Você está na página 1de 17

J. J.

Gremmelmaier

Cezar & Marta


Unidos pela Morte

Primeira Edição

Edição do Autor

Curitiba

2022

1
Autor; J. J. Gremmelmaier
Edição do Autor
Nome da Obra: Cezar e Marta
ISBN
CIP – Brasil – Catalogado na Fonte
Gremmelmaier, João Jose 1967
Cezar e Marta - Unidos pela Morte / Romance de Ficção,
13 pg./ J. J. Gremmelmaier / Romance / Curitiba, Pr. / Edição
do Autor / 2022
1. Literatura Brasileira – Romance – I – Título
2. Literatura Fantástica – Romance – I - Título
85 – 0000 CDD – 978.000

As opiniões contidas no livro, são dos personagens, em


nada assemelham as opiniões do autor, esta é uma obra de
ficção, sendo os nomes e fatos fictícios.
É vedada a reprodução total ou parcial desta obra.
Sobre o Autor:
João Jose Gremmelmaier nasceu em Curitiba, estado do
Paraná, no Brasil, formação em Economia, empresário a mais
de 15 anos, já teve de confecção a empresa de informática,
escreve em suas horas de folga, alguns jogam, outros viajam,
ele faz tudo isto, a frente de seu computador, viajando em
historias, e nos levando a viajar juntos.
Autor de Obras como a série Fanes, Guerra e Paz,
Mundo de Peter, os livros Magog, João Ninguém, Heloise e
Anacrônicos, cria em historias que começam aparentemente
normais, mundos imaginários, interligando historias
aparentemente sem ligação nenhuma, gerando curiosidade
sobre outros textos escritos.

©Todos os direitos reservados a J.J.Gremmelmaier

2
J. J. Gremmelmaier

Cezar
&
Marta
Unidos pela Morte

3
Conto Super Rapido, totalmente ficcional,
sobre alguém que morre e sua vida acaba
interligada, a filha de quem o matou.

4
Um Jovem entra em boate
na Av. Republica Argentina,
sorrisos, luz negra, cerveja aos
montes, diversão. Este rapaz se
chama Cezar, alcoolizado, dança
com algumas meninas da noite,
não tinha para um programa, mas
sorrisos que lhe pareciam
cincerros, ou o álcool não deixava ver mais que isto.
Bebe, um amigo chega, apresenta a dona da casa, não
tinha placa na frente, mas todos chamavam de Casarão. Cezar
estava solto, e sorria as gargalhadas, não via outros rostos
sobre ele.
Na saída, um senhor peca Cezar pelo ombro, Cezar vira-
se e vê o senhor apontando a arma para ele. Estranha, mas
estava alcoolizado e fala.
— Algum problema senhor?
— Esta menina vai comigo, não contigo.
Cezar estranhou, ali não parecia ter alguém dono, olha a
menina que se afasta, viu que ela não queria e ouve.
— Não adianta fugir Rita, hoje você é minha.
Cezar olha o senhor e fala;
— Acha que é dono dela senhor?
— Eu tenho quem quero menino, some.
— Vai a merda senhor, acha que pode mandar em mim.
Cezar alcoolizado, olha o senhor pegar algo as costas e
lhe acerta alguns tiros.
Cezar olha o corpo caindo, sente a dor, os olhos fecham.
O militar conhecido como Coronel Silva, liga para uns
amigos e dão sumiço no corpo.
Cezar é jogado a uma vala na beira de uma estrada de
terra.
Cezar parece acordar, levanta-se, vê seu corpo sair da
terra, olha para os rapazes se afastando, olha as mãos, grita
sem som, e uma lagrima lhe corre o rosto.

5
Cezar, a alma, volta para casa, onde vê o desespero de
sua mãe, sem noticias, a quer consolar, mas ela não o vê, não
o sente.
Cezar sai a andar e se depara a frente do quartel do
exercito na Republica Argentina.
Cezar para a frente do ser que o matou, olha a calma do
senhor, olha para aquele senhor aparentemente inofensivo
sóbrio, resolve o seguir, não sabia o que fazer.
Cezar seguindo o senhor, entra na casa onde a esposa o
esperava, mas para diante de lindos olhos azuis, inocentes
olhos azuis, que pareceram olhar para ele.
O senhor entrou na casa e aqueles olhos lhe encaravam,
ele olha para traz, pois ninguém o via, porque ela o veria.
— Quem é você rapaz?
— Cezar.
— Sou Marta, mas porque você é transparente?
— Eu morri.
— Como você morreu?
Cezar dá as costas a pequena menina, quando ela lhe
pergunta, como morreu? As lagrimas lhe correram ao rosto.
Chorando, Cezar deita ao chão, a frente da Boate, em
sua mente a menina com aquela pergunta que lhe calou.
Cezar tentou algumas vezes ir para casa, mas a tristeza
de sua mãe, não o fazia bem, olha aquele senhor do quartel,
estranho alguém que parece uma boa pessoa, mas sabia que
ele o havia matado.
Ele acaba ficando a rua, ali a frente daquele Casarão,
encostado ao chão, olhando o tempo passar, ele se
perguntava porque daquilo, ele se via sozinho, em um mundo
que apenas uma pessoa lhe olhou aos olhos, e esta única
pessoa, era uma criança que lhe fazia mal olhar.
Estranho que o tempo foi passando, ele viu derrubarem
o casarão, construírem um prédio naquele terreno, ver as
pessoas e não interagir com elas, faziam de Cezar um espirito
quieto, que esperava que alguém lembrasse dele, que o
conduzisse a algo, que o dessem a chance de recomeçar.

6
10 Anos Depois
Marta, a menina, cresceu,
ainda parecia triste, como se algo
faltasse em sua vida, ela olha para
os demais como se fossem quase
desconhecidos, resolveu fazer
psicologia, mas ela não encontrou
no curso o que queria, pois parecia
que o vazio interno, ela não conseguia achar naquelas
definições psicológicas, senta-se a sala de aula, estava na
faculdade, mas quantas vezes estava sem fazer nada, e
lembrava daquele dia que viu algo diferente, algo translucido,
parecia ainda querer resolver o que sentida, estranho ter
crescido e ainda lembrar daqueles olhos, parece que foi
ontem, não falava disto, mas lembra de perguntar a ele como
morreu. Aquelas coisas que falava apenas quando bebia
demais. Alguns achavam que ela inventava, alguns, que queria
chamar atenção, e obvio, os mais maldosos a chamavam de
maluca.
Vida de classe media, olha para mais um fim de semana
chegando e uma reunião numa casa de shows, muitos falavam
em ir, ela pensou seriamente em não aparecer, mas como
naquele fim de semana, por algum motivo foi a festa.
A moça vai a uma balada na região do Portão, a festa
agitada, termina em bebedeira, e ela passa mal, um amigo da
faculdade oferece para a deixar em casa, ele para o carro um
pouco a frente e trava as portas e segura a perna de Marta
com força, alcoolizado, pensando em a ter a força.
— Vai dizer que a louquinha não quer experimentar?
— Sai Carlos.
— Para de frescura Marta.
Marta viu o rapaz tentar pegar em seus seios, o
empurra, ele tenta a segurar forte, mas ela esperneia e sai
pela porta, o rapaz achou que ela voltaria, ela estava
alcoolizada, caminha na canaleta do ônibus, estava
alcoolizada, caminha até próximo do hospital, senta-se ao
meio fio e olha aqueles olhos lhe fitarem.
7
Ela parece não acreditar, atravessa a rua, e olha para o
rapaz e pergunta.
— Ainda por aqui?
Cezar olha a moça, não reconheceu de cara a criança de
um passado, a mediu e falou.
— Lhe conheço?
— Um dia você apareceu lá em casa.
Ele estranha conversar com alguém depois de anos,
estava sempre ali, e ela pergunta.
— Porque não descansou?
— Ninguém achou meu corpo.
Na cabeça de Cezar veio as certezas, como achar seu
corpo, se ouvindo sua mãe, ela achava que ele tinha fugido de
casa, e se a única pessoa que sabe exatamente onde seu
corpo foi enterrado, não vai confessar um crime, não vai
confessar os motivos.
— Porque acha que preciso descansar?
Marta olha ele e estranha, ele apenas ficou mais
translucido e sumiu da sua frente.
— Não quer descansar? – Marta.
— Acho que nunca vão achar meu corpo.
— E não teria como achar seu corpo?
— Alguém teria de falar onde enterraram ele, mas a
pessoa não vai falar sobre isto.
— Não posso ajudar?
Cezar olha a moça, pensa se deveria falar algo e apenas
fala sem sentir.
— Não quero destruir vidas, para ter direito a descansar.
– Ela viu a lagrima nos olhos do rapaz, e ele sair a andar, ela
teve a sensação de que a rua ficou com casas menos altas, e
viu como se fosse uma madrugada distante, olha a marca no
chão, como se alguém tivesse deitado ali, olha em volta e viu
seu pai abraçado com uma moça, com a arma a cintura, se
afastando do local.
Ela não sabia o que acontecera, mas pareceu entender
que o rapaz, não falaria, viu a rua voltar ao normal, viu os
prédios surgirem, ela caminha desnorteada em círculos longos,

8
sempre voltando ao ponto, onde viu o corpo de Cezar deitado
ao chão, morto.
A moça não volta para casa, e o pai sai a procurar ela.
O rapaz que a conduziu a festa não sabe de nada
As pessoas da festa falam que ela bebeu demais.
O senhor desesperado procura pela filha e a encontra
sentada onde ele vira o rapaz cair a 10 anos.
Ela olha o pai, olha a forma que Cezar o olha, e se
afasta e entende, ou acha que entende, olha para pai e
pergunta.
— Porque pai?
— Porque oque?
— Matou o rapaz aqui, há dez anos?
O pai desconversa, ela olha decepcionada.
Volta para casa forçada, mas não falava com seu pai,
não dividia mais aquilo. Sempre querendo a resposta.
O senhor não iria confessar algo com a filha, mas viu a
filha parar de comer, quereria algo que ela não sabia nem
como pedir.
Ela começa a se trancar no quarto, não se alimentava,
ela parecia não aceitar aquela versão, e o seu pai, não
desmentiu, não se defendeu, e aquilo fazia mais mal a ela,
pois lembrava do rosto do rapaz, jovem, morto.

9
Cezar estava a 10 dias
inquieto, ele parecia sentir que
algo não estava bem, ele em uma
noite, começa a caminhar até a
entrada daquela casa, ele não
sabia o que lhe levava ali, mas viu
a senhora preocupada, o senhor
falando que era frescura e logo a
filha reagia, ele chega ao quarto dele e viu as lagrimas nos
olhos dela.
A moça vê Cezar entrar na casa e a olhar, ela não comia
direito, não falava nada, não ia mais a faculdade.
Cezar viu que ela estava magra, preocupado.
— O que está fazendo Marta?
— Não sei, a verdade as vezes dói, quando o castelo que
estamos desmorona, falta forças.
— Sabe que se morrer provavelmente nunca mais nos
vamos ver, você vai a algo melhor, eu vou continuar lá.
— Mas eu não quero morrer, mas sinto que não tenho
como lhe ajudar.
A mãe de Marta viu que ela estava falando, e chega a
altura da porta para ouvir.
— Sabe que nem eu entendo disto, estou ali, mas não
sei onde fui enterrado, apenas lembro de sair da cova e
caminhar, eu não saberia dizer onde foi.
— Mas não lembra onde foi enterrado, nada?
— Não, não lembro.
— Acha que meu pai saberia?
— Com certeza, mas ele não vai falar Marta, mas tem de
se cuidar, sua morte não o fara melhor, e não vai ajudar nada
na situação, quem sabe ainda piore.
— Ele nem me confirmou o que fez, entendo a sua
certeza de que ele não vai falar.
— Apenas se cuida Marta.
— Mas como posso fazer meu pai falar onde o enterrou?
A mãe dela entra no quarto, vendo ela falar sozinha,
ouve a pergunta, Cezar mesmo que respondesse, a senhora
10
não ouviria, mas via que era questão da saúde dela, não a
queria morta, não porque ele foi numa boca e bebeu demais.
A moça repara que a mãe está ali e pergunta.
— Oque ouviu mãe?
A senhora não responde, mas entra esperando o marido.
A senhora para a frente do marido no fim daquele dia e
pergunta quem é o espirito que assombra sua filha, que a está
fazendo definhar, e porque ele não faz nada para ajudar;

11
Na manha seguinte, Marta
viu seu pai entrar pela porta e a
olhar.
— Quer conversar filha?
— Não entendo o que fez
pai, por quê?
— As vezes bebemos demais,
as vezes estar armado no lugar
errado, mas não entendo o que sua mãe falou.
— Também não entendo pai, mas sei que o rapaz
morreu, naquele local, eu vi isto, algo me permitiu ver, ele não
falou, mas ele está preso naquele lugar.
— Como preso?
— Ele não foi enterrado pai, ele não foi dado como
morto, não sei a regra, ele também não sabe, mas ele está lá
esperando que alguém ache seu corpo e que seja dado como
morto.
— As vezes é difícil acreditar nisto filha.
— Sei, então me esquece pai, pois acho que está sobre
mim, o peso que não se importa em carregar pai.
O senhor abraça a filha e fala.
— Não quero a perder filha, mas...
Uma conversa entre pai e filha, uma lagrima nos olhos,
um entendimento difícil.
O senhor no dia seguinte, ligou para a delegacia da
policia civil, e fez uma denuncia anônima de que alguém tinha
enterrado alguém num ponto especifico, não sabia quanto
tempo, mas tinha alguém enterrado naquele local.
O procurar do corpo, pela policia Civil, acha os restos de
Cezar, o reconhecimento foi pela arcada dentaria, uma vez
dado o caminho, um teste de DNA confirma que era Cezar, o
enterro, rostos tristes diante de um cadáver, uma duvida no ar
de quem havia matado o rapaz.
As lagrimas nos olhos da mãe de Cezar, a confirmação
de sua morte 10 anos após.
Marta viu o enterro dos restos do rapaz, viu o espirito
dele ao lado do saco com seus restos sendo enterrados em
12
um jazigo da família dele, ela olhava ele olhando sua mãe, ele
olha para ela, e apenas fala sem som.
— Agora se cuida.
Uma lagrima lhe vem aos rosto ao ver Cezar sumir nos
olhos, ela sabia que ele descansaria agora, sorrindo ficou triste
ao ver ele sumir.

13
Cezar chega a um campo de
luz, as pessoas pareciam
conhecidas, mas nunca as vira
antes, é como se a sua alma as
conhecesse, alguns falavam que
ele iria lembrar com o tempo.
Cezar se isola, a imagem da
lágrima no rosto de Marta não lhe
saia da mente. Marta se isola, a imagem que tinha do pai se
desmanchou, a imagem do rapaz sorrindo, e sumindo, não lhe
saia da memoria.
Um ser de luz chega a frente de Cezar, lhe explica sua
nova missão, ainda não era hora de relembrar, tinha algo mais
urgente a fazer, Cezar depois de dois dias enterrado, surge a
frente de Marta, não era mais o espirito de antes, mas ela o
olha e fala.
— Voltou?
— Me mandaram cuidar de você!
Ele fica mais translucido e fala;
— Vou estar por perto, mesmo não me vendo mais
como antes.
Marta estranha, olha em volta, para saber se alguém
estava a olhando.
Ela depois de dias, olhando a parede, onde achava que
ele estava, consegue pensar que a visão do rapaz, foi de
alguém novamente com um brilho no olho, e olhando a
parede pergunta.
— Quem mandou cuidar de mim?
Ela ouve o barulho no outro lado e Cezar a olhava e fala.
— Sei tanto desta historia como você, mas descansa,
olheiras e sono não ajudam em nada.
Ela se levanta e fala.
— Tenho de me trocar, se vira.
Cezar sorri e apenas some, ela olhava a parede e
pergunta.
— Como vou saber se não está olhando?
Na outra parede, olhando para fora ela ouve.
14
— Não vai.
Ela olha ele olhando para fora e se troca, meio
estranhando estar falando com um espirito.
— Pelo jeito agora eles me internam como maluca.
Cezar olha para ela para responder e ela fala alto.
— Olha para o outro lado.
Neste momento a mãe de Marta entra pela porta e
pergunta.
— Falando com quem?
— Pensando em voz alta mãe, tenho uma prova
amanha.
— Tenta descansar filha.
— Mentir é feio. – Cezar.
Cezar sai um pouco a caminhar, ele não conhecia aquele
bairro, mas estranhava, pois quando espirito, não via outros
como ele, apenas ele, ele tenta lembrar o que o ser de luz
falou para ele, mas parece que até isto, não era para ele
lembrar-se.
Os sonhos dela ficaram agitados, mas ela adormece, as
vezes sonhando com aquele olhar serio do rapaz.

15
As vezes as historias se
explicam, se encerram, as vezes,
quando se vê alguém falando alto
a rua, xingando, a sociedade a
volta, pensa que o louco está ali,
mas toda a ignorância de uma
sociedade cada vez mais fechada
em o que se pode e o que não se
pode, vai deixando os diferentes entre os loucos.
Por mais de 20 anos, Cezar serviu de anjo da guarda de
Marta, e somente quando a viu morrer, e a deu a mão,
descobriu a verdade.
Quer sabe a verdade, desculpa, se ainda está vivo, não
está pronto para esta revelação.
Sei que muitos acham que tudo acaba quando da morte,
mas posso lhe garantir, concordo com Einstein, Deus não joga
Dados.
Fim.

16
17

Você também pode gostar