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Prefácio
Di
Confesso:
quando
o
Di
me
disse
que
o
livro
estava
pronto
e
que
estava na hora de fazer o prefácio, tremi nas bases. Afinal, nunca
tinha lido nenhum texto dele, nunca soube de seus talentos
literários, o cara jamais havia escrito outro livro. E de repente ele
no prefácio do livro; mas ao mesmo tempo, em respeito à nossa
amizade, não podia mentir, elogiar algo que não tivesse gostado.
Pois
qual
não
foi
o
meu
alívio
ao
ler
o
texto,
ainda
numa
apostila,
e
perceber
que
a
preocupação
se
dissipara.
Esquecendo
minha
condição
de
“crítico”
embarquei
na
viagem
do
Di
e
degustei
o
texto
em
uma
talagada
só!
–
mais
do
que
isso,
me
emocionei
em
algumas
passagens,
nas
quais
me
deparei
com
imagens
e
situações
que
iluminaram
reminiscências
que
julgava
perdidas
para
sempre.
Observem
esse
pequeno
trecho
e
me
digam
se
exagero:
“Sentado
na
janela,
observava
o
pequeno
quintal
onde
havia
um
tanque
de
lavar
roupa
de
cimento
áspero.
Uma
escadinha
feita
com
enxada
aproveitando
o
aclive
do
terreno
dava
acesso
para
a
parte
de
terra
em
que
havia
um
limoeiro
carregado
de
limão
siciliano,
as
folhas
verdes
contrastavam
notavelmente
com
os
frutos
amarelos.
Sobre
os
vasos
de
antúrio
vermelhos
enfileirados
ao
lado
da
parede,
havia
gaiolas
de
madeira
com
canários
do
reino,
ervas
aromáticas
secando
penduradas
e
amarradas
em
ganchos
de
palha
seca,
avencas
por
todos
os
cantos...”
Por
último,
vale
registrar
também,
que
o
livro
do
Di,
não
acontece
por
acaso.
Ele
chega
num
momento
em
que
a
cidade
parece
respirar
ares
de
uma
retomada
artística/cultural.
E
a
inauguração
desse
espaço,
Casa
Pinheiral,
que
abriga
o
lançamento
do
livro
do
Edmundo
Raposo,
só
vem
reforçar
essa
espécie
de
“renascimento”.
Uma
cidade
sem
arte
e
cultura
é
uma
cidade
sem
alma,
mais
uma
razão
para
acolhermos
com
admiração
a
chegada
deste
primeiro
livro
do
Di.
Só
nos
resta
torcer
agora
para
que
outros
livros
se
sucedam
e
consolidem
cada
vez
mais
o
trabalho
deste
novo
escritor
que
estreia
na
cena
literária
da
nossa
cidade,
com
o
instigante
“A
casa
das
Meninas-‐
Senhoras”.
despedir.
É muito cedo.
Desses desfiladeiros.
Pássaro
E atravessa o nevoeiro.
Passa
Johnny,
Então,
Nenhum vício,
Só alívio.
* * *
Naquele momento em que pressentiu a morte
preocupação deles.
INTREPIDEZ
de Riga.
na cor branca dos dentes. Ela era mais velha que a minha
prevalecia.
Desde pequeno, sofro de claustrofobia e, na sala
antes olhar pela fresta com cautela, como quem não quer
amarelo e verde.
Deixe estar
Deixe estar
Deixe estar
Deixe estar
Deixe estar
mãe era uma beata, por conta disso, queria que ele fosse
abalado, que, em uma das igrejas que ele foi com sua mãe,
catequese.
o quintal.
Enfim...
vivos.
irmã mais nova, que era agora, com certeza absoluta, mais
ele profetizava.
vivaz, cantarolando.
Nesse instante, começa a chover e, como não havia
cantante latino.
bailarinas.
Entramos, contudo deveríamos ter recusado o
ENCANTAMENTO
corpão.
serem amadas.
por isso que aos vinte e um anos decidi dar um fim a minha
“Permita-me?”.
hoje?”
família espanhola”.
coração?”
ombros.
AMOR E PAIXÃO
os discos.
A CIRANDA
a homenagem.
desconhecido.
caminho da entrada.
cantada.
drinques.
estadunidense.
braguilha.
por isso.
O POEMA
E, no desvario seu,
o lugar mais bonito, lá, Deus Pai estará olhando por você e
os seus”.
Em outra imagem estava Allan Kardec, que deu seu
Pai.
Jesus fez seu percurso antes do que nós. Como Ele foi um
Terra.
perdoou a todos.
presente e futuro.
Universo.”
diferem em nada do que foi dito por Ele”. Piscou com o olho
podem dizer”.
palavra.
“Pois bem, meu filho, para responder essa pergunta, se
na cruz.
em espiritualistas e altruístas”.
está guardado”.
tal situação!”
tal exorbitância.
calça jeans.
enfatuado dera com a sua mãe. Até então ele nunca havia
Eles passarão
Eu passarinho...
Seus pais, por um momento, não sabiam o que dizer,
cor laranja, que ele mesmo mandou fazer sem que seus
O LICOR
água benta?”
silêncio.
fazenda não ficava perto e ele fazia render o dia. Pois bem,
Chevrolet preto.”
ela a receita.
Na casa das Meninas-senhora, sentamos com certa
tinha sumido.
que anda fazendo? Ainda fala com gente como eu? Deus
Ainda estão todas aí. Veja, aqui está uma delas. A Nossa
Mãe
realidade.
Oh, bebê!
Oh, bebê!
Achei que ele queria dizer Jesus Cristo, não interferi. Sabia
Elizabeth.
“Tem bandido bom sim, meu querido rapaz”, falou com voz
novo, bem, ele teve que matar uma pessoa pra poder
maneira.
casos, pra que vocês não corram perigo, sabe como é, vira
Talvez seja por isso que estamos unidos até hoje. Para
alma.
Ducar Dromonde colhe flores e vai colando-as no
bom”, claquetei.
da cidade.
maconha.
por que foi espiá-la. Sem o menor pudor, responde que até
logo mais à frente para o rapaz e depois para ele, mas não
um bom dinheiro.
prosseguirem.
De volta à viagem, num aparelho de tocar música que
SONHO E REALIDADE
quarto.
carinhosa.
APACHE
local paradisíaco.
que passava por aqui era muito ruim, mas tinha seu
nessa região, por isso, fio, o lugar era muito bonito, mas
começaram esta obra que por sinal era uma coisa pros
suspirou.
de chefe.
Fazendo gestos com os braços para realçar a
contasse dinheiro.
os a todo instante.
engajadas na causa.
oferecido por uma moça que diz ser esposa do chefe dos
mulher do Geronimo.
Meninas-moça.
filho do Geronimo.
Ducar.
menino um playboy.
intimidade.
das residências.”
que vai dar a cor do seu gosto, pode usar a base de cal,
assunto.
zombeteiro.
O homem não parava de falar sobre o assunto, dando
estavam bem...
continuidade ao monólogo.
O SACRIFICIO
para conservá-las.
crianças um dia?
Minha mãe não tinha medo de nada, na verdade,
quase nada, o único temor dela era que o céu caísse sobre
Menina-senhora.
do candidato.
doença, isso tinha que ser vivido na hora de ser vivido, não
nossos corpos.
para urinar.
que ele gostaria. “Pelo menos, conte o que você faz nesse
do sonho.
Ducar não existia, que ele não estava ali, continuamos com
pois sua tia descobriu que era celíaca, justo ela que
médium.
anos, foi levada pela minha avó, para ser exorcizada por
lembrava do ocorrido.”
havia um lago fundo que não era tão pequeno, a tia era
todos e finaliza.
de nada.”
a despi-la.
Ducar sacode a cabeça, passa a mão no cabelo como
O IMPREVISTO
um final de semana.
que você está morta. Este desenho diz que você ainda
bituca esquecida.
Após algumas horas, a Menina-corpão acorda
casal que quase teve uma síncope. Pois bem, todos foram
conhecimento de causa.
Ducar e a Menina-corpão estavam desolados, quietos,
refletiu Ducar.
ENTRE OS PAIS
até um beco onde não havia uma alma viva, nem de gente,
jamais se fecham.
voz alta, fala em seu ouvido. Ainda diz que iria matá-lo
apenas com um tiro certeiro no coração para amenizar seu
da sua morte.
e que pedia para que Ducar jogasse fubeca por ele. Morreu
podia lhe deixar. Lastimou não ter abraçado seus pais com
mais frequência, principalmente a sua mãe que, por vezes,
liquido vampiresco.
Depois de várias cirurgias plásticas para modelar a
sua orelha.
FIM
Crédito
Musica
Let
it
Be:
“Let
It
Be”
é
uma
canção
dos
Beatles
composta
por
Paul
McCartney,
1. Don Juan DeMarco é um filme estadunidense de 1995, do gênero
romance, dirigido por Jeremy Leven e produzido por Francis Ford Coppola,
Michael De Luca e Fred Fuchs. Wikipédia
2.
A Festa de Babette: Babettes gæstebud é um filme dinamarquês de 1987, do
gênero drama, dirigido por Gabriel Axel, e com roteiro baseado em conto de
Karen Blixen. Wikipédia
1. Ensina-me a viver:
Harold and Maude é um filme estadunidense
de drama e romance de 1971 dirigido por Hal Ashby, com roteiro de Colin Higgins e distribuído
pela Paramount Pictures. Wikipédia
2. Poeminha do contra: Mario de Miranda Quintana foi um poeta, tradutor e
jornalista brasileiro. Nasceu em Alegrete na noite de 30 de julho de 1906 e
faleceu em Porto Alegre, em 5 de maio de 1994. [Biografia de Mario Quintana]
Agradecimento