fala.
— Um senhor cofre, quer guardar todas as amostras?
— Sim, consegue analisar a qualidade do diamante?
Cristiane pega um bem pequeno e fala.
— Sim.
Roseli viu que estavam falando serio e Pedro pega um envelope
e fala.
— Este é o serviço de hoje, depois temos de acertar um salario
bom para a geóloga da nossa empresa.
— Nossa? – Roseli.
— Vamos ter de legalizar nossa mineradora, mas ainda não sei
como. – Pedro.
Cristiane sorri, sai com aquela pequena pedra e Pedro olha para
Roseli.
— Espero segredo ainda sobre tudo que falamos.
— Quando falou em conseguir recursos, não estava brincando. -
Roseli olhando para fora. — Não entendi, entregaram pela tarde, vigas,
janelas e coisas assim, não entendi, você parece acelerar tudo.
Roseli olhava Pedro, querendo saber.

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— Tem de entender Roseli, tudo que ver aqui, é apenas aqui,
tem gente que não vai entender, mas todos dentro, vão ver e tem de
saber, eu sou pequeno, mas tem coisas que faço, que não tenho como
explicar.
— Coisas? – Sergio.
— Eu mostro.
No silencio da noite, ele sai para fora, liga o Notebook, pega o
caderno e começa a pensar no como seria os dois prédios ali a frente, e
começa a os desenhar, Roseli não entende, mas sente aquela energia a
atravessar, ela se segura a parede, sente aquilo começar a dispor as
vigas, as armações e começarem a se parafusar, se estabelecer, se
prender, ela fica a olhar para os dois prédios a sua frente, surgirem do
nada, Sergio viu que o menino escondia mais do que mostrou de se-
gredo e quando a ultima janela no 12º andar de um dos prédios, e do
16º do ao lado se fixaram, Roseli olha o menino tirar o lápis do papel e
olhar para o local, era outro, a grama alta, as passagens de pedestre, o
rio a frente todo cercado de pedras, a parte frontal, espelhada, ela sai a
olhar e Sergio olha para ela e pergunta.
— Como ele fez isto?
— Começo a achar que ele é o segredo Sergio, lembra que nin-
guém daria valor a ele.
— Sim.
Roseli olha o projeto atual no computador do menino e apenas
olha em volta, ela olhara o prédio em frente, mas era um conjunto de
obras que surgira ali, ainda tinha muita coisas a ajeitar, mas a estrutura
estava toda ali.

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Roseli que queria saber como o menino fizera o outro, fica a
olhar para ele, Pedro olhava a obra e fala sem olhar os dois.
— Vocês tem de entender, que nem sempre me verão fazendo
isto, geralmente eu faço quando ninguém está olhando, e devem en-
tender por que.
Roseli olha para todos os lados e fala.
— Seu pai nunca o viu fazendo isto?
— Ele sabe que consigo materializar coisas com o desenho, mas
ele só pensa no dinheiro que isto gera Roseli, eu quero a melhora das
pessoas em volta, não a obra em si, se amanha tirar os tapumes que
colocaram na Rua Apucarana e mudar eles para outro lugar, eles vão
dizer que trabalhamos a noite inteira, ninguém acredita em milagre.
— Nem você? – Sergio.
— Nem eu, vamos ver como ficou a outra parte, eu não fui lá
depois de redesenhar tudo.
Roseli viu que o menino caminhou para dentro, pega a carteira,
fecha o cofre, põem o espelho, como explicar para alguém que aquele
caminho para dentro do cofre, era um caminho para dentro de seu
desenho.
Ele sai da casa e começa a caminhar para a trilha, Sergio estava
cansado, mas queria ver o que ele tinha feito, sabia que o menino esta-
va acelerando e não tinha ideia de quanto.
Pedro olha para Roseli e fala.
— Tenho de esperar minha conta corrente estar isolada de meu
pai, vão 15 dias ainda para isto, depois vou comprar carros elétricos,
veleiros, sistemas de reciclagem de líquidos e sólidos, sistemas de
compactação para recicláveis, e muitas mudas, ainda está no cru, deve
entender que temos de por cama, torneiras, caixas d’agua, bombas
d’agua, são vários tipos de coisas que temos de fazer que quisermos
inaugurar isto para o verão.
— Pelo jeito falou apenas o que podia, pois agora começa a ace-
lerar.
— Roseli, as pessoas podem estranhar, mas esta parte a frente,
é com acesso rápido, mas os carros ficam externos ao projeto, é um
lugar para caminhar, para silencio, para canto dos pássaros.
— E pretende mesmo terminar isto?
— Convidei Vincent Callebaut a vir autorizar nossa obra, expli-
cando para ele as diferenças, ele deve achar que era uma criança, não

160
sei se ele viria, mas eu o convidei e perguntei quanto custava para usar
seu projeto.
— Ele falou algo?
— Primeiro falou que não acreditava, depois de eu perguntar
quanto 4 vezes, ele passou o preço, e falei que depositava na conta
dele assim que assinássemos o ok.
— Ele deve ter ficado meio sem reação.
— Ele vai ver que não existe voo direto para cá, eles pensam que
somos apenas índios, mas eles não entendem, seriamos mais civiliza-
dos se fossemos os índios, somos os que mataram os índios para tomar
suas terras, mesmo sem ter como a usar na época.
Pedro olha o rosto de surpreso de Sergio que olha em volta en-
cantado, outro lugar, olha como se tentando entender onde estava, e
olha para Roseli.
— Disto que queria falar com ele?
— Sim, mas aqui tem menos vagas.
— Sim, este complexo inteiro, comporta 132 famílias, na parte
alta, e mais 100 famílias na parte baixa, não é quantidade aqui, é dife-
rença.
— Certo, agora a noite antes de por a luz nem dá para mostrar a
parte baixa, mas quando o sol bate e o fundo pintado de branco, dá
uma paz imensa. – Roseli.
— Este é um projeto para quem quer paz.
— E vai implementar assim as coisas?
— Amanha ao lado, vai surgir a segunda parte, uns 500 metros a
frente, e a terceira, é que é o fundo do terreno da entrada da cidade,
ele vem até a baia.
— Você quer o triplo disto, mas vai ficar bem espaçoso.
— A ideia é que a pessoa nem precise sair daqui, ela tenha tudo
que precisa, mas por isto precisamos acelerar a obra básica, vou segu-
rar a vinda até depois de amanha para cá, e deve entender Roseli, se
perguntarem, isto veio pronto, isto é uma base que flutua, foi apenas
fixada sobre as bases já colocadas antes.
— Pior que não duvido que flutue mesmo.
— Verdade, mas semana que vem, precisamos de gente fazendo
as instalações elétricas, as hidráulicas, as pinturas, e começar a plantar
as mudas.
— Este lugar vai precisar de um jardineiro. – Sergio.

161
— Vai mesmo.
Roseli sorriu.
O grupo volta para a casa, Pedro se despede e pensa no que fa-
ria no dia seguinte.
Os demais saíram e ele fica a olhar os prospectos, e começa a
desenhar os complexos.
Isola o terreno em Criciúma e começa a colocar os barracões por
trás dos tapumes, ajeitar a beira da estrada, a entrada para o terreno,
em uma madrugada quase sem ninguém, olhando.
Faz um esboço para o outro lado da montanha.

Pedro olha os esboços e fala.


— Preciso de um arquiteto, sou péssimo nisto.
Pedro sorri e olha para fora, olha os prédios e desenha as caixas
de acabamento, sabia que precisavam de fios, de disjuntores, de toma-
das, de sistemas sem fio.
Ele desenha alguns contêineres de obra, a entrada, ele coloca a
placa novamente da RR Construtora, mas agora a do Hotel Rosa, teria
de colocar a região dos estacionamentos, era onde estava pegando, ele
não queria uma obra que ficasse visível o estacionamento.
Começa a dispor de acabamento de entrada, e surgem algumas
coisas a mais.
Pedro olha para seu quarto, fecha a porta e adormece.

162
Pedro acorda com a cabeça pesada, olha as-
sustado, tinha gente onde ele estava, olha que esta-
va ao chão, estranha, e olha os olhos assustados de
Roseli.
Pedro tenta se situar, estava na mesma casa,
mas estavam no quarto vazio, o que deveria ter um
cofre, e um rapaz olha pela porta e fala alto.
— O menino acordou senhor.
Roseli olha ele, ela estava despenteada, ao
lado, parecia que Sergio estava machucado, ele
chega ao lado e fala.
— Como está?
— Eles querem saber onde é o terreno que ti-
ramos o diamante que Cristiane tinha,
— Onde está Cristiane?
— Eles a levaram a pouco,
Pedro o toca, e a ferida a boca fecha, a dor desaparece e o se-
nhor olha para Pedro que fala.
— E você Roseli?
— Bem, eles não perguntaram nada ainda.
Pedro olha para Sergio.
— Quantos lá embaixo.
— Seu pai, aquele senhor que veio com ele, uma moça, 6 capan-
gas e mais dois seguranças na entrada.
Pedro pensa no que fazer, bate nos bolsos e não tinha um lápis
sequer, olha a porta e olha aquele senhor entrando.
— Hoje descubro se vale a pena lhe seguir ou lhe matar.
— Matar com certeza, pois se para me enfrentar, precisa de
quantos, 8 capangas e mais meu pai, deve ser brocha, covarde e se
duvidar, marica.
O senhor olha o menino e fala.
— Levem ele para baixo.
Pedro não queria nada de mais, ele imagina tudo a volta e o se-
nhor olha tudo escurecendo, olha para fora e uma parede negra surgia
a volta e fala.
— Se me prender lhe mato.
— De que adianta dinheiro senhor Geraldo Souza, se é burro.

163
Pedro sente o meio e um lápis veio a sua mão da peça baixa, ele
afasta a mão e os dois foram afastados para fora, e o senhor grita.
— Atira nele.
O rapaz saca e atira, as balas ficam na proteção a porta, ele de-
senha uma porta a abre e faz sinal para os dois passarem, Roseli e Ser-
gio surgem do lado de fora, não parecia que tinha problemas no terre-
no, mas viram que não conseguiam se aproximar.
Pedro fecha a porta e fala.
— Quanto vale sua vida senhor Geraldo.
Pedro inverteu a mão e a bala atravessa a cabeça do rapaz que
havia atirado.
O senhor começa a recuar, Pedro desce lentamente, o senhor
manda atirar nele, viu Cristiane descabelada, eles iriam a torturar, só
pelo prazer de o fazer, mas Pedro não sabia se ela falara.
Pedro sente as balas na proteção, inverte as direções e vê que a
bala desvia seu pai, uma regra idiota, duas gerações protegidas, sem-
pre da mais nova para a mais velha.
Olha os seguranças mortos, olha a moça morta e olha para o se-
nhor Geraldo.
— Quanto? Ultima chance de comprar sua vida senhor Geraldo.
— Não pode me mata.
— Duvido que o senhor esteja aqui oficialmente, então logico
que posso.
O senhor olha assustado e olha para Gerson.
— Faça algo, é seu filho.
— Me trouxe a marra, lembra que falou, não admitiria o Gado
querendo virar rei.
Pedro sorri, afasta com a mão e Geraldo é jogado a parede, o
senhor parece começar a se bater a parede, e chega a Cristiane.
— Está bem?
Pedro olha a moça, aura de proteção, sorri e fala.
— Bom saber que ainda existem dons nos Fanes.
Cristiane sorri e ouve.
— O que ele sabe?
— Nada, eles me seguiram e parece terem pego a amostra de
diamante com um escritório especializado em Curitiba.
Pedro olha para o pai e fala.

164
— Se quer sair senhor, a hora é agora, depois vai estar como os
ao chão, mortos.
Gerson olha o filho, ele nunca revidara, lembra de o surrar e ele
não reagir, olha todos os mortos ao chão e fala.
— Tem de evitar isto filho, lhe complicam.
— Digamos que mais complicado do que herdar por parte de
pai, ser um Netser, e por parte de mãe, um Moroi, e através de um ser
de outra existência ter a ciência de 72 vidas, entre elas a minha, nada
que conheço é mais complicado pai, mas o senhor não entendeu nada,
hora de sair.
A porta abre e Gerson olha o corredor abrir para fora e sai ten-
tando não parecer apavorado.
Geraldo a parede parecia sem ar, estranho ele nem olhar a so-
brinha neta, morta ao chão, parecia que o que importava era apenas o
dinheiro.
— Não fez nenhuma proposta senhor.
— Lhe pago sei lá, uns 20 milhões.
— Não me contento com migalhas senhor, queria me roubar em
bilhões, e vem me oferecer trocado?
— Mas não é trocado.
— Então deveria ter conversado com aquela morta ao chão, ela
tem mais que isto para negociar, como o senhor não teria?
— Ela não tem como ter isto.
Pedro sente as facas a cozinha, Cristiane olha elas se erguerem e
passarem por ela e Geraldo olha para as costas do menino, ele olha
assustado.
— Lhe passo o que pedir.
— Esqueci que falava com alguém sem palavra.
Pedro apenas faz um gesto com a mão e fala se virando, não
olhando o senhor ser perfurado a parede.
— Melhor sair agora.
— Mas...
— Apenas um funeral padrão, nos falamos, tenta levantar quan-
to vale aquele diamante.
— Alguém parece ter achado vestígios de Kimberlite nas amos-
tras que roubaram. – Fala Cristiane olhando o chão.
— Faz um favor para mim, se der?
— Fala.

165
— Vou lhe passar um endereço, na Serra do Rio, tem duas carre-
tas estacionadas lá, tira de lá e traz para cá.
— O que tem lá?
— Terei de ver para acreditar Cris.
— Certo, mas o que deveria ter lá.
— A reserva de ouro desta moça ao chão.
— Em duas carretas abandonadas.
— Elas não estão abandonadões, ela as mudava de lugar de dois
em dois meses.
Pedro aponta a porta e ela sai, ela olha para traz e olha Roseli e
Sergio, olha aquele senhor olhando os prédios sem entender.
Pedro olha para o local, e sente os corpos, desenha um buraco
de rocha, ao chão, e foi saindo pedaços de Rocha de Dois metros,
quando chegou a 10 metros de rocha, ele meche as mãos e os corpos
parecem escorrer para o buraco, ele olha os mesmos caírem, e sente o
corpo na parte alta que vem arrastando pela escada, ele olha a parede
onde Geraldo estava, as facas saem e vão ao buraco, e depois o corpo
do senhor é arrastado para o buraco.
As Rochas começam a voltar ao lugar, 4 entraram totalmente, a
ultima não entrou 40 centímetros, ele desenha um prospecto em rocha
da concha da formação a baia, e olha para a casa, pega a vassoura e foi
limpara a casa.
A parede da sala, ele lavou, pega a tinha que estava entre as coi-
sas que surgiram, e pinta a parede, estava passando a segunda de mão
quando ouve as costas.
— O que fez filho?
— Nada, o que faz aqui ainda?
— Não pode matar pessoas.
— Não matei, não toquei neles, eles morreram com as balas que
atiraram, não matei ninguém.
— Seu Geraldo era um senhor respeitado.
— Não o vi por aqui, se quer problema senhor, fala que viu ele
por aqui hoje.
Pedro olha para a porta e fala.
— Esta casa deixa de estar aqui hoje, então não me preocupo
com muita coisa.
Pedro lava as mãos e sai para fora, Roseli estava assustada, mas
não vira nada, olha para o carro ao fundo dos senhores e fala.

166
— E os carros?
— Não sei, alguém aqui viu algo, eu não vi nada. – Pedro.
Cristiane olha para o menino e fala.
— Teria uma segunda amostra?
— Sim.
Pedro olha para o pai e fala.
— Não sumiu ainda?
— Não entendi porque não me matou.
— Não esquece pai, sorte passa.
O senhor viu que o lugar era outro, até ficou na duvida se era o
mesmo lugar, pois estava todo diferente.
Gerson sai andando e as coisas no lugar novamente, com aquele
estilizar da concha maior no centro da peça, como seria, fez Roseli
olhar Pedro e falar.
— Não vai falar muito.
— Roseli, eu não sei o que acham que vou fazer, mas não tenho
como por todas as tomadas, todas as luminárias, todas as coisas no
lugar, mas referente a estes, não vou falar mesmo.
Sergio ao lado fala.
— Obrigado, sei que não entendo você, mas pelo jeito quer algo
imenso aqui.
— Roseli lhe mostra a parte do Tabuleiro e tem de olhar a parte
do outro lado do morro.
— Qual delas? – Roseli.
— As duas.
— Parece cansado. – Roseli.
— Se puder das as instruções para o pessoal começar aqui, va-
mos começar pela inauguração deste Roseli, inaugurado um, vamos ao
segundo, de do segundo ao terceiro, depois ao quarto e ao quinto es-
paço.
— Cinco?
— Neste terreno temos 3 espaços, não temos?
— Entendi, e vai considerar toda parte na baia como um só?
— Sim, então preciso que me ajudem. – Pedro olhando eles que
pensam, e Sergio fala.
— No que posso ajudar moça?
— Temos de coordenar o que eles vão fazer, pelo jeito tem ma-
terial. – Roseli olhando Pedro.

167
— Sim, mais de 7 mil tomadas, não sei quantos metros de cabo,
de fio de rede, de sistemas sem fio, de ampliador de sinal, será inevitá-
vel os vizinhos terem sinal de internet gratuito Roseli.
— Vou passar por cada recepção, começamos pelas áreas co-
muns e depois vamos fechando prédio a prédio, vi que chegaram por-
tas.
— Sim, as vezes ignoramos quanto isto amontoado assim parece
muito, e quanto colocamos, ninguém nem se liga que elas precisaram
ser colocadas.
Roseli foi na parte da frente e olha para os carros e para Pedro.
— Roseli, começa organizando em equipes, hidráulico, elétrico, e
estrutural.
— Estrutural?
— Tirar os tapumes, organizar as partes pesadas, começar a tirar
o lixo que sobrar, deixar o local organizado, gosto de organização.
Os dois saem e Cristiane olha o menino a olhar e fala.
— Tem coisa que as pessoas não entendem, e deve saber disto
Cris, uma coisa, que se eles olham para algo, tem de se ver como se
meche e faz as coisas.
Pedro sobe, pega o espelho quebrado ao canto, coloca ele no lu-
gar e Cristiane olha o vidro voltar a ser inteiro e no lugar de tirar, ele
abre para a esquerda o espelho e lá estava o cofre.
— Eles nunca veriam?
— Sim, acha que vou deixar uma fortuna assim solta?
— Vi que nem falou sobre a amostra final, mas eles vão correr
para ganhar dinheiro.
— Sei que um arquiteto vai reclamar das alterações do projeto,
lindo no designer, impraticável no dia a dia, então tudo que eles vão
correr, é para poder fazer tudo que pretendo e não falou ainda se está
dentro moça.
— Vi sua frieza, sabe que vão perguntar do senhor ali.
— Sei, sempre sobra pistas, mas o que posso fazer, eu não posso
deixar eles tentarem de novo, estranhei não acordar com gente me
tirando do lugar, deveria estar cansado.
— Fica usando magia, isto tira toda sua força.
— Me deixa nervoso, eles me tiraram do sono, para me colocar
num problema.
— Pensei que mataria seu pai.

168
— Ele nunca me tratou como filho, mas não entendo, eu não
conseguiria o matar, nem que atirasse nele, uma regra que alguém me
sopra a cabeça, sempre duas gerações protegidas.
— Que regra?
— Ser um Netser, mas é complicado explicar.
— Tente.
— Existe uma linha de profetas Judaicos, eles se denominam de
Netser, que seria Muda, planta jovem, é uma nova, uma mensagem do
divino que teria de passar, e enquanto não o passar, uma geração
atrás, e uma a frente seria protegida.
— Quer dizer que é judeu?
— Não, isto que não entendo, é como se fosse na raiz, já ouviu
falar de Tudor de Buzau?
— Sim, ouvi você falar Moroi por parte de mãe, ela é uma Moro-
aica?
— Nunca a vi assim, mas alguns a definem assim.
— E pelo jeito não vai parar por desafios pequenos.
Pedro pega uma pedra de pelo menos 20 gramas, 100 quilates e
passa a Cris que olha para a mesma.
— Pelo jeito esperava que eles aparecessem.
— Eu iria despistar eles indo a Minas, assim não preciso me es-
tressar com isto.
— Vou analisar, mas a moça falou em cristal puro, se for, tería-
mos uma fortuna nas mãos.
— Depois temos de verificar o resto das amostras, mas depois
que for a Minas, verifica para mim, já teremos cercado a região e a
entrada para a parte interna do terreno vai ser apenas pela estrada que
dá a Criciúma, com barracão próprio e cofre próprio.
— Certo, vou lá.
Cristiane olha para ele fechar o cofre e por o espelho a frente,
ela olha serio ele e sorri.
Pedro olha a sala e imagina uma maquete na ponta da constru-
ção a frente, e a mesma surge ali, olha pra outra e começa a surgir para
a baia.
Ele olha as mudanças e começa a projetar.
Ele senta-se ao computador e começa a olhar para os projetos,
se desliga do problema externo e começa a pensar.
Boceja, vai a cozinha e faz um café, serve-se e senta-se a sala.

169
O projeto foi se ampliando, os pontos foram sendo cobertos de
vidro, a estrutura baixa começa a ficar no lugar com o entrar de água,
toda a estrutura se fixa, Pedro estava olhando para os projetos e come-
ça a pensar nos acabamentos, e confirma na internet, seu programa
estava ativo, coloca o CPF do senhor Geraldo e pensa em como puxar
para ele sem parecer dinheiro sujo, o senhor tinha ligações bem pesa-
das.
Ele faz as mudanças de senha do senhor, segura pagamentos,
segura estruturas e confirma a venda do ouro, ele tinha entradas diá-
rias, Pedro sorri disto.
Estranho alguém que parecia não ter muito, ter uma entrada tão
assombrosa, diariamente mais de um milhão de reais na conta, e
quando ele segurou as saídas, aquilo começa a materializar-se na con-
ta, alguém que para manter o silencio pagava muita gente.
Teria de descobrir onde estavam extraindo, e continuar a fazer
isto, ele pensa nos carros e olha para fora e apenas desenha eles não
mais ali.
Os mesmos somem na rua e Roseli parece se aliviar para dentro,
mas Pedro começa a pensar, ele com o recurso das contas do senhor,
compra mudas, compra carros elétricos, e muitos acabamentos que
chegariam a partir do dia seguinte.
Pedro olha o fim do ajeitar das coisas, e começa a pensar na
quantidade de camas, de luminárias, acabamentos, sofás, toda a estru-
tura que entraria ali, e começa a pedir, teria uma segunda leva de coi-
sas chegando, e não seria a hora de parar.
Pedro pensa nos endereços, e começa a esquematizar toda a es-
trutura de entregas, seria estes três complexos primeiro, depois o
complexo na entrada da cidade, e por fim, o Tabuleiro.
Pensa no local de salto de parapente, pensa em um tobo-água
vindo da parte alta da pedreira e entrando no lago, toda uma estrutura
alta, de trilhas, 12 cachoeiras, sinalização, com prédios na parte oposta,
segundo prédio dentro da pedreira, toda área delimitada de praias
internas, nos dois locais.
Se concentra na parte da Baia, se concentra nos vidros das par-
tes altas e começam a surgir no lugar, e olhando de fora, começa a
brilhar o lugar.
Pedro encosta na cadeira e pensa que teria de ir mais calma-
mente.

170
Pedro olha para os demais trabalhando e vê Roseli surgir ali.
— Estão entregando mudas, não sei se pediu?
— Sim, para a parte do fundo, pede para tirarem os tapumes e
começarem a colocar lá.
— Tem palmeiras inteiras.
— Deixa a parte alta, deve chegar os carros elétricos, para usar
no caminho, entre hoje e amanha.
Pedro via a moça indecisa.
— Fala.
— Não sei como administrar tudo isto.
— Sei disto Roseli, mas senta ai, o que está lhe incomodando?
— O dia começou errado, acho que é isto.
— Certo, está precisando pensar?
— Sim.
— Vamos ver como está ficando a parte oposta, faz sinal para o
pessoal colocar naqueles carrinhos grandes com rodas, aproveitamos e
levamos parte para lá.
Roseli sorriu e perguntou.
— Parece querer algo ainda?
— Quero paz em casa, mas é difícil acordando ao chão como se
tivessem me jogado ali.
— Eles nos tiraram de casa, quando o vi no chão daquela peça,
pensei que estivesse morto, mas eles pareciam querer algo com a mo-
ça, não entendi a ideia deles.
— Nem eu sei.
Os dois chegam ao local e os rapazes que vieram empurrando
outros carrinhos começam a olhar para todos os lados, o rapaz ao fun-
do sorriu, ele pensou onde poriam tantas mudas, e agora sabia.
Roseli olha para as peças agora com vidro, via a paz daquele lu-
gar, e pensa no que seria aquele lugar com gente e um rapaz ao fundo
pergunta.
— Quando construíram tudo isto?
Pedro olha para o rapaz e fala.
— Sei que muitos acham estranho, mas como se diz, se pergun-
tar para alguém no iate Clube a frente, se olharam algo diferente aqui,
eles vão dizer que não, poucos olham para onde sabem não ter nada.
— Lindo. – O rapaz olhando em volta.
— Quando terminarmos vai sim, ficar lindo. – Pedro.

171
O rapaz sorriu e perguntou.
— E quem está investindo assim na região?
— Empresários locais com empresários da capital, mas quando
em 6 meses falarem desta cidade, por ai, muitos vão vir olhar.
— Um caminho que nunca fiz, atravessamos a montanha, lá pa-
rece ter muita estrutura, aqui, muita estrutura.
— Parte é para lá, parte para cá, e parte para a pedreira ao nor-
te.
— Construíram algo lá também? – O rapaz.
— Estranho ninguém ver algo tão visível.
O rapaz sorriu, os rapazes estavam esvaziando aqueles carros
grandes de transporte, e Roseli pergunta.
— Teremos de treinar pessoal.
— Sim, sinalizar, marcar, estruturar, quero ter passeios a pelo
menos 12 cachoeiras na região por trilhas que não gerem problemas
ecológicos a região.
Os rapazes se afastaram e Pedro mostra para Roseli que teriam
as trilhas e fala.
— Vamos ver como está o terceiro ponto, precisa relaxar, até eu
estou tenso ainda.
Roseli viu o menino caminhar e foi com ele, aquela trilha eleva-
da, fazia irem fácil de um ponto ao outro, só tinham de caminhar mes-
mo, quando ela chega ao local, olha para o lago na parte de baixo, para
a estrutura de um prédio, 14 andares junto a parede oposta, se via que
o lago era bem raso, uma praia de areias brancas a esquerda e aquela
construção a frente, ela parecia quase no nível da agua da pedreira,
precisou fixar os olhos para ver que era um conjunto de três prédios,
com uma parte central com piscinas, de uma forma com linhas de aca-
bamento que lembrava raízes, como se fosse um grande ninho olhando
de cima, ela olha o menino e este olhava a esquerda, primeiro um con-
junto de quadras, depois canteiros abertos, após um parque aquático
com muitas piscinas, a direita do parque uma leva de chalés, e ao fun-
do, duas sequencias de prédios, ainda sem vidros, então ela olha para a
pedreira, um hotel, para o sistema de ninhos, dois, os chalés, três, e ao
fundo o quarto conjunto, que deveria ser mais barato, mas não menos
bonito.
Pedro olha para o parque e fala.

172
— As vezes sei que exagero, mas teremos ainda a esquerda do
parque aquático um parque temático, se quero que as pessoas ve-
nham, elas tem de ter motivos para voltar. Ao lado do parque lá no
Tabuleiro, teremos outro parque Temático, e outro parque aquático, e
se perguntarem porque tamanho empenho, porque resolvi fazer Roseli.
— Sabe que a estrutura é imensa para uma cidade deste tama-
nho.
— Roseli, de que adianta as pessoas falarem em melhorar de vi-
da, se elas querem apenas elas melhorarem.
— E o que lhe empurrou a frente?
— Pensa Roseli, eu passei um diamante de 20 gramas para Carla,
para ela fazer uma analise de qualidade, este diamante, que parece um
nada, permite erguer quase toda a estrutura que olha a sua frente, pois
é algo perto de quadro milhões e quinhentos mil reais.
— Certo, se teremos, não sei se posso usar o plural?
— Deve.
— Se teremos entradas, você quer investir em coisas que gerem
beleza e emprego, seria isto.
— Sim.
Roseli olha para o tamanho daquilo, ali era o lado que não tinha
mais mata, então era algo imenso, com 5 complexos dentro do com-
plexo maior.
— Vai gerar concorrência interna?
— Não são todos que gostam de ir sempre nos mesmos lugares,
as vezes ele gosta do lugar e não gosta do quarto, e temos uma opção a
mais, as vezes gosta do lugar e o bolso não deixa ficar no mais caro.
Pedro olha bem ao fundo e fala.
— E bem ao fundo, ainda pensando se mantenho apenas aquele.
Roseli não conseguia ver muito dali, mas via as construções, tal-
vez as pessoas começassem a se perguntar quem eram estes que vie-
ram investir na cidade.
Sergio olha para a obra e seu patrão chega a ele e fala.
— Não foi trabalhar hoje Sergio, sei que está tentando algo com
este menino, mas preciso de você lá, tem de entender que não pago
para ficar olhando as obras de uma criança.
Sergio olha o senhor, ele não parou e falou.
— Vim apenas avisar, se não estiver lá, terei de procurar outro
Sergio.

173
Sergio viu o senhor sair como se tudo ali não fizesse parte de sua
parte de cidade, sabia que o senhor não gostava de pegar imóveis junto
a montanha, Sergio as vezes pegava, conhecia as pessoas e se dizer
corretor e dizer que não pode vender tal imóvel, ele estando todo lega-
lizado, parecia não combinar com a palavra corretor.
Ele olha em volta, senta-se a parte que agora estava acima do
nível da rua, vendo os chafariz, via as pessoas olhando aquilo, não exis-
tia mais o muro alto a volta, alguns acharam que não era de verdade,
pois eles tiraram muito rápido, e muitos passavam querendo olhar
aquele lugar.
Viu Roseli e Pedro vindo e o menino pergunta.
— E dai, como estamos?
— Talvez amanheça sem ter onde trabalhar, mas foi lá que o
mundo me apresentou um menino que está criando isto tudo.
— E quer fazer o que Sergio.
— Sei que tenho em meu nome parte disto, mas deve saber que
estar em meu nome e me sentir dono, é diferente.
— Sergio, não deixa algo como mal entendido, não temos tanta
pressa que não se possa perder um dia conversando com alguém.
— É que não sei como voltar apenas a ficar sentado lá.
— Quer montar uma imobiliária então?
— Mas onde?
— Tem esta casa ai sobrando, não sei você, mas para mim ela é
imensa, acostumado a um quarto de 2 por 4, isto é imenso, mas se
topar, queria saber se consegue falar com o prefeito.
— Motivo?
— Reformular a rua para a parte aos fundos, e reformular as la-
terais dos rios que saem das regiões que estamos.
— Pelo jeito quer escrever sua historia na cidade.
— Oferece, diz que a empresa que está construindo os 3 com-
plexos de hotéis na cidade ofereceu asfaltar 30 quilômetros de ruas,
colocando calçadas nestes mesmos 30 quilômetros de rua.
— Olha que isto sim é investir em estrutura. – Roseli.
Pedro olha para eles e fala.
— Pelo jeito está corrido.
— Agora consegui relaxar, mas suas ideias assustam. – Roseli.
— Sei disto, mas vamos nos propor a ajudar a cidade e vamos
saindo dos pontos que estamos para a cidade a volta.

174
— Está falando serio.
— Sergio, Roseli, não sei se vocês viram qual a maior sobra de
coisas que teremos neste lugar?
— Não.
— Vamos a região do Tabuleiro.
Os dois se olham e Sergio olha em volta e fala.
— Vai acelerar?
— Eu não tenho como fazer mais rápido do que já fiz, mas aqui
inaugura, duas semanas depois lá.
— Certo.
Roseli entra na caminhonete e foram a região, viu que estava
tudo com tapumes, e para na rua.
Pedro afasta uma madeira, e os dois entram, para fora, sem as-
falto, dentro, asfalto, manilha, calçada, mudas de arvores a cada 10
metros dos dois lados da rua.
— Sergio, esta parte não chegamos lá ainda, aqui é mais isolado,
mas obvio, vamos asfaltar as ruas frontais, vamos calçar as ruas, vamos
arborizar as ruas, e manilhar elas.
— Certo, mas o que quer mostrar.
Eles passam para dentro do segundo circulo de tapumes, e Rose-
li chega perto do buraco e Pedro fala.
— Ainda não é seguro chegar bem perto, mas para abrir este bu-
raco, se olhar encostado em toda volta, temos estas pedras, quadrados
de 50x50 com oito de espessura, a ideia, calçar todas as ruas que con-
seguirmos com isto.
Roseli olha em volta e fala.
— E isto não vai ser na magia?
— Não, asfalto, manilha, calçada, quero gente trabalhando, gen-
te arregaçando as mangas e dizendo, estamos mudando a cara da cida-
de, que as pessoas que vierem este fim de ano, e estão acostumadas
com a cidade, se encantem com a mudança.
— E posso mostrar este trecho para o prefeito?
— Sim, mas queremos autorização, não concessão, vamos doar
isto a prefeitura Sergio.
— Você me assusta falando que vai doar tudo isto a cidade.
— Sergio, ao fundo, com certeza, quando começarem a inaugu-
rar, muitos destes terrenos vão a venda, mas dai é hora de começar a
investir na praia.

175
— Que tipo de investimento?
— Não sei, mas propõem para mim, como sócio da empresa que
está fazendo isto, se o prefeito não aceitar, sinal que ele quer dinheiro,
dai sinal que ele não será nosso apoio.
— Certo, pedimos, mas não nos envolvemos.
— Ele estaria fazendo uma obra que poderia o levar a ser depu-
tado, mas se ele quer apenas o ganho momentâneo, não podemos
fazer muito.
— E como faríamos a obra? – Roseli.
— Fazemos o esquema de manilha e de esgoto, paralelos, assim
que for feito isto, entramos com uma camada de pedra brita, amassa-
mos ela bem, segunda cama e começamos a asfaltar, enquanto isto um
grupo põem os meio fio e começa a fazer as calçadas, vamos rua a rua,
começamos pelas principais e laterais dos rios, dai vamos entrando em
cada canto em volta ampliando para a beira mar, lá não vão nos deixar
mexer, mas estamos liberando recursos para eles investirem lá. – Pe-
dro.
— Sergio, consegue a permissão e vou pedir para o escritório fa-
zer o projeto disto e pelo que entendi, começamos assim que o prefei-
to falar que pode. – Roseli.
Roseli olha a estrutura do prédio vindo da parte baixa, lá embai-
xo e olha para o lado oposto e pergunta.
— Qual a ideia?
— Termos shows especiais aqui, na parte leste da pedreira, po-
dendo ser com cadeiras ou sem cadeiras, entrada por 8 elevadores e 8
escadarias, poucos encaram a escadaria, mas um local para implemen-
tar sistema de gravação, gruas de gravação, sistemas de som, para
promover todo ano, pelo menos 5 ou 6 DVDs gravados aqui, fora isto,
pelo menos um show por fim de semana nas férias, o pessoal do hotel
tem este brinde por estarem ali hospedados.
— Você não para de ter ideias menino?
— Não, quero em 3 anos, quando alguém chegar por qualquer
lado, saber mesmo na rua mais afastada, que acabou de entrar em
Matinhos.
— Outro lugar para ficar na historia pelo jeito. – Sergio.
— Quero valorizar o local, eu gosto daqui, se perguntar porque?
Das praias do Paraná que menos vinha, não tenho as lembranças da
família, das coisas nesta praia.

176
— E todo este calçamento daria para quanto?
— Tem pedra para um milhão e duzentos mil metros quadrados
de calçada.
Roseli sorriu, era um mar de pedra, se daria para tudo não sabia,
mas com certeza a ideia era incrível.
Roseli começa a dar a volta, e vendo a escada começa a descer,
Sergio estava querendo a desmotivar, mas viu ela descer e olhar de
baixo, ele chega ao lado e fala.
— Um elevador por gentileza.
Ela sorri e fala.
— Sergio, isto é como trazer a cidade para os olhos mundiais, ele
não está pensando em turista local, ele está pensando em um america-
no, um chinês, um francês, olhar e falar, quero conhecer este lugar.
Sergio olha em volta e fala.
— Ele gosta de um buraco.
— Sim, mas ele esta construindo a toda volta do buraco, toda
uma volta mais alta do que a rua, para ninguém cair ao acaso aqui.
— Isto vai ficar incrível.
— Este tem um proposito, e sabe que as vezes o que falta é um
proposito.
Pedro chega ao lado e fala.
— E teria algo a mais Sergio.
— Fala.
— O morro ao fundo, está dentro deste terreno, queria saber se
a prefeitura de Matinhos e de Guaratuba não tem nada contra eu cons-
truir naquele topo, uma estatua de uma sereia.
— Uma estatua de quantos metros?
— Uns 30.
— Um símbolo? – Roseli.
— Sim, quando se fotografar de longe, e estiver ali a sereia,
qualquer pessoa no mundo saiba, é Matinhos.
— Pelo jeito ainda vai nos dar trabalho, muito. – Sergio.
— Sempre ouvi um professor meu falar, o mais difícil no Brasil, é
o tirar da inercia, somos inertes quase que geneticamente falando.
Roseli sorriu e falou.
— Este é o segundo a inaugurar?
— Sim, não vai ser tão surpreendente como o primeiro, já que ali
é um complexo de 3 pontas construídas, mais a parte de trilhas, espor-

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tes, lazer, é algo bem mais complexo que um simples hotel com parque
temático, aquático, e estatua de 30 metros ao fundo, com 3 cachoeiras,
4 trilhas, e shows semanais.
Sergio começa a subir, ele sabia que teria de ir lentamente e
quando chega a metade dá uma parada.
Ele sobe, olha para a parte externa, novamente ele usaria um
misto de natureza e modernidade.
Ele olha os dois conversando sobre detalhes e sorri.
— Me deixa na prefeitura Roseli.
— Sim.
Os três saíram e deixaram Pedro na obra e foram os dois a pre-
feitura.
O prefeito olha Sergio e fala.
— O agitador, dizem que está tomando a cidade para você Ser-
gio, o que aconteceu?
— Podemos conversar?
— Quem traz com você?
— Roseli da RR Construtora, minha parceira em um empreendi-
mento, que gostaria de trocar uma ideia.
Entram e o prefeito olha para fora, se via os prédios dali e fala.
— Ninguém estava olhando, mas quando colocaram os vidros,
ficou bem visível o que ninguém estava olhando.
— Sim, mas vim perguntar se nos autorizaria, fazer uma obra
que sairia do sentido dos 3 empreendimentos da empresa no sentido
da beira mar.
— Empreendimento?
— Calçar, asfaltar, e drenar as ruas, dos pontos que estamos, até
onde der para fazer.
— Quanto seria o investimento?
— Próximo de 30 quilômetros de asfalto com calçamento e dre-
nagem.
O prefeito olha Roseli, pois conhecia Sergio, aquele velho ditado,
santo de casa não faz milagres.
— Qual a pretensão deste investimento, falam que estão inves-
tindo pesado.
— Senhor prefeito, a ideia é atrair turistas, mas não apenas tu-
ristas nacionais, seria atrair dólares para a cidade, mas não adianta
investir em espaços lindos internamente se o turista para chegar, se

178
decepciona, queremos eles voltando e indo a outros pontos, não ape-
nas aos nossos, para que a leva cresça.
— E para isto precisa investir nas imediações?
— Sim.
— Não tenho nada contra, mas teria de aprovar uma autoriza-
ção, para que um juiz acionado por qualquer dono de casa incomodado
não pare a obra.
— Queríamos lhe mostrar a ideia, como ficariam os locais, após,
para ter uma noção do que faremos senhor. – Sergio.
— Asfaltaram um trecho?
— A volta do Tabuleiro.
— Certo, se querem me convencer, não tenho nada contra, mas
tem de entender que as vezes os vereadores não são tão rápidos.
— Eles que sabem prefeito, se querem que o investimento fique
apenas nas obras e nos turistas sem vir a cidade, apenas internamente,
apenas teríamos de dar mais entretenimento a eles. – Fala Roseli seria,
entendera onde poderia emperrar.
O prefeito olhou Sergio e falou.
— Quando liberaram as concessões, juro que pensava para den-
tro de anos, não dias.
Eles entram na caminhonete da moça, vantagem, tinha a marca
da empresa do pai dela na porta, o que dava uma conotação empresa-
rial.
Eles param no mesmo ponto, o prefeito viu que tinham isolado
toda a área, mas entram e ele olha as calçadas, as boca de lobo, o asfal-
to e a arborização e fala.
— Assim em toda a região?
— Vamos avançando aos poucos, mas sim, em toda região.
— Temos também intensão prefeito de sobre a montanha ao
fundo, que fica no mesmo terreno, colocar uma estatua de uma sereia,
de uns 30 metros.
— Está falando serio? – O prefeito.
— Sim, um símbolo que todos que olhassem saberiam onde es-
tão, pode não saber, mas é transformar a cidade em um ponto turístico
é o que queremos prefeito.
— E vão construir para cima a toda volta?
— Não. – Roseli.
— Qual a ideia então?

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Roseli sabia que tinha a concessão, apenas não pensou que o
menino estivesse acelerando tudo.
Eles entram para a parte interna e o prefeito fica de boca aberta,
olha em volta e fala.
— Daqui que tiraram o calçamento que querem usar?
— Sim.
O prefeito olha em volta, tudo cercado, olha para a moça e per-
gunta serio.
— Es engenheira?
— Sim.
— Estão investindo pesado, acham que a cidade comporta?
— Senhor, o que estamos propondo, é uma cidade que possa vi-
ver além de 3 meses, na alta temporada, tem de ver se quer ou não,
pois isto é trazer a cidade aos olhos do mundo.
— E pelo jeito vão querer a região a volta no nível da construção,
entendo, não adianta uma obra linda em ruas que alagam, entendo
que tem pressa, mas sabem dos percalços políticos.
— Prefeito, um dos nossos parceiros nos alertou, que a escolha é
sua, pode nos apoiar e ganhar folgado para Deputado Estadual, ou nos
arrastamos, até conseguir tudo, vamos dai com calma, o que investirí-
amos na cidade a volta, colocamos em outro projeto.
— Entendo que não vão deixar o dinheiro parado, mas as vezes,
temos de dar um agrado aos vereadores.
Sergio olha para Roseli que fala.
— Prefeito, não sei como tratar algo que não tenho autonomia
total para tratar, teria de ter noção do que eles querem, pois é a cidade
deles valorizada, é o imóvel deles valorizado, mais turistas a rua, é os
comércios deles valorizados, mas além disto, teria de saber o que eles
querem para estabelecer se podemos ajudar. – Fala Roseli, ela não
gostava deste tipo de negociação, mas sabia que vira e volta ela se
deparava com algo assim.
— Entendo a posição da senhora, mas deixar claro que eu não
tenho nada contra a melhora da cidade.
Roseli sorri, apertam as mãos e começam a sair, ela olha para
trás e viu quando fechava o tapume, as pedras fazerem um muro a
toda volta do buraco e da construção.
Levaram o prefeito a prefeitura, e foram a construção.
Pedro olha os dois chegando, estava ao telefone e fala.

180
— Certo, me confirma 200 pesquisadores amanha na região,
com aquele questionário que pedi.
Pedro desliga e olha os dois.
— Eles vão querer ter as mãos molhadas por propina Pedro.
Pedro sorriu e falou.
— Roseli, vamos fazer de uma forma diferente, você contrata as
pessoas para fazer o serviço, tem de ter todo um esquematizar para
começar, 4 grupos por sede, quatro aqui, quatro do outro lado do Mor-
ro, quatro no Tabuleiro e quatro na entrada da cidade.
Pedro olha para os dois.
— Vamos a partir de amanha, fazer um levantamento do que a
população acha destas obras, se seriam a favor ou contra.
— Vai jogar politicamente.
— Sim, vocês a partir de amanha, vão andar com microfone e
câmera de lapela, todas vezes que forem falar com o prefeito, vejo
empresários presos, que tiveram de ceder a este tipo de chantagem
para continuar a trabalhar, eles estão presos e os políticos com foro
privilegiado estão ainda esperando julgamento de mérito.
— Certo, não queremos entrar em uma furada, mas se o prefeito
nos barrar.
— Terá de o fazer visível.
— Certo, não vai pegar leve. – Sergio.
— Não, e amanha vai lá e conversa com seu chefe.
— Vai fazer o que?
— Enquanto vocês conversavam, eu fechava mais 30 trechos de
rua, que parece que fora da temporada ninguém passa, e vou começar
a fazer calçada e drenagem, por isto preciso dos grupos de execução
Roseli.
— Vou ligar para eles, a empresa vai mandar 4 grupos de 50 pes-
soas, caminhões, rolo compressor, pedra, só não sei o limite diário para
gasto.
— Não superando um milhão de reais, dia, vamos fazendo.
Roseli sorriu e falou.
— Está abusando no dinheiro.
Pedro sorriu e falou.
— E para que foi feito o dinheiro?
— E vai começar por onde?

181
— Pela rua frontal a pedreira, estendendo-se da entrada da ci-
dade até o morro ao fundo, e na preferencial até a frente da prefeitura.
Roseli sorriu, era um desafio, mas com entrevista, e com crono-
grama, Pedro não estava pensando em parar por besteiras.
Pedro olha para a mensagem e diz já cansado.
— Esta noite vou tentar dormir.
Os dois saíram.
O pessoal ainda fez uma hora de serviço e começam a sair, ele
fecha a casa e cai na cama, estava pregado.

182
Pedro sonha com outras existências, repara
que cada um ia por um caminho, estranho alguém
aprender a imortalidade, alguém aprender o valor
do encontrar-se internamente, um discutir com um
ser em espirito, que em nada era humano, que fala-
va que teriam de controlar os humanos.
Ele as vezes cansava-se mentalmente com os
sonhos, eram muitos, teria de aprender a bloquear
os demais no sonho, teria de descansar a mente.
Pedro pensa isto e ouve em seu mente.
“O cérebro nunca para, quando ele parar, si-
nal que será apenas espirito, terá de se encontrar
como eu, para estar diante de uma paz interna, todo
caminho para seguir a paz.”
“Quantos morrem para um ter paz?”
“Quantidade é para Gado, sei que deve estranhar este termo,
mas quantos a volta, se portam como gado, a função dos Netser, mos-
trar ao todo, que como gado, não vão ao Eterno, as ovelhas não vem ao
Eterno, mas muitos confundiram isto, primeiro se matava o primogêni-
to, mas es a incapacidade humana em corpo de entender as palavras,
lavar com sangue de cordeiro, não é nem matar o primogênito, e nem
ser um cordeiro, os calmos não conquistam o paraíso, pois o paraíso
está em ti, não no Eterno.”
Pedro ouve um barulho e acorda, as palavras ainda estavam sem
sua mente e ouve o rapaz falando.
“Isto a energia a minha frente diz ser impossível.”
“O que seria impossível, um dia ouvi alguém falar que somente o
caminho do impossível é o do verdadeiro Eterno.”
O ser diante de uma pedra de luz, mas não a olhava, tentava en-
contrar seus sentimentos, a musica era sua mente que gerava, toda a
experiência em volta era Etérea, ou parecia Etérea.
Pedro sente o ser com seu nome sorrir e lhe agradecer na men-
te, ele teria de entender isto, mas abre os olhos e se estica, vai ao ba-
nho, troca de roupa e desce.
Pedro olha para as pessoas a rua, e a policia fechava a rua, des-
viando, os rapazes da construtora chegam a uma pedra na rua Maria
Luísa Mesquita até a frente da prefeitura, e a Martinho Ramos, dos dois

183
lados da via, com ida e volta, justificativa iria explodir uma pedra na
Maria Luísa e isto requeria parar o transito.
Os rapazes da pesquisa iam a rua, a rua sendo interditada e des-
viada, os técnicos chegando a pedra, que não era problema, mas o
isolar da região fez muitos olharem para ali, primeiro ponto, alguns
trechos não conseguiria ampliar a rua e deixar calçada dos dois lados
da rua, então fizeram as calçadas do lado oposto, os rapazes começam
a fazer a calçada, 4 grupos, as maquinas a rua, a policia Rodoviária fe-
chando os acessos, desviando o fluxo, fez muita gente curiosa vir olhar.
A pesquisa em ano de eleição de Deputados, fez o povo pensar
em quais as prioridades, sempre se pensa na saúde, segurança, mas na
visão de Pedro, a sociedade era uma só, se você tem saúde e não gera
saneamento básico, não funciona, se falar em áreas quentes em saúde,
mas deixar os rios largados a pernilongos e ratos, não parecia o cami-
nho, saúde sem lugar para as pessoas deixar a cabeça sã, o corpo são,
não parecia fazer sentido, então para ele, quando se escrevia Saúde,
ele não pensava no hospital apenas.
Pedro olha a rua começar a ganhar pista dupla, olha depois do
terreno, ele estava melhorando o acesso ao seu terreno, estava canali-
zando um rio, mas com ele aberto, não escondido, paredes de pedra, e
um sistema de manilhas dos dois lados, que levava os esgotos para
longe.
O prefeito viu que a empresa não iria parar para negociar, viu
que eles estavam fazendo, uma coisa era ele ter de se por contra, mas
a justificativa da pedreira, isola a rua, as pessoas pensando em algo
como 5 dias isolados, mas os a rua viam o calçamento, o asfalto novo, a
mudança na lateral do rio e por fim, iluminação a LED nas ruas e arbori-
zação com mudas de frutíferas, mas com mais de 3 metros, não era um
projeto simples, era o mudar daquele trecho da cidade.
O esticar do isolamento da Martinho Ramos até o Tabuleiro, fez
os rapazes tirarem o primeiro tapume e as pessoas verem que aquela
seria a ligação da região.
Em outros 30 trechos outros grupos de trabalhadores começam
a colocar a calçada, abrir as valas, e estabelecer a drenagem e o esgoto,
quadras inteiras entre a Martinho Ramos e o morro ao fundo a pesqui-
sa passava de casa em casa.
O prefeito olha pensando como parar, e olha o secretario de
obras olhar para ele.

184
— O que queria falar prefeito.
— Eles me desviaram hoje, mas não quer dizer que vão fazer de
vez, mas fica de olho nesta empresa, que o Serginho está tocando.
— Problemas?
— Eles estão gerando um caminho para o Tabuleiro, esqueci que
ali o caminho é ruim, eles queriam uma posição se tinha algo contra e
tentei ganhar um.
— Tem de ver que o ganho politico Prefeito, se eles se instala-
rem e o senhor puder falar, asfaltamos, atraímos, apoiamos o cresci-
mento, muitos vão lhe respeitar.
— Betão quer parar eles para tirar um dinheiro.
— Tem de escolher um lado Prefeito, Betão é vereador a 5 man-
datos, e vai morrer nesta cidade, politicamente falando, tem de ver se
quer apenas isto.
O prefeito olha pela janela e olha os rapazes mais a frente e fala.
— Eles vão cortar a rocha na frente, conseguiram um laudo que
ela poderia desabar e vão tirar ela, permitindo a ampliação por ali, eles
querem dar acesso ao que eles criaram no Tabuleiro.
— Criaram?
— Somente olhando para entender secretário, eles criaram uma
pedreira, não tiraram o tabuleiro, mas do buraco, deve ficar bem visí-
vel, eles vão tornar o local uma referencia.
— E quer que fique de olho.
— Eles querem fazer o que estão fazendo ali, em toda a região. –
Fala o prefeito.
O secretario olha pela janela e fala.
— Calçada, asfalto e arborização em toda região? Como ser con-
tra senhor?
— Não temos como ser contra, ainda estão fazendo, mas tenta
apoiar, desviar o Betão, ele vai querer atrapalhar.
— Ele quer cometer suicídio politico?
— Sabe que ele se alia com aqueles ambientalistas de prédio e
param as coisas.
— Certo, verifico senhor, mas pelo jeito o chegar por ali vai ficar
melhor.
— Sim, temos de ver que a ampliação prometida para a Juscelino
ainda é conto da carochinha do governador.

185
— Certo, se eles implementarem este trecho, acha que eles en-
carariam a duplicação?
— Não sei, verifica para mim.
O secretario Marcos Ramos liga para Sergio.
Sergio estava chegando a imobiliária e marca com ele lá, o se-
nhor sai olhando a obra, eles estavam tirando areia das calçadas, colo-
cando brita, compactando, uma linha de piche para ter impermeabili-
zação e começavam colocando aquelas pedras de 50 por 50 deixando
sempre um buraco a cada 10 metros, que já definiram antes e olha
para os demais, estavam as 8 da manha quase terminando a primeira
quadra, colocando aquelas mudas de frutíferas.
Sergio olha pra o proprietário da imobiliária, ele chega como se
querendo lhe dar uma bronca. O sorriso de Sergio fez o senhor pensar
e falar.
— É serio Sergio, tem de decidir se vai continuar aqui.
— Vim conversar senhor, sei que quer eu estacionado aqui, em-
bora isto tenha me trazido os últimos compradores, não é algo que
agrade ficar contando as pessoas a rua fora da temporada.
— Faz parte de ser corretor.
— Senhor, sei que estou ausente, sei que posso não ter tempo
para ficar aqui, a pergunta, temos como flexibilizar isto? – Sergio.
— Eu preciso de você aqui Sergio, se não vai estar, tenho de por
outro ai.
— Depois não quero cobrança que não vim tentar senhor?
— Se encantou com aquela Engenheira, todos falam que andam
para cima e para baixo juntos.
Sergio sorriu, ele nem pensara nisto e a cidade a volta já deveria
estar falando horrores dele.
— Vim conversar, pois o tenho em respeito senhor Richard, não
por outro motivo.
— E o que tanto fazem lá, ideia boba construir junto aos morros
desta cidade.
— Não sei se a ideia é boba, mas sei que se der certo, mesmo os
imóveis de frente para o mar vão valorizar senhor.
— E vai mesmo largar aqui?
— Vim tentar uma flexibilização de horários, mas talvez mesmo
eu não consiga este tempo, mas se precisa de alguém aqui todo dia

186
senhor, melhor contratar outro, pois não terei tempo nos próximos 8
meses para ficar olhando.
O senhor viu que era serio e fala.
— Vai ficar hoje?
— Não, marquei com o Ramos aqui, e vou verificar uma possibi-
lidade de investimento, de imóveis para venda.
— Sabe que não estou lhe colocando para fora, você vendeu os
terrenos que nem teria pego, mas um deles está me tirando você da-
qui.
— Senhor, vou estar sempre por perto, a cidade é imensa mes-
mo, sabe disto.
Richard olha para o secretario de obras estacionando e pergun-
ta.
— Vai propor algo a ele.
— Richard, segura aqueles terrenos que tem na Apucarana, eles
vão valorizar.
— Mas...
— Passa lá na semana que vem e olha, não hoje.
— Vão investir ali?
— A obra no Tabuleiro está adiantada, eles vão ligar o tabuleiro
pela Apucarana e pela Martinho Ramos, vai mudar o lugar.
O senhor olha Sergio e fala.
— Disto que falava, valorizar todos os terrenos do fundo?
— Toda a cidade, a ideia da empresa, é fazer a cidade virar refe-
rencia nacional em arquitetura, isto requer, ideias, prédios inovadores
e principalmente, ruas que lhes de acesso, então tem gente querendo
parar eles, e os mesmos estão acelerando para não serem parados.
Marcos chega e Richard fala.
— Vou pensar no que falou, mas vão onde?
— Conversar.
Sergio estica a mão e fala.
— Vamos dar uma volta Marcos, quero trocar uma ideia.
Richard viu que era serio, o secretario de obras vindo conversar
e ouve ao fundo.
— O prefeito quer apoiar, mas sabe que o Betão vai querer parar
tudo, então temos de conversar Sergio.
— Vamos até a Apucarana na altura do Mercado e falamos.
— Qual a ideia?

187
Sergio vai ao carro e o senhor o segue, param a beira do que se-
ria um espaço para um parque municipal, sai do carro e espera o se-
nhor chegar e fala.
— Marcos, esta rua, vai se tornar uma avenida até a altura do
morro.
Marcos viu que as maquinas estavam alargando o meio do cór-
rego e colocando uma armação e depois pedras, olha para os lados e
olha que estavam demarcando calçadas, demarcando rua, e olha para
bem ao fundo abrindo uma valeta, e se via que eram dois sistemas e
pergunta.
— Porque disto Sergio.
— Se tivermos um sistema de captação de esgoto, temos como o
tratar, nossos córregos estão virando esgoto na época da temporada,
não quero esconder os córregos, quero poder ter córregos que todos
olhem a qualidade da agua na região Marcos.
— E vão até onde com isto?
— Para fazer a obra no Tabuleiro, tiramos de lá, pedras para cal-
çamento, não sei se viu ela.
— Sim, pedra grande, gera trabalho para fazer outras obras, mas
vi que estão fazendo de forma a poder tirar e colocar, um acabamento
que vai dar uma cara especifica para a cidade.
— Sim, mas esta rua, é a ligação com a praia, vamos ter ciclovia,
arborização, calçadas, iluminação de LED, pois no fundo, teremos um
hotel, um símbolo da cidade, um parque temático e um aquático.
— Está falando serio?
— Está é a parte Três do investimento na cidade, a primeira, o
complexo de hotéis, parques e trilhas ao norte. – Sergio aponta no
sentido da torre, longe mas visível dali.
— Certo, aquilo já é um marco que não tínhamos, uma torre,
não sei a ideia lá?
— Um restaurante de comida local, que ainda não foi definido o
tipo de comida.
— Porque não?
— Marcos, quando se investe em uma ideia, tem de considerar
que faremos a comida que consideramos nossa, então serviremos um
prato típico, que pode nem existir ainda, mas vai ser o que eles vão
servir nos hotéis, como comida típica daqui.
— Não entendi a ideia?

188
— Marca, alguém pensar em algo, e ligar a uma cidade.
— E o que teremos mais.
— No morro ao fundo, vamos construir na parte rocha, um pe-
destal moderno, e uma sereia de 30 metros.
— Um segundo ponto de turismo?
— Ali será um ponto aberto, acessado por bondinho, que sairá
da lateral do tabuleiro, e com visitação livre, também por trilha.
— Investimento a que montantes?
— Senhor, alguém está reinvestindo na cidade algo que tirou de-
la, e não vai ver muitos falando disto.
— Por quê?
— Acha que alguém faz um buraco sem ninguém ver porque se-
nhor?
— Nem ideia?
— Esta rocha que estará a todo caminho, é típica de locais de ex-
tração de ouro senhor. Formação ferrosa cortada.
— Esta falando serio que tiraram ouro do Tabuleiro.
— Vamos lá e lhe mostro.
O secretario viu que quando subiam a rua, o grupo de obras fa-
zia trechos da avenida, para não parar tudo, mas onde começava a ficar
pronto, começava a ganhar outra cara.
Marcos viu que pararam ainda na Apucarana, onde uma peque-
na viela dava acesso a Martinho Ramos, ele desce e Sergio o apresenta
o trecho, viu que a rua estava asfaltada, arborizada, calçada, eles cami-
nham a rua, as pessoas olhavam a rua, pareciam sorrir, a região estava
mudando, caminham até a rua Mafra e começam a subir, o secretario
olha para Sergio e fala.
— Por isto havia isolado?
— As vezes é mais fácil esquematizar testando.
Eles chegam a beira da grande construção, o senhor olha o mi-
rante agora colocado e olha para o buraco.
— Daqui saiu o material para as calçadas Marcos.
Marcos olha o imenso buraco e fala.
— Certo, uma coisa é dizer, não tiramos nada, apenas calçamen-
to, mas tinham um motivo.
— Marcos, estamos doando a pedra a cidade, então obvio, tira-
mos algo que nos permite fazer a doação.
— Isto será parte da segunda parte de obras da empresa?

189
— Sim, uma ideia que tem de estar pronta para se entender a
complexidade dela.
— E a ideia deste pessoal a rua fazendo perguntas?
— Um dos investidores, quer entender e passar uma ideia Mar-
cos, a pessoa olha para a pesquisa, e lá pergunta, o que você acha prio-
ritário, mas lá ela coloca Saúde, e parece com 58% da prioridade, dai
vem as perguntas, pois saneamento é Saúde, mas ninguém vê no sane-
amento Saúde, uma cidade mais bonita e segura, tem haver com saú-
de, riachos limpos com menos pernilongos e ratos, tem haver com
saúde, emprego para chefe da casa, é saúde, pois é comida a mesa,
então estamos levantando o que eles precisam de verdade, não apenas
um discurso leve.
— Então quando pensam em calçar é para ter saneamento,
quando pensam em canalizar o rio ao fundo, é para diminuir pragas?
— Sim, mas como falei sem entrar em detalhes Marcos, as pes-
soas não precisam saber, e na maioria não ficam sabendo, se quem
conseguiu este terra, com concessão de exploração, quiser gastar parte
do dinheiro aqui, porque temos de o por para fora da cidade, sei que o
Betão quer voto, mas se ele bater, eu bato na porta dele, e falo alto
como ele fala.
— Começo entender o por no projeto, eles querem alguém res-
peitado na cidade, e que a conheça.
— Pensa em algo assim Marcos, chegando na Avenida Curitiba, e
a transformando em ligação nova, mas com estrutura. Não apenas uma
rua sem base, uma rua toda estruturada.
— E ninguém viu isto ainda?
— O prefeito colocou medo de barrarem a empresa ontem, pen-
sa em alguém querer devolver a cidade como investimento recursos
tirados daqui, e quase pensar em desviar os investimentos para Guara-
tuba, ao lado.
— E porque pensariam nisto?
— Parte do complexo fica no município ao lado, sabe como eu
Marcos, que estas montanhas ao fundo, parte ficam em Guaratuba,
legalmente falando.
— Certo, parte pode ficar para lá, mas qual a ideia?
Sergio olha para o grupo a rua e fala.
— Ir fechando ponto a ponto das ruas, ouvi um investidor falan-
do que se nos dessem caminho a andar, mesmo quem vem toda a

190
temporada para a cidade, chegaria a cidade este ano e ficaria impressi-
onado.
— Mas fala serio que tiraram ouro dai?
— Não sei, pode ter sido de outro ponto, se olhar o terreno na
entrada da cidade, fizeram algo a ponto de escavar um lago que está se
formando lá, mas a informação era que estavam gastando parte dos
recursos nos municípios que os geraram, e se olhar os investimentos,
tem de ter sido algo por aqui, e não pode dizer que viu eles fazerem
este buraco Marcos, pois eu não vi.
— Certo, todos falando dos problemas de divisa do terreno e al-
guém vem, compra e parece ter investido caro nos últimos dias.
Sergio caminha a rua e o senhor viu que parecia outra cidade,
Marcos olha que tentavam ajustar a obra a entrada de veiculo das ca-
sas, nem sempre na logica de uma cidade organizada.
Se despedem e Sergio começa a olhar a obra, ainda isolada, mas
já com as ruas abertas a volta.
Pedro olha seu pai se dispor a sua frente.
— Não vai mesmo voltar para casa?
— As aulas começam na terça, se tiver como estar lá, estarei.
— E como pode confiar em estranhos?
— Não confiei, eles apenas me aceitam por perto.
— O senhor Geraldo falou que você achou algo de valor em al-
gum lugar, que ele tinha de saber onde?
— Acho que na maioria das vezes, as pessoas acham que a for-
ma mais fácil de fazer, é roubar, então ele achava que sei de algo, mas
ele não tinha noção da verdade.
— Qual a verdade? – Gerson tentando entender.
— Eu joguei com informação, e nisto, comprei um terreno, este,
mas minha arvore é podre e isto me fez ter de confiar em pessoas dife-
rentes, apenas isto.
Pedro olha o telefone e atende em inglês, fala que conseguiria
alguém para lhe trazer ao ponto e o senhor pergunta em inglês quantos
anos ele tinha, a voz era de uma criança, Pedro não entra na provoca-
ção, liga para Cristiane e pergunta se teria como dar uma carona para
um senhor de Curitiba a Matinhos.
Gerson olha o filho e pergunta.
— Falando inglês agora?
— Um momento.

191
Pedro disca para Roseli que estava correndo e atende.
— Problemas Pedro.
— Corrido?
— Sim.
— Teria como entrar em contato com algumas revistas de De-
signer e dizer que Vincent Callebaut estará amanha em Matinhos no
Paraná para lançamento de um projeto de sua autoria?
— Ele vem mesmo?
— Sim, parece que começamos a agitar.
Roseli sorri e pede um momento e liga para algumas pessoas, es-
tavam começando a querer atenção.
Patrícia era uma senhora de Designer de Interiores em São Paulo
e ouve o telefone tocar.
— Alguma novidade quente? – Patrícia olhando o prospecto de
obras a frente.
— Confirmaram a pouco algo estranho.
— Estranho?
— Vincent Callebaut está na cidade, e amanha ele vai a um mu-
nicípio de nome Matinhos no Paraná, para lançar um investimento que
ele projetou.
— Tem certeza disto Mario?
— Sim.
— Então me confirma, pois sei que Ma Yansong da Mad Archi-
tects, está chegando em minutos em São Paulo, e o meu contato na
China falou que ele vem para o lançamento de algo em Matinhos Ama-
nha.
— Está falando que dois nomes de renome estarão em uma ci-
dade que nem sei onde fica?
— Sim, e o rapaz vem com um grupo de arquitetos e engenhei-
ros, não sei a ideia, mas seria algo entre Matinhos e Guaratuba, esta sei
onde fica, mas me confirma um voo para hoje, não sei onde é, tenho de
chegar antes.
— Certo, verifico.
A noticia começa a correr como pólvora nos meios de Arquitetu-
ra e Urbanismo.
Pedro estava ainda diante do pai quando atende o telefone, ele
se batia em falar, mas entender entendia o Cantonês, e nem sabia qual
dos seus Pedro interiores sabia aquilo.

192
Ele combina para o dia seguinte com Ma Yansong e liga para Ro-
seli.
— Mais problemas?
— Parece que alguns vão se assustar amanha, Ma Yansong acaba
de confirmar que chegou a São Paulo, vai estar por aqui amanha cedo
também.
— E o que de nossos projetos são dele?
— O complexo na entrada da cidade, os prédios ao fundo da pe-
dreira do outro lado da montanha, por enquanto apenas estes dois.
— Certo, pelo jeito ele vem ver antes de ficar pronto.
— Meu Cantonês não é tão bom Roseli.
Roseli sorriu e Pedro olha seu pai.
— Pelo jeito conseguindo investidores?
— Sim, não me adianta querer fazer milagres sem dinheiro no
bolso, mas este não vem para meu bolso, vai para empresa que cons-
truiu tudo isto.
— Não entendi o que Geraldo queria?
— Uma pedra que saiu de um terreno e mandamos avaliar.
— Uma pedra?
— Diamante, 102 quilates, azul claro, raro, Cristiane falou que
pode chegar a 15 mil o quilates daquela pedra.
— Mais de um milhão em uma pedra?
— Sim, em 20 gramas de uma pedra especial.
— Certo, ele queria saber onde, pois onde tem uma tem mais.
— Ele era burro senhor, apenas isto.
— E confia na moça para isto?
— Sim, você jogaria o diamante e nem se preocuparia em perder
um milhão e quinhentos mil dólares.
Gerson olha o filho, ele pensando em reais o filho estava falando
que o senhor veio, pois eles tinham uma pedra que explicaria toda a
obra a frente, em dólares.
— E vai fazer o que?
— Praticar inglês, o que mais.
Pedro começa a entrar, o menino caminha no sentido da obra do
prédio ao fundo da segunda pedreira, ele olha para os caminhões ti-
rando os tapumes bem ao fundo, eles iriam terminar de asfaltar a en-
trada, se olhava o rio até a rodovia, agora canalizado, com uma pista
em cada lado, arvores novas e canteiros de flores, as ruas laterais co-

193
meçando a receber calçada e asfalto, não daria para terminar tudo,
mas ele olha o projeto e pensa se estava ok.

Olha as janelas, os complexos de entrada, todas os moveis pen-


sados baseados em uma mesa que Pedro viu na Internet, o Rol de en-
trada com aqueles cristais pendurados, a iluminação focada nos cris-
tais, dava todo um clima especial ao local.
Ele olha para a entrada e olha para Roseli entrando e lhe olhan-
do.
— Podem falar que você é apenas uma criança, mas sei de pelo
menos 30 revistas e uma emissora já confirmada.
Pedro pede um momento e atende o telefone, agora falando em
espanhol e olha para Roseli, ela parecia olhar ele, mas entendeu parte
e ouve.
— A DNA Barcelona Architects vai mandar um grupo também.
— O que eles projetaram?
Pedro aponta pra fora, onde se via o projeto se implementando.

194
Roseli sorri e fala.
— Pelo jeito agitando bem.
— Quero propor a cada uma delas, um projeto único para a ci-
dade, se vão aceitar não sabemos, e Roseli, tem de entender que eles
não me levariam a serio.
— Certo, e quer uma parceria ou projetos.
— Projetos, aplicáveis, que permitam jogar esta pequena cidade
no percurso de qualquer pessoa que quer falar de preservação, desig-
ner e arquitetura no mundo.
Cristiane chegava a seu escritório e uma encomenda vinha a sua
mão pelo correio, ela abre e olha o pedido do menino, olha só 6 dia-
mantes e pastilhas de ouro e sai dali no sentido da empresa que orçara
para eles o valor do diamante e pede para lapidarem e prepararem seis
anéis, eles olham a moça passando um pouco de ouro, e os três dia-
mantes.
O rapaz olha e pergunta quanto valia algo como aquilo, Cristiane
não sabia, mas tinha certeza, valia muito.
Pedro olha o pessoal colocando grama, plantando as palmeiras,
as oliveiras, e muitas mudas de flor, começava a chegar o pessoal da
jardinagem.
Roseli olha para ele e fala.
— E quem projetou a da pedreira?

195
— Este eu fiz olhando um prospecto, mas eu acho que o salão do
restaurante algo especial.
— O que temos ali?
— Vamos reunir o pessoal aqui, devem estar chegando os carros
elétricos, estou acelerando por que não esperava eles virem amanha
Roseli.
— Certo, mas vai me mostrar?
Pedro sai da primeira construção, as pessoas entravam para la-
var vidros, chão, deixar impecável, e caminham até o hotel dentro da
pedreira, uma queda de agua externa no lado dava um visual legal, o
colocar de vidros espelhados por baixo do mirante, dava a sensação de
ser um disco voador chegando, eles entram e Roseli viu que ali era no
clássico, madeira, rocha, brilho das rochas, e chegam ao restaurante,
mesas em vidro, cadeira em um misto de vidro e resina, ao fundo, den-
tro do ambiente, uma cachoeira de 30 metros, dentro do lago, com o
restaurante a toda volta.
Roseli olha em volta e fala olhando para cima, todos os quartos
tinham uma janela imensa para aquela queda d’agua, e isto dava o
clima e som local.
— Teremos que contratar pessoas.
— Sim, mas ainda é temporário, e queria um pessoal para aten-
der e alocar as pessoas, neste fim de semana, depois vamos terminar,
mas já podemos começar a selecionar usando o evento inicial Roseli,
vamos tentar contratar primeiro na cidade, e depois nas vizinhas, e por
fim, treinar elas para fazerem como queremos.
— E vai servir o que?
— Mariscos gratinados, pinga de banana, banana flambada,
acompanhada de queijo de búfalo ao tomate sem pele, cozido em co-
nhaque de Gengibre, salada e implementos locais.
— Não entendi.
— Sei que não, mas começando a pensar em algo da região, um
prato típico que só serviremos nos nossos restaurantes, até alguém se
perguntar como se faz.
— Você parece acreditar nisto mesmo.
— Pensa, uma criança chamou a cidade grandes nomes, este lo-
cal no hotel na região do Tabuleiro, vai ter ao fundo um palco para
dentro da pedra.
— Shows exclusivos?

196
— Sim.
— Sabe que este projeto ao todo, é encantador.
— A parte dos parques temáticos e aquático, não saíram além
do papel.
— E pelo jeito vai os tirar assim que puder.
— Sim, não esquece, inauguramos isto dentro de 45 dias, mas
para isto quero acabar em 15 a primeira fase.
Pedro olha o celular e fala.
— Nunca falei tanto com tanta gente, mas vamos aos proble-
mas.
Pedro atende e fala.
— Qual o problema Sergio?
— O prefeito me ligou e quer saber sobre o que é o agito, que o
governador queria saber se teria de aparecer por aqui.
— O prefeito falaria com uma criança Sergio?
— Ele não levaria a serio.
— Então esclarece ele, que uma criança, de nome Pedro Rosa,
vai receber no prédio na pedreira que não existia, no fim da Doná Olá-
ria, três grandes grupos de arquitetos do planeta, para apresentar uma
ideia, se ele quiser ouvir, pode aparecer, mas somente vendo para
entender.
— Vai fazer a recepção no que não está visível?
— Estou pensando em conseguir terminar aqui para ter pelo
menos 20 quartos prontos, estou falando com a Roseli para conseguir-
mos arrumadeiras, garçons, cozinheiros e atendentes para um bico,
pois ainda não é a inauguração.
— Falo com ele, mas quem virá?
— O mais conhecido para mim, Ma Yansong, da Mad Architects,
vem também Vincent Callebaut, o projetista da parte voltada para a
baia, sabe do que falo?
— Sim.
— E um grupo da DNA Barcelona Architects.
— Isto apenas no conjunto inicial?
— Sim, mas a recepção vai ser na parte da pedreira que não se
vê dai.
— Vou falar com ele.
Sergio olha para Marcos e fala.
— Pelo jeito, não para lá hoje.

197
— Ele quer falar com você.
— Vamos lá.
Sergio vai a prefeitura e olha o prefeito.
— Bom dia Serginho.
Sergio olha o prefeito e olha Betão ao lado e fala.
— Tudo bem Roberto, Silva? – Se referindo a Betão e o prefeito,
trazendo para o pessoal.
— Dizem que vai deteriorar nossa sociedade. – Betão.
Sergio olha para Betão e fala.
— Inventa outra Roberto, e se vier com falácia, este grupo enter-
ra você na areia e vai ficar tentando sair por anos da areia movediça
que você mesmo montou aos pés.
— Me ameaçando?
— Você vem com uma frase pronta, de quem quer ser compra-
do, não compramos apoio, quer apoiar, apoia, não quer, vai ter de ser
bem convincente para eles lhe apoiarem Roberto.
— Eles danificaram a região do Tabuleiro.
— Conta outra.
— É serio.
— Você passou lá hoje, que incrível, pensei que passasse lá só
em ano de eleição a vereador.
— Eles fizeram um imenso buraco lá, me confirmaram isto.
— Sim, eles tem concessão estadual, municipal e federal para o
fazer.
— Mas...
— Acha que seu salario é pago por que dinheiro Betão? Pelo im-
posto de empresas que nem sabe onde ficam, e por IPTU de muitos na
capital. Atrair gente que empregue e pague impostos, deveria ser fun-
ção dos Vereadores desta cidade.
— Mas o governador me ligou e perguntou sobre o agito na ci-
dade, vocês estão agitando nossa cidade.
— Tamanho agito, que imagino você perguntando para o gover-
nador, que agito?
O prefeito sorri e pergunta.
— Mas preciso dar uma posição para o Governador.
— Prefeito, me alertaram do problema, e teria de saber se quer
estar lá, o investidor, é um Curitibano, ele tem 13 anos, toda aquela
obra, é parceria dele, minha e da RR Construtora com três grandes

198
escritórios de Arquitetura do mundo, mas quem vai receber os arquite-
tos, é uma criança de 13 anos, a pergunta, tem peito para passar lá e
encarar isto como natural?
— E quem vem?
— Os nomes ainda me parecem estranhos, não sou do meio,
mas vem um arquiteto belga, um chinês e um escritório de arquitetos
de Barcelona, a ideia, construir um nível de design nos prédios a nível
de conservação, arquitetura e urbanismo, quer todos os especialistas
do mundo, acabem citando a cidade. Nisto tem razão Roberto, estamos
agitando, os hotéis vão gerar perto de mil empregos na temporada,
não é muito, mas tendem a oferecer mais de 3 mil vagas em pontos
que vão fazer parte do que os externos ao pais vão chamar de Mati-
nhos.
— Acha que alguém vem olhar um mirante simples como aque-
le? – Betão.
— Não. – Sergio olha para o prefeito – Sei que muitos não o le-
vam a serio senhor, mas como disse para Marcos, não pretendo falar
muito disto, acho que já falei de mais, é uma criança, ela resolveu in-
vestir na cidade, o que daqui tirou ou tira, não sei, mas amanha estarão
na cidade, três grandes grupos de arquitetos a nível mundial, quando
perguntei para o menino o que poderia falar ele apenas me perguntou
se o prefeito estaria preparado para falar com uma criança.
— E o que vão anunciar?
— O maior complexo de preservação e turismo unidos, do esta-
do.
— Maior?
— Senhor, se olhar para a montanha, quase toda visível pela ja-
nela faz parte de uma reserva federal, que estava na mão de poucos,
teremos hotéis dos dois lados, terei de falar com o prefeito de Guara-
tuba também, mas a reunião será no que eles estão ajeitando hoje a
entrada da cidade, junto a antiga Olária.
— O que farão ali, alguns reclamam que eles cercaram a região.
– Betão.
— Sim, falam de preservação mas querem ter acesso a mata pa-
ra extrair madeira nobre, para comercializar animais nativos, a parte
que lhe pertence, ele cercou.
— E o que seria a conversa com o menino?

199
— Não sei senhor, ele não exporia isto antes do senhor topar, e
pode ter certeza, ele o faria.
— E pelo jeito eles estão fazendo uma pesquisa de prioridades,
qual o sentido disto? – Silva, o prefeito.
— Estava falando com Marcos, a ideia é complexa, não adianta
eu fornecer hospital, e os rios estarem virando lixo, esgoto, e ter uma
porção de ratos, agua da chuva empossada em ruas, gerando pernilon-
go, esgoto nas praias, gerando aguas vivas em quantidades imensas.
— Está falando em preservar, não entendi. – Betão.
— Estou falando que eles se propuseram a asfaltar pelo menos
30 quilômetros de ruas não asfaltadas, a canalização com controle de
margens e arborização de 3 rios, o coletar e tratar o esgoto destes 30
quilômetros de ruas asfaltadas.
— E porque eles fariam isto? – Silva.
— Eles acreditam na ideia, e eles para se manter na lei de pre-
servação, estão terminando de instalar um sistema de coleta e trata-
mento de esgoto e dejetos, junto com a reciclagem de materiais usa-
dos, mas o instalar de algo assim, supre mais do que a necessidade
deles, então se propuseram em três pontos, ter a coleta de esgoto, lixo
e recicláveis.
— E pelo jeito eles não sedem muito a pressão. – Betão.
— Eu gostaria de ver a cidade que eu nasci Roberto, com as ruas
asfaltadas, arborizadas, com esgoto coletado, pode não parecer, mas
30 quilômetros de esgoto hoje, é mais do que temos de coleta, é mais
da metade da cidade em área, não em população, mas nos daria o
caminho a seguir.
—E este menino está onde? – O prefeito.
— Pelo que entendi, selecionando gente e explicando no hotel
na antiga Olaria do que vão fazer amanhã.
— Ele não tinha pessoal.
— Ele esperava para semana que vem a vinda, e quando um
marcou, parece que todos vieram junto, ele em si, é uma incógnita
para mim.
Pedro olha a chegada de um grupo de 30 pessoas, e Roseli foi
conversar com eles, enquanto ele sai e vai a um mercado especial no
centro, e passa na área de pescados, ele compra algumas coisas, e volta
a pé atravessando a cidade.
Roseli olha para o menino na cozinha e o cozinheiro fala.

200
— O que ele faz aqui?
— Respeito senhor, ele é o dono. – Roseli.
Pedro olha o senhor e fala.
— Sei que ninguém me conhece, sou Pedro.
— Silvio.
— Silvio, a ideia é simples e complexa, e sei que isto não combi-
na, mas temos aqui 3 tipos de mexilhões locais, e um que poluiu nossas
praias vindos nos navios, e hoje são mais comuns que muita coisa.
Pedro coloca as coisas a mesa.
— Temos uma recepção rápida, então vamos servir algo próprio,
porções de marisco, suco natural de Laranja, Maracujá e Limão, vai ter
os refrigerantes e as cervejas, mas esta não é minha praia, vamos ter
tomate sem pele cozido receado com queijo de búfala e temperos lo-
cais, vamos ter saladas, e para quem quiser carne, alcatra de búfalo ao
molho de conhaque de gengibre.
— Porque deste prato? – Uma moça.
— Porque vamos produzir toda a comida que servirmos, é nosso
prato, nossa especialidade, sei que muitos acham estranho, mas não
vamos fazer barreado, vamos criar nossa comida, mas temos um pro-
blema.
— Qual? – O cozinheiro.
— Não temos um nome para nosso prato, que é uma entrada de
mexilhões em uma mesa com saladas com sementes e folhas, acompa-
nhadas de um cozido de tomate com queijo e um bife caprichado de
alcatra de búfalo.
O senhor olha Roseli e fala.
— Esta ideia é boa, mas quem virá?
— Arquitetos Chineses, Belgas e Espanhóis.
Pedro olha para a entrada, estavam trazendo roupas de cama,
de mesa e coisas para equipar o local, vai verificar e Roseli olha o se-
nhor.
— Acha aplicável?
— A ideia é genial, não sei se conseguimos, mas entendi, algo lo-
cal, será que uma casquinha de siri ele aprovaria?
Pedro olha o senhor e fala.
— Se for manter o padrão, pois o problema de siri, é que é sazo-
nal, não consigo oferecer o ano inteiro.
O cozinheiro olha Roseli e fala.

201
— Ele quer algo especifico, bom saber, mas podemos incremen-
tar com outros pratos?
— Sim, mas não vamos ter tempo de o fazer neste dia que deve-
ria ser daqui a uma semana e estamos correndo, pois uns europeus
resolveram sair da China, e vir olhar.
— Certo, estamos antecipando algo, vão montar quanto da es-
trutura? – Um rapaz ao fundo.
— Organiza a entrada, vamos ter segurança, teremos repórteres
olhando tudo, e não podemos montar tudo ainda.
— O lugar é imenso, mas quantos quartos?
— Vamos ajeitar perfeitamente 20 deles.
— Acha que chegamos a isto?
— É uma apresentação, mas seria estranho estar lançando algo e
ter de mandar os senhores a concorrência.
Pedro passava olhando cada detalhe, ele parecia olhar cada can-
to procurando um defeito, não parecia isto, pois ele passava a mão as
cadeiras, nas madeiras, nas mesas, queria ver se não tinha nada cortan-
te, ele estava olhando o todo.
Roseli olha os rapazes dos quartos e fala.
— Vamos preparar os andares um e dois, 10 quartos por andar,
os demais não termos como ajeitar em um dia.
— Certo, vamos arrumar e limpar, vai inspecionar.
— Sim, não podemos errar agora.
Pedro sai para fora e olha os rapazes pintando o ponto do heli-
porto, fazendo as faixas de entrada e bem a frente a placa de cada um
dos hotéis, as pessoas a rua pareciam olhar para aquele lugar e o me-
nino olha o carro da prefeitura vir.
Pedro tentava manter a calma, mas as vezes era difícil.
Pedro olhava a entrada, da pedreira ao ponto onde estavam os
carros, distante, olha o caminhão ao fundo, sorri e olha para Roseli.
— O que está chegando que o fez sorrir.
— Veículos elétricos de baixo consumo.
Roseli olha o caminhão, olha em volta, vendo os rapazes fazendo
os canteiros, os rapazes lavando os vidros externos, os rapazes pintan-
do o local de parada, carregando coisas para dentro, roupas de cama,
toalhas, varias coisas que ainda não tinham a marca do local, mas estas
ainda chegariam, ao fundo trazendo verduras, frutas, comida, montan-
do a estrutura que precisavam para o dia seguinte.

202
Toda uma linha de obras a toda volta e o prefeito chegando ao
fundo.
— Acha que alguém nos levará a sério hoje?
— Não se queima Roseli, eu tento.
— Sabe o problema?
— Sei, ter de detonar o prefeito, mas não pretendo fazer isto.
— E o que vai fazer?
— Tenta liberar um carro elétrico e vou dar uma volta com o
prefeito.
— Certo, não é algo para todos ouvirem.
— Isto.
O prefeito olha para Sergio, olha em volta, ele não havia visto le-
vantarem tudo aquilo, ele olha os prédios ao fundo, e olha para a en-
trada da pedreira, olha aquele hotel grudado na parede e fala.
— Isto que eles veem ver?
— Sim, parte é isto.
Marcos olha para Sergio.
— Pelo jeito resolveram correr.
— Sim.
Eles caminham olhando o tumultuo e Sergio chega a frente de
Pedro.
— Pedro, este é o prefeito Silva.
Pedro olha para o senhor e fala.
— Algum problema na prefeitura Sergio?
— Não, o prefeito gostaria de conversar.
Pedro olha o prefeito e fala.
— Lhe mostro o problema, e depois me pergunta o problema. –
Pedro olhando Roseli chegar com um elétrico.
— Sabe dirigir um destes? – Roseli.
— Acelerador e freio, fácil.
Pedro faz sinal para o Prefeito subir e fala saindo.
— Todos os veículos para dentro do complexo serão como estes,
elétricos, mas temos de achar uma forma de repor eles a cada 5 anos,
para não ficarem obsoletos.
O prefeito olha pararem na construção a frente.
— O projeto desta construção é de um escritório Chinês de Ar-
quitetura.

203
Pedro, em seu pequeno tamanho, comparado ao tamanho do
prefeito em altura e gordura, sai do veiculo e entram no Rol do prédio
e fala.
— Este é um complexo de 18 prédios, o maior de 18 andares, o
menor de 5, um hotel com 770 quartos.
O prefeito olha os cristais pendurados e pergunta.
— É serio que você é o dono?
— Não, sou o rapaz que representa alguém que não pode pare-
cer como dono, mas todos me verão apenas como o filho do dono.
— Porque o dono não pode aparecer?
— Não sei se conhece Geraldo Souza?
— Um senhor que esteve a pouco tempo fazendo pressão na ci-
dade, não entendi, comprou um terreno mais a serra.
— Sim, ele explora ouro, ele não tem extração legal, mas tem di-
nheiro, capangas e gente como eu, que fazem investimentos que ele
programa e não aparece.
O prefeito olha serio.
— Dinheiro ilegal?
— Tudo que eu fiz é legal senhor.
— Certo, acha que a cidade comporta tudo isto?
— Eu acho que sim.
Pedro começa a sair, dirige aquele elétrico até o mirante e de lá
se via o complexo anterior, e a pedreira aos pés.
— Este é o complexo de três hotéis, onde estão os buracos a es-
querda será um parque aquático, e onde tem os barracões, um parte
temático, mas ainda em projeto.
— Quer dizer que vai ser maior do que isto?
— Sim, uma das visões que queremos da cidade é esta senhor.
O senhor olha em volta, dali se via a pista de salto de asa delta, e
a trilha.
Pedro volta ao carinho elétrico e para sobre outro mirante, do
primeiro lago, e se via os prédios pela parte interna e fala.
— Está é a segunda praia de agua doce senhor, e temos nesta
parte, mil e oitenta quartos, ainda em fase de acabamento.
O prefeito olha a prefeitura ao fundo, o pessoal preparando a
rua ao fundo e olha para o lado onde ficava o Tabuleiro, a rua ficando
bonita, as ao lado ainda como eram.

204
Pedro liga o veiculo de novo e o senhor viu que subiram a mon-
tanha, ele viu a placa falando que estavam mudando de município, e
quando vê o veiculo descendo olha aquele complexo.
— Isto já não fica sobre sua prefeitura, mas fica sobre o mesmo
complexo de terrenos senhor.
O senhor sai do carrinho olhando o agito e pergunta.
— E aqui é para quantos?
— Esta parte é para não mais de 300 quartos.
— Algo diferente.
— Sim, o criador deste projeto é um dos que vem amanha.
— Acho que vi isto em uma revista, vai implementar ao lado.
— Sim, este lugar, terá os veleiros, colocamos poucas lanchas,
pois não esperávamos a visita ainda, estamos terminando de mobiliar
os quartos e colocar o sistema de tratamento de esgoto, estamos em
meio a uma reserva, não podemos deixar marcas além da própria cons-
trução.
O prefeito olha as pessoas fazendo canteiros, plantando nas pa-
redes mudas, e pergunta.
— Isto que vão mostrar?
— Sim.
Pedro para ao lado de uma construção e entra, o prefeito viu
que tinha um elevador bem no centro, eles sobem os 7 andares e o
senhor vê aquele jardim suspenso com uma proteção ainda sobre a
cabeça de vidro.
Pedro chega a ponta e fala.
— Senhor, queria poder implementar o novo calçadão e novos
postos dos bombeiros na beira mar, mas preciso de autorização para o
fazer.
— Quer investir na praia?
— No todo.
— Acha que o governador vai implementar os sistemas de am-
pliação de praia.
— A pergunta senhor, porque fazer algo feio, quando se pode
fazer algo bonito?
— Custos.
— Garanto que ofereço para o senhor, monto, e não custa 30%
do que o governo vai pagar, faço mais rápido e lhe forneço o dobro do
espaço útil.

205
— Custos da concorrência publica.
— Custo da inercia, mas a ideia é simples.
Pedro aponta a parede e fala.
— Esta é a ideia básica, obvio que para quem vai implementar
esta primeira fase, em toda a praia aberta ao mar, não é pouco, mas
depois vamos implementando chuveiros, canteiros, arborização.

— Mas é para parecer futurístico, implementamos a primeira


parte, depois colocamos cada parte, se quiser negociamos a colocação
do sistema de ampliação da praia, mas acho primordial os rios voltarem
a ter agua, não esgoto.
— E implementaria isto para quando?
— Primeira semana de Novembro quero ter pelo menos 4 qui-
lômetros de calçada, com três quiosques a cada 500 metros, verifica-
mos a implementação dos quebra mar neste tempo, mas a ideia, im-
plementar antes da próxima temporada.
— E as ruas?
— Quero ter elas asfaltadas em 5 meses, não depende apenas
de mim, depende do clima.
— Certo, mas é difícil levar você a serio.
— Senhor, o que acho incrível, é que esta estrutura entrou na
baia e ninguém viu, ela se soltar flutua, entramos com três imensas
estruturas flutuantes em uma madrugadas, e ninguém viu, montamos
toda uma estrutura e as pessoas ainda não me levam a serio.
— Tem de considerar que es a vitrine.
— Sim, que está a sua frente apenas perguntando, topa? Pois a
briga vai vir após você dizer topa.
— Por quê?

206
— Você terá além de postos de controle para a policia e bombei-
ros, lojas para alocar gente, lanchonetes, comércios, coisas a somar na
margem da praia.
— Espaços públicos que podemos gerar comércio?
— Sim, o térreo e a cobertura é do bombeiro, mas são 3 andares
de frente ao mar, em algo parecido com uma nave espelhada.
— Acha que isto vira parte do visual?
— Prefeito, se você autorizar, primeiro fechamos isto, depois
começamos por terra nas beiras, pedra a uns duzentos metros da praia,
e areia sobre ela, dragamos a areia mais ao fundo e ampliamos a praia
antes mesmo de pedirmos.
— E quem assinaria?
— Temos geólogos, engenheiros e um rapaz da cidade como só-
cios desta empreitada, pode parecer poucos senhor, mas Sergio tem
um quarto de tudo isto.
— Está falando serio?
— Sim.
— E mandam você falar?
— Conhece aquele ditado, santo de casa não faz milagre, os bra-
sileiros valorizam alguém apenas por dizer, vim de São Paulo.
— Sei que tem coisas que não foram explicadas, como o surgir
de quase tudo isto.
— Senhor, vamos ter liberdade de ajeitar a cidade ou não?
— Sim, mas pelo jeito querem implementar mais algumas coi-
sas?
— Sim, mas entramos na cidade a menos de um ano, tem de
considerar que somos os jovens na cidade.
— E vão investir?
— Sim, comprar duas quadras a mais, implementar uma praça
em parceria com a prefeitura, mas deixa parte das novidades para o
ano que vem.
— Certo, tem de implementar, mas pelo jeito vão mesmo querer
algo natural, carros elétricos para locomoção interna?
— Tanto para clientes como para trazer as coisas, tem coisa que
não dá para trazer na mão, e toda vez que tivéssemos de dar volta,
seria um gasto de energia imensa, pensa, estou subindo e descendo mil
e duzentos metros do outro complexo, mas se for dar a volta, mais de
23 quilômetros.

207
Pedro mostra o complexo baixo e o prefeito fala.
— Algo único, seria isto?
— Sim, não estamos implementando uma ideia, estamos so-
mando ideias em sistemas eólicos, energia solar, sistema de baterias e
todo sistema de luz do local vai para o subterrâneo em algumas partes,
mas com controle, se algo desligar, alguém ir verificar, se for gente
roubando, detendo os infratores senhor.
— Modernidade e leis, sabe que parece ainda um grande circo,
mas vi que o hotel é real.
— Convida o prefeito de Guaratuba e fala com o governador e os
vereadores, nem todos vão vir, mas será uma apresentação técnica
para os investidores, não algo básico.
O prefeito viu o menino começar a retornar ao veiculo e pegam
aquela trilha e fala.
— Vocês transformaram o ir e vir fácil, por estas vias elevadas,
rápido, silencioso e estranhamente ligado a natureza.
— Gosto de Mato, acho que acabei na cidade certa.
O prefeito ri.
Sergio se despede do prefeito e olha para o menino.
— Problemas?
— Muito calmo, mas espero sempre a trovoada.
— Certo, eles dando corda, mas acha que estamos prontos para
amanha?
— Na verdade estamos tentando impressionar, eles esperam
achar algo na fundação, eu estou deixando pronto para impressionar.
— E pelo jeito vai implementar mais coisas.
— Tentar um acordo, para revitalizarmos 4 praças, toda a beira
mar, implementação de 8 estatuas, quatro nas praças, 4 na beira mar.
— Motivos?
— Locais que não se fotografa, não fica na memoria, locais que
não se filma, não ficam na memoria.
— E pelo jeito vamos trabalhar até tarde. – Sergio.
— Vamos com calma, mas preciso olhar como está a obra na en-
trada da cidade. – Pedro.
— Lhe levo lá. – Sergio.
Pedro olha Roseli e pergunta.
— Consegue sozinha?
— Sozinha, tem mais de 20 grupos apenas aqui.

208
— Quantidade as vezes atrapalha.
Roseli sorri e vê Pedro saindo.
Os dois chegam ao local e Sergio olha o lago, as construções dos
dois lados e pergunta.
— Complexo 3?
— Sim, Temos os prédios aqui, primeira parte, se olhar para o
outro lado, apenas as armações de concreto ainda, espelhado inverso
do lado de cá, mas lá não está pronto, mas teremos uma trilha até a
parte do outro lado, mas esta será especial.
— Especial?
Pedro aponta uma entrada ao fundo e Sergio viu que era a boca
de uma túnel, e viu que a parte interna tinha um imenso salão baixo, e
se viu as paredes esculpidas, e quando ele acendeu aquele lugar, ficou
visível as rochas, contrastando com LED e vidro, se via um elevador
para um local que não se via dali, e pergunta.
— O que teremos aqui?
— Uma escultura de um mico da cara preta, de 30 metros, o ele-
vador dá direto na ponta baixa do rabo do bicho, dai tem uma escada-
ria ou uma rampa até o elevador que dá na base da grande estatua.
— E esta cidade?
— Hotel Rosa nas Pedras.
— Certo, você não está criando um local, está criando uma di-
versão, pelo menos parece brincando.
— Eu não sou muito de rir, se me ver rindo, olha para ver se não
é de desgosto.
— Certo, mas esta praça de quantos metros de rocha?
— 22 metros, uma gruta, com as paredes esculpidas.
— Acho que falei de mais.
— Sei que todos falamos, mas isto é para eles pensarem, não
vamos afirmar mais aquilo Sergio.
— Certo, um lugar para pensarem o que exploramos?
— Sim.
Eles atravessam e numa rocha a pouco mais de 100 metros de
um dos complexos feitos na baia, eles surgem.
— Vai por os veículos elétricos aqui?
— Sim.
— E pelo jeito a estatua não está pronta ainda?
— Não.

209
Sergio olha o menino e pergunta.
— Acha que eles entram no acordo?
— Eu vou tentar, e nem sempre serei generoso, tem de enten-
der Sergio, vinte e cinco por cento disto, está em seu nome, tem de
assumir sua parte.
— Não sou acostumado a receber presentes.
— Não é um presente, é uma obrigação.
— E vai colocar as estatuas no lugar quando?
Pedro pega o caderno e começa a desenhar, o erguer lento de
uma armação a toda volta do topo, para quem olhava de longe, parece-
ria que alguém estava construindo um andaime a toda volta do topo da
montanha, e Sergio viu ele colocar uma cortina de tecido escuro, a toda
volta do topo da montanha.
— Tem de fazer mais lentamente agora Sergio.
— Certo, vai dispor das duas estruturas?
— Sim, embora assim que começar na praia, vou dispor de duas
estatuas de seres imensos sobre os dois canais de entrada, em uma
delas um rapaz segurando uma tocha, e no outro, uma moça seguran-
do uma bola de fogo.
— Estatuas de que tamanho?
— Gosto de trinta metros.
— Algo de especial neste tamanho?
— Umas 17 vezes a atura humana media.
— E o que tem de especial nisto?
— Os pés ficam mais altos que uma pessoa.
Sergio sorriu.
Pedro volta pela gruta, olha para as caixas surgirem e Sergio per-
gunta.
— O que vamos fazer aqui?
— Estamos usando tudo e não temos como terminar, mas esta
coisa de Dons, me irrita Sergio, não sei se deveria fazer isto hoje, pois
me deixaria muito mais com os nervos a flor da pele.
— Certo, efeitos colaterais?
— Sim, tira sarro, vamos.
Sergio olha do ponto que estavam o outro lado do lado.
— Posso fotografar?
Pedro sorriu e falou.
— Tem de assumir seus 25% Sergio.

210
O senhor sorriu.

Roseli olha a imagem da região que estavam e ela sorri.


— O menino das obras faraônicas.
Ela começa a olhar os prospectos da outra obra e para na afir-
mação, hotel gruta, hotel em pedra e vidro, olha para os rapazes che-
gando e começa a indicar os andares superiores, acabaram de por to-
madas, luz nos primeiros dois, agora teria o resto.
Ela olha seu pai chegando e a cara dele não estava boa.
— Esqueceu nossa construtora filha?
— Algo prioritário pai?
— Tem desviado de outras obras, me preocupo com os prazos.
— Pai, estamos recebendo para construir e estruturar tudo isto,
tem de entender, quem achou que a propaganda era boa era eu, o
senhor depois achou uma boa propaganda, mas tem de deixar o dia de
amanha chegar.
— E o que tão fazendo?
— Lhe mostro.
Os dois entram no restaurante e o senhor olha aquela parede
em rocha, queda de agua e 30 metros, chão de madeira rustica, o equi-
líbrio entre pedra, madeira e vidro das mesas e cadeiras.

211
Ele olha para cima vendo os 16 andares voltados para a pedreira
e sobre ela uma cobertura em arco para o fundo, dando a entrada de
luz parcial naquele lugar.
— Este menino gosta de pedra.
— Pedra, madeira, vidro, agua e luz, um conjunto que é difícil de
definir com palavras pai.
Ele olha as cadeiras e fala.
— Feitas sobre encomenda?
— Sim, mas falta tudo para a apresentação de amanha.
— Mas porque da presa?
— Um arquiteto vem ver a obra, mundialmente famoso, quando
ele alertou que vinha a Matinhos no Brasil, ontem em Shangai, antes
de pegar o voo para São Paulo, todo o mundo se perguntou, onde ele
vai.
— E isto fez terem de arrumar este lado?
— Este não é um projeto dele, mas é onde com certeza vamos
receber a imprensa se ela vier, mais de 30 jornais e revistas especiali-
zadas já confirmaram, a segunda linha televisiva confirmou a pouco.
— Certo, propaganda de graça é sempre bem vinda, mas tere-
mos espaço?
— Pai, mesmo que eles não nos deem o espaço, nem forcei por
nada nosso, muitos vão se perguntar quem está executando para o
senhor no Brasil.
— E quem vem, não me falou?
— Vincent Callebaut e Ma Yansong.
Roberto pai olha a filha e fala.
— Dois dos mais modernos, entendo onde está colocando o
marketing filha, mas tem de saber a hora de por os pés no chão.
— Sei disto pai.
O senhor olha em volta e fala sorrindo.
— Embora num lugar destes, deve ser difícil por os pés no chão.
Um rapaz entra pela porta e pede para falar com Roseli, ele é
conduzido pelo segurança a ela.
— No que posso ajudar?
— Os prospectos para a apresentação de amanha.
O rapaz estica para ela e a moça pendura a frente e olha para
um projetor holográfico, o rapaz olha para ela e fala.

212
— Não sei quem é este Pedro Rosa, mas comprou ontem do me-
lhor moça, veio num avião direto de Shangai para Curitiba, a 14 horas
estava na China.
Ela olha aquele papel holográfico, coloca a mesa, lê as instruções
e liga a entrada, e olha para o complexo inteiro surgir como seria
quando pronto.
O rapaz olha para ela e fala.
— Não entendi a ideia, mas foi mandado um para o geral e um
para cada projeto.
Roseli olha para Paulo ao fundo e fala.
— Consegue 9 mesas daquelas de vidro do restaurante e vamos
dispor aqui na entrada.
Ela olha para Roger na ponta e fala.
— Como estão as tomadas ao chão do salão de entrada?
— Não testamos a voltagem.
— Testa para mim.
Ela olha para a entrada e fala olhando uma moça.
— Rose, consegue dispor de um daqueles biombos na entrada?
A moça não entendeu, mas Roseli queria diminuir a luminosida-
de local, e coloca o primeiro na mesa e liga e Roberto pai, olha o proje-
to inteiro, até as partes que não tinha conhecido e fala.
— Isto que vão construir?
Ela coloca na luz a viu que a holografia fica mais visível, quando
colocaram o biombo na entrada, se viu a holografia inteira.
Roseli foi ajeitando e quando surge aquela em rocha, ela olha o
mapa e sorri.
— O que é isto filha?
— Um complexo de hotéis chamado Hotéis Rosa.
— Mas isto foi escavado em rocha?
— Não fui lá ainda pai para saber.
— Certo, nem tudo é feito por nós, mas quer dizer que vocês
tem um complexo em toda região?
— Sim pai. – Roseli sendo cínica naquele momento.
Quando a principal e as oito em volta estavam dispostas, se viu o
tamanho do complexo.
Roseli olha a beira da praia, e olha o calçadão e as estatuas, so-
bre as montanhas e sobre as saídas dos rios ao mar, com quebra mares
avançando ao mar.

213
Uma cidade dimensionada a volta, não era um projeto simples,
Roseli viu seu pai olhar para ela e falar.
— Agora entendi o que eles vem ver, vocês está estabelecendo
metas e estruturas que são feitas para olhar de perto, de longe e ao
fundo.
O rapaz estica para ela os banners plotados, começam a dispor
naquele salão de entrada, estavam preparando para o dia seguinte.
Pedro entra e olha os holográficos já ligados e chega perto, olha
eles e fala.
— Estes chineses gostam de nos surpreender. – Pedro comen-
tando o entregar a tempo, ele pensou que chegaria para depois do
pessoal.
— Vai instalar tudo isto na cidade? – O rapaz.
— Vou tentar, se não projetarmos ao futuro, não fazemos o ho-
je, mas o que mais mandaram? – Pedro estava olhando o rapaz saben-
do que Cristiane mandaria algo para ele, através daquela empresa, mas
pelo jeito aproveitou a mesma vinda, ele estica um pacote e Pedro
apenas desdobra uma sacola plástica do bolso e coloca nela.
Ele olha para os demais e fala.
— Como estão os quartos Roseli?
— Preparados para amanha.
— Soube que tem gente saindo de Curitiba hoje, eles tendem a
bater por ai, mas então não sei, estamos prontos para algo assim?
— Não. – Roseli enfática.
— Então melhor fechar e preparar a inauguração para amanha,
marca com todos amanha bem cedo, vamos descansar, estando fecha-
do e com seguranças não antecipamos nada.
Roberto pai olha o menino e fala.
— Não tem medo, isto admiro, muitos ficariam fazendo sala.
— Tenho de aprender a sorrir para fazer sala.
Pedro viu eles entrarem nos carros, pegou um elétrico e atraves-
sou para a casa, que ficava no mesmo parque.
Pedro olha para a entrada e viu duas pessoas conhecidas, estra-
nho estarem ali, coisa de seu pai.
Pedro chega a entrada e faz sinal para o segurança deixar entra-
rem e Pedro olha Maria Cecilia.
— Perdidas por aqui?

214
— Não entendi porque seu pai nos deixou aqui, até nos deixar
entrar, ele disse que alguém precisava de apoio.
— Ele, com certeza.
— Pensei que estava escondido em Curitiba e estava na praia ao
lado. – Maria Cecilia, a mãe.
Pedro as olhava, sabia que tinha coisa ali, normalmente este ho-
rário Maria estaria trabalhando ainda.
— Seu pai discutiu com o dono do Hotel e ele me mandou em-
bora.
Pedro via que a senhora estava mentindo na aura, olha para a
irmã, que fala.
— Não sei, me tiraram da praia para vir para cá, pensei em algo
legal, não o irmãozinho.
— Pirralho, olha o respeito. – Pedro a olhando sério.
Pedro entrou, subiu e colocou o pacote no cofre e desceu.
— Temos de conversar filho, tem de entender, seu pai não é tão
ruim assim.
Pedro não respondeu, a moça estava ali, Pedro acreditava nas
pessoas até elas lhe mostrarem a verdadeira índole, com ele as pessoas
passavam ao inaceitável muito rapidamente.
Pedro estava cansado e tinha duas pessoas olhando para ele,
pegou o celular, procurou uma pizzaria na região e pediu uma, com
refrigerante, ele não comera nada.
— Não vão explicar com verdade?
— Mas...
— Mãe, eu não tenho como explicar porque sei que está men-
tindo, mas está, e tudo baseado em um começo mentiroso, desanda
depois.
A aura de Renata fez Pedro saber que estavam de acordo, estra-
nho como as auras falam por si, olha a irmã e pergunta.
— O que ela não sabe como falar?
— O pai a convenceu que você teria um hotel para ela trabalhar
que pagaria melhor que lá.
— E pediu a conta apenas pela propaganda? – Pedro olhando a
senhora, ele nunca fizera parte daquela família mesmo.
Pedro encara a mãe, ela não estava confiante de perguntar.
— Se desarma mãe, não sou o inimigo.
— Mas seu pai falou coisas estranhas.

215
— Mais estranho do que correr pelos campos, mãe?
Renata olha para Pedro e fala.
— Acreditou nesta conversa do pai?
Pedro olha a mão e esta se torna em uma garra e olha para a ir-
mã, ele queria algo mas não como estava.
— Se não conhece nem sua mãe, como pode acreditar que aqui-
lo é seu pai?
Renata recuou e Maria olhou o filho.
— Mas não é o sétimo.
— O pai tem algo mais terrível no sangue que isto mãe, mas o
que quer, sei que parte da historia não conheço, pois nunca falariam
com o menino estranho da família.
Renata olha a mão do irmão voltar ao normal e fala.
— O que é isto?
Pedro olhava firme para a mãe que fala.
— Deixar claro que não pedi a conta, é meu dia de folga, mas
seu pai falou que vão montar hotéis na cidade e você está por trás
disto, acho difícil acreditar.
Pedro olha para a placa a rua e pergunta.
— É tão difícil acreditar nisto mãe, que até eu duvido, mas como
não está nada pronto, eu não falei nada ainda.
— Seu pai disse que tem parte pronta.
— Mãe, o que é um prédio de hotel sem cama, colchão, moveis,
toalhas, roupas de cama, agua, luz e comida na dispensa?
— Apenas um prédio vazio.
— Sim, parece fácil montar um hotel, mas não é.
— Sei disto, por isto duvidei.
— Mãe, eu não sei se teria capacidade para o que quero montar,
lhe mostro após a pizza, não comi nada hoje ainda e estou meio estra-
nho.
— Certo, quer montar algo, mas não sei se tem como filho.
A campainha toca, ele paga a pizza, eles comem e Pedro convida
as duas a dar uma voltas, entram no carro elétrico e pegam a trilha, os
postes acendendo e apagando com a aproximação davam o caminho
que iriam, toda aquela parte na floresta, apagava se não tivesse nin-
guém passando, mas só acendia se fosse detectado formato humano,
temperatura e luminosidade inferior ao visível pelos olhos cansados.

216
Quando chegam a parte oposta Maria olha para eles parando a
um prédio de comando, num dos pontos centrais ao lado da baia, tudo
acesso a volta, Maria sai do carro e vê o filho entrar em um dos prédios
e fala.
— Já temos luz e agua, mas as toalhas estão sendo bordadas, os
números das portas, feitos, as roupas de cama, bordadas, tudo que
temos a volta, vazio, agua potável só da torneira.
Renata olha em volta encantada e fala.
— Está falando serio em ter um hotel?
— Não, ser sócio de um, pois se fosse meu, meu pai já teria ven-
dido, como ele tentou vender o terreno antes de ter algo sobre ele.
Maria Cecilia olha o filho e fala.
— Isto que ele tentou vender?
— Sem ver isto ele tentou vender.
— E o que teremos aqui?
— Um local para quem quer paz, mas não sei se saberia tocar
um hotel mãe, uma coisa é ser portaria de um, outra tocar algo assim.
— Quantos quartos tem em todo este lugar?
— Este é dos menores, não tem 300 quartos, nesta divisão, ape-
nas 150 deles já tem mobília, mas é que ainda não tenho autorização
para funcionar.
— E teríamos restaurante?
— Mostro para vocês.
Eles foram a uma pétala, e ela tinha um elevador para baixo ou
uma escada em caracol para baixo, chegam a parte abaixo do nível da
água, foi inevitável olharem para fora, e verem que estavam com vidros
a toda volta, e o grande salão com mesas, cadeiras, do restaurante no
nível baixo, que ocupava um teto de 3 pisos, se via para todos os lados,
os caminhos, os corredores largos.
Maria olha para o local amplo, com arborização, não viam a en-
trada de luz, mas é que estavam abaixo da estrutura, mas se via a es-
trutura acessa a volta, Renata olha para cima, a senhora chega ao lado
e vê que era dentro da agua.
— Um lugar especial para se comer, seria isto?
— Eu não sou de grandes almoços, mas sim, tem 4 ambientes
deste, não pretendo quantidade aqui, e sim, pedidos específicos, feitos
pela cozinha que temos ao fundo, na parte ao fundo do corredor, estão

217
instalando ainda os filtros de esgoto, sistema de reciclagem, nada do
lixo daqui vai para a baia, tudo sai.
— Certo, quer manter um local limpo, mas qual o custo disto?
— Não sei, depende da reação amanhã, mas isto vai ficar pronto
e será inaugurado em 45 dias, não hoje, mas dentro de 15 dias mãe, se
quiser, teremos vagas, mas somente quando estiver pronto, e não te-
nho mais de 25% disto, e não está em meu nome direto, pois sei que
alguém venderia para torrar.
— Ele não é tão ruim. – Renata.
— Para a filhinha, não, para o encosto da casa, como você me
chama, ele é pior do que ruim.
— Acha que eles me contratariam?
— Se tiver vontade de enfrentar mãe, eu apresento para eles,
mas será minha indicação, eles podem aceitar, ou não.
— E porque eles aceitariam sua indicação? – Renata.
— Ter 25% poderia ser a resposta, mas a verdade é que eles vão
selecionar na região, primeiro, e temos 8 complexos de hotéis, este só
é maior que o da pedreira com apenas 160 quartos, todo resto é maior,
então eu indicaria para algo mais leve, se conseguir, eles podem a vir a
lhe por para cima mãe.
— Certo, falou em oito hotéis.
— O complexo a volta da casa ali no outro lado da montanha,
tem mil e oitenta quartos em 9 prédios.
Pedro começa a voltar e sobem, depois vão um dos apartamen-
tos e Renata fica a observar tudo de olhos arregalados, Pedro sorriu.
Maria olha o espaço, os banheiros e fala.
— Bonito, parece algo feito para parecer moderno.
— Integrado, não moderno.
— Estão montando ainda?
— Sim.
— Vou pensar no que falou, mas o lugar é lindo, só não entendi
como alguém pode construir isto, você não tinha dinheiro filho.
— Vai ver que puxei meu pai.
— Não brinca.
— Mãe atiradora e pai ladrão e assassino de aluguel, quem sabe
puxei os dois lados.
Maria olha atravessado Pedro, Renata sabia que o irmão não era
alguém normal, mas ele resolveu sair da casca, até então lhe parecia

218
mesmo um nada, mas aquele lugar, dava a dimensão, o segurança não
perguntou para um adulto se poderiam entrar, ninguém o barrou, pa-
recia conhecer cada canto e talvez ele fosse como seu pai, mas com um
adendo de não ser folgado.
As moças saem, Pedro pensou em como elas chegaram ali e fica
a olhar pela janela, e vê bem ao fundo o carro de seu pai, ele iria apron-
tar algo.
Gerson olha Maria entrar no carro e pergunta.
— O que ele faz ali?
— Melhor que naquela espelunca que mora pai. – Renata.
Gerson olha agressivo para Renata, nunca vira seu pai olhar ela
naquela forma.
— Ele falou que tem 25% daquilo, mas que não está no nome
dele.
— Ele não pode não me passar minha parte.
— Pior que ele está certo, você não mudou Gerson.
Gerson olha serio para Maria, mas com ela ele não era violento,
Renata viu medo nos olhos do pai.
— Ele não pode ter algo assim.
— Ele falou que tentou vender uma vez, agora entendo, ele pen-
sando em criar algo para viver, você em torrar, entendo ele nos receber
áspero, mas segundo ele, inauguram apenas em 45 dias, então ainda
não é um hotel.
— Parecem prédios a vender. – Gerson.
— Um hotel com 9 prédios, uma pedreira pelo que vi, com mais
de mil quartos.
— Ele pelo jeito achou o que falou, algo que vale muito, tenho
de descobri onde.
— O que ele teria achado?
— Ele falou em um diamante de 120 quilates, que valeria lapida-
do, mais de um milhão e quinhentos mil dólares.
Renata sorriu no banco de trás e fala.
— Deve ser triste ter de esconder algo assim do pai. – Renata.
— Ele me deve a educação.
— Não investiu nele um milhão de dólares pai, sabe disto.
Gerson olha a filha, ele querendo falar o contrario.
— Ele me deve a vida.

219
— A vida dele ele deve a mãe, maluca de ter um filho com você,
não a você, soube que pediu para nos tirar.
Maria Cecilia via a reação da filha, sabia que ela não suportava o
senhor, mas falava em ir para a capital, Renata não imaginava o traste
que era o pai, então parecia algo melhor ir para a capital, mas parecia
agora querendo mudar de lado.
— Não fala besteira filha.
— A marca no rosto dele ainda está forte pai, queria o matar?
Maria viu que a filha estava afiada e fala.
— Nos deixa em casa, eles vão começar a contratar daqui a 15
dias, Pedro falou que não tem nem cama nos apartamentos ainda.
Pedro fecha a casa e adormece.

220
Pedro acorda assustado, a pizza pesou no es-
tomago, então acorda e ainda é noite.
Ele senta-se e olha para o mar, o céu come-
çando a clarear bem no fundo, deveria estar uns 16
graus, nuvem baixa, parecia neblina, ele põem uma
calça, uma camisa, pega uma blusa, um tênis e sai
para fora, olha para a avenida mudando de cara,
olha para as pilhas de pedra, madrugada, ele olha as
calçadas antigas se desfazerem ele pensa na areia
fina e sobre calçadas agora sem acabamento surge a
areia, e depois as pedras se assentam, ele foi pas-
sando no sentido da praia e as calçadas foram mu-
dando, ele chega a praia e olha para o mar, senta na
beira da praia, ele pega um caderno e desenha um imenso navio de
drenagem ao mar, ele não queria fazer tudo, mas sorri da ideia de po-
der fazer isto.
Ele olha a praia, meio frio para praia, mas começou o dia vendo
o mar, sorri e começa a voltar.
Ele olha para o caminho e sorri, alguns falavam da nova calçada,
chega a casa, abre o cofre e olha os anéis, coloca em caixinhas e no
bolço e pega o carro elétrico enquanto o pessoal limpava tudo ali, ins-
talava coisas, montava camas, ele vai ao hotel na pedreira, teria de dar
nomes a eles, não tinha ideia ainda, um seria Hotel Rosa Tabuleiro,
outro Hotel Rosa Gruta, Hotel Rosa Vincent Callebaut, Hotel Doná Olá-
ria, Hotel Mad, Hotel DNA, Rosa Hotel Show, Hotel Rosa Pedreira.
Pedro chega e olha Roseli chegando e sorri.
— Outra que não dormiu.
— Seu pai entrou com uma representação por sua retirada da-
qui, e por reintegração de posse.
— Ele nunca teve isto para ser dele, mas já resolvemos isto Rose-
li, vou caminhar ali na frente.
Roseli olha o menino saindo e viu aquele senhor o barrar a en-
trada.
Pedro olha seu pai atravessar o carro na rua e sair olhando para
ele, pelo cheiro, bebido.
— Acabou com minha reputação diante de Renata.
— Nem fiz este esforço.

221
Pedro sente o senhor lhe erguer pelo colarinho.
— Acha que vou deixar barato?
— Vai bater, que tal agora senhor Gerson?
— Acha que tenho medo destes a volta pirralho.
— Não, mas é bom o Juiz que lhe deu determinação de me tirar
dai, ouvir isto.
Pedro olha para o lado e o policial acompanhado do juiz olha pa-
ra Gerson.
Gerson solta o menino que cai de pé e olha para o senhor.
— O que inventou Gerson, que queria que entrasse lá, não vou
passar outro carão na frente de juízes e delegados. – Pedro olhando o
pai.
— O que está acontecendo aqui senhor Gerson Rosa?
Pedro olha para o senhor Juiz e fala.
— Isto que queria saber senhor, dá autorização judicial para um
pai que agride o filho dia sim, dia também, o que está acontecendo
aqui, ele pagou o senhor?
O policial ao fundo olha para o rosto do menino, olha o Juiz e fa-
la.
— Viemos fazer uma verificação.
— Porque aqui? – Pedro.
— Seu pai disse que estava preso ai.
— Preso em um hotel 5 estrelas, no lugar do muquifo que ele
chama de lar em Curitiba.
— Tem de obedecer seu pai.
— Tenho de bater carteira para ele, é o que está falando Juiz.
— Você é desbocado menino.
— Levanta a ficha deste que se diz meu pai, somente no ultimo
mês, duas tentativas de assassinato, quando ele estava preso senhor
juiz, eu sozinho, sem comida, sem nada além de agua na torneira no
apartamento dele, não vi o senhor lá.
— Se me desacatar mais uma vez vai para uma instituição de
menor.
— Quer que chame o senhor de que, pois não lhe desacatei, fiz
perguntas diretas, sabe ler senhor, comprou o diploma, me manda para
uma instituição que vou pedir vistas no seu diploma e seu afastamento
sem remuneração até provar ser capaz, pois desculpa, chamar ignoran-
te de ignorante não é ofensa, seria meu pai se chatear por o chamar de

222
ladrão, assassino, jogador compulsivo, brocha, ele sabe que é tudo isto,
nada que nos é parte, deveria nos ofender senhor.
O senhor olha para o policial que olha a seu carro e o do senhor
e fala.
— Senhor Gerson, poderia mostrar sua carteira de motorista?
— Porque a quer?
— Dirigir alcoolizado, é crime.
O policial tomar as dores foi algo que Pedro não entendeu, mas
viu o policia dar um passo atrás da tentativa de empurra-lo de meu pai,
que entrou no carro e saiu cantando pneu.
Pedro olha o Juiz e pergunta.
— Qual a sua determinação Meritíssimo Juiz? – Pedro debo-
chando no Meritíssimo.
— Tem onde ficar.
— Sim, minha mãe mora no litoral, ele não lhe falou isto?
O juiz olha para o aparato policial e pergunta.
— E o que terá ai.
— O governador vem conversar comigo.
O juiz olha o menino caminhar para dentro e o juiz viu que o se-
gurança apenas abriu para ele passar, os demais ele pedia documento.
— Não entendi.
— Dizem que tem jornalistas, repórteres, vindo ai, para uma co-
letiva no hotel bem ao fundo.
O senhor olha o hotel e fala.
— O lugar está melhorando.
Pedro chega a entrada e fala olhando para Roseli.
— Vou ter de escolher outro caminho com o ser que me chama
de pai.
— O que aconteceu ali?
— Eu o colocaria para correr, mas na frente do juiz e um policial
não seria inteligente.
— Certo, os repórteres vão chegar dentro em pouco, quer estar
por perto?
— Manda o pessoal cadastrar eles, pois meu pai vai tentar se in-
filtrar, melhor não termos problemas.
Gerson chega a entrada e viu que tinha segurança, ele recua o
carro, Pedro acompanha ele ao longe, e viu ele chegar ao muro alto do
fundo, ele começa a escalar e quando chega a parte alta, começa cami-

223
nhar até ter uma arvore e começa a descer, Gerson pula no chão e se
depara com Pedro olhando para ele.
— Acha que vou desistir.
Pedro olha para o seu pai e fala.
— Ouve, é a ultima chance de recuar senhor Gerson Rosa, daqui
para afrente, cada aprontada, vai ser uma cicatriz neste seu corpo,
posso não poder o matar, mas posso o mandar uma vez por semana a
porta do céu.
— Acha que...
Gerson começa a falar e viu seu filho crescer e mudar de forma,
e o segurar pelo pescoço e erguer, passar a garra no seu rosto e falar.
— Ultima chance senhor Gerson, some antes de que seja mais
dolorido.
Gerson olhava assustado, Pedro o senta no muro de 4 metros, e
olha para ele serio voltando ao tamanho.
— Cansei senhor Gerson, some.
Pedro amarra a calça rasgada.
Gerson olha o filho se afastando, ele pensa em voltar, mas não
seria uma boa ideia, ele desce do outro lado e olha para o carro, en-
quanto Pedro chega a sua casa com o carrinho elétrico, para trocar de
roupa.
Ele tira os anéis do bolso rasgado e coloca no da calça nova.
Pedro estava terminando de se arrumar quando o segurança to-
ca o interfone e ele vai a frente da casa.
Pedro olha a irmã ali e faz sinal para ela entrar.
— O que a maninha faz aqui logo depois do papai? – Pedro sen-
do cínico.
— Tem de entender Pedro, eu sou interesseira.
— E?
— Não sei quem você roubou, mas acabo de ver nosso pai,
aquele que você chama de Gerson, saindo assustado pela rodovia.
— Poderiam o deter por dirigir bêbado. – Pedro.
— Mora sozinho em uma casa imensa?
— Fazer o que, toda minha família, nunca me quis por perto.
Renata lembra das vezes que falou com seu irmão e fala.
— Mas como disse, antes não tinha onde morar.
— Ainda não tenho.
— Arisco, vai onde que estava se arrumando.

224
— Já que está por ai, vamos, estou atrasado.
Pedro vai a guarita e pega um crachá de visitante, alcança para
ela e fala.
— Põem, pois se lhe colocarem para fora, terá de dar a volta.
Renata viu que Pedro pegou o carro elétrico, mas num trevo pe-
gam a direita, o que fez ela olhar que era outro caminho, viu quando
eles pararam na parte baixa de uma pedreira e falou.
— Vamos entrar, se não quer ser fotografada melhor ficar ao
fundo.
Os dois entram no salão de entrada, Vincent Callebaut e Ma
Yansong conversavam com um rapaz, Pedro entra e viu aquele senhor
olhar para ele e caminhar no seu sentido, e falar em cantonês.
— Deve ser Pedro Rosa.
— Ma Yansong?
— Sim.
— Podemos conversar antes?
Ele fez sinal para uma moça e ela acompanhou eles saindo, os
repórteres não entenderam, mas Pedro fez sinal para a irmã ir na parte
de trás e na frente entrou o rapaz, e uma moça senta-se ao fundo tam-
bém.
Ela cumprimentou Renata que não entendeu nada.
— Ela ainda não fala Cantonês. – Pedro.
A moça sorriu e Renata olhou se perguntando o que estavam fa-
lando.
O rapaz viu que estavam indo para a parte que entrando pelo la-
do não tinha prestado atenção, aqueles ninhos na entrada com piscinas
de divisória, o chamou a atenção.
Pedro para o veiculo e faz sinal para entrarem.
— Sei que deve estar estranhando minha idade.
A moça entra e olha os cristais pendendo a peça de entrada, e
olha para o rol de entrada, quando eles entram a diferença de ar, fez
um cristal balançar e se ouviu os cristais tocando ao teto.
— Lindo. – A moça.
Ma olha para o menino e fala.
— Quero saber como vai me pagar?
— Quer em Dólares, ou um acordo.
— Acordo?

225
— Quero um mundo mais bonito, e preciso de pessoas que en-
xergam o mundo não como um quadrado e sim soma de curvas.
— E teria para contratar?
Ma olha Pedro tirar um anel do bolso, e falar.
— Os meus parceiros pretendo dar um anel simples, para cada
um deles, como símbolo de parceria, isto fora o pagamento pelos pro-
jetos, deixar claro isto.
Pedro alcança o anel e fala.
— Cuida que este custa mais de um milhão de quinhentos mil
dólares.
O rapaz sorriu e falou.
— E sabe quando quero por projeto?
— Tenho de saber se está de acordo, eu geralmente faço meus
palpites, mas passa o preço, eu transfiro para sua conta, apenas quero
parceria, não apenas dinheiro, parceria por um mundo menos quadra-
do.
— Você já executou, geralmente executamos nossos projetos,
mas só de projeto, 200 mil.
— Por projeto?
— Sim.
Pedro vai ao carro elétrico e pega o computador pessoal, abre na
conta e transfere para a conta que o rapaz falou, Pedro ouve o celular
do rapaz tocar e lhe olhar intrigado.
— Quatro vezes?
— Dois aqui e dois mais a frente, mas vemos com calma.
— Pensei que proporia em terras, não em dinheiro.
— Gostaria de um projeto, para um terreno que não se vê daqui,
entre este grupo de hotéis e provavelmente seria o prédio mais alto de
nosso país.
— Em qual forma?
— Sede da Rosa Empresas Associadas.
— Sua?
— Parte dela.
— E este anel é de verdade?
— Sim, o diamante acima tem 120 quilates de um diamante pu-
ro, de uma mina que todos querem saber onde fica.
— Transformou a entrada, pelo jeito virá outro arquiteto de su-
cesso no mundo.

226
— Quem sabe.
O rapaz olha para o anel e fala.
— O brinde?
— Parcerias certas, não tem preço.
O grupo volta, e Pedro olha para o senhor Vincent Callebaut e fa-
la em inglês.
— Podemos conversar senhor Callebaut?
— Pelo jeito tem pretensões de parceria de projetos.
— Podemos?
— Sim.
Pedro deu o caminho, Renata estava ali novamente e vão no
sentido da baia, o passar por floresta, elevada, fez o senhor comentar.
— No meio da floresta?
— Não, apenas sobre uma área de preservação de mangue.
— Preservado?
O senhor que achava que eles iriam construir se depara com a
imagem de seu projeto executado a frente, o senhor olha em volta e vê
que existia um imenso projeto, encostados uns nos outros, quando
chega a beira olha o menino.
— Sabe que tenho direito sobre este projeto.
— A pergunta, quanto?
— Acha que esta a venda?
Pedro olha o senhor, ele gostara do projeto, queria algo assim, e
o senhor queria dizer que não podia.
— Tem de entender que ideias no papel são eternas.
— Se tenho que desmontar, não precisava ter vindo senhor.
Pedro fala serio.
— Acha que tira fácil?
— Isto é flutuante senhor, preso em estruturas fixas no mangue
a baixo, eu não usei apenas seu projeto, mas a pergunta, quanto quer
para eu usar ele e seu nome, no nome do hotel?
— Meu nome?
— Hotel Rosa Vincent Callebaut.
— Está falando serio?
— Sim, por isto estamos conversando antes, e gostaria de con-
tratar um segundo projeto, para implementação do primeiro prédio
com mais de 300% de área verde, na cidade ao lado, tem de ser um
prédio de no mínimo 80 andares.

227
— Não sabe quanto custa um projeto destes.
— Já perguntei mais vezes do que me lembro.
— Mas tem algo a baixo. – Fala olhando para baixo vendo partes
construídas.
— Sim, precisava por sistemas de reciclagem e de tratamento de
dejetos, e não poderia ser fora da estrutura, já que estamos no meio de
uma área de preservação.
— Posso olhar?
Pedro índica o caminho e chegam ao elevador.
— Namorada? – Apontando Renata.
— Irmã.
O elevador abre e o senhor viu que estavam abaixo do mar, uma
sala alta, o restaurante do hotel, ele olha em volta e fala.
— Uma sala de refeição?
— Sim.
O senhor chega até o vidro e olha os caranguejos no chão do
mangue, se enterrando e olha pra as bases do local, olha atento e fala.
— Sistema hidráulico?
— Sim, o atual comporta um aumentar dos mares de até 12 me-
tros se preciso.
— Entendi a ideia, aqui não existe areia, é mangue puro.
— Sim, se colocar apenas no mangue não daria para entrarem
na agua.
— O custo de projeto está em 400 mil dólares.
— Quer além disto entrar em uma parceria com esta criança se-
nhor Vincent?
— Parceria?
— Deixar este mundo mais bonito.
— Sim, mas teria este dinheiro.
Pedro sorriu e apenas olhou a irmã.
— Consegue pegar meu notebook no veiculo.
Ela saiu e Pedro olha para o senhor e tira um anel do bolso e fa-
la.
— Este anel, estou dando aos parceiros de negocio, para fir-
marmos este acordo de crescimento paralelo.
O senhor olha o diamante e fala.
— Falso?
— Não, este diamante vale mais que o custo do projeto.

228
— Um diamante de quanto?
— Um e quinhentos.
— E está dando isto?
— Senhor, anéis de parceria e irmandade, não tem preço de
unidade, pois valem mais que seu valor monetário.
— Ela entende?
— Não, e nem precisa.
— Certo, não quer gente falando.
— Senhor, quando se fala hoje em Pedro Rosa, poucos sabem
quem é, e não precisam ficar sabendo, mas quando se falar, dos hotéis
Rosa, vamos estar surgindo com prédios bonitos em todo o mundo.
Renata chega com o notebook, Pedro pede a conta do senhor e
faz a transferência dos recursos.
Novamente Pedro ouve o celular de alguém confirmar a transa-
ção e o senhor sorrir.
— Vou pensar no projeto, e aquele na praia?
— Gostaria de propor aquilo, mas num projeto mais audacioso,
mas como sou um péssimo desenhista, apelo para os bons arquitetos.
O senhor olha os sistemas de reciclagem, os de placa de energia
mergulhadas na agua, a volta, fora do alcance da estrutura, gerando
energia, os sistemas eólicos colocados no topo dos prédios de sete
andares, o sistema de energia pela maré e fala.
— Bem mais complexo do que pensei, é bom ver um projeto
tentando ser pratico e evolutivo.
— Vamos voltar, depois mostramos aos demais com calma.
— Certo, o senhor Matias Rodes, queria falar com você.
— Não sabia se ele viria, mas já voltamos lá.
— E vão começar por onde?
— Pelo hotel ao fundo, lá na região, mas ainda conversando com
os parceiros em transformar esta cidade em um polo arquitetônico
mundial.
Renata olhava para Pedro e quando o senhor se afastou pergun-
tou.
— Está esbanjando hoje pelo que entendi.
— Pagando para poder usar os projetos, não pense que projetar
coisas assim, inovadoras é fácil.
Pedro viu o senhor Vincent ir falar com um rapaz ao fundo, e
chega até o senhor Rodes e fala.

229
— Podemos conversar senhor? – Em Castelhano.
— Pedro Rosa, juro que tentei me convencer que eras maior.
— Podemos senhor?
— Está pelo jeito acertando os direitos de uso, mas o projeto ao
lado foi vendido, não pode ser usado por qualquer outro.
Pedro sorri e o senhor foi saindo, uma secretaria veio junto e es-
tica para o senhor uma planilha.
— Mas não quer dizer que não podemos adaptar e fazer negocio
rapaz.
Pedro sorriu, parecia doido sorrir ainda e o senhor falou.
— Qual a ideia?
— Criar na cidade um polo de experiências que são referencia
mundial em arquitetura, porque aqui, por ser do lado de casa, mas a
ideia, somar parceiros, pois os Hotéis Rosa, vão se espalhar pelo mun-
do, e gostaria de ter os pontos mais incríveis para as pessoas conhece-
rem os locais.
Pedro fez sinal para o senhor entrar e viu o prospecto do senhor
e perguntou.
— Quanto custa para usar um projeto de Matias Rodes?
— Este me pagaram apenas de projeto 200 mil dólares.
Pedro pega o computador e pede a conta do senhor e faz a
transferência, o senhor olha o alerta ao celular e fala.
— Alguém de palavra.
— Senhor, eu gostaria de ter uma parceria, e oferecer um novo
desafio, para desenvolver um hotel ninho de verdade.
— De verdade?
— Para prender no topo de uma montanha, onde teríamos uma
imensa escultura de águia de 30 metros acima do ninho.
— Um prédio que poderia ser uma escultura?
— Sim.
— Um desafio?
— O primeiro de uma leva de desafios, estou distribuído aos que
quero como meu parceiro, neste projeto, um anel de irmandade.
Pedro tira o anel e o senhor olha contra a luz e fala.
— De verdade?
— Cuida que este anel é caro.
O senhor sorriu e falou.
— Acha que podemos fazer as alterações?

230
— Sim, a parte externa é desmontável, ainda não tinha o acordo.
Pedro chega a lateral e fala.
— Eu faria diferente, mas tem de ver se assinaria esta ideia.
— Qual?
Pedro aperta um botão e toda a volta da construção, uma haste
baixa sai pelas laterais, o que eram ninhos, viram uma flor, o que eram
galhos, enchem de pequenos esporos, como se fossem flores, os siste-
mas internos começam a mudar de posição e o senhor sorri.
Ma olha o prédio ao fundo ir para a cor branca de uma flor feita
de pétalas brancas, o que era um ninho vira uma flor a mais na ponta.
— Ele tinha uma alternativa para cada projeto.
— Não sei onde estou Wi, Brasil me passava uma ideia diferente,
mas o rapaz nos presenteou com um voto de confiança, isto é raro no
mundo dos negócios.
Rodes sorri e fala.
— Sim, este projeto meu escritório assinaria.
— Vou pensar em implementar o segundo. – Pedro olhando o
senhor.
— Vão inaugurar quando.
— 45 dias.
Pedro começa a sair, entra e foi ao banheiro, estava tenso, ele
olha para o espelho e fala.
— O que aconteceu Pedro?
Pedro olha Sergio ao fundo.
— Eu não estou legal, mas temos os acordos de uso dos proje-
tos, podemos inaugurara agora.
— Certo, não queria ser embargado na hora H, mas está branco.
— Vou comer algo.
Pedro lava o rosto e senta-se, pede algo e o rapaz trouxe.
Roseli olha para o menino e pergunta.
— Ele está bem?
— Não sei, não parece bem, mas fechou os acordos, vamos a
apresentação, e depois apresentamos aos demais.
Roseli chama os demais a mesa e fala.
— Bom dia a todos, estamos aqui, para erguer o primeiro com-
plexo de hotéis da empresa Rosa, para o fazer, apelamos a três escritó-
rios de Arquitetura do mundo, em parceria estamos somando o primei-
ro projeto da empresa, colocado em pratica pela empresa RR, usamos

231
projetos da Mad Architects, da DNA Barcelona e do senhor Vincent
Callebaut, somando neste complexo, que apresentaremos aos poucos,
8 complexos de hotéis, junto com o adaptar a uma área de preserva-
ção, escolhendo o explorar financeiramente com turismo, para evitar o
crescimento da cidade para áreas de preservação.
Roseli explicou com um desenho ao fundo, o que eles já haviam
visto nas holografias, e após isto, entregam aos demais o prospecto do
hotel e começam as visitas.
Pedro ao fundo olha para Renata e pergunta.
— O que tanto pensa mana?
— Como não reparei que meu irmãozinho falava outras línguas,
que teria um futuro.
Pedro não respondeu, viu Sergio chegar e tocar sua testa e falar.
— Esta um pouco febril, o rapaz vai trazer uma dipirona.
— Acho que no fundo esqueci de dormir direito.
Pedro ouve e olha em volta, mas era dentro dele.
“A primeira vez que senti o felino dentro de mim, tive febre
também, não sei por que, mas parece ser o que esta passando.” – Al-
guém na mente de Pedro.
Pedro para e pensa, transmutação deveria requerer muita ener-
gia, isto em um corpo frágil e pouco alimentado, poderia dar espaço a
uma gripe oportuna.
Vincent olha para Pedro chegar a eles e fala.
— Pelo jeito pegou um resfriado.
— Este país é bom para isto.
O senhor via que alguns fotografavam, alguns liam os prospectos
e Roseli chega ao lado.
— Ainda não sei se isto será positivo ou negativo.
— O prefeito de Guaratuba só agora está entendendo.
Ma chega ao lado e pergunta.
— Onde ficaria a segunda parte?
Pedro sorri e pede um momento e fala.
— Esta parte que verão agora, ainda está em construção, mas
devemos acelerar esta parte assim que terminarmos aqui.
Muitos olhavam o menino se perguntando quem era, mas viram
o menino e os arquitetos andarem para um túnel ao fundo, que dizia
na pedra.
“Hotel Rosa Pedra”

232
Eles chegam a parte em pedra e Ma fala olhando em volta, Wi
chega ao lado e pergunta ao menino.
— Esculpiram?
— Sim, é dentro da montanha.
Os repórteres começam fotografar, Roseli nem havia ido ali ain-
da, pensou em algo ao futuro, viu que as divisões superiores tinham
acabamento em madeira, vidro e metal, somados a pedra, os repórte-
res ficara olhando encantados e Pedro passa para a parte do lado na
entrada da cidade, alguns viram e acompanharam, Ma entendeu onde
estava a segunda parte, e olha para os dois lados do lago e olha para o
menino.
— Seu acabamento é melhor que o meu.
— Não exagera. – Pedro.
Roseli olha para o lago ainda enchendo e fala.
— Quando se fala em um complexo de hotéis, mas muitos não
entendem o trabalho.
— Verdade.
Pedro olha para Rodes e fala.
— Rodes, a ideia é algo assim, nesta montanha forjamos um
grande tronco de arvore.
Rodes olha para cima e Roseli entendeu, aquilo era uma parte,
Pedro volta para dentro, ao canto tinha um elevador, ele faz sinal para
os arquitetos entrarem, Roseli sobe e Renata se espreme e sobem.
Os repórteres viram que tinha algo para cima, e chegam ao local.
Pedro olha para as armações ainda a toda volta e fala.
— Este não está acabado, o que parece pelo, é uma espécie de
cipó, que não dá folha, então os pelos vão crescer e precisamos os
cortar com o tempo.
Vincent olha o imenso animal, esculpido, estavam no tronco,
mas a sala superior, onde tinha o restaurante, se via toda a armação do
macaco, por dentro espelhado, por fora, com pelos colocados e planta-
dos um a um, em cipó marrom claro.
Os repórteres viram que ali ainda estavam construindo.
Ma olha para o complexo de cima e fala.
— Por cima que entendemos as distancia.
Rodes olha para Vincent e pergunta.
— O que daria maior efeito natural, quando precisamos fazer
um ninho real?

233
— Ele pediu algo assim?
— Sim, com uma águia de 30 metros sobre o ninho.
O senhor sorriu e viram que o menino iria descer já, enquanto
alguns subiam, outros registravam os quartos do hotel na rocha, alguns
tentavam registrar tudo, Pedro viu Roseli explicando que a ideia era ter
varias experiências.
As perguntas pareciam de pessoas interessadas, e Sergio chega
ao lado e fala.
— Podemos trocar uma ideia?
— Fala.
— O produtor gostaria de saber se poderiam usar um dos hotéis
como locação para uma novela.
Pedro sorri e fala.
— O problema é conseguir vaga após aberto.
— Tem muita crença neste projeto.
— Sim.
Pedro olha Sergio e pergunta.
— Ele falaria com uma criança?
— Ele quer bem saber quem é você.
Pedro pergunta sem som quem e Sergio sai pela porta e Sergio
fala.
— Este é Pedro Rosa senhor Magalhães.
— O que dá o nome ao hotel?
— Sim.
— Estava falando com o seu sócio, pelo que entendi, e gostaria
de perguntar se teria como usarmos um dos hotéis como locação para
uma novela.
— O problema é qual, quando, quanto tempo senhor?
— Sabe que pode ser uma senhora propaganda.
— Sim, mas dependendo da duração, proponho o local.
— Certo, mas teria de ser uma parceria de custos, se me enten-
de.
— Sim, mas podemos fazer uma acordo formal, mas não falou a
duração desta novela.
— Uns 3 meses de gravação.
— Então teria apenas um local para propor, se topar.
— Qual?
Pedro olha para Sergio e pergunta.

234
— Seu carro está em que entrada?
— Na grama da sua casa.
Pedro sorri e grita para Renata.
— Estamos de saída.
Ela veio rápido e pergunta.
— Onde vão?
— Ver a locação da próxima novela global.
Renata sorri, mas Pedro parecia as vezes ter dor ao sorrir, pegam
um carro elétrico, o senhor falou com um dos câmeras, e os 3 outros
ficaram ali.
O senhor não entendeu, mas foram no sentido da pedreira que
tinham filmado antes, com os prédios a volta, Sergio indica o carro e
entraram nele e Sergio pergunta.
— Colocaram o elevador?
— Elevador, janelas, pintaram parte, começam a plantar a grama
na parte alta e baixa.
O senhor não entendeu, mas pegam a rua, viu que todo o trajeto
estava cuidado e com asfalto novo.
O senhor olha Sergio.
— Reformaram toda a rua?
— Fizemos um acordo com a prefeitura, não adianta atrair turis-
tas e eles não conseguirem sair do hotel.
Pedro olha os dois terrenos isolados e fala.
— As duas quadras isoladas, uma será um prédio da Mad e outra
do Vincent.
— Vai querer mesmo gente olhando para cá?
— Porque não.
Eles estacionam o carro na entrada pelas falésias em terra que
muitos chamavam de Tabuleiro, e que acabou dando nome aquele
trecho da cidade.
Então quando entraram o senhor não entendeu, pensou que
eles não levaram a serio, entram naquele hotel baixo, o senhor estava
estranhando, até ver o elevador descer, não entendeu e viu a porta
abrir no lado inverso ao que entraram e olha para a parede de vidro
para fora, olha para fora, uma queda de agua de 50 metros, olha para
onde no outro hotel era uma queda de agua, ali tinha um palco de
shows, eles saem e o senhor olha para trás e pergunta.
— Isto não faz parte daquele complexo?

235
Sergio olhou para Pedro.
— Ainda não.
— Ainda? – Magalhães.
— Se viu lá, a ligação para o complexo de entrada da cidade, é
por gruta, aqui, vai ser algo no mesmo sentido.
— Certo, mas quando vão inaugurar isto?
— Dezembro deste ano.
— E lá?
— 45 dias.
— Entendi, lá seria apertado, aqui teríamos um tempo a mais,
mas teríamos como usar, parece inacabado.
— Senhor, os vidros entram logo após toda a estrutura hidráuli-
ca, mas é que aqui não é apenas este buraco.
— Não?
Pedro caminhou, Sergio veio junto e Renata fica olhando a que-
da de agua, olha para cima e se toca que estavam em um big buraco.
Ele caminha por um corredor bem ao fundo, que olhando des-
percebido, não se via, pois tinha uma parede de rocha bem cortada de
3 metros como se fosse um biombo, eles veem os dois lados de um
buraco em subida, com lojas, não parecia estar em um buraco, eles
chegam a um terreno e veem as casas a toda volta, e Pedro fala.
— Este é um grupo de chalés para locação, mas vamos inaugurar
tudo junto, então estão livre para usar, ao fundo, a avenida que dá a
praia, estamos a calçando, colocando uma ciclovia.
Pedro olha para a montanha.
— Naquela montanha contratei um projeto para a DNA, como
não foi projetado ainda, não temos ele lá, mas teremos em Dezembro,
ao fundo, temos um hotel fazenda.
Magalhaes olha em volta e sorri.
— Olha que pensei que me ofereceria menos, está me oferecen-
do uma locação inteira.
— Tem de considerar que posso tirar o custo dos quartos, mas a
comida teria de providenciar, pois o hotel ainda não tem contratados.
— Certo, mas pelo jeito vai investir em um segundo ponto aqui.
— Sim, e com o tempo, vamos ligar naquele de lá.
— Podemos fotografar e filmar, vou propor a direção para a pró-
xima novela das 19 horas, mas vi que podemos em uma mesma locação

236
ter praia, calçadão, lojas, um hotel, casas ao campo, e um hotel fazen-
da.
— Faz uma proposta, não tenho nada contra.
O auxiliar olha para Magalhães e fala.
— Viu como passamos por baixo de parte da cidade, sem nin-
guém saber que o fizemos.
— Eles pelo que entendi, estão transformando uma área degra-
dada em algo bonito e isolando a parte de crescimento da cidade, lo-
cais que seriam mais sensíveis a problemas.
Pedro senta-se e olha para Sergio.
— Acha que é uma boa ideia?
— Não sei a bagunça que eles podem gerar?
— Sei, assim como podem gerar um quarto querido, podem ge-
rar algo odiado.
— E não vê problema nisto?
— Seria uma casa grande para que eu vivesse sozinho.
Sergio sorriu.
Roseli responde um monte de perguntas e o pessoal foi se reti-
rando, consegue um quarto para os grupos que vieram com os arquite-
tos, era uma da tarde quando eles experimentam o prato, o chefe da
cozinha olha as reações, pois era uma comida típica, própria e não
sabiam a reação.
Os rapazes chineses pediram mais um bife para o garçom e Ro-
seli olha o senhor.
— Não comi, o que acha Silvio.
— Ainda acho um prato bem básico.
— Sei disto, mas acha que gostaram?
— Todos comeram, os mariscos sobraram.
— Verifica, podemos reduzir a porção.
— Sim, eles nem sabe ser as cobaias.
— Verdade. – Roseli olhando Pedro e Sergio voltarem, o menino
senta-se e olha para Silvio.
— Vê o da casa, 3.
Pedro olha que veio com uma casquinha de siri, ele olha as me-
sas e a casquinha tinha ficado, ele experimenta e não fala nada, viu que
Sergio comeu, Renata era fresca para frutos do mar, Pedro come as
porções de Marisco, queria ver se estavam frescos, gostosos, dai veio o
bife e ele sorri.

237
Sergio experimenta e pergunta.
— Que carne é esta?
— Alcatra de dianteiro de búfalo.
— Gostoso, pensei em algo mais forte.
Pedro come as saladas e depois pede um suco e o toma. O me-
nino olha a irmã e fala.
— Pelo jeito terei alguém me seguindo o dia inteiro.
— Pensei que estaria deslocado aqui, está quase mandando.
— Eles não sabem ainda como me tratar, daqui a pouco me co-
locam para correr.
— Vai mentir descaradamente assim?
Pedro sorri debochando e sai da mesa e pede para falar com Sil-
vio.
Roseli foi com o menino para dentro.
— Problemas?
— O mexilhão está passado, temos de ter um fornecedor me-
lhor, e tens de coar melhor o siri, está gostoso, mas tem de considerar
que comer cartilagem de siri não é agradável.
— Pensei que diria para tirar.
— Tem mais siri?
— Sim.
Pedro olha para Roseli e fala.
— Siri é carne para se comer fresca, mas com tempero leve e
bem coada. – Pedro fala olhando para Roseli que fala.
— Vai ensinar o cozinheiro?
— Como falei, ainda estão me ouvindo, daqui a pouco me tocam
para a sala de aula.
Pedro pega uma luva e passa a mão no siri e o senhor viu o me-
nino em 30 segundos separar os pedaços maiores com a mão, e passar
em um coador, ele passa a luva novamente, sentindo com a mão e
depois tempera aberto na mesa.
Ele coloca uma porção de arroz branco para cozinhar, cozinha
bem, pega um por um, mistura, tempera, coloca cheiro verde bem ralo,
cebola bem rala, monta na casquinha de siri, empana apenas a parte
alta e coloca no forno 10 delas.
O senhor vê o menino tirar e esticar para ele.
— Não sei como você faz Silvio, mas eu faço assim.
Pedro encosta ao canto e olha os mariscos e fala.

238
— Quem lavou os mexilhões?
— A maquina.
Pedro olha para o mexilhão e lava ele na torneira, com uma es-
pátula, ele dispõem no forno ainda quente do siri e os mexilhões se
abrem e pré cozinham.
Ele tira do forno e o senhor olha o menino.
— Não entendi.
— Senhor, a maquina gera calor no lavar, agua quente faz os
mexilhões se abrirem, parte do gosto ruim, vem da maquina de lava-
gem.
— E este cozinheiro tem quantos anos? – Silvio sorrindo.
Pedro olha serio e fala.
— Pode parecer bobeira Silvio, mas a cozinha é uma das princi-
pais partes de um hotel.
— E como sabe disto?
— Eu era pequeno, minha mãe era responsável por um hotel de
frente ao mar em Pontal, hoje ela toca o hotel.
— Certo, sabe que fizermos as pressas.
— Não estou condenando Silvio, apenas acertando dados. – Ele
aponta a casquinha e fala.
— Experimenta a sua e a que fiz.
O senhor pega uma das deles, foi inevitável sentir a cartilagem,
entendeu onde o menino não gostou, dai ele pega uma do menino, ele
viu ele por arroz, mas experimenta e fala.
— Tenho de concordar que parece mais com casquinha de siri, e
pelo jeito o arroz ajuda no sentir da cartilagem?
— Na verdade uma previa, não custa, sabemos que nossos clien-
tes são chatos, mas ainda não montamos a cozinha.
O senhor pega o mexilhão e come um.
— Realmente sabe sobre isto.
Pedro olha para Silvio e fala.
— Se tem uma coisa que eu sou chato é com comida, embora
coma muita bobagem.
Pedro pega a bandeja de mexilhões e de casquinha de siri e volta
a mesa, Roseli sorriu e falou.
— Ele parece mais leve agora.

239
— Evitamos servir os repórter, pois não estamos ainda atenden-
do, mostramos algo incrível, e um repórter come algo errado e nos
detona Silvio.
— E pelo jeito ele tem o dom, foi simples e direto.
— Pensa naquele menino entrando em contato, para começar a
construir tudo isto.
— Parece impensável.
— Verdade, mas olha em volta.
O senhor sorriu.
Pedro pega um mexilhão e começa a comer.
— Não gostei deste dai. – Sergio.
— Estes eu fiz, estes eu como.
Sergio pega um e experimenta, sorri e fala.
— Este até o cheiro está melhor.
— Fui fazer da minha forma.
Ma chega a mesa e fala.
— Podemos conversar?
— Sim.
— Ainda não é o cozinheiro real?
— Não, tivemos de improvisar, pois esperava vocês dentro de
uma semana, não temos a parte da cozinha contratada, para ter ideia,
eu fui na cozinha fazer o meu.
— Fez estes dai?
— Sim.
— Posso experimentar, o gosto parecia bom, mas mal prepara-
do,
— A vontade.
Ma experimenta e sorri.
— Cozinheiro também?
Pedro sorri e apenas come, ele viu o rapaz comer e falar.
— O que é esta carne na casca?
— Siri, mas como tem de separar do corpo, as vezes o cozinheiro
preguiçoso não faz direito.
— E pelo jeito queria comer e foi lá fazer?
— Sim, é parte do administrar hotéis, comer neles e consertar os
erros de funcionamento.
— Esqueço que vocês no sul estão no inverno, vim preparado
para o calor do Brasil.

240
— Estamos no sul do Brasil, frio no nordeste estaria 10 graus
acima.
— Certo, mas pelo jeito faremos negocio, mas vi que pretende
implementar mais coisas, não entendi a ideia?
— Experimentar Artisticamente as tendências Arquitetônicas na
cidade. Gerar experiências, que possam virar padrão mundial, em uma
cidade pequena no Brasil que poucos sabem onde fica.
Ma pega a segunda casquinha e Silvio olha ao longe e fala.
— Ele sabe o que os demais não gostaram.
— Vou ter de verificar onde está a mãe do menino, pois se ele
sabe perceber algo assim, a mãe dele pode nos ajudar a ter a qualidade
que precisamos.
— Concordo, iria indicar uma moça em Pontal do Paraná, mas se
a mãe do menino faz, podemos tentar antes. – Silvio.
Silvio nem sabia que estava falando de Maria Cecilia, a mãe do
menino.
Pedro come um pouco e fala, o falar cantonês, estabelecia o fe-
char da conversa.
— A ideia pode parecer simples Ma, mas é complexa, pois é ba-
seada em um país que tem tudo para dar certo, mas faz esforços pes-
soais incríveis para dar errado.
— Resistencia?
— Pensa numa empresa se propor a calçar toda uma cidade, e
os políticos quererem ganhar para não atrapalhar isto.
— Complicado, mas não parou para discutir.
— Nem vou.
— Não parecia bem mais cedo.
— Não dormi, tenso, meu primeiro contato com vocês, apenas
de manha o corpo resolveu dizer que não estava legal.
— E o que se faz nesta cidade?
— Ainda quase nada, pois não inauguramos muita coisa, e toda a
estrutura está em montagem, para dentro de 15 dias, começar a con-
tratar, semana que vem somente no complexo do outro lado, teremos
de montar mil camas, parece pouco, mas tudo quando dimensionado
em tempo apertado, parece corrido,
— Qual a técnica usada para esculpir a cidade.
— Teria de falar com a parte técnica, para ser sincero, eu pro-
pus, a gruta existia, foi de exploração de ouro, este que tens ao dedo

241
saiu de lá, mas a técnica de transformar uma mina em uma cidade, vou
verificar.
O rapaz termina de comer a segunda casquinha e fala.
— E cozinha também?
— Eu ainda estou conversando sobre a ideia, se reparar a comi-
da pode não ter sido preparada a altura, mas a ideia está ai, algo que se
produza na região, que seja único, e que nos gere retorno, então co-
meçamos com a entrada de mexilhões, eles erraram no preparo, junto
com as saladas, preciso de um acompanhamento para o tomate reche-
ado com queijo de búfalo, estou pensando ainda e alcatra de dianteiro
de búfalo, temperado ao conhaque de gengibre, acompanhados por
uma aguardente de banana ou sucos naturais.
— Um prato especifico, para marcar o local?
— Uma ideia, pois ainda não estou produzindo isto, mas vou
produzir quase tudo disto na região.
— Sabe que abraçar tudo é sempre arriscado.
— Má, o que eles não entendem, eu estou investindo aqui, o
que ganhei aqui, eles podem não ter visto, mas é a forma de fazer no
Brasil, imobilizar ganhos, para não perderem valor.
— Certo, mas gostaria de olhar a obra dos meus projetos, po-
demos comandar algo, sei que é meu nome que está ali.
— Não tenho nada contra.
— Não entendi a ideia de Rodes?
— Ele havia feito um projeto que era fixo, em raízes que forma-
vam ninhos, mas a minha ideia ali, é flores, que vão estar como flor na
primavera, fruto no verão, perder as folhas no outono e inercia no
inverno, se protegendo do frio.
— Vai implementar os parques temáticos?
— Sim, não entendo ainda toda a ideia, pois a estou montando,
mas sintam-se a vontade em fiscalizar o projeto.
Pedro olha para o prato vazio e sorri.
— Hora de tentar paz em casa, mas sintam-se a vontade.
Pedro se despediu e olhou para Roseli.
— Como acha que foi o dia Roseli?
— Proveitoso.
Pedro sente a irmã chegar a ele e passar o braço no dele e Roseli
fala.

242
— Acha que sua mãe concordaria em fiscalizar como as coisas
estão, disse que ela faz isto.
— Em um hotel em Praia de Leste.
Silvio olha Renata e pergunta.
— Você é filho de Maria Cecilia Guerra por acaso?
— Conhece minha mãe? – Pedro.
— Falava cedo que se não tivessem alguém para o cargo, conhe-
cia alguém na Praia de Leste. – Silvio.
Pedro sorriu e olhou para Roseli.
— Tem de convidar ela Roseli, eu não quero impor isto.
— Certo, mas tem o contato dela?
— Sim, lhe passo por mensagem.
Silvio sorriu e Pedro olha a irmã.
— E veio para cá como?
— Sabe como.
— Não tenho bola de cristal Renata.
— Nosso pai disse que viria para cá e perguntei se me deixaria
na cidade, para falar com umas amigas.
— E vai me seguir o dia inteiro?
— Não sei como voltar.
— Quer o numero do seu pai?
— Ainda é cedo.
— Tenho de falar com algumas pessoas, e nem sempre será im-
prensa para todo lado, gosto de não ser visível.
— Imagina se gostasse de ser visível.
Pedro olha Roseli e fala.
— Marca com Sergio no fim do dia, aqui, quero falar com os dois
e ver o que faremos referente aos hotéis.
— Acha que conseguimos inaugurar mesmo em 45 dias?
— Amanha saberei, em 45 dias, estarei já em aula e terei de
marcar a inauguração para um Sábado ou Domingo.
— E pelo jeito quer ajeitar as coisas antes de voltar.
— Sim.
Pedro olha para o carro elétrico a frente e fala.
— Vou quebrar a lei.
— Quebrar a lei? – Roseli.
— Dirigir um carro elétrico nas ruas.
Roseli sorri e fala.

243
— Só vai com calma.
Pedro passa para a parte de fora, ele chega ao carro, Renata se
apresenta ao lado, ele atravessa a montanha, desce pelo lado da outra
pedreira.
Entra em casa, pega uma blusa, dois objetos no cofre, volta ao
veiculo e atravessa para a rua, atravessa a cidade até o calçadão, tira a
chave e estaciona ali, caminha até a beira da praia e olha Gerson to-
mando uma cerveja e senta-se olhando o garçom e falando.
— Dois refrigerantes.
Gerson olha o filho e fala agressivo.
— Veio se gabar?
— Do que me gabaria senhor Gerson.
— Ter me passado a perna e pelo jeito conseguido aliados pode-
rosos, vi gente da cidade me virar as costas por sua culpa.
— Eu não vivo pelo dinheiro, eu não consigo gastar o que ganhei
pai, por mais que consiga, mas não entende, não é a quantidade que
vale, é o saber o que fazer com isto, acabam de falar em indicar Maria
Cecilia para o hotel, apenas porque o filho dela, sabe organizar coisas
como um prato a cozinha, e aprendi com ela, e olha que quase nada na
vida aprendi com meus pais.
— E o que veio fazer aqui?
— Perguntar se tenho uma casa em Curitiba, ou terei de transfe-
ri minha matricula para Matinhos, pois ainda estou esperando meu pai
crescer, eu apresentei uma ideia, tive de abrir mão dela e ampliar par-
cerias, pois meu pai venderia a ideia, para não ter de por a mão na
massa.
— E veio pisar?
— Cresce pai, eu não posso crescer por você.
— Eles não querem lhe sabotar.
— Para que me sabotar pai, isto que não entendo, tem de fazer
como todos a volta, passam a perna no vizinho, por inveja, não por
outro motivo.
Renata olhava Pedro, não entendia, mas sabia que ele estava se
posicionando, viu ele falando com o rapaz chinês, por mais que tentas-
se não entendeu nada.
Ela olha o pai, alcoolizado, poucas vezes vira ele naquele estado,
parecia bem diferente do que imaginava daquele senhor.
— E não ajudaria o próprio pai.

244
— A pergunta, quer ajuda?
— Tenho uma divida de jogo.
— Tem de começar a não mentir pai, e não vou lhe explicar que
saberia que está mentindo independente de saber que o senhor que
você devia, está morto, morreu no próprio cassino, segundos antes do
senhor chegar lá, está em todos os jornais.
— Defendia meu trocado lá.
— E perdia fortunas também.
— Não tenho certeza que queimou todos o cheques pré-datados
que eles tinham de mim.
Pedro abre a carteira e pega um maço de 10 cheques e coloca
sobre a mesa e olha o pai.
— Estes?
Gerson olha os mesmos e fala.
— E como teria eles?
— A pergunta continua de pé, quer ajuda ou quer voltar a fazer
de conta que faz algo pai?
— Mas...
— Ofereci uma forma de ajudar, o senhor torrou tudo, me es-
pancou para dizer, faz e fica quieto, era só não atrapalhar pai, você fez
questão de ser o animal e não o racional lá.
— Acha que...
— Quer que os demais vejam pai, o que já mostrei, queria ver se
o senhor chegaria ao limite máximo, eu não reagi para isto, não por
outro motivo, mas a partir de hoje, vai ser como com a mãe, bateu, vai
ter volta, na mesma força.
— Você está me pondo medo.
— Então exijo respeito, ainda está ai tentando alguém para me
sabotar, aquele Betão, se tentar o que pensou, vai ter problemas sérios
pai, mas ele eu não me preocupo, pois covardes fora da família, eu não
dou uma segunda chance.
— Geraldo era...
— Era..., realmente um verbo no passado pai, esquece ele.
Renata olha para Pedro, não sabia de quem estavam falando e
pergunta.
— Não estão falando alto de mais?
—Não, com certeza ele já falou coisas piores por ai. – Pedro.
— E vai voltar para casa? – Gerson.

245
— Se tiver uma casa, pois fala que ganhava um dinheiro lá, mas
eu paguei 8 meses de aluguel atrasado, um ano de condomínio, agua e
luz de 3 meses, se isto é ganhar a vida, o que é perder pai?
— Paula saiu de casa.
— Sim, você se meteu com gente barra pesada, eles foram lá
apenas dizer não fala nada, ela se assustou, pois eles poderia a ter ma-
tado, e nem estaria sentindo-se culpado pai.
— Ciça não quer mais nada comigo.
— Pai, ou cresce ou não terá gente ao lado, você está aqui ten-
tando sabotar uma empresa, não um pirralho, esta empresa vai gerar
mais de 30 mil empregos diretos até dezembro, depois deve gerar para
manter o funcionamento mais de 6 mil empregos, o ano inteiro em
uma cidade que não tem nada que gere isto em emprego.
Renata olha para as pessoas olharem para a mesa, sabia que to-
dos estavam falando desta empresa, pois mesmo em Praia de Leste
estavam perguntando-se sobre a empresa.
— Tem gente que não gosta da ideia. – Gerson.
— Sim, gente que quer ganhar sem fazer nada, apenas para não
atrapalhar, mas estes pai, a empresa desvia, quando as imagens do que
estão criando estiverem amanha em todos os sites especializados, mui-
tos vão vir olhar, muitos vão se perguntar se querem vir para cá, mas
quando se fala em 6 mil empregos, é porque não entendeu pai, aquilo
que viu, não vai gerar mais de mil empregos.
— E como pode coordenar algo assim?
— Não posso, sou uma criança, queria por a família ali, mas meu
pai, me diz que a ideia é boa num dia, a vende para aquele assassino do
Geraldo Souza no dia seguinte.
— Ele sumiu.
— Sabe bem onde ele está pai, disse para sair.
— E não vai se complicar com isto.
— Teriam de abrir cada metro quadrado de lá, para achar algo
pai, e lhe garanto que o buraco teria de ter mais de 10 metros em ro-
cha para acharem algo.
Renata entendeu, Pedro estava falando lentamente, pois se via
que Gerson estava bêbado, mas falar em mortes, fez alguns desviaram
o olhar novamente, como se não estivessem mais ouvindo.
— Ele me pagaria um bom dinheiro.

246
— Lhe passei mais do que ele ofereceu e torrou em uma noite
pai, alguém inteligente, mas que parece ter esquecido que a vida é
para ser vivida.
Pedro olha para aquele grupo entrar no bar, estavam olhando
em volta e Renata fala.
— Vamos a complicação.
Gerson olha a moça e pergunta.
— Quem é a gata?
— Patrícia Reis, vive a dois anos em São Paulo. – Pedro olha a
perna dela e Renata acompanha a vista e sorri.
— Parece saber quem são as peças.
Gerson olha para onde Pedro olhou e fala.
— Alguém bonita e armada.
— O pai dela oficialmente é um dos mandantes das mortes en-
comendadas vindas de Minas, ela se afastou, mas não sei o que ela faz
aqui.
Gerson se ajeita a cadeira e fala.
— E não vai ajudar?
— Perguntei duas vezes isto, mas a pergunta, quer ajuda ou es-
mola, pois dinheiro dado para torrar, é esmola.
— E o que seria uma ajuda?
— Pai, alguém vai ter de assumir aos poucos o que Geraldo tinha
em Minas Gerais.
— Mas...
— Pai, ele pagava mortes pois ele não tinha como explorar nas
terras dos Oliveira, se eles estivessem por perto ou olhando, mas as
explorações continuam, mas tem de ver se quer, se tem estomago para
isto.
— O certinho querendo algo ilegal?
— Pai, acho que não me entende, mas eu não pretendo sair
dando dinheiro, não pretendo sair torrando dinheiro, não pretendo
mostrar minha cara, mas alguém tem de assumir, e tem de decidir se
quer.
— E veio me propor isto?
— Soube que uma moça estava perguntando na cidade onde en-
contrava e quem era este menino, Pedro Rosa, vim a um lugar aberto e
publico.
— E o que vai falar?

247
— Tem de decidir se está dentro ou não pai.
Pedro olha para o garçom e fala.
— Tem um café forte para ele?
O senhor sorriu e Pedro olha para aquela moça chegar a mesa e
falar.
— Poderia me confirmar uma coisa menino?
— Sente-se moça, se não me engano, Patrícia Reis?
— Me conhece?
— Nem todas as peças históricas são tão bonitas.
— Históricas? – Gerson.
— Bisneta e um traidor. – Pedro.
A cara de revoltada de Patrícia foi retribuída com um sorriso sí-
nico.
— Pelo jeito bem informado, mas estou aqui como uma repór-
ter.
— Poderíamos conversar antes de por mais pessoas a mesa mo-
ça.
— Assunto?
— Organizar as coisas em Minas, pois o que ninguém fala, é on-
de Geraldo Souza está, ele e a sobrinha neta e 12 seguranças sumiram
e ninguém sabe onde está, a pergunta, quem fez o serviço que todos
queriam fazer, e como podemos silenciosamente tomar um império,
pois nada que ele fazia estava em seu nome, mas pelo que entendi, ele
tirava e vendia, mais de um milhão de reais dia em ouro.
Gerson olha o garçom trazer o café, entendeu finalmente o que
o menino estava pensando, pois ele estava pensando em 20 mil reais,
no máximo vender um terreno por um milhão, e o menino fala que
aquele senhor, tirava em ouro, o montante que achou muito por dia.
Pedro falou para ver a reação e viu a moça sorrir.
— Olha que pensei que era apenas propaganda que achou algo
em Minas, e o senhor Geraldo pagou sua morte.
— Ele não entende sobre meu mercado lá moça.
— Seu mercado?
— Se não me engano, Geóloga?
— Sim.
Pedro pega uma caixinha do bolso, onde havia colocado um dos
diamantes brutos, quando passou no cofre, pega ele e fala.

248
— Este é meu mercado em Minas, mas isto, ninguém sabe ainda
moça.
Renata viu ele passar para ela a caixa e ela abre a caixa e olha o
diamante ainda sem lapidar, olha contra a luz e olha serio o menino.
— Quantas gramas?
— Se reparar este ainda não foi lapidado ou separado, mas ai
tem mais de duzentas gramas de Diamante tendendo ao azul água.
Patrícia olha para o menino.
— E acha que vale a pena mexer com os Souza?
— O problema Patrícia, é que o sistema dele esta funcionando,
mas ninguém está olhando, pois ele mantinha os 3 pontos atuais de
exploração em segredo, sei que ninguém está olhando ainda, e estou
tratando com você, não com seu pai.
— Porque?
— Dizem por lá, isto é fofoca, não sei se é real, que você seria
uma das herdeira dos Oliveira.
— Minha mãe não era Oliveira.
Pedro sabia disto, e fala secamente.
— Não falei de sua mãe.
Patrícia olha Pedro seria e fala.
— E pelo jeito andou me investigando.
— Muito do que acho saber, sei ser informação errada, mas é
que se apenas uma delas for real, é um bom investimento.
— Certo, está procurando diamantes, mas não se negaria a ex-
plorar ouro.
— Não tenho ainda algo que me gere o que o senhor Geraldo ti-
rava por dia.
— Certo, e quer algo lá e sabia que estaria aqui.
— Eu lancei a noticia que os nomes viriam a cidade, sabia que
alguém em São Paulo, em uma empresa de Designer desde que saiu de
Minas, por uma briga com seu pai, viria com certeza a cidade.
— Uma isca?
— Uma propaganda gratuita.
— Certo, e quanto investiu naquelas construções ali?
— Duas pedras destas apenas.
A moça sorriu e olhou a pedra.
— E tem mais delas?

249
— Pensa você fazer um buraco, para verificar amostras, e virar
alvo do senhor Geraldo apenas pelas amostras que saíram de Minas.
— Isto foi na amostra?
— Sim, mas como tenho de acalmar antes de voltar a furar, pois
não quero gente olhando, imagina como estou com urticaria ultima-
mente.
— E o que aconteceu com o senhor Geraldo.
— Subiu no telhado.
Patrícia olha em volta e fala.
— Certo, subiu no telhado, mas e aquela sobrinha neta?
— No mesmo telhado com 12 seguranças.
— E não tem medo de falar isto?
— Não fiz nada ainda, não dei um tiro sequer, mas acontece al-
guém tomar suas dores.
— Certo, mas então tudo isto é apenas propaganda?
— Vou ceder a sede que montei de um outro hotel para a pró-
xima novela das 19 horas da Globo, mas lá inauguramos apenas após o
fim da novela.
— Outro lugar?
— Quer ver por si?
— Posso levar os amigos?
— Sim, lá conversamos melhor, mas o que falei é entre nós Pa-
trícia, estou tentando convencer meu pai a entrar nisto, mas ele quer
continuar na ninharia.
— Acha importante isto?
— Patrícia, sei que um sistema criado por senhor Geraldo, está
vendendo mais de um milhão e seiscentos mil reais de ouro dia, está
em funcionamento, mas este dinheiro, não está indo para uma conta
que podemos gastar, pois se abrir que ele morreu, começa a guerra,
então temos de descobrir onde, e após isto, conseguir mudar a conta
de deposito, sem espalhar, sem propagar isto, se perguntarem inicial-
mente, viajou para a Europa com a sobrinha, todos sabemos o que vão
falar e comentar.
— Certo, sabe que está em funcionamento, mas não tem como
ter acesso ao dinheiro, e se continuar assim, é um dinheiro perdido,
seria isto?
— Sim, é isto.
— Vou lá falar com eles, ele está bem para dirigir?

250
— Estou com um carro elétrico da empresa mais a frente.
— Vi que o investimento foi maior do que falou.
— Patrícia, uma pedra destas, eu conseguiria fácil, 3 milhões de
dólares, não investi 6 milhões ainda.
Patrícia para na frase, um investimento de 12 milhões de reais,
isto que os demais não viram, o dinheiro.
A moça sai da mesa e Gerson olha o filho.
— Está falando serio, abriu com uma desconhecida.
— Uma pessoa que conhece os pontos, que faz parte da historia
daquele estado, e que pode me abrir algo que pode fazer com que eu
crie minha mineradora em Minas Gerais.
— Acha que não falou muito? – Renata.
— Não, pois o ouro e diamante que tirei, foi neste estado, não
lá, pois não teria como comprar antes, pois o senhor Geraldo estava
olhando.
— Mas ela ficou impressionada. – Gerson.
— Mulheres e diamantes, não entendo esta combinação ainda. –
Pedro pedindo a conta, colocando uma nota de 100 a mesa.
— Vamos.
— Vai onde?
— Tabuleiro.
— Mas...
— Eu quero uma especialista em ouro, para uma parceria, e não
pode ser visível.
— Não entendi.
— Sei disto senhor Gerson Rosa, mas toma mais um café e va-
mos. – Pedro guardando a caixinha de novo.
— Anda com uma fortuna no bolso. – Renata.
Pedro se levanta e começa sair.
Os rapazes viram o tamanho da criança e sorriram.
Gerson foi pegar o carro e falou que os encontrava, Renata passa
o braço no do irmão e pergunta.
— Tem namorada?
— Somos irmãos mana.
— Mas tem um diamante de 3 milhões de dólares no bolso.
— Se controla.
Renata sorriu, os repórteres entram no carro e viram o menino
sair com o carro elétrico, eles o seguiram, estranharam o caminho e

251
quando param, sempre a mesma reação, mas Pedro faz sinal para en-
trarem e começam a descer e Patrícia olha para o local e fala.
— Um novo investimento milionário?
Patrícia olha para os repórteres que foram filmar e fotografar e
Pedro pergunta.
— Muito tempo sem fazer estudos geológicos Patrícia?
— Porque?
— Lhe mostrar o que trouxe Geraldo para cá.
Patrícia olha o menino e ele entra e foram para aquele auditório
esculpido, olha para cima, algo diferente, mas ele afasta um biombo e
as luzes se acendem, ela olha a formação e chegam ao fim de uma
parede e ela olha a marca de quase 90 centímetros que pareciam ouro.
Patrícia olha para a parede, Renata não entendia o que era aqui-
lo, mas a cor induzia a ouro.
— Está dizendo que está explorando aqui?
—Quando se vende um ouro, e alguém dá o serviço, as pessoas
vem olhar.
— E vai até onde?
— Começava a 20 metros de profundidade naquele sentido. –
Pedro apontando para o sentido do grande buraco.
— E tirou daqui o investimento?
— Daqui e da pedreira dos prédios, lá na outra pedreira.
— Mas lá parece calcaria a parede.
— Toda a parede lá, é revestida de pedra calcaria.
Patrícia olha o menino e sorri.
— E vai montar hotéis nos buracos que abriu para tira ouro.
— Daqui sim.
Ele começa a sair, sabia que seu pai chegaria em breve e olha
para a irmã.
— Isto é um segredo, que nem o pessoal do hotel sabe, então
que nosso pai não saiba também.
— Pelo que entendi, está com uma mina de ouro e uma de dia-
mante que ninguém sabia existir.
— Pensa, nosso pai iria vender para o senhor Geraldo a mina do
hotel, mas o senhor Geraldo chegou ao lugar, olhou como Patrícia,
vendo uma formação calcaria e perdeu o interesse.
Patrícia sorriu e perguntou.
— E isto vai ser usado como cenário de novela?

252
— Sim, mas ainda não fechamos, não tenho certeza de que após
fazerem uma reportagem sobre isto, eles vão manter o interesse.
— E não se preocupa?
— Moça, eu não tenho tamanho para me preocupar.
— Pelo jeito não confia em seu pai e vai o colocar nisto.
— Sim, mas não vale se apaixonar por aquele traste. – Pedro.
Patrícia olha para Pedro, ela não induzira que olhara para o se-
nhor e estranha.
— Algo lhe passa desapercebido?
— Muita coisa, mas mantem a arma na perna para urgências.
— As vezes parece me conhecer mais que os repórteres que
trouxe junto.
— Tem de entender, que mesmo eu, estou descobrindo as coi-
sas, e as vezes, falo para descobrir reações e saber se minhas ideias não
estão erradas.
— Pelo jeito aquele projeto é o inicial?
— Meu primeiro grande projeto, que se funcionar, teria dinheiro
pela vida inteira.
— Não entendi. – Renata.
— Mana, a conta é simples, são dois mil quartos, que o preço
básico, menor, é de duzentos reais a diária, considerando que se ape-
nas encher ele nos 3 meses da temporada, isto me geraria 36 milhões
de reais, mas o manter da estrutura, me custa 6 milhões ao ano, com
impostos e tudo, então seria ter 30 milhões ano, para viver e reinvestir.
— Mas e o investimento? – Patrícia.
— Seria pago pelo primeiro ano de funcionamento.
— Certo, pensas como um empresário, mas e se não encher?
— Vou dormir em um quarto diferente por dia por 5 anos e
meio.
Patrícia sorriu.
— É serio menino.
— Dai acelero a tirada do ouro e tento em outro lugar.
— E quer chegar a quanto?
— Nem ideia ainda Patrícia, sou uma criança, talvez não tenha
percebido isto.
— E o que tem de incrível aqui?
— Ainda tudo em construção. – Pedro foi apresentando a ideia,
e chega a parte externa e apresenta o local para a moça.

253
— Tá podendo mano.
— O pai foi fazer algo, espero que não tenha pago para fazerem
merda de novo.
— Merda?
— Me matar.
Patrícia sai com os rapazes, e Pedro viu que seu pai não chegou,
estava ficando cansado e pergunta para a irmã se não iria para casa e
viu ela fazer que não.
Pedro foi para casa, ele estava cansado, pediu um momento e
subiu, guardou o diamante no cofre, pega uma toalha.
Pedro estava ao banho quando sente alguém lhe abraçar pelas
costas, estranha assustado.
— Calma maninho.
Pedro olha para os olhos da irmã, tentado evitar olhar seu corpo,
sentiu que ela estava nua, e fala.
— Não é certo Renata.
— Não seja careta maninho.
— Eu...
— Eu faço com carinho.
Pedro estava recuando e encosta na parede, viu a irmã o beijar e
tenta não retribuir.
Sente ela segurar sua mão e colocar sobre seus seios e falar.
— Para de ser bobo mano, eu sei me cuidar.
Ele sente ela tocar nele e mesmo querendo que seu corpo na se
excitasse, sente ela lhe masturbar, ele parecia deslocado e sente ela lhe
beijar o pescoço e falar.
— Eu tenho calma com meu irmãozinho.
Pedro ainda estava pensando que o dia não acabara.
— Não estou lhe entendendo mana.
Pedro pega uma toalha e começa a secar-se.
— Vai fugir de mim?
— Não sei fazer isto ainda.
— Lhe ensino.
— Meu dia não acabou ainda.
— Eu espero você voltar.
Pedro a olha e fala.
— Porque Renata?

254
— Sempre procurei alguém para sair de casa, agora descubro
que o meu irmãozinho é o dono de tudo a volta.
— 25% disto.
Pedro sai do banheiro e coloca uma roupa e pergunta.
— Não vai colocar fogo na casa?
— Não, mas não vai me escapar na volta.
— Maluca.
Pedro se perfuma, escova os dentes e sai no sentido do hotel
que os demais estavam.
Pedro olha para trás e fica pensando em como escapar daquilo.
Descobrira que sua irmã era mais maluca do que ele pensava.
Ele chega e olha para Sergio e Roseli, foram ao escritório do lo-
cal, Pedro ainda estava tentando se recompor.
Um rapaz o entrega um recado.
— O que queria conversar. – Sergio.
— Teria como comprar 3 terrenos amanha em Minas Sergio.
— Achou algo a investir.
— Um milhão e duzentos mil em terrenos.
— Mudando a abrangência?
— Não, mas sei que se vamos fazer algo, tenho de acelerar antes
das aulas.
— E pelo jeito quer comprar terras.
— Duas a beira do Rio das Mortes e um em Bichinho.
— Motivos?
— Investir, sei que estranham, mas é que agora posso comprar
os três terrenos.
— Por quê?
— Não tinha este dinheiro antes.
— Certo, tem um senhor na entrada querendo falar com você,
disse que quando chegou no Tabuleiro o segurança falou que já tinha
ido.
— Já vou tentar chamar meu pai a lucides Sergio, mas enquanto
distraio alguém na cidade, precisava que tentasse comprar os 3 terre-
nos.
— De quem são eles?
— Homero Reis.
— Alguém especial?

255
— Não, apenas eu uso termos para confundir, para por as pes-
soas na defensiva, eu prefiro vocês desconfiando Sergio, mas eu dei –
Pedro tira duas caixinhas dos bolsos – para cada parceiro, um anel de
parceria, estes, para mim não tem preço, e tem de entender, que todos
que se tentarem a vender eles por dinheiro, eu vou considerar fora do
acordo.
Roseli olha o anel, olha o diamante e pergunta.
— Dos caros?
— Sim, um anel de mais de um milhão de dólares.
— E nos presenteará por quê?
— Eu os quero no grupo, sócios, lembram disto?
— E vai chamar outros para dentro?
— Sim, mas o motivo do meu estruturar ainda não sei qual é,
mas tem de ver que algumas coisas não falo, parece maluquice.
— Maluquice? – Roseli.
— Saber coisas que não me parecem fazer sentido, e que toda
vez que falo, passo por maluco.
— Como?
— Outras existências paralelas, isto é maluquice a todos que não
conseguem ver.
— E porque isto seria importante?
— Me permite puxar algo de lá para cá, surgir como encanto, e
todos vocês me olham como um ser estranho.
— Certo, sabemos que se dividir os metros quadrados construí-
dos por segundos após a compra, serão quase 20 metros por segundo,
impossível diriam alguns – Roseli olhando o anel, e desviando a vista a
tudo em volta – mas está a volta.
Pedro a olha e sorri.
— Não sei quem me falou isto, mas impossível é algo perto do
Eterno, de Deus, enquanto não estiver nele, e não acho que fiz algo
impossível ainda, ainda estou procurando o meu Deus.
Pedro alcança os endereços para Sergio, e este pergunta.
— Ainda pagando a corretagem?
— Lógico, ninguém trabalha de graça.
Roseli olha para Pedro.
— Liguei para sua mãe, não sei porque não quer dizer que é uma
indicação sua.

256
— Ela tem de entender que o que vocês estão querendo é a
competência dela, não o fato de ser minha mãe.
— Certo, mas ela deve chegar após as 10.
Pedro olha para a parede ao fundo, pensa em achar um relógio
com os olhos, puxa o celular e olha a hora, e fala.
— Então deixa eu acelerar.
Roseli coloca o anel e fala.
— E pelo jeito está formando uma irmandade.
— Se eu tiver uma sociedade melhor a volta, já me contento.
Os dois olham para o menino saindo e Sergio fala.
— Deixa eu ligar para o aeroporto e marcar um voo amanha ce-
do.
— Pelo jeito ele ainda está correndo.
— Ele caminha, colocando todos correndo a volta.
Pedro chega a entrada e fala para o segurança.
— Já volto.
O rapaz olha o menino, muitos estavam estranhando aquela pe-
quena criatura no meio de todos.
— Não vai me mostrar esta parte?
— Ai não é mais meu, um pai me fez fazer acordos que se não o
tivesse feito, teria perdido tudo, mas sei que ainda foi melhor.
— E vamos onde?
— Falar com alguém que você conhece, não entendi o recado
ainda, mas vou tentar não me meter em encrenca.
— Onde?
— Calçadão de Matinhos.
— Mas...
Pedro caminha até o carro do pai, e fica olhando ele.
— Não vai explicar?
— Ainda não me convenceu que vai fazer as coisas certas pai.
— Mas pelo jeito quer passar aquele velho para trás.
— Sim.
Gerson dirigiu e pararam ao calçadão, Pedro olha em volta e vê
um senhor sentado em uma lanchonete, olha em volta e caminha até
lá.
Gerson olha Joaquim Moreira a lanchonete e fica ao carro.
Pedro chega a mesa e olha aquele senhor, os seguranças e para
a moça ao lado e pergunta.

257
— Não entendi o recado senhor?
— Seu pai me deve um dinheiro.
Pedro olha o senhor, parte das dividas ele teria as promissórias,
o senhor vendeu para o dono do cassino, então teria de saber se eram
estas dividas.
— De quanto é esta divida?
— Duzentos mil reais.
— Ele pelo jeito vai pagar com a vida, pois ele nunca vai conse-
guir economizar isto.
— Sabemos que você andou se dando bem menino, como filho
dele, eu estou transferindo a divida para você e vou lhe cobrar.
Pedro olha em volta e gargalha, era provocação.
— Não tem graça menino.
Pedro olha para todos e fala alto.
— Tem sim, 10 seguranças senhor Joaquim Moreira, para cobrar
uma criança, me disseram quer era um homem e não um rato.
Moreira põem a mão na arma e fala.
— Se não pagar eu apago os dois.
Pedro abriu os braços e falou.
— Estou aqui covarde, atira.
A moça ao lado olha para Moreira e fala.
— É uma criança Joaquim.
— Ele passou Geraldo para trás, ele tem dinheiro.
— Eu matei Geraldo Souza, não o passei para trás. – Pedro en-
carnado o senhor, ainda de braços abertos, falando atira.
Moreira viu que a policia estava ao fundo e recolheu a arma e fa-
la.
— Vou lhe dar...
— Consegue as promissórias primeiro senhor Moreira, você sabe
que as vendeu, coisa de bandidinho de quinta, cobrar uma divida que já
vendeu a outro, apenas por saber que o outro está morto, consegue
algo que me prove a divida, e se tem medo de mim, você é uma enga-
nação.
Pedro estava provocando, o senhor olha para os seguranças e
Pedro fala.
— Não os mate como Geraldo fez senhor Moreira, não sou de
ter pena de quem vendeu uma divida achando que não tinha como
receber, e agora que o outro morreu, vem novamente sobre o devedor.

258
— O que você fez menino, que parece saber onde estavam as di-
vidas?
— Digamos que sou um aliado dos amigos, um pesadelo aos
inimigos, e pior, dizem que tenho a sorte de meu pai, referente a aten-
tados contra sua vida, mas não sua sorte financeira.
Moreira sabia que os policiais estavam vindo, olhando os de-
mais, passam pelo carro de Gerson ao fundo, o senhor pediu os docu-
mentos, Gerson os mostrou, vinham revistando e procurando algo.
— Vou conseguir as provas desta divida, e vou lhe cobrar.
— Só mostra que é um falido e péssimo cobrador Moreira, mas
se vier com 10 seguranças da próxima vez, melhor comprar os caixões
para eles saírem da cidade da próxima vez.
— Acha que temos medo de uma criança. – Um segurança segu-
rando o ombro de Pedro, ele toca no peito, da um passo a frente e
pega a arma do senhor a cintura, atira nas duas pernas, coloca a arma a
cintura dos rapaz, fica as costas do rapaz e bate no peito novamente.
Moreira olhava o segurança chegar as costas de Pedro, ouve ele
falar e parece que o menino some, se ouve os dois tiros quase que
instantaneamente e ouve Pedro olhar para ele.
— Não me force Moreira, tirar minha mãe da inercia.
Pedro olha o segurança caindo, a polícia armada chegar man-
dando todos encostar a parede, o menino ficou para fora, e Moreira viu
o segurança com dor nas pernas, os demais não entenderam, Pedro sai,
a polícia desarma todos e Moreira vê o menino entrar no carro ao fun-
do e sair.
O segurança ao fundo pergunta.
— Como ele fez isto?
— Esqueci que não era Gerson o problema, e sim a mãe do me-
nino. – Fala ele olhando em volta.
— Quem seria a mãe dele.
— Nas florestas de Angola a chamavam de Sombra da Floresta, e
ela era quase do tamanho dele quando fez a sua fama.
— Mas...
— Ele sabia que havia vendido a divida, quem deu o serviço?
— Não pode ter sido o senhor Guedes, ele pode ter tentado co-
brar o senhor Gerson.

259
— Aquele eu não consigo ainda pressionar, mesmo conhecendo
um dos Rosa em Brasília, o avô deste dali é dos mais complicados para
mexer.
— E vai mexer com o neto?
— Não pensei muito, mas sei que nem eu vi o movimento rápido
do menino, ele pode ter a agilidade da mãe, esqueci deste ponto.
— Acha que nos devolvem as armas?
— Já resolvemos isto.
Pedro chega ao carro e fala.
— Como pode dever 200 mil para alguém pai, não tem nada pa-
ra gerar garantias a este nível.
— Ele queria lhe cobrar?
— Ele sabe que você não tem nada pai.
— E o que faz ali?
— Apenas alertei ele, para nos deixar quietos.
— Não sabe com quem está mexendo filho.
Pedro olha o pai.
— Não fui eu que fiz a divida pai, foi você.
— E não vai me ajudar?
— Pai, eu sei de um fato que ele vai negar, piamente.
— Qual?
— Ele vendeu a divida sua para o senhor Guedes.
Gerson olha o filho e brada.
— E iria lhe cobra mesmo assim?
— Vai tentar até lhe cobrar, pois ele sabe que queimou tudo lá, e
que o senhor Guedes morreu, será a palavra dele contra a sua, então
ele vai cobrar.
Gerson olha para o filho e encosta o carro.
— E como sabe disto?
— Pai, Moreira e você tem algo em comum, os dois tem um po-
tencial imenso, mas ambos, se recusam a crescer.
— Não respondeu.
— Porque não vou responder, não preciso entrar em pegadinhas
porque me falaram algo.
— Mas vai mesmo me mandar a Minas Gerais?
— Sim.
— Mas porque não me quer por perto.
— Assim não faz burrada.

260
— Acha que sua mãe aceita o convite?
— Pai, eu não sei, não sei mesmo.
— E pelo jeito acha que terá problemas?
— Pai, eu tenho um relatório de Minas, que fala que seu Geraldo
nunca chegou a descobrir o segredo dos Oliveira.
— E porque acha isto?
— Porque os relatos falam, os Oliveiras tem documentos, que
nos levam a 70 mil toneladas de ouro, o senhor Geraldo, explorou até
hoje, perto de 5 mil toneladas de ouro, e parece procurar desesperado
mais ouro, se ele tivesse o local dos demais, acredito que não estaria
procurando.
— Menos de 10% do que falavam ter ele explorou?
— Sim.
— E sabe onde esta isto?
— Desconfio.
— E não vai falar nada?
— Não, ainda não tenho nem as terras e nem a certeza.
— E quanto teria neste lugar que acha ter ouro.
— A bagatela de 8 mil toneladas de ouro.
Pedro sorriu, pois o relatório falava em um zero a mais, mas já
lhe parecia muito aquele valor.
— E quanto seria isto em dinheiro.
— A bagatela de 120 bilhões de reais em ouro, se vendido le-
galmente, este é o problema, geralmente se consegue um terço disto
para vender ilegalmente.
— Uma fortuna da mesma forma.
— Nem tenho noção do que seria isto pai, em dinheiro.
— E atrás deste segredo que vai me fazer ir lá?
— Sim, mas primeiro tenho de ter certeza que poderá tirar as
coisas que achar de lá, e a moça que falamos a tarde vai ficar furiosa se
tiver algo lá?
— Por quê?
— O pai dela vai nos vender aquelas terras por trocado.
— Está a distraindo, mas e se não for ainda ali.
— Monto um hotel lá.
— Não entendo como está fazendo isto filho.
— Nem eu.
Pedro olha o pai e fala.

261
— Tenta ainda não aparecer pela obra, lá não está acabado ain-
da, mas tem de decidir pai, se vai crescer.
Pedro sai do carro e caminha até sua casa, estava distraído, até
ver sua irmã a porta, ela sorri e ele fala.
— Melhor se vestir, Maria está vindo ai.
— Mas...
— Seu irmão é careta maninha.
— Mas não é de se jogar fora. – Renata.
Pedro sacode a cabeça negativamente e apenas sobe, tranca a
porta e pensa no que faria.
Roseli viu Sergio sair e logo após Maria entrar pela porta, a for-
ma simples da moça as vezes fazia as pessoas se desarmarem, mas
Maria Cecilia em nada tinha de inocente ou simples.
Silvio a cumprimentou e falou.
— Bom ver um rosto conhecido.
— Prazer, Roseli Paz.
— Não entendi o contato, juro que pensei em um empreendi-
mento mais simples do que vi na entrada.
— Digamos Roseli, que estava eu tentando impressionar e um
menino me mostrou onde estavam os 3 erros da comida que fiz, per-
guntado com quem tinha aprendido, ele falou que ajudando a mãe em
um restaurante em Praia de Leste. – Silvio.
— E pelo jeito o que ele falou ser um pequeno projeto, já ganha
mais um lado, pois ele tinha me mostrado apenas a parte para a baia. –
Maria.
— Senhora Maria Cecilia, a pergunta é se teria como aceitar a
proposta de gerenciar o maior projeto individual de turismo somando
hotéis, preservação e ecoturismo da região, e quero sinceridade, pois
sei que este projeto me assusta, é um complexo hoje de 7 hotéis, 3
parques temáticos, 20 trilhas ecológicas, mais de 3 mil vagas, em um
espaço imenso criado e que precisamos que seja gerenciado.
— Eu estaria disposta a tentar moça, mas teria de ter autonomia
de contratação e demissão, pois sei que uma pessoa atrapalhando gera
mais problemas do que 10 incompetentes, e 10 incompetentes geral-
mente com dois especialistas se encolhe custos e problemas.
— Estamos ainda em construção, em 15 dias estaremos contra-
tando os demais postos, mas gostaríamos de já ter a gerencia do espa-
ço, para que fosse possível administrar toda a leva de funcionamento,

262
analisando cada defeito, tentando a correção o mais eficientemente
possível.
— Teremos controle de câmeras?
— Se preciso.
— Sei que perdi boas contribuições como Silvio senhora Roseli,
por não termos como contestar a postura de alguns clientes, somente
quando o segundo evento igual surge, com o mesmo cliente, que en-
xergamos que o problema não estava no funcionário, mas onde eu
trabalho não tenho autonomia de mandar incompetentes embora, pois
a contratação é feita pelos filhos do dono.
— E saberia administrar a contratação?
— Temos de analisar o que vamos ter de serviços próprios, sobre
eles, contratar dentro de margens de substituição, eu sinceramente
nunca administrei sistemas com trilhas ecológicas, eu deixaria isto co-
mo oferecido por terceiros dentro da estrutura, pois é difícil evitar um
pé torcido, um aranhão, um pulso quebrado, dar estrutura não é ser
responsável por este tipo de programação senhora.
Roseli sorriu e anotou.
— Ainda tenho de conhecer o local, mas entendo que Pedro
sempre sonhou acordado, parece que resolveu crescer intelectualmen-
te antes de fisicamente, mas outra coisa importante é definir padrão,
estrelas e preços, pois uma cobertura é mais cara que um apartamento
de segundo andar, o serviço de um hotel 3 estrelas é bem mais básico
que um 5 estrelas.
— Acha que quais pontos seriam importantes? – Roseli.
— Não sei se teremos lavanderia?
— Sim.
— Cozinhas?
— Oito delas.
— Sedes?
— Por enquanto 5, com esta parte sendo a que conterá 3 hotéis
e 2 parques temáticos.
Maria viu que era sério.
— Então preciso de 7 subgerentes senhora, se vou ter oito res-
taurantes, oito chefes, se vou ter 7 hotéis, 7 chefes de rouparia, se
vamos ter 4 parques temáticos, preciso de outros 4 gerentes de par-
que, terei de pensar sobre estes, cada um deles, montarmos uma equi-

263
pe, e uma estratégia de ação conjunta, não sei ainda quais os prospec-
tos de gastos ano.
— Ainda não inauguramos, Pedro acredita que teremos 3 meses
ano de lotação máxima, julho com lotação media, e 8 meses com perto
de 20% de lotação.
— Ele quer manter todo pessoal o ano inteiro? – Maria.
— Sim, não entendi as ideias ele, mas tem algo haver com man-
ter a estrutura, a partir das entradas nos 3 meses.
— Ele não tem noção de tudo, e não vou o condenar por isto Ro-
seli, mas a pergunta é se teremos recursos para manter isto?
Roseli sorri e fala.
— Sim, teremos recursos para manter isto.
— E quer que comesse quando?
— Quanto antes, pois como viu teremos de contratar e treinar
muita gente.
— E qual a verdadeira abrangência disto, falou que por enquan-
to teremos 5 sedes.
— A sede do Tabuleiro ficará mais para Dezembro a inaugura-
ção, ouvi ele falar sobre base sobre Antonina, não entendi, mas lá é um
hotel simples, mas com produção de banana, gengibre, criação de bú-
falo, produção de queijo de búfalo, plantação de laranja, limão e mara-
cujá, e doze produções de mariscos e mexilhões. – Roseli.
Maria olha para Roseli, não perguntaria sobre isto, mas ficou
com vontade de perguntar, onde e como.
— Lá será qual a nossa administração, apenas o hotel?
— Pelo que entendi o prospecto de lá não está pronto ainda, um
hotel em Antonina, um hotel fazenda na Entrada da Cidade, e um pro-
jeto que não entendi onde estará, aqui no Tabuleiro, teremos o hotel
do Tabuleiro, teremos o hotel fazenda ao fundo, os Hotel em Chalés, e
o Ninho, um projeto que ele contratou antes de ontem e não sei quan-
do será executado. – Roseli.
— Fala como se fosse ele que administrasse tudo isto. - Maria.
— Se um dia tiver um filho, se ele seguir um caminho lógico e in-
teligente como seu filho senhora Maria, já me daria orgulho.
Maria viu que a moça respeitava as ideias se seu filho, olha em
volta e fala.
— E o que tanto temos aqui?
— Lhe apresento.

264
Pedro olha para Renata e fala.
— Vou ao hotel na pedreira, vai ficar por ai?
— Vai me gelar?
— Não sei, talvez nisto sejamos diferentes, eu não me vendo, eu
gosto de comprar as coisas.
Renata olha o irmão e segura a frase a boca, mas ela estava a fim
de se vender.
Pegam o carro elétrico e Renata olha o irmão olhar para a região
e sair no sentido do hotel.
Ele chega e foi falar com os arquitetos, Renata olha a mãe che-
gar perto e perguntar.
— O que faz aqui filha?
— Estava tentando entender o que aquele seu filho pretende?
— Pelo que entendi, tocar um hotel reserva, de alguns milhões
de reais.
Roseli olha a moça, estava ali o dia inteiro, e não tinha como se
colocar contra, mas viu que Pedro estava arisco, viu ele ir falar com os
arquitetos.
Pedro foi falar com cada um deles, projeto Matinhos, este não
era um projeto do hotel, mas da cidade, quanto mais pessoas fosse
conhecer, maior o fluxo dos hotéis.
— Qual a ideia menino? – Vincent em inglês.
— Sabe a ideia do seu projeto para parte externa do hotel, o que
seria se eu fizesse uma beira mar, com designer moderno, com siste-
mas de monitoração, de restaurantes, piscinas a beira, vendas, bom-
beiro, tudo dentro de um projeto que abraçasse toda a beira do mar, a
transformando em quase um resort de alguns quilômetros de exten-
são.
— Quer mudar a cara da cidade por inteiro?
— Sim, estou asfaltando e calçando ela inteira, mas além disto,
quero uma praia atrativa, e que se integre as pessoas.
— Certo, mas sabe que coisas feitas para poucos duram muito,
para muitos, duram pouco.
— Entendo, então tenho de pensar em sistemas que possam ser
facilmente corrigidos, pintados, limpos, trocados.
— Quer pelo jeito mudar a dinâmica da cidade.
— Sim.
Pedro olha para Matias Rodes e fala.

265
— Gostaria de um projeto que saísse das praias, fosse pelos rios,
fosse por ruas mais largas, para chegar ao fundo, aos morros, de forma
a integrar toda a cidade.
— Projetos de urbanização?
— De integração, urbanização baseada nas pessoas, não em car-
ros ou pontes, integração, não separação para entrar e sair rápido.
Rodes olha os esboços do menino e fala.
— Quer pelo jeito algo diferente, não entendo a ideia?
— Esta cidade é uma cidade de veraneio, mal se mantem fora da
época de sol, nas férias.
— E quer algo especial para as épocas de agito ou as normais.
— Para todas elas.
Pedro olha para Ma, e fala.
— Não sei se teria como projetar um veiculo elétrico seguro, de
baixo custo, que pudesse fazer um trajeto completo no município, mas
elétrico, com cara moderna e dinâmica de integração.
— Além do prédio?
— Além dos prédios.
Começam a falar do como o fazer, era um projeto entre três esti-
los diferentes, mas que Pedro estava querendo usar naquela cidade.
Roseli foi apresentando o local, e Pedro aproveitou que Roseli,
sua mãe e sua irmã se afastaram e voltou e subiu no mirante do que
seria um restaurante, olha em volta, pega o caderno e começa a pensar
nos acabamentos do hotel abaixo do macaco, ao fundo, com os corre-
dores e incrementos, ele liga o computador pessoal e as camas do Ta-
buleiros, as peças e coisas começam a surgir no rol de entrada, ele olha
para a montanha ao fundo e uma armação a volta de onde colocariam
a estatua da sereia começa a surgir, uma base sobre seus pés, e toda
uma estrutura de trilha entre o tabuleiro e a estatua.
Pedro pensa sobre o hotel na pedra, e o local interno foi se ajei-
tando, se ampliando, acabamentos, estruturas para fios, depósitos de
agua, entradas de luz por dutos desde o projeto do lago.
Toda uma soma de acabamentos.
Ele ficou quase duas horas ali a ajeitar as coisas, por fim o res-
taurante a baixo de seus pés, ele estava acelerando, ele queria as coi-
sas dando certo.
Ele termina de fazer e lê as leis de venda de ouro para a caixa
econômica, quais as existência e forma de pagamento e olha que na

266
Europa existiam sistemas de derretimento, purificação e transformação
em lingotes de um quilo, de ouro. Ele pede um prospecto de autoriza-
ção de exploração e venda, regras, sabia que lhe responderiam agora
somente na segunda, mas ele leria aquilo, tentando entender, e saber
como poderia o fazer.
Ele olha o mapa e resmunga.
— Vai dar trabalho.

Pedro olha para o papel e fala tentado se convencer que teria


de desviar a outro projeto, e mesmo assim, parecia querer terminar
aquilo antes de voltar as aulas, os dias de julho se aceleravam e ele
tentando pensar em como deixar aquilo para os demais fazerem.
Ele estava pensando por tipos, e isto estabelecia vermelhos co-
mo em rocha, esculpidos, em amarelo, projeto um, em verde, abaixo
de estatuas gigantescas, já os traços eram ligações laterais a rios, e as
verdes, urbanização da beira mar, uma linha rocha, trajeto de uma
espécie de veiculo local, elétrico, mais ao estilo dos bondes, do que das
conduções modernas, algo que se pegasse, numa ponta da praia e se
dirigisse a outra.
Pedro viu quando sua mãe e Renata voltaram para a casa, e des-
ce de no sentido dela.
Pedro chega a porta e Maria lhe olha.
— Podemos conversar?
— Sim.

267
— Renata estava falando absurdos.
— Quais?
— Que quer viver aqui com você.
— Maria, explica para ela, que daqui a 7 dias, estarei voltando ao
apartamento de meu pai em Curitiba, tenho de estudar para ser al-
guém na vida.
— Não vai se mudar para cá pelo jeito?
— Maria, esta casa é bem para você e ela morarem se aceitar o
convite, a minha, ainda não construí.
— E pretende que seja por aqui?
— Ainda não sei, mas estou tentando a paz com o Gerson, para
poder estudar.
— E vai nos deixar na casa? – Renata.
— Pelo que entendi, Roseli vai contratar sua mãe como gerente
geral, eu pensei que ela chamaria para gerencia de uma das partes, isto
requer responsabilidade, mas talvez ela tenha mais tempo adminis-
trando tudo aqui do que tinha no anterior.
— Acha que devo aceitar filho?
— Mãe, lembra do que perguntei?
— Se achava que conseguia, o que aquela moça propôs é algo
imenso, nem sei quem é ela.
— Uma das herdeiras da RR Construtora.
— Certo, ela toca empreendimentos em construção, mas vi que
Silvio ficou inseguro com sua abordagem.
— Sabe como eu mãe, que abordagem preguiçosa na cozinha,
manter um hotel muito bom sempre em 3 estrelas.
— E pelo jeito quer 5 estrelas?
— Não quero as nomear, quero as pessoas vindo e se hospedan-
do, não sei ainda se a ideia é boa mãe, mas é que neste momento está
vendo um pouco mais da metade do complexo, semana que vem a
terceira parte para a baia fica visível, os três hotéis em pedra ficam
visíveis, o complexo do Tabuleiro acho que depende do acordo com a
TV, se eles não se mexerem, acabamos inaugurando o complexo ali
também.
— E vai por seu pai onde? – Maria.
— Por enquanto ele pode conseguir que um dinheiro entre via
Minas Gerais, mas não sei se ele se contem, para fazer parte estrutural.
— Ele pelo jeito pegou pesado, você não consegue relevar mais.

268
— Se considerar que comprei divida dele, paguei aluguel atrasa-
do, condomínio, dividas de agua luz e telefone, acho que só não esta-
mos piores porque não dei espaço para isto.
— E vai ficar por aqui? – Maria olhando para a filha.
— Leva ela Maria, pois eu preciso dormir, e amanha vou cedo a
Curitiba, leva uma copia da chave e quando retornar, sabe onde ficar.
— Vai a Curitiba fazer o que? – Renata.
— Comprar uma forja portátil, e uns moldes de jumbo.
— Não entendi. – Maria.
— Sei disto, mas tenho algumas coisas a comprar, e devo estar
de volta em dois dias, mas preciso acelerar em outro ponto.
— Problemas?
— Achar a parceria certa para que as coisas aconteçam.
— E o que seriam as coisas erradas?
— Acho que dependendo do que acontecer em Minas Gerais, te-
rei de verificar a montagem de 3 hotéis lá, mas isto, somente se as
terras me derem retorno.
— Acha que vai dar? – Renata.
— Acho que sim, mas tenho de confirmar algumas coisas, e uma
delas, é a posição do pai.
Pedro sobe e vê Renata sair com sua mãe, uma preocupação a
menos, tranca a casa e adormece.
Ele tem sonhos estranhos, agitados, contraditórios, eram muitas
vivencias diferentes, cada um se dando mal em algo, se dando bem em
outra coisa.
Todos meio estranhos, pois todos pareciam querer entender pe-
lo menos uma parte de suas historias.

269
Pedro acorda de madrugada, põem a roupa e
vai ao hospital local, ele estava com aquilo a cabeça
e olha o rapaz a enfermaria, um policial somente na
entrada, ele toca o peito e entra no quarto, o rapaz
olha para ele como se estivesse furioso.
Pedro faz sinal para acalmar, e toca suas per-
nas, sabe onde deu os dois tiros, mas pensava que
os rapazes de Moreira se defendiam, não abando-
navam os atingidos no caminho.
Roberto era um amigo de Moreira, estranhou
ninguém aparecer, ele sente as dores sumirem e
ouve o menino falar.
— Desculpa por ontem, mas pensei que vocês
se defendiam.
— Você me deu dois tiros e vem pedir desculpas?
— Eu estranho quando para falar comigo, se precisa de 10 segu-
ranças, juro que me sinto especial nestas horas.
— Não entendi aquilo ainda.
— Não sei seu nome.
— Roberto.
— Sou o pequeno Pedro, mas se precisar de ajuda ou emprego,
apenas tem de ser menos violento com as crianças, mas se precisar,
sabe onde me encontrar Roberto.
— O que fez?
— Nada de mais, restauração molecular ao toque, diria que algo
impossível de se fazer.
— E porque me ajudar?
— Porque acho errado deixar os que nos protegem as costas
desprovido de assistência, e não tenho ainda quem me protege as cos-
tas, então tenho de começar a pensar nisto.
— E sua mãe?
— Roberto, minha mãe não estava lá.
— Mas.
— Mas... – Pedro toca o peito, anda até a porta e toca de novo o
peito – ...já está melhor, já está fazendo perguntas difíceis de respon-
der.

270
Pedro sai pela porta e toca o peito novamente e começa a cami-
nha no sentido da praia.
Roberto olha o menino, ele não vê a locomoção até a porta, mas
viu ele olhar para ele, falar e sair.
— O que é este menino?
Ele olha as pernas e as dobra, pensou que teria dias de recupe-
ração e já sentia-se melhor.
Roberto olha sua roupa, primeiras horas do dia, pega elas, se
veste, pega seus documentos, olha para o policial numa das saídas,
pega seu prontuário inteiro e sai pelo fundo do hospital.
Roberto olha o menino andando ao longe e chega ao lado.
— E caminha sem proteção?
— Não entendi ainda o porque algo me protege e não é algo fácil
de entender, mas sei que me protege.
— E como se locomove tão rápido?
— Conheceu minha mãe?
— Somente a fama.
— Dizem que é genético, rápidos como lobos, mortais como leo-
pardos, fortes como ursos e uma visão de águia, sei lá quando vou ser
forte, mas rápido sei ser.
— E esta marca no rosto?
— Carinho de meu pai, com minha pessoa.
— Não se dá bem com ele?
— Ele não me queria, eu nasci, acontece.
— E vai apenas a praia e resolveu passar pelo hospital.
— Roberto, tem coisa que não gosto, e uma delas, as pessoas no
meio do caminho, para mim ou elas estão vivas ou mortas, no meio do
caminho é chato.
— E não teme eu tentar de novo?
— Tem de entender, eu posso parecer pequeno, mas posso ser
perigoso, posso parecer inofensivo, mas posso ser mortal, posso pare-
cer frágil, mas sou difícil de quebrar.
— E vai onde?
— Verificar se tudo que pensei pode ser implementado.
— Tudo?
— Eu devo deixar a cidade daqui a pouco, então apenas olhando
as coisas.
— Vai a Curitiba?

271
— Sim, hora de voltar a capital.
— E o que vai fazer lá?
— Tenho de achar uma forma de esconder algo de meu pai, ele
não pode descobrir onde vou esconder, mas é bem para não ser sur-
preendido de novo por ele.
— Esconder algo de valor?
— Sim, eu roubei uma moça, e preciso esconder o que roubei
dela.
— E o que uma moça teria para ser roubado?
— Duas carretas lotadas.
— Lotadas de algo de valor?
— Pouca coisa, 44 mil barras de ouro de um quilo.
Roberto olha serio e fala.
— Ninguém teria isto escondido.
— Então eu roubei este ninguém que você fala.
— Mas...
— Mas agora tô indo. – Pedro toca o peito, abre uma porta ao ar
e atravessa para Curitiba, para o apartamento do pai, toca o peito no-
vamente e olha tudo revirado de novo.
As pessoas estavam procurando algo ali?
Pedro olha a bagunça e olha para as coisas viradas, não eram as
de seu pai, ele não havia pensado que a pessoa ameaçada foi sua ma-
drasta, e que ela poderia ter deixado algo ali, mas algo que eles não
acharam, como não achariam?
Ele olha em volta e lembra que aquele apartamento não tinha
tanta coisa assim, mas era obvio, algo estava oculto ali, lembra das
palavras de Pietra, que viagem ao passado é complicado, mas existia
uma espécie, um tipo de felino, que consegue através dos cheiros sen-
tir o que aconteceu, ele se abaixa e sente o tempo recuando, olha as
pessoas voltando e olha para Paula entra pela porta, ela estava procu-
rando algo, dois rapazes entram junto e reviram tudo, ela meche em
tudo e os rapazes não falam nada.
“Como achamos isto Paula?”
“Aquele Gerson tem de ter guardado em algum lugar, não quero
ter de voltar para cá para achar aquilo.”
“Como se deixou enredar Paula?” – Todas as frases em inglês.

272
Pedro vê ela se calar e revirarem, mas provavelmente não esta-
ria ali, ela olhou em gavetas do quarto, da cozinha, em cantos, era algo
pequeno, coisas grandes não caberiam em certos cantos.
Pedro tira a mão do chão e tudo volta ao normal, ele sabia que
alguém estava a porta e apenas olha.
— Perdida ai?
Paula olha o menino e pergunta.
— O que foi isto?
— Um dom, parece fácil, mas me tira toda a calma, mas o que
procura Paula?
— Complicado explicar.
Pedro olha para a aura da moça, uma Fanes.
— Tenho como ajudar?
— Seu pai pode ter jogado, um anel de... – ela para a frase, ela
não falaria.
— Estranho como vidas paralelas podem ser diferentes Paula,
como esta Comptche?
Paula olha o menino, um nada e fala.
— Quem é você?
— Um nada, quem mais? Mas nunca entendi como veio a cida-
de, como se envolveu com meu pai, era pequeno demais para ter lem-
brança disto.
— Não sei o que aconteceu, mas tenho umas ideias malucas as
vezes, e tudo que lembro desta existência, foi que uma menina me
toca, parecia eu mesma, e surjo longe de casa, mas algo me atraia a
Gerson, não sei, um caminho, algumas coisas em minha mente man-
dam sempre ocultar de você as coisas, mas você é panas o Pedrinho..
— E não tentou voltar?
— Eu não consigo sair da cidade, é como se fosse para me pro-
teger de um grande inimigo.
— E porque aqui seria seguro?
— Algo entre um caminho entre a imortalidade e a humanidade,
duas coisas que não são compatíveis, e o segredo está nesta cidade.
— Certo, os contos de fadas de Curitiba.
— Muitos não acham ser conto de fada.
— Quantos seres ainda lhe falam a mente?
— Duas, parece que as demais sumiram.

273
— Certo, o caminho de conhecimento de Paula Carson, usado
contra Paula Carson, é algo que não havia pensado, e quem poderia
pensar nisto se não alguém que lhe conhecesse.
— Não entendi, qual é o caminho que você acha ser o meu?
— Segundo alguns, isto ainda me parece maluquice, você foi
lançada na inexistência em quase todas as existências, pelo que falou,
em 69 das 72 existências paralelas, mas esta é uma arma de Paula Car-
son, não dos demais, a maioria não a sente para fazer isto.
— E porque fariam isto com um ser?
— Lembra quando eu cai e me viu cair e parecer morto?
— Senti uma energia imensa naquele lugar no dia, mas não se
via nada ali.
— Pensa em um anjo lhe tocar, em 72 existências, 72 existên-
cias caírem junto, ao chão, 70 conseguiram achar o corpo de volta, 2
foram ao trono de Deus.
— E quem faria algo assim com uma criança como você?
— Dizem que foi um acordo de Paula Carson em uma das exis-
tências, para tirar Pedro Rosa do caminho com Promet.
— Eu?
— Não, isto que não entendeu, cada um tem o direito de ser
quem quer, ou não ser nada, mas quando todos resolvem o fim de uma
existência, todos que querem no mínimo uma vida, se unem, dizem
que numa existência paralela, Pedro Rosa é alguém bem mais rico,
famoso, poderoso, para ter uma ideia, me falaram que ele tem 4 namo-
radas, aos 14 vai ser pai de duas lindas meninas.
— Um Pedro bem diferente de você?
— E ao mesmo tempo, o mesmo, mas lá, Gerson Rosa é um pai,
não um traste.
— Acha que me colocaram aqui para o prejudicar?
— Sei lá, estou aqui Paula, mas o que precisa?
— Um anel de poder, me passado por um ser estranho, que dis-
se para não perder.
— Como era este anel?
— Parece ouro, mas era bem mais pesado.
— Sei que Gerson jogou quase tudo que tinha, mas dai estaria
nos restos daquele cassino que queimou ao centro.
Paula olha para fora e pensa.
— Sabe que não tenho nada contra você Pedro.

274
— Sei que às vezes as coisas mudam.
— Porque mudariam?
— A pergunta Paula, se um humano, como eu, apenas uma cri-
ança, consigo aprender magia, dons, coisas, criar uma fortuna e mudar
toda a minha compreensão de mundo e universo em apenas 20 dias, o
que Deus faria?
— Provaria que tudo que você acha muito, é um nada.
— Sim, e como um nada como eu, poderia influenciar na exis-
tência? Seria acreditar que Deus não é Deus, e isto não está em discus-
são, então o que mudar uma vida, muda a existência, se a existência
em si, é muito, mas muito maior que tudo que posso conhecer ou criar,
eu revolucionando tudo, revoluciono apenas durante minha vida, e
minha vida, comparada apenas a este planeta, é um nada, eu sou os
segundos de uma existência, se chegar a mais de um, então eu achar
que mudo algo, pode ser minha arrogância, mas Deus achar que eu
posso mudar, é ignorar que eu não tenho este poder.
— Parte de mim discorda de ti?
— Então existe algo superior a você.
Paula olha para Pedro, era uma afirmativa consciente, e parecia
que ele tinha certeza, pois ele não estava mentido, ele não estava diva-
gando, mas estava afirmando.
— E o que muda isto? – Paula.
— Eu não posso Paula mudar as coisas, mas se existe algo supe-
rior, explicaria as peças fora do lugar, e se você acha que não estão fora
do lugar, fica a pergunta inicial, onde foram parar as outras partes de
você, se não existe peças fora do lugar?
— Disto que uma fala a minha mente que você é um perigo, e
outra que você tem um aliado superior a mim, não entendi, parece que
em minha mente estão quase discutindo.
— Não entendo nada disto, e sei que talvez, quando entender,
volte para aquele caminho dos mortos, me encha desta pseudo briga e
vá a luz, pena não ver isto como saída.
— Acha que o anel está nos restos daquele lugar?
— Para que precisa daquilo Paula.
— Do anel?
— Sim.
— Sinto onde as coisas estão, sinto como me comunicar com um
ser que se denominou Promet.

275
— Paula, as vezes acho que você não é parte da ameaça, e pode
estar me enganando direito, mas tudo que se faz, quando se depende
de um objeto, você transfere a ele o que deveria ser natural, e se al-
guém usar este poder, que você transpôs ao material, por não confiar
em si, este ser passa a ter o poder o que você poderia sem o anel.
— E porque alguém iria querer meu poder?
— Boa pergunta, porque alguém iria querer ser Deus, não sei, eu
acho um cargo chato, cuidar de ratinhos de laboratório, só olhando
eles fazerem a coisa errada.
— E porque acha que não preciso deste anel?
— Porque este anel, é um canalizador das suas energias Paula, já
que Promet não tem energia, é um espirito, que viveu sei lá, mais de
mil anos, acho que mais que isto, não entendi a história dele, mas ele
prega o fim dos seres humanos como caminho para resolver seus pro-
blemas, mas ignorando, que somos uma espécie criada.
— E como me comunicaria com ele?
— Porque se comunicar com os mortos Paula, eu se fosse você
me preocupava em me comunicar com os vivos, em achar seu irmão,
lembra dele.
— Morto aos primeiro dias de vida.
— O dia que uma arma branca matar Peter Carson, com certeza
eu já não serei nem poeira cósmica.
— Mas o vi morrer.
— Ele pode morrer, renascer, reviver, mas imagino ele em varias
existências, vivendo parâmetros diferentes, forçando parâmetros dife-
rentes, mas em si, sendo um único ser em todas as existências.
— Você sente todas as suas existências mesmo?
— Difícil de explicar, quando você sabe, que tem 12 existências
com humanos em paralelo, e outras 60 de seres diferentes, quando
dois humanos caminharam para o trono, me sobrou 10 humanos, e 60
seres, é estranho a rapidez de uns com os dedos, a ausência de dedos
em outros, é diferente aprender como um Semeante pensa rápido, e
pode se locomover sem veículos, tão lentamente.
Paula olha Pedro diferente.
— Está dizendo que todas as suas vivencias não são como hu-
mano?
Pedro sorriu e falou.

276
— Sim, mas saiba que o pai é viciado neste seu toque, ele sabe
que você o domina, mas tem de saber, paz deixa ele sempre agressivo
ao meio.
— Acha que ele toma jeito?
— Ele quer dinheiro, vamos ver se ele sabe achar dinheiro.
— E estava olhando o que no apartamento? – Paula.
— Quem havia feito a bagunça.
— E como faz isto?
— Dons de um povo que parece um Felino, eles tem uma deno-
minação local, de Tiger, o nome dele é Fausto, ele morava em Atlânti-
da, mas na primeira chance, ele se apresentou a Liliane e aprendeu os
dons antigos dos Felinos, e um deles, sentir o meio, ele não vai ao pas-
sado, ele o traz a ele, através dos cheiros que ficaram ao local.
— Interessante, você está aprendendo como suas vivencias, es-
tranho isto, mas como aconteceu isto?
— Quando cai, senti todos eles sentados em vários pontos a vol-
ta do ser negro que nos mandava caminhar, eu naquele momento pas-
sei a sentir os demais, naquele momento que duas das minhas existên-
cias, caminharam a luz, um foi ao purgatório, eles lá chamam de Éden,
sei pois Promet está lá dando ordens, e outro está diante da grande luz,
aprendendo a se encontrar para achar parte de Deus dentro dele
mesmo.
— E sente estes seres?
— Sim, mas as vezes acho que vou ficar maluco com tudo isto,
tem hora que olho para o lado achando ter alguém e é alguém me
chamando atenção sobre alguém no caminho.
— Sabe que o ser dentro de mim está dizendo que você está fi-
cando perigoso.
— Quando uma regra criada por vocês, os puder fazer mal, algo
estará muito errado.
Pedro entra no quanto, pega seu material, pega as coisas, arru-
ma o quarto, e depois liga para Cristiane.
Pedro sai enquanto Paula olhava para ele.
— Seu pai vai demorar?
— Deve passar ai no fim do dia.
— E vai onde?
— Tenho de conseguir algo para fazer, o pai não consegue nem
para o aluguel.

277
— Ele falou que você estava escrevendo crônicas.
— Sim, ele torrou tudo no jogo.
Pedro sai do apartamento e vai ao centro, de lá para um escritó-
rio na Marechal Floriano Peixoto, ele entra e Cristiane para o que esta-
va conversando com dois rapazes e pede um momento, eles devem ter
pensado que era pessoal.
— O que pretende com aquilo?
— Não sei, pelo jeito acertei na suposição.
— Não dei acesso a ninguém, mas estamos estacionando ao
fundo, mas vamos precisar de uma justificativa para isto.
— Sei disto, mas por isto queria lhe propor algo Cristiane.
— Mais maluquices como aquele terreno em Criciúma.
— Como aquilo tem algo maluco, em Minas ao lado do Rio da
Morte, mas preciso um contrato de venda legal deste ouro com a Caixa
econômica.
— Venda de quanto?
— Se entendi, temos 44 mil barras?
— Por carreta tem isto.
— Certo, se eu extrair e converter em barras para venda, teria
como vender isto para a Caixa Econômica, com a diferença que não
estaria com recursos ilegais, e sim legais, mas teria de tomar cuidado
com os impostos.
— Sabe o custo disto?
— Cris, Geraldo não queria pagar os impostos e acabou rece-
bendo perto de um terço do valor e ainda teve de pagar a ilegalidade
do processo, o que lhe custava mais quase 30% dos recursos, então não
é um modelo a ser seguido.
— Certo, uma coisa é falar em impostos beirando os 48% so-
mando tudo.
— Sim, acho que conseguiríamos administrar bem algo que ti-
vesse mesmo que distribuído entre duas partes, eu e você, 330 milhões
apenas pelas duas carretas. – Fala Pedro.
— Está querendo uma parceria.
— Eu não posso ter isto em meu nome, sou de menor, então ob-
vio, se não posso contar com meu pai ou alguém da família, tenho de
contar com pessoas que querem ganhar dinheiro.
— E pensar que quase não lhe ouvi. – Cristiane.

278
— Seria um custo que não teria, pois somente me ouvindo sou-
be de algo.
— Verdade, mas acha que conseguimos?
— Eu vou lhe passar o método, eles devem demorar perto de 28
dias para aprovar, teremos de mostrar a permissão de exploração e as
imagens da exploração, e se perguntarem, diga que vamos vende de
acordo com a possibilidade de compra.
— E pretende vender quanto?
— Estabelece uma quantidade máxima de setecentos quilos de
ouro semanais.
— Se eles não toparem comprar tudo.
— Vamos mais lentamente, eu não sei com o que gastar dois mi-
lhões de reais semanais, que seria apenas a minha parte, já descontado
impostos e tudo mais.
Cristiane sorriu e falou.
— Nem eu, mas sabe que isto se extinguiria.
— Sei?
— Tem uma carta na manga?
Pedro olha para a mensagem que Sergio estava terminando de
comprar os terrenos.
— Cris, eu acho maluquice um relatório sobre uma montanha
em Minas, dentro de terras que deveriam ter sido esmiuçadas, mas que
parecem ter deixado passar aquela formação quase que por magia.
— O que estes estudos que você parece ter se dedicado falam?
— Platina e ouro, não sei o valor da platina, mas ali sim vai ser
um buraco ao lado de um rio, tenho de ver como fazer, mas acabamos
de comprar o terreno, para começar a fazer as perfurações de teste.
— E o que dizia este estudo que você parece querer provar que
tem uma fortuna.
— Deixar claro que acho que como aquele terreno em Criciúma
não vou achar nada.
— Entendo, mas o que diz o estudo?
— Um afloramento, que parece ser de impacto, não sei quando
foi o cambriano, para saber há quanto tempo isto quanto tempo acon-
teceu, mas fala em um pedaço de rocha, que deveria ter perto de 20
mil toneladas de platina e outra quantidade igual de ouro, e duas vezes
ferro, dispersa em uma formação setentrional, não entendo estes ter-
mos, mas parece chute para cima.

279
— E quer saber se foi chute.
— A região teve exploração de alguns minerais, mas talvez por
aquelas terras terem sido isoladas por uma compra a 200 anos, ficou ali
passando e pai para filho, para neto, e agora estava a venda.
— E pelo jeito quer descobri se é real.
— Sim, pois uma coisa é eu ter 44 toneladas de ouro para vender
para a Caixa, outra, ter 20 mil toneladas para vender para a Caixa. Pois
se vender apenas 700 quilos por semana, eu teria de viver mais de 500
anos para vender tudo.
— Certo, uma diferença de milhões para bilhões, mas mantem o
pé no chão.
— Estou tentando, juro que estou tentando. – Pedro.
A moça sorriu e perguntou.
— Teria onde guardar isto ai?
— O problema Cristiane, é que provavelmente eu e você que po-
remos todo este ouro no cofre.
— Não confia?
— As pessoas matam gente no Brasil por valores inferiores a
uma barra daquelas, tem 88 mil delas ali.
— E como fazemos?
— Pode ser maluquice, mas podemos construir o cofre a volta
dos caminhões.
— E o solo?
— Damos um jeito.
— Acha que tem tudo isto naquela montanha?
— Se tiver, temos de achar quem consome platina, a retirar ou
transformar em lingotes antes de qualquer coisa, estava vendo siste-
mas de forja industriais para ouro, não são tão caros e tão imensos,
mas precisaríamos de pelo menos 10 na região de Minas, se por acaso
se confirmasse isto.
— Querendo tirar tudo?
— Sim, concessões deste tipo de coisa no Brasil podem ser caça-
das.
— Pelo jeito quer mesmo transformar as coisas?
— Sim, mas preciso saber se topa ser minha sócia nisto.
— Esta me oferecendo uma sociedade de uns 2 milhões por se-
mana, seria isto?

280
— Sim, e pode não parecer Cristiane, mas não sou de deixar ba-
rato traições.
— Sei que muitos estão me perguntando sobre aqueles diaman-
tes.
— Compramos outro terreno em Minas, próximo deste, mais pa-
ra Nazareno, acho que é isto, mas ali, dizem ter algo muito fundo, uns
70 metros.
— Ouro?
— Diamante.
— Um local para despistar?
— Não, um local para investir e com certeza, ter um senhor co-
fre, para algumas toneladas de ouro.
— Entendo, estas coisas não dá para ficar transportando para lá
e para cá, mas pelo jeito alguém lhe passou algo que muitos queriam
saber, e acabou na mão de uma criança.
— Somente uma criança para acreditar que aquele terreno em
Criciúma tinha alguma coisa, ou não? – Pedro.
Cristiane sorri.
Pedro sai a rua e olha para os dois carros parando a rua, estra-
nha, pois não conhecia, olha um senhor sair e olhar para ele, e falar em
um português estranho.
— Pedro Rosa?
— Sim.
Pedro viu um rapaz o fotografar aos fundos e o senhor apenas
lhe estica a mão, não saiba quem era, então a esticou, sente o pequeno
corte na mão, a puxa, e o senhor olha para ele serio, olhando para uma
espécie de agulha na mão.
O senhor olha a ferida se fechar, talvez isto o fez recuar, mas a
amostra de sangue, estava a sua mão e falava, humano, e ele não en-
tendeu.
— Como um humano cicatriza tão rápido.
— Não sei quem é o senhor.
— General Máximus, Mossad.
Pedro pensa e recebe varias informações a mente, começa a es-
talar um dedo e fala.
— Primeiro, sou humano, segundo, sua caçada é em vão, pois
pelo que me relatam, existem mais Fanes no universo que seres neste
planeta somando tudo, até as bactérias, terceiro, matar crianças que

281
não sabem o que são, podem ser grandes – Pedro encara todos – mas é
coisa de covarde.
Máximus olha o menino, em uma frase disse saber o que ele fa-
zia, estranha e olha em volta, pois o menino estava estalando um dedo,
ele sabia mais do que muitos que faziam aquilo, como?
— E como sabe disto?
— Digamos que você está diante de uma criança, senhor, eu não
sei nada, ainda estou descobrindo, vocês é que sabem pouco.
— Sabe que temos nossa missão.
— Missão de covardes, sei que depois de anos perdendo gente,
tem seus ódios, mas neste existência, se não me engano, já matou a
menina que todos chamam de Deusa deles, no Cairo a poucos dias,
uma senhora de nome Sonia, eu chamaria de Rainha Sonia e sua filha,
Liliane Canvas, então tudo que fizer agora, é perda de tempo.
O rapaz olha ao fundo e fala em hebraico.
— Temos de verificar isto Máximos, não tinha me tocado que
aqueles sobrenomes poderiam ser falsos.
Máximus olha para Pedro e pergunta.
— E esta cicatrização.
— Não sou o inimigo, não sou o amigo, não lhe devo satisfação,
já que toda a sua estrutura foi projetada por alguém que quer o fim da
existência, e tudo que eu fizer, não muda isto. Mas você trabalha neste
proposito, e se acha especial, é apenas um humano, se achando mais
do que é.
— E acha que nos deu estrutura.
— Lógico que não, não seja cômico. Não tenho ainda como ex-
plicar o que entendi sobre a existência de Xi e Xo, dois seres de criação,
mas um deles lhes deu estrutura para a caça aos Fanes, crianças brin-
cando de Deus.
— E quantos anos tem?
— 13!
— Acha que não vamos verificar mais a fundo?
— Acho que mesmo que você faça o que acha ser certo, perfei-
tamente, não consegue extinguir algo, que em população teria muitas
vezes a população de Israel.
— Você não sabe o que fala. – Máximus.
— Eu não preciso saber.

282
O senhor fez sinal para o rapaz ao fundo mirar nele, ele não que-
ria morrer, pensou se era a melhor coisa a fazer e olha para um policial
ao fundo, o senhor falava no radio e Pedro fica a olhar o rapaz, ele
estava a passo de um tiro, Pedro viu o sinal com o dedo do senhor a
frente, e o rapaz disparou, ele toca o peito e viu tudo parado, olha a
bala parada, olha para onde ela ia, atingiria uma moça as costas, olha o
policial, olha para a direção da bala, sua cabeça, deveria ter algo que
não estava igual do que os demais falaram, ele caminha até um dos
rapazes, tira a arma, olha para ela e dá um tiro, atira no segundo, no
terceiro, no quarto, quando apenas Máximus estava sem tiro, põem a
arma ao chão e volta ao local, levanta sua proteção e bate no peito, a
bala para na altura da cabeça e Pedro olha para Máximus.
— Um motivo para não morrer, já que mata humanos?
Máximus olha o policial olhar assustado e todos as costas caírem
mortos, o olhar do menino era para ele, que apenas fala.
— Controlamos anomalias.
— Mata humanos, sinal que matou muitos humanos e deixou os
Fanes se proliferarem, mas a pergunta Máximus, porque merece não
morrer como os demais.
— Não recuo diante de crianças.
Pedro apenas pensa “Resposta Errada” e caminha para o senhor,
ele não entendeu, o policial viu que Pedro andava, olhava assustado os
demais e vê Máximus cair em pó, Pedro não olhou o policial, tocou o
peito e caminhou 6 quadras, sentou-se, ele não gostava disto.
Pedro senta-se e olha para Luiz ao fundo.
Luiz olha ele e chega perto.
— Voltou?
— Nem sempre gosto do que faço.
Luiz senta-se ao lado e pergunta.
— E o que fez?
— Odeio gente que mira na cabeça e atira, e eu sou o alvo.
— Certo, mas fez o que?
— Eles não tentarão de novo.
— E quem lhe cercou?
— Não sei se sabe quem são os Dragões de Abraão?
Luiz olha para Pedro assustado e pergunta.
— E está bem? Dizem ser mortais.

283
— Não entendi, me fotografaram, o aparelho na mão dele me
furou o dedo e lá dizia, humano, e mesmo assim e ele fez sinal para me
matarem.
— E não os deu chance de uma nova tentativa.
— Eu apenas iria sumir, mas as minhas costas tinha uma grávida,
eu sair dali era uma inocente morrer, eles nem olhariam a morta e
tentariam de novo.
— E pelo jeito não gosta disto, mas faz parte de estar na parte
visível da cidade.
— Eu não sou visível ainda, como eles chegaram a mim?
Luiz pensa, realmente ele não era visível ainda.
— Alguém lhe indicando?
— Tenho de mudar de método de abordagem na minha cidade,
algo está muito errado.
— Pensando em que?
— Não sei, vou ter de pedir algo a alguém, esperar e ver o que
acontece.
Pedro olha para o policial chegar ao fundo e fala para Luiz.
— Evita se meter em problema Luiz.
— Ele vem direto.
— Ele viu, não entendeu, mas obvio, tem mortes e tem um me-
nino problema no caminho.
— Certo. – Luiz some no banco e o policial chega perto, ele esta-
va desarmado, mas ele estica a arma e fala.
— Mãos ao alto menino.
— Estou desarmado policial.
Pedro levanta as mãos, aquele dedo no gatilho lhe fazia pensar
se era medo ou despreparo, mas sua proteção não seria visível durante
o dia, ele não entendia isto direito.
Dois policiais chegam e um fala.
— Calma Camargo, é uma criança.
— Sei disto, mas era o menino cercado por aqueles seres mor-
tos, não quero morrer.
Pedro olha para o segundo policial e sente aquela bala, abalroar
sua aura, ele se joga e o policial fala alto.
— Um a menos.
O segundo olha para ele e pergunta.
— Tá maluco Camargo.

284
— E se perguntarem, ele reagiu. – Camargo.
— Eu o que?
Pedro sentou-se e olhou o senhor. Pedro segurava a orelha, co-
mo se tivesse sido atingido.
— Pensei que estava chamando a policia, estava dando cobertu-
ra ao Mossad, é isto? – Pedro olhando o policial.
O segundo olha para Camargo e fala.
— Baixa a arma Camargo, é uma criança.
— Mas...
— Deveria pedir a conta, para ter me errado a esta distancia, se
eu estivesse armado, estaria morto. – Pedro olhando o senhor.
— Acho que não entendeu nada menino.
— Acho que não sabe onde está policial.
Os outros dois viram vários Hons surgirem a volta e um olhar pa-
ra os policiais e falar.
— O que fazem aqui policiais?
Os policiais se armam e Pedro sorri e fala.
— Se atirarem neles não poderei pedir para não os fazer mal.
O que atirara em Pedro olha para todos os lados, Pedro viu que
tinha alguém do outro lado da rua, ele sobe ao banco para ver o que
tinha ali, e olha aquela menina, o rosto de uma Paula, sua madrasta,
mas bem mais jovem.
— Não os matem Hons.
Pedro passa entre eles e olha a menina, ao lado sabia ter um es-
pirito, mas ele caminha a rua e atravessa a rua a olhando.
Paula encara ele e olha os policiais recuando ao fundo, encara o
menino e fala.
— Acha que não cumpro metas?
— Metas, me matar não é uma meta, é perda de tempo.
Paula olha para o lado, Pedro sente o ser ali, seu Pedro no Eden
chega ao lado do ser e ouve ele falar do outro lado.
“Ele não me vê, não é grande coisa!”
Pedro não olha o ser, apenas Paula e fala.
— Porque traz Promet para mostrar que está fazendo a sua par-
te, ele tinha de estar fazendo Xo, não você.
Paula encara Pedro e pergunta.
— Sabe que ele agora ate se calou.

285
— Não entendo, quando Xo precisa de fracos como Promet co-
mo aliados, me coloca do outro lado, não tenho nada contra você,
mesmo entendendo que sua missão é vencer, mas vocês sempre ven-
cem, como falei antes, o dia que um nada como eu ou Promet, conse-
guirem desafiar os seres criadores, não será mais sua realidade, será
outra coisa.
“Acha que me ofende.”
— Ofender um morto, que viveu sei lá, mais de mil anos meus e
acha certo matar alguém aos 13, diria que é um covarde, que se eu
tivesse como voltar no tempo, não nasceria, pois talvez o seu próprio
mundo fosse melhor hoje, se você não tivesse nascido.
Pedro olhava para Paula, o ser ao lado, no mundo dos espíritos
deu um passo atrás, como se vendo algo assustador, Pedro ouve as
buzinas e os freios, tudo parando, e Paula lhe fala.
— Não sei quem são estes seres?
— Se Xo não sabe, sinal que nasceu um humano com a capaci-
dade de Xo, e se isto é real, entendo sua posição, referente a Paula
desta existência, não a condeno, entendo, mas Promet não precisa
saber, se estou sendo claro.
Paula olha Promet e olha Pedro.
— E não morre fácil?
— Dizem ser uma praga da familiar, mas obvio que sabe do que
falo.
Paula olha para Pedro, a aura dela dizia que não entendeu e Pe-
dro fala.
— Quando vier sem este ser ao lado, me verá como aliado, mas
com policiais atirando, Mossad, Dragões, não me mostrarei fraco.
— E porque ele lhe quer destruir.
— Ele não entende, ele acha que se livra de um menino chato ao
lado dele, controlando seus atos como alma, o colocando a parede,
desafiando todas suas ordens, pregando independência aos espíritos,
mas minha morte, não muda isto.
“Como sabe disto?”
Pedro olha o ser, ele parou naquele olhar direto aos seus olhos
lhe encarando em duas existências e ouviu por duas bocas, algo que
Paula não acompanhou.
— Promet, o dia que você quiser aprender o caminho do Eterno,
eu sou o caminho, não existe outro ai a lhe indicar, mas é que somente

286
um ser que tem um vivo, um no Éden e um diante da Luz de Deus, pode
lhe explicar, está no caminho errado.
Paula olha Pedro a olhar e falar.
— Não está em sua existência, sei que quer me por na inexistên-
cia, mas não cometa o erro de outras partes suas, se não entende que
não quero ter de chegar a isto, mas atacado, respondo ao ataque, não
sou o ser que odeia, e mesmo ele, não tem como prender Paula, e se
não entende disto, para de fazer burrada.
— Mas você me atacou.
— Eu? Não, eu nem sabia que existia outros de mim, quando vo-
cê de alguma forma, através deste dai, interferiu na minha vida, então
não posso ser culpado por algo que nunca havia acontecido, não com
um ser vivo, tocado em 72 existências, por um ser que não posso desa-
fiar, mas parece que mesmo isto, estava escrito, e não precisa respon-
der, quem escreveu isto? E se a verdade disto não entende Paula, tem
de pensar mais, agir menos, fazer aliados certos, pois assim não vai
chegar longe.
— E você seria um aliado?
— Como posso ser seu aliado, se ao seu lado tem um espirito,
que viveu mais de mil anos meus, que acha que todos os humanos
devem ser mortos, antes de tudo, porque ele não mata os Danimes,
sua espécie, quer o fim de uma existência, é a morte deles também,
mas ele não é imune a sentimentos para o fazer, então vem a pergun-
ta, ele quer mesmo o fim, ou ele apenas está sobre uma espécie fácil
de destruir, sabendo que aqui teria um complicador a mais para você
Paula.
— Complicador?
— Os imortais.
— Não tenho o caminho local dos imortais.
— Quem manda mandar matar seu irmão antes dele os expor,
ou deveria falar, seu filho?
A rua parada as costas geravam o tumultuo, e Pedro ouve aquele
ser as costas.
— Porque o ser ali não se deixa visível? – Plout.
— Ele acha que não o vemos apenas, nada além de um espirito
sem permissão de tocar este solo, ele poderia tentar ser visível aqui,
mas como ele não sabe se sofreria represália, está pensando.
Pedro falou e Plout olha Promet e fala.

287
— Tem segundos para sumir, se ficar, eu lhe corto inteirinho,
nem que no seu mundo de almas.
Plout passa a espada no ar e Paula sente Promet sumir e fala
olhando Pedro.
— Pensei que espíritos não tivessem medo.
— Promet se acha um escolhido, ele me odeia. – Pedro que olha
para Plout e pergunta.
— Está querendo confusão hoje?
O ser sorriu, os ao meio da rua começam sumir e Paula olha os
seres saindo fora da vista, estavam ali e nada mais os tocava.
— Que magia é esta?
— Não entendo tanto assim de magia.
— Imagina se entendesse.
— O que quer Paula, este não é seu lugar.
— Saber o que está fazendo.
— Ganhando dinheiro, isto é coisa de humano, não de seres su-
periores.
Paula olha tudo voltar ao normal, os policiais do outro da rua
olhando para eles agora e fala.
— Não tem medo dos problemas?
— Meu nome do meio, Pedro Problema Rosa.
— Não leva a serio.
— Mais serio que eu, somente seu amado.
Paula some da frente de Pedro que se vira para a praça e olha
para os policiais atravessando a rua.
— Nos acompanharia? – Um dos policiais.
— Tenho alternativa?
— Pelo jeito sim.
Pedro é levado a Delegacia.
Cristiane olha para um dos rapazes que fala.
— Não entendi o que pretende Cris, não tem como vender ouro
a Caixa, não o produz.
— Sei que um senhor em Minas perguntou se teria conhecimen-
to sobre este tipo de legalização, não posso dizer que nunca nem pes-
quisei isto Jackson.
— Certo, não nos mostrou aquela amostra de Santa Catarina.

288
— Não me mostraram, nos contrataram para o tirar, não olhar,
eu as vezes acho que alguns armam, os ignorantes olham e acham que
tinha algo.
— Acha que foi armação?
— Viu o tamanho da criança Jackson.
— E não pediram mais nada?
— Pelo que entendi, usam um menino para contato, ele pediu
que desse uma olhada em um terreno a beira do Rio de Morte em Mi-
nas.
— Município?
— Não entendi, tive de olha o mapa para ver onde fica, Nazare-
no, Prados, Conceição da Barra de Minas, ainda terei de olhar certinho.
— E sabe o que procuram lá?
— Provavelmente nada, mas como eles não abriram a amostra
anterior, como posso saber o que procuram.
— Um senhor me perguntou se saberia o que tiraram de Criciú-
ma.
— Eles compraram um terreno em Lajes que tinha uma antiga
mina de Diamante, me passaram uma pedra para analise, como se
quisessem que achássemos que foi ou de Criciúma ou de Lajes, mas
acho que eles ainda estão desviando o assunto.
— Por quê?
Cristiane viu que o rapaz queria muita informação.
— Ouvi de um rapaz em Matinhos, que um senhor de nome Ge-
raldo, está explorando ouro na serra do mar, não sei onde, mas eles
pareciam interessados naquilo.
— E nos chutaram para Santa Catarina?
— Eles não entendem, aquela formação em Criciúma é de car-
vão mineral, mas é que as pessoas confundem as coisas.
— Acha que eles queriam nos induzir para um lado, para tirar em
outro?
— Eles fizeram os buracos e não sei, não pediram mais nada, li-
guei para um rapaz em Criciúma e ele falou que estão construindo
barracões para locação no terreno, se duvidar eles já venderam o ter-
reno.
Cristiane iria colocar Jackson na pesquisa em Minas e resolveu
não o indicar.

289
Ela estava pensando em fazer algo, ela estava pensando nos vo-
lumes e o rapaz pergunta.
— E se eles forem tirar na serra, saberia onde?
Cristiane olha para ele e pergunta.
— Está trabalhando para outra empresa Jack?
Ele sorri e fala.
— Ainda não, mas um rapaz perguntou sobre o que aquele me-
nino pediu, parecia querer saber?
— Quem?
— Um rapaz conhecido no Capanema como Loco, eu o conheço
apenas como Moreira, não sei o que ele quer, mas parece que o pai do
menino lhe deve dinheiro.
— Deve ser um senhor marginal, querendo cobrar a criança, no
lugar do pai. – Cristiane jogando a isca para entender.
— Dizem ser dos mais terríveis.
— Então quem é o pai da criança, que este ser terrível, não con-
segue cobrar?
— Não sei, nem ideia.
Cristiane olha o rapaz e fala.
— Vamos ter de verificar um terreno em Nazareno, como fize-
mos ali em Criciúma, mas não esquece, pode ser outra coisa.
— Outra?
— Alguém ter os diamantes e não ter como vender, e estar pen-
sando em dizer, achei.
— Amostras sem lapidação? – O rapaz.
— Sim.
Cristiane passa os documentos para a caixa pedindo a autoriza-
ção enquanto Jackson olha pela janela.
— E o que tem naquelas carretas?
— Dizem ser moveis, quero estar em Minas quando resolverem
abrir, não quero perder dias montando para o dono os moveis, ele que
contrate alguém para montar.
Jackson sorriu e perguntou.
— E quando vou a Minas?
— Segunda feira tem voo para lá.
— O equipamento?
— Alugamos de uma empresa da região.
— Amostras até que metragem?

290
— 30 metros.
— O mesmo padrão?
— Sim, eles nem devem querer algo, como disse, deve ser ape-
nas chamariz.
Cristiane olha o rapaz sair e fica a olhar para ele, alguém que-
rendo informação ali, ela passa uma mensagem para Pedro.
Pedro é parado a frente do Delegado, o juizado chegava perto,
outra delegacia, pelo jeito ele ficaria famoso onde não queria.
— O que esta criança pode ter feito comandante? – Pergunta o
delegado, que é policia Civil, para o policial militar, que trazia a criança.
— Não entendi ainda Delegado Santos, mas um dos meus tentou
dar proteção a rapazes que parecem ter morrido a tiro no centro, não
entendi o acontecimento ainda.
— E o que o menino tem com esta historia.
— Quem cercou o menino, é exercito Israelense, Mossad, mas
todos que cercaram o menino, estão mortos senhor.
— Como morreram?
— Tiro na cabeça, ninguém viu os tiros, apenas ouviram os tiros,
e viram os rapazes caírem.
— Quem é o menino?
— Filho daquele senhor que tentou matar Fabrícia.
— Mas porque detiveram o menino?
— Apenas registrando senhor, pois não entendi nada, mas ainda
não sei o que escrever no relatório referente aos mortos, sua policia
está lá tirando os corpos.
— E porque o quer ouvir.
— Um dos meus, que parecia dar cobertura a este evento, ten-
tou atirar no menino.
— Sabe que pode se complicar com isto Comandante.
— Temos 10 mortos, de um exercito estrangeiro, em uma porta
de prédio, todos armados com armas pesadas, cercando uma criança,
mortos sem dar um tiro senhor.
O delegado olha sem entender.
— Mas como?
— Isto que quero saber, parece encomendado, alguém pagou a
morte, e não sei, para mim isto ai é uma criança.
Pedro apenas ouvia.

291
O delegado olha para o rapaz da proteção a menores chegar e
perguntar para o menino.
— Foi constrangido menino?
Pedro olha o rapaz da proteção a menores e fala.
— Não sou fresco para me constranger por andar por ai.
— Tem de ter seus direitos mantidos menino.
— Estranho gente que se diz lei, e é apenas servidor sem senti-
do, defenderia um assassino por ele ter meu tamanho e iria contra
quem o detivesse, o senhor é humano?
— Tem de entender menino, é a lei.
— Espero que não perca nenhum familiar para uma criança ar-
mada e perigosa.
O delegado olha para o menino, ele não parecia contende em
estar ali, mas algo ainda parecia errado.
— Estamos apenas o tirando de um tiroteio, não entendemos,
mas militares estrangeiros resolveram se matar no centro, não o cons-
trangemos rapaz.
— Sabe a lei delegado.
— Ele falou ter sido constrangido rapaz? – O delegado que esta-
va irritado de ter a criança ali.
— Então deixa eu apenas me informar e dispensar ele.
O delegado olha para o menino e pergunta nome, idade, o que
estava fazendo e Pedro diz que foi verificar se teria uma vaga de menor
aprendiz, o delegado olha o menino, ele não reclamara, ele sabia de
algo e o delegado pergunta no fim.
— E porque um policial militar lhe tentaria matar.
— Ele acha que receberia por minha morte, mas não entendo
porque alguém quer minha morte.
— Não desconfia, não tem nada de valor?
— Talvez vingança do meu pai, aquilo é um traste, então não
duvido que tenha feito mais divida, as vezes eles cansam de cobrar e
para dar exemplo contratam alguém para o serviço.
— E para quem seu pai deve dinheiro.
— Guedes Mueller, Joaquim Moreira, Capitão Machado, nem sei
todos, pois ele deve a quase todo mundo na cidade.
— E o que foi esta marca em seu rosto?
— Agora está melhor, meu pai resolveu desmontar a minha ca-
ma, com minha cabeça.

292
— E não deu parte?
— Delegado, ele foi pego em flagrante tentando matar alguém
por duas vezes, se tentativa de assassinato não o mantem preso, ima-
gina violência doméstica.
O delegado o dispensou e comandante olha para o delegado.
— Acha que ele falou a verdade?
— Parece firme para o tamanho, mas não quer dizer que seja
inocente ou culpado, mas se um menino deste tamanho matou 10
militares estrangeiros, peço a conta.
O senhor sorriu e falou.
— Acha que estão pagando para matar o menino?
— Vou verificar como as coisas estão, mas se for divida, pode ser
outra coisa.
— Não entendi. – O comandante.
— O incêndio no cassino ainda parece muito estranho.
O senhor anota algumas coisas enquanto Pedro olha para o celu-
lar e caminha as 4 quadras voltando.
Cristiane olha a resposta de Pedro, pensou que ele não respon-
deria mais, e olha para fora e olha para o proprietário chegando, ela
não acreditara na mensagem, então olhar o senhor chegando a coloca
meio na duvida.
O senhor entra e olha para ela.
— Pelo jeito acha que isto vai dar em algo Cristiane.
— Isto?
O senhor olha para ela e fala.
— Eu vendo, vi que já depositou o valor do acordo, mas me res-
ponderia porque está comprando um escritório de Geologia local, com
prédio e tudo, podendo fazer o seu?
Cristiane evitou olhar as carretas e falou.
— As vezes, temos de tomar as rédeas de nossas vidas, sei que
sempre foi pelo correto e organizado, mas alguém me propôs uma
parceria, teria de entrar com algo.
— Parceria?
— Ainda não a fechei para abrir o negocio Lucas.
— E pelo jeito está pensando em algo, trabalhando até esta ho-
ra?
— Pensando em como manter tudo, sabe que ser funcionário, é
a parte fácil.

293
— Menos lucrativa, mas eu estava querendo sair, uma proposta
baixa, mas na hora que não tenho mais paciência.
O senhor passou para ela os papeis, o menino tratara tudo, ela
foi pega pela surpresa, ela olha para o senhor falar.
— A transferência do imóvel, faço assim que segunda me trans-
ferir os recursos.
Lucas sai e Cristiane olha o prédio e pensa no que faria, olha pa-
ra fora e olha aquele menino chegando ao fundo.
Cristiane olha Lucas nem olhar o menino e sair, ele a olha e fala.
— Problemas?
— Ele parece querer fugir, não entendi.
— Ele é dos que tinham participação no cassino que queimou no
centro, e quer sair de perto para ninguém olhar para ele.
— E sabia?
— Meu pai apostava lá, fortunas.
— Um rapaz local falou que um marginal quer cobrar de você
uma divida.
— Cris, a transferência deste prédio será para você, mas vamos
firmar um contrato de meio a meio que só terá valor se eu tiver 18
anos, então apenas mantem a calma.
— E quer o que?
— Explicar que o que ver eu fazer, é segredo, não existe algumas
coisas na minha vida.
— Coisas?
— Magia, Hons, Fanes, Morois, dons, estas coisas não existem
oficialmente.
— Certo, e porque quer falar.
— Pois está comprando um prédio, mas quero morar na cober-
tura, ter onde viver, sei que nem casa eu tenho.
— E não pode estar em seu nome.
— Não, meu pai torraria e não pagaria a divida que tem com os
marginais.
— Ele deve quanto?
— Nem sei todas, mas para Loco do Capanema, duzentos mil re-
ais.
— Isto é trocado para você menino.
— O problema é que se eu pagar, ele aposta outros 200.
— Vicio?

294
— Sim, vicio em jogo.
— E o que veio fazer?
— Temos o aceite dele na venda, então ele passou a chave, e
vamos por um tapume a volta.
— Vai acelerar?
— Sim, e manda os curiosos para o terreno em Nazareno.
— Acha que tem algo lá?
— Como falei, abaixo de 70 metros. Ainda vamos olhar a 30.
— E vai deixar escapar que tem algo?
— Vamos perfurar em 12 lugares no terreno, depois vamos am-
pliar o primeiro buraco até 60 metros.
— Não quer dizer que sabe onde está?
— Não.
Pedro olha o prédio, olha para fora e viu caminhões da RR che-
garem ali e começarem a por os tapumes a volta a frente.
— Pelo jeito não quer ninguém olhando.
— Não.
Pedro pega o caderno e olha para a parte do fundo, olha para os
vizinhos, prédios comerciais, de pequena altura, aquele com 4 andares,
era o maior, e começa a desenhar o buraco para baixo, e olha para as
paredes surgirem, os caminhões ficaram a beira do buraco, o prédio
começa a crescer de baixo para cima, Cristiane fica olhando o menino,
ela nunca vira alguém construir através de desenho, viu as paredes
grossas de concreto a volta, depois a camada de aço, depois mais con-
creto e novamente aço, e por fim começa a fechar o buraco, e ao cen-
tro as paredes grossas também, e aquele espaço para a porta de um
cofre, olha a escada surgir, o ponto do elevador e o barracão ao fundo
surgir, agora com os caminhões para dentro, o elevador surge, os co-
mandos, a parede alta, e o menino fecha o caderno e fala.
— Deixa eu ver se é real.
Cristiane olha aquele barracão e olha para um caminhão a en-
trada que pede para falar com Cristiane Sinn.
Ela atende, duas empilhadeiras a gás, o rapaz entrega a nota e
ela olha para o rapaz tirar do caminhão e o menino esperar ela olhar
para ele.
Ela pede para deixar ao fundo, no barracão.
Os rapazes olham o tamanho do barracão e pensam ser onde
usariam aquelas empilhadeiras.

295
O chão feito de placa grossa de aço, não parecia um piso normal,
mas Pedro chega ao gás, liga, vê a luz acender e fala.
— Acho que não entendo tanto disto.
Ela olha ele abrir a carreta ao fundo, ele encosta a empilhadeira
na primeira pilha, e a ergue, não eram tão altas, mas Pedro sente a
roda do fundo patinar, ele força, desliga e olha para ela e olha em vol-
ta, ele não tinha nada, pega o caderno e desenha um peso ao fundo da
empilhadeira, a moça entendeu.
Ele tira a primeira pilha, ela abre o elevador, estranha o tamanho
daquilo e viu o menino por para dentro, eles descerem e ele apenas
deixar a pilha e subir novamente.
Pedro olha para Cristiane e fala.
— Apenas fecha o caminhão.
Ela olha que alguém estava bem a frente, começando a forçar e
pergunta.
— Perigo.
— Um Fanes que não sabe o que é ser Fanes, ou se sabe é ape-
nas um básico do básico.
Pedro viu ela erguer sua proteção, a noite deixou ela visível.
Os seguranças arrombam e Pedro olha para Cristiane que olha
Jackson ao lado do senhor.
— O que faz aqui Jack?
— O senhor queria lhe falar, mas pelo jeito me escondia algo.
— Logico, não dou nada de graça a traidores.
— Não sou um traidor.
— Sua aura fala que é Jackson – Cristiane olha para Joaquim Mo-
reira e pergunta – o que quer pagando gente para me vigiar e fazer
perguntas senhor?
— Ele me deve dinheiro.
— Pelo que soube, o pai dele lhe deve, não ele.
— Para mim é a mesma coisa.
— Então você me deve um Tio senhor Moreira, pois seu pai ma-
tou o meu tio, e garanto, uma vida vale mais que este trocado.
— Não...
— Não é homem de palavra, ou apenas as dividas dos outros é
que vale.

296
Pedro viu que a moça sabia quem era o pai do senhor, mas al-
guém fala algo que ele não entendeu, por traz de tudo, ele não era de
ficar apenas ouvindo.
— Não confunda as coisas Cristiane, ele não tem o sobrenome
do pai, pois quem deu o sobrenome não era um Fanes.
Cristiane olha para Pedro, estranha a afirmativa, olha o menino
olhar o senhor e perguntar.
— E dai, já conseguiu falsifica os documentos que queimaram,
para me cobrar?
Moreira olha o menino e fala.
— Acha que não tenho eles mesmo.
— Senhor, eu não gosto do pagar da divida do meu pai, pois ele
vai querer fazer outra, uma pergunta, teria como ter um acordo.
— Não faço acordos.
— Nem para receber uma divida? Sinal que não quer receber.
— Para não dizer que estou sendo extremista, qual a condição?
— Nunca mais emprestar dinheiro a meu pai, e se alguém lhe
perguntar, afirmar que ele ainda lhe deve.
Moreira olha o menino, ele em outras palavras estava falando,
eu pago, mas não me atrapalha.
— Atirou em um segurança meu.
— Eu o dei tratamento, enquanto você o abandonou, esqueço
que nem todos são o que a propaganda fala.
Moreira olha para os rapazes, ele não ficara para olhar, não se
preocupara, e como Roberto não aparecera, pensou nele se recupe-
rando.
— E vai me pagar quando?
— Quero pelo menos um desconto, a parte que Guedes lhe pa-
gou pela divida, o resto, sem problema.
— E como sabe que Guedes tinha a divida?
— Eu teria comprado dele a divida, se ele não tivesse passado
desta para a melhor.
— Com a mesma exigência?
— Pensei em pedir para ele não deixar mais o Gerson jogar nos
cassinos dele, mas pelo jeito a sorte não ajudou nesta hora.
Moreira olha os seguranças e Pedro fala.
— Medo é bom.
Os seguranças olhavam para os telhados e Pedro fala.

297
— Se acham entender o problema, não conhecem nem Moreira,
imagina a cidade.
Cris não havia fechado o caminhão, então Pedro pensou na por-
ta fechando as costas, no caminhão, na entrada, e eles ouviram o baru-
lho dos três locais fecharem e Moreira olha assustado, pois estariam
cercados.
Pedro olha para Jackson e fala.
— Você pode sumir da empresa que acabo de comprar do Lucas,
pois gente dando serviço a traficantes, não quero na minha empresa.
— Você o que? – Jackson.
— Comprei a empresa, não vou ficar contratando terceiros.
Jackson olha Cristiane que fala.
— Ainda não sei se estarei aqui.
O rapaz olha como se quem entrara pelo cano e Moreira fala.
— Pelo jeito não confia em muitos. – Fala olhando Pedro.
— Moreira, um dia terá de decidir se vai ser alguém do lado pro-
dutivo, ou vai continuar apenas escondido no Capanema.
— Vai querer um recibo.
— Se não tem palavra, pode ser.
— Lhe faço por 110.
Pedro caminha até o escritório, ele entra, os seguranças não sa-
biam o que ele faria, mas ele pega o computador e entra na conta de
Geraldo e faz uma transferência para o senhor.
Pedro olha o senhor e fala.
— Quando se cansar de ser apenas um marginal, e explorar suas
potencialidades, estarei por perto. – Pedro.
Moreira olha a confirmação de transferência e pergunta.
— E não negociou antes porque?
— Estava diante de meu pai, para ele, a divida ainda existe.
— E se ele quiser pagar ela.
— Receba, eu não tenho nada contra ele pagar contas que deve,
pois o vicio é alimentado por vocês, mas não podem ser culpados por
idiotas se viciarem nisto.
Cristiane olha para os rapazes saindo e viu Jackson a olhando ao
fundo.
— Vai o mandar embora?
— Ele a entregaria a morte Cris, pois não é para gente de bem
que ele deu o serviço, eles nem sabiam se eu estaria aqui.

298
— E depois falam mal.
— Não me preocupo com o que desconhecidos falam de mim.
Cristiane olha o rapaz ainda ao fundo, caminha até lá e ouve.
— Ele não pode me mandar embora.
— O que queria trazendo traficantes para dentro Jack?
— Falei para você.
— Não, eu perguntei, você estava apenas desconversando, mas
e se o menino não estivesse ali, o que estes seus amigos fariam?
— Disse que tinha algo que deixaram ali, para ninguém mexer.
— Iria roubar o escritório? – Cris.
— Não disse isto.
— Falou sim, melhor sumir Jackson, pensei que falava com al-
guém querendo se dar bem, está só invejando o falido do antigo pro-
prietário.
— Ele faliu?
Cristiane não respondeu, o rapaz saiu e falou.
— Vai aceitar ter uma criança como patrão?
— Melhor que gente que se faz de amigo e lhe entregaria a trafi-
cantes, para que eles esvaziassem o local.
— Eles não lhe fariam mal.
— Como não, eles roubariam um local, e acha mesmo que eles
deixariam alguém que viu o roubo ali na boa?
— Eles não...
— Some... ...que começo a ter vontade de chamar a policia para
você Jack.
Cristiane entra e o rapaz viu que ela não segurou as palavras, ele
em sua cabecinha não tinha feito nada de mais, o que era se livrar de
uma divida em drogas, com um pequeno favor.
Pedro olha ela entrar e as costas uma linha extra de tapumes se
ergue e ele abre o caminhão, entra na empilhadeira e começa a tirar o
segundo conjunto.
Eles esvaziam as carretas e Cristiane olha para o menino.
— E pelo jeito quer ter cofres assim em muitos lugares.
— Sim, pois pensa nisto abandonado em um terreno, esperando
para se tudo desse errado.
— Ouvi o senhor Geraldo falar que ela não teria nada para nego-
ciar.

299
— Ele não sabia o que se desviava, então em meio ao grupo, de-
ve ter gente também desviando parte.
— Estes devem estranhar a ausência dela.
— Sim, mas não esquece, tudo que fizemos, é para ter recursos,
eu vou reinvestir muito.
— E pelo jeito quer sair correndo.
— Vou montar minha casa, mas para isto, tenho de encaminhar
as coisas.
Cristiane pega o carro a frente e vai para casa, Pedro viu o rapaz
ao fundo olhando, ele iria olhar o que ficou lá, ele apaga as carretas,
que somem dali.
Ele fecha paredes, como se fossem varias salas, sistema de alu-
mínio com Dry All parafusadas, para que parecesse possível erguer, ele
desenha moveis todos em plásticos, e cada peça teve os seus moveis
embalados colocados nelas.
Pedro olha para o barracão se fechar e sobe para a cobertura,
olha em volta, pensa na fundação do sobrado, de 4 andares, as bases
se fixam nas laterais e uma parede paralela foi se erguendo, se parafu-
sando até chegar a altura da cobertura, naquela noite de lua nova, ele
olha para as lâmpadas da rua, e elas apenas apagam, a armação sobe
dois níveis, as estruturas da escada sobem, um a mais desce até o fun-
do entre o barracão e a construção, o elevador para cima, as paredes
baixas, com armação de metal começam a ser preenchidas com vidros
espelhados, a parte alta ganha um jardim suspenso, a cobertura do
quarto andar, uma saliência a volta, para plantas, no segundo andar
espaços para colocar a toda lateral frontal mudas.
Ele olha para o barracão e este ganha recortes de jardinagem la-
teral e espaços superiores de jardinagem.
Pedro desenha a casa, dois pisos, mais de 500 metros por andar,
sobe para um quarto, deita a cama, dorme cansado, para não dizer,
irritado.
Pedro não vê um rapaz tocar em Jackson, e o rapaz pular o ta-
pume e olhar para dentro, olhar os moveis, as paredes, as paredes
novas, e a ausência das carretas, enquanto o que o tocou fica ao longe
observando, vendo outros chegarem a ele e apenas olharem, não fala-
ram, pareciam se comunicar por vibrações.

300
Pedro acorda e olha para baixo, via as pesso-
as olhando para o prédio, como se fosse algo novo,
as pessoas pareciam curiosas, e ele não poderia
dizer que não fosse para não ficarem curiosas.
Jackson parecia ainda estar ao longe, estra-
nha, mas as carretas não estavam mais ali.
Pedro olha para Cristiane ao fundo, estacio-
nando, ele a olhava pela parede de vidro, ela para e
fica olhando a fachada toda em vidros e olha Jack-
son parar ao seu lado.
— Como alguém ergue as coisas assim?
— Assim?
— As vigas parecem ter se parafusado sozi-
nhas.
— Andou se drogando Jackson? – Cristiane.
— Sei o que vi.
Cristiane caminha e entra no prédio, o rapaz ficou a rua, ela olha
a armação bem maior, olha o barracão ao fundo, olha os canteiros
altos, os canteiros internos, toda uma construção a volta, entra no
barracão e olha para as salas de recepção, não sabia que ele queria
fazer ali, mas era como se fosse um escritório a parte, uma empresa a
parte.
Ela olha para trás e vê que o prédio estava maior, mais alto, viu o
elevador ali ao lado, e viu o menino sair em uma sacada alta, e fazer
sinal para ela subir.
Cristiane sobe e olha aquele apartamento sobre onde antes era
a cobertura, e olha para ele.
— Tem de fazer menos visível menino.
— Tenho de aprender a criar realidades visuais, ainda não sei o
fazer, humanos se batem com algumas coisas.
— Pelo jeito manda os demais dormirem e fica acordado.
— Pensei que não viria aqui no domingo.
— Queria entender o que estava acontecendo, e me deparo com
o prédio já mudado, já estruturando, uma coisa é alguém falar que o
antigo dono está falido, outro que os que assumiram vão investir no
mercado.

301
— Cris, eu estou apenas pensando no que posso fazer, eu não
entendo de geologia, assim como não entendo de ouro e diamantes,
mas também não entendo de hotéis, e estou prestes a ser sócio de um
conglomerado de hotéis, eu tenho dormido muito pouco, e não fazer
nada, me faz mais mal do que bem.
— E porque não tem dormido?
— Aprendendo, os horários não batem, não tenho como explicar
sem parecer maluco.
— Malucos não fazem isto.
— Sei disto.
Pedro olha para o carro de Sergio parar na parte de baixo e olha
para o outro lado da rua e pergunta para Cris.
— Auras azuis, o que é isto?
— Quem tem aura azul?
— Jackson.
Cris olha do outro lado da rua e fala.
— Não sei, ele é viciado em cocaína, alguém genial, mas viciado,
e não sei tanto sobre o que é ser uma Fanes como deveria.
— Você já sabe mais que muitos a rua Cristiane, pois você faz
parte da historia deste planeta, em 12 existências, não as sente, mas
em cada uma delas, está em uma parte do planeta, e em todas elas,
alguém sabe quem é você.
— Isto parece maluquice.
— Sei disto, mas pensa que uma está em Lively, ilhas Malvinas
para alguns, aprendendo com Liliane Canvas os Dons dos Fanes.
— E como sabe disto?
— Estranho ser um ser Demoníaco em uma existência, de nome
Cândi, que acompanha o caminho da sua Deusa na caça ao Caos.
— E tenta não ficar maluco.
— As vezes acho que é uma disfunção de personalidade, dai
acontece o que aconteceu em Criciúma.
— Alguém lá explora aquela mina?
— Segundo ele, a maior mina de diamante de qualidade do pla-
neta, mas ele fez curso de designer, não entendo isto, mas ele vendeu
um colar de diamantes, com aproximadamente a leva de diamantes
que tiramos naquela amostra de numero 31, mas os diamantes do
colar, saindo de 8 minas diferentes, uma delas é a de Nazareno, e
olhando pela visão dele, um colar único, por uma fortuna.

302
— Certo, está correndo atrás de coisas que não compreende, e o
que nesta realidade dele, teria na montanha a beira do rio das Mortes?
— Ele fez paredes de tijolo, em vários locais, para esconder
aquele ouro, pois é mais do que ele conseguiria gastar na vida.
— Não entendi.
— Deixar claro que as existências são diferentes, bem diferentes.
— Certo, mas quanto teria lá, você falou em 20 mil toneladas de
ouro.
— O equivalente em ouro e platina, mais um zero no valor, o
que quer dizer, se vendesse legalmente, 3 trilhões de reais, ilegalmente
1 trilhão de reais, somente em ouro.
— Sabe que industrialmente estava vendo que a platina tem va-
lor apenas um pouco abaixo do preço do ouro.
— Então entendeu porque ele fez paredes de ouro.
— Mas como ele fez para as erguer.
— Tijolos de 3 quilos, banhados em chumbo.
Cristiane sorriu e falou.
— E quer saber se nesta existência é real.
— Sim, pois tem coisas que não divido com muitos Cristiane, e
deve entender porque.
— Sim, algo assim seria uma corrida a região, gente devastando
tudo, seria uma divisão mais justa dos recursos, mas seria uma corrida
e tanto.
Pedro olha para Sergio da outra sacada e faz sinal para subir e
olhando para Cris fala.
— Fala com Jackson, vamos entender o problema, vamos con-
versar sem Moreira e seguranças ouvindo.
Sergio subiu, cumprimentou Cristiane que atravessa a rua e olha
para Jackson.
— Quer conversar Jackson, mas com sinceridade?
— Você pelo jeito sabia de algo ontem.
— Jackson, sabe o que é um Fanes.
Ele olha ela e pensa em mentir e ela fala.
— Bom saber que sabe.
Ele estranha e fala.
— E como saberia que sei?
— Faz parte de pensar em mentir em uma frase, que a maioria
que não sabe, pensa em “o que é isto?”.

303
— Mas não respondeu.
— Digamos Jackson, eu sei quando você mente, pois sua aura fa-
la, mas a pergunta, que eu e o menino querem responder, é o que você
é,
— Porque?
— Aura azul, não é de humanos normais.
— E porque quer saber algo que nem eu sei se existe?
— Porque algo o atraiu para este caso, não sei oque, mas você
que sabe se confia ou fica apenas olhando.
— E está de acordo com aquela criança, como ser funcionário de
uma criança.
— Jackson, eu comprei o escritório, não somente o menino.
Cris olha ele olhar para seu braço, ele via auras também, e deve-
ria ser isto que o fez olhar para o menino, e alguém queria algo, as
coisas caminharam, mas nada saiu como Jackson pensou, olha para Cris
e pergunta.
— Então você e Moreira são Fanes?
— Esta á a parte fácil Jack.
— E porque o menino tem aura azul, clara mas azul.
— Isto que ele quer saber, pois o pai dele tem aura verde, hu-
mano, a mãe dele não vi a cor da aura, mas deve ser onde deve ser
mais complicado, vi ela pouco, mas parece um misto entre humanos e
algo a mais.
— Por quê?
— Sabe o que é um Moroi?
— Nem ideia.
— Os seres que geraram as lendas dos Lobisomens e dos Vampi-
ros, uma espécie compatível tanto com humanos como com Fanes, e
dizem que comparar Fanes e Humanos é como comparar Lulas a Ratos.
— E acredita nisto?
— Eu duvido de tudo Jackson, mas se estava ai a noite estabele-
ce que não foi para casa, porque, e viu mais do que todos a volta.
— Estranho a forma que aconteceu, pareciam ter pessoas er-
guendo as coisas, era como se o menino estivesse pendurado parafu-
sando, erguendo, fixando os vidros, não um, vários deles, não sei o que
ele fez, pois as carretas não saíram pela frente, e elas não estão lá den-
tro.
— E vai observar ou vamos conversar lá dentro.

304
— Ele mandou eu sair.
— Ele pediu para o levar lá para conversarmos.
— Como levar uma criança a serio?
Cristiane olha a aura do rapaz, ela tinha as pontas arredondadas,
sinal de idade, parecia um ou dois anos a mais que ela, mas ele estava
ali a mais tempo.
Pedro olha Sergio entrar e fala.
— Este é o próximo imóvel Sergio que vamos comprar, minha
primeira casa na cidade.
— Certo, quer algo próximo ao colégio, algo próximo ao seu pai,
e que tenha um local para não ficar na rua, entendo, mas não entendi
as compras.
— Sei disto, mas se ficou lá muito tempo sem explorar, pode fi-
car mais um pouco.
Sergio abre sua pasta, põem os documentos da compra e fala.
— Começa a ser um latifundiário agora menino.
— Sei disto, mas aqueles terrenos em Antonina, como vai ser?
— Vamos fechar este amanha na cidade, e na segunda a tarde
em Antonina, ainda não entendi a ideia?
— A ideia, eu ir estudar na terça.
Sergio sorriu e colocou duas revistas a mesa e Pedro olha a capa,
olha a imagem.
— Pensei em algo que falasse menos por si. – Pedro.
Pedro pega a revista e a folha e sorri, agora era conseguir parce-
ria com algumas empresas de turismo, a oferta dos pacotes poderiam
fazer a ideia começar a dar frutos.
Sergio olha Pedro sorrir, ele não sorria muito, mas foi um sorriso
tímido, talvez isto que o menino queria.
Pedro começa a olhar os documentos e pensa no que precisava
e liga para Roseli.
— Bom dia Roseli.
— Bom dia, as vezes queria parar para pensar melhor menino.
— Problemas?
— Meu pai ligou perguntando o numero do hotel, pois estavam
ligando para ele, em casa, perguntando se não teria como conseguir o
numero do hotel.
— Disto que falava, primeiro mês será de curiosos, mas realmen-
te não pensei em um numero de telefone, tem uma linha na casa que

305
tinha, estende de lá a entrada frontal do projeto inicial, coloca um sis-
tema de recebimento automático de ligação, com a informação que
estaremos atendendo a partir da sexta que vem, e começamos a pen-
sar em gente para atender.
— Certo, estava tentando conseguir uma linha, mas se tem uma
na casa, pelo menos podemos colocar lá o sistema de gravação, não sei
como está o agito ai?
— Eu não estou no tumultuo Roseli, mas tenta que minha mãe
se posicione, ela conhece gente que está sem trabalho, pois é meio de
ano, ninguém dos grandes está com mais do que o básico.
— Certo, acha que teremos tudo pronto?
— O complexo Hotel Pedreira, está quase pronto Roseli, as cai-
xas de agua estão quase cheias, o restaurante no mirante está monta-
do, no topo daquele prédio, teremos 22 câmeras, apontadas para to-
dos os lados, colocados na internet, 24 horas por dia, para se olhar em
volta e ter a sensação de que é uma câmera que gira.
— Certo, qual o próximo a ficar pronto?
— O segundo vai ser o Hotel Rosa Vincent Callebaut, estão ter-
minando de entregar lá os complexos de tratamento de agua e esgoto,
então em 3 dias estará pronto, antes da Sexta, após isto, vou concen-
trar os esforços e terminar o Hotel Rosa Doná Olária, isto quer dizer
terminar os 3 prédios frontais, o na pedreira, toda a estrutura de reci-
clagem, acho que na sexta, quando começarem a atender, teremos
este ponto se não pronto, próximo a isto. Sei que parece corrido, mas
após o Olária, será os quartos do DNA, que deve ficar pronto na terça
seguinte, e logo após o Mad aos fundos na quinta, o que faz com que
os hotéis estarem prontos, na segunda agora, eles começam a instalar
o parque aquático, os buracos estão prontos, e a maioria vem pronta,
mas precisa de 15 dias para ficar pronto, e nos barracões se começa a
se instalar as atrações 3D e 4D do parque temático, ele será todo inter-
no, e somente entrando nos brinquedos para entender a ideia.
Roseli senta-se e começa a anotar, o menino falou muita coisa e
fala.
— Acha que as ruas vão estar prontas?
— O começo, vou confirmar com Vincent se ele me autoriza a
ideia na praia e vou por Sergio na quarta diante do prefeito de Mati-
nhos para ele assinar nossa linha de investimentos na orla.
— Vamos precisar de gente em todo lugar.

306
— Sim, vamos precisar de gente, pois ainda estou calmo aqui,
mas pode ser que não fique, então melhor começarmos a terminar
projetos.
Roseli sorriu e falou.
— Vou por as coisas a caminhar, pelo jeito está falando serio em
15 dias estar com tudo pronto.
— Sim, estou falando serio.
Pedro desliga e olha para Sergio.
— Liga para aquele Magalhães na Globo, precisamos saber se
inauguramos aquilo ou esperamos.
— Acha que eles vão ceder a pressão?
— Não, mas consegue na quarta falar com o prefeito, tenta que
ele marque com o governador, quero expor uma ideia, e quem o vai
fazer é você, eu estarei em aula.
— E se tiver dúvida?
— Terei de matar aula.
Pedro olha para o computador e digita Hotel Rosa e coloca na
aba de noticias e olha aquela reportagem em Frances, jornal online de
Bruxelas, na Bélgica, vira para Sergio e fala.
— Temos de acelerar Sergio, a noticia começa a se espalhar, e
todos não vão querer dizer que não tem nada, que não sabem, então
muitos reproduzem noticias.
— E quer fazer o que?
— Eu pedi o direito sobre o “www.hoteisrosa.com” e estou colo-
cando lá apenas o básico ainda, propaganda dos 5 projetos, para den-
tro de 45 dias, não sei exatamente a repercussão que isto vai dar, mas
ter fotos de qualidade no nosso site, faz eles terem material para publi-
car, mas preciso que o prefeito me permita ajudar.
Sergio olha para a pagina e fala.
— E pelo jeito ainda está montando?
— Sim, mas para este complexo, preciso de telefones, de pro-
gramação, de contatos, de muitos dados que não tenho ainda, mas
semana que vem vamos ter imagens internas, imagens externas, e o
principal, imagem dos quartos, da estrutura, das possibilidades de
quarto.
Pedro olha para a noticia em Bruxelas, e começa a surgir noticias
no Rio de Janeiro, em São Paulo, no site da Gazeta, e todo um comple-
xo de ideias.

307
Sergio via que o menino queria controlar aquilo, mas o gerar das
imagens do restaurante do Google fez alguns começarem a olhar para a
estrutura, enquanto Sergio olha aquele rapaz entrar e o menino falar.
— Não sei se vai ficar na cidade ou vai subir amanhã cedo.
— Vou para um hotel, sei que preciso descansar.
Sergio sai e Cristiane olha para Pedro.
— Não foram apresentados, Jackson, Pedro Rosa.
O rapaz olha para Pedro e pergunta.
— Como posso lhe levar a serio menino?
Pedro olha a aura do rapaz e olha para ele.
— Se me for sincero, serei sincero rapaz.
— E no que gostaria de sinceridade?
— Quantos anos tem? – Pedro.
Jackson olha para o menino, ele fora a um ponto direto e per-
gunta.
— Porque quer saber?
— Entender, um menino, em um lugar que não estendo muito
ainda, me disse que as dobras da aura, tem haver com a idade, uma
dobra a cada 100 anos, uma volta completa a cada mil, mas é que é
difícil estabelecer isto assim olhando de fora, sem tocar, pois as curvas
internas não são estabelecidas, são internas, então externamente me
parece, dois mil seiscentos e vinte e dois anos locais, nem Tudor de
Buzau tem esta idade. – Pedro olhando o rapaz.
Cristiane olha para Pedro, era uma afirmação muito diferente do
que pensou, Jackson olha o menino e fala.
— Deve imaginar que este nome não é meu.
— Diria um deles, mas quem seria você, pois tudo que vi, não
tem esta idade, apenas a aura branca de Paula, diz que ela tem um
caracol interno, como se fosse um nó dentro de outro, Pietra Carson
diz que isto quer dizer que estamos para cada nó uma existência, esta-
mos na decima segunda existência, mas ela na primeira existência em
vida.
Jackson olha para o menino, que viu a pergunta em sua aura e
olha ele serio, esperando.
— Tem aura de pouco tempo menino, mas não posso dizer que
não sabe de nada, uma criatura que analisa auras, que fala em existên-
cias, que nitidamente falou com peças chaves por ai, mas sua aura
ainda me diz, 13 anos.

308
— Exato. – Pedro.
— Tem de ver que auras azuis, dizem ser as primeiras, não en-
tendo disto, mas não teria mais de uma existência, não conheço Tudor,
mas já ouvi falar dele, dizem que ele está com pouco mais de dois mil e
100 anos, e não o entendo também, mas parece saber de seres que
ninguém fala por ai.
— Digamos que em minhas veias, corre sangue Moroi, se não ti-
ver meu sétimo filho, não terei problema, se ele não tiver sete filhos,
também não se terá problemas, mas hoje em dia ninguém tem mais 7
filhos, então o problema tende pela natureza moderna se extinguir.
— E porque sua aura é azul?
— Digamos que cada pessoa me passou uma versão, genetica-
mente sou um humano, os Dragões vieram verificar se não era um
Fanes, e constataram humano, mas ai me veio milhares de perguntas,
pois para ser compatível com Fanes, como os Morois, teria de ter algo a
mais ai, mas pode ser apenas lenda esta compatibilidade.
— Porque seria teórica?
— Fanes podem se alto fecundar, então pode não ser compatibi-
lidade, e sim, sentirem-se seguras.
— Certo, uma interpretação que teria de ser comprovada, pois
sem testes reais não se chegaria a isto, mas como sabe de tudo.
— Esta é a pergunta de ouro, poderia dizer sou um Netser, não
sei se sabe o que é, minha raiz vem da mistura de um Netser com uma
Moroi, tocado por um anjo, para sentir todas as suas existências. Mas
não achei ainda nisto uma resposta.
— Que anjo o tocou?
— Gabriel.
— E não morreu?
— Fui ao caminho do trono, mas estava como sem energia, não
sei o que este toque faz, sentei, senti os demais, esta sensação ainda
hoje cresce, como se tivesse recordações daquele momento, e conse-
guisse sentir algo diferente a cada vez que isto acontece.
— E voltou?
— Sim, ser um Netser, é ter o direito de voltar se tiver algo a fa-
zer ainda.
— E pelo jeito não gosta do que aconteceu?
— Uma das teorias para minha aura azul, é a aura de quem per-
deu tudo na vida, sei que não é isto, mas não entendo tudo ainda.

309
— E pelo jeito não sabe a encrenca que está metido.
— Não, isto que quero saber?
— Não sei quem, mas alguém ofereceu 200 mil dólares para
quem matar você, foi lançada as apostas, e talvez você tenha esta mar-
ca no rosto por isto, seu pai não foi permitido jogar naquele dia.
— E porque alguém me transformaria em alvo.
— Isto que o senhor Geraldo veio descobrir.
— E não pode contar?
— Não, mas a aposta foi feita, o local da aposta pegou fogo dias
depois e alguns que não haviam entrado na aposta, com a abertura de
uma nova casa no Portão, fizeram novas apostas, dizem que lhe matar
tem de ser de forma a saberem que foram eles.
— Mesmo alguém não puxando o gatilho?
— Sim, mas parece que Moreira saiu da aposta, aquele policial,
parece que está preso, Geraldo, sumido, não sei quantos ainda estão
nesta aposta, mas pode ter certeza, enquanto você não morrer, eles
não param.
— Apostou também? – Pedro olhando o rapaz.
— Sim, mas pelo jeito vou perder o dinheiro desta aposta, pois
ninguém me falou em alguém que resiste ao toque de Gabriel, já que
este toque, destruiria cidades inteiras.
— Mas porque alguém começou esta aposta?
— Pelo que soube, Guedes começou, não entendo o que acon-
teceu com ele, mas dizem que saiu de lá segundos antes daquilo ir
pelos ares.
— Estava do lado de fora seguindo meu pai, para ver onde ele ia,
quando o tumultuo começou.
— Certo, mas porque passaria ali?
— Tinha marcado com Cris na Universidade, a poucas quadras
dali, apenas isto.
Cristiane lembra dos bombeiros e fala.
— E pelo jeito teremos problemas.
— Oficialmente isto é tudo seu, sabe disto, mas ainda não sei o
que é este ser a nossa frente Cris.
— Não se contenta com meias verdades.
— Não existe verdade pela metade.
— E acha que escapa?

310
— Uma hora me encho, mas se isto acontecer, desculpa se tudo
sair do lugar.
Pedro olha para fora e ouve em sua mente.
“Preciso falar com você!” – Pietra – “Onde está?”
Pedro pensa no endereço, e olha para Cristiane.
— Fecha as cortinas.
Cristiane olha para as cortinas e as fecha e viu as duas meninas
materializarem-se a sua frente.
Jackson olha as duas meninas e recua.
Pedro sorriu quase dolorido, era uma reação quase inconsciente
dele aquela dificuldade em sorrir.
— Precisamos conversar Pedro.
Pedro olha a menina de 11 anos ao lado, Liliane Canvas em pes-
soa e fala.
— Sim, problemas?
— A menina quer lhe agradecer e não sei se gosto do que ela fez
em outras existências.
— Pietra, o enfrentamento é em todas as existências, o objetivo
dos demais, que seja o fim de todas, mas para um ser multi presença,
ela é física em todos os mundos, quanto menos partes ela tiver, mais
irritada ela vai estar, e quanto mais dela conseguirmos trazer a lucides,
eles vão nos odiar mais.
— E pelo jeito eles estão fazendo as coisas mais eficientemente.
— Máximos tinha ido a casa dela e executado ela e a mãe – Pe-
dro olha para Liliane – eles não precisam saber como voltou, não preci-
sam saber que ainda está viva, tem como fazer as coisas, menos visível.
Liliane olha para Pietra e fala.
— Ele teme falar agora. – Liliane olha o ser ao canto e este re-
cua, viram ele abrir a janela e pular, Cristiane assustada olha para a rua,
ele cai de pé e começa a correr.
Liliane olha para Cristiane e fala.
— Conheci alguém com seu rosto bem longe daqui.
Olha Pedro e pergunta.
— Como pode existir aquele ser?
— Perguntava para ele o que ele era.
— Alguns o chamam de Abamiron, mas estranhei, ele parece ter
operado os pés, ou ter apenas a mesma estrutura física, em cristal.
Cristiane olha intrigada.

311
— O que quer dizer com isto?
— Seres com aquela frequência, estão no planeta a mais de 200
milhões de anos, mas ele deveria ter os pés invertidos. – Liliane.
— Curupiras? – Pedro.
— Aquela cor azulada é mais para origem do Afeganistão, não
das Américas. Mas não com pés normais. – Liliane.
— E o que este ser queria? – Pedro.
— Eles observam, eles são parte dos controles de evolução dos
povos, acho que Xi e Xo criaram formas de destruir existências, e uma
delas, o desafio dos seres de cristal.
— E pelo jeito ele tem medo de você. – Pedro.
— Ele sabe muito, pois a maioria não tem ciência de quem sou,
ele perguntava o que?
— Falava que alguém na cidade, fez uma aposta para que me
matassem, pagando ao vencedor 200 mil dólares.
— Queria agradecer me mostrar a saída daquele lugar.
— Faz parte do caminho estar em lugares que os demais não ve-
riam eu lá.
— Soube que um grupo do Mossad estava a cidade, se cuida.
Pedro a olha e não responde.
A menina agradece e some dali com Pietra.
— O que foi isto?
— Lendas, isto que é.
— Por quê?
— Pelo pouco que entendi, tem de ver que estou aprendendo
rápido, mas é cansativo, que existem os seres de criação, seres abaixo
do Eterno, que se acham deuses, Liliane como filha de dois deles, seria
um ser de criação, a deusa dos Fanes, existe os seres de vigilância, os
Curupiras, ela falou outro nome, mas conheço a lenda por Curupiras,
que são seres que aprendem e transmitem para fora a situação do
planeta, quando acham que podem ter uma chance, se lança um aviso
pelos portais, e começa este desafio que ignoro como seria, e tem os
imortais, o planeta que congela e volta a vida, a existência que se repe-
te baseada em uma regra física, que tudo tende a uma curva, o univer-
so surge, e no infinito tende ao mesmo ponto de inicio, onde toda a
massa volta a se concentrar, mesmo depois de congelada, e povos
como os imortais, e os Fanes ressurgem antes mesmo das primeiras
galáxias.

312
— E o que o rapaz queria?
— Saber o que eu sou, isto que ele quer saber.
— Porque acha isto?
— Todas as perguntas dele tinham duvidas, ele não sabia o que
perguntar, ele queria algo que lhe desse um caminho, mas ele mesmo
duvidou da ideia, e viu o medo dele referente a um ser de criação.
Cristiane olha para a janela e fala.
— Sim.
Ela olha o local e fala.
— Acha que ele pode vir a gerar problemas?
Pedro não sabia.
Em um laboratório no Novo México, na cidade de Los Alamos,
um general olha para a tenente de comando e pergunta.
— Que ruído de saída foi este?
— Não sabemos, mas temos um terremoto de categoria 8 na di-
visa do Irã.
— Confirma se não foi teste nuclear.
— Testes nucleares não geram terremoto de categoria 8 general.
O general Dallan olha o ruído e fala.
— Mas parece uma transmissão para fora, monitora a frequên-
cia, algo aconteceu na divisa do Afeganistão e do Irã.
A moça coloca o detector de frequência e olha para os dados
começarem a verificar as transmissões e pega uma frequência altíssima
na região de divisa dos dois países citados, mas algo ainda estava pas-
sando entre pontos em menor frequência, ela pega a fonte e fala.
— Não entendi o que estão transmitindo senhor, estamos ten-
tando decifrar, mas não é em nenhuma simbologia conhecida, mas
alguns pontos do planeta receberam a informação, e não entendi, até
alguns receptores em Washington receberam a informação, o que tro-
caram ainda não sabemos, mas após esta transmissão, e após, eles se
comunicaram.
— Tem os endereços?
— O estranho é que todos confirmaram uma informação, pois
todos parecem ter transmitido para uma cidade no Brasil, no sul do
mesmo, não conheço ela, estado ao sul, Paraná, capital, Curitiba, em
um dos bairros centrais.

313
— Transcreve o acontecido, não sei o que aconteceu, mas eles
ativaram algo poderoso no Irã, podem nos acusar do terremoto tenen-
te.
Ela faz o relatório, coloca as seguranças e transmite para o Pen-
tágono, mas pelo jeito ninguém deu valor, pois não responderam.
Pedro se despede e caminha até um restaurante abaixo do via-
duto do Capanema, ele comia ali quando não tinha dinheiro, era uma
comida para pessoas sem muito dinheiro, ele se acostumou a comer
ali, alguns até o cumprimentavam.
Ele estava comendo quando viu Gerson parar a sua frente e sen-
tar, ele estava com uma bandeja de comida, nunca vira seu pai comer
ali.
— Pelo jeito não tem tanto ainda.
— Ninguém acredita em mim, qualquer dia amanheço morto,
pois soube que uns malucos querem minha cabeça, por 200 mil.
— Quem falou isto? – Gerson.
— Alguém que não teve como me matar, não entendi as regras
de algo assim, porque alguém tentaria me matar.
— Tem gente nesta cidade que aposta qualquer coisa.
— Alguns apostavam, se cuida pai.
— Moreira quer me cobrar a diferença do que não conseguiu
com a divida com Guedes.
— O que eu tenho haver com isto.
— Disse que me indicaria algo em Minas.
— Eu tenho de confirmar antes, se eu olhar alguém compra an-
tes e perdemos.
— E se lhe matarem antes?
— Todos perdem, mas perdido aqui?
— As vezes esqueço que você entra em locais assim com a natu-
ralidade de que não consigo.
— Tem coisa que não é natural, comer é, mas tem gente que
prefere acabar com as poucas coisas naturais, como símbolo de educa-
ção, acho que é questão de ponto de vista, não de educação.
— Falando difícil hoje.
— Imagino.
Pedro comeu com calma, viu que seu pai não comeu, estranha
gente que não tinha onde cair morto e era fresco com comida.
Pedro olha em volta e fala.

314
— Deixa eu sair antes de um inocente morrer.
Gerson fez que não entendeu, mas começa a sair, deixa a bande-
ja e sai a rua, Gerson ficou mais ao fundo, Pedro tinha certeza que seu
pai recebeu para o sinalizar, Pedro atravessa a rua rápido, passa ao
fundo da viga de sustentação do viaduto, toca o peito, olha tudo para-
do, ele olha os rapazes ao fundo, volta calmamente, gente que mataria
uma criança por dinheiro, ele chega e pega a arma do primeiro, atira na
primeira mão, na segunda, troca de arma, atira nas mãos, e quando os
12 senhores já estavam baleados, ele volta ao ponto que estava, ele
caminha mais um pouco pela avenida e toca o peito, tentando não
olhar para trás.
Gerson viu o filho atravessar a rua, ouve os 24 tiros de uma vez,
pareceu um grande ruído e viu os seres olharem as mãos, todos olha-
ram para eles, olha para o filho e viu ele bem mais a frente na rua e
olha para mais dois saírem no sentido que ele iria, ele caminhava para
a Rodoferroviária.
Pedro entra na Rodoferroviária, olha para traz e olha para os ra-
pazes olharem ele entrar no banheiro, ele olha para o viaduto ao fun-
do, para eles não verem que ele os vira, e entra.
Pedro olha para eles entrarem, viu um sacar a arma e toca o pei-
to, ele olha os senhores, uma caçada em plena luz do dia, e se diziam
civilizados, talvez o rosto de Pedro olhando os dois, foi de revolta, ele
pega a arma na mão do primeiro, olha os dois, um rapaz saindo lenta-
mente do banheiro olhando eles, ele atira na cabeça do primeiro, de-
pois na do segundo, ele começava achar que não adiantaria ter pena
deles, eles tentariam de volta.
Quantos até parar a caçada era a pergunta na mente de Pedro,
olha os dois, talvez não fosse uma boa ideia, ele toca no primeiro e este
se desmancha em pó, o segundo o mesmo, joga a arma ao chão, os
seres em pó ainda de pé, pareciam olhar para dentro enquanto Pedro
sai pela porta, ele caminha mais longe, desta vez ele não parou antes
de 5 quadras, ele fica por traz de um poste e toca o peito, quase na
frente do Shopping na Sete de Setembro.
De onde estava nem se ouviu os tiros, bom sinal.
Pedro entra no shopping e senta-se, ele não queria aquilo, esta-
va irritado, e nem entendeu a discussão a sua frente até uma moça lhe
olhar e ouvir em sua mente “Rita”. Ele a olha, linda, muito maior que

315
ele, a moça olha para ele e fala algo, ele parece ver os lábios se mexe-
rem e a moça falar mais alto.
— Não vai responder?
Talvez vendo a historia, foi a primeira vez que Pedro sorri de
verdade e fala.
— Desculpa, me perdi nos meus pensamentos.
Rita olha a menina ao lado e pergunta.
— Vai dizer que não acha que estes cantores Coreanos não pa-
recem todos com meninas?
Pedro sorriu, qualquer resposta poderia parecer bobeira, ele não
ouvia musica de coreanos e fala.
— De coreanos não entendo, não fazem meu tipo.
Rita sorri e fala.
— Nem meu, perdido por aqui, não lhe conheço.
— Não é minha área, não quero atrapalhar.
— Parece conhecido.
— Diria o mesmo, e sei que só lhe vi agora.
Rita sorri, Pedro estranha, alguém que mexeu com ele, alguém
que vivia em sua cidade, mas ele olha a entrada do local e fala.
— Nos falamos qualquer dia.
Pedro se levanta, começa a caminhar para a outra saída, a meni-
na olha que os rapazes olham para ele, e seguem o mesmo, a seguran-
ça do shopping se mexe, não era normal algo como aquilo, visível.
O delegado Silva olha para um promotor chegar a sua porta e fa-
lar.
— Podemos conversar Silva?
— Problemas?
— Não sei, mas deve estranhar mortes estranhas a cidade.
— Sim, mas o que tem a dizer.
— Os donos do Cassino São Francisco mudaram de endereço,
mas parecem ter feito daquelas apostas irracionais.
— O que foi agora?
— Alguém colocou um tema na mesa, quem mataria Pedro Rosa,
o menino que passou aqui estes dias.
— Ele é alvo?
— Eles ofereceram 200 mil para a morte dele antes da tarde de
hoje, mas normalmente alguém como o menino não dura, então ele
deveria já estar morto, mas parece que alguém subiu um zero na apos-

316
ta, todos que quiserem entrar na nova parte da aposta, vão se reunir
hoje a tarde, não sei onde, mas dizem que vão oferecer 2 milhões pela
morte do menino.
— Porque disto Promotor?
— Não sei, isto que preciso saber, o que este menino tem que
alguém pede sua morte?
— Aquele encrenqueiro de Minas não está por trás?
— Qual?
— Geraldo Souza, dizem que ele pediu mortes na cidade e o me-
nino atrapalhou.
— E o que faria ele valer tanto?
— Nem ideia.
— Verifica delegado, alguns não gostaram das mortes no centro,
daqueles Israelenses, parece que apareceu 12 baleados na região da
rodoviária.
O delegado chama Plinio que entra e pergunta.
— Qual o problema?
— Alguém pediu a morte daquele menino que trouxeram ontem
aqui, dizem que os bonzinhos da cidade, estão apostando em quem vai
o matar, e a aposta que geralmente reduz depois da hora estabelecida,
vai ganhar um zero, então alguém está querendo ele morto e vai pagar
2 milhões pela morte.
— E quer que faça o que?
— Levanta os dados, algo está bem errado.
— Vi ele bem rapidamente ontem, mas verifico.
Plinio foi ao IML e olha para Paulinho.
— O que tem das mortes dos estrangeiros de ontem?
— O que me assusta é um vídeo que a policia mandou a pouco,
para analisar como foi feita a montagem.
— Não entendi.
O rapaz puxa o vídeo no sistema, ele coloca na tela ao fundo, ele
queria ver a falha e não tinha achado, ele olha os seres começarem a
cercar o menino, se ouvia apenas o barulho da rua, o senhor estava de
costas, menino de lado e o senhor parecendo ameaçar o menino, se viu
o senhor fazer sinal para o rapaz atirar, e o rapaz fala.
— Neste instante começa as coisas estranhas investigador.
O tiro, o barulho de tiros em paralelo, o menino olhar a bala pa-
rada e olhar para o senhor, se lia nos lábios falando lentamente, “Mata

317
Humanos”, a frase foi maior, mas teriam de olhar com calma, o senhor
responde algo e se viu o menino caminhar para o lado do senhor, não
se viu grande coisa, mas o senhor se desfez em pó, e o olhar do menino
ao policial, um toque no peito e ele some.
— Acha que foi montagem?
— Se olhou, o senhor mataria ele, não entendi, algo parou a ba-
la, mandei coletar o pó a rua, está lá, ninguém sabia o que era aquilo,
mas é pó de algo carbonizado, e não sei, foi depois disto que o policial
ao fundo tentou o matar.
— Paulinho, não sei o que falar, mas aqueles riquinhos sem nada
para fazer, apostaram a morte do menino, tem gente querendo o di-
nheiro.
O rapaz olha a imagem e fala.
— Mas é uma criança.
— Pelo jeito uma criança que sabe se defender, e não entendi,
mas foi bem isto que o policial afirmou que aconteceu, que o menino
tinha matado o senhor.
— Não temos como provar a morte, mas quando olha-se a ima-
gem lentamente, o rapaz atira, algo acontece e 10 pessoas sofrem tiros
a volta.
— Verifica se Gerson não esta voltando as armas.
— Ele não conseguiria matar 10 em um segundo investigador.
— Então teria de ter mais gente?
— Sim, mas o menino não quis ficar para a confusão, e as ima-
gens da outra praça onde o policial tentou o acertar, são mais compli-
cadas!
— Mais?
— Os Hons o defendem, isto que os policiais não colocaram no
relatório, e Plout em pessoa aparece ali, se colocar isto em algo, dizem
que é montagem.
Plinio olha as imagens e olha o policial atirando e fala.
— Ele não erraria.
— Ele não errou, o menino se faz de atingido, mas se olhar a
mão dele na saída, está a bala que foi atirada.
— O que é este menino?
— Não sei, mas se os rapazes acharam que seria fácil o matar,
estão pelo jeito tendo problema.
Um rapaz entra pela porta.

318
— O que aconteceu agora?
— Um rapaz num dos banheiros da Rodoviária, diz que dois ra-
pazes entraram ao banheiro apontando em todos, e de uma hora para
outra, caem em pó.
Plinio olha Paulinho e fala.
— Vai ser um domingo agitado.
Pedro começa a subir pela Avenida Sete de Setembro, via os ra-
pazes ao fundo, olha uma câmera da policia, e soube que alguém esta-
va dando o serviço, não entendeu aquilo, mas sobe a avenida e entra
no outro shopping e viu os dois rapazes entrando, ele caminha lenta-
mente e vai ao banheiro, ele espera os dois entrarem, teria de ser onde
não tem câmera, ele faz sua mão crescer e empurra o primeiro, ele não
queria morrer, viu o rapaz cair, o segundo assustado, ele toca o peito e
o rapaz caído não viu ele atirar em sua cabeça, o a porta olha para o
menino com a arma a mão, ele sai do banheiro e do shopping, e toca o
peito, olha aqueles rapazes ao fundo e começa a caminhar no sentido
da praça do Atlético.
O rapaz viu o menino empurrar com força, enquanto ele estica a
arma, o outro cai, viu a marca na cabeça do rapaz, ouviu o tiro, olha em
volta e não viu o menino, viu o segurança olhar para ele, apontou para
o mesmo e sai rápido pelo estacionamento, o segurança chama a poli-
cia, um rapaz matara outro no banheiro.
Fecham o banheiro e se via os curiosos em volta.
Pedro liga para seu pai.
— Poderia me informar só uma coisa pai?
— Fala?
— Onde eles vão se reunir a tarde?
— O que vai fazer?
— Não sei, ir no sentido oposto.
— Não vai me dizer mesmo onde o ouro está filho?
— Se não sabe, tudo bem pai.
— Na republica Argentina, num prédio acima de onde era o anti-
go Bamerindus, já no Portão. – Se referindo ao bairro Portão.
— Se estiver vivo amanha, nos falamos.
Pedro desliga e deixa o telefone na lixeira da praça e começa
caminhar no sentido da Republica Argentina, ele não sabia onde era o
antigo Bamerindus, mas sabia que teria problema.

319
Pedro lembra naquela hora do anjo, não sabia o que queria, mas
quando chega a frente da igreja olha para trás, da igreja, viu um grupo
de senhores entrar em um prédio baixo, espera eles chegarem, viu
gente com carrão chegar, gente com segurança, ele toca o peito e en-
tra no prédio, viu o sistema e onde ele deixou o celular, estava com
algumas telas, mas não tinham onde ele estava ainda, eles estavam
usando a estrutura da policia e da prefeitura, Pedro viu que os senho-
res fizeram o aumento das apostas, ele não tinha paciência para estas
coisas, olha o cofre, abre ele e tira tudo que tinha ali.
Ele desce e olha outros chegando, ele toca o peito, ele olha os
rapazes olhando para o menino ali, ele toca nas colunas da marquise, e
tudo acima dele começa a se tornar sal, os que olhavam ele, não viram
as pessoas se tornando sal, ele toca o peito, vendo o rapaz sacar a ar-
ma, ele precisava do som, então quando ele puxou o gatilho, ele bateu
no peito, sai da frente, olha para suas costas, caminha no sentido do
rapaz, a bala já tinha saído, ele atravessa eles com o campo de desinte-
gração, como estava com tudo parado, ficou ali de pé, em carbono,
olha a avenida e caminha até o terminal, senta-se um pouco, toma
folego e toca o peito, olhava bem ao longe o som surdo e as pessoas a
rua vem o rapaz atirar, o som, o atingir da coluna do prédio, que pare-
ceu começar a se desintegrar e cair em pedaços, o rapaz ao fundo no
carro olha os três rapazes se desfazerem em pó, e sai do carro assusta-
do, tenta falar com o patrão, ignorando que ele já havia se tornado sal,
o telefone dando fora de área.
Pedro pega um circular ao sul, para depois de uma hora chegar
no terminal do Sitio Cercado, olha a Lan House na parte superior de um
comercio frontal, sai do terminal, ele estava tenso, não conseguia ver
um motivo para aquilo.
Pedro tinha de relaxar e viu que tinha jogo de Xbox ao fundo,
perguntou se tinha “Tides of Salt”, o rapaz confirmou e Pedro entra no
lugar e viu um menino menor que ele, jogando ao canto, ele pergunta
em que mundo ele estava, Axur, ele entra na mesma sala e começa a
jogar, ele precisava relaxar e parecia que atirar em alienígenas era algo
que o fez relaxar.
Ele viu o menino parar um pouco e ficar as suas costas e quando
parou o menino falou.
— Joga bem, nunca o vi por aqui.
— De passagem, sou Pedro.

320
— Kevin, mas se passar por ai, é bom ter gente que entende as
regras do jogo, as vezes perdemos mais por medo das pessoas de mor-
rer, como se isto fizesse diferença.
Pedro sorriu, viu o menino sair, ele pede mais uma hora e sabia
que iria até a hora do local fechar, ele acessa e passa as crônicas, ele
escreve uma especial para a Gazeta do Povo, não sabia se iriam publi-
car.
Ele acerta e sai a rua, estava em um bairro que não conhecia, en-
tra no mercado a frente, compra um salgado e um refrigerante e um
boné um óculos, olha em volta, vai ao terminal e começa a voltar.
Põem o fone de ouvido, põem em uma radio de começa a saber
que um prédio de dois andares caiu no portão, que estavam tentando
entender o que havia acontecido.
Plinio olha o comunicado e vai a central de segurança e olha que
o comandante da PM que era responsável não estava ali, ele olha as
imagens do menino indo ao sul, uma câmera no terminal deu onde ele
entrou, estranhou pois ninguém mais o estava seguindo.
Ele pega a imagem da Republica Argentina, e recua e olha para o
prédio se desfazer, a imagem não mostrava muito, lateralmente, não
se via se tinha gente a rua, nada, apenas a rodovia ao fundo, com ele
ao lado, desmoronando.
— Onde está o comandante James?
O rapaz aponta para o prédio e Plinio fala.
— Pelo jeito alguns vão querer algumas cabeças no final do dia.
— Acha que fala com quem Investigador. – O policial pegando na
arma.
— Estava falando dos que morreram, mas se quer morrer, puxa
arma e pode ter certeza, aquela câmera com você no chão me daria
razão.
O rapaz olha a câmera, Plinio dá dois passos a frente, empurra a
arma lateralmente a puxando para ele e travando a mesma.
O policial olha assustado.
— Que horas o James foi para lá?
— A mais de 4 horas.
— Certo, então deve estar entre os mortos – Plinio tira as balas
da arma e alcança ao rapaz e fala – Melhor praticar rapaz, vai para a
rua, fazer ronda.

321
Plinio olha para o rapaz olhando assustado, pega as gravações e
vai a delegacia.
O delegado Silva olha para Plinio e pergunta.
— O que fez que tem reclamação sobre sua postura na central
da PM de controle.
Plinio olha para o rapaz do ministério publico e fala.
— Eles estavam com uma central de monitoramento no endere-
ço na Republica Argentina, tocada pessoalmente pelo comandante
James, para dar o serviço de onde o menino estava, então James deve
estar entre os mortos delegado.
— Tem certeza?
— Não, eles desviaram a porta do prédio, para não ficar regis-
trado quem entrou ou saiu de lá, teríamos quem fez, se eles não tives-
sem para se proteger, mudado a direção da câmera.
— E o menino?
— Até o ponto que eu vi, estava numa Lan no Sitio Cercado.
— Falam que ele foi visto no Restaurante Popular, 12 pessoas
com tiros nas duas mãos, dois carbonizados no banheiro da rodoviária,
um com tiro a cabeça no banheiro do Shopping Curitiba, não sabemos
quantos no prédio que desabou. – O rapaz do ministério publico.
Plinio olha o rapaz e fala.
— Duvido que prove o envolvimento do menino nisto senhor, e
mesmo que fosse, sobreviver é regra, toda vez que um bando de deso-
cupados resolvem apostar uma morte, eles tem de considerar que o
alvo tende a tentar sobreviver.
— Acha normal?
— Normal seria o ministério publico estar prendendo os policiais
que estavam dando a posição do menino a terceiros, para o matar, não
pressionando quem quer entender as mortes, e pelas câmeras, o morto
no Curitiba, foi uma morte encomendada, um rapaz saiu fugido do
banheiro após a execução, nada haver com o menino. – Fala Plinio.
— Estou pedindo o seu afastamento para o Delegado.
O delegado Silva olha para o rapaz e fala.
— E estou esperando isto por escrito, pois não quer por seu no-
me na determinação, sinal que é o que o investigador levantou, e se
apostou lá, vamos achar as anotações, não tenho pena de agentes
públicos que deveriam defender a lei, que as quebram.
O senhor saiu e o delegado perguntou.

322
— O que levantou Plinio.
— Não sei o que está acontecendo, talvez todos estejam indo de
encontro com a morte porque pensam, é só o filho do Gerson.
— Porque acha isto?
— Os Hons o defendem Delegado.
— Certo, acha que é um dos especiais?
— Senhor, enquanto os demais estariam correndo, ele parece
que estava ganhando dinheiro.
— Não entendi.
— Soube que indiciaram o menino por achar que poderia ser ele
numa imagem que parecia montagem da morte de um Deputado de
Minas a semana anterior, então fui falar com o delegado Saldanha, e o
que ele me falou foi que o menino escreve crônicas para jornais nacio-
nais e internacionais, ele ganha por semana mais de 10 mil reais.
— Ele oque?
— É o que o relatório da policia de lá levantou, queriam saber de
onde ele tirou dinheiro para pagar as contas de casa, e – o investigador
estica o jornal do dia – este que assina como Pedro Travesso, é o Pedro
Rosa que os demais querem matar.
O delegado olha para o investigador.
— E ninguém sabe disto?
— Não, ele foi a uma Lan, para passar as crônicas da semana, e
liguei para um amigo na Gazeta, ele vai fazer uma crônica contra os que
apostam vidas, como se quem não é rico, não merecesse viver, e se
pergunta, no final algo que não entendi, mas vou levantar, pois ele
pergunta como um desembargador que ganha menos que ele, aposta
por sua vida, como um dono de cassino, cheio de dividas aposta por
sua vida, porque pessoas que são servidores, deveriam respeitar a lei,
já que tem fé publica, apostam contra sua vida, e se todos eles juntos,
acham ele pobre, que tal alguns pedirem a conta, pois gente que se diz
informada, não saber que diante dele são apenas pobres.
— Acha que o que ele quer dizer com isto?
— Fui procurar, e achei algumas reportagens que saíram na se-
mana passada, começou por uma na Bélgica, um empreendimento de
nome Hotéis Rosa, em Matinhos.
— Mas um hotel em Matinhos não é grande coisa.
Plinio olha o computador ao lado e entra no site e mostra as
imagens para o delegado.

323
— Esta dizendo que o menino de alguma forma está começando
a tocar isto? Mas dai ele não teria como justificar o dinheiro.
— Ele fez parcerias, ele sabe que não pode ter nada em seu no-
me, seu pai venderia, então soube que um rapaz em Matinhos, falou
para o prefeito que a empresa estava reinvestindo na cidade o que
extraiu dela.
— E o que eles estão vendendo ilegalmente?
— Nada ainda, mas uma das parcerias dele, comprou a empresa
de Geologia de Solo do senhor Lucas Carrera.
— Porque acha que isto era importante?
— Na verdade estava no começo do dia pensando o que Lucas
fez de ilegal, ele saiu fugido da cidade, ele vendeu as pressas a empresa
para a moça que fez alguns serviços para o menino, e segundo um se-
gurança de Geraldo, que parece também ter saído fugido, que a moça
mandou analisar um diamante de 112 quilates.
— Não entendo de diamantes Investigador.
— Uma pedra de mais de um milhão de dólares senhor.
— Isto que o senhor Geraldo queria do menino?
— Pode ser, mas talvez ai esteja o motivo de alguém pedir a
morte do menino, ele ter algo que vale muito com ele.
— Explicaria os gastos?
— Os hotéis parecem ser uma soma de parcerias, não sei como
ele conseguiu, mas falei com a construtora que faz serviço para ele lá,
diz que o menino fala inglês, espanhol e chinês, não sei o que é o me-
nino delegado, mas pensa em alguém especial, que os Hons dão prote-
ção, com uma mina de diamante lhe gerindo recursos, e com crônicas
em jornais, o delegado de Proteção dos Menores falou que ele escreve
para o New York Times.
O delegado olha a reportagem e pergunta.
— Pelo jeito mais um encrenqueiro.
— Tem mais delegado.
— Mais?
— Fui levantar como estavam as coisas em Matinhos, pensando
em puxar uma meada, e soube que Moreira, com 10 seguranças cerca-
ram o menino, e o menino saiu de lá como se não tivesse problemas.
— Fez um acordo com Moreira?
— Não, pelo que a policia de lá fala, alguém deu tiros, eles não
viram o menino atirar, mas alguém levou dois tiros, e dai liguei para

324
Roberto, para saber se ele estava bem, pensei que ele como quem
levou um tiro estivesse com ódio e me abrisse algo, e soube que Morei-
ra falou com todas as letras, que tinha esquecido que mexer com o
menino não era apenas mexer com os Rosa, como o pai de Gerson, que
o solta, mas com a mãe do menino, e não entendi na hora.
— O que tem haver esta moça?
— Ela teve gêmeos de Gerson, a algum tempo estão separados,
mas Moreira chama ela de Sombra da Floresta, segundo Roberto, ela
que o ensinou a atirar.
— Uma atiradora?
— Não, uma gerente de Hotel.
— Que sabe atirar.
— Sim, e segundo Roberto, Moreira foi lá provocar, o menino
apenas olhou o senhor aos olhos e falou, não queira que tire minha
mãe da inercia.
O delegado olha para Plinio.
— E pelo jeito o menino continua a andar por ai.
— Pelo que vi, quando o prédio de dois andares foi ao chão, os
comunicados de onde a criança estava, pararam e dai ele ficou quase
duas horas numa Lan sem problemas.
Pedro estava chegando em casa, olha dois rapazes olharem a es-
quina e olha para Roberto chegar a porta.
— Podemos falar menino?
— Sim, subimos.
— Estes dai não são atiradores, são informantes. – Roberto.
Os dois sobem e Pedro olha para Roberto e fala.
— Faço um café.
Paula chega a porta e fala.
— Seu pai está lhe procurando.
— Eu deixei meu celular numa praça, eles estavam me seguindo
usando a triangulação das câmeras e do meu celular.
Pedro coloca um café para fazer, olha Roberto e pergunta.
— O que quer falar?
— Não precisa de um segurança?
— Sabe a pressão Roberto, dos amigos?
— Sei, mas Moreira nem me recebeu hoje, ele parece me culpar
pela operação desastrosa na praia.

325
— Ele perdeu alguns seguranças hoje pois eles queriam ganhar
um dinheiro extra, tentando me matar.
— E pelo jeito não deixou barato.
— Não.
Pedro vai ao quarto e pega o material e olha para Paula.
— Vou direto para a aula na terça, sei que estamos no domingo,
mas tenho de ter o material onde eu estiver.
Pedro pega a mochila e serve o café e fala.
— E quanto ganha como segurança Roberto?
— 4 salários.
— Arrisca sua vida por 4 salários?
— Paga quanto?
— Acho que vamos precisar conversar onde ninguém nos ouça,
mas é que estou começando, posso cobrir os 4 salários, mas se der
para ir subindo, vou com certeza.
— E entendeu o problema?
— Não, pois saber que alguns apostaram por sua morte, não é
entender o que eles ganham com isto, certo, alguns só pensando no
dinheiro da aposta, mas quem pediu minha morte, o que ganha?
— Um investigador da Civil, me induziu que poderia ser os dia-
mantes que tirou não sei de onde.
— Acho que não é isto, é mais complicado Roberto.
— Mais complicado?
— Tem de considerar que se fosse isto, quem pediu, não saberia
quanto tirei em diamante, pois está oferecendo trocado.
— Dois milhões de reais não é trocado.
Pedro olha o anel e fala.
— O anel que tenho no dedo vale mais que isto Roberto.
Roberto sorriu, não havia olhado a mão do menino e fala.
— Pior que faz sentido, falei com alguéns que queriam lhe ma-
tar, ninguém pediu o anel que tens ao dedo como prova, de sua morte,
e pelo jeito nem sabem do anel.
— Acha que eles chegam em quanto tempo? – Pedro.
— Eles vão esperar, eles querem a certeza que está sozinho, eles
não querem mais perdas.
Pedro toma um gole a mais do café e fala.
— Então nos encontramos em meia hora neste endereço.
— Quer que saia antes ou depois?

326
— Antes, 5 minutos depois eu saio, mas tem de sair da região
Roberto, senão eles vão achar que está me dando proteção.
— E não estou?
— A partir de amanha.
Roberto se levanta, se despede e sai, Paula olha para Roberto
saindo e fala.
— Contratando guarda costas?
— Amanha vai ser um dia que queria pular, e não tenho como
Paula, ainda acho infantilidade de alguns, não adianta ter 12 existências
e ser infantil nas escolhas.
— Acha que sou a causa?
— Queria que não fosse.
Pedro pega a mochila e olha para o computador, pega o eleva-
dor e desce.
Ele sai do elevador e dois rapazes entravam pela porta, Pedro
olha aqueles dois rapazes lhe apontarem a arma e pensa no que fazer,
ele olha para fora, pensa se não era arapuca, mas ouve.
— Larguem as armas.
Os dois se assustam vendo dois policiais civis lhes apontando
armas.
Um dos rapazes mira no policial e Pedro apenas para o tempo,
chega as duas armas, as pega e põem ao chão, volta ao lugar e toca o
peito novamente.
Pedro olha os dois se perderem, o policial chega e os encosta a
parede e fala olhando ele.
— O delegado Santos quer falar com você.
— Não sendo para me matar.
Os policiais algemam os dois, pegam as armas e os conduzem a
delegacia, com o menino.
Plinio entra na delegacia com o menino e a informação de que o
menino estava na delegacia corre como pólvora entre os apostadores.
O delegado olha o menino e pede para Plinio ficar.
— Achou ele onde?
— Saindo de casa, mas ele já tinha dois lhe mirando armas
quando chegamos lá.
O delegado olha para o menino e pergunta.
— Poderia me responder uma coisa?

327
— O que? – Pedro vendo que vinha pegadinha, pela aura do se-
nhor, ou pergunta difícil de responder.
— O quer dizer com sua crônica para a Gazeta, que é mais rico
que estes que lhe querem morto.
Pedro sorri e fala.
— Delegado, nada do que fiz ainda é ilegal, mas se eles querem
me matar, que pelo menos se eu aparecer morto, alguns se perguntem,
quem queria minha morte, mas como falava com Roberto, o vou con-
tratar como guarda costas, se eles me matam, e uma foto serve para
eles levarem dois milhões de reais, minha morte não é por dinheiro, e
queria saber por que?
— Porque não?
Pedro pega o anel que tem no dedo e fala.
— Eu ando pelas ruas com um anel de um milhão e quinhentos
mil dólares apenas em diamante, eles me matam e deixam ali o anel e
vão receber o dinheiro.
— E de onde vem um anel destes?
— Foi confeccionado na cidade, com uma amostra que tiramos
de um terreno em Minas Gerais, não temos ainda permissão de venda
para ter como erguer nosso império, mas deve sair em parte amanha
as permissões.
— Se não foi da venda de diamantes, de onde vem as fortunas
que tem gasto?
— Eu não gasto fortunas, mas os meus parceiros, eu tenho uma
concessão de exploração de ouro, mas também ainda não consigo usar
estes recursos, pois a caixa ainda não conseguiu uma liberação que é
apertar um botão, então estou com parceiros querendo acelerar e
precisando se endividar, ter recursos e a burocracia no Brasil nos segu-
rando.
— E porque aceitariam você como parceiro?
— Não sei, eles as vezes tem medo de me por para correr e não
ter entendido a ideia inteira, qualquer hora eles fazem isto.
— E não se preocuparia?
—Senhor, o que uma criança de 13 anos, pode ter de preocupa-
ção, que faça algum sentido aos adultos.
— Dizem que você ameaçou Moreira, o que acha que ele vai fa-
zer?

328
— O que fez hoje sedo de novo, me pressionar com outros rapa-
zes, ele está me cobrando uma divida que não é minha, mas eu achava
que ele era valente, pensa em Joaquim Jose Moreira, o Loco, para ter
de me cobrar usar 10 seguranças, eu juro delegado, me contive para
não gargalhar, é que realmente não mostro os dentes fácil.
— E que divida ele lhe pressiona a pagar?
— A que ele vendeu para o Guedes e o mesmo morreu antes de
o pagar o todo, da divida do meu pai.
— E acha que eles param?
— Delegado, se para me defender, alguém torcer uma unha, sei
que eles me processam, eu morrer é o que todos a volta querem, mas a
pergunta, quem vai os pagar, porque parece que a historia está bem
mal contada, pois me falaram em aposta na São Francisco, depois no
Portão, e agora, de onde vem a ordem?
— E faria o que se soubesse?
— Iria lá e perguntava para o apostador até quando eles ganha-
riam, e exigiria a minha parte se estivesse vivo, pois não apostei, mas
ele ficar com todo o dinheiro, não é certo.
— Eles tentariam de novo.
— Senhor Delegado, me matar pode parecer fácil, mas não é.
Um rapaz entra e olha o Delegado.
— Fala Sandro.
— Tem gente chegando por todo lado, estamos com pouca gen-
te, acho que todo marginal da cidade está vindo ai.
Pedro olha para o rapaz e fala.
— Mantem a calma, eu já estou saindo.
O delegado olha para Pedro e fala.
— Sabe que pode se complicar.
— Que achem os corpos e me processem senhor, posso ir?
— Pelo jeito não quer parar?
— Eu fiquei não mais de 10 minutos em casa, vocês me pegaram
lá com dois tentando me acertar, como se diz por ai, sorte dos rapazes
vocês chegarem rápido.
Liberam o menino e delegado e investigador ficaram curiosos de
saber o que aconteceria.
Plinio olha o menino esticar o ombro, ele olha em volta e vê Luiz
a ponta, fez um sinal com a cabeça, o delegado olha Plout surgir a fren-
te da delegacia, os que estavam a cercando, naquela noite de domingo,

329
viram vários Hons surgirem em suas costas, os segurarem pelos ombros
e puxarem, um momento estavam lá, no outro, no mundo de Hons.
O delegado olha para Plinio e fala.
— E eles querem o matar?
Plinio olha Roberto parar o carro e abrir a porta e o menino en-
trar, olha para o delegado e fala.
— Ele contratou um dos melhores guarda costas da cidade, mas
ele tem os apoios que ninguém relata.
Plout olha Plinio e some a rua.
O delegado olha para Plinio e fala.
— A muito não via Luiz protegendo alguém.
— Ele parece ter gostado do menino, Plout parece ter gostado
do menino, Fabrícia parece ter gostado do menino, agora Roberto en-
tra para o grupo dele.
— Ele começa a ficar perigoso.
— Senhor, ele é perigoso, estávamos tensos dentro da delegacia
pensando em como enfrentar, ele apenas chega a porta e em segun-
dos, todos os demais sumiram.
Roberto olha Pedro e fala.
— Pelo jeito montando seu grupo.
— As vezes tenho de agradecer, não sei o que eles viram em
mim, para proteger, mas não consegui perguntar ainda.
— E vai para aquele endereço mesmo?
— Sim, tenho de dormir.
Roberto o deixa naquele prédio espelhado, pensa se deveria ir
embora, mas ele ali seria uma indicação de onde o menino estaria, ele
vai ao centro para seu quarto e sala alugado.
Pedro entra no apartamento e olha para fora, sente a neblina
surgir a toda volta, vai ao quarto cansando e adormece.

330
Sergio faz as determinações de compra, faz os
prospectos e pega estrada para Antonina.
Roseli olha os prospectos andando, Maria Ce-
cilia entrando pela porta, e lhe esticar os nomes, as
duas fazem uma reunião na sala do Hotel Rosa Pe-
dreira, duas secretarias, 6 atendentes, e começam a
ligar para alguns, perguntando se teriam de traba-
lhar no hotel.
Roseli viu que Maria Cecilia ligou apenas para
3 pessoalmente, os demais, as atendentes ligaram,
ela não queria gente que lhe devesse os cargos, pois
ficariam mais fácil mandar embora.
Começam com pessoas chegando e sendo en-
trevistadas, apresentando documentos, Roseli começa a ver o quanto
Maria era seletiva a determinar e selecionar, olha a moça assumir o
cargo, viu o respeito que alguns tinham por ela, estranhou o quase
medo que aquela moça passava a alguns.
Cristiane fecha a compra do escritório e viaja para Minas Gerais,
onde começa o estudo de parte dos terrenos.
O delegado chega a delegacia e Plinio olha para ele.
— Novidades?
— Nada, fora perguntas sobre onde o menino estaria vindas de
secretario de segurança, que desculpa, não temos nada para informar
ao senhor.
— Tomando partido Plinio?
— Não, mas como ele disse, consigam os corpos para o acusar
senhor, em um fim de semana, podemos ter nos livrado de quantos, 30
marginais dos mais perigosos da cidade?
— Mas sabe onde ele está?
— Não é em casa, pois lá seria alvo fácil, não está em Matinhos,
Roberto está em casa no centro, mas ninguém soube me dizer se ele
está lá sozinho ou não.
— Alguém leu a crônica?
— Senhor, enquanto olhávamos a parte dele, a RR colocou
anuncio de contratação de mais de duas mil pessoas para Matinhos,
Curitiba e Criciúma, e mil e quinhentos em Antonina.
— Eles estão acelerando.

331
— A empresa do senhor Lucas Carrera passou a ser da antiga
funcionaria, não entendi, mas o menino quer algo grande e não sei o
que.
— Como estão os jornais?
— Soube a pouco que a Globo vai fazer uma novela no que será
a segunda leva de hotéis das empresas em Matinhos.
— Propaganda gratuita?
Plinio põem as imagens e a noticia confirmada em uma revista
online de São Paulo.
O delegado chega perto das imagens e fala.
— Investimento do caro.
— Sim.
Pedro acorda com o celular, tinha dormido demais, olha que é
Sergio e atende.
— Fala Sergio.
— Comunicando algumas coisas, a Globo passou uma proposta,
passei no seu e-mail, as terras em Antonina estão já no nome da em-
presa, as vezes me acho lhe roubando.
— Acho que quem deveria estar reclamando teria de ser eu.
Pedro falou serio e Sergio falou.
— A Globo entrou em contato para fazer uma reportagem sobre
o investimento da iniciativa privada em uma cidade litorânea.
— Então marca com o prefeito e vamos fixar nosso primeiro pro-
jeto Sergio.
Sergio olha as entradas e fala.
— Não entendi ainda o que quer?
— Coloca uma copia dos documentos no meu e-mail, vou dar
uma olhada.
Pedro se levanta, estava frio, foi ao banho, colocou uma blusa e
liga o computador, olha as mais de 100 reportagens sobre o hotel,
compra equipamentos agrícolas, viu o quanto eram caros, pois foi rápi-
do demais os gastos, confirma as manilhas, as bocas de lobo, os postes
de luz, os focos de LED, para Matinhos, as mudas, e os 8 quilômetros de
asfalto do dia.
Saiu na sacada e olha para as pessoas a volta, os funcionários
chegando, e o rosto de surpresa de alguns.
Sergio chega a Matinhos e pede para falar com o prefeito.
— E dai prefeito, vai assinar a autorização ou não? – Sergio.

332
— Sabe a pressão?
— Não imagina a pressão prefeito, garanto que atendeu uma li-
gação ou duas pela manha, tenho mais de 60 grupos querendo saber,
começamos ou não.
O prefeito sabia que o senhor ali não estava blefando, sabia que
poderia perder a chance de mudar tudo, e pergunta.
— Não entendi metade das requisições.
— Senhor, vamos por uma espécie de bonde elétrico, que fará
todo o percurso da Praia Mansa até Arco Iris, uma forma de condução
que vai funcionar o ano inteiro, vamos transformar toda a linha costei-
ra, colocando mais areia a praia, instalando os quebra mar de amplia-
ção de areia, mas como se fossem sistemas de incremento, e não ape-
nas um monte de pedras. Vamos asfaltar o máximo de ruas possíveis,
sanear todos os córregos do município, reformar as praças, criar locais
de guarita, controle e segurança a toda praia, ainda não temos orça-
mento para fazer a ponte entre Matinhos e Guaratuba, mas se formos
ampliando, será a próxima determinação.
— Está falando serio?
— Sim, mas ainda estamos estudando a possibilidade.
— Porque?
— Porque um canal subterrâneo poderia custar até 6 vezes me-
nos, ou como se diz, daria para criar duas idas, duas voltas e não chega-
ria ao preço da ponte.
— E porque não fazem assim então?
— Precisamos de liberação da marinha para isto.
— Certo, mas estão pensando em fazer.
— Sim, estamos pensando em fazer.
— E se autorizar, o que vão fazer?
— Isolar alguns locais para começar a reformar, como estamos
entrando em uma fase de poucos turistas, aceleramos enquanto po-
demos na entre safra de turismo.
Sergio consegue as assinaturas e o pessoal da RR começa a por
tapumes de trechos em trechos na praia, e ao mar surgem duas dragas
imensas de areia, os pontos dos quebra mar começam a receber areia
no fim daquela manha.
Pedro pela câmera em casa, olha para os tapumes sendo coloca-
dos a praia, e começa a ver as estruturas que chegariam a praia.
Roseli olhava para Maria ao fundo e atende o telefone.

333
— Fala menino.
— O prefeito assinou, libera o pessoal nos 16 pontos para acele-
rar Roseli.
— Não sei se estamos na estimativa.
— Semana passada gastamos menos do que podíamos Roseli,
mas estou verificando algumas coisas, e uma delas, os projetos de An-
tonina, então ainda estou apenas pensando, mas amanha eles vão
entregar parte nas praias, e vamos começar a colocar no lugar.
— Pelo jeito quer acelerar.
— Sempre.
Pedro desenha as construções pré feitas no caderno, e desenha
uma imensa balsa, ele olha para a praia e olha para os três tipos de
quiosques, 6 modelos de piscinas, luminárias. Ele tentava imaginar uma
serie iguais e que ficaria legal.

Quando os bate estacas começam a fixar nas saídas de rio, duas


laterais, naquele dia, o prefeito foi a praia e viu as dragas, os bate esta-
cas, o pessoal começando a por terra nas beiras da praia, e um 6 con-
juntos de estacas em vários pontos, ele não entendeu, ele sabia que
era uma obra imensa, e quando foi mais ao norte viu que a obra se
estenderia em toda a praia.
O prefeito viu eles colocarem as estacas, mas não viu dentro de
um dos tapumes o local ser preenchido por terra, piscinas, calçadas,
chuveiros, bancos modernos, ele sabia que alguns iriam reclamar, mas
as obras estavam em quase todas as ruas internas, e se não permitisse,

334
as ruas no fundo ficariam com cara de novas, e as a praia, como se
fossem as mesmas.
Junto a pedra de Matinhos, viu a draga colocar areia na parte
junto ao calçamento, viu eles colocarem via estacas, a linha da calçada
e de um quebra mar, viu aquele quebra mar ir a mais de 30 metros da
praia, e viu aquela balsa vindo pelo mar, com aquelas armações, tinha
visto o desenho, mas agora via que eles começariam a por elas. Viu
preencherem o intervalo com areia, prensada, e viu quando uma carre-
ta com um guindaste estaciona de ré, e começa a tirar a primeira insta-
lação imensa daquilo que parecia uma nave, mas era parte do que
colocariam a estrutura na praia.
Viu que o sistema vinha pronto, o sistema ergueu e colocou na
carroceria e sai dali no sentido de Caiobá, viu outra carreta parar, eles
foram tirando, viu que tinham vários tipos de estrutura, não apenas o
que vira e não entendeu o projeto.
Foi tirado três daquelas estruturas e o prefeito olhando viu co-
meçarem a tirar armações de concreto, uma colocaram a direita da-
quele quebra-mar, depois colocaram uma a esquerda, o caminhão tira
varias estruturas e coloca na carroceria, e quando ele começa a vir a
margem, foi colocando entre as duas estruturas, como se estivesse
fazendo uma estrutura elevada em concreto, apoiada nas estruturas
iniciais.
O caminhão chega a beira e o prefeito olha Carlos chegar a ele e
falar.
— Estão agitando geral prefeito.
— Viu isto?
Carlos olha que estavam começando a por a ultima das arma-
ções e sorri, pois ao fundo a balsa esticava uma rampa, e viu armações
menores, prontas, já sobre sistemas com rodas, e viu os rapazes come-
çarem a puxar para a beira, e o prefeito não sabia onde iriam colocar
tanta coisa.
Carlos olha que ao longe, a mais de 100 metros da praia, uma
draga jogava pedras, eles não deixariam apenas a natureza escolher,
eles fariam ela tomar a posição que queriam.
O prefeito olha para a draga mais ao fundo colocando areia em
meio a praia brava, ela esguichava para a beira a areia que escorria
pelo lado e olha para Carlos.

335
— Nem sei o que permiti, mas eles pelo jeito querem mudar
muita coisa.
— Prefeito, eles entraram com estrutura de 90 mil lâmpadas de
Led para as ruas, para trocar todas as lâmpadas da cidade, melhorar a
iluminação e reduzir o custo.
— E pelo jeito eles não vão parar para perguntar mais agora.
— Ouvi de Sergio que eles querem parte pronto para 40 dias,
quando eles abrem os hotéis.
— E pelo jeito eles vão tentar pelo menos uma ou duas praias
prontas.
O prefeito viu aquele caminhão parar ao fundo e começar a dei-
xar dois imensos postes de luz, o caminhão foi avançando pela praia e
deixando as estruturas.
— Acho senhor, que eles querem impressionar.
Pedro olha para as obras e sabia que os hotéis eram a priorida-
de, e vendo as coisas avançarem nos hotéis, pensa no que poderia
fazer, e começa a executar as obras do hotel dois e três em rocha, sa-
bendo que eram três, mas sabia que muitos reclamariam depois.
O isolar das beiras de rio, faziam Pedro poder fazer de casa as
obras, o estacar dos quebra mar nas saídas dos dois rios, fazia ele olhar
para o mar e pensar nas estatuas, era fim de noite quando a primeira
grande estatua surge numa balsa, e duas imensas gruas na areia recém
colocadas, sobre vigas de madeira para não afundarem, ainda era re-
cente para arriscar, erguem a estatua e colocam de frente para o mar,
e começam a fazer os acabamentos. A segunda é deixada a areia deita-
da, mais a frente na outra praia, esperando para a estrutura estar pron-
ta. Quando o prefeito no fim daquele dia olhou para a estatua na saída
do córrego na praia brava, olha para Carlos.
— Eles estão acelerando, mas já tinham as peças prontas, eles
espalharam por toda a praia, daqui até o balneário Arco Iris, varias
estruturas, a draga está esticando areia lá, o que era uma praia de 5
metros, ela está com mais de 30 metros, e eles estão esticando a calça-
da, mas ainda demarcando, a avenida atlântica está refeita em todo o
trecho.
— Tem repórter chegando a cidade, para filmar a fixação da es-
tatua que vão por na saída do rio, estão querendo documentar esse
investimento senhor.
— Tenho de saber o que falar.

336
— Verdade, tem de escolher o que vai falar.
Pedro no fim do dia olha o material escolar, parecia que fazia
uma eternidade que saíra para as férias de Junho.
Ele olha para os exercícios, para os desafios e pensa se estava
pronto para enfrentar.
Pedro passa todas as determinações para o dia seguinte, pois
somente depois do meio dia ele estaria atendendo alguém.
Pedro olha pra os exercícios, os resolve, olha as regras gramati-
cais, começava a entender a lógica, estranha como escrever pareceu
mais normal naquele dia. Pedro olha a geografia e ainda achava que
parte daquilo era inútil, mas se teria de estudar algo que quando se
formasse já seriam dados todos diferentes, faria.
Pedro depois de um tempo fecha os olhos e tenta dormir.

337
Pedro acorda cedo, veste sua veste de colé-
gio, pega a mochila, e ainda era madrugada, inver-
no, escuro, caminha as 4 quadras até o colégio,
entra e vê os colegas, ele ainda era o mesmo, as
pessoas as mesmas, poucas pessoas ali não eram da
comunidade, mas olha um rapaz ao fundo lhe olhar
como brinde.
Pedro queria parar, mas algo ainda jogava to-
da a criminalidade as suas costas.
Ele entra na sala e olha para o professor de
Calculo, ele lhe olha como se intrigado e fala.
— O aluno que me fez recuar diante da dire-
ção.
— Eu nem pedi nada professor.
Os demais viram a nota no quadro, sabiam que Pedro virou alvo,
todos falavam que ele odiava dar notas altas.
O professor começa por uma questão de aceleração e pergunta
para Pedro.
— Saberia me explicar como resolve.
— Acho legal a forma de ensinar Professor, em teoria, decorem
a formula de aceleração, mas se tem velocidade e distancia, preciso
apenas da formula de derivação, colocar os valores, se dispor assim, a
formula se faz por si, e o que estabelece que o resultado é oito.
Todos olharam para Pedro, até o professor olha a questão ao
quadro e fala.
— Estudou mesmo?
— Senhor, as vezes estudar a matéria do ano anterior, pois eu
me batia com estas coisas de passar para cá, passar para lá na formula,
e me deparo com a forma que se ensinava quando nossos avos esta-
vam na escola, eles ensinavam derivação na sétima, hoje é assunto de
universidade, eles optaram pelo decoreba contra o ensinar da logica,
entendo que tens de seguir a cartilha, mas uma formula de derivação,
transforma aceleração, velocidade, distancia, na mesma formula, não
em 3 delas, ainda introduz a Integração, que seria quando se reduz um
dos valores a zero, forçando os demais lhe darem um valor.
— E pelo jeito vai querer tirar outras notas altas.

338
— Pensa em alguém que estudou, com o pai bebendo e fazendo
festa a sala ao lado, e consegue tirar a nota que esta no mural das 3
finais que me indicaram para melhorar as notas para o segundo semes-
tre.
O professor começou a nova matéria, olhava o menino, ele sai e
Raquel, uma menina da comunidade, olha para ele e fala.
— Um Pedro mais falante?
Pedro não sorriu, ele olha para ela serio e fala.
— Soube que tem gente que ainda quer se dizer gente e quer
meu mal, Raquel.
Pedro faz as anotações da aula, estranho como com base, en-
tender, fazia sentido a aula, estanha mesmo, Raquel pergunta o que ele
estava anotando, ele explica para ela, ela anota também e fala.
— E porque ele não falou assim?
— Estamos na sétima, assuntos de quinta e sexta eles acham
que já estudamos.
— Certo – Ela anota mais uma coisa e fala – Estavam falando que
você colou na entrada.
— Vai ser difícil eles me levarem a serio.
Pedro fala isto e viu dois rapazes entrarem armados, Pedro fez
sinal para Raquel se afastar, ela estranha, viu os dois mirarem no meni-
no e todos ouviram os 12 tiros, Pedro caiu para tras e se encolhe e fica
quieto.
Os rapazes saem, ele sente a mão de Raquel e a olha serio.
— Já foram?
Ela olha ele olhar as balas a volta e fala.
— Esquece que aconteceu Raquel, você vira alvo.
Pedro se levanta e recolhe as balas, uns chegam a porta, assus-
tados e não entenderam.
A direção não surgiu a porta, apenas um dos cuidadores, nem
professores, provavelmente ameaçados.
Pedro olha para Raquel e pergunta.
— Se feriu?
Ela olha para ela e fala.
— Não.
— Deixa eu acalmar um pouco.
— Como não se feriu?
— Oficialmente eles erraram os 12 tiros.

339
— Não vai colar.
— Festim?
— Não. – Raquel olhando serio para Pedro.
Pedro se levanta, olha para a direção e olha para os rapazes bem
ao longe e entra no banheiro.
Lava o rosto, olha para um rapaz parar ao seu lado e falar.
— Eles querem a confirmação de morte.
Pedro se olha ao espelho, estava tenso, ele não conseguia racio-
cinar nesta hora e fala.
— Que fiquem esperando.
Pedro olha para sua mão, ainda tremia, o rapaz olha para ele e
fala.
— Não entendo o que eles querem lhe matando pirralho?
— É apenas uma aposta, quem apostou está pagando, quem
conseguir leva o premio.
— E pelo jeito muito dinheiro?
— Duvido que alguém receba.
Pedro respira fundo e volta a parte externa, olha para os dois ra-
pazes do outro lado da rua, pelo vão do portão e fala.
— Melhora a pontaria, e compra munição de verdade.
Os dois olham o menino, não poderia estar vivo, eles olham para
ele e um aponta para ele a arma.
Pedro sacode negativamente a cabeça, Luiz surge a rua ao fundo
e os rapazes olham em volta, Raquel olha os rapazes enquanto chegava
ao lado de Pedro, todos viram aqueles seres surgirem a rua, eles atira-
ram em Luiz, que apenas desvia o primeiro, puxa a arma para ele, bate
no peito do primeiro, que empurra o segundo e o Hon as costas o pega
e todos veem os dois sumirem a rua.
Pedro olha para Luiz e fala.
— Temos de conversar.
— A cidade só tem malucos.
— Tenho de saber quem está pagando, pois a aposta não tem
mais dinheiro lá, ninguém vai ganhar, os 12 organizadores, sumidos –
Pedro pensa e olha para o rapaz – Verifica se Lucas Carrera saiu mesmo
da cidade.
Luiz some dali e Pedro apenas caminha para a sala, se alguns ao
longe se perguntavam quem estava protegendo o menino, começaram
a pensar em como o atingir.

340
Aula de Geografia, nada de anormal, o professor nem olhou para
Pedro, mas o que ele mais estranhou foi ninguém vir verificar, alguém
dá 12 tiros dentro de um colégio, e a direção nem foi olhar.
O rosto de assustado da diretora na saída dava o clima, aquele
senhor ao fundo Pedro conhecia, um dos amiguinhos do pai, olha ele e
fala.
— Romarinho, pensei que tinha coragem, se escondendo atrás
da pressão a uma diretora?
O senhor puxa a arma, Pedro olha os inocentes a volta e apenas
brilha, olha para o senhor, talvez o ver brilhar, fez ver que existiam
mais coisas ali, e o senhor fala.
— Acha que escapa.
— Odeio os homens desta cidade, para não terem problemas,
apostam a morte de crianças, olha que posso inverter isto Romarinho,
e garanto, os mesmos que me querem morto, viriam receber o dinhei-
ro por sua morte.
— Não tem para os comprar, seu pai é um nada.
— Como disse no domingo, vocês conseguiram Romarinho, me-
lhor se esconder agora.
Ele não entendeu, mas ouviu três tiros secos, e viu 3 caírem ao
fundo e olhou assustado.
— Mas...
— Como disse, uma hora ela acordaria e se a temia com 9 anos,
imagina agora covarde.
Romarinho se encosta na parede, os Hons ficam visíveis e Pedro
sai pela porta.
Romarinho olha em volta tentando achar onde era o ponto de
mira e pensa que deveria ser no outro lado da rua, ele atravessa o ter-
reno e força a porta para a saída do fundo, ele pensa em sair rápido,
ainda olhando assustado, um tiro na cabeça e o rapaz cai a rua.
Roberto guarda a arma, caminha calmamente e entra no carro
dando a volta e parando a frente do colégio, todos viram Pedro entrar
no carro e sair dali.
— O que aconteceu Diretora? – Professor de matemática.
— Uns retardados apostaram a morte do menino, mas não en-
tendi o que ele falou.
O professor olha para fora e fala.
— Aquilo que ninguém fala, quem é a mãe do menino?

341
— O que teria de mais?
— Guerrilheira em Angola, ela aos nove colocava medo em exér-
citos, disto que o menino estava falando, ouvi que ele alertou aquele
Moreira que esperava que eles não acordassem ela, pois se a tirassem
da inercia, seriam muitas mortes.
— Motorista particular?
— Não, segurança.
Raquel ao fundo olha para o carro indo ao fundo e pensa no que
viu, Pedro não era de falar muito, por segundos pensou que ele morre-
ria, lembra que ele ficou ali parado, estático, ela sorri dele ter saído da
inercia.
Pedro vai para o apartamento do pai, Roberto entra junto, Ger-
son viu que o menino agora tinha segurança armado, e pergunta.
— O que veio fazer aqui?
— Liga para aquela Patrícia e pergunta se ela apresentaria a você
um terreno em Bichinho, que diziam que havia parte da história lá, mas
não acredite nos olhos pai.
— Por quê?
— Vai parecer que é armas antigas, consegue a retirar e trazer
para cá as armas.
— Como?
— Avião, cargueiro, traz para cá.
— Mas vamos por onde?
— No nosso prédio obvio.
— Nosso?
— Meu ainda, mesmo não estando em meu nome, mas traz tudo
que achar, lembra, tem de trazer com cuidado, e traz junto Patrícia,
que aquilo vamos estudar ali na Rosa e Sinn Estudos Geológicos.
Pedro aponta para fora, Gerson olha o prédio espelhado ao fun-
do, e o erguer da placa.
— E os atiradores?
— Pai, eles estão brigando por trocado, mas a tarde vou falar
com Moreira, e se ele topar, podemos assumir o que os mortos vão
deixar vazio para se tocar.
— Vai ao tráfico?
— Não, vou cobrar de quem vai assumir o abrir da porta, se ele
não quiser, vendo para alguém de fora.
— E o que acharei lá?

342
— Documentos antigos, explica para Patrícia que estaremos
abrindo aqui o material, não queremos que os antigos aliados de Ge-
raldo saibam do que tem lá.
— Certo, mas qual o cuidado?
— Pai, ali pode ter um mapa antigo, que procuramos, neste ma-
pa, pode estar a posição de todas as minas mapeadas pelos inconfiden-
tes, este era o segredo dos Oliveiras, mas eles não olharam os Oliveiras
certos, então eles não teriam acesso ao verdadeiro mapa.
— Mapa de minas de ouro?
— Mapa em latim, vamos ter de o interpretar, mas deve ter ou-
tro materiais ali, pois eles mapearam tudo que tinha valor nos idos do
fim do século 17 e inicio do 18.
— E pelo jeito ninguém desconfia,
— Duvido que não desconfiem, mas não esquece, tenta trazer
tudo, em silêncio, sem estardalhaço, eles vão estar me olhando, então
é hora de você ir a Minas pai, mas não esquece, é sua ultima chance.
Gerson olha o filho olhar Paula e falar.
— Nos falamos no fim do dia pai, tenta ser rápido, eu não posso
não revidar por muito tempo.
— Certo.
Pedro estica a passagem aérea para Belo Horizonte e começa a
sair.
Gerson pega o celular e combina com Patrícia e fala olhando pa-
ra Paula.
— Não entendi a ideia dele?
— Também não, eu pensando que ele queria dons, ele quer di-
nheiro, isto o tira do caminho que me preocupava.
Gerson não entende e sai, indo no sentido de Minas, enquanto o
menino caminha para o escritório, Pedro olha para dois rapazes olha-
rem para ele e um falar para Roberto.
— Sabe a pressão Roberto?
— Se quer estar do outro lado Pietro, sabe que não perdoo co-
vardes.
O rapaz viu que era serio, o outro nem falou nada e Pedro entra,
ele sobe para seu apartamento, não sabia o funcionamento do escritó-
rio, e sabia que Cristiane lhe passou uma mensagem e que precisavam
conversar.
Pedro olha para Roberto entrando.

343
— Qual a ideia?
— Tem muita gente solta na cidade menino, mas não tenho co-
mo organizar todos eles, estou apostando em você.
— Quanto precisa para organizar isto, mensalmente Roberto.
— Uns 45 mil conseguiria montar a segurança.
Pedro sorriu, ele pensando que ele falaria uns 200 mil, e ele fa-
lou uns 45, pensa que a poucos dias isto era uma fortuna para ele e
fala.
— Faz o prospecto e me passa sua conta Roberto, que deposito
metade disto para começar.
— Teria como adiantar metade?
— Apenas tenho de liberar, mas vê sua conta que se conseguir,
vou colocar lá, falar em milhões, tem um problema, enche olhos, pois
no fim, as pessoas tem números com no máximo 5 dígitos na conta.
Roberto sorriu e perguntou.
— Esperando alguém?
— Prepara o pessoal, desconfio que não havia entendido o pro-
blema.
— O que acha que aconteceu?
— O cassino pega fogo, o cassino estava cheio de dívidas de
apostadores e dos donos, com a morte de um, a pressão veio sobre o
outro, que vê a chance de vender isto aqui para uma funcionaria, preci-
sava do dinheiro, mas no lugar de pagar, bancou a aposta, ampliando
de duzentos mil dólares para dois milhões de reais, a captação, pega
mais dinheiro com os apostadores e usa o dinheiro que pagamos pelo
imóvel e pela empresa e mantem a aposta, já que se ele parasse, teria
de devolver o volume anterior.
— Financiou a própria morte, é mórbido isto.
— Se for isto, resolvemos o problema Roberto.
— E como enfrentamos?
— Deixa meu pai sair da cidade, e Moreira vem ai, apenas dá se-
gurança.
— Vai negociar com Moreira, ele não sabe negociar.
— Hora de o colocar no esquema Roberto.
— Falando assim parece que vamos mandar nele.
— Se ele bobear, sim.
— Como?
— Falando com um tio-avô, se preciso. – Pedro.

344
Roberto sai, o menino entra em um site de eletrônicos da cidade
e compra tevês, sistemas de suporte, cabos, sistema de distribuição de
imagem, sistema de Teve a cabo e internet.
Ele sobe as escadas, olha aquela sala imensa que não tinha nada,
tinha seu quarto, mas além disto não tinha nada no segundo piso, ele
olha as paredes começarem a estabelecer os acabamentos, a mesa
surgir no local, pega o computador pessoal e coloca a mesa, olha as
duas cadeiras e todas paredes lisas, apenas uma porta no sentido da
escada.
Ajeita o local, e olha para Moreira chegar na parte de baixo, viu
Roberto fazer sinal para ele subir, o mesmo sobe sozinho e Pedro desce
a escada e olha o senhor.
— Já me tirando seguranças menino?
— Vamos subir e conversamos Joaquim.
O menino subiu, ele não tinha medo daquele senhor, embora
não achasse ele de confiança, o senhor olha a imensa peça e pergunta.
— O que vai por aqui?
— Quem estiver no esquema saberá Moreira.
— O que quer falar?
— Não somos inimigos Moreira, mas a pergunta, quer estar no
esquema ou não.
— Que esquema?
— O que vai tocar a cidade, qual outro?
— Acha que eles vão lhe deixar tocar?
— Moreira, a ideia é simples, eu vou ser alvo, por mais dois dias,
você não estará na guerra, mas cada buraco que abrir, vai assumindo,
tem mais de 30 pontos hoje na cidade sem ninguém tocando, pois re-
solveram atirar em mim, Romarinho morreu a porta do meu colégio,
então toda a distribuição de Joinville, Blumenau até São José, está sem
alguém no comando, Colombo, ontem dois morreram e está sem nin-
guém para tocar, parte de São Jose dos Pinhais o mesmo, então o que
estou falando, eu vou atraindo, você assumindo.
— E porque me usar?
— Meu pai ainda não está pensando em trabalhar.
— Certo, e como posso tocar isto?
Pedro se levanta e caminha até o quarto, tira do caderno o mon-
tante das apostas com os nomes ainda presos aos maços de 100 mil e
coloca os 20 bolos em um saco, e vai a mesa e coloca sobre ela e fala.

345
— Tocamos com o dinheiro que eles não nos viram tirar do pré-
dio na Republica Argentina, antes de virar sal.
Moreira olha os maços e sorri.
— Você os roubou e eles nem desconfiam.
— Moreira, isto é trocado.
— Dois milhões nunca foi trocado.
Alguém na mente de Pedro fala “Um Joaquim diferente”.
— E acha que conseguimos?
— Estou puxando através de Roberto, os seguranças perdidos,
no meio do caminho, é gente que não se deixa no meio do caminho
Moreira.
— E quer que faça o mesmo nos pontos?
— Sim, e você toca a parte ilegal, damos cobertura e segurança,
mas ambos estamos crescendo invisível ainda.
— Este prédio não é invisível.
— Por isto eles não me esperam aqui, pois era uma base do se-
nhor Lucas Carrera.
— E vai me considerar um aliado assim? – Moreira.
— Não me viu nervoso ainda Moreira.
— Certo, soube que outros você detonou muito rápido, nem sei
como, mas o prédio no Portão, é uma dica.
— Sim. – Pedro pega 500 mil em notas e separa e passa para
Moreira e fala – Vamos implementando na marra.
Moreira sorriu, guarda o dinheiro, sorri e fala.
— Você é bem mais perigoso do que eles pensam.
Moreira saiu, Roberto subiu e o menino o chama a mesa e fala.
— Roberto, o que vou falar, eu não tenho como implementar, o
acordo que tenho com Moreira, você monta um grupo absorvendo os
que estão sem chefes, e começamos a dar estrutura, na cidade e nas
cidades que precisar ao sul até Florianópolis.
— Mas como faço isto?
Pedro separa outros 500 mil e fala.
— Aqui tem os 500 primeiros mil para você começar a montar is-
to, vamos ter carros de gente morta, vamos os usar, por quase um ano
o documento será legal e todas as multas e impostos estão em nome
dos falecidos, levanta as bases que podemos usar, e vamos sair do
nada para ter uma empresa de segurança.
— Querendo crescer rápido?

346
— Roberto, imagina os demais olhando, todos sabem que estou
sendo atacado, mas se como resultado do ataque, no lugar de morrer,
montar uma bem estruturada empresa de segurança, absorvendo par-
te da estrutura deles, a tendência é nos respeitarem.
Roberto pega as notas, sorri e fala.
— E Moreira vai entrar nisto onde?
— Ele vai assumir os pontos que vão ficar soltos, não é hora de
deixar surgir alguém de baixo, vamos nos impor de cima para baixo os
colocando na linha.
— Nem tudo é tão fácil Pedro.
— Lógico que não é fácil, é a ilegalidade, os perigos estabelecem
mercado mais lucrativo.
— E como faremos a segurança de Moreira?
— Organiza as coisas que vamos oferecer serviço, tudo que fi-
zermos para ele, vamos receber por isto, mas como parceiros que se
apoiam.
— E seu pai o queria morto?
— Ele vai tentar me roubar algo, mas o que ele não entende, o
que parece ser de valor no lugar que ele foi, é o que não tem valor,
espero mesmo que ele me surpreenda.
Em Matinhos o prefeito viu tirarem o tapume da frente do hotel
bem a ponta e até o gerente do hotel que estava desconfiado olha para
aquilo e olha o prefeito.
— Pensei que iriam me sacanear Prefeito, pensei em uma cons-
trução da prefeitura, tudo pré-moldado e pronto para atendimento,
mas ficou com uma outra cara, o que é isto, qual a ideia?
— Pelo que ouvi ontem, transformar toda a cidade em um gran-
de resort de férias.
— E as construções?
— Estrutura de policia e bombeiro, com estrutura e organização,
4 pontos de comercio por estrutura, não sei ainda como o fazer, são
concessões de prefeitura, a ideia deles não era concorrência publica,
era oferecer aos comerciantes já instalados.
— Sabe que tem gente que vai reclamar.
— Sei, eles estão estudando uma forma legal de o fazer, pois
concordo com Sergio, estruturamos para os que sempre estiveram aqui
lucrarem, não para agora que ficou bonito, alguém vir de fora com

347
palavras bonitas, nos obrigando a abrir concorrência publica, e um
grupo em Curitiba ficar com as vagas.
— E vão fazer isto em toda a praia?
— As que já tem areia como esta parte, os quebra mar e as dra-
gas são para poder implementar parte disto em todo litoral da cidade.
— Até pessoas que falavam mal do senhor vão passar a lhe olhar
diferente prefeito.
— Pessoas?
— Pessoas como eu. – O senhor sorrindo.
O prefeito viu que eles teriam ainda trabalho, tiraram os tapu-
mes para fazer uma calçada padrão que se esticasse da rua até toda a
estrutura, os postes a toda a praia, iriam tornar o lugar mais bonito, e
ele olha a reportagem começar a filmar.
— Vamos ter propaganda disto prefeito?
— A Globo resolveu fazer uma reportagem sobre o investimento
da iniciativa privada em uma cidade, mudando a estrutura e a cara de
uma cidade.
— E porque eles vão fazer isto, são eles por traz disto?
— Pelo que entendi, teremos atores, pelo menos uns 40 globais
por uns 4 meses na cidade, a empresa, esta Rosas, tem um segundo
ponto de hotel na região do Tabuleiro, eles vão segurar a inauguração e
ceder para ser locação da próxima novela das 19 horas.
— Isto sim é propaganda prefeito, garanto que muitos vão se
perguntar onde é esta praia, esta obra a frente, já vai provocar mais
pessoas na temporada, não sei a ideia deles?
— Oferecer mais de duas mil vagas a mais na temporada, mas
pelo jeito, atraindo gente de grana, não apenas os farofeiros.
O senhor chega a beira do que estavam deixando visível e viu
que daria um visual diferente, mas estava longe de ficar pronto, isto o
senhor veria a cada momento por alguns dias, somar no projeto.
Roseli olha para Maria contratando mais dois gerentes de hotéis,
ela estava fazendo a estrutura alta, sai pela porta e olha aquelas imen-
sas estruturas de ferro e plástico, sendo colocadas no terreno que seria
o parque aquático, olha um rapaz chegar a ela, lhe estica a entrega e
ela assina, olha aquela imensa carreta entrar e começar a estacionar na
parte do parque temático.
A carreta estaciona ao lado do barracão, viu eles tirarem a pri-
meira parte, colocar na frente do barracão, o que parecia um barracão

348
apenas começa a ganhar a fachada de uma imensa construção de ma-
deira, imensas madeiras, era fibra de vidro, mas ela fica olhando para
aquilo, o lugar mudando de cara.
Patrícia olha Gerson chegando a Bichinho, inicio da tarde e olha
ela falar.
— Não sei o que seu filho acha que acharemos aqui.
— Ele falou que teríamos de tirar daqui, ele acha que parte da
estrutura de Geraldo procurava algo que estaria aqui, mas algo que
temos de olhar com calma. Mas acho que ele não entende o que está
fazendo, fico pensando se não teríamos de levar a pessoas que enten-
dessem disto.
— Por quê? – Patrícia vendo que o senhor estava pensando em
desviar aquilo.
— Ele fala em duas entradas, a primeira com caixas, que ele não
sabe se pode ter algo de valor, ele parecia misterioso referente a isto,
algo sobre o que parece não ter valor, ser o que tem, algo sobre exa-
minar isto em Curitiba, ele falou em por tudo isto em caixas e despa-
char rapidamente para Curitiba. Ainda acho que deveríamos levar a um
especialista tudo isto.
Patrícia não gostou do que ouviu, começa a caminhar no sentido
da entrada da gruta, que nem sabia existir na região.
— Vamos ver, nem sabia que este terreno tinha dono, mas se
compraram e seu filho quer algo, temos de saber se tem algo de valor.
Gerson a mede e fala.
— Sozinha?
— Os seguranças garantem a entrada.
Gerson sorriu, pois ela sorriu para responder, ela desviou o as-
sunto.
Eles viram que o caminho era difícil, viram a entrada fechada de
uma mina ao canto, Patrícia força a madeira, viu as caixas ao chão, se
desfazendo, olha a outra entrada, tinha mais coisa e fala pegando o
celular.
— Plinio, encosta a carreta mais que der para dentro.
— Vão tirar algo?
— Lixo, mas se alguém quer isto, não vamos discutir. – Patrícia
mudando a forma de encarar aquilo, quase com desprezo pelo materi-
al, parecia querer passar que ali não tinha nada. Ela força aquelas cai-
xas se deteriorando.

349
Gerson viu a carreta entrar de costas, ele achava que teria gente
lhe apontando armas quando abrisse a carreta, ele até recuou, mas
não, esticaram duas estruturas metálicas e tiraram uma empilhadeira
do contêiner que estava sobre a carreta, desceram algumas estruturas
de madeira, onde começam a organizar as coisas a frente, pareciam
caixas bem danificadas, foi com cuidado que colocaram nos estrados
novos e a empilhadeira foi colocando no contêiner, Patrícia parecia não
ter interesse naquilo, o que fez os rapazes apenas tomarem cuidado,
mas não olhar com interesse, estavam colocando o material no contêi-
ner que sai cheio de caixas velhas, algumas caixas plásticas, pois o con-
teúdo estava frágil demais para se erguer, e saem no sentido do aero-
porto.
Gerson tentava puxar conversa, e a moça o ia gelando, talvez is-
to o fez se interessar.
Mais ao sul, Cristiane olha para a primeira amostra sendo tirada,
eles também apenas tiraram as amostras e as lacraram e era perto das
6 da tarde quando ela vai ao aeroporto e embarca para Curitiba.
Roberto saiu, Pedro olha para a rua e resolve provocar, coloca
um tênis confortável, uma blusa e começa a caminhar no sentido do
centro da capital, quase uma hora de caminhada e ele estava cami-
nhando ao calçadão, ia no sentido do Largo da Ordem, mas resolveu
passar pela Quinze, pelo calçadão.
Ele estava a caminhar no sentido da Marechal Floriano, queria
depois subir para a Tiradentes e passar pelo Largo da Ordem, indo no
sentido do cemitério.
Mas ele estava na rua, sente a primeira bala na sua aura, ele
olha para o local e olha a bala, se joga ao chão e ouve os mais de doze
tiros, olha quieto um grupo de pessoas chegarem e um senhor falar.
— Desta vez eu ganho esta aposta.
Pedro abre os olhos e se senta ao chão, olha o senhor, muitas
armas apontadas para ele, e fala.
— Precisando de dinheiro senhor Pereira?
O senhor olha o menino e fala.
— Matem ele de uma vez.
Pedro sente os demais começarem a puxar o gatilho, ele toca o
peito e sente o tempo não parado, mas lento, viu as balas vindo, ele
inverte a aura, as balas mudam o sentido, atingem os que atiravam, e

350
olha o senhor, uma bala o atravessa, os rapazes começam a cair, ele
toca o peito novamente, agora com o tempo estático, sai pela rua.
Estava a meia quadra quando toca o peito e olha os tiros atin-
gindo os rapazes e caírem mortos, os curiosos se afastarem primeiro e
depois chegarem vendo os rapazes morrendo.
Pedro liga para Moreira.
— Anota ai, Pinheiro acaba de cair.
— Ele e quantos?
— 12 seguranças pessoais.
Pedro desliga e chega a Marechal Floriano e começa a subir para
a Tiradentes.
Ele começa atravessar a praça e olha um rapaz chegar as suas
costas e encostar a arma, outros 3 chegam a frente e viu um policial ao
fundo, estavam registrando para provar que foram eles que mataram o
menino.
— O brinde. – Um dos rapazes do Branco.
Pedro apenas pensa em sua aura e ela os atravessa, o rapaz fil-
mava ele numa hora cercado, no seguinte os corpos caindo em pó, no
segundo seguinte, o rapaz a sua frente sente o corpo começar a quei-
mar, ele grita, caindo em cinzas, Pedro toca o peito, e chega ao carro
da policia ao fundo e atravessa ele bem na metade com a aura de de-
sintegração, o veiculo tende para frente e para traz, abrindo, pois seu
meio se desintegrou com 4 policiais que apenas observavam e aposta-
vam.
Pedro bate no peito e sente tudo voltar ao normal, uma moça
grita ao fundo, ele não olha, apenas caminha agora no sentido do Largo
passando ao lado da Catedral.
Pedro caminha um pouco mais e quando começa subir pela São
Francisco, olha a câmera da prefeitura lhe focar, olha desgostoso e
começa a subir a rua, olha aqueles rapazes surgirem atirando a rua, ele
estava muito irritado, sorri sem graça, de raiva e apenas inverte as
balas, os rapazes morrem com suas balas, e sobe a rua.
Descer a Jaime Reis e olhar Luiz fez o mesmo olhar para suas
costas.
— Problemas?
— Candinho.
Pedro se vira e pega o telefone.

351
— Apenas ouve, Branco caiu com os 4 apoios da Militar e aque-
les atiradores pessoais dele.
Pedro olhava Cândido e fala.
— Pensei que pelo menos você respeitaria Cândido? Onde está
aquele Lucas Carrera? - Pergunta Pedro.
Luiz ao fundo falou.
— Na Itupava, num restaurante bebendo e comendo, monito-
rando com as câmeras da prefeitura e da militar.
Pedro encarava Cândido que fala soltando a mochila que estava
as costas ao chão.
— Depois peço perdão a sua mãe.
— Não é homem de assumir que fez, sabe disto.
As câmeras todas nele, veem ele crescer e olhar para os rapazes
atirando nele, e Pedro passa a garra em alguns, alguns recuam, mas o
rapaz ao fundo tentava ainda o acertar, ele torce a cabeça de Cândido,
segura o rapaz pelo pescoço e apenas enfia as garras, o rapaz grita e
Pedro olha para Luiz, com o rapaz sangrando a mão, o solta morto ao
chão.
— Isto me tira a calma.
Pedro volta ao seu tamanho, pega uma calça na mochila, pega
uma camisa, troca e olha Luiz.
— Porque me protege Luiz?
— Você é especial.
Pedro olha para ele como se não fosse a resposta que ele preci-
sava.
— Pedro, agora sei seu nome, mas o dia que os humanos forem
como nós, todos os desafios do eterno seriam enfrentados de igual
para igual.
— Sabe que esta guerra vai a vitória total ou derrota total?
— Ainda não entrei em campo menino, você ainda não me for-
çou entrar em campo, não estou lhe protegendo fisicamente, e sim das
leis do homem.
Os Hons aparecem a praça e os mortos somem, ficando apenas
as marcas de sangue.
Pedro olha o chão e depois para Luiz e fala.
— Obrigado então.
Luiz sorriu, viu ele tocar o peito, não viu ele abrir uma porta e
surgir com o tempo estático no bar na Itupava, no fundo, fachada anti-

352
ga, Tartaruga Bar, caminha ao fundo, ele toca cada um deles, sente sua
mão passar pelos peitos, aperta seus corações, 10 apostadores, ele
olha os sistemas e toca as TVs e estas queimam, ele caminha até a por-
ta, sai, caminha no sentido da cede da empresa de Geologia com o
tempo estático, andou mais de 16 quadras, com o ponteiro do relógio
dando 19 horas e 3 minutos.
Passa a frente da casa do pai, olha os atiradores, os toca ao pei-
to, desintegrando seus corações, 9 pessoas, olha dois rapazes a frente
armados, não sabia quem eram e não os atacou, mas sobe ao aparta-
mento do pai, abre a porta e olha aqueles dois seres olhando Paula, ela
estava amarrada a cadeira, o mesmo tratamento aos dois, ele caminha
até a cede da empresa, viu Jackson ao lado de dois seres, ele olha eles,
não eram humanos, eram cristais, o que dava a aura era a visão que lhe
permitia ver aura, pois eles eram seres em cristal, ele apenas desinte-
gra os três seres, que ficam ao chão carbonizados.
Pedro olha para as escadas, sobe elas, o elevador não funciona-
ria com o tempo estático, ele entra em casa e olha para dois rapazes o
esperando, Roberto estava ao canto, baleado na perna, ele chega ao
local onde os dois contavam as notas na mesa, dividindo entre os dois.
Pedro pega o dinheiro, põem ao canto, toca o peito, eles olham
o dinheiro sumir e o menino surgir, entre eles pegarem na arma e caí-
rem em pó, foi segundo.
Pedro caminha até Roberto e toca ele, a bala sai e ele olha para
o menino.
— Pensei que me respeitavam.
— Pelo jeito preciso de alguém a mais, pois você sabe organizar
Roberto, mas eles não lhe respeitam.
Pedro estava segurando Roberto e sente aquele cristal crescen-
do dentro do rapaz e apenas ativa o desintegrar dele com regeneração
e Roberto vê aquele cristal ser expelido e pergunta.
— O que é isto?
— Eles estavam com aqueles dois lá fora?
— 3! – Roberto.
— Certo, isto é uma infecção invisível, que não sei ainda enfren-
tar, mas sinal que tenho de tomar mais cuidado.
Pedro olha para Roberto, estava cansado, irritado e fala.
— Preciso de cama e uma hora de sono, esta coisa de Dons, me
gera uma irritação incrível, eu odeio isto, mas entendo que se eu ficar

353
em uma guerra muito tempo, posso perder o controle, para a raiva,
então tenho de achar uma saída, e rápido.
Pedro vai ao banho e olha a sala ao lado com as telas, tinham
entregado, uma surpresa boa.
Pedro deita, tinha de tentar relaxar, ele fecha os olhos e olha pa-
ra o que um outro ser falava dos enfrentamentos do cristal, estanha
pois estava em algumas lendas, os enfrentamentos do Eterno, e obvio,
a pergunta do que era Luiz, só ficou mais ressaltado na mente de Pe-
dro, existiam pessoas que alguns perguntavam se conhecia, não tinha
noção de quem eram, estranho pois conversar acalmava Pedro, ele
para diante de uma imagem, um Fanes lendo uma mente, mas era algo
a descobrir como, e outro ser se comunicando mentalmente, era Ninfas
em meio ao mar, eles não teriam como falar em meio a agua, então
algo que era natural a algumas espécies, era apenas um dom para ou-
tras, se ele achasse o caminho da conversa mental, não precisaria se
desgastar, mas ainda não sabia fazer nem uma coisa e nem outra.
Roberto bate a porta do quarto e Pedro acorda assustado, ele
olha o celular, 21 horas, dormiu um pouco, ele olha sua mão, a aura
bem mais uniforme.
— Chegaram?
— Seu pai e uma moça chegaram.
— Os carregadores estão por ai ainda?
— Sim.
— Ajuda a levar para aquela sala por trás das salas normais no
barracão ao fundo..
— Cristiane lhe ligou e falou que precisa falar com você assim
que chegar, em particular.
— Se ela chegar fala para ela ir lá, mas que depois do pessoal sa-
ir falamos algo.
— Ela parecia nervosa.
— Imagino, eu que vou ficar agora, mas deixa eu me vestir, acho
que este gosto de guarda-chuva na boca eu resolvo com uma agua.
Pedro viu o rapaz sair e se veste, escova os dentes, olha para fo-
ra, começando estrelar o céu, sinal de geada na madrugada.
Ele chega a sala ao lado e as armações começam a ir para as pa-
redes e se parafusar, depois as TVs, tomada e rede e aqueles cabos
para o centro da peça, ao roteador, e dele ao computador pessoal, as
telas começam a acender e 3 TVs de altura, 26 conjuntos para fazer a

354
volta, deixando apenas a porta, elas começam a acender e ele olha
para a luz do teto e pensa no que precisava fazer, ali era para depois.
Ele desce e olha para Patrícia e fala.
— Como foi?
— Não sei se entendi.
Pedro olha para a aura de desilusão de seu pai e pergunta.
— O distraiu pelo jeito, ele está pensando que foi uma ida sem
retorno algum.
— Nem eu sei se terá retorno.
— Patrícia, vamos precisar de uma segunda linha de concessão
de venda de ouro para a Caixa Econômica Federal.
— Acho que tem de olhar as coisas antes de falar algo menino.
Pedro pensou se tinha algo muito diferente na historia, talvez.
Pedro olha para o pai, começa a entrar, olha as caixas bem des-
gastadas, olha os rolos de couro, olha para as pedras e talvez não fosse
a mesma coisa, mas teria de saber se era.
Pedro olha pra Roberto e pergunta.
— Me consegue uma faca e um pé de cabra?
— Sim.
Ele sai e Patrícia pergunta.
— Acha que tem algo de valor?
Pedro pega o pé de cabra de Roberto e abre uma caixa com
marcação de quantidade a lateral e abre a mesma, Patrícia olha para as
armas antigas e pensa na furada e fala.
— Armas?
— Se eles queriam independência, era uma forma de conseguir –
Pedro pega a arma, pesada, olha que não tinha estrutura de entrada de
munição superior, puxa o gatilho e viu que era maciço, seus olhos pare-
cem brilhar e fala – O problema Patrícia, é que as vezes, para passar
desapercebido, eles usam disfarçar as coisas.
— Não entendi. – Gerson.
Pedro esperava não estar errado, mas raspa a arma e Patrícia
chega perto, a cor mudou, ela pega a faca a cintura, e arranha mais um
pouco.
— Está dizendo que o que parecem 100 caixas com 10 armas,
são caixas com ouro escondido?
Pedro olha em volta e fala.
— Mais discrição Patrícia.

355
Ela sorri e sente o peso da arma e fala.
— Mais de 10 quilos.
— Não sei se todos são assim Patrícia, algumas podem até ser
verdadeiras, para deixar por cima, mas se forem, mais de 10 mil quilos
de ouro, a maior quantidade de ouro que achei até agora.
— Certo, uma fortuna, pensei que tínhamos apenas ido chamar
a atenção sobre outro lugar.
— Ninguém entende, eu era o chamariz hoje.
— E como se saiu como chamariz? – Gerson.
— Ainda vivo.
Pedro separa as caixas, começa a sentir as armas, pega a caixa
de munição, pensa se poderia ser algo como em outra existência, já
que diamantes, eram apenas pedras bonitas a 200 anos.
Ele ainda tentava entender de diamante, mas era muito pouco
que conhecia ainda.
Ele pega uma caixa e olha para Patrícia e fala.
— O problema, é que isto estava marcado como estoque de Ou-
ro e Diamante Patrícia.
— Não achamos diamantes. – Gerson.
— Acha que pode estar nas caixas? – Patrícia.
Pedro sorriu e pega uma caixa de munição, a moça pensou que
ele iria verificar se não estava na caixa, ele pega uma bala e aperta com
a faca na madeira de uma das caixas e a faca atravessa muito fácil e ele
estica para ela a bala e ela olha sem entender, ela pega e vira em sua
mão e olha as pequenas pedrinhas brilhantes e sorri.
— Isto que procurava, bom saber. – Gerson.
Patrícia pega uma e olha contra a luz e fala.
— Teria de as analisar para saber o valor.
— Com certeza analisar e lapidar.
Patrícia olha o menino chegar a um couro, ele pega ele com cal-
ma, carrega até uma mesa ao fundo, parecia ter um vidro ali, ele com
calma abriu o couro, um segundo vidro maior que o tecido estava no
canto, Pedro pediu ajuda dela e colocou sobre o couro e no canto colo-
cou um sistema de retirada do ar, ele foi apertando os lados fixando
parafusos e com calma o couro foi se isolando do ar e ficando visível o
desenho nele, Pedro pede ajuda de Patrícia e coloca ele de pé a pare-
de, pega o celular e fotografa.
Patrícia olha os pontos e fala.

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— Um mapa da região, mas não entendi.
— Sei que não, mas isto é segredo Patrícia, vai entrar nesta ca-
çada ou vai ficar de fora. – Pedro.
— Pensei que não sabia o que estava falando.
— Eu desviei o assunto, mas ainda não sei nada do sistema que
Geraldo tirava ouro.
— Meu pai falou que tem gente achando que o velho morreu.
— Ou fugiu dos sanguessuga com a sobrinha neta.
A moça sorriu.
— A incerteza da morte, faz todos ficarem tensos e em seus pos-
tos, pois sabem que ele iria revidar com força. – Patrícia.
— Então apenas se informa, embora acho que ele não comanda-
va mais nada, tinha jeito da sobrinha neta estar no comando. – Fala
Pedro para ver a reação da moça.
Cristiane chega a porta e Pedro a olha.
— Já conversamos Cris, pois vou precisar de pelo jeito mais de
uma pessoa que entenda de geologia.
Pedro pega o segundo tecido e faz o mesmo, era uma soma de
12 tecidos, o menino não conhecia a região, mas ficou obvio quando
Patrícia começou a percorrer um córrego de nome Das Velhas, que
alguns pontos estavam marcados como explorado, e um deles, Cristia-
ne olha e fala.
— As vezes queria acreditar que eles não exploraram tudo.
Patrícia olha o menino fazendo o mesmo com o próximo, ele
começa a por nas paredes, e Cristiane olha para a bala aberta, olha
para a arma, eram muitas caixas disto.
— De onde vem isto?
— Antiga Serro. – Patrícia.
— Algo que precisemos nos preocupar a mais menino? - Cristia-
ne.
— Sim, sei que todos devem estar cansados, eu estou cansado e
tenho aula amanha bem cedo, acho que não consigo mais pensar muito
sobre as coisas.
— E acha que estes mapas revelam algo?
— Cris, Patrícia, o problema é que mapas de 200 anos, são ma-
pas que podem nos mostrar algo, ou exatamente nada, apenas os pon-
tos que os demais já exploraram.
— Mas sabia que isto estava parado lá. – Patrícia.

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— Sim, nem sei quem era o dono, mandei Sergio oferecer na re-
gião e um cartorário intermediou, mas isto está em uma boca de gruta
tampada, algo que não é normal, e se olharmos o mapa, não tem a
especificação da gruta, é como se ela nunca esteve nos mapas, isto a
fez passar desapercebida, e as frases do novo levantamento do estado,
área degradada e sem grande riqueza natural. – Pedro olha para Patrí-
cia.
— Você conhece o esquema daquele estado, pelo que entendi,
teremos de olhar estado a estado com calma, pois o mapa estabelece
parte dele é em Minas, parte ao norte de São Paulo, parte no atual
Espirito Santo, e parte no Rio de Janeiro. – Pedro parecia ainda um
pouco irritado.
Ele olhava para as mãos, tentando manter a calma.
Cristiane olha a região e fala.
— Andou trabalhando a noite.
— As vezes deixo os demais arrumarem, mas o laboratório de
analise, de amostras, pelo jeito vou precisar de um perito.
Os rapazes continuavam a trazer parte das coisas do contêiner,
Patrícia parecia esconder algo, e Pedro talvez estivesse se irritando com
aquilo.
Patrícia olha para Pedro sem um motivo que tivesse haver e fala.
— Poderia falar com você a sós menino?
Pedro olha a urgência nas palavras e na aura.
Pedro olha para Cristiane e fala.
— Apenas indica para deixarem ai, vou pelo jeito falar com ela
depois conversamos, estamos todos cansados. – Olha para seu pai e
fala – vai ver como Paula está, não sei como as pessoas estão nesta
cidade hoje.
— Acha preciso?
— Pai, nada vai sair correndo por ai, e muito menos o que nin-
guém sabe que existe.
— Posso levar uma destas armas?
— Não, ainda não é hora de saberem o que temos aqui pai, e
nada é urgente a este ponto.
Roberto olha ao longe e fala.
— Vamos fechar, estamos chamando muita atenção. Põem as
pessoas para fora, amanha recomeçamos isto Roberto.

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Gerson não gostou, evidente que algo estava errado, Pedro ten-
tava ainda dar um espaço mais por historias contadas sobre o potencial
de seu pai do que o que via a frente.
Patrícia olha o menino lhe indicar o elevador e sobem, ela olha a
sala cheia de monitores e pergunta.
— Acha que ele é de confiança menino?
— O que aconteceu que lhe tirou a calma moça?
— Estávamos chegando em Curitiba e meu pai me ligou referen-
te a terem tirado algo de valor de Bichinho, até aquele momento eu
achava que nada era de valor, mas meu pai insistiu que tinham lhe
confirmado que tinha valor. – Patrícia olha a porta, vazia - quando che-
gamos aqui, seu pai ligou para alguém, e me perguntou com todas as
palavras, se não teríamos como descarregar em outro lugar, pois você
não sabia analisar o valor das coisas.
— Quer entrar mesmo nesta caçada Patrícia?
— Acredita que será uma caçada?
— Aquele mapa que está na parede lá embaixo, requer saber o
que estamos procurando para se achar. – Pedro pega o telefone e disca
para Roberto na parte baixa – Roberto me ouve, põem os carregadores
e meu pai para fora, a segurança na parte externa, verifica se dá para
por tudo que está ai no cofre, Cristiane lhe ajuda, pega os couros mol-
durados e sobe com Cristiane, deixa todo pessoal atento, a noite vai ser
longa. – Pedro volta a olhar para a moça – Deixar claro que acredito
que roubar alguém é errado, mesmo que a pessoa não saiba que está
sendo roubada Patrícia, minha proposta referente ao que achamos
hoje, é que seria seu todo ouro e pedras preciosas, se me desse acesso
aos documentos, mas queria você nisto.
— Porque quer me dar todo aquele ouro.
— Porque aquele terreno seria sua herança, seu pai nem se to-
cou que ele que nos vendeu aquelas terras.
— Sabe que nunca desconfiaria disto.
— Patrícia, não respondeu ainda, quer entrar nesta caçada, nes-
ta historia e neste levantamento que precisamos de geólogos e pessoas
rápidas em pensar em saídas onde não parece ter saída.
— Acha que tem mais? – Patrícia.
— Tem gente que acredita em milagre, sei que quando se fala,
achamos em uma mina, perto de 130 milhões em ouro, parece muito,
acho que dá apenas isto pois a pureza do ouro ali deve ser perto de

359
80%, mas falando assim parece milagre, mas não é, muita gente traba-
lhou, morreu, se deu mal para que aquele ouro ficasse escondido até
hoje.
Pedro pensa no que iria falar.
— Alguns papéis diziam que deveria ter ali perto de 10% da re-
serva de ouro dos que queriam a independência de Portugal.
— Acha que pode ter outras 9 partes disto?
— Se tivesse, teria mais de um bilhão de reais em ouro Patrícia,
teríamos de ter cuidado para falar disto, mas se tiver isto, as vezes
pode parecer loucura, mas se não nos matarem e o que indica onde
este ouro está, não estiver ali, que nos roubem.
— Acha que eles vão tentar?
— Com certeza, e sei que o que ouvir aqui Patrícia, se sair falan-
do, morremos todos.
— Tem mais coisas por ai?
— Apenas quero saber, está dentro?
— Não sou maluca de ficar de fora, pelo que dá a entender, um
menino pequeno em tudo, resolveu por uma fortuna no bolso.
Pedro tenta sorrir, mas não era parte dele, olha para Patrícia sé-
rio e fala.
— Então bem vinda a lista de bilionários que terão bilhões, e não
estarão na Forbes.
Patrícia viu ele chegar ao computador, pegar um cabo, prender o
celular no computador, por as imagens e por o primeiro mapa e falar.
— Este mapa, pelo que passei o olho rápido, é o único que tem
uma marcação sobre a região de Bichinho, tem símbolo emancipacio-
nistas na base, tem marcações a pena, no tecido, mas parece a estiliza-
ção de arma, comida, ouro, pedras preciosas.
Patrícia viu ele por na tela ao fundo, um conjunto de 3 telas de
50polegadas, de largura por 3 de altura.
Ela chega perto e olha que realmente o mapa era grande, tinha
apenas designação de rios, montanhas e os pontos, não era para al-
guém normal olhar e se achar naquele mapa.
— Mas aqui tem mais de 10 pontos.
— Como falei antes, não acredito em milagre, e este mapa tem
perto de 200 anos.
Patrícia olha para o menino e fala.
— E como identificou Bichinho neste mapa?

360
— Pelas quedas do Rio das Mortes, mas foi o único que consegui
apostar que poderia ter algo, pois todos os mapas da época, vão ter
diferenças, os terrenos medidos a dias a cavalo, transformam alguns
dados em quase adivinhação, mas me prendi a este, pois acredito que
conseguimos determinar todos os rios que estão neste mapa, e com
isto, ter aproximado o que tem em cada lugar.
Patrícia olha os dados e fala.
— E se existir metade disto largado a sorte?
Pedro olha para Cristiane e Roberto trazendo os demais quadros
e fala.
— Teremos de manter o máximo fechado, as bocas bem silenci-
osas, pois iria chover gente querendo a localização das coisas, e seria-
mos alvo.
— Não entendi o problema menino. – Cristiane.
— Saber, somos ricos ou bilionários?
— Deve ter para cada quilo de ouro, 3 de platina naquela mon-
tanha, e 6 de ferro, como parou ali? Pelas marcas na região, foi arras-
tada para o norte, deveria estar ao sul, não sei onde, mas com certeza,
a platina lá nos torna bilionários, se conseguirmos tirar e vender ela a
preço de mercado.
— Acha que conseguimos vender quanto do ouro para a caixa?
— Eles não tem como comprar muito, não entendi, mas eles po-
dem nos liberar a venda.
— Semana que vem, eles desembarcam aqui no Paraná as 12
primeiras linhas de forja e purificação do ouro, vou descarregar aqui, e
com calma encostar lá e começarmos a extrair.
— Temos de conversar sobre métodos, pois se fizermos muito
aberto, vão invadir.
— Não discordo disto não.
— E o que são estes mapas?
— Mapas de reservas, pelo que entendi, mapas de reserva, ex-
ploração, sonegação, e “in futures”.
Patrícia olha cada mapa e fala.
— Pretende expor isto?
— Somente depois de ver cada canto, mas Patrícia, queria ver se
conseguimos erguer onde são estes terrenos, comparar eles ao que é
tido como terrenos do senhor Geraldo, para saber onde ele está explo-
rando oque.

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Pedro olha Roberto.
— O que estamos falando aqui é apenas entre quem está aqui.
— Seu pai ouviu demais.
— Roberto, temos de ter um local para guardar as coisas que
não seja de conhecimento geral, para podermos começar a pensar em
fazer algo, apenas queria que mantivessem a calma, pois sei que vou
atrair ainda muita confusão para o meu lado.
— Acha que o cofre aguenta?
— Vou pedir para tirar a parte de documentos, vamos deixar as
coisas parecendo mais volumosas, mas deixando caixas vazias, caixas
com pedras, caixas com amostras que conseguirmos ao fundo, e deixar
eles fazerem o que eles sabem fazer, roubar.
— Acha que eles engolem? – Patrícia.
— Espero que sim.
— E quando começamos em Minas?
— Temos de ter material para processar em tijolos de 24 quila-
tes, antes não teremos como.
— Acha que seu pai vai nos complicar? – Patrícia.
— Ele não vai poder reclamar depois.
— E fazemos o que agora?
— Material no cofre, hora de irmos para casa descansar, sei que
abusei de vocês se pudermos começar a estudar estes mapas amanha,
já é um caminho.
Roberto fez sinal para o pessoal, a moça foi a um hotel no cen-
tro, e Pedro desenhou caixas como as anteriores na sala, com mapas
estranhos em tecidos de couro, desce no cofre e pega apenas uma das
armas, e a caixa de munição, ele sobe e tranca o cofre, põem a porta
falsa no lugar e deixa sobre aquelas caixas que ele desenhou e surgiram
ali, a arma e a munição.
Pedro sobe para o quarto, estava cansado, adormece.

362
Pedro ouve tiros quase de manha, seu corpo
estava cansado, ele se arrasta ao banheiro, olha
para fora, a grama branca e os telhados brancos,
diziam que fora mais uma noite gelada do lado de
fora.
Olha os rapazes tirando as coisas, Roberto ao
longe apenas dá proteção aos rapazes, que demo-
ram para carregar tudo, e Pedro vê eles usarem a
carreta para forçar o portão e saem no sentido sul
da cidade.
Roberto chama a policia, e Pedro desce, um
rapaz tinha levado um tiro de raspão, viu a policia
chegar, ele pega o material e vai ao colégio, com
cara de quem havia perdido muito.
Estava distraído, chegando ao colégio, entrou sem olhar os rapa-
zes que observavam ele ao longe.
A diretora olha para ele do fundo do corredor e pergunta ao se-
gurança.
— Problemas ainda?
— Não sei, na comunidade do Capanema muitos falavam que ele
amanheceria morto.
— Bem quando ele se encontra nas matérias, pelo jeito virou al-
vo, não entendi por quê?
— O pai dele deve dinheiro a muitos, pelo jeito resolveram apos-
tar para diminuir as perdas.
Pedro entra em aula enquanto dois investigadores chegam a
empresa de geologia e veem o portão arrombado, o segurança atingi-
do, a região toda revirada, e começam o levantamento de dados.
Patrícia olha o celular e atende.
— Problemas pai?
— Disse que não tinha nada de valor ontem, me escondendo al-
go filha?
— Eu não vi nada de valor.
— Um senhor veio dizendo que tem uns diamantes a venda.
— Pai, eu fui falar com uma criança, era um pirralho de 13 anos
que contratou o serviço, mas pensei que não teria nada.
— Porque pensou isto?

363
— Pai, oque tem de valor em Bichinho?
— Nada.
— Eles tiraram as caixas, daquele terreno que o senhor vendeu a
não sei, dois dias, em Bichinho, eu pensei que não teria nada de valor lá
pois o senhor não deixaria algo lá de valor, e venderia.
Homero Reis que olhava imagens pela internet e para na afirma-
tiva e pergunta.
— Tem certeza que tiraram isto de lá?
— Sim, caixas velhas de madeira, um amontoado de mapas des-
conectos, umas caixas de armas falsas, pareciam feitas para impressio-
nar, mas não eram reais, não tinham nem gatilho, umas amostras de
pedras, mas nada que tiraram de lá, tinha menos de 100 anos pai, e
parecia ao meu ver, lixo.
— Achou que não era de valor, porque então fez o serviço?
— Pai, quem comprou lá, estava querendo esvaziar, foi o mesmo
que fez os hotéis no litoral do Paraná que estão na revista que toco, fui
lá para ver o que eles pretendem, pelo que entendi, eles vão fazer um
hotel caverna na região, usando uma caverna que nem sabia existir.
— Acha que não tem nada de valor no lugar?
— Formação calcaria, deixaram lá aquelas caixas velhas, mas
apenas caixas velhas pai.
— As vezes esqueço que a formação de minha filha era geologia,
foi para Designer por falta de opção.
Patrícia levanta o volume da TV e pergunta.
— Roubaram deles aquele lixo pai?
— Quero ver se é lixo.
— Tivesse olhado antes de vender, pois ter de dividir algo que
estava nas suas terras não parece algo que você fizesse no passado pai,
pelo jeito não olha mais as terras do avô.
— 99% delas estão com impostos atrasados, não tenho nem pa-
ra os impostos.
— Tenho de desligar pai.
Homero olha para o segurança e fala.
— Me confirma se não é uma arapuca, para que alguém compre
algo sem valor, mostrando uma ou duas coisas de valor.
— Acha que não vale nada senhor, todos ficaram olhando para o
local hoje.

364
— Esqueci que minha filha não é de falar nada antes de ter cer-
teza, mas pelo jeito ela achou que se tivesse valor, eu teria olhado an-
tes, pode ter algo, ela não olhou com cuidado, por ter saído de um
terreno que foi de meu avô.
— Certo, seu avô não deixaria lá se tivesse valor.
— Nisto ela tem razão.
Gerson deu o serviço, ele estava cheio de dividas, e sempre
achava mais fácil vender informação a trabalhar, mas quando o telefo-
ne toca, ele pensa que seria para o agradecer e ouve.
— Gerson, só tem lixo neste amontoado de tecidos velhos de
couro, e uma arma de valor, nada além dela, o resto é de estanho.
— Tem certeza?
— Tem certeza que seu filho não estava jogando com aquela
geóloga de Minas, ou o testando novamente?
Gerson pensou, sim, poderia ser um teste, e se eles roubaram
tudo, alguém deu o serviço, teria de jogar sobre alguém.
Gerson lembrou do segurança colocando todos para fora e fica-
ram apenas Roberto e a Geóloga, se teria alguém a culpar, teria de ser
um dos dois.
— Tenho de pensar, pois existem muitas possibilidades, e não
sei qual ele pretendia, mas ontem pareceu saber qual era a arma que
mostraria a moça, mas quanto valeria a arma e a caixa de munição?
— Uns 200 mil.
— Ele pagou 35 mil pelo terreno Reinaldo.
— Certo, ele poderia estar mostrando o que despertaria na mo-
ça a intenção de comprar, de barganhar, se era isto, atrapalhou de
novo seu filho Gerson.
— Vocês pediram o serviço, não inverta Reinaldo.
— Certo, vamos abater este valor de suas dividas.
Reinaldo olha para o rapaz a mesa e pergunta.
— Quantos quilates de diamante?
— Quase 200 quilates em pequenas pedras.
— Quanto vale isto?
— Uns 500 mil dólares.
— Debita duzentos mil reais das contas do Gerson.
— Acha que ele vai ratear?

365
— Pensei que daria mais, mas tem de ver que mesmo o lixo todo
depois, é um senhor roubo, mais de um milhão de quinhentos mil reais,
e tem retardado pedindo a morte do menino ainda.
— O menino estava pensando em ganhar isto no dia em Minas e
o pessoal pedindo a morte dele?
— Este menino tem o faro que o pai não tem, Gerson falou que
ele pagou 35 mil reais pelo terreno.
— Se ele desviou 3 pedrinhas destas Reinaldo, ele paga o terre-
no, pode ter desviado, ou separado, não sabemos, espero que ele te-
nha sido esperto, não quero ver ele falir, quero ver este menino tentar
de novo. – O rapaz olhando Reinaldo.
— Certo, ai tem mais de 130 pequenos diamantes para gerar es-
te 500 mil dólares, acha que tem mais coisas naquela gruta?
— Não, parece que esconderam lá algumas caixas, antigas, pode
nem estar lá a tanto tempo, mas algo dizia ao menino que havia caixas
lá, e isto que o levou a comprar, temos de ver que se alguém deixou
isto lá, fez questão de deixar o chamariz a frente, realmente o menino
poderia ter visto que só tinha aquilo de valor e estava induzindo al-
guém a entrar no esquema, já que sabemos que Patrícia Reis, em teoria
seria uma das herdeiras daquela terra.
— Acha que o menino tentaria um golpe nos senhores?
— Garanto que se ele iria dar um golpe seria mais do que 500
mil dólares que ele iria tentar tirar.
— Ele que tente outro.
O rapaz sorriu.
A policia saiu e Cristiane foi a empresa, ela dá as coordenadas
para 12 grupos, eles iriam investigar 12 terrenos em Minas Gerais, era
fazer a topografia, demarcar os terrenos, estudar as formações geoló-
gicas do terreno, estabelecer pontos de acesso, fazer 12 furos de anali-
se por terreno, enviar para aquela sede todas as amostras, ela deter-
minou todas as profundidades que chegariam. Se estavam pensando
no risco de ganharem a conta, com a mudança de dono, viram que
tinham trabalho para pelo menos 3 meses, até gente que estava para-
da, foi mandada a Minas, tão ocupados que nem deram falta de Jack-
son.
Em Matinhos, numa manha gelada, Roseli vai a praia e olha as
primeiras construções chegando sobre os caminhões, e sendo coloca-

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das, o que era apenas piscinas começa a ganhar lanchonetes, mirantes,
chuveiros, armações de proteção contra o sol, bancos.
Ela olha para os canteiros sendo preparados, e a chegada tam-
bém de mudas de palmito, eles não poriam palmeiras e sim palmitos,
iria ao típico e não ao tipificado.
Ela pega o carro e atravessa para a praia mansa e olha que esta-
vam tirando o tapume de toda a praia, e se via toda a extensão com
aquelas piscinas e sistemas de calçadas para se curtir a praia sem preci-
sar entrar na agua, ela olha o sistema de captação de agua, e a chegada
dos rapazes com as mudas.
Sabia que cada praia iria ao seu tempo.
Ela sai dali e vai a construção no tabuleiro, viu as 4 estruturas
prontas e pensa em como o menino acelerava tudo.
Ela olha o hotel, estavam instalando as luzes, olha as ruas asfal-
tadas e cuidadas a volta, olha o centro comercial baixo que se estendia
entre dois pontos abaixo de uma rua, mas sem ser visto por quem não
tivesse 50 metros abaixo da rua, na outra ponta, ela vê o segundo sis-
tema de quartos, mas era algo menos imponente, mas que tinha em
um buraco coberto de vinte metros toda a estrutura de quartos bara-
tos a volta.
Sobe e olha os rapazes colocando o parque aquático, segundo da
rede Rosa, pintando as casas ao fundo que eram um hotel chalé, mas
poderia ser usado para ser uma vila de pescadores, ou um bairro de
cidade em uma gravação, mais ao fundo um parque temático sendo
criado, ela viu que o assunto era o Curupira, e bem ao fundo, o hotel
fazenda Rosa.
Ela olha as ruas em volta e pensa no quanto uma ideia poderia
mudar uma cidade.
Ela caminha no sentido da rua e chega a rua de traz do Tabuleiro
e olha o prefeito.
— Veio a reinauguração de algo que tenho de dizer que sabia
que estava nos planos da prefeitura.
— Prefeito, salas de aula arejadas e dinâmicas, salas de aula on-
de o aluno aprenda a digitar, a escrever programas, a criar em plata-
formas vídeos, áudios, textos, paginas de internet, personagens virtu-
ais, animações e artes finais, é o básico da informática.
— Soube que vão reformar o resto da escola.

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— A frente teremos um museu de arte natural, um de arte mo-
derna e um de arquitetura, dentro da escola, laboratórios de ciência e
biblioteca, posto de saúde e de vacinação, ao fundo as quadras de es-
porte e piscina de natação, como ouvi uma criança falar, ou mudamos
a forma de encarar a educação, ou seremos sempre candidatos poten-
ciais a primeiro mundo, sempre tendendo a terceiro mundo.
O prefeito viu as salas bem montadas, carteiras novas, quadros
novos, sistemas de luz novos, Roseli sabia que em pouco tempo come-
çariam as reclamações, mas estava entregando uma ideia, se iriam a
executar não poderia garantir.
Gerson fica sabendo que o filho foi normalmente ao colégio, ele
nem deveria saber do acontecido, quer dizer, ele não teria como não
saber, ele estava sobre o mesmo terreno.
Pedro sai do colégio e foi ao restaurante popular, ele ainda que-
ria ser o mesmo ser, comer a um real, enquanto os demais torravam
um dinheiro que não tinham, para comer apenas, não fazia sentido ao
menino.
Ele teria de falar com Roberto, mas por enquanto estavam ape-
nas estruturando, e volta para a empresa, sobe e deixa seu material.
Pedro desce e olha para Roberto.
— Podemos conversar Roberto?
— Problemas?
— Preciso que pense em uma coisa, uma forma de eu olhar o
rapaz e saber se é minha segurança ou alguém querendo me matar.
— Medo de que?
— De matar minha segurança e deixar alguém que parece ino-
fensivo me matar.
— Verifico isto, mas sabe que não é positivo marcar os nossos?
— Roberto, sei que não devemos nos marcar, mas sei lá, vou
pensar em algo também.
Pedro entra na empresa e olha para Cristiane e fala.
— Como estamos?
— Não entendi ontem?
— Tenho de verificar, meu pai vai tentar jogar a culpa ou em vo-
cê, ou em Roberto ou naquela Patrícia.
— E confia em nós?

368
— Sempre digo que você pode mentir Cris, mas sabe que sua au-
ra vai me dizer isto, então isto me torna mais frágil diante de você, mas
dele não.
— Coloquei pessoas sobre os 12 terrenos que pediu antes, e tem
muita gente olhando para lá hoje.
— Sei que estou abusando, mas me passa os custos disto, e veri-
fica se podemos começar a vender para a Caixa parte do ouro.
— Qual a ideia?
— Acompanha de perto em Minas, na entrada da gruta em Bi-
chinho, tinha uma espécie de tijolo que fechava a entrada, me alerta-
ram que eles as vezes dispunham os ainda impuros assim nas entradas,
misturados a terra, para purificação posterior.
— Certo, não quer deixar nada pelo jeito.
— Se alguém desconfiar podem querer nos tirar do caminho, se
cuida.
Cristiane olha o menino e fala.
— E vai falar sobre aqueles mapas?
— Tem de entender Cris, se tentar tudo, não consegue, tem par-
te em mais de 12 estados do país, temos de tentar manter os pés no
chão, e se alguém falar por ai que nós brigamos, desconversa.
— Certo, vão querer jogar um contra o outro, imagino quantos
antigos amigos vão surgir no caminho agora.
— Espero em cada um dos terrenos ter algum tipo de retorno,
nem que tenha de acelerar minha linha de hotéis.
— Vou para Minas no inicio da Tarde, estaremos abrindo um es-
critório em Nazareno, então qualquer coisa sabe onde nos achar.
Pedro vê a moça ir falar com alguns e sai, Cristiane sai e Roberto
fala para Pedro que Gerson estava ali para conversar.
— Manda ele subir, eu espero ele lá encima.
— Problemas?
— Calma, não sei ainda se jogo ou paro, ainda pensando.
Pedro liga as telas e olha para as obras em Matinhos, coloca as
telas em todas as paredes e os dados de investimento.
Roseli estava a olhar o andamento das coisas, ele estava abu-
sando, mas o ampliar e reformar de 10 colégios municipais, fazia alguns
colégios verem salas sendo pintadas, mesmo nos primeiros dias de
aula, troca de focos e luz durante a tarde, troca de piso das salas de
turmas da noite pela manha, começar a levantar adendos para biblio-

369
teca, laboratórios e praticas esportivas estava deixando a oposição
bem preocupada.
Pedro olha as obras das outras duas cavernas e passa para Roseli
dar uma olhada, ela olha para a montanha e olha a grande estatua
ainda com tapumes a toda volta, e fala ao prefeito.
— As vezes parece que não dará tempo para tudo.
— Vi como estão ficando as praias, tem gente começando man-
dar repórteres para a cidade, e muitos me perguntam com que dinhei-
ro manteremos isto?
— Não tens uma cidade muito grande, mas que terá uma dinâ-
mica toda especial prefeito, as pesquisas de opinião ainda estão che-
gando as quadras perto da Juscelino, mas vamos fazendo com calma a
estruturação da cidade, aceleramos o que precisava, mas é falar sobre
as inaugurações, terá um colégio por semana até o fim do mês que
vem, terá a orla, as ruas, se organiza prefeito, pois a inauguração da
orla será em etapas, e entende porque, não é legal ter de inaugurar
todas os pontos ao mesmo tempo.
— Começamos por onde?
— Praia Mansa amanhã.
O prefeito sorriu, educação, infraestrutura, turismo, novas em-
presas, e ouve Roseli falar.
— Prefeito, a marinha autorizou a 300 metros da praia, insta-
larmos as linhas de uma empresa de energia, ela vai por grandes siste-
mas hidráulicos no fundo do oceano e estes vão se mexer com a maré,
e fornecer mais energia elétrica do que a prefeitura usa na temporada,
junto a isto, uma estrutura alta onde teremos a captação da luz solar, a
ideia é gerir energia elétrica, e com a redução dos custos para a cidade,
cobrir os gastos de conservação da orla e das ruas da cidade.
— Só não entendo porque estão fazendo isto.
— Porque podemos senhor, apenas por isto.
— Esta empresa vai entrar como fornecedora de energia?
— Senhor, manter a orla limpa, iluminada, conservada, requer
energia, assim como o tratamento de esgoto, e toda a estrutura que
estamos colocando na cidade como as 3 linhas de bonde elétrico.
— Estão investido em toda a estrutura, não entendo o porquê
daqui.

370
Roseli não respondeu, ela não sabia porque, mas era onde o
menino começara olhando uma cachoeira, e pensara em fazer um ho-
tel, o inicio, talvez isto que signifique aquele lugar.
O prefeito fez a inauguração, as aulas em salas novas sempre
parecia uma evolução, os professores sorriam, mas o prefeito já imagi-
nava a imensa greve que poderia gerar isto.
Roseli volta a sede da Pedreira, e viu Sergio falando com um se-
nhor que pergunta.
— Poderemos começar quando Sergio?
— Assim que assinarem o uso, a direção mandou a proposta e
não sei se acham ela aceitável.
— Eles gostaram da ideia do seguro, pois as duas partes ficariam
protegidas contra algo, as vezes acontece incidentes, mas como estão
as instalações? – O senhor Magalhães.
Sergio olha para Roseli e pergunta.
— Passou no Tabuleiro?
— Estão terminando as partes de jardinagem na parte interna, a
das lojas ainda estão vazias, pois elas inauguram com o hotel, mas os
espaços estão feitos, a interligação tem os dois pontos, a das lojas e o
do Hotel Rosa Tonel, estavam começando a pintar o hotel fazenda ao
fundo, e o Motel, nem eu tinha me tocado que aquela parte, depois
seria um motel.
Magalhães olha para a moça e fala.
— E teremos acesso quando?
— Assim que o seu pessoal quiser senhor, as camas, a direção, o
restaurante e áreas comuns estão todas prontas.
Sergio sorriu, e foram ao local, o senhor viu que mesmo a rua es-
tava agora arborizada, e a entrada do hotel, dando a discrição da parte
alta, com a placa do Hotel, e quando chegam a recepção, viu que era
outro lugar, agora todo envidraçado, olha para a região do restaurante
alto, que teria atendimento a pessoas externas ao hotel, e se via a
grande cachoeira artificial ao fundo, na parte de baixo, varias mudas de
flores, de palmito, de frutas da região, outro lugar.
Um dos diretores entrou junto e olha encantado, ao seu lado o
Autor da próxima novela, que olha o lugar e olha para Sergio.
— Lindo, posso conhecer?
— Vamos lá, quando Magalhães veio, não estava como hoje,
muita coisa fora do lugar.

371
Sergio olha a região e fala.
— A recepção é na parte alta, tem este restaurante, que é tanto
para clientes como para não hospedes.
Eles descem e Sergio fala.
— Do outro lado do lago, temos um palco em pedra, com 6 en-
tradas, mas com espaço para grandes shows, já no lado oposto, nosso
palco interno, onde o hotel vai fornecer quando funcionando musica ao
vivo as noites para os hospedes no restaurante baixo.
Eles entram na parte do restaurante.
— Metade dos quartos tem vista para o restaurante interno e
metade para a pedreira do outro lado.
O autor olha Sergio e pergunta.
— Está operacional?
— Sim, com calma olham os quartos, acho que terão de preparar
os locais para tomadas.
Sergio desce por uma rampa e Magalhães que passara naquele
lugar seco, agora via que aquela passagem ia a leste, mas agora se via
que estavam dentro do lago, saem e veem o grande palco a frente.
Sergio entra na parte das lojas e fala.
— Temos dois caminhos aqui, um o das lojas, que servirão as
pessoas tanto do hotel como das festas na pedreira, e o caminho do
tonel.
— Caminho do tonel? – Magalhães que não vira este caminho.
Eles caminham metade das lojas, tudo com acabamento e ilumi-
nação que dava a sensação de um Shopping natural, na terceira loja a
direita, Sergio fala.
— Estas lojas sobem em pequeno aclive e chegam a parte baixa
do parque aquático. – Sergio olha para o caminho a direita e fala.
— Este caminho dá ao que será a residência dos funcionários do
hotel.
Magalhães caminha e vê que chegam a uma praça interna de 20
metros de comprimento, em um circulo, se via os elevadores ao fundo
e os quartos todos voltados para aquele buraco, olha para cima, uma
grande proteção de vidro e fala.
— O que está achando Ramalho?
— Tenho de estruturar a historia, algumas coisas podemos nem
usar, mas são locais únicos, é o que falou Magalhães, a câmera certa e

372
temos o visual, quase vejo meus personagem olhando para baixo
acompanhando o andar de outros e comentando.
Sergio chega ao elevador e sobrem a cobertura, ali tinha um re-
feitório, não apenas dos funcionários do hotel, o que eles chamam de
Hotel Rosa Tonel, comportava 256 quartos, podendo abrigar até 500
funcionários daquele complexo.
Aquele local coberto com vista para todos os lados, um imenso
refeitório, que comportaria todos os funcionários se preciso ali.
Sergio viu eles observando, saem pela ponta e Magalhães olha
para o parque temático ao lado e pergunta.
— O que terão ali?
— Sistemas de diversão 4D, podemos mudar a atração todo ano,
8 brinquedos mais para o modelo jovem, não fazem meu estilo, mas é
o que os jovens gostam, do outro lado, o parque aquático, o grupo de
chalés, que será um motel, e o hotel fazenda ao fundo, estas são as
partes prontas.
O diretor ao fundo olha para Sergio e pergunta.
— Pretensioso o local, imenso, vou falar com Magalhães, pois
talvez não precisemos de tanto espaço assim.
O autor achou que o diretor estava pensando no problema fi-
nanceiro, Sergio e o autor saberiam no anuncio da novela, que eles
fariam a novela como se fosse no Rio de Janeiro, e aquela sereia ao
fundo, sobre a montanha, não poderia aparecer.
Pedro estava sentado fazendo a lição quando o seu pai entra e
mede o lugar, imenso.
— Morando aqui?
— Problemas pai?
— Está bem, falaram que teve um roubo aqui de madrugada?
— Sim, mas com calma alguém me devolve aquilo.
— E porque devolveriam?
Pedro pensa, olha o ser que se dizia seu pai e fala.
— Aquilo é para gente que pensa pai, não para gente que acha
que rouba-se ideias, mas depois alguém coloca aquele Reinaldo na
parede.
— Roubaram muito? – Gerson.
— Eu acho uma fortuna mais de um milhão e meio entre ouro e
diamantes, parece que tenho a sorte de meu pai para dinheiro.
— Quanto?

373
— O valor exato não sei, teria de ter avaliado os diamantes, mas
me disseram que valeria só em diamantes, 500 mil dólares, o dólar a
dois e oitenta, daria perto disto somado ao ouro.
Gerson soube que passaram ele para trás, não teria como recla-
mar diante do filho, mas teve vontade de xingar.
— E fazendo o que?
— Estudando matemática, aqui é calmo, dá para estudar pelo
menos, e como a empresa abaixo sem aqueles papeis não tem o que
investigar, estou esperando a polícia me achar os papeis, em qualquer
lixo da cidade.
— E se conforma fácil?
— Não é conformismo, é ter os pés no real, sou uma criança, não
posso apenas matar todo contraventor da cidade, seria preso, por mais
que fizesse algo de bom para a cidade.
— Pensei que quisesse se dar bem na vida.
— Pai, eu estou me dando bem na vida, mas isto requer eu saber
fazer conta, para não ser passado para trás.
— E como está se dando bem?
— Aprendendo, investindo, tentando, nem que com pouco, eu
investi naquele terreno em Minas, certo que ainda não posso confiar
em um pai, então está em nome de laranja, mas eu consigo pagar o
terreno, e embora todos estejam pensando que vou extrair ouro, dia-
mante, e coisas assim de lá, vou em parceria montar uma empresa de
agua mineral, tem uma fonte naquela montanha que jorra agua gelada
e mineral, perto de vinte mil litros dia, um nada, mas que se colocar em
galões, vender a 5 reais o galão de 50 litros, como falam, dá trabalho,
um ano de trabalho, empregos, no fim não deve me dar 100 mil reais
ano, eu vivo bem com isto.
— Dá trabalho.
— Sim, mas é algo para a vida, ouro acaba, diamante se vai, mas
sem agua, morremos.
— E não vai por nada em seu nome?
— Quando for de maior.
— Já tem segurança particular, de algum lugar tem tirado dinhei-
ro.
— Ou eles estão me roubando e se dando bem, mas o que um
pirralho de 13 anos sabe disto.

374
Na delegacia da civil, o delegado Santos olha para Plinio chegar a
sala e pergunta.
— Alguma novidade Investigador.
— Mortes estranhas, estou vindo do IML, pensa em seres que
morreram com seus corações desintegrados, eles estavam ali com-
prando, comendo, bebendo, falando alto em um momento, no seguin-
te todos caem mortos sem ninguém ver nada.
— Alguma pista?
— Alguns declararam que estavam falando sobre quem ganharia
uma aposta referente a Pedro Rosa.
— Ainda isto?
— Na redondeza do apartamento de Gerson, aparecem 9 seres
mortos da mesma forma, e a companheira de Gerson chamou a policia
e os dois mortos que haviam a preso na cadeira e estavam esperando o
menino, também morreram assim.
— Alguma prova que indique o menino?
— Não, dai ele recebe um material na empresa de geologia e al-
guém assalta ela.
— Algo de valor?
— O senhor Reinaldo Weber, está oferecendo diamantes no
mercado negro da cidade.
— Acha que foi isto que roubaram?
— É o mercado que o menino domina.
— Declararam o que roubaram?
— Não, a geóloga da empresa, afirmou que iriam estudar os ma-
teriais e amostras hoje.
— E o que eles fizeram, pois foram roubados?
— Dividiram em 12 grupos, e quase todos foram mandados a
Minas Gerais, doze terrenos, em doze municípios, objetivo fazer analise
dos terrenos, os documentar, e fazer o levantamento exato do que tem
em cada um deles.
— Imagino a cara do pessoal que roubou eles, vendo eles saírem
da cidade, mas pelo jeito não vão avançar no sentido que eles espera-
vam.
— É difícil saber o que o menino está fazendo senhor, mas todo
lugar que ele passou, alguém morreu, ninguém viu, mas todos que
tentaram, morreram.
— Pelo jeito ele está conseguindo inimigos?

375
— Pelo que entendi, enquanto uns usam esta caçada para se dar
mal, aquele maluco do Louco, assumiu pedaços inteiros da contraven-
ção nas ultimas horas.
— Alguém usando a cabeça?
— Não entendi, não esquece que Roberto era segurança de Mo-
reira, e agora é braço direito do menino.
O delegado olha o investigador e fala.
— Acha algo que dê para se apegar.
Plinio foi ao IML, precisava de algo.
Pedro olha para seu pai sair, a empresa vazia, dava a sensação
de que pararam o menino.
Pedro faz uma porta ao ar e surge sobre um terreno em Antoni-
na.
Ele olha o terreno grande, isolado, uma estrada ruim de acesso,
chega a uma casa abandonada, senta-se a sala e começa a desenhar a
casa, os canais de agua a toda propriedade, dois barracões e a estrada
interna, conservada, cuidada.
Era perto das 4 da tarde, Sergio chega ao portão externo da fa-
zenda, marcara com o menino ali, viu que para dentro era outro terre-
no e abre o portão.
Olha a casa bem ao fundo e chega a ela e buzina.
Pedro sai da casa e olha Sergio.
— Como foi com os da Globo.
— Tive a sensação de que eles vão fazer a novela sem citar ficar
ali.
— Sem problemas Sergio, todos saberão da mesma forma.
— Como?
— Eles começaram a selecionar, 50 atores da Globo nas ruas não
é algo a esconder.
— Certo, achei que se preocuparia com isto. Mas falaram em
não usar a parte externa, apenas a interna do complexo da pedreira.
— Eles não tem noção do que me preocupa. Mas verifica o que
eles vão usar, se pudermos inaugurar mais algumas coisas vamos o
fazer.
— Verifico.
— Pois no complexo da pedreira está o espaço que desenhei pa-
ra os funcionários, teria de improvisar e não quero improvisar, mas
vamos caminhar um pouco.

376
Sergio viu o menino caminhar e chegar a um barracão e falar.
— Eles vão entregar mudas, gado, mas ainda não tenho como
contratar alguém para tocar isto, conhece alguém que possa o fazer
para nós Sergio.
— Qual a ideia?
— O barracão 1 ao fundo, tem maquinário para fazer licor, co-
nhaque e aguardente, o dois, é mais para a baia, ao fundo, vamos ca-
minhar e explico.
Pedro começa a caminhar e Sergio viu que era algo grande.
— Esta região, temos os tanques que vamos criar ostra, marisco,
mexilhões, e camarão de dois tipos.
Pedro aponta o barracão e fala.
— Ali tem maquinário para seleção e embalagem de mexilhões,
limpeza e congelamento dos camarões.
Sergio viu que o local estava deserto, mas o menino queria o lu-
gar produtivo.
— Estes campos, são para criação de búfalo, as baias ao fundo,
são pra criação de búfalas, e o barracão ao fundo, frigorifico, ao lado,
laticínio, ao lado, embutidos.
— Quer mesmo transformar tudo isto em produtivo.
— Sergio, o que ninguém está olhando, eu não estou criando
uma mega empresa, eu sou apenas o Pedrinho, eu estou apenas fazen-
do o modelo que pretendo seguir.
Sergio olha para o campo imenso e pergunta.
— Vai por gado ai quando?
— Vou arar o campo, umas 3 vezes, tirando pedras, tirando re-
sistências, preparando para produção ao fundo de milho, ao lado be-
terraba, a direita gengibre, ao fundo banana de 3 tipos, e a direita,
gramíneas, quero dizer, pasto.
— O que vamos produzir com milho?
— Ração de camarão e fubá.
—Pretende ter quantos tanques?
— 24 deles, que eu consiga com o tempo, esvaziar um a cada 15
dias, sei que no inverno teremos de tomar mais cuidado, mas a ideia é
produzir e preservar, se eu conseguir produzir isto na parte que já não
tem mata, toda a beira do riacho vamos preservar e toda a mata ao
fundo, e o mangue a beira da baia, então seria ter uma base de produ-
ção, cercada de preservação.

377
— E quer preparar para começar a plantar?
— Os canais já existem, os barracões já montei, preciso de al-
guém que consiga administrar isto.
Sergio pensa e liga para um senhor e Pedro olha depois de uma
hora aquele senhor, naquela Volkswagen Parati antiga, parar a entrada,
Sergio apresentou o menino e falou.
— Senhor João, não sei como está de serviço?
— Parado, mas o que pretende aqui?
Sergio sorri e Pedro começa a explicar o que já tinha explicado e
o senhor fala.
— Está falando em investir aqui, mas teríamos venda para a
produção? – João.
— Sim, hotéis que surgem no litoral e que precisam de produto
com origem, orgânica, ecológica e sanitária aprovada. – Pedro.
— E quer começar por onde menino?
— Não sei se conhece de maquinário de plantio?
— Não muito, sou da época da enxada.
Pedro explicou que os sistemas de camarão, havia comprado os
primeiros óvulos de produção, que a ideia da pequena entrada vinda
da baia, era para entrar apenas em maré cheia, que toda a região teria
um tempo de crescimento, e que com o tempo iriam gerar os próprios
camarões pequenos, mas que fariam isto através de redes finas de
retirada, colocadas antes, erguidas aos poucos dando chance dos pe-
quenos passarem, os grandes saírem nas redes, Pedro falou que assim
como o camarão, os mariscos, mexilhões e ostras, seriam criados isola-
dos da baia, que as armações deveriam começar a chegar naquela se-
mana, que iriam por elas separadas, testando a produtividade de acor-
do com a técnica mais propicia.
João sorriu de ver um menino falando aquilo, dai ele explicou
que chegaria uma maquina para arar, fertilizar e plantar, e o senhor
estranhou quando ele disse que plantaria gramas e leguminosas na
área de pasto, e que para isto queria o local bem arado e com terra rica
para isto.
— Esta falando serio que vai determinar a qualidade de solo que
o Búfalo vai pastar?
— Vamos. – Pedro sorri.
— Olha que a muito não ouvi algo tão organizado, pelo jeito le-
vantaram os barracões em silencio, até a casa é das boas.

378
— É a casa do administrador disto, os dos funcionários ainda não
sei quantos serão senhor João.
— Pelo que entendi pretende ter energia solar, está nos telha-
dos dos barracões e da casa.
— A eólica não chegou ainda, mas sim, ser independente de
energia é parte do gerir isto.
Pedro olha para Sergio.
— O que conseguiu referente aos terrenos de acesso?
— Os a direita estão comprados, os a esquerda, apenas os dois
primeiros.
— Bom, o pessoal vai ajeitar a estrada até a rodovia, se teremos
produção, temos de tirá-la.
João sorriu e falou.
— Pensando como empresário, quantos anos tem?
Pedro sorriu por dentro, 13 anos, mas começava a ver sua mente
trabalhando como algo a mais, estava a quase um mês naquilo, se ele
multiplicasse os 70 seres, que o faziam crescer e via evoluírem, ele
presenciou mais de 70 meses de experiências, isto dava quase 6 anos,
em apenas um mês de experiências extras, ele começava estranhar até
suas palavras.
— 13!
— E pelo jeito vai dispor de um sistema de produção grande.
— Senhor, se eu vender o gengibre, ele pode ser em licor, em
conhaque, seco em tempero, ou em natura, qual me dá mais dinheiro?
— Entendi, em natura na época ninguém dá valor, quer formas
de ter produtos?
— Sim, o terreno junto a rodovia a direita, vamos plantar laranja,
vamos fazer o licor de laranja mais cobiçado da região.
— Certo, e depois disto?
— Pretendo ter 3 tipos de banana, e gengibre.
— A esquerda?
— Pasto de Búfalas, quero poder ter queijo de búfala, a ponto de
ter isto como produto de venda.
— Algo bem especifico pelo jeito.
— Sim, mas com calma, se estiver com a gente, iremos criando
pontos específicos para outras coisas.
O senhor sorriu, Pedro deixa a chave da casa com o senhor e ele
sai enquanto Sergio olha para ele.

379
— Pelo jeito vai trabalhar?
— Sabe que sim Sergio. Verifica a compra do prédio no centro e
se puder me pegar perto das 22 horas, é para não sumir assim do nada.
Sergio sai e olha para Pedro entrando na casa e vai a Antonina,
Pedro desenha o caminho até a estrada, ele confirma os canais nos
terrenos laterais, coloca a placa da fazenda Rosa na entrada da estrada,
desenha mais um conjunto de 5 casas no terreno a esquerda, voltadas
a estrada, como se fosse a entrada do vilarejo que se criaria ali.
Pedro estava ainda olhando detalhes quando vê os dois imensos
caminhões embicarem e virem até a casa, estranharam ter apenas um
menino ali, mas viram o barracão ao fundo e Pedro perguntou se daria
para deixar ali, eles desembarcam 6 maquinas, fazem a manobra e
saem novamente.
Logo após chegou uma carreta de mudas, que foram colocadas
do lado de fora do barracão, e depois um caminhão de insumos, como
adubos orgânicos para o terreno e alguns maquinários para a produção
de camarão.
Pedro estava olhando o maquinário quando João voltou ao en-
dereço e viu que um caminhão a mais embicava no terreno e olha o
menino.
— Pelo jeito enquanto vou a cidade e volto, você revoluciona o
lugar.
— Nem eu sei o que tanto entregaram, mas a carreta que está
chegando é das armações para criação de mariscos e ostras.
João olha para o caminhão e pergunta.
— Quer por nos barracões.
— A New Roland entregou umas maquinas e colocaram para
dentro.
O senhor olha as maquinas e fala.
— As mudas no caminho?
— Sim, não esperava tudo hoje, ainda bem que estava aqui.
— Gosto de gente que encara com seriedade o problema meni-
no, parece acreditar mesmo que dá para fazer.
Pedro olha sério e o senhor falou.
— Não sei quantos pretende contratar.
— Que consiga administrar, não entendi como eles colocaram
aquelas casas da entrada sobre caminhões, mas embora estejam ali
senhor João, não tem agua e nem luz ainda.

380
— Certo, tem onde ficarem, mas ainda não tem o básico.
— Temos mais que o básico, mas agora precisamos de alguém
mesmo sobre o terreno.
João olha para o menino e olha os dois entrando.
— Pedro, este é Jose e Carmem, eles são casados, e entendem
de criação de mariscos, pois tenho de ser sincero, disto não entendo
nada.
Pedro olha meio querendo sorrir, mas ainda era difícil.
— Eu entendo de comer apenas senhor João, mas não espalha
isto por ai.
O rapaz estranha o tamanho do menino, mas a estrutura a toda
volta mostrava que era serio.
Pedro olha para o rapaz e fala.
— Vamos tentar agilizar, colocar os insumos e adubos no tercei-
ro barracão, as mudas colocamos ao lado da casa, e determinamos
amanha onde cada coisa vai ficar.
— Quantas mudas tem ai?
— Mil mudas de laranja. – Pedro.
— Certo, vamos ter uma linha de laranjas.
— Sim, devem entregar mil de cerejeira também.
— Porque disto? – Jose.
— Vamos produzir licores, e nossa especialidade aqui, vai ser
aguardente, conhaque e licores, para isto teremos banana, gengibre,
laranja e cereja.
— Não produziriam mariscos?
— Mariscos, mexilhões e ostras.
O rapaz sorriu.
— E o senhor João falou em búfalo?
— Sim, e búfalo tanto para abate como para leite.
Saiu um caminhão de armações de mariscos e chegou outro, en-
tão quando eles colocaram as mudas de laranja ao lado da casa, conse-
guiram espaço na frente de um dos barracões para as armações, estava
já noite quando entregaram as mudas de bananeira e as raízes tratadas
para plantação de gengibre.
Joao viu que era serio o olhou o menino.
— Acelera sempre as coisas?
— Senhor João, se compro 10 mil mudas, eles me fazem mais
barato de se comprar de 10 em 10 mudas. – Se referindo ao gengibre.

381
— Certo, mas pelo jeito vamos começar por plantar parte e de-
pois ajeitar os campos.
— Os búfalos para engorda eu nem comprei ainda.
— Pelo menos isto não vai chegar enquanto ajeitamos as coisas.
– Jose sorrindo.
O não sorrir de Pedro, as vezes fazia José e a esposa olharem es-
tranho, mas para quem estava pagando aluguel na cidade, de repente
ter onde viver e emprego, era algo que os fez aceitar sem pensar o
serviço.
Eles entraram na casa principal e Pedro falou.
— Jose, o que temos aqui a parede, é como será o terreno, ele
não é assim ainda.
Jose olha para o menino e fala sem graça.
— Eu não tive estudos menino.
— Não se envergonhe, mas esta parte, é a frente para a rodovia,
dá para entender?
— Sim, tem o caminho bem definido.
— Estas casas, uma delas será para vocês viverem, eles não ins-
talaram ainda o sistema de luz que é a captação solar, e nem a parte de
agua, então ainda fiquem por aqui.
João olha a casa e fala.
— Tem mais quartos do que consigo usar. – João.
Jose sorriu e o menino olha para o mapa.
— O terreno frontal, iremos arar, bem arado, adubar e após isto,
vamos plantar as mudas, de laranja nesta região, distancia media de 3
metros uma da outra, em linha, a próxima linha a 5 metros para po-
dermos com o tempo ter os caminhos, é laranjeira para produção den-
tro de 3 anos, então plantaremos para não perder as mudas.
— Certo, toda parte frontal do terreno teremos mudas, é isto?
— Sim, nesta parte do fundo, vamos plantar as bananeiras, tem
300 mudas de cada tipo de banana, então teremos de separar elas por
tipos e plantar ali, a produção deve ser anual, mas isto é para o ano
que vem, mas novamente vamos arar, adubar e plantar as mudas.
Pedro mostra a parte para o lado da baia e fala.
— Aqui temos tanques para camarão, para mariscos, ostras e
mexilhões, o barracão próximo é para seleção, guardar as coisas refe-
rente a esta produção, com calma vemos como vamos fazer cada coi-
sas, tudo bem?

382
— Sim.
— Sabe dirigir um trator? – Pedro olhando para José.
Ele sacudiu negativamente e Pedro olha para João.
— Saberia o ensinar a dirigir um trator?
— Sim.
— Este campo grande com os canais em volta vamos arar, pre-
parar, deixar pronto para plantação de gengibre, dizem que uma das
maquinas ali no barracão, depois de arado e adubado, ela faz as linhas
e planta as raízes todas na altura certa, a mesma maquina muda a par-
te do arado e depois ergue a planta inteira para colheita, então são
duas maquinas especificas para este tipo de plantação.
João olha o mapa e fala.
— Pensou em cada parte?
— Sim, mas acho que se a parte a direita da estrada for confir-
mada como nosso uso, vamos também plantar goiaba e pera agua,
ideia, quando nós usamos para o licor o liquido, nos sobra o resto da
laranja, que tirada as sementes, pode nos gerar doce de laranja, se
vamos ter uma estrutura para doce, podemos fazer de goiaba e pera
também, do outro lado da rodovia, tem o terreno judiado, vamos usar
o maquinário e vamos plantar ali cana de açúcar, objetivo, aguardente
e açúcar mascavo.
— Quer mesmo fazer disto uma área muito produtiva? – Jose.
— Sim, mas vamos preservar o mangue entre a baia e os tan-
ques, entre os rios e as plantações, e os sobre os elevados do terreno,
vamos deixar a natureza lá.
— E vai dormir por aqui? – João.
— Não, Sergio tende a passar ai daqui a pouco, mas é que tinha
a chance de chegar as casas, e tinha de ter alguém aqui.
— Acabou chegando mais coisas.
— João, o esquema diz onde vai o que, tem de considerar que se
tivermos produção, cada uma tem sazonalidade, então quando a laran-
ja produzir, não será quando a banana está produzindo, a colheita do
gengibre é quase só no maquinário, mas a seleção de novas mudas, e
nova adubação que vão tornar isto lucrativo.
— Certo, pelo que falou, algumas coisas podem demorar 5 anos
para produzir, mas tem coisa que produziremos todo ano até lá.
— Sim.

383
Pedro ouviu o carro chegando e saiu a varanda e viu o carro de
Sergio e mais um carro logo atrás.
Sergio sai do carro, Pedro olha para dentro e faz sinal para João,
porta dos fundos, não olha mais, apenas mais dois carros a entrada e
olha um senhor saindo da porta de um carro ao fundo, e dois fechando
a entrada.
Pedro debocha com um sorriso e olha para o senhor saindo do
carro e olhando em volta e fala olhando Sergio.
— Como podem ser temidos Sergio, se para enfrentar uma mer-
dinha destas vem com 20 capangas.
Sergio estava tenso, o menino não amenizou e viu armas apon-
tarem para ele.
— Quem é o cagado que manda me apontarem armas?
— O antigo dono disto aqui. – Sergio.
— Ele não vendeu? – Pedro olhando Sergio.
— Sim, mas soube que iria revolucionar a região, eles vivem da
estática.
— Viver e estática não são compatíveis Sergio.
Os rapazes olham para todos os lados se aproximando e Pedro
encara o senhor e pergunta.
— O que quer senhor Camargo.
— Tomar o que me pertence.
— Nada disto lhe pertence.
— Não entendeu, pensei que seria como os demais, vendo, re-
tomo, acha que tenho medo de pirralhos?
— Não, então vai nos matar.
Pedro olha os dedos nos gatilhos, toca o peito, chega ao senhor
e uma única arma, teve de recarregar, ele atira em todos os 20. Cami-
nha até a entrada, dilata sua aura de proteção, e os carros viram pó na
entrada.
João estava com uma espingarda ao telhado, achando que era
uma péssima ideia, mas se iriam matar todos não teria saída.
Ele olha o menino, não entendeu, num momento estavam cer-
cados, no seguinte, ele olha para Sergio e fala.
— Hora de sair Sergio.
Sergio não entendeu, nem João ao telhado, pois viu todos caí-
rem após um estampido forte de todos os sons dos tiros chegando
junto.

384
Sergio entra no carro e pergunta.
— Não vai querer uma carona?
— Ele não vendeu o terreno?
— Vendeu, fez a transferência no Cartório, mas depois me con-
vidou para um café, pensei ser cortesia, mas ele estava tentando ga-
nhar tempo, olhando em volta, dá para entender o que ele queria dar
tempo.
— Volta em uma hora, dai vamos ver o resto, vou me atrasar pa-
ra aula amanha.
Sergio olha os rapazes caído, entra no carro e sai assustado, nem
os carros a rua estavam lá.
João desce e olha para o menino.
— Ajuda José a tirar um dos tratores do barracão, vamos fazer
um buraco.
— Eles podem encontrar os corpos se o fizer aqui.
Pedro pensa e uma aura estranha sai dele e João olha tudo se
tornar pó a sua frente e ouve.
— Terão de provar que este pó eram seres João.
— O que é você?
O senhor olha desconfiado e Pedro tenta sorrir, mas não era
ainda parte dele, parecia quase um deboche.
— João, se você atirasse em um deles, sabe que não derrubaria
todos, e se o pegassem, seria a sorte de sua família, eles são aquilo que
não gosto, gente que se diz rica, mas não é além de gado, ainda bem
que tem gente que pode fazer a diferença, como você, Sergio, José,
que tem coragem de criar e enfrentar o dia a dia, eu sou a ligação entre
os dois mundos, alguém querendo ir ao produtivo, mas ainda preso a
minha idade, a minha família, e ao meu passado.
— Não entendi nada. – João olhando Jose sair pela porta.
— Vamos fazer uma vala e vamos jogar este pó nele, que seja al-
go a mais no terreno amanha.
Jose olha em volta e pergunta.
— Onde enterrou todos João?
João olha para o menino e para José.
— Aqui não aconteceu nada hoje Jose, que não tenha sido traba-
lho, trabalho e trabalho.
— Certo, mas...
— Sem mas!

385
Pedro olha para a rua a frente e apenas toca o peito, ele dese-
nha alguma vassouras e estas começam a varrer para o fundo do terre-
no, onde um buraco se abriu e todo aquele resto foi jogado lá, ele pen-
sa em agua, e esta escorre pelo chão, deixando molhado, mas limpo, e
volta ao seu lugar e as vassouras se encostam ao fundo.
Pedro toca o peito e João olha dois carros entrando, policiais,
eles não haviam chamado a policia, então o que eles faziam ali.
— Mantem a calma João, guarda esta arma lá dentro.
João olha a arma e entra.
Jose olha para o que iriam varrer e tudo se limpou sozinho.
Um carro para a frente, e olha para o menino.
— O seu pai está?
— Em Curitiba.
— Existe uma denuncia, e viemos verificar.
— Denuncia? – Pedro.
— De uso irregular do solo, existem regras bem fixas para a plan-
tação neste município.
— Sei disto, o IBAMA que nos liberou as mudas de acordo com a
região que estamos. – Pedro olhando o policial.
— Não entende disto.
— Sei que não policial, e nem o senhor, ou é do IBAMA usando
um carro da policia Militar.
— Quer ver como somos a lei menino.
— Quer ver como sei me defender policial valente, pois tenho 13
anos, quer me ameaçar, espero a policia federal chegar e levar todos
presos.
— Acha que sai fácil para os chamar.
Pedro olha para João que não estava ali e fala.
— João, mira na cabeça, se ele chegar perto, atira.
O policial olha assustado e fala.
— Sabe que esta confessando culpa.
— Não, estou defendendo as minhas terras de servidores que
deveriam representar a lei, sabe o que é lei senhor?
— Estamos verificando uma denuncia.
— Protocolo da denuncia senhor, senão nem entra nas casas. –
Pedro encarando o policial.
— Acha que vou me reportar a uma criança.
Jose sai pela porta e olha para a esposa e fala.

386
— Liga para o seu primo e manda ele vir para cá.
Pedro não entendeu, mas o policial olha pra Jose e fala.
— Trabalha aqui agora?
— Sim, mas a pergunta policial Ramalho, quem fez a denuncia,
pois o terreno foi vendido hoje, então não deu tempo deles terem feito
nada, o que faz aqui?
— Me alertaram que estavam mexendo na região.
— Sim, eles compraram, eles podem, não respondeu, quem fez a
denuncia, quando, pois primeiro aquele senhor que você é compincha
passa por aqui, agora você, o que quer?
— Quem passou por aqui? – Pedro não queria que o rapaz falas-
se algo que os complicaria.
— Aquele Moreira.
— Isto ai é gente do Moreira?
— Sim.
Pedro pega o celular e disca para Moreira e fala.
— Moreira, como estão as coisas?
— Dizem que vão lhe indiciar por alguns homicídios.
— Eles tem de provar que matei eles Moreira, mas sabe aquele
policial em Antonina, Ramalho?
— Quer algo lá?
— Está a minha frente tentando um suborno, avisa para ele o
que acontece com meus inimigos, eu não estou mais com paciência
para isto hoje.
— Ligo para ele.
Pedro desliga e olha para Jose e fala.
— Não esquece, Moreira faz parte do nosso esquema, não nós
do dele.
Pedro parou a discussão e entrou, Jose olha o rapaz atender o
telefone, não sabe o que foi dito, mas o rapaz olha o outro e fala que
estão saindo.
Jose olha para Pedro e pergunta.
— Liga direto para Moreira assim?
— As vezes temos de nos posicionar, mas o que Camargo tocava
na região?
— Contrabando via porto, extorsão de comerciantes, roubo de
terras.

387
— Deveria ser um esquema pequeno, para se preocupar com
uma pequenas fazenda.
— Esta fazenda pode ser pequena, mas o que está fazendo nela,
a deixa uma fazenda produtiva, o que não temos na região é produtivi-
dade. – Jose.
— Vamos apoiar os demais que quiserem ajuda José, temos uma
maquina que em 8 dias planta todo o terreno com gengibre, se conhe-
cer gente em volta que planta a mesma coisa, fala, fazemos uma ajuda
mutua e todos crescemos.
— Não tem medo da concorrência?
— Eu acredito que quando eu colher, eu estarei comprando de-
les para produzir mais, eles não serão concorrentes, serão fornecedo-
res.
Pedro pega o celular e liga para Moreira.
— Moreira, agora apenas escuta, Camargo caiu em Antonina.
— Não vai parar de abrir portas?
— Este seu menino estava em um acordo com Camargo, cuida
com ele Moreira.
— Certo, mas vou verificar as coisas em Antonina, o que pre-
tende ai?
— Não sei ainda, juro que não sei. – Pedro.
Moreira sorriu e Jose olha serio.
— Manda em Moreira?
— Não, somos todos parceiros, por enquanto, mas não vou a
contravenção, vou a produtividade, e sei que toda vez que alguém cai,
ou alguém assume ou desanda muita coisa.
Joao olha para Pedro e pergunta.
— Acha que eles nos deixam calmos?
— João, isto é um jogo de xadrez, não sou ainda bom jogador,
mas quando liguei para Moreira referente a queda de Camargo em
Antonina, é que ele para tentar tomar alguns mercados, vai dizer que
está tomando de Camargo, assim ninguém nos olha.
Jose sorri e fala.
— E aquele truque ali fora?
Pedro não responde, ouve a buzina do lado de fora e viu Sergio,
ele se despede e fala que passa no fim de semana para acelerar as coi-
sas, que qualquer coisa, Sergio avisava eles.

388
Eles saem no sentido da cidade, passam pela parte histórica e
vão no sentido da ponta da Pita, passam por ela, veem o que chama-
vam de porto ao lado e entram no terreno, que Pedro havia comprado.
Ele olha a estradinha ruim até chegar a uma casa bem antiga e
Sergio pergunta.
— O que faremos aqui?
— Ainda pensando, mas o grande detalhe que deixa Matinhos
longe dos grandes prospectos de turismo, é a ausência de portos e
aeroportos.
— Mas estamos em Antonina. – Sergio.
— Eles estão oferecendo na cidade, para ampliação de investi-
mentos a possibilidade da criação de portos para além da ponta da
Pita, e Moreira, me passou um projeto, abandonado mas aprovado,
para esta parte da cidade. Ele parece que gostaria de que existisse um
porto aqui, ele me passou a ideia por e-mail, terrenos baratos e com
apoio a construção.
— Abandonado por quê?
— Requer recursos, eles compraram parte do terreno aqui, e
parte do outro lado, já em Paranaguá, já que este canal é do Nundia-
quara. – Pedro afirma e Sergio pergunta serio.
— Tem certeza?
— Sim, mas aqui ainda é baia, mais a frente é rio.
— E pretende fazer o que?
— Um porto, uma ponte, e uma estrutura particular de turismo
e exportação.
— Não entende disto.
— Sei disto Sergio, mas tem gente que quer viver na comodida-
de, eu, quero fazer os demais trabalharem e crescerem na vida.
— E aquele espaço no centro?
— Um terreno para construirmos nosso hotel na cidade.
— Certo, então terá a produtividade, o hotel e quer testar um
porto.
— Sim, e se puder começar a perguntar como quem não quer
nada para o prefeito de Guaratuba, se ele apoiaria a construção de
uma ponte entre Matinhos e Guaratuba, se ele perguntar porque está
perguntando, porque a ponte ficaria com certeza inteira no município
de Guaratuba, depois pergunta como quem não quer nada, se não
achava interessante ter um porto para navios de turismo na cidade, e

389
por ultimo, se não apoiaria a ideia de transformar o que dizem ser um
aeroporto em um aeroporto de verdade.
— E se ele não aceitar?
— Contornamos.
— Certo, é sua primeira tentativa, mas teria como fazer diferen-
te?
— Sim, mas as vezes as coisas requerem mais dinheiro e acabam
ficando mais caras, dai tenho de ganhar dinheiro para investir.
— E o que faremos aqui?
Pedro pega o caderno e começa a desenhar uma casa nova, a
frente e Sergio ainda não se acostumava com isto, mas viu a casa se
materializar, ele põem os postes e os cabos nos postes, não ligaria a
rede, por não entender de energia elétrica, senão ele o faria.
Sergio vê o menino começar a demarcar toda a região de aterro
e começa a desenhar imensas estacas de madeira a toda volta, e os
tapumes em parte dela.
— Não entendi. – Sergio.
— Temos de ir com calma.
Sergio sorriu, pois os tapumes ficaram bem ao longe, ele viu os
mesmos definirem trechos entre onde estavam e o outro lado da baia,
que se via, ele não viu o estacar de varias madeiras a volta do terreno
em Alexandra, e as madeiras de divisa, como se fossem construir algo.
Sergio viu que o menino estava cansado, e fala,
— Não quer parar?
— Sim, você tem de descansar e eu tenho aula amanha. – Pedro
estica o projeto para Sergio.
Sergio sorriu, o menino risca uma porta na parede da casa e
atravessa para Curitiba.
Sergio olha para a casa, olha para o caminho próximo da casa, e
para a estradinha ate o tapume, outro lugar em segundos e o menino
falou, vamos devagar.
Ele chega a rua e olha aquela placa dizendo, Empreendimentos
Rosa, sai dali pensando no que o menino pretendia. Olha o projeto e
fica pensando se ele implementaria, tinha quase certeza que sim.
Somente parte estava colocado, como se dizendo, começamos a
demarcar, mas ainda é apenas o começo.
Sergio estava com fome e para ao centro e olha o prefeito olhar
para ele e vir a mesa.

390
— Sergio, perdido aqui?
— Verificando investimentos.
— Soube que virou a mesa, agora tem um empreendimento, não
entendi a ideia ainda.
— Compramos o empreendimento junto ao estremo leste do
município, no desembocar do Nundiaquara, e estávamos pensando no
que precisamos para fazer deste projeto um que nos dê retorno.
— Sabe que toda vez que falamos de algo assim, muitos ficam
falando, lá vem caminhões para destruir a cidade.
— Prefeito, a ideia ali é bem mais simples, mas ao mesmo tem-
po, complicada de implementar.
— Por quê?
Sergio estava no Albatroz e o rapaz traz as entradas e ele come
um pouco, pega a pasta e abre o projeto na mesa.
— Prefeito, viu o projeto que incentivavam para a região que fa-
lou.
— Sim, mas sempre com gente falando que não daria certo.
— Se vai dar certo é outra coisa, mas a ideia, vamos por as bases
sobre a baia, e vamos esticar uma estrada que atravessa de Alexandra
para lá, no lugar das pessoas darem a volta, passarem em Morretes e
virem a Antonina, uma ponte atravessa direto e encurta a chegada lá,
se o problema eram os caminhões, não será está a reclamação, segun-
do, pretendemos por um porto turístico e um de contêiner ali, ainda
sobre analise o solo, para ver como podemos incrementar isto, tercei-
ro, a empresa vai implementar 4 hotéis na região, e se aprovarem o
projeto, eles vão querer falar com o senhor, provavelmente eu virei
conversar, para propor o que propusemos em Matinhos.
— Dizem que Matinhos está um canteiro de obras inteiro, não
entendi a ideia?
— Senhor, a ideia aqui é diferente de lá, mas a proposta em Ma-
tinhos foi calçar, asfaltar, iluminar e por esgoto em todas as ruas da
cidade.
— Está falando serio?
— Sim, mas para isto precisamos de entradas, e primeiro eles
compraram duas fazendas dos Camargo, não entendi toda a pressa
dele de vender, mas parece que ele está com uma divida com um pes-
soal em Curitiba, não entendi direito.
— Sabe com quem? – O prefeito.

391
— Ouvir falar, não é saber, nem saberia como alguém com um
apelido de Louco, poderia comandar algo.
O prefeito olha o assessor e este fala.
— Não sei prefeito, mas ele assim que assinou as duas vendas no
cartório, foi visto saindo da cidade, mas ninguém me confirmou para
onde.
O prefeito olha o tamanho do empreendimento e pergunta.
— Mas qual a dinâmica disto Sergio?
— Senhor, se o solo permitir, a empresa vai fazer um porto de
contêiner aqui, maior do que tem lá em Paranaguá hoje.
— Certo, algo a trazer divisas para o município.
— Sim, eles pretendem ao fundo, montar pelo menos um com-
plexo de hotéis, e um em Alexandra, porque o porto daqui de contêiner
vai ser maior, pois ele permite maior área de descarga, o que em Para-
naguá não tem para onde crescer, ou para crescer teria de ter uma
briga com ambientalistas. Vamos criar um polo produtivo, um de tu-
rismo e um de transporte.
— E estava lá olhando?
— Demarcando a região.
— Pelo jeito receberemos esta empresa Rosa também.
— Sim, se apoiarem ela, ela apoia a cidade, se a rechaçarem, ela
vai tentar contornar primeiro, se não conseguir, diminui o índice de
investimento.
— Certo, e pelo jeito quer um porto imenso em Antonina.
— Compramos uma ideia e a estamos levantando prefeito, se ela
for aplicável, com certeza, vamos conversar muito.
O prefeito sorriu e saiu, Sergio come algo e sai no sentido de
Matinhos, onde ainda queria saber como as coisas estavam andando
nos projetos do menino.
Ele entra no prédio do Hotel onde os demais estavam hospeda-
dos, muitos queriam falar com o menino e ele se isolou, Roseli falava
um pouco de inglês, mas Sergio era um turista em línguas estrangeiras
e Roseli chega a ele.
— Pelo jeito está mais corrido para você que para mim. - Roseli.
— Ele me fez ir a Minas, ao Rio e comprar terras, agora ajeitar a
parte legal em Antonina, e pelo jeito ele quer que fale com o prefeito
de Guaratuba.
— Projetos a vista?

392
— Ele estava jogando conversa fora, e falou que um dos empeci-
lhos deste imenso empreendimento é ausência de um porto e um ae-
roporto por perto.
— E o que ele conseguiria em Guaratuba?
— Pelo que entendi, um espaço para um aeroporto.
— E pelo jeito ele lhe passou algo?
— Ele está pensando em investir em Antonina, não sei de onde
aquele menino tira tantas ideias Roseli, mas a ideia dele é um super-
porto de contêiner na cidade, e nos fundos, projetos para produção e
turismo.
— Projeto?

Sergio passa para ela a ideia e ela olha com calma.


— Onde ele quer por isto?
— Alexandra.
— O porto?
— Antonina ligado a isto por uma ponte sobre a baia..
— E se duvidar está pensando em um aeroporto na região, tem
um pequeno, mas que daria para ampliar.
— Não duvido.
— Tem mais imagens deste projeto?

393
Roseli sorriu e falou.
— Ele pretende atrair mais um arquiteto ao projeto Sergio.
— Ele vai construir e depois pedir permissão pelo que entendi o
método dele de abordagem.
— Não duvido.
— De onde vem este projeto?
— Tenho de olhar, mas se não me engano Baku.
— Onde fica isto?
— Azerbaijão. – Sorri Roseli.
Sergio mostra os projetos e ela fala.
394
— Ele vai investir pesado em mais um lugar, é o que está ai dito?
— Sim, mas desta vez, como falou, em um lugar que ele possa
ter um aeroporto.
— Aeroporto, pista de corrida de carros, pelo jeito ele vai inves-
tir até numa sede para o time de futebol local, um campo de golfe,
teatro, algo para chamar a atenção e a estrutura.
Sergio alcança para ela os prospectos e ela fala.
— Certo, 80% do complexo é para venda, ele quer criar algo ali
que seja uma cidade, pois são 220 prédios residenciais, entre 20 e 40
andares, a torre vai ter 80 andares, mas como diz o prospecto, mais de
26 mil moradias, é uma cidade que estamos vendo neste projeto Ser-
gio.
— Será que ele tem noção do investimento?
— Acho que ele está querendo entender algo, mas se ele im-
plementar isto, e vender a um preço não caro, mas justo, ele põem
outro bilhão de reais no bolso.
— Quer dizer, colocamos? – Sergio.
— Certo, colocamos, mas seria um negocio para por imobiliárias
do Brasil inteiro vendendo.
— Não subestime o menino Roseli, ele pode ter outros planos
para isto.
— Como o que?
— No vilarejo de Alexandra não existem 26 mil pessoas, ele pode
querer mudar a vida das pessoas.
— Certo, mas mesmo assim, teria índices de entrada grandes.
— Tem de ver que fala em 4 hotéis, fala em centro de conver-
sões, em pista de corrida, ele pode estar pensando em atrair pessoas
com outras coisas.
— Outras coisas?
— Campeonatos de golfe, quando pagam um bom premio atra-
em os melhores, e com os melhores, vem sempre muita gente junto
para ver, o mesmo em corridas, ele está criando uma cidade projetada,
mas com espaço para as pessoas, não aquelas que não tem lugar para
as pessoas.
— Lá vem mais estrangeiro por ai. – Roseli.
— Se analisar este é o maior projeto até agora, embora a cidade
a volta está mudando, ele não a projetou inteira.

395
— Ele está pensando em mudar toda a região, o que é esta parte
com ruas separadas do lado de lá da ponte?
— Ele não estabeleceu o lado de lá ainda, apenas o porto, pare-
ce ainda estar pensando se vai fazer mesmo isto ai.
— Se ele implementar o porto e este projeto, ele já muda a cara
da região, o custo da ponte é o menor custo para quem está fazendo
toda esta estrutura.
— Ele pelo jeito nos quer trabalhando muito, ele comprou um
terreno em Antonina, hoje já estavam entregando mudas, maquinário,
estrutura para criação de ostras, barracões para processamento das
coisas que ele produzir, este menino pensa mesmo em chegar na maio-
ridade como um empresário Roseli.
— Ele tem dado estrutura, e sabe que quando ele faz as coisas,
ele usa daquelas coisas que não entendemos.
— Sim, ele estrutura com aquilo, nos fazendo correr depois.
— Imagina se ele não fizesse aquilo, quanto estaríamos corren-
do.
Sergio sorriu, enquanto Pedro chegava em casa, cansado, toma
um banho quente para esquentar o corpo, e se joga na cama.

396
Quinta se apresenta, tentando parecer nor-
mal, Pedro senta a cama, ele sentia-se como sempre
foi, só.
Seus pensamentos lhe mostravam que nunca
seria só, que nunca mais seria o mesmo, levanta-se
e vai a cozinha, faz um café, toma com calma, estava
faltando pão e ele não estava com vontade de ir
comprar, ele olha o caderno e também não estava
com vontade de fazer um.
Ele olha para baixo e viu a policia chegar com
4 carros, policia civil, Pedro sabia que havia exage-
rado, olha Roberto verificar os documentos e olhar
para cima da entrada, para ele.
Pedro põem uma roupa e desce, viu o carro do Juizado especial,
talvez tivesse passado do ponto, talvez não, mas ele parecia calmo, ele
é conduzido a delegacia e viu dois delegados a sua frente, e um entrar
ao fundo.
Pedro olha para Roberto a porta e fala alto.
— Consegue um advogado.
— Tá chegando.
Pedro olha estranho, os delegados estavam olhando para ele,
deveriam ter conversado antes, era pressão, Pedro sabia que onde ele
passara a dois dias, muitos morreram, ele não teria como falar o que
faz, não teria como negar tudo, ele foi provocar, ele chamou sobre ele
o problema para os demais conseguirem trabalhar.
Começa com aquele alerta do ministério publico, que ele tinha
seus direitos e não precisava responder se não quisesse.
Pedro olha o rapaz e não responde, mas não queria tratamento
diferente, queria o tratamento que aqueles marginais mortos tinha,
indiferença da lei, mas não teria como pedir isto em palavras.
Começa com o mesmo de sempre, nome, se estuda, onde mora,
e ai o primeiro problema.
— Mora de favor, quem se presta a isto?
— Senhor, se vai contra alguém me emprestar onde morar, para
que fique em casa apanhando todo dia, me recuso a por alguém em
uma encrenca e mudo meu depoimento.
— Mas...

397
— Banco três da Rui Barbosa deixa o senhor mais feliz?
Pedro olha a agressividade na aura e espera a próxima pergunta,
e o rapaz fala.
— Teria como explicar as gravações que lhe mostram em locais
que houve mortes?
— Pelo pouco que entendi, gravações neste estado não valem
como prova, pois teriam preso até o governador com elas, então não
tenho de falar sobre algo que a lei local considera passível de alteração,
mesmo quando feita pelo sistema publico de controle.
— Vai se complicar assim menino.
— Pedro Rosa para o senhor.
O delegado ao fundo olha o menino e olha um advogado chegar,
apresentar as credenciais e olhar Pedro.
— Pedro Rosa?
Ele concorda com a cabeça e o mesmo apresenta a representa-
ção para o delegado que fala.
— Explique para seu cliente senhor Ribas, que ele tem de respei-
tar a lei.
O rapaz olha Pedro que fala.
— Ainda não desacatei ninguém, ele pode afirmar isto rapaz,
mas ele sabe que algumas palavras não são de baixo calão, são referen-
te a minha educação, e não dá para negar que passei quase minha
infância inteira correndo nas vielas da Favela do Capanema, que muda-
ram de nome apenas para desmoralizar ela.
— O que foi fazer no centro antes de ontem?
— Diz um ditado delegado, que parado você é alvo mais fácil, e a
pergunta que faço, porque ainda tem gente querendo me matar e não
tem inquérito contra eles, como se pode dizer que vive-se em uma
sociedade, se pessoas ditas de bem, podem apostar em quem vai ma-
tar uma criança, e no lugar de 3 delegados a volta, pararem eles, cha-
mam a criança para saber, porque não morreu? – Pedro olha para o
escrivão que não digitou – se ele não vai digitar quando não lhes inte-
ressa, para que estar ai?
O delegado faz sinal de fúria e começa o movimento para bater a
mesa, Pedro toca no peito, olha todos eles, analisa as auras e olha a
carteira do advogado, pega a carteira e celular do delegado, olha as
ligações, olha o que estava sendo digitado, nada do que estava sendo
dito e sorri sem graça.

398
Pedro volta a cadeira e ouve a batida na mesa.
— Acha que está falando com quem menino insolente?
Pedro olha ele serio, os demais assustados e o menino encaran-
do o senhor fala.
— Quer deixar isto registrado mesmo delegado. – Até o advoga-
do estava assustado.
O delegado olha o escrivão, ele estava furioso, o olhar do meni-
no para ele o fez duvidar de seus pensamentos e olha para o menino.
— Acha que tenho medo de você menino?
— Lógico que não delegado, não teria apostado na minha morte
se tivesse medo de mim, quando apostou, mas quer mesmo isto em
um depoimento oficial?
O policial a porta olha o delegado, um dos delegados, três a sala
olha para o outro, na dúvida.
Pedro olha o advogado e fala.
— Nos daria um momento senhor.
O delegado olha o advogado perguntar se ele tinha certeza, ele
apenas confirma com a cabeça, e olha para o delegado.
O advogado saiu e o delegado ficou mais tenso ainda, o que o
menino aprontaria.
Ele olha para o escrivão e o dispensa, dois policiais a porta tam-
bém, e olha o menino.
— O que quer dizer com isto?
— Não seja engraçado, ou tente ser delegado, perguntar porque
sai de casa, todos sabem que se ficasse lá estaria morto, quer pergun-
tar para os atuais lideres das apostas o que fazer, sei que eles manda-
ram você me pressionar e não prender, sei que cada ato nesta sala tem
alguém do lado de fora pensando no que está acontecendo e relatando
alguém lá fora, mas eu estou perdendo aula, e desculpa, tem algo con-
tra mim, não lembro de ter deixado gravado eu matando alguém, não
lembro de ter visto mortos no caminho, e nem de reportagens sobre
estas mortes, quer dizer, saiu uma nota sobre o restaurante, quase ri
vendo eles tentar acusar o restaurante dos crimes.
— E porque acha que não vai morrer.
— Vou morrer senhor, isto é regra de quem nasce, um dia mor-
re, mas a pergunta, quem vai pagar a aposta, que saiba, o primeiro
dinheiro, queimou no cassino, o segundo, virou sal no Portão, e ontem,
não lembro de ter visto dinheiro na mesa, eles estão arrotando para

399
não ter de pagar, se apostou, posso lhe garantir Delegado, perdeu di-
nheiro.
— E como sabe que o prédio Virou sal.
— Isto se chama toque de Gabriel, o anjo.
— Vai dizer que um anjo fez aquilo?
— Não senhor, o toque se chama de Gabriel – Pedro toca a ca-
deira ao lado e ela se torna sal, ele a chuta e o delegado vê ela se tor-
nar sal ao chão.
— Sabe que está assumindo crimes.
— Prove que fiz senhor, mesmo a cadeira ao lado, terá de pro-
var, cientificamente isto, e pode ter certeza, é difícil de provar cientifi-
camente a mudança de estado de uma madeira para um sal, não é
coisa para Delegadinho qualquer.
— Muitos vão acreditar nas câmeras quando não sei o que ma-
tou todos os homens de Candido.
— Delegado, estou aqui para tentar parar isto, ninguém está ga-
nhando, porque continuar?
— Um motivo mais forte para parar menino.
— Quer ter o mesmo fim de Branco e os rapazes, é isto?
Um delegado ao fundo sacou a arma, Pedro olha para o senhor a
sua frente e fala.
— Não queira o mesmo fim para sua delegacia daquele prédio
no Portão.
Pedro sabia que o senhor estava lhe encarando, mas sabia que o
rapaz as costas tinha sacado a arma.
— Não entendeu menino, não existe parar a aposta enquanto
não for concretizada.
Pedro sacode negativamente a cabeça, os senhores estavam
ainda pensando em o que falar, e Pedro olha o delegado.
— Vou lhe dar tempo para pensar Delegado, pois ainda acha que
vai ganhar algo. – Pedro toca o peito e se levanta, olha os delegados
estáticos, um estava com o dedo no gatilho, eles não queriam ele vivo,
e ele não queria morrer.
Ele sai da sala e olha para o advogado ao canto, viu Roberto na
entrada, mas não queria mais confusão, mas obvio que teria confusão,
ele caminha até o colégio, entra e toca no peito, sai do banheiro com
seus materiais esperando o sinal para a próxima aula, queria parar as

400
coisas e pior que parecia realmente que não pararia antes dele estar
morto.
O delegado ouviu a frase e viu o menino sumir da sua frente, os
dois delegados olham como se procurando, ele não pareceu sair pela
porta.
— Como ele faz isto? – O delegado olhando os dois de pé.
— Talvez isto explique porque ele ainda está vivo senhor, ele
anda com alguns que chamam de anomalia na cidade, sabe do que
estou falando.
— Sim, defendido por Hons, odeio a ideia daqueles seres em re-
latos oficiais, mas como ele sai sem ninguém ver.
Um dos delegados olha a cadeira e olha o delegado principal.
— Tem de considerar senhor, que se ele poderia ter saído antes
e transformado tudo em sal, não o ouvimos senhor, ele está falando
para pensarmos, mas não entendi porque ele falou que ninguém vai
ganhar com isto?
— O primeiro dinheiro queimou, o segundo virou sal, ele falou,
sabem disto, ninguém havia entendido como virou sal, e olhando a
cadeira, ainda fico tentando achar quem substituiu a cadeira para o
show de ilusionismo, mas ele estava fisicamente ai, e não está mais.
Os delegados ficam trocando ideias enquanto os demais pensa-
vam que eles interrogavam o menino, mas este já assistia a uma aula
de português.
Roseli vai ao inicio da estrada do Cabaraquara e se depara com
aquele terreno se abrindo e com a placa de bem vindos ao Hotel Pedra
Rosa, ela chega e olha a entrada, parecia um prédio normal, uma re-
cepção e os rapazes saindo de olhos arregalados, ela não havia entrado
ali e olha Maria Cecilia, que muitos estavam chamando apenas de Ge-
rente Ciça, com um rapaz ao lado.
— Roseli, este é Ricardo Brunos, sei que esta parte nem eu e
nem você vimos pessoalmente, mas Brunos é que vai tocar.
Maria tentava parecer natural, o rapaz olhava o pequeno prédio
de quatro andares como se algo estivesse errado, Roseli entra e se
depara com o que era o prédio inicial, uma recepção e uma serie de
elevadores para os carros dos clientes, o rapaz que pensava ser aquele
o hotel, fica intrigado.
Chegam a recepção e Roseli pergunta como estão os acabamen-
tos?

401
— Somente vendo senhora,
Eles passam pela entrada e uma esteira rolante os leva por um
corredor, escavado na rocha, rustico com as lâmpadas de LED em todo
caminho, descendo, quando eles saem da esteira, olhando para cima,
se via um elevador de vidro que chegava bem ao centro daquela praça
que deveria ter 100 por 100, a toda volta, sacadas, a frente uma grande
praça, com chafarizes, olhando para cima, não se diria que estavam
dentro de uma caverna a luz que vinha do teto parecia vir quase uni-
forme, em uma cor azul claro, o rapaz olha em volta e pergunta.
— Mas onde estamos?
— Dentro da montanha. – Roseli.
O rapaz olha para cima, a pergunta que ele se fazia era como?
Roseli olha para Maria que fala.
— Senhor Brunus, vamos a sala mais a frente e lhe explico a
ideia.
Maria apresenta a área funcional interna e todas as funções, e o
rapaz viu que eram 3 hotéis, cada qual abaixo de uma grande estatua, e
que os elevadores centrais, levavam ao restaurante da estatua em seus
pés.
Roseli olha os detalhes e pensa na rapidez que Pedro estava fa-
zendo aquilo, estava realmente querendo inaugurar o complexo.
Roseli sai dali e vai a praia Mansa, a imprensa estava lá, os últi-
mos ajustes e muita gente da cidade lá para ver, vereadores que antes
queriam parar aquilo, encantados com a estrutura.
Ele inauguraria na quinta (hoje) ali, na sexta o trecho entre a di-
visa com Praia de Leste até Gaivotas, no sábado inauguração do quebra
mar da Praia Brava, e no domingo inauguração do quebra mar da praia
Central, o prefeito estava gostando da divulgação de seu nome, e mui-
tos da oposição estavam odiando aquilo, mas não tinham ainda achado
onde falar mal, sim, politica no Brasil é suja.
À tarde Roseli foi com o prefeito inaugurar as ruas asfaltadas da
região do Tabuleiro, e no fim da tarde, das de Gaivotas.
Pedro sai da aula e caminha até a empresa de Geologia, troca de
roupa, coloca algumas coisas na mochila e marca com Sergio na casa
dele em Matinhos.
Sergio estava em Antonina olhando os lagos, a estrutura, e fala
com João que iria a Matinhos.
Jose olha para João e pergunta.

402
— Como um menino daqueles pode comandar tudo isto.
— Viu que aquele menino é especial José.
No centro de Antonina o prefeito olha o assessor que fala.
— Eles cercaram e começaram uma obra que tem pescador re-
clamando prefeito.
— Não esperava que eles aprovassem isto?
— Não, mas eles cercaram a região e começaram a fazer uma
grande barreira a toda volta de onde eles pretendem fazer o porto,
soube que a Marinha inspecionou os locais, se os ambientalistas soube-
rem vão querer parar tudo.
— Eles estão sendo rápidos por isto, até o primeiro ambientalis-
ta chegar no domingo, eles já cercaram toda a região.
O assessor pega um esboço quase inocente e mostra ao prefeito.

— Senhor, esta região, que eles isolaram para construir o porto,


uma draga está lançando areia na Ponta da Pita e na praia ao lado, e ao
mesmo tempo, tem 12 sistemas de bate estacas iniciando todo o con-
torno desta área.
403
O prefeito olha e aproxima do rosto o projeto e pergunta.
— Eles pretendem tudo isto?
— Isto que muitos vão reclamar, eles estão dragando, colocando
areia das dragagens para dentro destas áreas, e obvio que os pescado-
res da região começam reclamar.
O prefeito olha o assessor e fala.
— Finalmente um porto de verdade. Um que abraça os antigos e
amplia a região. – Prefeito.
O assessor sorri sem graça, mas era verdade, sempre com um
pequeno adendo de porto, não dava para chamar a região de portuá-
ria.
O prefeito foi a região para ver, uma coisas era falar que vão fa-
zer e outra ver se estão mesmo fazendo, já que os pescadores passam
por aquela região, o resto da cidade, não.
Ele chega a região no fim da estrada, deveria ver a baia, mas viu
aquela montanha de areia a frente.
Ele sai do carro e sobe na pilha de areia, olha ao fundo uma casa
nova construída, olha para Alexandra a frente e olha que estão fazendo
do outro lado o mesmo, e olha os espaços deixados para as vigas, eles
realmente iriam fazer uma ligação por ali, isto mudaria toda a dinâmica
da cidade.
O assessor olha para o lado da baia, e pergunta.
— Eles estão pensando nisto a quanto tempo?
O prefeito olha para o projeto entre as duas ilhas, com entrada e
caminhos já delimitados e com um ar de organizado, e fala.
— Não sei, mas vai mudar a dinâmica do local, uma entrada boa
pela 277, fara muita gente não passar em Morretes.
— Não sei a ideia prefeito, mas entendo quando falou em dar
uma olhada, eles estão sobre o município, e sobre o vizinho e parecem
ter pressa para estabelecer as metas iniciais.
— A velha briga entre o progresso e o ecológico.
— Eles são rápidos, se alguém vier em dias, nem dirá como era a
região antes.
O prefeito pensou na região e fala.
— Já mudaram a cara, eles pelo jeito vão drenar o caminho, isto
em si, melhora o fluxo, mas sempre gera problemas ambientais.
Pedro atravessa para Matinhos e olha para fora, olha a casa e
desce, olhando a obra, quase pronta, estavam começando a treinar

404
pessoas, estava quase na porta e sente alguém lhe abraçar as costas e
ouve.
— Meu maninho apareceu?
— Seu maninho tá começando a se preocupar, mas como estão
as coisas aqui?
— A diferença é que moramos dentro do problema, ela sai de
casa e não precisa andar 8 quadras para estar no problema, ela sai e já
está no problema.
— Tão puxado assim?
— Ela esta se esforçando, e ser a Gerente Geral dos Hotéis Rosa
a faz ter de falar um pouco em outras línguas.
— Tem de começar aprender maninha.
— Vai fazer o que?
— Propor algo para depois não dizerem que não propus.
— Acha que não aceitarão?
— Eu tento me convencer que a ideia é ruim, mas ainda não deu
certo.
— Qual ideia Ruim?
— Colocar um porto turístico em Guaratuba, não disse que ideia
e ruim, é que todos a volta vão achar ruim.
— E porque disto?
— Eu quero estar a Prainha, em uma estrutura que criei, fazendo
meu castelo de areia e ver um dos grandes cruzeiros pararem na cida-
de.
— Acha que eles topam?
— Não sei, é uma obra grandiosa, mas que pode ter seus pro-
blemas ecológicos, estruturais, mas eu vou apelar para o bom senso.
— E vai fugir de mim muito?
— Mana, tem de escolher um caminho, eu não sou o caminho
ainda, apenas a estrutura.
— Acha que vai longe assim?
— Acho que em 40 dias, saberei se sou louco ou gênio.
— Você está mudando toda estrutura de um município, quer
mais o que?
— Mana, eu não investi ainda em Morretes, em Paranaguá co-
mecei agora, e estou prestes a entrar na parte de Guaratuba do outro
lado da baia.
— Esta falando em investir em tudo.

405
— Eu não sei como as coisas estão acontecendo, mas eu fico es-
perando as pessoas pedirem mais, e não estão pedindo, então está
andando, isto assusta até a mim.
— Não entendi.
— Tudo a volta, está gerando gastos, mas estou em 10% do que
pensei estar, sinal que as pessoas estão arregaçando as mangas, que
gostaram do projeto.
— Mas como?
— Se olhar a rua, tem casas sendo pintadas, gente plantando
grama a frente, gente arrumando a bagunça, na prefeitura, eles abri-
ram uma sala apenas para apoiar a ideia, colocando servidores contra-
tados a sinalizar as ruas que começamos, estabelecendo as comunica-
ções com a Copel e Sanepar referente a obras que precisam de agua ou
luz, na beira mar tem Hotéis que estavam preocupados com a obra,
fazendo as suas reformas, mudando todo visual da beira mar.
— E isto é bom? – Renata.
— Sim, com este dinheiro montei ontem minha casa em Antoni-
na, comecei investir em Alexandra, e vou a Guaratuba.
Sergio para o carro e Pedro olha para ela e fala.
— Mas é só ter calma com o pirralho do seu irmão.
Pedro anda até o senhor, estica a mão e fala.
— Ele me ouve?
— O que pretende mesmo? – Sergio sorrindo.
— Me afirmaram algo que ainda não sei ser real, mas vamos lá.
Os dois foram a prefeitura, Sergio viu Cristiane chegar, ela pare-
cia estar cansada e Pedro pergunta.
— Está bem?
— Pensei que daria menos trabalho.
— Imagino. Conseguiu os dados?
— Furamos em 12 pontos, na beira e é algo a se conversar Pe-
dro.
— Acha que uma contenção ou desvio pode resolver?
— Sim, não entendi a ideia.
— A ideia é criar algo usando um dado como fato. – Pedro.
— Acha que pode ser uma afirmativa?
— Uma tentativa, e não sei se os dados colaboram.
— Sim, não entendi como você pensou nisto.
Pedro coloca um mapa aéreo da região e fala.

406
— Se toda agua que cair na serra tiver de sair por aqui, o sentido
atual da cidade está num caminho que parece ao meu ver, gerar uma
espécie de redemoinho que não vemos, pois nos dias normais nada
acontece, mas imagino isto no verão, chovendo dia sim, dia também, o
rio descer no fim de dia e para sair pela baia, forçar – Ele faz um circulo,
um segundo, e a saída da agua – o que pode ter gerado o famoso afun-
dar de parte da cidade, e se olhar, ainda está ai o problema, não é por-
que não olhamos, que não está.
Sergio olha para Pedro e pergunta.
— Acha que parte da cidade corre perigo?
— Digamos que é a afirmativa que vamos defender Sergio, eu
não tenho como provar isto, pedi uma analise rápida, mesmo sabendo
que sem anos de estudo, não tenho como afirmar, e mesmo tudo indi-
cando a possibilidade, pode nunca mais acontecer, mas eu posso pro-
por um porto, paralelo a costa atual, com lagos internos, que faria a
linha ser mais reta de saída.
— Sabe o problema que pode gerar no caminho? – Cristiane.
— Sei, mas se eles autorizarem a construção, para que eu colo-
que um navio de turismo moderno, teria de fazer uma entrada sinali-
zada, drenada desde o mar. Mas minha preocupação é não interferir,
ou o menos possível nas linhas de pesca da região.
— Certo, não quer uma guerra.
— Sempre pronto para uma Cris.
Cristiane sorriu e o prefeito os recebe, obvio que ver o menino
ali, mesmo o outro prefeito já o alertando do tamanho, parecia incon-
cebível.
— Boa tarde, uma comissão, deve ser serio.
— É serio. – Sergio.
— Qual a seriedade?
Sergio olha para Pedro, ele tentaria.
— Prefeito, este é Pedro Rosa, pode não parecer, mas ele é meu
sócio em boa parte dos investimentos que estamos fazendo.
— Mas é uma criança.
— Sim, mas ele que está dispondo os recursos, mas nos veio um
alerta, e gostaríamos de falar com o senhor.
— Alerta?
Sergio olha para Pedro e pergunta.
— Quer explicar?

407
Pedro olha a pasta que Cristiane alcança para ele.
— Senhor, viemos conversar, apenas se desarma.
— Certo.
Pedro olha Cris e depois o prefeito.
— Contratamos uma empresa, para fazer o estudo de solo de
um terreno que compramos na Monsenhor Lamartine, e nos depara-
mos com um problema, e gostaria de conversar, isto ainda é apenas
entre a gente prefeito.
— Sabemos dos problemas para edificações maiores menino.
— Eu também, imaginei colocar as fundações na rocha a 40 me-
tros, já fizemos isto do lado de lá da baia, então sabemos o que nos
espera, mas o que me fez contratar a geóloga Cristiane Sinn ao lado, foi
o fato de verter agua do buraco, descobri por ocasião que todos os
terrenos a volta, afundam meio centímetro ao ano e me perguntei
porque e viemos conversar.
— Deve ter se impressionado pelas historias do passado.
— Soube depois das histórias e vim propor algo sobre um estudo
serio senhor, já que pelo levantamento que fizemos, e com base em
outro estudo da UFPR, verificamos que estamos sobre terreno minado,
por agua salgada, e a pergunta, que sempre faço, quer ser o prefeito
que enfrentou isto, ou o prefeito que fez de conta que não existe este
problema?
— E como se enfrentaria isto?
— Dispondo de uma parede que mudasse o curso da agua da
baia, para que ela não continuasse a minar a estrutura das quadras
existentes, o estudo mostra que um dia no futuro se nada for feito é
possível que as avenidas Dr. João Candido e 29 de Abril, que com o
fluxo de carros forçam a acomodação interna da areia, um dia podem
vir apenas a ceder e dar espaço a areia liquefeita e sobre pressão que
tem abaixo dela e o que era um rua virar uma saída, e se isto acontecer
prefeito, seria um caos.
— Os estudos apontam para isto?
— Sim, mas o que vou falar precisa de sua aprovação, de conver-
sa com os iate clubes, com os pescadores e comunidade.
— Algo radical.
— Não se muda a estrutura de saída de um canal e teríamos de
ter uma forma dele nos dar retorno, pois é uma obra que pelo fluxo

408
atual de IPTU da cidade, precisaria dele por 35 anos para o fazer, então
obvio, temos como oferecer, mas precisaríamos de uma contrapartida.
— Pensou no que?
— Na região algo que pode parecer drástico a primeira vista,
mas é estrutural e 4 anos após feito, todos tratarão como se sempre foi
assim.
— Seja direto menino.
— Poderíamos construir um porto para navios de cruzeiro, nada
de carga e descarga, apenas turismo senhor, para atracar no máximo 6
dos grandes por vez. Mantendo um espaço interno entre o porto e
encosta atual, como um braço de mar, e entre este braço de mar e o
porto, um parte com arvores, criando ali ente o porto e a cidade um
parque artificial.
— Sabe os problemas técnicos de algo assim? – O prefeito.
— Sim, técnicos, de impacto econômico e social de algo assim,
mas seria o primeiro prospecto, a negociar, o porto, o segundo, o aero-
porto, terceiro, parcerias de tratamento de esgoto, em hotéis na regi-
ão, em criação de pontos turísticos, e principalmente, estrutura para
que o morador do litoral não sinta-se abandonado meio ano, e enxota-
do na temporada.
— Tem noção dos custos disto menino?
Pedro olha para Sergio, para Cris e fala.
— Sim.
— Tem de entender que não vou me propor a fazer algo que não
vou entregar, e sei que não deve entender de politica, não tem tama-
nho, mas não dá para lhe levar a serio.
Pedro sabia que este era um dos pontos cruciais. Credibilidade,
como se o prefeito a frente a tivesse, podem ser bons no discurso, mas
para Pedro, apenas discurso.
— Segura os gastos, viemos propor, eles não querem, fazemos
diferente.
Pedro olha pra o prefeito e fala.
— Sei que eu presente não facilita, mas se não entende, que
quem está tirando o dinheiro do bolso sou eu, e eles não tem noção do
que podem oferecer, paciência senhor, não sou de tomar tempo de
quem não o tem, passar bem.
Cristiane olha para o menino e Sergio sai após, o secretario de
obras olha para o grupo saindo e pergunta.

409
— O que teremos prefeito?
— Não vou passar o carão de ouvir uma criança daquelas.
O secretario olha para Sergio olhar para ele ao longe, ele explica-
ra pouco, mas entendeu que o prefeito não queria.
Cristiane olha o menino e fala.
— Acha que não era uma boa ideia?
— Ela não fluiu, então não era para ser assim.
— Certo, o que fazemos? – Sergio.
— Vamos ao Aeroclube. – Pedro.
Sergio sorriu, o menino estava ainda querendo avançar.
— Como foi em Minas Cris?
— Estamos delimitando todas as áreas, é trabalho para pelo me-
nos duas semanas.
— Faz com calma, não adianta acelerar mais do que já acelero.
— Acha que o senhor ali não volta atrás?
— Eu preciso de um porto, mais não precisa ser tão do lado.
— Certo, tem opções.
— Cris, começamos esta semana construir nosso porto em An-
tonina, mas obvio, lá eles não olharam, não pedi permissão, usei uma
existente.
— E não tem como fazer o mesmo aqui. – Sergio.
— Eles me amam mesmo, deixa eu piorar as coisas.
Pedro liga para um numero, não sabia se o avô iria atender, mas
espera ele ao telefone enquanto Sergio dirige para o bairro de Piçarras,
ele olhava em volta, as vezes achava que deveria esperar ter tamanho
para fazer tudo aquilo.
— Quem gostaria de falar com o general Rosa?
— O neto dele.
O general atende em Brasília e fala.
— O que quer Pedrinho, soube que agitaram a sua cidade.
— Uma pergunta seria, de uma pessoa que ninguém leva a serio
vô, teria como ter uma concessão de aeroporto em Guaratuba aprova-
da por Brasília, ou precisa que o governador e o prefeito assinem.
— Qual a ideia que me faz ligar?
— Tô tentando desviar o pai ainda para ele não torrar tudo, mas
entrei em uma parceria em uma rede de hotéis no litoral do Paraná,
deve ter ouvido falar avô?

410
— Sim, todos me perguntam como meu filho está fazendo isto,
mas ainda não sei a urgência.
— Imagina você criar um complexo, começar a ter procura de fo-
ra do país para algo que ainda falta 40 dias para inaugurar, e não tem
um aeroporto descente na região.
— Pensou em que?
— Se consegue uma concessão para asfaltar e ampliar o aero-
porto de Guaratuba. Estava pensando também no de Paranaguá, mas
resolvi começar por Guaratuba.
— E estes seus parceiros teriam como ajudar?
— Com certeza, além de ter uma forma mais fácil do exercito
chegar a região, se um dia for preciso, como uma catástrofe qualquer.
— Vou verificar, quer uma posição para quando.
— Ontem.
— Não entendi ainda a ideia neto.
— Passa qualquer dia lá em casa e conversamos.
Pedro pega os prospectos da empresa e monta um prospecto de
investimento e prevenção e passa para um assessor do governador,
com os dizeres, “Podemos Ajudar, Precisamos apenas de Autorização
para isto!”.
Pedro olha a pista básica, ele entra no terreno e conta os passos
para saber a largura da mesma, teria de ampliar ela em 3 vezes, olha
para o oposto da pista, ele sabia que tinha espaço, mas não sabia ainda
como seria o projeto.
Pedro olha em volta, e sente o lugar, ele agora precisava que au-
torizassem ele fazer.
Cristiane olha o menino e pergunta.
— Vai mesmo investir pesado aqui.
— Eu tenho um sonho, e nele, alguém lembrar do que fiz, em
500 anos.
— Bem modesto este seu sonho. – Sergio.
Pedro parece compenetrado e fala.
— Sergio, Cristiane, algo me traz a esta cidade hoje, não sei o
que, mas o que poucos veem, é que quando eu quero algo, não sei,
pareço ser guiado, por anos, e olha que sou novo, me recusei a enfren-
tar, parece que foi a anos que sai de casa após uma surra, e não foi,
mas se algo sair do contexto, apenas mantenham a calma.
— Falando difícil hoje. – Sergio.

411
— Pensa, eu nem cheguei a propor a ponte sobre a baia e o pre-
feito não me ouviu.
— E pretende fazer mesmo? – Sergio.
— Sim, ainda não terminei o projeto, mas com certeza, muita
coisa me traz a este lugar.
— Como? – Sergio.
— Vapor São Paulo.
Sergio sorriu e falou.
— Você vai a ferida, e pelo jeito pretende escrever sua historia.
— Sergio, quando se fala em lendas, esta é uma que para mim é
lenda, mas a pergunta, até onde é lenda?
— E vai avançando por todos os caminhos?
— Sim. E tem de entender Sergio, nem sempre as coisas vão dar
certo, nem sempre as pessoas usam a nossa lógica, mas eu liguei on-
tem para um tio avô e perguntei se tinha como conseguir uma conces-
são de obra de contenção em Guaratuba, explicando o perigo e a ur-
gência, e que queríamos dispor disto, usando o lugar para ter porto,
hotéis, parque e estrutura de proteção a uma área de risco, hoje, ligo a
meu avô e peço o que já tinha encaminhado por e-mail, mas quem
recebe um e-mail, não sabe que tem uma criança do outro lado, ape-
nas lê Pedro Rosa.
— Certo, quer fazer mesmo assim.
— Espero que a pressão do governador com apoio da Marinha e
da urgência, nos coloque ali, portos é questão de Marinha, não de pre-
feito, não esquece, isto é Brasil.
— Certo, aeroportos questão de Aeronáutica?
— Sim, mas não esquece, quando chegarmos daqui a pouco lá,
novamente eles verão o menino, e isto não ajuda.
— Mesmo que seja urgente?
— Existe casos que todos podem morrer e não vão acreditar se
quem gritar o perigo for eu.
— E pretende o que para começar? – Cristiane.
Pedro mostra sua tela de comutador para ela que sorri.

412
— Pelo jeito mais um complexo? – Cristiane.
— Complexo portos, mas poucos me ouvem, e saiba Cris, Sergio,
os prováveis seres que me ouvirem, podem vir a estar na lista da For-
bes do ano que vem, ainda na versão Brasil, mas com certeza estarão.
Sergio sorriu e falou.
— Quantos hotéis neste porto? – Sergio.
— A ideia não é um porto, é ter um local que eles possam vir,
tem gente que passeia em cruzeiros, e tem gente que viaja em cruzei-
ros, mas o prospecto Baia de Guaratuba Porto, é para 5 hotéis, como
Cris falou, mais um complexo a implementar.
— E se deixarem você coloca mais coisas.
— Sim, mas nem todos tem coragem de ouvir uma criança.
O carro parou, Pedro parecia meio tenso, e quando olhou aque-
les senhores chegando, sinal que alguém havia alertado do problema.
Sergio viu que o menino ficou no carro mais tempo, e Cris chega
ao lado dele.
— Não entendi a ideia dele?

413
— Como se enche um lugar, se ninguém consegue chegar aqui
que não seja os da região?
— A ideia dele ali é um imenso porto e um aeroporto internaci-
onal, não um local.
— Sim, se a pessoa puder sair de São Paulo direto para cá, ela
não precisa se perder em rotas alternativas ou voos indiretos.
— Certo, ele acha que isto vai dar retorno?
— Ele não parou para pensar, ele está fazendo, o prefeito de An-
tonina pediu para que retornasse, lá ele está querendo colocar um
imenso porto de contêiner, o maior do estado.
— Maior?
— Nada comparado aos maiores do mundo, mas um porta con-
têiner que comporte 6 dos imensos de uma vez, e outros 6 dos meno-
res, é um super porto, e uma linha para 3 turísticos.
Pedro atende a ligação do seu avô e ele pergunta.
— Você tem certeza da urgência do que me passou neto?
— Sim, a cidade está afundando aos poucos por isto, mas so-
mente quando fizermos algo que vamos começar a asfaltar as ruas,
para ganhar os pequenos contratempos perdidos nos últimos anos,
estou pensando em fixar algumas estruturas pesadas para baixo, no
sentido do problema, para não acontecer, mas não me adianta fazer
isto e ter um prédio moderno em meio à destruição a toda volta.
— Pelo jeito meu neto terá a responsabilidade que meu filho
nunca teve.
O senhor passa a determinação. Pedro a estuda, sai do carro e se
direciona ao local.
Pedro olha os dois e um senhor lhe olha e chega perto e lhe es-
tende a mão.
— Pedro Rosa?
— Sim.
— Sou conhecido por Matozo na região, mas queria saber o que
o prefeito não quer nos falar.
Pedro sorri, pois era o proprietário dos cruzeiros marítimos turís-
ticos na baia, ele poderia não gostar do que ele iria falar.
— Matozo, o que todos tem de entender, sou pequeno, mas sei
conseguir o que quero, uma pesquisa sobre a estrutura abaixo da cida-
de nos preocupa, deve saber do que falo.
— O medo que todos dizem ser apenas paranoia.

414
— Sempre digo que paranoicos bem informados são melhores
do que preguiçosos, mas quem veio?
— Temos pescadores, temos os que se preocupam, todos viram
sua entrada na baia, muitos querem saber o que você pretende e para
que lado corremos.
— Eu invisto em estrutura e hotéis, tem de entender, minha pre-
tensão é usar o alarme referente a maré corroendo as bases subterrâ-
neas da cidade, para aprovar um porto, nem todos vão gostar disto,
mas a ideia não é os privar de mar, é os dar condições de ter turistas,
estrutura e com certeza, desafios maiores.
O senhor apresentou Pedro e viu eles ouvirem, talvez no ramo
empresarial eles estivessem mais preparados para encarar uma criança
do que na politica, o menino explica os planos para até o começo do
ano, não era para dez anos, era para dezembro e todos se olham como
se fosse impossível.
— E como se faz algo assim? – Matozo.
— Tem coisas que se apoiam, o criar das estruturas submersas,
estabelece tecnologia, para implementar uma base de porto que pode
ser útil para outras coisas, como base para varias coisas, mas inicial-
mente estou apenas dispondo do que vou por, e uma delas, é a criação
de uma pista de aterrisagem de mil e quinhentos metros, uma que
cruzara ela de mil e duzentos metros, dois saguões de embarque, para
ter acesso rápido ao local.
Pedro olha os demais e fala.
— Mas se me perguntarem porque disto? As vezes fico com pa-
lavras bonitas, mas se as pessoas não tem acesso ao local, como elas
vão vir para cá, não quero comercio de 3 meses, quero poder viver por
aqui.
Pedro põem o prospecto e explica o que ele vai fazer, se alguns
vão reclamar, ele vai fazer o que lhe derem concessão, e se na cidade
não existe como o conseguir, pois um prefeito lhe acha criança para
fazer, ele iria fazer pelos caminhos que desviavam o prefeito.
Matozo olha para o menino e pergunta.
— Mas vai fechar minha saída direta.
— Teremos ainda as saídas laterais e frontal, mas também terei
um espaço aberto no que era o antigo atracadouro das balsas, vamos
fazer um hotel museu náutico, o que pode nos gerar um local com

415
atracadouros, usando a estrutura e a historia para atrair mais gente
possível.
— Não tem medo de concorrência? – Matozo.
— Eu por mais estrutura que forneça, o que quero, é atrair mais
turistas do que eu consiga hospedar, pois quando se fala em fila de
espera, vamos abrir as nossas reservas em 15 dias em Matinhos, e nu-
ma soma de 12 sistemas de hotéis, quase independentes, devo ofere-
cer mais de quatro mil vagas, mas eu quero conseguir em um mês de
setembro, e tudo indica que vou conseguir, ter mais de 60% disto ocu-
pado.
— Quer agitar de verdade.
— Foi a Caiobá ultimamente?
— Vi imagens, sei que fiquei com vontade de ir ver.
— Sei que se tivesse uma ponte, todos teriam ido.
— E pretende esticar algo para cá como aquilo?
— Já estiquei, apenas por ser do lado de lá da baia, ninguém foi
ver ainda, mas vou esticar a prainha, a Caieiras, mas precisamos passar
sobre a inercia do prefeito.
— Certo, quer agitar pelo jeito.
— Ganhar dinheiro, estava ouvindo que o que pretendo é im-
possível, e alguém me indicou ontem, em uma planilha de custos, que
se conseguir atender direito, atrairei para a região, fora de temporada,
mais de 3 mil pessoas dia, eu não sei se consigo esta frequência Mato-
zo, mas estas pessoas, vão precisar passear, conhecer, comer, se diver-
tir, as vezes as pessoas esquecem que tudo que estamos fazendo é
querer um pedaço do mercado, e se conseguir isto, terei antes de De-
zembro pago os investimentos que fiz, seria algo incrível para esta cri-
ança.
— E quanto seria isto, pois investiu pesado.
— Uns 100 milhões em 4 meses.
Matozo sorriu, uma coisa era alguns falarem, mas a criança a
frente parecia falar serio, e soube que o menino conseguiu a autoriza-
ção da Marinha para defender a cidade, o prefeito iria ficar furioso,
mas todo o projeto estaria sobre terras não existentes, o menino co-
meçava a ficar perigoso.
Pedro foi a Caieiras dali, Sergio olha para ele e pergunta.
— O que pretende aqui?

416
— O que o papel fala, que posso cuidar das beiras da praia, e vou
começar por aqui e Prainha do outro lado.
— Certo, e vai deixar Roseli desesperada?
— Contratei uma empresa local para isolar a área, e eles come-
çam daqui a pouco, mas preciso comer, vamos ao restaurante, preciso
comer algo. – Pedro.
— E pelo jeito vai forçar o prefeito local recuar. – Cristiane.
— Quero ele falando que não apoia, que não teria como fazer,
mas aqui eu começo assim que os bate-estacas de outros pontos esti-
verem livres, usar toda a estrutura de uma região nos faz ter de esco-
lher quem vamos apoiar, e quando.
— E marcou longe de Curitiba hoje?
— Cris, algum maluco que deve odiar meu pai, resolveu fazer
uma aposta onde o objetivo é minha morte, os malucos querem um
dinheiro que para mim a um mês seria uma fortuna, hoje, os gastos do
dia, e mesmo assim, eles não vão parar, antes do ultimo tentar, não
quero ficar lá quando der para não estar.
— E a polícia, não teria como ajudar? – Sergio.
— Um dos apostadores é um delegado Sergio.
Entram e pedem algo para comer e veem o pessoal começar a
cercar trechos da praia, e uma leva e pessoas ficam olhando aquilo e o
proprietário veio a mesa e pergunta.
— Sabem o que vão fazer ai na frente?
Pedro olha para Sergio e fala.
— Dizem que vão fazer aqui e na prainha o que fizeram na praia
Mansa em Caioba.
— As vezes ficamos olhando sem saber se aquilo será bom ou
mal.
— Porque seria ruim senhor? – Pergunta Pedro.
— Dizem que lá estabeleceram a região dos barcos, alguns pes-
cadores falam que tiraram deles as praias.
— E porque os demais teriam de aceitar que o pescador cada dia
parasse em um lugar? – Pedro olhando o senhor.
— Eles acham que a praia é deles, eles tem algumas palavras pa-
ra isto.
— Desculpa, não entendi. – Pedro.
— Que a dinâmica da praia é os pescadores, não os turistas.
— Eles comem apenas peixe é isto? – Pedro.

417
O senhor sorriu e falou.
— Não, eles não são apenas consumidores de peixe, mas eles
acreditam que o crescimento estraga as praias.
— Nisto tenho de concordar com eles, crescimento sem estrutu-
ra e sem saneamento é o que acontece na ponta oposta, esgoto a céu
aberto.
— E acha que eles vão criar o que ai?
— Eu sou uma criança senhor, como vou saber? – Pedro.
— Dizem que este senhor na sua mesa, é um dos responsáveis
pelo projeto do outro lado.
Pedro olha para Sergio e pensa em lhe por em apuros e fala.
— Viu, já estão reclamando.
— Imagina se eles souberem da verdade. – Sergio.
— Verdade? – O senhor.
Pedro olha para o senhor e fala.
— Pelo que entendi, a ideia aqui é projeto de outro arquiteto, o
primeiro era um projeto de beleza, pois a beleza atrai as pessoas, e o
que queria era atrair as pessoas, agora a ideia é baseada em um norte
americano de nome Jacque, ela estabelece beleza, mas ela estabelece
coisas que eles não notaram.
— Como assim. – O senhor olhando que o menino começou a fa-
lar algo que lhe interessava.
— Quantas frutíferas se plantou em Matinhos?
— Não sei?
— Foram aproximadamente 3750 frutíferas plantadas, e nin-
guém se perguntou por quê?
— Elas fazem mais sujeira?
— Não, elas geram comida, eu estranho gente que não come a
alface que dá no quintal e compra uma alface cheia de agrotóxico, eu
estranho todos falarem que falta comida, você olha para a casa deles, e
não tem um verde, uma goiabeira, um pé de laranja, um limão sequer,
a escolha é que vale, pensa, uma criança como eu chegou ao prefeito e
falou, vamos fazer um porto, um aeroporto, pensei em uma ponte,
sobre esta baia, para ligar irmãos, mas nem deu tempo, ele já tinha
dito, você não pode.
— E acha que consegue? – O senhor sorrindo da audácia.
— Senhor, se eu posso fugir de casa aos 13, somar não em di-
nheiro, pois ai que as pessoas se enganam, não é o dinheiro que se

418
soma, e sim a estrutura, e hoje, se considerar uma semana atrás, cada
imóvel de Matinhos, tem pelo menos o dobro de estrutura, e se eu
coloquei o dobro de estrutura em um lugar, ele deveria valer no míni-
mo o dobro, mas ai está o problema, eu não dei estrutura para que as
pessoas vendessem e fossem para a cidade passar fome, mas muitos,
pensam apenas em ir para lá, sabendo que vai ser difícil, por quê?
— Para viverem melhor?
— Eu sempre olho para as paredes dos prédios e penso, quando
eu ficar mais velho, quero comprar uma casa na praia e viver lá, e eles
que vivem aqui, olham para lá, para o consumismo de lá e falam, lá é
melhor que aqui, mas desculpa, não é.
— E o que vai implementar ai na frente.
— Algo que com certeza, os vândalos vão detonar, pois vândalos
são geralmente pessoas que tem mais do que os pobres, e adoram
quebrar, destruir, o que é gratuito, para apenas eles terem, é interno,
eles se acham melhores assim, mas desta vez, alguém do lado de cá, vai
tentar repor.
— Não foi claro.
— Vão reformar o mercado de peixes, vão dispor frutíferas vari-
adas, pelo menos 12 tipos, sendo que cada uma produz numa época,
banheiros públicos descentes, chuveiros públicos, torneiras de agua
potável, cadeiras confortáveis para se olhar o mar, promover shows e
teatros para as pessoas assistirem, um sistema de troca de livro e duas
bibliotecas para quem gosta de ler, comprando dos locais, um local de
comidas baratas, por região da cidade, para quem não tem para comer,
possa se alimentar com pouco, sistema de tratamento de esgoto, para
que não se jogue lixo nos mares, produção de sacolas de papel como
eram antes, e distribuir em todos os mercados, abolindo a sacola de
plástico, incentivar ou os plásticos biodegradáveis ou voltar ao vidro,
arborizar toda a cidade, com frutíferas, e incentivar hortas familiares e
comunitárias.
— Mas porque disto?
— Senhor, uma coisa é você ganhar dinheiro com turistas e en-
tender, sua vida é boa, estamos vendendo serviço pois trabalhar faz
parte do aprender limites e crescer como pessoa, outra é você ter de se
preocupar com toda a estrutura senão seus filhos não terão educação e
futuro.
— E quem é você menino, fala bem para um qualquer?

419
— Alguns me chamam apenas de Pedro, alguns, do idealizador
de um projeto chamado Hotéis Rosa.
— Quer mudar o mundo, mas é mais complicado do que apenas
o que falou.
— Sei disto senhor, mas estou apenas começando, bem no co-
meço por sinal. Fazendo a minha parte, não pretendo fazer o todo.
Sergio olha Pedro e pergunta.
— E aquele papo de Forbes.
— Eles estimam riquezas Sergio, quando você investe em um
projeto, o que fizemos do outro lado da Baia, mais de 110 milhões de
reais, e isto lhe gera por ano, algo superior a 260 milhões de reais, es-
tabelece que vocês ganham apenas com aquele empreendimento, mais
de um bilhão de reais a cada 4 anos, quando em Dezembro, fecharmos
o projeto Matinhos, Guaratuba, Antonina e Paranaguá, e cada um gerar
perto disto, a empresa estará perto do ganho que falei para 4 anos, em
um ano, mas pensa em você ter algo que está lhe gerando isto Sergio,
mas por outro lado, ter uma cidade melhor, colégios melhores, rios
vivos, e não mortos, florestas preservadas, ruas arborizadas e cuidadas,
sabendo que ajudou a implementar tudo isto.
— Certo, você dá importância a coisas que os demais não se im-
portam.
— Sergio, eu acredito nas minhas ideias, eu não vou fazer um
porto apenas porque quero fazer um porto em Guaratuba, eu o vou
fazer pois a cidade precisa parar de afundar.
— E ninguém levaria a ameaça a serio, antes de uma catástrofe.
– Fala Cristiane.
— Sim, a vida pelo ganho, pode ser bonita, mas eu acho que ela
sem parâmetro social, não é nada, não é a toa que a sociedade está
cada vez menos tolerante e mais violenta, pois ninguém prega a convi-
vência, todos pregam o se dar bem a qualquer custo.
— Pelo jeito tem um empresário inovador e revolucionário no
meu restaurante. – Fala o senhor.
Pedro olha ele e fala.
— Uma revolução silenciosa, que pode não chegar a dar resulta-
do, mas o meu mundo, o que me cerca, este faço questão de modificar.
Pedro come com calma e olha para a rua, lá vinha os fiscais mul-
tarem as pessoas, Pedro sorri e pede um momento.
Pedro atravessa a rua e o rapaz olha para ele e fala.

420
— Não é lugar para criança menino. – O fiscal.
— E nem para fiscal, esta área é da marinha, não da prefeitura
de Guaratuba.
O rapaz que estava sendo indagado olha para o fiscal e para Pe-
dro e pergunta.
— Acha que temos de desmanchar.
— Manda ele mandar a multa para a Marinha do Brasil, e é bom
ter uma explicação plausível senhor fiscal, eles não são como o senhor,
que recebe para ferrar com a cidade, eles são portadores de armas de
alto calibre.
— Não fale besteira, vamos desmontar.
— Você e mais quantos? – Pedro pegando o celular.
— Eles tem de desfazer, é o que diz a determinação.
Pedro liga para Maira, a dona de uma construtora da cidade e fa-
la.
— Senhora Maira?
— Sim.
— Pedro, que lhe contratou o serviço em Caieiras.
— Fala menino.
— Liga para os rapazes e tira eles de lá, tem fiscal da prefeitura
querendo parar a obra, mas se eles querem parar, que consigam a
determinação que temos da Marinha.
— Não quer os estressar.
— Tem um fiscal me olhando como se tivesse dor de barriga,
mas acho que se ele tiver de tirar o que colocamos hoje, com as mãos,
a dor nos calos das mãos não o deixarão pensar na dor de barriga.
Pedro olha o rapaz ao fundo e fala.
— Maira vai lhes ligar, temos autorização da Marinha, e não é
um fiscal que pelo jeito nem sabe ler que vai nos estressar, e se ele
tocar em vocês, ou falar mais alto, vai a delegacia e presta queixa, pe-
dimos a exoneração por abuso de poder.
O rapaz sorriu e o fiscal olha para Pedro.
— Acha que não vamos chamar reforço.
— Logico que vai, esta mão de seda ai, não aguenta fazer o que
quer que eles façam, mas uma dica rapaz, o que você desfazer hoje, eu
consigo uma determinação amanha, e você mesmo vai ter de levantar
com as mãos.
Pedro dá as costas e volta ao restaurante e pede uma agua.

421
O fiscal olha para o menino, sabia quem era Sergio ao lado, e
olha para o outro.
— Acha que eles tem permissão?
— Quase certeza, quem investe sem permissão?
— O prefeito mandou parar eles.
— Pelo jeito eles contornaram o prefeito, isto o vai deixar irrita-
do, mais do que é.
Os fiscais saem e o pessoal se retira, Pedro pega um caderno e
começa a desenhar e o senhor pergunta.
— Isto que vão por ai?
— Sim, mas os rapazes só viram o que está visível, acho que no
fundo senhor, adoro aqueles truques de magica.
— Porque?
— Senhor, enquanto na próxima semana o prefeito vai olhar pa-
ra o que estará visível as praias, somente duas delas por enquanto,
outros projetos andam e se completam, não é questão de querer fazer
as coisas, é questão de ter como as fazer e as executar.
— Como o que?
— Um sistema para tratamento de esgoto, que vamos começar a
implementar na região.
— Sabe que isto requer energia.
— Sei, mas depois vemos como vamos estabelecer as coisas, vim
apenas conhecer, ver por foto não é o mesmo de pisar na areia.
Pedro termina de desenhar, o senhor não viu o materializar das
coisas dentro das armações, não viu o sistema de coleta de esgoto ser
colocado abaixo das ruas, mas quando os fiscais saíram, soube que eles
nem tinham uma determinação, era apenas um pedido do prefeito
para atrapalhar.
Pedro olha para a praia, sai do restaurante e vai a areia, senta-se
e faz um montinho dela e fica a olhar para a praia, Sergio olhava ele de
longe e Cristiane pergunta.
— O que acha das ideias dele.
— Ele implementa muito rápido, mas entendi a ideia, ela demo-
ra para se por em pratica, mas o prefeito local não o ouviu.
— Acha que ele muda de posição?
— Acho que o menino está pensando em implementar algo mai-
or, ele fica apenas olhando as coisas, mas não sei o que ele fica pen-
sando.

422
Pedro a areia, olha aquele padre a andar na Areia, translucido e
olhando em volta.
Pedro olha para ele e pergunta.
— O que tanto procura senhor Padre.
O senhor olha para os lados e olha o menino.
— Como me vê?
— Com os olhos.
— Mas...
— Morreu no naufrágio?
— Não, de uma infecção após o naufrágio, mas o comandante se
apoderou das riquezas que tínhamos saqueado, lá em Asunción, mas
não sei onde ele escondeu.
— Que riquezas seriam estas, posso ajudar a encontrar.
— Difícil de explicar.
— Tente, não tenho nada a fazer além de castelos de areia.
— Um grupo de soldados cercou alguns apoios ao Presidente Pa-
raguaio durante a Guerra, estes seres tinham um poder estranho, eles
se ocultavam, mas após mortos, seus ossos pareciam de cristal, um dos
restos estava no navio, uma ossada completa de um ser que não sei se
era humano, se era um bruxo, só sei que seus ossos não eram como os
nossos.
Pedro olha em volta e pergunta.
— Começaram a encalhar onde?
— Viemos para a praia, um dano na caldeira, fez a mesma ex-
plodir, tínhamos de sair rápido ou morrer ao mar.
— E porque procura isto?
— Quero entender o que era aquele ser.
— Sabe que morreu Padre.
— Sei, nossos pecados nos prendem a esta praia, tem dia que
todos surgem aqui, hoje apenas eu, o capitão sobe na montanha e
parece esperar o dia que vai ser resgatado.
— Ele não sabe que morreu?
— Ele tem um grande amor.
— Francisca Edwiges Gonzaga, se não me engano.
— Ele não tem noção de que ela já morreu.
— Ela se eternizou, não sei se isto tem poder sobre as almas que
a queriam presa, mas ela se eternizou.
— Não entendi.

423
— Sei disto, mas eles levaram para onde o esqueleto?
— Não sei, eles me desacordaram, não sei, mas algo nos afetou
a todos, pois os que ficaram, um a um morreu.
Pedro fica pensando sobre a possibilidade e não acha muita lógi-
ca dentro dos seus poucos conhecimentos sobre o evento, algo que
ouvira apenas uma versão, e isto não facilitava em nada a historia.
Pedro ouve uma definição na mente, a dos Iblys, ele tenta não
levar a serio, mas sabia que a existência de um ser Angelical, um Dani-
mes e dois Humanos definindo os seres, o fez pensar e encaixar das
historias, o faziam ter de acreditar e olha para o padre, aquele fantas-
ma a andar a beira, ele olhava ao longe as Sereias, via alguns seres que
não tinha definição, que nitidamente aquele fantasma não via. Pensa
se deveria perguntar, entre ideias boba e ruins ele olha o ser e pergun-
ta.
— Saberia o que são Iblys?
—Não, nem ideia.
— Dizem que Yoshua foi um Iblys, seres capazes de renascer das
cinzas, de voltarem a vida, a definição é nova para mim, mas seriam os
seres que falavam com os antigos profetas, dizem que eles tem o poder
de viver milênios, seus ossos vão se tornando cristais pela densidade a
cada ano maior de seus ossos, e de alguma forma o corpo elimina as
estruturas mais pesadas comprimindo em cadeias carbônicas, seus
ossos seriam quase um diamante de tão duros, suas cabeças seriam
mais alongadas, pois uma das coisas que não para de crescer, é o osso
craniano, então eles teriam cabeças mais alongadas e seus ossos seri-
am cristais, consequências de uma existência prolongada, não de algo
sobrenatural.
— Está dizendo que aqueles seres eram bruxos ou demônios?
Alguém na mente de Pedro esclarece que extraterrestres não
existia para os seres com mais de 100 anos, pois esta era uma noção
bem nova, tudo que vinha do espaço ou era divino ou demoníaco.
Pedro por dentro acha graça daquilo, mas ainda não conseguia
achar natural o sorriso.
Ele olha o espirito e fala.
— Como um Netser, lhe ajudo, mas não sei a consequência disto
senhor.
Pedro volta a lanchonete, acerta a conta e olha para Cris.
— Vai ficar ou subir a serra?

424
— Temos de conversar ainda.
— Alguém pode ouvir ainda? – Pedro.
— Ainda poucos, com certeza.
— Vamos a Matinhos então, tem um prédio inteiro lá que está
vazio.
Sergio olha para Pedro e fala.
— Sabe que os arquitetos querem trocar uma ideia.
— Sei disto, mas deixa os demais se mexerem um pouco, tenho
aula amanhã sedo, dai só na segunda, então vamos acelerar e descobrir
um segredo desta praia.
— Como sentado na praia descobre as coisas? – Cristiane.
— Vocês são os normais, e lhe garanto, ver fantasmas não é na-
da legal.
— E o que este fantasma lhe falou? – Sergio.
— A definição de algumas coisas Sergio, como Iblys, é complica-
do, mesmo que poucos entendam.
— O que os Iblys tem haver com isto? – Cristiane.
— Quando da Guerra do Paraguai, foi tirado o esqueleto de um
Iblys de Asunción, este é o segredo que todos falam, o tesouro que
naquele vapor ao fundo, se perdeu nesta praia.
Cristiane sorri e fala.
— Realmente algo a ser escondido, mas o que lhe fez pensar?
— Pelo que entendi, parte dos tripulantes ou adoeceram vindo
ou já em praia e morreram, preciso saber o índice de radioatividade
destes seres. Outra parte voltou a capital.
— Certo, o segredo pode ser por serem mortais? – Cristiane.
— Não entendo o problema. – Sergio.
— Existem duas historias referente aos Iblys Sergio, uma é dos
humanos, e outra muito parecida dos Danimes e Angelicais, na lenda
deles, estes seres são os Anjos do Eterno, na nossa, são um povo do
espaço que julga os demais, mas se algo vem do espaço, ele pode ser
resistente as radiações espaciais, e seus ossos, mesmo sendo de Car-
bono comprimido e cristalizado, podem conter alto índice de radioati-
vidade. – Pedro.
Cristiane olha para o menino e pergunta.
— Como sabe dos Danimes e Angelicais.
— Um dia teremos de conversar serio sobre isto Cris.
— Você é mesmo humano?

425
— Sei lá, os Netser são humanos?
— Não sei.
— Os Moroi são humanos?
— Também não sei.
— Um menino que nasceu da mistura destes dois sangues o que
seria, esta é a pergunta que quero responder.
— E porque não seria um humano?
— A poucos dias, graças a outro Pedro Rosa, em outra existên-
cia, ter brigado com Gabriel, o anjo, todas as existências da alma de
Pedro Rosa, eu, foram tocadas por Gabriel e surgiram no caminho do
Trono de Deus, mas eu até aquele momento, era um menino desloca-
do, que apanhava quieto, naquele momento, que senti a morte, muita
coisa mudou, mas todos a minha mente, me dizem, humanos tocados
por Gabriel, seus corpos se tornam sal e suas almas surgem no reino de
Deus, eu deveria ter morrido em 72 existências, dois morreram, 70
ainda vivem.
Cristiane segura a mão de Pedro e fala.
— Sei que outros lhe vão considerar diferente, mas tem de en-
tender, assim como nós Fanes, não somos iguais, o ser diferente em
espécie, não nos torna em existência diferentes, a raiz de tudo é a
mesma, então você é a alma que tem dentro destes 70 seres, não me-
nos que isto, poucos conseguem as sentir, poucos mesmo, para muitos
isto é lenda, mas os Netser, são lenda.
— Apenas as vezes é confuso, pois existem seres nesta existên-
cia, ocultos, como se não confiassem em nós, mas logo ali.
Pedro olha para a praia, como a moça segurava sua mão olha
aquelas moças, aqueles siris imensos, a imensa serpente e o fantasma
do Padre.
Ela solta a mão e vê tudo voltar ao normal e sorri.
— Tenta manter a ciência de quem você é, isto é o importante.
Sergio voava na conversa, olha os dois perdido, Cris sorriu e Pe-
dro olha com aquela cara de quase dor.
O menino se levanta e começa a caminhar até o carro de Sergio,
que olha para ele ao longe, para Cristiane e pergunta.
— Ele está bem?
— Vamos, nem sei onde.
Os dois olham o menino ao longe, caminham até ele, que guar-
dava o caderno na eterna mochila e lhes olha.

426
— Acho que nem eu sei o que vou fazer.
— O que precisa?
— Contador Geiger.
Cristiane sorri e Pedro fala.
— Pensa, vamos demorar perto de uma hora para chegar do ou-
tro lado da baia, se tiver uma ponte, em 10 minutos estaríamos no
mesmo ponto.
Sergio sorriu, o menino já pensava a frente.
— Onde?
Pedro pensa e fala.
— O que os globais vão usar?
— A pedreira e a área dos funcionários.
— Sinal que vão usar o que você falou, mas então vamos a regi-
ão do hotel fazenda.
— O que pretende ali?
— Ter parte de nossa estrutura Sergio, eu preciso de um lugar
que possa se fabricar nosso conhaque, nosso açúcar, e nossa linha de
destilados, mas não vou produzir apenas em um lugar.
— Vai gerar uma fabrica ali?
— Estranho que quando se fala em fabrica, parece algo do mal, e
é dali que saem os produtos que as pessoas consomem.
— Certo, mas o que faremos ali?
— Melhor, sabe onde fica a Alvorada?
— Comprei 3 terrenos para você lá.
— Vamos a um deles, o que está já terraplanado.
— Certo.
Eles param na fila do Ferribolt com os dois carros e uma hora e
quinze depois estavam no endereço.
Pedro chega a região e olha para os tapumes a toda volta dos
três terrenos, abre a porta do carro e fala.
— Vou abrir e põem para dentro.
Pedro abre o tapume e Sergio olha a casa ao fundo, estaciona ao
lado, Cris encosta o carro dela enquanto Pedro já abria a porta, vai a
cozinha e viu que não tinha nada, olha a hora, liga para uma pizzaria e
pede uma.
Pedro olha para os dois e fala.
— Sergio, sei que tem comprado os terrenos para nós, mas nem
tudo que falamos lá fora, é real.

427
— Sei que acabo falando de mais.
— Falar de lugares que desconhece onde fica, não me gera pro-
blemas, mas os montantes, sim.
— Certo.
Pedro olha para Cristiane e pergunta.
— Conseguiu?
— Sim, o preço sem lapidação é bem menor.
— Imaginei, mas quanto eles pagaram pela primeira amostra?
— 12 milhões de dólares, pouco mais de 30 milhões de reais.
— Se for ao local, não estranha, eu isolei e através de Sergio, es-
tamos colocando os barracões a volta, para alugar, então a região de
extração hoje parece qualquer coisa, menos região de extração.
— Certo, o que pretende?
— Gerir mais um pouco o tumultuo, os prospectos da fabrica,
vão começar a ser montados a frente, então teremos nesta parte da
cidade, uma fabrica de conhaque, secamos depois o gengibre da sobra
do processo e vemos se podemos o usar como tempero seco, se der,
vamos embalar e vender também, a frente, vamos ter uma fabrica de
doces de banana, e uma de sorvete, no terceiro, nosso deposito na
cidade, de coisas que virão de outros lugares e servirão os hotéis locais.
Sergio sorriu e perguntou.
— Pelo jeito vai precisar de gerencias para estes negócios.
— Sim, assim como preciso que crie uma imobiliária Sergio, pois
os imóveis em Criciúma, serão locados por esta empresa, teremos co-
mo saber se um imóvel bom está a venda antes dos demais.
— Certo, estou dando entrada nisto, na segunda devemos ter os
documentos disto.
— E vamos precisar de um administrador lá, para tocar o nego-
cio, e provavelmente teremos um escritório em Curitiba, um em Ponta
Grossa, um em Antonina, um em Morretes, um em Paranaguá, aqui e
Guaratuba, em Santa Catarina ainda teremos um em Criciúma, em
Joinville, em Lajes e um em Florianópolis.
— Isto que é começar uma imobiliária. – Sergio.
— Tem de ver que espalhar ideias, requere abraçar os espaços
deixados, vou começar a pensar na forma de tocar isto, e não esquece
nunca, tenho 13 anos, não posso fazer tudo que quero, pela lei.
— Certo, mas o que pretende referente a Guaratuba.

428
— Estou fechando os prospectos da Prainha e da Caieiras, mas
vamos achar o que preciso lá antes, imagina construir algo e ter de
desfazer apenas porque era bem onde colocaram algo.
— E pelo jeito quer as coisas bem redondas antes do próximo
passo. – Cristiane.
— Cris, em 8 dias chega os 12 complexos para ouro e platina em
Paranaguá, como vai entrar por aqui, ninguém vai olhar, vem em con-
têiner fechado, a montagem já será lá, vou mandar 10 para lá, um vai
ficar aqui, e um vai a serra do mar.
— Pelo jeito vai avançar. – Cristiane.
— Não acertamos ainda recebíveis, e sei que sou péssimo em
negociações assim, mas relevem, ter gasto 100 milhões não é ter tido
100 milhões a mão.
— E o porto, vai fazer? – Sergio.
— Sim, mas a Marinha vai mandar três navios amanha para cá, e
somente depois disto, vamos saber a posição dela referente à ideia.
— E acha que a ponte sai desta vez? – Cristiane.
— Quero duas formas de travessia, mas a primeira será a ponte,
preciso dela feita para parar as balsas e começar a fazer a travessia
subterrânea.
— E vai fazer como?
— Contratar uma empresa Coreana especializada nisto, como
mais? – Pedro.
— Você avança de forma a deixar todos tensos.
— Tensão faz parte, mas inercia, como o prefeito ao lado, não
consigo encarar.
Pedro olha as mensagem e fala.
— Consegue ajudar Roseli no hotel Sergio.
— Problemas?
— Ela e minha mãe estão correndo, e preciso saber se terei de
onde tirar os recursos para continuar, e não sei ainda como falar de
algumas coisas.
— Certo, vou lá.
Sergio sai e Pedro olha para Cristiane.
— Sei que as vezes falo de mais, desculpa. – Pedro.
— Não falou de mais, mas não confia em muitos.

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— Tem de entender, ele não pode saber que está sobrando, ele
é o rapaz das ofertas pelos terrenos, se ele achar que nadamos em
dinheiro, ele torra o dinheiro em um.
— Certo, e todo aquele papo de divisão de coisas?
— Eu para fechar um prospecto, tenho de ter gente ou maquinas
fazendo as coisas, não adianta eu querer distribuir pão, se eu não pro-
duzir o mesmo e ficar na mão de quem o produz, não adianta eu que-
rer impor coisas todas de uma vez, eles não ouviriam, então tenho de
manter os pés no sonho, e no barro, não é hora de voar, mas de so-
nhar.
— E pelo jeito pretende fazer alguns projetos a mais.
— Cris, preciso que consiga a venda do ouro para a Caixa, está
meio emperrado, estou em contato com uma empresa norte America-
na para venda de parte deste ouro e para outra russa, são empresas de
tecnologia que consomem perto de 10 mil quilos ano, então se fechar
com os dois sistemas a venda, e você colocar mais 25quilos dias para a
caixa, estaremos num sistema legalizado, superior ao que Geraldo ga-
nhava, mas tendo de pagar os impostos por isto.
— Vou forçar a porta, eles querem, mas tem gente querendo
que eles paguem menos.
— Tenta, estou tentando fechar com uma empresa Coreana, a
compra de 180 quilos dia de Platina, eles que fazem as passagem sub-
terrâneas.
— Uma parceria?
— Cris, o problema de sistemas assim, é que temos de manter a
estrutura, isto custa.
— Certo, se parar de dar estrutura vira uma arapuca.
— Sim, mas uma travessia que pode se manter a nível turístico,
não é uma travessia obrigatória, e com dois reais e oitenta, pouco mais
de um dólar, eu mantenho o custo de manutenção tanto da ponte
quanto do túnel por carro.
— E vai querer estudo geológico do problema?
— Sim, e quero o estudo geológico do implementar da 101, en-
trando no Paraná na altura de Guaratuba, seguir pelo caminho, mas a
ideia é partir de Garuva e chegar a Peruibe, uma rodovia para nos inte-
grar mais aos estados vizinhos, a capital está interligada, mas tudo que
vem ao porto tem de passar em Curitiba, não acho legal isto, e não
quero fazer uma ponte aqui, para ela estar cheia de caminhões entran-

430
do na cidade e a atravessando por ser mais rápido para chegar ao por-
to.
— Certo, quer algo que facilite, não quer no lugar de ter uma ho-
ra de balsa, tenha uma hora de filas na ponte.
— Sim, tem coisas que não entendo, sei que pedi estudo sobre
isto para o instituto ambiental, com urgência, eles não fazem, então eu
vou fazer 3 estudos particulares a partir de agora, e indiciar servidores
públicos por inercia, pedir a cabeça mesmo. – Pedro tirando da mochila
um mapa e mostrando para Cristiane.

— Eles vão ficar com raiva.


— Uma criança morre em Guaraqueçaba sem atendimento e
sem ter como tirar de lá rápido e eles não ficam bravos.
— Vai usar marketing contra eles?
— Vou continuar a escrever minhas crônicas e uma coisa que
vou falar, é destes que se dizem ambientalistas, mas são apenas funci-
onários públicos preguiçosos e gordos.
— Eles lhe processam.
— Tenho 13, entrem na fila.
Cristiane sorriu e falou.
— Vi que não sorri, parece doer isto.

431
— Eu apanhava quando sorria de algo em casa, tá no meu in-
consciente, eu sorrir parece que vou apanhar, e sei que ninguém en-
tende.
Ele olha a aura dela e fala ríspido.
— E odeio pena Cris, não ganho nada com isto, por isto não falo,
não quero pena.
Ela vez cara de desculpas e falou.
— Então quer entradas a que nível a partir da instalação dos
equipamentos.
— Estou contando com a entrada da parte de Ouro, a platina es-
tamos vamos receber em créditos internacionais, vou descontar tanto
da ponte quanto das passagens subterrâneas.
— E pelo jeito eles não sabem quem está do lado de cá.
— Cris, quando alguém deposita um milhão de dólares como si-
nal de um contrato, eles não olham a pessoa, eles olham o saldo, pois
poucos no mundo teriam para o deposito, e estamos nos propondo a
oferecer para eles, oitocentos mil dólares em platina dia, eles não tem
um fornecedor que lhes garanta isto, então estamos entrando em mer-
cados que desconheço, mas soube que o dinheiro vai sempre ser em
dólares, independente da economia local, e outro dado, um produtor
russo, quando soube do acordo, pagou uma reportagem mundial fa-
lando que as reservas chinesas e brasileira estavam em queda de pro-
dução, o que fez a comodato da platina subisse dois e meio por cento
da Terça para a Quarta.
— Certo, e como o preço é por comodato, e você não vai forne-
cer ao mercado, pois está quase em um contrato de troca, vai valorizar.
— Sim, embora pareça, eu não tenho como fazer uma obra de
bilhões de dólares, por mais que possa usar de artifícios que o façam,
eu não tenho o bilhão para o fazer.
— Certo, pelo jeito andou fazendo isto?
— As vezes as comparações são irreais, o metro quadrado em
Antonina em media é 30 reais, então eu somei ao município, mais de
um milhão e duzentos mil metros quadrados, que eram baia até dois
dias, se considerar apenas o metro quadrado, seria mais de 36 milhões
de reais, que eles não entendem como foi feito.
— E vai somar mais?
— Se preciso, mas os ambientalistas estão chegando ao local,
como eles não conheciam, eles olham as colocações dos pescadores e

432
não entendem, não teria como ser feito o que eles falam, e pior, não
teria como devolver ao estado anterior.
— E não vai parar por isto.
— Eu não sei ainda o que tenho de fazer Cris, sei que em uma
existência, um dos Pedro que está em minha mente, tem de desenvol-
ver tecnologia, se aliar a tecnologias Fanes, coisas que não entendo,
para proteger o planeta de uma explosão solar, que atravessará o pla-
neta por mais de 100 horas, em outra, uns seres de cristal, que sei ago-
ra existir nesta existência, querem o fim dos humanos, em outra, um
rapaz foi morto, após apresentarem a todos os humanos o existir de
outras existências, mas naquela realidade, eu não sou humano.
— E não fica maluco.
— Eu tento entender o que me parece erros na historia.
— Como o que?
— Pensa, alguns me dizem que os humanos foram criados a se-
melhança dos Fanes para os confundir, mas ai tem um problema técni-
co.
— Qual?
— O primeiro, os Fanes viam auras, eles não se confundiriam
apenas com isto, e tem duas existências de humanos que não temos
Fanes no planeta.
— Você é a ligação das historias Pedro, pois ninguém que eu sai-
ba teve esta experiência, existe uma lenda Fanes, que diz que estamos
na 12ª existência, e que se somos ou não um ser inicial, só descobrimos
aos 22, quando teríamos a experiência das demais vidas em nossa ca-
beça, mas eles não entendem o quanto uma lenda destas pode nos
fazer sentir-se especial até os 22 e confusos a partir dai.
— Acha ser um Inicial?
— Isto não falo lá fora.
— Certo, mas imagino o quanto deve ser confuso isto.
— Sim, dizem que meu irmão de criação, o primeiro, foi morto
nesta existência com poucos dias de vida.
— Dizem por ai que nisto ajudei, mas calma, Peter volta.
— Como sabe?
— Ele ainda não tem ciência de quem é, não entendi isto mas
em uma das existências ele aprendeu a imortalidade, e isto estabelece
a idade dele, genética, o que lhe põem a mais de dois milhões de anos
da data dos 22 anos cronológicos.

433
— Sabe que não é uma boa noticia esta?
— Cris, se eu morrer, morri, vocês sempre voltam, embora não
sei como seria a minha volta, como se diz, em uma das existências sou
um Fanes, e a pergunta se faz lá como se faz aqui, sou um ser especial,
eu acho que não estou na sua historia, mas ele tem a esperança interna
de o ser, e outro ser, tenta mostrar que ele como algo em 72 existên-
cias é algo maior que um ser de criação.
— E acredita nisto?
— Não preciso acreditar em algo que se for real, vivo, se for irre-
al, nem vou considerar.
— Bem realista.
— Olha em volta Cris, olha a cidade, a um mês eu era um meni-
no normal, e a pergunta, se todos a volta, puderem fazer isto, quão
distante do mundo que poderíamos viver estamos?
— Mas acha possível todos conseguirem?
— Netser é o ser que anuncia a nova, seja ela a qual for, seja ela
lida ou aprendida quando for.
— E não tem medo?
— Nunca temi nada, sempre achei que se fosse morrer, morreria
a qualquer momento, não sou alguém que para muito para pensar em
mim, já tem muitos fazendo isto a minha cabeça.
— E espera algo?
— Sim, mas Cris, se tiver amanha por ai, e puder conseguir um
contador Geiger, seria útil.
— Acha que vamos achar algo assim.
— Sim, mas se for real, vamos precisar de um involucro para o
guardar, até conseguir entender.
— Não quer morrer mesmo não a temendo.
— Estar pronto para sofrer não é gostar de sofrer Cris.
— Certo, consigo para você, pelo jeito vai caminhar.
— Sim, mas pode ir, daqui me viro.
Cristiane olha o menino, ele estava dizendo, some, e ela apenas
pensa no que ele iriam fazer.
Cristiane sai, ele começa a desenhar, Cristiane ao carro viu aqui-
lo que parecia uma imagem passar a sua frente, as armações crescen-
do, a imagem como se pessoas as parafusassem, gente a erguer, o
guindaste ao fundo, uma ficção total, uma miragem física, ela estaciona
do lado de fora e fica a olhar.

434
Parecia que um grupo de pessoas estava trabalhando ali, as ve-
zes o som de algo vinha e um senhor para ao lado dela.
— O que vão fazer ai?
— Não entendi, uma destilaria, pelo que entendi.
—Destilaria, coisa de bêbado.
— Sim, mas eles querem transformar o gengibre produzido em
Antonina em um produto de maior valor, aproveitando as safras maio-
res.
Cris olha em volta e olha os dois outros terrenos fazerem o
mesmo, o senhor olha e fala.
— Acha que vão gerar empregos?
— Com certeza.
— Trabalha ai?
— Geóloga das empresa Rosa. – Fala Cristiane lembrando que
quando falava disto, todos pareciam respeitar mais.
— Esta veio investir pesado, a muito não via esta cidade sorrindo
de sua situação.
Cristiane olha o senhor que continua.
— Escolas sendo reformadas, esgoto captado, rios com cara de
rios, ruas iluminadas, arborizadas, olha que agora vem atrair empresas,
a cidade precisa de algo que prenda as pessoas aqui.
Cristiane sorri e se despede.
O senhor ficou a olhar aqueles rapazes que não conhecia, por as
placas na estrutura, fechando entradas, subindo estruturas inteiras de
janelas, e começar a por a todos os lados.
O senhor foi para casa e olha para a esposa.
— Estes constroem como se fosse fácil.
— Falando do que José?
Ele olha pela janela e a estrutura de um predinho de 5 andares
estava sendo revestido por aquelas estruturas prontas, presas a estru-
tura que ergueram antes.
A senhora olha e fala.
— Pelo jeito eles não acabaram ainda.
— Não, os parques ao fundo parecem estar acelerando, falei
com o mestre de obras e ele falou que existia a possibilidade deles
usarem para a próxima novela das 7, mas parece que não vão fazer ali,
então eles começaram a fazer os acabamentos.

435
— Dizem que eles tem algo na região ainda isolada do Tabuleiro,
e vão usar lá.
— Não duvido, tem tantas obras que juro, parece que mudamos
de cidade, mas com todos os vizinhos antigos.
A senhora sorriu.
Pedro olha para a estrutura e para os projetos junto ao morro e
olha o e-mail do ministério dos Transportes, Pedro olha quase incrédu-
los, pois eles tinham linhas de credito para a construção daquilo, Cristi-
ane estava quase na rodovia e para o carro, olha a mensagem e para no
hotel na entrada da cidade.
Pedro liga para Sergio e diz que está indo para lá, ele olha as en-
tradas do dia e olha os terrenos possíveis, e se depara com aquela
imensa plantação de bananas a venda, segura o sorriso dolorido, anota
as terras que tinha interesse, Pedro teve de ler para entender, pois era
uma concessão e teria de arcar com acordos.
Olha os prospectos da CR Almeida e manda para eles um pros-
pecto de mudança de rodovia, tanto para a deles como para a que
surgiria e estabelece que ele faria, eles que escolhem se desviando eles
ou em complemento.
Pedro olha os terrenos e pede permissão ao IBMA, para o colo-
car das vigas de sustentação da rodovia em terrenos da reserva de
Superagüi, da Serra Negra e da Serra do Mar, estabelecendo que na
região seria uma rodovia aérea.
Pedro passa a mensagem para um Senador, sabia que ele tinha
interesse em explorar ferro na região, então entra com pedido de
apoio, risca uma porta na parede e surge na casa no hotel Pedreira,
olha o carro elétrico parado ali e dirige para o outro extremo, e Roseli
olha para ele chegando, alguns arquitetos viram ele e apenas pediu um
momento para os rapazes e fez sinal para Cristiane chegar perto e ela
pergunta.
— O que aconteceu que me parou?
— O ministério dos Transporte nos abriu a concessão de execu-
ção da 101 no estado, com dinheiro do BNDS para implementar, mas
temos de ser rápidos agora.
— Por que? – Sergio.
Pedro alcança uma lista de 78 terrenos para Sergio e fala.
— Para comprar amanha, segunda sai em diário oficial a novida-
de, então a compra é agora.

436
Sergio olha a lista de endereços e pergunta.
— Quanto da rodovia abraça isto?
— Os trechos que não são rodovia, pois parte é Federal, nos vão
conceder acesso para erguer as estruturas, somente isto, terremos
concessão de 100 anos para tocar esta estrada, então nossos netos vão
estar neste dinheiro, dos pedágios em 5 pontos, Cris, vou precisar de
gente fazendo aquele estudo geológico, Roseli, se puder conseguir
apoio, preciso saber qual a dinâmica de solo de toda a região e o im-
pacto sobre a região, sou pelo menor impacto sempre.
— Alguma ideia de como fazer? – Roseli.
— Sim, vocês determinam a região, a especificação de fundação,
e das estruturas, eu como disse para Cris, não tenho bilhões para cons-
truir, mas a nação que será dona do percurso, sendo nossa apenas a
concessão de 100 anos, vai nos liberar recursos para desapropriação e
para financiar a obra.
— Quanto?
— Isto que tenho de saber Roseli, quanto custa para fazer algo
assim.
— E vai encarar.
— Sim, não esqueçam, estaremos ligando o litoral de São Paulo
ao nosso, ligaremos áreas como Guaraqueçaba a nós.
— E quer sem muito impacto? Como? – Roseli.
— Quando você tem um sistema que pode transportar um via-
duto entre duas estruturas, já erguidas, e 45% da rodovia estar suspen-
sa, facilita.
— Vai sair caro. – Roseli.
Pedro olha ela seria e fala.
— Sei que não tem experiência nisto Roseli, nem eu tenho, mas
o governo Federal nos ofereceu uma linha de credito de 12 bilhões de
dólares via BNDS, isto não se fala.
Sergio ao fundo senta.
— Certo, eu compro os terrenos, mas pelo jeito vai querer parte
deste dinheiro.
— Sergio, se eles se propuseram a fornecer isto, sinal que os cus-
tos devem ficar próximos a isto, é preço por quilometro quadrado que
os faz oferecer isto, todo governo quer isto na agenda, uma rodovia
que fique na vista de todos.
— Certo, e teria os pedágios? – Roseli.

437
— Sim, pois temos de manter sistemas de controle, é como a
imigrantes em São Paulo, viadutos requerem gente olhando o tempo
inteiro.
— Vou passar a meu pai, ele já acha que não estou dando o ca-
minho lá.
— Põem o irmão para trabalhar Roseli.
— Certo, vou por, mas pelo jeito a calma é apenas aparente.
— Sim, não esquece que segunda feira, você e Sergio vão a Bra-
sília assinar o aceite da concessão.
— Meu pai vai me perguntar quanto ele vai ganhar com isto?
— Roseli, estaremos em uma concessão de 100 anos, que o valor
de implementação é perto de 12 bilhões de dolares, não sei o que ele
está reclamando, pois quanto vocês tiram por empreitada em Mati-
nhos?
— 30%.
— 12 empreitadas hoje, perto de 300 mil dia, por 15 dias, isto dá
mais de 16 milhões em 15 dias, e ele está reclamando?
Roseli sorri, ela as vezes esquecia que o menino estava atento,
ela correndo.
— O coloco no lugar dele.
— Pergunta se ele quer, se ele não quiser Roseli, temos de regis-
trar amanha uma empresa para a parte Construtora desta empreitada.
— Certo, mas não vou falar de valores.
— Melhor não, pode ser que consigamos construir mais barato.
E talvez não saiba, mas vamos ter uma concessão de uma estrada turís-
tica, abaixo da estrutura entre Garuva e Morretes.
— Vai querer fazer turismo ali?
— Sim, a concessão é do traçado com a rodovia, os terrenos são
para ampliação lateral, mas eles não precisam saber que acredito que
seja mais barato construir usando um pré-molde aéreo.
— Não entendi. – Roseli.
— Se eu tenho espaços entre as vigas iguais, e a parte alta é de
mesma dimensão, em 90% do trajeto, fica mais barato estruturalmente
construir assim.
— E pretende inaugurar quando?
— Quando estiver pronto, mas pede 4 anos de prazo para o tre-
cho inicial, é o que eu propus, com ampliações até a 116 via Cachoeira

438
de Cima, para implementação total em até 10 anos, assim como a es-
trada até Serra Negra.
— E não vai ficar esperando dados técnicos?
— Vou, mas os dados em terra firme, como Garuva, vocês con-
seguem rápido, se Sergio confirmar a compra amanha, começamos
demarcar todas as vigas de instalação entre Garuva e São Leopoldo.
Sergio sorriu e falou.
— Vai transformar o impossível em meio caminho?
— Nada do que fiz é impossível Sergio, apenas precisa de vonta-
de e estrutura.
Pedro se despede deles e foi falar com cada um dos rapazes, al-
guns queriam lhe apresentar os prospectos, ele estava curioso, mas
sabia que não começaria antes da inauguração atual as obras, o se
começasse não seria assim tão fácil de fazer como as anteriores, eles
estariam olhando.
Ele conversa um pouco, o que acalmou os demais e vai a casa e
apenas atravessa para Curitiba.
Pedro liga para Moreira e Roberto olha para ele e pergunta.
— Sumiu?
— As vezes quero relaxar, mas amanha começa uma das guer-
ras, e mantem os rapazes armados mas com as travas ainda armadas.
— Certo, o delegado Siqueira passou por aqui e revirou tudo.
— Tudo?
— Forma de falar, ele nem desconfia daquela parede ao fundo,
mas o que vai fazer que falou em Guerra.
— Tomar a primeira produção de ouro do senhor Geraldo, já que
ninguém em Minas sabe onde fica, tanto aqui como em Ponta Grossa.
— O que pretende com isto?
— Saber qual quantidade sai destes dois pontos para saber
quanto do que temos pode ser considerado nosso.
Roberto viu Joaquim chegar, viu ele olhar o menino, os dois con-
versaram e Joaquim saiu sorrindo e olhou Roberto.
— Achou um patrão bem mais louco que eu, mas este tenho cer-
teza, se conseguir o manter vivo, vai fazer historia.
Pedro vai ao banho, cai a cama, e adormece.

439
Roseli entra nas primeiras horas no escritório
em Curitiba, havia subido de madrugada e olha para
o pai.
— Problemas filha?
— Entender sua posição pai.
— Tem de entender as prioridades da empre-
sa filha.
— Quais, pois que saiba, marketing, dinheiro
e desafios foi o que sempre me atraiu aqui.
O senhor Roberto olha a filha, ele estava
pressionando por parecer não gostar do menino, ela
fechara algo que ele não o faria, estava vendo os
lucros e parecia ainda descontente.
— Tem de entender que uma criança daquelas não pode gerir o
futuro filha.
— Pai, a pergunta é seria, vou lhe dar até o fim do dia para pen-
sar, pois tiramos em 15 dias o que não ganhamos o ano passado intei-
ro, e se for para sair agora, saímos agora, não depois.
— Não disse para sair.
— Mas induz a isto pai, e se acha que não devo aceitar algo por-
que está pesado a empresa sua, não comporta, fala, pois aquela crian-
ça, como disse, pretende construir algumas coisas, e se toda vez que eu
tocar algo, o senhor for contra, tenho de pensar se vou tocar a minha
vida ou a sua pai.
Roberto pai olha a filha, ela estava lhe dando retorno, mas pare-
cia ainda na certeza de que a filha estaria ali sempre.
— Tem de entender filha.
— O que?
A forma que ela olhou ele o fez duvidar, mas ele não recuaria,
ele sempre teve este defeito.
— Que somos uma empresa familiar filha, que aquele menino
não tem berço, ele é parte da contravenção da cidade, ele não tem
nem tamanho para ser seu sócio, e o pai dele é violento, e ele não vai
estar ali muito tempo.
— E o que propõem pai?
— Está seria, mas é que sei que ele lhe tirou o chão, mas temos
compromissos para o próximo ano.

440
— Temos? – Roseli.
— Não posso negar que a propaganda nos colocou em projetos
inovadores na cidade, mas preciso de você aqui.
— Quer que largue lá apenas por isto pai?
— Tem de entender...
— Pai, não sei o que lhe faz não querer, mas se eu sair de lá, os
prédios que você falou foi propaganda, não estão prontos, vamos
abandonar e arcar com a propaganda negativa?
— Apenas lhe alertando que não temos como aumentar a estru-
tura no litoral, você já desviou 80% para lá, preciso tirar alguns de lá, e
tenho de assumir os contratos que assinei aqui.
Roseli não queria deixar a empresa, mas era o caminho que se
apresentava a sua frente e fala.
— Tenho de pensar nisto pai.
— Ele não é um parceiro para a vida filha.
— Não está pensando pai, e não me abriu o que aconteceu, e
espero que não esteja apostando o dinheiro que ele nos fez ganhar,
com aqueles amiguinhos que apostaram a vida da criança, pois ai pai,
merece lhe deixar sozinho ai.
— Sabe o motivo, pensei que não sabia.
— Nem animais irracionais, envenenam suas própria comidas
pai, não entendo, ele lhe proporcionando um crescimento e pensando
em ganhar um trocado.
— Não é um trocado filha.
Roseli sai e fala.
— Então começa a trabalhar pai, se já pode apostar a vida de
pessoas, volta a trabalhar, pois disto não faço parte.
O senhor olha a filha lhe olhar serio.
— Mas filha...
— Se ele morrer pai, eu nem lhe dirijo mais a palavra, pois gente
de bem não aposta em morte de crianças para ganhar dinheiro, então
não me interessa mais o que quer, eu deixo sua empresa hoje, amanha
não estarei na sua parceria com o menino, tenho de pensar.
Roseli sai batendo a porta e Roberto olha para o filho a porta.
— Não sei o que falou pai, mas ela ficou sem ter como reagir,
ouvi só o fim, ela não foge fácil da briga.
Roberto pai olha para o filho e fala.
— Vou precisar de você aqui filho.

441
— Sabe que não tenho o dom de ficar fazendo projetos, acho
que aprendi com o senhor a boa vida pai, mas o que aconteceu?
— Vou precisar saber como estamos no litoral.
— Não disse que estava abandonando aquilo?
— Sua irmã que conseguiu isto e parece ter desistido.
Roberto olha para fora e pensa na burrada que fez, não na apos-
ta, e sim ter falado que apostou, ele não achava errado matar o gado,
mas agora olhava para fora sem saber como enfrentar.
Roseli precisava conversar e não sabia com quem, senta-se na
lanchonete a uma quadra da empresa e olha aquela moça entrar, qua-
se não reconheceu, estava irritada, pede um café e tremia.
— Quer desabafar, parece nervosa Roseli.
Roseli olha para Kelly e fala.
— Querendo desaparecer, acabo de largar da pior forma um
emprego, de uma empresa que nunca me registrou, a do meu pai.
— Brigou com seu pai, quer desabafar?
— Preciso pensar, não tenho como falar o problema, mas... –
Roseli olha a moça e pergunta – ...se formou?
— Sim, ainda desempregada.
— Quer me ajudar a erguer uma Construtora Kelly.
— Não tenho dinheiro.
— Kelly, eu estava prestes a colocar a RR ao nível da CR Almeida,
e meu pai se mostra como não gosto.
— O que ele fez que lhe irritou?
— Apostou um dinheiro que não é dele, e espero que ele não
ganhe a aposta.
— E porque eu?
— É quem está neste momento a minha frente, mas o que falar
não quero você falando nem com o mano.
— Seu irmão não me procura, ele acha que sou só diversão.
— Tem algo a fazer agora?
— Não.
— Deixa eu encontrar um menino antes dele sair para a aula.
Kelly não entendeu, mas Roseli estava pensando, e não parecia
ainda entender como enfrentar.
Pedro estava já com o café tomado quando olha Roseli parar na
parte baixa, pensa em problemas, mas não tão cedo.

442
Ele faz sinal para ela subir, estranho saber o nome da moça ao
lado antes mesmo de a ver de perto, pois alguém a mente falou.
Pedro põem um café a mais para fazer, iria atrasar, ou não.
Roseli olha o menino e fala.
— Preciso falar Pedro.
— Fala.
— Acabo de sair da RR.
— Motivos?
— Meu pai, continua contra nossa parceria, e por um motivo
que não quero falar.
— Certo, não iria falar disto com você mesmo, mas o que quer
fazer Roseli.
— Tenho de montar uma empresa, para assinar a parceria na se-
gunda, e não sei como montar algo.
— A RR continua a fazer as obras no litoral?
— Não sei, são terceirizados, que não foram estabelecidos por
contrato, você falou contrata, colocou o dinheiro na conta, não está no
papel Pedro, sabe disto.
— Papeis atrapalham, mas acha que consegue montar uma
construtora para ontem?
— Preciso de uma cede.
— Roseli, a casa que eu vivo em Matinhos, está no seu nome e
de Sergio, usa um nome que estava pesquisando e está disponível,
simples como “Ponto”, livre para registro e exato para algo que vende
Pontos, estabelece ligação entre pontos, e levanta Pontos comerciais
ou industriais.
Roseli sorri e anota.
— Verdade, esqueço que você não colocou nada em seu nome,
mas acha que conseguimos?
— Quer começar como, pequena, media ou grande?
— Pequena não dá para iniciar o que falou ontem.
Pedro abre o computador e fala.
— Vamos fazer o seguinte então, eu transfiro para sua conta
bancaria o valor dos próximos 3 dias, você monta uma construtora,
coloca o valor como patrimônio, sociedade anônima, depois vou querer
aquele um terço em um contrato de gaveta.
— Certo, mas tem como fazer assim? – Roseli.
Pedro transfere e ela olha o aviso de deposito e fala.

443
— Sabia da aposta?
— Sempre espero pessoas racionais, mas ainda não entendi
quem pode parar esta aposta.
— Vou montar a empresa, acha que temos como fazer?
— Estou pensando em propor ao Cecílio, 20% da parceria, ele
entra com isto em capital.
— Vai virar sócio de outra construtora.
— Eu não, você e Sergio, não esquece, vocês são a estrutura da
construtora.
— E já falou com o senhor Cecílio?
— Só por correspondência eletrônica, mas lhe passo o telefone
dele e liga para ele depois de montada a empresa, estava pensando
neles apenas por um motivo.
— Qual?
— Temos de passar sobre a rodovia 277, é concessão deles, eles
estando na nossa concessão os faz não ter motivos para nos emperrar
ali. Se ele entrar com 35% da concessão da 277 é perto dos 20% da
nossa.
— Certo, um motivo real, mas se ele não topar.
— As pontes sobre a rodovia deles, serão imensas, e de qualquer
forma, eles vão receber via Morretes nosso fluxo.
— Nos falamos a tarde?
— Sim.
Roseli sai dali, Pedro pega a mochila e atravessa para o banheiro
do colégio, senão iria atrasar, isto o tirou da mira de alguns.
Roberto recebe o recado que já está no colégio.
Kelly olha Roseli e pergunta.
— Leva a serio aquela criança?
— Sim, conhece alguém que tenha capacidade de transferir 3
milhões de reais assim, como se fosse trocado?
Kelly olha descrente e ouve.
— Quer ser minha sócia em 5% em uma construtora Kelly.
— Porque eu?
— Porque está aqui, e uma construtora para ser uma Sociedade
Anônima precisa de dois sócios iniciais.
— E vai me ter como sócia em 5% sem entrar com nada?
— Desconto aos poucos sua sociedade.

444
As duas saíram e foram ao cartório, lavrar uma sociedade, ela
coloca os dados se Sergio, e pega o telefone e liga para Cecílio.
— Senhor Almeida?
— Quem?
— Roseli Paz.
— Fala menina, não entendi a ideia, parece algo tão simples que
não consigo considerar.
— Segunda sai a concessão da construção e direito de explora-
ção da BR101 entre Garuva e Peruíbe, e gostaríamos de ter a CR Almei-
da em parceria neste empreendimento em 20%.
— Sabe que terei de dar em participação na minha empresa par-
te dos recebíveis.
— Como estão as contas senhor?
— Não nos metendo em encrencas politicas, nos gerou um bom
caixa.
— Aceitamos negociar senhor, mas deve entender porque da
maior parte do investimento.
— Não entendi.
— Não precisamos de 20% da sua empresa, mas se nos der 35%
da concessão da 277, já daria o volume de investimento.
— Não quer problemas no transpor de projetos, seria isto?
— Sim.
— Seu pai está de acordo menina?
— Senhor, a concessão sai para minha empresa, não do meu pai,
ele não queria a concessão, e uma concessão como foi aprovada, meus
netos estarão neste dinheiro.
— Vão firmar por quanto, 25 anos iniciais?
— 100 anos.
Cecílio se ajeita a cadeira e fala.
— Passa aqui e fechamos o acordo menina, pelo jeito surge uma
nova construtora.
— Sim, uma sociedade anônima, de nome Ponto, nome simples,
ideias complexas.
Roseli olha para Kelly e pergunta.
— Tem vontade de trabalhar?
— Problemas?
— Tenho uma parceria da RR por uma obra, e meu irmão e meu
pai não entendem da proposta, e preciso de alguém lá.

445
— Mas...
— Kelly, se vamos ter de terminar algo, que tenha uma enge-
nheira lá para que eu converse.
— Você é sócia da Rosa?
— Sim, 33% dela é minha, meu pai não sabe disto.
— E não teria como largar e ele pelo jeito da conversa apostou
contra vocês.
— A aposta foi mais feia, mas não quero falar disto.
— Certo, e como faço?
— Eu vou propor, se ele topar ou não, vai ser apenas entre vo-
cês.
Roseli pega o telefone e liga para o irmão.
— Podemos conversar mano?
— O pai quer que assuma sua parte, não tenho noção daquilo.
— Sei disto, mas não quero ele falindo, mas teria algo contra eu
indicar alguém e você propor ao pai?
— Não entendi.
— Precisamos de alguém lá Roberto, que queria trabalhar, pois
não quero deixar os contratos minguarem por besteira.
— Não entendi a briga mana.
— Pensa em uma parceria que firmamos com a Rosa, lhe gerar
15 milhões de reais em 15 dias, e você ir ao cassino ilegal da cidade e
apostar na morte do menino por trás da Rosa Construtora, o ganho é 2
milhões de reais, não entendo uma ganancia por dois, jogando uma
parceria apenas no inicio, que pode nos rendeu mais de 15 milhões
mano.
— Sabe que as vezes eles apostam sem nem olhar no que, ape-
nas depois do prospecto de apostas.
— Eu ganhei este dinheiro, e não gosto do que ele fez, não sou
de duas caras mano.
— Certo, você ganhou o dinheiro, entendi a briga, o que quer?
— Se ele topar indica Kelly, eu falo com ela se ele topar, pois não
quero ela lá por uma sedução sua, eu quero ela lá pra trabalhar mano.
— Já me podando as asas mana?
— Sim, temos prédios sérios para levantar e o prospecto para
Guaratuba era para ganhar outros 15, mas acho que ele vai querer
terminar apenas os que iniciou, confirmando os 15 na conta.
— Ele falou em 12 projetos na capital.

446
— Sei disto, mas o bruto disto nos dá no fim dos contratos, me-
nos de 12 milhões a nossa parte, e tem construção que vai demorar 3
anos para ficar pronta.
— E porque ele não quer a parceria sobre Guaratuba?
— Não foi firmada ainda, e ele acredita na morte do menino, ele
apostou nela mano.
— E se ele tiver razão.
— Ele vai descobrir porque pulei fora antes da hora.
— Certo, vi você falar que não vai falar mais com ele se o meni-
no morrer, é serio.
— Se ele acha que os amigos apostarem em uma morte é certo,
sem ver o alvo, nós podemos ser o próximo mano, soube que eles es-
tabeleceram o alvo e logo após que o pai do menino não participaria,
gente assim, temos de manter longe, e não gostaria de saber que meu
pai apostou na minha morte ou de meu irmão.
— Ele não apostaria.
— Verdade, os organizadores não deixariam ele apostar, não
quer dizer, não querem, é dizer-se falsos moralistas.
— Eu proponho para ele e lhe ligo, mas porque ela?
— Alguém que teria como conversar, mas isto ele não precisa
saber.
— Esta envolvida com aquele Sergio?
— Se tiver ou não, não lhe diz respeito mano.
Roberto filho achou que era uma confirmação.
Kelly olha para Roseli e pergunta.
— E qual o salário que ele poderia me pagar.
— Tenta não perder a indicação Kelly.
— Certo, mas seu irmão vai querer algo.
— Não entendo como vocês se envolveram, mas não vou me
meter Kelly no pessoal, e o trabalho é grande para o ano que vem.
— Se envolveu com alguém?
— Não ainda.
Roseli estava pensando em uma coisa e todos em outra, ela foi a
empresa de Cecílio deixando Kelly em casa.
Sergio em Matinhos, Guaratuba, Antonina, Guaraqueçaba, Ca-
naneia, em uma manha que ele usou o helicóptero de um amigo, fez 80
compras, e sabia que o menino o passou o que queria no dia anterior,

447
não entendia, o menino no começo não parecia ter tanto, mas não
conversara sobre isto.
Moreira chega a uma clareira na serra do mar, acesso por São
Jose dos Pinhais, Roberto dando cobertura a estrada, e desarmam os
rapazes, e o administrador olha para Moreira.
— Acha que nos toma o ponto rapaz?
— Calma senhor.
Moreira olha os rapazes e olha para aquele laboratório de pro-
cessamento de ouro e sorri, olha para o rapaz e fala.
— Acha que a produção se mantem quanto tempo?
— O veio vai aprofundando.
— Tem de considerar apenas uma coisa, sou Moreira.
— Rodrigues.
— Senhor, me falaram que um grupo havia tomado o ponto do
senhor Geraldo e ele me ligou, ele deve estar com algum erro de in-
formação, ele disse que dois pontos não passaram o ouro do dia a 4
dias, e como ele não sabia qual deles, parece não poder ligar da Euro-
pa, alguém o está monitorando, mandou um grupo pequeno passar em
cada ponto, pedimos apenas a compreensão.
— Nos assustaram.
— Desculpa, mas não tínhamos como saber antes.
— Não entendi o problema dele?
— Alguém da CIA apontou as contas dele para bloquear e Parte
da Policia Federal, começou uma operação para o prender, e todos
aqueles cabides se fizeram de cegos, ele pegou o avião com a sobrinha
neta e se mandou para a Europa, como ele não poderia ligar para al-
guém do sistema, ele nos colocou apenas para verificar.
— Ouvi de alguns que ele havia morrido.
— O senhor Geraldo quer saber quem o traiu, isto que ele está
tentando verificar de lá, mas se aqui está redondo, melhor.
Moreira fotografa o sistema de purificação e confirma no fim do
dia o sair das barras, 150 delas por dia, dali estava saindo mais da me-
tade da entrada dia de Geraldo.
— E vão pelo jeito dar segurança? – O senhor.
— Sim, se alguém está nos dividindo, temos de nos proteger, e
sei que se não entrasse tomando, vocês não nos abririam o caminho, é
questão de ter certeza.
— Acha que o senhor Geraldo volta quando?

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— Não sei, mas acha que dura quanto aqui?
— Não mais de um ano.
Gerson olha o senhor, ele estava mentindo, mas quando perto
do meio dia e meio, após comer no restaurante o menino surgiu no
caminho fez o senhor olhar o menino.
— Este dai era um dos inimigos do senhor Geraldo.
— Ele está jurado de morte senhor, mas não preciso falar isto
para a criança.
O senhor sorriu e olhou o menino olhar Moreira.
— O que temos aqui Moreira?
— Saem daqui 150 barras dia.
Pedro olha o sistema no fundo e olha para o senhor.
— E quanto se estrai por dia?
— Não dou serviço a concorrência.
Pedro olha o senhor e fala.
— Senhor Rodrigues, talvez não saiba, mas eu pago seu salario a
mais de uma semana, mas não sou concorrência, e desculpa, odeio
jogar dinheiro pela janela.
— Não entendi.
— Senhor, acho que seu salario é baixo, e que tudo a volta, po-
deria ser mais profissional, mas é que não dá para brigar com quem
não sabe o que podemos fornecer.
— Porque diz que está pagando meu salario.
— Isto é algo que Moreira vai saber agora senhor, todos que
tentaram me matar, morreram, e não é minha culpa se eles morreram,
só me defendi.
— E vai tomar nossa mina.
— Quer sair Rodrigues? – A forma que Pedro falou, fez Rodri-
gues lembrar do senhor Geraldo, ninguém saia.
— Não disse isto menino.
— Então vamos fazer o seguinte, vamos levantar as divisas deste
terreno, vou por um sistema de controle, e desculpa se não confiar nos
seus, mas uma mina desta deveria estar gerando perto de 180 e está
gerando só 150.
— Tem de entender que as vezes não sai os 150, tem dia que sai
mais de 300.

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Pedro olha aquela esteira que vem de dentro da rocha jogando
muita pedra naquela encosta, eles não estavam nem ai se iriam destru-
ir tudo para baixo.
Pedro pensa no problema e fala.
— Vamos começar a vender esta pedra como brita, e vamos pa-
rar de ameaçar a encosta, isto está ficando visível por satélite. – Mente
Pedro.
— Pelo jeito chamamos muita atenção.
— Sim, mas vão tocar três entradas destas Rodrigues, não quero
gente me roubando, mas quero gente ganhando bem melhor.
— E vai impor assim?
— Tem duas chances, ficar ou sair Rodrigues.
— E me deixaria sair.
— Uma pergunta Rodrigues, alguma vez viu alguém sair de uma
mina, se ela não estivesse totalmente explorada?
— Não.
— E porque não?
— Pois acaba falando de mais.
— Quer sair sem mão, sem língua e olhos, sai.
Moreira sorriu, o senhor olha o menino e fala.
— Sei das regras, mas vai roubar o senhor Geraldo, não sabe o
quanto a mão dele é pesada.
Pedro olha o senhor e fala.
— Lembra, a minha mão é mais pesada, pois Geraldo não está
mais aqui, mas como digo, a escolha é de cada um, as entregas vão
mudar, e não pensa que é para mal.
— Não entendi.
— Acaba de sair a venda oficial disto senhor Rodrigues, então
vendendo metade, ganho mais do que vendendo o todo.
— Não entendi.
— Sei disto, mas vamos retirar diariamente a mesma quantida-
de, mas somente metade está vendida, a outra metade, esperando, e
sem desvios senhor Rodrigues, se souber que um de vocês anda desvi-
ando, o grupo todo sofre.
Pedro sai e Moreira fala.
— Este menino é bem mais difícil que o pai dele.
— Quem é o menino, que respeita ele?

450
— Neto do General Rosa, esta definição é melhor do que filho de
Gerson Rosa.
— E o respeita?
— Pensa, ele está vendendo oficialmente, o ouro, tira mais com
metade pagando impostos do que o senhor Geraldo tirava com o todo.
— Mas como?
— Ele tem mais medo de ficar na mão da polícia e dos corruptos
do que vender e pagar impostos.
— Geraldo fala que pagar imposto é jogar dinheiro no lixo.
— De qualquer forma é jogar no lixo, mas se assim sobra mais na
conta, porque não escolher este lado.
Os rapazes se posicionam e Moreira olha o menino ao longe,
chega de carro a ele e pergunta.
— Quer uma carona?
Pedro entra e fala.
— Moreira, este senhor que se faz de inocente ali, já matou mais
gente que você, e todos, na covardia, toma cuidado.
— Métodos Geraldo.
— Sim, contrata, paga, mas como ninguém sai da mina por um
ano, ele os mata no fim e fica com o dinheiro.
— E contrata outros?
— Sempre tem desocupado por ai.
— E o que vai fazer?
— Não confio em alguém a ponto de por ali a tocar, mas não
gosto deste método.
— Certo, quer algo diferente, mas mandou interferir.
— Moreira, o senhor Geraldo recebia daquela mina, pelas 150
barras dia, 750 mil reais, se eu vendendo para a caixa 75 delas, metade,
a caixa me paga um milhão e duzentos mil reais, pagando os 28% de
imposto, 922 mil reais legais, por metade do ouro, por isto interferi-
mos.
Moreira olha Pedro e fala.
— Então o senhor ali ganha trocado.
— Ele gosta do que faz, matar gente é diversão para ele.
— Entendi a urgência, estava saindo divisas e nem entrando o
montante aceitável estava.
— Se me pagarem 12 e trezentos na ilegalidade vendo, no di-
nheiro.

451
— Certo, pelo jeito estavam pagando pouco.
— Muito pouco, um terço do preço, sobre isto se pagava propi-
na, pois a ilegalidade nos joga nela.
— E como conseguiu a venda?
— Estou fechando outras duas vendas, pois a Caixa não tem co-
mo me comprar tudo, mas mercado para o ouro no mundo é algo que
cresce todo dia, todo ano.
— E anda sem segurança?
— Eles morrem para cobrir minhas costas, deixa eles vivos por
enquanto.
— E quanto pretende ganhar por ano naquela mina.
— O problema é que ela gera mais de oitocentos milhões ano,
mas a caixa nos compra metade, e outros 28% fica com a união.
— Quanto é os 28% de imposto?
— Se vender tudo, mais de 200 milhões ano.
— E não tem medo de pagar tudo isto?
— Moreira, o problema é que no final, vou pagar com todos os
impostos, quase o que Geraldo tirava, mas a diferença, vai me sobrar
duas vezes o que ele ganhava, mas com fonte, com motivos para eles
defenderem eu estar aqui, pois o governo gosta de quem paga impos-
to.
Pedro vai até o apartamento e sobe, Moreira vê ele subir e olha
Roberto.
— Não entendi a ideia total, mas ele está querendo tomar as
duas extrações de ouro de Geraldo no estado.
— Moreira, ele pensava que saia perto de 30 ou 40 barras dia
dali, sai mais da metade do que Geraldo recebe em suas contas, então
ele pode ter esgotado os locais em Minas.
— E porque ele quer vender oficialmente.
— Digamos que ele sabe onde tem ouro Moreira, eu não sei,
mas ele anda por ai, sempre com uma geóloga ao lado, ou aquela Cris,
ou aquela Patrícia, então ele não quer resultados fáceis, e no meio
disto, na segunda vão anunciar que o governo liberou a construção da
BR 101 no Paraná, investimento a partir do BNDS de 12 bilhões neste
empreendimento, pago pelos investidores e construtores para o go-
verno a juros por quase 20 anos.
— O que o menino tem haver com isto?

452
— Abre os olhos Moreira, o menino está o puxando para dentro,
porque não sei, mas ele tem seus motivos.
Pedro surge na casa ao fundo da empresa de Conhaque em Ma-
tinhos e olha para fora, sai pela porta e os rapazes começavam a tirar
os tapumes da quadra, ele olha para a fachada e o local do nome da
empresa ainda estava vazio, olha os três prédios, olha para a rua, eles
estavam colocando ali as mudas de arvores a rua, ele olha os rapazes
trocando os focos, olha para a cobertura, ele concertaria o projeto,
caminha no sentido do projeto do hotel junto a montanha, caminha e
olha o pessoa a rua olhando e alguns colocando instalações elétricas na
chácara ao fundo, onde no fundo tinha um quadrado grande onde os
quartos davam para o centro dele, uma varanda a toda volta, um can-
teiro de flores e um chafariz ao centro.
A casa principal ao centro, e aqueles 3 conjuntos de quartos a
volta, a volta o celeiro ao fundo, a criação de frangos, os cabritos, as
ovelhas, uma plantação de milho sendo plantada, as mudas de menos
de meio palmo, ao fundo um lago, e toda a estrutura de uma fazenda
produtiva, com divisão de hospedes.
Pedro caminha até o que era o Motel Rosa, ele olha o mesmo,
naquela cor Rosa, ele sorri da ideia cafona, mas ninguém iria chamar
aquele lugar de outra coisa, seria o Motel Rosa.
Pedro olha para a entrada bem ao fundo da parte da cidade sub-
terrânea e olha para o carro da Globo parando na entrada do Hotel, viu
os senhores entrarem, um caminhão de maquinário entrar, ele não
queria ver, ele não queria discutir, e pelo jeito era parte do que eles
queriam.
Pedro olha para aquele terreno cercado ao fundo, ele chega lá e
senta-se ao canto e desenha o buraco, desenha os pedaços de rocha ao
chão saírem e se disporem em estrados ao fundo, ele senta e começa a
ajeitar o segundo ponto para os funcionários, ele queria algo que desse
para começar e não queria adiar inaugurações se os demais não usari-
am.
Pedro passa na divisão do parque temático, ele queria algo ba-
seado em um mundo diferente, a ideia era um RPG antigo, mas ele
queria transformar a ideia em uma historia, com guerras onde pudesse
ter brinquedos que expressassem aquela historia.
Ele estava antecipando coisas, ele agora teria parte das coisas
que precisava, para começar a calçar tanto a prainha como Caieiras.

453
Pedro confirma a compra de alguns terrenos, olha para a mon-
tanha onde Rodes lhe apresentara o projeto da águia, ele sorri e come-
ça a desenhar o isolar do lugar, ele olha a montanha e ali uma caverna
começa a surgir e ele chega ao centro daquela montanha, olha para
cima, desenha um buraco e as somas de placas de granito somavam-se
a estrados a entrada.
Pedro sente o meio, sente o corpo e começa flutuar, ele chega a
parte alta, olha para o descampado que ninguém via ainda, e começa a
fazer a armação do que seria um elevador, quem olhasse, poucos olha-
vam, veria seres colocando um andaime a toda volta do centro do mor-
ro, algo que fazia um imenso quadrado, que subia lentamente com
aqueles seres imaginários colocando, ele chega a base do elevador e
começa a descer.
Pedro pede para Roseli passar um recado ao senhor Rodes, e sai
dali.
Pedro surge na sua casa e olha para Renata olhando pela janela.
— Me esperando?
Ela salta de susto a entrada e olha para ele desconfiada.
— Como faz isto?
— A mãe está onde?
— Acho que hoje é dia de contratar os cozinheiros.
— Ela vai estar cansada em 40 dias.
— Sim, vai falar com ela?
— No fim do dia, mas e dai, vai tomar jeito mana?
— Não.
— Quer ficar na janela pelo jeito.
— Não.
— Então tenta, não quero escândalos antes da inauguração.
— Certo, esqueço que este Pedro Rosa é um empresário.
Pedro olha meio estranho e ela fala.
— Vamos fazer o que?
— Estou esperando o Rodes sair no sentido do terreno que vão
construir, e vamos lá.
Renata olha o irmão subir e abrir o cofre, ela sabia que aquele
cofre não estava ali, ele pega um cristal e fala.
— Tem de entender Renata, quer algo, pede, mas tem de estar
pronta para ouvir um não.
— E se não receber um não.

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— Espero que tenha pensado antes de pedir.
— Certo, mas pelo jeito vai trabalhar?
— Sim, aula agora somente na segunda.
Pedro vai ao carro elétrico e Renata senta-se ao lado e vão ao
hotel na baia, Pedro olha a mãe e fala.
— Boa tarde.
— Apareceu, sabe que a mudança de ares ajuda a continuar.
— Maria, posso fazer uma critica?
— Sim.
— Tem de aprender a fazer os demais correrem, você contratou
12 gerentes, me explique porque está contratando cozinheiros?
— Quero o projeto perfeito.
— E os demais estão fazendo o que?
— Estruturando os locais, se ambientando, descobrindo o que
cada um vai realmente fazer.
— Se for chato demais releva mãe.
— Você construiu algo incrível.
— Vou tentar não brigar muito hoje.
— E acha que consegue?
— Quando no fim do dia, todos quiserem falar comigo, vou me
esconder.
— Roseli chegou a pouco com um senhor, Sergio um pouco an-
tes, este alugou um helicóptero hoje.
— Ele deve ter pensado na urgência, isto é bom.
— Bom.
— Mãe, o anuncio da segunda, vai tirar os olhos de nós, por dois
ou três dias.
— Só por 3 dias?
— Sim, mas no fim do dia vou tentar falar com o prefeito de Pa-
ranaguá, toda vez que tento falar eles me olham e algo errado aconte-
ce.
— Ou o certo?
— Ou o certo!
Pedro olha para o local agora com flores, com veleiros, com car-
ros elétricos, estava bonito.
— Este ficou bom. – Pedro.
— Lindo. – Renata.
Pedro olha para Maria e fala.

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— Vou a tirar um pouco da janela, ela tem estudado mãe?
— Ela nunca foi de estudar muito.
— Teremos de mudar isto. – Pedro olhando Renata que faz uma
cara de que não iria não.
Pedro olha o carro e volta pelo caminho e chega no hotel dentro
da pedreira e olha para Roseli.
— Boa Tarde.
— Boa tarde, Pedro Rosa, este é Cecílio. – Roseli apresentando o
senhor ao lado.
— Prazer. – Pedro.
— A criança que dizem estar por trás disto tudo.
— Eu sou apenas a criança senhor, Roseli tem feito um trabalho
muito bom, Sergio aquisições lindas como esta, e agora vamos a uma
aventura de 100 anos.
— Sabe a proposta?
— Um conglomerado se propôs a fazer, alguém em Brasília ava-
liou quanto valia isto e entrou com o prospecto de empréstimo do
BNDS, acho exagerado ainda.
— Obras assim tem alguns empecilhos que geram os problemas.
— Senhor, minha duvida é referente a se colocamos duas praças
de pedágio no sair da nossa linha de rodovias para a 277.
— Acha que eles pagariam?
— Acho que tenho de analisar custos, e pode não parecer se-
nhor, mas um investimento de dois bilhões eu teria como encarar, um
de 12, ainda preciso de entradas de capital.
— Certo, é investimento pesado, mesmo com um empréstimo
tem de o pagar.
— Sim, mas tendemos os dois a ter mais cargas, pois a Rosa
Transporte está prestes a construir seu primeiro porto.
— Não entendi a ideia.
— Senhor, eu pretendo apostar em minhas ideias, mas eu pre-
tendo com o tempo ter um porto pequeno em Santos, um na Baia de
Guanabara, um em Porto Alegre, pois minha aposta é diferente da dos
demais.
— Qual seria.
— Eu preciso trazer pó de alumínio do Pará, não preciso de
imensos cargueiros para isto, dois por semana é suficiente, mas não é
transporte internacional, é interno, assim como os produtos a base de

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alumínio que faremos em Paranaguá, se colocar em contêiner, e dispor
em barcos menores, eu consigo sair de Antonina e entregar em todos
os portos do Brasil com um único navio, mais de 4 mil contêiner. Isto
em caminhão me daria uma fortuna em transporte.
— Esta pensando em distribuição interna, e não externa.
— Sim.
O senhor sorriu e perguntou.
— E onde vai fazer o porto em Antonina.
— Criamos um terreno de um milhão de metros quadrados a les-
te do município, os ambientalistas não viram ainda, mas se olhar o
ponto onde atravessamos com a rodovia por cima da baia, daquele
ponto até o fim do município a Leste, teremos um porto.
— Pensando em incrementar exportações também?
— Sim, teremos cais para 6 super cargueiros juntos.
— Então terá o maior porto de contêiner do país.
— Não sei se do país, mas dentro do que pretendo e posso.
— E vai querer acelerar a construção deste empreendimento?
— Sim.
Pedro olha Sergio chegar e lhe esticar os prospectos de terrenos
e olha para o conjunto de obras e sorri.
— Comprando terras? – Cecílio.
— Terei uma fabrica de bala de banana.
O senhor sorriu e olha os documentos e fala.
— Investindo pelo jeito ainda pouco.
— Sim. – Pedro sem entrar em detalhes, mas a ideia era comprar
barato.
Pedro olha os pontos e fala.
— Cris passou algo?
— Está nos pontos, mas não entendi ainda o que pretende, ela
está lhe esperando em Caieiras, com um contador Geiger. - Roseli.
—Maluca. – Pedro forçando um sorriso sem graça.
Pedro sente o celular e atende.
— Boa tarde.
— Sobrinho, pode falar.
— Fala tio. – Se referindo ao Tio Avô.
— Alguém em Brasília gostou da ideia, mas o prefeito local está
irredutível.

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— Tio, se o prefeito de Guaratuba não estivesse irredutível não
teria o desviado, sabe disto.
— Eles autorizaram a ampliação do aeroporto, lhe passo os limi-
tes.
— Obrigado tio, sabe se o porto sai?
— Sim, eles estão lá em manobra para o prefeito saber quem
manda ali, cara arrogante.
Pedro se despediu e desligou.
Pedro olha para Sergio e fala.
— A aeronáutica aprovou nosso aeroporto em Guaratuba.
— E o porto sai? – Sergio.
Pedro olha em volta e fala baixo.
— Ainda é segredo Sergio, pensa se eles soubessem antecipa-
damente do porto em Antonina.
O senhor sorriu e falou.
— Mas tem chance?
— Os estudos por si aprovam ele, mas a Marinha não tendo o
dinheiro para o fazer, vai aprovar na segunda o estudo e passar para
aprovação do ministro, talvez na terça ele assine e começamos.
— Certo, pelo jeito vai contornar os problemas.
— Sim, a ponte ainda tem de ser aprovada, o secretario de obras
do estado quer garantias, eu quase ri, quando li, e sabe quanto sou
difícil de rir Sergio.
— Gente querendo dinheiro.
— Sempre digo, se a politica atrapalha, extorque e ainda tem fó-
rum especial para os julgar, este país deixa de ser democrático para ser
fascista.
Cecílio olha o menino e fala.
— As vezes eles nos tentam enredar, o ficar fora é ganhar me-
nos, mas não estar no escândalo do dia em Brasília.
Pedro sorri e olha para Sergio.
— Desculpa a pressa, mas tenho de falar com alguém em Caiei-
ras.
— Vai, vim conhecer o lugar que todos falam não existir, e agora
sei, ele existe, e sei que foi você que projetou isto menino. – Fala o
senhor.
Pedro o olha com um brilho no olhar, se despede e sai.
Cecílio olha para Roseli e pergunta.

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— Como pode existir uma criança firme assim?
Roseli não respondeu, mas olha o menino sair e sorri.
Pedro olha para Sergio e fala.
— Se no fim de tudo, tudo der errado, pelo menos terei tentado.
— Você parece as vezes ter duvida.
— Lógico, tenho só 13 anos. – Pedro serio.
Sergio sorriu e falou.
— Ela pode ouvir o que vamos falar?
— Se eu morrer, ela é minha única herdeira, irmã gêmea Sergio.
— Sério?
— Sim. Cuida direito dela, não deixa ela pular pela janela Sergio.
— Não brinca.
Pedro chega a praia e Cristiane estava com um grupo, 10 siste-
mas e olha para o menino.
— Veio?
— Achou algo?
— Dois rastros.
— Precisamos de roupas seguras? – Pedro.
— Indico aqueles trajes leves de alumínio, todos estão usando, o
pessoal ao longe está estranhando.
Pedro olha o padre e fala.
— As vezes as pessoas duvidam do que olham.
— O prefeito deve chegar daqui a pouco ai.
— Deixa um destes contador comigo e marca o lugar de um dos
pontos, e deixa o teatro comigo Cris.
— O outro está em meio a mata, subindo o morro.
— Demarca, se foram dois, seria complicado.
Pedro olha para o Padre, somente ele via.
— Mas era apenas um. – O padre.
— Podem ter enterrado o crânio em um lugar e o corpo em ou-
tro Cris.
— Verdade, falou que era um.
— Sim, mas poderia ter um oculto, não esquece.
— Sim, o barco deu defeito.
O pessoal começa a busca e Pedro olha para o carro chegando
ao fundo, nele o prefeito olha para o menino, dois fiscais, dois policiais
em outro veiculo, caminham até ele.
— Acha que pode tomar a minha cidade?

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Pedro olha o senhor e fala.
— A sua não, a do povo, também não, mas tudo bem prefeito?
— Me contornou e cercou tudo aqui.
— Seus fiscais são ignorantes, mas tudo bem, eles em momento
algum perguntaram porque isolamos, e nem o senhor, mas se olhar em
volta, é apenas o isolar.
O prefeito olha Pedro.
— E vai tirar tudo quando?
— Quando o exercito vier verificar o que está acontecendo, acha
mesmo senhor que ser ignorante com generais é ganho em algo.
— Não gosto dos militares, o regime foi terrível com os que não
apoiavam o que eles queriam.
— Me diga um estado socialista, senhor prefeito de pseudo es-
querda, já que acha que a cidade é sua, e vive de multa, isto não é soci-
alismo, mas qual estado de esquerda que respeitou a vida dos demais,
eles tomaram casas, bens, mataram quem poderia ser contra eles, o
seu comunismo matou toda a policia, exercito e políticos na Polônia
para a transformar em socialista, e nem eram revolucionários, eram
pais de família, quer falar alto, fala, mas é falácia.
— Tem de parar.
— Não vai mesmo perguntar o que estamos fazendo, paro, mas
você e o rapaz ali da policia vai assinar e quando alguém morrer, você
vai responder pela morte prefeito.
O prefeito faz sinal para o policial e Pedro apenas deixa o apare-
lho ligado e toca o peito, olha a irmã ao longe e se afasta.
Toca o peito de novo e fala de longe.
— Recomendava por uma roupa protetora prefeito, pois não sa-
bemos o que tem ai em baixo, mas é radioativo! – Pedro gritando a
praia saindo ao longe.
O prefeito olha o aparelho indicando a radioatividade e olha o
menino e fala.
— Acha que acredito.
Pedro se afasta e o policial chega perto e fala.
— É serio prefeito, talvez isto explique o isolar do lugar. – O poli-
cial militar que foi arrastado para lá pelo prefeito.
— Não acredito nisto.
O policial olha para o fiscal e fala.
— O que falou que o exercito falou?

460
A forma do prefeito encarar o fiscal foi para não falar.
— Que estavam verificando a queda de algo radioativo nesta
praia, a alguns dias.
— Caído? – O policial.
— Eles não entraram em detalhes.
Um policial olha outro e fala.
— Vamos sair prefeito.
— Mas...
— Radioatividade senhor, mata, esteriliza, cria anomalias, se é
isto que eles estão fazendo, não entendi toda esta agressividade, o que
fez errado prefeito. – O policial.
— Eu não fiz nada errado.
— Quer isolar a cidade, o que fez.
Pedro que dera a volta na proteção fala.
— Ele está fazendo vistas grossas a exploração de ouro na reser-
va federal, uma criança policial, capitalista em um partido socialista, as
vezes dou graças de não ter de votar.
— E o que tem ai?
— Vamos sinalizar, o exercito vai tirar, não tenho nada haver
com coisas que nem se vê da parte dos hotéis, mas o prefeito deve
estar preocupado.
— Porque mente.
— Senhor Prefeito, a informação que tive de Minas, fala que
ninguém sabe se Geraldo está vivo, morto ou em lua de mel com a
sobrinha neta em Paris.
O prefeito olha para Pedro.
— E quem é você?
— Apenas o neto do general de Brasília que você xingou no tele-
fone senhor.
O militar ao fundo riu e falou.
— E não explicou para ele nada pelo jeito.
— Policial, se alguém falar, neto do General Rosa de Brasília, o
que você diria?
— Que não queremos problemas.
— Agora pensa num pseudo socialista filhinho de funcionários
públicos que nunca fez nada além de politica, falar merda para ele,
imagina o quanto ele levantou da ficha dele em 30 segundos.
— E vão sinalizar?

461
— Não temos certeza de ser os dois pontos apenas, parece que
algo caiu junto aos restos do Vapor, pois ali também tem radiação.
— E vão isolar.
— Eu vou tomar a cidade, e se o prefeito me recusar qualquer
coisa, eu processo ele civilmente, não politicamente por discriminação,
não quero a prefeitura me pagando, e sim ele, pessoa, ele acha que a
cidade é dele, e se diz socialista.
— Não entende de politica menino. – O prefeito.
— E nem você, não sei quem comprou para se eleger, mas ou is-
to subiu depois a cabeça, ou tá com as contas recheadas de dinheiro do
senhor Geraldo, se for isto, não se preocupe, vai sair, ficar sem um
centavo e vamos pedir sua prisão, não somos cumplices de ladrões de
reservas federais, pois está em uma reserva federal, então prefeito,
não vou perguntar, mas toda vez que fizer algo, vai ter troco, soube
que o governador lhe ligou referente a uma ponte que a cidade pede a
mais de 50 anos, e disse que não estava nas prioridades do município,
então tenho de lhe informar senhor prefeito, aquela praia, do lado de
lá, é parte da sua prefeitura.
— Não acredito em milagres.
— Certo, eu tentei, depois que se afundar, não me culpe, você
está inflado por ter virado prefeito, mas prefeitos duram no máximo
dois mandatos, e eu tenho apenas 13 anos, viverei para ver muitos
prefeitos da cidade.
Pedro desliga o localizador Geiger e fala.
— Vamos isolar apenas os pontos, deve entender porque polici-
al.
— Sim, pelo jeito algo estranho acontece aqui.
— Sim. – Pedro sem entrar em detalhes.
Ele se afasta e passa o braço no da irmã e vão no sentido do
morro e sobem, olham Cristiane suando naquela veste, eles faziam um
buraco e Pedro apenas olha o lugar e ajoelha no lugar, ele toca o chão
e se vê aquilo abaixo de duas arvores, Cristiane olha os demais e fala.
— Se afastem um pouco.
A terra começa a ficar bem seca e escorrer para baixo e aquelas
peças de cristal, parecem brilhar ao chão, os olhos sobre aquele cristal
amarelado em forma de ossos fez os demais chegarem perto, mas o
contador Geiger começa a apitar mais alto e Cristiane olha dois deles e
fala.

462
— Verifica aquela caixa isolada.
Dois rapazes desceram e um olha o menino e pergunta.
— Como faz isto?
— Respiras como?
— Não entendi.
— O seu corpo separa o oxigênio dos demais elementos do ar e
usa apenas ele, através de pequenas descargas elétricas, a terra tem
uma pequena gama de metais, eles em si separam-se com os metais e
tiram o oxido deles, o que os torna sais bem finos, e isto escorre como
agua de tão finos.
— Mas você não deu um choque no chão.
Pedro virou as palmas sujas da mão para o rapaz e fala.
— Quer tentar respirar depois de um choque destes?
Cristiane sorriu, pois o menino estava mentindo, sua aura falava
isto, mas os ossos visíveis deixou o caminho fácil.
— Sabe o problema? – Cristiane.
— Sim, dois quadris, são no mínimo dois.
— Sim.
— Estão falando que é um esqueleto? – Renata.
— Quem é a moça?
— Minha irmã. – Pedro com cara de poucos amigos.
Os rapazes trouxeram a caixa, Cristiane pega uma luva, um capa-
cete e começa a por naquela caixa de metal os ossos, um a um, cada
um deles, duas ossadas inteiras sem as cabeças.
— Sinistro. – Fala Pedro.
Cristiane sorri e fala.
— E descobre um segredo em horas, não faz um dia ainda.
— Saber procurar, perguntar, falar, pedir, dá nisto.
Ela tira todos os pedaços, calmamente, e quando o contador
Geiger já não apitava, eles começam a sair com aquela caixa, descendo
a encosta íngreme, ao longe a policia olhava e o policial olha para eles e
fala ao fiscal.
— Tenta acalmar o prefeito, eles pelo jeito descobriram algo, e
obvio, todos falam deste menino, mas pensa, se ele tem costas quentes
em Brasília, o que se pode esperar é pressão para ele avançar.
— Não entendi o desespero do prefeito.
— Nem eu, ele parecia mesmo com medo de que alguém olhas-
se algo, e não pareceu ser o que o menino falou.

463
Pedro chega a praia e os rapazes trazem o carro e estacionam de
ré e colocam a primeira caixa.
— Acha que ele falou a verdade?
— Pode ter sido que alguém fez algo errado em Brasília, e está
mandando uma criança limpar para não chamar a atenção.
Pedro chega a areia, estava toda cercada, ele toca o chão, o ra-
paz olha o local abrir, como se escorrendo aos lados e ali estava um dos
crânios.
Pedro olha para o espirito e pergunta.
— Era este?
O espirito do padre se afasta de costas e fala.
— Este é uma fêmea.
Pedro olha para Cristiane e fala.
— Este é de uma moça, sinal que tínhamos um casal aqui.
— Falou com quem? – O rapaz.
— O guardião do segredo. – Pedro.
— Certo, mas o que é isto, uma cabeça enterrada destas deveria
ser um achado arqueológico.
— Os Iblys são um segredo que é melhor manter entre poucos,
não acha menino? – Cristiane.
— Sim, uma coisa que nunca soube, se eles ressuscitavam mes-
mo ou os demais sumiam com seus ossos para não ficar a prova da
existência de um ser diferente entre nós.
— Não entendi. – O rapaz.
— O ser que alguns chamam de Cristo, era um Iblys. – Pedro.
— E o que eles são, alienígenas?
— Todos somos alienígenas.
— Discordo. – O rapaz.
— Certo, pensa, para você provar que existem outros planetas
habitáveis terá de chegar lá, e lá você é oque?
— Está falando neste sentido?
— Sim, que o abrir da caixa de conhecimentos dos anjos, se de-
parara, que a mais de 100 anos uma nova foi anunciada, e a nova era,
não estamos sós, e os demais não são pacíficos.
— E ninguém narrou? – O rapaz.
— Nisto que estava pensando, mas a 100 anos atrás, não é muita
coisa em tempo, mas se alguém mostrasse este esqueleto, se falaria, é
esqueleto de um bruxo ou de um demônio, então de alguma forma

464
fomos preparados para a mudança, mesmo que os narradores tenham
sido enforcados e não transmitido as novas.
Cristiane pega o crânio e o coloca em duas partes, mandíbula e
crânio na caixa.
Os dois rapazes fecham e ela pergunta.
— Onde estaria o outro.
— Ali vamos ter de ser rápidos.
— Certo.
Pedro sai da proteção, os dois rapazes olham para ele indo no
sentido dos restos da embarcação.
— O que ele vai fazer?
Pedro pega o aparelho, o liga e começa a andar no sentido da
embarcação, os policiais olham o menino e o mar a volta recuar e ficam
a olhar espantados, o dono do restaurante olha assustado.
Pedro olha quando deu sinal de que era ali, ele toca o chão, a
agua do chão recua, a areia corre e mostra 6 ossadas, e aquele crânio,
eles tiram o crânio e olham as ossadas ainda protegidos pela pele dos
corpos, como se estivessem conservados, os rapazes põem a caixa no
carro e um olha para Cristiane.
— Sabe que não deveríamos mexer.
— Olha os corpos Rafael.
O rapaz olha e Pedro sai a caminhar e chega aos policiais.
— Poderiam chamar alguém do IML.
— Não entendi.
— Tem seis corpos, parecem ser antigos, mas estão secos ao
chão, mas teríamos de os tirar dali, não sei se teria algo melhor na ci-
dade que o IML.
O policial chega perto e olha os corpos, secos naquele buraco,
nos restos da embarcação.
Ele passa um radio e o IML chega ao local e retiram os corpos
mumificados de 6 pessoas da embarcação.
Pedro fotografa e passa sua crônica para os Jornais, e com a
imagem alguns que estavam sem noticias de sábado, viram aquilo co-
mo uma noticia de capa.
Pedro começa a ir para a margem e quando ele se afastou, a
agua volta ao local.
O rapaz de nome Rafael para ao seu lado e pergunta.
— O que é você?

465
— Pode parecer impossível, mas eu sou Pedro Rosa.
— O dos hotéis?
Pedro olha para ele e fala.
— Sim.
A noticia da descoberta dos corpos chega em Curitiba pelas fotos
e narrativa de Pedro na crônica, os demais olham aquilo e ligam para
confirmar e um repórter que estava terminando a reportagem da noite
sobre o investimento em Matinhos vai ao IML do município ao lado e
entrevista os médicos, a imagem toma o jornal estadual e depois o
nacional, e a imagem passa como pólvora nos meios de comunicação.
Pedro volta a Matinhos com Cristiane e a irmã, Sergio e aquele
Rafael.
— O que foi aquilo Pedro. – Cristiane.
— A radioatividade, pode matar suas células, mas proíbe tam-
bém que outros seres se desenvolvam, então eles não apodreceram,
secaram em sal, conservados em sal. – Pedro.
Cristiane olha para o cristal da cabeça e fala.
— Uma prova de existência que eu até ver duvidava.
— Temos de ter outro cofre para guardar isto Cris.
— Pelo jeito o prefeito vai ficar mais irritado.
— Sim, ele não queria gente olhando para a cidade e começa a
encher de gente.
Pedro olha o chamado para o Globo Repórter e Cristiane olha as
imagens dos hotéis, e olha para os atores no novo hotel e o repórter
fala.
“— Este é um empréstimo dos Hotéis Rosa em Matinhos para a
nova produção da novela das 19 horas, com uma cachoeira de 50 me-
tros, dentro do visual, criação da Marta Ventura, novela sobre os mun-
dos diferentes a cada quarto, “Quartos Iguais, Vidas Diferentes”.
Renata olha o irmão e fala.
— Acho que agora vai virar famoso.
— Toda vez que falo que sou Pedro Rosa, vejo a decepção nos
olhares, apenas será mais decepção.
Cristiane olha Pedro e pergunta.
— Acha que qual é o segredo disto.
Pedro olha todos e fala.
— Sabem que não se fala o que virem aqui dentro?

466
Todos estranham, Pedro pega um papel alumino e estica na me-
sa ao fundo, olha para Cristiane e fala.
— Atrás da linha de preferencia.
Pedro passa o dedo no ar e uma linha se faz e ela sorri.
— E acha perigoso?
Pedro coloca a luva, coloca o capacete, e faz um gesto com a
mão e todos viram um vidro surgir entre eles e Pedro, Rafael olha Cris-
tiane e pergunta.
— Não me explicou o que ele é?
— Ele não sabe.
Renata olha os dois falando de seu irmão, mas aquele vidro os
isolando era algo que ela não entendera.
Pedro pega o cristal que pegara antes no cofre, todos viram ele
apertar ele a mão o que era um cristal disforme translucido virou um
uniforme próximo a uma bola, ele põem a mesa, pega os ossos de um
dos seres e coloca a mesa com calma, dispôs de cada osso e toca o
esqueleto de carbono prensado translucido amarelado, e todos veem
ele pegar o cristal que pegara antes e coloca na altura do que seria o
coração, ouviram o primeiro bater daquele cristal, um agudo forte.
Pedro olha um tecido branco surgir a toda volta do corpo e o ser
parece se mexer a mesa.
Pedro se afasta um pouco e olha o ser sentar-se, ele não tinha
olhos ainda, mas tinha um tecido fino, branco a toda volta do corpo.
— Bem vindo. – Pedro.
O ser parece procurar o som e emite um agudo, os vidros ester-
nos da casa racham, mas o a parede se mantem e ele olha os demais e
fala algo difícil de entender.
— Quem é você? – Linguagem dos Angelicais.
Um dos seus eu, traduziu e falou.
— Não sei se entende Português, mas sou Pedro Rosa.
— E o que você é, pois tem uma aura forte mas azulada.
— Esta pergunta que me faço o tempo inteiro.
— Mas qual a sua origem.
— Moroi por mãe, Netser por pai.
— A inversão perigosa. – O ser naquele português estranho.
— Inversão? – Pedro.

467
— A mãe tem de lhe trazer o dom, e o pai os pesos, mas ser um
Moroi é um peso, e um Netser um dom, então tens uma inversão de
pesos, mas não explicaria a aura.
— O que faziam abandonados a embarcação.
— Eles tiraram minha cabeça, como sinal do Poder de Deus, mas
me colocaram com os escravos, sei que mato os próximos, e pelo jeito
entende disto, se isolou.
— Eles?
— Os animais que falavam sua língua.
— Eles já morreram, pois parecem ter se encantado com seus
ossos.
— E pelo jeito quer saber da historia.
— Quero saber o que um Iblys fazia ali.
— Tens informação, tens ciência de quem é, vai dizer que vai
trazer uma nova.
— Vocês proibiram a segunda nova, sou a terceira.
— Qual?
— Sabe que não sei, sou uma criança ainda.
— Sabe que está me dando condições de me reerguer, e não
posso deixar alguém contar a verdade sobre nós.
Aquele deboche nos lábios de Pedro deixaram o ser a frente in-
trigado.
— Duvida de mim? – O ser.
— Eu não sei o que você quer, mas a minha pergunta é o que fa-
zia ali abandonado, e desculpa, se matar alguém que não sabe sua
função ali, é sua função, não tens função mais.
— Somos o sinal de Deus no mundo, um dos controles.
Pedro estranha pois o ser olha para as costas de Pedro, que não
olhou, mas o ser olha para Pedro e fala.
— Faltou com a verdade.
— Eu disse que não sei toda a verdade ainda para faltar com ela,
mas pelo jeito tem mais coisas ai a me falar.
— Tens um protetor que me fez calar-me.
— Iria mentir, eu sabia que mentia, vocês escondem suas auras,
para mentir, e segundo um ser que nem sei onde está, disse que todo
ser que tem aura, é mortal, mesmo os de aura imortais.
— Isto é um absurdo.

468
O ser fala isto e Pedro sente todos olharem para suas costas mas
não se virou, o ser olha quem estava as costas de Pedro, era algo me-
nor que ele, pois se olhava para baixo, todo olharam o ser, e Pedro
ouve.
— E como sabia disto, ele não fala.
— Se acha seu falar agudo, o dele, seria destruir toda lateral do
prédio ao lado. – Pedro.
— E como sabe.
— Sabendo, mas o que fazia aqui a anos Iblys? - Pedro.
— Nos divertindo com o fim de pessoas que se acham especiais.
– O ser sorrindo com a musculação dos dentes amarelos cristalinos em
formação.
— Quer tentar me destruir. – Pedro encarando o ser, tentando
segurar seus instintos mais violentos, tentando uma saída que pelo
jeito não lhe era parte.
— Ainda estou fraco para isto.
— Pelo jeito acharam uma forma de os deter.
— Nós lideramos os seres de cristal, sinto o desafio iniciado.
Nem os Fanes dão conta deste desafio.
Pedro pensa na possibilidade.
— Acho que não entendo disto para enfrentar, mas como dizem,
os cegos sentem o que não precisa de luz, os surdos, ouvem o que não
precisa de som para existir, e o acaso tem um poder incrível a quem
não controla quase nada.
Pedro sente os olhos voltarem para ele e o ser se levanta, Pedro
viu que o ser tinha mais de dois de trinta, ele sente o ser o erguer pelo
pescoço e olhar para ele pelo capacete.
— Sabe que posso ser mortal?
O ser tira o capacete de Pedro, e Pedro fala.
— Acha que sou inimigo a altura ser sem nome.
— Todos os nomes que me deram não me definem.
Pedro olha o ser começar a ter dentes afiados, ele range os den-
tes e fala.
— Não vão o defender?
— Eles sabem que você não pode comigo. – Pedro sente o ser
apertar sua cabeça com a outra mão e fala.
— Talvez sem cabeça pare de falar besteira.
Pedro sacode a cabeça negativamente.

469
— Acha que não vou retomar o que era meu, que não vou me
vingar mais e mais, e recomeçar o que paramos naqueles dias, que
tenho de descobrir quando foi.
Pedro encosta no peito e sente a aura desintegrar o tecido bran-
co a frente e cai de pé, o ser volta a ser apenas ossos de cristal, pega a
cabeça e separa de lado, coloca o capacete de novo e sacode negati-
vamente colocando os ossos na caixa novamente.
Pedro faz um gesto com a mão e o vidro afunda no chão, pega o
cristal ao chão, o coloca no bolso, o rapaz fica olhando para o chão
tentando ver para onde o vidro havia ido e olha Pedro que sai e fala.
— Preciso de um momento.
Cristiane olha ele chegar do lado de fora, e respirar fundo, Sergio
olha ela e pergunta.
— O que foi isto?
Cristiane não tinha todas as certezas, olhava o menino pelo vidro
e fala.
— Sergio, o que vimos aqui, por séculos muitos duvidaram, a
existência dos Iblys, seres que se dizem o controle, mas eles uma vez
determinados um fim, eles se posicionam neste caminho até o fim.
Pedro sente Renata o abraçar e falar.
— As vezes me assusta.
— As vezes tenho medo. – Pedro.
— Cuido de você.
Pedro não falou nada, as vezes ele entrava em campo e tentava
ser forte, mas no seu interior enfrentava seus medos, e foi difícil segu-
rar o Moroi dentro dele, não queria as pessoas olhando ele como ano-
malia.
Pedro procurava inteligência e achava violência, ele achava ser
um caminho de conhecimento e se depara com a realidade, eles são
apenas controle.
Pedro olha a irmã e fala.
— Sei que todos esperam algo grande de mim, e as vezes me
sinto perdido, sei que não eram meus sentimentos, mas o toque daqui-
lo me fez ter raiva, ódios, ele queria que me mostrasse como meu mai-
or peso, seres feitos para enfrentar a força, mas incapazes de amar de
verdade.
— Mas o derrotou.
— Não, tem mais deles por ai.

470
— E como enfrentamos?
“Boa Pergunta!” Alguém a mente de Pedro, que olha em volta e
fala.
— Mana, uma coisa que não sei fazer, estes seres fazem, tentar
infectar tudo que tocam, mas tenho de considerar que algo não mo-
derno, do século passado, os deteve, tenho de descobrir o que.
— E como vai descobrir?
— Não entendo esta historia, mas tem haver com o mar, sal,
provavelmente isto.
— Não entendi.
— Sei disto, mas aqueles ossos, são radioativos, mesmo anos
após expostos ao mar, então eles em si são a emissão, tem algo neles
além do carbono, vou ter de pensar.
Renata olha o irmão e pergunta.
— Mas está melhor?
Ele faz que sim com a cabeça e volta para dentro e olha para Ra-
fael e fala.
— Tem de entender que o que viu aqui não se fala lá fora rapaz,
é sua vida que estará em jogo.
— O que é aquilo.
— Alguns chamavam de Anjos do Fim do Mundo, outros de alie-
nígenas do passado, outros de Iblys.
— Cada versão da historia depende da origem do povo. – Cristi-
ane olhando Rafael.
— E o que era aquele menino de asas que surgiu as suas costas,
o ser pareceu o temer.
— Não sei, não olhei ele. – Pedro – mas tive certezas que não
consigo entender, e sei que tenho neste instante mais dúvidas do que
antes.
— Isto é ruim. – Renata.
— Não, isto é bom. – Pedro respondendo a afirmação de Renata
com outra afirmativa, já que agora tinha perguntas que não tinha an-
tes, era um caminho.
Sergio olha o menino e pergunta.
— O que faremos?
— Sergio, tenho de descobrir o que o Prefeito de Guaratuba tem
contra nós, isto não faz sentido, ele parece nos querer parar a qualquer
custo.

471
— Verifico se alguém sabe algo, mas desconfia de algo.
— Pensei que era dinheiro de Geraldo na conta, mas quando fa-
lei isto, ele ficou menos tenso, como se sua aura me dissesse, ele não
sabe do que tenho medo.
— Certo, tento descobrir.
Cristiane olha os ossos e pergunta.
— O que fazemos com isto.
— Tinta a base de chumbo, e ossos bem distantes das cabeças,
não quero isto se erguendo de novo.
— Acha que se ergueria sem a pedra que tem ao bolso.
— Não sei. – Pedro sorri e fala – tenho de saber mais sobre estes
seres, tudo que pergunto a mim não me gera a resposta, e preciso sa-
ber, o que traria a vida estes ossos, existe um coração naquela praia
ainda, se existe, onde, pois nisto está o problema, eles separaram os-
sos, cabeça e coração, mas como achamos o coração.
— Porque acha que está ai a resposta? – Cristiane.
— Pensando nos Maias, uma lenda, apenas isto, eles se erguiam
de 25 em 25 anos, mas seus ossos não eram de cristal e sim de ouro,
mas o que os levanta é ainda um mistério para mim, mas o que aconte-
ceria se um povo destes enfrentasse um com ossos flexíveis, pois o
cálcio é estável e o cristal mais estável, mas ouro é maleável.
— Tentando adivinhar? – Cristiane.
— Não, jogando conversa fora, mas que planeta é este, com ta-
manha diversidade de vida.
— O dos imortais. – Cristiane.
— Verdade, o planeta dos imortais, com seres mortais a superfí-
cie, como seria o enfrentamento de um cristal contra um imortal, pois
o que podemos ter é um cruzamento, não um ser original.
— Acha que podemos ter algo híbrido. – Cristiane.
— Algo como eu, diziam impossível, mas ele falou em já foi inici-
ado o enfrentamento do cristal, mas temos de considerar que tudo que
sabemos, é teórico, não real sobre estes seres.
— Certo, vou isolar, acha que devemos mudar de lugar?
— Sim, aqueles agudos quase quebraram o vidro.
— Tem um lugar para por isto? – Cristiane olhando Pedro.
— Sim, mas vamos mandar isto para o cofre em Curitiba.
— Certo, consigo isto, mas acha que é seguro?

472
— Não, mas tínhamos de saber o perigo, se não visse ele se le-
vantar, acharia que era um medo bobo, mas viu com eu Cris, ele se
levanta, então o que eles fizeram, foi separar o ser de seu coração,
como é que temos de saber.
— Acha que os enganaram?
— Não, eles provavelmente tentaram jogar com algo, e alguém
tomou o poder para ele.
— E uma guerra se fez por isto.
— Uma chacina, que não parecia ter sentido até agora.
— Certo, quer saber a verdade.
— Sim.
Cristiane olha para ele e fala.
— Vou pensar em algo, mas tem de arriscar menos menino.
— Tenho de avançar, e não entendo porque, mas se já começou,
estamos vendo eles se posicionar a mais de século e não fazendo nada.
— E acha que teríamos como vencer?
— Acho que isto é inerente a humanos, achamos uma forma,
nem que algo pareça cruel, enfrentamos, e sabemos que no caminho
ficam crianças mortas, e não paramos por isto.
— Certo, as vezes vemos a genialidade destes seres de carbono.
– Cristiane sorrindo para Pedro.
Pedro a encara e olha sem saber sorrir, e fala.
— Tem coisas que nos fazem se posicionar, vou ter de aprender
mais, para avançar um pouco.
Pedro olha para Sergio e fala.
— Marcou com o prefeito em Paranaguá?
— Sim, ele disse que tem de saber qual a pretensão, pois está fa-
lando em criar uma cidade em anexo a dele para 25 mil imóveis.
— Que mal tem em fazer um empreendimento que me custa um
bilhão para erguer e posso vender por 3 e meio.
Os dois saem de carro e Pedro olha que Sergio pegou no sentido
de Alexandra, ele marcara na obra, o parar do carro de Sergio fez o
prefeito e dois rapazes ao lado virem no sentido dele.
— Olha que pensei que era falácia que fariam algo assim.
— Boa noite prefeito. – Sergio o apertando a mão.
O prefeito olha a criança sair do carro e pergunta.
— Filho?
— A lenda.

473
— Não entendi. – O prefeito.
— Pedro Rosa em pessoa poucos viram senhor.
— Mas é uma criança.
— É dele o dinheiro que está erguendo isto senhor.
Pedro olha as auras de descrença, olha em volta e vê aquela me-
nina chegando ao fundo e lhe olhar.
— Perdida por aqui Pietra?
— Sentindo o meio, parece que sentir magia nesta Terra me traz
a você.
— As vezes é bom ver gente diferente, este pessoal é chato.
A conversa em inglês fez os demais olharem o menino e a meni-
na e o prefeito perguntar.
— Quem é a menina?
— Não sei ainda.
— Ele fala inglês? – O assessor.
— Inglês, um pouco de Castelhano e chinês, pelo que sei.
— E qual a ideia aqui Sergio, você que entrou em contato.
— As más línguas falam que o nosso instalar aqui, fez Brasília
pensar no projeto da BR 101 no Paraná, e sai na segunda o liberar da
concessão da estrada.
— E vão tirar parte do peso dos nossos portos?
— Crescer é gerar peso prefeito, mas a ideia é do lado de cá, ter
um porto de turismo.
— E porque do porto?
— Estamos gerando nesta área uma região atrativa para os de-
mais turisticamente falando, e quando ver a reportagem da noite, en-
tenderá que vamos tentar atrair turistas.
— Mas falam em pouco mais de dois mil pessoas que vocês vão
atrair.
— Prefeito, isto lá, bem no fundo, para a Baia, temos três hotéis,
cada qual para mil quartos.
— E acha que o investimento se paga? Me parece pouco.
— Ele não quer receber uma fortuna pelo empreendimento, ele
quer ganhar no todo, então obvio, parece um projeto fácil senhor, mas
requer parcerias que estamos fechando agora, sei que quando falamos
em 25 mil imóveis, as pessoas as vezes não entendem, assim como
quando se fala em 5 mil quartos, se está falando em 15 mil pessoas, 25
mil famílias, podendo chegar a mais de 100 mil pessoas, assim como os

474
quartos, não se está falando em 5 mil, está se falando em no mínimo
10 mil turistas, isto gera sempre a necessidade das parcerias, pois te-
mos uma cidade a mais que surgirá aqui.
— Parcerias? – Secretario.
— Com mercados locais, com restaurantes locais, com muitos
serviços locais.
— Acha que virão?
— Já entraram?
— O acesso de carro está fechado ainda.
— De carro ainda não é seguro senhor, estamos colocando os
encanamentos, então tem buraco para todo lado.
— E o que é aquilo do outro lado do canal.
— O novo porto de Antonina, para contêiner.
— Vão por algo grande ali.
— 10 dos grandes por vez, é a capacidade máxima.
— E pelo jeito estão tentando revolucionar o lugar, mas acha
que alguém virá para o lado de um porto?
— Senhor, se não vierem, não erguemos todos os prédios, é um
projeto para ir erguendo de prédio a prédio, não foi lançado ainda, mas
quando for, vamos ter corretoras no país inteiro vendendo, acho um
projeto corajoso, independente, sei que gera fluxo onde não existia
antes, mas é que parte do fluxo antigo perde sentido em quantidades
imensas como esta.
— E o menino quer algo?
— Passamos os prospectos, ele sempre diz que se não o atrapa-
lharem ele faz melhor e mais rápido.
O prefeito olha o assessor que fala.
— Mas fala em ampliação sobre áreas de preservação, sabem o
problema disto?
— Sabemos, mas a pergunta, se olharem este complexo, vai ter
a capacidade de população de Paranaguá, mas ocupa 10% do espaço lá,
falam em preservação e deixam as periferias crescerem matando tudo,
pessoas com fome e sem emprego, precisam de lenha, gente ocupada
e em moradias precisam de gás industrializado, para o meio a volta, é
mais saudável, por mais que se fale o contrario.
— E o pedido da liberação do aeroporto mais a saída da cidade.
– O prefeito.

475
— O atual não temos como ampliar prefeito, se liberarmos aque-
la região do aeroporto para um grande parque publico, acho o indica-
do.
— Acha que a aeronáutica aprovaria? – O prefeito.
— Acredito que sim, o ampliar do de Guaratuba era mais com-
plicado e aprovaram.
— Querem dois aeroportos na região? – Prefeito.
— Sim, queremos nos ligar ao mundo senhor, se a BR 101 sair,
os turistas passarão por aqui, antes de ir a Santa Catarina, estamos
isolados, mas tem todo um estudo de impacto, e estamos tentando
melhorar as infra estruturas antes de tudo.
— Tem um prospecto para a cidade, como o fizeram em Mati-
nhos? – O prefeito olhando o menino se despedir da menina e começar
a chegar a eles.
Pedro aperta a mão do prefeito e fala.
— Desculpa, me distrai com aqueles olhos verdes.
— Boa noite, perguntava para Sergio se ele teria algo para a ci-
dade a nível do que fizeram em Matinhos.
— Senhor, Matinhos é uma cidade turística, então se eu montar
10 empresas lá, eu consigo emprego para toda uma população, o
mesmo não acontece em Paranaguá, estamos estabelecendo o come-
ço, cada passo a sua vez, mas é que quando me veem, as pessoas recu-
am, eu entendo, eu me olho no espelho todo dia.
Pedro pega a mochila inseparável e tira um projeto e fala.
— O problema prefeito, é que no meu entender, o fluxo de ca-
minhões determina o que tem valor ou não na sua cidade, então a meu
ver, o controlar disto faz parte do inicio de um projeto na cidade,
quando desviarmos o contêiner para Antonina sem passar pela cidade
em si, foi para não destruir uma historia central, mas a pergunta, toda a
estrutura seria bem vinda ate aqui?
O prefeito olha o assessor e fala.
— Não tenho objeções.
— Senhor, se vamos construir um aeroporto externo ao proble-
ma, desviamos o trafico de caminhões neste caminho, gerando uma
rodovia paralela que sai de Alexandra e chega aos portos, hoje um local
vazio, mas que desvia inicialmente o fluxo de coisas, do centro, sei que
muitos que falam mal da rodovia, quando não verem os motoristas ali
comprando, vão mudar o discurso, mas com o desvio, a BR vira Avenida

476
Central, o antigo Aeroporto, Parque Municipal, e empreendimentos
imobiliários, acredito que o porto de Paranaguá poderia crescer, tanto
para a baia quanto para fora dela, mas sempre temos o impacto ambi-
ental, mas é uma escolha senhor, vivermos bem e com isto criarmos
crianças com senso ecológico ou protegermos a natureza sem isto e um
dia, tudo explodir sobre os mangues e reservas.
— Acha que teria como crescer para onde?
— Para partes que dizem ser mangue, parte que poderia surgir
do nada, a região do porto de Antonina não fazia parte da cidade Pre-
feito, era mar, a terra que vê lá é areia que teríamos de tirar dali de
qualquer forma, usamos como base e compactada vai servir de estru-
tura do porto.
— E acha que teríamos como ir em que sentido.
Pedro coloca um projeto e fala.
— Isto é ainda pré projeto, mas se me aprovarem isto, temos
como asfaltar toda a cidade, estruturar toda a rede básica de ensino e
de esgoto, calçar a cidade e mudar a cara da cidade senhor.
O prefeito olha o projeto e pergunta.
— O que faria o porto ser tão grande?
— Senhor, comercio local por navio é parte do projeto, fabricas
de produtos realmente tecnológicos, e teríamos um porto de contêi-
ner, não de granel, este seria interno.
— E quanto isto somaria a cidade?
— Senhor, os prospectos é para proteger a cidade, ela parar de ir
para os mangues internos, desenvolve e mesmos não ultrapassando
duas vezes a população atual, produziria mais em produtos que o esta-
do inteiro do Paraná.
Sergio sorriu, isto sim era pretensão.
— E se deixarem se instala.
— Sim, não se precisa dizer temos vagas, não teremos, teremos
empresas que terão poucos funcionários, mas que pagara bem, produ-
zirá bem.
— E com desvio ao porto toda a estrutura de caminhões?
— Senhor, eu não tenho ainda dinheiro para ter uma ferrovia,
mas meu caminho vai me levar a isto.
— Pouca pretensão.
— Sim, segunda Sergio e Roseli, meus parceiros nesta ideia, jun-
to com Cecílio da CR Almeida assinam o contrato de concessão da BR

477
101 em Brasília, eu vou puxar uma linha de trem no mesmo sentido,
projetar algo assim é parte do nosso projeto, e se estiver ali vou usar,
nem que para transportar pessoas de Garuva a Paranaguá.
— E pelo jeito quer apoio, sabe do peso?
— Prefeito, os que lhe geram peso contra, não se elegem, eles
são os chatos gordos em projetos de prevenção local, comprando pro-
dutos da China que destruiu seus mangues, é fácil pregar prevenção
local e pobreza local sendo funcionário publico.
— E vai no sentido da industrialização?
— Prefeito, no complexo do porto de Antonina, teremos a maior
refinadora de Alumínio do mundo, eles não sabem disto ainda, então
vamos tanto reciclar alumínio ali como produzir.
— Abrindo espaço para novas empresas locais.
— Empresas de tecnologia alta, salários altos, pouca gente se-
nhor, não quero encher o lugar, eles nem precisam ver as industrias,
como disse, vou deixar algumas coisas visíveis para outras ficarem invi-
síveis.
— Como o que?
— Quando me perguntarem, o que fabrico, respondo bala de
banana, e eles acham que isto é o que me gera dinheiro e não olham o
maior porto de contêiner do estado ali, ao lado.
— E como não atrapalharmos?
— Precisamos de um prospecto de aprovação de algumas mu-
danças de zoneamento.
— Certo, mas sabe o problema? – Prefeito.
— Sim, mas não esquece prefeito, não vamos usar o mangue
junto a margem, quer dizer, em um pequeno lugar, nos demais, vamos
criar áreas de aterro, estruturados e preparados, acredito que com isto,
conseguimos crescer a cidade, industrializar a cidade, e senhor, esta-
remos nas cidades do Paraná ao litoral, com os maiores prédios nacio-
nais.
— E acha que implanta isto em quanto tempo?
— Parte em 4 meses, parte em um ano, projetos para os primei-
ros 10 anos prefeito.
— E tudo na cidade começa com esta construção?
— Entramos com os pedidos de concessão na prefeitura, silenci-
osamente, se eles saírem, vamos avançar.
— Poderia me adiantar um pouco para onde? – Prefeito.

478
Pedro pensa se era uma boa ideia mostrar o que pretendia de
cara e eles o enxotarem rápido ou lentamente.
Sergio viu o menino olhar para ele.
— Prefeito, a minha duvida, é se isto é positivo neste momento,
já que minhas pretensões ultrapassam as fronteiras de seu município,
este projeto a frente, temos parte da rodovia em Morretes, parte em
Antonina e parte em Paranaguá, mas é... – Pedro pensa e fala – Certo,
se for para sair correndo que seja antes.
Pedro abre a mochila e pega apenas um prospecto e fala.
— Esta é apenas o prospecto rápido da ponta do porto.

Sergio olha aquele prospecto, algo bem especifico, bem no pon-


to extremo do porto e o prefeito olha o menino.
— Apenas a estrutura portuária?
— Sim, pois toda a região teria contêineres, não um, mas milha-
res, então é tirar, carregar e descarregar.
— Nisto que dizem que seus projetos são perigosos? – O asses-
sor.
— Não.
Pedro pega a folha maior e põem a mão do assessor.

479
— Dizem que sou perigoso quando quero mudar as coisas,
mesmo dentro de locais, que não existem na cobertura atual da estru-
tura da cidade.
O assessor olha e o prefeito chega perto e pergunta.
— Porque disto tudo?
— Querem deixar de ser o ponto de escoamento de tudo que se
produz no estado prefeito?
— Certo, mas pelo jeito seria o ganhar de metros quadrados em
todos os sentidos.
— Todos ainda não, isto é o que pretendo prefeito se me deixar
fazer, até o fim do ano que vem.
— Está falando serio?
— Sim, a parte completa não esta ai, o parque não está ai, o ae-
roporto está ai, as fabricas não estão narradas ainda, isto é o pré proje-
to para que comece a operar na cidade.
— Um pré projeto que nos colocaria onde? – O prefeito.
— Prontos a operar a produção que iriamos vender ao pais e ao
mundo, gerando uma sociedade pequena, que daria estrutura para que
Curitiba crescesse, que Londrina Crescesse, que Asunción no Paraguai
crescesse.

480
— Avançando sobre parte da estrutura e da natureza? – O pre-
feito.
— Prefeito, não tenho como avançar sem definir exatamente
onde está a ilha de Valadares, com suas reservas e áreas comuns, não
tenho como isolar uma área e permitir que vocês cresçam a cada ano
mais no sentido das rodovias de ligação, daqui a pouco vocês vão co-
meçar crescer entre as duas, isto não é bom.
— Certo, temos de estabelecer parâmetros, mas acha que terí-
amos fluxo para tanto?
— Senhor, eu projeto a frente, não para cobrir buracos, eu sou
pelo ter mais estrutura do que ter menos, e não acredito nem no socia-
lismo e nem no capitalismo, sou uma criança tentando montar a minha
forma de pensar, e esta não está em obrigatoriedades e nem no con-
sumismo apenas.
— E pelo jeito vai querer ganhar dinheiro e não acredita no capi-
talismo?
— Senhor, sistemas são feitos para funcionar, e o estado, seja
ele qual for, é melhor funcionando que emperrado, então os faremos
justificar seus salários.
— E pelo jeito quer algo estrutural, pesado e dinâmico.
— Quero tentar senhor, a pergunta, teremos apoio da prefeitura
ou não?
— Não acho nada do que falou ruim menino, mas juro que um
ano é pouco tempo para tudo isto.
— Sei disto, mas se não projetar para tentar acabar em um ano,
não saberei quanto precisarei para acabar.
— Posso ficar com este prospecto?
— Se o manter ainda visível a poucos.
— Quero explicar para os aliados da câmera onde vamos liberar
as coisas.
— Obrigado pela atenção senhor.
Pedro se despede e sai com Sergio e o assessor olha para o pre-
feito.
— Acha que eles teriam como fazer prefeito, é um projeto imen-
so.
O prefeito olha para o outro lado a baia e o assessor olha e fala.

481
— Certo, eles fazem coisas assim, vi que ele desviou toda área
de preservação, com pouco investimento sobre ela, eles fizeram um
prospecto que muda a dinâmica do porto senhor.
— Viu o menino falar, acha que ele não sabia o que estava fa-
lando? – Prefeito.
— Olhei para outro ponto, ouvir ele, requer não olhar para ele
prefeito, pois a aparência nos desmotiva.
O prefeito sorriu.
Roberto pai olha o filho e fala.
— Vou aceitar a indicação, mas filho, sei que errei ao falar para
usa irmã da aposta, mas o menino está jurado de morte.
— Ela tem razão pai, quem aposta a morte de uma criança, pelo
que entendi, ele já vive mais que todos que vocês apostaram, e somen-
te quando se falou disto, me toquei de gente surgindo morta, de prédio
surgindo destruído, cassino pegando fogo, não sei quem é o menino
pai, mas olha em volta.
— O pai dele é perigoso filho.
— O pai dele tem costas quentes, mas não são estas costas que
estão construindo pai, é uma criança, a mana tem razão, mesmo não
entendendo de onde vem o dinheiro, mas ela viu o potencial que o
senhor tentou negar, as contas cheias falam que a aposta foi alta, e se
sairmos por um motivo de morte, todos a volta aceitam, mas qualquer
coisa antes, é tirar a propaganda favorável e por a de tratantes pai, ela
tem razão, todos os contratos do menino não são burocráticos, ele não
disse vamos assinar, colocou clausulas de perfeição, ele disse faz, colo-
cou o dinheiro na conta, e quando terminamos o contratado, ele põem
lá o total do pedido, vi a forma quase infantil que ele fez, mas pai, 12
milhões é nos tirar do buraco de anos.
O senhor olha o filho e fala.
— Acha que ela se encantou com aquele senhor?
— Não pai, o que Kelly me falou e não está ouvindo, é que os
parceiros de negocio do menino, são aquele senhor e minha irmã pai,
dizem que se ela conseguir inaugurar o hotel, ela vai ter 33% daquilo.
— Mas...
— Pai, ela esta numa cartada de uma criança, começando na vi-
da, pois não sei o valor daquele complexo, mas 33% dele, é um senhor
dinheiro.
O senhor olha para fora pensando na burrada que fez.

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Pedro e Sergio chegam na região do Tabuleiro e o menino olha o
senhor Magalhães.
— Boa noite senhor, estão conseguindo se instalar?
— Sim, queria deixar uma coisa clara menino.
— Fala.
— Esta historia pode ser filmada aqui, mas oficialmente não vai
se passar aqui.
— Senhor, eu não estou preocupado com a novela, sendo since-
ro, raramente paro a frente de uma TV para ver novela.
— Certo, as vezes as pessoas pensam que vamos servir de pro-
paganda gratuita.
— Isto é coisa de gente de caráter senhor, não existia motivos
para ceder algo sem custos, apenas para lhe fazer um favor, mas a
propaganda vocês já fizeram, não preciso de mais do que isto.
Pedro olha para o senhor e em volta e pergunta.
— Definiram se vão usar a parte externa?
— Não vamos precisar de tanto.
— Bom, assim inauguro o Motel e o hotel fazenda junto com o
complexo a norte.
— As vezes parece mesmo entender do andamento disto meni-
no, ainda não entendi quem está por traz de você.
— Quem assina os papeis, qual a novidade. – Pedro.
Sergio olha o senhor e pergunta.
— Algo fora do combinado senhor Magalhães.
— Não, está além do combinado, estamos preparando as pri-
meiras gravações, para começar a anunciar a novela, mas dentro de
uns 15 dias já teremos a primeira semana filmada, dai será a sequencia
até o fim, mas está dentro do combinado.
— Precisando de algo ou achar que algo não está certo, fala, ve-
rificamos como resolver. – Sergio.
Sergio e o menino saem e o senhor olha o menino se afastar e a
assessora ao fim olha o senhor Magalhaes e fala.
— Bem afiado o menino.
— Desbocado.
A moça não falou, sabia que teria problemas se falasse, mas o
menino apenas falou o que o senhor fez, pediu algo, ele queria algo na
outra extremidade, mas dai sim teriam problema de ocultar onde esta-
vam, e poderiam fazer apenas umas externas e não mais que isto.

483
Pedro e Sergio chegam a região de onde seria o hotel Águia, e vi-
ram o senhor Rodes vindo do fundo e olhar o menino.
— Uma vista privilegiada de toda a região. – O senhor em caste-
lhano.
— Gostou do local?
— Você Já estruturou a subida, sem toda a destruição que pen-
sei necessária, você parece pensar no meio, acabei alterando o projeto.
– Fala o senhor.
— Alterou?
— Sim, o ninho lá em cima, uma entrada na forma de uma estru-
tura de galhos, como se fossem um grande tronco, na parte baixa com
local para estacionamento, recepção, e usando o que hoje é um eleva-
dor, como sistema de entrada no hotel.
— Me preocupo mais com os dejetos e encanamentos, do que
com a entrada, vamos fazer um segundo furo para cima senhor Rodes,
aquele que coloquei no projeto alto, e uma saída ao fundo, para uma
central de tratamento de água.
— Sabe que teremos de abrir uma subida para as armações de
qualquer forma. – Rodes.
— Pensa no que precisa senhor, pois quero abrir o mínimo da
mata nativa para subir.
— Entendo, as vezes esquecemos que matas virgens não existem
a séculos na Europa.
— Vamos tentar manter as nossas, e ao mesmo tempo, ganhar
dinheiro sobre elas.
O senhor convidou os dois a subir e mostra bem encima o proje-
to de entrada e do prédio e Sergio viu que seria outra estrutura para
ficar na historia da cidade.
Pedro via o brilho no olho do senhor em projetar aquilo, ele es-
tava gostando do desafio, isto valia muito para o menino.
Pedro e Sergio saem dali e chegam a duas quadras isoladas e
olha que estavam fazendo as fundações de duas construções, e muita
gente pensando no que viria ali, e Pedro olha que as obras para De-
zembro estavam avançando.
Pedro e Sergio chegam ao mirante e Maria Cecilia olha o filho e o
abraça.
— Veio?
— Sim, o que acha do lugar Maria?

484
— Um restaurante intrigante, mas pelo jeito está pensando em
algo, veio fazer o que?
— Me disseram que iriam tentar de novo o prato que idealizei.
Maria sorri e olha os rapazes e fala.
— Estes são os cozinheiros, e a ideia, ver qual o nome que eles
dariam a uma comida destas.
Pedro olha a irmã sentar-se a mesa e falar.
— Sabe que temos de conversar maninho, não entendi metade
da ideia.
Pedro senta-se e olha os repórter chegarem, eles passaram o
conteúdo, mas ainda estavam ao hotel, os arquitetos vieram, o local
em si já impressionava, e Pedro pega o controle e liga a TV, pois ele
queria ver a reportagem.
Magalhaes e uns 12 atores globais, câmeras, autora, e alguns
técnicos chegam, e todos estavam convidados a nomear um prato, ele
não tinha nome, Pedro olha o cardápio e viu que havia sobremesas e
coisas normais, como cerveja e refrigerantes, mas ele se cala, ele que-
ria ver a reportagem, estava prestes ou a ser destaque ou escrachado,
não tinha ideia.
A reportagem começa, o apresentar da historia de uma cidade li-
torânea, a ideia, os arquitetos, imagens lindas, palavras um pouco de-
bochadas, Pedro olha como se tentando adivinhar o que seria aquilo,
viu que serviram a ele, a entrada, as saladas, o cozido, o apresentar dos
pratos, cada um na sequencia, o bife ao final, e todo um esquema de
servir, começavam a ter padrão, e Pedro comeu, o olhar sobre ele,
parecia precisar da aprovação dele, mas ele ainda via a reportagem, era
o lançamento de uma ideia, e Roseli senta-se a mesa e espera terminar.
Pedro viu que alguns gostaram, ele achou dúbia a reportagem,
mas talvez esta fosse a especialidade da TV nacional, falar algo e estar
pronta para passar uma outra ideia logo a seguir se algo viesse a dar
errado.
Começa o jornal da noite e Pedro olha Roseli.
— Acha que foi bom ou ruim?
— Poderia ser melhor, eles usaram imagens, mas deixaram mui-
ta coisa no ar.
— Pensei que só eu achei isto. – Pedro.
— Tem de considerar que eles não viram tudo. – Roseli.

485
— Acho as vezes, olhando os demais falarem, que minhas ideias
são muito infantis Roseli.
— Eu não as descrevo como infantil, e sim simples, você trans-
forma uma ideia complexa em simples, você não para num projeto,
você o encaminha e vai a frente, mas o que achou da comida.
— Algo diferente da primeira vez, mas se tivermos este padrão,
já dá para estabelecer os demais pratos.
— Sabe que estou ainda estranhando não estar comandando as
coisas lá fora.
— Eles vão terminar as determinadas, aproveita quando eles es-
tiverem largando e assume pela sua construtora Roseli.
— Acha que dará certo.
— Acho que estamos mudando um município, temos outros 397
no estado para mudar.
— Certo, um caminho imenso.
— Algo que não tenho como financiar tudo Roseli, vi que a pró-
pria reportagem não deixa claro que fomos nós que reformamos as
ruas, deixa mais as honras aos arquitetos que a nós.
— Acho que eles gostaram da propaganda. – Roseli.
— Acho que a cozinha acertou hoje.
— Certo, mas o que acha que vão falar amanha?
— Eu tenho de acertar as coisas em Guaratuba, temos um pre-
feito querendo nos parar depois do morro Roseli.
— Este vai precisar ser politico.
— Não entendi, mas amanha vou resolver isto, e não adianta al-
guns virem a dizer para não fazer nada, vou ter de descobri o segredo
deste senhor.
— Vai ficar?
— Pensei que daria mais destaque a empresa, não gostei da re-
portagem, não gostei da forma de critica sem criticar, então vou traba-
lhar para não pensar Roseli.
Pedro se despede, desce para sua casa ali, escova os dentes e
olha para a irmã chegar ao lado e falar.
— Vai fugir.
— Trabalhar, o que mais.
— Não para?
— Não, se quer acompanhar, vai ser na corrida mesmo.
— Certo, e vamos onde?

486
Pedro pega um daqueles carros elétricos e coloca a rua e saem
no sentido da região do Tabuleiro, eles sobem pela rua lateral e Renata
pergunta.
— Vamos onde?
Eles entram em uma casa ao fundo, ela olha ele desenhar uma
porta ao ar e olha em volta, estavam em uma região escura, pouco
iluminada, se via um barracão ao fundo e Renata olha o menino pegar
um caderno e sentar ao chão, ele pega um mapa e começa a delimitar,
faz um risco a volta, pensando nas pessoas erguendo um tapume a
toda volta, as pessoas a rua vem aqueles rapazes colocando as vigas ao
chão e depois pregando tapumes a toda volta.
No meio de um terreno vazio começa a surgir as bases de uma
construção e o alisar de parte das terras laterais para a região de onde
seriam duas pistas, e Renata olha que Pedro estava construindo algo
grande, viu o prédio a frente surgir, olhando parecia que existiam pes-
soas a fazer isto, olha para aquela pista imensa, surgir e passar por eles,
como se os pés fossem erguidos, a iluminação a lateral da pista, fez ela
brilhar ali, o surgir do prédio de embarque, a torre de comando, a se-
gunda pista em ângulo com a primeira, Pedro olha para a irmã e fala.
— Sei que estranha isto mana, mas tem de entender, para che-
gar a isto teria de querer algo diferente da vida.
— Você pelo jeito fez muita bruxaria por ai, você constrói dese-
nhando, não sei como, nem sei onde estamos, mas com certeza, em
um lugar amplo.
— Saiu uma determinação de construção deste aeroporto, ainda
não temos ele assinado, mas vamos o colocar em funcionamento.
— E vai deixar cercado?
— Sim, pois ele oficialmente não pode surgir do dia para a noite.
— E daqui vamos para onde?
— Caieiras.
— Não entendi a tarde, aquilo deu medo.
— Pelo que entendi, é parte do meu desafio, da minha vida aqui-
lo, enfrentar algo que eles pretendem fazer.
— E porque enfrentaria.
— Eles querem a morte dos humanos, todos eles.
— Certo, um bom motivo, mas pelo jeito ninguém vai ver.
— Eles não acreditam em coisas assim.
— E estamos onde mesmo? – Renata.

487
— Aeroporto Internacional de Guaratuba.
— Internacional? – Renata tirando sarro.
Pedro caminha até o prédio ao fundo, Renata olha que existiam
espectros trabalhando, colocando mesas, colocando fiação, colocando
encanamentos, colocando luminárias, cadeiras, separando os comér-
cios e fala.
— O que é isto?
— Uma vez projetado, penso na quantidade de mãos e material
para o fazer estabeleço as linhas de cada um e eles vão executando,
estranho é que quase vejo eles fazerem, como se fossem minhas mãos
que o fazem.
Ele chega a uma parede e desenha uma outra parede e passa pa-
ra Caieiras, ele olha as proteções, olha para as ruas, noite, pouca gente,
começa a isolar as ruas, a praia novamente, em plena noite, um bar ao
fundo cheio de gente olha aquilo que pareciam caminhões chegarem e
começar a jogar cascalho, depois pedra fina e por fim a primeira linha
de asfalto na Rua Frederico do Nascimento, quando eles começam a
por as calçadas Pedro chega ao restaurante que comera outro dia e o
senhor olha o menino.
— Voltou?
— Vim ver a obra, a noite o prefeito não me perturba muito.
— Ele espalhou que tinha coisa toxica na praia.
— Tem algo natural para tomar? – Pedro.
— Suco de laranja.
— Algo para beliscar?
— Pescadinha frita.
— Vê dois sucos e uma porção de pescadinha, podemos sentar
para fora?
— Sim, pelo jeito gosta de observar bem de perto.
— Sim.
Pedro senta-se a mesa do lado de fora e Renata olha aqueles se-
res que pareciam reais, começarem a levantar os tapumes a toda volta
da praia, com entradas, nos trechos que ficaram fora, eles começam a
colocar uma calçada que a rua do Campo ganha toda a beira da praia,
de ponta a ponta, uma ponte na parte da vila dos pescadores, os pos-
tes no fundo começam a se erguer, com lâmpada de Led, o senhor olha
o menino, olha o agito geral na praia, agora era a beira mar, a Rua do
Campo que ganhava asfalto, calçada, iluminação, escoamento de agua,

488
parecia outro lugar, ele olha o menino ficar ali não mais de uma hora,
mas quando ele se despediu e pagou a conta, esticou a mão para Rena-
ta e atravessou para Prainha do outro lado, ele fez o mesmo naquela
praia, e olha para a draga jogar arreia a praia, começando a aprofundar
o canal, e as praias dos dois lados ganham areia.
Pedro olha Renata e fala.
— Sei que pensa em se dar bem mana, mas para mim, moldar o
mundo melhor a volta, embora me enerve, me deixa feliz.
— Enerva?
— Acho que dispende muita energia e isto me faz ficar irritado,
não sei ainda tudo sobre isto, mas sei que acontece.
Pedro olha para o terreno ao fundo, caminha as quadras até a
rodovia, a atravessa e Renata olha ele desenhar uma região cercada,
viu ele entrar, o que era uma mata, foi se modelando uma estrada fora
da atual, subindo e quando chegam a parte alta do morro, ela olha o
irmão sentar, ele imaginou o mesmo do outro lado, olha para traz e viu
que a subida ficou íngreme, mas ele olha a estrutura que deveria se
construir ali, Renata viu que ele não construiu, foi feita uma armação
de proteção a área, como se fossem erguer ali algo, mas não naquele
momento.
Renata olha o irmão e pergunta.
— E pelo jeito vai investir pesado.
— O problema é que sistemas destes requerem pedágio, e isto
requer um sistema de controle, toda ideia parece para mim ainda me
ensinar que sou muito inexperiente para montar isto.
— Acelera tudo, pois não entende o todo.
— Estou melhorando, mas ainda é algo crescendo dentro de
mim, mas ainda crescendo.
— E vai mesmo querer fazer uma ponte aqui?
— Sim, depois um sistema baixo de passagem subterrânea, uma
ligação do que se diz Guaratuba, mas está longe de mais da cidade a
qual pertence.
— Não entendi o porque o prefeito é contra você, vi que ele foi
lá com a polícia.
— Eu não paro porque ele mandou parar, eu quero ele falando
que tem de tirar a benfeitoria que colocamos, ele é o exemplo do esta-
do a volta, que estabelece que não posso fazer, mesmo que para o bem
dos demais, apenas se eles autorizarem, se não, não pode.

489
— Mas tem seus motivos isto, controle faz parte do tocar a cida-
de.
— Concordo, mas não entrei ainda em coisas fora da estrutura,
asfaltar uma rua nunca deveria ser proibido, eles querem reger, deem
as coordenadas, mas não atrapalhem.
— Quer pelo jeito por eles a parede?
— Sim.
Pedro olha para a Prainha abaixo deles e apenas estala os dedos
e os tapumes somem, e as luminárias se acendem, toda a beira da praia
de ilumina e mostra toda a estrutura.
Alguns que olhavam os tapumes os veem sumir, eles viram a re-
portagem do lado, pensando na critica, e olham a sua praia mudada,
bonita, ajeitada.
Pedro senta-se e começa a ver aqueles caminhões chegarem,
começam a asfaltar as ruas, a calçar as mesmas e a delimitar as coisas,
os moradores olhavam aquilo estranhando, mas quando deu 10 da
noite, os rapazes saíram deixando ali uma outra praia.
Na mesma hora, os espectros de gente tiram de Caieiras todas as
proteções da praia, mostrando toda a estrutura já construída, o senhor
do bar, vendo o agito olha aquilo e olha um rapaz chegar a ele e falar.
— Pensei que o prefeito iria os barrar.
— Não entendo porque alguém não quer isto.
— Não entendi, mas parece que a empresa realmente quer algo
estrutural, eles isolaram a ponta da pedra e começaram a erguer algo
lá senhor Camilo.
— Acha que eles vão mesmo fazer a tão sonhada ponte?
— Com certeza vão cobrar para a usar, mas uma coisa é uma
ponte, outra uma ponte com tudo cuidado a volta.
O senhor Camilo olha para o outro lado da baia, a praia começar
a brilhar como ali e fala.
— Eu gostei, não sei os demais.
O rapaz olha em volta e fala.
— Acho que não dura, mas ficou bonito.
O senhor olha o pessoal que estava nos bares a volta olhando a
toda volta, até os pescadores ao fundo, vendo o novo mercado de pei-
xes e fala.
— Parece outro lugar.
O rapaz sorriu.

490
O prefeito estava em um restaurante de frente para a baia, ven-
do aqueles navios de guerra e um assessor o liga, ele não acredita e
olha o motorista e fala.
— Me leva a Caieiras, esta empresa está querendo me desafiar,
não entenderam que se colocarem algo sem permissão terão de tirar.
O prefeito vai a região e olha para as ruas asfaltadas, iluminadas,
calçadas, totalmente diferente da manha, o novo mercado de peixes,
as ruas iluminadas, a beira mar iluminada, aqueles sistemas de controle
para salva vidas, olha para a praia e foi inevitável olhar para o outro
lado da baia, e ver que a Prainha também estava iluminada e olha para
o assessor.
— Como eles fizeram isto e não vimos?
— Não sei senhor, mas como podemos pedir que tirem?
— Não autorizei, eles tem de tirar.
— E se tirarem prefeito? – O assessor olhando para ele.
— Não entendi.
— Prefeito, pensa, está com o brio afetado, vai piorar, pois pen-
sa, o senhor faz uma determinação para tirar, eles pedem duas sema-
nas, o juiz concede, e eles tiram, mas por duas semanas, eles veem as
ruas iluminadas, calçadas, transformadas, eles chegam, tiram e deixam
como estava, o que vão falar do senhor, pois a empresa cumpre a de-
terminação, e o senhor terá de afirmar que não queria a obra, os por-
quês, pois eu não quero, pode servir ao juiz, mas para os que estavam
vendo seus imóveis valorizados, não vai colar.
— Dou um jeito, eles fizeram já na sexta para não ter como tirar
antes da segunda, mas pelo jeito eles fizeram dos dois lados da baia. –
O prefeito olhando para o outro lado da rodovia.
Pedro vai para a casa e fecha a porta, toma um banho e cai a
cama cansado.

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O prefeito de Guaratuba acorda com a crôni-
ca de criticas a obra em Matinhos, repórteres falan-
do contra, falando do mudar da cara natural para
algo produzido, o transformar de algo natural em
algo artificial.
O assessor chega ao lado e fala.
— A imprensa achou um ponto fraco.
O prefeito olha uma reportagem de pagina,
olhando o anuncio de que a parte dos hotéis de
Guaratuba não seriam na mesma data, que tiveram
problemas de cassação de alvarás pela prefeitura de
Guaratuba, mas que se não fosse lhes permitido se
instalar ali, eles tirariam a estrutura e se instalariam
em Paranaguá.
O prefeito olha para o dono da banca e pergunta.
— O que acha que vão falar disto Gil?
— Minha filha que estava com data para começar lá, tá xingan-
do, muitos eram pessoas daqui, mas entendo que devem existir exi-
gências, mas Paranaguá ela não vai, então está voltando a procurar
emprego.
O assessor olha o prefeito que fala.
— Eles tem de obedecer as regras Gil.
— Eles obedeceram senhor prefeito, vocês tinham dado o alva-
rá, caçaram depois de tudo pronto, mas não sou político, mas o prefei-
to de Matinhos, mesmo com a reportagem induzida de ontem, começa
a ser cogitado para deputado federal, todos viram que a Globo não
gostou, agora a Gazeta fala mal, sinal que tanto a Gazeta como o se-
nhor, querem que dependamos apenas da temporada para viver.
Gil foi atender outro e o assessor olha o prefeito.
— Releva, ele deve ter ouvido reclamação a manha inteira antes
de vir trabalhar.
Os fiscais chegam a praia e não tinha nada de construtores, pes-
soas na obra, nada da empresa que o fez, estavam procurando algo e
não acharam a quem entregar a determinação de desfazer.
O fiscal chega ao senhor Camilo e pergunta.
— Para quem podemos entregar a determinação de parar a
obra.

492
— Já está terminada senhor, que obra vão parar?
— O prefeito quer a região como era.
Camilo olha o rapaz e fala.
— Diz para o prefeito que queremos ele pessoalmente falando
isto, pois quero ver ele dizer na minha frente, se ele é homem para
isto, que vai desfazer.
— Tem de ...
— Tenho nada, ele prometeu melhorar as ruas, agora alguém
melhora e ele quer desfazer, diz para ele, que se o pessoal da prefeitu-
ra entrar em Caieiras para tirar qualquer coisa, vou chamar um a um
pelo nome e por para correr daqui.
O senhor falou alto e o rapaz ao carro olha serio e fala.
— Não pode tentar nos intimidar.
Camilo empurra o fiscal e fala.
— Vocês caem com o prefeito, Roberval, se quer o mal de nós,
em prol do prefeito, não é bem vindo aqui.
O rapaz viu que alguns pescadores vinham para ali e um pergun-
tou.
— Problemas Camilo?
— Os fiscais da prefeitura querem que se tire as benfeitorias,
porque o prefeito não permitiu.
O rapaz empurra o rapaz também e fala.
— Manda o prefeito vir pessoalmente. – Ele pega o papel da
mão do rapaz e fala – se ele ainda é homem para vir falar com seus
eleitores.
Os rapazes pegam o carro de um lado e o viram, o segundo fiscal
sai pela janela e os dois ouvem.
— Vão a pé, pois não vou gastar dinheiro para sua gasolina Ro-
berval, e rápido, saindo agora.
Os fiscais começam a caminhar e um liga para outro e os pega na
saída da região e um fala.
— Disse que era uma péssima ideia.
— Eles tem de entender.
— Não, ali é pescador Roberval, eles não vão entender.
O prefeito olha os fiscais chegando e fica sabendo da recepção e
chama a policia e vai no sentido da Caieiras.
Os policiais olham a mudança e olham para o prefeito.
— Qual a reclamação prefeito?

493
— Eles não tem autorização para fazer a obra, e os pescadores
não deixaram eles cumprirem a determinação.
Camilo olha para o policial e fala.
— Não chamamos policia aqui policial, se quando precisamos de
noite, eles fazendo baderna não vieram, não precisamos agora.
— Temos uma...
— 30 segundos para sair por bem policial, vocês esquecem onde
moram, o que comem, pode até me prender, mas não vai poder sair de
casa, então some.
Camilo encosta o prefeito no veiculo e fala.
— Que merda você fez prefeito, que não quer a melhoria, vai
nos explicar hoje, pois senão, vamos jogar no meio da baia, e se afogar-
se, a culpa não é nossa que não sabe nadar.
Os policiais iriam falar algo e viram os pescadores os cercar e os
afastarem.
— Acha que tenho medo de você Camilo.
— Se não tem, não sabe com quem fala senhor prefeito, tem até
segunda para voltar a ser nosso prefeito, na terça, se ouvir merda,
vamos lá na sua prefeitura, e se a polícia estiver a porta, vai junto para
o mesmo buraco, pois se é contra nosso povo, viramos contra você.
— Não entende de politica.
— Eu não entendo?
O prefeito olha em volta e todos da região estavam ali querendo
uma resposta, ele sabia que era algo pessoal.
— Estamos esperando prefeito, uma explicação? – Outro pesca-
dor as costas.
— Eles não tem permissão, não podem danificar a orla.
— Danificar a orla, sabe do que está falando prefeito. – Uma
moça ao fundo.
— Não vou ceder a pressão.
— Vira os carros e tira os celulares, que pensem caminhando. –
Camilo olha para o policial – e se puxar uma arma, vai ter de atirar e me
matar, pois não vou aceitar idiotas na polícia, e podem caminhar junto,
já que não vieram a favor do povo, só a favor deste cagado a minha
frente.
Gil olha para o rapaz da Gazeta passar e perguntar quantos que-
ria para o dia seguinte.

494
— Nenhum, eu não vou pedir nada de vocês até entender o que
vocês querem sendo contra as melhoras.
O diretor da Gazeta na capital começa a olhar a devolução dos
jornais do dia e sem confirmação para o dia seguinte, e um rapaz ao
fundo fala.
— A Rosa Hotéis, cancelou a pagina de propaganda da semana
anterior ao lançamento.
— Eles acham que sedemos.
— Não, mas os jornais no litoral não venderam nada e não pedi-
ram para amanha.
— Uma meia dúzia de jornais.
O diretor olha o rapaz que não responde.
Pedro acorda e olha para fora, se veste e olha a mãe olhando
ele.
— Tem gente fazendo perguntas sobre a estrutura em Guaratu-
ba.
— Mantem os contratos, quero contornar, mas não sei como
ainda mãe, eu sou a criança, eles os adultos.
— E o que aconteceu?
— Fizemos uma publicação que provavelmente aquela parte não
inaugura junto, pois a prefeitura de Guaratuba caçou o alvará de funci-
onamento.
— Certo, sem alvará seriam multas, mas como contornar.
— Tenho de pensar, sei que interpretação de lei, é complicado,
ainda mais para esta criança aqui.
— E vai fazer o que?
— Tenho um projeto em Antonina, um em Paranaguá, um em
Matinhos, todos andando, o porto em Guaratuba deve sair a permissão
na terça, o aeroporto, os equipamentos começam a ser instalados na
segunda, mas tenho de saber quem vai tocar.
— Certo, e acha que mantemos os cronogramas?
— Sim, começa na segunda a agendar e confirmar com depósi-
tos ou no cartão as reservas, não preciso deles lotados, mas somente
quando estiverem funcionando, posso pensar no próximo caminho.
— E parece cansado.
— Eu provoquei, o prefeito de Guaratuba nem viu toda a provo-
cação ainda, não deve ter dado tempo.

495
Pedro olha aquele carro do ministério publico a frente e olha Ro-
seli caminhar até eles e entregar uma determinação, ela sorri, pois ela
não era mais representante da RR para assinar, o senhor duvidou, mas
era a verdade, sobre pressão e anotando que não era mais funcionaria
da RR, ela assina.
Os rapazes entregam a determinação.
Pedro olha para Roseli entrar e falar.
— Determinação Judicial para tirar tudo da Prainha e Caieiras.
— Se não derrubarmos a petição, tiramos. – Pedro.
— Mas...
— O prefeito que explique Roseli para os seus eleitores do por-
que, não vou me estressar com isto.
— Porque não?
— Porque terei obras em Matinhos, Paranaguá, Morretes e An-
tonina, posso segurar a entrada em Guaratuba.
— Você não sabe segurar. – Roseli.
— Sei disto, mas começo a oferecer a partir de segunda, com a
aprovação da construção em Paranaguá, 25 mil imóveis, começo na
segunda a construção de 20 fábricas em Antonina, eu encomendei os
guindastes de porto, mas devem entregar o todo só em 90 dias, então
tenho de ter calma, segunda talvez a prefeitura de Paranaguá aprove o
aeroporto e porto, dai teremos um parque, um porto e um aeroporto a
mais para montar.
— Além de 25 mil imóveis? – Maria.
— Sim.
O prefeito de Guaratuba não tinha entradas na conta a mais de
uma semana e liga para Rodrigues e fala.
— Senhor Rodrigues, poderia me informar porque minhas con-
tas estão fazias?
Rodrigues olha o numero, e fala.
— Nomes no telefone logo cedo prefeito, quer me complicar?
— Minhas contas estão vazias.
— Se estão vazias tem gasto demais prefeito, a culpa não é mi-
nha, não faço o repasse.
— Se não tiver dinheiro na segunda, avisa Geraldo que vou lavar
minhas mãos.
— Lave. – O senhor.
— Não entende que não estará ai se eu não quiser.

496
— Prefeito, quer gritar, não sabe com quem está falando, não
tenho medo de burguesinho metido a socialista, baixa a bola, quer
pedir mais, liga para quem lhe colocou nisto, eu não fui.
— Geraldo não me atende a uma semana.
— Sinal que você é peixe pequeno, pois nem sabe de nada.
O prefeito olha o rapaz desligar e olha em volta, ele estava na
metade do mandato, mas o que estava lhe preocupando era que
olhando atento para a serra, estava ficando muito visível.
A prefeitura fechada, ele cansado senta em casa e olha a filha
olhar para ele e perguntar.
— O que aconteceu pai, todos me olham com raiva, o que fez?
— Tenho de mostrar quem manda na cidade filha.
— Mas gerar desemprego, é o que estão falando, não entendi,
você não contrata nada.
O senhor abraça a filha e fala.
— As vezes temos de nos posicionar em prol do futuro de nossos
filhos, mas a maioria não entende o poder da família filha.
Ela abraça o pai.
Pedro vai a Antonina, atravessou uma parede, chega e olha para
a região isolada e senta-se a varanda da casa, olha em volta e olha para
a região em Alexandra a frente, as divisas altas, as estruturas prontas e
os canais começam a surgir, como se por encanto da região, ele faz o
prospecto de passagens subterrâneas e sorri, ali talvez fosse mais indi-
cado, ele desenha a passagem, com ligações, com estruturas e começa
a por uma a uma no lugar, depois cobrir com terra e fazer a ponta para
a rodovia a frente, ainda pouco mais de 100 metros dela.
As estruturais naquele terreno comprado, começam a surgir, ele
estava desenhando quando vê a mensagem em seu e-mail, perguntan-
do se não entregaria sua crônica do dia, ele pensa e apenas escreve.
“Dizem que não devo escrever quando estou com vontade de
xingar, então estou apenas tomando agua de coco e olhando o mar da
baia de Paranaguá.”
“Suas crônicas são bem aceitas menino, mas tem de ter regulari-
dade, muitos me perguntam quem é o cronista, e sei que não abro
estas coisas para eles, mas gostaria de ter sua posição.”
“Tem certeza?”
“Não gostou pelo jeito do que leu e ouviu!”

497
“Quando um cronista que tem apartamento em Camboriú, e es-
creve que estamos danificando a orla e poluindo com prédios imen-
sos”, quando um vendedor de cerveja na temporada fala “Prejudica os
moradores do litoral”, quando um diretor de jornal afirma, “Temos de
nos posicionar para não tornarmos nossas praias poluídas, ignorando
que estamos coletando somente agora 100% do esgoto de Matinhos,
antes ia tudo para o mar, tenho de pensar se escrevo ou apenas me
calo, pois é fácil criticar, quero ver eles fazerem algo, mas só vi criticas,
e elas não vão melhorar!”
“Porque não?”
“Segunda será noticia nacional, para que antecipar, eu em Gua-
ratuba dou um furo, toda a imprensa local noticia as 7 e nacional as 9 e
o jornal sai no dia seguinte sem destaque nenhum.”
“Tenta escrever algo!”
“Estou ainda nas minhas duas semanais, escrevi uma ontem, lhe
mando outra depois.”
O diretor olha pra o redator e pergunta.
— Ele não vai se posicionar?
— Ele não quer xingar ninguém pelo que entendi, e pelo jeito
não quer falar demais.
— Falar de mais?
— Pensa que o mesmo rapaz que desacredita a empresa Rosa
em Matinhos, é o que rouba o furo do menino nas praias de Guaratu-
ba.
— Mas tínhamos de passar a frente.
— Sei que tínhamos, mas se ele não passasse para nós, não sa-
beríamos, o anuncio no jornal estatual e nacional, deu uma conotação
ao repórter que ele não tem, ele não é investigativo diretor.
— Acha que ele escreve?
— Se duvidar esta aprontando algo a mais, dizem que as praias
em Guaratuba estão reformadas, mas parece que estamos tendo pro-
blemas lá, em pleno sábado, a balsa esta parada, os repórteres não
conseguiram chegar lá.
— O menino não teria a posição referente a Guaratuba.
O senhor passa uma mensagem para Pedro.
“Saberia o que está acontecendo em Guaratuba?”
“Não, estou chegando em Antonina verificando a criação de ma-
riscos!”

498
“Pena, não temos a posição do prefeito na região!”
“Quer a verdade?”
“Sabe o que acontece lá?”
“Sim, mas não vou por minha colher nesta bagunça.”
“E quem saberia?”
“Muita gente sabe, e a posição de seu jornal, mostra que a pres-
são veio de cima, deixa eles se queimarem, eu que não estou com von-
tade de me queimar.”
“E relação a que seria isto.”
Pedro pensa e escreve.
“Nos falamos amanha, o prefeito chegou.”
Sergio vinha ao lado do prefeito de Antonina.
— Pedro, este é o Prefeito!
O senhor olha em volta e vê que toda a região estava definida e
pergunta.
— Qual a pretensão?
Pedro olha o prefeito e fala.
— Construir, estruturar e depois enfrentar resistência, mas a
pergunta prefeito, as empresas Rosa terão entrada em seu município
ou não?
— Sergio me garantiu que não vão passar caminhões na parte
histórica.
Pedro pensa em argumentar mas apenas fala.
— Está de carro Sergio.
— Sim.
— Põem ele para dentro com o dos assessores e mostramos pa-
ra o prefeito a ideia.
O prefeito não entendeu, Sergio parou mais ao fundo e Pedro
entrou no carro.
— Dirige calmamente na direção daquela parte elevada ao fundo
Sergio.
Sergio olha ao longe, não se via muita coisa dali, eles começam a
ir no sentido e o prefeito entrou no carro e seguiu eles, Pedro fez sinal
para ele entrar no túnel, Sergio não havia visto aquilo ainda, e ouve.
— Isto ainda está sem ventilação, mas para poucos carros não
tem problema, atravessa e para ao lado da rua depois de sair do outro
lado.

499
Sergio estranha, vê a estrutura descer e depois subir e uns mil
metros depois para ao lado da rua e olha para os demais carros paran-
do atrás.
Sergio sai do carro e olha que a rua ia apenas mais uns 300 me-
tros, se via a rodovia ao fundo, Pedro olha para como ficou, olha a ou-
tra entrada que dava para a construção já em Alexandra, e fala.
— Não esquece que esta parte temos de acertar com Morretes,
estas coisas de escolher as divisas gera isto, Antonina a frente, Parana-
guá ao lado e estar sobre Morretes.
Sergio sorriu e o prefeito olha para ele.
— Está falando serio em usar um caminho direto, pensei que iri-
am construir uma grande ponte, ou aterro, passamos por baixo do rio.
— Senhor, esta parte terá algumas empresas, mas estamos so-
bre o munícipio de Morretes neste ponto, do lado de lá, entramos por
terrenos assim, se olhou, existe estrutura para levantarem como aqui,
os barracões, então teremos lá umas empresas, aqui umas empresas,
ao lado, um empreendimento imobiliário já sobre Paranaguá.
O prefeito olha o menino e fala.
— E pelo jeito vão terminar antes de inaugurar.
— Um acordo com a concessionaria é mais demorado do que
muitas coisas.
O senhor olha para onde estavam, olha a obra, ele sorri e fala.
— E se me falassem que iriam fazer, iria duvidar, já está quase
pronto.
— Longe disto prefeito, a parte estrutural não é a parte chave
nisto.
— Mas é incrível eu pensar em ir a Antonina sem passar em
Morretes, vocês querem que o fluxo de Caminhões nem atrapalhem a
cidade.
— Sempre algo vem pelo lado errado prefeito, mas não quer di-
zer que não queiramos o melhor para a cidade.
— E o porto faz parte?
— Sim, mas os guindastes estão sendo fabricados ainda, então
ainda temos de esperar eles ficarem prontos, vamos estruturar a logís-
tica enquanto o físico não fica pronto.
— E vão colocar algumas empresas aqui, seria isto.
— Sim.

500
— Soube que estão investindo na estruturação de toda a região
que entram, algo especifico para a cidade?
— Sim, estamos pensando em aumentar a estrutura própria e de
turismo da cidade.
O prefeito olha desconfiado.
— Mas como?

— Dispondo na cidade de algumas coisas, remodelando pontos


históricos e implementando sistema de tratamento de esgoto, colo-
cando hotéis, museus náutico, fabrica de moveis, restaurantes.
O prefeito olha a imagem e se depara com obras que ele não sa-
bia como eles fariam, mas entendeu, aumentar a parte visível da baia,
estava pensando, pois uma coisa era dizer, vamos por um porto, outra,
vamos reviver parte da sua cidade.
— Eu não acredito em cidade que vive apenas na dependência
dos demais, então uma associação de pescadores e produtores faz com
que tenhamos mais rendas, fabricas mesmo que sejam destinadas a
uma festa especifica, que sejam os melhores.
— E está apenas iniciando?
— Sim

501
Todos ficam olhando os detalhes e começam a voltar, Pedro viu
que eles pararam um pouco dentro do túnel, pareciam incrédulos da-
quilo estar ali.
Sergio olha para Pedro e fala.
— Os tirou as palavras, e pelo jeito quer fazer algo onde todos
vejam sendo feito.
— Sim, mas na parte central precisamos deles dizendo sim, verá
que toda vez que perguntarmos, eles mesmo ficando impressionados
depois, na hora de aprovar são sempre enrolados.
— Acha que levanta isto até quando?
— Sergio, você vai ser figurinha carimbada, vai vir inaugurar coi-
sas quase toda semana a partir de Janeiro.
— Alguma ideia especial a mais?
Pedro sorri e fala.
— Eu ainda acho minhas ideias meio infantis, uma hora vocês
vão ter de me forçar a por o pé no chão, mas neste instante todos es-
tão querendo achar algo de ruim da empresa, então talvez esteja na
hora de fazer a própria propaganda negativa.
— Tá maluco?
502
— Deixa eles aprovarem a duplicação na segunda, assinarmos a
intervenção portuária em Guaratuba, eles definiram assim, não fui eu,
e a liberação do aeroporto de Paranaguá, não adianta acelerar antes de
aprovarem.
O prefeito olha Sergio, olha em volta e fala.
— Sabe que muitos vão falar mal disto Sergio.
— Sim, mas estamos nos propondo a coletar e tratar o esgoto,
implementar a iluminação publica, asfaltar parte das ruas construindo
calçadas, ampliar o comercio, o turismo, e a indústria local, sei que
muitos vão falar mal prefeito, eles querem emprego como se viessem
de magia.
— Certo, querem fundar uma empresa que adote em parte o
município que faz parte.
— Sim. – Pedro estava pensando longe.
Pedro verifica a possibilidade de cada um dos empreendimentos
e um dos secretários olha para Pedro e fala.
— Quer urgência?
— Saber se me seria concedido o direito de fazer isto, antes de
saber da urgência.
— Acho que nas partes da cidade, sem problema, nas externas a
ela, como o porto, a permissão seria da capitania dos portos.
— E os alvarás sairiam? – Pedro aparentando insegurança.
— Todos estes prospectos parecem bem reais, se vão instalar,
como podemos ir contra?
— Sempre tem como.
O assessor olha para o prefeito que fala.
— Libera, se eles querem fazer nossa cidade melhor, não temos
porque não o apoiar.
Pedro sorri, a Rosa passa o prospecto de publicidade para se-
gunda, reportagem paga de pagina 5, confirma a existência de espaço e
passa a reportagem, com imagem dos projetos.
O diretor da Gazeta olha para o chefe de redação e pergunta.
— Eles confirmaram isto?
— Sim, se o investimento em Guaratuba terá de ser adaptado as
regras locais, eles anunciam a inauguração de 5 hotéis, 6 restaurantes,
duas praças publicas, e mais dois museus na cidade de Antonina, falam
sobre a ampliação do canal do porto para implementação do novo

503
canal, isto não entendi, falam da ampliação das áreas de cais de 400
metros, para mais de 4 mil metros.
O senhor chega perto e fala.
— Alguns acharam que eles iriam recuar, avançaram para Anto-
nina, e pelo jeito, quando falarem mal de Antonina, avançam em outro
lugar.
— Não duvido, aqui fala em investimentos na casa de 2 bilhões
de reais em Antonina, a cidade não deve ver um investimento destes a
séculos.
O diretor olha e fala.
— Lá vão os ambientalistas.
— Com certeza.
Os rapazes saem da construção e Pedro passa sua crônica, o se-
nhor no jornal olha e não entende, mas apresenta ao redator, agora
sairiam somente na segunda mesmo.
O diretor vem de dentro e fala.
— O que ele quer com isto?
— Falar mal é fácil senhor, ele com certeza terá uma com a
apresentação de suas ideias.
Uma da tarde, Pedro vai a Paranaguá, ele queria ver alguns
prospectos, e para na beira do fim do cais, do outro lado da baia a ilha
da Cotinga, ele senta-se e olha para Sergio.
— Quer ir, Roseli deve estar num apuro só.
— Ela falou que está tranquilo, está um agito em Guaratuba.
— Nem quero aparecer, é pior, se aparecer sou incentivador, se
não aparecer, sou o causador que se omite do problema, então vamos
nos omitir neste instante.
Pedro sentado a beira do mato, tinha lixo a frente, mas ele co-
meça a desenhar, alguns ao fundo viram aqueles caminhões chegarem
e começarem a isolar a área, o isolar da área, dava apenas a pescado-
res que entrassem por aquele lado, a visão da ilha, ele começa a dese-
nhar o que queria, enquanto os rapazes colocavam toda aquela prote-
ção, ele desenha um bate estacas mais a dentro e uma draga que lan-
çava para a parte isolada a areia.
Sergio viu que o menino avançava, foram a região da igreja da
padroeira da cidade, e ele começa a isolar uma área a mais, se todos
duvidavam que ele iria fazer, ele estava dizendo, vou fazer, e eles que
corram atrás.

504
O isolar da região, o colocar de tapumes a volta, o ver por sobre
o tapume alguns bate estacas, fez alguns da região se perguntar o que
iriam fazer, o mesmo acontecia no aeroporto da cidade, isolado agora
para algo, e aviso de reforma a toda volta.
O que era uma obra em uma cidade, começava a atingir Parana-
guá, e muitos se perguntavam o que viria, todos queriam melhoras,
mas as reformas viriam com calma, a calma de Pedro.
Pedro no fim daquele dia, volta com Sergio a Matinhos, e Roseli
estava a discutir com seu pai na entrada.
Pedro não entrou, foi a sua casa e olha para Renata.
— O que aconteceu?
— Ele não gostou de ter recebido a intimação sobre desfazer al-
go, não entendi.
— Sei disto, mas o que entendeu?
— Que Guaratuba está um tumultuo.
Pedro pega o telefone e liga para Moreira.
— Pode falar Moreira?
— Sim.
— Pronto para esvaziar o prospecto de onde aquele Rodrigues
toca?
— Vai ferrar ele mesmo?
— É ferrar ele ou ver os que estão nos deixando mais ricos mor-
rerem, não gosto desta forma de capitalismo Moreira, todos viram
descartáveis.
— Entendo, eu tirei o pessoal de lá.
Pedro pega o computador e digita a crônica, mas esta iria para a
pagina de dois outros jornais locais on-line, pagavam menos mas pare-
ciam sempre prontos para encarar o sangue de frente.
Pedro passa a denuncia para o ministério publico e para a polícia
e depois passa a reportagem, apenas esperando o estouro.
O rapaz do ministério publico olha a denuncia, mesmo no do-
mingo e pede para falar com o delegado da Federal responsável, o
senhor o recebe e as imagens via satélite mostravam a imensa clareira
e devastação na região.
A policia federal faz uma operação na região, os garimpeiros le-
vados a delegacia e o senhor Rodrigues, liga para os advogados e nin-
guém aparece.

505
Fim de tarde e toda aquela movimentação na região da serra do
mar, e vem a noticia a nível nacional, o estadual perdera a noticia, que
prenderam um grupo de garimpeiro que estavam em uma operação na
reserva florestal da serra do mar, o mostrar das imagens aéreas faz
muita gente que sabia do problema, se fazer de cegos.
Pedro olha para Sergio e fala.
— Vou a Curitiba, hora de encarar de frente, se conheço um
pouco de política, ele vai apontar para mim.
— Ele não o faria.
— Pode apostar que vai.
— E vai se manter longe.
— Sergio, tudo a volta é seu assim como meu, mas tudo que fi-
zemos é legal, tudo que eles fizeram, ilegal.
— Certo, você faz coisas que podem não ser legais, mas não pelo
conceito normal de legalidade e sim pela ausência de leis para isto.
— Pode ser, mas apoia Roseli, eles podem ter entregue uma no-
tificação para a RR, mas ninguém viu a RR fazendo nada.
— Certo, mas quem o fez?
— O povo de Guaratuba, quem mais. – Pedro.
Sergio sorriu e viu o menino pegar o lápis, olhar em volta e ir ao
banheiro, Sergio sabia que ele iria a Curitiba.
Ele mal surge no apartamento e já olha para fora a policia che-
gando na parte baixa.
Pedro pega uma blusa, pois ali estavam bem mais frio que no li-
toral e desce, Roberto olha o menino e pergunta.
— Tudo bem?
— Eles vão jogar sobre mim o problema, então deixa eu me
apresentar logo.
— Não entendi o problema?
— Digamos que detonamos o esquema de extração do senhor
Rodrigues.
— Porque?
— Para eles acharem as ligações do senhor para o prefeito de
Guaratuba.
O policial olha o menino e fala.
— Temos um mandato de busca na casa.
— A vontade.

506
Os policiais entraram, viram que a casa era de peças amplas mas
arejadas, e nada de cantos para esconder nada.
Eles registram e pegam o notebook do menino, tinha senha, e
ele esperava não precisar muita coisa dali, eram apenas crônicas, proje-
tos, e-mails, eles apreendem seu telefone e ele é conduzido a delega-
cia.
O menino é colocado a frente do Delegado da Infância e Juven-
tude, Sábado a noite, Pedro reparara que havia repórteres já na entra-
da, então no jogo, jogue.
Pedro é sentado a cadeira e o ministério publico pergunta se foi
constrangido e coisas do gênero, o menino não respondeu, ele estava
esperando a pergunta do senhor a frente.
Pedro já estava ganhando experiência nisto.
— Menino, qual o seu envolvimento com Paulo Rodrigues?
— Não lembro conhecer alguém com este nome.
— Ele lhe acusa de ser o mandante da contravenção que ele toca
na serra do mar.
— Desculpa senhor, do que estou sendo acusado, acho que não
está olhando para mim.
— Sabemos que es Pedro Rosa, dizem horrores de você por ai
menino, não banque o engraçadinho.
— E do que me acusam, já que não tenho ideia, subi a serra a
pouco, estava em Paranaguá.
— De extrair ouro de uma mina na região da Serra do Mar?
— Qual dos três pontos senhor? – Pedro olhou serio.
— Vai confessar que tem três pontos de extração ilegal?
— Não, eu tenho contrato com a Caixa, através de uma empresa
de geologia local, permissão e extração e venda de ouro, não mais de
75 barras dia, mas tudo tirado legalmente, nada ilegal, e ninguém das
estraçoes que dizem ser minhas, pois se vier a ser terá de esperar eu
fazer 18 anos, tem um funcionário de nome Paulo Rodrigues.
— Estamos falando de uma de frente para a baia de Guaratuba.
Pedro olha o senhor e fala.
— Eu não tenho como provar o que vou falar agora senhor, mas
estão me caluniando mesmo.
— O que não tem como provar?
— Eu tive um alvará de funcionamento de um dos hotéis da Ro-
sa, cassados a dois dias, eu sempre digo que eu não via nada, minha

507
visão não é tão boa assim, mas dizem que da construção dava para ver
uma devastação na serra do mar do outro lado da baia, eu sei que me
cassaram o alvará em Guaratuba por algum motivo, agora eles querem
jogar sobre mim o crime deles, se está falando daquele senhor que
trabalha para o senhor Geraldo Souza e para o prefeito de Guaratuba,
para mim ele se chamava Dinho, nunca vi ninguém lhe chamar de Ro-
drigues, mas quando ele veio para a região, que começou esta historia
de pagarem numa aposta mais de duzentos mil reais por minha morte.
— Do que está falando? – O rapaz do ministério publico.
— Referente? – Pedro.
— Apostaram por sua morte?
— Sim, não entendo o que querem, mas sei que a fama deste
senhor, é que ninguém que trabalha para ele, fica vivo para falar algo,
deve ter mais mortes as costas que eu de vida.
— Acha que acredito que es inocente. – O delegado.
— Desta acusação sou senhor, posso não ser apenas este corpo
pequeno, frágil, mas prove que fiz o que dizem, e sei onde vão dizer
que é meu, pois eu consegui a liberação a 4 dias, para explorar algo ali,
mas não tive tempo de contratar algo para aquele lugar, e sabia que
teria problemas, quando me falaram que Dinho estava ali, mas como
digo, aos amigos tudo, aos inimigos, meus punhos, e sei o quanto eles
riem disto.
O rapaz do ministério publico sorri e pergunta.
— Tem mesmo concessão de exploração de ouro.
— Senhor, o que fazemos oculto, é que uma Serra Pelada na Ser-
ra do Mar seria um lugar terrível nas chuvas de verão, além da degra-
dação, de todo o mal a região.
— E fazia o que em Paranaguá?
— Investia os recursos que o ouro me gera.
— Investia? – O delegado.
— Alguns dizem que modifico o meio para ser como eu quero,
acho que isto é da natureza humana, mas os falsos moralistas odeiam a
evolução de Darwin, são os que dizem que não devo alterar as coisas.
— Não foi claro. – Delegado.
— Senhor, quer sabe algo pergunte especifico, eu tenho obras
em Matinhos, Paranaguá, Morretes e Antonina, cada uma difere da
outra, embora tenha dois portos sendo feitos, os dois são diferentes, se
em Matinhos eu tenho hotéis, em Paranaguá, tenho um conjunto de

508
prédios residências, porto, fabricas, ampliação de rodovia, parques
municipal entre as obras em construção hoje.
O delegado olha serio.
— Qual o investimento nestes obras?
— Ainda pouco senhor.
— Pouco?
— A minha entrada de capital se dará na terça, e não está con-
firmada, então me atenho a dizer que ainda estou lentamente fazendo
as coisas.
— E de onde vem todo este dinheiro? – O rapaz do ministério
publico.
Pedro pega a carteira ao bolso e dela tira um pequeno anel com
um diamante e fala.
— O problema é que não tenho apenas exploração de ouro se-
nhor, isto sai de uma mina de diamante em Minas, este pequeno anel
ao meu bolso tem um diamante que vale mais de um milhão e qui-
nhentos mil dólares.
Pedro alcança para o delegado que olha para o menino, agora
ele fora pego direito e olha para o rapaz do ministério publico.
— Sabe que ele está se enrolando.
— Ele está falando senhor, se ele tiver autorização de explora-
ção, ou um terreno que justifique e esteja em estudo, isto explica em
parte os recursos.
O delegado olha para Pedro e pergunta.
— E como se consegue tanto dinheiro em tão pouco tempo?
— Sobrevivendo enquanto delegados fazem vista grossa para os
amigos continuarem a tentar me matar Delegado, se eu morrer, meus
segredos morrem comigo, referente aos diamantes, eu fiz um único
buraco, dizem que é sorte de principiante, mas pensa em você fazer
uma amostra de terreno e nesta amostra sair um quilo de duzentos de
diamante de alto valor, o que quer dizer, 6 mil quilates de diamante
avaliados a 4 mil dólares o quilates, foi ai que começou tudo, foi ai que
virei alvo deste Geraldo em Minas, eles querem saber de onde tirei,
pois é uma amostra de 24 milhões de dólares em estado bruto.
— E não explorou ainda pelo que entendi? – O delegado.
— Eu não gasto tanto assim senhor, fixei um contrato que vai
entrar diariamente na conta, quer dizer, de segunda a sexta, o equiva-
lente a 150 quilos de ouro dia, ou a bagatela de dois milhões e duzen-

509
tos mil reais dia, e pelo que os geólogos falaram, este valor, 365 dias
por 18 anos, este é o segundo motivo, então quando eu começar a tirar
Diamantes, Platina e Ouro, pode ser que tenha entradas na casa de 6
ao dia, e obvio delegado, para isto, tenho de escapar das armações,
sejam de meu pai, seja desde Geraldo Souza, seja deste Dinho.
— E acha que vai chegar a isto?
— Senhor, tem de entender, sou uma criança, não será no meu
nome que estará este dinheiro, eu tentei primeiro com meu pai, ele
apostou tudo que ganhei na primeira semana e perdeu, ainda apanhei
por dizer que não geraria mais para ele jogar, dai tive de fugir de casa,
sim, aos 13 anos com esta cara de 11, eu fugi de casa e vivi uma sema-
na nas ruas, sabendo como ganhar milhões, entendi que era alvo, en-
tendi que a lei é só quando eu fizer algo errado, pois um desembarga-
dor jogar e apostar na morte de uma criança como eu, ninguém irá
investigar, se um deputado federal o fizer, também não, se um delega-
do da 8ª o fizer, também ninguém vai fazer nada, entendi que se a
polícia me batesse a rua, a lei do menor não funciona, pois os a rua,
para a sociedade em volte é lixo, então, sobrevivi, escolhi desconheci-
dos para serem bilionários em 10 anos, hoje se esta aposta idiota der
fruto, eu juro, volto e levo todos ao inferno comigo.
O rapaz do ministério publico entendeu onde estava a pressão e
olha para o delegado.
— Isto que ninguém fala e fica pressionando?
— Rapaz, o menino sobreviveu, se perguntar porque, ele estava
dormindo a rua, e os Hons resolveram o proteger, então se fala que
Plout detonou algo, ninguém vai escrever isto, mas se ele está vivo, é
porque o oculto da cidade, por algum motivo, resolveu que ele não
seria morto. – O delegado.
— E todos querendo ainda jogar sobre a criança? – O rapaz.
— Ouviu do menino, é uma fortuna, eles estão apostando para
ganhar uma aposta, achando ser muito, o que ele quer ganhar por dia.
— E vai fazer a acareação? – O delegado.
— O menino não ligou para o senhor, mas o prefeito sim, e o se-
nhor tenta a mais de uma semana ligar para o senhor Geraldo, e não
está conseguindo uma posição.
O rapaz do ministério publico olha para o delegado e pergunta.
— Então porque o convocou?

510
— O senhor jogou nele a culpa, precisava saber se tinha como
justificar os gastos, pelo que entendi, o senhor ali tem trocado na con-
ta, e o menino gasta a rodo, minha duvida era de onde vinha o dinheiro
das reformas em Matinhos, aquela que a imprensa local e nacional por
algum motivo resolveu falar mal.
— Eles não gostaram, qual a novidade. – O rapaz do ministério
publico.
— Rapaz, eles se propuseram tratar todo o esgoto da cidade, es-
tão plantando mais de 3 mil mudas de arvores, drenando os rios do
município, plantando arvores nas margens, delimitando avanços aos
morros, reformando todo calçadão, gerando o que o governador iria
gastar milhões para fazer, me deixou pensando a noite, porque eles
estariam pressionados para parar isto, é como se uma cidade no litoral
do Paraná fosse de 30% de esgoto para 100%, sistemas de captação
que lhe permitem na temporada 3 milhões de habitantes, mas acho
que entendi.
— Esta dizendo que sem pressão não haveria porque irem con-
tra e todos foram.
Pedro apenas ouvia, poderiam o estar induzindo serem aliados,
mas ele já falara demais e ouve o delegado.
— Precisava saber porque, mas se do hotel que cassaram o alva-
rá da para ver de binóculos o dano ambiental na serra, explica, pois
eles não queriam que o que desencadeamos hoje acontecesse.
O rapaz do ministério publico olha o delegado anotar algumas
coisas e olhar para Pedro.
— E estava em Antonina fazendo o que?
— Não trouxe os prospectos delegado, não vim vender uma
ideia, apenas responder a perguntas.
— E teria um prospecto de investimentos?
— Eu terei de conter gastos se eles não aprovarem na segunda e
terça o que acredito conseguir.
— E o que lhe garantiria não parar? – O delegado olhando o me-
nino.
— Deixar claro que não estará em meu nome Delegado, mas o
governo federal tende a aprovar um projeto nosso na casa dos 12 bi-
lhões de dólares, para implementação em 10 anos, dinheiro disponibili-
zado pelo BNDS, para pagamento em 20 anos.
O rapaz sorri e fala.

511
— Fala em milhões e bilhões como poucos menino.
Pedro olha serio para o rapaz, o delegado viu que o menino não
sorria, ele não caia na provocação de sorrisos.
— Rapaz, se estou falando em ganhar 6 milhões dia, eu não vou
me negar a tentar fazer meus projetos, pois em 10 anos, terei indepen-
dente deste empréstimo, colocado 21 bi na conta, mas é que dinheiro
do governo nos faz ter como acelerar os gastos das coisas que entram
aos pouco.
— E não pode falar ainda no que vai investir?
— Tem muita coisa que precisa de aprovação.
— E se não permitirem o seu hotel em Guaratuba?
— Vou entrar contra o instituto ambiental, contra a prefeitura,
contra o governo do estado, contra toda a estrutura, o que chamam de
Iate Clube de Caiobá, fica em Guaratuba, na mesma área de preserva-
ção, e foi aprovado, quer dizer, os de berço novamente podem, os
demais, não?
— Sabe que isto demora.
— Tenho 13 senhor, tenho tempo para o processo chegar ao su-
premo, e se toda estrutura tiver se perdido, o processo ai sim pode
parar Guaratuba, pois vou querer receber, e vou por o prefeito atual
como pessoa responsável civil, pois não é justo apenas a prefeitura
falir, quem assinou tem de arcar também.
O rapaz do ministério publico olhava o menino, as palavras não
combinavam com a criança a frente.
— Sabe que lhe olhar não facilita.
— Eu decepciono na marra, se eu tivesse pedido permissão para
algumas coisas, eles me olhariam e não dariam, mas quando se monta
uma empresa, ela pede, ela faz, mas como se diz, quando terminar de
instalar o complexo de Antonina, a empresa terá um porto de uns 3
bilhões, quando terminar de me instalar em Paranaguá, um porto de
uns 6 bilhões, o conjunto de hotéis em Matinhos, será um investimento
de 200 milhões, mas ali o investimento de 200 me gera perto de 144
milhões ao ano, em recebíveis, e sei, me olhar, de camiseta de 15 reais,
tênis de 60 reais, calça de 45, celular de 300, se somar roupa intima e
meias, algo a sua frente de 440 reais, com cara de 11 anos, falando de
milhões, e pode ter certeza rapaz, eu vou tentar.
O delegado olha o menino e pergunta.
— E vai sobreviver?

512
— Senhor, quando a lógica diz, parem, e eles continuam, é sinal
que eles não fazem mais parte da sociedade a volta.
— E vai se defender?
— Eu contratei segurança para eles ficarem correndo atrás de
mim, mas se o senhor afirmar que a mina na serra é minha senhor, eu
assumo, coloco ele para correr e coloco mais um pouco na conta, de
terceiros.
— Sabe que aquele senhor cheira a morte.
— Eu diria que os rapazes presos, embora estejam xingando por
terem perdido dinheiro, ganharam algo que não tem custo, não conhe-
ço ninguém que tenha saído vivo de uma extração deste Dinho, mas eu
que sou o perigoso.
— Não tem medo? – Delegado.
— Senhor, se eu não tivesse meus truques, minhas cartas na
manga, com certeza já estaria morto.
— E pelo jeito vai provocar. – Delegado.
— Quero o direito de viver delegado, é fácil dizerem que a cida-
de tem lei, e eu sair pela porta e ter 4 rapazes me seguindo para tentar
me matar, se andar na XV de Novembro, ser cercado por mais de 12
pessoas, e ninguém me proteger, a lei somente para os que não apos-
taram, é algo que não entendo.
— E não vai parar por isto.
— Senhor, odeio gente mirando em mim, odeio a sensação de
que serei morto, covardemente e todos vocês vão fazer de conta que
foi só mais um assalto mal contado.
— Não somos todos assim.
— Sei, mas tem três delegacias desta cidade, de três apostado-
res delegados, que entraram com pedido de prisão preventiva sem
uma única prova, contra mim.
— E não vai lá?
— Advogados são para cassar este tipo de absurdo.
— E não pediu um porque?
— Condução para esclarecimento, eu compareço.
— Dizem que deixou os delegados de outra condução assusta-
dos.
— Se três delegados em uma sala comigo, esta me vendo se-
nhor, ficaram com susto, entendo o quanto a violência é pouca na ci-
dade, pois quem tem medo de mim, deve temer baratas senhor.

513
O delegado anota mais duas coisas e fala.
— Por hoje é só menino, mas não se ausente sem comunicar
onde estará.
— Em uma das praças dormindo.
— Lhe pegamos em uma. – O delegado não entrando na provo-
cação do menino.
O menino olha para a rua e Roberto a atravessa e o delegado pe-
la janela fala.
— Ele cercou-se dos discretos, não dos que ficam dizendo que
tem de se afastar. – O delegado olhando Roberto.
— Não conheço este. – O rapaz do ministério público.
— Antigo segurança daquele Moreira.
— O que acha do que ele falou?
— Que ele omitiu tudo que não podia falar.
— Não entendi.
— Ele falou o que ele sabe que não acreditamos, dinheiro, em-
bora tudo indique que ele sabe bem quem o ameaça e o prefeito de
Guaratuba quero ouvir pessoalmente, mas agora só na segunda.
— Pensei que o traria hoje para conversar?
— Ele está tendo problemas lá, liguei para a delegacia de lá, di-
zem que ele entrou com uma determinação contra a RR para desfazer
o que fez nas praias de Caieiras e Prainha, os pescadores o colocaram
para correr, ele em um sábado conseguiu alguém em seu ministério
publico para entregar isto no hotel de Matinhos.
— E acha que ele consegue algo?
— O problema, Matinhos não é cede da RR, segundo, segundo a
direção da RR, Roseli Paz deixou ontem a direção da mesma, e a força-
ram na pressão a assinar o recebimento, tanta irregularidade, que eles
devem estar rindo lá.
— E quem tomou as dores da empresa? – O rapaz do ministério
público.
— Os pescadores de Caieiras, depois os dispensados do hotel
que cassaram o alvará, depois os jornaleiros por ver que a Gazeta se
posicionou contra as reformas, sei que o delegado de lá disse que no
fim do dia, estavam todos contra o prefeito, a Globo e subsidiarias
deles.
— Cidade pequena é diferente de Grande. – O rapaz.

514
— Sim, ele fez em Caieiras o que fez Matinhos, coleta do esgoto
que ia todo ao mar, calçou, asfaltou, fez as reformas, em uma noite,
ninguém viu.
— Como tem certeza que ninguém viu? – O rapaz.
— Foi aquela praia que acharam os ossos secos em estado seco
junto aos barcos, você vê as ruas ao fundo isoladas, mas tudo ainda
sem reforma, mas as imagens de hoje sedo davam uma praia totalmen-
te diferente.
Pedro foi ao centro, entra no Shopping Estação, Roberto entrou
ao lado, foram a um restaurante e ele pegou um prato e se serviu, Ro-
berto fica ao longe.
Pedro começa a comer com calma, estava com fome, ele parecia
pensar em algo quando viu aquela menina sentar a mesa e lhe olhar,
sabia que aquele sorriso lhe tirou a atenção.
— Me responderia uma coisa? – A menina olhando ele.
— Se souber? – Pedro a olha aos olhos.
— Porque me parece conhecido?
Pedro sente o sorriso natural dela e sorri para ela e fala.
— Porque diria que pareço conhecer este sorriso, e ele me forçar
algo que não me é fácil, sorrir.
— Um galanteador? – A menina.
— Quem dera tivesse tamanho para ser um galanteador.
— E de onde nos conheceríamos?
— De outras vidas? – Pedro.
— Não, isto não explicaria eu achar que lhe conheço.
— Todos dizem que sou um encrenqueiro e me apontam a rua,
como um encrenqueiro.
— Vi que gente armada estava o seguindo outro dia.
— Dizem que gente rica na cidade, apostou um dinheiro alto pa-
ra quem me matar.
— E porque fariam isto?
— Desocupados? – Pedro a olhando, tinha de segurar o sorriso,
estava sentindo-se bobo.
— E como é seu nome? – A menina que Pedro sabia se chamar
Rita, e não queria ela fugindo dali, mas já era noite, então talvez ela
saísse rapidamente.
— Se não sair correndo eu falo.
— Não tem como me assustar com seu nome.

515
— Pedro Rosa. – Pedro a olhando aos olhos.
Ela o encara e fala.
— Rita Ribeiro.
— Tem namorado? – Pedro.
— É serio que se chama Pedro Rosa?
— Sim.
— Parente daquele empresário que falam estar mudando a cara
do litoral?
Pedro a olha serio e ela fala.
— Vi que pegaram pesado contra o senhor, mas é parente dele.
— Não, eu sou ele, mas isto que ninguém fala, Pedro Rosa pare-
ce algo que não cabe em mim.
— Esta falando serio, é alguém com roupa barata e simples, es-
tas pessoas são esnobes.
— Não aprendi ainda a ser esnobe.
Ela sorriu e olha para Pedro.
— Não tenho namorado, tens namorada?
— Não tenho tamanho para namorar, diz minha madrasta.
— E porque apostariam na sua morte?
— O submundo dizia que meu pai devia um dinheiro grande, e
eles para recuperar parte dos recursos que ele devia, inventaram uma
aposta para faturarem um pouco baseado nisto.
— E seu pai?
— Me espancou por não poder apostar.
— Não está falando serio.
— Infelizmente estou, e não gosto de falar disto.
— Vai fazer algo hoje a noite?
— Não.
Ela pega um papel e anota um endereço e fala.
— Tem aniversario da minha irmã lá em casa, aparece lá depois
das 10.
— Vou ver se consigo.
— Tenta.
A menina sai e Roberto chega perto.
— Problemas?
— Sim, tenho de comprar uma roupa, para ir a uma festa.
Roberto olha a menina e fala.
— Esta ai é encrenca menino.

516
— Conhece?
— Fui preso uma vez, pois o pai dela é procurador de Justiça, dos
mais intransigentes que conheço.
Pedro termina de comer e caminha até a Americana, ele não era
de entrar em lojas de marca, não saberia o que pedir, pega uma cesti-
nha e coloca um tênis, uma camiseta, uma calça, uma meia e uma cue-
ca, um desodorante e foi ao caixa.
Pedro espera Roberto pegar o carro no estacionamento e foi pa-
ra a casa sobre a empresa de Geologia.
Pedro toma um banho e pensa olhando o espelho se deveria ir,
ele sabia que estaria em área que desconhecia.
Ele desce e perto da meia noite Roberto para o carro e ele desce
e caminha até a porta e o segurança confirma nos nomes da lista e
desconfiado o deixa entrar.
Aqueles meninos todos com tênis de marca, perfumados, com
dentes perfeitos, viu uma menina parar a frente dele e falar.
— Não lhe conheço.
Ele olha a menina e fala.
— Sua irmã me convidou, mas se estiver incomodando me reti-
ro. – Pedro sabendo por alguém que lhe falava a cabeça quem era a
menina a frente.
— Lembro de você de algum lugar. – Josiane.
— O menino que não sabia nada de Cantores Coreanos a uma
semana no Shopping. – Pedro.
— Certo, mas minha irmã está lá no meio da bagunça.
— Acho que vim na festa errada. – Pedro a olhando se afastar.
Pedro olhava para a bagunça na parte do fundo, era um conjun-
to da casas de alto valor, na região do Agua Verde, aquilo era uma área
para festas, tinha bebida alcoólica para crianças, um garçom ofereceu
um aperitivo, mas Pedro havia comido.
Ele olha que uns meninos o cercaram e sente um lhe empurrar e
falar.
— Não conheço você, não é bem vindo.
Pedro olha o rapaz e fala.
— Quando for dono da casa, opine rapaz. – Pedro.
— Acha que tenho medo de criança? – Jonathan.
— Não Jonathan, você é apenas filhinho de um vendedor que se
ninguém comprar, para de arrotar, mas se não tem medo de mim, é

517
por não saber um pequeno detalhe, eu não levo desaforo para casa, e
se para bater em alguém menor, precisa de Peterson, Richard e Ricardo
para dar cobertura, está mal rapaz. – Pedro mostrando para o rapaz
algo que o deixou confuso, o menino sabia quem ele era e todos a vol-
ta.
— E quem seria você que teria de ter medo.
Pedro sente alguém lhe abraçar pelas costas e ouve.
— Meu namorado Jonathan, some.
O rapaz viu Rita abraçar o menino e fala.
— Escolheu alguém da pré escola.
— Sim, eles são mais adultos que você. – Rita.
Pedro a olha e fala.
— Me pedindo em namoro? – Pedro.
Ela sorri e fala.
— Dizem por ai que até meu pai vai ser colocado contra você.
— Terei de aceitar o pedido depois dos 18, dizem por ai que seu
pai é bem minucioso nos processos.
— E quem falou isto?
— Meu segurança já pegou dois anos por um processo do seu
pai. – Pedro.
— Tem segurança.
— Tem de ver que não sei o que ele defende, mas me divirto
com isto.
Jonathan continuava ali e olha para o senhor chegar e Rita olhar
para o pai que fala.
— Não me apresentou o namorado filha. – Jose Ribeiro.
Pedro estica a mão e fala.
— Pedro Rosa.
Os rapazes olham para ele desconfiados e o senhor olha a filha e
pergunta.
— Temos de conversar filha.
— Sei, ele disse que pelo jeito teria de aceitar meu pedido de
namoro depois dos 18, vamos ter de conversar pai.
— E se conhecem a muito tempo?
Pedro puxa seu celular antigo e nada moderno, olha a hora e fala
olhando o senhor.
— 4 horas.
Rita sorriu e fala.

518
— Querendo já me dar o fora?
— Não sou tão maluco a este ponto. – Pedro tentando não sor-
rir, ela lhe gerava uma vontade de ser feliz, ele estranhava seus senti-
mentos diante daquela menina.
Rita foi pegar algo e Jonathan olha para Pedro.
— O que ela quis disser com esperar os 18, encrencado?
— Jonathan, ninguém me leva a serio, a fama é maior que eu em
muito, todos esperam um rapaz e não uma criança.
— Mas porque ele não gostaria de ter alguém milionário como
namorado da filha?
— Meu pai é jogador, punguista, contrabandista, minha mãe,
atiradora profissional, meus amigos, os Hons, meus inimigos, os senho-
res de respeito da cidade, que apostaram na minha morte, e alguns
subiram no telhado antecipadamente.
Jonathan olha Pedro e pergunta.
— Mas dizem que você é milionário.
— Não, serei isto quando for de maior, não agora.
Rita vem do fundo e ao lado dela uma menina maior que Rita,
ele a olha, e fala.
— Esta é minha maior concorrência? – Pedro olhando para a
menina ao lado.
Rita sorri e fala.
— Apenas amigas.
Rita viu que Carolina olhou serio para o menino e fala.
— Insinuou algo?
— Carolina se não me engano? – Pedro.
Rita olha para Pedro e fala.
— Se conhecem?
Pedro a abraça e fala.
— Difícil explicar, o pai dela, cuida da conta bancaria do meu pai
no Banco do Brasil.
— Cidade pequena. – Rita.
— Prefiro as menores, para mim ela já é grande demais. - Pedro.
— Mas insinuou algo que não admito.
— Diria um rapaz em um mundo paralelo a este, e sei que não
entende Carolina, que meu nariz está sempre a disposição, para rece-
ber pancadas.

519
Rita viu que Pedro não recuou e ela lhe deu um beijo, Pedro não
tinha experiência nenhuma nisto e a olha aos olhos.
— Esta coisa de beijo vai ter de me ensinar como fazer.
Ela sorri e fala.
— Meu pai não gostou da sua frieza.
— Não entendi.
— Ele disse que você é alvo na cidade, que é perigoso ter você
em uma festa, tem muito maluco na cidade.
— Sei disto, se fiquei na duvida de vir foi por isto, mas como lhe
dizer não?
— Pensei que não viria.
Pedro a beija e fala.
— Se coisas estranhas acontecerem, lembra sempre, eu não sou
tudo que falam, e não pretendo morrer por isto.
— E tem medo de algo?
— Sim, mas entra, não se envolve.
— Vai correr perigo?
— Tem coisa que não se explica, mas eu volto se der.
— Não me traia muito. – Rita.
Pedro sorri e começa a voltar para a entrada, os seguranças da
casa viram aqueles rapazes vindo armados a rua, Pedro pega o telefone
e fala olhando os rapazes saindo de trás dos seguranças.
— Roberto, apenas isola a área, prepara para limpar a área.
O segurança segura o ombro do menino e fala.
— Eles estão armados menino.
Ele sabia, olha os dois e fala.
— Evita que os da casa venham para fora, melhor não misturar
as coisas.
Pedro olha os 12 rapazes e fala alto.
— 12 para matar um nada como eu?
O segurança a porta estranha e faz sinal para o outro isolar, ele
fecha a porta, e fica olhando o menino e vê eles sacarem as armas e
mirarem nele.
— Assim fica mais fácil.
Pedro toca o peito, tempo estático, olha para os rapazes, chega
ao primeiro e pega sua arma, ele não seria bonzinho, ele mata os 12 e
arrasta os corpos para o fundo do carro de Roberto, olha em volta e
olha dois carros da civil dando proteção, apontando também para onde

520
ele estava, não para os rapazes, dois delegados, ele deu tiro em todos
os policiais e no tanque de gasolina, ele põem um fosforo ao chão por
baixo dos dois carros da policia e volta ao lugar e toca o peito, ainda
com o telefone na mão.
Se ouve o som de todos os tiros ao mesmo tempo, um barulho e
todos somem da rua.
— Tira os as suas costas Roberto.
Roberto que olhava os rapazes avançarem, sumirem, ouve o
menino e olha os corpos ao fundo, e olha que nada estava mais a fren-
te da casa.
Os Hons surgem as costas de Roberto e um olha para o menino
ao longe.
— Considere mais um favor menino.
Roberto olha os seres puxarem os corpos, um tocar os carros
que começavam a pegar fogo e estes somem a rua.
Pedro olha o segurança e entra novamente e fala.
— Se aparecer mais me chama.
— O que fez.
— O que viu.
— Não o vi fazer nada.
— Então foi o que fiz.
O segurança olha a rua, e Pedro entra, ele pergunta onde era o
banheiro, um banheiro maior que seu quarto, estava uma bagunça, ele
fecha a porta e lava o rosto, ele queria se soltar, mas era inevitável vir
os problemas, mas na cabeça de Pedro, ou ele avançava ou morria, ou
as pessoas a volta morriam, ele não queria nem morrer, mas ele olha
para seu rosto ao espelho, e quando pensa em Rita, seu rosto sorri e
ele fala.
— Tem de se conter Pedro.
Ele sorri, seca o rosto e sai para a festa, para no lado oposto
vendo Rita ao meio, outros rapazes querendo chegar perto, ela parecia
querer festar e ouve alguém ao lado.
— Porque falou aquilo? – Carolina.
Pedro olha para saber quem era, mede Carolina de cima a baixo
e fala.
— Competição injusta esta minha.
— Acha que gosto dela?

521
— Carol, pode não entender, mas dizem as más línguas que exis-
tem 12 existências com humanos, paralelas, e nas 12 você é presa na-
quele olhar.
— Acha que acredito em outras existências?
— As vezes até eu duvido, mas não me tenha mal Carol, ela en-
canta com aquele olhar.
— Ela acha que você foi embora.
— Ela já vai lhe procurar com os olhos, e me acha.
— Parece a conhecer.
— Deixar claro uma coisa, eu entrei nisto agora.
Rita ao centro daquele salão, dançando uma musica agitada olha
em volta, olha Carol e olha aquele menino ao lado dela lhe olhando, ela
estava com ciúmes e sai no sentido de Pedro, ela não entendia o que
aquele menino em tudo lhe chamou atenção, mas até a oposição de
seu pai, lhe induzia a aquele caminho.
O senhor Ribeiro chega ao segurança e pergunta.
— O que aconteceu Robson?
— Não entendi senhor, um bando de 12 pessoas armadas, mais
dois carros ao fundo, pareciam que iriam avançar contra a casa, está
nas câmeras de segurança, e nem elas pegaram.
— Como assim?
— Olha, pois toda a definição não faz sentido, mas quem é aque-
le menino senhor? Parece pobre, quase o barrei.
— Isto que não combina naquele menino, aquilo é Pedro Rosa, e
não parece caber nele.
— Ele era o alvo então?
— Porque acha isto?
— Ele saiu e pediu para segurar as pessoas para dentro senhor,
mas ele apenas chega e os rapazes somem, eu pensei que executariam
ele a entrada.
O senhor foi para dentro e ficou a olhar as câmeras de seguran-
ça, sem entender, sem corte, uma hora eles estavam ali, no segundo
seguinte não, se via os Hons surgirem a rua, os carros em chamas sumi-
rem, e uma segurança ao fundo, que não pareceu fazer nada, pois os
Hons foram mais rápidos.
Pedro estava em sua primeira festa, então ele parecia deslocado
e aquela menina abraçada a ele, parecia algo que não combinava, era
como se algo estivesse escrito, ele tinha dificuldades com a definição

522
de Deus, pois seria um Deus cruel, alguns viviam como os a volta, e
outros, sem nada com todas as necessidade de não ter nem para co-
mer.
Gente a rua sem ter onde dormir e gente jogando comida fora,
se embriagando, esbanjando, e pior, os sorrisos ali pareciam em sua
maioria falsos, e os a rua, reais, como? Esta pergunta lhe vinha a mente
e Rita fala.
— O que estava fazendo que chega ao shopping só no fim do
dia.
— Não entendi me convidar. – Pedro.
— Não sei, eu queria o achar de novo, mas não foi lá de novo,
pensei que não iria o achar e entra pela porta com segurança, sem nem
se preocupar com nada, sei que parece estranho isto. – Rita.
— Estava me procurando e eu perdendo tempo por ai? - Pedro.
— Sim, mas parece não estar gostando?
— Falta de costume de vir a uma festa, ainda mais olhos lindos
me olhando.
— E parece ainda pensando.
— As vezes eles vão falar horrores de mim Rita, e não sei, parece
que não nos conhecemos tanto para estarmos juntos, as pessoas ge-
ralmente tem medo deste tal Pedro Rosa.
— Eles não devem lhe conhecer.
— Me conhece? – Pedro a olhando sorrindo, ele se estranhava
diante daquela menina – Pois eu ainda tento me conhecer.
— Tentando entender o menino que parece ser famoso, e nem
estar ai para isto.
— Geralmente eu estou correndo, daqui a pouco vou para Mati-
nhos, tenho coisas a resolver daqui a pouco lá.
— E teria como arrastar uma namorada para lá?
Pedro a olha e fala.
— Arrastar parece forçado.
— Entendeu.
— Tem de entender que nem sempre é legal esta parte técnica
que pareço dedicar a vida.
— Mas teria como?
— Seu pai aceitaria assim?
— Ele provavelmente vai querer saber onde fomos e o que fize-
mos.

523
— Função de alguns pais é esta.
Rita sorri e foi para dentro, era aniversario da irmã dela, que pa-
recia lhe olhar ao longe, ao lado dela uma moça, olha ao lado Carol e
fala.
— Sua irmã por acaso?
— Sim, parece interessado no todo.
Carolina olha a irmã beijar a irmã de Rita e fala.
— Parece que é algo da família.
Pedro olha as duas e fala.
— Sua irmã precisa de apoio Carolina.
— Por quê?
— Presta mais atenção nela, vai entender.
Carolina olha a irmã, a pequena Joseane, e viu a menina passar a
mão na barrica de sua irmã, ela não ouvia o que falavam, todos olha-
vam apenas o beijo, mas o menino lhe alertara a olhar e ela olha para
todos os lados e fala.
— Acha que...
— Não sei, juro que não sei.
Carolina olha Pedro e fala.
— Você é perigoso menino.
— Mais do que imagina.
Rita olha seu pai olhando ao fundo e para ao seu lado.
— Vai ficar até o fim da festa hoje?
— O que sua irmã está fazendo.
— Alguma novidade pai?
— Não, mas já largou o menino?
— Alertando o senhor a não chamar a policia se sair dar uma
volta com aquele menino.
— Não quero isto filha.
— Porque?
— Ele tem apoios que odeio na cidade.
— Apoios? – Rita olhando o pai.
— Segurança a rua cuidando da porta, os Hons lhe dando cober-
tura, coisas assim.
— Ele disse que o segurança dele já foi preso pelo senhor, pelo
jeito é sério.
— O ministério publico não sabe se apoia ou afasta este menino,
ele é desbocado, e tem uma família perigosa.

524
— Fala serio pai, olha para ele.
— Não sei o que viu nele.
— Achei que era um menino diferente, as vezes escolhemos os
que não nos ficam olhando o corpo pai.
— E pelo jeito achou o menino que sei que ninguém na cidade
saberia me dizer onde ele está.
— Ele pelo jeito tem minha idade, olha ao olhos, não compra
roupas caras para mostrar que tem, achei que ele não tinha.
— Estes são os verdadeiros ricos filha, lembra que falei, um rico
a rua, é mal tratado, os pobres olham em volta e não olham os ricos
como ricos, sempre procuram na classe média os ricos.
— Ele parece sincero, perdido, e me convidei a passear pai.
— Mas...
— Ele disse que tem de sair daqui a pouco, ir para Matinhos, não
sei o que tanto tem lá.
— Também não sei, a reportagem de ontem parece ser outro lu-
gar, menos Matinhos.
— Tem de levar alguém filha, não a quero sozinha com gente
que mal conhece.
Pedro olha para a festa e olha Rita vir de dentro e falar.
— E dai, vai nos levar junto? – Rita.
— Vocês? – Pedro estranhando.
— Não vou lhe deixar fugir, e meu pai disse que precisava levar
alguém.
— E pensou em quem?
— Amiga e irmã.
— Vai tirar sua irmã da própria festa?
— Ela já bebeu demais.
— Disto não entendo nada, não bebo nem refrigerante. - Pedro
olhando Rita sorrir.
— E vamos quando?
Pedro olha em volta e fala.
— Assim que for seguro sair.
— Certo, algo de perigoso lá fora?
— Não entendo de tudo, mas pode apostar, esta festa está pro-
tegida, até de coisas estranhas.
— Estranhas?

525
— Sorrisos, parecem atrair dor, então não quero sorrir hoje ain-
da, pois tem muita gente para se defender.
O senhor Ribeiro olha para os seguranças entrando de costas,
viu aquele delegado chegar armado a casa e Pedro apenas olha para o
outro lado e fala.
— Pega sua irmã e amiga, e fica mais longe da entrada.
Rita olha o pai e fala.
— Mas mantem a calma.
Se ouviu o tiro para cima e o desembargador foi falar algo e viu a
arma apontada nas cabeças dos seguranças, a insígnia na mão não
combinava com as armas destravadas, e com a violência em uma regi-
ão daquelas.
Pedro olha o senhor e apenas pede calma com a cabeça, chega a
entrada, ele olha os policiais, o terceiro delegado, a insígnia dizia que
eles queriam chegar mais longe.
Pedro Toca o peito, chega as armas e puxa os carregadores, olha
para as automáticas, olha para os seguranças, Pedro passa por eles e
depois de descarregar as armas, coloca as munições ao bolso de traz e
volta ao lugar e olha o delegado e fala.
— O que faz aqui Delegado Richard?
Os demais recuando e o menino avançando o fez avançar tam-
bém, e o senhor falou.
— Viemos o conduzir.
— Sobre que ordem delegado, pois este horário ninguém assi-
nou uma petição.
— Estamos o procurando desde cedo.
— A de sedo foi caçada antes de sair de Matinhos, quando che-
guei a cidade já não era valida.
— Vai por bem ou por mal.
— Acha que é o que para ameaçar uma criança? – Pedro enca-
rando o senhor, ele sabia que ali tinha gente de dinheiro, então um tiro
ali seria complicado de explicar.
— Acha que não cumprimos o que queremos?
— Delegado, tem de escolher, desistir da aposta animal, ou mor-
rer pela aposta, pois eu não quero morrer.
— Não se para isto.
— Não querem parar, quer dizer, um bando de animal. - Pedro
provocando.

526
O desembargador ouvia mais distante, viu a filha afastando a ir-
mã e as amigas, sinal que era perigoso, muitos se afastaram com o tiro
para cima e o senhor ouve o delegado falar.
— Nem que tenha de matar todos menino, mas vai com a gente.
— Não vou. – Pedro olha Plout as costas e fala – Se eles quise-
rem sair por bem, deixa.
Os rapazes que apontavam as armas para Pedro, na pressão sem
verem que estavam desarmadas, começam a apontar para dois lados,
Pedro olha o delegado apontar para ele e apertar o gatilho, nada sai e
ele olha para a arma, olha para o menino e fala.
— Vai ter volta menino.
— Tem de considerar delegado, que atirar em mim, a tentativa
me mostra que não está aqui por lei, e a lei eu posso dever algo, ao
senhor e apostadores, não.
Pedro olha os demais e fala.
— Se querem sair por bem, é agora, depois vão ter de achar a
saída do mundo de Hon.
Os Hons começam a aparecer ao local, entre os seres e os polici-
ais, e o delegado Richard olha para os Hons, para Plout, sabia que não
estava em uma condução legal, ele nem deveria saber onde estava, e
Plout abre o caminho, e os policiais foram saindo, os seguranças viram
os senhores saírem e quando a rua, os policiais viram que os carros não
estavam mais ali, eles olham Plout sacudir aquela imensa espada ao ar
e olhar para eles.
— Estão esperando o que para sair correndo.
Os policiais olham as armas sem balas e começam a se afastar, e
Pedro apenas coloca as balas das armas a mesa e olha para o seguran-
ça.
— Se eles perguntarem da munição que não me viram tirar de-
les, devolve.
— Obrigado. – O segurança.
— Não é um bom lugar para reagir, mas cuida da entrada.
A musica parada, Pedro olha para a festa parada, todos olhando
ele e Rita olha ele e lhe sorri, isto que o levara ali.
O senhor Ribeiro olha para Pedro.
— Pelo jeito é serio que eles querem sua morte.
— Faz parte da cultura desta cidade, apostar mortes e se dize-
rem civilizados.

527
— Sabe que isto me fará afastar minha filha de você.
— Entendo, ela é especial, mas não me condene por ficar por
perto.
— Quando se fala dos Hons, não se fala em eles defendendo
pessoas.
— Ninguém fala deles, pois quando eles defendem crianças
dormindo na rua da polícia da cidade, eles são os ruins, mas ainda não
entendi porque eles me defendem, talvez por terem me visto a rua,
sozinho, agredido por meu pai, mas não sei ainda porque.
— Eles põem medo.
— Ainda bem senhor, os policiais saíram por isto.
Rita abraçou Pedro, ele era bem menor que ela, uns 15 centíme-
tros, mas ela parecia ainda mais alta, em um salto 15.
— Estava falando para ele que não é uma boa ideia saírem com
tanta gente atrás dele.
— Pai, ficar não muda isto.
— Mas não estará na mira das balas.
Pedro sente o abraço dela e fala.
— Não precisa brigar com seu pai Rita, ele quer sua segurança. –
Pedro.
— Não vou desgrudar, você desaparece.
— Provável, nem pensei nisto ainda.
Ele sente ela o bater no braço e falar.
— Não teve graça.
Pedro olha o senhor, ele olha em volta, as pessoas olhavam para
o menino e fala.
— Acho que a festa deu uma parada, mas filha... – ela encara ele
- ...se comporta?
Pedro olha a irmã de Rita olhar ele e perguntar.
— Aniversario com efeitos especiais?
— Espero que tenha sido convincente. – Pedro a encarando.
— Saberia se os Hons gostam dos cantores Coreanos?
— Uma pergunta a fazer. – Pedro.
Os olhos da festa estavam em Pedro, ele não gostava de ficar ao
foco, olha para o senhor.
— Acho que é hora de sair do foco senhor.
Ele olha a filha e fala.
— Qualquer coisa me liga.

528
— Sim pai. – Rita olha para ele e pergunta – E vamos quando?
— Recomendo um tênis. – Olhando o salto alto.
Ela sorri e puxa Carolina junto e o senhor olha para ele.
— Não entendi o que aconteceu.
— Senhor, cuida para não virar alvo destes malucos, eu reco-
mendava esquecer o que aconteceu hoje aqui.
— Mas...
— Senhor, sei que a lei deveria ser para todos, mas eles lhe apa-
gam, ou pegam uma de suas filhas como exemplo, não é legal, gente
que aposta na morte de um merdinha como eu, faz coisas terríveis.
O senhor sorriu.
— E vão como?
— Eu geralmente uso motorista particular ou um segredo, mas é
difícil as vezes manter segredos com tanta gente olhando.
O senhor olha que todos olhavam eles, e fala.
— Se queria chamar a atenção, conseguiu.
— Eu tento não chamar a atenção, mas eles adoram entrar ati-
rando, e se o delegado entrou, alguém aqui dentro deu o serviço que
estava aqui senhor.
— Certo, deve ter filho de tanta gente aqui, que pode ser qual-
quer um.
Pedro olha em volta, gente que se vestia como se tivessem di-
nheiro, ele sentia-se mal ali, mas o que era uma festa a alguns momen-
tos, começava a ser apenas uma casa com gente meio assustada ligan-
do para seus pais ou motoristas para os vir pegar, alguns chamando um
taxi, e o local foi esvaziando.
Josiane olha para o pai e pergunta.
— Podemos ir junto pai?
— Não sei, mas é bom não estarem por aqui, mas se cuidem.
— As vezes eu estranho uma festa que não conheço metade das
pessoas em plena minha casa.
Pedro olha Rita vir com Carolina e o senhor pergunta.
— Tens uma casa onde lá?
— Acho que vamos a casa da minha mãe lá.
— Sabe que falam horrores da sua mãe.
— Sinal que eles não sabem que ela é a mais de 10 anos apenas
uma administradora de hotel.
— E pelo jeito a colocou a tocar o que planejou?

529
— Eu ainda não mando nada senhor, mas as vezes acontece de
não saberem quem fez, e dai foi Pedro Rosa, mas sei que eles não sa-
beriam me apontar a rua.
Rita olha ele e pergunta.
— Vamos como?
Pedro pega o celular e liga.
— Roberto, saindo em 5 minutos.
O senhor olha que dois carros em cada esquina se posicionam e
um veio a porta e Pedro fez sinal para ela ir a frente, uma coisa era ele
parecer pobre, mas ele parou a rua, para elas entrarem no carro e Pe-
dro falou.
— Empresa de Geologia.
— Certo, vai ficar por ali?
— Não, mas ali é um ótimo lugar para ficarem olhando.
Roberto sorriu e saíram, quando as moças viram ele subir naque-
le prédio de bairro, pensaram ter entrado em uma furada, ele olha para
Rita e fala.
— O que ver, ainda é nosso segredo.
— Certo, não entendi ainda nada, vamos como, de helicóptero?
Pedro olha as moças, olha para a parede e risca uma porta, elas
olham ele abrir e passar com Rita, ela olha para fora, não estavam mais
no mesmo lugar, e as demais passam e olham ele fechar a porta e
abraçar Rita.
— Não conheço esta moça que me pediu em namoro. - Pedro.
— Como fez isto?
— Acha que fico andando de carro para cima e para baixo?
— Mas isto é impossível.
— Então somos pessoas que fazem o impossível.
Carolina sai para fora e olha para a Sereia sobre a montanha,
olha em volta, e fala.
— Disto que falavam ontem na TV?
— Sim. – Joseane olhando em volta e falando – Pelo jeito esta-
mos em uma casa cafona – Vendo que tudo era rosa, entra e abraça
Camila e acharam um quarto e foram descansar.
Rita olha Pedro e fala.
— Tem de ter calma comigo.
— Se tiver calma com esta criança.
Ela o beija e fala.

530
— E o que acha que está acontecendo em Curitiba?
— Eles devem estar dando uma batida na casa que saímos, mas
no máximo vão revirar tudo de novo.
Ele olha para ela e fala.
— Tem de entender Rita, que nunca dormi com alguém, que
pressa nisto não parece fazer sentido.
Ela sorri e fala.
— Faz charme sempre?
Pedro a beija e deitaram numa cama ao fundo e se cobrem e
adormecem naquela cama, apenas abraçados.

531
Pedro acorda assustado no Domingo, olha Ri-
ta ao lado e vai ao banho, olha para a menina a
cama baixa e fala.
— Já começa a confusão. – Pedro.
Carolina sorri e fala.
— Nos trouxe todas a um motel.
— Ainda não inaugurado, Motel Rosa, sei que
é cafona, mas ele por si, faz sua própria propaganda.
Pedro tomou um banho, se vestiu, e olha a
saída Rita.
— Vai fugir já?
— Não. – Pedro a olhando serio e pegando o
celular.
— Sergio, como estão as coisas?
— O pai de Roseli a perturbou muito, ela quer lhe falar.
— Estamos saindo para ai, tomamos café no hotel.
— Lhe aguardo, tem um prefeito que quer falar com você?
— Qual deles?
— O de Guaratuba.
— Marca ai, ele não quer nós lá mesmo.
Pedro olha as duas com cara de sono e Josiane olha para Pedro e
pergunta.
— Vamos onde?
— Um café no hotel e depois verificamos. – Pedro.
— E vamos como?
— Carro elétrico.
— E tem autorização para dirigir?
— Vamos meninas, o domingo é curto.
Pedro sai e olha para um carro elétrico ao fundo, liga ele e para a
frente do motel e o mesmo sai para a rua, manha de domingo, ele olha
que algo estava errado, pois tinha muita gente as ruas.
Pedro entra pelo portão da casa dele ali, olha a irmã e fala.
— Quer uma carona para o café?
Ela olha todas as meninas e fala.
— De onde trouxe todas?
— Vamos mana, para de enrolar.
Ela sobe e Rita olha para ela e fala.

532
— Aqui que ele se esconde?
— Não, ele fica naquele prédio no Capanema lá em Curitiba, não
sei como vieram, mas ele parece passar quase por magica de lá para cá.
Rita olha para Pedro.
— Este parece pronto.
— Ele está em fase de treinamento de pessoal.
Ela olha que foram por um caminho lateral, vendo toda a cons-
trução ao fundo, prédios que não eram a Matinhos que ela conhecia,
sobem a montanha e começam a descer do outro lado, viram aquele
hotel na parede da pedreira e Josiane atrás pergunta.
— Aqui é mais legal?
— Sim, mas nada disto está inaugurado, ao fundo ainda estão
construindo o parque aquático, nada radical, do lado um parque temá-
tico.
Pedro estaciona a entrada e as meninas olham em volta e Rita
passa o braço no de Pedro e Renata encaixa do outro lado e pergunta.
— Namorada? – Renata.
— Sim, ela me pediu em namoro. – Pedro a encarando.
Renata olha a menina e fala.
— Bom gosto tem meu irmão.
Rita sorriu e viu caminharem por aquele rol de entrada, Pedro
para a frente de Maria e fala.
— Mãe, esta é Rita.
Rita sorriu e falou.
— Prazer.
— Veio passear e todos o querem trabalhando.
— Tomamos café e me explica o que está acontecendo mãe.
— Certo.
Pedro entrou e as moças veem aquela queda d’agua, o restau-
rante voltado a ela e ao lado interno, sentam-se e Carolina fala.
— Nunca vi um lugar tão bonito.
Camila olha Josiane e fala.
— Isto sim é hotel com personalidade.
Pedro olha a mãe e pergunta.
— Qual o problema mãe.
— As reservas foram abertas ontem, temos um mês de lotação
na parte de cá, a de lá só não está cheia pois tiraram nosso alvará e na
outra, você emprestou para a Globo, que fez aquela propaganda dúbia.

533
— Mãe, eles são os adultos, mas a parte ao fundo dos Motéis
Rosa, o hotel Fazenda, deve ficar pronto na terça, o hotel no centro de
Antonina, deve ficar pronto da mesma terça, são coisas menores, mas
porque da apreensão mãe?
— Toda a cidade está falando dos Hotéis Rosa, que abrirão em
38 dias, temos a cidade cheia hoje, muita gente desceu para ver como
estavam suas casas, os dois lados desceram, os que acreditaram na
propaganda negativa, e os que acreditaram na propaganda positiva.
— E não inauguramos ainda, este é o medo mãe?
— Sim.
— As obras não estão prontas mãe, a cidade está mudando, mas
ainda falta muita coisa.
— Ela está com outra cara.
— Sei disto, mas ainda não está toda pronta, não está operacio-
nal, e tem muita coisa a inaugurar, tem muita divergência a concertar,
e pela bagunça na entrada a confusão vai ser grande.
Pedro olha Ma chegar a mesa e falar.
— Podemos conversar menino? – Em cantonês.
— Sente-se, como está o projeto?
Ele pega um holográfico e coloca a mesa e o mesmo sobe e se vê
as curvas, o estilo sem retas iguais, olha as dinâmicas e olha para o
rapaz, ele queria uma opinião, Pedro toca o holográfico e olha para os
detalhes e olha Ma.

534
— Orçado em quanto?
— 13 milhões de dólares.
Pedro se levanta e olha um pouco afastado, sorri, Rita olhava pa-
ra o projeto, estavam falando algo sobre aquilo, mas em chinês era
apenas achar que entendeu algo.
— Sabe que adoro suas curvas Ma, parece sempre desafiar o to-
do, e acho que integra-se a natureza ao fundo, acha que começamos a
construir quando?
Ma sorriu, o menino que aceitava projetos assim.
— São poucas pessoas que me deixam inseguro menino, e você
é uma destas pessoas, pequeno mas que sabe o que quer, mas se va-
mos construir este prédio, temos de ter autorização para fazer, os es-
tudos de fundação já estamos fazendo, mas pelo jeito terei de definir
os prospectos do prédio.
— O uso, ainda não discutimos isto.
— Certo, mas pelo jeito a encrenca está grande?
Pedro sacode a cabeça positivamente, o rapaz sorri e deixa o ho-
lográfico ali, Pedro se levanta, e caminha a entrada, onde haviam os
holográficos da cidade e coloca no lugar que ele seria, Roseli olha para
o projeto, algo especial e fala.
— Meu pai me perturbou Pedro, temos de conversar.
— Vamos sentar, apenas confirmando as coisas ainda.
Pedro volta a mesa, serve um café e ouve.
— Ele quer uma posição nossa sobre o que foram indagados so-
bre o desfazer.
— Roseli, eu não sei ainda, vai depender do que o prefeito de
Guaratuba que vem ai, falar.
— Certo, qualquer coisa que antecipar pode ser perda de tempo.
— Sempre perdemos tempo na burocracia, estamos no Brasil.
— E se formos obrigados a desfazer.
— Apago, o que mais? – Pedro a olhando.
— E os moradores?
— Calma, pelo jeito terei de fazer politica. – Pedro olha para a
entrada.
— Não conheço.
— Prefeito de Antonina e Paranaguá.
— E o que faremos?
Pedro vira o café e fala.

535
— Vamos ao salão de entrada.
Pedro olha a moça da recepção e perguntou.
— Deixaram algo a Pedro Rosa?
— Sim menino.
— Me alcança então.
A moça olha na duvida, mas Roseli ao lado a fez pegar.
Pedro pega um pacote, o desdobra, põem duas sequencias de
mesas ali, e na primeira, o projeto Antonina, no Segundo, o projeto
Paranaguá, e devolve um projeto para a moça.
Roseli olha os portos e fala.
— Isto que está fazendo lá?
— Projeto inicial.
— Certo, pretende investir pesado.
— Eles viram que somos apressadinhos Roseli.
O prefeito de Paranaguá chega e olha para Pedro.
— E dizem que danificou o local, eles nem viram tudo?
— Viram prefeito, mas eles viram com olhos de quem critica até
o oxigênio que os permite respirar.
O prefeito olha o holográfico e olha os detalhes do porto, do ae-
roporto, dos prédios, bem mais detalhado, Ma Yansong chega ao lado e
olha os prédios dispostos a baia e olha os prospectos de construção e
olha o menino.
— Vai mudar toda a região? – Em Chinês.
Pedro pede ajuda e ajeita as mesas, e se viu que eram regiões vi-
zinhas e o prefeito viu que o projeto era imenso e fala.
— Uma mudança que ainda não puxou todas as prefeituras.
— Tenho de acabar as que comecei prefeito. – Em português.
Ele olha para Ma e fala.
— Este espeço, assim que tivermos o aeroporto novo inaugura-
do, quero propor um prédio seu aqui – Ele apontando a ponta Leste do
local, e um do Vincent no estremo oeste, com um parque ao meio, que
vocês vão interagir os dois projetos.
— Um desafio a mais.
— Se aceitar Ma, não obrigo ninguém.
— Vou pensar em algo, pelo jeito está investindo em todos os
prospectos, quer mudar toda a região.
— O projeto aumenta na Terça.

536
O rapaz sorriu, os demais viram que ele conversou em uma lín-
gua que os demais não entenderam nada.
O prefeito de Antonina olha o menino e fala.
— Muitos me perguntam como você invadiu a cidade e eles não
viram.
— Prefeito, estou ainda firmando acordos, eu não invadi nada
ainda, mas gosto de crescimento.
— Acha que comportamos esta estrutura sem ficar obsoleto?
— Eu não pretendo deixar nada obsoleto, mas sei que as vezes
pode acontecer.
O prefeito olha os projetos olhando desconfiado e pergunta.
— Quanto disto pretende realmente implementar menino? –
Prefeito de Antonina.
— Senhor, este projeto ganha adendos, se na segunda, amanhã,
um sinal verde vier de Brasília, mas para isto, preciso deles aprovarem,
no projeto a frente, está apenas parte aprovada, a vantagem de pros-
pectos holográficos, é que omitimos o que não nos deram apoio e colo-
camos apenas o que nos aprovaram.
— Soube que assim que falou com nós começou a isolar a região
do porto, tem gente dizendo que você colocou lá algo pesado.
— Senhor, os guindastes serão entregues apenas dentro de me-
ses, mas é que temos muita coisa a ajeitar antes de os por lá.
— E não se enrola no estrutural?
— Quero ter um aeroporto real na região senhor.
— Porque uma pista tão longa?
— Quero operar cargueiros na mesma pista prefeito.
— Certo, algo para uma cidade evoluída, mas alguns estão assus-
tados. – Prefeito de Antonina.
— Aprova as intervenções prefeito que começamos a fazer o sa-
neamento da cidade, investir na iluminação publica e nos sistemas de
transporte, mas tem de ter aprovação desta parte.
— E vai somar cada parte destas?
— Sim.
Pedro olha o prefeito de Guaratuba chegando e fala.
— Agora deixa eu ver se vou ter de sair de parte do projeto, e in-
vestir em outro.
Pedro caminha até a porta e olha aquele senhor e fala.
— Podemos conversar prefeito, sem testemunhas?

537
O prefeito olha que tinham outros prefeitos para dentro, olha
para a entrada e fala.
— Pelo jeito eles toparam.
Pedro o olha e o senhor fala.
— Onde?
Pedro fez um gesto e os dois foram ao elevador ao fundo e subi-
ram e pararam em uma cobertura que se via a estrutura da queda e da
pedreira, e olha o menino.
— Pelo jeito é serio quando falam que vai querer ganhar dinhei-
ro nesta cidade.
Pedro olha o prefeito e fala.
— Preciso só saber se terei de sair de vez de sua cidade prefeito,
só isto.
— Não entendeu o problema?
— Eu não vejo problema em desprender as bases da construção
e a transportar para a região de São Francisco, as pessoas não me vi-
ram por lá, mas verão sair se for o caso.
— E vai sair sem discutir?
Pedro olhou o senhor e as pessoas ao longe fotografando da rua,
e falou.
— Senhor, se acha que vou me preocupar com um prefeito que
não quer, eu apenas tiro, é birra, tá perdendo tempo, e verá que parte
você não terá como proibir, e talvez quando pensar em vocês de novo,
esteja muito ocupado em outro lugar.
— Sabe que terão de cumprir a ordem de desfazer.
— Sem problema senhor, se é o que quer, mas se veio apenas
para dizer isto, para que veio, pensei que veio falar algo, mas dizer o
que já está claro, você não nos quer lá, porque veio.
— Acho que tenho de entender onde vai me atacar.
— Não lhe ataquei antes, porque atacaria agora prefeito?
— Você me desmoralizou na cidade.
— Não, você se desmoralizou.
— E não vai insistir.
— Vou ainda ter de contornar um prefeito, mas isto, não é por-
que quero, apenas porque não tenho como parar algumas coisas, mas
se veio apenas dizer isto, vamos descer.
Pedro indica o elevador e descem e o senhor fala.
— Acha que vou...

538
O prefeito parou de falar, pois o menino já estava saindo sem
continuar a conversa.
Pedro olha para Roseli e fala.
— Segunda tiramos tudo que colocamos, vai sobrar parte, mas
duvido que ele consiga determinação para tirar calçadas, o juiz que der
isto, vou pedir a aposentadoria compulsória.
O prefeito olha ele chega a Maria ao fundo e fala.
— A parte para a baia vamos desmontar, amanha vamos come-
çar a fazer flutuar em etapas, e com calma tiramos pela baia, temos
permissão da prefeitura de São Francisco para nos instalar lá.
— Vai mudar mesmo?
— Sim, não quero discutir com ignorantes hoje.
Os demais prefeitos viram que o menino não iria para a Guara-
tuba, não como ele queria, mas olham para o prefeito de Cananeia
chegando e o menino chegar a mesa e dar um beijo em Rita e falar.
— As vezes queria dar uma surra em alguns prefeitos.
Rita sorriu e falou.
— Pelo jeito o senhor não vai o querer ali.
— Mudo de enfoque, mas eu terei coisas ali ele querendo ou
não.
— E não vai discutir?
— Não, toda a reforma que eu fiz, não é passível de ser negado
por uma prefeitura a construção.
Pedro olha o prefeito de Cananeia, ele sabia que olhar ele não
facilitava, então apenas olha o senhor descrente, os demais deveriam
estar fazendo isto, mas ele não parara ainda de avançar rápido.
— Bom dia senhor.
— Vai dizer que você é o famoso Pedro Rosa.
— Sei que decepciono senhor.
— O que tem a propor.
— Poderia ser onde outros não ouvissem? – Pedro.
— Motivo.
— O que vou falar para o senhor, vai ser oficial apenas depois de
amanha, e não quero outros prefeitos ouvindo.
— Brigou com qual?
— Guaratuba, o senhor faz extração ilegal na serra em frente a
meu empreendimento, não é minha parte aplicar a lei, e como ele ca-
çou nossos alvarás, terei de pensar onde instalo o que vou tirar de lá.

539
— Qual das partes que ele vetou?
— A sobre a baia, com prédios ecológicos, que produzem, em
área mais do que o mangue em oxigênio ao ar.
— E precisa onde por ele?
— Nosso assunto é outro senhor.
— Conversaríamos onde.
O menino indica o elevador e o prefeito de Guaratuba olha para
o assessor e pergunta.
— Quem é o senhor.
— Prefeito de Cananeia, já em São Paulo, divisa sul.
O prefeito de Cananeia olha a sala alta, olha para fora, toda a vi-
são interna como superior, e olha o menino.
— O que quer falar?
— Segunda feira, se assina a ampliação da 101, vai ser delimita-
do e passado para uma empresa privada, a construção da rodovia que
nunca houve, com financiamento do BNDS, e ela terá este traçado.
Pedro liga o computador ao fundo e a tela ao fundo deu o trecho
que ia da atual 101 em Santa Catarina até São Paulo e o prefeito per-
gunta.
— Está dizendo que se sair isto na Terça, vai investir em nosso
município.
— Eu comprei apenas 4 terrenos na sua cidade prefeito, um já
na Ilha Grande, mas a ideia, industrializarmos produtos locais, em sis-
temas familiares, construir dois hotéis fazenda, dois pequenos hotéis
na cidade, e entrar com a estrutura que conseguir na cidade.
— Como fez aqui?
— Estamos estudando o prospecto de melhor custo, na qualida-
de que queremos, não é fazer mais barato prefeito, e fazer o melhor
mais barato possível.
— Acha que eles assinam?
— Se assinarem, estão falando em investimento na casa de bi-
lhões em transporte, não sei ainda os montantes, mas me abre a possi-
bilidade para meus investimentos se for real senhor.
— Seus investimentos? – O prefeito olhando a criança.
Ele clica em Matinhos, surgem as obras, em Paranaguá, em An-
tonina, em Morretes, em Garuva, em São Francisco, em Guaraqueçaba
e por fim, ele toca em Cananeia e Ilha Grande.
O prefeito olha os pontos, os portos, as construções e fala.

540
— Um pequeno projeto?
— Nada pequeno senhor, mas dentro do que sei que consigo,
pode não ser tudo na semana que vem, mas pode ter certeza, se me
derem espaço, vou gerar emprego, renda, produto interno, exporta-
ções e melhorias aos locais que estivermos, quando eu falo, deixar
claro prefeito, é uma empresa, tocada por Sergio, Roseli, minha mãe,
os projetos, assinados por arquitetos renomados, não é eu pessoa, é o
todo a volta.
O prefeito ouve e olha em volta, poderia não acreditar no meni-
no, mas estava em um lugar lindo, e não teria como dizer que não era
agradável, todos falando mal da empresa que resolveu investir na cida-
de, mas estranhou que eles não falaram mas induziram que era apenas
em algumas ruas, mas a cidade estava em reforma, ele passeou um
pouco antes de vir, e sabia que tudo a volta estava em reforma.
— Sei que as vezes olhar você não facilita menino, mas não pos-
so dizer que até eu fui convencido pela reportagem que o projeto aqui
era bem menor, não entendi a ideia deles.
— Senhor, eu não tenho nada contra a propaganda deles, eu não
quero gente que acha que turismo é apenas manter uma mata sem
fiscalizar a caça, ou fazer de conta que se cuida, e nada a volta tem de
natural. Poluindo aguas, rios, extinguindo nascentes, e se dizendo eco-
logicamente ativos.
— E onde entrar vai entrar assim com estrutura?
— Sim, pois não é um projeto para mim, e sim para a cidade,
prefeito, o projeto litorâneo aqui, é para ganho de areia, com calma
erguer a cidade aos poucos, todas as obras acima do nível atual pelo
menos meio metro, pode parecer pouco, mas é proteger o local ao
futuro.
— Vai instalar algo assim em Cananeia?
— Lá a ideia é um hotel mais natural, mas espalhado, um con-
junto de uns 12 prédios destes. – Pedro coloca um prospecto de um
dos projetos de Vicent a mesa.

541
O prefeito olha o desenho sem entender e pergunta.
— Vai por curvas diferentes lá?
— Sim, mas é a expressão das cidade que quero mudar prefeito,
e com calma investir na baia, na estrutura, na historia, nos museus
locais, nas escolas, tudo que somos, é através de nossas raízes, en-
quanto não soubermos quais são, não temos como ser além de um
povo em uma terra rica, perdidos sem dinheiro, mas sabendo que a
terra é rica, e apenas olhando o dinheiro.
— Vai instalar isto onde?
— Ariri.
— Pelo jeito os projetos dependem da semana que vem.
— Este em Ariri vai sair de qualquer forma, a rodovia até a cida-
de pode deixar por conta da empresa, assim como passagem para os
animais no percurso, e o calçamento das beiradas para as pessoas não
precisarem estar ao meio da rodovia enquanto turistas perdidos esta-
rão distraídos.
O prefeito viu o menino chegar ao comando e puxar para perto a
imagem e falar.
— Senhor, eu queria implementar este hotel na região da entra-
da norte da ilha, mas queria autorização de fazer a passagem por baixo

542
da baia da estrada tanto na região de Cubatão, quanto a passagem
para a Ilha Grande, e para Retiro.

— Um projeto sobre a baia, um na costa, e uma proposta de mu-


seu, que é para dispor da historia, dos detalhes que poucos olham e
que temos de ressaltar, o pouco de cultura que ainda nos resta.
O prefeito olha os projetos;

543
544
— Isto é um museu?
— Um projeto de Vincent para um ambiente amplo, que cabe
bem na estrutura de um museu.
O prefeito olha para o menino e fala.
— E como os temos lá?
— Senhor, eu estou esperando a especificação dos projetos, pa-
ra não resolver construir em um lugar que o governo resolve desapro-
priar para por a estrada.
— Sabe que pensei que era um pedido de algo que normalmente
por apoio cedemos, mas está falando em nos dar estrutura.
— Senhor, vamos entrar com os pedidos de alvará na terça feira
na sua prefeitura, queria estar entrando em Guaratuba na mesma data,
mas o prefeito não me quer lá.
— E acha que ele sede?
— Senhor, se a obra for confirmada, eu serei o menor dos pro-
blemas do Prefeito, pois a rodovia passaria do mesmo lado da Baia, se
ele não queria que eu olhasse, espero que seja apenas propaganda da
oposição, pois senão ele roda.
— E vai dispor de projetos assim em todo o litoral?
— Eu priorizo o que não me é longe, não tenho como investir no
mundo ainda.
— E tudo isto vem ao publico na Terça?
— Sim, eu ainda estou segurando parte dos projetos, mas isto
com calma chegamos lá.
O senhor aperta a mão do menino e pergunta.
— E vai mandar alguém para lá quando?
— Terça devem dar entrada nos papeis, gente a partir do ponto
que for colocando estrutura.
O prefeito ouvia aquelas palavras e sorri, elas não combinavam
com a criança que as falava.
Os dois descem, e Pedro vai a praia, tinha companhia e a parte
dele já fizera, Roseli olha Sergio e pergunta.
— Vamos quando?
— As passagens são para amanha cedo, direto a Brasília de Curi-
tiba.
— Nunca fui a Brasília.
— Vamos tentar não parecer os caipiras lá. – Sergio.
— Ele parece mais leve hoje.

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— Ele esperava um recuar do Prefeito e ele não o fez.
— Ele entrou com uma interpelação para o juiz ser mais especifi-
co sobre o que ele deveria devolver, amanha devem determinar isto, e
conhecendo ele, vai tirar até o ponto que o juiz estabelecer, e ele pede
a aposentadoria compulsória por incompetência legal e prestar servi-
ços contra o povo, afirmando ser pela lei, mas ignorando o povo as
cidade, e leis são feitas para o bem do povo, se não a estão fazendo,
para isto que temos juízes, não para determinar a birra de um prefeito.
— Ele vai mesmo pegar pesado?
— Contratou um advogado em Curitiba, nem sei quando, daque-
les que adora por um juiz a parede.
— Ele pelo jeito quer compensar o tamanho. – Sergio.
— Ele quer que pensem antes de fazer, isto que ele quer.
Os dois saíram e Vicent chega aos prospectos e olha para as es-
truturas e fala.
— Tenho de falar com o menino.
Ele olha em volta, clima agradável, o que eles chamavam de frio-
zinho era bem agradável a ele.
Rita olha para Pedro e fala a praia.
— E agora é praia?
— Dizem que não é a melhor época para a praia. – Pedro olhan-
do em volta, olha a praia cheia, as divisões feitas com gente tomando
sol, olhando em volta, tirando fotos.
— Dizem que um empresário investiu pesado nesta praia.
O prefeito estava ao longe, olhando o movimento e o diretor do
hotel Caiobá, olha para ele.
— Será que mantem este fluxo?
— Novidade, mas ficou bem bonita a nova Caiobá. – O Prefeito,
olhando o menino bem a frente com as meninas e fala – e pior, a reali-
dade parece nos atropelar este mês.
— Vi que a propaganda da Globo foi para não vir ninguém.
— Como Sergio falou, eles nem inauguraram ainda.
— Verdade, esqueço que toda esta estrutura não está pronta, e
como está as semanas prefeito?
— Inauguração toda semana, mas acho que muitos vão vir ver,
uma coisa é dizer praia, outra, toda a estrutura que temos a volta.
O senhor olha em volta e fala.

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— Tem de tudo hoje na praia prefeito, do que se hospeda ao que
vem apenas passear e sobe no fim do dia.
O prefeito olha ao fundo o prefeito de Guaratuba a olhar a obra
e olhar a praia, ele não sabia o que se passava a cabeça do senhor, mas
ele ali olhando, parecia não combinar.
— O que o prefeito do lado quer ai, nos sacanear? – O senhor do
hotel.
— Ele não sabe recuar, e pegou uma empresa que não tem me-
do de mudar seus planos.
Pedro se divertiu, ainda parecia que o sorrir não lhe saia tão fa-
cilmente, atravessam para Curitiba e ele deixa as meninas em casa.
O desembargador olha as filhas e pergunta.
— Se comportaram?
— Sim, ele é bem careta pai, pensei que o dia dele era mais es-
pecial, é muito normal.
Pedro chega ao apartamento e Roberto chega ao lado.
— Sabe que teremos problemas.
— Afasta os seguranças, isola a região, não sei como, mas eles
entraram, que não saia a informação, e nem algo que possa nos com-
plicar.
Pedro desce do carro e sobe.
Do outro lado da rua o Delegado fala.
— Conseguem algo sem chegar perto?
Pedro sente o perigo, toca o peito e sente que algo estava erra-
do, olha para aquele pequeno Querubim surgir a sua frente, sua aura
de proteção estavam erguida, mas ele sente todas as janelas estoura-
rem com o agudo da fala.
— Dizem que um único Pedro pode passar a nova.
Pedro não tinha visto o ser as costas, mas era aquele, e ele fala-
va algo que ele não entendia.
— Quer dizer que tenho de morrer?
O ser olha Pedro, quase todos os Pedro, colocaram a mão no ou-
vido, ele olha para ele firme.
— Não morrer, mas se ater a viver.
— Eu não estou vivendo ainda, mas parece que já importuno
muitos.
— Acha que o que está fazendo não é importante?

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— O dia que for, os demais não saberão quem o faz, ouvi um ser
dizer que este planeta já foi iniciado o prova dos cristais, sinal que esta
existência deixa de existir antes de eu ter 33 anos.
O pequeno querubim olha para Pedro, todos a rua viram as jane-
las do andar se despedaçar, os vidros quebrarem, e aquele som ainda
fazia os vidros de prédios ao longe vibrarem.
— Não parece temer a morte.
— Talvez por saber hoje, algo que não teria como saber antes, e
que não tenho como mudar.
— Referente a que está falando.
— Do existir algo depois da vida.
Pedro sentia a arapuca que estava entrando, ele olha aquele an-
jo e pergunta.
— Mas se era para me matar, porque interferiu antes.
— Não interferi, não lhe defendi lá, apenas deixei claro que ob-
servava?
— Para que se não havia necessidade de estar lá?
— Sei que não entende, e não vai entender. – Pedro ouve esta
frase e sente a base do prédio se deslocar, sente as paredes tremerem
e o chão sumir de seu pé, o prédio começa a desmoronar sobre ele.
Beliel, o pequeno arcanjo some e o prédio se desfaz, o delegado
olha o prédio ruindo e sorri.
— Alguém realmente não quer ele vivo.
A policia começa a se afastar, Roberto olha o prédio se desfazer,
ao longe, ele pensou em chegar perto mas a poeira subiu a toda volta.
Pedro olha para seu corpo preso, pensa nas dores que estava
sentindo, ele não tinha certeza de conseguir sair, ele começa a tentar
encolher o corpo e sente uma das pernas presas.
Sente o peso, mas pouca coisa vindo se cima, mas mesmo assim
se mexia muito lentamente.
Roberto não sabia o que faria, o menino pediu para manter to-
dos afastados, mas agora não dava mais.
Pedro sente as suas forças se reduzirem, ele por um momento
pensou que iria morrer.
Sente o coração, sente o corpo pressionado por todo lado, con-
segue puxar a perna.
“Sacanagem, agora que achei alguém que me faz rir, vou mor-
rer!”

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Pedro sente uma raiva crescer em seu interior, e não era apenas
dele, era de alguns que acompanharam o evento, alguém de longe dali,
e ao mesmo tempo ao lado, pergunta porque daquilo, estranha, pois
um dos seus colocara aquele pequeno anjo a parede, como se pergun-
tando o que ele pretendia.
A resposta pareceu sem sentido, Pedro via que o ser tentou des-
conversar, não era uma certeza, mas os demais começam a olhar em
volta, e alguém lhe fala a mente.
“Tudo que o som desfaz, o mesmo som refaz!”
Pedro tenta achar quem o falara e olha um rapaz se olhando ao
espelho, um ser angelical, rosto liso, muito branco, sem manchas, cabe-
lo bem penteado e sorri, ele não era de sorrir, mas pensa no som agu-
do e dilata sua aura, a poeira ainda se espalhava a volta com o som da
queda quando a aura de Pedro emitiu um som grave e tudo que estava
caindo começa a subir novamente.
Roberto faz sinal para os demais se afastarem, e olha a poeira se
concentrando e o prédio por trás da poeira, como se não tivesse caído.
Um policial ao fundo prestes a se retirar olha o prédio ressurgir ali.
Pedro sente o corpo subir ao ponto que estava, olha as coisas
voltando as paredes, as roupas aos lugares e sente o pé, este não vol-
tou ao lugar.
Senta-se ao chão e toca o pé. Sente a dor, meche ele para o lado
e sente ele voltar ao lugar, sente sua aura e o pé começa a desinchar.
Os vidros ainda estavam estourados, mas olhando em volta, no-
vamente de pé.
Ele não olhou nada, ele apenas desenhou uma porta a parede,
passou uma mensagem para Roberto e surgiu no apartamento de seu
pai, e foi ao banho.
Pedro deita e pensa no que passara, foi uma noite trocando
ideias assustadoras para ele.

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Pedro vai ao colégio, estava cansado, estava
irritado, e ao mesmo tempo, meio estranho, sorrin-
do por um lado, sentindo que a menina não gostara
dele, ele sorri de sua insegurança.
Aulas cada vez mais chatas, mas ele anota, faz
os exercícios, olha as explicações que em Português
é regra, não existe porque, é assim e pronto.
Roseli e Sergio chegam ao Ministério do
Transporte e Cecílio os esperava ali, o ministro não
conhecia dos dois, mas Cecílio já vira muitas vezes.
As apresentações, um presidente vindo a por-
ta e perguntando qual o cronograma daquele pros-
pecto, Sergio olha o senhor e fala.
— O cronograma vai ser paralelo, começamos em Garuva, Cana-
neia, Antonina e Morretes ao mesmo tempo, mas temos de negociar
ainda saídas, na 101 em Santa Catarina, temos o ponto de entrada, mas
a duvida é se deixamos o BR 101 na SP101, ou esticamos um trecho
sobre a SP 226 e conectamos a BR116.
O senhor olha o prospecto, talvez como alguém que nunca olha-
ra para este detalhe foi inevitável perguntar.
— Não existe nenhum quilometro da BR 101 no Paraná?
Sergio apenas sorri e o Ministro fala.
— Acreditam que conseguem os prazos?
— Sim, se for nos estabelecido eles, vamos nos esforçar em en-
tregar antes de cada limite.
— Estamos deixando uma linha de Credito Pré Aprovada, no
BNDS, pois não queremos algo que pare por falta de recursos.
Cecílio olha o ministro e fala.
— Estamos ainda nos cálculos finais de custo, agradecemos o
apoio, mas esperamos o diário oficial para nos posicionar sobre o credi-
to.
Sergio viu que o senhor foi bem seco, sinal que poderia ter uma
pegadinha bem no empréstimo.
O grupo sai e teria agora a tensão de esperar o diário oficial do
dia seguinte.
O presidente sai e o ministro olha para Sergio.

550
— E este pedido de inclusão de um Aeroporto Internacional nas
linhas de transito aéreo.
— Queria convidar o ministro a conhecer o lugar, a aeronáutica
publicou o edital de permissão da obra e temos de instalar ainda siste-
mas de torre e instalar as linhas internas.
Cristiane chega a sede da empresa no Capanema e olha para tu-
do revirado e olha para o segurança e pergunta.
— Está tudo bem?
— Não entendi, algo aconteceu que o menino não relatou, algo
que estourou todos os vidros do apartamento dele, TVs estouradas, até
as casas do outro lado da rua tiveram as janelas estouradas, mas não
sei se ele está bem, ele foi a aula.
— E não falou nada? – Cristiane.
— As imagens mostram aquele ser de asas que surge raramente,
mas que falava em agudos impossíveis de obter.
— E tudo revirado? – Cristiane.
— O prédio caiu inteiro a noite Cris, pensei que o menino tinha
se dado mal, mas de alguma forma ele o refez, a polícia deu uma batida
após para saber se ele estava vivo, eles não sabem ainda como ele está.
— Ele está onde?
— Aula, ele passou um recado da casa do pai dele, e foi de lá pa-
ra o colégio, enquanto todos olhavam para cá.
Na 8ª DP, o delegado olha para o investigador.
— O que está confirmado Nando.
— Alguns dizem que ele dormiu na casa do pai, alguns não vi-
ram, mas de alguma forma, sei que relataram que o prédio assim como
caiu, ressurgiu.
— O que é este menino?
— Não sei, mas dois delegados com mais de 30 policiais civis
sumiram ontem da cidade, ninguém sabe onde estão.
— Esta cidade está cheia de câmeras, alguma tem de ter regis-
trado algo.
— Temos a imagem dos policiais, nos segundos antes deles des-
ligarem as câmeras a volta de um condomínio de casas na Agua Verde,
onde a filha de um desembargador fazia aniversario, dizem que o me-
nino foi a esta festa.
— Ele foi falar com um desembargador?

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— Dizem que viram o menino no dia de ontem, aos beijos com a
filha do Desembargador Ribeiro em Matinhos.
— E acha que onde os rapazes foram parar.
— Infelizmente senhor, acho que Hon.
O delegado lembra do alerta do menino, e pensa, ele pode ter
dado a chance aos demais e eles não recuaram, Plout estava lá, fazia
sentido.
— Ele não pode fazer isto.
O rapaz não fala nada, eles estavam fora da lei, o Delegado sa-
bia, e o menino usava de forças que desconheciam.
— Não sei o que o menino é Delegado, tem certeza que não tem
como parar isto?
— Sabe que...
— Senhor, eu tenho família, o senhor parece não se preocupar
com isto, mas eu não quero ter de enfrentar Hons em seus mundos, é
isto que está acontecendo, e porque não recuar delegado?
— Nunca recuamos.
O rapaz sai, o delegado olha outro entrar e falar.
— A cidade está calma delegado.
— Como, o que aconteceu?
— Aquele Moreira assumiu o Capanema, Pinhais, Antonina, Pi-
raquara, e São Jose dos Pinhais neste fim de semana.
— Alguém usando o momento, mas depois o colocamos na pa-
rede.
O delegado olha para o agito na entrada e os policiais veem a
policiai federal entrar no local, e o Delegado grita com o policial.
— Acha que pode fazer isto?
Desembargador Ribeiro olha para o senhor entrando e fala.
— Está preso Delegado, e a próxima vez que pegar em uma ar-
ma, vai ser em uma outra vida, nesta, nunca mais.
O senhor olha para os demais e fala.
— Estamos também senhor, apreendendo o ouro que o senhor
desviou da operação de ontem, não era para entrar lá, aquilo é prova
de crime. – Ribeiro olhando a policia tirar dali o delegado.
O desembargador vai ao centro e entra no apartamento de um
Deputado e este olha ele tentando ser simpático.
— Perdido aqui Ribeiro.

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O Desembargador chega perto e pega no colarinho do deputado
e fala.
— A próxima vez que fizer cobertura a uma operação para matar
alguém ilegalmente, na minha casa Deputado, você amanhece num
formigueiro, entendeu?
— Eu...
— Sei que foi você Deputado, não me faça abrir um processo pa-
ra apurar, pois cai todos, então segura os cães, pois eu me enchi de ver
estes a rua, se amanha ainda tiver a ordem de morte da criança a rua,
vai estar com formigas a boca, não com um processo deputadinho de
merda.
O desembargador empurra o deputado que olha para o desem-
bargador sair.
O assessor entra e fala.
— O que ele queria Deputado?
— Onde foi a operação de sábado que não me falou Plácido?
— Numa festa no Agua Verde?
— Retardado, tira os cães da rua agora.
— Mas...
— Vocês colocaram o pior dos Desembargadores no Caso, pois
fizeram uma operação na casa do cara para matar o menino.
— Não teria como parar o desembargador? – O assessor.
— Se você falhar Plácido, este não vai deixar barato.
— Acha que ele sabe?
— Eles fazem vistas grossas, mas se colocamos policia armada
numa festa deles, onde tem outros filhos de desembargador, onde as
vezes vocês para não deixar testemunhas matam gente, eles não gos-
tam Plácido.
O rapaz sai, ele não iria parar, o Deputado olha para fora e pensa
que o senhor iria dar fim do desembargador, e não era algo a ser feito
naquele momento.
O desembargador estava saindo da sede da policia federal e se
ouviu o tiro, o senhor cai para trás, e a policia olha o rapaz ao fundo
tentar fugir, uma perseguição se faz enquanto uma ambulância chega-
va ao local.
Pedro olha para Roberto na saída.
— Problemas? – Pedro vendo a aura de Roberto.

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— Deram um tiro no pai de sua namorada na saída da policia fe-
deral após ele mandar prender o delegado Richard.
— Em que hospital?
— Vita.
— Me deixa lá.
O rapaz não entendeu, mas foram ao hospital, Pedro quando
chega ao hospital, olha o agito e toca o peito, Roberto não viu ele sair
do carro, mas ele entra e olha o senhor sendo reanimado ao fundo,
toca o corpo e a bala sai, as veias se refazem, a dor do voltar, o fechar
da ferida e Pedro afasta a mão, passa em mais de 20 pessoas naquele
andar e sai e chega ao carro.
Roberto olha o menino sentado e depois abrindo e entrando de
novo no carro.
— Vamos a sede da policia federal.
— Mas...
— Vamos.
Os médicos estavam reanimando Ribeiro a cama quando o corpo
estabiliza e o medico vê a ferida se fechar, a pulsação voltar e ele olhar
em volta, não teria como narrar isto.
O senhor olha que estava no hospital, sentira o tiro, a batida no
chão, a angustia de sentir que iria morrer, toca o peito e não sente a
ferida, mas sente a bala sobre seu corpo.
Ele olha para o rapaz que fala.
— Não entendo de milagres senhor.
Ribeiro olha as filhas ao fundo, a esposa e soube que algo violen-
to aconteceu.
Pedro chega a entrada da Policia Federal e apenas sai do carro,
Roberto o vê tocar o peito e não vê mais nada, ele entra e vai as celas,
olha o delegado Richard, ele o toca, este se transforma em poeira, mas
com o tempo estático, não havia a queda, ele fez isto com o atirador e
mais 12 presos, sai novamente, e saindo do prédio olha para o deputa-
do chegando, toca ele, quando ele olha para o carro, toca o peito, Ro-
berto olha o menino surgir saindo já e olha o senhor ao fundo se desfa-
zer em pó, ele caminha calmamente até o carro e fala.
— Preciso comer algo e acalmar um pouco.
Eles param mais a frente em um restaurante e Pedro e Roberto
entram e Roberto pergunta.
— O que aconteceu?

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— Pensando, ontem briguei com um arcanjo, isto não é algo a se
falar por ai, estranho o poder de curar que tenho a mão, ser daquele
ser, e ele não querer-me vivo.
— Esta dizendo que pode curar pois aquele ser pode.
— Sim, mas aquele ser, é tido por todos a volta, como o mal en-
carnado, e nele senti o poder da cura, enquanto em Gabriel, a morte,
então é estranho isto.
— Como é o nome deste que fala ser a encarnação do mal?
— Beliel, mais conhecido como Senhor da Luz, Lucifer.
— E porque da briga?
— Ele diz que não posso ser nada especial nesta existência, que
tenho de morrer.
— E resolveu não morrer?
— Minha morte, seria neste instante, o desandar de tudo que
pensei, seria a morte do senhor Ribeiro, a glória dos podres, e sei que o
que fiz hoje, afasta alguém.
— A menina de ontem? Acha que ele não ficará grato?
— Ele não me viu lá Roberto.
— E não vai ficar para o obrigado?
— Tem coisas que não funcionam, e uma delas, as pessoas me
agradecerem, me parece sem sentido.
Pedro come, sentia que algumas coisas lhe tiravam energia e isto
lhe tirava toda a calma.
Roberto o deixa na empresa de Geologia e Cristiane olha ele e
pergunta.
— Está bem?
— Brigando com coisas que desconheço, mas como estão as en-
tradas?
— Começando a entrar, não sei como quer sua parte?
— Subimos. – Pedro a olhando.
Pedro foi subindo e aquela alucinação de pessoas surgindo e re-
colocando os vidros a todo lado fazia Cristiane olhar.
— Está cada vez mais forte menino.
— Cris, o que vou falar, é entre nós.
— Certo.
— Abre uma conta, da empresa que temos junto, e vai colocan-
do lá o dinheiro, o que não der para por, vamos montar um esquema e
trazer ao nosso cofre, para futuras vendas.

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— Não vai precisar de dinheiro?
Eles saem do elevador e as paredes voltavam a ter vidro, o note-
book se remonta a mesa e ele aperta o ligar.
— Cris, eu desenvolvi um programa, que montou uma conta
bancaria para mim, no banco do Brasil, bloqueada de rastreio da recei-
ta federal, mas os recursos que estavam na conta do senhor Geraldo,
estão vindo para esta conta, por enquanto, não vou gastar do outro,
vamos esvaziar as contas dele antes.
— Certo, mas sabe dos montantes que vai precisar?
— Vou montar uma empresa de purificação de alumínio, de mais
de um bilhão de dólares, sei que vou precisar de recursos, mas entra
naquela ideia da platina entrar em créditos, vou tentar fazer uma linha
inteira de produtos de alumínio.
— Vai virar industrial?
— Sim, mas ainda não tenho minha siderurgia, mas com certeza
vou ter.
— Quer pelo jeito avançar em vários lugares?
— Sim, mas estou tentando por este programa, transferir terre-
nos que o senhor Geraldo comprou, fora do país, repatriar os recursos
que ele tem em bancos Europeus e Americanos, e ainda estamos ten-
tando descobrir onde ficam as minas que eles exploravam, embora
pelo que vi, ele tinha transferido para o Paraná dois dos grandes com-
plexos de refinamento do ouro.
— Então por enquanto estamos acumulando.
— Se precisar Cris, pega, mas saiba que temos de ser discretos
com o tirar, pois é onde eles querem saber, a fonte.
— Acha que consegue cobrir os gastos, os salários?
— Sim, não gastamos mais de um milhão ao dia ainda.
— Acha isto pouco.
— Cris, o ouro que entra na conta do senhor Geraldo, não é este
que tiravam daqui, mas sinal que ia a algum lugar.
— Tem de se cuidar Pedro.
— Sei disto, mas hoje é dia burocrático, aqueles que temos de
esperar, e sei que odeio esperar.
— E vai fazer o que?
— Sumir um dia.
— Por quê?

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— Porque talvez tenha de atrair mais encrenca a ponto de todos
olharem para mim.
— Quem vai chamar sobre você agora?
— Quem pode me ajudar a transformar o sistema que tenho
neste computador em dinheiro.
— E porque seria importante?
— Se não registrar ele alguém pode o fazer antes, mas as leis na-
cionais não protegeriam o produto, o deixariam aberto, então tenho de
conseguir entender o registro em inglês, após registrado, lá e na Euro-
pa, tentar atrair os olhos mundiais.
— Como assim?
— Dispor em um sistema, que pedi, mas não instalei ainda, pois
não chegou, um sistema e desafiar os Hackers do mundo a o furar.
— Certo, quer que todos olhem, acha que é algo que se não fu-
rarem conseguiria um dinheiro?
— Pensa, quando se fala em um bilhão de reais, você acha mui-
to, ou não?
— Sim.
— No cofre ao fundo tem o nosso primeiro bilhão Cris, em estru-
tura no litoral tenho outro bilhão, se aprovarem e publicarem no diário
oficial, terei uma estrada, que vale construída, mais de 4 bilhões, se eu
terminar o ano que vem, vendo você, Roseli e Sergio, entre os bilioná-
rios do país, já é um começo.
— Pequena pretensão?
— Sim, pois Matinhos tem hoje, 20 mil pessoas, variando para
baixo, eu tenho a pretensão que todos em idade produtiva, tenham de
declarar renda no final do ano que vem.
— Quer todos com renda, seria isto?
— Com renda de no mínimo 5 salários mínimos.
— Isto é pretensão para todas as áreas que investir?
— Meu padrão de salario, mas isto vamos falar aos poucos.
— E eles nem desconfiam.
— Tenho de estabelecer meus valores, mas sei que quero fazer
isto sem muito alarde.
— Certo, não quer sobrando gente lá.
— O problema é que para isto gerar renda, tenho de manter a
ciência de que os gastos são baixos, então quero tentar gerar isto sem

557
custos médicos, sem custos alimentares, sem custos altos de transpor-
te, pois 10 mil carros acaba com a calma da cidade.
— Certo, mas acha que consegue com estes gastos?
— Como falo, acredito que consigo manter apenas com os ho-
téis, todo o investimento em Matinhos, as ruas cuidadas é o crescer do
valor imobiliário local, mas com calma verificamos quem não tem imó-
vel lá e resolvemos isto.
— Certo, e as rodovias?
— Cris, vou ter um porto capaz de movimentar perto de 4 bi-
lhões em mercadorias dia, para o ocupar, tenho de forçar a produção
para cima ou o transporte marítimo para cima.
— E pretende empurrar o transporte?
— Os dois.
— Quer pelo jeito mudar a vida de muitos?
— Pensa Cris, se a empresa empregar perto de 10 mil pessoas
por 10 municípios, pagando perto de 4700 reais por salario, meus cus-
tos estarão altos, mas obvio, um custo que bate a cada dois meses em
salários um bilhão de reais, é uma fortuna.
— E não se preocupa com custos altos?
— Para ter isto, sinal que todos estão me dando retorno, e se is-
to for real, e vivermos com 10% dos lucros da empresa, estaremos bem
Cris, pois teremos algo nos gerando um bilhão de dólares ano, de sala-
rio.
Cris sorriu e falou.
— Certo, quanto mais gente, mais custos, mas mais retorno, mas
não entendi os salários.
— Medo de pagar salario, é coisa de país pequeno, pensamos
como um país pobre, e sei que é uma criança lhe falando isto Cris, pos-
so estar errado, mas como um rico, pode viver em meio de milhões de
pobres, se o pobre quer se aparentar com rico, e o rico, nem tá ai para
o que o pobre pensa, pois ele que ganha com esta postura do pobre.
— E quer ter 100 mil funcionários?
— Eu não pretendo parar nisto, mas sei que é pretensão, sei que
o custo disto no país é imenso.
— E os custos trabalhistas imensos.
— Sei que vou tentar desviar isto, e não sei porque me parece
loucura eu depender de um governo, e achar que estou protegido.
— E como pretende pagar isto então?

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— Pergunta a todos, se eles querem ganhar 2385 com carteira
assinada ou 4770 em um contrato de prestação de serviço, já que em
ambos, terão de declarar recebíveis a nação.
— Certo, esta é a proposta básica.
— Este é nosso mínimo Cris, este é o valor de mercado mundial
de um varredor de rua, mas no Brasil se quer pagar engenheiros com
este valor.
— E pelo jeito este menino pequeno a minha frente, vai querer
mudar meu mundo.
— Sim, se eu pago 4770 a alguém que tem o básico da educação,
eu pago duas vezes isto se ele tiver segundo grau e duas vezes nova-
mente, se tiver grau superior, então nosso básico em prestação de
serviço, é 4770, 9840, 19080, como valor base, não quer dizer que não
pague mais, mas não menos.
— E tudo que pensou é neste tipo de salario?
— Para fazer uma usina de processamento de Alumínio, eu pre-
ciso de 2500 funcionários, dos quais, dois mil com grau superior, mas o
custo país me faz oferecer contratos de trabalho, pois senão estarei
oferecendo com carteira assinada 9840, mas a escolhe é deles, pois a
diferença é 124 mil por ano, mas a escolha é do engenheiro Cris.
A moça olha para Pedro e pergunta.
— E vai nos oferecer neste sistema?
— Não, quero os convencer a funcionar nesta linha, elas são
mais baratas e nos tiram da linha de ataque de processos trabalhistas,
você paga a diferença, mas joga a responsabilidade de estar ali, em
contratos anuais ou bianuais, onde o engenheiro tem de se cuidar, não
é nossa função cuidar da mão dele no lugar certo, é dele.
— Muitos não toparão.
— Sei disto, por isto estou oferecendo os dois sistemas, mas isto
dá a condição de uma moça da limpeza, que sabe economizar, ter uma
vida digna no fim da vida, se ela controlar os gastos.
— Certo, mas nos quer economizando?
— Tenho de estudar gastos, mas como disse, estou começando,
e um Querubim, de nome Beliel, disse que não me quer neste caminho,
mas sou teimoso, então Cris, se me for, tenta, tem uma reserva ai para
tentar.
— Certo, mas não entendi a briga.
— Nem eu, e sei que o ser não está feliz.

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— E pelo que entendi, vai acelerar.
— Vou tentar entender o problema, enquanto nossa empresa
segue no ramo da exploração de ouro, temos de montar um escritório
de lapidação de diamantes e criação de joias na cidade, pode não acre-
ditar em mim, mas em outra existência paralela Cris, os diamantes
tirados dos 12 lugares que vamos explorar diamante, formaram um
colar único, com mais de dois quilos em diamante, outro quilo entre
platina e ouro, e foi vendido a mais de 8 bilhões de dólares.
Cris sorriu, olhou ele e falou.
— Isto que eles querem parar, você usa os dados, as ciências do
que está em sua cabeça, sei que furei terrenos que todos achavam ser
apenas loucura ter lá algo, e na profundidade que falou, estava lá, e se
todos derem diamantes, e realmente alguém for maluco para por mais
de 10 mil quilates, em um colar, com certeza dependendo do designer
é algo único, mas para mim é algo para no máximo 100 milhões de
dólares.
— O ser a minha cabeça, falava em oferecer isto, mas ele tem
em sua mente o silencio da visão, ele pediu 80 para ter margem e co-
meçaram os lances, o primeiro foi superior a 80, o segundo passou o
100, e numa disputa entre a peça ela chega e é nomeada como a joia
mais cara da historia.
— E pode não acontecer assim.
— Seria uma peça pelos meus cálculos para 20 milhões, vocês
tentam me provar que vale 80, e se me pagarem 20 estarei feliz, eu
preciso de mais de mil e trezentos quilos de ouro para a mesma quan-
tidade de dinheiro.
Cris sorri.
— Certo, você quer um segundo mercado, quer dizer, mais um,
pois o do ouro estamos fechando com a caixa e duas empresas do vale
do silício, o de platina fechou com os coreanos, o de turismo está fa-
zendo, o de transporte, com rodovias, portos e até um bonde em Mati-
nhos.
— Existem coisas para ganhar dinheiro, outras, para gerar algo
único Cris.
— Esta falando dos bondes?
— Sim, eles vão funcionar diariamente de segunda a segunda,
eles são silenciosos, pois na temporada quero eles circulando 24 horas
por dia.

560
— Garantir diferencial?
— Acho que um povo que se meche, é mais feliz.
— Certo, e pelo jeito quer algo a mais?
— Tenho de desenvolver algo, e não sei ainda como.
— E pelo jeito as coisas já começam a obedecer sua mente, não
mais o papel.
—Quando se tem de ganhar anos em dias, as vezes temos de
acelerar.
— E pretende fazer o que?
— Tenho de entender porque alguns me querem mortos ainda,
em parte sei, quando você tem todos os pontos lhe querendo morto,
sobreviver vira um projeto a mais.
— E pelo jeito querendo controlar o mundo.
— O meu mundo, o presidente acaba de assinar e mandar a
prensa oficial o conteúdo do diário oficial de amanha, pensei que ele
poria algo menos especifico, eles convenceram ele a não mudar o pro-
jeto, sinal que eles apostam no não dar certo e precisarmos deles.
— E fica controlando ai do computador.
— Tem de entender Cris, você em si é a prova da existência su-
perior para mim, aquele arcanjo, mostram que algo poderoso esta
dentro de mim, pois não vejo pessoas sendo protegidas por seres como
Hons e desafiados com um toque por um arcanjo.
— Não entendi.
— Arcanjos, ó toque não lhe mata, lhe cura, mas se ele lhe atra-
vessar você morre, pois sua alma deixa o corpo e surge no mundo que
nem sei onde fica.
— E diante disto, ele não lhe toca, ele derruba o prédio.
— Tenho de entender isto, se ele me quisesse morto, eu teria
morrido, parece um aprendizado forçado.
— E ninguém veria.
— Achariam o corpo.
— Certo, mas vai por todos correndo.
— Cris, põem os demais para correr, eu não corro tanto, eu ape-
nas gosto do que faço.
Pedro se despede da moça, ela sai e ele atravessa para Mati-
nhos, ele não tinha muito a fazer ali naquela tarde, mas ainda estava na
dúvida se refazia o projeto na baia.

561
Pedro pega o carro elétrico e vai no sentido da baia, olha para
tudo pronto, seria um desperdício, ele deixa ali o carro elétrico e cami-
nha pela via lateral que dava para a balsa de passagem, ele pega ela e
vai no sentido de Guaratuba, ele ali era apenas uma criança andando
no sentido de Guaratuba.
Roberto era advogado do escritório próprio e ao receber a peti-
ção do dia anterior, preparou o pedido ao Juiz que fez a petição de
retirada de tudo, sem especificar o tudo.
Ele chega a audiência e obvio, ele estar ali já gerava ao ministé-
rio publico, acionado do outro lado, para apoiar a medida do juiz esta-
belecia que eles não fariam de uma forma fácil.
— Senhor Vaz, qual a posição referente a petição da Sexta da
empresa que representa.
— Nenhuma Meritíssimo. – Vaz frio.
— Vão desafiar a lei senhor Vaz?
— A lei nunca, mas meritíssimos juízes preguiçosos que não sa-
bem do que estão falando e escrevem, retirar tudo, sim, vamos, pois
tudo ainda é uma palavra a ser definida pela lei, e a nossa não a define.
Vaz olha o senhor serio e continua.
— Segundo problema, a empresa que executou, não foi notifica-
da, notificaram uma pessoa em um hotel em Matinhos, após isto en-
tregaram uma intimação para uma empresa em Curitiba, mas nenhuma
das duas, foi vista fazendo, registrando ter feito, e muito menos tem no
seu relato o que foi feito, para ser tirado, entra no Tudo que o senhor
meritíssimo escreveu, que nada define.
Vaz abre mais uma folha e fala.
— E por ultimo Meritíssimo Senhor, entramos com pedido de
aposentadoria compulsória sua, por emitir algo contra o povo, sem se
inteirar do problema, baseado na constituição que diz que todo poder
emana do povo e a ele serve, não podemos ter Juízes cegos dizendo
que representam a lei do estado, e terá de provar sua boa intenção
diante de uma premissa de isenção no julgar das partes, algo que não
foi visto na petição, no cumprir da petição e na elaboração de uma
acusação contra uma empresa idônea de ter feito algo ilegal, quando
ninguém a viu fazer.
— Esta me desacatando rapaz, acha que está falando com
quem?

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— Para o senhor, Advogado Roberto Vaz, não menos, meritíssi-
mo Juiz.
— Mas tem de cumprir a petição?
— Está cumprida meritíssimo juiz, não entendeu, o senhor não
definiu o que tem de ser tirado, ninguém viu a empresa que o senhor
determinou, fazer qualquer coisa, então tudo o que viram a RR Empre-
endimentos fazer no litoral nas praias de Caieiras e Prainha, estão reti-
rados, se afirmar o que quer que tirem, e quem colocou lá, talvez a
empresa que o pôs faça, estamos registrando isto, e esperamos uma
competência maior no determinar das próximas petições, e será assim
como o prefeito, chamados a explicar o tumultuo gerado por esta in-
formação de retirada de ganhos municipais, pois esta determinação
gerou complicações no litoral.
O juiz olha o escrivão e fala.
— Eu determino multa de não cumprimento as empresas notifi-
cadas, de dois milhões de reais dia.
Vaz olha a promotoria publica e fala.
— Se o juiz insistir nesta posição, o estado vai pagar uma indeni-
zação imensa ao senhor Roberto Paz, pois a desmedida de um juiz, não
pode ser imposta ao estado.
— Está me desacatando senhor Vaz.
— O senhor está em condição de afirmar isto senhor, acaba de
determinar algo ferindo as leis, e se não tem hombridade de recuar,
temos um grande problema aqui.
O ministério publico olha para Vaz.
— Mas foram feitas obras sem autorização.
— Certo, vocês viram as obras?
— Não.
— Afirmam que de um dia para o outro de madrugada, que uma
empresa asfaltou, calçou, colocou sistema de coleta de esgoto em duas
praias, postes de iluminação e arborização de ruas, se eu considerar
que ninguém viu e isto não se faz em uma madrugada, algo está erra-
do, mas o principal, todas estas medidas, estão na nossa constituição
como benfeitorias ideais a vida digna, quando alguém fazer isto, é ile-
gal? Quero mesmo que alguém afirme isto.
O rapaz do ministério publico olha para o Juiz, pois uma coisa era
obras de aparência, mas saneamento básico não é algo apenas de apa-
rência.

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— Não nos afirmou isto meritíssimo.
O juiz não sabia o que falar e afirma.
— Estão caindo na lábia deste dai.
— Viu as obras meritíssimo? – Vaz – Não, e continua batendo,
mas acusar alguém sem provas, é o que estabelece sua decisão, é isto
que vai gerar ao governo multa, pois você vai estar viajando com di-
nheiro publico senhor, aposentado.
O rapaz do ministério publico entendeu que algo assim não se
fazia do dia para a noite e se mesmo assim não se viu, algo estava erra-
do.
Vaz olha para o juiz e pergunta.
— Algo mais meritíssimo, pois se fez para ajudar um amigo da
sua família, avisa eles que terão mais problema.
— Os ameaçando?
— Não meritíssimo, mas para quem quer esconder algo, o pre-
feito de Guaratuba acaba de ter o pedido de condução a Curitiba apro-
vado, somado a isto me confirmaram que estará amanha em diário
oficial a ampliação da BR 101.
O rapaz do ministério publico pergunta.
— Qual a acusação que estão levantando contra o prefeito?
— Exploração de ouro ilegal na serra do mar, nas encostas volta-
das a baia.
No hospital Vita o Desembargador recebe uma visita da Policia
Federal, eles vieram verificar se estava tudo bem, e o Juiz do processo
entra no quarto e fala.
— Podemos conversar José? – Carlos, Juiz federal.
— A pressão vem de que lado?
— Não é isto.
— Fala.
— Com o que mechemos José, sei que estava lá por que foram a
sua casa, mas o que eles foram fazer lá?
— Matar Pedro Rosa.
— E como alguém escapa destes Desembargador.
— Dizem os fofoqueiros da cidade, que o menino foi espancado
a quase um mês, e saiu de casa, ele estava dormindo a rua, quando
algo aconteceu, e os Hons o defenderam.
— Sabe que não colocamos os Hons em relatório Desembarga-
dor.

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— Nem eu coloquei, sei disto.
— Temos um problema, você leva um tiro na frente da Delega-
cia, todos veem você sair de lá mal, os médicos falam em milagre aqui,
parece que um andar todo sofreu milagres, e você estava neste andar,
mas o delegado e todos os que havíamos detido, até quem atirou em
você, virou pó em plena cela.
— Como? – José Ribeiro.
— Não sei, mas tanta gente tentou matar este menino, que o
submundo da cidade mudou de mão.
— E o que quer saber?
— O que Pedro Rosa fazia na sua casa?
— Ele namora minha filha.
O Juiz olha para as meninas e pensa no problema e fala.
— Melhora, pelo jeito foi um destes dias inexplicáveis da cidade.
O juiz sai e olha para o policial a porta.
— Mantem a segurança, tem muito maluco nisto.
— O que está acontecendo Carlos.
— Alguém apostou, alguém não morreu, alguém está limpando a
área, mas como é que preciso saber, eu tenho o registro do Deputado
chegando ao local, um passo e ele cai em pó.
Gerson ouve a campainha e foi atender.
Moreira olha Gerson e pergunta.
— Vai tomar jeito Gerson?
— Nem sei se ele está vivo.
— Mais um delegado caiu hoje, tentou matar um desembarga-
dor porque tentou matar o menino na casa do senhor e ele não deixou
barato.
— Não entendo porque apoiou meu filho Moreira?
— Eles tentando matar ele, estão abrindo um mercado inteiro, é
como se do dia para a noite, tudo que eu conseguir abraçar, vai vir a
minha mão.
— E porque eles não pararam ainda.
— Não entendi, mas ontem a noite, os relatos dizem que o pré-
dio que ele estavam, aquele da empresa de geologia, se desfez, e refez
em questão se momentos, falam que ele brigou com um arcanjo de
Deus, quem sou eu para brigar com quem briga com arcanjos e conti-
nua vivo Gerson.
— E quem o atacou?

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— Estão falando um nome, Beliel, não entendo de Anjos.
— A contradição, o toque de cura e melhora, e o dono da luz, ele
deve estar realmente tentando algo que irritou muitos. – Gerson.
Paula olha para ele e pergunta.
— Quem é este Beliel?
— Alguns chamam de braço esquerdo de Deus, outros de anjo
excluído, caído, senhor da Luz, Lúcifer.
— Seu filho brigou e está vivo Gerson, com este ser.
— Ele aprendeu algo que pensei ser magia negra, mas se Beliel
está contra, não é magia negra, se Paula está contra, não é magia ne-
gra, se os contraventores da cidade estão contra, não é negro, se os
políticos do estado estão contra, mais um sinal, mas sei que ele não
confia mais em mim Moreira.
— Ele parece estar prestes a um grande passo Gerson, apenas
não se perde neste passo.
Moreira sai e Paula olha Gerson.
— Porque algo superior aos seres de criação seriam contra o
menino?
— Talvez o que vocês achem ser uma decisão de vocês, seja su-
perior a vocês, e quando se falar em fim, seja o real fim.
Camilo estava a olhar os turistas em plena segunda, e olha para
aquele menino vindo caminhando a rua, olhando as obras e sorri.
Todos pensando que o menino estaria em qualquer outro lugar e
estava ali.
Pedro olha ele entrando no bar e fala.
— Tem algo para beliscar e beber?
— Uma porção de peixe e temos suco de laranja.
— Vê um, pelo jeito o negocio está bom.
— Tem gente no resto do município reclamando, mas não sei o
que é o agito no centro.
— Condução coercitiva é sempre agitado.
— Conduzindo quem? – Camilo.
— Quem pediu para tirar isto dai.
— E não vão tirar?
— Alguém viu alguém por?
— Sim.
— Então esqueçam que viram e digam que sempre foi assim, o
prefeito vai ter de provar que não era.

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— A filmagem da Globo. – Camilo.
— É só por o que eles filmaram em Matinhos e o como está Ma-
tinhos.
— Verdade, acha que ele vai dar continuidade.
— O advogado da empresa pediu para o juiz esclarecer a ordem,
pois lá dizia tirar tudo, e eles querem saber o que é o tudo, e quem
tem de tirar, já que ninguém viu uma empresa fazendo isto.
— Não vai pegar leve.
— Eu não, daqui a pouco tenho de estar na região do aeroporto,
e ainda nem sei como vou chegar lá.
— E veio olhar a obra.
— Sim.
— E qual a novidade do dia?
— Esperando o diário oficial de amanha, para começar a invadir
sua cidade.
— Certo, vai agitar.
— Não, mas amanha todos estarão olhando uma parte do diário
oficial e eu estarei olhando outro.
— E o prefeito?
— Provavelmente pensando em como se defender, ele que vai
dar o clima, mas é nesta hora que as coisas desandam, pois amanha
vamos apresentar todos os laudos que eles pediram afirmando que
foram eles a causa da cassação do nosso alvará.
— E ou aceitam ou?
— Eu não posso manter algo ilegal, então terei de parar, estra-
nho pois aquele terreno é meu, provavelmente monto num igual em
outro lugar e uso para mim o lugar.
— Ele vai ficar mais bravo.
— Sim, eu tenho o alvará de construção, pois alvará de constru-
ção não se caça, então terei de pensar onde vou por o hotel.
— Tem uma ideia?
— São três divisões, para sair dali terei de separar as comportas
internas e soltar das bases, então se mandar um para Joinville, e um
para Cananeia, o que era um hotel será dois, e um local pessoal para
festas.
— Certo, as pessoas esquecem que por trás de você tem estru-
tura.
Um rapaz para ao restaurante e pergunta.

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—Pedro Rosa, pediu uma lancha.
Pedro se levanta e deixa uma nota ao balcão, e fala.
— Deixa eu deixar o prefeito na volta mais revoltado – Olha o
rapaz e fala – Vamos.
A cara de desilusão do rapaz foi cortado pelo sorriso de Camilo
que fala.
— Volta?
— Assim que confirmar a instalação dos equipamentos do Aero-
porto Internacional de Guaratuba.
Camilo sorriu e o rapaz seguiu Pedro, a lancha estava a praia, ge-
lada nesta época, poucos na agua, então vão no sentido da baia, e o
rapaz pergunta.
— Que altura?
— Do Aeroporto.
— O que estão aprontando lá?
— Ainda não tem equipamento, mas já tem muita coisa, mas sei
que o ministro dos Transportes vem hoje olhar.
— E ninguém falou nada.
— Antes de aprovarem, não se fala muito.
Pedro desce na encosta de mangue, sobe para a rua, atravessa a
rua e começa a entrar no aeroclube, os rapazes olham aquele menino e
um fala.
— Deve ser Pedro Rosa.
Pedro sorri e fala.
— Alguém tem um veiculo, para irmos a outra parte do aeropor-
to.
— Está incrível aquela parte, mas quando construíram isto.
— Um dia vou entender este negocio de assoprar para um lado e
construir no outro, mas ainda para mim é falácia.
O rapaz entra em uma caminhonete e chegam perto do local e
veem aquele bandeirantes descer acompanhados de dois caças, que
pousam após.
Pedro chega a frente do saguão, olha de cima eles chegando a
parte de desembarque, e se viu a cara de susto do Ministro.
Sergio olha para Pedro e olha o ministro.
— Esta é parte da obra de integração do litoral do Paraná ao res-
to do país senhor.
O rapaz do clube olha Pedro.

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— Eles vão nos tirar daqui?
— Aquele saguão ao fundo, é para voos turísticos, sobrevoos e o
barracão do fundo, para o aeroclube local.
— Está falando serio?
— Logico, mostro para vocês.
Pedro desce as escadas, saem pelo fundo e os rapazes viram que
a rua para parte do fundo estava asfaltada e com postes de iluminação,
canteiros preparados e com flores, olha a descrição apontando para o
aeroclube e o menino anda até lá, abrem e o senhor olha o local, novo,
limpo, os tanques de combustível externos, e os sistemas novos, mo-
dernos e pergunta.
— E quem vai tocar tudo isto?
— Isto é uma obra da iniciativa privada, construção de um aero-
porto no litoral do Paraná, o segundo fica em Paranaguá, ainda sendo
asfaltado.
— Está falando serio?
— Sim.
— E quem é o dono disto tudo?
— As empresas Rosa.
— Seu?
— Não tenho tamanho para ter algo ainda. – Pedro.
Pedro sai a pista e o rapaz olha a qualidade da mesma e fala.
— E o prefeito não o quer na cidade?
— Estou aqui porque ele foi conduzido gentilmente a Curitiba
hoje, então eu vim.
— Certo, ele não sabe com quem briga.
— Não briguei com ele, ainda.
Pedro olha Roseli chegar ao lado e falar.
— Está lindo, não havia mostrado para ninguém? – Ela olhando
para Pedro.
— Vim mostrar para o pessoal do Aeroclube, eles estavam ten-
sos com a obra.
— O ministro está olhando assustado, mas qual a ideia?
— Temos de fechar um acordo com alguma empresa para fazer
voos regulares para cá.
— E se não quiserem? – O rapaz ao lado.
Pedro sorriu e fala.
— Vou ter de operar sozinho o turismo local.

569
— Certo, não tem medo de não ter gente?
— Rapaz, eu comprei 20 aeronaves novas da Boeing, pequenas
para um aeroporto deste porte, mas eu ainda não tenho uma empresa
aérea, a ideia não era montar uma, mas se for o caso, terei uma ida e
volta a Brasília com passagem em São Paulo daqui todo dia, uma a Foz
com passagem em Curitiba, e uma a Porto Alegre com passagem em
Florianópolis.
— Sabe o custo disto menino?
— Rapaz, se manter ligado ao mundo, é parte de ter gente aqui,
se a pessoa procurar uma linha de transporte e não tiver nenhuma, não
vem gente além dos Curitibanos.
— E quer quem aqui?
— Quem quiser vir, já que voos para São Paulo existem do mun-
do inteiro.
— E manteria um voo sem passageiros?
— Sim.
Roseli entendeu, o menino faria algo, mesmo sem toda a estru-
tura e pergunta.
— E qual a ideia?
— Inauguração do voo inicial em dois meses, sai de São Paulo,
para em Paranaguá e depois em Guaratuba.
— Quer isto operando já na temporada. – Roseli?
— Sim, o equipamento começa a ser instalado amanha, tanto
aqui como em Paranaguá, mas lá a obra ainda não está neste acaba-
mento ao fundo, mas teremos pouso por sistema sem visibilidade al-
guma.
— E os aviões terão este equipamento? – O rapaz.
— Os que comprei sim.
— Certo, vai nos ligar as capitais a volta, mas é um voo muito rá-
pido.
— Sim, de Curitiba para cá e subir e descer, vai ser mais demo-
rado taxiar, do que o tempo no ar, mas por isto faremos uma linha mais
longa, pois quero poder integrar o estado.
— E acha que o ministro vai achar o que disto?
— Ele vai querer dados, fala que em dois meses, faremos o voo
inaugural, de Brasília para cá, dai o presidente inaugura pessoalmente
o Aeroporto.
— Fazendo política? – Roseli.

570
— Outra coisa, já derrubamos a obrigatoriedade de desfazer tu-
do impetrada contra a RR, o juiz quis por multa diária, e pedimos vistas
as ações dele e caçaram tudo a 10 minutos.
— Assim fica mais fácil, mas o que pretende?
— Tem de sair no diário oficial, antes apenas locais isolados.
Roseli olha ao fundo e olha que existiam locais isolados e per-
gunta.
— Algo ali?
— Sim, se alguém quiser descer pela 277 e pegar direto para cá,
não precisa passar pela ponte ou pela balsa.
— E está no projeto?
— Lógico.
— Apenas isolou as bases?
— Sim, mas sei que eu avanço rápido, vocês se assustam.
— O ministro está pensando em uma coisa, agora já estamos
apresentando outra.
— Vamos lá, sei que ele está assustado, vamos o deixar em pâni-
co.
Roseli sorriu e o senhor olha o menino chega ao lado de Cecílio e
Sergio que olha ele e fala.
— Ministro Prestes, este é Pedro Rosa.
O ministro olha descrente e fala.
— Não pode ser uma criança.
— Um dia eu cresço senhor, mas pronto para ver onde será a
grande inauguração dentro de dois meses?
— Não seria aqui?
— Aqui é o ponto turístico senhor, não o estratégico.
— Certo, e onde vamos na cidade.
— Vamos de avião senhor, não é tão perto.
Sergio olha para Pedro, não sabia onde estava mais, e o menino
chega ao comando e pergunta para o piloto se conhecia a região?
Ele afirmou que sim.
Ele estica um mapa e fala.
— Esta pista foi pavimentada a pouco tempo, e é nosso ponto de
passagem.
O piloto olha para o menino.
— Esta falando serio?
— Sim, mesma qualidade de pista desta.

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O ministro viu que o menino explicou onde iriam para o piloto, e
Sergio olha para Pedro.
Eles embarcam e o rapaz do Aeroclube olha outros chegando e
perguntarem.
— E dai, vão nos por para correr?
— Não, o galpão no fundo é para nosso uso, eles vão pelo jeito
desmanchar o inicial.
O avião decolou, e quando param no outro aeroporto Pedro olha
o ministro e fala.
— Sei que muitos não me levam a serio senhor, mas o que verá
aqui ainda é em primeira mão, algumas coisas saem a liberação ama-
nha no diário oficial, algumas coisas terminamos de assinar com as
prefeituras hoje, mas isto é parte da estrutura que estamos montando
no litoral paranaense.
Eles descem e o senhor olha que o prédio do aeroporto ainda es-
tava sendo construindo, ao fundo, se erguiam barracões, e Pedro fala.
— Esta pista tem mil metros a mais de comprimento, é para
grandes cargueiros poderem ir e vir senhor.
— Está dizendo que vão por dois aeroportos no litoral do estado,
um turístico e um de carga pesada.
— Sim. – Pedro olha para aquilo que ele não entendia ainda co-
mo funcionava, mas vinha de dentro dele, ele sentia os seres ilusórios a
volta, como se fossem parte dele, eles faziam a obra a toda volta e o
menino caminha até o saguão e pega um carro elétrico, ele dirige até o
porto e fala.
— Aqui precisamos de um veiculo de transporte, se reparar se-
nhor por cima, todos os barracões vão ganhar placas de captação de
energia solar, mesmo no topo dos grandes guindastes, que vão ser
instalados no cais.
O senhor entra no carro e vê o menino dirigir até a beira do cais
e parar.
— Senhor, no porto de Paranaguá, vamos implementar uma so-
ma de 7 quilômetros de cais de porto, mais 3 quilômetros em Antonina
de Cais, quando se fala em abertura da BR 101 no Paraná é porque
teríamos de passar tudo pela região metropolitana de Curitiba, e esta-
mos falando em ter se não o maior porto um dos maiores portos do
Brasil aqui.
O senhor olha o cais, se perdia na vista e fala.

572
— Disto que falava, do estratégico?
— Sim, mas não estamos falando, vamos fazer, estamos falando,
esta parte esta feita, e vamos usar a 101 para ligar este porto a todo
resto do país senhor.
Cecílio olha para o menino e fala.
— Disto que falava, todos pensando em um hotel, e você dis-
traiu o olhar deles e construiu um dos maiores portos do Brasil?
— Eles são algo que não entendo no Brasil, parecem as vezes
querer que evoluamos, as vezes, funcionários de redes mundiais. –
Pedro se referindo a Globo.
Cecílio olha para a região e fala.
— Um senhor aterro, eles devem estar realmente preocupados
com os hotéis.
— Temos um aterro aqui e um em Antonina, deve ter entendido
quando puxei a atenção sobre Caieiras.
— Desviou todo olhar para uma praia que não se olha o fundo
da baia em Guaratuba, apenas o mar, mas o que pretende?
— Na região de Antonina, em um dos aterros, vou construir uma
processadora de alumínio, vendendo internamente e externamente o
alumínio, mas usando os portos como parte da entrega, estou tentan-
do comprar e reformar porta contêiner de pequeno porte, para parada
em qualquer porto nacional, com as cargas vindas daqui.
— Quer produzir alumínio aqui e distribuir via mar? – O ministro.
— Sim, mas parte da região vai produzir bicicletas, vai produzir
panelas, placas, barcos, aviões.
— Está falando em produzir tudo isto? – Sergio.
— Não, atrair parceiros que acreditem nas coisas como eu, e que
possam agregar ao projeto.
— Certo, mas quer dizer que vai ter fabricas a volta? – O minis-
tro.
— Na estrada de vinda, não aqui, esta parte é porto, seja aero-
porto ou porto náutico.
O ministro olha o menino voltar ao veiculo, eles vão até a beira
do porto, saem para parte rua, e desviam alguns caminhões e Pedro
entra na outra área isolada e fala.
— Esta parte sim, teremos cargas inteiras de produtos fabrica-
dos nas fabricas ao fundo mandados ao mundo via porto a frente.
O ministro olha o porto e olha para os barracões e fala.

573
— Aquele ao fundo lembro que viemos inaugurar, já ampliaram
passando sobre laudos ecológicos?
— Senhor, eu não sou bonzinho, posso ser pequeno, mas o rapaz
andar de avião para cima e para baixo e se dizer ecologista, quer ser
ecologista, voltamos a capital para o Rio e reintegramos a área bem
mais sensível a poluição, a qual a capital Brasília ocupa.
— Sabe que são normas mundiais.
— Não sou mundial senhor, sou local, isto que estranho, um pre-
sidente que não tem pulso para por países que não produzem mas
exploram o mundo em seus lugares.
— Mas saiba que eles vão reclamar.
— Senhor, eles não estão olhando para cá, mostra o quando são
ecológicos presos a suas casinhas, como Cecílio as costas entende bem
disto, quanto se mexeu e eles nem viram ainda.
— E vai deixar isolado até a inauguração?
— Eu basicamente fechei o aeroporto local, para reforma, e
quando em dois meses estivermos erguendo dois prédios lá, eles vão
reclamar e na semana seguinte inauguramos o aeroporto.
— Acha que eles não vão olhar?
— Acho que deveriam olhar, mas se vão não sei.
O ministro fotografou e perguntou ao menino, era evidente que
aquilo que parecia uma criança para o ministro, era o ser por trás de
tudo aquilo.
— E qual a pretensão das empresas Rosa na região?
— Senhor, o que eu quero, não sei se consigo realizar, em 100
anos quando estiver perto da morte, talvez tenha realizado metade.
— E nos próximos anos?
— Até o final do ano Ministro, se conseguirmos inaugurar este
porto, este aeroporto, os prospectos para a cidade de Matinhos, Gua-
ratuba, Paranaguá, Antonina, Morretes, Pontal do Paraná, Guaraque-
çaba, Cananéia, Garuva, São Francisco e Joinville, seremos uma empre-
sa real, com turismo real, dai sim podemos falar de metas, ainda esta-
mos parados, sem quase nada funcionando.
— E como mantem gastos altos se não tem nada funcionando?
— Quase nada senhor, não nada, tenho uma mineradora, isto
em si me garante estes investimentos por 100 anos.
Cecílio ao fundo sorriu, pois uma coisa era alguém dizer, estou
endividado, outra falar que aquilo ele conseguiria manter por 100 anos.

574
— E pretende inaugurar isto quando?
— Senhor, eu não produzo guindastes de porto, temos 12 pro-
dutores mundiais, e mesmo usando um pouco de cada, demora para
eles entregarem parte, é mais fácil eu construir uma fabrica de proces-
samento de alumínio, do que torres de porto de 60 metros de altura,
pois um é feito por 90 fabricas, cada uma um pedaço, e não tem con-
corrência na entrega.
— Certo, mas pretende inaugurar parte em dois meses?
— Sim, parte será inaugurada.
— Vou abrir a agenda do Presidente, ele vai querer estar presen-
te, pelo jeito vem uma empresa grande ao país.
— A fabricando do zero, não viemos de lugar algum, nascemos
aqui e vamos fazer parcerias onde podemos.
Eles voltam ao ponto inicial, os rapazes estavam impressionados
e Pedro sorri e fala.
— Estamos a disposição de qualquer norma que estabeleçam
senhor, não somos uma empresa que não se adapta a leis, mas não
esqueçam que se colocarem peso de mais, apenas cancelamos pros-
pectos.
O senhor volta ao avião e Cecílio olha o menino.
— Este ficou assustado.
— Senhor, eu sou de agir, e quando eles falam em investir pou-
co, eu quero deixar minha marca.
— Este porto põem medo em qualquer um, e nem está funcio-
nando.
— Estou precisando de parcerias, e não posso ampliar antes de
fechar acordos Cecílio.
— Qual parceria gostaria?
— Uma ferrovia na mesma estrutura da 277 descendo a serra, e
ligando até a estrutura da região metropolitana.
— Ferrovia da iniciativa privada?
— Sim, mas este projeto é para pensar ainda Cecílio.
— Mas qual a ideia?
— Portos secos, onde embarcamos em alguns pontos, como Ja-
cupiranga, Curitiba, Garuva, em contêiner, agilizando a chegada e os
estoques para viagem.

575
— Se conseguir implementar isto, já revoluciona o comercio, Pa-
ranaguá é pequeno mas cumpre o que se propõem, grãos, você não
quer rodovias lotadas de caminhões.
— Eles não são a parte mais lucrativa, eles são a parte que gera
estragos sequenciais.
— Garanto que eles nos dão retorno.
— Os grãos vão continuar chegando ao porto por anos de cami-
nhão, mas eu me preparava para o fim disto. – Pedro.
— E pelo jeito vão começar a acelerar.
— Sim.
Pedro pede para Roseli pedir para pegarem eles ali, um helicóp-
tero chega a região vindo de Matinhos e todos voltam a cidade.
Pedro olha para Roseli e vai ao fundo, olha para a areia em uma
pilha bem ao fundo, pega uma tabua que isolara a região, dispõem em
um canto e começa a traçar o litoral, ele estava visualizando tudo, ele
põem a divisa sul de São Paulo no mapa e a região de São Francisco e
Garuva, Joinville.
Pedro começa a soltar a areia e as áreas do mar na maquete
começam a ficar azul, depois ele deposita as montanhas, e se viu as
divisas dos municípios, ele começa a soltar a areia e a parte mata foi se
fixando, ele olha os detalhes e olha para o traçado dos rios da serra, e
das rodovias, dos prédios das cidades, as mudanças que fizera e quan-
do o mapa estava na proporção, com todas as referencias, ele entra,
pega uma régua, um lápis e volta a sua maquete, todos olhavam ele ao
longe, pensando no que o menino estava pensando.
Ele demarca toda a região de passagem, as cachoeiras, os córre-
gos, e começa a marcar estruturas que não estavam ao chão, mas não
estavam a mais de quatro metros nas partes baixas, nas intercessões,
com os rios, subia a quase 10 metros, ele olha as formações nos vilare-
jos, e junto com a estrutura na base desenha uma estrutura de escola,
posto de saúde e de esportes.
O dia acabava e ele media as distancias de bases e na sua mente
vinha a estrutura, e a soma de caminhões para carregar aquilo, um
terreno que pedira para Sergio comprar, em uma estrada lateral da
101, as imensas armações começam a surgir.
Ele foi marcando cada um dos pontos e neles começa a surgir
gente mexendo e abrindo os clarões apenas do vigamento de 30 em 30

576
metros, as estruturas começando a surgir, nas regiões isoladas e Cecílio
chega ao lado e olha o menino.
— Você é uma incógnita, todos estão pensando no que está
pensando, você está fechando em sua mente a ideia, a maioria estaria
pedindo para calcularem.
— Sei que me acham a criança senhor Almeida, mas o prédio ao
fundo eu projetei e calculei, isto eles não falam, mas ainda tenho de
fazer minha mente aceitar as diferenças de dilatação, ainda bem que
entre zero graus e 50 graus não seja tanto, o que facilita este calculo,
mas o que estou tentando provar para mim, é que se eu levantar parte
disto terei entradas de recursos, os juros que me indagaram no BNDS
me parece irreal.
— Por quê?
— Eles forçam que descuidemos, este país é irreal, apenas isto, o
governo me empresta a 9% ao ano no BNDS para grandes investimen-
tos e se eu jogar o mesmo recurso, pois tenho o dinheiro para o inves-
timento, em títulos do governo, ele me paga 16 e meio, não entendo a
lógica disto.
Cecílio sorri e fala.
— Vai pegar o dinheiro?
— Se eles liberarem neste juros, sim, carência de dois anos, eu
pego ele, invisto no próprio governo e em dois anos tiro o dinheiro de
lá e pago o governo. Vou ler o contrato direitinho e se for isto, eu pego
12, devolvo em dois anos 14,16 para o governo e me sobra na conta,
um bilhão e oitocentos milhões, não sei se é isto, mas se for, com cer-
teza vamos pegar.
— E que justificativa vai usar para pegar todo o recurso?
— Adiantar as obras e entregar ela ainda no segundo mandato
do candidato.
— Uma proposta de governo, mas sabe que eles podem reduzir
o juros.
— Enquanto estiverem pagando mais que 9 eu não saco, e se vi-
erem a fazer, saco o recurso inteiro, e pago a divida inteira.
— Estaria apostando no nome do atual presidente.
—Não, ele está apostando em nós.
— Quer inverter as coisas?
— Sim, eu não gosto de governo pesando contra mim, então eu
não peso contra quem não me pesa.

577
— E acha que ficará nesta escala?
Pedro pega uma peça na ponta, parecia um palito, o senhor olha
que era na forma de uma das divisões e ouve.
— Teremos para construir nossa rodovia, aproximadamente 21
mil trechos destes, a pergunta, como faço para construir estes 21 mil
trechos o mais eficiente possível, com a maior qualidade possível, e
menor custo operacional, não me adianta produzir algo que pesa mais
de 200 toneladas, e não conseguir levar ao local que preciso, não me
adianta fazer algo em Garuva, e não ter como levar a Cananeia, pelas
rodovias atuais, a pergunta, como fazer neste momento é mais impor-
tante de se temos o material, eu consigo terminar os primeiros 5 mil
trechos deste tamanho em Garuva, em dois meses, mas eu não tenho a
mesma estrutura em Cananeia, para fazer a mesma coisa, pois eu não
comecei lá a dois meses.
— E quanto daria para fazer destes palitinhos grossos em espa-
ço, com 5 mil peças.
— Garuva – 277 consegue-se.
— Então teria peças para montar até a 277, e pretende o que?
— Lembra que você viu uma foto de um bananal?
— Sim, comprou um bananal.
— Aquele terreno está na divisa da 277, a três dias comprei ele,
hoje estão tirando parte das bananeiras e colocando as armações da
estrada a cada 30 metros, mas ali na parte alta, estão construindo valas
neste formato, injetamos após eles fazerem a medição, plástico nas
valas, para fixar o molde, o terreno tem dois quilômetros de lado, en-
tão nestes dois quilômetros, lado a lado, fazemos 66 armações no
comprimento e 3 de largura, por vez, a cada 32 dias. O que me faz em
um lugar assim precisar de 105 meses para fazer todas as armações,
dai escolhemos a forma de agir, e começamos por 4 pontos iguais, um
começado a dois meses, eu poderia ter peças sem função neste mo-
mento, mas como eles publicaram no diário oficial, amanha é oficial,
começamos a montar as bases de todas as estruturas, existe uma ma-
quina holandesa que eles vão neste primeiro mês, enquanto enchemos
as primeiras bases de concreto, montar ela em Garuva, e estão des-
montando outra e vão montar ela assim que chegar em Cananeia, mas
lá as armações estão sendo montadas como ali a beira da 277, e temos
os pontos que só funcionam nos locais, aterros de descidas, colégios
locais, postos médicos, estrutura municipal para os apoios.

578
— Então em um mês estará pronto para começar a construir, é
isto?
— Sim, os estudos de impacto ambiental, são minimizados, pois
toda a região de preservação, estaremos a 8 metros, baixo para uma
estrutura, mas suficiente para não alterar o eco sistema baixo.
— Eles pensando que vais demorar muito mais.
— Senhor, eu falo serio em terminar a obra em dois anos, não é
falácia.
— E vai vir por dois lados?
— A parte do meio, vamos estruturar sobre bases bem baixas,
não que não desse para aterrar, mas iriamos gastar mais tempo ater-
rando e fazendo estruturas laterais do que levantar dois metros e pas-
sar ao lado das estruturas já existentes. Toda a rodovia vai contar com
sistemas de captação de vento e solar, estabelecendo uma rodovia
iluminada senhor.
— Está falando serio?
— Sim, é uma avenida, este é o ponto onde os ambientalistas
podem nos proibir, mas se não falarem vamos iluminar, e pior, vai so-
brar energia para nossas próprias empresas lateralmente colocadas ali.
— E vai as por ali por isto?
— Também.
— Certo, locais de fácil escoamento.
— E quando falei em fazer algo entre Curitiba e Litoral, usando o
traçado da 277, é que a estrutura para montar algo assim estaria ali, e
poderíamos jogar estruturas laterais a cada 20 metros, mas ali seria
uma descida mais calma do que a da rodovia.
— Aproveitando que a estrutura esta ali, e criar uma proposta ao
governo do estado?
— Sim, mas depende de quem será o próximo, como algo supe-
rior a rodovia em algumas partes, podemos gerar a mesma iluminação,
mas o intuito é um porto seco na entrada da 277, ali teríamos um con-
junto de terrenos onde colocaríamos os contêiner, os vagões com um e
cinquenta entre trilhos, nos permitiriam dispor de mais carga e mais
tração de subida.
— Pensando nas montadoras?
— Sim, se eu posso ter um barco aqui e entregar 10 mil unidades
em um barco em Salvador, olha a diferença de custo.

579
— Certo, está pensando em alimentar o interno, mas se prepa-
rando para o externo.
— Sempre digo, eu sou uma criança ainda.
O senhor sorriu, e viu o menino montar as peças, viu o local ini-
cial e o menino falar.
— 5 mil unidades senhor.
Ele olha que chegaria a 277 e faria o trecho até Guaratuba.
— Quantas peças a maquina coloca por dia?
— Perto de 20, não dá para terminar o processo em 4 meses,
mas dá para erguer duas mil e quatrocentas peças, perto de 74 quilô-
metros neste espaço de tempo senhor, mas ai tem o detalhe, não adi-
anta ser mais rápido, pois não teria as peças para por, então enquanto
o sistema anda para frente, a produção me dá material para 5 mil me-
tros por sentido, dai entra a ideia, pois na região de Antonina, tem um
trecho que vai ligar a 116 que está em área plana e se conseguirmos
fazer a estrada cada trecho separado, podemos ter algo em 4 meses,
mas ainda não teremos o todo, então se eu começo em Garuva ama-
nha, eu começo em Cananeia amanha, eu tenho outros dois mil trechos
feitos na reta entre Cacatu e Antonina, vamos começar a colocar as
bases e vamos tentar desenvolver nosso método, quando começarmos
em 4 meses, o desvio da 116 para porto de cima, quero ter pelo menos
estrutura para chegar a Antonina.
— Vai mesmo fazer por ali também.
— Sim, e o prospecto assinado ontem, me parece bem agradá-
vel, pois eles estabeleceram que podemos considerar nossos custos e
diluir na cobrança do pedágio, mas o que fica entre nós, eles nos libera-
rão 12, vamos ganhar dinheiro pago por eles, e vamos com custos al-
tos, chegar a 6, mas se eles afirmam que podemos diluir nosso custo de
12 no pedágio, vamos cobrar isto.
— E quando anunciado, vamos a uma obra que pelo que enten-
di, não sei onde minha cabeça não fecha a conta, mas me parece preci-
sar 6 anos para o fazer.
— A carta na manga. – Pedro.
— Sabe a bomba se não conseguir?
— Sei, estou investindo pesado nisto.
— Certo, mas cuida com gastos.
— Sei disto.

580
Pedro olha o projeto e fica a montar ele, e Cecílio olha ele des-
confiado, era uma criança, mas é que Pedro não abriu detalhes que não
teria como abrir, e isto era parte do segredo dele.
Roseli olha para Pedro e fala.
— Vai pelo jeito querer mostrar que não é maluco.
— Eu acho que tenho de cuidar para não ficar.
Pedro tira uma foto e se despede deixando ali a maquete, as
montanhas definidas, o passar da rodovia, ele chega em Curitiba e
passa a segunda crônica da semana, falando do investimento de um
conjunto de empresas nacionais para tirar finalmente a BR101 do papel
na parte Paraná.
A edição do dia seguinte estava fraca, quando o redator olha
aquela crônica e chama o diretor.
— Sabe se eles confirmaram isto?
— Não sei, soube que o ministro dos Transportes teve uma reu-
nião com um consorcio da Rosa e da CR Almeida, pode ser bem isto
que estão pensando.
O redator passa a crônica do menino e ele sorri.
— Talvez por isto ele não achava importante todo aquele inves-
timento, eles estavam negociando isto em Brasília, e pelo que mostra,
rodovia aérea em toda região de preservação.
— Pelo jeito, algo para realmente um consorcio de empresas,
pois é uma imensa construção, embora sejam apenas 406 quilômetros,
é dentro de reservas florestais preservadas.
— Daria acesso rápido aos projetos da Rosa, de São Paulo, isto
eu não posso negar.
— Ele pensando em mercado, em porto e pelo jeito vai contor-
nar Guaratuba.
— Publica, acho que esta imagem apenas nós vamos ter.
— Quer por destaque na capa?
— Acho legal, parece uma maquete feita detalhada.
— Detalhes até demais de projetos que não estão lá senhor.
— Mas não posso negar que algo visualizando o futuro, é bom
para as pessoas entenderem, eles contornaram os juízes, o prefeito de
Guaratuba pode ir contra a empresa, contra uma concessão federal,
não tem como.

581
Pedro senta-se na cama e sua cabeça estava tentando fechar o
projeto e fica a trocar ideias, ele não consegue relaxar. Fica a desenhar
os monstros de seu parque temático.

Estava desenhando e o sono chegou, ele dormiu pensando no


que estava criando, uma historia muito estranha veio a sua mente e ele
sorri de conseguir.
O prefeito de Guaratuba chega a cidade e fica sabendo que o juiz
não conseguiu o intuito, e que o ministro dos transportes passou e
anunciou a construção da ampliação do aeroporto.
Ele olha para a esposa e fala.
— Posso ter entrado numa furada.
— Qual?
— Financiamento da próxima campanha, que pelo jeito, não vai
ter e vou ter de tentar mudar o foco das coisas.
— Tem de manter a calma amor, tem estado muito nervoso.
— Acho que bati na pessoa errada, o processo para desfazer
caiu, pois não teria como afirmar o que queria desfazer, e isto pesou
contra a determinação.
— Tenta pensar mais friamente amor. – Eles se abraçam.
582
O prefeito acorda com o telefone e vai a ban-
ca, olha a capa da Gazeta do Povo e respira fundo.
— Agora entendi o que o menino estava fa-
lando.
O senhor não comentou, mas toda a cidade
estava comentando a obra e o governador pega a
Gazeta em Curitiba e olha para a assessoria e fala.
— Como aprovam algo assim e ninguém me
antecipou antes?
Roseli olha a capa da gazeta e conhece aquela
maquete, mas o que ninguém estava olhando na
maquete, é que estavam todas as reformas que o
menino queria fazer.
Pedro acorda e vai a escola, pela primeira vez ele não vê gente o
observando, o que o fez desconfiar de ter alguém oculto, tem sido
tenso em todos os dias.
O diretor do jornal olha o Diário Oficial e olha a concessão, o re-
dator chega ao lado e pergunta.
— Confirmado?
— Sim, a maquete ajuda a entender estes dados técnicos, pois
seria uma semana só de levantamento para estabelecer onde cada
trecho passaria.
— Esta reportagem está apenas no nosso jornal, sua aposta deu
a primeira exclusiva, os jornais televisivos não teriam como levantar os
dados desta vez a tempo.
— Pensa que amanha sai o estabelecer da meta da empresa dele
para Antonina.
— Acha que vão alterar?
— Acho que não, acho que eles querem bem passar a ideia de
que é a parte, mas esta imagem da maquete se observar calmamente
senhor, tem coisas que não existem, como esta sequencia de prédios
na entrada de Paranaguá, o porto em Antonina, o porto de Paranaguá
fica imenso, novo aeroporto tanto em Paranaguá como em Guaratuba.
O diretor olha e fala.
— Uma maquete que nitidamente é um projeto da empresa,
mesmo dizendo que não, pois tem os prospectos de amanha de Anto-
nina.

583
O senhor puxa a reportagem e olha.
— Sim, são complementares, existem as linhas do projeto que
está a rodovia, mas ali apenas projeto futuro.
— Acha que ele vai mesmo colocar a reportagem sem alteração?
— Ele usa algo mais detalhado, exatificando o que é o que, eu
acho que é uma forma de iniciar a procura dos funcionários, a própria
reportagem fala, que a fabrica de alumino vai contratar duas mil pes-
soas com grau superior.
Pedro sai da escola e um oficial de justiça o esperava a porta, en-
trega uma intimação e ele nem entra, vai almoçar no restaurante popu-
lar e liga para Vaz, para estar lá.
Rita olha o pai chegando em casa.
— Ainda em casa.
— Vou falar com seu namorado a tarde.
— Problemas?
— Ele segundo o jornal do dia, vira o projeto de gente mais rico
da cidade.
— Mais rico como projeto de gente?
— Não, mas vou lá, ele foi convocado a explicar mediante do
ministério publico ligações dele a um marginal da cidade.
— E acha que dá em algo?
— Eles querem fechar a conta, tem muita gente com medo dele.
— Medo? – Rita.
— Todos os desafetos dele da cidade, ou sumiram ou estranha-
mento morreram.
— Acha ele perigoso?
— Ele não filha, mas quem o cobre as costas.
O senhor Ribeiro saiu no sentido do Fórum.
Na esquerda da BR 116 em Jacupiranga, uma faixa de terra a es-
querda da avenida surge protegida por um tapume, muitos curiosos
sobre o que aconteceria.
Na parte de um terreno a beira da rodovia mais a frente, surge
sobrepostas, de 4 em 4, imensas peças das divisões da estrada e um
engenheiro vindo da Holanda olha aquela sequencia de 4 estruturas
colocadas e suas divisões sobre as estruturas, 120 metros de rodovia e
se via as estacas a frente, ainda nas armações de madeira que dava
para ver a linha que a rodovia seguiria.
O senhor com um tradutor chega a região e pergunta.

584
— Tem certeza do trajeto?
O engenheiro pega o prospecto e mostra para o senhor que olha
para a mata fechada a frente e sorri.
— Vamos construir sobre uma reserva florestal, é isto?
— Sim, das áreas mais preservadas do país ao sul.
O senhor viu começarem a chegar os engenheiros, e começam a
ajeitar as coisas, para montar naquela estrutura já pronta a maquina
que se esticaria de 30 em trinta metros, mas teriam de achar uma for-
ma de trazer cada uma das divisões.
Um segundo grupo chega e olha a estrutura e foram falar com o
engenheiro e queriam saber a resistência da armação, pois estavam
falando em levantar uma estrutura de duas mil toneladas sobre ela.
Em meio mata a fechada, surge as vigas de apoio e as estruturas,
como era região fechada sem visibilidade de lugar algum, os demais só
veriam quando chegassem ali.
O mesmo acontece na linha entre o rio Cubatão e Guaratuba.
Os técnicos começam a chegar no aeroporto em Guaratuba e
começam a instalar os equipamentos.
Na divisa com Santa Catarina imensos caminhões começam a
carregar as peças em Garuva e levar para a região da rodovia, um
imenso guindaste sobre esteiras pegava as peças e as erguia sobre as
armações.
O mesmo acontece a lateral da Antonina - Cachoeira de Cima, as
pessoas começam a ver a rodovia surgir ali de uma hora para outra
com imensas maquinas as erguendo.
No porto de Antonina começam a instalar do lado do porto a
imensa armação do que seguraria a ponte pênsil sobre a baia, se via do
outro lado da baia começarem a fincar as bases da ponte.
Se um município queria a obra, todos começaram a ver a mesma
surgir do nada.
Pedro chega ao fórum e conhece o advogado lá, ele não era de
ter estas coisas, e apenas ouve.
— Se não souber, evita responder menino, as leis lhe protegem
o silencio, mas contradições em frente de juízes, é difícil.
Pedro olha o senhor Ribeiro entrar, ele evitou lhe falar, sinal que
não poderia, ou o complicaram com sua ação.
O menino confirmou ser ele e o procurador fala.
— Precisamos de colaboração menino.

585
Ele apenas olha o senhor, Ribeiro estava as costas.
— Em que posso colaborar.
— Temos uma denuncia contra você rapaz, e precisamos saber
se abrimos um processo ou arquivamos, mas para isto precisamos de
sinceridade.
— Sinceridade? Não precisam da verdade, apenas da sincerida-
de?
Vaz olha o menino, quase sorriu, pois era uma diferença sutil,
sinceridade requer lisura, boa-fé, cordialidade, mas não verdade.
— Os prospectos nos colocam coisas que não acredito que a
verdade responda, perguntamos para um investigador da policia civil
para descrever os acontecimentos na empresa que dizem ser sua, no
Capanema, e parece não caber na verdade.
Pedro não sabia o que perguntariam, ele não dominava tudo is-
to, mas dependia da pergunta.
— Ainda acho que a verdade é a melhor saída, mesmo que ela
fique dúbia em coisas que como digo, são ilegais.
— Ilegais? – O promotor.
— Todos falam em fé senhor, mas qualquer coisa que sua fé
produza, é ilegal, pois ela não respeita leis humanas.
— Mas porque falar de fé?
Pedro pensou e olhou o advogado e falou.
— Se estiver falando de mais avisa. – Ele olha para o senhor Ri-
beiro ao fundo – O senhor Ribeiro, estar ao fundo, hoje, depois de ter
levado um tiro, é algo que eu não consigo explicar sem a palavra mila-
gre, queria ter ido dar apoio a família ontem e nem consegui, mas al-
guém levar um tiro, os médicos em pânico tentarem o reanimar, tenta-
rem mais de 20 vezes, um veia perfurada na aorta, gerava falta de
pressão no coração, ele sem um milagre, não conseguiria senhor, ou de
uma explicação bem técnica sem explicação, o relatório diz, uma veia
nova desviou o fluxo, o corpo estabeleceu o coagular do sangue que
saia para dentro do corpo, o coração volta a bater tendo pressão, o
resto do relatório não sou capaz de entender.
O senhor Ribeiro olha o menino, ele quase disse, estava lá, mas
ninguém o viu.
— E o que diria dos seus desafetos que surgiram com o coração
desintegrado?

586
— Deixar claro sua pergunta senhor, eu a entendi, mas eu não
tenho desafetos, eles apostaram a minha morte, eu não tenho nem o
nome dos que fizeram, me falaram que os que morreram foram parte
dos apostadores, mas eu não tenho nenhum desafeto com eles, na
verdade nem os conhecia, em sua maioria.
— Em sua maioria? – O senhor.
— Meu pai é um contraventor da cidade, apostador doente, en-
tão conheço contraventores que muitas vezes encheram a cara na sala
minúscula do apartamento do meu pai.
— E saberia como eles morreram?
— Sim, li isto, sou curioso, um especialista em anjos na cidade
falou que é o toque de Raziel, tive que pesquisar quem era este anjo,
descobri que era um arcanjo, quem seria ele, o ser que tomou o lugar
de Lúcifer quando este foi isolado da casa de Deus.
— Acha engraçado? – O senhor.
— Raramente me verá sorrir senhor, a lei não me defendeu, mas
cada vez que sorri entre o meu nascimento e minha idade atual e meu
pai viu, eu apanhei, então quando sinto vontade mesmo quando é
engraçado, o corpo tenta não sorrir, dizem que faço cara de dor quan-
do sorrio, não tenho como opinar, mas não acho graça em nada, muito
menos em mortes estupidas de gente estupida, pois gente que aposta
na morte de uma criança, como meu avô fala, a Tramontina tinha de
doar um campo e uma inchada para cada um estes desocupados.
O desembargador viu que o menino foi firme, até o advogado
viu que o menino não segurava a língua, mas entendeu a cara sempre
fechada dele.
— Mas o que seria este toque de Arcanjo?
— Um toque a altura do peito, onde o coração seria incinerado,
ficaria a marca ao peito, mas não abriria o corpo, apenas o coração
seria cremado, eu não sei como fazer isto com a tecnologia atual, en-
traria naquilo que falamos, tem de ter fé parar acreditar que foi isto
que os matou.
— Lhe filmaram sendo protegido por seres estranhos, o que te-
ria para falar sobre isto?
Pedro olha para Vaz, pensou em não responder.
— Quando uma criança como eu, foge de casa, e não sabe que
seu pai foi pago para lhe bater para você fugir, para o alvo estar fora de

587
casa, e o alvo, eu, ignorando a aposta deita em uma praça, como adivi-
nhar que seres estranhos vão lhe defender.
— Lhe viram sumir em uma imagem, o que tem a falar sobre is-
to.
— Nada a dizer senhor, fazem montagem e temos de explicar.
— Câmeras da polícia.
— Câmeras que quando a pessoa tem dinheiro, baseadas na lei
local, desconsideram como prova, e quando é pobre, usam para os
prender, uma câmera, duas leis.
O senhor olha os papeis e pergunta.
— Alguns apontam você como proprietário dos hotéis Rosa, das
empresas Rosa, como um menino de 13 anos pode ter algo assim.
— Não posso, a lei nacional diz que se estivesse em meu nome
meu pai poderia vender e apostar qualquer coisa em meu nome, então
a lei não permite que eu tenha senhor.
— Então nega ser seu.
— Não, mas respondi a sua pergunta, se poderia ter, a lei diz que
não, então se amigos, crentes em uma ideia, compraram a ideia, e isto
gerou o recurso que me permite chegar aqui com um bom advogado, é
que ideias valem senhor.
— Ideias?
Pedro pega a carteira, tira dela um pequena pedra e mostra ao
senhor e fala.
— Apostei na minha interpretação de solo, e comprei um terre-
no em Minas, com o dinheiro das crônicas que escrevo, este terreno de
26 mil reais, investi outros 4 mil reais para tirarem uma amostra de
solo, saíram deste buraco de amostra, um quilo e duzentas gramas de
diamante desta qualidade, como os especialistas falam, seis mil quila-
tes de diamante avaliados em 4 mil dólares o quilate. O terreno de 26
mil reais, na primeira amostra me gerou em diamantes, 24 milhões de
dólares.
— Contrabandeou eles?
— Esta pergunta é ofensiva senhor. – Pedro.
Vaz sorriu, o desembargador não gostou, mas refez a pergunta.
— E vendeu isto para quem?
— Uma joalheria no centro de São Paulo, ela transformou em
mil anéis de diamante de seis quilates, cada qual vendidos no mercado
a 50 mil dólares cada.

588
— E pagou os impostos?
— Os referente a renda, ao fim do ano, mas com este dinheiro,
comprei um terreno a mais em Minas, eu invisto em meu futuro, e
deste junto com dois terrenos na serra do mar, estabeleceu o que me
gera renda, a partir de hoje.
— A partir de hoje?
— Vendas legalizadas por uma empresa de geologia, que como
expliquei, não está em meu nome, que vende 100 quilos de ouro por
dia para a Caixa Econômica.
— E isto geraria quanto?
— Um milhão e quinhentos mil reais dia.
— E os investimentos anteriores?
— Parcerias que agora tenho como pagar.
— Porque afirmam que você é milionário então?
— Se você compra um terreno por 26 mil e nele tem uma reser-
va de quase um bilhão de dólares em diamante que você vai tirar aos
poucos, todos que viram os diamantes falam, quando você faz teste de
pureza e alguns veem ouro, ficam se perguntando de onde vem o ouro,
e quando você cai numa armação de um prefeito, afirmando que eu
sou o dono de uma mina de ouro, se for considerada minha, eu reflo-
resto a encosta e exploro, mas infelizmente não tenho esta mina, que
pelo que me falaram, tira mais que eu por dia.
O senhor olha para o senhor Ribeiro e pergunta.
— Alguma pergunta?
— Sabe que não deveria estar aqui promotor.
— Dispensados, qualquer coisa os chamamos de novo.
Vaz sai do lado e fala.
— Assustou eles com os valores, eles vão grudar na sua declara-
ção de renda.
— Infelizmente terei de confiar em desconhecidos até ter 18
anos, então até lá, sou pobre.
— Você pode ser qualquer coisa menino, sua rapidez ali, até
quando foi ofendido, é de alguém que pode ser qualquer coisa.
— Sei disto, sabe o que são Fanes?
— Nem ideia.
— Dizem ser não humanos que convivem no planeta, que tem
uma soma intelectual imensa após os 13 ou 14 anos, eu não sou um,

589
mas aqueles Israelenses que morreram ao centro, eram caçadores de
Fanes, eles me matariam apenas por poder ser um.
— E o que tem haver com o que falou ali?
— Tudo é interligado, pelo jeito passarei 100 anos para contar
como foi meus 13 anos.
— Mas cuida com sua renda.
— O que falei foi a parte que posso falar Vaz.
O advogado sorriu e fala.
— Precisando me liga, embora não precisou de mim ali.
— Sempre é bom ter alguém que eles respeitem ao lado, pesso-
as sem advogados eles não respeitam.
Pedro volta para casa, e olha aqueles seres ao longe e olha Ro-
berto ao fundo, caído.
Ele chega a ele e sente aquele cristal tentar o infectar.
Pedro toca o chão e sente sua memoria tentar sair, e pensa em
como enfrentar, ele cair seria a derrota de todos.
Pedro brilha, e dá um passo ao lado e Vê o corpo cair em cristal
ao fundo.
Ele olha os seres chegarem e um olhar o corpo ao chão, eles não
o viam.
Eles não falaram nada, mas em alma ao lado Pedro sente eles vi-
brarem, e olharem o corpo ao chão, os sorrisos.
Pedro olha em volta e viu que havia mais gente infectada, ou
morta, algo estava começando ali.
Pedro em alma toca o cristal de Roberto e ele se estica e olha
Pedro e tenta falar, o som não saiu.
Os seres estavam avançando, Pedro viu um deles entrar e se co-
locar diante de Cristiane, ele queria saber o que eles fariam.
— O que são vocês?
— Não se preocupe moça, serão os últimos, mas não escaparão.
Os seres queriam entrar e Cristiane os barrou, um tentou achan-
do que era falácia e os demais viram o corpo cair desintegrado ao chão.
Pedro faz sinal para Roberto recuar, e fica a porta, os seres pen-
sam em o que fazer, haviam humanos na parte interna, ele bobeara,
ele não mantivera a proteção erguida, mas como adivinhar que não
poderia tocar em algo.
Ele sobe usa aura e sente ela, estranha, ainda estava vivo, olha
seu corpo ao chão ao fundo se tornar pó, o de Roberto também.

590
Os seres ouvem e olham ´para fora e um fala.
— Acha que não faremos nosso papel?
— Não sei o que são, mas fora daqui.
O primeiro foi passar pela porta, Pedro pensou que ele passaria,
mas ele de desfez a sua frente e Cristiane olha para Pedro, ele lembrou
que ela via auras, ela poderia ver algo ali, e fala.
— Acho que vocês não sabem o que são, para ter papel.
Os seres se assustam vendo o rapaz em pó ao chão, eles vibram
e aquilo sai dali, como se fosse um pedido de socorro, ou algo assim.
Pedro entra na peça e foi os atravessando, quando o sair de in-
formação parou, ele olha para o pó e sente a resposta vinda de todos
os lados.
Pedro olha para Roberto e faz sinal para ele sentar a pilha de pó
de seu corpo e Cristiane olha a humidade voltar ao corpo e ele voltar,
Pedro olha os demais a volta e deita a sua poeira e sente a humidade e
sente a dor da volta, olha em volta, e a primeira palavra parece destoa-
da, o que o fez falar de volta.
— Não toca os corpos, mas vamos os trazer a vida antes de
qualquer coisa, e vem mais coisa ai.
Pedro olha para Cristiane e fala.
— Precisamos de Fanes aqui, gente disposta a defender uma
existência Cris.
— O que vem a nós?
— O enfrentamento do Cristal, se eles passarem por nós, eles
consideram que é chegada a hora de nos infectar a todos.
Pedro olha para os seguranças e os toca cada um, retira a alma e
depois desfaz o cristal, induz a volta cada uma das 13 pessoas caídas a
volta e Roberto olha assustado.
— O que é você?
— Se soubesse, eles saberiam.
Pedro olha em volta e pensa em como vencer, ele não tinha co-
mo vencer sem entender o todo, mas tudo que falavam em sua mente
parecia não combinar com seu mundo, peças não existentes, peças
desconectas.
Pedro olha em volta e fala.
— Melhor dispensar os humanos Cris, eles não entendem que
são os alvos para nos afetar, eles sempre parecem querer concentrar
informação antes de extinguir.

591
— E como vencemos algo assim.
— Eu fui marcado, preciso que o primeiro me veja e vou cami-
nhar até o parque aqui a lado, o Botânico.
— Como ajudamos? – Roberto.
— Não sei, teria de ter algo que gerasse depois deles no lugar,
um ruindo constante, mas bem alto.
— Quanto alto?
— Na altura que os vidros se despedaçaram.
— Cristais? – Cristiane.
— Uma tentativa, eles transmitiram para fora em algumas fre-
quências, 30.528, 29.528, 27.528 e 24.528, ao lado, para cima – Pedro
olha para cima – a 18.528 hertz.
— Não entendi. – Cristiane.
— O motivo de nos ligarem aos Fanes, é que embora em com-
postos orgânicos diferenciados, os dois reverberam seu DNA a 528
hertz, o que os faz nos diferenciar é a resposta, no Fanes na mesma
frequência, na nossa, perde-se 4 hertz na resposta.
— E como sabe disto? – Roberto.
— Nem tudo eu sei, mas eu uso.
— Certo, vou verificar algo para fazer ruído, mas vai para onde
exato?
— Destruir um cartão postal de Curitiba, sei que não vai ser fácil,
e deixa eu me mexer.
Pedro pega o celular e disca para Rita.
— Boa Tarde.
— Pensei que tinha me esquecido. – Rita.
— Esperando a namorada me ligar, mas teria como conseguir o
telefone do seu pai Rita.
— Motivo?
— Coisas estranhas vão acontecer no fim da tarde, preciso de al-
guém tirando as pessoas de um lugar, e não adianta tentar alertar mui-
tos.
— Perigo?
— Sim.
Ela passa o telefone do pai e Pedro disca para o senhor Ribeiro.
— Boa tarde senhor Ribeiro.
— Quem?
— Pedro Rosa senhor, poderia me ajudar?

592
— Ajudar?
— Um daqueles eventos estranhos, vai acontecer hoje fim de
tarde no Jardim Botânico, preciso de alguém alertando a polícia a tirar
as pessoas de lá, sem dados, apenas tirar.
— Porque disto?
— Senhor, quem estiver lá e não estiver pronto para enfrentar,
vai ser pó ao chão, posso não ter como explicar, mas e o parar disto
agora.
— E falo o que?
— Tirar as pessoas, não barrar ninguém, pois alguns vão para lá,
e todos que barrarem estes seres, podem estar morto senhor.
— E não tem como explicar mais?
— Adianta senhor? Mas uma dica, vou pedir para alguns Margi-
nais colocarem os demais para fora, não os tirem de lá.
— Porque?
— Eles são imunes a praga, então eles não serão infectados em
uma passagem.
— Vou dar umas ligações.
Pedro olha para Cristiane e fala.
— Preciso de alguém auxiliando os rapazes a isolar a região.
— Quem vai vir a você? – Roberto.
— Seres como o que lhe tocou, que transforma se quiser, quem
tocou em cristal.
— E porque eles queriam a morte deles, não a infecção? – Cristi-
ane.
— Eles já tinham tentado uma vez, as vezes bloqueamos a en-
trada, pensando em proteger, mas desencadeamos outra reação. –
Pedro se referindo a primeira vez que Roberto foi infectado.
Pedro pega sua mochila e sai a caminhar para o parque assim
que o primeiro ser surge ao fundo, como se fossem humanos normais,
ele olha em volta e os Hons estavam ali.
Plout surge ao seu lado e pergunta.
— Não sabemos se é um enfrentamento fácil.
— Nem eu, sou a criança aqui.
— E pelo jeito quer provocar?
— Tenho de dar tempo a eles.
Sabrina Jones, em um laboratório em Los Alamos recebe a
transmissão para fora e o general Dallan chega ao lado e pergunta.

593
— O que aconteceu?
— Novamente algo transmitiu para fora senhor, mas como foi
em frequência menor, estou tentando monitorar, para ver se teremos
uma transmissão para fora maior.
— Pegou a origem?
Ela aproxima o satélite e este pega aquela criança andando e ao
fundo os aparentes humanos que transmitiram na frequência.
— O estranho senhor, estes que parecem humanos, na aparên-
cia, não tem carbono de composição, são os que transmitem, estão
seguindo uma criança lá.
— E porque está monitorando?
— Temos a confirmação de recebimento das frequências, não
entendi, mas existem voos indo a cidade de Paris, Londres, Washing-
ton, Los Angeles, são muitos pontos, pois quando se tem gente saindo
de vários lugares, variando de Camberra a Luanda, de Londres a Los
Angeles, todos voos fretados, vão direto, mais de 6 mil seres se mexe-
ram naquele sentido senhor, e a ação tem de ser programada, pois o
aviso veio a 30 minutos e os últimos estão chegando a aeroportos em
Macau agora, mas prestes a voar.
— E quem é o menino?
— Isto que estou analisando, lembra da ação em Axur?
— Sim, dois meninos que desconhecemos somaram muito na-
quela operação.
— Curitiba é a cidade deles, e – a moça põem a imagem do con-
sole tirado no dia – e este era um dos meninos senhor.
— Fanes?
— Não, humano.
— O que recomenda Tenente?
— Ativa quem estiver naquela cidade ou próximo, para estar na
cidade em horas, é um parque, eles chamam de Jardim Botânico, mas é
um parque.
— Acha que algo estranho vai acontecer lá?
— Estes seres que desencadearam a transmissão anterior – A
tenente olha um alarme e pega os dados, o General olha a moça olhar
os dados e fala – Transmissão para fora, agora da Guatemala, tremor
de 8,5 na escala senhor.
— E todos estão indo para lá, mas estamos falando de quantas
pessoas?

594
— Não sabemos, somei mais de 6 mil, mas não sei quantos, mas
nada de alarmes, tudo num silencio assustador senhor.
O general vai ao fundo e dá o alarme de algo em uma cidade no
Brasil.
Um telefone toca em Brasília e o General Rosa é chamado ao te-
lefone.
— Fala Tenente. – Ele se referindo a filha formalmente.
— A CIA ativou gente no Brasil, o cristal no Rio Negro transmitiu
para outro e uma imensa transmissão para fora foi executada.
— Acha que eles vão para ai?
— Não, estou ligando pois eles vão todos a Curitiba, e a imagem
que eles colocam como perseguida por seres que não tem carbono,
está em anexo.
O senhor olha a imagem e pergunta.
— Tem certeza Tenente Rosa?
— Sim, só me confirma, é o filho daquele irmão que você sem-
pre nos afasta pai?
— Sim, o menino tem pedido apoio, ele parece especial, mas se
a CIA está sobre ele, tenho de o comunicar.
— Tem um relatório deles, apontando alvos, não entendi.
— Alvos?
— Aviões que saíram de varias partes do mundo, destino Curiti-
ba.
— Qual a ordem deles?
— Ainda observar, eles não tem noção do acontecido pelo que
entendi.
O general desliga e liga para o neto.
— Podemos conversar neto.
— Sim. – Pedro pensando sobre o porto em Guaratuba.
— A CIA acaba de por gente a lhe cobrir as costas, e não entendi,
qual o problema?
— Vô, não deveria falar isto por telefone.
— Tente, preciso saber como apoiar isto.
— O projeto Ciguapa, é um sistema de controle sobre humanos,
toda vez que tentamos evoluir, somos barrados, se acredito nisto, não
sei, mas os seres as minhas costas são cristais, não humanos, mas se
eles quiserem, são altamente infecciosos, eles não infectam apenas um
tipo de ser senhor, A- e Fanes.

595
— Está falando serio?
— Sim, vamos tentar os reunir no Botânico, mas não entendi o
alerta da CIA.
— Tem gente indo do mundo inteiro no seu sentido.
— E como eles sabem?
— Pela segunda vez em dias, pegaram uma transmissão para fo-
ra, na primeira ficaram em alerta para descobrir a fonte, agora eles
indicam você como fonte.
— Vou tentar enfrentar Vô, se não conseguir, isola a cidade.
— Mas...
— Não sei senhor, pensa em algo lhe tocar e lhe tornar um de-
les, e você chegar em casa e infectar a vó, todos que tocar, pois não
será mais você.
— E como vai enfrentar isto neto?
— Não sei ainda, este é o desafio, mas põem no sistema o que é
o problema, coloca lá, Ciguapa, inicio infecção programada, altamente
contagioso, põem A- e Fanes últimos a ser infectados, e se alguém
conseguir transmitir um ruído nas frequências de 30.528, 29.528,
27.528 e 24.528, e 18.528 Hertz sobre a região, agradecemos.
— Não entendi nada.
— Sei disto vô, mas se é um enfrentamento e eles vem de todos
os lados, libera as estradas do norte para cá, algo virá por elas.
— O que acha que virá?
— Algo que se somou ao todo, a muito tempo, e ninguém regis-
trou.
Pedro olha Roberto e fala.
— Calma, eles vão se reunir antes de chegar a nós.
Sabrina Jones em Los Alamos transcreve a conversa do menino,
captada por estarem o monitorando e olha o general ao fundo, falando
com alguns ao telefone.
Ele interrompe e chega a ela.
— O que acredita ser importante.
— Não sei quem é este menino senhor, mas um general daquele
país ligou para ele, avô pelo que entendi, e perguntou porque a CIA o
estava dando cobertura, e algumas coisas tem de ser pensadas.
— Pensadas?
— Ele induz que sabia que nós ouviríamos ou leríamos o relato, e
falou, Ciguapa, inicio programado de infeção, que Fanes e pessoas A-

596
seriam as ultimas a serem infectadas, algo sobre frequências de trans-
missão, bem a que acompanhamos, se alguém conseguia fazer ruído
nestas frequências, mas a frase inicial fala, projeto Ciguapa é um siste-
ma de controle sobre humanos, e ele fala com todas as palavras, os
seres as minhas costas são de cristal, não humanos.
O general olha as frequências e fala.
— Põem os radares do projeto HAARP transmitindo nestas fre-
quências, qualquer coisa, pode ser ruído de fundo, vamos ver quem é o
menino, mas para quem deveria ser apenas alvo, ele sabe demais.
— Sim, estava vendo um relatório da policia local, deles, trans-
crevendo e vi que existe um evento proibido no evento.
— Proibido?
— Aquilo que não falamos de forma alguma.
— Certo, Anjos, pelo jeito o menino é um encrenqueiro.
— Uma criança senhor.
Plout ao lado do menino visível olha em volta e fala.
— Algo mudando a volta.
— Tem parte da historia que não entendo Plout, é como se em
cada realidade descobríssemos um pouco,
— Qual?
— Quando e o que libertou o que conhecemos como Curupiras.
– Fala Pedro sem olhar em volta.
Ele estava subindo a rua, no sentido do Jardim Botânico, en-
quanto muitos se mexiam no mundo.
O alerta nos exércitos parece sem sentido, mas como fazer uma
operação e ninguém ver?
Pedro senta-se a um banco no Botânico e Roberto se afasta ao
fundo.
Plout fica invisível aos olhos, Pedro pega o notebook e coloca um
reprodutor de som e acha a frequência que precisava e começa a tocar
no aparelho, ele lê sobre o assunto e começa a ver os seres ao fundo,
eles pareceram gostar do sol, era algo que Pedro não entendia, mas
levanta as proteções e olha para Plout, invisível aos olhos.
— Avisa que o enfrentamento será aqui, para não puxarem nada
para Hons, pode ser o fim de Hons se eles o fizerem.
Plout sai a caminhar, e um dos seres para a frente de Pedro.
Ele vibra, o notebook a sua frente parece parar de funcionar,
ferver e Pedro coloca ao chão e pega um caderno e um papel as costas,

597
desenha no caderno um note, e o liga e o som volta a sair pelo cader-
no.
— Se acha engraçado, não sabe o que está fazendo.
— E você sabe? Porque para mim, é tudo historia da carochinha,
que acaba em minha morte, então se a morte é a única certeza que
tenho desde que nasci, vocês a anteciparem ou a retardarem é apenas
um gesto ignorante de vocês.
— Porque colocou esta cantiga de ninar para tocar?
— Não tenho pressa ainda.
— Sinto que pretende algo, mas ignora a verdade, como enfren-
ta algo ignorando a verdade.
— Acho que você ignora a verdade, tanto quanto eu.
— Somos um ser em mais de 4 milhões de seres, sabemos lín-
guas, sabemos técnicas, ciência, não somos um ser, somos a soma de
todos, e continuaremos sendo, mesmo quando você reduz um ou outro
ser.
— E você tem autorização de me contar isto? – Pedro provocan-
do o ser.
— Você é um humano, tem de ter muita força para manter uma
aura de desintegração 24 horas por dia levantada.
Pedro pega o caderno e desenha um som mas com paredes de
carbono, prensadas, ele desenha o sistema interno e puxa para fora do
caderno, colocando ao lado do banco, ele sintoniza uma radio e o rapaz
a frente, parece intrigado com aquilo, outros chegam perto.
Pedro não olha, mas estavam a toda volta, já tinha mais de 20
deles ali.
— Tens nome rapaz? – Pedro olhando para o ser a frente.
— Sou Carlos, nesta casca de Carlos.
— E falou que já são 4 milhões de seres, o que estão esperando
para acabar com esta existência chata que estamos.
— Existência chata?
— Sim, cristais babacas que acham que ganham algo destruindo
tudo para um ser que provavelmente nunca viram e nunca verão, anjos
do Eterno achando que uma existência é suficiente, criadores querendo
que seja a ultima existência física, almas pregando o fim para descansa-
rem, humanos se achando especiais, sendo apenas uma evolução bem
grosseira da natureza que o cerca, temos mais motivos para um fim do

598
que para uma continuação, e desculpa, não são vocês que decidirão
como seremos extintos.
— E quem será?
Pedro termina de sintonizar a radio e uma fala.
“Os governos Americanos e Frances, retiraram do ar todos os
aviões de passageiros, uma onde eletromagnética do sol, derrubou
pelo relato dos satélites pelo menos 3 mil pequenas aeronaves, estão
ainda iniciando as buscas.”
Pedro olha em volta e sente a interferência no aparelho de algo
ligado ao fundo, e fala.
— As vezes é bom saber que tem gente rápida nesta vida.
— O que eles acham que estão fazendo?
— Testando a resistência de vocês, o que mais. – Pedro.
Um olha para Pedro, avança até sentir parte da mão se desinte-
grar, Pedro olha a mão crescer novamente, enquanto ele recua a mão.
— Eles acham que não vamos iniciar, foi dado o sinal, agora virá
os emissários, pode não saber mas mesmo que você conseguisse moni-
torar todos nós, eles nem sabem como nos matar, e os demais estão
chegando.
Pedro olha para mais gente chegando, sente o celular tocar e re-
duz o volume e atende.
— Pedro Rosa? – Alguém com um sotaque estranho.
— Sim. – Em inglês.
— Não sei o que pretende com isto, mas preciso saber, o que
pretende.
— Com quem falo?
— Todos me conhecem por Tenente Jones, de Los Alamos.
Pedro pensa e fala.
— Sou aliado da vida, seja humana ou Fanes, o ser a minha fren-
te falou em 4 milhões de seres já, mas são cristais a base de silício,
então eles não são indestrutíveis, são programáveis, um ser só em 4
milhões de lugares, se comunicando em frequências, a mais baixa delas
é a de perigo, 18.528 Hertz, a mais alta, não entendi, remete a lem-
branças de infância, deve ser a que usaram para os programar, eles
falam como algo programado, então em programação em 30.528 hertz,
podemos os isolar em um campo, pois sei que eles estão sem comuni-
car-se com os demais em 27.528 hertz, então este é o caminho de co-

599
municação entre eles a distancia, para que serve os outros dois ainda
não sei.
— Acha que ele vai deixar você passar a frente isto?
— Espero que tenham usado algo incendiário de alta temperatu-
ra, pois se não o fizeram, eles vão infectar algo e surgir as praias em
algum lugar.
— E como se derrota algo assim?
— Deixa eles chegarem, não sei o que represento, mas foca o
espaço, aquele sinal é um chamado, eles estão me usando como sím-
bolo, e não sei símbolo para que.
— De que são fortes.
Pedro apenas olha serio a volta e desliga.
Pedro olha os mais de 600 a volta, se ergue e apenas dilata sua
aura uns 30 metros e todos a volta caem em pó, ele olha o som parar, o
caderno desfeito e olha para Plout ao fundo, e fala.
— Vou ao outro banco.
O satélite sobre o rapaz e dois rapazes da CIA ao fundo olham
aquilo, gravado, isolado, mas sem saber o que era ainda, mas a imagem
chega a Sabrina que olha com detalhes a ação rápida e Dallan ao lado
pergunta.
— O que ele fez?
— Não sei o que faz a aura, mas pelo estado de derretimento do
metal do banco as costas, mais de dois mil graus a volta, em segundos
e parece ser uma provocação, mas temos de conseguir identificar estes
seres senhor.
Ela olha as imagens e olha aqueles seres surgindo ao fundo, e
Roberto olhar Pedro e caminhar até ele, alcançar um caderno e um
lápis e pergunta.
— O que faço?
— Afasta os demais, não sei ainda, mas quero ver a reação des-
tes que chegarem com seres na mesma composição deles a volta.
— Inimigos?
— Os pés Roberto, os pés?
Roberto passa por aqueles seres, os cabelos avermelhados ou
cinzentos, olha os pés e não entende, pés invertidos, Moreira ao fundo
viu que os seres surgiram por todos os lados, e tomaram o local e per-
gunta.
— O que está acontecendo Moreira?

600
— Não entendi, o tio do menino me ligou e mandou dar cober-
tura sem barrar, não entendi, que os que deveriam estar a volta teriam
de ser como eu, não sei se sabe disto.
— Fanes?
— Sim.
— Porque?
— Eles tendem a infectar pessoas, estamos isolando o caminho e
abrindo espaços, os Hons estão para dentro, agora estes seres, que não
sei o que fazem, mas devem ter uma função?
— Eles parecem não falar.
Os dois olham mais seres chegando, e Cristiane ao fundo olha
para seu pai e fala.
— Como algo assim pode acontecer pai?
— O menino está encarando algo poderoso, pois ele não pediu
reforço, mas todos começam a olhar ele como algo a proteger.
Pedro ao centro olha em volta, desenha o banco e senta-se, faz
um aparelho de som novamente e o coloca a tocar novamente.
Pedro tinha de passar o tempo, enquanto aviões que não foram
derrubados começavam a chegar aos dois aeroportos da cidade e gru-
pos os esperavam, eles começam a ir no sentido do Parque, e a polícia
é mandada apenas a observar, não arriscar, ninguém entendia as or-
dens, mas as executavam como ordem.
Pedro pega o caderno e começa a desenhar mais um monstro e
um rapaz ao fundo olha para ele, viam os Curupiras, estanhavam pois
não sabiam desta evolução de hominídeos, e olha para o menino, este
desenhava algo a mão e sorri da ideia.
Pedro começa a ouvir em sua mente uma historia, de um plane-
ta distante dali, onde haviam seres que se alimentavam do cristal que
compunha os seres, ele sorri, uma ideia básica, e pensa em uma alter-
nativa de enfrentamento.
Algo pequeno, mas projetado para se alimentar dos seres, olha
em volta e pensa no problema, pega os pequenos detalhes, era algo
para ter no máximo um centímetro quando adulto, mas no desenho
ficou imenso e Pedro sorriu, ele pensa em um sistema reprodutivo, um
ser que poderia ter de um mícron a um centímetro, tempo de vida,
ainda indefinido.

601
Pedro olha o pequeno ser surgir ao papel, o segundo e pularem
ao chão, algo imperceptível aos que olhavam em volta.
Pedro olha mais gente chegando e passando pelos Curupiras que
olham para seus pés e olham para Pedro, ele faz um gesto com a boca
e os seres começam a manter uma distancia, como se entendessem, e
um ser olha os demais ao chão e fala.
— Nosso inimigo, dizem que se nos vencer vencemos no final, se
perdermos, eles vem mais forte.
— Então vou sentar e os esperar. – Pedro vendo o ser achar que
tinha uma carta na mão, mas eles tinham aura, então eles morriam,
mas entendeu quando não percebia muito a aura, era um ser em mi-
lhões de locais, então era obvio, a aura seria de uma divisão.
Os seres ao chão se multiplicavam e se instalavam em roupas,
em pequenas frestas de pele, de tão pequenos.
O senhor chega a frente e Pedro e vibra violentamente, Pedro se
isola, ele sente a pele começar a sentir calor, eles não precisavam en-
trar na proteção para lhe matar, ele sente a energia daquilo, um ele
602
teria como resistir, mas parecia que começava a chegar gente em todos
os sentidos.
Roberto ao longe fica pensando em como ajudar, mas sabia que
aquilo era mortal.
Cristiane olha para Roberto e pergunta.
— O que podemos fazer?
— Não sei, ele está provocando, mas não entendi a forma de
ação dele.
Pedro sentado, estava pensando nos projetos que não estava to-
cando por estar ali, ele rabisca algumas coisas, o afastar dos curupiras
do centro, afastava todos os demais em todos os sentidos, os repórte-
res bem ao fundo tentavam entender o que estava acontecendo, mas
cada momento chegava mais gente e parecia que nada estava aconte-
cendo.
Alguns ao fundo, pareceram aderir ao grupo, alguém passou in-
fectando, mas Pedro não teria como salvar todos sem enfrentar eles.
A noite foi entrando madrugada a dentro, local isolado, agora
mais de um milhão de pessoas por perto, Pedro sente quando o senhor
vibrou, todos a volta começam vibrar mais, os curupiras se afastam, o
calor era grande, afastando os Fanes, a vibração começa a ser sentida
no ar seco, o subir da temperatura, mas eles começam a vibrar em um
sentido, e Pedro sente as mãos começarem a arder, olha o caderno
pegar fogo, o som parar, os seres pensando em vencer, eles estavam a
mais de 30 metros de Pedro, e mesmo assim ele sentia o calor.
O senhor olha para o menino e fala.
— Pensei ser alguém forte.
Pedro sente aquele calor e olha os seres a toda volta, ele dilata
sua aura até 45 metros, uns 300 caem em pó, mas eram muitos, ele
sente eles aumentarem a frequência, Pedro devolve a frequência, os
seres sentem aquilo passando por eles, atordoados, aura dilatada, for-
ça incrível, Pedro dá o passo atrás e olha para seu corpo a frente sentir
toda a carga de energia e começar a queimar, os seres parecem ficar
felizes, ele em alma, ao lado dá uma resposta de alta frequência em
todo sentido, uma única, e os seres atordoados a volta, veem o corpo
do menino estourar.
Pedro se afasta e os Hons se afastam, os Curupiras começam
afastar mais as pessoas, e os seres meio atordoados, bem fracos pela
força que fizeram e impuseram começam entrar em veículos, parecem

603
se comunicar, eles não queriam ainda ser identificados e Pedro ao fun-
do olha eles se afastando, um dos seres olha para o corpo detonado ao
centro antes de se afastar, olha em volta, parecia não entender o todo,
mas ainda não era um grande desafio.
Pedro se senta ao fundo, teria de esperar eles saírem, o rosto de
Cristiane ao fundo era de susto, de Roberto de não temos o que fazer.
Em Los Alamos a Tenente Jones olha a imagem e fala.
— Não entendi a forma de ação deles, mas eles vibraram na fre-
quência de 528 hertz, eles cozinharam o menino.
Dallan olha a imagem e fala.
— Ele pode ter morrido Tenente, mas ele deixou bem claro a
frequência deles, quem são e parece que ele criou algo, não entendi,
mas algo está sinalizando os sentidos deles.
A moça olha a pequena frequência e fala.
— Mas como ele os sinalizaria?
— Não sei, mas registra, todos os que saírem de lá, temos de
passar um relatório a frente, referente a este enfrentamento, parece
algo totalmente fora de nossa perspectiva, mas manda os rapazes lá
ficarem de olho.
Sabrina coloca três seres que chegaram ao grupo e Dallan olha,
estavam com problemas sérios.
— Acha que são seres?
— Nada de carbono senhor, cristais de silício.
Dallan pensa em como enfrentar o meio, 3 diretores altos da
CIA, isto era complicado, todos começariam a negar os eventos.
— O que faço General?
— Temos de ter uma forma de interferência ou de registro de
onde eles estão, então começamos por verificar se realmente eles es-
tão sinalizados, depois verificamos os demais pontos.
— E aquele papo de que aquele sinal foi um pedido de ajuda ou
um sinal ao espaço? – Sabrina.
— Foca na mesma frequência algo ao espaço no sentido que lan-
çaram, precisamos saber se vem algo.
Os seres saíram, os Curupiras se retiram e Cristiane chega ao lo-
cal, e olha o corpo do menino espalhado, olha em volta e vê o corpo
começar a se juntar em pó, Roberto olha para o menino se refazer, e
Pedro chega ao seu pó e ele volta a ter cor, o registo da volta não foi
pego, pois poucos estavam por perto, Pedro olha para Roberto e pega

604
um capacete dos da empresa de segurança, coloca a cabeça, olha para
Cristiane lhe esticando um óculos, o pai da moça lhe esticou um paletó,
ele ergue os ombros, e começa a sair com eles, muitos curiosos, arvo-
res queimadas, piso queimado, bancos derretidos, noite acabando, e
Pedro sai dali, no sentido do centro.
Pedro foi quieto, ele estava sentindo-se irritado, fraco, e ao
mesmo tempo, precisando de um computador.
O esperar do abrir das coisas, enquanto a noticia corria o mundo
e os seres voltavam a seus postos iniciais.
Muitas perguntas sem resposta.
Pedro senta-se ao shopping e olha aqueles olhos virem a ele, ela
estava triste até ver ele ali, ela chega perto e briga.
— Me disseram que m...
Pedro se levanta, estava cansado, nervoso e apenas põem a mão
em sua boca e fala.
— Oficialmente, ainda estou.
Rita olha para ele, abatido e fala.
— Está bem?
Pedro tenta um sorriso, pareceu dor, olha para Rita e caminham
até uma loja ao fundo e compra outro telefone, chip, registra o CPF e
liga para Roseli.
— Apenas ouve Roseli.
— Fala. – Ela pega de surpresa pela volta.
— Segura minha mãe, explica para ela longe dos olhos, não sei
como as noticias chegam esta hora.
— Está bem?
— Cansado.
— E o que faço?
— Não esquece, a empresa esta no seu nome e de Sergio.
Pedro desliga e Roseli para a frente de Maria e fala.
— Podemos conversar?
— Tenho de ir Roseli.
— Ele pediu para lhe falar onde outros não ouçam.
— Mas...
— Parecia cansado, mas mantem a calma, não adianta sair daqui
para lá agora.
— Mas se ele precisar de ajuda.
— Pelo que entendi, pouco vira a tona.

605
Gerson olha para Paula e fala.
— Isto que vocês querem, o fim de tudo?
— Não sou eu que quero, é o todo, sei que é difícil de explicar,
sou apenas um pequeno trecho de algo.
— Mas era meu filho.
— Não se faça do que não é Gerson, nunca quis aquele menino,
sabe bem disto.
— Mas agora ele estava começando a dar retorno.
Pedro se despede de todos, atravessa uma porta e deita no mo-
tel Rosa, sozinho, cansado, precisando descansar longe dos olhos, de-
pois de desligar e tirar a bateria do celular.

606
Em Washington um dos diretores da CIA che-
ga ao trabalho, fora dado o sinal inicial de contami-
nação, mas ainda em progressão aritmética, para
obtenção de informação, ele sente os demais, olha
em volta como se algo estivesse errado.
Ele toca na secretaria, para iniciar uma ampli-
ação agora cronometrada, a moça olha ele e fala.
— Veio uma determinação logo cedo senhor
Peter Drawn.
Ele estranha, embora sentisse que ela se in-
fectou, pareceu algo bem mais lento, e olha para o
papel, eles tinham problemas com telas de comuni-
cação, refração de luz, ele lê o relatório e pergunta.
— Quem passou isto?
— Los Alamos.
— Quem esteve a monitorar isto?
— Apenas eles.
Peter pega o material e apenas entra em sua sala. Ele olha as
mãos como se procurando algo, estranha pois parecia que estava des-
conectando-se dos demais.
O sentir o todo, parecia desconecto, ele senta-se e pergunta aos
poucos que ainda sentia.
“O que está acontecendo?”
“Não sabemos, algo foi mudado nos seres que estiveram ontem
ao sul”
“Nos infectaram? Isto é impossível.” – Peter.
“Algo nos tirou desde a morte do menino, mais de um milhão de
seres, não estou sentindo eles.”
“Temos de acelerar a infecção, temos de repor os pontos.”
Um tumultuo se fez em várias partes e ele ouve na mente.
“Não sei, a infecção não chega nem a progressão matemática,
algo nos está segurando.”
“Vou aos laboratórios verificar!” – Peter.
Em Los Alamos Sabrina olha os dados sedo, olha o general en-
trando pela divisão, dois rapazes o conduziam, ela olha o índice de
transmissão e o sistema dizia que os dois as costas tiveram contato
com algo que saiu da cidade naquele pais distante, Brasil.

607
Dallan olha a Tenente e fala.
— Temos de conversar Tenente.
— O que fizeram General?
— Porque teríamos feito algo?
— 12% de cristal, não entendo, como alguém vira cristal da noite
para o dia? – A tenente olhando o general seria.
Os dois as costas vibram, ela sente aquilo e o ser parece se de-
sinteressar dela, e falar.
— Temos de falar com todos.
Dallan se abaixa, como se estivesse mal, e os dois seres veem ele
expelir algo, vomitando tudo.
Os dois seres parecem assustados, vendo aquilo que saiu da bo-
ca do general correr para eles.
Os dois tentam recuar, mas pareceram lentos, o general senta-se
e vomita novamente, como se colocando o cristal para fora junto com
coisas que Sabrina não via.
Os dois seres tentam sair e sentem os pés presos, e seus corpos
desconectos de tudo.
“Temos de comunicar isto!”
“Algo nos isolou!”
Sabrina olha os seres se desfazerem em pó, aquilo que estava
neles ela pega com uma espátula e coloca no microscópio, enquanto o
general se recuperava, ela aciona uma divisão nos lagos Secos, e passa
para eles aquilo, teriam de descobrir o que era aquilo.
Ela chama os médicos e isolam o general, e todos que tiveram
contato com os dois seres, viram que os demais estavam passando pela
mesma reação.
Dos laboratórios do Laco Seco chegam ao local 3 rapazes, e um
fala.
— Não sei o que é Tenente, isto tem RNA semelhante aos nos-
sos, mas uma base em Silício.
— Mas porque alguns foram infectados e outros não.
— Estamos separando a infecção, mas não é a mesma coisas, um
é um ser de meio micron que cresce exponencialmente comendo cris-
tais de silício.
— Investiguem, tenho de relatar isto, mas parece que vieram
sobre nós após relatarmos os acontecimentos de ontem.

608
— Não entendi porque da sala apenas você não foi infectada
moça.
— Ontem anunciaram que existia uma infecção em uma cidade
ao Brasil, estávamos monitorando, alguns agentes da CIA foram lá on-
tem, parecem ter trazido isto, mas era algo que não pegava em pessoas
A-, meu sangue.
— Sangue raro. – O rapaz ao lado.
Ela chega a sala ao lado onde o general estava isolado, ele senta-
se e olha para ela pela parede de vidro.
— O que era aquilo que parecia me falar a mente?
— A infecção de ontem?
— E como chegou aqui?
— As câmeras mostram no infravermelho que tanto o General
Fill como o Parks eram apenas cristais quando lhe abordaram senhor.
— E o que está acontecendo?
— Não vou relatar senhor, tem de estar bem, e não sei se eles
através desta sua infecção não tem acesso ao dado.
— Grave?
— Talvez tenha lhe salvo a vida.
— E a quem agradeço?
— Pelo que entendi, o menino que explodiu ontem.
— Acha que isto que eles foram lá verificar?
— Senhor, eu não tenho certezas, estou sem sua autorização co-
locando mais de 300 pessoas em 3 laboratórios estudando isto.
Já era tarde, quando Pedro saiu da cama, em Matinhos, matara
aula depois de anos, liga o celular e passa mensagem para Sergio, Rose-
li, Maria, Rita e Moreira, toma um banho, dia agradável em pleno in-
verno, sai para fora e olha as obras.
Pedro atravessa a rua e caminha até a entrada do hotel caverna,
a frente, entra e sobe na direção da sereia, na cabeça dela havia um
penteado formava uma camada a volta da cabeça, que as pessoas teri-
am a visão a toda volta.
Ele olha no sentido da baia e usando um binóculos de aproxima-
ção que tinha ali para turistas, olha para a região da estrada ao fundo.
Ele olha os trechos fora da rodovia, os da antiga estrada, e co-
meça a desenhar, os moradores olham aquela soma de pessoas isolan-
do parte dos terrenos comprados a beira da estrada, e começarem a
por uma calçada a volta, e começam a fazer trilhas e acabamentos e

609
quiosques para churrasco ou piquenique nos pontos mais específicos
com trilhas de acesso.
O prefeito de Guaratuba estava a sala, pensando na informação
não confirmada que o menino poderia ter morrido, e olhando em volta,
as obras no aeroporto continuavam, uma nova obra mais ao fundo
passaria ali, não teria como esconder algo assim.
O secretario mostra todas as indagações respondidas e olha o
prefeito.
— Pelo jeito a empresa está ganhando apoio, pois eles consegui-
ram todos os documentos, até alguns que algumas obras não conse-
guem a beira da praia.
— Eles estão propondo captar todo o esgoto das moradias da-
quele lado da baia, sabemos que ali vai tudo a baia senhor.
— Eles não tem medo de gastar com obras, não entendi isto,
mas o que confirmaram sobre o Aeroporto?
— Que eles vão demorar dois meses para colocar tudo em ope-
ração, e que o presidente deve vir a inauguração, ano eleitoral senhor,
eles não perderiam isto.
— Pensei que era um grande aeroporto, dois meses não dá para
tanta coisa.
— Não entendi, mas – O rapaz pega o projeto da rodovia que es-
tava na gazeta e fala – se for o tamanho que está no prospecto da Ga-
zeta que está falando da rodovia, já seria uma senhora obra senhor.
— Isto foi de ontem, me falaram que o menino teve problemas
na capital ontem, porque ninguém me confirma isto.
— Dizem que isolaram uma região e não se falou o que aconte-
ceu lá, mas as imagens hoje da região mostram uma área com tudo
queimado.
— Acha que ele era apenas a peça aparente? – Prefeito.
— Lógico, são empreendimentos de bilhões, é uma criança pre-
feito.
— E acha que o anunciado hoje para Antonina eles vão fazer?
— Tem gente se perguntando qual o tamanho desta empresa,
existia um terreno a beira da 101, em Garuva, que tinha imensas peças
de 30 metros de comprimento por 7 de largura, na madrugada de hoje
eles começaram a levar estas peças para a região aprovada da obra
ainda em Santa Catarina, mas eles dispuseram 10 peças destas, de dois
em dois, e está chegando lá uma serie de contêiner que vão construir

610
uma imensa maquina holandesa que vai dispor as peças de coluna em
coluna, por cima.
— Não entendi.
— Eles vão erguer as vigas, e a maquina sem vir a pisar no solo
local, coloca as peças por cima, esticando de coluna a coluna as arma-
ções, mas pensa, eles aprovaram ontem, tem o prospecto hoje no diá-
rio oficial e já tem 150 metros de estrada pronto.
— Aprova este prospecto de uma vez, eles aqui serão menos
olhos para lá, se queria que não olhassem para lá, agora vou ter de os
forçar a olhar para cá.
— Pelo jeito teremos mudança.
— Não entendi pois tem uma leva de investimento sobre a baia,
e não entendi.
— Também não, mas verifico, algo que não notamos?
— Ali é marinha, teria de ter permissão da união, mas pergunta
baseados em que, eles geralmente apontam a origem da determinação
e nos inteiramos. – Prefeito.
Pedro estava sentado a olhar os projetos e seu telefone toca, ele
olha o numero, não conhecia e atende.
— Boa noite. – Pedro.
— Pedro Rosa?
— Quem gostaria?
— Não começamos direito o nosso primeiro contato menino,
prefeito Robson, Guaratuba.
— No que posso ajudar Prefeito?
— Estou lhe ligando para informar que os alvarás requeridos jun-
to a prefeitura, foram aprovados.
— Passo ai no fim de semana, se estiver melhor.
— Alguns falam que morreu.
Pedro não respondeu a indagação e fala.
— Deixa eu desligar prefeito, ainda não estou bem.
Pedro olha para baixo e olha que estavam gravando no hotel no
Tabuleiro, uma ideia boba lhe passa a mente, ele olha o gerente daque-
le hotel chegar e falar.
— Esta região ainda está fechada menino.
— Sei disto, algum problema senhor?
— Tens de se retirar menino, esta área é para hospedes quando
estiver pronto.

611
Pedro olha o senhor, sorri desgostoso e fala.
— Sem problemas senhor. – Pedro toca o peito, pega suas coisas
e sai dali, ele desce e se depara com os rapazes em treino entrando, sai
pela entrada que estava fechada até este momento, toca o peito, pega
o celular e disca, fica na espera até Roseli atender.
— Como está menino? – Roseli antes de dizer boa noite.
— Melhor, precisava descansar antes de qualquer coisa.
— Alguns falam que você morreu ontem.
Pedro pensa em fazer uma brincadeira, mas não achou certo e
fala.
— A prefeitura de Guaratuba acaba de aprovar nosso alvará para
a baia Roseli.
— Uma boa noticia.
— Verifica como estão os contratados, faz os treinos e começa a
vender estadias.
— Não entendi a mensagem de Sergio, algum problema? – Pe-
dro perguntando para Roseli.
— Ele estão no restaurante do hotel, aquele seu elevado na pe-
dreira inicial, falando com dois grupos de imobiliárias, parece que eles
tem interesse na venda do conjunto de prédios em Paranaguá.
— Acha que minha presença é necessária?
— Não sei.
— Pede para ele atender o telefone, passei mensagem mas ou
ele esta entretido ou algo está muito bom.
Roseli se despede e Pedro liga os sistemas de entrada do hotel e
ele começa a brilhar na baia, desligado a 4 dias, agora voltava a brilhar.
Pedro sobe em um dos complexos e olha para a baia, ele olha
para baixo e aquele gerente vinha no sentido que ele veio, Pedro não
estava ainda calmo, mas viu que as costas dele tinham dois seguranças.
Pedro sobe na parte alta do complexo de quartos, olha para on-
de estava olhando antes, faz o movimento com a mãos e ali surge uma
maquete, ele coloca os trechos que deveriam estar sendo colocados,
sem ninguém ver e olha para os prospectos do porto de Guaratuba, ele
faz um gesto e os prospectos sobem a volta, de vários prédios e proje-
tos, ele senta-se e olha um deles, que gostaria de implementar, se dis-
trai e ouve.
— Não disse para sair? Tirem este pivete daqui.
Pedro olha os seguranças e fala.

612
— Que saiba não são desta divisão.
— Tem de sair menino.
— Porque? – Pedro encarando o senhor.
— Esta parte esta interditada.
— Não, ela estava fechada, aberta agora, que temos alvará, não
foi interditada nunca.
— Tirem ele daqui.
Pedro pega o celular e disca.
— Roseli, me faz um favor?
— Fala Pedro.
Pedro olha o senhor e fala.
— Explica para este gerente a minha frente quem eu sou, já que
estou na parte Vincent Callebaut, e o gerente da parte Gruta, está a
minha frente com dois seguranças, querendo me tirar daqui.
— Passa o celular para ele.
Pedro alcança e o senhor apenas bate no celular que se despe-
daça ao chão e fala.
— Não tenho de falar com a senhora Roseli sobre minha função.
— Então senhor, que tal voltar a sua função, aqui você não dá
ordens, aqui é outro gerente, e se os seguranças seus cumprirem uma
ordem sua aqui, espero que seja homem de arcar com as consequên-
cias, não jogar sobre eles o problema.
— Coloca ele para fora rapazes.
Pedro sente um segurar firme ele pelo ombro e começa a em-
purrar para fora, eles abriram a parte para a rua ali e o empurraram
para fora.
Pedro senta-se a rua, olha em volta, acho que por isto ele não
sorria, acabara de ser posto para fora de algo que ele criara.
Roseli ouve o barulho e ninguém falou nada, pega o veiculo de
transporte e chega a região para a baia e olha o senhor olhando a regi-
ão e ela olha serio.
— Não está no lugar errado senhor Ricardo Brunos?
— Resolvendo questões de segurança.
Roseli olha os dois seguranças e pergunta.
— Alguém pode me explicar a burrada que fizeram?
— Só colocamos um menino para fora, foi a ordem do senhor Ri-
cardo Brunos.
Roseli olha o senhor e pergunta.

613
— Não gosta de crianças por acaso senhor?
— Era só um desordeiro.
— Porque não atendeu o telefone quando foi lhe passado se-
nhor Ricardo Brunos.
— Sei minhas obrigações.
Roseli olha para os seguranças e fala.
— Poderiam trazer o menino para dentro novamente, esta não é
uma divisão sobre responsabilidade do senhor Ricardo Brunos.
— Mas...
— Algum problema rapazes?
— Não senhora.
Os dois foram para a parte do fundo, Roseli entendeu até onde o
largaram e pergunta.
— Não tens filho, pelo jeito.
— Eles atrapalham.
— Pega suas coisas e some da minha frente senhor Ricardo Bru-
nos, pois gerente de hotel que não gosta de crianças, não serve.
— Mas era apenas um mendigo, calça surrada, celular barato,
tênis de quinta, porque está me pondo para fora por isto.
— Porque você não atendeu o telefone, se ele estivesse aqui
porque eu pedi, você o teria colocado para fora, ou não?
— Mas...
Roseli viu o menino vindo ao fundo, os seguranças ainda esta-
vam desgostosos e Pedro não parecia preocupado.
— Só me complicando? – Roseli olhando Pedro.
— Deixar claro Roseli, eu não tenho nada contra regras, contra
se restringir acesso, mas bom censo é fundamental a um gerente, sei
que ele deve estar preocupado, tenso com um hotel como o da Rocha,
ainda mais que são três, mas tem de os por a par do que é ética e bom
senso.
— Veio sem avisar.
— Eu considero os meus hotéis, minha casa, se precisar avisar
que vou passar em algum lugar sinal que não vai funcionar, mas enten-
do que nem todos vão entender quando me verem com camiseta nor-
mal, calça surrada, tênis confortável ao pé, quem é Pedro Rosa, mas
pelo menos alerta eles, é menos desgastante.
O senhor olha o menino, ele era o dito Pedro Rosa e acabara de
o por para fora.

614
— E o que faço?
— Não sei, mas eles deveriam já estar descansando, tem de pe-
gar leve antes da inauguração.
— Sua mãe está acelerando tudo.
— Sei disto, não é todo dia que você inaugura um complexo que
contem quartos entre 350 a 12 mil reais a diária, que tem varias sedes,
que tem mais de quatro mil quartos, mas você que tem de a dar ré-
deas, assim como deixar eles descansados, parecem tensos, imagina se
tivessem quase morrido ontem, como eles estariam?
— E está bem?
— Tentando pensar no projeto para não pensar que eu soltei al-
go no planeta, que terei de monitorar, mas não espere que não desafie
a minha própria estrutura, eles tem de estar prontos para atender bem
qualquer um, ricos de verdade estão mais para minha aparência do que
a de um classe media baixa que aparenta rico e não tem onde cair mor-
to.
Pedro olha para o senhor e fala.
— Apenas pergunta o nome e pede identificação, é menos des-
gastante, vão descansar, amanha é apenas mais um dia de ensaios para
que nada dê errado na inauguração.
Pedro olha os seguranças e fala.
— Podem voltar ao hotel Rocha, embora acho que poucos ainda
estão entrando lá.
Roseli olha para o senhor e fala.
— Ele está lhe dando uma segunda chance, esqueço que Pedro
Rosa não avalia as coisas como eu.
O senhor olha Pedro, insignificante, ele não sabia o que falar, e
dependendo do que falasse, ai sim seria rua.
— Vou me recolher.
Pedro olha para Roseli enquanto ele se afasta e fala.
— Fala para minha mãe deixar algo preparado para substituir o
senhor, ele vai pular fora, mas alguns deixam para pular fora na véspe-
ra, birra para se dizerem importante.
— E porque não o afastar agora?
— Roseli, poucos estão preparados para tamanho desafio, mas
sei o que gero nas pessoas.
— E vai para onde?
— Vamos jantar junto com Sergio.

615
Roseli olha para o local e fala.
— Vou devolver pelo menos a segurança.
— Bom, não esquece que estamos a baia, sem nada proibindo
que se chegue aqui.
— Este projeto é lindo. – Roseli.
Os dois entram no carro elétrico e o gerente olha os seguranças.
— Foi um teste, pelo jeito? – Ricardo Brunos.
— Sim, nos fez por o dono para fora.
O senhor sorriu e olha para o local alto onde o menino estava,
ele se recusou a recuar, e fala.
— Esqueço que vai ter crianças correndo por ai.
— Não gosta mesmo de crianças?
— Tenho de me portar melhor, o menino não levou para o pes-
soal, mas não entendi, ele é filho de Maria Cecilia Guerra?
— Foi o que entendi.
— Então Ciça é parte dona disto, e ninguém fala, ela selecionou
os Gerentes, ela controla o geral, pelo jeito temos de cuidar com ela e
com este menino ai.
— Ela sempre foi exigente.
— Sim, e o menino me deu uma chance de recuar, as vezes não
custa ouvir as pessoas.
Os dois se afastam para a portaria e o senhor sobe para onde o
menino estava na estatua, ele subiu para pensar, ele se deparou com o
menino e se assustou, teria de ter se tocado que não era qualquer um
que estaria ali.
Pedro e Roseli sobem ao restaurante, Sergio olha o menino e
pede um momento, chega ao lado de fala.
— Está bem menino?
— Sim, pelo jeito esqueceu o celular sem carga? – Pedro.
— Sou muito previsível pelo jeito.
— Precisa de alguma ajuda ali? – Pedro olhando o local.
— Teria algum holográfico daquele projeto?
— Sim, mas não entendi a ideia deles?
— Tentar vender o projeto.
— Não esquece que não daremos exclusividade para nenhum.
— Não entendi por quê? – Sergio.
— Porque eles nem precisam saber que todos os prédios são da
mesma empresa, mas qual a ideia deles de verdade Sergio.

616
— Eles falaram que existe interesse de um grupo multinacional
na compra do hotel central, de 86 andares.
— E quanto este grupo multinacional ofereceu, e quais existên-
cias, pois não sedemos tão fácil.
— Eles querem restringir outros hotéis na região.
— Tem certeza de ser um grupo Multinacional?
— Por quê?
— Fechar mercados é coisas de países pequenos ou pessoas que
tem medo de concorrência, mas depende do valor que oferecerem,
vou tentar lhe explicar como penso Sergio.
— Fala.
— Quando se fala no preço de venda do prédio você passou a
quanto?
— O valor que está no sistema, 54 milhões de reais.
— Sabe como cheguei a este preço?
— Não.
— Deixar claro que o custo para erguer ele, é próximo a 13 mil
por unidade, ou o que nos dá um custo de pouco mais de 11 milhões
para erguer e terminar ele, mas como são 850 quartos, que o preço
base de diária é 350 reais, me daria ao ano, contando uma ocupação
total por 90 dias, 3 meses apenas, pouco mais de 26.775.000 ao ano,
duas vezes isto, é o que estou pedindo pelo prédio, mas para exclusivi-
dade, eu teria de fazer o calculo do prédio por 10 anos, e dos dois ou-
tros hotéis por 10 anos, o problema é que se eu vendo algo a 54 sem
exclusividade, eu venderia a 270 exclusivo.
Sergio olha para a mesa e fala.
— Certo, se eles quiserem com exclusividade, seria isto ou mais
que isto.
— O exclusivo, elevaria o preço do prédio a isto, mas a lei nacio-
nal não nos permite proibir os demais de criarem um hotel futuro.
— Está dizendo que não teria como o fazer?
— Sim, pois eu vendo o prédio ao lado, eu deixo de ser o propri-
etário, e não tenho como dizer, eternamente o senhor não pode ter um
hotel aqui.
— Eles tem um interesse na obra do shopping também.
— Sergio, o preço está no sistema, se eles querem, vendemos,
apenas explicando que não geramos dor de cabeça para nós, não es-
tamos vendendo um prédio, e sim algo do tamanho de uma cidade, e

617
mesmo nos shopping temos 6 deles, e não temos também exclusivida-
de.
— E se eles perderem o interesse.
— Sergio, estamos começando, mas não somos amadores.
— Tem certeza? – Sergio sorri, ele sabia que não teria o sorriso
de volta, mas continuava tentando.
— Tenho, e deixa eles alertas, pois teremos mais prospectos pa-
ra vender, não apenas aquele.
— E teria algo a apresentar?
— Foca nestes, deixa no ar investimentos futuros.
— Certo, deixa eu voltar a mesa.
Roseli sorri e fala.
— Você é a criança que nos dá o rumo e a bronca, estava quase
mandando o senhor Ricardo Brunos embora.
— Tenho de pensar, mas tem de considerar que você não vê au-
ras Roseli.
— Certo, você olha as pessoas onde não consigo, e o que viu?
— Ele levou um grande susto, e obvio, ele fez uma interpretação
errônea sobre mim, e avisa minha mãe que ele é ótimo, mas tem claus-
trofobia, ele estava fugindo da claustrofobia e se assusta comigo, pode
ter sido isto.
— Certo, algum com claustrofobia não deveria aceitar aquele lo-
cal de emprego.
— As pessoas vivem atrás de uma grande chance, enfrentar seus
medos, faz parte de crescer, as vezes a pessoa supera e acaba gostan-
do, mas nem sempre.
Os dois descem e Pedro olha a mãe ao fundo falando com Ger-
son, ele se despede de Roseli e atravessa aquela armação lateral, ele
chega ao lado da irmã que leva um susto.
— Está bem mesmo?
— Melhor agora.
— Me preocupei. – Renata.
— Vou fazer de conta que acredito, o que eles estão discutindo?
— Gerson quer uma forma de vir trabalhar aqui, pois ela está to-
cando algo grande e vai precisar de apoio já que você não iria estar
aqui.
— Dá para chutar ele para longe mana?
— Ele pelo jeito acha que você morreu mesmo.

618
— Já vai saber que não, mas como foram as coisas hoje?
— Parece que os hotéis estão começando a ter dias do mês que
vem lotados, é Agosto e parece que teremos até uma festa das Bruxas.
Pedro começa a caminhar e olha para Maria, seu pai estava de
costas para eles, então apenas ela os via.
— Qual o problema mãe?
Gerson reconhece a voz e olha incrédulo.
— Mas me garantiram que tinha morrido.
— Mesmo que tivesse pai, seriam 10 anos pela lei atual para ser
dado como morto, já que não teria corpo.
Maria abraça o filho, ele não estava acostumado com isto, fica
sem jeito.
— Me preocupei filho.
— Pedi para lhe segurar aqui, pois não queria gente se compli-
cando lá mãe, mas temos de conversar.
— Problemas?
— Digamos que o alvará da parte depois do morro saiu final-
mente.
— Isto é bom.
— E aquele Ricardo Brunos, o que toca a parte da Rocha?
— Não gostou dele?
— Maria, ele tem claustrofobia, ele não gosta muito de crianças,
que tal colocar ele na direção dos motéis Rosa.
— Acha que ele aceitaria, a proposta do hotel é melhor.
— Sim, mas sei que junto com a administração do Motel, vai ter
aquele conjunto de chalés ao fundo, mas somando os dois, é mais gen-
te que uma das divisões da Rocha.
— Acha que conseguiríamos gerar renda lá?
— Mãe, um pernoite em um motel, custa uma diária, temos de
quartos baratos a quartos caros, depende do quarto.
— Depois falo com ele.
— Outro detalhe, ao fundo da região do parque no Tabuleiro,
construímos outra área para funcionários, apenas temos de inaugurar,
eles terminaram de colocar as camas hoje lá.
— Acha que conseguimos inaugurar tudo junto?
— Quase tudo.
— Pensando em algo?
— Sim, mas tenho de falar com algumas pessoas ainda.

619
— Vai ficar por aqui?
— Não tô legal ainda para voltar as aulas, e sei que preciso delas
mãe.
— Pelo jeito foi pesado ontem.
— Se chegaram a dizer que eu estava morto, imagina o quanto
foi pesado.
— E vamos fazer o que agora? – Renata.
— Eu vou chamar um motorista e vou para Guaratuba.
— Vou junto. – Renata.
Pedro entra na casa, troca de roupa, volta pelo caminho, pega o
celular ao chão na construção e liga para o prefeito de Guaratuba.
— Prefeito Robson, Pedro Rosa.
— Agora me liga?
— Ainda disposto a conversar prefeito?
— Sim.
— Sabe chegar no hotel Vincent Callebaut?
— Sim.
— Lhe espero aqui e conversamos, fora da vista ainda senhor,
não quero o constranger mais do que já constrangi.
— Estou em um momento família menino.
— Traz junto, aproveito e testo minhas qualidades culinárias.
O prefeito olha a esposa e fala.
— Arruma a Mirian, vamos dar uma volta.
— Trabalho pelo jeito.
— Quero ver se coloco uma pedra sobre um problema.
— Está bem para isto? – A moça.
— Vamos ver como é de verdade este Hotel Vincent Callebaut.
— Arrumo ela, mas espero que não seja chato.
O prefeito chama o motorista, Pedro olha os seguranças e fala
para um.
— Deixa pronta a entrada do fundo, e conduz para a parte flutu-
ante o prefeito quando chegar.
O rapaz olha Pedro, não sabia ainda quem era, mas o vê subir a
parte alta e Renata o abraça.
— Vai fugir sempre?
— Sempre.
Ela olha os projetos e fala.
— E o que seria isto?

620
— O projeto Guaratuba.
— Acha que ele vai topar.
— Não sei, talvez não, mas eu não sou de não falar o que pre-
tendo, e sei que as pessoas as vezes não gostam.
Pedro ajeita as coisas e fala.
— Vamos descer.
Pedro olha as coisas e Renata vê tudo se guardar e o irmão des-
cer, aquele lugar mesmo em um dia insosso como aquele era lindo.
Renata viu que foram para uma das construções.
Pedro liga para o restaurante do hotel na Pedreira, e pede para
lhe entregarem algumas coisas ali.
Renata olha para o irmão abrir um holográfico, viu ele conectar
ao computador e sobre a mesa daquele lugar que parecia uma lancho-
nete começa a surgir cada uma das obras do município.
O rapaz do hotel, mandou dois auxiliares e Pedro pediu apenas
para prepararem uma mesa e cortarem os ingredientes.
Os rapazes começam a ajeitar o lugar e Pedro vê ao fundo abri-
rem o portão e o carro do prefeito entrar.
O prefeito olha o estacionamento e olha o segurança o cumpri-
mentar e lhes indicar o caminho.
Pedro olha o holográfico e desliga o mesmo, Renata olha para o
irmão e fala.
— Prevendo trovoadas.
— Bom sinal, chuva sempre é sinal de vida. – Pedro.
Pedro estica a mão ao prefeito e fala.
— Podemos tentar de novo senhor?
A menina olhava em volta e olha Pedro.
— Não é muito pequeno?
— Sim pequena Mirian, mas se quiser minha irmã lhe apresenta
o lugar.
Renata faz cara de poucos amigos.
— O que tem para fazer?
— Hoje ainda não tem muito, foi liberado hoje para funciona-
mento. – Pedro olhando a irmã que olha a senhora e a filha e fala.
— Apresento as duas o projeto.
O prefeito olha o menino e pergunta.
— Acha que vale o investimento?

621
— Acredito que sim, mas prefeito, podemos por uma pedra so-
bre todas as ofensas do passado e começar do zero?
— Pelo jeito não leva desaforos mesmo.
— Já apanhei muito na vida, ficar pensando nas surras não me-
lhora as dores, as pioram.
— E se topasse uma parceria com sua empresa, o que proporia?
— Senhor, leu o diário oficial de segunda?
— Está falando da obra da BR 101.
— Também, mas na segunda e hoje, saíram coisas que me per-
mitem ganhar dinheiro em Guaratuba, por décadas, não por anos.
— O que não percebi?
— A concessão deste trecho de rodovia, por ser algo a construir,
foi fixada em 100 anos, mas fica por nossa responsabilidade também
tocar e reformar o antigo traçado da rodovia.
— E acha que existe ganho nisto?
— Senhor, com esta obra, seu município fica interligado final-
mente, pois a rodovia vai interligar Guaratuba a São Leopoldo, que faz
parte do seu Município, mas a ideia, asfaltar com paralelepípedo toda a
estrada, colocando próximo de 20 quiosques no percurso, podemos
fornecer estrutura para parte de seu município abandonado a sorte,
com escolas, posto de saúde, quadra desportiva e iluminação publica.
— E vai por algo lá também.
— Dois hotéis fazenda, para poucos, mas que reforça o projeto
turístico na região.
— E isto não pediu permissão ainda.
— Ainda estamos começando senhor, e por isto queria conver-
sar, mas as vezes, entendo a descrença na minha pessoa.
— E vai investir nas praias?
— Se me for permitido senhor.
— E se for lhe permitido o que pretende.
— Como em Matinhos, instalar um sistema de bonde elétrico
moderno, que ligue da barra até o aeroporto passando pelo centro,
transporte gratuito, 365 dias por ano.
— E porque disto?
— Povo que se locomove, é mais feliz prefeito.
— E esta historia de aeroporto.
Pedro chega a mesa e liga o holográfico, a cidade aparece e ele
aponta a parte da rodovia ao fundo.

622
— Esta parte, nos permite ir de Guaratuba a Morretes mais rápi-
do, até mesmo a Garuva mais rápido senhor. – Pedro dá um clique e
surge a construção que estavam. – Este conjunto é o que estamos –
Pedro dá outro clique e o aeroporto aparece. – Este aeroporto terá
voos regulares de São Paulo, Foz do Iguaçu e Porto Alegre para ele.
O prefeito olha a estrutura e fala.
— E pelo jeito desviou a prefeitura.
— Senhor, tanto o mar quanto o ar, são partes da união, eu dis-
cordo desta forma de ver as coisas, mas são as leis locais.
— E aquele papo de centro afundando.
— Isto que queria conversar, na segunda foi colocado no diário
oficial a exposição do problema referente a margens da baia que esta-
vam sendo corroídas na base, ninguém leu, abrindo para a iniciativa
privada a concessão para projeto de prevenção.
— E ninguém viu e você pretende assumir aquele lugar, tem
muita gente que irá ficar furioso.
— Sei disto, mas prefeito, é para preservação da cidade, seria
inaceitável perder a cidade para o mar.
— E o que pretende fazer ali.
Pedro dá um clique e surge o complexo de cais, com 5 hotéis,
com navios de turismo.
O prefeito olha serio e fala.
— Vai mesmo destruir toda uma sociedade para se instalar ai.
— Enquanto o senhor batia, associação de pescadores assinou
com a gente, os passeios turísticos, os hotéis locais, não estou destru-
indo nada senhor.
— E pelo jeito quer por navios grandes na baia.
— Apenas os turísticos, e a terceira parte que saiu, foi a conces-
são para construção da ponte e de uma passagem subterrânea ligando
as duas margens da baia.
O prefeito olha para os prédios e pergunta.
— E quanto seria isto em oferta de vagas desta sua estrutura.
— Perto de 5 mil vagas.
— E no que ajudaria isto na prevenção?
— Existe hoje, uma forma de ejetar concreto de alta resistência
e secagem rápida, se tivermos como nos manter na cidade, vamos
forçar a cidade a ter uma base bem firme.
O prefeito olha para o projeto e fala.

623
— Isto que pretende investir, pelo jeito tem alguém grande as
suas costas.
— Nem tão grande.
— Sabe o problema que temos a serra?
— Sim, mas acho que nos livramos do problema amanhã se ti-
vermos um acordo.
— Tem uma saída?
— Uns porcos, exploração sem tecnologia gera aquilo.
— E se tivermos um acordo se resolve aquilo?
— Sim prefeito, comprar votos é algo que pode servir para pe-
quenos grupos, sempre falo que existe um vereador em Curitiba que
meu pai fala que está a seis mandatos como vereador, mais tempo lá
do eu tenho de vida e se você contar os votos dele, é o limite do que
ele consegue comprar, está sempre lá, mas ninguém conhece o senhor.
— E parece conhecer detalhes que não encaixam nesta criança.
— Verdade, sei coisas que nem tem função neste mundo, como
micro robótica.
— E investiria na cidade, como fez nas demais?
— O que precisamos conversar prefeito, é que a cidade terá uma
nova entrada, e nossa briga não facilita isto, obvio que como proprietá-
rio de parte das terras, vou criar ali estruturas, mas teríamos a fazer o
pós portos, se fizermos um acordo.
— Pós porto?
Pedro clica mais uma vez e surge nos dois morros de entrada
duas estatuas, e toda a dinâmica de dois pontos turísticos, mas com as
encostas protegidas, algumas ruas ampliadas, todas calçadas, todo um
conjunto de obras entre o Morro do Cristo e a Barra, surge o museu em
placas de vidro, a areia, a toda volta da embarcação que afundou, um
projeto em acrílico e vidro, e o prefeito olha aquilo e pergunta.
— Este é o projeto para Guaratuba?
— Sim, digamos que es o município mais turístico da região, em
todos os demais investi em fabricas, aqui, apenas a base de fabricas de
produtos agrícolas quase na divisa de Santa Catarina com saída por
Garuva.
— E quem está as suas costas, pois não pode ser você tocando
tudo isto.
— Prefeito, este dado ainda vai ficar sem saber.
— Mas como fazer um acordo com uma criança.

624
— A pergunta que fazemos, quer que façamos, fazemos o que
nos propomos, não quer, sei que existem outros lugares para investir
dinheiro.
— Mas...
— Quer um tempo para pensar prefeito, parece ainda disposto a
por a corda no pescoço e pular.
O prefeito sabia que estar diante de uma criança o irritava, mas
era obvio, eles colocaram ele ali para irritar, sabia que quando se falava
em dados técnicos, pessoas os assinavam, quando precisava dar entra-
da em algo, duas pessoas apareciam, mas fica a olhar o menino, pois os
demais não estava ali.
A menina volta e para ao lado do pai e fala.
— Incrível este hotel pai.
O senhor olha em volta, tentava não demonstrar encanto, mas
estava impressionado, não era um hotel, era um local diferente para se
passar as férias.
— Gostou filha.
— Sim, é incrível.
Pedro se levanta, as coisas ainda estavam sobre o muro, mostra-
ra muito, não era mais um ponto a voltar atrás.
Ele chega a cozinha, prepara uma massa com farinha de arroz e
leite, bem batida, acende as bocas da chapa a frente, coloca um pouco
de massa na chapa com uma concha, pega repolho cortado em peda-
ços pequenos e coloca uma mão em cada divisão, pega um pouco de
raiz forte, um queijo, um pouco de feijão carioquinha, cheiro verde, um
pouco de mostarda também cortada em pedaços, uma fatia de bacon,
um pouco de couve rabana, um ovo sobre aquilo deixando cozinhar,
um pouco.
Sua irmã chega ao lado e pergunta.
— O que é isto?
— Comida saldável.
— Tem bacon.
— Sim.
Ele olha que começa a cozinhar um pouco, a parte baixa, coloca
outra concha da farinha de arroz com agua sobre aquilo.
Pega uma espátula e vira os 6 montantes e aperta a mesa, a se-
nhora chega ao lado e pergunta.
— O que é isto?

625
Pedro fica sem jeito e fala.
— Se me perguntar o nome não sei, aprendi vendo fazer, nunca
soube o nome.
Pedro aperta um pouco mais, e pega um prato para cada e colo-
ca a mesa, Renata pões os talheres.
Pedro pega umas laranjas e espreme um suco, coloca em uma
jarra a mesa e olha para a menina.
— Sei que nem todos comem verduras, mas é que acredito que
elas tenham mais gosto que muitas outras coisas.
Pedro virou mais uma vez, e serviu os pratos, o prefeito chega a
mesa e fala.
— E como pode alguém como você existe menino.
— Alguém?
— Você sabe do que esta acontecendo, você parece ter sido ju-
rado de morte e continua vivo, sabe até cozinhar.
— Prefeito, tem de decidir se nos quer aqui, além do aeroporto,
dos portos, da ponte sobre a baia, deste hotel e da estrada, pois ainda
estamos na parte que fazem política, mas não fortalecem os nomes.
— E pretende mesmo ser quem vai falar com as pessoas.
— Prefeito, dos que me cercam, como você disse, sou a pessoa
que não poderia existir, pois quem com 13 anos, fala Cantonês, língua
falada em parte da China, fala Castelhano, língua falada em parte da
Espanha, fala Inglês, e arrisca um pouco do francês e hebraico, quem
com meu tamanho, sabe calculo estrutural e programação de compu-
tadores, poucos, mas quando se precisa falar com o Chinês que proje-
tou parte do complexo, lá vou eu, quando precisam falar com o senhor
que projetou isto, Sueco, lá vou eu, apenas vocês ainda me tomam pelo
tamanho.
A menina experimenta e fala.
— Mas é estranho.
— Os japoneses comem com dois pauzinhos isto.
Renata sorriu e falou.
— Meu maninho sabe cozinhar, outra surpresa.
O senhor viu que não era tão fraco assim a comida, raízes fortes
e couve rabana com um pouco de pimenta no tempero, davam um
sabor diferente e falou.
— Vou aceitar sua ajuda, pelo jeito tem planos.

626
— Digamos que se segunda que vem, estivermos todos vivos, si-
nal que vamos fazer fortuna senhor, e a principal fortuna que vou dis-
tribuir é educação e condições saudáveis de vida.
Pedro comeu e Renata olha para ele.
— Mas tem nome isto?
— Aprendi num vídeo japonês, eu ainda não falo japonês, para
entender o que eles falavam.
O prefeito sorriu e falou.
— E aprende a fazer as coisas olhando?
— As vezes experimentar uma forma fácil de fazer algo, isto al-
guns comem em feiras livres no Japão, mas é serio, não sei o nome, e
adaptei os vegetais aos nossos.
— E se prepara só assim?
— Não, dá para por arroz cozido, dá para no lugar do bacon co-
locar um peixe em posta sem espinho, dá para fazer com temperos
mais fracos sem a raiz forte, tem muitas formas de fazer a mesma coi-
sa.
— E sempre cozinha?
— Começando a pensar senhor, Matinhos eu vou introduzir uma
comida típica, quando inaugurar os hotéis em Guaratuba, do outro lado
da baia, quero ter um prato típico local.
— Acha que eles comeriam isto?
— Não, este é apenas para comer algo, estava com preguiça de
fazer algo mais demorado.
— Você fazendo parece fácil. – A esposa do prefeito.
— É fácil, se você tem uma espátula grande, duas é melhor, e
uma chapa grande, tem de ver como se sofre para fazer um destes
numa frigideira. – Pedro ainda serio.
— Certo, equipamento certo facilita, mas é gostoso. Parabéns,
ficou bom mesmo.
Pedro fica sem jeito, ele se batia mais com agradecimentos do
que com criticas ainda.
O prefeito termina de comer e fala.
— E plantaram mesmo nas paredes dos prédios.
— Sim, e só temos plantas nativas do local.
O prefeito terminou de comer, e assim como chegaram saíram,
Pedro olha os seguranças e pergunta se comeram algo, eles olham

627
desconfiados, ele prepara mais 6 porções e os rapazes comem, Renata
olha para Pedro e fala.
— Parece mais leva.
— Dado como morto, parece que transforma detalhes pequenos
em imensos, quando se descobre que existem seres no universo que
tem como única função, ferrar os demais, tudo parece ficar mais leve.
Pedro lava os pratos, coloca as coisas no veiculo para retornar, e
os dois ajudantes levam novamente para o outro hotel o que sobrara e
as louças.
O menino sai e um dos rapazes ao fundo fala.
— Pensar que colocamos aquele menino para fora.
— Não sei quem é, mas cozinha bem. – O segurança ao lado.
— Dizem que aquele é Pedro Rosa.
O segurança sorri e fala.
— Um menino simples, ele estava se divertindo em cozinhar.
— Verdade.
Pedro volta para a casa e atravessa para Curitiba.

628
Sabrina Jones olha os resultados e um biólogo
chega a ela e fala.
— Quando detectamos esta nova forma de
acaro?
— Acha ser um acaro apenas?
— Tamanho de acaro, apenas com uma dieta
diferente, ele diante de carbono, come muito pou-
co, apenas para evitar entrar em hibernação, mas
diante de cristais de Silício, vira uma fabrica de se-
res.
— Sabe se nos é perigoso?
— Não vejo como um ser tão pequeno pode
nos oferecer perigo. - O biólogo.
O general olha para o rapaz e apenas fala.
— E de onde vieram os cristais que me infectaram?
— Não conseguimos analisar senhor, estes pequenos ácaros,
comeram todos os cristais infecciosos.
O general olha para a Tenente e pergunta.
— Algo sobre o menino?
— Vivo senhor.
— Alguém sabe como?
— Não, ele não foi para aula hoje, mas todos falam que ele fe-
chou acordos no litoral do estado dele, então se ele está fazendo acor-
dos tem de estar vivo.
— Poucos viram?
— Sim.
— Ligou os ouvidos para saber se algo viria?
— Ligamos, alguns acham que estamos buscando sinais de rádio
naquela frequência.
— E o que relatamos Tenente?
— Já relatamos o que nos foi pedido, todo resto, especulação,
como o senhor fala, não passamos especulações a frente.
— Certo, e porque do espanto dos dois referente a este acaro.
— Ele é a base de carbono, mas ele tem uma couraça de carbo-
no rígido, que lhe protege das agressões da infecção do cristal de silício
e a devora enquanto se defende.
— Falou que ele se defende comendo?

629
— Sim, ele se defende comendo e dividindo o silício do oxigênio
e Fluor, ele despedaça o ser como defesa, e come o silício e acelera a
reprodução com o oxigênio.
O general olha para Tenente e pergunta.
— O que acredita que aconteceu?
— Temos mais de 4 milhões de pessoas que estavam transmitin-
do na frequência no inicio do dia senhor, dentro do planeta, neste
momento devemos ter 4 ou 5 em fuga ainda.
— Acha que este pequeno ser fez o trabalho? – O general olhan-
do a tenente.
— É o que parece senhor.
O biólogo não entendeu e perguntou.
— Do que estão falando?
— Que nos alertaram que haveria uma infecção pesada, que de
alguma forma chegou ao planeta rapaz, mas a dois dias, era 4 milhões
de infectados, hoje, 4 ou 5, e a única coisa que se detectou, foi isto que
proibiu o cristal de se instalar em mim.
— E quem teria desenvolvido isto então, pensei que haviam
achado, mas parecem acreditar que foi solto este pequeno acaro.
— Como a tenente falou, não somos de criar especulações ra-
paz, mas preciso saber quando o sinal chegar a zero.
A Tenente olha para o aparelho e fala.
— Já estamos a 30 segundos sem sinal algum senhor.
— Fica atenta no sinal.
— Acha que vira mais?
— Tudo indica que sim.
A tenente desce 6 andares e começa a monitorar os ruídos e o
General fica a olhar os dados.

630
A semana passa rápida, Pedro chega a aula na
Sexta e olha para aquele general a entrada.
— Podemos falar neto?
Pedro nunca viu o avô o chamar assim, os
contatos eram raros, ele recomeçou a vida depois
da morte da mãe de seu pai, no nascimento de seu
pai.
— Problemas senhor?
— Querem falar com você.
— Quem?
— Uma tenente do exercito americano.
— Sabrina Jones? – Pedro pergunta.
— Sim, a conhece?
— Laboratórios ocultos no Novo México, uma programadora de
mão cheia, e dizem, uma moça genial.
O general olha para um carro ao fundo e fala.
— Se metendo com malucos neto.
— Vou tentar ser rápido.
Pedro caminha até o carro e olha aquela moça que lhe olha e
pergunta.
— Me mandaram perguntar se pode nos ajudar.
— Ajudar?
— Uma curva espaço tempo surgiu na altura de Júpiter, no lado
oposto do sol, detectamos algo que parece naves de cristal, e vem
direto para nós, muito rápido.
— Quando?
— Antes do inicio do dia de amanha.
Pedro olha para o avô e fala.
— Diz que não tenho como assistir hoje a aula.
Pedro olha para a moça e pergunta.
— Temos algo para se lançar ao espaço?
— Não ouviu.
— Temos ou não?
— Demoramos mais tempo para encher um tanque de nitrogê-
nio liquido do que isto.
— Algum sistema de míssil terrestre de defesa que desse para
disparar? – Pedro.

631
— Temos de ter autorização para isto. – Sabrina.
— Não conseguiram ainda? – Pedro olhando ela serio.
— Sei que estão todos em pânico lá menino, me mandaram para
cá, mas não sei o que fazer.
Pedro olha em volta e fala alto.
— Pietra Carson?
Pietra estava em outro lugar e ouve aquilo, ela parecia ligada
aquele menino, e ele não entendia ainda porque.
Sabrina olha a menina surgir as costas e fica olhando assustada,
iria agora assustar mais.
— Uma pergunta Pietra, tem algum sistema que dê para roubar
uma nave Fanes e dispor no cabo Canaveral para ontem.
— Verifico, mas qual o problema?
— Desafio dos seres de cristal vindo direto para nós.
— Verifico, vai para lá.
— Sim.
Sabrina olha o menino olhar o motorista e falar.
— Acredita em magia?
Ele sorri dolorido, Pedro chega a parede ao fundo e desenha
uma porta imensa e fala.
— Vamos.
O motorista olha incrédulo, passam por ela e Sabrina olha que
estavam para dentro da base de Cabo Canaveral e olha o menino.
— Como fez isto?
— Se não temos tempo, improvisamos, tem como avisar o dire-
tor daqui que precisamos de um lugar para dispor de algo a jogar sobre
as naves.
— O que jogaremos? – O rapaz ao fundo.
— Ácaros. – Pedro.
Sabrina sorriu e o rapaz pareceu voar na informação e Pedro a
vê pegar o telefone.
— Dallan, me passa o telefone de quem está na direção do cabo
Canaveral.
Ele passa sem entender, e Sabrina liga para o senhor e fala.
— Banneker, é Sabrina Jones, do Novo México.
— Descobriram algo moça, não entendemos o que vem a nós.
— Primeiro mantem a calma, algo vai surgir no radar, e precisa-
mos de um lugar para aterrissar.

632
— Não vai dar. – Pedro.
— Porque não? – Sabrina.
— 22 quilômetros de raio, vai ficar sobre nós.
Sabrina olha para o menino e fala.
— Senhor, apenas não entra em pânico, não sei o que vamos
usar, mas precisamos de algo que dispare, para ser instalado em algo
que deve estar chegando, enquanto criamos algo, estamos atravessan-
do no sentido do prédio administrativo.
— Mas o que... – Ele para a frase, via-se o radar pegar algo
imenso e pergunta – ...o que é isto?
— Uma nave Fanes senhor. – Sabrina tentando parecer normal.
Banneker olha o comando e fala.
— Eles vão tentar algo, não entendi, mas o que vem sobre nós
precisa de sistemas de lançamento.
— Eles vão lançar o que?
— Não sei, a Tenente acaba de chegar e vem direto para cá,
pensei que ela estava no Brasil, mas pelo jeito lá estava algo estratégi-
co, pois não sei de algo tão grande assim.
Pedro olha o furgão parar e olha a Tenente sair, ele pega o com-
putador as costas e olha um pequeno ser e começa a projetar ele e o
rapaz olha aquilo e pergunta.
— O que está fazendo?
— Tem de ser tão pequeno quanto o acaro, mas tem de ser re-
sistente como um.
O rapaz olha o menino começar a fazer um prospecto do ser e
não entende, quem era aquele menino.
O rapaz olha para fora enquanto Sabrina falava com Dallan, eles
ainda não sabiam o que fariam, mas o menino estava pensando, ele
não tinha certeza de dar certo, e fala.
— Se não der certo, a única coisa que não faça, é correr para as
montanhas.
— Porque?
— A forma de enfrentamento esta nas cidades, se eles vieram e
chegar, mas sei que a maioria não entende.
— Que desenho é este.

633
— Um tardigrado na resistência, com dentes de diamante inter-
nos, com garras afiadas nos pequenos braços para segurar em qualquer
coisa, do tamanho de meio micron.
— E qual a ideia?
— Deixa eu tomar uma base para defender o planeta.
Pedro olha a nave começar a escurecer tudo a volta e olha para
cima saindo do carro, era encantador, mais do que pensou.
A cidade a volta começa a falar daquilo, ele olha o frasco a sua
mão e olha para Sabrina.
— Qual a ideia menino? – A tenente olha para ele e fala.
— Não sei, esperava mais tempo, não hoje, mas temos - Pedro
olha o vidro que colocara um ser, e um pedaço de silício, o frasco co-
meçar a encher daquilo que parecia uma poeira e continua – um ser
resistente a zero absoluto, com fome por cristais de silício, e que temos
de jogar sobre eles.
O diretor da base, olha o menino e pergunta.
— Quem é você?
— Ninguém, mas é que detectamos o problema quando eles já
tinham transmitido para fora senhor, alguém deles, estava no planeta e
chamou reforço.
— Está falando serio.
Pedro olha a pequena nave sair da parte alta e começar a des-
cer, obvio que pequena era o que parecia lá encima, quando chega ao
chão, o disco de 22 metros de raio, era grande.
Pietra sai daquele disco e olha Pedro.
— E como vamos enfrentar.
634
— Tem como conseguir frascos e algo de base de cristais de silí-
cio.
— Temos bibliotecas internas as naves, que tem dados em cris-
tais de silício.
— E não teria problema em usar? – Pedro.
— Uma boa pergunta.
Pedro olha ela abrir caminho e caminha para a nave e olha Sa-
brina.
— Vai ficar?
— Pelo jeito achei alguém mais maluco que Dallan.
Pedro a olha serio e entra, o motorista vem junto, Banneker olha
a porta se fechando e o grupo sobe a nave sobre eles e Pedro caminha
até os laboratórios.
Pedro olha os frascos e coloca um pequeno grupo por frasco e os
cristais após e em momentos eles se enchem, e Sabrina pergunta.
— O que é isto?
— Uma tentativa.
Pedro olha Pietra e pergunta.
— Temos como os interceptar antes de chegar a nós.
— São três grupos.
— Tem como dispor dos autômatos de guerra. – Pedro olhando
para a menina.
— Como sabe deles.
— Sabe disto Pietra, sabe disto.
— Certo, mas qual a ideia.
— Um autômato por nave, dos de 10 metros, salta sobre a nave,
não sei quantas são.
— Seis delas.
— Certo, e deixa sobre a carenagem quebrado, o vidro a mão.
— Acha que vai dar resultado.
— Nossa primeira tentativa. – Pedro serio.
Sabrina olha o menino e olha o motorista, que era o biólogo do
dia anterior.
— Acha que pode dar certo.
— Não sei, mas como ele disse, se tivermos como fazer, é uma
tentativa.
Pedro olha para Pietra e pergunta.
— Temos como ter visão deles.

635
— Sim.
— Me autoriza a tentar uma comunicação com eles?
Pietra sorri, Pedro pedindo, ela olha a formação e Pedro olha pa-
ra a formação e fala.
— Vamos fazer o seguinte Pietra, manda as naves para lá antes,
e cada uma pousar numa, mas se na ao fundo, puder apenas dispor os
frascos para dentro, com tampas pouco abertas.
— Quer tentar algo a mais.
— Não sei abrir uma curva espaço tempo, e mandar alguém para
a origem.
— Certo, mas se conseguir mandar algo, seria bom. – Sabrina.
— Algo que sabemos a frequência e conseguimos analisar onde
vai parar, nem que apenas o rastro nos mostre a direção.
— Certo.
Sabrina olha os imensos autômatos, ela fica tensa e a menina
passa a instrução, falando com eles naquela língua que eles entendiam,
eles vão a uma das naves e decolam.
Pietra olha para o menino e pergunta.
— Em que frequência?
— 27.528 hertz.
Pietra abre a comunicação, e Pedro fala.
— Nave Fanes para esquadrão de Claues Cristal, porque nos ata-
cam.
Pedro sabia que não responderiam, mas ele queria uma reação,
ele olha as naves fanes chegarem as naves de destino e fala.
— Nave Fanes para esquadrão de Claues Cristal porque nos ata-
cam, vamos lhes atacar a cada vez que não responderem.
Pedro fala e Pietra da a ordem do primeiro autômato jogar o in-
vólucro, eles viram ele se despedaçar, Pedro teve a sensação que nada
aconteceu, ele olha para Sabrina, para o caderno e pensa em refazer,
ele começa a pensar no como poderiam enfrentar, quando o autômato
passa a mensagem daquilo começar a corroer a nave ao fundo, Pedro
olha aquele rombo, e olha o avançar rápido pela estrutura, aquilo co-
meça a desfazer a nave e ele faz sinal para Pietra abrir a comunicação e
Pedro fala.
— Nave Fanes para esquadrão Claues Cristal, porque nos ata-
cam, não teremos pena de vocês se não responderem.

636
Pedro espera uns segundos e faz sinal para dois autômatos, um
em cada nave, fazer o que o outro fez antes, era demorado o inicio,
mas parecia que quando um se adaptava ao frio extremo do lado de
fora, começavam a avançar procurando cristais e fontes de calor.
Pedro olha a formação começar a perder totalmente a primeira
nave e olha um ser surgir na tela e falar.
— Quem nos ataca.
— Nos defendemos. Quer dizer. – Pedro olhando aquele ser em
cristal, não sabia como seria a conversa e Pietra faz sinal para outros
dois fazerem o mesmo em outras duas naves, deixando apenas a que
estava o ser ao fundo sem atacar ainda.
— Seres inferiores tem de ser varridos do cosmos, eu como par-
te do Eterno, vim subjugar vocês humanos, um vírus que não deveria
ter sido criado.
— Não somos sua criatura para ter direito a nos julgar.
— Acha que tenho medo de um humano qualquer.
— Não, mas de mim, Pedro Rosa, deveria ter.
— Vamos o destruir.
— Você e quantos mais?
Somente nesta hora o ser tenta comunicar-se como as naves e
demais seres de combate e olha para os dados, em sua sala de coman-
do e tenta achar os fora da sua nave e olha o menino.
— O que fez macaquinho, acha que vou recuar?
— Sua ultima chance de ter uma segunda chance, pois não sou
bonzinho senhor. – Pedro.
O ser olha a nave Fanes a frente, as naves se desfazendo, ela não
sabia o que estava acontecendo, mas teria de saber o que fazer.
— Porque os demais assinalaram a extinção se não estivessem
no ponto de extinção?
— Sei lá, não perguntei, os matei. – Pedro.
— Não tem como os ter matado todos.
— Verdade, assim como não posso ter desfeito as suas 5 outras
naves.
Pedro sente a nave acionar algo, pois ela começa a recuar, ele
olha para algo bem ao fundo e pensa se ele chamaria mais naves.
Pietra olha os dados e Sabrina olha ao lado e fala.
— Ele está recuando para não passar nas nuvens de restos das
naves, algo o alerta que poderia ser mortal.

637
Pietra olha a nuvem e pensa se era seguro.
— Não sei se é seguro Pedro.
Pedro olha para Pietra e estala o dedo e os seres se desfazem ao
espaço, ele olha para o ser em cristal e pergunta.
— Temos um acordo de paz ser?
— O eterno não se compromete com humanos.
— Quer pelo jeito me irritar.
Pietra faz um movimento e mais de 100 naves pequenas saem
da grande e o ser olha os comandos e pensa no que seria o ataque, o
ser tentava ter informação, mas parecia que não a tinha, Pedro olha
para a nave um segundo estava ali, no segundo seguinte, não estava
mais. A nave recuando rápido pelo portal ao fundo.
Pedro olha para Sabrina e fala.
— Melhor voltarmos caminhando, esta nave assusta eles.
Sabrina olha desconfiada, ele desenha uma porta ao ar, e atra-
vessa para o cabo Canaveral, ela atravessa e o biólogo vem junto, os
três caminham no sentido do veiculo ao fundo e Banneker que chegava
ao comando olha para o diretor de controle que fala.
— Não sei o que fizeram senhor, mas uma das naves recuou, e
as demais se desfizeram no ar.
Pedro olha para Sabrina e fala.
— Precisando agora sabe onde me achar.
Pedro atravessa para o banheiro do colégio e assiste a ultima au-
la.
Dallan olha para a ligação de Sabrina e pergunta.
— Ele tem como ajudar Tenente.
— O que é este menino senhor?
— O que aconteceu?
— Ele acabou com o enfrentamento em menos de duas horas,
como é que me pergunto.
Dallan não entende até olhar aquela imagem da nave imensa no
cabo Canaveral, a tenente e o biólogo voltam a Los Alamos, e o rapaz
pergunta.
— Como alguém cria um ser desenhando ele?
— Também não entendi.
Pedro saí da escola e olha Pìetra a sua frente.
— Queria agradecer menino.
— Agradecer?

638
— Você nos indicou um caminho de enfrentamento que não tí-
nhamos experimentado, e pode ter certeza, muitas vidas no universo
hoje sabem como se defender desta ameaça.
— Nem sei ainda se não é cedo para comemorar.
— Sempre inseguro?
— Deslocado.
Pedro caminha a rua e vai ao restaurante popular.
Ele senta-se e olha em volta, come e caminha até o shopping, ele
passa uma mensagem para Rita, mas ela não respondeu, ele chega ao
shopping e olha ela ao longe com outro menino.
Pedro respira fundo e olha para a praça de alimentação, ele ti-
nha de aprender a sentir.
Pedro a olha ir ao longe, a aura dela lhe fez duvidar se deveria ir
embora, mas ele sai e caminha até em casa.
Carolina olha para ela e fala.
— Ele já foi.
— As vezes temos de nos posicionar, ele não é para uma vida
mesmo Carol. – Rita.
— Pensei que o tomaria para você. – Carol.
— Ele nem avançou, acho que ele tem de crescer ainda.
Pedro chega a sede de Geologia e sobe, deita a cama e pensa no
que faria, queria falar com alguém, acabou vendo o que não queria e
agora não teria com quem conversar.
Pedro senta-se a cama e olha em volta.
— Era muita felicidade para você Pedro. – Ele falando com ele
mesmo e olhando em volta.
Pedro olha para os prospectos do programa, olha as caixas que
chegaram e começa a montar seu servidor de comando, coloca as bate-
rias de emergência, o rapaz da empresa de telefonia instala naquele
fim de tarde o sistema de cabo de fibra ótica, e ele instala o sistema no
servidor a sala, olha em volta e dispõem ali os prospectos de informa-
ção não prioritária que tivera através daquela gruta em Bichinho, ele
entra nos sites especializados e anuncia o desafio, a partir da meia
noite horário de Brasília, quem conseguisse provar uma entrada no
sistema, teria direito a receber da empresa que desenvolvera o pro-
grama, meio milhão de dólares.

639
Pedro olha os comandos, fecha a programação, vai a praça em
frente e apenas pega o caderno e fica a desenhar, ele colocara um
alarme em seu celular se alguém conseguisse.
Ele queria passear e não teria com quem.
Pedro caminha até a casa do pai e olha para Paula.
— Problemas Paula?
— Não sei, dizem que um dos Pedro Rosa, desvendou o mistério
dos Claues Cristal.
— O que isto tem demais? – Pedro.
Paula sorri e fala.
— Vai voltar para casa?
— Não, meio perdido, uma menina a pouco menos de uma se-
mana me pediu em namoro, eu pensei que era serio, hoje vi ela com
outro, estranho todos pensando em existência, em empresas, em en-
frentamentos, e eu apenas pensando como me enganei tanto.
— Nós Fanes não pensamos muito em amor, apenas o encara-
mos como parte, alguns até o negam, mas existe um ditado Fanes que
fala:
“Amor, descredito de tudo
Esperança Sublinhada
Sub Alinhada
Salpicada de Guerras
Salpicada de Garras
De graça
Sub Vida, Submisso
Feliz”
Pedro a olha e fala.
— Queria não sentir, as vezes é mais difícil reprimir do que não
sentir.
— E vai fazer o que agora?
— Encarar a fama, um desconhecido famoso.
— E como vai a fama?
— Isto o dia de amanha me dirá se é real ou não.
Pedro sai novamente e volta ao mesmo shopping, senta-se a
praça de alimentação e Roberto chega ao lado.
— Pelo jeito ser seu segurança não requer nada, você não nos
aciona quando precisa.

640
— Roberto, você que sabe se quer o emprego, mas ontem se
pediu vistas sobre todo o processo na serra do mar, hoje o que pensei
ser loucura da minha mente, virou passado, e se tudo que vivemos em
outra existências são livres de mudar, pode ser que algumas sejam
diferentes.
— Vai pelo jeito aprontar.
— Não, apenas não sei ainda como encarar algumas coisas, e se
no fundo, tudo der errado, vivi o pouco que me permitiram.
— Moreira quer que volte ao esquema dele, parece que ele
cresceu muito.
— Como disse Roberto, aqui é o trabalho fácil, quem manda eu
ter contratado alguém e esquecer de acionar como você falou.
— E não ficaria chateado?
— Não, apenas se cuida.
Roberto sai dali, Pedro olha aquela menina mais a frente e ela
lhe olha e chega perto.
— Perdido na minha área? – Carla.
— Apenas pensando em como serão meus próximos 100 anos de
vida.
— Certo, mas está acompanhado?
— Acho que levei um fora.
— E quem é a maluca?
Pedro a olha, as vezes queria ser mais galinha, mas não era sua
natureza, mas precisava conversar.
— As vezes, é Carla seu nome mesmo?
— Sim.
— As vezes o mundo conspira a favor, as vezes contra, mas mora
por perto?
— Viemos ao cinema, eu e uma amiga, mas ela estava com a ir-
mã que parecia querer dar o fora em alguém, a irmã dela ficou ao fun-
do com um rapaz se fazendo de namorado.
— Então se sua amiga tem uma irmã de nome Rita, esta foi co-
mo você falou, a Maluca que me queria dar o fora.
Carla sorriu e falou.
— Mas elas falaram em dar o fora num cara famoso por ai, um
tal de Pedro Rosa.
— Este tal de Pedro Rosa, em pessoa a sua frente. – Fala Pedro a
olhando aos olhos.

641
— Mas dizem que... – Ela fica na duvida do que falaria – este ra-
paz tem muito dinheiro e é um mau elemento.
— Mau elemento?
— Barra pesada.
— Pelo jeito as pessoas tem falado muito mal de mim.
— É serio que é Pedro Rosa?
— Sim, alguém que é tão invisível, que o meu segurança acaba
de pedir a conte, não tem trabalho, tão invisível que alguns juram que
me viram morrer na Terça, mas falar de mim é coisa chata.
— E veio ao shopping para que?
— Tentar pensar, como falei, pensando no que vou fazer nos
próximos 100 anos.
— E vai fazer com quem?
— Ainda sozinho.
— Serio que estava namorando com Rita?
— Ela me pediu em namoro, eu ainda não terminei, ela poderia
estar com alguém, mas o problema de ser Pedro Rosa, é ter este tama-
nho imenso, e sei que não daria para fazer uma cena de ciúmes.
Carla sorriu e perguntou.
— O que vai fazer neste fim de semana?
— Tenho de trabalhar para não pensar muito.
— Trabalhar?
Pedro sorri e pega o prospecto e alcança para ela.

— Dia de falar com gente da região de Ariri.


Ela olha o estilizar dele mais velho e fala.
642
— Vai querer ser mais desconhecido ainda.
— Eu não sou o que importa, e sim toda a obra que se criou a
volta para ser um hotel integrado a natureza em meio a uma reserva
ecológica.
— E o que vai inaugurar lá?
— O asfalto da Estrada de Ariri, os primeiros 6 prédios da região.
— Parecem estranhos estes prédios.
— Mais estranhos ainda por dentro.

Carla olha a imagem e fala.


— Pelo jeito é no meio do mato, mas é um lugar especial, pois
parece bonito por dentro.
— Quando se investe em bons arquitetos, se tem grandes obras
por fora e por dentro.
— E pensava nos hotéis fazendo hotéis de areia.
— Este truque ainda eles não perceberam. – Pedro brincando.
Pedro a olhava e Carla fala.
— Sua namorada está chegando ai.
— Será que ela vai me dar o fora agora?
— Ou fazer uma cena de ciúmes?
— Fala serio Carla, quem teria ciúmes de algo como eu.
Ela sorri sem graça e ele fala.
— Mas vim convidar ela a ir conhecer amanha comigo, mas eu
não a encontrei aqui, se a ver por ai, diz que estive aqui.
Pedro fala alto e Carla fala.
— Ela está as suas costas se quer a convidar.
643
Pedro olha para traz e fala.
— Boa tarde. – Pedro a olha aos olhos, ele sabia que era nestes
horas que sentia-se bobo, aquele olhar o tirava do serio.
— Me traindo?
Pedro a olha estranho e fala.
— Eu, tá me confundindo com alguém? – Pedro.
— Vim mais cedo e não o vi.
— Tenho de lhe alertar uma coisa Rita.
— O que.
— Minha visão de longe é péssima, se você passar ao corredor
ao fundo, e não olhar para mim, eu não vou cumprimentar, não que
seja antipático, mas eu não enxergo.
Carla olha com uma cara de malicia e fala.
— Deixa eu deixar você conversarem.
Rita senta-se a mesa, do outro lado e fala.
— O que falavam?
— Que teria a pré inauguração do Hotel Ariri amanha, e vim lhe
convidar a ir comigo, mas não a achei, falava com Carla, perguntando
se a conhecia, parece que conhece sua irmã.
— E convidava ela?
— Não seja boba Rita.
— Mas... – ela olha Pedro sorrindo, e fala – eu não quero mais
namorar você Pedro.
Pedro a olha serio e pergunta.
— Fiz algo errado pelo jeito?
— Tem de entender que...
— Não precisa se desculpar Rita, se não gosta de mim, não pre-
cisa se desculpar, apenas não entendi, fez cena de ciúmes para me dar
o fora?
— Pelo jeito não achava ser serio.
— Na verdade eu me olho no espelho, sei que sou uma criança
ainda. – Ele a olha aos olhos e fala serio – Talvez tenha me visto sorrir,
poucas pessoas me veem sorrir, sei que seus olhos me prendem, sei
que lhe acho linda Rita, mas como disse, não quer mais namorar comi-
go, entendo, talvez se tivesse avançado, talvez se tivesse não sido eu,
mas sei que sou chato.

644
Ela se levanta e olha para ele afastando-se, Pedro tenta não
olhar para ela, veria a aura, ela não queria sair e estava saindo, ele se
levanta, perdido, começa a sair dali.
Ele entrou naquele shopping com segurança e namorada, sai
sem os dois, distraído não viu o agito, não olhou o tumultuo do shop-
ping, apenas saiu.
Ele caminha ao centro e senta-se a praça Carlos Gomes três
quadras a frente, alguns olhavam para ele, alguns pareciam observar os
roubáveis que passavam a rua, e ele tentando entender o dia.
Pedro olha um rapaz sentar-se ao lado, estava distraído para ver
quem foi e ouve.
— Perdido, sei o que esta aura quer dizer.
Pedro olha ao lado e olha Pietra.
— Eu achei alguém especial, mas ela não quer estar ao lado, e
pior, somos de mundos diferentes.
— Você não parece ser de um mundo Pedro.
— Eu pensei que tudo na minha vida seria um fim triste, eu as
vezes acho que o mundo está a minha mão, e não o quero pegar, quero
deixa ele correr livre.
— E veio sentar-se a uma praça.
— As praças são para que as pessoas sentem, e ninguém senta, a
vida é feita para ser vivida, e ninguém a vive, eu fui feito para não sor-
rir, e alguém me fez sorrir, e esta pessoa não quer ficar ao meu lado.
— E não sabe o que fazer?
— Eu não quero ir pelo caminho que os demais fariam, mas isto
não quer dizer que acabe no fim fazendo.
— E vai fazer o que então?
Pedro olha para o celular e fala.
— Calmo demais.
— O que está calmo demais.
— O prospecto do dia, pensei que estaria correndo, está parado,
pensei que já teria gasto 500 mil dólares, não gastei nada, não sei ain-
da, mas vamos a uma Lan.
Pedro se levanta, caminha até a parte mais calma das ruas, entra
em uma porta e sobe ao segundo andar, pede uma maquina, o rapaz
fez questão de receber antecipado, Pedro sorriu e Pietra ao lado falou.
— Vai fazer o que?

645
Pedro escreve a crônica para o representante do New York Time,
e este confirma a crônica, e Pedro abre a pagina online, e lá estava a
reportagem.
“Brasileiro lança programa e a preguiça dos Hacker do mundo,
não o furaram ainda, dizem por ai que os idealizadores esperavam já
ter pago neste pouco tempo, pelo menos 500 mil dólares, mas está
achando que a preguiça de uma sexta para sábado, os pegou dormin-
do.”
Pedro olha a reportagem começar a ser comentada, e o editor
pergunta em inglês, quem seria o programador que estava provocando
e ele apenas fala, “Provocando meu álter-ego.”
O senhor em New York olha o editor entrar na sala e falar.
— Que agito foi este na pagina nos últimos minutos.
— Um programador no Brasil havia desafiado os hacker do
mundo furarem o programa dele, muitos haviam entrado e desistido
muito rápido, dai um colunista mirim Brasileiro, resolveu os chamar de
preguiçosos.
O rapaz sorri e fala.
— Acha que é algo serio?
— Senhor, não sei, mas as especificações estão lá, duvido que
alguém não tente de verdade, se for para ganhar meio milhão de dóla-
res.
— Certo, pena não ser programador. – O rapaz a porta.
Pedro passa os dois prospectos de imagens para os textos da
propaganda para Domingo, em 3 jornais.

646
Os dois sorriram e Pedro se levanta e sai pela porta, Pietra olha
ele e comenta.
— Está querendo chamar atenção?
— Pensando em não parar para pensar.
— E pelo jeito nem está ai para o que falam por ai.
Pedro a olha e fala.
— Pensa Pietra, quem acreditaria, que eu, este ser insignificante
a sua frente, com sua ajuda, em uma hora e 6 minutos, transformamos
um desafio que todos falam ser mortais, em nada, ninguém acreditaria
mesmo.
— Acha que ele voltam?
— Sei que em 12 horas, os cristais do Brasil, Afeganistão, Gua-
temala, vão ser pó, não sei se os seres sobrevivem, os que dependiam
daquela radiação, mas não quero aquilo comunicando para fora.
— E não falou nada disto por ai?
— Eles nem viram nós agir, quer dizer, tem umas reportagens
legais, tentando definir o que foi visto no Cabo Canaveral.
— E pelo jeito vai continuar a se esconder.
— Hora de construir um castelo de areia.
— Não entendi.
— Sei disto, está nas minhas ideias bobas.

647
— Você não tem ideias bobas, você pensa nos problemas e não
se deixa levar pelos ganhos, não parece sentir, isto deixa os demais
inseguros.
— Acho que no fundo, sou apenas uma criança.
Pedro pega o lápis ao bolso, risca a parede e passa para sua casa,
e vai a um banho, dormir foi difícil, mas ele depois de muito tentar
adormece.

648
Sábado sedo Pedro atende o telefone.
— Podemos conversar Pedro. – Rita.
Pedro olha o numero e fala.
— Lógico.
— Poderia ser onde?
— Marque que apareço.
Rita marca as duas no mesmo shopping, Pe-
dro olha os comandos do servidor e olha que nin-
guém nem chegou perto, e parecia que não chegaria
a experiência que outro Pedro chegou, ele era mais
famoso.
Pedro ouve perguntas, e parece que as dúvi-
das eram maiores do que as certezas, Pedro não
tinha a paciência de ensinar, de explicar, isto o deixava num dilema,
tentava aprender, mas na hora de ensinar os outros seres dentro dele,
parecia que não conseguia.
Pedro senta-se e olha o apartamento, ele ainda não sabia o que
fazer, mas era perto das 9 da manha, ele não ficaria esperando a hora.
Ele pega um creme bronzeador, põem uma bermuda e uma ca-
miseta, olha a parede e atravessa para Guaratuba.
Ele olha a estrada e olha para aquele trecho já com paralelepí-
pedo e olha para a imensa maquina sendo montada, eles demoravam
muito, Pedro sabia que não tinha paciência, ele olha os pedreiros
olhando para ele atravessando, ele teria de acostumar que invisibilida-
de era ser colocado para fora dos lugares.
Pedro olha o Terreno ao fundo, olha as bananeiras, e a casa que
estava vazia, chega a ela e vê que levaram tudo, sorri e olha em volta,
começa a desenhar, ele cerca a região com aqueles funcionários de sua
mente, olha o local e um barracão surge ao fundo, um cais a ponta, um
muro a toda volta do terreno, baixo, de pedra, a casa começa a surgir
ali, dois pisos, sala com imensa varanda para o rio Cubatão, senta-se e
olha em volta.
Sente aquela paz do local e sente os seres da floresta ao fundo,
sente um chegar e lhe olhar.
Pedro olha aquele ser de pés invertidos, cabelo cinza, e pele
bem escura, mas era para o marrom, humanos não tinham aquela cor
de pele.

649
O ser faz um ruído bem agudo, Pedro sente sua aura se levantar
para lhe proteger os ouvidos, isto transforma o som e audível e fala.
— São sempre bem vindos nas terras que podem estar no meu
nome, mas são de quem estiver sobre elas.
O ser olha em volta, Pedro não entendi aquele seres, mas viu se-
res de vários tamanhos chegarem e uma menina lhe tocar o braço e viu
a imagem de Guarás Vermelhas ao céu, e sorriu, era bonito, e aquele
toque lhe parecia agradável, ele se estranha sorrindo e fecha a cara e a
menina com aqueles cabelos vermelhos, pele mais parecida com a sua,
sorri.
Pedro olha em volta os sistemas de cultivo, todas as bananas es-
tavam colhidas, então teria de preparar para o próximo ano, mas ele
queria apenas um local para sentir-se bem, talvez ele tivesse de se
isolar um pouco.
Pedro estava olhando em volta e seu celular toca.
— Por gentileza, Pedro Rosa? – Em inglês.
— Ele.
— Este sistema esta a vendas senhor Pedro?
— Estou fazendo parcerias para terminar de o desenvolver, mas
com quem falo?
— Deve ter conhecido minha irmã.
— A outra Jones, certo, mas estamos terminando de testar a
versão Beta, assim que terminar o teste, passe uma proposta, este não
é um programa para o dia a dia, é para reter informações.
— Então esperamos o fim do teste, e lhe passamos uma propos-
ta.
— Com certeza faremos bons negócios.
Pedro desliga e olha para o Avião ao fundo baixar e pousar, ele
olha em volta e sabe que alguém estava vindo a cidade, o que faria,
não sabia.
Pedro olha os seres e olha em volta e agora com casa, com mu-
ro, com barracão, apenas atravessa para a casa em Ariri, e olha para os
rapazes terminando a entrada da Rodovia.
Pedro sabia que estava querendo acelerar, eles nem viram me-
tade das obras, Pedro olha Maria, sua mãe ali e fala.
— O que achou?
Ela olha para Pedro e fala.

650
— Um lugar especial, soube que pretende ter locais assim tam-
bém em Guaraqueçaba?
— Sim, e um lugar assim em São Francisco do Sul, mas ainda no
continente, pra frente da Vila da Gloria.
— E o que terá lá?
Pedro olha em volta, pede um momento, abre uma porta ao ar,
atravessa para sua casa e pega o panfleto, e volta, Maria fica vendo ele
fazer aquilo tão naturalmente que parecia ser natural.
Ele estica para ela as duas imagens da publicidade.

Maria olha os panfletos e fala.


— Uma coisa eles não poderão dizer, que eles são iguais uns aos
outros.

651
— Sei que no começo é tudo lindo mãe, mas a ideia é tentar não
me repetir muito, com certeza existirão prédios normais, mas é que em
locais especiais, não dá para por coisas normais.
— E veio curtir, ou apenas olhar?
— Olhar, mas espero que tenha ficado bom?
— O passeio ao fundo parece mais fechado.
— Lua Nova mãe, dizem que em lua nova, na região do mangue,
é como se tivéssemos um tapete vivo ao chão.
— E pelo jeito vão lhe acusar de ter destruído a natureza.
— Os mesmos que usavam as entradas abertas ao fundo, para
vir tirar caranguejo em qualquer época do ano.
— Sua irmã acha que vai passar por lá.
— Talvez passe mais tarde.
— E pelo jeito correndo.
— Sim.
Pedro olha uns detalhes, estava ficando bonito e passa para sua
casa, sobre o prédio da empresa de geologia, toma um banho, coloca
uma camiseta e caminha na rua, no sentido do shopping, ele chega ao
local e senta-se a praça de alimentação, olha para as comidas e não
parecia que comeria aquilo.
Pedro estava sentado quando um rapaz senta-se a sua frente e
fala agressivo.
— Está dando encima de minha namorada?
Pedro olha em volta, não tinha ninguém ali que estive olhando
para eles e fala.
— Que saiba, estou sozinho.
— Vi você falando com minha namorada ontem aqui.
— Carla é sua namorada?
— Não, está se fazendo de desentendido, sei que estava lá no
aniversario dela, mas ela é minha.
— Ela?
— Rita Ribeiro.
— Se ela é sua namorada, é só esperar ai, pois realmente mar-
quei com ela aqui daqui a uns 15 minutos.
— E o que vai falar com minha namorada.
— Não sei, mas você aqui já é um sinal que não vai ser legal, si-
nal que vou levar um chute na bunda, mas não se preocupe, estou
acostumado a me dar mal.

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— Não ouviu. - O rapaz falou mais alto.
— Ouvi, você estava com minha namorada ontem pela manha
neste shopping, pois não tínhamos acabado ainda e está aproveitando
que é maior, mas posso falar uma coisa João?
Ele olha serio para Pedro, ele sabia quem ele era.
— Sabe quem sou?
— Não sei se você é o motivo do olhar triste de Carolina, mas se
for, e fizer algo semelhante com Rita, pode por pai, mãe, avó procu-
rando você, pois pode ser grande, pode ter costas quentes, mas eles
não vão achar você.
João olha para Pedro e em volta e fala.
— Acha que pode me ameaçar, que pode se dar bem?
O rapaz se levanta, Pedro nem pensou no que o rapaz iria fazer,
ele o empurra, Pedro se levanta meio sem jeito e sente o direto de
direita no nariz, os seguranças chegam e afastam os dois, Pedro coloca
a mão no nariz e olha para João.
O rapaz fala para os seguranças o soltarem que senão o pai dele
os processaria, Pedro olha descrente Rita o abraçar pelas costas e falar.
— Falei para não o machucar João.
— Marca com ele e quer que aceite.
— Preciso falar com ele, se quer ouvir, tudo bem, mas não preci-
sa acertar o nariz dele.
Pedro olha descrente, perdera o encanto, estranho como um
olhar no dia anterior lhe tirava palavras, agora fica apenas como um
olhar a mais.
Pedro apenas sai de perto, ele senta-se mais ao fundo.
“O que faz aqui ainda Pedro?”
Pedro isola as vozes da sua cabeça e vê Rita sentar a mesa e fa-
lar.
— Preciso lhe falar.
— Se era para o namorado me acertar o nariz, não precisava Ri-
ta, não gosto de ser saco de pancada de filhinho de quem apostou na
minha morte, como o pai deste dai, mas se quer falar, fala de uma vez,
pois eu sai de um lugar ótimo em Ariri para vir conversar.
João senta ao lado e fala.
— Se mexer com ela lhe quebro menino. – João.
Pedro pensou em responder, mas estava olhando Rita que fala.
— Meu pai quer falar com você.

653
— Me ligue, não precisa pedir para a filha me ligar, ele tem meu
telefone.
— Queria que fosse diferente.
— Rita, até ontem achava ser algo para a vida, hoje sei que não
é, mas não entendi, você me liga antes das 9 da manhã, marca aqui,
estava em Ariri, litoral sul de São Paulo, vim pois achei que era impor-
tante, mas o que queria que fosse diferente?
Ela olha João.
— Você o convidou a vir Rita, se ele está ai, é porque você o co-
locou ai.
— Acho que você não merecia esta minha posição, eu o coloquei
nisto, e pensei que devia uma explicação.
— Não deve, eu que sou um bobo, mas sei que não entendo de
namoradas, de coisas que vocês falam, eu sou como todos dizem, uma
criança, você, uma moça, e acho que ainda vou um ano para virar algo
na vida.
Ela olha para João, ele não sairia dali e Pedro olha para Carla ao
fundo e faz sinal para ela chegar e lhe dá um beijo na face.
— Senta ai Carla. – Pedro.
— Pelo jeito o clima tá pesado.
— Não, apenas um João a mais na vida de um Pedro a mais, na-
da que dê nem uma nota de jornal.
Rita olha para João e para Pedro e fala.
— É que nos demos bem quando você estava longe Pedro.
— Imaginei isto, apenas estava alertando ele, que se a fizesse in-
feliz, teria de ter muito mais do que papaizinho para proteger ele, mas
ele acha que me acertar um nariz muda a advertência, ele entendeu, se
faz de seu dono, acho que nisto que não entendo, para mim, talvez na
minha infantilidade, pois sei o quanto sou criança, estava no romancear
das coisas, mas apenas não preciso saber dos detalhes Rita, apenas
isto.
Rita olha intrigada, pois ela vira ao longe João acertar Pedro, e
Carla olha Pedro e pergunta.
— Agora não tem mais namorada?
— Carla, posso ser sincero?
— Sim.
— O que sente por seu primo?
Carla olha serio par Pedro e pergunta.

654
— Você sabe disto, como?
— Não respondeu?
— É gostoso.
— Pelo jeito terei de crescer para entender as meninas da minha
idade como Rita, e mais novas como você Carla.
Rita olha para Pedro e fala.
— E vai ficar bem?
— Apenas não esquece Rita, ainda estou por perto, se precisar
de apoio, estou por perto, não tenho medo de cara feia de gente que
se faz por ai, ainda lembro das caras de pânico, de alguns.
Carla olha Pedro e fala.
— Do que eles teriam pânico hoje.
— Eles não veem o mundo como ele é, isto os colocaria em pâni-
co.
— Como assim? – Carla.
Pedro pega em sua mão e ela olha em volta, os Hons ao Shop-
ping, aquele rapaz com uma espada imensa a mão, olhando para a
mesa, aquele ser rastejando em meio ao shopping, seres translúcidos
caminhando, seres negros com asas, todos a volta com auras, ela esta-
va olhando assustada e ele apenas recolhe a mão e fala.
— Assim!
Carla olha para Pedro, mas ele olhava Rita, aquele olhar a colo-
cava na duvida, aquele olhar colocava duvida em João, aquele olhar
que tirava as palavras de Pedro, colocavam um sorriso na aura de Rita,
e isto que não combinava, e Pedro apenas fala.
— Sabe meu numero, mas se quer falar algo, não traz estes com
aura pesada e agorenta como João.
Carla sorriu e João olha para Pedro.
— Acha que não vou afastar você?
— Logico que vai tentar João, mas estava oferecendo a ela este
pequeno ombro, um nada, mas pode dizer para seu pai, que Pedro
Rosa, não esqueceu que ele apostou na morte dele, e que se ele não
sabe quem é Pedro Rosa, vai descobrir por bem ou mal.
João acha que o menino não poderia ser Pedro Rosa, mas Pedro
olha Carolina chegando ao fundo e olha para Carla e fala.
— Me apresenta sua amiga?
Carla sorriu e fala.
— Já vai me trair?

655
— Tem coisas que não se fala Carla, mas as vezes o espaço que
um grande amor caberia, e faltaria espaço, para o encher tenha de lhe
entender, e lhe explicar onde ficará vazio.
Pedro se levanta e fala.
— Se divirtam, estamos indo.
Carla olha para ele e fala chegando ao seu lado.
— E vai deixar eu me aproximar?
— Terá de me explicar como você gosta.
— Safado.
Pedro olha para ela, tenta não rir, mas ele para um safado teria
de primeiro deixar de ser virgem, segundo, ser diferente, mas na noção
dele, seu coração estava doido, mas tentava não demonstrar.
Eles chegam a frente de Carolina que olhava Rita.
— Ela gosta daquilo, não entendo. – Carol.
— Como está Carol? – Pedro.
— O menino que deixou Rita escorrer pelos dedos.
— O que vão fazer este fim de semana?
— Convidando todas a passear? – Joseane ao lado.
— Se os pais toparem.
— Certo, mas iriamos onde?
— Tenho um hotel com piscina, toda uma estrutura, vazio, e ne-
nhuma vontade de ficar este fim de semana a cidade.
— E podemos levar quem?
Pedro alcança o cartão para elas e fala.
— Quem quiser passear, estarei lá.
Carla olha para Pedro e pergunta.
— Mas com os pais não tem graça.
— Acho que não entendeu Carla, eu sou virgem ainda, então a
diversão que esta pensando, ainda não sei o que é.
Carla sorriu e Pedro se despediu e Carolina olha o cartão e olha
para a irmã.
— Acha que o pai iria deixar?
— Ele quer falar com este menino, e ele não é feio.
Pedro vai ao banheiro e atravessa para Martinhos, ele entra na
casa e a irmã lhe olha.
— Pensei que não viria.
— Problemas?
— A mãe está longe.

656
— Vou tentar fazer algo hoje que não acredito, mas eu vou para
o hotel na parte da baia, mas deixa eu ajeitar as coisas! - andou até o
segurança e deixou a instrução se viesse a surgir alguém ali, volta a
casa e faz sinal para a irmã e vão ao mercado, com aquele carro elétri-
co, ela olha para ele e pergunta.
— Vai cozinhar hoje?
— Sim.
Eles compram as coisas e voltam ao complexo de hotéis, atra-
vessam para o Vincent e Pedro olha que os quartos já tinham roupa de
cama, toalhas, ele senta-se a piscina e olha a irmã.
— Não tem amigos mana, pensei que você fosse a descolada da
família, eu o introspectivo?
— Nem todos vão estar ali no futuro.
— Você não me queria ali, lembra.
— E não quer mudar isto.
— Eu tento relevar mana, mas tem de mudar, ser você, não este
ser que tem tentado me impressionar.
— E quem vai vir?
— Não sei, talvez ninguém.
— Dai não me escaparia.
— Tem coisa que sempre se escapa se quiser mana.
Pedro sobe e fala.
— Estamos até fim de segunda, fim do fim de semana neste
quarto, se comporte.
— Vou tentar.
Pedro desce e coloca as coisas na geladeira, ajeita as coisas e
pede algumas a mais do hotel, eles mandam dois funcionários, Pedro
explicou que era apenas uma recepção, descontraída.
Pedro pega o telefone e liga para Sergio e Roseli, liga para Cice-
ro, para dois rapazes do SBT, para sua madrasta e por fim, para Morei-
ra, pensa e convida alguns a mais.
Ele separa as chaves, estavam em uma das pontas do complexo,
dois predinho de 7 andares, com dois quartos por andar, ele se acomo-
dara no superior, mas não tinha convidado 28 grupos, então era algo
fechado.
Pedro põem o calção de praia e pula na piscina e Roseli chega e
vê o menino tentando descontrair.

657
Roseli se instala e olha para algumas pessoas chegando, não co-
nhecia, mas obvio, não era um lugar qualquer. Ela chega a beira da
piscina e pergunta.
— Tomando posse?
— Deixando claro o que para alguns é dubio, sabe do que estou
falando Roseli.
— Sim, que você é parte disto, alguns que nunca falavam comigo
em Curitiba agora são todos amores.
— Vou tentar me mostrar como não sou, e talvez não seja con-
vincente Roseli, mas vou tentar.
— Certo, mas quem convidou?
— Pouca gente, um procurador de Justiça, um gerente do BB,
dois prefeitos, talvez venha um deputado, uns parceiros que ninguém
gosta, mas tem de entender Roseli, é pessoal esta reunião, e tenho de
ter um lugar para fazer isto, e ainda não tenho.
Roseli sorri e vê Sergio chegar ao fundo, ao lado dele Kelly, eles
veem no sentido dela e Sergio fala.
— Estava moça estava lhe procurando.
Pedro sai da piscina de agua salgada, pois era agua da baia que
entrava nela, passa uma agua doce num chuveiro a frente, se seca,
pega a camiseta e olha dois rapazes.
O segurança os indicava o local, vinha um diretor as costas, a ca-
ra de espanto era grande.
— Menino, estes rapazes procuram Pedro Rosa.
Pedro olha serio e falou.
— Boa noite.
O diretor olha o menino e pergunta.
— E quem seria este Pedro Rosa.
— Eu seria, mas vamos subir e explico a ideia, se quiserem ouvir.
O senhor olha desconfiado e o menino os conduziu a um eleva-
dor e sobem para a cobertura de um dos prédios da ponta.
— Sei que meu tamanho não facilita senhor Jonathan, mas que-
ria oferecer algo.
— Oferecer? – Um dos apresentadores de um programa que
mostrava trechos da programação do canal fazendo os demais relem-
brarem os programas antigos do canal.
— Tem de entender que quando oferecemos algo, as vezes caí-
mos nas linhas contratuais, alguns baixam a cabeça, outros encaram

658
como um desafio a mais. Eu ofereci para um diretor da Globo um local
que construímos, pensando em ter propaganda das nossas praias, ele
não tem uma externa na cidade.
— E no que poderíamos ajudar?
O elevador abre, e os dois olham o local, olham para a imagem
ao fundo e Pedro os conduz ao centro daquela pracinha suspensa. Dava
para ver a estrutura dos três conjuntos que faziam aquele hotel dali.
— Estou disposto a patrocinar o programa de vocês, mas com
uma exigência técnica, que fosse filmado em locais assim, que valori-
zassem os hotéis Rosa.
O diretor olha o menino, sabia que todos falavam da criança que
tocava os empreendimentos Rosa, mas não esperava tão criança, e
olha em volta e pergunta.
— O que é este lugar?
— Um hotel que inaugura dentro de um mês, mas a ideia, algo
que mude de local, mas não perca o foco.
— Como assim.
— A pergunta senhor Jonathan, existe interesse?
Ele olha os dois e um faz que sim com cabeça e fala.
— Sim.
— Neste lugar, montamos um estúdio, temos aquele local abai-
xo, montado como uma estrutura de Restaurante, montamos lá o se-
gundo estúdio, dai tenho de mostrar os outros 3 pontos, cada dia gra-
vado em um local, podendo até ter dependendo da semana, uma atra-
ção que tocará no hotel.
— Quer fazer um programa de dentro deste cenário que em si, é
encantador? – O diretor.
— Sim, mas vamos dar uma volta, enquanto os demais chegam e
explico a ideia.
O senhor fotografa, sorri, eles andam mais a frente, e ele mostra
a estrutura do que era uma área de lanchonete, haviam algumas ali, e
aquele ficava no conjunto ao lado, eles olham em volta e o senhor sor-
ri, era um lugar por si já montado para ser um bar, com tudo pronto
para uma entrada sobre comidas ou coisas do gênero.

659
O senhor pega o prospecto e sorri.
— Isto eles vão pensar ser um cenário em si.
— Fizemos para ficar o mais bonito possível senhor.
— E qual seria este complexo?
— O Rosa Vincent, que agora temos alvará para inaugurar.
Os rapazes olham e o menino os conduziu a um corredor, os se-
guranças abriram para o caminho que ia ao hotel Rocha a frente e os
rapazes viram que existia um hotel escavado na rocha, subiram o ele-
vador lateral e chegam a 20 andares, e tinha uma sacada, para o hotel a
volta e Pedro fala.
— Este é o terceiro ponto senhor.
O senhor olha para baixo, ele precisava confirmar.
— Isto é esculpido na montanha?
— Sim, isto é uma estrutura toda exclusiva a hospedes senhor.
Ele olha para o vão e fala.
— E tem mais surpresas?
— Vamos ao quarto ponto.
Eles descem e sobem o elevador central, o senhor não enten-
deu, até abrir e ver que estavam em um local aberto, a volta, se via a
cidade, a estrutura de uma cabeça e os dois rapazes olham para o pon-
do de onde saíram e um fala.
— Um local para se ver toda a cidade.

660
Pedro aponta o outro mirante, o do restaurante e fala.
— E o quinto ponto seria o mirante do Restaurante, aquele que
se vê ao norte.
A visão ali era o ponto abaixo deles, mas se via a pedreira, os
prédios e o senhor comenta.
— E onde é a gravação da Globo?
O menino aponta para baixo e o senhor olha o imenso buraco, a
queda d’agua e pensa no lugar, se via a entrada do hotel, e pergunta.
— Tem locais incríveis.
— Sempre digo, podemos mudar os pontos para um segundo
ano de programa, mas para isto, temos de conseguir chegar ao segun-
do ano.
O senhor olha o menino agora diferente e fala.
— Por acaso quer mostrar onde eles estão.
— Na verdade eu pretendia fazer publicidade nos intervalos da
novela, mas eles não nos querem como parceria, e acho que precisa-
mos crescer e mostrar o como está bonito.
— Acho uma ideia boa, mas tenho de a passar a frente menino.
— Verifica se é aplicável, se querem, vamos voltar, hora de ten-
tar acalmar um pouco a alma.
— E quando se fala da cidade a baixo, juro que até eu me deixei
levar pela opinião da Globo. – O diretor.
— Senhor, podemos fazer até mais especial o programa, como
fazer um aos pés da estatua na saída do rio, na cobertura da estrutura
para os Salva-Vidas, um numa estrutura menor como a lá de baixo, na
praia de Caioba, a ideia em si, é poder mudar rápido, e apresentar a
região, algo que um dia pode ser feito em um porto, em um parque,
em uma praia, em um hotel.
— E teria como nos ceder acesso?
— Sim, quem sabe não gravamos uns 5 programas antes de ir ao
ar, usando isto na chamada dos programas. – Pedro.
O senhor olha em volta e confirma.
— Estamos na cabeça da sereia se entendi.
— Sim.
Eles descem, Pedro sobe e entra no apartamento, toma uma du-
cha e olha em volta e sente aqueles seres a mente.
Pedro olha as perguntas, as respondia sem palavras, mas com
comparações e olha que alguns estavam começando a prestar atenção

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nele, mas sentia que os humanos eram os mais desconectados, ele
sentia-se conectado a todos, eles as vezes pareciam ali, mas na maioria
das vezes não.
Pedro olha o pai chegar e olhar para ele e falar.
— E não vai me deixar tomar isto.
— Você torraria pai, isto é para gerar emprego e renda, não para
se jogar em uma mesa de cartas.
Pedro olha para Paula e fala.
— Não entendi o que falam alguns, que sou uma ameaça, eu pa-
rado ao mundo e eles falando horrores.
— As vezes eles parecem não saber quem está fazendo as coisas,
então não dou muita bola.
— Tem um quarto para você, vamos aproveitar um fim de se-
mana antes de inaugurar, dai vamos ter de entrar na fila das reservas.
— Não entendi a ideia filho.
— Abrimos hoje o prospecto de locação, confirmando as reser-
vas desta parte, não são muitos apartamentos, mas estes variam de
480 na parte baixa a 1200 na parte alta, como estas ao topo, diária,
estranho como para alguns, 480 a diária é caro, e para alguns, temos
dois destes locados para um ano de estadia, a 1200 a diária, é como se
para alguns gastar um fim de semana mil e quinhentos reais fosse uma
fortuna, e para outros, gastar 432 mil para estar em um lugar especial
por um ano, não fosse dinheiro.
— E como estão as reservas? – Paula.
— Primeiros 15 dias lotado, alguns lugares, como duas cobertu-
ras estão locadas por um ano, se considerar que estou com os 10 pri-
meiros dias com locação total em Agosto, ainda acho sedo para come-
morar a ideia, mas as reservas dos primeiros 15 dias, temos de capri-
char, pois é o dar certo.
— Meu pai me ligou e falou que não admitia que lhe atrapalhas-
se. – Fala Gerson.
— Eu não gosto das definições dele referente a minha existência,
mas ele sabe que as coisas não estão ainda em meu nome, mas se di-
virtam.
Pedro olha o gerente do Banco do Brasil chegar, ele abrira uma
conta contornando o senhor, por uma programação, o senhor não
conhecia ele, embora ele soubesse muito do senhor.
Pedro chega ao lado e fala.

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— Bem vindo senhor Frota.
Ele olha descrente e pergunta.
— Você é que o famoso Pedro Rosa, pelo jeito.
— Sim, mas se instalem, vamos conversar com calma, o rapaz dá
as coordenadas de onde cada grupo vai ficar.
O senhor entra e a esposa olha em volta e fala.
— Este é dos hotéis caros amor, não é a toa que todos falam da
criança, mas não entendi o convite.
— Ele induziu nossa filha a nos convidar, não sei ainda, mas sei
que não teria como recusar uma oportunidade destas.
Pedro olha ao fundo João chegando, com o pai, Pedro os espera
e olha o senhor e fala.
— Boa noite Deputado, podemos parar estes malucos e ganhar
com isto?
— O menino que deu fim em metade dos apostadores profissio-
nais da cidade.
— Nem precisei fazer tanto, mas teríamos senhor como por uma
pedra sobre isto?
— Não entendi o convite.
— Convidei a namorada de seu filho, mas com a certeza que ele
não a deixaria longe dos olhos.
João ao fundo olha o menino e fala.
— Esperava por isto, pensei que não esperava isto.
— João, esta parte não está aberta, se não fossem esperados,
não chegariam a esta parte ainda.
O deputado olha em volta e fala.
— Este é um dos hotéis que vai inaugurar.
— Já tenho lotação por 15 dias, e pretendo ter pelo menos 100
dias ano lotado, dai o empreendimento se paga.
— Lotação em Agosto? – O deputado.
— Donos de Agencias de Turismo querendo conhecer o lugar e
ter nos seus prospectos anuais.
— Eu seguro os meus referente a você menino, pelo jeito nin-
guém viu o empresário, apenas o filho de um viciado em jogo.
— Isto é um Sociedade Anônima senhor, pois assim posso ter tí-
tulos da empresa, e não estar em meu nome, pois senão meu pai os
jogava tudo.
— Vamos nos instalar e voltamos a conversar.

663
Joao olha atravessado, e Pedro sorri.
Ele estava olhando o rapaz se afastar e olha uma menina lhe
olhando.
— Deve ser Camila.
— Sim, não entendi o que quer com o que falou para minha ir-
mã? – Camila olhando ele serio.
— Quer ajuda, eu ajudo.
A frase direta, fez Camila olhar ele e perguntar.
— Porque?
— Não sei, as vezes as historias se repetem, as vezes não, a mi-
nha é toda diferente.
— Não entendi.
— Isto parece maluco, mas pensa, existem pessoas que vão vir a
vida, mas elas virão apenas em algumas existências, mas se elas vie-
rem, serão filhos das mesmas pessoas, então eu poderia apostar que o
sobrenome do pai da criança é Groff.
Camila olha em volta, pareceu meio confusa e pergunta.
— Não sei quem lhe informa, mas isto é assustador.
— Assustador? Alguém tem medo de mim? – Pedro forçando um
sorriso, mas não era natural.
— E me ajudaria porque?
— Poderia mentir, mas para que né.
— Mentir?
— Dizer que estarei fazendo algo sem tentar me aproximar, sem
parecer ser por interesse, mas estaria mentindo.
— Me acha bonita?
— Sim, mas tem de entender, não sei ainda o que é me doar a
alguém, ou como falam, deixo escorrer pelos dedos, mas fazer o que,
sou uma criança.
— Uma criança rica.
— Não, uma criança com uma meta, dinheiro sem meta, gastos
idiotas.
Pedro olha os Ribeiro chegarem e ouve.
— Joseane disse que me apoiava.
— Considere que podemos montar uma família grande.
— Safado. – Camila sorrindo.
— Vão ter de me ensinar a ser isto, sou muito trabalho, pouca
diversão ainda.

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O senhor Ribeiro chega ao lado e fala.
— O menino que todos juravam que estaria morto.
— Seja bem vindo senhor Ribeiro.
— Não entendi o convite?
— Me sentir parte de algo, começar a montar minha linha de
contatos, pois eu sozinho não consigo fazer tudo que quero.
O senhor olha os Almeida chegando e pergunta.
— Amigos da família?
— Não, mas vamos construir a 101 juntos.
— Avançando rápido menino, mas cuida para não perder o foco,
sei que alguns querem destaque esta hora.
— Se instalem, já nos reunimos para comer alguma coisa e jogar
papo fora.
Cecílio chega a ele, apresenta os filhos e a companheira de qua-
se 50 anos, e fala.
— Vi que tinha um trecho imenso pronto que ninguém via, agora
entendo quando falou em carta na manga, você tem quase 60 quilôme-
tros prontos de uma rodovia que começamos a construir a pouco.
— Senhor, o que ninguém vê, os 45 quilômetros sobre a mata
atlântica, somado aos 22 quilômetros de descida de 116, para a 102,
somados aos 60 quilômetros deste trecho e mais 12 quilômetros que
estavam sobre terrenos comprados já somamos na primeira semana,
139 quilômetros de 406 quilômetros a serem construídos.
— E poucos viram isto, sabe que quando eles olharem as obras
vamos ter os políticos sobre nós para inaugurarem as obras.
— Propaganda de graça é sempre bem vinda . – Pedro.
— E quando falam de seus projetos falam que não tem como o
fazer.
— Senhor, o problema, é que as ligações são sempre complica-
das de se fazer.
— As partes que demoram muito, entendo, mas vi que estão
montando os guindastes ao lado da 277 para erguer os viadutos, quan-
do começar a colocar ali, muitos vão começar a falar da rodovia.
— Pensa Cecílio, que parte dos que vão para Guaratuba, vão
pensar em descer pela 277.
— Nisto estava pensando, pois vai ser mais rápido chegar a Gua-
ratuba que em Matinhos.
— Sim, vai ser.

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— E pelo jeito acelera onde dá para acelerar.
— Sei que ainda não me levou a serio, mas é serio o fazer de
portos secos em Curitiba, Garuva, Jacupiranga.
— Pelo jeito quer mesmo dominar o mercado.
— Não, apenas não quero ficar nos trocados, e a maioria não en-
tende, alguns fizeram criticas que é um prospecto socialista, alguns que
é uma visão capitalista apenas em prol da empresa, mas eu sou Huma-
nista, e para os humanos estarem bem, eles primeiro tem de crescer
como gente.
— E vai forçar nesta parte?
— Sim, vou forçar em todas as partes que achar necessário, o
rapaz pode até chegar ao nosso sistema por rodovias como a Graciosa,
pela que vamos denominar Cubatão, mas ali é bem mais lento, é pas-
seio.
— E qual a ideia aqui?
— Não sei ainda, acalmar a alma.
— Certo, mas o lugar é lindo, não posso negar.
— Estou começando a criar coisas assim em Guaraqueçaba, em
Ariri, em Cananeia, em Matinhos, em Paranaguá, até mesmo em Anto-
nina.
— E quer os dar condição de chegar aqui.
— Sim.
O prefeito de Matinhos chega ao local e cumprimenta o menino
e pergunta.
— Dizem que nosso município vai ter algumas fabricas.
— Fabrica no sentido, de fabricar coisas, não de indústria pesa-
da, isto deixamos para Paranaguá.
— Certo, sabe que a beira mar está a cada inauguração mais bo-
nita.
— Que bom que está gostando prefeito.
— E resolveu reunir as pessoas.
— Sim, preciso pensar, e ao mesmo tempo, acalmar.
Pedro estava a olhar para o prefeito de Guaratuba chegando e
ouviu algo ao lado.
— Acha que vou voltar atrás? – Rita.
Pedro sente aquele sorriso vir aos lábios, não saiba o que aquela
menina tinha feito com seu coração, mas era quem lhe fazia sorrir, e
não queria forçar as coisas.

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Pedro a olha e fala.
— Querer e acontecer, não é a mesma coisa. – Pedro a olhando.
— Acha que João vai lhe deixar avançar.
— Ele nunca me preocupou Rita, e sim o que eu quero, o que
você quer, pensei que não viria.
— O pai falou em vir, depois da mana falar em vir, e não teria
como não convidar o namorado.
— Ter teria, mas está linda.
— E não vai negar que tem interesse.
— Queria saber o que fiz de errado, mas é que eu me olho no
espelho e entendo, mas está linda.
Rita sorri e fala.
— E resolveu ter outros a volta.
— Sim, mas ainda está na hora chata, de receber os demais.
Pedro olha os arquitetos chegando e Vincent chega ao lado de
fala em inglês.
— Ficou lindo.
— Seu projeto é maravilhoso Vincent.
— E resolveu fazer uma inauguração?
— Sim.
Rita se afasta e Pedro olha para Ma que fala.
— Pelo jeito os projetos avançam rapidamente. – Em Mandarim.
Pedro sorri, pois Cantonês ainda entendia bem, mas Mandarim
ficou a boiar em metade das palavras, mas não falou nada.
Pedro pede um momento, olhando para a parte do fundo, talvez
ele olhar para o lugar fez alguns olharem, aqueles seres estranhos,
vindo por cima da agua, já era algo a observar, aqueles cabelos ou
brancos ou cor de fogo, também, mas os pés invertidos era algo que
chamavam mais a atenção.
Pedro chega a ponta e um ser olha ele, olha em volta, não iria fa-
lar, mas toca em sua cabeça e Pedro ouve.
“Somos gratos Pedro Rosa!”
“Fiz o que teria de ser feito!”
“Libertou os demais escravos do cristal, somos gratos, e terá
nosso agradecimento, para os Curupiras, Ciguapas e Abarimon, você
passa a ser um membro de nossa família.”
“Grato pela consideração!”

667
“Sei que eles não entendem de nós, mas saiba, Pedro Rosa, és
um guerreiro pela – ele toca a cabeça de Pedro – cabeça, não pela for-
ça, e estes são os grandes guerreiros.”
Todos olhavam aqueles seres, obvio que João ao lado do pai olha
aqueles seres estranhos, as moças jovens nuas cobertas apenas pelos
cabeços cor de fogo, os rapazes com aquele cabeço cinza, as peles dos
que estavam ali eram em 3 tons, então pareciam famílias diferentes.
— O que são estes pai?
— Quando se fala neste menino filho, se fala de coisas assim, em
Curitiba ele se aliou aos Hons, pelo jeito aqui ele se aliou aos Curupiras,
eles não aparecem para todos, mas vieram deixar claro que estão a
volta e cuidando do lugar.
— Mas isto é só lenda pai.
— Se não acreditas nem nos seus olhos filho, no que acreditará?
João olha para os seres recuarem, Rita olha os olhos de João so-
bre os corpos das meninas, enquanto Pedro apenas olhava aos olhos, a
diferença de reação.
Josiane olha para a irmã e fala.
— Vai deixar o menino escapar assim fácil?
Ela olha em volta e fala.
— As vezes tenho medo, ele lida com coisas especiais assim.
— Ele não é algo para se prender, mas com certeza, hoje alguém
quase do meu tamanho, e sou um ano mais nova, daqui a uns 5 anos,
será o rapaz mais disputado do Estado.
— Não exagera?
— Se até Carol está olhando encantada, e sabe que ela é como
eu, não se encantam fácil por meninos.
— De olho no meu namorado?
— Se deixar ele como es namorado, porque não?
— Pensei que não olhava meninos.
— Olha ele mana, quem você conhece que fale com seres so-
brenaturais com tamanha naturalidade?
Pedro olha os seres se afastar e olha que estava começando a se
complicar, sentia que era seu caminho, mas nunca ignoraria eles ape-
nas para parecer normal.
Gerson olha para Paula e pergunta.
— O que foi isto?

668
— Seres que os mundos vizinhos dizem não existir ou não ter
importância, mas seu filho se aliou a todos eles, ou aos que ele enxer-
gou e conseguiu apoio.
— Mas o que são estes seres?
— Os defensores das florestas, Curupiras para os indígenas.
— Ele começa a ser importante na estrutura, vi gente falando
quase que o idolatrando.
— Ele tentou lhe chamar para dentro, lembra?
— Sim. – Gerson olha o filho olhar para Maria chegando, a apre-
senta aos demais, os olhos sobre Ciça foram de cobiça e Paula pergun-
tou.
— Porque não ficaram juntos, você parece a admirar?
— Ela sabe por medo quando quer.
Pedro volta ao grupo e o prefeito de Guaratuba olha para ele e
fala.
— Seus aliados?
— Sempre num acordo estreito, mas é bom ver que aceitou o
convite Prefeito.
— Pelo jeito apresentando aos parceiros o local.
— Se instala Prefeito, eu vou tentar relaxar e fechar nosso proje-
to de investimentos do Ano.
Pedro olha Cris chegando ao fundo, e Patrícia veio junto. Ele
chega a cozinha e olha para os preparativos, Maria olha o filho e fala.
— Algo especial hoje filho?
— Tentar não perder alguém mãe, as vezes vamos ampliando e
esquecemos alguém no caminho, mas não é nada formal, é informal.
Maria olha o filho pegar os condimentos, preparar uma massa
de pizza, e deixar descansando um pouco, cortar os ingredientes e
separar em porções e ligar o forno ao fundo, ele queria o mesmo quen-
te.
Estica a primeira massa de pizza, monta e coloca no forno.
O cheiro chamou as pessoas, João chega ao lado e fala.
— Quem são aqueles seres que vieram lhe falar.
— Se interessou?
— Todos pensando que você era um marica, mas começo a en-
tender que você deve selecionar quem vai dar encima.

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Pedro não falou nada, montou mais duas pizzas, colocou na por-
ta baixa do forno e tira a que estava acima e corta em fatias e Joseane
chega a ele e fala.
— Alguém que sabe fazer a própria pizza é alguém diferente.
João a mede e fala.
— A irmãzinha que não gosta de meninos.
— Eu não gosto de você João, não de meninos.
Pedro olha ela e pergunta se quer algo para beber e ela fala.
— Tem o que?
— A geladeira tem de tudo, mas quem saiba queira algo especi-
al. – Pedro a olhando.
— Sai uma batidinha? – Joseane.
— E seu pai sabe que bebe. – João.
— Mais um careta, minha irmã não sabe escolher mesmo.
Pedro descasca uns limões, põem açúcar, espreme ao fundo de
um copo grande, põem um pouco de gelo picado, acrescenta uma vod-
ca e fala.
— Só vai devagar, a noite está começando.
Josiane experimenta e fala.
— Sabe fazer pizza e caipirinha, o que mais sabe?
— Quase nada.
Josiane olha a irmã chegar e abraçar João.
— Já bebendo mana?
— Um golinho.
— Vai devagar, apenas isto. – Rita.
Josiane alcança o copo para Rita que toma um gole grande e
olha para ela.
— Das boas.
João olha para o senhor Ribeiro chegar, Pedro tirou as duas piz-
zas a mais e mais gente chega para se servir.
Pedro olha Renata chegar e lhe falar.
— Tem uma moça lá no fundo querendo lhe falar.
Pedro olha para os demais e fala.
— Deixa eu convidar mais alguém.
— Namorada? – Rita.
— Não, ela não me pediu em namoro ainda.
— Pelo jeito não toma a iniciativa? – Josiane.

670
— Realmente eu sou meio devagar nesta coisa de avançar o si-
nal.
— Foi uma dica? – Josiane.
Pedro olha a menina e não responde, sai daquela parte e cami-
nha ao lado da piscina e chega ao fundo e olha Pietra.
— Perdida aqui?
Pietra olha Pedro e fala.
— Poderia lhe fazer uma pergunta Pedro?
— Fala Pietra.
Pietra olha em volta e para ele e fala.
— Você tem namorada?
Pedro chega a frente dela e fala.
— Acho que nem sei namorar para ter uma namorada.
— E não quer uma namorada?
Pedro faz sinal e os dois caminham até uma cadeira mais a fren-
te e olham os demais ao longe.
Pedro estica a mão para a menina e pergunta.
— O que esta aura de insegurança quer dizer Pietra?
— Não sei, você não fica bajulando, você mostra o caminho, o
atravessa, não fica para o agradecimento, mas está interligado com
meu caminho.
— E Paulo fica como? – Pedro a olhando.
— Ele é meu irmão, sabe disto.
— Não foi o que perguntei, sabe disto, e não é para lhe afastar,
mas se as entrelinhas estiverem certos, não consigo escapar de uma
encrenca onde muitos a volta estão colocados.
Pietra olha mais gente chegando e fala.
— Convidou um arem para se dar bem.
— Ciúmes? – Pedro.
— Não sei, sabe que nem sou da sua existência.
Pedro a encara e ela fala.
— Eu não sei Pedro, você aparece e resolve as coisas, mas você
encara com naturalidade coisas como aqueles seres ao fundo.
— Aquilo é um problema que terei de administrar.
— Problema?
— Sim. – Pedro estava pensando nas palavras do ser dizendo
que ele agora era da família, isto para um Curupira era quase como se
fosse comprometido com uma de suas filhas, ele não sabia ainda como

671
encarar isto, e não queria parar para pensar nisto naquela noite, já que
muitos acham isto natural, mas Pedro ainda não achava.
— E vai querer todas? – Pietra.
— Pietra, está me cobrando algo que não aconteceu, e se acon-
tecer, será com este Pedrinho aqui, não com um garanhão.
Ela sorri e fala.
— Você me passa segurança, sei que não entende, mas isto é o
que nós Fanes procuramos. – Pietra olhando Pedro.
— Pietra, não tenho como dizer que és feia, que não é atrativa,
que não é legal, mas eu não sei amar ainda, acho que me educaram
para ser frio.
— Me dando um fora? – Ela olhando o chão.
— Não, dizendo que não sei o que quero, o que amo, e que se o
que você me falou, for verdade, terei duas meninas com duas meninas
que estão por perto.
— Certo, você não pode escapar dos laços de criação, mas...
— Tenha calma comigo, não me jogue fora com cobranças Pie-
tra, as coisas não são fáceis neste coração confuso.
Pedro olha em volta, pensa no peito, não o tocou, mas sentiu o
tempo, e ele foi parando e olha para ela.
— Posso lhe fazer uma proposta indecorosa? – Pedro.
— Indecorosa? – Pietra estranhando a palavra, mas com um ros-
to malicioso no rosto.
— Me ensinaria a imortalidade?
Pietra sabia que um dos caminhos destes era ter o menino para
ela, sexualmente falando.
— Safado.
— Só tem um problema neste pedido Pietra.
— Qual?
— Queria crescer um pouco antes de adquirir ela, é uma sacana-
gem ser imortal neste tamanho.
Ela segura as mãos de Pedro, ele sorri, e naquele tempo estático,
sente aquelas bolhas de sabão ao ar, não entendeu e ouviu.
— Isto é um sinal Fanes de sentir-se segura.
Pedro fica inseguro e isto fica em sua aura e ela aproxima os lá-
bios e o beija, Pedro retribuiu e falou.
Um minuto após ele afasta os lábios e fala.
— Vou ter de aprender a beijar!

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— Só a pratica leva a experiência Pedrinho.
— Só não vale ciúmes. – Pedro.
— Sei que não entende disto Pedrinho, mas eu me aproximei,
você me encantou, e neste mundo você pode não sorrir ainda, mas
vamos o ensinar a sorrir.
— Tenho um Pedro que pelo jeito me é comparado, e é total-
mente diferente.
— Ele conquista com o sorriso, você com este olhar na alma.
Pedro afasta os lábios um pouco mais e fala.
— Porque sinto as coisas diferentes a cada momento.
— Porque não sei, mas você sente, sinto isto em sua aura, você
sente e não recua, isto que todos a volta estão se perguntando, o que
este menino tem de tão especial.
Pedro olha as mãos e Pietra vê uma hélice de DNA e Pedro fala.
— Quando se fala em humanos, este é o DNA – Pedro faz um
gesto e quase não muda nada – este o dos Fanes – Ele meche com a
mão e uma segunda linha de hélice de DNA, surge unindo os dois pon-
tos e fala – Quando os Fanes, como você, se tornam Imortais, este é o
DNA – Ele meche na mão, e surge um quase igual – este é o dos Huma-
nos se eles chegarem a imortalidade.
— Parecem iguais.
— Sim, parecem.
— Porque me mostra isto?
Pedro estica a mão a frente e surge uma tríplice Hélice de DNA
unida pelas pontas, e ele fala.
— Hoje meu DNA seria assim Pietra, se alguém se perguntar
porque sinto o meio, eu tenho 3 vezes mais pares de DNA que um hu-
mano normal, mas a pergunta, porque?
— Você é especial.
— Muitos estão ouvindo Pietra, e independente de ser um Ange-
lical em Angel, um Danimes em Frot, um humano em Curitiba em outra
existência, ou mesmo o famoso Pedro Rosa da realidade paralela, to-
dos nós passamos a ter esta tríplice Hélice de DNA.
— Acha que não era assim antes?
— O antes é o que acho saber quando foi, quando todos nós fo-
mos atravessados pelo frio de Gabriel, o anjo, todos nós tínhamos a
raiz desta mudança, já que somos o mesmo espirito separado em 72
existências, mas se for isto, sou alguém que pode ser predestinado a

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acontecer, a nascer, a ser especial, e a pergunta que me veio a mente
após isto, qual minha missão?
— Porque teria uma missão?
— Talvez não tenha, mas imaginar uma missão impossível, sen-
do ela impossível no infinito, pois pedi para você me ensinar a imortali-
dade e ainda não respondeu se me ensinaria, seria uma missão difícil
no infinito do tempo, não no hoje, e ai me veio a pergunta, por isto
estamos parados no tempo Pietra, não quero alguém ouvindo, mas se
eu espalhar meu DNA quase imortal, ou imortal, quanto eu atrapalha-
ria o fim da existência?
— Sabe que imortalidade na inexistência é indiferente.
— Se inexistência fosse o problema, mas como se diz, como uma
reta pode ser problema, diante das curvas da vida.
— Sabe que nem todos a volta são fáceis.
— Eu não sou fácil, sei disto.
— E vai fugir agora?
— Acho que você me entende um pouco, as demais nem um
pouco, isto me deixa sempre inseguro ao seu lado, e sabe como poucas
pessoas por ver minha aura o quanto sou inseguro.
Pietra segura a mão e Pedro e fala sorrindo.
— Não imagina a insegurança que você nos causa Pedro, você é
para quem olha em volta, um quase nada, e olha as auras, todos inse-
guros referente a você, você está trazendo uma região a uma forma de
vida nova, de um dia para outro, isto os deixa inseguros.
Pedro sorri, ainda sem jeito e fala.
— Sei que tenho de por as pessoas para pensar, para serem elas,
mas as vezes, é bom dividir com alguém coisas assim Pietra, parece
maluquice alguém passeado em uma vivencia paralela virar milionário
do dia para a noite, alguém que a poucos dias quase morreu as ruas
congelado, estar diante de um hotel que lhe pertence.
Pietra o beija de novo e ele sente ela lhe abraçar e falar.
— Sei que alguns acreditam que a imortalidade está na relação
Pedro, mas está no entregar-se, no unir de auras.
— E?
Ela sorri e amplia sua aura, que abraça a de Pedro, que sente-se
protegido, estranha, era algo muito agradável, sorri sem graça, pois ele
tinha medo de achar graça, ele sente-se parte de alguém, sente a aura
dela lhe abraçando e amplia sua aura e abraça a dela, sente as chuva

674
de bolhas de sabão novamente, sente algo estranho, como algo pode-
ria gerar um filho, apenas por toque, como existiam seres diferentes, e
como entendera toda a historia sorri, ele abraça a aura dela que sente
a genética do filho mudando para aquela aura tripla, Pedro sente a
pequena diferença da eternidade na aura tríplice, e fala.
— Cuida do nosso pequeno Peter.
— Te amo menino incrível.
Ele fica sem jeito e ela o beija. Ela põem a mão dele sobre sua
barriga e fala.
— Não sei como vamos enfrentar isto Pedro, mas com a calma
da imortalidade chegamos lá. – Ela olha em volta – Vai lá, tem pelo
jeito uma missão, mesmo que tenha de segurar meus ciúmes.
Pedro a beija e sente o tempo voltando.
— Não some, eu gosto de a ter por perto.
Pedro começa a se afastar e volta a região das pizzas, faz mais
umas três, põem no fogo e olha para Renata olhar para ele.
— Já me traindo?
Pedro olha a irmã pela primeira vez de uma forma estranha e
Renata sorri.
— Esta cara de safado, o que aconteceu?
— Falamos depois, e me explica esta assinatura na sua aura, co-
mo podem ter duas pessoas com assinaturas Groff nas auras.
Renata não entendeu, e olhou ele estranho.
Pedro monta mais 3 pizzas e olha para o senhor Frota.
— Bem vindo senhor.
— Pelo jeito quando falam de um menino rico, não imaginam is-
to, e sim uma pequena gama de pessoas.
— Sempre digo que a responsabilidade de alguém é baseada em
quantos empregos ela gera senhor Frota, e referente a isto que gosta-
ria de conversar.
— Quantos empregados pretende ter.
— Deixar claro que estou em poucos lugares ainda, mas devo
terminar o ano com perto de 34 mil funcionários, e a base dos salários
da Rosa Empreendimentos, é no mínimo 4 salários mínimos, ou como
alguns dizem, terei de crescer para chegar ao fim do ano, pois 120 mi-
lhões em salario mês, não é para pobre.
O senhor olha o menino, isto sim era um cliente, e pergunta.
— E convidou nós apenas para isto?

675
Pedro olha Caroline e fala.
— Iria pedir sua filha em namoro, mas ela ainda não me disse se
quer ou não me namorar, mas já que o pai veio disposto a falar de tra-
balho.
Caroline olha o menino, alguém com coragem de falar aquilo pa-
ra seu pai, estranha, ele em segundos muda diante da menina, que era
pelo menos 15 centímetros maior que ele, mas quando ela sorri, Pedro
sente a cara de intrigado do senhor.
— Vocês estão juntos? – Augusta, a mãe de Carolina.
— Não ainda, na verdade nos conhecemos a tão pouco tempo
que ainda parecemos muito longe um do outro.
— E fala serio em 34 mil funcionários. – Senhor Frota.
— Senhor, o problema é que até o fim do ano, inauguro em An-
tonina uma processadora de Alumínio, devem ser mais de 2500 funci-
onários com salários superiores a 19 mil reais cada.
— Uma fabrica grande?
— Que vai nos permitir investir em outros ramos industriais ser-
ra acima.
— E vai colocar todos estes funcionários junto ao Banco?
— Sim.
— E fala serio em namorar minha filha?
— Se os pais não se oporem.
O senhor olha a esposa, eles pareciam do bem, mas aquelas au-
ras diziam que eles não seriam a favor.
Pedro olha o senhor e fala firme.
— Espero senhor sempre a compreensão, que vocês dizem res-
peitar nos demais, não sou de me impor sobre ninguém, mas sim, vou
falar com sua filha, mas como eu disse, ela não disse sim, se tivesse
dito, eu talvez estivesse menos diplomático no pedir dela em namoro
aos pais, mas ela que me induziu a este caminho.
Rita olha ao longe e chega ao lado de Carolina e pergunta.
— O que ele tanto conversa com seu pai que não tira os olhos de
lá, parece interessada.
— Você que não quer nada comigo, depois deu um fora nele,
mas ele está lá falando que vai me pedir em namoro.
Rita olha para Pedro ao fundo que olha a aura dela, ciúmes, por-
que era a pergunta de Pedro a ele mesmo.
— E vai aceitar um menino assim?

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— Ele em si é mais frágil que as meninas que tem a volta, ele é
uma Rosinha, posso o transformar no meu Rosinha.
Rita olha a amiga, ela não entendera a frase, mas pareceu de
provocação para ela, não para o menino.
Pedro tira outras 3 pizzas do forno e as pessoas chegam perto e
Carolina olha ele.
— Tem coragem.
— E você tem? – Pedro.
— Temos de conversar antes.
— Assim que dar de comer aos convidados.
— Tens petulância menino, pensei que estava interessado em Ri-
ta.
Pedro olha em volta e fala.
— Seus pais estão ouvindo, melhor em outro lugar.
Carolina olha ele como se perguntando o que ele quis dizer com
aquilo, o senhor Ribeiro estava fazendo outra caipirinha, Pedro apenas
observa, pois ele estava no uísque.
Carla e os pais chegavam ao local, e Carolina chega ao lado e fa-
la.
— Esta é mais rápida, e pelo jeito você é muito volúvel.
— Vamos dar uma volta Carol? – Pedro a esticando a mão, ela
estranha, mas os dois saem e quando se afastam ela ouve a musica
gradualmente ficar lenta, e sumir.
Pedro senta-se em um banco e olha para ela.
— Acho que não me entendeu Carolina?
— Porque?
— Posso ser pequeno, mas não sou frágil como uma menina.
— E como ouviu isto?
— Leitura labial, gera isto.
— E vai querer me namorar, sabe que me imponho na relação?
— Se tiver calma com a criança a sua frente, mas podemos fazer
um pacto Carol.
— Pacto?
— Se ficar chato, os dois seguem seus caminhos.
— Já querendo fugir?
— Não, mas que poderíamos trazer a nossa cama a Rita poderí-
amos, vai dizer que já a esqueceu.
Carolina sorriu e falou.

677
— Ela está com ciúmes de você, não entendi porque ela acabou.
— Porque ela queria que tivesse avançado na primeira vez, e fui
com respeito demais.
— E foi se envolver com aquele animal.
— Digamos Carolina, que animais se adestra.
— E não tem medo dele.
— Talvez poucos tenham visto que ele me socou, você viu.
— Sim, pensei que iria sair chorando de lá.
— E o que aconteceu?
— Você apenas se afastou, mas parecia que a posição de Rita lhe
incomodava mais que João ali.
— E dai, vamos a namorar ou não – Pedro.
— Isto sim é uma posição de mudança.
Pedro a olha e fala.
— Acho que começo a entender o que alguns acham bonito em
você Carol, a sua forma nada convencional de olhar o mundo.
— Soube por Rita que você colocou uma indagação sobre João
ser o responsável pelo fim do meu sorriso.
— Não preciso de detalhes, pois teria de tomar uma posição se
for real.
— E o que seria uma posição referente a um estuprador protegi-
do por aquele senhor ao fundo, Deputado Federal.
— Castração, que outra posição se poderia ter?
— Mas...
— Legalmente não aconteceria Carol, mas talvez não saiba, mas
estamos em um mundo estranho, paralelo, que tudo que estes outros
falam, não encaixa, pois um Hons pode apenas o puxar para o mundo
deles, e o menino teria uma vida, sem ter direito a morte, de guerras
infindáveis.
— Hons, dizem que você impera sobre os Hons.
— Ainda não conheço a princesa Eli, dizem que ela deveria impe-
rar sobre Eli e Hons, mas não sabe o caminho para seu reino, isto os
deixa sem lideres e unidos ao nosso mundo, mas desta historia, ignoro
quase ela toda.
— Mais alguém a ficar entre nós?
— Bem possessiva para quem não me disse um sim ainda. - Pe-
dro a olhando.
— E teria calma comigo?

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— Sim, e teria calma com esta criança. – Fala Pedro passando a
mão nos cabelos de Carol, que lhe olha diferente e fala.
— Pelo jeito se esconde por trás de uma definição.
— Tem de entender que antes de passar por isto, não saberei
como ser diferente, e quando o fizer, talvez tudo mude de novo.
Ela sente a musica voltar e olha em volta e fala.
— Como faz isto?
Pedro chega perto e a beija, e ela retribui.
— Você é mais atrevido do que pensei, não é apenas uma Rosi-
nha, mas tem de saber que posso ser maluca as vezes.
— Vocês estão bebendo, eu estou sóbrio.
— E não vai beber?
— Sei lá, ainda estamos começando e como falou, tem aquela
maluca da Carla logo ali.
— E não a vai afastar?
— Não estou preocupado com ela, e sim com sua irmã, que pre-
cisa de apoio, e pelo jeito seus pais ainda não sabem da gravides.
— Ela não fala disto, ela está irritada, mas não fala.
— Apoiamos ela também.
— Tá querendo invadir nossas vidas muito rápido.
— Nem tão rápido, quero entrar lentamente e ficar muito tempo
Carol, mas para isto tem de querer.
— Eu não sei ainda o que pretende, mas é bem atrevido.
— Querer e poder é diferente.
— E o que queria?
— Todo menino que gosta de meninas gostaria de ter um arem,
mas a lei não nos deixa, a moral diz que não podemos, e acabamos
dizendo que queremos apenas uma.
— Safado.
— No discurso, na pratica, nada.
— Certo, mas tem de ver que uma declaração destas é chocante.
— Falo por mim, Pedro, 13 anos, curitibano, somente por mim,
mas você perguntou, sempre digo que as pessoas falam que gostam de
sinceridade, mas na verdade, querem hipocrisia.
Ela sorriu e falou.
— E me apresentaria ela a cama? – Carol referente a Rita, Pedro
entendeu, mas quis provocar e falou.
— Qual delas?

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Ela o beija sobre o olhar dos pais ao fundo.
João olha para Carol beijando Pedro, Rita fica olhando a reação
do rapaz, e ouve.
— Ele vai aceitar ela assim? – João.
— Assim? – Rita.
João olha para Rita e olha em volta, ali ele não poderia se fazer
de mais do que era, e fala.
— Nada, mas sua amiga vai querer aquele pirralho?
— No que isto lhe interessa João?
Ele a abraça, não responde, mas Josiane olha para Camila e fala.
— Esta não esperava, sua irmã se deixar pescar assim facilmen-
te, pensei que ela gostava de meninas.
— Meus pais não estão gostando disto, mas não tem como se
posicionar.
— Porque não? – Josiane.
— O menino dos milhões de dólares, é a definição dele para al-
guns em Curitiba.
Pedro e Carol chegam ao grupo e param ao lado de Rita e João,
Pedro o menor deles, olha para cima para olhar Carolina e fala.
— Vou ter de crescer rápido.
Joao mede Carol, e fala.
— Vai namorar o pirralho.
Pedro olha o rapaz e fala.
— Uma coisa que seu pai terá de lhe ensinar João, é educação,
você não ofende o anfitrião.
— Não estou aqui por você.
— É só sair, pois a família Ribeiro é minha convidada, vocês
achava que viriam, mas respeito pelo anfitrião João, é parte de ser um
politico, e sabe que é a sua única forma de ser alguém, então aprende,
e rápido, pois eu tenho 13, você 16, e pelo que entendi, estamos na
mesma serie de educação, cresce, seu pai um dia vai ficar velho, e terá
de estar pronto, não sou eu falando, é a sociedade a volta.
— E vai namorar esta dai?
Pedro solta a mão de Carol e fala.
— Propunha a Carolina para os dois namorarem Rita e a tirar de
seus braços.
Pedro se aproxima dela, ele estava as costas, sente o corpo cres-
cer um pouco e a beija.

680
Rita olha aqueles olhos se aproximando, os lábios, quando viu
estava o beijando, ela olha em volta e vê tudo parado e olha para Pe-
dro.
— Não faz isto.
— Isto?
— Não sei porque você mexe comigo menino, mas...
— Rita, fugir não adianta, sabe disto.
— Não quero ser a outra.
— E quem falou em ser a outra?
Pedro dá dois passos atrás e ela olha o som voltar e Pedro a sua
frente.
— As vezes tenho medo de você Pedro.
— Não está me olhando, e sim minha fama, mas sabe agora o
que eu e Carolina queremos, é só entre eu, você e ela, este dai, se ele
acha que vai ter uma vida fácil, não sabe o que Pedro Rosa fez com ele
nas três existências que ele existe.
Joao olha para Pedro e fala.
— Não vou admitir isto.
Rita sente ele avançar, ele iria bater em Pedro e o mesmo sorri e
fala olhando o senhor ao fundo, pai de Joao, Pedro sabia que os demais
não viram o beijo, sabia que Carolina via isto como uma provocação, e
Pedro olha em volta, não para o tempo, o retarda, olha para a entrada,
para o céu, e pensou em um balão, soltando fogos, o tempo volta e
todos olham os fogos, assustados pela explosão ao céu, desviando o
rosto, Pedro toca o peito e tudo para, ele toca Carolina que vê todos
parados, olha para Rita, a toca e fala lhe olhando aos olhos.
— Podemos conversar em outro lugar?
Rita olha Carol e eles entram em um quarto a frente, e Carol bei-
ja Pedro com vontade e Rita fala.
— O que os dois pretendem?
Carolina puxa Rita aos lábios, aquilo deixou o pequeno Pedro
perdido, eles sente a fúria de duas moças diante de uma criança, ele
quase se perde naqueles beijos, corpos.
Depois de um tempo, os três voltam aos locais e Pedro ao chão
olha para o estouro dos fogos, João se assusta, pensando em tiros e
recua, mas estava no meio da violência, Rita coloca a mão no ombro
dele para ele parar, e ele inverte a direita e por consequência acerta o
soco que era para Pedro em Rita.

681
O Desembargador chega a filha e João vendo o nariz da namora-
da sangrar fala.
— Desculpa, não queria isto.
João olha para Pedro e fala.
— Eu te pego pirralho.
Pedro estava ao chão, se levanta e apenas chega o lado de Rita,
a toca e ela sente o nariz parar de doer e olha para ele.
— Sabe o problema?
Pedro olha para o deputado e fala.
— Tem de ensinar politica ao seu filho, pois ele ainda acha que o
senhor estará a vida inteira ao lado, ensinar um pouco de hipocrisia a
ele não faz mal senhor.
Pedro dá a mão para Carol e volta para dentro, estava meio con-
fuso, ele lava as mãos e faz mais umas massas, e olha Carla ao lado e
Carolina fala.
— Esta é outra maluca.
— Me passou para trás Carol.
— Vai desistir fácil assim? – Pedro.
Carol sorriu e Carla não entendeu.
Pedro põem mais 4 pizza para assar, os rapazes do hotel ficam
de olho, ele sobe ao quarto que preparara para ele, precisava se re-
compor.
Pedro entra no banho, pegando uma toalha e olha a irmã a por-
ta.
— Vai fugir de mim mesmo.
Pedro a olha aos olhos e fala.
— Vou me recompor um pouco.
— Rita está lá acabando com o namoro, você fez direitinho.
Pedro termina o banho, ele se seca e coloca uma cueca limpa e
uma calça sobre o olhar da irmã.
— O que está pensando mana?
— Que você vai fugir.
Pedro chega perto dela e pergunta.
— Seria sincera?
— Sobre?
— Quantos meses?
Renata para na frase, uma coisa que ela não falara nem para sua
mãe e o irmão lhe pergunta de cara.

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— Não e o ...
— Então esquece Renata. – Pedro pegando uma camiseta.
— Não quero falar disto.
— Se não vai ser sincera, porque eu teria de ser Renata.
— E como soube?
— Isto se chama Aura, eu teria como dizer a partir da formação
da aura do feto, que eram duas pessoas, mas no seu caso, o que me
confundiu, é que são gêmeos.
Renata que estava de pé senta e Pedro senta-se ao lado e pega
em sua mão, Maria entra pela porta e olha os dois sentados a cama e
fala.
— Não fizeram burrada? – Maria Cecilia.
— Não mãe, não a que pensou. – Pedro.
— E o que está acontecendo aqui? – Maria Cecilia.
— Sua filhinha, minha maninha, vai ter duas crianças lindas, e
não quer abrir o jogo, então estou tentando a fazer falar, ela pelo jeito
não tem coragem de falar, mais carente, menos agressiva, pior, um
acaso do destino com um estranho a praia, metido a boizinho.
Maria olha para a filha e fala.
— É serio, se for, temos de ir a um ginecologista.
Pedro em outra realidade sorri na mente de Pedro, sinal que foi
diferente em outra existência.
Renata olha o chão e fala.
— Eu nem tenho certeza do nome do menino, não sei porque ti-
nha de acontecer bem agora.
Pedro olha a mãe e fala.
— Podemos conversar, não é o que pensou.
— Você apoiando ela eu estanho.
— Mãe, ser avó, pelo que entendi vamos a tornar mais velha,
mas calma.
— Andou fazendo besteira por ai Pedro.
— Que saiba, só tenho 3 namoradas, então não foi muita bestei-
ra ainda.
— Você não tem 3 namoradas. – Renata.
— Sei disto, mas como alguns dizem, sou um safado no discurso.
Maria Cecilia sai e fala.
— Conversem, mas vou marcar um ginecologista.
— Melhor um geriatra mãe. – Pedro.

683
— Certo, faz ela falar, agora entendo o desespero dela ir a cida-
de, desespero em querer grudar no irmão, ela deve estar pensando no
problema.
Pedro a olha e Renata o encara.
— Não queria falar disto.
Pedro toca na barriga da irmã e fala.
— Tenha calma, vamos fazer um acordo, eu ajudo a criar, mas
tem de querer isto mana.
— Eu não sei se quero eles.
— Vem uma Pietra e um Renato por ai, qual o problema mana?
— Já definiu os nomes de meus filhos?
— Nossos, pois um Roger Groff, que nem sabe deles, não é al-
guém dentro de sua vida.
— Já sabe até o nome do rapaz, como você faz isto?
— Eu não saberia facilmente, mas aquela menina ao fundo, está
gravida também de 3 meses, e a assinatura genética do filho, é na parte
paterna, a mesma que a sua.
— Tem certeza disto?
— Não vou sair ai falando mana, tem de entender, até hoje ce-
do, eu era virgem.
— Certo, você está avançando, mas não vai me dar espaço?
— Como disse mana, com sinceridade.
— Mas...
— A porta aberta para nossa mãe nos pegar no flagra é uma
ideia sempre ruim.
— Pensei em não os ter, e uma desculpa boa para ela me apoiar
a tirar, era ser dos dois as crianças.
— Não pensa besteira Renata, filhos são para se ter, para nos
por pesos, para que cresçamos na vida.
— E vai me ajudar, mesmo eu sempre o colocando para fora.
— Ainda bem, não sabia que minha mana era tão atirada assim.
Ela sorriu e falou.
— Nem sei como falar, tentei contar para o pai, mas ele não me
deu chance, e você em segundos descobre e declara para a mãe.
— Se parar com a preguiça mana, eu lhe ajudo, mas tem de pa-
rar de fazer corpo mole.
— Corpo mole, não imagina o que duas crianças geram de ânsia
de vomito e não poder falar nada.

684
— Hora de falar, de ser, e me explicar o que você quer mana,
pois ainda quero lhe ensinar algo, e não me leve a mal.
Ele se levanta, toca no peito, o som era o que mais deixava evi-
dente a parada temporal, leva sua irmã ao quarto, ela parecia meio
incerta, pois o que ela queria não era isto, ela sente ele tocar sua cabe-
ça e sente paz, ele toca sua barriga, ele sente os fetos, ele toca eles os
adulterando geneticamente, Renata nem sentiu além do irmão, de algo
que ela queria de outra forma, mas quando saiu, olhou o irmão dife-
rente.
Pedro sai do quarto e Renata a porta olha ele tentando entender
seus sentimentos, parecia confusa naquele momento.
O menino chega a parte das pizza e Maria, a mãe para ao lado.
— Descobriu como?
— É só observar mãe, ela estava enjoada muito, ficando em casa
ninguém percebia, ela raramente fazia comida em casa durante o dia,
pois isto a gerava mais enjoo.
— E quem é o pai?
— Mãe, neste momento não é a hora desta discussão.
— Porque?
— Todos falam de Pedro Rosa, e estar ao lado dela por estar
gravida para entrar nestes lugares, vira motivos, e ela não precisa deste
tipo de motivo no momento.
— Quantos meses?
— Para ter aura, próximo do terceiro mês já.
— Viu na aura, esqueço que você é especial filho.
— Ainda tenho de entender o que sou mãe, as vezes acho que
eu abuso das coisas, pois sei agora como os controlar, e odeio isto.
— E não quer os controlar?
— Não como posso mãe.
Maria olha o filho pensando em uma coisa, ele estava falando de
outra, e não conseguia ver algo diferente em Pedro.
No fundo o deputado falava com o desembargador e sente al-
guém o segurar pelo ombro, ficou pensando em algo forte, como uma
rocha, ele se vira e olha João tentar lhe acertar o nariz, e recolher a
mão e a sacudir com dor.
— Pensei que estava lhe dando uma dica João, cresce.
Pedro chega a região das pizza, pega uma fria, ele gostava delas
mais frias, menos fermentadas, e seu pai ao seu lado.

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— O deputado está pedindo desculpas para o desembargador,
você provoca e o senhor que se estressa.
— O problema destes seus amigos de jogo, é que no lugar de fa-
lar para o filho, não soca o pirralho, ele fica se fazendo, mas o desem-
bargador viu que ele tentou de novo, o deputado não.
— E porque disto?
— Quem manda ele pedir minha namorada em namoro e ela
não ter como dizer não, se ele quer a namorar, vai ter de enfrentar o
Pedro, lembra dele pai.
— Vê se não dá um show pessoal, eles lhe matam.
— Que novidade.
João chega ao lado de Rita, a mãe dela estava ali e fala.
— Fica longe menino, não quero você perto de minha filha.
— Mas não era para ela o soco.
— Olha em quem bateria, isto é coisa de covarde rapaz, some. –
Fala a mãe de Rita.
João olha com mais raiva para Pedro, mas olha aquele senhor
entrar pela parte do fundo, e chegar ao menino.
— Moreira, pensei que não viria.
— Você me colocou a correr, fazer o que.
— Fazer o que, se você acreditasse em outras vidas paralelas, lá
você assumiu esta parte, na data da morte da sua mãe.
— Não acredito nisto mesmo.
— O ser de lá que fala uma frase, que um bilhão de dólares, é
trocado, pois sem isto não gira um dia de sua maquina de fazer dinhei-
ro.
— Alguém rico?
— Com tiro melhor que o seu, com amores na vida, mas aquela
parte do universo é mais agitada, lá eu tenho 4 namoradas.
— Certo, um outro Pedro.
— Sim, um outro lugar, talvez por isto lá o desafio seja triplo,
aqui parece que será apenas parte do problema de lá.
— E se não for?
— Morremos. – Pedro tão friamente que Moreira olha ele serio.
— Qual o problema deles lá?
— Uma ejeção de plasma do sol, a 70 mil graus, e que a atraves-
saremos por mais de 100 horas.
— Torraríamos, quer dizer, nem cinzas sobrará.

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— Lá eles sobrevivem, e tem o maior enterro humano no dia se-
guinte, mas ainda não aconteceu, mas é as previsões.
— Um enterro de quanto?
— Deixar claro que eles lá tem quase 8 bilhões de humanos, nós
temos 2 bilhões a menos. Um enterro de um bilhão de 500 milhões de
humanos.
— E porque da reunião?
— Lhe apresentar alguém, que não conhece, e que parece que
nunca conheceria.
Pedro chega ao lado de Kelly e fala.
— Kelly, este é Moreira, ele que nos gera estrutura quando pre-
cisamos em locais que pessoas como eu e você não entramos.
— Locais?
— Ele é perigoso. – Pedro tirando sarro.
Moreira estica a mão e olha nos fundos aqueles olhos e fala.
— Com certeza se tivesse visto este olhar não esqueceria.
Kelly sorri e Pedro sai no sentido de Rita e fala.
— Desculpa, não previ isto.
A senhora olha para Pedro e pergunta.
— Não entendi, não estavam namorando?
— Ela me deu o fora hoje senhora, e trouxe o namorado para a
festa, mas vim apenas ver se ela estava bem.
— Foi de raspão, mas se cuida, ele não parece ter desistido.
Pedro sabia disto e chega a mesa que o desembargador falava
com o Deputado e fala.
— Deputado, tem de ensinar politica para seu filho, ele como es-
tá hoje não vai lhe suceder.
— Pelo jeito o provocou?
— Não, é que estava namorando a filha do desembargador, e
como ele é o atual namorado, apenas quis marcar espaço, nada que
não tenha vivido varias vezes – mente Pedro sorrindo por dentro, pois
nunca tivera uma namorada – mas apenas uma dica, ele tem de apren-
der a respeitar o anfitrião, nem todos entendem que é apenas hormô-
nios sobrando.
O desembargador sorriu e falou.
— Terminaram mesmo?
— Sim, não saiba quem era o escolhido, mas entendo que o filho
do deputado é bem mais rapaz que eu, deve ter sido bem para ele

687
tomar uma posição que ela me pediu em namoro – Pedro olha para o
Deputado – mas não precisa facilitar para seu filho, pois ele ficaria mais
insuportável.
— E foi lá para provocar?
— Eu apenas cheguei lá, não sei o que Carolina pensou, mas
quem sou eu para entender disto.
Pedro olha para o rapaz que viera para ajudar e fala.
— Consegue um suco de laranja.
— Sim senhor Rosa.
Pedro olha o rapaz, e fica a pensar no que era a responsabilidade
de algo assim.
Pedro estava olhando os demais e ouve.
— Não ouviu menino?
— Desculpa, estava na lua.
O senhor sorriu e perguntou.
— Conhece aquele senhor de onde? – Fala o deputado olhando
Moreira.
— O único senhor que se recusou a apostar na minha morte de-
putado, se for falar mal dele, lembra, ele não apostou minha morte, o
senhor sim.
O desembargador olha o deputado, isto sim era ser direto e ou-
ve.
— Tem cartadas que valem uma reeleição.
— Sim, apostar dois mil e tirar duzentos mil, quando não me ma-
taram na primeira semana, apostar 20 mil para terem um milhão de
premio, mas não se estressa deputado, meu pai queria ter apostado
minha morte.
— E não se preocupa?
— Não serei eu o desempregado no dia seguinte se eles conse-
guirem, e nem os funcionários da Rosa, pois sociedade anônima é para
não parar estas coisas.
— E quem será os desempregados? – O desembargador.
Pedro não respondeu e olhou em volta.
— Mas aquele senhor, poderia ser um empresário, e a morte da
mãe dele o tirou das ruas para um emprego de quinta, mas mostra que
curvas da vida, mudam ela toda.
— Não entendi.

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— Deputado, seu pai era deputado, seu avô era deputado, nada
que eu fizesse, mudaria a historia de seu filho.
— Mas pessoas a rua sem educação sofrem mais, é o que quer
dizer. – O desembargador.
— Espero que seja senhor – Pedro olha o filho do deputado - es-
pero que esteja com razão.
O rapaz traz o suco e Pedro vai a parte do fundo, pega uma en-
comenda do Japão de Escalopes Gigantes, ele pega um na embalagem
de viagem, admirava o mundo moderno, tirado do mar a 72 horas, e já
estava na sua mão no Brasil.
Ele pega um carvão e coloca a churrasqueira, coloca e acende o
fogo, coloca uma grelha sobre o fogo.
Ele pega a faca, força a ponta, abre a grande escalope, separa
uma das partes e pega a outra, lava a parte interna, corta em pedaços
menores, lava meia casca e com um pouco de agua e sal, devolve ao
fogo.
O desembargador olha para o menino e pergunta.
— Agora vai comer algo?
— Senhor, um escalope gigante no Japão a mesa, não sai por
menos de 40 reais, no Brasil teria de cobrar no mínimo 120, então vou
provar para saber se meu fornecedor no Japão mandou os melhores
mesmo.
— Eu nunca provei isto, é nojento. – Deputado.
— Bom, sobra mais. – Pedro também não mas não falaria.
O desembargador viu ele por umas 5 no fogo, não mais, cozi-
nhando na própria casca.
O desembargador chega ao lado e fala.
— Em Brasília já vi cobrarem 500 reais por um destes.
— Deputados comem com nossos impostos, para eles o dinheiro
não tem valor, isto é um dos problemas do Brasil, políticos e desem-
bargadores, desculpa a critica, saberem o valor do dinheiro.
— Valor do dinheiro? – O senhor.
— Eu monto algo assim, com 18 milhões de dólares senhor, mas
se fosse uma obra publica, ela não sairia por menos de 500 milhões.
Mas quem paga esta diferença são os impostos, então quem segura o
país em parte, é o manter de uma roda manca.
— Quer dizer que isto custou tudo isto?

689
— Senhor, eu comecei a reservar hoje locais neste lugar, com as
reservas, já tenho 15 dias de lotação máxima, a partir da inauguração,
mas apenas de diárias, nestes quinze dias, entra pouco mais de três
milhões, ser empresário, é saber administrar custos, quem dera os
políticos tivessem este compromisso.
— Acha que devemos fixar gastos?
— Não disse isto. – Pedro tirando um dos Escalopes do fogo.
— E o que quis dizer.
— Administrar custos, é conter altas, quando possível, penalizar
mercados mais lucrativos em prol dos menos lucrativos e essenciais, ou
acha legal termos de pagar quase metade da conta da luz, em impostos
em empresas que pagam dividendo a acionistas desembargador, em
uma estatal, pessoas ganhando em uma empresa que em teoria, é
fundamental ao crescimento, nos ombros dos pobres, pois desculpa,
duvido que saiba quanto o senhor gasta de luz, mas o pobre sabe, sai
do salario mínimo dele.
— E vai ser politico?
— Não, deputados são para ser eleitos, fazendo o que pedimos,
não para por a empresa na mira, vocês adoram tirar o foco dos corrup-
tos e colocar em investidores, se for para apoiar uma ideia, eu apoio,
mas se for para a tirar de lá, é mais fácil ainda.
O desembargador olha a churrasqueira e pergunta.
— Posso experimentar?
— Sim.
Pedro fez sinal para Ma que chega e olha para o fogo e fala em
Cantonês, talvez se tocando que o menino dominava somente esta
parte do idioma.
— Algo bem menos pesado, mais meu estilo.
— Sinta-se em casa.
O rapaz se serve, o grupo dele chega e Pedro colocou mais 5 no
fogo e Ma falou.
— Pelo jeito gosta de um fruto do mar.
— Gosto de sabores diferentes, mas alguns deixo para vocês.
— Alguns?
— Tofu deixo para vocês.
Ma sorriu e outros apareceram e o deputado foi falar com o fi-
lho, e o desembargador fala.
— Ele nem viu o filho tentar lhe acertar de novo.

690
— O não olhar o que o filho faz, pode ser um bom motivo para
não votar em alguém. Mas ainda não voto.
O senhor viu o menino se despedir e subir, para ele havia acaba-
do o dia.
Carla olha os pais e o menino subir, não sabia o quarto, não teria
como bater em todas as portas e olha a irmã menor.
— Alguém foi mais rápida que eu, mas amanha eu volto a dispu-
ta. – Fala Carla olhando em volta.
— Minha irmã disputando alguém, isto eu nunca vi.
Sergio fez sala, mas falou pouco, ele observava muito, ele repara
nas intimidades do senhor Moreira e a Engenheira da RR, Roseli não
gostou daquilo, pois sabia que teria problemas em manter a moça na
empresa do pai, ciúmes de algo que o irmão nunca assumira, mas não
teria como falar isto, ela impôs algo totalmente ao contrario.
Pedro deita a cama e adormece, estava pregado.

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Pedro acorda cedo, olha para fora, todos
dormindo, na baia se via os barcos dos pescadores,
alguns passavam olhando, Pedro não sabia se falan-
do bem ou mal, provavelmente mal.
Pedro sente a energia da floresta a frente,
chega a beira do cais, numa lancha, ele não tinha
autorização e nem experiência para barcos a motor,
olha em volta e pensa em um caminho e este surge
sobre a agua e ele foi caminhando, olhando de lon-
ge dava a impressão de que ele andava sobre as
aguas.
Ele chega a beira de uma trilha e caminha por
ela, ele chega a uma região aberta em meio ao
mangue e olha o Curupira do dia anterior, ele olha ele e sorri.
Pedro sente que outros Ciguapas aparecem a volta, ele olha e
repara que as Sereias olhavam ao fundo, os Otato também, eles queri-
am saber o que estava acontecendo.
Pedro chega perto e sente que algo estava errado, e pelo jeito
eles achavam que ele poderia resolver.
Pedro olha os seres ao longe, alguns se aproximando, pela cor se
diria, 4 espécies, pela cor dos cabelos, pelas faces, eram seres que niti-
damente existiam em duas formas, a jovem do rapaz a frente e os mui-
to jovens, nada lhe aparentava mais do que sua idade.
O rapaz chega perto e toca a cabeça de Pedro com a palma da
mão, Pedro sente a sua proteção lhe proteger do cristal, ele era está-
vel, mas era infectado.
“Não sei se me entende humano?”
Pedro sacode a cabeça afirmativamente, Pedro não parou para
pensar que ele poderia entender ao contrario, e por sorte de Pedro o
ser entendeu como sim.
“Não sei se teria como nos ajudar?”
Pedro olha o ser e fala.
— Me entende?
Pedro sente o ser lhe responder a mente:
“Sim!”
— Qual o problema, como saber se tenho como ajudar?

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Pedro sente o ser, estranho como as informações vinham a ele
em vibrações e ouve.
“Somos uma sociedade que era escrava do cristal, um dos nos-
sos grupos saiu, mas em contato com NOSSA MÃE nos reproduzíamos e
tínhamos uma vida curta e de informação, separados dela, vivemos
muito, mas não chegamos a idade reprodutiva.”
— E vocês são passiveis de tocar sem ser infectados pelo cristal?
“O cristal nos mantem como espécie, pois nos transmite o que o
ser ao lado sabia, mas seu mundo é muito húmido, os cristais tem me-
do de se desfazer, então nos mantem saudáveis.”
— Já pensaram em aprender a escrever?
“Não entendi!”
— Humanos, a praga a toda sua volta, deixa de ser um animal
para ser um ser inteligente, quando consegue sem ser preso a nada,
uma forma de passar a frente o que conheceu, a 300 anos, tudo era
escrito manualmente, com o desenvolvimento de métodos de transfe-
rência de conhecimento, em apenas 300 anos, pulamos da era da fo-
me, para a era da fartura.
“O cristal começa a dizer que você é um inimigo!”
— Se não querem ajuda, porque pedem?
“Ele mente!”
“Porque nos omite a verdade?”
“Ele quer nossa morte!”
“E porque ele iria querer isto?”
Pedro que estava com a mão do ser encostada a sua ouvia a dis-
cussão entre a infecção e o rapaz a frente, e pergunta.
— Tem de entender que não é o cristal o seu problema, não sei
seu nome, mas o problema, é genético, pelo que sinto, vocês fazem
parte de um mundo fechado, cada um de vocês, os cristais que chega-
vam, eram um ser único em milhares de seres, mas o problema de
reprodução não é gerado pelo cristal, e sim, pela genética.
“Como assim?” – O cristal dentro do rapaz.
— A frequência de nosso sol, ao céu, nos dá uma frequência
menor do que a dos cristais.
“Mas teria como ajudar?”
— Posso tentar, mas não posso ter certeza antes, pois pelo que
vejo, estão a muito tempo neste tamanho.
“Eu a mais de 25 x 100 x 100 x 100 rotações do planeta.”

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Pedro teria de pensar sobre este valor, e fala.
— Se aceitar minha ajuda.
“Se aceitar ser da família.”
— O que seria ser da família?
“Teria 3 companheiras para cada tribo, enquanto viver”
— E seria me permitido ajudar ou apenas olhar o problema?
“Porque?”
— Todas que vierem a ser minhas companheiras, para que possa
as ter como minha família, e as ajudar, eu livrarei do cristal, então se
não concordarem com isto, mantemo-nos como vizinhos!
Pedro pensava que os seres recuariam diante de uma exigência
destas e o cristal dentro do rapaz fala.
“São apenas fêmeas!”
Pedro olha para o rapaz que ainda tocava sua cabeça e faz um
sinal com outra mão, Pedro não as mediu, mas eram 3 seres de cada
espécie.
Pedro fica meio sem saber o que fazer, pois as 12 moças surgem
naquele clareira, e vê os demais saírem, ficarem mais afastados.
Pedro olha para elas e faz sinal para sentarem, sentando-se ao
meio, ele via os demais lhe olharem e pensa em como poderia ajudar,
ele teria alguns problemas, e um era genética. Toca o peito e o tempo
para, ele não queria gente vendo demais.
As especificações genéticas que o Angelical a sua mente lhe pas-
sava, o fez tocar o peito e olhar as moças.
— Conseguem falar algo?
As 12 falaram algo, ele no centro sente aqueles 4 estilos de agu-
do, pareceu um trovão agudo, chegando por todos os lados.
Pedro sente os cristais e sente a aura dele passar pelas meninas,
começava temer ter entrado em algo que não teria forma fácil de enca-
rar.
Pedro sente a aura concentrar os cristais ao centro, e fala.
— Desculpa se doer um pouco.
Elas tentam responder e viram a dificuldade de emitir qualquer
som, a mente era controlada pelo cristal.
Ele chega a primeira e lhe toca a cabeça e sente como se ela fos-
se um ser programado, não entendeu, sente a genética dela, como
sentia dos demais e olha que os seres a volta passam a ter a mesma
aura, todos eles.

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— Mantem a calma, apenas isto.
Ela olha ele com um rosto quase impávido, como se não sentisse
nada, mas estaria ali.
Os pensamentos de Pedro foram para se alguém criaria uma
parte feminina apenas para reprodução, acha as confecções dos pés,
da cor da pele, da frequência que recebiam a luz solar, sua única refei-
ção, ele estava tocando a cabeça da moça e fala.
— Tenta falar agora.
— O qquer fexxx!
— Bom.
As demais a volta sorriem, pois uma delas conseguiu falar, esta-
vam todas observando, sem saber que fora do circulo ninguém via
estes momentos.
Pedro olha a cor da pele dela ir a uma cor bem branca e ela fala.
— Que cor é esta?
— O da frequência de nosso sol.
Ele olha para ela e sente a dor nos seus olhos e ela olha os pés
irem a posição frontal, sente os ossos mudando de posição, ela grita de
dor naquele tempo estático.
Pedro a segurava, ela tinha agora lagrimas aos olhos e fala to-
cando a cabeça dela com as duas mãos.
“Me ouve?”
“Sim, vai falar através do toque como o cristal?”
Estavam parados na clareira, e a moça sente aquele queimar por
dentro, e Pedro olha para ela aos olhos, ela não entendeu, mas ele fez
isto com as 12 meninas, e quando volta ao centro, olha elas e fala;
— Apenas não estranhem os demais. – Pedro olhando, tinha 4
cores de pele a volta, pois parecia, que a frequência do sol, em cada
uma delas, gerava a cor, estranho em algumas coisas parecerem a
mesma espécie, em outras não.
Pedro toca o peito e o Curupira ao fundo olha o menino se le-
vantar e fazer um gesto para as moças se levantarem, ele olha o cristal
ao centro da clareira.
Pedro abre uma porta para o apartamento em Curitiba e faz os
quartos para cima, olha para as moças e fala.
— Não destruam o quarto, eu volto.

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Elas sobem para a cobertura, o sol agora lhes parecia fazer sor-
rir. Pedro abre a porta de volta e volta a clareira e olha o rapaz chegan-
do ao local.
— Agradeço se não contaminar nossa comida com isto.
O ser chega a Pedro e pergunta.
“O que fez com elas?”
— Interagir requer se misturar, mas como disse, estou estudan-
do o problema, se for simples assim, temos como resolver, nem que
aos poucos, mas algumas coisas mudarão, como a cor da pele.
“Referente ao cristal, não se preocupa, eles não estão conse-
guindo chegar a idade adulta, o nosso recuar, recua mais de 90% de-
les.”
Pedro toca no cristal, estranho, as pessoas estavam contamina-
das e aquele ali, agora fora das pessoas não eram reativos.
Ele toca os dois lados da pedra e a cristaliza em pouco mais de
uma bola de 5 centímetros de raio. Põem no bolso e começa a voltar, o
ser ao fundo olha para o rapaz que os representara e fala em um agudo
que Pedro não entenderia, mas que afastou as aves.
— Humano poderoso este, muitos dos nossos o seguiriam.
Pedro se afasta, caminha sobre a agua novamente e chega ao
hotel e olha para a pequena Cristiane, irmã de Carla a piscina.
— Alguém acordada pelo menos.
— Pensei que todos dormiam, vem de onde andando sobre a
água? – Ela olha o mar – Este truque eu vi na internet.
Pedro olha para a região do café da manha, sua mãe havia colo-
cado gente para preparar e viu Sergio saindo pela porta e lhe olhar.
— Podemos conversar Pedro.
— Sim.
— O pessoal está com as datas confirmadas, mas acha que o
programa do SBT é uma boa ideia?
— Problemas?
— Credibilidade do programa.
Pedro sorriu e falou.
— Sergio, programas simples, ainda temos como influenciar, os
mais caros, impossível ainda.
— Certo, mas tem planos.
— Sim, este é um programa local, mas vamos promover algumas
coisas, não vejo a hora de começar a agitar.

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— E todo este agito?
— Sergio, eu estou começando, mas tenho de pensar e não sei
ainda como será meus próximos anos, mas posso ter algumas certezas,
e uma delas, deixamos de transmitir para fora, segunda, o deputado
está assustado, terceiro, as pessoas certas parecem começar a se apro-
ximar e por fim, estou mais calmo.
Sergio viu ele servir um café e subir para uma das coberturas, e
senta-se a varanda alta do jardim suspenso e olha em volta.
Pedro olha em volta e pensa em como seria sua vida, pensava
quando sente alguém lhe abraçar pelas costas.
— Vai me aceitar com namorado? – Rita.
Pedro se vira para ela e fala.
— Rita, porque foge?
— Você é uma criança ainda.
— Não gostou pelo jeito.
— Não disse isto, mas parece querer um arem.
— Rita, eu querer algo e ter algo, é diferente, mas não posso fu-
gir das pessoas que me fazem sorrir, e você é das poucas que mesmo
me dando o fora, me faz sorrir.
— Não levou para o mal?
Pedro sorri e a beija.
Na parte baixa João olha da praia e seu pai ao lado fala.
— Tem de entender que este dai não tenho como tirar de seu
caminho filho.
— Pelo jeito é serio que tentou.
— Sim.
— Pai, eu não me apego tanto assim, se ele quer ser o segundo,
problema dele.
O deputado viu o filho olhar em volta e falar.
— Vamos embora quando?
— Vim porque pensei que seria uma boa ideia, mas parece que
meu filho não entendeu que politica se faz na diplomacia.
— Diplomacia não nos leva a frutos novos pai.
— Sim, nos tiram deles, mas vamos antes dos demais se levanta-
rem.
Pedro olha Rita aos olhos e fala.
— Porque parece ainda querer fugir.
— Você me põem medo.

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— Medo?
Ela sorri e fala.
— Não sei conter os sorriso com você Pedro, pareço boba na sua
frente, isto me dá medo.
Pedro sorri e descem para o café.

Continua...

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