O conto descreve Lorena fazendo um colar enquanto Miguel faz perguntas filosóficas sobre objetos na sala, como um anjo de porcelana e um cinzeiro vazio. Miguel argumenta que os objetos ganham significado apenas quando as pessoas interagem com eles. Ele sopra no anjo e diz ter enviado uma mensagem para Deus, afirmando que Lorena não o ama mais.
Descrição original:
Estudo sobre a temporalidade do conto "Os objetos", de Lygia Fagundes Telles
O conto descreve Lorena fazendo um colar enquanto Miguel faz perguntas filosóficas sobre objetos na sala, como um anjo de porcelana e um cinzeiro vazio. Miguel argumenta que os objetos ganham significado apenas quando as pessoas interagem com eles. Ele sopra no anjo e diz ter enviado uma mensagem para Deus, afirmando que Lorena não o ama mais.
O conto descreve Lorena fazendo um colar enquanto Miguel faz perguntas filosóficas sobre objetos na sala, como um anjo de porcelana e um cinzeiro vazio. Miguel argumenta que os objetos ganham significado apenas quando as pessoas interagem com eles. Ele sopra no anjo e diz ter enviado uma mensagem para Deus, afirmando que Lorena não o ama mais.
- Narrador: narrador-câmera - Personagens e enredo: Lorena coloca contas Sobre num fio para fazer um colar enquanto Miguel lhe faz perguntas sobre os objetos da sala o conto - Predominância de diálogos – Diálogos e objetos evocam um tempo psicológico
Tempo – O tempo cronológico é marcado pela confecção
do colar. – A descrição detalhada das ações de Lorena desacelera o tempo e é cheia de significados Com a ponta da agulha ela tentava desobstruir o furo – Então é você que decide. Este anjinho não é da conta de coral. Franziu as sobrancelhas. nada, mas se toco nele vira anjo mesmo, com – É um anjo, ora. funções de anjo. – Segurou-o com força pelas asas. – Quais são as funções de um anjo? – Eu sei. Mas para que serve? – insistiu. E apressando- Ela deixou cair na caixa a conta obstruída e se antes de ser interrompido: – Veja, Lorena, aqui na escolheu outra. Experimentou o furo com a ponta mesa este anjinho vale tanto quanto o peso de papel da agulha. sem papel ou aquele cinzeiro sem cinza, quer dizer, – Sempre ouvi dizer que anjo é o mensageiro de não tem sentido nenhum. Quando olhamos para as Deus. coisas, quando tocamos nelas é que começam a viver – Tenho então uma mensagem para Deus – disse como nós, muito mais importantes do que nós, porque ele e encostou os lábios na face da imagem. continuam. O cinzeiro recebe a cinza e fica cinzeiro, o Soprou três vezes, cerrou os olhos e moveu os vidro pisa o papel e se impõe, esse colar que você está lábios murmurejantes. Tateou-lhe as feições como enfiando... É um colar ou um terço? um cego. - Pronto, agora sim, agora é um anjo vivo. – Um colar. – E o que foi que você disse a ele? – Podia ser um terço? – Que você não me ama mais. – Podia. Ela ficou imóvel, olhando. Inclinou-se para a caixinha de contas. – Adianta dizer que não é verdade?