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J. J.

Gremmelmaier

Aventuras de Joao
José,
um Escritor!
Primeira Edição

Curitiba / Paraná
Edição do Autor
2012/2018
Autor: J. J. Gremmelmaier
Edição do Autor
Nome da Obra; Aventuras de João Jose, um Escritor.
ISBN:
As opiniões contidas no livro são dos personagens, em nada asseme-
lham as opiniões do autor, esta é uma obra de ficção, sendo os nomes e
fatos fictícios.
É vedada a reprodução total ou parcial desta
obra.
Sobre o Autor;
João Jose Gremmelmaier, nasceu em Curiti-
ba, Paraná, Brasil no ano de 1967, formou-se em
Economia e atuou como microempresário por mais
de 15 anos. Escreve em suas horas de folga como
hobby, alguns jogam, outros viajam, ele faz tudo
isto, mas não abre mão de ficar a frente de seu computador, viajando em
estórias e nos levando a viajar com elas pelo mundo seja da fantasia ou não.
Autor de Obras como a série Fanes, Guerra e Paz, Mundo de Peter,
Heloise e Anacrônicos, as quais se assemelham no formato da escrita, por
começarem como estórias aparentemente normais, e logo partem para o
imaginário utilizando recursos que interligam de forma sutil e inteligente as
diversas estórias entre si, fazendo com que o leitor crie um certo grau de
curiosidade em relação as demais estórias.
CIP – Brasil – Catalogado na Fonte
Gremmelmaier, João Jose 1
Aventuras de João Jose, um Escritor, Romance de Fic-
ção, 20 pg./ Curitiba, Pr. / Edição do Autor / 2012/2018
1. Literatura Brasileira – Romance – I – Título
2. Literatura Fantástica – Romance – I - Título
85 – 0000 CDD – 978.000

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Aventuras de João
José,
Um Escritor!

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Estava projetando o segundo livro da série
Joao Loco, um conto biográfico como o primeiro ,
estava tentando escrever referente a um ano de
minha vida e surge este texto, mas como não pode-
ria passar o texto anterior para a fantasia, para o
incrível, ou mesmo para o imensurável, surgiu este
novo texto, onde vou manter os pés no chão, de
Marte, para escrever não a continuação de João
Loco, mas “Aventuras de Joao Jose, um Escritor”.
Alguns amigos podem se reconhecer em parte
do caminho, mas faz parte de mesclar fantasia e
ficção.

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“Se você me perguntar como se me-
ter em confusão, eu com certeza lhe direi, se
posicione na vida, sempre alguém vai ser
contra o que você falou, mas se você quer se
meter em todas as confusões possíveis, igno-
ra isto e fala com todos, apoiando quem
estiver a frente, sem se preocupar se você
acredita ou não naquilo, e independente de quem vier a sua frente
depois, faz o mesmo.
O que quero disser com isto?
Meu nome é Joao Jose Gremmelmaier, profissão, indefinida,
posição politica, encima e abaixo do muro, dos dois lados, amores
da vida, pessoas especiais que deixarei fora deste escrito:”
Estava iniciando a segunda parte de Joao Loco, pretendia con-
tar a parte do ano de 1993, mas parei ouvindo alguém falar comigo;
— O que esta escrevendo ai?
Ouvi esta pergunta, me lembrei que estava sozinho em casa,
me assustei, olhei para a mesinha ao lado do computador, um me-
nino pequeno me olhava;
— Quem é você? – Perguntei sem querer ofender, mas pela
cara do menino ficou obvio que ofendi;
— Não reconhece um filho?
Olhei ele com calma, e perguntei;
— Não deveria ser maior?
— Verdade! — Vi o menino de 14 anos pular no chão e come-
çar a crescer, ele me olhou e falou;
— O que esta escrevendo?
— Tentando escrever sobre as minhas obras!
— Quer saber o que acho? – Peter, o menino que criei para o
Mundo de Peter que por algum motivo que desconhecia, estava ali.
Rapidamente achei que deveria ser um sonho, mesmo não pare-
cendo um sonho, mesmo sabendo que havia saído da cama a pou-

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co. Será que saí? A dúvida veio a mente enquanto respondi automá-
tico.
— Fale?
— Acho que estou a muito tempo na maldição e não me tirou
de lá ainda!
— Quer estragar o fim da história?
— Não, mas você me deixou lá mais de 400 anos, e ainda não
quer me tirar de lá!
— Esta entregando parte da história, por que disto Peter?
— Ainda tem duvida do por quê?
— Não, mas o que pretende vindo para minha casa?
— Quem sabe consigo materializar-me em Comptche e re-
conquistar meu espaço!
— Sabe que estamos antes dos acontecimentos narrados, es-
teja a vontade! – Falei olhando nos olhos daquele menino, pensei
no que havia comido, para estar vendo coisas assim, se estava fi-
cando maluco e o menino falou;
— Acho que esqueceu de algo João?
— Esqueci?
— Sim, você me fez capaz de ler mentes!
Sorri, nesta ele havia me pego, volto ao computador com ele
me olhando e começo a abrir alguns arquivos.
— Por que criou tantos personagens, se você não faz o que
eles pregam!
— Por que não é para mim fazer, é para vocês fazerem!
— Acho que não entendeu, eu não vou voltar para o livro! –
Peter;
— Isto seria um problema a resolver, mas ouvi falar que seu
café é divino! – Falei para provocar, para ver a reação, deveria estar
dormindo, sonhando com o que acontecia ali, só podia ser isto, o
celular iria tocar a qualquer momento e me trazer a realidade;
— Estou ouvindo isto! – Falou Peter;
O menino saiu pela porta, para quem não conhece minha ca-
sa, é casa de pobre em um bairro de pobre, ela é composta de 6
peças interligadas por um corredor, que é a entrada da casa, então
temos um corredor que dá aos dois quartos da casa, continuando
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por ele, um banheiro a esquerda e uma micro lavanderia a direita,
depois duas peças no fundo onde numa temos uma sala e na outra
uma cozinha, nos fundos da casa, tem uma varanda, onde acumulo
os lixos de minha vida, e na frente tem uma outra varanda, onde
estaciono o carro.
Peter foi a cozinha e continuei a olhar para os livros, o baru-
lho dele a cozinha estava me incomodando, não sabia o que ele
estava fazendo, mas obvio, estava tendo minha vida invadida, mi-
nha privacidade, por um personagem de meus livros.
Levantei e fui a cozinha, e vi ele olhando para fora e pergun-
tando;
— Ainda mora em Curitiba?
— Sim, minha vida não mudou nada depois que escrevi vo-
cês!
— Acho que alguma coisa estranha esta acontecendo!
Estranhei, olhei para fora e vi o céu ficar negro, fui a varanda
para olhar melhor, ouvi alguém abrindo o portão, olhei um senhor
entrar com uma moça e me olhar.
— O que faz aqui? – Pergunta o senhor;
— Esta casa é minha! – Respondi;
— Acho que esta enganado!
Vi minha gata olhar um gato translucido se materializar a sua
frente, parecia que o conhecia, não se estranharam, olhei para o
senhor, e perguntei;
— Francisco?
O senhor me olhou e perguntou;
— Sim, quem é você?
Peter sorriu, mas não tirava o olhar da nuvem que se formava
e não resisti olhar para onde ele olhava e vi um imenso rosto surgir
ao céu e me olhar;
— Onde esta Gog? – Perguntou o rosto de uma imensa se-
nhora, até bonita, que me olhava, mas sabia que estava dormindo,
Magog não era real, não poderia ser.
— Sai daqui Magog! – Gritei e a senhora me olhou serio, en-
quanto sentia que Francisco chegava pelas costas olhando o rosto
se formando;
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— Quem é você insolente!
Peter olhou a senhora e falou;
— Magog, este é Joao Jose Gremmelmaier!
Francisco as costas pareceu falar algo que não entendi, mas vi
lobos translúcidos passarem por mim e se posicionarem como se
fosse brigar;
— Não acredito nisto! – Magog;
Vi um grande tornado descer do céu e começar a levantar tu-
do, assim que as casas do caminho se desfizeram vi o tornado avan-
çar sobre o que existia apenas em minha mente, a casa de Francisco
Pombo, balancei a cabeça, vi Peter jogar ao céu um pó branco e o
tornado se desfazer.
— Quem é você que se atreve a me enfrentar! – Magog.
— Peter Carson! – Aquilo estava fora de controle, nem mais
meus sonhos eu controlava.
Entrei, era muita maluquice para minha cabeça e comecei a
tentar entender o que estava acontecendo, sentei a cozinha, me
servi do café sem me tocar que quem o fizera foi Peter, estava gos-
toso, mas ainda era estranho aquilo, fechei os olhos e torci para
abri-los e ser apenas um sonho.
Abri os olhos e havia lobos translúcidos, Laikans, o senhor e
uma moça me olhando, eram Francisco e Dani, o menino ainda es-
tava ali e Peter acariciava a minha gata, olhei serio e perguntei;
— O que vocês querem?
— Você tem de terminar nossas histórias! – Dani;
— Vocês querem o que? – Falei;
— Terminar as histórias, você abandona parte das escritas pa-
ra escrever outras histórias, e não termina nenhuma!
— Acham que é fácil acabar uma história daquelas, eu amo
aquela história, se acabar, o que farei? – Falei desabafando, sei que
o texto de Pombo, de onde Francisco surgiu, estava faltando os
últimos 3 livros, Peter ainda teria de esperar terminar Carson &
Canvas, a série, e dai escrever 2436, e finalmente Eterno, onde pre-
tendo acabar a história, mas tive de deixar um pouco de lado, tenho
de viver, trabalhar um pouco.

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— Você é um preguiçoso, por isto não acaba a história, eu
quero sair da maldição!
Estava ouvindo Peter reclamar, ele tinha razão, depois de um
tempo, para conseguir terminar algo, criei outras estórias, como
Magog, que foi do começo ao pseudo-fim, criei outros inicios de
histórias, mas não voltei a história dele para terminar, talvez ele não
entendesse, eu escrevi que ele foi posto em uma maldição, mas foi
uma péssima ideia, ele era o centro daquela historia, não outra pes-
soa.
Estava tomando o café, vi que Francisco se serviu e olhou pa-
ra mim;
— Não sei o que pretende com 2435, pareci um velho sem
função naquela continuação, nem sei o que será de mim até chegar
lá, mas sei que não gostei do papel que me coube naquela historia,
viver na Argentina, não tinha algo melhor para mim?
— É fácil reclamar Francisco, você não escolhe seu destino, se
dá bem mesmo tudo indicando o contrario, mas na realidade, nem
sempre o caminho que escolhemos dá fruto!
— Vai reclamar, parece um velho chorão! – Dani;
Sorri, a menina era bonita, olhei os seres a volta, todos imor-
tais, não como eu, eram seres que mesmo que me fosse, estariam
eternizados, mas deveria estar ficando louco.
Ouvi um estrondo do lado de fora, e vi Peter se levantar, ouvi
um som estranho como se uma rolha estivesse estourado, segui
pela porta e vi um imenso portal aberto, olhei por ele, as casas dos
vizinhos já não estavam ali, o tornado pareceu real, mas a casa de
Francisco estava pelas costas, com o grande templo, pensei que
realmente deveria estar dormindo, quando vi uma moça, com uma
roupa transparente, translucida, atravessar o portal e Peter sorrir;
— Pelo menos nisto pode ser bom estar aqui! – Peter;
A moça olhou o menino e falou;
— Meu rei, onde tem se escondido?
Ouvi Francisco olhar para a moça e falar;
— Dalila, quem mais falta a esta festa?
— Francisco, Dani, e quem é este velho ao lado?

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Sorri, era mesmo um velho, acabado pelo tempo, disposto a
continuar a escrever;
— Este é o senhor Gremmelmaier! – Francisco;
Dalila com uma leva de guerreiras Amazonas sai pelo portal e
me olha, ela me rodeia uma vez e olha para Peter.
— Como algo assim pode criar um complexo mundo como o
nosso?
— Não sei Dalila, mas estou querendo que ele se posicione,
quero viver o fim da aventura dele para podermos viver nossas vi-
das!
— Ele não quer escrever?
— Fica enrolando em outras pequenas histórias e não acaba a
nossa!
— Quer que as meninas lhe ensinem uma lição?
Sorri, pois era algo impensável ser devorado por Amazonas,
não pretendia entrar no cardápio alimentar delas;
As Amazonas me olhavam, com aqueles corpos bem forma-
dos, em suas vestes que nada escondiam, fiquei pensando se estava
a cada segundo em um sonho mais profundo, o que viria depois
disto;
Dalila me olhou e perguntou;
— Por que sinto como se estivessem me escondendo algo?
— Talvez por que não deveriam estar aqui? – Respondi ela lhe
olhando, mas sabia que o problema, naquele segundo estava se
ampliando, vi Tesália, a prima de Dalila entrar pela porta de minha
pequena cozinha.
— O que fazem aqui? – Tesália;
A olhei, será que eu as criei tão bonitas ou toda a criatura é
linda aos olhos do criador?
— Ela é linda mesmo! – Respondeu Peter;
Fiquei sem jeito, nem meus pensamentos estavam mais segu-
ros, o que poderia fazer a partir daquele momento;
Fui a sala e desliguei o computador, olhei para o pessoal e fa-
lei;
— Sintam-se em casa, mas tenho de trabalhar, acordei mais
cedo para tentar escrever, mas não deu certo hoje!
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— Vai ficar perdendo tempo com aquele salariozinho quando
poderia estar terminando nossas historias? – Peter;
— Fazer o que, na minha vida eu tenho de comer, não posso
ficar dias sem comer e sobreviver como você, então tenho de traba-
lhar, nem que pelos trocados que trabalho!
Fui ao quarto, me vesti, minha casa não tem muita privacida-
de, fazer o que, casa de homem solteiro, peguei a chave e fui ao
portão, eu toda manha ando, não mais de 20 minutos entre minha
casa e o trabalho, é minha caminhada matinal, pelo menos não en-
gordo tanto quanto se não andasse este pedaço;
Quando me afastei da casa pareceu que tudo ficou normal,
cheguei na Lan House que trabalho, atendo o pessoal no balcão, é
uma Lan com venda de equipamentos de informática, tem manu-
tenção de computadores e de play II.
O dia foi normal, pensei na ida para casa que deveria ter sido
apenas uma ilusão, embora não pareceu uma ilusão, sabia que não
era uma ilusão, apenas tentava me convencer disto.

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Chegando em casa, olhei para a rua
calma, a casa parecia destacada na parte
baixa, foi inevitável olhar para o terreno que
antes era vazio na Rua Cidade de Goioerê,
soube que ainda não havia acabado, pois ali
estava, a casa de Francisco, casa que estava
sendo desmontada, e o terreno cercado,
parei um pouco, pensando em recuar, mas algo me atraia a casa,
não poderia parar de viver por causa daquilo.
Desci com calma e entrei em casa, olhei para a garagem e vi o
Opala de Francisco, não estava nada certo, entrei na casa, e esta
não era mais a minha casa, era a que descrevera em vários livros, a
de Francisco, uma biblioteca a direita, uma sala a esquerda, com
teto alto, o corredor curto que levava a duas peças, o quarto e a
cozinha.
Mal cheguei a porta Peter olhou-me e perguntou;
— E dai, vai mudar de ideia, e terminar minha história?
Sem saber o que fazer, olhei Francisco a porta e desabafei;
— O que posso fazer, o que me resta além de escrever?
— Por que não muda tudo isto?
— Mudar como?
— Reúne os escritores, os conhecidos, faz alguma coisa, você
é J.J.Gremmelmaier, o ser que me criou, e vai ficar ai, esperando as
coisas acontecerem?
Pensei, quanta diferença da visão do personagem para a rea-
lidade, sentei-me ao computador, que agora estava na biblioteca e
olhando os livros falei;
— Teria muita coisa para organizar!
— Tem de priorizar algo, o que quer priorizar?
— Não sei, alguma ideia? – Perguntando a Peter, que coisa
estranha estava acontecendo, o que eu falaria, estava na dúvida,
minhas criações estavam ali.

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— Eu ajudo, primeiro vamos revisar todos estes textos, vou
ter de aprender Português, mas não deve ser mais difícil do que ler
alguns testos básicos da literatura Inglesa aos 10 anos!
Sorri e perguntei;
— Precisaria de um tradutor para o inglês, conhece alguém?
Peter sorriu, mas não falou nada;
Olhei para a porta e vi Francisco entrar, olhou para Peter e fa-
lou;
— Me explica o que esta acontecendo Peter?
O menino olhou para o senhor e falou;
— Nem tudo eu entendi ainda Francisco, mas meu tamanho
deve ser como ele me imagina, sei que na história seria um rapaz
demais de um e oitenta, braços fortes, mas estou como na descri-
ção inicial de meu personagem, mas vivi a história, já estive maior,
para mim é como olhar para o livro na estante e não saber em que
parte da história me encaixo!
— Disto que estou falando Peter, me sinto imortal, mas não
me lembro desta parte!
— Sinal que ele escreveu mais sua historia que a minha! – Pe-
ter falou olhando-me.
— Tenho de terminar a história dele para terminar a sua Pe-
ter, a história não é apenas sua agora, temos uma leva de pessoas
que estão envolvidas!
— Por que me amaldiçoou?
— Peter, eu estranho como estão as coisas aqui, Francisco
lembra de algo que vai acontecer bem ao futuro e não lembra de se
tornar imortal!
Francisco me olha e fala;
— Sei que serei imortal, mas não entendi como?
— Francisco, eu mudei recentemente os escritos que chama-
va de Bruxas, para Pombo, estes escritos estão no livro 7, você se
tornou imortal no livro 3, então sua história esta bem a frente do
que lembra!- Falei olhando para o senhor, não acreditava que esta-
va tendo aquela conversa;
— E porque não escreveu a minha história?

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— Peter, quando você foi amaldiçoado, você havia deixado
um plano para avisar os demais do que aconteceria, algo que você
mesmo sabendo que não adiantaria avisar, tentou alertar os seus,
isto vai gerar dois livros, o qual só escrevi o primeiro ainda, chama-
do Carson e Canvas! Onde explica parte dos acontecimentos, 5 anos
depois de sua maldição!
— Então esta escrevendo a história ainda, pensei que estava
lá parado a atender crianças no balcão e me deixando mofar!
— Estou escrevendo, mas tenho duvidas sobre o total da his-
toria, as vezes fico na duvida de que caminho tomar, quando escrevi
Fanes, era para terminar uma história, quando escrevi sobre Fran-
cisco, era para contar outra historia, mas devo acabar de contar a
primeira parte da história de Francisco, falta apenas três livros.
Francisco me olhou e falou:
— Porque tão longo?
— Complicado explicar, mas assim que terminar de escrever a
parte Pombo, pretendo escrever os 2 livros que faltam de Carson e
Canvas – olhei para Peter – Escrever a parte 2 e 3 da história de dois
de seus filhos!
— Quais filhos?
— Pietra e Paulo!
— Eles entrarão na história?
— Sabe que 2435 estabelece eles lá, mas ainda falta um pou-
co para terminar este conto!
— Não entendo onde quer chegar? – Francisco.
— Terminar como comecei, com a última caça ao caos, em
2436, para poder encerrar a historia!
— Mas fica escrevendo outras historias!
Olhei para Francisco e perguntei:
— Lembra de uma menina, quando você era jovem, que tinha
um arcanjo de proteção que a protegeu contra militares?
Francisco parou para pensar, me olhou e falou;
— Como faz isto?
— O que ele fez? – Peter.

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— Ele acaba de me passar em segundos, memorias de minha
adolescência na cidade, como se tivesse muitas recordações, entre
elas desta moça, que se chamava Carla!
Olhei para Francisco que continuou;
— Sim, lembro desta menina, o que tem haver?
— Descobrira que ela assim como você, seguiu o caminho da
imortalidade, mas ela continua envelhecendo, ao lado de seu com-
panheiro, então quando escrevi algumas histórias, - Olhei para Peter
– estava dando uma saída para seu problema no futuro!
— Mas porque você não para nos personagens antigos e vai
ao final? – Fala Peter.
— Por que o mundo tem muitos personagens, não apenas 10
ou 12, todos batalham para evoluir, não apenas você e Francisco.
Peter olha para Francisco, pega um lápis o bolço, levanta-se,
risca uma porta no ar, fiquei olhando aquilo, uma coisa é você des-
crever isto em um livro, outra é visualizar em sua sala isto acontecer
e ver o menino atravessar a mesma.

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Acordei como toda manha, sonolento,
pensando que havia sonhado tudo aquilo,
sabia que não era verdade, estava mesmo
passando a barreira dos sãos para a dos ma-
lucos, saltando sem paraquedas para um
mundo onde tudo era possível, mas que
provavelmente me levaria a uma camisa de
força.
As vezes olhava a cama, e queria realmente que nada fosse
verdade, levanto e sem acordar direito, vou ao banheiro, meu ba-
nho era sagrado, entro no banheiro sem me preocupar, ação de
alguém que a alguns anos vivia sozinho, depois da separação.
Entro no banho, sem me preocupar, precisava acordar, senti
o cheiro de café, o que tirou minha calma ao banho, comecei a ouvir
vozes na cozinha, que fica ao lado do banheiro.
“Calma João, não adianta se estressar!”
Eu no lugar de fazer o café, domingo, pego uma coca cola a
geladeira, sento ao computador, dos antigos, começo abrindo os
textos de Francisco, sabia que a muito estava ali, e fui escrevendo,
juntando, como posso eu ter deixado algumas historias, a casa volta
a ser menor, e sorrio, pois voltava a ser a minha casa, não a de
Francisco, e quando ao fim de domingo, existiam mais 100 paginas
daquela historia.
Sorrio e vou a cozinha, pego a carteira, desço a rua, atravesso
o trilho, caminho até a pizzaria e compro uma, sei que ainda não
resolvi os problemas, mas tenho de resolver eles aos poucos.
Abro a caixa e quando pego a primeira fatia, olho aquela mo-
ça com uma marca ao pescoço me olhando a cozinha.
— Acha que o vamos deixar em paz assim?
Sorri, não sei o que ela pensou, pois pareceu fazer uma cara
de duvida e perguntou.
— O que fez com Francisco.

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— A historia dele vai andar até 2436 agora, um tempo para
pensar na historia, mas calma, não dá para terminar todas no mes-
mo dia.
Ela me olha e olha a porta, vi o Retalhador entrar, pensei no
estrago que um escritor faz a um rosto, aquele era um estrago e
tanto, estranho alguém com um rosto tão cheio de cicatrizes sorrir,
eu apenas olhei o rapaz e fiz sinal para sentar, comemos a pizza,
ainda estava pensando nas consequências de tudo isto, mas come-
çava a avançar, historias requerem ideias, as vezes as tenho, as ve-
zes não, mas mesmo eu, as vezes tenho de pisar no dia real, para
conseguir as ideias para os personagens, mesmo que as vezes para
alguns leitores mais fanáticos pareçam as mesmas.
Sei que as vezes parecem as mesmas frases em bocas diferen-
tes, mas ouço varias pessoas, falarem as mesmas coisas, a vida é
uma repetição, então até minhas historias as vezes são assim, fui
deitar mesmo não tendo descansado meu fim de semana, mas com
uma das obras tendo avançado, mesmo que na manha seguinte um
menino reclamasse daquele fim.

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Os sonhos foram agitados, segunda
tenho de ir ao trabalho, e o dispor do fim de
um texto online, e um backup, pois já fui
roubado antes, e tive de reescrever uma
historia quase inteira.
Abrir uma loja de jogos com computa-
dores para uso, é sempre ter uma criança
querendo acesso logo cedo, mas naquele dia estava apenas com um
cliente, Marcos entra pela porta e me olha estranho.
—Problemas?
— Sonhos estranhos.
Apenas olhei ele esperando o que ele falaria.
— Sonhei que uma moça estranha nos assaltava.
— Estranha?
— Bonita, mas violenta.
O rosto de susto dele a olhar para a porta, me fez olhar, a
moça vinha ao lado de um senhor, ela me olha e fala.
— Tem maquina?
— Priscila de Fatima Sena? – Perguntei quase sem sentir.
— Me conhece? – A moça.
— Não muito, mas pode usar a maquina 3.
Ela me olha e Marcos recua e pergunta.
— Quem é a moça?
— Depois... – Falei olhando para Marcos.
Ele foi a porta, ele sempre fazia isto quando achava que seri-
amos assaltados, hoje já nem tanto quando comecei naquele lugar.
Vi ela acessar o Bookess e olhar o senhor.
— Ele não terminou ainda.
— Francisco sumiu, temos de ver onde este senhor mora.
Não entregaria os pontos tão fáceis, e vi ela me olhar e falar.
— Porque parece me conhecer.
— Procura quem?
— J.J.Gremmelmaier.
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— Em carne e muita banha, no que posso ajudar.
A moça olha para Joaquim ao lado, ele talvez fosse uma coisa
inexplicável, eu nunca consegui por um rosto a este senhor, então
eu olhava ele e não via um rosto, apenas os contornos.
— Ele me deve um rosto. – Moreira.
Vi ele começar a ficar com um rosto próximo ao meu, estra-
nhei e Priscila sorriu e falou.
— Entendi, mas precisamos que pare de folga senhor, não
pode nos deixar em meio a história.
— Sei disto, mas tenho de pensar, ontem foi um dia proveito-
so, mas apareçam hoje a noite, quem sabe eu não continuo a histo-
ria de vocês.
— Mas como vai terminar a historia? – Joaquim.
— Oitavo capitulo, vou recomeçar ele, Paris é o destino.
— Paris? – Priscila sorrindo.
— Sim, mas não tenho nada contra vocês, pelo jeito um me-
nino está agitando a historia.
— Sim, o neto do senhor Carson, ele quer algo referente ao
fim de sua historia.
— Ele é o que mais tem a reclamar, mas tenho de pensar na
historia, pois não é fácil encerrar certas historias.
— Quanto? – Ela perguntando sobre o custo.
— Cinquenta centavos.
Ela coloca uma nota de cinquenta na mesa e fala.
— Fica com o troco, mas vamos o perturbar.
Olho aquela nota, coloco na gaveta, e vejo Marcos entrar pela
porta depois deles saírem e me perguntar.
— Quem é a moça?
— Uma empresaria Gaúcha, uma atiradora profissional.
— A conhece de onde?
Sorri, não teria como falar a verdade, mentir não ajudava,
mas passar por louco ainda não estava em meus planos.
— Como dizem, esta cidade é um ovo.
Marcos sorriu e o dia foi calmo.

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Fim do dia caminho como todo dia, atravessando o Bairro
Novo A, atravessando a ponte de pedestres para o Alto Boqueirão,
subindo para casa.
Na minha mente estava qual historia pegaria, sabia que teria
de tentar por algum lugar, a noite não escrevo muito, mas geral-
mente umas 10 folhas por dia, quando escrevo, nenhuma, quando
não sinto um caminho, então o que para alguns é um dom, para
mim, é quase um vicio.
Não sei o que eles pensam sobre o mundo, mas obvio, o che-
gar em casa e a mesma estar normal, me fez sentar no computador,
eu havia esboçado o primeiro e o segundo capitulo de Magog, e
aquele sorriso a cozinha pela manha ainda estava em minha mente.
Começo relendo o fim do capitulo anterior, e começo a viajar
por aquela aventura, as vezes tenho de me controlar, pois tenho de
levantar no dia seguinte.
A calma fez gerir 15 paginas de historia.
As vezes acho que a sanidade está a um fio, as vezes, acho
que o fio se desfez.
Existem anos que crio muito, e anos que não crio nada, estava
em um ano normal, quando olho para trás, parecia um ano com
muitos projetos, mas eles não saíram do papel, o ano até estava
indo bem, havia começado a escrever Paulo & Pietra, que é parte de
do Mundo de Peter, havia terminado o primeiro capitulo de uma
nova historia, “Fim de Expediente”, escrito o capitulo 5 de Crônicas
de Gerson Travesso, e começado também Família Lemurie, mas no
meio do ano, quando um grupo de meninas me olhou ao balcão e
falou, “Escreve uma historia para mim”, tentei e travei, as vezes
temos de separar realidade de ficção, quando elas se aproximam
muito, podemos nos perder no caminho.
O que mais me atrapalha hoje em dia, é a quantia de proje-
tos, em parte eles tem razão, tenho de acabar algumas, pois o ano
passado, foi produtivo em dar vida a alguns, mas nem sempre tenho
tanta criatividade assim.
Meu problema é que existem historia que estão em minha
cabeça quase inteiras, e algumas, eram apenas relampejos, e tenho

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uma facilidade em escrever sobre os relampejos, não tenho muita
motivação à por no papel as historias que tenho inteiras a mente.
Quando rabisquei as 15 paginas do dia, de Magog 3, sorri de
ter criado algo que iria dar frutos, a historia voltava a caminhar, e se
antes, tinha um personagem, agora tinha uma historia.
Ouço o bater de palmas no portão, minha casa nunca teve
campainha, então fui ao portão e o abri, estava pensando em um
banho e uma cama e ali estavam, quase meia noite Priscila e Joa-
quim.
— Podemos conversar? – Joaquim sério, olhei Priscila e falo.
— Entrem.
Os dois entram, estava uma bagunça a casa, não sei o que
aconteceu entre uma forma e outra da casa, mas parecia que tudo
estava fora do lugar.
A moça entra e vou a cozinha e faço um café, Joaquim me
olha, e pergunta.
— Não senti um caminho novo.
— A historia está escrita, mas ainda não a revisei, mas o ulti-
mo capitulo de uma historia, sempre me deixa tenso.
— Por quê?
— Por que sei que vão surgir em uma historia que se passa no
Rio de Janeiro, de nome Judith Raquel, vão surgir em Crônicas de
Gerson Travesso, até uma participação especial em Mundo de Pe-
ter.
— Vai nos deixar livres a surgir em outras historias? – Priscila.
— Sim, contar uma historia, não prende meus personagens,
apenas os deixo com enredo para que vivam, mas sei que nem to-
dos tem um sistema tão solto para seus filhos, pois acabo ficando
com receio de os perder no caminho.
Eu pensei em minhas palavras, pareciam de um maluco falan-
do, eu estava tentando falar com personagens, e Priscila me olha.
— Então vamos à França?
— Sim, mas lugares estranhos vocês tiram de letra.
— E não morremos no fim? – Joaquim.
— Não, embora possa ter de um dia falar sobre sua morte,
mas esta surpresa eu deixo para a vida.
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— Tem uma pegadinha. – Joaquim.
— Sim. – Servi o café e olhei aquela moça me olhar.
— Como pode morar em algo tão caindo aos pedaços.
— Dizem que para ter dedicação, se tem de se ater a algumas
coisas, não me adianta gerir um lugar melhor e não conseguir ter-
minar minhas historias.
— Pelo jeito não se preocupa. – Joaquim.
— Tudo que posso, dou aos meus personagens, mas eu, não
tenho nem tempo de viver minha vida, imagina uma aventura por
ai, vocês se divertem, eu, apenas sobrevivo.
Aqueles olhos me olham, não era pena, ela estava pensando
em algo, mas não saberia adivinhar.
— E quem vai colocar mais nesta historia?
— Francisco, e os Fanes.
Joaquim me olha e fala.
— Como um humano entende disto.
— Alguns dizem que sou um predestinado, eu acho que sou
teimoso, eu crio historias que podem nunca vir a ser lidas, e mesmo
assim as escrevo.
— Então para que as cria?
— Para contar as historias que passa em minha mente, eu era
um adolescente e já criava minhas historias, muitas delas perdidas
para sempre, mas com certeza, historias que me mantiveram na
lucidez.
Eles me olham estranho e vou ao computador e abro o arqui-
vo da ultima aventura de Guerra e Paz, Priscila olha para a capa e
olha para Joaquim.
— Disse que ele estava criando.
— Aquele Peter parece querer agitar os demais para recla-
mar.
— E vamos surgir onde?
Eu abri o arquivo do capitulo inicial, eles me olham, como se
fossem entretidos por aquilo, estranho como eles ficaram mais cal-
mos, foram fixando a vista na tela do computador e em milésimos
de segundo, pareceram correr como luz para a tela, sumindo do

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meu lado, olhei aquilo, as vezes tinha medo da loucura que algo
assim pode gerar.
Sorri e abri o arquivo de J. J. Moreira, e pela primeira vez con-
sigo escrever as primeiras linhas daquela parte.
Sei que projetar algo, sempre estabelece que ficará ali um
tempo na gaveta, virtual gaveta, mas sim, sempre fica coisa para
trás.
Eu não sei se sou maluco, se estou ficando louco, mas fui a
um banho já era uma da manhã, tomei um banho e cai cansado a
cama, dia seguinte teria de ir trabalhar.

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J.J.Gremmelmaier
Acordo e olho em volta, a casa arrumada,
a casa organizada, me lembrei da casa a quatro
dias, olho o relógio, estranho, ainda era domin-
go, sorri, fui a parte de fora, tudo no lugar, os
canteiros arrumados, sim, devo estar maluco de
ter um sonho destes, sim, meus projetos conti-
nuam a andar, manter a cabeça ativa, me faz pensar na vida, e pen-
sar na vida para mim, é escrever, se estou com projetos longos, é
que eles estão a toda volta, ideia são para serem escritas, mesmo
ideias paradas como esta, expostas, pois uma coisa sei, meus perso-
nagem viajam e vou com eles.
Olho para os escritos, sento ao computador, agora sabia por
onde tocar Magog, faço uma pequena mudança na historia um, e
todo o resto começa a ir ao papel.
As vezes parecia que não foi um sonho, as vezes, realmente
acho que em meus sonhos, passo do ponto do racional a loucura,
mas o que seria de mim sem estas loucuras.

Voltando a Escrever...

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