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Gremmelmaier
Laços de Tempo
Primeira Ediçao
Curitiba
Ediçao do Autor
2010/201x
J.J.Gremmelmaier
Autor: J. J. Gremmelmaier
Edição do Autor
Nome da Obra; Laços de Tempo
ISBN:
CIP – Brasil – Catalogado na Fonte
Gremmelmaier, João Jose
Laços de Tempo, Romance de Ficção, xx pg./ João Jose
Gremmelmaier / Curitiba, Pr. / 2011/201x
1. Literatura Brasileira – Romance – I — Título
85 – 0000 CDD – 978.000
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Laços de Tempo
Texto contando uma aventura, lenta, gradual, de
Pedro, talvez das historias mais lentas e graduais que
escrevi, para quem escreve 50 paginas em um fim de
semana, demorei mais de x anos para escrever esta.
Esperiencia de historia, lembraças, fotos.
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“Meu nome é Pedro, eu sou um funcionário de uma montadora, na
região de Curitiba, estou no emprego a alguns anos, ainda solteiro,
minha vida é trabalhar de segunda a sexta e me divertir no fim de
semana, vivo em um terreno próprio, na região metropolitana de
Curitiba, é simples, mas é meu, estou contando o dinheiro para
comprar um carro novo, comprei um usado por precisar desentocar,
um novo é meu próximo objetivo, moro sozinho, vim do interior,
uma comunidade simples perto de Cerro Azul, mas o município era
de Adrianópolis, uma região de plantação de pinus, isto quer dizer
que tudo em si desandou na pequena vila, que diminui a cada dia,
tive de sair de lá, terra de coronéis, embora ninguém fale, grandes
áreas ainda tem um único dono na região, e ou se respeita ou não
se tem chance de viver no lugar, eles vivem bem, a maioria,
subsistência!
Esta historia acontece comigo, não é algo apenas do meu
passado, é parte de minha vida.
Por quê?
Somente Deus poderia lhe responder isto, vou narrar o que
aconteceu, passo a passo, para que entendam a minha história. A
escolha de não narrar em primeira pessoa, foi para melhor me
posicionar na historia!”
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Estava conversando com um colega de trabalho, sobre o que
não conhecia na cidade, e Paulo o colega falou;
— Qualquer dia temos de fazer um churrasquinho na
Graciosa!
— Não conheço, onde fica?
— Estrada para São Paulo, BR 116, uma estrada centenária,
tem uns quiosques com churrasqueiras, dá para fazer um churrasco,
levamos duas garotas, dá para tomar banho de rio, se divertir num
domingo destes!
— Por mim tudo bem, estou precisando mesmo conhecer um
pouco a cidade, me divertir, a 2 anos aqui e não conheço quase
nada!
Os dois conversaram e foram para segunda parte do dia
dentro da montadora de automóveis.
As semanas de trabalhador parecem voar.
Fazia duas semanas que comprara o carro, e o se divertir
sempre esbarrava em algo, alguém não pode, alguém não esta bem,
não tem dinheiro¸ Pedro começava a achar que não sairia mais, que
tudo conspirava contra.
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Os vagalumes a brilhar em volta do carro, eram um bom sinal,
tomou uma cerveja e um salgadinho e pegou a estrada, viu quando
uma placa anunciava a estrada a 500 metros, se posicionou a direita
da pista para entrar na estada que era seu destino;
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Pedro viu a curva bem acentuada e estreita a direita naquela
estrada sem acostamento, de paralelepípedos, olha o quanto era
vazio naquela hora, um ou outro veiculo, dos antigos subiam aquela
serra, olha a descida e os quiosques começarem a aparecer a direita
da Estrada.
Os seus sentimentos pareciam o lançar no seu passado, mas
nele não tinha um carro, nele não tinha alguém com ele,
lembranças de uma infância a olhar a lua ao céu, a sentir a natureza,
filho único, ultimo remanescente de uma família.
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Parou em um quiosque,
pouco antes de começar a descida
da serra, a Lua cheia surgia ao
fundo, e Suelen falou;
— Levou sorte!
Pedro pensou que talvez tivesse
realmente muita sorte, não sabia quem era a moça, mas era bonita,
e algo atraia ele a ela, talvez a solidão, talvez aqueles olhos
radiantes.
— Acho que sim! – Falou olhando ela aos olhos;
Suelen sorriu e falou;
— La onde surge a lua, se reparar, tem uma cidade, aquela é
Paranaguá, a cidade portuária, pouco para dentro, esta vendo o
negro ao fundo?
— Parece um grande lago!
— Baia de Antonina, e na ponta de cá a cidade de Antonina!
— E esta luz logo a baixo?
— Porto de Cima, uma vila de Morretes, que não se vê daqui!
Pedro olhou os quiosques, pareciam bem cuidados, olhou
para as churrasqueiras e para as placas iluminadas por aquela
grande lua ao céu.
— Às vezes tenho saudades desta paz! – Pedro;
— Por que, não gosta de agito?
— Cidade grande é muito barulhenta!
A moça sorriu e falou;
— Eu ao contrario, sempre sonhei em ir a Curitiba, deixar este
fim de mundo!
Pedro não comentou o que ela falou, pois não trocaria o
campo pela cidade por opção própria.
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Ele observa a Lua cheia ao céu, olha ela iluminar todo aquele
vale, e viu o mar ao fundo, ele nunca fora até o mar, mas ainda
estava longe dele, mas o cheiro de mato, o local, lhe fez sorrir, era
um lugar especial.
Pedro volta ao carro e a moça sorri, iriam continuar a descer,
embora ela olhasse ele como alguém e conquistar, Pedro não estava
conseguindo ver naquele sorriso triste uma porta aberta.
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Depois de um tempo, um
rapaz, Rogério, se aproximou e
perguntou quem era o boyzinho,
ele se apresentou, não queria
encrenca, fora apenas convidado
pela moça, nada mais que isto.
Viu que um grupo de 3 rapazes o tentaram intimidar, já
estavam alterados pela bebida que corria solta, sentia o cheiro de
maconha no ar, mas estavam até comportados, e o som de rock dos
anos 90 parecia animar o pessoal, evitou problemas.
Ele se afastou um pouco, olhando o rio, mas Rogério ficou
lhe olhando de longe, parecia querer confusão, via que algumas
moças também o olhavam, sentiu-se intimidado, não conhecia o
local, não teria como sair dali as pressas, seu carro estava do outro
lado do rio, então evitou mexer com quem não conhecia, teria
outras oportunidades para isto;
A festa corria livre, via alguns a vomitar no rio, depois de
beber demais, viu que a festa era daquelas que nunca foi, era por
manter a sobriedade, mesmo nos piores momentos.
Como não via mais onde Suelen foi parar, ele fica ao canto, a
moça deveria ter alguém, uma pena, mas seus olhos estavam em
ver os rapazes dançarem igual no centro daquele terreiro que
parecia de uma areia fina, lembrou de sua infância no interior, a
muito não ouvia aquelas musicas e não via as pessoas dançando
sem se preocupar se estava na moda, apenas se divertindo.
Tenta não gerar problemas, via que os rapazes queriam uma
discussão, estranhou serem bem os sozinhos, tinha mais meninas
sozinhas que os baderneiros, mas entendeu a arapuca, seria ele se
aproximar de qualquer uma, seria puxado para fora.
Sabia que em grupo, era uma ação fácil, e o ser calmo, sem
desejos de violência, chega a uma mesa ao fundo, olha para os
demais ao longe, olhava os noivos ao fundo.
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O sair dos noivos estabelecia que a festa pegaria fogo ou
acabaria, não conhecia as pessoas, mas de cara uns dois grupos
atravessam o rio das Rurais.
O clima foi ficando mais familiar, os rapazes pareceram se
desencantar dele, talvez pensando em ir agitar em outro lugar.
Os tratores saíram ao fundo, Pedro estava quase que
pegando o próximo grupo para sair.
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Pensou como não vira algo tão grande no dia anterior, olhou
o modulo policial logo a frente, com grandes cones no centro da
pista, não havia notado isto também, começa a descer, para no
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lugar onde pegara a moça na semana anterior, não havia nada ali,
ficara pensando o que ela fazia ali sozinha, olhou em volta, nada
alem de uma casa aparentemente abandonada a anos, a uns 100
metros da estrada, não dava nem para ler o que dizia no que fora
um cartaz de entrada;
Para a olhar para o visual da parte alta, parecia outro lugar de
dia, olha os comerciantes no lugar, entendeu que de dia era outro
lugar, pois o lugar era bonito e chamava turistas.
O descer foi observando os lugares que não viu quando
desceu a primeira vez, mas as vezes parecia outro lugar, as vezes ele
olhava para detalhes pensando como não os vira.
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Pedro pensa no que o senhor falou, que ali morava uma
moça, mas a mais de 10 anos que ela saíra dali, que ela
enlouquecera e morrera a poucos dias, que a filha dela ainda vinha
ali, mas eram todas malucas;
“10 anos, como pode ser?”
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Entrou no carro, andou uns metros e parou novamente o
carro pensando que teria de olhar do lado de cá de novo, saiu do
carro, passou em meio ao mato alto, mas com uma trilha pelo meio,
tratores passariam fácil ali, não seu carro, parou a beira do rio
novamente, estava totalmente perdido em pensamentos, ele
sonhara, ele não vivera aquilo, o que estava acontecendo, como
poderia ter parecido tão real, como ele sabia que existiu uma casa
naquele terreno que fora antes, como sabia desta entrada que
atravessava o rio, e olhou para o outro lado, todo cultivado de
Gengibre, olhou em volta e viu que era ali mesmo, o lugar era o
mesmo, mas não fazia sentido, não entendeu.
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movimento de gente era grande, ele tentava entender, a cidade era
a mesma e ao mesmo tempo outra.
Ele parecia perdido, seus pensamentos estavam no que
poderia gerar aquilo, um sonho, uma volta no tempo, não existia
isto na mente de Pedro que parecia confuso com o todo.
Os dois saem dali e sentam a uma lanchonete, viu que os
preços agora eram normais, não os anteriores, as coisas pareciam
lhe contar algo que para ele era impossível, pois não teria como ter
voltado no tempo, algo especial aconteceu, mas ele estava bem
confuso.
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Pedro olha ela segurando suas mãos e fala.
— Desculpa, não queria ela morta, queria apenas estar aqui
na semana seguinte, e sei que não vai entender.
As vezes Suzi olhava em volta, ela parecia se localizar e fala.
— Sei que não está mentindo, mas por 12 anos, pensei que
não apareceria ninguém mais...
Suzi para a frase, olha os demais lhe olhando, ela era a
maluquinha da cidade, ou a filha da louca da cidade, já fora
chamada de coisas piores nos últimos 12 anos, mas parecia tentar
entender, Pedro, não entendia a historia.
Pedem algo para comer, Pedro viu que a moça estava com
fome.
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Alguém acostumado em uma linha de produção, onde as
coisas eram sempre iguais, na sequencia igual, não entendia como
poderia acontecer algo como aquilo.
Pensamentos tentando se manter no racional, em uma
historia que não conseguia pensar pelo racional, amenina a sua
frente, era prova de que acontecera, mas como?
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Ela olha como se não entendesse, eles chegam ao fundo do
terreno, tinha uma construção, ele queria falar, mas não sabia como
falar sobre isto.
Pedro fez força e abriu a porta e olha para a estrutura, olha a
estrutura da casa e fala.
— A estrutura era boa, pena ter ficado abandonada, levaram
tudo, dois anos, é o que entendi?
— Sim, a mãe há dois anos dava uma de louca no centro,
brigava, bebia todas, ela se desencantou com a vida.
Pedro olha para uma vassoura bem usada, tão usada que não
levaram e junta as palhas que estavam para dentro, aquilo poderia
queimar o resto da casa, e separa dois bancos e senta-se.
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Depois de muito
conversarem naquele fim de
semana, ele a convida a morar
com ele em São Jose, região de
Curitiba, ela estranha o convite,
aceita receosa, sem saber que ele
ainda a via como aquela menina
de 10 anos, arteira de um fim de semana no passado.
Suzi subiu olhando aquele rapaz, lembranças de uma menina,
de um dia no passado, quase sem entender, ela abraça sua boneca,
olha para ele ligar o carro e sobem a estrada, ele parou, tomaram
um caldo de cana, ela via que ele tentava lhe ajudar, mesmo ela as
vezes dando umas patadas, sofreu uma semana, todos a volta
queriam que ela sumisse, mas depois explicava para suas tias.
Ela não entendia as palavras de Pedro as vezes, ele parecia
acreditar em algo impossível, tentava não o desiludir e enganar.
Chegam naquele fim de domingo a casa de solteiro, toda
bagunçada, ela sorri, Pedro viu que teria de mudar sua vida, mas
sentia que aquela menina era a única coisa que lhe permitiria
dormir aquela noite, pois ele olhava tudo incrédulo, próximo da
loucura de algo que não tinha como ter acontecido, mas
acontecera.
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As adaptações foram
visíveis, complicadas, ele era
solteiro, acostumado a liberdades
que não teria mais em sua casa,
vícios de alguém solteiro.
A semana passa com ele
tentado lembrar cada detalhe da noite em que fora a primeira vez a
Morretes, foi uma semana conturbada, com desafios que iam alem
do normal, mas sentia-se responsável por Suzi.
Suzi presa naquela casa, olha para Pedro sair sedo, trabalhar,
não ter tempo para muita coisa durante a semana, sua mãe sempre
dizia que a cidade grande era coisa boa para todo lado, e Suzi viu
que para manter-se o rapaz trabalhava duro, não tinha regalias em
casa.
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Ele comprou umas roupas para ela, estava olhando ele
diferente, eles tinham agora quase a mesma idade, mas ele
continuava a lhe tratar como pequena Suzi.
Aquela casa era simples, mas tentava não chegar perto da
cerveja da geladeira, tentou dar uma ajeitada na casa, teria de
ajudar, estava pesando e não queria isto, mas parecia que seriam
uma família, estranha família a partir daquele momento.
Mas ela não contou a verdade a Pedro, pois ela não entendia
a verdade, mas na cidade grande, parecia que as coisas se
acalmavam, mas desde a segunda, a cada manha, ela acordou em
uma parte da vida dela, diferente, passado, presente, e bem a
frente, mas somente no passado não tinha Pedro ali, ele estava em
todas aquelas subdivisões de sua vida, mas ele não vivia múltiplas
vidas, ele viveria aqueles trechos ainda.
As vezes queria ficar ali para sempre, mas sabia que Pedro
não seria feliz se não fosse a parte de Morretes, sabia que falara
com ele lá em um ponto ao passado, diria mais de 30 pontos em 12
anos de história.
Ela não sabia como contar algo que nem ela entendia, e não
sabia como seria, pois ela para viver aquilo, ou ela recuaria no
tempo, ou ele a deixaria e voltaria no tempo, não queria ele longe,
mas também queria ver sua mãe sorrir, embora ela nunca sorriu de
verdade.
Ela estava na duvida se falava ou não para Pedro, resolveu
não falar, ele poderia decidir a poupar e não descer mais e algo que
aconteceu no passado e no futuro, não acontecer.
Suzi se olha no espelho e fala.
— Tá ficando maluca Suzi.
Ela sorri por falar a frase de sua mãe.
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Pensar em algo que não gostava, pensar em sua mãe
diferente de todas as formas, não estava lhe fazendo feliz.
Tentava não julgar, sabia que nascera e sua mãe tinha 14
anos, com certeza isto mudou a vida dela, talvez ela não quisesse
fugir da cidade, mas das pessoas que sabiam sua historia.
Pedro a cada dia que chegava em casa, parecia que o mesmo
canto estava maior, a menina tinha ajeitado mais um canto, ainda
faltava um espaço apenas dela, mas teria de ter calma para
construir algo, tinha um plano, e precisava estar centrado no
problema a cada dia mais.
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Pedro estaciona e deixa os demais carros passarem, Suzi olha
para ele e pergunta.
— E como vai ser?
— Nem ideia, cada vez que desço esta estrada as coisas estão
diferentes, estou travado em um misto de tempo, não sei o que me
colocou nisto, e neste momento, não quero pensar em sair deste
misto de tempo.
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Na mente de Pedro veio outra duvida, se levasse Suelen a
cidade, e ela acordasse dez anos mais velha, como ele se portaria,
como seria?
Com calma e cuidado, começam a descer a serra com toda
aquela neblina.
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— Ela não vem muito, a filha dele que vinha, a uma semana
que a pequena Suzi sumiu, ela corre para cima e para baixo, mas
não gosto de me meter com este tipo de moça.
— Esse tipo de moça? – Suzi.
— Vocês sabem. Da noite.
— Mas o que aconteceu com a menina. – Pedro.
— Outra maluquinha, deve ter fugido com alguém, sei lá,
estas crianças hoje não esperam crescer para sumir.
Suzi lembra que o senhor Ramalho sempre a tratava
diferente, mas era estranho saber o que as pessoas pensavam a
respeito dela assim.
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Amanheceu e Pedro
agradeceu, desceu a serra, ele não
sabia o que estava fazendo, mas
caminhou pela estrada, bem
conservada, ele conheceu cada
curva, cada comercio, e viu
quando chegando a cidade, pernas
doidas, a cidade estava mais
bonita, mas muito do que era turístico ainda não estava ali.
Viu que os sistemas de proteção e quiosques, eram coisa
nova, e sentou-se a praça, como ele se viraria para sobreviver ali.
Pedro reparou que o dinheiro que tinha a carteira não servia,
era outro, lembrou das aulas de historia, que tinha uma época de
inflação complicada, que as pessoas corriam para comprar as coisas,
então começa a voltar, em uma goiabeira a beira da estrada, enche
a barriga, prevendo que teria uma desinteira mais a frente.
Em porto de cima, para a beira de uma capela e olha para um
casamento simples mas bonito, via um menino de sua idade e este
lhe olha atravessado.
Rogério, todos estava ali a tento tempo, que poderia voltar
no tempo e as peças seriam as mesmas.
Atravessa a ponte e olha para o caminho, talvez cansado,
sentou-se a olhar a estrada.
Caminha pela estrada lateral do rio e para mais a frente, onde
fora ao casamento, olha que era algo bem rustico, olha para o rio, e
olha aquela imensa estrutura vir do rio, não cabia no rio em si, mas
viu aqueles seres com jeito de siris, lembra de Suzi falando deles,
lembra que ela se assustou, viu que um olha para ele e chega ao seu
lado, lembra de cair para trás, como se ele lhe tivesse com aqueles
olhos destacados, indo e vindo, lhe feito dormir.
Pedro acorda com alguém lhe jogando agua nos olhos e ouve.
— Ele está bem mãe.
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— De onde fugiu menino, parece estar no nosso caminho
sempre. – A senhora da noite anterior.
— Sonhei com uns siris gigantes, acho que me assustei.
A senhora olha para Sueli e fala.
— Ele viu, disse que ele tinha visto.
— Vi o que? – Pedro pergunta sem sentir.
— Os Otatos, os seres que dominam a magia local, meu pai
falava deles, poucos os veem, mas ele é um condenado.
— Condenado? – Pedro.
— Poucos veem os Otatos, os que os veem, uma hora eles
atravessam suas vidas com maluquices, mas na maioria, esquece,
não sei de onde veio, mas pode ter certeza, este rio, está na sua
vida, pode tentar escapar daqui, mas sempre voltará a este exato
ponto, pois foi aqui que os viu.
Pedro olha para a senhora e pergunta.
— Está dizendo que se alguém ver eles neste rio, estará preso
a este momento, voltando e indo, independente que quando o viu?
— Sim, dizem ser uma maldição dos antigos Otatos, mas
nunca os vi, e espero, nunca os ver.
Sueli se afastou com a mãe e Pedro a viu sumir na curva da
estrada, olha para o rio, senta-se e talvez este fosse um dos pontos
que deveria voltar, mas tinha algo a mais.
Ele caminha a beira do rio, ele queria respostas, e não tinha
nada ainda.
Ele olha aquele ser e pergunta alto.
— Fala minha língua Otato?
O ser estranha, pois os humanos uma vez que o viam, eles os
faziam esquecer, mas ele estava novamente ali.
— Não deveria ter esquecido de nós?
— Sei que algo vai acontecer, estou em um loop, não sei se
sabe o que é um loop, de tempo, eu já vim a este rio, em mais de 5
tempos diferentes, somente agora os vi, pois somente agora sou
criança nesta historia, mas a pergunta, como posso ajudar.
— Humanos não ajudam, só atrapalham.
— E porque estão coletando tão próximos a cidade?
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— Coletávamos mais para a serra, Anhangava, mas dizem que
uma grande força ganha força lá.
— Grande força?
— Magog, o nosso líder diz que ele vai despertar, pode ser
hoje, pode ser em 20 anos, mas ele está juntando almas na
montanha amaldiçoada.
— Obrigado pela explicação.
— Disse que somente agora está nesta idade, que já veio em
outras horas e somente agora, a maldição foi estabelecida?
— Digamos que a primeira vez, tinha 26 anos, devo ter 14
agora.
— E veio em varias épocas?
— Sim, vim em varias épocas.
— E nada aconteceu ainda, então você deve ser o emissário,
o que determina quando vai acontecer no futuro.
— Ainda não aconteceu, e o mais a frente que fui, foi a 22
anos daqui, pois é nesta curva temporal em 22 anos, que tenho 26.
— Isto acalmará meu líder Oto.
— Deixa eu ir. – Pedro dando as costas e se afastando, um
Otato chega ao soldado e pergunta.
— O que o menino fazia nos olhando novamente?
— Ele veio se inteirar, pois ele disse que está num loop de
tempo, sabemos que é a consequência, mas ele sabe do loop, não
enlouqueceu, e fala que ele vem de algo longe no tempo, 22 anos a
frente.
— Acha que ele é um marcador? – O segundo ser na forma de
um grande siri.
— Não sei, mas relatarei.
— Estes humanos são nojentos, eles destroem tudo.
O ser olha com nojo para Pedro se afastando.
Pedro volta a subir a estrada, e começa a olhar para o
caminho, olha para a estrada, seria uma subida difícil, o vento vindo
do mar, esquentou e fez abrir o tempo, estava cansado se esticou
em uma mesa em Mae Catira a noite de Sábado.
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Magog era uma lenda de longe, o que teria uma lenda do
outro lado do planeta com aquela região, então Pedro não avançou
no que queria, mas descobriu que os portadores da Lenda de
Otatos, foram extintos, e mesmo que não o tivessem sido, eles não
tinham transcrições escritas da língua, apenas verbais.
Estava pensando em descer a serra quando foi previsto um
furação no litoral Catarinense, nada normal, e embora ninguém
falasse, se vê imagens ruins em um dia chuvoso, se seres na forma
de Lobos translúcidos enfrentando caveiras ambulantes, lembra de
ouvir o termo Gog, o termo Laikans e Frock, as imagens assim como
surgiram, sumiram, os jornais não narraram.
Ele olha para a fim de semana perdido, algo havia acontecido,
algo o proibira de descer a serra, então bem menos pregado entra
em uma segunda feira, lembra de Paulo sorrir, pois ele estava sem
olheiras naquela semana.
Pedro sentia falta daquilo, estranha, ele não descera um fim
de semana, e parecia que fazia uma eternidade.
A semana se arrastou, parecia que poucos prestaram atenção
aos eventos em Piraquara e região, como se não fosse parte da
grande cidade.
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Pedro sorriu, não teria como discordar e nem sabia quem era
a moça, mas sentiu que Jorge e a moça se conheciam por olhares, e
Dalma falou.
— As peças sempre entram no tabuleiro na hora do jogo, isto
estabelece que a guerra de ontem, teria sido pior se os Otatos,
mesmo não nos falando, não tivessem a certeza que seria agora a
guerra, entraram do outro lado, mas com o medo de algo a muito
narrado, explica a tentativa de fuga inicial.
— E acha que Magog volta?
— Sabe que sim, enquanto não entendermos a ideia total, ele
tem chance de vencer, ele não coletou quantidades vivas de alma
suficiente, um exercito de mortos, não é um exercito que lhe de
forças, e sim absorve suas energias. – Dalma.
— E como perguntei primeiro, como ajudo?
— Fica atento, o desviar ao sul o problema, pode ser
complicado. – Dalma.
— Acho que o problema não desviou ao sul e sim desceu a
serra. – Pedro.
— Onde acha que será o próximo problema?
— Morretes, entre a cidade e a serra da Graciosa. – Pedro.
— Terra dos Otatos e dos Saci, ainda forte em seres nativos
de força incrível, se for isto, Magog quer ganhar força de alguma
forma para retornar. – Dalma.
— Não entendi. – Jorge.
— Campos de magia dos Saci, cidades internas dos Otatos, e
dizem existir na serra da Graciosa, a entrada para a cidade das
arvores abaixo da serra dos Órgãos. – Dalma.
Pedro apenas ouvia e sabia que algo aconteceria, e pensa em
como poderia proteger Sueli e Suzi.
Pedro olha a moça e pergunta.
— Acho que não entendo nada disto, sei que quero ajudar
duas pessoas, que estão em Morretes, mas como ajudar, eu não sei
nada destas coisas, eu sou apenas um funcionário de uma linha de
produção de automóvel?
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— Acho que não entendeu rapaz, eu, era apenas uma menina
de um orfanato, até o dia que cruzei com a verdade, Jorge, um
estudante de jornalismo, ninguém aqui sabia de nada, antes de
entrar na historia, sei que poucos veem as coisas acontecerem,
poucos viram as guerras, mas não quer dizer que não aconteceram,
se um dia duvidei, hoje não tenho como duvidar, mas toda força,
está dentro de cada um, apenas temos de saber onde, cada um de
nós se encaixa na historia.
— Acha que posso fazer parte de um plano deste ser que
falaram? – Pedro.
— Acho que você ter anunciado aos Otatos, não parece ser
algo ao acaso, mas é que vidas entrelaçadas, pelo tempo, leva
geralmente os dois lados a loucura ou a morte.
— Não entendi.
— As vezes, no meio de tantos enfrentamentos, não vemos
exatamente onde está os inimigos ou apoios, mas toda a
antecipação, é sinal de premeditação.
— E como posso estar entrelaçado em algo, que só aconteceu
agora, baseado em algo na adolescência, eu uma adolescência que
nunca vivi. – Pedro.
— O problema rapaz, é que não tenho como saber se você no
passado, na adolescência, viu um Otato, você não lembraria dele,
pois a confusão é para se esquecer o ser, mas se aconteceu no
passado e voltou a acontecer com você voltando no tempo, pode
ter sido antecipado em um local, para ser avisado em outro.
— Maluquice isto. – Pedro.
— Sei que alguns não reagem bem a estas coisas.
Pedro pede uma cerveja e toma um gole e fala.
— Mas os dois tem algo que pode ajudar numa guerra,
aqueles seres são imensos.
Dalma olha para Pedro que recua a cadeira vendo o rosto
dela ir para uma caveira e a imensa mão de garras na mesa.
Paulo que achava que estavam falando maluquices
impossíveis, entende que a moça era algo que estivera nas redes
sociais, mas que alguém já o tirara de lá.
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J.J.Gremmelmaier
— E o que é você?
— Se ouviu sobre Magog, ouviu sobre a Bruxa de Piraquara,
eu, o ser que alguns acham ser Frock, o ser que deveria batalhar ao
lado de Gog, mas eu, acho que não sei o que sou.
A moça volta a sua forma normal e Pedro pergunta.
— E como soube de seu poder?
— Eu não lembrava, eu precisei de ajuda para lembrar das
coisas e ter controle sobre as coisas.
— Não lembrava?
— Acordava longe, e alguém falava em seres mortos por
garras, mas não lembrava do acontecido.
— E agora sente isto?
— Sim, mas você é um caso que nunca me deparei, mas com
certeza, o tempo é algo que não é quebrado por regras normais,
então se alguém pode estar aqui hoje, e a vinte anos no passado em
outro, pode ser uma arma, mesmo contra nós. – Dalma.
— Contra?
— Quando acha que passou pelo tempo, indo ao passado?
Pedro tenta lembrar e fala.
— Estava no contorno sul indo para a estrada da graciosa,
lembro da lua vermelha no céu na altura de Quatro Barras, quando
uma hora o contorno estava lá, no outro, tive de fazer por dentro da
cidade para chegar a BR116.
— Divisa de Piraquara com Quatro barras. – Fala Jorge
olhando para Dalma.
— O que tem aquele lugar.
— Todo o mal, está preso no morro Anhangava, foi naqueles
campos, que quando eu era uma criança, fui atacada. – Dalma.
— Atacada?
— Uma pré coleta, para que o ser dentro da montanha
tivesse força e premeditasse outros ataques.
— Acha que eu poderia ser o alvo? – Pedro pensando.
— Sim, pensa, se você enlouquecesse, seria mais fácil o atrair
a eles e o usar para uma chance a mais, no passado.
Laços de Tempo 78
Laços de Tempo
— Acha que é algo que pode ainda vir a acontecer?
— Sim, sabemos que existe um grande risco nesta cidade, e
nem todos ouvem ou sabem. – Jorge.
— Grande risco? – Dalma.
— Pensa em Magog, conseguir o poder de um bruxo forte
como o Peter Wasser, ou o controle sobre o Fim de Expediente,
qualquer dos dois seria terrível, mas imagina isto, podendo ir ao
passado, e nos derrotando, tendo ai a força dos Laikans a seu lado.
Pedro olha para Jorge, não entendeu nada, mas Dalma olha
para ele e fala.
— Se preparando para o pior? – Dalma.
— Sim, se estivermos atento ao pior, podemos evitar e
vencer. – Jorge.
— Me perdi na historia. – Pedro.
— Tem de ter calma, está entrando na historia agora, mas
saiba, qualquer peça que sair da linha, pode ter certeza, eu derrubo
com minhas garras, então se quer o bem de alguém abaixo na serra,
não fique no nosso caminho, ou contra nós. – Dalma.
Pedro sorriu, Jorge entendeu que Dalma estava com medo,
pois ela ameaçara, e pior, o rapaz a frente entendeu que era medo,
e fala.
— Tem de entender Pedro, seria perder o litoral e a cidade a
volta, toda, para algo tão mortal, que transformou um império que
existira sobre o Saara, onda havia o maior lago de agua doce do
mundo, em apenas lenda, pois não sobrou nada de 22 mil anos
atrás.
— E este é o perigo que resolveu despertar aqui ao lado? –
Pedro.
— Sim, enfrentar este problema, gera as lendas locais, mas
temos de ter calma nesta hora, todos os que entraram neste
caminho, geralmente escolhem um caminho, agora, de algum jeito,
eles colocaram você nisto, mas somente você pode descobrir sua
função nesta historia.
Pedro olha os dois se olharem e pouco depois se despedem e
saem, Pedro olha para a cerveja, olha para Paulo e fala.
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— Malucos, acham que vou acreditar nestas coisas.
Paulo sorriu e falou.
— Quase me convenceu que estava convencido.
— Paulo, acha que existe estas coisas de voltar no tempo,
eles estão delirando, pior, sei que a moça enfrentou algo, mas
quebrar o tempo com uma maldição, olha que esta maldição é mais
interessante que... – Pedro se cala, olha em volta, levanta a mão e
pede a conta – Vê a conta garçom.
— Nem bebeu ela.
— Quinta, não é dia de beber Paulo.
Os dois sorriram e Pedro sai dali.
Ele chega em casa e pega um caderno antigo e começa a
rabiscar e fala sozinho.
— Vou enlouquecer ou oque?
Pedro deixa o lápis cair, olha para ele e o olha para o chão,
olha para o caderno e pensa no lápis subindo para sua mão, e olha o
mesmo voltar no tempo, olha para o lugar e fala.
— Dentro de mim, uma arma, mas talvez eles não tenham
entendido o problema. – Pedro olhando o lápis e jogando o lápis,
ele olha fixo nele e estala o dedo, o mesmo para antes de chegar a
parede e olha para o lugar, levanta-se e pega o lápis e volta a por na
mesa, estala o dedo novamente e vai a um banho.
Pedro volta a sala, pega o computador e pesquisa todas as
vezes que Magog se manifestou na serra, as grandes mortes de 10
anos antes, os primeiros julgamentos de Jorge, se duvidar o passado
e o presente estão ligados ali naquele ponto.
Ele deita e dormiu um pouco quando já quase amanhecia.
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Laços de Tempo 82
Laços de Tempo
— E quem é o senhor?
— Alguém que observa ao longe, tenta não entrar na guerra
antes dela ser decretada.
— Definição que para mim, não fala muito.
— Digamos, quando se fala em lobos locais, nos chamam de
descendentes dos Guarás, mas se tem problemas com o tempo,
deve ser descendente dos Yawara.
— Não entendi.
— Tem gente, que abre os caminhos, estes são os
descendentes dos gatos grandes, Yawara, os descendentes dos
Cães, os Guarás, mas no meio disto, muitos incultos querem
enfrentar o que não entendem.
— E como sabe disto?
— Moço, quando você entrou a primeira vez, estávamos em
1992, quando o vi com a mesma cara em 2004, e depois em 1982,
sabia que era um ser do tempo, mas os seres do tempo, quando
veem os Otatos, ficou no seu cheiro, não esquecem dos seres.
— Está dizendo que alguém despertou isto?
— Sim, que algo despertou isto em você, e parece querer
entender, mas se lembra de mim, eu tenho a mesma aparência em
todas as vezes que você entrou pela porta.
Pedro olha o ser e pergunta.
— Não envelhece?
— Envelhecer é para os seres descendentes dos Macacos, vi
que veio com uma filha, ela cheirava como você, a fogo.
— Filha, na... – Pedro para na frase, olha para o senhor e fala.
— Pelo jeito falei demais, mas ela tem seu cheiro, e como sua
descendente, vê os Otatos, e não esquece deles, todos os demais,
esquecem, eu se um dia os vi, esqueci.
— Certo, mas o que são estes Yawara.
— Quando achar ele dentro de ti, saberá quem são, estes não
são tão fáceis de se mostrar, mas o cheiro de fogo e de gato
molhado, sempre o acompanhara rapaz.
Pedro pega um cerveja e fala.
— E como pode saber tudo isto senhor?
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— Porque estou aqui neste ponto, de antes de você ter
nascido, e se não achar o Yawara dentro de você, não será pó
quando eu me for.
— E os Yawara, podem ter filhos com os humanos?
— Nunca, somente entre eles.
Pedro olha para a porta e fala.
— Lá vou eu para a aventura sem saber o ponto de entrada.
— Mas desconfia?
— Estou começando a sentir isto.
O senhor olha para Pedro sair e olha para o filho, que se fazia
de atendente a frente.
— O que é este ser pai?
— Ele é a arma que os dois lados querem na batalha, mas ele
parece ter a cabeça certa para este momento.
— Arma?
— O problema de cidades pequenas ou médias, é que os
humanos não conseguem interferir o suficiente para deter o mal
natural da terra.
—Mal natural?
— A morte.
— E ele vai enfrentar a morte?
— Ele já enfrentou e ao mesmo tempo, não.
O rapaz viu outros entrarem e foi atender enquanto o senhor
olhava o carro do rapaz se afastar.
Pedro chega a entrada da Graciosa, olha para o portal, olha
em volta e pensa no que estava acontecendo, não entendia de
quase nada ali, mas era hora de começar a aprender.
Todos olham os carro parando, um grupo de rapazes
estranhos, parecia que estava atrapalhando, sorri, pega a mochila as
costas e olha para os rapazes, Pedro abaixa-se e pega uma pedra ao
chão, olha para os demais lhe olhando, e ouve.
— Some rapaz, aqui é para especiais.
Pedro sorri e joga a pedra para cima, se concentra nela e olha
para a pedra descendo, as coisas recuando no tempo, aceleradas,
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Laços de Tempo
olha em volta e olha para os carros sumindo, seu corpo em
colhendo, olha as mãos, em volta e um banheiro ao fundo, pega a
mochila e troca de roupa, após olhar em volta, ver aquela neblina
vindo da parte baixa para alta, começa a descer a estrada.
Descendo pela esquerda pois os que subissem o veriam, e ele
veria eles vindo.
Ele chega em uma cobertura mais abaixo e senta-se, o tempo
estava estranho, ele sentia os primeiros pingos, pega uma capa,
olhava em volta e vê aquelas luzes piscando, pensou em vaga
lumes, olha mais atentamente e olha para um em si vir na sua
direção, Pedro lembrou que os seres normalmente não viam eles,
então eles deveriam chegar bem próximo.
Pedro senta-se e um assoviou para outro, ainda não era bem
visível como eles eram.
Um linguajar estranho e assoprado, Pedro não entendia, mas
quando olha para o rio ao fundo, e olha aquela imensa criatura sair
por um local que não parecia ter nada, apenas uma rocha, Pedro
olha o Otato e os pequenos sacis vendo isto, mesmo que
instintivamente, se põem atrás de Pedro.
O otato olhando o humano olhando para ele, se aproxima,
mas Pedro ficou a olhar para onde ele saíra, não queria mostrar que
os via e olha o ser olhar os pequenos sacis e falar.
— Pensei que ele nos olhava.
— Ele vê algo, mas oque não sabemos.
Pedro entendera a velocidade da conversa e fala.
— Porque me mandaram esperar aqui, porque parece que cai
em uma brincadeira de mal gosto.
O otato olha para onde Pedro olhava e fala.
— Ele espera alguém, mas o que ele olha ali?
Pedro olhava a noite avançar, um adolescente em todo e olha
para aquela menina subindo ao lado de um outro rapaz, ela olha
para Pedro e fala.
— O perdido voltou?
— Não quero atrapalhar Sueli.
— Conhece Rogerio?
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Pedro sorri e fala.
— O filho dos donos da pousada em porto de cima?
— Me conhece?
— Ainda não, Pedro.
— Conhece Sueli de onde?
— Eu fugi de casa e o pai dela não me quis ver congelando na
porta da casa dele.
— Algo assim vindo do senhor Rodolfo, ele gostou de você.
— Gatos gostam de gatos, cães de cães, humanos que se
batem nestas coisas. – Pedro fala observando que Sueli evitava
olhar para o Otato ao fundo, mas o via.
— Não entendi. – Rogerio.
— Rogerio, tudo que falar, pode desconsiderar, eu sou um ser
como a mãe dala falou, amaldiçoado pelo tempo.
O Otato olha para Pedro.
— Porque seria um amaldiçoado, e o que lhe amaldiçoaria.
Pedro via que Rogerio não parecia preocupado com os pontos
luminosos quase em seus olhos dos Sacis, e muito menos com os
mais de 10 otatos que estavam subindo a rua.
— O que vê em volta Rogerio? – Pedro.
— Uma rua escura, que é perigosa para pessoas
desacompanhadas.
Pedro olha para Sueli e pergunta.
— Porque tantos Otatos a volta Sueli?
— Do que estão falando.
Pedro toca no ombro do rapaz e o inverte e como ele estava
tocando no rapaz, o mesmo dá um passo atrás, e os otatos olham
para eles.
— O que é isto?
— Os seguranças do rei Oto, não sei o que eles procuram,
mas é obvio que o subir olhando o chão, é coisa de gente que
procura algo.
Os sacis olham Pedro que fala.
— Não estão entendendo a dia Sacis, para sair rápido?
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O pequeno ser olha para Pedro, iria indagar algo, mas começa
a sair de costas e somem nas arvores.
Sueli olha Pedro e fala.
— Você sabia que víamos?
— Yawaras não são algo que entenda ainda Sueli, apenas
estava perdido naquele dia.
— Hoje parece pronto para um baile. – Sueli vendo Pedro
com roupas novas.
Pedro sorri e fala olhando para Rogerio tirando a mão de seus
ombros.
— Tem coisa, que se vê, mas não se fala, nos torna malucos
Rogerio.
Ele olha em volta e pergunta.
— Onde eles foram?
Os otatos pararam, e ouvem.
— Este truque é fácil, difícil é encarar sozinho a descida.
Rogerio sorriu e fala.
— Não entendi a montagem, mas me pegou direitinho.
Sueli sorriu e falou.
— Vamos Rogerio, você acredita em tudo mesmo.
Os dois voltam a subir a rua e um otato para a sua frente e
pergunta.
— Como saber se não está nos vendo?
— Perguntando se os vejo. – Pedro olhando o ser bem
próximo.
— E não tem medo de ficar aqui sem memoria?
— Me alertaram que as vezes, é um custo a encarar.
O grupo foi chegando e o ao fundo fala.
— Foi ele general.
O otato a frente de Pedro olha ele e fala.
— Você que falou para um segurança que teremos um
problema em 22 anos.
— Sim.
— Nosso rei mandou lhe achar e perguntar, qual o perigo?
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Pedro sente o caminho e fala.
— Naquele sentido existe uma força se levantando, no
Anhangava.
— Força?
— Algo que uns seres estranhos em Curitiba chamam de
Magog.
O ser deu um passo atrás e pergunta.
— E sabe o resultado deste enfrentamento.
— Não, mas sinto que referente ao primeiro enfrentamento,
apenas aviso, o segundo, ai com certeza vou estar em campo, e será
seu líder que vai escolher se estaremos nos campos contrários.
— Acha que temos medo de humanos?
— Lógico, eles destroem tudo, mas o que eu tenho haver com
você ter medo de humanos.
— Você é... – o ser cheira o ar e dá um passo atrás, não sabia
o que estava acontecendo, mas sentia aquele cheiro de gatos
chegando ao fundo.
— Não sei ainda o que sou, mas pode ter certeza, estarei na
segunda batalha, mas como não sei em que lado estarei, pode ser
que voltemos a nos ver.
Os otatos começam a andar de costas, nada anormal a um
siri, mas Pedro sente aquele cheiro forte de onça, tenta manter a
calma, mas seu coração estava acelerado.
Ele olha as mãos, sente suas garras, lembrou do cheiro da
moça no dia anterior, era através do lembrar do cheiro que sentia
algo dentro dele, e olha suas mãos se transformarem, ele olhava
para as garras quando ouve o otato ao fundo.
— É um Yawara.
— Este cheiro de tempo, disfarça muito o cheiro dele.
— Um Yawara com problemas com o tempo, não sei se isto é
uma boa noticia ou uma péssima.
Pedro ainda olhava as mãos quando vê um ser se erguer ao
seu lado e lhe olhar, uma moça, a roupa que ela usava,
acompanhou a mudança de Pantera Negra a humana.
— Quem agitou os sacis? – Pergunta a moça.
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— Não sei! – Pedro a olhando aos olhos e deixando sua mão
voltar ao normal.
— O que é você rapaz, Yawaras não tem problema com o
tempo.
— Digamos que apenas Pedro.
— Não estou perguntando seu nome.
— Eu não sei, entrei na historia a menos de dois meses, e
parece que nada está no lugar que deveria.
— Problema com os Otatos?
— Nada que não desse para correr um pouco.
A moça olha para Pedro e passam, ele realmente não parecia
uma ameaça ou algo que fizessem os sacis fugirem.
Elas saem da estrada assim como surgiram, se embreando no
mato a frente.
Pedro olhava a mão e pensa.
— O que pretende Pedro?
As moças sumiram e Pedro viu a chuva apertar, olha para
aquele lugar, se encolhe em um canto sobre uma mesa que não
chovia e ficou a olhar em volta.
Estava encolhido no escuro, quando viu Rogério passar
acelerado na rodovia, maluco ou apaixonado, sabia que amor e
ódio, as vezes são parte integrante de um mesmo ser.
Pedro estava a olhar ao longe quando ouve alguém as costas.
— Porque não disse que era um Yawara da vez anterior?
Pedro olha para trás e olha o senhor Rodolfo.
— Ai a muito tempo?
— Vi as guerreiras passarem e nem se preocupar com você,
devem pensar como eu, um qualquer no caminho.
— Meu caminho, não vai facilitar o seu senhor Rodolfo, e
nem o dos demais.
— Por quê?
— Já ouviu falar de Magog?
— Sim, uma força altamente destrutiva de coleta de almas
para um Deus, que não é o meu.
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— Este ser se instalou no Anhangava, serra acima.
— E não sabe o que vai acontecer.
— Sei que muitos vão morrer, e não sei se o senhor escapa
senhor Rodolfo.
— Por quê?
— Este cheiro de tempo, é cheiro de futuro, é quente e
morto, por isto, futuro.
— E não tem como evitar?
— Desconfio que adiamos, mas um ser como eu, não tem
como enfrentar exércitos de mortos vivos, muito menos de
espectros de vida, imagina Magog em pessoa.
— Certo, mas veio alertar?
— Soube que sem saber quem era, quando vi o primeiro
Otato, eles perceberam como um anuncio de um enfrentamento, 22
anos a frente, onde eles se aliaram, aos mortos vivos, as sereias, e
aos Otatos para enfrentar os demais.
— E venceram?
— Toda vitória, parece apenas temporária, estamos falando
de algo que vive mais tempo que nossas lendas, crenças e registros
senhor.
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